Taxista que atropelou três pessoas entregue ao Ministério Público

Na passada noite de segunda-feira, um táxi atropelou três peões, um deles uma bebé de 2 anos, na Av. Dr. Sun Yat-Sen. O condutor foi entregue ao Ministério Público e as duas vítimas, que permanecem hospitalizadas, apresentam um estado clínico estável

 

[dropcap]P[/dropcap]or volta das 22h de segunda-feira, três turistas oriundas do Interior da China foram abalroadas por um táxi quando, alegadamente, atravessavam uma passadeira. As vítimas, segundo informações veiculadas pelos órgãos de comunicação de língua chinesa, serão familiares, mais especificamente mãe, filha de dois anos e sogra e terão sofrido escoriações e fracturas na sequência do atropelamento.

Segundo informação veiculada pelo Corpo da Polícia de Segurança Pública (CPSP), “um táxi que seguia nesta Avenida (Centro Cultural em direcção ao Largo de Monte Carlo) embateu em três peões (duas senhoras e um bebé em carrinho) que ali atravessavam a rua, causando graves ferimentos. As vítimas foram de imediato transportadas para o Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ). De acordo com informações prestadas pelos Serviços de Saúde de Macau, até ontem à noite, uma mulher ainda se encontrava internada no serviço de urgência em condição clínica considerada estável. Quanto à criança do sexo feminino “foi admitida na ala de pediatria e o seu estado clínico é estável”. Ambas as vítimas vão permanecer internadas no CHCSJ.

Nas mãos do MP

O taxista, residente de Macau, não acusou consumo de álcool no teste de alcoolemia e a CPSP suspeita que o acidente terá resultado de o facto do condutor não ter dado prioridade na passagem de peões.

O condutor do veículo foi entregue ao Ministério Público e o caso segue agora para investigação. Para já, o taxista está acusado de condução perigosa, crime punido com pena de prisão de 1 a 8 anos e de três crimes de ofensas à integridade física por negligência, punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias.

2 Mai 2019

Governo estuda a possibilidade de criar bolsa de valores

[dropcap]O[/dropcap] Executivo vai estudar a viabilidade do estabelecimento de uma bolsa de valores no território, anunciou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong. “O Governo está, neste momento, a preparar a escolha de uma empresa de consultoria internacional para proceder a um estudo preliminar sobre a viabilidade do estabelecimento em Macau de uma bolsa de valores”, afirmou o responsável, de acordo com um comunicado oficial.

Lionel Leong sublinhou que o estudo vai ser orientado para “ir ao encontro do posicionamento definido pelo país para o desenvolvimento de Macau”, como plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa e plataforma para a prestação de serviços financeiros entre Pequim e o bloco lusófono.

Por outro lado, esta iniciativa deverá reforçar as vantagens do princípio “Um País, Dois Sistemas”, no âmbito da livre circulação de capitais e o relacionamento com os países lusófonos, reiterou.

“O estudo está ainda numa fase bastante preliminar”, destacou o responsável, acrescentando que a empresa escolhida terá de “estudar se o território tem sistemas legais, de fiscalização e de regulação”, bem como “quadros qualificados adequados para garantir um mercado bolsista” e as possibilidades de contribuir para o alargamento das oportunidades de emprego e de participação dos jovens. Por outro lado, o estudo terá também de identificar as condições em falta para que se possa estabelecer uma bolsa de valores em Macau, disse.

O secretário lembrou que nas “Linhas gerais do planeamento para o desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau” e também na revisão do acordo CEPA, assinado entre Macau e o Ministério do Comércio chinês, se refere a necessidade de realização de um estudo sobre o estabelecimento de bolsas de valores, para fomentar a diversificação económica do território.

2 Mai 2019

Protecção Civil | Simulacro “Peixe Cristal” passa a ser realizado regularmente

O simulacro “Peixe Cristal”, que se realizou no passado sábado, vai passar a ser realizado com regularidade, de acordo com o secretário para a Segurança. Wong Sio Chak adianta que o Conselho Executivo vai amanhã terminar a discussão da proposta de Lei de Bases da Protecção Civil

 

Com agência Lusa 

[dropcap]O[/dropcap] exercício de simulação “Peixe de Cristal” vai passar a acontecer com regularidade, de acordo com Wong Sio Chak. O secretário para a Segurança adiantou que o simulacro, que tem como intenção preparar autoridades e população das zonas baixas sob “Storm Surge” durante a passagem de tufão, contou com 29 entidades que compõem a estrutura de protecção civil.

“Entre as 14h e 19h30 do dia 27 deste mês, foram simulados 57 incidentes que poderiam ocorrer durante a passagem de tufão, contando-se com a participação de um total de 2546 pessoas. Esta iniciativa envolveu 47 associações e de entre os 409 residentes inscritos a título pessoal, 360 compareceram efectivamente no exercício”, pode ler-se em comunicado.

Sobre à suspensão temporária do simulacro devido ao aviso de trovoada, o governante revelou que a medida teve como objectivo “garantir a segurança dos residentes que participavam no exercício”.

Wong Sio Chak analisou ainda a questão de um ponto de vista jurídico e disse que a estrutura da Protecção Civil não pode exigir aos cidadãos que participem no exercício estando em vigor um aviso de trovoadas, “perante a impossibilidade de serem imputadas responsabilidades em caso de ocorrência de incidentes que coloquem em risco a segurança das pessoas”.

Também o adjunto do Comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), Ng Kam Wa, deu como prioridade a segurança da população durante o exercício realizado no sábado passado. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, Ng Kam Wa referiu que nas regiões vizinhas se registaram “perdas de vida” devido à queda de relâmpagos e, como tal, as actividades exteriores do “Peixe Cristal” foram canceladas para “prevenir o perigo”.

Lei a caminho

Por outro lado, o secretário para a Segurança revelou que o Conselho Executivo irá amanhã concluir a discussão da proposta que define a Lei de Bases da Protecção Civil, com o objectivo de que seja submetida o mais rapidamente possível à Assembleia Legislativa.

Ainda ao nível da resposta a catástrofes naturais, uma equipa médica de Macau recebeu a acreditação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para responder a emergências a nível internacional, nomeadamente catástrofes naturais, anunciaram os Serviços de Saúde. Composta por 120 membros dos Serviços de Saúde e do Corpo de Bombeiros, a equipa vai prestar “serviços ambulatórios e de emergência, incluindo ginecologia e pediatria”, entre outras “necessidades de assistência médica urgentes”, refere um comunicado das autoridades.

Com a certificação, a resposta a emergências estende-se a todo o “país e ao estrangeiro”, incluindo “catástrofes naturais ou surtos de doenças infecciosas”.

A equipa de Macau tornou-se a quinta a nível nacional a receber a certificação da OMS. O processo teve início no ano passado, tendo sido aprovado e formalizado esta tarde, com a presença de peritos da organização internacional.

Segundo a mesma nota, “está previsto que possam atender diariamente mais de 100 consultas externas, incluindo situações de reanimação”.

2 Mai 2019

Jogo | Receitas da MGM sobem 23 por cento no primeiro trimestre

[dropcap]A[/dropcap] operadora de jogo MGM Resorts apresentou receitas de 3,2 mil milhões de dólares, no primeiro trimestre, um aumento de 13 por cento face ao período homólogo de 2018, com as receitas de Macau a aumentarem 23 por cento.

De acordo com o comunicado apresentado na segunda-feira pela operadora norte-americana, as receitas em Macau no primeiro trimestre foram de 734 milhões de dólares.

O aumento das receitas homólogas do grupo em Macau, entre Janeiro e Março, tem grande parte que ver com a abertura do hotel-casino MGM Cotai em 13 de Fevereiro de 2018: este ‘resort’ integrado registou receitas no valor de 301 milhões de dólares, quando no mesmo período do ano passado tinha apresentado 85 milhões de dólares.

A MGM China registou um EBITDA (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) ajustado foi de 191 milhões de dólares, mais 26 por cento que no mesmo período do ano passado.

Em comunicado, a MGM China anunciou ter obtido mais 18 por cento em receita bruta de jogo e que os seus dois casinos em Macau representam 9,4 por cento da cota total do mercado do jogo no território.

A MGM China apontou ainda ter crescido em todos os segmentos de jogos, tanto no jogo de massas como no jogo vip, mais 3 por cento, ao contrário da tendência que se tem verificado no mercado global no território, que no primeiro trimestre do ano viu as receitas do jogo VIP caírem 13,4 por cento.

“Juntamente com o crescimento dos nossos negócios, estamos muito satisfeitos em ver a nossa subconcessão de jogos estendida. Estamos gratos pelo apoio do Governo de Macau e continuamos comprometidos com a evolução contínua da região”, apontou o presidente executivo e director executivo da MGM China, Grant Bowie, citado na nota.

2 Mai 2019

SJM | Salário e bónus pagos a Angela Leong com redução superior a 13 milhões

Ambrose So e Stanley Ho foram outros dos afectados pelas quebras nos pagamentos recebidos. No entanto, resultados apresentados na terça-feira apontam para o aumento dos lucros da concessionária

 

[dropcap]O[/dropcap] salário de Angela Leong no Grupo SJM, que também inclui a empresa que detém a concessionária Sociedade de Jogos de Macau, teve uma quebra de 13,2 milhões de dólares de Hong Kong, superior a 40 por cento, entre 2017 e o ano passado. A informação foi divulgada no relatório anual de 2018 da empresa, que foi enviado à bolsa de valores Hong Kong na segunda-feira à noite.

Segundo os dados apresentados, em 2017 a também deputada tinha levado para casa 30,5 milhões de dólares de Hong Kong. Mas, no ano passado o montante que recebeu caiu para os 17,3 milhões. Esta quebra ficou a dever-se à redução nos pagamentos feitos com base nas acções.

Enquanto em 2017 tinha recebido 13 milhões de dólares de Hong Kong devido às acções no grupo, no ano passado esse valor foi de zero.

Ao nível do salário base, Angela Leong beneficiou de uma subida de 10,3 milhões para 11 milhões de dólares de Hong Kong, valor que não foi suficiente para compensar as perdas com as acções e com os prémios especiais e outros pagamentos.

No entanto, Angela Leong não foi a única a ser afectada pela quebra dos resultados entre 2017 e 2018, uma vez que a direcção do grupo teve uma redução na folha de pagamentos de 167,4 milhões para 100,3 milhões de dólares de Hong Kong. A quebra atingiu igualmente Ambrose So, director executivo, cujo salário caiu de 35,9 milhões para 20 milhões de dólares de Hong Kong. O mesmo aconteceu com o fundador Stanley Ho, que recebeu 15,6 milhões de dólares de Hong Kong em salários e bónus, mas em 2017 tinha levado para casa 39,1 milhões.

Contudo, este ano pode levar a novos aumentos em comparação com o ano passado. Na terça-feira, o grupo anunciou o crescimento dos lucros de 16,5 por cento no primeiro trimestre do ano, face ao período homólogo, para os 850 milhões de dólares de Hong Kong. No primeiro trimestre de 2018, os lucros tinham sido de 730 milhões.

Mudanças na STDM

Também na segunda-feira, o Ming Pao, jornal de Hong Kong, revelou os resultados da assembleia-geral das Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, no que diz respeito à eleição dos corpos sociais para o período entre 2019 e 2021. Ian Fok, segundo filho mais velho de Henry Fok, que se aliou a Pansy Ho para controlar a STDM, assumiu a presidência do conselho de administração. Da família Fok fazem ainda parte do conselho de administração Jason e Erick Fok.

No que diz respeito às filhas da segunda mulher de Stanley Ho, Maisy Ho entrou, substituindo a irmã do pai, Nanette, que mesmo de cadeira de rodas não deixou de comparecer no encontro que serviu para escolher os corpos sociais.

Além dos Ho e dos Fok, constam no conselho de administração da STDM Angela Leong, quarta mulher de Ho, Ina Chan, terceira mulher, Patrick Tsang e David Shum.

2 Mai 2019

Advogados impedidos de exercer direito de defesa de Scott Chiang

A juíza recusou o pedido da defesa de voltar a ouvir as testemunhas à luz da nova acusação, por achar que não haveria alteração substancial dos factos. Os advogados contestam a decisão e apontam que uma acusação diferente altera a forma de inquirir as testemunhas

[dropcap]A[/dropcap] sessão de terça-feira do julgamento de Scott Chiang por manifestação ilegal, que inicialmente incluía também o deputado Sulu Sou, terminou com os advogados do activista a queixarem-se que não lhes foi possível exercer o direito de defesa.

O julgamento, que terminou em Maio do ano passado, condenou Scott Chiang e Sulu Sou pelo crime de manifestação ilegal, apesar da acusação ter sido de desobediência qualificada.

A mudança do tipo de crime, apenas revelada na leitura da sentença, levou o Tribunal de Segunda Instância (TSI) a anular o julgamento da primeira instância. Porém, na terça-feira, as queixas da defesa voltaram a repetir-se, uma vez que a juíza Cheong Weng Tong não autorizou que fosse feita uma nova análise das provas, nem que as testemunhas fossem ouvidas à luz da nova acusação. A decisão de Cheong já tinha sido tomada após as férias judiciais da Páscoa, quando negou os requerimentos dos advogados Jorge Menezes e Pedro Leal.

“A única coisa que a juíza fez foi dar palavra aos advogados para se defenderem da questão da manifestação ilegal. Pura e simplesmente não quis saber dos factos, que era o mais importante”, afirmou Pedro Leal, à saída do tribunal, na terça-feira. “Todos os factos da primeira audiência [antes da primeira sentença] foram analisados no sentido de saber se eles tinham obedecido a uma ordem judicial. As questões para as testemunhas foram sempre: ‘respondeu ou não respondeu? Foram ou não dadas ordens?’. Nunca pensámos na questão de manifestação ilegal. Foi algo que só apareceu depois”, acrescentou.

“Nós pedimos ao tribunal [Tribunal Judicial de Base], na sequência da anulação do julgamento pelo TSI, que nos desse direito de defesa, como o TSI disse que tínhamos direito […] o TJB disse que não a tudo”, considerou, por sua vez, Jorge Menezes. “Para ser franco isto não foi um julgamento, o julgamento inclui factos e testemunhas. Isto foi uma audiência em que os advogados tiveram a falar com o tribunal”, sublinhou.

Na origem da decisão da juíza Cheong Weng Tong terá estado o facto de entender que a alteração da qualificação jurídica não altera os factos apurados. Algo que, no seu entender, não justifica que as testemunhas voltem a ser ouvidas e que sejam reanalisadas as imagens captadas pela Polícia Judiciária (PJ).

A defesa não concorda com o argumento: “No primeiro [julgamento] estava em causa se tinham desobedecido a uma ordem. No segundo era diferente, estava em causa se houve ou não manifestação ilegal. […] No primeiro não perdemos tempo com o que não era relevante e no segundo não nos deixaram gastar tempo com o que era relevante”, explicou Jorge Menezes.

Condenação esperada

À luz dos acontecimentos, a defesa prevê a entrada em tribunal de dois recursos para “fazer justiça”. Um primeiro contra a decisão de não permitir uma nova análise dos factos e um segundo contra a condenação de Scott Chiang. “Por uma questão de coerência do tribunal, acho que Scott Chiang vai ser condenado. O tribunal condenou perante os factos que correspondiam a uma manifestação ilegal e penso que vai continuar com essa interpretação”, anteviu Pedro Leal, que defende a inocência do seu cliente.

Posição semelhante foi tomada pelo advogado durante a sessão, que mesmo assim contestou a tese de manifestação ilegal. Por sua vez, também o arguido Scott Chiang não quis prestar declarações adicionais na sessão de terça-feira: “Não estou à espera de nada deste julgamento pelas razões óbvias. Eles só querem corrigir um procedimento, um erro menor. Não querem mudar o conteúdo”, apontou à saída. “É um caso que se arrasta e uma pessoa tem de voltar aqui depois de quase um ano. Mas tento convencer-me que todos nós estamos a tentar fazer algo de bom pela sociedade. Não venho aqui apenas para me defender ou para me manter fora da prisão, também venho para estabelecer um precedente bom para quem vier a seguir”, considerou.

Já o MP considerou que os factos são suficientes para provar a prática do crime e pediu a condenação. Sobre os aviões de papel, a procuradora sublinhou que todos têm de cumprir a lei:

“O IACM tinha transmitido à associação que, devido à existência de obras, não era permitido deslocarem-se ao local […] Fizeram aviões de papel com os panfletos, que tinham nas mãos, e atiraram para a residência. Todos temos de cumprir a lei”, apontou.

A leitura da sentença ficou agendada para 14 de Maio. A decisão não vai afectar Sulu Sou, uma vez que o deputado desistiu do recurso da primeira decisão para voltar mais depressa à Assembleia Legislativa, depois de ter sido suspenso para ir a tribunal.

Último a falar

Na passada sexta-feira, a juíza deu de imediato a palavra ao representante do Ministério Público, quando pediu as alegações complementares com deu início à sessão. Depois, passou a palavra aos advogados de defesa. Só no final foi ouvido o arguido Scott Chiang. A alteração da ordem, quando o normal é que o arguido seja ouvido no início, valeu críticas da defesa. “Foi a primeira vez na minha vida em quase 30 anos de advocacia que não vi o tribunal dar a palavra ao arguido no início para falar. Nunca tinha visto isto na minha vida”, disse Jorge Menezes. Também Pedro Leal frisou o acontecimento: “Inicialmente, o arguido deve ser a primeira pessoa a pronunciar-se sobre os factos constantes na acusação, que correspondem ao crime. De facto, não lhe foi dada a palavra, só no final”, apontou.

2 Mai 2019

Lei Sindical | Coutinho pede a Chui iniciativa legislativa

[dropcap]J[/dropcap]osé Pereira Coutinho enviou uma carta ao Chefe do Executivo a pedir que o Governo apresente uma proposta de lei sindical até ao final do mandato, ou seja até Dezembro. O pedido surge depois de Coutinho ter visto rejeitado, pela sétima vez, um processo da sua iniciativa sobre este documento, que concretiza o artigo 27.º da Lei Básica.

“Em nome dos trabalhadores do sector público e privado vimos solicitar a intervenção de V. Exa., para que ainda durante o seu mandato acelere o processo legislativo submetendo à Assembleia Legislativa o respectivo projecto lei para apreciação e votação final”, pode ler-se no documento do deputado. Segundo José Pereira Coutinho esta proposta permitiria “equilibrar os pratos da balança entre os empregadores e os trabalhadores” e permitiria acabar “de uma vez por todas com a exploração laboral e o uso abusivo do elo mais forte da relação laboral”.

Ao mesmo tempo, o deputado que preside à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) apontou que é “extremamente importante respeitar rigorosamente a Lei Básica” e que deveria ser o Executivo “o primeiro a dar o bom exemplo”.

Coutinho questiona também que medidas vão ser aplicadas para sancionar a entidade responsável pelo estudo da Lei Sindical, a Associação de Estudo de Economia Política, controlada por Kevin Ho, devido aos “graves atrasos” na entrega de resultados. O estudo devia ter ficado concluído até ao final do ano passado. “Cumpre ao Governo justificar publicamente que medidas serão adoptadas no decurso dos prazos estabelecidos em termos contratuais”, refere o deputado.

2 Mai 2019

1 de Maio | Lesados do Pearl Horizon entregam missiva ao Governo

Os lesados do Pearl Horizon e a Associação da Reunião Familiar de Macau organizaram ontem duas marchas de protesto que culminaram com a entrega de cartas na sede do Governo. De acordo com a PSP, as manifestações correram de forma pacífica e ordenada

 

[dropcap]A[/dropcap]pesar das reivindicações não serem novas, a União Geral dos Proprietários do Pearl Horizon e a Associação da Reunião Familiar de Macau marcharam em protesto durante a tarde de ontem, cumprindo a tradição internacional de manifestações durante o 1 de Maio. Porém, nenhuma das entidades pediu alargamento de direitos laborais.

Os lesados do Pearl Horizon entregaram cartas na sede do Governo e no Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM a pedir a resolução completa do problema que enfrentam e vincaram a insatisfação face às resoluções apresentadas pelo Executivo liderado por Chui Sai On.

Ouvidas pelo HM, duas proprietárias confessaram que perderam completamente a confiança no Governo e mostraram desconhecimento quanto ao timing da implementação da proposta de permuta de casa. Uma lesada, de apelido Chan, adiantou mesmo que a situação que a levou a protestar “não é um problema do promotor Polytex”, mas uma consequência da entrada em vigor da Lei de Terras, uma vez que na altura da compra ainda não existia legislação relativa à aquisição de fracções ainda por construir.

Além disso, Chan acrescentou não acreditar no plano de habitação para troca apresentado pelo Executivo por uma questão de disparidade de valor. A lesada duvida que a fracção a que terá direito corresponda aos padrões de luxo dos apartamentos que estavam planeados para o Pearl Horizon.

Tudo em família

A outra manifestação de ontem foi organizada pela Associação da Reunião Familiar de Macau, que também entregou uma carta na sede do Governo com o intuito de reforçar o pedido de reunificação de pais que residem no território com filhos que moram no Interior da China.

Na missiva foi endereçado um convite ao Chefe do Executivo para participar num encontro promovido pela associação para comemorar o Dia Internacional da Família, no próximo dia 15 de Maio. Em declarações ao HM, o presidente da associação recordou que há mais de uma década que luta pela reunificação entre filhos de pais separados. Além, disso, o dirigente associativo recordou que o Chefe do Executivo lhe terá assegurado que iria discutir com o Governo Central uma solução para o problema, mas que, até hoje ainda não foi dado um único passo nessa direcção.

Contas diferentes

Quanto aos números de participantes, a contabilidade feita por ambas as associações diverge da feita pelas autoridades. De acordo com o presidente da União Geral dos Proprietários do Pearl Horizon, Kou Meng Pok, participaram na manifestação entre 300 e 400 pessoas. Os números avançados ao HM pela Associação da Reunião Familiar de Macau referem a adesão de 570 pessoas.

Segundo dados avançados pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), a manifestação organizada pelos lesados do Pearl Horizon contou, “durante o período de pico, com 280 participantes, enquanto o protesto pela reunião familiar levou à rua 130 pessoas. A CPSP destacou 120 agentes para garantir a manutenção da ordem pública.

Ainda de acordo com as autoridades, “com o apoio e indicações de agentes policiais, os manifestantes desfilaram pacificamente, conseguiram expressar as solicitações e a manifestação foi realizada duma forma ordenada”.

2 Mai 2019

Economia | Desvalorizado decréscimo de receitas dos casinos

[dropcap]O[/dropcap] sector do jogo registou em Abril uma quebra de receitas de mais de oito por cento, quando comparado com igual período de 2018, algo que Lionel Leong, secretário para Economia e Finanças, desvaloriza.

Em relação à “proporção do jogo de massas e do jogo VIP, de acordo com os dados, entre Janeiro e Abril, o mercado de massas cresceu 51 por cento, o que significa que o mercado VIP registou uma quebra de uma estrutura tem vindo a mudar progressivamente”, comentou o governante.

Lionel Leong acrescentou que não se deve olhar para o mês todo em termos de receitas, mas para a sua estrutura.

De acordo com o secretário, a mudança que faz avolumar o segmento de massas, “ajusta-se melhor ao que chamamos de centro mundial de turismo e lazer, porque queremos ver o mercado do jogo de massas crescer por si próprio, dependendo de todo o bolo, do jogo VIP”.

Lionel Leong entende que esta mudança vai beneficiar as pequenas e médias empresas em outras áreas. No que respeita ao comportamento dos turistas que participam no jogo de massas, este tipo de consumidor faz compras e frequenta espaços no exterior, tem um comportamento diferente dos clientes dos junkets, refere Lionel Leong.

Quanto ao decréscimo global das receitas, o governante explicou que o crescimento é, obviamente, o objectivo de todos, mas que os “números totais das receitas do jogo não vão crescer como cresceram em 2013 ou 2014”.

2 Mai 2019

Chefe do Executivo | Lionel Leong afasta hipótese de se candidatar

Lionel Leong não vai ser candidato a Chefe do Executivo. A garantia foi dada ontem à margem da visita do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. O secretário garantiu que vai cumprir o mandato até ao fim

 

[dropcap]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, afastou a possibilidade de se candidatar ao cargo de Chefe do Executivo. Em declarações à margem da visita oficial do presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, ao território, o secretário afirmou pretender continuar o seu mandato até o fim. “Garanto ficar até ao fim do mandato e que vou fazer o meu melhor e concentrar esforços neste trabalho”, disse.

Para poder entrar na corrida a Chefe do Executivo, Leong teria de abdicar do lugar de secretário, porque a lei não permite que os titulares dos altos cargos avancem para uma candidatura a Chefe do Executivo. “A lei é muito clara, e todos os que queiram ser candidatos têm que agir conforme a lei. Se eu fico como secretário, como titular de um cargo do Governo, tenho de seguir a lei”, acrescentou.

Recorde-se que em Fevereiro, o secretário tinha afirmado estar a reflectir de forma “activa e prudente” sobre uma eventual candidatura.

Marcha-atrás

Lionel Leong voltou atrás não só na questão da candidatura a Chefe do Executivo como na sua opinião acerca da corrida ao mesmo cargo anunciada por Ho Iat Seng. Em Fevereiro, Lionel Leong considerava que a experiência governativa era um factor importante para que uma pessoa pudesse desempenhar o cargo do Chefe do Executivo, o que foi entendido como uma crítica ao perfil de Ho Iat Seng enquanto candidato.

No entanto, Lionel Leong afirmou na terça-feira que tinha mudado de opinião. Em declarações, citadas pelo portal All About Macau, à margem de um evento da Federação das Associações dos Operários de Macau sobre o Dia do Trabalhador, Lionel Leong referiu que Ho Iat Seng tem todas as condições a exigir ao cargo de chefe do Governo. As condições a cumprir, apontadas por Lionel Leong, para ocupar o mais alto cargo político da RAEM são o patriotismo, amor por Macau, confiança do Governo Central e capacidade de governação.

Silêncio da compreensão

Ho Iat Seng recusou comentar o pedido de perda da nacionalidade portuguesa que submeteu através do Consulado de Portugal há duas semanas. Questionado pela imprensa em língua chinesa, o candidato a Chefe do Executivo afirmou que comentar o assunto torna-o mais complexo. “Não quero explicar esse assunto porque quanto mais digo mais confuso se torna”, afirmou Ho Iat Seng, com um ar bem-disposto. As declarações do presidente da Assembleia Legislativa foram prestadas na terça-feira, citadas pelo Canal Macau, à margem da participação num evento da Federação das Associações dos Operários de Macau de comemoração do Dia do Trabalhador. Na mesma ocasião, Ho apontou também a data de 20 de Maio para apresentar a candidatura oficial a Chefe do Executivo.

2 Mai 2019

Marcelo distingue ex-presidente do IPM e provedor da Santa Casa da Misericórdia

[dropcap]O[/dropcap] antigo presidente do Instituto Politécnico de Macau (IPM), Lei Heong Iok, e o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Macau, António José de Freitas, foram ontem condecorados pelo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa.

“Sinto-me honrado, é uma grande honra não só para mim como para a minha família e também para o IPM”, disse Lei Heong Iok ao HM. O responsável que se destacou pela promoção do ensino da língua portuguesa e pela criação do laboratório de tradução automática no IPM agradeceu também à equipa que o acompanhou nos seus trabalhos e aos amigos que foi fazendo em diversas instituições de ensino portuguesas. “Sem eles tudo isto seria em vão.

Vale a pena quando a alma não é pequena”, rematou. Já António José de Freitas, assumiu a sua emoção. “Estou muito emocionado, sinto-me muito feliz, diria que é um reconhecimento não pessoal mas colectivo, porque sempre trabalhei em equipa em prol da colectividade e é este o espírito da Santa Casa”, apontou. Com a condecoração a Santa Casa tem agora “mais força” para continuar a sua missão.

2 Mai 2019

Aplausos à realização de cimeiras anuais entre China e Portugal

[dropcap]D[/dropcap]o encontro do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, resultou a vontade da realização de reuniões anuais entre os dois países.

Este passo pode ser um método de trabalho que concretiza os grandes intentos de haver um estreitamento de relações entre Portugal e a China, apontou o advogado Leonel Alves ao HM. “É um assumir de compromissos de parte a parte”, acrescentou, considerando que se trata de uma oportunidade de “ter mais pessoas e investimentos portugueses na China e vice-versa”, processo “fundamental para haver um convívio cada vez mais pacífico e harmonioso e haver vantagens mútuas”.

Já o também advogado Frederico Rato, aponta a iniciativa como um “incremento e uma subida do nível de relações diplomáticas”. “Este relacionamento passava antes por uma parceria estratégica e passou agora a um plano superior de reuniões anuais para acerto de algumas políticas em algumas áreas, tais como a política, social, cultural e diplomática”, disse. O estabelecimento de reuniões periódicas entre os dois países reflecte uma relação “solidificada e estruturada”, apontou.

2 Mai 2019

Tempo curto da visita de Marcelo gera críticas por membros da comunidade portuguesa

[dropcap]A[/dropcap] curta vista de Marcelo Rebelo de Sousa não permitiu trocas mais aprofundadas com a comunidade portuguesa e os seus representantes. A ideia foi deixada pela presidente da Casa de Portugal em Macau, Amélia António, à margem do encontro do Presidente português com a comunidade na residência consular.

“A comunidade e o Presidente não têm grandes hipóteses de trocar impressões e de dizer alguma coisa. Temos de o ver, e ele de nos ver, mas não vai além disso”, disse ao HM. “Alguma coisa tinha de falhar, e o que falha é isto”, acrescentou referindo que é necessária compreensão “e pensar que teremos outras oportunidades de nos encontrarmos com o senhor Presidente”.

Sem retirar valor à visita oficial do Chefe de Estado português a Macau, o presidente da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, Miguel de Senna Fernandes lamenta o tempo limitado que Marcelo passou no território.

“Não vejo razão porque não podia passar mais tempo aqui”, disse. Já para o arquitecto Carlos Marreiros, “o importante é o simbolismo da visita”. “Ainda que por 21 horas é o abraço que o traz a Macau”, sublinhou.

2 Mai 2019

Visita | Presidente português aplaudido no centro histórico

A passagem foi curta, de apenas 21horas, mas marcada pela euforia e satisfação de residentes e comerciantes do centro histórico. Marcelo Rebelo de Sousa não se cansou de distribuir os habituais abraços enquanto percorria, com Alexis Tam, o percurso do Leal Senado às Ruínas de São Paulo. Deste passeio, Marcelo destacou ainda a singularidade de Macau e a importância de a preservar

 

[dropcap]A[/dropcap] visita oficial do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, a Macau foi de curta duração, mas de grande intensidade.

Na manhã de ontem o Chefe de Estado português passeou entre a Leal Senado e as Ruínas de São Paulo, acompanhado pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, numa caminhada em que não faltaram abraços com residentes, chá com comerciantes e a prova das iguarias locais entre elas o pastel de nata local que é “menos doce”.

Enquanto se dirigia às Ruínas de São Paulo, o Presidente português não deixou de salientar as particularidades de Macau enquanto território multicultural. Aliás, é esta comunicação entre povos de várias origens que fazem de Macau um “lugar especial” que “se deixar de ser original, morre”, disse.

A ideia, de acordo com Marcelo, foi discutida em Pequim, com o seu homólogo chines, Xi Jingping: “Ele falava nisso mesmo: o que faz a diferença é o que dá valor, e Macau é diferente”.

“Quando se é igual a tudo o resto, o que é maior esmaga o que é mais pequeno. E a diferença significa o quê? Um cruzamento de culturas, de línguas, de tradições, de usos, de gastronomia, é essa a riqueza de Macau”, salientou.

Língua de união

A língua portuguesa tem um papel fundamental nesta “genuinidade”, até por ser “um factor da diferença de Macau”. Apesar de não se entender em português com os comerciantes e residentes com quem se ia cruzando, o Presidente fez questão de distinguir as dificuldades de comunicação e o empenho do território em manter a língua portuguesa viva. “Uma coisa é a dificuldade de se entender em português, outra coisa é firmar e valorizar a língua portuguesa. E para isso aí estão as escolas, a todos os níveis e o empenho do Executivo da RAEM, que percebe a importância da língua portuguesa e apoia”, apontou.

O Presidente português, que terminou em Macau uma visita de sete dias à China, referiu ainda que a manutenção da língua portuguesa no território além de 2049 é um dos objectivos do Governo Central. Quando questionado sobre esta matéria Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Eu acho que sim. E espero ser vivo em 2049. Ainda faltam 30 anos, teria que ter 110 anos. Não é muito fácil, mas talvez”, comentou com o ânimo e boa disposição por que é conhecido.

Segundo Marcelo, a continuidade da língua portuguesa em Macau é um processo “natural para o estado português e para o estado chinês”. “Se há pessoa que conhece bem a realidade de Macau, que gosta de relembrar que aqui veio no tempo em que o pai era responsável em Cantão, que depois teve responsabilidade em Cantão e conhece a especificidade de Macau – onde conheceu por exemplo, pela primeira vez, o vinho português, e gostou, é o Presidente Xi”, disse.

Marcelo Rebelo de Sousa recordou ainda que não vinha a Macau há 31 anos. Nos anos 80 foi professor no território e agora comenta as diferenças com que se depara. “Está maior, tem mais património construído, tem muito mais turismo, um turismo diferente, há realmente mudanças, como é natural. Mas aqui, neste centro histórico, encontramos uma presença portuguesa tão forte, tão forte, tão forte que, passados uns 31 anos, eu diria que reencontrei aquilo que tinha encontrado naquela altura”, comentou.

Visita prometida

Desta vez, Marcelo Rebelo de Sousa passou por Macau quase de relance, mas ficou a promessa de um regresso que poderá acontecer já no próximo mês de Dezembro, altura da celebração dos 20 anos de transferência de Administração. “A própria China entende como naturalíssimo que Portugal esteja representado ao mais alto nível na celebração dos 20 anos da transferência de soberania. Foi assim que aconteceu há 20 anos e é assim que acontece agora”. No entanto, a vinda do chefe de estado português “depende das autoridades chinesas e da RAEM”.

Alexis Tam garantiu que iria falar com o Chefe do Executivo acerca deste assunto, para que o convite seja formalizado. As razões são óbvias apontou Tam: “Vocês já viram, o Professor Marcelo é tão popular aqui em Macau e toda a gente gosta dele, é para nós uma honra que o Sr. Presidente volte muito em breve”, afirmou.

Recordar a história

Antes do passeio pelo centro histórico, Marcelo visitou a Santa Casa da Misericórdia que celebra este ano o seu 450º aniversário. Ali, o Presidente salientou a capacidade histórica portuguesa de estabelecer relações diplomáticas e de amizade com comunidades estrangeiras e de instituir organismos dedicados ao serviço social. “Entramos neste edifício, património da humanidade, e sentimos que aqui se fez história, que aqui se faz história há 450 anos, que traduzem muito a maneira portuguesa de estar no mundo. Nós somos assim. Partimos, atravessamos, chegamos.

Chegamos e incluímo-nos. Chegamos e servimos. Chegamos e dialogamos. Chegamos e estreitamos laços fraternos. E há uma continuidade na história, que passa os regimes, passa os sistemas, passa as pessoas”, disse, louvando o “espírito do serviço à comunidade” daquela instituição.

Já o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Macau, António José de Freitas frisou que a Santa Casa “é indissociável da presença da comunidade portuguesa nesta região do sul da China” e manifestou vontade de “continuar a dignificar o bom nome de Portugal e da comunidade portuguesa que aqui permanece”.

Encontro relâmpago

Antes de se encontrar com a comunidade portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa teve uma pequena reunião com o Chefe do Executivo, Chui Sai On, na Sede do Governo, onde o Chefe de Estado português sublinhou a intensidade das relações em entre Portugal, a China e a RAEM, espelhada na intensidade da visita que decorreu nos últimos sete dias. “Tem sido uma visita muito intensa no espaço de duas semanas e isso significa que as ligações existem”, disse. “No mesmo mês há a visita do Presidente de Portugal a Macau e a visita do Chefe do Executivo a Portugal.

É o retrato perfeito daquilo que nós queremos que sejam as relações entre nós. As relações entre Portugal e a China são excelentes, mas há algo mais especial nas relações com a RAEM que completa e enriquece a relação com a China”, acrescentou, referindo-se à visita de Chui Sai On, ainda este mês, a Portugal.

Já Chui Sai On garantiu o interesse de Macau em continuar a profundar relações com Portugal. “Espero que as nossas relações de cooperação continuem a desenvolver-se e a aprofundar-se e ouvir da sua parte opiniões e sugestões para o aprofundamento das relações entre ambas as partes”, apontou.

Almoço comunitário

A manhã de ontem do Chefe de Estado terminou na residência do cônsul de Portugal em Macau onde decorreu um encontro e almoço com a comunidade portuguesa. No Bela Vista, o Presidente reiterou o seu apreço pelo território num discurso caloroso. “Esta casa é de todos nós. E é de todos nós há 500 anos. Há 500 anos que nos sentimos portugueses aqui em nossa casa, que os nossos irmãos chineses se sentem em sua casa quando estão com Portugal e com os portugueses.

Há 500 anos que os nossos queridos irmãos de Macau se sentem em sua casa quando estão em Portugal e com os portugueses, com a China e os chineses”, disse, acrescentando que “Macau não foi nunca uma colónia portuguesa”.

Prova desta proximidade é a quantidade de portugueses que vem para o território e aqui faz a sua vida. “Falo naqueles que além dos passaportes todos os dias aqui chegam, vivem ou têm famílias com 100 ou 300 membros e que são portugueses”, apontou, frisando que esta população vai além da “comunidade do passaporte, porque essa aumenta todos os dias”.

Rebelo de Sousa frisou ainda que a relação de Portugal com o território vai além da Lei Básica, sendo que “a Lei Básica é importante, mas fala numa base de 50 anos”. “O que são 50 anos para uma cultura milenar como a chinesa e de quase mil anos como a portuguesa. Não é nada.

Passarão os 50 anos e Macau será Macau, e haverá sempre a diferença que se chama Macau, e foi graças a Macau e a um percurso que começou há 500 anos que hoje temos excelentes relações entre Lisboa e Pequim”, rematou.

2 Mai 2019

Diplomacia | Governo de Portugal recusa relatórios sobre Lei Básica

[dropcap]A[/dropcap]o contrário do que acontece no Reino Unido em relação a Hong Kong, Portugal entende que tem os mecanismos necessários para observar a implementação da Declaração Conjunto Sino-Portuguesa e da Lei Básica e por isso rejeita publicar relatórios trimestrais sobre o assunto.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros sublinhou também que todo o processo de transferência e da implementação da RAEM tem sido exemplar. “O processo da transição e do retorno de Macau à Pátria foi exemplar na forma como foi negociado e efectuado. E tem sido exemplar na forma como os compromissos que foram assumidos, designadamente no período de 50 anos em que vigora a Lei Básica, são cumpridos por ambas as partes”, começou por dizer Augusto Santos Silva, durante a conferência de imprensa sobre o balanço da visita oficial à China.

O governante português recusou ainda a necessidade de elaborar relatórios, porque entende existirem mecanismos necessários para analisar o respeito pela Lei Básica. “Do ponto de vista do Governo português, os compromissos existentes são suficientes e dão-nos, tanto à parte portuguesa como à chinesa, meios indispensáveis para irmos acompanhando a forma como a Lei Básica vai sendo respeitada”, declarou.

2 Mai 2019

Educação | Chui Sai On deu presente com expansão da EPM

[dropcap]U[/dropcap]ma das razões que fez Marcelo Rebelo de Sousa sair feliz com a visita a Macau foi o facto de o Chefe do Executivo, Chui Sai On, ter deixado a promessa que a Escola Portuguesa vai expandir-se com um novo pólo.

“Em Macau houve razões de superação de expectativas muito importantes. A mais importante é o facto de que há muito tempo que a Escola Portuguesa de Macau lutava pela sua expansão – que só era possível aumentar o número de alunos aumentando a sua capacidade física – e hoje [ontem] o Governo de Macau disse que está disponível para o arranque da primeira pedra, ainda este ano”, disse o Presidente de Portugal.

Em comunicado, também Chui Sai On comentou a situação, afirmando o “apoio contínuo” à escola e prometendo que uma equipa do Governo vai entrar em contacto com a direcção para “discutir o futuro plano de expansão”. Chui indicou ainda acreditar que a expansão da EPM “será não só uma forma de consolidar o desenvolvimento da cultura e da língua portuguesa”, mas também vai permitir “alcançar um consenso preliminar sobre o plano a seguir”. De acordo com a Rádio Macau, o novo pólo vai ficar situado nos novos aterros.

A EPM foi um dos locais visitados por Marcelo Rebelo de Sousa durante o dia de ontem. O Presidente de Portugal foi recebido por alunos com vestes tradicionais e por uma cerimónia que contou, por exemplo, com teatro e fado. No final, Marcelo não esqueceu o acto de Chui Sai On.

“Esta é uma grande escola e merece um grande presente. O Chefe do Executivo deu-vos um grande presente, assim como a mim e a Portugal. Prometeu que a escola vai ser maior, vai ter um segundo pólo e que vai arrancar ainda este ano”, revelou Marcelo, perante os alunos e professores. Foi ainda diante desta plateia que o Presidente deixou vários elogios a Macau e à China. No entanto, sublinhou que “o maior país do mundo é Portugal”.

2 Mai 2019

EPM | Hastear da bandeira sem queixas a Marcelo

[dropcap]M[/dropcap]arcelo Rebelo de Sousa admite que não recebeu qualquer queixa pelo facto da Escola Portuguesa de Macau realizar a cerimónia de hastear da bandeira da República Popular da China e admite que as escolas no estrangeiro têm de seguir as regras dos países onde se situam.

“No caso de Macau, não me chegou eco por parte da direcção da escola que tenha havido problemas, objecção ou dúvidas relativamente ao que deveria fazer [face à cerimónia de hastear da bandeira]”, respondeu o Presidente de Portugal, quando questionado sobre estas regras.

“Aqui, como noutras escolas portuguesas noutros países, há regras que as escolas em geral nesses vários países seguem. As escolas portuguesas seguem essas regras, como as outras escolas, e não há nenhuma especificidade particular, que eu saiba”, reconheceu.

2 Mai 2019

Chefe do Executivo | Elogios ao contributo da comunidade portuguesa

[dropcap]N[/dropcap]o discurso de despedida de Marcelo Rebelo de Sousa, Chui Sai On elogiou o contributo da comunidade portuguesa em Macau.

“Ao longo destes 20 anos, a sociedade de Macau mantém-se harmoniosa e tranquila; a nossa economia é próspera, o nível de emprego mantém-se estável, o bem-estar e a qualidade de vida da população cresce de forma sustentada e temos registado avanços em todas as actividades da sociedade”, disse Chui. “Tudo isto é fruto dos esforços conjuntos de toda a população de Macau, da qual faz parte a comunidade portuguesa”, acrescentou.

Por sua vez, Marcelo afirmou ter vivido um “dia inesquecível”, deixou agradecimentos a Chui e disse levar no seu coração a Flor do Lótus, símbolo da RAEM.

2 Mai 2019

Encontro | Stanley Ho enaltecido diante de Angela Leong

[dropcap]O[/dropcap] encontro entre Marcelo Rebelo de Sousa e a empresária Angela Leong ficou marcado pelos elogios ao magnata Stanley Ho.

Em chinês, e a contar com a tradução do secretário Alexis Tam, Angela Leong tentou explicar ao Presidente português quem era e com quem vivia.

No entanto, Marcelo mostrou-se muito bem informado e deixou elogiou ao rei do jogo: “Conheci o Dr. Ho há mais de 50 anos. Quando ele ia a Portugal, estive muitas vezes com ele. Tenho muita consideração por ele”, disse Marcelo, numa breve troca de palavras, em que também deu um abraço à quarta mulher do magnata.

2 Mai 2019

Passaportes | Ministro fugiu a questão sobre Conselheiros das Comunidades

[dropcap]O[/dropcap] ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, foi ontem questionado sobre as acusações feitas pelo jornal San Wa Ou aos Conselheiros das Comunidades Portuguesas em Macau e a possibilidade de haver recebimento de dinheiros a troco de passaportes, mas fugiu à questão.

O ministro limitou-se a explicar os procedimentos internos do MNE. “Do ponto de vista de processos judiciais em curso, não me compete pronunciar-me. Do ponto de vista de informações que tenham chegado ao MNE são tratadas pelos órgãos competentes”, afirmou.

“Quando são matéria de natureza disciplinar ou inspectiva é a inspecção respectiva que trata. O poder político, pelo menos enquanto eu for ministro dos Negócios Estrangeiros, não interfere no plano inspectivo e disciplinar, a não ser quando a inspecção propõe as medidas que considerar necessárias. Compete ao ministro da tutela aprová-las, ou não”, acrescentou.

2 Mai 2019

Lei Básica | Presidente sublinha que Portugal e China mantêm empenho na implementação

O Presidente da República portuguesa garante empenho e interesse pelos assuntos de Macau e admite que a implementação da Lei Básica é um desafio natural ao direito. Marcelo Rebelo de Sousa deixou ainda rasgados elogios à Grande Baía, mas apontou a necessidade de Macau manter o seu carácter especial

 

[dropcap]O[/dropcap] Presidente da República portuguesa afirmou que a implementação da Lei Básica, como todo o Direito em sentido lato, é um desafio diário e que acompanha com “empenho e interesse” o que se passa em Macau. Porém, diz que este desafio conta com o empenho igual de Portugal e da China. Foi desta forma que Marcelo Rebelo de Sousa respondeu ao caso do despedimento dos juristas portugueses da Assembleia Legislativa, Paulo Cardinal e Paulo Taipa.

“Como sabem, não é hábito do Presidente da República comentar casos específicos, mas posso dizer o seguinte: O Governo de Portugal e eu, assim como a Assembleia da República, acompanhamos com empenho e interesse o que se passa em Macau. Isto em termos da importância da Lei Básica e da sua aplicação”, começou por responder. “Mas como acontece com o Direito, a sua aplicação é um desafio todo os dias”, acrescentou.

Marcelo discorreu também sobre a importância de que a implementação da Lei Básica resulte na concretização dos objectivos que esta define. “Há uma preocupação em manter o respeito pela língua o Direito de matriz portuguesa, no quadro do que foi consagrado na Lei Básica. As coisas mudam, como é natural, mas isso não quer dizer que a sua mudança não signifique que haja substituição no exercício de funções e que não haja a preocupação de permanentemente haver condições para que a aplicação da Lei Básica corresponda aos seus objectivos”, apontou.

No entanto, afastou qualquer cenário em que a China e o Governo da RAEM não estejam empenhados nestes objectivos: “As duas partes que subscrevem a Lei Básica continuam igualmente empenhadas no seu propósito, que é aquele que se traduz na existência da RAEM e de uma situação específica com um regime jurídico específico”, considerou. “Naturalmente, que isso é uma realidade que importa a todos, a Portugal e à República Popular da China”, frisou.

Unicidade na Grande Baía

O Presidente da República portuguesa abordou igualmente a integração da RAEM na Grande Baía, projecto que afirmou ser muito especial para o seu homólogo chinês. “Sei que este projecto é muito querido ao presidente Xi. Não apenas querido ao poder político, à República Popular da China, mas especificamente ao presidente Xi Jinping, porque falou nele e tem falado nele várias vezes”, afirmou. “Visto de fora, parece-me que pode ser muito positivo, porque vivemos num mundo em que há economia de escalas, em que a integração económica é uma mais-valia”, indicou.

No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa, embora tenha sublinhado que não pretendia “formular juízos sobre aquilo que é a política interna da China”, deixou um aviso sobre a necessidade de manter a autenticidade de Macau, mesmo no âmbito do projecto nacional. “É importante que Macau mantenha a sua diferença específica e isto aplica-se a todo o mundo. As economias só ganham com a integração em espaços mais amplos, mas devem manter o que é especial”, disse.

Acima das expectativas

Ontem, ao final da tarde, antes do jantar oferecido pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On, Marcelo Rebelo de Sousa fez igualmente um balanço da visita à China, que começou em Pequim, passou por Xangai e terminou em Macau.

“Foi uma visita que superou as expectativas, o momento das relações entre a República Popular da China e Portugal é excelente e por isso é difícil estar à altura daquilo que é esse momento. Em termos globais, quer em termos da RAEM, ultrapassou-se o que eram as expectativas”, disse.

Neste sentido, o Presidente de Portugal voltou a referir o facto de no futuro os dois países começarem a reunir-se de forma mais regular, encontros que acontecem principalmente entre a China e as grandes potências mundiais. “No plano das relações bilaterais entre Portugal e a China subiu-se para o grau máximo do relacionamento político possível, ao nível dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha. Somos parceiros políticos num diálogo que ultrapassa a mera parceria estratégica”, considerou.

Além destes aspectos, Marcelo Rebelo de Sousa referiu o clima encontrado na China para os empresários portugueses, assim como para os agentes culturais e educativos. Contudo, desvalorizou a questão monetária. “É mais importante a aposta da divulgação da língua e cultura portuguesa, a aposta no mandarim e no ensino nas escolas portuguesas e intercâmbio cultural – porque tem efeito em várias gerações – do que os muito importantes acordos em matéria económica”, sublinhou.

2 Mai 2019

Marcelo termina visita à China “muito feliz” e destaca “grau máximo” nas relações políticas

Inês Escobar de Lima, enviada da agência Lusa

 

[dropcap]O[/dropcap] Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou-se hoje “muito feliz” com a forma como decorreu a sua visita de Estado à China e destacou a subida para “o grau máximo de relacionamento político”.

Marcelo Rebelo de Sousa fez o balanço da sua visita de três dias à República Popular da China numa conferência de imprensa no Consulado-Geral de Portugal em Macau, considerando que “superou as expectativas”, quer em termos globais, quer no que respeita a esta região administrativa especial.

O chefe de Estado destacou o memorando de entendimento que estabelece um novo patamar no plano das relações políticas bilaterais: “Subiu-se para o grau máximo de relacionamento político possível, ao nível dos Estados Unidos da América, do Reino Unido, da França e da Alemanha, parceiros políticos num diálogo que ultrapassa a mera parceria estratégica”. “Pois Portugal coloca-se aí”, realçou.

No que respeita às relações económicas, disse que houve “passos muito significativos” no fórum que decorreu em Xangai com empresários portugueses e chineses, alguns dos quais celebraram acordos.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “muitos outros foram negociados” nessa ocasião e o clima nos contactos entre empresários “não podia ser melhor, não havia uma razão de insatisfação”.

“Serenamente, como é próprio do nosso relacionamento, vão sendo dados passos muito importantes, cheio de perspectivas de futuro. E por isso saio muito feliz, e comigo sai feliz o Governo e sai feliz também a delegação da Assembleia da República”, declarou, no final da sua intervenção inicial nesta conferência de imprensa.

Acompanharam o Presidente da República na sua visita de Estado à China – dividida entre Pequim, Xangai e Macau – os deputados Adão Silva, do PSD, Filipe Neto Brandão, do PS, Telmo Correia, do CDS-PP, pelo líder parlamentar do PCP, João Oliveira, e por Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista “Os Verdes”.

Bloco de Esquerda e PAN optaram por não integrar a delegação parlamentar desta visita, o que justificaram com a situação dos direitos humanos e das liberdades na China.

Pela parte do Governo, integraram a sua comitiva oficial os ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, e o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias.

1 Mai 2019

Com “Hotel Império” Ivo M. Ferreira fez um filme distópico sobre Macau

[dropcap]O[/dropcap] filme “Hotel Império”, de Ivo M. Ferreira, que se estreia a 9 de Maio em Lisboa, é uma obra distópica dedicada a Macau, onde o realizador tem vivido desde 1994, numa visão entre o passado e o presente.

“Quis fazer um filme distópico, no sentido que podia atravessar vários períodos da vida de Macau. Há cenas que não são credíveis agora, mas eram há dez ou vinte anos, mas, por outro lado, quis agarrá-lo muito ao presente”, contou Ivo M. Ferreira à agência Lusa.

“Hotel Império”, que será exibido no festival IndieLisboa, antes de chegar a 15 salas do circuito comercial, é protagonizado pela atriz portuguesa Margarida Vila-Nova e pelo actor anglo-taiwanês Rhydian Vaughan e foi integralmente rodado em Macau, o terceiro protagonista do filme.

O filme “vai buscar as minhas memórias e a curiosidade quando cheguei, quando ouvia mahjong numa janela e não percebia o que era, quando ouvia uma rapariga e entrava num sítio e não percebia onde ia”, explicou.

Esta é a história de uma portuguesa que vive num velho hotel situado nos bairros tradicionais de Macau, que é cobiçado por especuladores imobiliários para ser demolido. Maria canta num casino e acaba por ceder à prostituição de luxo para conseguir manter o hotel de pé.

Ivo M. Ferreira recorda que quis pegar em lugares-comuns associados a Macau – jogo e prostituição -, sem esquecer o problema da mudança agressiva do espaço urbano e, nesse aspecto, remete para uma realidade que é também portuguesa, pela especulação imobiliária.

“Há um lado identitário que me interessa imenso. O facto de o espaço urbano estar em erosão muito rápida também espoleta uma série de coisas que está a acontecer em Lisboa. (…) Não é nada um filme de despedida, mas um filme que viesse procurar coisas que eu tinha sentido na minha primeira chegada em 1994”, explicou.

Vinte anos depois da transferência administrativa de Macau de Portugal para a China, Ivo M. Ferreira fala de “uma cidade muito viva”, com património recuperado, mas com uma narrativa que não corresponde à realidade.

“‘Ah, os portugueses cuidaram disto muito bem e depois vieram os chineses e destruíram tudo’. É o contrário!”, disse. O realizador português, de 43 anos, estreia “Hotel Império” em Portugal, terminou uma série televisiva, “Sul”, para a RTP e prepara aquele que considera o primeiro projecto de vida, enquanto realizador.

“É talvez o meu primeiro desejo de filmar, com oito ou dez anos. Chama-se ‘Projecto Global’ e é muito inspirado nas FP25, que abalaram muito Portugal nos anos 1980”, disse o realizador, sobre o projecto que está ainda na fase de escrita do argumento.

Ivo M. Ferreira é autor de curtas como “O Homem da Bicicleta” (1997) e “Na Escama do Dragão” (2002) e das longas “Águas Mil” (2009) e “Cartas da Guerra” (2016).

1 Mai 2019

Xangai recebe I Mostra de Cinema em Língua Portuguesa

[dropcap]A[/dropcap] primeira mostra de cinema em língua portuguesa arranca na quinta-feira, em Xangai, com a exibição de filmes de Portugal, Brasil e Cabo Verde para promover a cultura lusófona no maior centro financeiro da China.

O ciclo abre na quinta-feira à tarde com o filme “A Mãe é que Sabe”, uma comédia do realizador português Nuno Rocha. Para o último dia está reservada uma sessão dupla, com o drama “Florbela”, sobre a poetisa Florbela Espanca, e o documentário “O Paraíso São os Outros”, de Miguel Gonçalves, com texto do escritor português Valter Hugo Mãe e que reúne depoimentos de falantes da língua portuguesa.

O programa inclui ainda “Cinema, Aspirinas e Urubus” e “Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo”, do Brasil, e “Os Dois Irmãos”, de Cabo Verde. Todos os filmes serão falados em português, com legendas em inglês.

A mostra é o primeiro evento organizado pelo recém-criado Grupo Lusófono, formado pelos Consulados-Gerais do Brasil e de Portugal na cidade de Xangai, para promover a cultura dos países de língua portuguesa “nas suas mais variadas vertentes”, disse o cônsul português, Israel Saraiva.

O ciclo, de entrada gratuita, vai decorrer na fundação Fosun, que foi estabelecida em 2012 como “braço humanitário” do grupo privado chinês. Em Portugal, a Fosun detém já a seguradora Fidelidade e a Luz Saúde, a maior participação no banco Millennium BCP e cerca de 5% da REN (Redes Energéticas Nacionais).

1 Mai 2019