Sofia Margarida Mota Manchete Política10 de Junho | Ho Iat Seng deixa AL para participar nas comemorações da Bela Vista A sessão plenária da Assembleia Legislativa não impediu o presidente do hemiciclo e candidato a Chefe do Executivo de estar presente nas comemorações do 10 de Junho na residência consular. Assinalar o Dia de Portugal é uma tradição que Ho Iat Seng pretende manter [dropcap]O[/dropcap] presidente da Assembleia Legislativa e forte candidato a Chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng, deixou ontem a sessão plenária do hemiciclo mais cedo para poder estar presente na residência consular na Bela Vista e participar nas comemorações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. “Mesmo estando até há pouco a presidir à reunião plenária, mesmo assim pedi ao senhor Vice-Presidente para me substituir, para poder vir cá. Havia ainda dois pontos na ordem do dia que não tinham terminado, mas mesmo assim fiz questão de vir até esta cerimónia”, disse ao HM. Para Ho Iat Seng, a opção tem que ver com a importância que dá a esta data deixando antever a sua presença futura na celebração do dia de Portugal. “Dou grande importância a este dia e a esta comemoração. Espero que venha a ser sempre celebrado no futuro”, referiu Ho. Tradição a manter Para Ho, o “Dia de Portugal é um dia muito tradicional em Macau” que acompanha desde pequeno. “Quando eu era miúdo, quando estudava em Macau, era feriado. Desde pequeno que me lembro de ser feriado neste dia”, recordou. Mas a efeméride não ficou limitada ao dia sem aulas na infância. Fez parte da sua vida e irá continuar a fazer. “Nunca interrompi, sempre participei nas cerimónias de comemoração. Não há razão para não participar”, referiu acrescentando que seja qual for o cargo que ocupar marcará presença nas comemorações da Bela Vista, tal como fazia “antes, quando não tinha qualquer cargo político de destaque”. Ho Iat Seng sublinhou ainda o facto de ser “amigo por natureza de Portugal” pelo que vai estar presente nas comemorações futuras. Questionado acerca da possibilidade do 10 de Junho voltar a ser feriado em Macau, Ho considera que será uma iniciativa “difícil por causa da transferência de soberania”. O futuro candidato a Chefe do Executivo disse ainda que “é bom haver mais dois candidatos”, na corrida para mais alto cargo do Governo, referindo-se às recentes intenções de candidatura de Leung Kuok Chao e de Hoi Weng Chong. Bons indicadores “Este 10 de Junho, (…) pode significar o recomeço desta longa relação entre dois povos e o início do pré-mandato do novo Chefe do Executivo, que já está por aí”, apontou o advogado Frederico Rato referindo-se à presença de Ho Iat Seng no encontro na residência consular no final da tarde de ontem. À margem do evento, o advogado apontou que a participação de Ho, nesta altura, pode ser interpretada como “prelúdio” para as relações entre o futuro Chefe do Executivo e a comunidade portuguesa. Reflexo disso é o facto do presidente da Assembleia Legislativa ter interrompido a sessão plenária “para se juntar com a comunidade portuguesa”. “Penso que é um simpático pré-início de funções”, rematou referindo-se a Ho já como futuro Chefe do Executivo de Macau.
Hoje Macau SociedadeSJM | Operadora juntou-se a celebrações com iluminação [dropcap]À[/dropcap] semelhança do ano passado, a Sociedade de Jogos de Macau (SJM) aliou-se à celebração do 10 de Junho com o casino Grande Lisboa a iluminar-se com as cores da bandeira portuguesa. No final, Ambrose So, vice-presidente da SJM e cônsul-honorário de Portugal em Hong Kong, considerou que a prática da operadora é uma tradição. “Já se tornou uma tradição iluminar o Casino Grande Lisboa com as cores de Portugal durante este dia. A comunidade portuguesa gosta muito da iniciativa, por isso estamos muito felizes por também contribuir para esta celebração”, afirmou, ao HM. Raquel Moz Sociedade10 de Junho | Comunidade quer preservar valores e cultura portuguesa [dropcap]A[/dropcap] cerimónia do hastear da bandeira portuguesa e a romaria à Gruta de Camões são actos públicos que todos os anos marcam o início das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Este 10 de Junho não foi diferente e a comunidade voltou a reunir-se para o tradicional evento protocolar. As diversas escolas de ensino português e luso-chinês trouxeram os alunos ao Jardim Camões, para declamarem versos do grande poeta da literatura lusófona, antes de subirem à gruta para depositarem ramos de flores aos pés da estátua. O ritual, tantas vezes repetido por muitas das personalidades presentes, sobretudo as que cresceram e estudaram em Macau, continua a ter importância e significado especial para a comunidade macaense e portuguesa local. “Vim quando era miúda, os meus pais gostavam de aqui vir e traziam-me com eles, depois com os meus filhos e hoje venho com os meus netos. Há sempre um sentimento de continuidade e de transmissão de valores que me são caros. Acho que isto é fundamental”, declarou a antiga presidente da Assembleia Legislativa, Anabela Ritchie, que foi professora do ensino secundário em língua portuguesa no território por mais de uma década. Depois de assistir a tantas cerimónias do Dia de Portugal em Macau, não considera ter havido grandes alterações no formato ou no sentimento dos participantes. “Acho que não mudou muito. Quando termina, levamos para casa um sentimento que é agradável” e que se resume na convicção de que “podem mudar os sistemas políticos, podem mudar alguns valores, mas há algo que continuará sempre dentro de nós e que transmitiremos aos nossos”, que é a identidade cultural. Identidade e tradição Romeira desde os tempos de criança é também Rita Santos, hoje presidente do Conselho Regional das Comunidades Portuguesas da Ásia e Oceânia, para quem “todos os dias deviam ser 10 de Junho”, por ser uma data para lembrar ao “Governo de Macau que dê mais atenção à nossa língua portuguesa. E para que a nossa cultura se possa manter sempre. Esperamos que a especificidade de Macau não termine daqui a 30 anos, segundo as garantias da Lei Básica. O meu grande desejo é o meu neto poder vir aqui participar na romaria à Gruta de Camões por muitos anos, e também ele poder fazer o mesmo com os seus filhos”. A tradição não se perde e Rita Santos vem desde os anos 60. Estudou sempre no ensino português, apesar de não ser a língua de casa, e hoje gosta de ver o ciclo ser repetido pelas novas gerações. “Vejo a participação activa da Escola Portuguesa e do Jardim de infância, que são o futuro. A nossa língua está nas mãos destas crianças”, comenta. João Santos Filipe Manchete PolíticaDia de Portugal | Cônsul revela fascínio pelo território e apela à participação na Grande Baía Na primeira intervenção numa recepção oficial do 10 de Junho, Paulo Cunha Alves admitiu estar fascinado com Macau e apelou à comunidade que participe na Grande Baía. Alertou também para as limitações do consulado a nível dos recursos humanos, mas prometeu trabalhar para melhorar os serviços consulares [dropcap]N[/dropcap]o primeiro discurso de celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o cônsul-geral, Paulo Cunha Alves, revelou estar fascinado com a RAEM. Ao mesmo tempo, o cônsul apelou às “múltiplas comunidades” portuguesas para que aproveitem os desafios da Grande Baía e ajudem a desenvolver a China. Logo no início da intervenção, Paulo Cunha Alves admitiu que ainda está a descobrir Macau e apontou que uma das principais revelações é o facto de haver várias comunidades portuguesas: “Oito meses após a nossa chegada, o ambiente ainda é de descoberta e admiração perante o fascínio que envolve a cidade de Macau e as suas gentes”, começou por apontar. “Desde logo, começámos a ter contacto com a complexa e diversificada realidade local, onde a Comunidade é afinal composta por múltiplas comunidades”, indicou. O cônsul elogiou depois o contributo dos portugueses para a RAEM: “Cedo nos apercebemos, nos contactos com as autoridades locais, que o contributo da Comunidade para o desenvolvimento da RAEM tem sido significativo e determinante, empenhado e constante”, apontou. “[a Comunidade] Tem vindo a contribuir para a preservação do património cultural e arquitectónico da cidade, da gastronomia, do sistema jurídico de matriz portuguesa, e da língua de Camões, cuja memória e obra hoje celebramos” frisou. O cônsul português elogiou também o papel de várias instituições, entre as quais o Instituto Português do Oriente, Escola Portuguesa de Macau e a Santa Casa da Misericórdia de Macau. Em relação à Escola Portuguesa sublinhou a importância do novo pólo de ensino: “Será uma importante questão a acompanhar de perto, cuja concretização trará benefícios claros para a nossa comunidade e para todos quantos recorrem àquela escola para a educação dos seus filhos”, justificou. Sobre a Grande Baía, Paulo Cunha Alves entende ter potencial para ser um centro para o ensino da Língua Portuguesa e apelou à comunidade para que continue a desenvolver as relações entre os dois países. “Teremos todos de saber estar à altura para poder dar o nosso contributo para o desenvolvimento desta grande nação. A amizade entre o povo português e chinês é uma realidade que devemos todos preservar e aprofundar, no respeito das diferenças que afinal nos complementam e fortalecem”, afirmou. Recursos limitados Também os serviços consulares mereceram a menção do cônsul, que admitiu as limitações de recursos humanos. “Pelo lado do Consulado Geral, continuaremos aqui para vos servir num esforço de melhoria constantes dos serviços consulares, embora conscientes das limitações impostas pela escassez de recursos humanos”, sublinhou. Por sua vez, o Chefe do Executivo, Chui Sai On, voltou também a frisar o contributo da comunidade portuguesa, como fez nos últimos anos. O facto de ser a última vez que esteve na celebração como líder do Governo de Macau não mereceu nenhuma menção. “Macau é uma sociedade multicultural, na qual as comunidades portuguesa e macaense têm participado e contribuído para o seu desenvolvimento harmonioso”, apontou. Chui Sai On destacou ainda o papel do Executivo nas políticas de incentivo a portugueses e macaenses: “Nos últimos 20 anos desde o estabelecimento da RAEM, o Governo tem dado uma grande importância ao papel social desempenhado pela comunidade portuguesa e macaense, respeitando a sua língua, a sua cultura, a sua religião e os seus costumes. Nesse sentido, o Governo da RAEM tem estimulado e apoiado a participação da comunidade portuguesa e macaense na construção da RAEM”, defendeu. O Chefe do Governo destacou também as visitas recentes dos chefes de Estado de Portugal e da China e a forma como Macau têm cumprido os princípios “Um País, Dois Sistemas” e “Macau governado pelas suas gentes” com alto grau de autonomia. De portas abertas Os convites para as comemorações do Dia de Portugal vão-se manter, assim como a aposta na proximidade com a comunidade. A ideia foi deixada ontem pelo Cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Paulo Cunha Alves. “Aquilo que tentámos fazer com a introdução do convite electrónico é chegar mais perto da comunidade”, apontou o diplomata à margem do evento. “Vamos tentar que as pessoas colaborem com o consulado para que nós estejamos mais perto da comunidade. O consulado não pode chegar a mais pessoas se não tiver os contactos”, acrescentou. O convite nunca foi uma forma de limitar a entrada nas comemorações do 10 de Junho. Ontem a porta esteve aberta a todos, a quem não tinha convite foi pedido o contacto para situações futuras. Por outro lado, “estamos no século XXI e são raras as excepções de pessoas sem e-mail”, disse Paulo Cunha Alves. Uma questão de sons Os discursos ontem proferidos pelo cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Paulo Cunha Alves, e pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On, foram marcados pelo ruído que se fazia à volta. A situação levou a sugestões de melhorarias para os próximos anos, uma delas passará por melhorias no sistema de som. “Temos de melhorar o sistema de som porque aqui ao fundo as pessoas tinham dificuldade em ouvir os discursos”, apontou o diplomata. No encontro que reuniu diplomatas, membros do Governo e a comunidade portuguesa terão participado entre 500 e 600 pessoas. Entre elas estiveram os embaixadores em Hong Kong de países como os Estados Unidos, Egipto, Qatar, Hungria e Austrália, onde Cunha Alves foi embaixador antes de ser colocado em Macau. Hoje Macau China / ÁsiaEstados Unidos ameaçam novas taxas se não houver avanços com China [dropcap]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ficaria “satisfeito” em impor novas taxas à China, se não surgirem avanços na próxima reunião com o Presidente chinês, afirmou o secretário de Estado do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin. “O Presidente tomará uma decisão depois do encontro”, disse Mnuchin numa entrevista difundida hoje pelo canal CNBC. Trump e Xi Jinping deverão reunir-se no final de Junho, durante a cimeira do G20 em Osaka, no Japão, a 28 e 29 de Junho. Segundo o titular do Tesouro, os Estados Unidos querem assegurar-se que os dois países irão pelo “caminho adequado para um acordo” comercial. “Se a China quer avançar com o acordo, nós estamos prontos a fazê-lo nos termos que temos. Se a China não quer avançar, então o Presidente Trump ficará satisfeito com a aplicação de mais taxas para reequilibrar a relação” entre os dois países, avisou Mnuchin. Trump e Xi reuniram-se pela última vez em Dezembro passado em Buenos Aires, onde decidiram suspender os aumentos de taxas enquanto ambas as partes intensificavam as negociações. O Governo dos Estados Unidos insistiu que actuou desta forma em resposta a uma intenção chinesa de renegociar partes do acordo já reguladas, algo que Pequim negou. “Fizemos enormes progressos. Creio que o acordo estava alcançado até 90 por cento. A China quis fazer marcha atrás em certas coisas”, disse Mnuchin. Na entrevista, o secretário do Tesouro referiu-se também ao choque entre os dois países devido ao veto de Trump à companhia tecnológica chinesa Huawei por questões de segurança. Mnuchin insistiu que a medida é unicamente uma questão de “segurança nacional” e não está vinculada à guerra comercial. Hoje Macau China / ÁsiaHuawei lança novo sistema operativo este verão [dropcap]A[/dropcap] Huawei vai lançar um novo sistema operativo para os seus telemóveis, no terceiro trimestre deste ano, avançou hoje a imprensa chinesa, depois de Washington ter proibido empresas norte-americanas de transaccionarem com a gigante chinesa das telecomunicações. O sistema pode estar pronto já em Agosto ou Setembro, segundo o jornal chinês Global Times, que cita fontes da empresa. Richard Yu, chefe executivo da divisão de consumo da Huawei, tem reiterado que é “muito provável” que a empresa avance com o seu próprio sistema operativo. A empresa não comentou, no entanto, quais serão as vantagens e desvantagens do seu sistema em relação ao Android. O sistema operativo desenvolvido pela norte-americana Google é actualmente usado nos dispositivos da Huawei, mas a decisão do Governo norte-americano de cortar o fornecimento levou a empresa a anunciar o seu próprio sistema. O fim das transacções comerciais entre a Alphabet (empresa-mãe da Google) e outras empresas norte-americanas com a Huawei deve ter um grande impacto no mercado europeu, incluindo em Portugal, onde a firma chinesa é líder no mercado dos ‘smartphones’. Seis fabricantes de componentes electrónicos americanos anunciaram já que romperam as suas relações comerciais com a Huawei. As fabricantes norte-americanas de processadores Intel, Qualcomm, Xilinx e Broadcom, a alemã Infineon Technologies e as fabricantes de chips de memória Micron Technology e Western Digital deixarão de fornecer à Huawei, por exigência do Governo norte-americano. O Governo dos EUA decretou que a Huawei tem três meses para se adaptar até ficar impedida de utilizar tecnologia norte-americana, depois de ter sido colocada numa lista negra de empresas suspeitas de fazerem espionagem para o Governo chinês. Washington acusa a empresa de utilizar os seus equipamentos, em particular de tecnologia de comunicações quinta geração (5G), para aceder a informação confidencial de outros países, em colabora com os serviços de inteligência chineses. Hoje Macau China / ÁsiaSeis condenados na Índia pela violação e morte de uma menina de 8 anos [dropcap]U[/dropcap]m tribunal da Índia condenou hoje seis pessoas pelo homicídio de uma menina de 8 anos, após repetidas violações durante vários dias, no Estado de Jammu e Caxemira, um caso que chocou o país. O principal arguido, um funcionário local agora reformado, e dois membros das forças de segurança acusados de destruir provas e aceitar subornos para encobrir os responsáveis encontram-se entre os seis condenados, disse o advogado da acusação, Mubeen Farooqui, aos jornalistas, à saída do tribunal. Havia um sétimo acusado, mas que foi considerado inocente, adiantou o advogado, antes de acrescentar que a pena a aplicar aos culpados será anunciada pelo tribunal hoje à tarde. A menor, pertencente a uma comunidade nómada muçulmana, foi sequestrada em Janeiro de 2018 na cidade de Kathua, uma área de maioria hindu de Jammu e Caxemira. A menina foi sedada e violada em grupo durante dias antes de ser assassinada e abandonada numa floresta, de acordo com a investigação policial, que concluiu também que era intenção dos autores enviar uma mensagem a essa comunidade para que não voltassem àquela zona. O caso provocou uma onda de indignação na Índia, com manifestações a pedir a condenação à morte dos culpados. Mas a violação e o assassinato também causaram tensão na região, a ponto de as autoridades terem que aumentar a segurança dos parentes da vítima e dos seus advogados, e transferir o julgamento para o Estado vizinho devido ao clima de insegurança. Todos os arguidos professavam a religião hindu e o crime ocorreu num templo da pequena cidade, o que levou alguns vizinhos e políticos locais a exigir a libertação imediata dos acusados. Um grupo de advogados tentou inclusivamente impedir que a polícia registasse acusações em Kathua em Abril de 2018. A Índia endureceu as leis contra as agressões sexuais, depois do caso de uma jovem universitária que morreu após ser violada em grupo num autocarro, em 2012, em Nova Deli, um acontecimento que chocou o país e passou além fronteiras. Hoje Macau SociedadeMacau promove ‘apagão’ em pontes e casinos em campanha de poupança energética [dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau promove hoje um ‘apagão’ em pontes, casinos e locais turísticos como forma de sensibilizar para a poupança energética, anunciaram as autoridades em comunicado. “Das 20:30 às 21:30, as três pontes que ligam Macau e a Taipa, seis casinos e alguns locais turísticos irão desligar as luzes desnecessárias, durante uma hora, como forma de adesão à conservação energética”, pode ler-se na nota do Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético. O objectivo passa por “divulgar e promover a conservação energética e sensibilizar os cidadãos para pouparem energia através da acção”, sendo feito o apelo à adesão da população. As autoridades sublinharam o facto de a iniciativa anual continuar a contar com o “forte apoio dos diferentes sectores da sociedade e de várias associações e organizações que se inscreveram para aderir à actividade de desligar as luzes, nomeadamente os serviços públicos, seis casinos, vários hotéis, bancos, estabelecimentos comerciais, alguns locais turísticos e grandes empreendimentos”. Para além do ‘apagão’ de hoje, as autoridades anunciaram que as luzes decorativas das três pontes que ligam a península de Macau à ilha da Taipa vão começar a ser desligadas mais cedo, a partir das 23:00. Hoje Macau China / ÁsiaGoverno de Hong Kong mantém proposta de lei sobre extradição apesar de protesto [dropcap]O[/dropcap] Governo de Hong Kong anunciou hoje que vai manter a proposta de lei que permite extradições para a China, na sequência do protesto maciço no domingo. “Trata-se de uma lei muito importante que vai garantir que a justiça prevaleça e Hong Kong cumpra as suas obrigações internacionais em matéria de criminalidade transfronteiriça e transnacional”, disse a chefe do Executivo da região administrativa especial chinesa, Carrie Lam, em declarações aos jornalistas. Os organizadores da manifestação de domingo afirmaram que mais de um milhão de pessoas desfilaram pelas ruas da cidade, enquanto a polícia da antiga colónia britânica indicou que o protesto juntou 240 mil participantes. A marcha de protesto decorreu sem grandes incidentes durante quase dez horas, mas cerca da meia-noite manifestantes invadiram uma zona barricada e a polícia respondeu com gás pimenta, de acordo com o jornal de Hong Kong, South China Morning Post. As alterações à lei da extradição já tinham motivado, em Abril, a maior manifestação em Hong Kong desde o “Movimento dos Guarda-chuvas”, em 2014, num protesto que reuniu meio milhão de pessoas. A proposta de lei apresentada pelo Governo de Hong Kong ao Conselho Legislativo autoriza a extradição de condenados em fuga para vários países com os quais o território não tem actualmente acordos de extradição, incluindo a China continental. Nas últimas semanas, várias petições circularam contra a proposta de lei, milhares de advogados organizaram uma marcha silenciosa e várias câmaras de comércio manifestaram preocupação. O Governo considerou esta proposta um instrumento vital para combater o crime transnacional e manter o Estado de direito, enquanto os críticos afirmaram temer que a população fique à mercê de um sistema judicial chinês opaco e politizado. A controversa proposta vai começar a ser debatida na quarta-feira no hemiciclo. Hoje Macau China / ÁsiaImprensa chinesa culpa “interferência estrangeira” por protestos em Hong Kong [dropcap]A[/dropcap] imprensa chinesa culpou hoje a “interferência estrangeira” pelos protestos deste fim de semana, em Hong Kong, contra a proposta de lei que permite extradições para a China, acusando os organizadores de “conluio com o Ocidente”. Os organizadores da manifestação de domingo afirmaram que mais de um milhão de pessoas desfilaram pelas ruas da cidade, enquanto a polícia da antiga colónia britânica indicou que o protesto juntou 240 mil participantes. O Governo considerou esta proposta um instrumento vital para combater o crime transnacional e manter o Estado de direito, enquanto os críticos afirmaram temer que a população fique à mercê de um sistema judicial chinês opaco e politizado. A controversa proposta vai começar a ser debatida na quarta-feira no hemiciclo. Em editorial, o jornal oficial Global Times minimizou, na segunda-feira, o protesto de domingo, um dos maiores da região semi-autónoma, desde o retorno à China, em 1997. “Deve-se ter atenção que algumas forças internacionais fortaleceram significativamente as suas relações com a oposição de Hong Kong recentemente”, afirmou o jornal, acusando os opositores de “conluio com o Ocidente”. O jornal refere reuniões entre membros da oposição de Hong Kong com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e com a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi. O jornal chinês China Daily afirma ainda que 700 mil pessoas assinaram uma petição online em apoio ao projecto de lei, e que acredita que muitos manifestantes “foram enganados pela oposição e os seus aliados estrangeiros”. Imagens aéreas das ruas de Hong Kong, cheias de manifestantes, percorreram o mundo neste fim de semana. Na China continental, porém, os acontecimentos não foram noticiados. João Luz VozesLiberdade [dropcap]E[/dropcap]terna fome da alma, torrente imparável que destrói todos os obstáculos com força de elemento natural. Chama mais brilhante que se alimenta do combustível da opressão e da violência. Denominador comum de todos os mortais, aspiração dos imortais, transversalmente universal como a carne e o sangue, como um impulso de amor. A busca da liberdade confere humanidade como a ânsia pela transcendência e a habilidade de sonhar, uma avassaladora paixão que tolda os sentidos até ser consumada, como uma nuvem carregada que já não aguenta conter o derrame líquido. O grito que se solta e repele o cheiro a cárcere que se entranha no corpo e espírito, que quebra as amarras da submissão, que derrota iniquidades e exércitos de servidão. A liberdade não se domina ou modera, o seu exercício é absoluto, soberano, maior que todas as doutrinas e ideais combinados. A sua força pode parecer enfraquecida, latente, mas nunca se extingue, impossível de não cumprir o desígnio de concretização como uma maré que sobe empurrada pela massa dos astros. Expressão máxima do que é o Homem, natureza e condição humana em acção. Musa de poetas e filósofos, matéria onírica, pesadelo dos tiranos, doce e vingativa revolução que paira por cima de todas as ditaduras como uma tempestade inevitável. Simplicidade que derrota a prepotência, maioridade que ganha ao infantilismo a que os déspotas votam os seus súbditos, clarão luminoso que leva a verdade ao mais obscuro recanto. Uns quantos teorizaram que todos os homens e mulheres estão condenados a ser livres, que essa é a sua génese, a página em branco desde o primeiro segundo de vida, a condição na qual se nasce. Outros entendem que jamais alguém será totalmente livre, que o mundo vive acorrentado à pessimista equação entre desejo e escolha consciente. Onde quer que esteja a chama da verdade, entre natureza bruta e fria racionalidade, os raios de sol vão sempre iluminar a treva. Entre as muitas mentes brilhantes que se debruçaram sobre o tema, há quem entenda a liberdade como uma emanação material, longe das teorizações burguesas metafísicas e ideais abstractos, a satisfação de se poder ser e fazer. Também é comum descrever-se a liberdade como uma espécie de fronteira que demarca onde um indivíduo acaba e o outro começa, a barreira que circunscreve uma unidade de vida e a divide da seguinte. A questão dos limites da liberdade condicionada socialmente está no cerne da verdadeira definição do que é ser livre. Estarão as várias liberdades individuais conectadas e dependentes umas das outras? A condição de se ser livre é algo pessoal ou social? Apesar da validade teórica e ética de uma liberdade que se realiza no confronto individual, a sua acepção pessoal vinca a existência. A característica intrínseca, inerente à pessoa, faz com que mesmo o encarcerado seja naturalmente livre. A certeza desta autonomia ultrapassa todas as celas, métodos de controlo, violência de Estado, terror assassino, doença e mesmo a inevitabilidade da morte. Apesar de amordaçado, o grito de liberdade esgueira-se entre os dentes, como um sopro que se agiganta. Fora do plano teórico, ser livre na sociedade em que vivemos pode reduzir-se ao simples privilégio de não nos chatearem os cornos, de termos acesso ao luxo do silêncio fora do alcance do WIFI. Sair de cabeça erguida do labirinto de produção e consumo onde meio mundo anda perdido, cumprindo a profecia de Debord do cativeiro do entretenimento e das falsas escolhas. Acordar para dias formatados por obrigações de toda a ordem, viver contido, confortável em passividade segura, evitando ao máximo o risco e o perigo de ser desbragadamente livre, para além dos limites das convenções sociais e até das leis. A liberdade é difícil de definir. Já a submissão é mais fácil de identificar, sente-se na pele, aterroriza os que ainda não foram aprisionados, fustiga a pele de quem ousa dizer uma palavra verdadeira, castra a criatividade e a expressão artística. O problema para quem aspira ser livre é que também a violência é inerente ao ser humano. Enquanto a experiência da humanidade durar, duas forças contraditórias vão continuar um conflito sem tréguas: liberdade e subjugação. José Simões Morais h | Artes, Letras e IdeiasSer português [dropcap]H[/dropcap]oje, dia de Portugal gostaria de dar existência ao estar português de quem consegue englobar versus os globalizadores que, saídos das modernas escolas europeia usam apenas o pensar anglo-saxónico como forma de ser, fazendo-se como centro e só a si se vêem. Heraclito versus Demócrito. A pena que trago em mim devo-a à demissão no momento em que obrigaram os professores a dar as aulas, sem lhes permitir que estas pudessem acontecer e por isso a formatação da juventude num formal pensamento concreto, sem a abstracção do espaço a possibilitar ao Ser realizar-se pela harmonia no estar. Isto ocorreu em Portugal, nas Escolas de formação dos professores nos finais dos anos 80 do último século do II milénio. Apenas interessava ensinar o saber fazer sem des-cobrir o lugar do estar. Por tudo isto deixei de leccionar, teriam esses estudantes hoje os seus quarenta e tantos anos e são dessa estirpe os actuais ocupantes dos lugares de chefia na maioria das instituições portuguesas. Educados com uma realidade Absoluta apenas para o mercado de trabalho, não lhes foi dado o espaço do espírito do estar fora da materialidade e assim, apenas pelo valor do material e suas relações fazem a existência. Para terem de provar e a maximizada glória de serem reconhecidos, foram-lhes entregues os lugares do poder, tratando os seus semelhantes como escravos, como eles o são. Homens sem espírito Não foi bonito como o actual cônsul tratou a idosa comunidade portuguesa de Macau. Para revelar o afastamento e a pouca importância que dá aos antigos portugueses residentes em Macau, ou melhor, o desconhecimento que tem sobre essa população, o cônsul com os seus quarenta e muitos anos de idade, resolveu mostrar a sua modernidade e ao contrário do que sempre aconteceu para a recepção na Residência Consular no evento relativo ao 10 de Junho, apenas permite aí entrar quem de forma electrónica se inscrever. Justificação: esta é uma alteração que se prende com a necessidade de se adoptarem práticas mais condizentes com o século XXI. Ora aqui está a razão da atitude [pouco simpática e educada] do cônsul português de Macau à saída do Clube Militar, de olhando para um grupo de portugueses aí reunidos, virar a cara sem sequer esboçar um qualquer sinal de cumprimento. Nós já vivemos no primeiro século do III milénio e o cônsul está ainda num espaço de uma continuidade do passado e por isso não nos viu, pois ocupamos distintos lugares de existência. Creio ser isso que distingue os antigos portugueses residentes de Macau do último século do II milénio, dos reinóis que, após a passagem da administração portuguesa para a chinesa, a Macau chegaram adejados e envergando aventais trazendo o fito de nos venderem o ópio da sua Absoluta civilização. Chegaram para ensinar a saloíce de quem traz as verdades com que culturalmente foram educados e assim vestidos, vêm investidos na presunção da importância das suas autoridades estatutárias. Nesse bullying nos tratam como foram tratados e ensinados a observar pelo semelhante destroem tudo o que à volta deles é diferente, sem atenção ao outro pois educados pela competição sem espaço para o que os contradiz, não o entendem, logo não existe. Os portugueses devem a existência ainda de Macau [para além dos maquistas] aos que em meados do século XX chegaram sobretudo como militares e aqui se quedaram casando e constituindo família, permitindo a continuidade da comunidade portuguesa. Devido à sua actual idade não fazem uso das novas tecnologias e assim, não puderam escolher os conteúdos da TDM, nem podem agora assistir na casa consular à festa do 10 de Junho, restrita à nova geração de reinóis para aqui enviada com o intuito de explicar o caos, com que lhes arquitectaram a sua existência, aos que reconhecem haver ordem no Universo. Com direitos individuais, pois crêem ser os últimos a sair da mesa do banquete, ainda não perceberam que se assim for têm autofágica-mente de se comer a si próprios, quando acabada a comida para o qual servirão os que à sua volta se encontram. Choro mascarado de riso Na máscara do desenho que envolve este palco do teatro da vida aqui narrado, revemos o atomista Demócrito e o seu riso mascarado de quântico Heraclito choro. A arte representa a mentira mais verdadeira que a própria verdade e por isso Pessoa nos dá a dor como fingida dor que é dor que deveras sente. Mas actualmente já não se sente, pois não se está, apenas se É; ser com uma autoridade estatutária, sem trazer a Natural e a do Saber, que vem subvertida com as Verdades apreendidas de Escola. VER traz pelo espelho o reflectido ЯЭVЄR. Com o Demócrito riso mascarado de Heraclito choro pretendemos demonstrar que, choramos por entender haver uma mão que desmancha para não nos apercebermos do caminho, já sem o movimento de representação para construir a realidade, mas temerariamente rimos dos retratos com que nos vamos agrilhoando como Ser Humano; ainda Vivo? Se esse movimento expansivo nas faces, rir de contente não me é permitido pois só um tolo se ri ao deitar fora as jóias herdadas dos seus antepassados, contraindo a face percorro as rugas do tempo que leva o choro a ver as memórias a perderem-se. Por falta de atenção, ao caminhar construímos as imagens mentais alicerçadas em retratos, fragmentos sem representação que tomamos como Verdades. E por essas jóias perdidas recebemos joio. A palha com que enchemos o nosso templo. Em realidades ligadas ao formal de uma cartesiana ciência, não se realiza o momento de mutação do Presente, yin complemento yang, movimento reflectido que respira na harmonia do Universo, abrangência do Espaço por onde Espinosa [a ser pisado] nos trouxe as emoções do caminhar e Einstein complementou com os três módulos da relatividade das mutações. Esgravatamos cientificamente até ao nano, quando as proporções estão desde a Antiguidade representadas na geometria sagrada das Pirâmides. Caminhar para abrir à mente as portas do espelho pela reflexão e não pela projecção e por isso o mar para Portugal. Há necessidade de rever o conceito de civilização na Ocidental mentalidade, que velha niilista não deixa passar à idade do idoso. Vive actualmente centrada em si mesma como adulta ilha e não consegue reflectir-se continental-mente pelo outro. Vemos os que trabalham por Portugal a serem dizimados e governados pelos que comprados pelo joio pretendem que este país entre pelo multi-nacional e não pelo Universo da idade, de quem pelas diferentes civilizações se encontra na gramática do sagrado estar divino. E daí o riso de quem ao chorar pela tragédia encara a ironia da comédia na figura que está a representar pelo tanto rir que o choro lhe provoca, e realiza o que resta da memória pelos restos dos alimentos nas bordas da boca, confins da História, vislumbradas pelas emoções do viver: as linhas com que desenhamos o auto-retrato. Pela vibração do som falado, explicado na realidade da acção, desapertamos o nó górdio. Sérgio Fonseca DesportoGP Macau | Cinco construtores esperados na Taça do Mundo de GT [dropcap]J[/dropcap]á são conhecidas as primeiras informações sobre a quinta edição da Taça do Mundo de GT da FIA que se disputará no programa da 66ª edição do Grande Prémio de Macau. A edição do ano passado teve boa adesão por parte dos construtores, mas só conseguiu reunir catorze viaturas, o número limite para a prova se realizar. Este ano é esperada uma grelha de partida mais composta. Na conferência de imprensa de apresentação do Grande Prémio, no mês passado, Chong Coc Veng, Coordenador da Subcomissão Desportiva da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, referiu que “as equipas da FIA e da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau (COGPM) tomaram já medidas com o objectivo de atrair mais pilotos a Macau e para melhorar ainda mais a corrida para o espectadores.” A prova continuará a ser co-organizada pela influente SRO Motorsports Group que, numa comunicação enviada às equipas na passada quarta-feira, esclarece que o “formato manter-se-á praticamente inalterado: com pilotos e equipas apoiados pelos construtores em luta por um dos mais prestigiados títulos das corridas de GT”. A estrutura do fim-de-semana da Taça do Mundo também não sofrerá alterações, estando previstos dois treinos-livres de 30 minutos, uma sessão de qualificação com a mesma duração, uma corrida de qualificação de 12 voltas, provavelmente a ser realizada no sábado do evento, e a corrida decisiva de 18 voltas, ou 75 minutos, no domingo. Como é tradição, as viaturas participantes também deverão ser expostas na Praça do Tap Seac no fim-de-semana que antecede o evento, proporcionando à comunidade local um contacto muito próximo com algumas das máquinas que irão animar o fim-de-semana de 16 e 17 de Novembro. Para além da importância do triunfo na prova, os concorrentes também irão contender pelas 725,000 patacas, em prémios monetários, que estarão em jogo. Quem virá? Neste momento ainda é cedo para prever quem serão os pilotos e equipas que irão marcar presença no Circuito da Guia em Novembro. No entanto, segundo a comunicação enviada aos potenciais intervenientes, “nesta fase inicial estamos a contar com pelo menos cinco construtores”. O ano passado cinco construtores disseram “sim” ao desafio de Macau – Audi, BMW, Mercedes-AMG, Nissan e Porsche. Os quatro gigantes da indústria automóvel germânica deverão repetir a presença este ano, tendo a BMW, que venceu o ano passado com o brasileiro Augusto Farfus, e a Porsche já admitido as suas intenções publicamente. A Bentley, a Honda, a Lamborghini e a Nissan são outros construtores que também estarão a ponderar um regresso à RAEM. Além dos pilotos “Ouro” e “Platina” segundo o ranking da FIA, a prova irá aceitar a presença de pilotos “Prata”. Para incentivar a presença dos mesmos, haverá prémios monetários para os três melhores classificados. Os dois pilotos de automobilismo mais representativos do território, os portugueses André Couto e Rodolfo Ávila, são únicos categorizados pela FIA como “Silver”. O período de inscrições para a prova dura de 28 de Junho até ao dia 31 de Agosto. Contudo, a lista de inscritos só será tornada pública na habitual Conferência de Imprensa da COGPM no mês de Outubro. Hoje Macau EventosGastronomia | Chefe Vítor Matos no Clube Militar [dropcap]O[/dropcap] chefe português Vítor Matos regressa, a partir de hoje a Macau, para liderar o festival de gastronomia e vinhos de Portugal, organizado pelo Clube Militar, que assinala este ano o 149.º aniversário. Até 19 de Junho, Vitor Matos e os chefes-assistentes João Araújo e Helena Castro vão contribuir para a promoção da gastronomia portuguesa no território, anunciou o Clube Militar. Este festival integra também a programação “Junho – Mês de Portugal”, promovido pelo Consulado-geral de Portugal em Macau, no âmbito da celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Com um percurso profissional dividido entre Portugal e a Suíça, Vitor Matos, de 42 anos, estudou cozinha e pastelaria, entre 1992 e 1995, em Neuchâtel, Suíça. Ao longo de mais de 20 anos de carreira, conquistou várias distinções, incluindo a atribuição de uma estrela Michelin para o seu restaurante Antiqvvm, no Porto, no ano passado. Esta é a segunda vez que Vitor Matos apresenta a sua “cozinha de sabores e aromas tradicionais de Portugal” no Clube Militar, onde em 2016 liderou este mesmo festival de gastronomia e vinhos. Raquel Moz EventosExposição | Fotos premiadas de Eduardo Leal na Fundação Rui Cunha São imagens que sugerem uma dança de sacos ao vento que envolvem arbustos quase estrangulados e sem vida. A beleza das fotos é inquietante. E deu vários prémios mundiais ao fotojornalista Eduardo Leal, que a partir de amanhã expõe o trabalho na FRC [dropcap]A[/dropcap] multipremiada exposição “Plastic Trees” de Eduardo Leal é inaugurada amanhã, às 18h30, na galeria da Fundação Rui Cunha, onde ficará patente ao público durante duas semanas. É um conjunto de imagens que demonstram a presença dos resíduos plásticos nos lugares mais recônditos, uma visão sobre o lixo resultante do excesso de consumo a nível mundial. “A série ‘Plastic Trees’ foi feita para chamar a atenção para este problema, com foco na disseminação de sacos plásticos no Altiplano Boliviano, onde milhões de sacos viajam com o vento até se enredarem nos arbustos nativos”, pode ler-se na página web da FRC. A mostra reúne as imagens de uma série que valeu ao autor, mestre em fotografia documental, vários prémios internacionais, como os Sony World Photo Awards, o Lens Culture Earth Award, os Moscow International Photo Awards e o prémio Estação Imagem nacional. Foi ainda finalista do galardão Atkins CIWEM, para a Melhor Fotografia do Ano em termos de Ambiente. Eduardo Leal, que desde 2016 é professor convidado da Universidade de São José em Macau, viveu vários anos na América do Sul, onde trabalhou como fotojornalista para diversas publicações de prestígio, como a Time, The Washington Post, Al Jazeera America, ou CNN, entre muitas outras. Nos arredores de Uyuni Em entrevista à revista holandesa de fotografia contemporânea, Lens Culture, cujo prémio principal arrecadou em 2015, Eduardo Leal contou que durante anos viajou pelo mundo inteiro, mas especialmente pela América Latina e pela Ásia, onde sempre se incomodou com as bonitas paisagens estragadas pela quantidade de lixo e de detritos. “E a maioria são sacos de plástico”. “Decidi, então, fazer algo para chamar a atenção para o problema. Mas sabia que seria difícil fotografar sacos de plástico e torná-los visualmente interessantes para o espectador”. Demorou, segundo revelou à referida publicação, anos até encontrar o modo certo de exprimir o que sentia. “Um dia, quando caminhava pelos arredores da cidade de Uyuni, na Bolívia, encontrei este lugar incrivelmente belo, coberto de sacos de plástico. Naquele momento, tive a certeza que era ali que iria fazer algo sobre o tema”. O que fez foi testar a luz e a perspectiva, até descobrir como registar não só a beleza, mas também o significado daquelas imagens. “Foi uma questão de voltar ao mesmo local, dia após dia, à mesma hora, de modo a captar a luz de forma consistente e procurar os objectos para mim mais cativantes”, fazendo questão de acrescentar que “produzi estas minhas composições movendo-me apenas à volta das árvores e procurando os melhores ângulos. Nunca toquei em nenhum saco de plástico nem encenei os objectos fotografados. Isso é muito importante para mim: trabalhando como fotojornalista, tenho consciência da importância de não arranjar as fotos ou manipular a verdade”. A única coisa que admite ter alterado no local, para poder fotografar, foi o buraco que escavou com as próprias mãos, tentando obter “a perspectiva certa para transformar os pequenos arbustos em árvores”. De facto, as “árvores de plástico” são pequeníssimos arbustos, “o maior não sendo mais do que o tamanho de duas mãos”, que Eduardo Leal procurou recriar como árvores, “numa tentativa metafórica de demonstrar a dimensão do problema”, confessou à Lens Culture. O drama dos sacos No final do trabalho, “completamente diferente de tudo o que havia feito até à data”, ficou sem saber que destino dar ao conjunto de imagens, “já que as plataformas para as quais eu costumava trabalhar, não estavam interessadas neste tipo de projectos conceptuais”. Felizmente, o resultado foi “deslumbrante” e “intrigante” o suficiente para o colocar na linha de vários prémios internacionais, fazendo o público reflectir e questionar-se sobre o drama subjacente: a poluição do planeta. No manifesto da exposição da FRC, Eduardo Leal refere mesmo que “o mundo consome 1 milhão de sacos de plástico por minuto, sendo o objecto de consumo mais omnipresente” a nível global. “O problema é ainda mais grave nos países com maiores dificuldades, onde as infra-estruturas de gestão de resíduos não estão realmente desenvolvidas. A acumulação de sacos plásticos no meio ambiente causa deterioração das paisagens, dos solos agrícolas e está associada à morte de animais domésticos e selvagens”. A mostra pode ser visitada até ao próximo dia 24 de Junho. Hoje Macau DesportoPortugal vence Holanda e conquista Liga das Nações [dropcap]U[/dropcap]m golo de Gonçalo Guedes permitiu hoje à selecção portuguesa de futebol conquistar a primeira edição da Liga das Nações, com um triunfo por 1-0 na final com a Holanda, no Estádio do Dragão, no Porto. O jogador do Valência, que substituiu no ‘onze’ João Félix em relação às meias-finais, resolveu o encontro aos 60 minutos, com um remate à entrada da área, após um passe de Bernardo Silva. O conjunto das ‘quinas’ arrebatou o segundo título internacional da sua história, depois do campeonato da Europa de 2016, então numa final com a anfitriã França (1-0, após prolongamento), graças a um golo de Éder. https://www.youtube.com/watch?v=3q0dV3SrsoU Hoje Macau SociedadeDSAMA | Concurso da Nam Kwong em análise [dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) está a analisar o concurso público por si organizado em que as três propostas apresentadas estão ligadas à empresa Nam Kwong. Em causa estão os trabalhos de renovação do sistema de combustíveis no Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior. No concurso foram apresentadas três propostas, duas das quais foram rejeitadas, e todas tinham a Companhia de Produtos Químicos e Petrolíferos Nam Kwong como accionista. “A DSAMA está analisar o caso em questão. Por enquanto, não há mais informação disponível” afirmou o organismo, ao HM. Segundo uma decisão do Tribunal de Segunda Instância, validada pelo Tribunal de Última Instância, quando num concurso público há mais do que uma proposta com o mesmo accionista as mesmas devem ser rejeitadas porque colocam em causa o princípio da concorrência. Hoje Macau SociedadeTáxis | Quinze infracções desde 3 de Junho [dropcap]F[/dropcap]oram registadas 15 infracções desde a entrada em vigor da nova lei de táxis no passado dia 3 de Junho. A informação foi adiantada por Vong Vai Hong, segundo comandante do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), ao canal chinês da Rádio Macau. As infracções envolveram essencialmente o abuso na cobrança de tarifas, a recusa do transporte e falta de identificação do condutor. O responsável afirma ainda que as autoridades têm intensificado as acções de Inspecção e consideram que a medida tem produzido efeitos satisfatórios. Vong Vai Hong referiu também que foram instaladas 350 paragens de táxis para satisfazer as necessidades do público. Hoje Macau SociedadePorto Interior | Choque de navios de carga sem feridos [dropcap]D[/dropcap]ois navios de carga colidiram ao fazer o percurso entre o terminal marítimo de passageiros da Taipa e o canal do Porto Interior, segundo informação do canal chinês da Rádio Macau. Não foram registados feridos entre a tripulação, mas um dos navios afundou parcialmente. Os dois navios são suspeitos de transportar sobrecarga e de violar as regras de navegação, informou a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA). Às 8h10 da manhã de ontem, as pessoas foram evacuadas de urgência do navio que estava a inclinar e a tombar lateralmente dentro da água. Foi relatado que havia pó de pedra dentro da embarcação e que o navio ficou encalhado na proximidade do Porto Interior, representando um potencial bloqueio à navegação através do canal. A DSAMA alerta os navios para prestarem atenção no local e anunciou que vai colocar instruções temporárias e emitir sinais marítimos de aviso. Sofia Margarida Mota SociedadeGalgos | Últimos cães do canídromo partem hoje para a Austrália São três os galgos do canídromo que partem hoje para a Austrália, terminando assim o processo de realojamento internacional de mais de 500 cães abandonados pela Yat Yen. Albano Martins está satisfeito com a operação de realojamento feita em tempo “recorde” [dropcap]O[/dropcap]s últimos três galgos que têm como destino o exterior, partem hoje da Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA – com destino à Austrália. Fazem parte de um grupo de 18 animais destinados especificamente àquele país, como forma de alerta. “A 26 de Outubro começámos a trabalhar e a mandar os primeiros galgos para fora e no dia 26 de Março fechámos o canídromo, ou seja em seis meses o canídromo encerrou. Isto não significa necessariamente que todos os animais tivessem realojados porque nós guardámos os galgos para irem para a Austrália apenas para chatear os australianos da indústria” das corridas de cães, apontou o presidente da ANIMA, Albano Martins, ao HM. De acordo com o responsável “99 por cento daqueles galgos, vieram da Austrália ao longo destes anos todos e portanto tinha algum interesse que a ANIMA conseguisse colocar alguns animais naquela país”, até para que a questão das corridas seja publicamente discutida. No canídromo de Macau, ao longo do seu funcionamento com a exploração de corridas, morreram entre 15 a 18 mil animais, acrescentou Albano Martins. Na ANIMA ainda vão ficar cinco galgos, todos eles animais do canídromo que vieram já depois do encerramento, sendo que três deles “provavelmente poderão ser adoptados localmente pela famílias que os estão a realojar”. Dos 532 galgos deixados nas instalações do canídromo pela empresa que detinha a exploração das corridas de cães, a Yat Yuen, até Junho do ano passado, 15 morreram, 307 foram enviados para os EUA, 60 para Itália, 70 para o Reino Unido, 15 para França, cinco para Alemanha e 26 para Hong Kong. Os restante foram adoptados pela própria ANIMA. Ligados à causa Apesar de “satisfeito” com o resultado do realojamento dos animais em tempo “recorde”, Albano Martins admite que se tratou de “uma operação complicada”. “Fomos colocados de repente nesta situação de resolver a situação de 532 animais que estavam vivos e prometemos que a resolvíamos. Acabámos por resolver em muito menos tempo”, disse. O processo foi realizado com “muito esforço”, até porque “o investimento não tem em conta apensas o dinheiro, mas também os esforços que envolveram toda uma organização que estava dedicada essencialmente a animais de rua”, apontou sublinhando que todo o trabalho foi feito de forma gratuita com os “poucos meios” de que a associação dispunha. Já em termos financeiros, “a ANIMA terá gasto cerca de meio milhão de patacas e não teve nenhum apoio financeiro local”. Recorde-se que a Yat Yuen suportou custos, no montante de 70 milhões de patacas. Terra condicionada Entretanto, a ANIMA continua a atravessar dificuldades financeiras, mas a maior preocupação de Albano Martins prende-se com a conquista da concessão definitiva do terreno de Coloane que, para já, está limitado a contratos de cedência anuais. “O terreno é a questão que mais nos preocupa porque se nos for assegurado o terreno nós podemos crescer”, referiu. A parcela de terra está neste momento ocupada com “barracas” que abrigam cerca de 50 cães. Não sendo destinada a edificação, estas barracas são consideradas ilegais e têm sido o argumento das Obras Públicas para negar a concessão definitiva. Mas Albano Martins não cede. “Se for necessário tiramos o telhado de chapa e pomos umas sombrinhas. Vamos ter que negociar com as obras públicas porque não vamos matar os animais para poder satisfazer as condições do Governo para nos cederem o terreno”, apontou o responsável. “Mandarmos matar cerca de 50 animais para nos poderem dar a concessão do terreno é coisa que a ANIMA não vai fazer”, sublinhou Albano Martins que considera que a origem do impasse da concessão definitiva terá que ver com “alguma má vontade provavelmente ou com alguns burocratas no meio deste percurso todo.” Juana Ng Cen PolíticaTrabalho | Ella Lei pede revisão de orientações para dias de tufão [dropcap]C[/dropcap]omo a legislação das relações de trabalho não estabelece se os trabalhadores devem apresentar-se ao serviço em dias de condições atmosféricas adversas, como quando passam tufões, Ella Lei interpelou o Governo para esclarecer as dúvidas nesta matéria. A deputada pretende também saber se após a retirada do sinal n.º 8 de tempestade tropical os trabalhadores têm de regressar aos postos. Para já, empregados e patrões só têm como orientação o documento “Aspectos a ter em conta pelas partes laborais em situações de tufão, chuvas intensas, trovoada e storm surge” distribuído pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Ella Lei recorda que nos dois últimos anos Macau sofreu com a passagem de dois super tufões e que é necessário que a DSAL tenha em conta o desenvolvimento social, as condições de tráfego e de clima para rever as indicações a dar às partes envolvidas na relação laboral. A deputada, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau, pergunta se a DSAL pretende introduzir medidas de “circunstâncias extremas”, como em Hong Kong, e se vão ser elaboradas normas e regulamentos mais claros para empresas privadas. Andreia Sofia Silva PolíticaAgências de emprego | Activista contesta palavras de Vong Hin Fai Benedicta Palcon contesta as palavras do deputado Vong Hin Fai quanto à legalidade da ONG que dirige, afirmando que qualquer pessoa ou entidade tem, aos olhos da lei, o direito à petição. Na carta dirigida a Ho Iat Seng, e que é assinada por seis responsáveis por ONG, pede-se que a proposta de lei seja suspensa até que as associações de trabalhadores migrantes sejam ouvidas [dropcap]A[/dropcap] porta-voz da associação Greens Philippines Migrant Workers Union, Benedicta Palcon, disse ao HM que o deputado Vong Hin Fai não tem razão quando diz ser necessário verificar a existência legal das associações que representam os trabalhadores migrantes antes de agendar uma reunião sobre a revisão da lei das agências de emprego. “Foi-nos explicado que as leis de Macau garantem o direito de petição e que não existem restrições sobre o seu registo ou sobre o facto de serem ou não associações de Macau”, referiu. A petição assinada por representantes de seis associações de defesa dos direitos dos trabalhadores migrantes foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, em Abril deste ano. Erik Lestari, porta-voz do grupo Indonesian Migrant’s Rights Advocate, adiantou ao HM que ainda não foi agendada qualquer data. Na última reunião da 3ª Comissão Permanente da AL, que actualmente analisa na especialidade a proposta de lei relativa às agências de emprego, Vong Hin Fai adiantou que é necessário verificar a existência legal destas associações. “Em primeiro lugar, temos de saber se estas seis entidades existem de facto, ou não, em Macau, ou seja, são registadas em Macau. Vamos através do nosso gabinete de relações públicas contactar estas seis entidades para verificar se existem ou não”, apontou. Uma consulta ao Boletim Oficial da RAEM permite concluir que apenas duas destas associações estão registadas. O Grupo de Concernente Trabalhadores Migrante Indonésios Peduli foi registado em 2010, enquanto que a Associação dos Trabalhadores Migrantes Indonésios em Macau publicou os estatutos em 2008. No que diz respeito à Federação Internacional dos Trabalhadores Domésticos, trata-se de uma ONG presente em todo o mundo, estando representada nesta iniciativa por Fish Ip, coordenadora para a zona da Ásia-Pacífico. Silêncio total Na petição enviada a Ho Iat Seng pede-se a suspensão da discussão da análise na especialidade do referido diploma até que as entidades que representam os trabalhadores migrantes sejam ouvidas, uma vez que estes são os principais visados pela alteração da lei. “O Governo da RAEM não deveria adoptar a proposta de lei até que os representantes dos órgãos que defendem os trabalhadores migrantes sejam ouvidos de forma adequada”, lê-se. Além disso, os peticionários defendem que, “apesar dos trabalhadores não residentes (TNR) serem os mais visados neste processo de revisão, estamos, na maioria, excluídos”. “Não estamos informados sobre o processo e não conhecemos a proposta de lei. Esta e todos os documentos relacionados estão escritos em chinês e português e não estamos aptos a compreender o que está escrito e discutir esses pontos de forma apropriada. Não estamos conscientes da existência de qualquer consulta pública ou de outra submissão de opiniões que tenha tido lugar”, acrescentam. Além de pedirem o fim das cauções pagas por parte dos TNR, é também exigida a criação de uma lista, a cumprir por parte das agências de emprego, quanto às responsabilidades a assumir num processo de recrutamento. Os peticionários pedem que as agências utilizem documentos numa linguagem que os TNR compreendam, além de defenderem o fim de “quaisquer formas de intimidação”. “Quaisquer acções de intimidação por parte das agências de emprego deveriam ser proibidas. Muitas vezes as agências intimidam os TNR a fim de os forçar a pagar cauções ou a seguirem ordens irracionais”, referem. Os deputados receberam ainda o pedido para que a nova proposta de lei “garanta que os TNR não devem assumir quaisquer custos, dívidas ou cumprir trabalho forçado durante os processos de recrutamento e emprego”. Neste sentido, é dito no documento que a obrigação do pagamento de cauções deixa os TNR em situação de dívida e trabalho forçado. “O estabelecimento do pagamento de uma caução à agência, que é 50 por cento do primeiro salário mensal, a pagar após os primeiros 60 dias de emprego, deixa-os numa situação de dívida. As agências podem colaborar com os empregadores para contratar e despedir trabalhadores a fim de obterem mais lucros.” Nos primeiros 60 dias de trabalho com o novo empregador, um trabalhador “pode sofrer abusos” e ser “silenciados por parte das agências para que estas recebam a totalidade das cauções”. Sendo assim, o Governo deveria esclarecer, na proposta de lei, o conceito de “remuneração base”. A petição denuncia ainda a recolha de pagamentos extra por parte das agências de emprego. “Não são claras as actividades ou serviços pelos quais uma agência pode cobrar. As agências acrescentam custos adicionais, relacionados com exames médicos ou alojamento, para receber mais dinheiro dos trabalhadores.” É também exigido o aumento das sanções a aplicar caso as agências não cumpram a lei. Hoje Macau PolíticaSegurança Social | AL aprova transferência de 3% dos ‘lucros’ para Fundo [dropcap]A[/dropcap] Assembleia Legislativa (AL) aprovou na quinta-feira, na generalidade, uma proposta de lei que prevê transferir 3 por cento do saldo do orçamento do território para o Fundo da Segurança Social, para responder à pressão do envelhecimento acelerado da população. A proposta de lei foi aprovada por unanimidade. “Esta proposta é para aumentar as vias de receita do fundo” de forma a garantir o funcionamento sustentável do regime de segurança social de Macau, afirmou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, na AL. A intenção é acautelar o aumento do encargo com as pensões de idosos, dado o “envelhecimento da população da Região Administrativa Especial de Macau [RAEM] no futuro, a um ritmo acelerado”, de forma a “consolidar a estabilidade financeira a médio e longo prazo”, explicou. A grande maioria dos deputados que usou da palavra demonstrou alguma preocupação com o facto de, se e quando, as receitas do jogo diminuírem, os 3 por cento anuais poderem ser um valor bruto insuficiente, sugerindo, nos anos em que as receitas do jogo sejam menores que a percentagem suba para os 4 ou mesmo 5 por cento. O vice-presidente do Conselho de Administração do Fundo de Segurança Social, Un Hoi Cheng, presente no debate, informou que neste momento as reservas do Fundo cifram-se nas 83,7 mil milhões de patacas. “Esperemos aumentar a médio longo prazo o Fundo de Segurança Social”, garantiu o secretário para a Economia e Finanças. Hoje Macau PolíticaTransportes | Lam U Tou quer coordenação entre metro e autocarros [dropcap]L[/dropcap]inhas que garantam a transferência de circulação dos passageiros que utilizam o Metro Ligeiro e os autocarros é o pedido de Lam U Tou ao Executivo. Em declarações ao jornal do Cidadão, o presidente da Associação da Sinergia de Macau disse que “não havendo oferta para as deslocações entre o Metro Ligeiro e os autocarros, é difícil que a entrada em funcionamento do metro seja útil”. Estas declarações surgem em resposta à intenção do Governo de reduzir os autocarros com a entrada de funcionamento do Metro Ligeiro, medida que para Lam não se justifica. O líder associativo defende ainda que as tarifas dos autocarros devem ser distintas entre residentes e turistas para evitar o abuso dos visitantes no uso dos transportes públicos locais. Para o efeito, o presidente da Sinergia de Macau sugere a emissão de passes pessoais para que as tarifas possam ser diferentes. «1...163164165166167168169...272»
Raquel Moz Sociedade10 de Junho | Comunidade quer preservar valores e cultura portuguesa [dropcap]A[/dropcap] cerimónia do hastear da bandeira portuguesa e a romaria à Gruta de Camões são actos públicos que todos os anos marcam o início das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Este 10 de Junho não foi diferente e a comunidade voltou a reunir-se para o tradicional evento protocolar. As diversas escolas de ensino português e luso-chinês trouxeram os alunos ao Jardim Camões, para declamarem versos do grande poeta da literatura lusófona, antes de subirem à gruta para depositarem ramos de flores aos pés da estátua. O ritual, tantas vezes repetido por muitas das personalidades presentes, sobretudo as que cresceram e estudaram em Macau, continua a ter importância e significado especial para a comunidade macaense e portuguesa local. “Vim quando era miúda, os meus pais gostavam de aqui vir e traziam-me com eles, depois com os meus filhos e hoje venho com os meus netos. Há sempre um sentimento de continuidade e de transmissão de valores que me são caros. Acho que isto é fundamental”, declarou a antiga presidente da Assembleia Legislativa, Anabela Ritchie, que foi professora do ensino secundário em língua portuguesa no território por mais de uma década. Depois de assistir a tantas cerimónias do Dia de Portugal em Macau, não considera ter havido grandes alterações no formato ou no sentimento dos participantes. “Acho que não mudou muito. Quando termina, levamos para casa um sentimento que é agradável” e que se resume na convicção de que “podem mudar os sistemas políticos, podem mudar alguns valores, mas há algo que continuará sempre dentro de nós e que transmitiremos aos nossos”, que é a identidade cultural. Identidade e tradição Romeira desde os tempos de criança é também Rita Santos, hoje presidente do Conselho Regional das Comunidades Portuguesas da Ásia e Oceânia, para quem “todos os dias deviam ser 10 de Junho”, por ser uma data para lembrar ao “Governo de Macau que dê mais atenção à nossa língua portuguesa. E para que a nossa cultura se possa manter sempre. Esperamos que a especificidade de Macau não termine daqui a 30 anos, segundo as garantias da Lei Básica. O meu grande desejo é o meu neto poder vir aqui participar na romaria à Gruta de Camões por muitos anos, e também ele poder fazer o mesmo com os seus filhos”. A tradição não se perde e Rita Santos vem desde os anos 60. Estudou sempre no ensino português, apesar de não ser a língua de casa, e hoje gosta de ver o ciclo ser repetido pelas novas gerações. “Vejo a participação activa da Escola Portuguesa e do Jardim de infância, que são o futuro. A nossa língua está nas mãos destas crianças”, comenta.
João Santos Filipe Manchete PolíticaDia de Portugal | Cônsul revela fascínio pelo território e apela à participação na Grande Baía Na primeira intervenção numa recepção oficial do 10 de Junho, Paulo Cunha Alves admitiu estar fascinado com Macau e apelou à comunidade que participe na Grande Baía. Alertou também para as limitações do consulado a nível dos recursos humanos, mas prometeu trabalhar para melhorar os serviços consulares [dropcap]N[/dropcap]o primeiro discurso de celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o cônsul-geral, Paulo Cunha Alves, revelou estar fascinado com a RAEM. Ao mesmo tempo, o cônsul apelou às “múltiplas comunidades” portuguesas para que aproveitem os desafios da Grande Baía e ajudem a desenvolver a China. Logo no início da intervenção, Paulo Cunha Alves admitiu que ainda está a descobrir Macau e apontou que uma das principais revelações é o facto de haver várias comunidades portuguesas: “Oito meses após a nossa chegada, o ambiente ainda é de descoberta e admiração perante o fascínio que envolve a cidade de Macau e as suas gentes”, começou por apontar. “Desde logo, começámos a ter contacto com a complexa e diversificada realidade local, onde a Comunidade é afinal composta por múltiplas comunidades”, indicou. O cônsul elogiou depois o contributo dos portugueses para a RAEM: “Cedo nos apercebemos, nos contactos com as autoridades locais, que o contributo da Comunidade para o desenvolvimento da RAEM tem sido significativo e determinante, empenhado e constante”, apontou. “[a Comunidade] Tem vindo a contribuir para a preservação do património cultural e arquitectónico da cidade, da gastronomia, do sistema jurídico de matriz portuguesa, e da língua de Camões, cuja memória e obra hoje celebramos” frisou. O cônsul português elogiou também o papel de várias instituições, entre as quais o Instituto Português do Oriente, Escola Portuguesa de Macau e a Santa Casa da Misericórdia de Macau. Em relação à Escola Portuguesa sublinhou a importância do novo pólo de ensino: “Será uma importante questão a acompanhar de perto, cuja concretização trará benefícios claros para a nossa comunidade e para todos quantos recorrem àquela escola para a educação dos seus filhos”, justificou. Sobre a Grande Baía, Paulo Cunha Alves entende ter potencial para ser um centro para o ensino da Língua Portuguesa e apelou à comunidade para que continue a desenvolver as relações entre os dois países. “Teremos todos de saber estar à altura para poder dar o nosso contributo para o desenvolvimento desta grande nação. A amizade entre o povo português e chinês é uma realidade que devemos todos preservar e aprofundar, no respeito das diferenças que afinal nos complementam e fortalecem”, afirmou. Recursos limitados Também os serviços consulares mereceram a menção do cônsul, que admitiu as limitações de recursos humanos. “Pelo lado do Consulado Geral, continuaremos aqui para vos servir num esforço de melhoria constantes dos serviços consulares, embora conscientes das limitações impostas pela escassez de recursos humanos”, sublinhou. Por sua vez, o Chefe do Executivo, Chui Sai On, voltou também a frisar o contributo da comunidade portuguesa, como fez nos últimos anos. O facto de ser a última vez que esteve na celebração como líder do Governo de Macau não mereceu nenhuma menção. “Macau é uma sociedade multicultural, na qual as comunidades portuguesa e macaense têm participado e contribuído para o seu desenvolvimento harmonioso”, apontou. Chui Sai On destacou ainda o papel do Executivo nas políticas de incentivo a portugueses e macaenses: “Nos últimos 20 anos desde o estabelecimento da RAEM, o Governo tem dado uma grande importância ao papel social desempenhado pela comunidade portuguesa e macaense, respeitando a sua língua, a sua cultura, a sua religião e os seus costumes. Nesse sentido, o Governo da RAEM tem estimulado e apoiado a participação da comunidade portuguesa e macaense na construção da RAEM”, defendeu. O Chefe do Governo destacou também as visitas recentes dos chefes de Estado de Portugal e da China e a forma como Macau têm cumprido os princípios “Um País, Dois Sistemas” e “Macau governado pelas suas gentes” com alto grau de autonomia. De portas abertas Os convites para as comemorações do Dia de Portugal vão-se manter, assim como a aposta na proximidade com a comunidade. A ideia foi deixada ontem pelo Cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Paulo Cunha Alves. “Aquilo que tentámos fazer com a introdução do convite electrónico é chegar mais perto da comunidade”, apontou o diplomata à margem do evento. “Vamos tentar que as pessoas colaborem com o consulado para que nós estejamos mais perto da comunidade. O consulado não pode chegar a mais pessoas se não tiver os contactos”, acrescentou. O convite nunca foi uma forma de limitar a entrada nas comemorações do 10 de Junho. Ontem a porta esteve aberta a todos, a quem não tinha convite foi pedido o contacto para situações futuras. Por outro lado, “estamos no século XXI e são raras as excepções de pessoas sem e-mail”, disse Paulo Cunha Alves. Uma questão de sons Os discursos ontem proferidos pelo cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Paulo Cunha Alves, e pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On, foram marcados pelo ruído que se fazia à volta. A situação levou a sugestões de melhorarias para os próximos anos, uma delas passará por melhorias no sistema de som. “Temos de melhorar o sistema de som porque aqui ao fundo as pessoas tinham dificuldade em ouvir os discursos”, apontou o diplomata. No encontro que reuniu diplomatas, membros do Governo e a comunidade portuguesa terão participado entre 500 e 600 pessoas. Entre elas estiveram os embaixadores em Hong Kong de países como os Estados Unidos, Egipto, Qatar, Hungria e Austrália, onde Cunha Alves foi embaixador antes de ser colocado em Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaEstados Unidos ameaçam novas taxas se não houver avanços com China [dropcap]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ficaria “satisfeito” em impor novas taxas à China, se não surgirem avanços na próxima reunião com o Presidente chinês, afirmou o secretário de Estado do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin. “O Presidente tomará uma decisão depois do encontro”, disse Mnuchin numa entrevista difundida hoje pelo canal CNBC. Trump e Xi Jinping deverão reunir-se no final de Junho, durante a cimeira do G20 em Osaka, no Japão, a 28 e 29 de Junho. Segundo o titular do Tesouro, os Estados Unidos querem assegurar-se que os dois países irão pelo “caminho adequado para um acordo” comercial. “Se a China quer avançar com o acordo, nós estamos prontos a fazê-lo nos termos que temos. Se a China não quer avançar, então o Presidente Trump ficará satisfeito com a aplicação de mais taxas para reequilibrar a relação” entre os dois países, avisou Mnuchin. Trump e Xi reuniram-se pela última vez em Dezembro passado em Buenos Aires, onde decidiram suspender os aumentos de taxas enquanto ambas as partes intensificavam as negociações. O Governo dos Estados Unidos insistiu que actuou desta forma em resposta a uma intenção chinesa de renegociar partes do acordo já reguladas, algo que Pequim negou. “Fizemos enormes progressos. Creio que o acordo estava alcançado até 90 por cento. A China quis fazer marcha atrás em certas coisas”, disse Mnuchin. Na entrevista, o secretário do Tesouro referiu-se também ao choque entre os dois países devido ao veto de Trump à companhia tecnológica chinesa Huawei por questões de segurança. Mnuchin insistiu que a medida é unicamente uma questão de “segurança nacional” e não está vinculada à guerra comercial. Hoje Macau China / ÁsiaHuawei lança novo sistema operativo este verão [dropcap]A[/dropcap] Huawei vai lançar um novo sistema operativo para os seus telemóveis, no terceiro trimestre deste ano, avançou hoje a imprensa chinesa, depois de Washington ter proibido empresas norte-americanas de transaccionarem com a gigante chinesa das telecomunicações. O sistema pode estar pronto já em Agosto ou Setembro, segundo o jornal chinês Global Times, que cita fontes da empresa. Richard Yu, chefe executivo da divisão de consumo da Huawei, tem reiterado que é “muito provável” que a empresa avance com o seu próprio sistema operativo. A empresa não comentou, no entanto, quais serão as vantagens e desvantagens do seu sistema em relação ao Android. O sistema operativo desenvolvido pela norte-americana Google é actualmente usado nos dispositivos da Huawei, mas a decisão do Governo norte-americano de cortar o fornecimento levou a empresa a anunciar o seu próprio sistema. O fim das transacções comerciais entre a Alphabet (empresa-mãe da Google) e outras empresas norte-americanas com a Huawei deve ter um grande impacto no mercado europeu, incluindo em Portugal, onde a firma chinesa é líder no mercado dos ‘smartphones’. Seis fabricantes de componentes electrónicos americanos anunciaram já que romperam as suas relações comerciais com a Huawei. As fabricantes norte-americanas de processadores Intel, Qualcomm, Xilinx e Broadcom, a alemã Infineon Technologies e as fabricantes de chips de memória Micron Technology e Western Digital deixarão de fornecer à Huawei, por exigência do Governo norte-americano. O Governo dos EUA decretou que a Huawei tem três meses para se adaptar até ficar impedida de utilizar tecnologia norte-americana, depois de ter sido colocada numa lista negra de empresas suspeitas de fazerem espionagem para o Governo chinês. Washington acusa a empresa de utilizar os seus equipamentos, em particular de tecnologia de comunicações quinta geração (5G), para aceder a informação confidencial de outros países, em colabora com os serviços de inteligência chineses. Hoje Macau China / ÁsiaSeis condenados na Índia pela violação e morte de uma menina de 8 anos [dropcap]U[/dropcap]m tribunal da Índia condenou hoje seis pessoas pelo homicídio de uma menina de 8 anos, após repetidas violações durante vários dias, no Estado de Jammu e Caxemira, um caso que chocou o país. O principal arguido, um funcionário local agora reformado, e dois membros das forças de segurança acusados de destruir provas e aceitar subornos para encobrir os responsáveis encontram-se entre os seis condenados, disse o advogado da acusação, Mubeen Farooqui, aos jornalistas, à saída do tribunal. Havia um sétimo acusado, mas que foi considerado inocente, adiantou o advogado, antes de acrescentar que a pena a aplicar aos culpados será anunciada pelo tribunal hoje à tarde. A menor, pertencente a uma comunidade nómada muçulmana, foi sequestrada em Janeiro de 2018 na cidade de Kathua, uma área de maioria hindu de Jammu e Caxemira. A menina foi sedada e violada em grupo durante dias antes de ser assassinada e abandonada numa floresta, de acordo com a investigação policial, que concluiu também que era intenção dos autores enviar uma mensagem a essa comunidade para que não voltassem àquela zona. O caso provocou uma onda de indignação na Índia, com manifestações a pedir a condenação à morte dos culpados. Mas a violação e o assassinato também causaram tensão na região, a ponto de as autoridades terem que aumentar a segurança dos parentes da vítima e dos seus advogados, e transferir o julgamento para o Estado vizinho devido ao clima de insegurança. Todos os arguidos professavam a religião hindu e o crime ocorreu num templo da pequena cidade, o que levou alguns vizinhos e políticos locais a exigir a libertação imediata dos acusados. Um grupo de advogados tentou inclusivamente impedir que a polícia registasse acusações em Kathua em Abril de 2018. A Índia endureceu as leis contra as agressões sexuais, depois do caso de uma jovem universitária que morreu após ser violada em grupo num autocarro, em 2012, em Nova Deli, um acontecimento que chocou o país e passou além fronteiras. Hoje Macau SociedadeMacau promove ‘apagão’ em pontes e casinos em campanha de poupança energética [dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau promove hoje um ‘apagão’ em pontes, casinos e locais turísticos como forma de sensibilizar para a poupança energética, anunciaram as autoridades em comunicado. “Das 20:30 às 21:30, as três pontes que ligam Macau e a Taipa, seis casinos e alguns locais turísticos irão desligar as luzes desnecessárias, durante uma hora, como forma de adesão à conservação energética”, pode ler-se na nota do Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético. O objectivo passa por “divulgar e promover a conservação energética e sensibilizar os cidadãos para pouparem energia através da acção”, sendo feito o apelo à adesão da população. As autoridades sublinharam o facto de a iniciativa anual continuar a contar com o “forte apoio dos diferentes sectores da sociedade e de várias associações e organizações que se inscreveram para aderir à actividade de desligar as luzes, nomeadamente os serviços públicos, seis casinos, vários hotéis, bancos, estabelecimentos comerciais, alguns locais turísticos e grandes empreendimentos”. Para além do ‘apagão’ de hoje, as autoridades anunciaram que as luzes decorativas das três pontes que ligam a península de Macau à ilha da Taipa vão começar a ser desligadas mais cedo, a partir das 23:00. Hoje Macau China / ÁsiaGoverno de Hong Kong mantém proposta de lei sobre extradição apesar de protesto [dropcap]O[/dropcap] Governo de Hong Kong anunciou hoje que vai manter a proposta de lei que permite extradições para a China, na sequência do protesto maciço no domingo. “Trata-se de uma lei muito importante que vai garantir que a justiça prevaleça e Hong Kong cumpra as suas obrigações internacionais em matéria de criminalidade transfronteiriça e transnacional”, disse a chefe do Executivo da região administrativa especial chinesa, Carrie Lam, em declarações aos jornalistas. Os organizadores da manifestação de domingo afirmaram que mais de um milhão de pessoas desfilaram pelas ruas da cidade, enquanto a polícia da antiga colónia britânica indicou que o protesto juntou 240 mil participantes. A marcha de protesto decorreu sem grandes incidentes durante quase dez horas, mas cerca da meia-noite manifestantes invadiram uma zona barricada e a polícia respondeu com gás pimenta, de acordo com o jornal de Hong Kong, South China Morning Post. As alterações à lei da extradição já tinham motivado, em Abril, a maior manifestação em Hong Kong desde o “Movimento dos Guarda-chuvas”, em 2014, num protesto que reuniu meio milhão de pessoas. A proposta de lei apresentada pelo Governo de Hong Kong ao Conselho Legislativo autoriza a extradição de condenados em fuga para vários países com os quais o território não tem actualmente acordos de extradição, incluindo a China continental. Nas últimas semanas, várias petições circularam contra a proposta de lei, milhares de advogados organizaram uma marcha silenciosa e várias câmaras de comércio manifestaram preocupação. O Governo considerou esta proposta um instrumento vital para combater o crime transnacional e manter o Estado de direito, enquanto os críticos afirmaram temer que a população fique à mercê de um sistema judicial chinês opaco e politizado. A controversa proposta vai começar a ser debatida na quarta-feira no hemiciclo. Hoje Macau China / ÁsiaImprensa chinesa culpa “interferência estrangeira” por protestos em Hong Kong [dropcap]A[/dropcap] imprensa chinesa culpou hoje a “interferência estrangeira” pelos protestos deste fim de semana, em Hong Kong, contra a proposta de lei que permite extradições para a China, acusando os organizadores de “conluio com o Ocidente”. Os organizadores da manifestação de domingo afirmaram que mais de um milhão de pessoas desfilaram pelas ruas da cidade, enquanto a polícia da antiga colónia britânica indicou que o protesto juntou 240 mil participantes. O Governo considerou esta proposta um instrumento vital para combater o crime transnacional e manter o Estado de direito, enquanto os críticos afirmaram temer que a população fique à mercê de um sistema judicial chinês opaco e politizado. A controversa proposta vai começar a ser debatida na quarta-feira no hemiciclo. Em editorial, o jornal oficial Global Times minimizou, na segunda-feira, o protesto de domingo, um dos maiores da região semi-autónoma, desde o retorno à China, em 1997. “Deve-se ter atenção que algumas forças internacionais fortaleceram significativamente as suas relações com a oposição de Hong Kong recentemente”, afirmou o jornal, acusando os opositores de “conluio com o Ocidente”. O jornal refere reuniões entre membros da oposição de Hong Kong com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e com a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi. O jornal chinês China Daily afirma ainda que 700 mil pessoas assinaram uma petição online em apoio ao projecto de lei, e que acredita que muitos manifestantes “foram enganados pela oposição e os seus aliados estrangeiros”. Imagens aéreas das ruas de Hong Kong, cheias de manifestantes, percorreram o mundo neste fim de semana. Na China continental, porém, os acontecimentos não foram noticiados. João Luz VozesLiberdade [dropcap]E[/dropcap]terna fome da alma, torrente imparável que destrói todos os obstáculos com força de elemento natural. Chama mais brilhante que se alimenta do combustível da opressão e da violência. Denominador comum de todos os mortais, aspiração dos imortais, transversalmente universal como a carne e o sangue, como um impulso de amor. A busca da liberdade confere humanidade como a ânsia pela transcendência e a habilidade de sonhar, uma avassaladora paixão que tolda os sentidos até ser consumada, como uma nuvem carregada que já não aguenta conter o derrame líquido. O grito que se solta e repele o cheiro a cárcere que se entranha no corpo e espírito, que quebra as amarras da submissão, que derrota iniquidades e exércitos de servidão. A liberdade não se domina ou modera, o seu exercício é absoluto, soberano, maior que todas as doutrinas e ideais combinados. A sua força pode parecer enfraquecida, latente, mas nunca se extingue, impossível de não cumprir o desígnio de concretização como uma maré que sobe empurrada pela massa dos astros. Expressão máxima do que é o Homem, natureza e condição humana em acção. Musa de poetas e filósofos, matéria onírica, pesadelo dos tiranos, doce e vingativa revolução que paira por cima de todas as ditaduras como uma tempestade inevitável. Simplicidade que derrota a prepotência, maioridade que ganha ao infantilismo a que os déspotas votam os seus súbditos, clarão luminoso que leva a verdade ao mais obscuro recanto. Uns quantos teorizaram que todos os homens e mulheres estão condenados a ser livres, que essa é a sua génese, a página em branco desde o primeiro segundo de vida, a condição na qual se nasce. Outros entendem que jamais alguém será totalmente livre, que o mundo vive acorrentado à pessimista equação entre desejo e escolha consciente. Onde quer que esteja a chama da verdade, entre natureza bruta e fria racionalidade, os raios de sol vão sempre iluminar a treva. Entre as muitas mentes brilhantes que se debruçaram sobre o tema, há quem entenda a liberdade como uma emanação material, longe das teorizações burguesas metafísicas e ideais abstractos, a satisfação de se poder ser e fazer. Também é comum descrever-se a liberdade como uma espécie de fronteira que demarca onde um indivíduo acaba e o outro começa, a barreira que circunscreve uma unidade de vida e a divide da seguinte. A questão dos limites da liberdade condicionada socialmente está no cerne da verdadeira definição do que é ser livre. Estarão as várias liberdades individuais conectadas e dependentes umas das outras? A condição de se ser livre é algo pessoal ou social? Apesar da validade teórica e ética de uma liberdade que se realiza no confronto individual, a sua acepção pessoal vinca a existência. A característica intrínseca, inerente à pessoa, faz com que mesmo o encarcerado seja naturalmente livre. A certeza desta autonomia ultrapassa todas as celas, métodos de controlo, violência de Estado, terror assassino, doença e mesmo a inevitabilidade da morte. Apesar de amordaçado, o grito de liberdade esgueira-se entre os dentes, como um sopro que se agiganta. Fora do plano teórico, ser livre na sociedade em que vivemos pode reduzir-se ao simples privilégio de não nos chatearem os cornos, de termos acesso ao luxo do silêncio fora do alcance do WIFI. Sair de cabeça erguida do labirinto de produção e consumo onde meio mundo anda perdido, cumprindo a profecia de Debord do cativeiro do entretenimento e das falsas escolhas. Acordar para dias formatados por obrigações de toda a ordem, viver contido, confortável em passividade segura, evitando ao máximo o risco e o perigo de ser desbragadamente livre, para além dos limites das convenções sociais e até das leis. A liberdade é difícil de definir. Já a submissão é mais fácil de identificar, sente-se na pele, aterroriza os que ainda não foram aprisionados, fustiga a pele de quem ousa dizer uma palavra verdadeira, castra a criatividade e a expressão artística. O problema para quem aspira ser livre é que também a violência é inerente ao ser humano. Enquanto a experiência da humanidade durar, duas forças contraditórias vão continuar um conflito sem tréguas: liberdade e subjugação. José Simões Morais h | Artes, Letras e IdeiasSer português [dropcap]H[/dropcap]oje, dia de Portugal gostaria de dar existência ao estar português de quem consegue englobar versus os globalizadores que, saídos das modernas escolas europeia usam apenas o pensar anglo-saxónico como forma de ser, fazendo-se como centro e só a si se vêem. Heraclito versus Demócrito. A pena que trago em mim devo-a à demissão no momento em que obrigaram os professores a dar as aulas, sem lhes permitir que estas pudessem acontecer e por isso a formatação da juventude num formal pensamento concreto, sem a abstracção do espaço a possibilitar ao Ser realizar-se pela harmonia no estar. Isto ocorreu em Portugal, nas Escolas de formação dos professores nos finais dos anos 80 do último século do II milénio. Apenas interessava ensinar o saber fazer sem des-cobrir o lugar do estar. Por tudo isto deixei de leccionar, teriam esses estudantes hoje os seus quarenta e tantos anos e são dessa estirpe os actuais ocupantes dos lugares de chefia na maioria das instituições portuguesas. Educados com uma realidade Absoluta apenas para o mercado de trabalho, não lhes foi dado o espaço do espírito do estar fora da materialidade e assim, apenas pelo valor do material e suas relações fazem a existência. Para terem de provar e a maximizada glória de serem reconhecidos, foram-lhes entregues os lugares do poder, tratando os seus semelhantes como escravos, como eles o são. Homens sem espírito Não foi bonito como o actual cônsul tratou a idosa comunidade portuguesa de Macau. Para revelar o afastamento e a pouca importância que dá aos antigos portugueses residentes em Macau, ou melhor, o desconhecimento que tem sobre essa população, o cônsul com os seus quarenta e muitos anos de idade, resolveu mostrar a sua modernidade e ao contrário do que sempre aconteceu para a recepção na Residência Consular no evento relativo ao 10 de Junho, apenas permite aí entrar quem de forma electrónica se inscrever. Justificação: esta é uma alteração que se prende com a necessidade de se adoptarem práticas mais condizentes com o século XXI. Ora aqui está a razão da atitude [pouco simpática e educada] do cônsul português de Macau à saída do Clube Militar, de olhando para um grupo de portugueses aí reunidos, virar a cara sem sequer esboçar um qualquer sinal de cumprimento. Nós já vivemos no primeiro século do III milénio e o cônsul está ainda num espaço de uma continuidade do passado e por isso não nos viu, pois ocupamos distintos lugares de existência. Creio ser isso que distingue os antigos portugueses residentes de Macau do último século do II milénio, dos reinóis que, após a passagem da administração portuguesa para a chinesa, a Macau chegaram adejados e envergando aventais trazendo o fito de nos venderem o ópio da sua Absoluta civilização. Chegaram para ensinar a saloíce de quem traz as verdades com que culturalmente foram educados e assim vestidos, vêm investidos na presunção da importância das suas autoridades estatutárias. Nesse bullying nos tratam como foram tratados e ensinados a observar pelo semelhante destroem tudo o que à volta deles é diferente, sem atenção ao outro pois educados pela competição sem espaço para o que os contradiz, não o entendem, logo não existe. Os portugueses devem a existência ainda de Macau [para além dos maquistas] aos que em meados do século XX chegaram sobretudo como militares e aqui se quedaram casando e constituindo família, permitindo a continuidade da comunidade portuguesa. Devido à sua actual idade não fazem uso das novas tecnologias e assim, não puderam escolher os conteúdos da TDM, nem podem agora assistir na casa consular à festa do 10 de Junho, restrita à nova geração de reinóis para aqui enviada com o intuito de explicar o caos, com que lhes arquitectaram a sua existência, aos que reconhecem haver ordem no Universo. Com direitos individuais, pois crêem ser os últimos a sair da mesa do banquete, ainda não perceberam que se assim for têm autofágica-mente de se comer a si próprios, quando acabada a comida para o qual servirão os que à sua volta se encontram. Choro mascarado de riso Na máscara do desenho que envolve este palco do teatro da vida aqui narrado, revemos o atomista Demócrito e o seu riso mascarado de quântico Heraclito choro. A arte representa a mentira mais verdadeira que a própria verdade e por isso Pessoa nos dá a dor como fingida dor que é dor que deveras sente. Mas actualmente já não se sente, pois não se está, apenas se É; ser com uma autoridade estatutária, sem trazer a Natural e a do Saber, que vem subvertida com as Verdades apreendidas de Escola. VER traz pelo espelho o reflectido ЯЭVЄR. Com o Demócrito riso mascarado de Heraclito choro pretendemos demonstrar que, choramos por entender haver uma mão que desmancha para não nos apercebermos do caminho, já sem o movimento de representação para construir a realidade, mas temerariamente rimos dos retratos com que nos vamos agrilhoando como Ser Humano; ainda Vivo? Se esse movimento expansivo nas faces, rir de contente não me é permitido pois só um tolo se ri ao deitar fora as jóias herdadas dos seus antepassados, contraindo a face percorro as rugas do tempo que leva o choro a ver as memórias a perderem-se. Por falta de atenção, ao caminhar construímos as imagens mentais alicerçadas em retratos, fragmentos sem representação que tomamos como Verdades. E por essas jóias perdidas recebemos joio. A palha com que enchemos o nosso templo. Em realidades ligadas ao formal de uma cartesiana ciência, não se realiza o momento de mutação do Presente, yin complemento yang, movimento reflectido que respira na harmonia do Universo, abrangência do Espaço por onde Espinosa [a ser pisado] nos trouxe as emoções do caminhar e Einstein complementou com os três módulos da relatividade das mutações. Esgravatamos cientificamente até ao nano, quando as proporções estão desde a Antiguidade representadas na geometria sagrada das Pirâmides. Caminhar para abrir à mente as portas do espelho pela reflexão e não pela projecção e por isso o mar para Portugal. Há necessidade de rever o conceito de civilização na Ocidental mentalidade, que velha niilista não deixa passar à idade do idoso. Vive actualmente centrada em si mesma como adulta ilha e não consegue reflectir-se continental-mente pelo outro. Vemos os que trabalham por Portugal a serem dizimados e governados pelos que comprados pelo joio pretendem que este país entre pelo multi-nacional e não pelo Universo da idade, de quem pelas diferentes civilizações se encontra na gramática do sagrado estar divino. E daí o riso de quem ao chorar pela tragédia encara a ironia da comédia na figura que está a representar pelo tanto rir que o choro lhe provoca, e realiza o que resta da memória pelos restos dos alimentos nas bordas da boca, confins da História, vislumbradas pelas emoções do viver: as linhas com que desenhamos o auto-retrato. Pela vibração do som falado, explicado na realidade da acção, desapertamos o nó górdio. Sérgio Fonseca DesportoGP Macau | Cinco construtores esperados na Taça do Mundo de GT [dropcap]J[/dropcap]á são conhecidas as primeiras informações sobre a quinta edição da Taça do Mundo de GT da FIA que se disputará no programa da 66ª edição do Grande Prémio de Macau. A edição do ano passado teve boa adesão por parte dos construtores, mas só conseguiu reunir catorze viaturas, o número limite para a prova se realizar. Este ano é esperada uma grelha de partida mais composta. Na conferência de imprensa de apresentação do Grande Prémio, no mês passado, Chong Coc Veng, Coordenador da Subcomissão Desportiva da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, referiu que “as equipas da FIA e da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau (COGPM) tomaram já medidas com o objectivo de atrair mais pilotos a Macau e para melhorar ainda mais a corrida para o espectadores.” A prova continuará a ser co-organizada pela influente SRO Motorsports Group que, numa comunicação enviada às equipas na passada quarta-feira, esclarece que o “formato manter-se-á praticamente inalterado: com pilotos e equipas apoiados pelos construtores em luta por um dos mais prestigiados títulos das corridas de GT”. A estrutura do fim-de-semana da Taça do Mundo também não sofrerá alterações, estando previstos dois treinos-livres de 30 minutos, uma sessão de qualificação com a mesma duração, uma corrida de qualificação de 12 voltas, provavelmente a ser realizada no sábado do evento, e a corrida decisiva de 18 voltas, ou 75 minutos, no domingo. Como é tradição, as viaturas participantes também deverão ser expostas na Praça do Tap Seac no fim-de-semana que antecede o evento, proporcionando à comunidade local um contacto muito próximo com algumas das máquinas que irão animar o fim-de-semana de 16 e 17 de Novembro. Para além da importância do triunfo na prova, os concorrentes também irão contender pelas 725,000 patacas, em prémios monetários, que estarão em jogo. Quem virá? Neste momento ainda é cedo para prever quem serão os pilotos e equipas que irão marcar presença no Circuito da Guia em Novembro. No entanto, segundo a comunicação enviada aos potenciais intervenientes, “nesta fase inicial estamos a contar com pelo menos cinco construtores”. O ano passado cinco construtores disseram “sim” ao desafio de Macau – Audi, BMW, Mercedes-AMG, Nissan e Porsche. Os quatro gigantes da indústria automóvel germânica deverão repetir a presença este ano, tendo a BMW, que venceu o ano passado com o brasileiro Augusto Farfus, e a Porsche já admitido as suas intenções publicamente. A Bentley, a Honda, a Lamborghini e a Nissan são outros construtores que também estarão a ponderar um regresso à RAEM. Além dos pilotos “Ouro” e “Platina” segundo o ranking da FIA, a prova irá aceitar a presença de pilotos “Prata”. Para incentivar a presença dos mesmos, haverá prémios monetários para os três melhores classificados. Os dois pilotos de automobilismo mais representativos do território, os portugueses André Couto e Rodolfo Ávila, são únicos categorizados pela FIA como “Silver”. O período de inscrições para a prova dura de 28 de Junho até ao dia 31 de Agosto. Contudo, a lista de inscritos só será tornada pública na habitual Conferência de Imprensa da COGPM no mês de Outubro. Hoje Macau EventosGastronomia | Chefe Vítor Matos no Clube Militar [dropcap]O[/dropcap] chefe português Vítor Matos regressa, a partir de hoje a Macau, para liderar o festival de gastronomia e vinhos de Portugal, organizado pelo Clube Militar, que assinala este ano o 149.º aniversário. Até 19 de Junho, Vitor Matos e os chefes-assistentes João Araújo e Helena Castro vão contribuir para a promoção da gastronomia portuguesa no território, anunciou o Clube Militar. Este festival integra também a programação “Junho – Mês de Portugal”, promovido pelo Consulado-geral de Portugal em Macau, no âmbito da celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Com um percurso profissional dividido entre Portugal e a Suíça, Vitor Matos, de 42 anos, estudou cozinha e pastelaria, entre 1992 e 1995, em Neuchâtel, Suíça. Ao longo de mais de 20 anos de carreira, conquistou várias distinções, incluindo a atribuição de uma estrela Michelin para o seu restaurante Antiqvvm, no Porto, no ano passado. Esta é a segunda vez que Vitor Matos apresenta a sua “cozinha de sabores e aromas tradicionais de Portugal” no Clube Militar, onde em 2016 liderou este mesmo festival de gastronomia e vinhos. Raquel Moz EventosExposição | Fotos premiadas de Eduardo Leal na Fundação Rui Cunha São imagens que sugerem uma dança de sacos ao vento que envolvem arbustos quase estrangulados e sem vida. A beleza das fotos é inquietante. E deu vários prémios mundiais ao fotojornalista Eduardo Leal, que a partir de amanhã expõe o trabalho na FRC [dropcap]A[/dropcap] multipremiada exposição “Plastic Trees” de Eduardo Leal é inaugurada amanhã, às 18h30, na galeria da Fundação Rui Cunha, onde ficará patente ao público durante duas semanas. É um conjunto de imagens que demonstram a presença dos resíduos plásticos nos lugares mais recônditos, uma visão sobre o lixo resultante do excesso de consumo a nível mundial. “A série ‘Plastic Trees’ foi feita para chamar a atenção para este problema, com foco na disseminação de sacos plásticos no Altiplano Boliviano, onde milhões de sacos viajam com o vento até se enredarem nos arbustos nativos”, pode ler-se na página web da FRC. A mostra reúne as imagens de uma série que valeu ao autor, mestre em fotografia documental, vários prémios internacionais, como os Sony World Photo Awards, o Lens Culture Earth Award, os Moscow International Photo Awards e o prémio Estação Imagem nacional. Foi ainda finalista do galardão Atkins CIWEM, para a Melhor Fotografia do Ano em termos de Ambiente. Eduardo Leal, que desde 2016 é professor convidado da Universidade de São José em Macau, viveu vários anos na América do Sul, onde trabalhou como fotojornalista para diversas publicações de prestígio, como a Time, The Washington Post, Al Jazeera America, ou CNN, entre muitas outras. Nos arredores de Uyuni Em entrevista à revista holandesa de fotografia contemporânea, Lens Culture, cujo prémio principal arrecadou em 2015, Eduardo Leal contou que durante anos viajou pelo mundo inteiro, mas especialmente pela América Latina e pela Ásia, onde sempre se incomodou com as bonitas paisagens estragadas pela quantidade de lixo e de detritos. “E a maioria são sacos de plástico”. “Decidi, então, fazer algo para chamar a atenção para o problema. Mas sabia que seria difícil fotografar sacos de plástico e torná-los visualmente interessantes para o espectador”. Demorou, segundo revelou à referida publicação, anos até encontrar o modo certo de exprimir o que sentia. “Um dia, quando caminhava pelos arredores da cidade de Uyuni, na Bolívia, encontrei este lugar incrivelmente belo, coberto de sacos de plástico. Naquele momento, tive a certeza que era ali que iria fazer algo sobre o tema”. O que fez foi testar a luz e a perspectiva, até descobrir como registar não só a beleza, mas também o significado daquelas imagens. “Foi uma questão de voltar ao mesmo local, dia após dia, à mesma hora, de modo a captar a luz de forma consistente e procurar os objectos para mim mais cativantes”, fazendo questão de acrescentar que “produzi estas minhas composições movendo-me apenas à volta das árvores e procurando os melhores ângulos. Nunca toquei em nenhum saco de plástico nem encenei os objectos fotografados. Isso é muito importante para mim: trabalhando como fotojornalista, tenho consciência da importância de não arranjar as fotos ou manipular a verdade”. A única coisa que admite ter alterado no local, para poder fotografar, foi o buraco que escavou com as próprias mãos, tentando obter “a perspectiva certa para transformar os pequenos arbustos em árvores”. De facto, as “árvores de plástico” são pequeníssimos arbustos, “o maior não sendo mais do que o tamanho de duas mãos”, que Eduardo Leal procurou recriar como árvores, “numa tentativa metafórica de demonstrar a dimensão do problema”, confessou à Lens Culture. O drama dos sacos No final do trabalho, “completamente diferente de tudo o que havia feito até à data”, ficou sem saber que destino dar ao conjunto de imagens, “já que as plataformas para as quais eu costumava trabalhar, não estavam interessadas neste tipo de projectos conceptuais”. Felizmente, o resultado foi “deslumbrante” e “intrigante” o suficiente para o colocar na linha de vários prémios internacionais, fazendo o público reflectir e questionar-se sobre o drama subjacente: a poluição do planeta. No manifesto da exposição da FRC, Eduardo Leal refere mesmo que “o mundo consome 1 milhão de sacos de plástico por minuto, sendo o objecto de consumo mais omnipresente” a nível global. “O problema é ainda mais grave nos países com maiores dificuldades, onde as infra-estruturas de gestão de resíduos não estão realmente desenvolvidas. A acumulação de sacos plásticos no meio ambiente causa deterioração das paisagens, dos solos agrícolas e está associada à morte de animais domésticos e selvagens”. A mostra pode ser visitada até ao próximo dia 24 de Junho. Hoje Macau DesportoPortugal vence Holanda e conquista Liga das Nações [dropcap]U[/dropcap]m golo de Gonçalo Guedes permitiu hoje à selecção portuguesa de futebol conquistar a primeira edição da Liga das Nações, com um triunfo por 1-0 na final com a Holanda, no Estádio do Dragão, no Porto. O jogador do Valência, que substituiu no ‘onze’ João Félix em relação às meias-finais, resolveu o encontro aos 60 minutos, com um remate à entrada da área, após um passe de Bernardo Silva. O conjunto das ‘quinas’ arrebatou o segundo título internacional da sua história, depois do campeonato da Europa de 2016, então numa final com a anfitriã França (1-0, após prolongamento), graças a um golo de Éder. https://www.youtube.com/watch?v=3q0dV3SrsoU Hoje Macau SociedadeDSAMA | Concurso da Nam Kwong em análise [dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) está a analisar o concurso público por si organizado em que as três propostas apresentadas estão ligadas à empresa Nam Kwong. Em causa estão os trabalhos de renovação do sistema de combustíveis no Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior. No concurso foram apresentadas três propostas, duas das quais foram rejeitadas, e todas tinham a Companhia de Produtos Químicos e Petrolíferos Nam Kwong como accionista. “A DSAMA está analisar o caso em questão. Por enquanto, não há mais informação disponível” afirmou o organismo, ao HM. Segundo uma decisão do Tribunal de Segunda Instância, validada pelo Tribunal de Última Instância, quando num concurso público há mais do que uma proposta com o mesmo accionista as mesmas devem ser rejeitadas porque colocam em causa o princípio da concorrência. Hoje Macau SociedadeTáxis | Quinze infracções desde 3 de Junho [dropcap]F[/dropcap]oram registadas 15 infracções desde a entrada em vigor da nova lei de táxis no passado dia 3 de Junho. A informação foi adiantada por Vong Vai Hong, segundo comandante do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), ao canal chinês da Rádio Macau. As infracções envolveram essencialmente o abuso na cobrança de tarifas, a recusa do transporte e falta de identificação do condutor. O responsável afirma ainda que as autoridades têm intensificado as acções de Inspecção e consideram que a medida tem produzido efeitos satisfatórios. Vong Vai Hong referiu também que foram instaladas 350 paragens de táxis para satisfazer as necessidades do público. Hoje Macau SociedadePorto Interior | Choque de navios de carga sem feridos [dropcap]D[/dropcap]ois navios de carga colidiram ao fazer o percurso entre o terminal marítimo de passageiros da Taipa e o canal do Porto Interior, segundo informação do canal chinês da Rádio Macau. Não foram registados feridos entre a tripulação, mas um dos navios afundou parcialmente. Os dois navios são suspeitos de transportar sobrecarga e de violar as regras de navegação, informou a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA). Às 8h10 da manhã de ontem, as pessoas foram evacuadas de urgência do navio que estava a inclinar e a tombar lateralmente dentro da água. Foi relatado que havia pó de pedra dentro da embarcação e que o navio ficou encalhado na proximidade do Porto Interior, representando um potencial bloqueio à navegação através do canal. A DSAMA alerta os navios para prestarem atenção no local e anunciou que vai colocar instruções temporárias e emitir sinais marítimos de aviso. Sofia Margarida Mota SociedadeGalgos | Últimos cães do canídromo partem hoje para a Austrália São três os galgos do canídromo que partem hoje para a Austrália, terminando assim o processo de realojamento internacional de mais de 500 cães abandonados pela Yat Yen. Albano Martins está satisfeito com a operação de realojamento feita em tempo “recorde” [dropcap]O[/dropcap]s últimos três galgos que têm como destino o exterior, partem hoje da Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA – com destino à Austrália. Fazem parte de um grupo de 18 animais destinados especificamente àquele país, como forma de alerta. “A 26 de Outubro começámos a trabalhar e a mandar os primeiros galgos para fora e no dia 26 de Março fechámos o canídromo, ou seja em seis meses o canídromo encerrou. Isto não significa necessariamente que todos os animais tivessem realojados porque nós guardámos os galgos para irem para a Austrália apenas para chatear os australianos da indústria” das corridas de cães, apontou o presidente da ANIMA, Albano Martins, ao HM. De acordo com o responsável “99 por cento daqueles galgos, vieram da Austrália ao longo destes anos todos e portanto tinha algum interesse que a ANIMA conseguisse colocar alguns animais naquela país”, até para que a questão das corridas seja publicamente discutida. No canídromo de Macau, ao longo do seu funcionamento com a exploração de corridas, morreram entre 15 a 18 mil animais, acrescentou Albano Martins. Na ANIMA ainda vão ficar cinco galgos, todos eles animais do canídromo que vieram já depois do encerramento, sendo que três deles “provavelmente poderão ser adoptados localmente pela famílias que os estão a realojar”. Dos 532 galgos deixados nas instalações do canídromo pela empresa que detinha a exploração das corridas de cães, a Yat Yuen, até Junho do ano passado, 15 morreram, 307 foram enviados para os EUA, 60 para Itália, 70 para o Reino Unido, 15 para França, cinco para Alemanha e 26 para Hong Kong. Os restante foram adoptados pela própria ANIMA. Ligados à causa Apesar de “satisfeito” com o resultado do realojamento dos animais em tempo “recorde”, Albano Martins admite que se tratou de “uma operação complicada”. “Fomos colocados de repente nesta situação de resolver a situação de 532 animais que estavam vivos e prometemos que a resolvíamos. Acabámos por resolver em muito menos tempo”, disse. O processo foi realizado com “muito esforço”, até porque “o investimento não tem em conta apensas o dinheiro, mas também os esforços que envolveram toda uma organização que estava dedicada essencialmente a animais de rua”, apontou sublinhando que todo o trabalho foi feito de forma gratuita com os “poucos meios” de que a associação dispunha. Já em termos financeiros, “a ANIMA terá gasto cerca de meio milhão de patacas e não teve nenhum apoio financeiro local”. Recorde-se que a Yat Yuen suportou custos, no montante de 70 milhões de patacas. Terra condicionada Entretanto, a ANIMA continua a atravessar dificuldades financeiras, mas a maior preocupação de Albano Martins prende-se com a conquista da concessão definitiva do terreno de Coloane que, para já, está limitado a contratos de cedência anuais. “O terreno é a questão que mais nos preocupa porque se nos for assegurado o terreno nós podemos crescer”, referiu. A parcela de terra está neste momento ocupada com “barracas” que abrigam cerca de 50 cães. Não sendo destinada a edificação, estas barracas são consideradas ilegais e têm sido o argumento das Obras Públicas para negar a concessão definitiva. Mas Albano Martins não cede. “Se for necessário tiramos o telhado de chapa e pomos umas sombrinhas. Vamos ter que negociar com as obras públicas porque não vamos matar os animais para poder satisfazer as condições do Governo para nos cederem o terreno”, apontou o responsável. “Mandarmos matar cerca de 50 animais para nos poderem dar a concessão do terreno é coisa que a ANIMA não vai fazer”, sublinhou Albano Martins que considera que a origem do impasse da concessão definitiva terá que ver com “alguma má vontade provavelmente ou com alguns burocratas no meio deste percurso todo.” Juana Ng Cen PolíticaTrabalho | Ella Lei pede revisão de orientações para dias de tufão [dropcap]C[/dropcap]omo a legislação das relações de trabalho não estabelece se os trabalhadores devem apresentar-se ao serviço em dias de condições atmosféricas adversas, como quando passam tufões, Ella Lei interpelou o Governo para esclarecer as dúvidas nesta matéria. A deputada pretende também saber se após a retirada do sinal n.º 8 de tempestade tropical os trabalhadores têm de regressar aos postos. Para já, empregados e patrões só têm como orientação o documento “Aspectos a ter em conta pelas partes laborais em situações de tufão, chuvas intensas, trovoada e storm surge” distribuído pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Ella Lei recorda que nos dois últimos anos Macau sofreu com a passagem de dois super tufões e que é necessário que a DSAL tenha em conta o desenvolvimento social, as condições de tráfego e de clima para rever as indicações a dar às partes envolvidas na relação laboral. A deputada, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau, pergunta se a DSAL pretende introduzir medidas de “circunstâncias extremas”, como em Hong Kong, e se vão ser elaboradas normas e regulamentos mais claros para empresas privadas. Andreia Sofia Silva PolíticaAgências de emprego | Activista contesta palavras de Vong Hin Fai Benedicta Palcon contesta as palavras do deputado Vong Hin Fai quanto à legalidade da ONG que dirige, afirmando que qualquer pessoa ou entidade tem, aos olhos da lei, o direito à petição. Na carta dirigida a Ho Iat Seng, e que é assinada por seis responsáveis por ONG, pede-se que a proposta de lei seja suspensa até que as associações de trabalhadores migrantes sejam ouvidas [dropcap]A[/dropcap] porta-voz da associação Greens Philippines Migrant Workers Union, Benedicta Palcon, disse ao HM que o deputado Vong Hin Fai não tem razão quando diz ser necessário verificar a existência legal das associações que representam os trabalhadores migrantes antes de agendar uma reunião sobre a revisão da lei das agências de emprego. “Foi-nos explicado que as leis de Macau garantem o direito de petição e que não existem restrições sobre o seu registo ou sobre o facto de serem ou não associações de Macau”, referiu. A petição assinada por representantes de seis associações de defesa dos direitos dos trabalhadores migrantes foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, em Abril deste ano. Erik Lestari, porta-voz do grupo Indonesian Migrant’s Rights Advocate, adiantou ao HM que ainda não foi agendada qualquer data. Na última reunião da 3ª Comissão Permanente da AL, que actualmente analisa na especialidade a proposta de lei relativa às agências de emprego, Vong Hin Fai adiantou que é necessário verificar a existência legal destas associações. “Em primeiro lugar, temos de saber se estas seis entidades existem de facto, ou não, em Macau, ou seja, são registadas em Macau. Vamos através do nosso gabinete de relações públicas contactar estas seis entidades para verificar se existem ou não”, apontou. Uma consulta ao Boletim Oficial da RAEM permite concluir que apenas duas destas associações estão registadas. O Grupo de Concernente Trabalhadores Migrante Indonésios Peduli foi registado em 2010, enquanto que a Associação dos Trabalhadores Migrantes Indonésios em Macau publicou os estatutos em 2008. No que diz respeito à Federação Internacional dos Trabalhadores Domésticos, trata-se de uma ONG presente em todo o mundo, estando representada nesta iniciativa por Fish Ip, coordenadora para a zona da Ásia-Pacífico. Silêncio total Na petição enviada a Ho Iat Seng pede-se a suspensão da discussão da análise na especialidade do referido diploma até que as entidades que representam os trabalhadores migrantes sejam ouvidas, uma vez que estes são os principais visados pela alteração da lei. “O Governo da RAEM não deveria adoptar a proposta de lei até que os representantes dos órgãos que defendem os trabalhadores migrantes sejam ouvidos de forma adequada”, lê-se. Além disso, os peticionários defendem que, “apesar dos trabalhadores não residentes (TNR) serem os mais visados neste processo de revisão, estamos, na maioria, excluídos”. “Não estamos informados sobre o processo e não conhecemos a proposta de lei. Esta e todos os documentos relacionados estão escritos em chinês e português e não estamos aptos a compreender o que está escrito e discutir esses pontos de forma apropriada. Não estamos conscientes da existência de qualquer consulta pública ou de outra submissão de opiniões que tenha tido lugar”, acrescentam. Além de pedirem o fim das cauções pagas por parte dos TNR, é também exigida a criação de uma lista, a cumprir por parte das agências de emprego, quanto às responsabilidades a assumir num processo de recrutamento. Os peticionários pedem que as agências utilizem documentos numa linguagem que os TNR compreendam, além de defenderem o fim de “quaisquer formas de intimidação”. “Quaisquer acções de intimidação por parte das agências de emprego deveriam ser proibidas. Muitas vezes as agências intimidam os TNR a fim de os forçar a pagar cauções ou a seguirem ordens irracionais”, referem. Os deputados receberam ainda o pedido para que a nova proposta de lei “garanta que os TNR não devem assumir quaisquer custos, dívidas ou cumprir trabalho forçado durante os processos de recrutamento e emprego”. Neste sentido, é dito no documento que a obrigação do pagamento de cauções deixa os TNR em situação de dívida e trabalho forçado. “O estabelecimento do pagamento de uma caução à agência, que é 50 por cento do primeiro salário mensal, a pagar após os primeiros 60 dias de emprego, deixa-os numa situação de dívida. As agências podem colaborar com os empregadores para contratar e despedir trabalhadores a fim de obterem mais lucros.” Nos primeiros 60 dias de trabalho com o novo empregador, um trabalhador “pode sofrer abusos” e ser “silenciados por parte das agências para que estas recebam a totalidade das cauções”. Sendo assim, o Governo deveria esclarecer, na proposta de lei, o conceito de “remuneração base”. A petição denuncia ainda a recolha de pagamentos extra por parte das agências de emprego. “Não são claras as actividades ou serviços pelos quais uma agência pode cobrar. As agências acrescentam custos adicionais, relacionados com exames médicos ou alojamento, para receber mais dinheiro dos trabalhadores.” É também exigido o aumento das sanções a aplicar caso as agências não cumpram a lei. Hoje Macau PolíticaSegurança Social | AL aprova transferência de 3% dos ‘lucros’ para Fundo [dropcap]A[/dropcap] Assembleia Legislativa (AL) aprovou na quinta-feira, na generalidade, uma proposta de lei que prevê transferir 3 por cento do saldo do orçamento do território para o Fundo da Segurança Social, para responder à pressão do envelhecimento acelerado da população. A proposta de lei foi aprovada por unanimidade. “Esta proposta é para aumentar as vias de receita do fundo” de forma a garantir o funcionamento sustentável do regime de segurança social de Macau, afirmou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, na AL. A intenção é acautelar o aumento do encargo com as pensões de idosos, dado o “envelhecimento da população da Região Administrativa Especial de Macau [RAEM] no futuro, a um ritmo acelerado”, de forma a “consolidar a estabilidade financeira a médio e longo prazo”, explicou. A grande maioria dos deputados que usou da palavra demonstrou alguma preocupação com o facto de, se e quando, as receitas do jogo diminuírem, os 3 por cento anuais poderem ser um valor bruto insuficiente, sugerindo, nos anos em que as receitas do jogo sejam menores que a percentagem suba para os 4 ou mesmo 5 por cento. O vice-presidente do Conselho de Administração do Fundo de Segurança Social, Un Hoi Cheng, presente no debate, informou que neste momento as reservas do Fundo cifram-se nas 83,7 mil milhões de patacas. “Esperemos aumentar a médio longo prazo o Fundo de Segurança Social”, garantiu o secretário para a Economia e Finanças. Hoje Macau PolíticaTransportes | Lam U Tou quer coordenação entre metro e autocarros [dropcap]L[/dropcap]inhas que garantam a transferência de circulação dos passageiros que utilizam o Metro Ligeiro e os autocarros é o pedido de Lam U Tou ao Executivo. Em declarações ao jornal do Cidadão, o presidente da Associação da Sinergia de Macau disse que “não havendo oferta para as deslocações entre o Metro Ligeiro e os autocarros, é difícil que a entrada em funcionamento do metro seja útil”. Estas declarações surgem em resposta à intenção do Governo de reduzir os autocarros com a entrada de funcionamento do Metro Ligeiro, medida que para Lam não se justifica. O líder associativo defende ainda que as tarifas dos autocarros devem ser distintas entre residentes e turistas para evitar o abuso dos visitantes no uso dos transportes públicos locais. Para o efeito, o presidente da Sinergia de Macau sugere a emissão de passes pessoais para que as tarifas possam ser diferentes. «1...163164165166167168169...272»
Hoje Macau China / ÁsiaHuawei lança novo sistema operativo este verão [dropcap]A[/dropcap] Huawei vai lançar um novo sistema operativo para os seus telemóveis, no terceiro trimestre deste ano, avançou hoje a imprensa chinesa, depois de Washington ter proibido empresas norte-americanas de transaccionarem com a gigante chinesa das telecomunicações. O sistema pode estar pronto já em Agosto ou Setembro, segundo o jornal chinês Global Times, que cita fontes da empresa. Richard Yu, chefe executivo da divisão de consumo da Huawei, tem reiterado que é “muito provável” que a empresa avance com o seu próprio sistema operativo. A empresa não comentou, no entanto, quais serão as vantagens e desvantagens do seu sistema em relação ao Android. O sistema operativo desenvolvido pela norte-americana Google é actualmente usado nos dispositivos da Huawei, mas a decisão do Governo norte-americano de cortar o fornecimento levou a empresa a anunciar o seu próprio sistema. O fim das transacções comerciais entre a Alphabet (empresa-mãe da Google) e outras empresas norte-americanas com a Huawei deve ter um grande impacto no mercado europeu, incluindo em Portugal, onde a firma chinesa é líder no mercado dos ‘smartphones’. Seis fabricantes de componentes electrónicos americanos anunciaram já que romperam as suas relações comerciais com a Huawei. As fabricantes norte-americanas de processadores Intel, Qualcomm, Xilinx e Broadcom, a alemã Infineon Technologies e as fabricantes de chips de memória Micron Technology e Western Digital deixarão de fornecer à Huawei, por exigência do Governo norte-americano. O Governo dos EUA decretou que a Huawei tem três meses para se adaptar até ficar impedida de utilizar tecnologia norte-americana, depois de ter sido colocada numa lista negra de empresas suspeitas de fazerem espionagem para o Governo chinês. Washington acusa a empresa de utilizar os seus equipamentos, em particular de tecnologia de comunicações quinta geração (5G), para aceder a informação confidencial de outros países, em colabora com os serviços de inteligência chineses. Hoje Macau China / ÁsiaSeis condenados na Índia pela violação e morte de uma menina de 8 anos [dropcap]U[/dropcap]m tribunal da Índia condenou hoje seis pessoas pelo homicídio de uma menina de 8 anos, após repetidas violações durante vários dias, no Estado de Jammu e Caxemira, um caso que chocou o país. O principal arguido, um funcionário local agora reformado, e dois membros das forças de segurança acusados de destruir provas e aceitar subornos para encobrir os responsáveis encontram-se entre os seis condenados, disse o advogado da acusação, Mubeen Farooqui, aos jornalistas, à saída do tribunal. Havia um sétimo acusado, mas que foi considerado inocente, adiantou o advogado, antes de acrescentar que a pena a aplicar aos culpados será anunciada pelo tribunal hoje à tarde. A menor, pertencente a uma comunidade nómada muçulmana, foi sequestrada em Janeiro de 2018 na cidade de Kathua, uma área de maioria hindu de Jammu e Caxemira. A menina foi sedada e violada em grupo durante dias antes de ser assassinada e abandonada numa floresta, de acordo com a investigação policial, que concluiu também que era intenção dos autores enviar uma mensagem a essa comunidade para que não voltassem àquela zona. O caso provocou uma onda de indignação na Índia, com manifestações a pedir a condenação à morte dos culpados. Mas a violação e o assassinato também causaram tensão na região, a ponto de as autoridades terem que aumentar a segurança dos parentes da vítima e dos seus advogados, e transferir o julgamento para o Estado vizinho devido ao clima de insegurança. Todos os arguidos professavam a religião hindu e o crime ocorreu num templo da pequena cidade, o que levou alguns vizinhos e políticos locais a exigir a libertação imediata dos acusados. Um grupo de advogados tentou inclusivamente impedir que a polícia registasse acusações em Kathua em Abril de 2018. A Índia endureceu as leis contra as agressões sexuais, depois do caso de uma jovem universitária que morreu após ser violada em grupo num autocarro, em 2012, em Nova Deli, um acontecimento que chocou o país e passou além fronteiras. Hoje Macau SociedadeMacau promove ‘apagão’ em pontes e casinos em campanha de poupança energética [dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau promove hoje um ‘apagão’ em pontes, casinos e locais turísticos como forma de sensibilizar para a poupança energética, anunciaram as autoridades em comunicado. “Das 20:30 às 21:30, as três pontes que ligam Macau e a Taipa, seis casinos e alguns locais turísticos irão desligar as luzes desnecessárias, durante uma hora, como forma de adesão à conservação energética”, pode ler-se na nota do Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético. O objectivo passa por “divulgar e promover a conservação energética e sensibilizar os cidadãos para pouparem energia através da acção”, sendo feito o apelo à adesão da população. As autoridades sublinharam o facto de a iniciativa anual continuar a contar com o “forte apoio dos diferentes sectores da sociedade e de várias associações e organizações que se inscreveram para aderir à actividade de desligar as luzes, nomeadamente os serviços públicos, seis casinos, vários hotéis, bancos, estabelecimentos comerciais, alguns locais turísticos e grandes empreendimentos”. Para além do ‘apagão’ de hoje, as autoridades anunciaram que as luzes decorativas das três pontes que ligam a península de Macau à ilha da Taipa vão começar a ser desligadas mais cedo, a partir das 23:00. Hoje Macau China / ÁsiaGoverno de Hong Kong mantém proposta de lei sobre extradição apesar de protesto [dropcap]O[/dropcap] Governo de Hong Kong anunciou hoje que vai manter a proposta de lei que permite extradições para a China, na sequência do protesto maciço no domingo. “Trata-se de uma lei muito importante que vai garantir que a justiça prevaleça e Hong Kong cumpra as suas obrigações internacionais em matéria de criminalidade transfronteiriça e transnacional”, disse a chefe do Executivo da região administrativa especial chinesa, Carrie Lam, em declarações aos jornalistas. Os organizadores da manifestação de domingo afirmaram que mais de um milhão de pessoas desfilaram pelas ruas da cidade, enquanto a polícia da antiga colónia britânica indicou que o protesto juntou 240 mil participantes. A marcha de protesto decorreu sem grandes incidentes durante quase dez horas, mas cerca da meia-noite manifestantes invadiram uma zona barricada e a polícia respondeu com gás pimenta, de acordo com o jornal de Hong Kong, South China Morning Post. As alterações à lei da extradição já tinham motivado, em Abril, a maior manifestação em Hong Kong desde o “Movimento dos Guarda-chuvas”, em 2014, num protesto que reuniu meio milhão de pessoas. A proposta de lei apresentada pelo Governo de Hong Kong ao Conselho Legislativo autoriza a extradição de condenados em fuga para vários países com os quais o território não tem actualmente acordos de extradição, incluindo a China continental. Nas últimas semanas, várias petições circularam contra a proposta de lei, milhares de advogados organizaram uma marcha silenciosa e várias câmaras de comércio manifestaram preocupação. O Governo considerou esta proposta um instrumento vital para combater o crime transnacional e manter o Estado de direito, enquanto os críticos afirmaram temer que a população fique à mercê de um sistema judicial chinês opaco e politizado. A controversa proposta vai começar a ser debatida na quarta-feira no hemiciclo. Hoje Macau China / ÁsiaImprensa chinesa culpa “interferência estrangeira” por protestos em Hong Kong [dropcap]A[/dropcap] imprensa chinesa culpou hoje a “interferência estrangeira” pelos protestos deste fim de semana, em Hong Kong, contra a proposta de lei que permite extradições para a China, acusando os organizadores de “conluio com o Ocidente”. Os organizadores da manifestação de domingo afirmaram que mais de um milhão de pessoas desfilaram pelas ruas da cidade, enquanto a polícia da antiga colónia britânica indicou que o protesto juntou 240 mil participantes. O Governo considerou esta proposta um instrumento vital para combater o crime transnacional e manter o Estado de direito, enquanto os críticos afirmaram temer que a população fique à mercê de um sistema judicial chinês opaco e politizado. A controversa proposta vai começar a ser debatida na quarta-feira no hemiciclo. Em editorial, o jornal oficial Global Times minimizou, na segunda-feira, o protesto de domingo, um dos maiores da região semi-autónoma, desde o retorno à China, em 1997. “Deve-se ter atenção que algumas forças internacionais fortaleceram significativamente as suas relações com a oposição de Hong Kong recentemente”, afirmou o jornal, acusando os opositores de “conluio com o Ocidente”. O jornal refere reuniões entre membros da oposição de Hong Kong com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e com a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi. O jornal chinês China Daily afirma ainda que 700 mil pessoas assinaram uma petição online em apoio ao projecto de lei, e que acredita que muitos manifestantes “foram enganados pela oposição e os seus aliados estrangeiros”. Imagens aéreas das ruas de Hong Kong, cheias de manifestantes, percorreram o mundo neste fim de semana. Na China continental, porém, os acontecimentos não foram noticiados. João Luz VozesLiberdade [dropcap]E[/dropcap]terna fome da alma, torrente imparável que destrói todos os obstáculos com força de elemento natural. Chama mais brilhante que se alimenta do combustível da opressão e da violência. Denominador comum de todos os mortais, aspiração dos imortais, transversalmente universal como a carne e o sangue, como um impulso de amor. A busca da liberdade confere humanidade como a ânsia pela transcendência e a habilidade de sonhar, uma avassaladora paixão que tolda os sentidos até ser consumada, como uma nuvem carregada que já não aguenta conter o derrame líquido. O grito que se solta e repele o cheiro a cárcere que se entranha no corpo e espírito, que quebra as amarras da submissão, que derrota iniquidades e exércitos de servidão. A liberdade não se domina ou modera, o seu exercício é absoluto, soberano, maior que todas as doutrinas e ideais combinados. A sua força pode parecer enfraquecida, latente, mas nunca se extingue, impossível de não cumprir o desígnio de concretização como uma maré que sobe empurrada pela massa dos astros. Expressão máxima do que é o Homem, natureza e condição humana em acção. Musa de poetas e filósofos, matéria onírica, pesadelo dos tiranos, doce e vingativa revolução que paira por cima de todas as ditaduras como uma tempestade inevitável. Simplicidade que derrota a prepotência, maioridade que ganha ao infantilismo a que os déspotas votam os seus súbditos, clarão luminoso que leva a verdade ao mais obscuro recanto. Uns quantos teorizaram que todos os homens e mulheres estão condenados a ser livres, que essa é a sua génese, a página em branco desde o primeiro segundo de vida, a condição na qual se nasce. Outros entendem que jamais alguém será totalmente livre, que o mundo vive acorrentado à pessimista equação entre desejo e escolha consciente. Onde quer que esteja a chama da verdade, entre natureza bruta e fria racionalidade, os raios de sol vão sempre iluminar a treva. Entre as muitas mentes brilhantes que se debruçaram sobre o tema, há quem entenda a liberdade como uma emanação material, longe das teorizações burguesas metafísicas e ideais abstractos, a satisfação de se poder ser e fazer. Também é comum descrever-se a liberdade como uma espécie de fronteira que demarca onde um indivíduo acaba e o outro começa, a barreira que circunscreve uma unidade de vida e a divide da seguinte. A questão dos limites da liberdade condicionada socialmente está no cerne da verdadeira definição do que é ser livre. Estarão as várias liberdades individuais conectadas e dependentes umas das outras? A condição de se ser livre é algo pessoal ou social? Apesar da validade teórica e ética de uma liberdade que se realiza no confronto individual, a sua acepção pessoal vinca a existência. A característica intrínseca, inerente à pessoa, faz com que mesmo o encarcerado seja naturalmente livre. A certeza desta autonomia ultrapassa todas as celas, métodos de controlo, violência de Estado, terror assassino, doença e mesmo a inevitabilidade da morte. Apesar de amordaçado, o grito de liberdade esgueira-se entre os dentes, como um sopro que se agiganta. Fora do plano teórico, ser livre na sociedade em que vivemos pode reduzir-se ao simples privilégio de não nos chatearem os cornos, de termos acesso ao luxo do silêncio fora do alcance do WIFI. Sair de cabeça erguida do labirinto de produção e consumo onde meio mundo anda perdido, cumprindo a profecia de Debord do cativeiro do entretenimento e das falsas escolhas. Acordar para dias formatados por obrigações de toda a ordem, viver contido, confortável em passividade segura, evitando ao máximo o risco e o perigo de ser desbragadamente livre, para além dos limites das convenções sociais e até das leis. A liberdade é difícil de definir. Já a submissão é mais fácil de identificar, sente-se na pele, aterroriza os que ainda não foram aprisionados, fustiga a pele de quem ousa dizer uma palavra verdadeira, castra a criatividade e a expressão artística. O problema para quem aspira ser livre é que também a violência é inerente ao ser humano. Enquanto a experiência da humanidade durar, duas forças contraditórias vão continuar um conflito sem tréguas: liberdade e subjugação. José Simões Morais h | Artes, Letras e IdeiasSer português [dropcap]H[/dropcap]oje, dia de Portugal gostaria de dar existência ao estar português de quem consegue englobar versus os globalizadores que, saídos das modernas escolas europeia usam apenas o pensar anglo-saxónico como forma de ser, fazendo-se como centro e só a si se vêem. Heraclito versus Demócrito. A pena que trago em mim devo-a à demissão no momento em que obrigaram os professores a dar as aulas, sem lhes permitir que estas pudessem acontecer e por isso a formatação da juventude num formal pensamento concreto, sem a abstracção do espaço a possibilitar ao Ser realizar-se pela harmonia no estar. Isto ocorreu em Portugal, nas Escolas de formação dos professores nos finais dos anos 80 do último século do II milénio. Apenas interessava ensinar o saber fazer sem des-cobrir o lugar do estar. Por tudo isto deixei de leccionar, teriam esses estudantes hoje os seus quarenta e tantos anos e são dessa estirpe os actuais ocupantes dos lugares de chefia na maioria das instituições portuguesas. Educados com uma realidade Absoluta apenas para o mercado de trabalho, não lhes foi dado o espaço do espírito do estar fora da materialidade e assim, apenas pelo valor do material e suas relações fazem a existência. Para terem de provar e a maximizada glória de serem reconhecidos, foram-lhes entregues os lugares do poder, tratando os seus semelhantes como escravos, como eles o são. Homens sem espírito Não foi bonito como o actual cônsul tratou a idosa comunidade portuguesa de Macau. Para revelar o afastamento e a pouca importância que dá aos antigos portugueses residentes em Macau, ou melhor, o desconhecimento que tem sobre essa população, o cônsul com os seus quarenta e muitos anos de idade, resolveu mostrar a sua modernidade e ao contrário do que sempre aconteceu para a recepção na Residência Consular no evento relativo ao 10 de Junho, apenas permite aí entrar quem de forma electrónica se inscrever. Justificação: esta é uma alteração que se prende com a necessidade de se adoptarem práticas mais condizentes com o século XXI. Ora aqui está a razão da atitude [pouco simpática e educada] do cônsul português de Macau à saída do Clube Militar, de olhando para um grupo de portugueses aí reunidos, virar a cara sem sequer esboçar um qualquer sinal de cumprimento. Nós já vivemos no primeiro século do III milénio e o cônsul está ainda num espaço de uma continuidade do passado e por isso não nos viu, pois ocupamos distintos lugares de existência. Creio ser isso que distingue os antigos portugueses residentes de Macau do último século do II milénio, dos reinóis que, após a passagem da administração portuguesa para a chinesa, a Macau chegaram adejados e envergando aventais trazendo o fito de nos venderem o ópio da sua Absoluta civilização. Chegaram para ensinar a saloíce de quem traz as verdades com que culturalmente foram educados e assim vestidos, vêm investidos na presunção da importância das suas autoridades estatutárias. Nesse bullying nos tratam como foram tratados e ensinados a observar pelo semelhante destroem tudo o que à volta deles é diferente, sem atenção ao outro pois educados pela competição sem espaço para o que os contradiz, não o entendem, logo não existe. Os portugueses devem a existência ainda de Macau [para além dos maquistas] aos que em meados do século XX chegaram sobretudo como militares e aqui se quedaram casando e constituindo família, permitindo a continuidade da comunidade portuguesa. Devido à sua actual idade não fazem uso das novas tecnologias e assim, não puderam escolher os conteúdos da TDM, nem podem agora assistir na casa consular à festa do 10 de Junho, restrita à nova geração de reinóis para aqui enviada com o intuito de explicar o caos, com que lhes arquitectaram a sua existência, aos que reconhecem haver ordem no Universo. Com direitos individuais, pois crêem ser os últimos a sair da mesa do banquete, ainda não perceberam que se assim for têm autofágica-mente de se comer a si próprios, quando acabada a comida para o qual servirão os que à sua volta se encontram. Choro mascarado de riso Na máscara do desenho que envolve este palco do teatro da vida aqui narrado, revemos o atomista Demócrito e o seu riso mascarado de quântico Heraclito choro. A arte representa a mentira mais verdadeira que a própria verdade e por isso Pessoa nos dá a dor como fingida dor que é dor que deveras sente. Mas actualmente já não se sente, pois não se está, apenas se É; ser com uma autoridade estatutária, sem trazer a Natural e a do Saber, que vem subvertida com as Verdades apreendidas de Escola. VER traz pelo espelho o reflectido ЯЭVЄR. Com o Demócrito riso mascarado de Heraclito choro pretendemos demonstrar que, choramos por entender haver uma mão que desmancha para não nos apercebermos do caminho, já sem o movimento de representação para construir a realidade, mas temerariamente rimos dos retratos com que nos vamos agrilhoando como Ser Humano; ainda Vivo? Se esse movimento expansivo nas faces, rir de contente não me é permitido pois só um tolo se ri ao deitar fora as jóias herdadas dos seus antepassados, contraindo a face percorro as rugas do tempo que leva o choro a ver as memórias a perderem-se. Por falta de atenção, ao caminhar construímos as imagens mentais alicerçadas em retratos, fragmentos sem representação que tomamos como Verdades. E por essas jóias perdidas recebemos joio. A palha com que enchemos o nosso templo. Em realidades ligadas ao formal de uma cartesiana ciência, não se realiza o momento de mutação do Presente, yin complemento yang, movimento reflectido que respira na harmonia do Universo, abrangência do Espaço por onde Espinosa [a ser pisado] nos trouxe as emoções do caminhar e Einstein complementou com os três módulos da relatividade das mutações. Esgravatamos cientificamente até ao nano, quando as proporções estão desde a Antiguidade representadas na geometria sagrada das Pirâmides. Caminhar para abrir à mente as portas do espelho pela reflexão e não pela projecção e por isso o mar para Portugal. Há necessidade de rever o conceito de civilização na Ocidental mentalidade, que velha niilista não deixa passar à idade do idoso. Vive actualmente centrada em si mesma como adulta ilha e não consegue reflectir-se continental-mente pelo outro. Vemos os que trabalham por Portugal a serem dizimados e governados pelos que comprados pelo joio pretendem que este país entre pelo multi-nacional e não pelo Universo da idade, de quem pelas diferentes civilizações se encontra na gramática do sagrado estar divino. E daí o riso de quem ao chorar pela tragédia encara a ironia da comédia na figura que está a representar pelo tanto rir que o choro lhe provoca, e realiza o que resta da memória pelos restos dos alimentos nas bordas da boca, confins da História, vislumbradas pelas emoções do viver: as linhas com que desenhamos o auto-retrato. Pela vibração do som falado, explicado na realidade da acção, desapertamos o nó górdio. Sérgio Fonseca DesportoGP Macau | Cinco construtores esperados na Taça do Mundo de GT [dropcap]J[/dropcap]á são conhecidas as primeiras informações sobre a quinta edição da Taça do Mundo de GT da FIA que se disputará no programa da 66ª edição do Grande Prémio de Macau. A edição do ano passado teve boa adesão por parte dos construtores, mas só conseguiu reunir catorze viaturas, o número limite para a prova se realizar. Este ano é esperada uma grelha de partida mais composta. Na conferência de imprensa de apresentação do Grande Prémio, no mês passado, Chong Coc Veng, Coordenador da Subcomissão Desportiva da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, referiu que “as equipas da FIA e da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau (COGPM) tomaram já medidas com o objectivo de atrair mais pilotos a Macau e para melhorar ainda mais a corrida para o espectadores.” A prova continuará a ser co-organizada pela influente SRO Motorsports Group que, numa comunicação enviada às equipas na passada quarta-feira, esclarece que o “formato manter-se-á praticamente inalterado: com pilotos e equipas apoiados pelos construtores em luta por um dos mais prestigiados títulos das corridas de GT”. A estrutura do fim-de-semana da Taça do Mundo também não sofrerá alterações, estando previstos dois treinos-livres de 30 minutos, uma sessão de qualificação com a mesma duração, uma corrida de qualificação de 12 voltas, provavelmente a ser realizada no sábado do evento, e a corrida decisiva de 18 voltas, ou 75 minutos, no domingo. Como é tradição, as viaturas participantes também deverão ser expostas na Praça do Tap Seac no fim-de-semana que antecede o evento, proporcionando à comunidade local um contacto muito próximo com algumas das máquinas que irão animar o fim-de-semana de 16 e 17 de Novembro. Para além da importância do triunfo na prova, os concorrentes também irão contender pelas 725,000 patacas, em prémios monetários, que estarão em jogo. Quem virá? Neste momento ainda é cedo para prever quem serão os pilotos e equipas que irão marcar presença no Circuito da Guia em Novembro. No entanto, segundo a comunicação enviada aos potenciais intervenientes, “nesta fase inicial estamos a contar com pelo menos cinco construtores”. O ano passado cinco construtores disseram “sim” ao desafio de Macau – Audi, BMW, Mercedes-AMG, Nissan e Porsche. Os quatro gigantes da indústria automóvel germânica deverão repetir a presença este ano, tendo a BMW, que venceu o ano passado com o brasileiro Augusto Farfus, e a Porsche já admitido as suas intenções publicamente. A Bentley, a Honda, a Lamborghini e a Nissan são outros construtores que também estarão a ponderar um regresso à RAEM. Além dos pilotos “Ouro” e “Platina” segundo o ranking da FIA, a prova irá aceitar a presença de pilotos “Prata”. Para incentivar a presença dos mesmos, haverá prémios monetários para os três melhores classificados. Os dois pilotos de automobilismo mais representativos do território, os portugueses André Couto e Rodolfo Ávila, são únicos categorizados pela FIA como “Silver”. O período de inscrições para a prova dura de 28 de Junho até ao dia 31 de Agosto. Contudo, a lista de inscritos só será tornada pública na habitual Conferência de Imprensa da COGPM no mês de Outubro. Hoje Macau EventosGastronomia | Chefe Vítor Matos no Clube Militar [dropcap]O[/dropcap] chefe português Vítor Matos regressa, a partir de hoje a Macau, para liderar o festival de gastronomia e vinhos de Portugal, organizado pelo Clube Militar, que assinala este ano o 149.º aniversário. Até 19 de Junho, Vitor Matos e os chefes-assistentes João Araújo e Helena Castro vão contribuir para a promoção da gastronomia portuguesa no território, anunciou o Clube Militar. Este festival integra também a programação “Junho – Mês de Portugal”, promovido pelo Consulado-geral de Portugal em Macau, no âmbito da celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Com um percurso profissional dividido entre Portugal e a Suíça, Vitor Matos, de 42 anos, estudou cozinha e pastelaria, entre 1992 e 1995, em Neuchâtel, Suíça. Ao longo de mais de 20 anos de carreira, conquistou várias distinções, incluindo a atribuição de uma estrela Michelin para o seu restaurante Antiqvvm, no Porto, no ano passado. Esta é a segunda vez que Vitor Matos apresenta a sua “cozinha de sabores e aromas tradicionais de Portugal” no Clube Militar, onde em 2016 liderou este mesmo festival de gastronomia e vinhos. Raquel Moz EventosExposição | Fotos premiadas de Eduardo Leal na Fundação Rui Cunha São imagens que sugerem uma dança de sacos ao vento que envolvem arbustos quase estrangulados e sem vida. A beleza das fotos é inquietante. E deu vários prémios mundiais ao fotojornalista Eduardo Leal, que a partir de amanhã expõe o trabalho na FRC [dropcap]A[/dropcap] multipremiada exposição “Plastic Trees” de Eduardo Leal é inaugurada amanhã, às 18h30, na galeria da Fundação Rui Cunha, onde ficará patente ao público durante duas semanas. É um conjunto de imagens que demonstram a presença dos resíduos plásticos nos lugares mais recônditos, uma visão sobre o lixo resultante do excesso de consumo a nível mundial. “A série ‘Plastic Trees’ foi feita para chamar a atenção para este problema, com foco na disseminação de sacos plásticos no Altiplano Boliviano, onde milhões de sacos viajam com o vento até se enredarem nos arbustos nativos”, pode ler-se na página web da FRC. A mostra reúne as imagens de uma série que valeu ao autor, mestre em fotografia documental, vários prémios internacionais, como os Sony World Photo Awards, o Lens Culture Earth Award, os Moscow International Photo Awards e o prémio Estação Imagem nacional. Foi ainda finalista do galardão Atkins CIWEM, para a Melhor Fotografia do Ano em termos de Ambiente. Eduardo Leal, que desde 2016 é professor convidado da Universidade de São José em Macau, viveu vários anos na América do Sul, onde trabalhou como fotojornalista para diversas publicações de prestígio, como a Time, The Washington Post, Al Jazeera America, ou CNN, entre muitas outras. Nos arredores de Uyuni Em entrevista à revista holandesa de fotografia contemporânea, Lens Culture, cujo prémio principal arrecadou em 2015, Eduardo Leal contou que durante anos viajou pelo mundo inteiro, mas especialmente pela América Latina e pela Ásia, onde sempre se incomodou com as bonitas paisagens estragadas pela quantidade de lixo e de detritos. “E a maioria são sacos de plástico”. “Decidi, então, fazer algo para chamar a atenção para o problema. Mas sabia que seria difícil fotografar sacos de plástico e torná-los visualmente interessantes para o espectador”. Demorou, segundo revelou à referida publicação, anos até encontrar o modo certo de exprimir o que sentia. “Um dia, quando caminhava pelos arredores da cidade de Uyuni, na Bolívia, encontrei este lugar incrivelmente belo, coberto de sacos de plástico. Naquele momento, tive a certeza que era ali que iria fazer algo sobre o tema”. O que fez foi testar a luz e a perspectiva, até descobrir como registar não só a beleza, mas também o significado daquelas imagens. “Foi uma questão de voltar ao mesmo local, dia após dia, à mesma hora, de modo a captar a luz de forma consistente e procurar os objectos para mim mais cativantes”, fazendo questão de acrescentar que “produzi estas minhas composições movendo-me apenas à volta das árvores e procurando os melhores ângulos. Nunca toquei em nenhum saco de plástico nem encenei os objectos fotografados. Isso é muito importante para mim: trabalhando como fotojornalista, tenho consciência da importância de não arranjar as fotos ou manipular a verdade”. A única coisa que admite ter alterado no local, para poder fotografar, foi o buraco que escavou com as próprias mãos, tentando obter “a perspectiva certa para transformar os pequenos arbustos em árvores”. De facto, as “árvores de plástico” são pequeníssimos arbustos, “o maior não sendo mais do que o tamanho de duas mãos”, que Eduardo Leal procurou recriar como árvores, “numa tentativa metafórica de demonstrar a dimensão do problema”, confessou à Lens Culture. O drama dos sacos No final do trabalho, “completamente diferente de tudo o que havia feito até à data”, ficou sem saber que destino dar ao conjunto de imagens, “já que as plataformas para as quais eu costumava trabalhar, não estavam interessadas neste tipo de projectos conceptuais”. Felizmente, o resultado foi “deslumbrante” e “intrigante” o suficiente para o colocar na linha de vários prémios internacionais, fazendo o público reflectir e questionar-se sobre o drama subjacente: a poluição do planeta. No manifesto da exposição da FRC, Eduardo Leal refere mesmo que “o mundo consome 1 milhão de sacos de plástico por minuto, sendo o objecto de consumo mais omnipresente” a nível global. “O problema é ainda mais grave nos países com maiores dificuldades, onde as infra-estruturas de gestão de resíduos não estão realmente desenvolvidas. A acumulação de sacos plásticos no meio ambiente causa deterioração das paisagens, dos solos agrícolas e está associada à morte de animais domésticos e selvagens”. A mostra pode ser visitada até ao próximo dia 24 de Junho. Hoje Macau DesportoPortugal vence Holanda e conquista Liga das Nações [dropcap]U[/dropcap]m golo de Gonçalo Guedes permitiu hoje à selecção portuguesa de futebol conquistar a primeira edição da Liga das Nações, com um triunfo por 1-0 na final com a Holanda, no Estádio do Dragão, no Porto. O jogador do Valência, que substituiu no ‘onze’ João Félix em relação às meias-finais, resolveu o encontro aos 60 minutos, com um remate à entrada da área, após um passe de Bernardo Silva. O conjunto das ‘quinas’ arrebatou o segundo título internacional da sua história, depois do campeonato da Europa de 2016, então numa final com a anfitriã França (1-0, após prolongamento), graças a um golo de Éder. https://www.youtube.com/watch?v=3q0dV3SrsoU Hoje Macau SociedadeDSAMA | Concurso da Nam Kwong em análise [dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) está a analisar o concurso público por si organizado em que as três propostas apresentadas estão ligadas à empresa Nam Kwong. Em causa estão os trabalhos de renovação do sistema de combustíveis no Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior. No concurso foram apresentadas três propostas, duas das quais foram rejeitadas, e todas tinham a Companhia de Produtos Químicos e Petrolíferos Nam Kwong como accionista. “A DSAMA está analisar o caso em questão. Por enquanto, não há mais informação disponível” afirmou o organismo, ao HM. Segundo uma decisão do Tribunal de Segunda Instância, validada pelo Tribunal de Última Instância, quando num concurso público há mais do que uma proposta com o mesmo accionista as mesmas devem ser rejeitadas porque colocam em causa o princípio da concorrência. Hoje Macau SociedadeTáxis | Quinze infracções desde 3 de Junho [dropcap]F[/dropcap]oram registadas 15 infracções desde a entrada em vigor da nova lei de táxis no passado dia 3 de Junho. A informação foi adiantada por Vong Vai Hong, segundo comandante do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), ao canal chinês da Rádio Macau. As infracções envolveram essencialmente o abuso na cobrança de tarifas, a recusa do transporte e falta de identificação do condutor. O responsável afirma ainda que as autoridades têm intensificado as acções de Inspecção e consideram que a medida tem produzido efeitos satisfatórios. Vong Vai Hong referiu também que foram instaladas 350 paragens de táxis para satisfazer as necessidades do público. Hoje Macau SociedadePorto Interior | Choque de navios de carga sem feridos [dropcap]D[/dropcap]ois navios de carga colidiram ao fazer o percurso entre o terminal marítimo de passageiros da Taipa e o canal do Porto Interior, segundo informação do canal chinês da Rádio Macau. Não foram registados feridos entre a tripulação, mas um dos navios afundou parcialmente. Os dois navios são suspeitos de transportar sobrecarga e de violar as regras de navegação, informou a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA). Às 8h10 da manhã de ontem, as pessoas foram evacuadas de urgência do navio que estava a inclinar e a tombar lateralmente dentro da água. Foi relatado que havia pó de pedra dentro da embarcação e que o navio ficou encalhado na proximidade do Porto Interior, representando um potencial bloqueio à navegação através do canal. A DSAMA alerta os navios para prestarem atenção no local e anunciou que vai colocar instruções temporárias e emitir sinais marítimos de aviso. Sofia Margarida Mota SociedadeGalgos | Últimos cães do canídromo partem hoje para a Austrália São três os galgos do canídromo que partem hoje para a Austrália, terminando assim o processo de realojamento internacional de mais de 500 cães abandonados pela Yat Yen. Albano Martins está satisfeito com a operação de realojamento feita em tempo “recorde” [dropcap]O[/dropcap]s últimos três galgos que têm como destino o exterior, partem hoje da Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA – com destino à Austrália. Fazem parte de um grupo de 18 animais destinados especificamente àquele país, como forma de alerta. “A 26 de Outubro começámos a trabalhar e a mandar os primeiros galgos para fora e no dia 26 de Março fechámos o canídromo, ou seja em seis meses o canídromo encerrou. Isto não significa necessariamente que todos os animais tivessem realojados porque nós guardámos os galgos para irem para a Austrália apenas para chatear os australianos da indústria” das corridas de cães, apontou o presidente da ANIMA, Albano Martins, ao HM. De acordo com o responsável “99 por cento daqueles galgos, vieram da Austrália ao longo destes anos todos e portanto tinha algum interesse que a ANIMA conseguisse colocar alguns animais naquela país”, até para que a questão das corridas seja publicamente discutida. No canídromo de Macau, ao longo do seu funcionamento com a exploração de corridas, morreram entre 15 a 18 mil animais, acrescentou Albano Martins. Na ANIMA ainda vão ficar cinco galgos, todos eles animais do canídromo que vieram já depois do encerramento, sendo que três deles “provavelmente poderão ser adoptados localmente pela famílias que os estão a realojar”. Dos 532 galgos deixados nas instalações do canídromo pela empresa que detinha a exploração das corridas de cães, a Yat Yuen, até Junho do ano passado, 15 morreram, 307 foram enviados para os EUA, 60 para Itália, 70 para o Reino Unido, 15 para França, cinco para Alemanha e 26 para Hong Kong. Os restante foram adoptados pela própria ANIMA. Ligados à causa Apesar de “satisfeito” com o resultado do realojamento dos animais em tempo “recorde”, Albano Martins admite que se tratou de “uma operação complicada”. “Fomos colocados de repente nesta situação de resolver a situação de 532 animais que estavam vivos e prometemos que a resolvíamos. Acabámos por resolver em muito menos tempo”, disse. O processo foi realizado com “muito esforço”, até porque “o investimento não tem em conta apensas o dinheiro, mas também os esforços que envolveram toda uma organização que estava dedicada essencialmente a animais de rua”, apontou sublinhando que todo o trabalho foi feito de forma gratuita com os “poucos meios” de que a associação dispunha. Já em termos financeiros, “a ANIMA terá gasto cerca de meio milhão de patacas e não teve nenhum apoio financeiro local”. Recorde-se que a Yat Yuen suportou custos, no montante de 70 milhões de patacas. Terra condicionada Entretanto, a ANIMA continua a atravessar dificuldades financeiras, mas a maior preocupação de Albano Martins prende-se com a conquista da concessão definitiva do terreno de Coloane que, para já, está limitado a contratos de cedência anuais. “O terreno é a questão que mais nos preocupa porque se nos for assegurado o terreno nós podemos crescer”, referiu. A parcela de terra está neste momento ocupada com “barracas” que abrigam cerca de 50 cães. Não sendo destinada a edificação, estas barracas são consideradas ilegais e têm sido o argumento das Obras Públicas para negar a concessão definitiva. Mas Albano Martins não cede. “Se for necessário tiramos o telhado de chapa e pomos umas sombrinhas. Vamos ter que negociar com as obras públicas porque não vamos matar os animais para poder satisfazer as condições do Governo para nos cederem o terreno”, apontou o responsável. “Mandarmos matar cerca de 50 animais para nos poderem dar a concessão do terreno é coisa que a ANIMA não vai fazer”, sublinhou Albano Martins que considera que a origem do impasse da concessão definitiva terá que ver com “alguma má vontade provavelmente ou com alguns burocratas no meio deste percurso todo.” Juana Ng Cen PolíticaTrabalho | Ella Lei pede revisão de orientações para dias de tufão [dropcap]C[/dropcap]omo a legislação das relações de trabalho não estabelece se os trabalhadores devem apresentar-se ao serviço em dias de condições atmosféricas adversas, como quando passam tufões, Ella Lei interpelou o Governo para esclarecer as dúvidas nesta matéria. A deputada pretende também saber se após a retirada do sinal n.º 8 de tempestade tropical os trabalhadores têm de regressar aos postos. Para já, empregados e patrões só têm como orientação o documento “Aspectos a ter em conta pelas partes laborais em situações de tufão, chuvas intensas, trovoada e storm surge” distribuído pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Ella Lei recorda que nos dois últimos anos Macau sofreu com a passagem de dois super tufões e que é necessário que a DSAL tenha em conta o desenvolvimento social, as condições de tráfego e de clima para rever as indicações a dar às partes envolvidas na relação laboral. A deputada, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau, pergunta se a DSAL pretende introduzir medidas de “circunstâncias extremas”, como em Hong Kong, e se vão ser elaboradas normas e regulamentos mais claros para empresas privadas. Andreia Sofia Silva PolíticaAgências de emprego | Activista contesta palavras de Vong Hin Fai Benedicta Palcon contesta as palavras do deputado Vong Hin Fai quanto à legalidade da ONG que dirige, afirmando que qualquer pessoa ou entidade tem, aos olhos da lei, o direito à petição. Na carta dirigida a Ho Iat Seng, e que é assinada por seis responsáveis por ONG, pede-se que a proposta de lei seja suspensa até que as associações de trabalhadores migrantes sejam ouvidas [dropcap]A[/dropcap] porta-voz da associação Greens Philippines Migrant Workers Union, Benedicta Palcon, disse ao HM que o deputado Vong Hin Fai não tem razão quando diz ser necessário verificar a existência legal das associações que representam os trabalhadores migrantes antes de agendar uma reunião sobre a revisão da lei das agências de emprego. “Foi-nos explicado que as leis de Macau garantem o direito de petição e que não existem restrições sobre o seu registo ou sobre o facto de serem ou não associações de Macau”, referiu. A petição assinada por representantes de seis associações de defesa dos direitos dos trabalhadores migrantes foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, em Abril deste ano. Erik Lestari, porta-voz do grupo Indonesian Migrant’s Rights Advocate, adiantou ao HM que ainda não foi agendada qualquer data. Na última reunião da 3ª Comissão Permanente da AL, que actualmente analisa na especialidade a proposta de lei relativa às agências de emprego, Vong Hin Fai adiantou que é necessário verificar a existência legal destas associações. “Em primeiro lugar, temos de saber se estas seis entidades existem de facto, ou não, em Macau, ou seja, são registadas em Macau. Vamos através do nosso gabinete de relações públicas contactar estas seis entidades para verificar se existem ou não”, apontou. Uma consulta ao Boletim Oficial da RAEM permite concluir que apenas duas destas associações estão registadas. O Grupo de Concernente Trabalhadores Migrante Indonésios Peduli foi registado em 2010, enquanto que a Associação dos Trabalhadores Migrantes Indonésios em Macau publicou os estatutos em 2008. No que diz respeito à Federação Internacional dos Trabalhadores Domésticos, trata-se de uma ONG presente em todo o mundo, estando representada nesta iniciativa por Fish Ip, coordenadora para a zona da Ásia-Pacífico. Silêncio total Na petição enviada a Ho Iat Seng pede-se a suspensão da discussão da análise na especialidade do referido diploma até que as entidades que representam os trabalhadores migrantes sejam ouvidas, uma vez que estes são os principais visados pela alteração da lei. “O Governo da RAEM não deveria adoptar a proposta de lei até que os representantes dos órgãos que defendem os trabalhadores migrantes sejam ouvidos de forma adequada”, lê-se. Além disso, os peticionários defendem que, “apesar dos trabalhadores não residentes (TNR) serem os mais visados neste processo de revisão, estamos, na maioria, excluídos”. “Não estamos informados sobre o processo e não conhecemos a proposta de lei. Esta e todos os documentos relacionados estão escritos em chinês e português e não estamos aptos a compreender o que está escrito e discutir esses pontos de forma apropriada. Não estamos conscientes da existência de qualquer consulta pública ou de outra submissão de opiniões que tenha tido lugar”, acrescentam. Além de pedirem o fim das cauções pagas por parte dos TNR, é também exigida a criação de uma lista, a cumprir por parte das agências de emprego, quanto às responsabilidades a assumir num processo de recrutamento. Os peticionários pedem que as agências utilizem documentos numa linguagem que os TNR compreendam, além de defenderem o fim de “quaisquer formas de intimidação”. “Quaisquer acções de intimidação por parte das agências de emprego deveriam ser proibidas. Muitas vezes as agências intimidam os TNR a fim de os forçar a pagar cauções ou a seguirem ordens irracionais”, referem. Os deputados receberam ainda o pedido para que a nova proposta de lei “garanta que os TNR não devem assumir quaisquer custos, dívidas ou cumprir trabalho forçado durante os processos de recrutamento e emprego”. Neste sentido, é dito no documento que a obrigação do pagamento de cauções deixa os TNR em situação de dívida e trabalho forçado. “O estabelecimento do pagamento de uma caução à agência, que é 50 por cento do primeiro salário mensal, a pagar após os primeiros 60 dias de emprego, deixa-os numa situação de dívida. As agências podem colaborar com os empregadores para contratar e despedir trabalhadores a fim de obterem mais lucros.” Nos primeiros 60 dias de trabalho com o novo empregador, um trabalhador “pode sofrer abusos” e ser “silenciados por parte das agências para que estas recebam a totalidade das cauções”. Sendo assim, o Governo deveria esclarecer, na proposta de lei, o conceito de “remuneração base”. A petição denuncia ainda a recolha de pagamentos extra por parte das agências de emprego. “Não são claras as actividades ou serviços pelos quais uma agência pode cobrar. As agências acrescentam custos adicionais, relacionados com exames médicos ou alojamento, para receber mais dinheiro dos trabalhadores.” É também exigido o aumento das sanções a aplicar caso as agências não cumpram a lei. Hoje Macau PolíticaSegurança Social | AL aprova transferência de 3% dos ‘lucros’ para Fundo [dropcap]A[/dropcap] Assembleia Legislativa (AL) aprovou na quinta-feira, na generalidade, uma proposta de lei que prevê transferir 3 por cento do saldo do orçamento do território para o Fundo da Segurança Social, para responder à pressão do envelhecimento acelerado da população. A proposta de lei foi aprovada por unanimidade. “Esta proposta é para aumentar as vias de receita do fundo” de forma a garantir o funcionamento sustentável do regime de segurança social de Macau, afirmou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, na AL. A intenção é acautelar o aumento do encargo com as pensões de idosos, dado o “envelhecimento da população da Região Administrativa Especial de Macau [RAEM] no futuro, a um ritmo acelerado”, de forma a “consolidar a estabilidade financeira a médio e longo prazo”, explicou. A grande maioria dos deputados que usou da palavra demonstrou alguma preocupação com o facto de, se e quando, as receitas do jogo diminuírem, os 3 por cento anuais poderem ser um valor bruto insuficiente, sugerindo, nos anos em que as receitas do jogo sejam menores que a percentagem suba para os 4 ou mesmo 5 por cento. O vice-presidente do Conselho de Administração do Fundo de Segurança Social, Un Hoi Cheng, presente no debate, informou que neste momento as reservas do Fundo cifram-se nas 83,7 mil milhões de patacas. “Esperemos aumentar a médio longo prazo o Fundo de Segurança Social”, garantiu o secretário para a Economia e Finanças. Hoje Macau PolíticaTransportes | Lam U Tou quer coordenação entre metro e autocarros [dropcap]L[/dropcap]inhas que garantam a transferência de circulação dos passageiros que utilizam o Metro Ligeiro e os autocarros é o pedido de Lam U Tou ao Executivo. Em declarações ao jornal do Cidadão, o presidente da Associação da Sinergia de Macau disse que “não havendo oferta para as deslocações entre o Metro Ligeiro e os autocarros, é difícil que a entrada em funcionamento do metro seja útil”. Estas declarações surgem em resposta à intenção do Governo de reduzir os autocarros com a entrada de funcionamento do Metro Ligeiro, medida que para Lam não se justifica. O líder associativo defende ainda que as tarifas dos autocarros devem ser distintas entre residentes e turistas para evitar o abuso dos visitantes no uso dos transportes públicos locais. Para o efeito, o presidente da Sinergia de Macau sugere a emissão de passes pessoais para que as tarifas possam ser diferentes. «1...163164165166167168169...272»
Hoje Macau China / ÁsiaSeis condenados na Índia pela violação e morte de uma menina de 8 anos [dropcap]U[/dropcap]m tribunal da Índia condenou hoje seis pessoas pelo homicídio de uma menina de 8 anos, após repetidas violações durante vários dias, no Estado de Jammu e Caxemira, um caso que chocou o país. O principal arguido, um funcionário local agora reformado, e dois membros das forças de segurança acusados de destruir provas e aceitar subornos para encobrir os responsáveis encontram-se entre os seis condenados, disse o advogado da acusação, Mubeen Farooqui, aos jornalistas, à saída do tribunal. Havia um sétimo acusado, mas que foi considerado inocente, adiantou o advogado, antes de acrescentar que a pena a aplicar aos culpados será anunciada pelo tribunal hoje à tarde. A menor, pertencente a uma comunidade nómada muçulmana, foi sequestrada em Janeiro de 2018 na cidade de Kathua, uma área de maioria hindu de Jammu e Caxemira. A menina foi sedada e violada em grupo durante dias antes de ser assassinada e abandonada numa floresta, de acordo com a investigação policial, que concluiu também que era intenção dos autores enviar uma mensagem a essa comunidade para que não voltassem àquela zona. O caso provocou uma onda de indignação na Índia, com manifestações a pedir a condenação à morte dos culpados. Mas a violação e o assassinato também causaram tensão na região, a ponto de as autoridades terem que aumentar a segurança dos parentes da vítima e dos seus advogados, e transferir o julgamento para o Estado vizinho devido ao clima de insegurança. Todos os arguidos professavam a religião hindu e o crime ocorreu num templo da pequena cidade, o que levou alguns vizinhos e políticos locais a exigir a libertação imediata dos acusados. Um grupo de advogados tentou inclusivamente impedir que a polícia registasse acusações em Kathua em Abril de 2018. A Índia endureceu as leis contra as agressões sexuais, depois do caso de uma jovem universitária que morreu após ser violada em grupo num autocarro, em 2012, em Nova Deli, um acontecimento que chocou o país e passou além fronteiras. Hoje Macau SociedadeMacau promove ‘apagão’ em pontes e casinos em campanha de poupança energética [dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau promove hoje um ‘apagão’ em pontes, casinos e locais turísticos como forma de sensibilizar para a poupança energética, anunciaram as autoridades em comunicado. “Das 20:30 às 21:30, as três pontes que ligam Macau e a Taipa, seis casinos e alguns locais turísticos irão desligar as luzes desnecessárias, durante uma hora, como forma de adesão à conservação energética”, pode ler-se na nota do Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético. O objectivo passa por “divulgar e promover a conservação energética e sensibilizar os cidadãos para pouparem energia através da acção”, sendo feito o apelo à adesão da população. As autoridades sublinharam o facto de a iniciativa anual continuar a contar com o “forte apoio dos diferentes sectores da sociedade e de várias associações e organizações que se inscreveram para aderir à actividade de desligar as luzes, nomeadamente os serviços públicos, seis casinos, vários hotéis, bancos, estabelecimentos comerciais, alguns locais turísticos e grandes empreendimentos”. Para além do ‘apagão’ de hoje, as autoridades anunciaram que as luzes decorativas das três pontes que ligam a península de Macau à ilha da Taipa vão começar a ser desligadas mais cedo, a partir das 23:00. Hoje Macau China / ÁsiaGoverno de Hong Kong mantém proposta de lei sobre extradição apesar de protesto [dropcap]O[/dropcap] Governo de Hong Kong anunciou hoje que vai manter a proposta de lei que permite extradições para a China, na sequência do protesto maciço no domingo. “Trata-se de uma lei muito importante que vai garantir que a justiça prevaleça e Hong Kong cumpra as suas obrigações internacionais em matéria de criminalidade transfronteiriça e transnacional”, disse a chefe do Executivo da região administrativa especial chinesa, Carrie Lam, em declarações aos jornalistas. Os organizadores da manifestação de domingo afirmaram que mais de um milhão de pessoas desfilaram pelas ruas da cidade, enquanto a polícia da antiga colónia britânica indicou que o protesto juntou 240 mil participantes. A marcha de protesto decorreu sem grandes incidentes durante quase dez horas, mas cerca da meia-noite manifestantes invadiram uma zona barricada e a polícia respondeu com gás pimenta, de acordo com o jornal de Hong Kong, South China Morning Post. As alterações à lei da extradição já tinham motivado, em Abril, a maior manifestação em Hong Kong desde o “Movimento dos Guarda-chuvas”, em 2014, num protesto que reuniu meio milhão de pessoas. A proposta de lei apresentada pelo Governo de Hong Kong ao Conselho Legislativo autoriza a extradição de condenados em fuga para vários países com os quais o território não tem actualmente acordos de extradição, incluindo a China continental. Nas últimas semanas, várias petições circularam contra a proposta de lei, milhares de advogados organizaram uma marcha silenciosa e várias câmaras de comércio manifestaram preocupação. O Governo considerou esta proposta um instrumento vital para combater o crime transnacional e manter o Estado de direito, enquanto os críticos afirmaram temer que a população fique à mercê de um sistema judicial chinês opaco e politizado. A controversa proposta vai começar a ser debatida na quarta-feira no hemiciclo. Hoje Macau China / ÁsiaImprensa chinesa culpa “interferência estrangeira” por protestos em Hong Kong [dropcap]A[/dropcap] imprensa chinesa culpou hoje a “interferência estrangeira” pelos protestos deste fim de semana, em Hong Kong, contra a proposta de lei que permite extradições para a China, acusando os organizadores de “conluio com o Ocidente”. Os organizadores da manifestação de domingo afirmaram que mais de um milhão de pessoas desfilaram pelas ruas da cidade, enquanto a polícia da antiga colónia britânica indicou que o protesto juntou 240 mil participantes. O Governo considerou esta proposta um instrumento vital para combater o crime transnacional e manter o Estado de direito, enquanto os críticos afirmaram temer que a população fique à mercê de um sistema judicial chinês opaco e politizado. A controversa proposta vai começar a ser debatida na quarta-feira no hemiciclo. Em editorial, o jornal oficial Global Times minimizou, na segunda-feira, o protesto de domingo, um dos maiores da região semi-autónoma, desde o retorno à China, em 1997. “Deve-se ter atenção que algumas forças internacionais fortaleceram significativamente as suas relações com a oposição de Hong Kong recentemente”, afirmou o jornal, acusando os opositores de “conluio com o Ocidente”. O jornal refere reuniões entre membros da oposição de Hong Kong com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e com a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi. O jornal chinês China Daily afirma ainda que 700 mil pessoas assinaram uma petição online em apoio ao projecto de lei, e que acredita que muitos manifestantes “foram enganados pela oposição e os seus aliados estrangeiros”. Imagens aéreas das ruas de Hong Kong, cheias de manifestantes, percorreram o mundo neste fim de semana. Na China continental, porém, os acontecimentos não foram noticiados. João Luz VozesLiberdade [dropcap]E[/dropcap]terna fome da alma, torrente imparável que destrói todos os obstáculos com força de elemento natural. Chama mais brilhante que se alimenta do combustível da opressão e da violência. Denominador comum de todos os mortais, aspiração dos imortais, transversalmente universal como a carne e o sangue, como um impulso de amor. A busca da liberdade confere humanidade como a ânsia pela transcendência e a habilidade de sonhar, uma avassaladora paixão que tolda os sentidos até ser consumada, como uma nuvem carregada que já não aguenta conter o derrame líquido. O grito que se solta e repele o cheiro a cárcere que se entranha no corpo e espírito, que quebra as amarras da submissão, que derrota iniquidades e exércitos de servidão. A liberdade não se domina ou modera, o seu exercício é absoluto, soberano, maior que todas as doutrinas e ideais combinados. A sua força pode parecer enfraquecida, latente, mas nunca se extingue, impossível de não cumprir o desígnio de concretização como uma maré que sobe empurrada pela massa dos astros. Expressão máxima do que é o Homem, natureza e condição humana em acção. Musa de poetas e filósofos, matéria onírica, pesadelo dos tiranos, doce e vingativa revolução que paira por cima de todas as ditaduras como uma tempestade inevitável. Simplicidade que derrota a prepotência, maioridade que ganha ao infantilismo a que os déspotas votam os seus súbditos, clarão luminoso que leva a verdade ao mais obscuro recanto. Uns quantos teorizaram que todos os homens e mulheres estão condenados a ser livres, que essa é a sua génese, a página em branco desde o primeiro segundo de vida, a condição na qual se nasce. Outros entendem que jamais alguém será totalmente livre, que o mundo vive acorrentado à pessimista equação entre desejo e escolha consciente. Onde quer que esteja a chama da verdade, entre natureza bruta e fria racionalidade, os raios de sol vão sempre iluminar a treva. Entre as muitas mentes brilhantes que se debruçaram sobre o tema, há quem entenda a liberdade como uma emanação material, longe das teorizações burguesas metafísicas e ideais abstractos, a satisfação de se poder ser e fazer. Também é comum descrever-se a liberdade como uma espécie de fronteira que demarca onde um indivíduo acaba e o outro começa, a barreira que circunscreve uma unidade de vida e a divide da seguinte. A questão dos limites da liberdade condicionada socialmente está no cerne da verdadeira definição do que é ser livre. Estarão as várias liberdades individuais conectadas e dependentes umas das outras? A condição de se ser livre é algo pessoal ou social? Apesar da validade teórica e ética de uma liberdade que se realiza no confronto individual, a sua acepção pessoal vinca a existência. A característica intrínseca, inerente à pessoa, faz com que mesmo o encarcerado seja naturalmente livre. A certeza desta autonomia ultrapassa todas as celas, métodos de controlo, violência de Estado, terror assassino, doença e mesmo a inevitabilidade da morte. Apesar de amordaçado, o grito de liberdade esgueira-se entre os dentes, como um sopro que se agiganta. Fora do plano teórico, ser livre na sociedade em que vivemos pode reduzir-se ao simples privilégio de não nos chatearem os cornos, de termos acesso ao luxo do silêncio fora do alcance do WIFI. Sair de cabeça erguida do labirinto de produção e consumo onde meio mundo anda perdido, cumprindo a profecia de Debord do cativeiro do entretenimento e das falsas escolhas. Acordar para dias formatados por obrigações de toda a ordem, viver contido, confortável em passividade segura, evitando ao máximo o risco e o perigo de ser desbragadamente livre, para além dos limites das convenções sociais e até das leis. A liberdade é difícil de definir. Já a submissão é mais fácil de identificar, sente-se na pele, aterroriza os que ainda não foram aprisionados, fustiga a pele de quem ousa dizer uma palavra verdadeira, castra a criatividade e a expressão artística. O problema para quem aspira ser livre é que também a violência é inerente ao ser humano. Enquanto a experiência da humanidade durar, duas forças contraditórias vão continuar um conflito sem tréguas: liberdade e subjugação. José Simões Morais h | Artes, Letras e IdeiasSer português [dropcap]H[/dropcap]oje, dia de Portugal gostaria de dar existência ao estar português de quem consegue englobar versus os globalizadores que, saídos das modernas escolas europeia usam apenas o pensar anglo-saxónico como forma de ser, fazendo-se como centro e só a si se vêem. Heraclito versus Demócrito. A pena que trago em mim devo-a à demissão no momento em que obrigaram os professores a dar as aulas, sem lhes permitir que estas pudessem acontecer e por isso a formatação da juventude num formal pensamento concreto, sem a abstracção do espaço a possibilitar ao Ser realizar-se pela harmonia no estar. Isto ocorreu em Portugal, nas Escolas de formação dos professores nos finais dos anos 80 do último século do II milénio. Apenas interessava ensinar o saber fazer sem des-cobrir o lugar do estar. Por tudo isto deixei de leccionar, teriam esses estudantes hoje os seus quarenta e tantos anos e são dessa estirpe os actuais ocupantes dos lugares de chefia na maioria das instituições portuguesas. Educados com uma realidade Absoluta apenas para o mercado de trabalho, não lhes foi dado o espaço do espírito do estar fora da materialidade e assim, apenas pelo valor do material e suas relações fazem a existência. Para terem de provar e a maximizada glória de serem reconhecidos, foram-lhes entregues os lugares do poder, tratando os seus semelhantes como escravos, como eles o são. Homens sem espírito Não foi bonito como o actual cônsul tratou a idosa comunidade portuguesa de Macau. Para revelar o afastamento e a pouca importância que dá aos antigos portugueses residentes em Macau, ou melhor, o desconhecimento que tem sobre essa população, o cônsul com os seus quarenta e muitos anos de idade, resolveu mostrar a sua modernidade e ao contrário do que sempre aconteceu para a recepção na Residência Consular no evento relativo ao 10 de Junho, apenas permite aí entrar quem de forma electrónica se inscrever. Justificação: esta é uma alteração que se prende com a necessidade de se adoptarem práticas mais condizentes com o século XXI. Ora aqui está a razão da atitude [pouco simpática e educada] do cônsul português de Macau à saída do Clube Militar, de olhando para um grupo de portugueses aí reunidos, virar a cara sem sequer esboçar um qualquer sinal de cumprimento. Nós já vivemos no primeiro século do III milénio e o cônsul está ainda num espaço de uma continuidade do passado e por isso não nos viu, pois ocupamos distintos lugares de existência. Creio ser isso que distingue os antigos portugueses residentes de Macau do último século do II milénio, dos reinóis que, após a passagem da administração portuguesa para a chinesa, a Macau chegaram adejados e envergando aventais trazendo o fito de nos venderem o ópio da sua Absoluta civilização. Chegaram para ensinar a saloíce de quem traz as verdades com que culturalmente foram educados e assim vestidos, vêm investidos na presunção da importância das suas autoridades estatutárias. Nesse bullying nos tratam como foram tratados e ensinados a observar pelo semelhante destroem tudo o que à volta deles é diferente, sem atenção ao outro pois educados pela competição sem espaço para o que os contradiz, não o entendem, logo não existe. Os portugueses devem a existência ainda de Macau [para além dos maquistas] aos que em meados do século XX chegaram sobretudo como militares e aqui se quedaram casando e constituindo família, permitindo a continuidade da comunidade portuguesa. Devido à sua actual idade não fazem uso das novas tecnologias e assim, não puderam escolher os conteúdos da TDM, nem podem agora assistir na casa consular à festa do 10 de Junho, restrita à nova geração de reinóis para aqui enviada com o intuito de explicar o caos, com que lhes arquitectaram a sua existência, aos que reconhecem haver ordem no Universo. Com direitos individuais, pois crêem ser os últimos a sair da mesa do banquete, ainda não perceberam que se assim for têm autofágica-mente de se comer a si próprios, quando acabada a comida para o qual servirão os que à sua volta se encontram. Choro mascarado de riso Na máscara do desenho que envolve este palco do teatro da vida aqui narrado, revemos o atomista Demócrito e o seu riso mascarado de quântico Heraclito choro. A arte representa a mentira mais verdadeira que a própria verdade e por isso Pessoa nos dá a dor como fingida dor que é dor que deveras sente. Mas actualmente já não se sente, pois não se está, apenas se É; ser com uma autoridade estatutária, sem trazer a Natural e a do Saber, que vem subvertida com as Verdades apreendidas de Escola. VER traz pelo espelho o reflectido ЯЭVЄR. Com o Demócrito riso mascarado de Heraclito choro pretendemos demonstrar que, choramos por entender haver uma mão que desmancha para não nos apercebermos do caminho, já sem o movimento de representação para construir a realidade, mas temerariamente rimos dos retratos com que nos vamos agrilhoando como Ser Humano; ainda Vivo? Se esse movimento expansivo nas faces, rir de contente não me é permitido pois só um tolo se ri ao deitar fora as jóias herdadas dos seus antepassados, contraindo a face percorro as rugas do tempo que leva o choro a ver as memórias a perderem-se. Por falta de atenção, ao caminhar construímos as imagens mentais alicerçadas em retratos, fragmentos sem representação que tomamos como Verdades. E por essas jóias perdidas recebemos joio. A palha com que enchemos o nosso templo. Em realidades ligadas ao formal de uma cartesiana ciência, não se realiza o momento de mutação do Presente, yin complemento yang, movimento reflectido que respira na harmonia do Universo, abrangência do Espaço por onde Espinosa [a ser pisado] nos trouxe as emoções do caminhar e Einstein complementou com os três módulos da relatividade das mutações. Esgravatamos cientificamente até ao nano, quando as proporções estão desde a Antiguidade representadas na geometria sagrada das Pirâmides. Caminhar para abrir à mente as portas do espelho pela reflexão e não pela projecção e por isso o mar para Portugal. Há necessidade de rever o conceito de civilização na Ocidental mentalidade, que velha niilista não deixa passar à idade do idoso. Vive actualmente centrada em si mesma como adulta ilha e não consegue reflectir-se continental-mente pelo outro. Vemos os que trabalham por Portugal a serem dizimados e governados pelos que comprados pelo joio pretendem que este país entre pelo multi-nacional e não pelo Universo da idade, de quem pelas diferentes civilizações se encontra na gramática do sagrado estar divino. E daí o riso de quem ao chorar pela tragédia encara a ironia da comédia na figura que está a representar pelo tanto rir que o choro lhe provoca, e realiza o que resta da memória pelos restos dos alimentos nas bordas da boca, confins da História, vislumbradas pelas emoções do viver: as linhas com que desenhamos o auto-retrato. Pela vibração do som falado, explicado na realidade da acção, desapertamos o nó górdio. Sérgio Fonseca DesportoGP Macau | Cinco construtores esperados na Taça do Mundo de GT [dropcap]J[/dropcap]á são conhecidas as primeiras informações sobre a quinta edição da Taça do Mundo de GT da FIA que se disputará no programa da 66ª edição do Grande Prémio de Macau. A edição do ano passado teve boa adesão por parte dos construtores, mas só conseguiu reunir catorze viaturas, o número limite para a prova se realizar. Este ano é esperada uma grelha de partida mais composta. Na conferência de imprensa de apresentação do Grande Prémio, no mês passado, Chong Coc Veng, Coordenador da Subcomissão Desportiva da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, referiu que “as equipas da FIA e da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau (COGPM) tomaram já medidas com o objectivo de atrair mais pilotos a Macau e para melhorar ainda mais a corrida para o espectadores.” A prova continuará a ser co-organizada pela influente SRO Motorsports Group que, numa comunicação enviada às equipas na passada quarta-feira, esclarece que o “formato manter-se-á praticamente inalterado: com pilotos e equipas apoiados pelos construtores em luta por um dos mais prestigiados títulos das corridas de GT”. A estrutura do fim-de-semana da Taça do Mundo também não sofrerá alterações, estando previstos dois treinos-livres de 30 minutos, uma sessão de qualificação com a mesma duração, uma corrida de qualificação de 12 voltas, provavelmente a ser realizada no sábado do evento, e a corrida decisiva de 18 voltas, ou 75 minutos, no domingo. Como é tradição, as viaturas participantes também deverão ser expostas na Praça do Tap Seac no fim-de-semana que antecede o evento, proporcionando à comunidade local um contacto muito próximo com algumas das máquinas que irão animar o fim-de-semana de 16 e 17 de Novembro. Para além da importância do triunfo na prova, os concorrentes também irão contender pelas 725,000 patacas, em prémios monetários, que estarão em jogo. Quem virá? Neste momento ainda é cedo para prever quem serão os pilotos e equipas que irão marcar presença no Circuito da Guia em Novembro. No entanto, segundo a comunicação enviada aos potenciais intervenientes, “nesta fase inicial estamos a contar com pelo menos cinco construtores”. O ano passado cinco construtores disseram “sim” ao desafio de Macau – Audi, BMW, Mercedes-AMG, Nissan e Porsche. Os quatro gigantes da indústria automóvel germânica deverão repetir a presença este ano, tendo a BMW, que venceu o ano passado com o brasileiro Augusto Farfus, e a Porsche já admitido as suas intenções publicamente. A Bentley, a Honda, a Lamborghini e a Nissan são outros construtores que também estarão a ponderar um regresso à RAEM. Além dos pilotos “Ouro” e “Platina” segundo o ranking da FIA, a prova irá aceitar a presença de pilotos “Prata”. Para incentivar a presença dos mesmos, haverá prémios monetários para os três melhores classificados. Os dois pilotos de automobilismo mais representativos do território, os portugueses André Couto e Rodolfo Ávila, são únicos categorizados pela FIA como “Silver”. O período de inscrições para a prova dura de 28 de Junho até ao dia 31 de Agosto. Contudo, a lista de inscritos só será tornada pública na habitual Conferência de Imprensa da COGPM no mês de Outubro. Hoje Macau EventosGastronomia | Chefe Vítor Matos no Clube Militar [dropcap]O[/dropcap] chefe português Vítor Matos regressa, a partir de hoje a Macau, para liderar o festival de gastronomia e vinhos de Portugal, organizado pelo Clube Militar, que assinala este ano o 149.º aniversário. Até 19 de Junho, Vitor Matos e os chefes-assistentes João Araújo e Helena Castro vão contribuir para a promoção da gastronomia portuguesa no território, anunciou o Clube Militar. Este festival integra também a programação “Junho – Mês de Portugal”, promovido pelo Consulado-geral de Portugal em Macau, no âmbito da celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Com um percurso profissional dividido entre Portugal e a Suíça, Vitor Matos, de 42 anos, estudou cozinha e pastelaria, entre 1992 e 1995, em Neuchâtel, Suíça. Ao longo de mais de 20 anos de carreira, conquistou várias distinções, incluindo a atribuição de uma estrela Michelin para o seu restaurante Antiqvvm, no Porto, no ano passado. Esta é a segunda vez que Vitor Matos apresenta a sua “cozinha de sabores e aromas tradicionais de Portugal” no Clube Militar, onde em 2016 liderou este mesmo festival de gastronomia e vinhos. Raquel Moz EventosExposição | Fotos premiadas de Eduardo Leal na Fundação Rui Cunha São imagens que sugerem uma dança de sacos ao vento que envolvem arbustos quase estrangulados e sem vida. A beleza das fotos é inquietante. E deu vários prémios mundiais ao fotojornalista Eduardo Leal, que a partir de amanhã expõe o trabalho na FRC [dropcap]A[/dropcap] multipremiada exposição “Plastic Trees” de Eduardo Leal é inaugurada amanhã, às 18h30, na galeria da Fundação Rui Cunha, onde ficará patente ao público durante duas semanas. É um conjunto de imagens que demonstram a presença dos resíduos plásticos nos lugares mais recônditos, uma visão sobre o lixo resultante do excesso de consumo a nível mundial. “A série ‘Plastic Trees’ foi feita para chamar a atenção para este problema, com foco na disseminação de sacos plásticos no Altiplano Boliviano, onde milhões de sacos viajam com o vento até se enredarem nos arbustos nativos”, pode ler-se na página web da FRC. A mostra reúne as imagens de uma série que valeu ao autor, mestre em fotografia documental, vários prémios internacionais, como os Sony World Photo Awards, o Lens Culture Earth Award, os Moscow International Photo Awards e o prémio Estação Imagem nacional. Foi ainda finalista do galardão Atkins CIWEM, para a Melhor Fotografia do Ano em termos de Ambiente. Eduardo Leal, que desde 2016 é professor convidado da Universidade de São José em Macau, viveu vários anos na América do Sul, onde trabalhou como fotojornalista para diversas publicações de prestígio, como a Time, The Washington Post, Al Jazeera America, ou CNN, entre muitas outras. Nos arredores de Uyuni Em entrevista à revista holandesa de fotografia contemporânea, Lens Culture, cujo prémio principal arrecadou em 2015, Eduardo Leal contou que durante anos viajou pelo mundo inteiro, mas especialmente pela América Latina e pela Ásia, onde sempre se incomodou com as bonitas paisagens estragadas pela quantidade de lixo e de detritos. “E a maioria são sacos de plástico”. “Decidi, então, fazer algo para chamar a atenção para o problema. Mas sabia que seria difícil fotografar sacos de plástico e torná-los visualmente interessantes para o espectador”. Demorou, segundo revelou à referida publicação, anos até encontrar o modo certo de exprimir o que sentia. “Um dia, quando caminhava pelos arredores da cidade de Uyuni, na Bolívia, encontrei este lugar incrivelmente belo, coberto de sacos de plástico. Naquele momento, tive a certeza que era ali que iria fazer algo sobre o tema”. O que fez foi testar a luz e a perspectiva, até descobrir como registar não só a beleza, mas também o significado daquelas imagens. “Foi uma questão de voltar ao mesmo local, dia após dia, à mesma hora, de modo a captar a luz de forma consistente e procurar os objectos para mim mais cativantes”, fazendo questão de acrescentar que “produzi estas minhas composições movendo-me apenas à volta das árvores e procurando os melhores ângulos. Nunca toquei em nenhum saco de plástico nem encenei os objectos fotografados. Isso é muito importante para mim: trabalhando como fotojornalista, tenho consciência da importância de não arranjar as fotos ou manipular a verdade”. A única coisa que admite ter alterado no local, para poder fotografar, foi o buraco que escavou com as próprias mãos, tentando obter “a perspectiva certa para transformar os pequenos arbustos em árvores”. De facto, as “árvores de plástico” são pequeníssimos arbustos, “o maior não sendo mais do que o tamanho de duas mãos”, que Eduardo Leal procurou recriar como árvores, “numa tentativa metafórica de demonstrar a dimensão do problema”, confessou à Lens Culture. O drama dos sacos No final do trabalho, “completamente diferente de tudo o que havia feito até à data”, ficou sem saber que destino dar ao conjunto de imagens, “já que as plataformas para as quais eu costumava trabalhar, não estavam interessadas neste tipo de projectos conceptuais”. Felizmente, o resultado foi “deslumbrante” e “intrigante” o suficiente para o colocar na linha de vários prémios internacionais, fazendo o público reflectir e questionar-se sobre o drama subjacente: a poluição do planeta. No manifesto da exposição da FRC, Eduardo Leal refere mesmo que “o mundo consome 1 milhão de sacos de plástico por minuto, sendo o objecto de consumo mais omnipresente” a nível global. “O problema é ainda mais grave nos países com maiores dificuldades, onde as infra-estruturas de gestão de resíduos não estão realmente desenvolvidas. A acumulação de sacos plásticos no meio ambiente causa deterioração das paisagens, dos solos agrícolas e está associada à morte de animais domésticos e selvagens”. A mostra pode ser visitada até ao próximo dia 24 de Junho. Hoje Macau DesportoPortugal vence Holanda e conquista Liga das Nações [dropcap]U[/dropcap]m golo de Gonçalo Guedes permitiu hoje à selecção portuguesa de futebol conquistar a primeira edição da Liga das Nações, com um triunfo por 1-0 na final com a Holanda, no Estádio do Dragão, no Porto. O jogador do Valência, que substituiu no ‘onze’ João Félix em relação às meias-finais, resolveu o encontro aos 60 minutos, com um remate à entrada da área, após um passe de Bernardo Silva. O conjunto das ‘quinas’ arrebatou o segundo título internacional da sua história, depois do campeonato da Europa de 2016, então numa final com a anfitriã França (1-0, após prolongamento), graças a um golo de Éder. https://www.youtube.com/watch?v=3q0dV3SrsoU Hoje Macau SociedadeDSAMA | Concurso da Nam Kwong em análise [dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) está a analisar o concurso público por si organizado em que as três propostas apresentadas estão ligadas à empresa Nam Kwong. Em causa estão os trabalhos de renovação do sistema de combustíveis no Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior. No concurso foram apresentadas três propostas, duas das quais foram rejeitadas, e todas tinham a Companhia de Produtos Químicos e Petrolíferos Nam Kwong como accionista. “A DSAMA está analisar o caso em questão. Por enquanto, não há mais informação disponível” afirmou o organismo, ao HM. Segundo uma decisão do Tribunal de Segunda Instância, validada pelo Tribunal de Última Instância, quando num concurso público há mais do que uma proposta com o mesmo accionista as mesmas devem ser rejeitadas porque colocam em causa o princípio da concorrência. Hoje Macau SociedadeTáxis | Quinze infracções desde 3 de Junho [dropcap]F[/dropcap]oram registadas 15 infracções desde a entrada em vigor da nova lei de táxis no passado dia 3 de Junho. A informação foi adiantada por Vong Vai Hong, segundo comandante do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), ao canal chinês da Rádio Macau. As infracções envolveram essencialmente o abuso na cobrança de tarifas, a recusa do transporte e falta de identificação do condutor. O responsável afirma ainda que as autoridades têm intensificado as acções de Inspecção e consideram que a medida tem produzido efeitos satisfatórios. Vong Vai Hong referiu também que foram instaladas 350 paragens de táxis para satisfazer as necessidades do público. Hoje Macau SociedadePorto Interior | Choque de navios de carga sem feridos [dropcap]D[/dropcap]ois navios de carga colidiram ao fazer o percurso entre o terminal marítimo de passageiros da Taipa e o canal do Porto Interior, segundo informação do canal chinês da Rádio Macau. Não foram registados feridos entre a tripulação, mas um dos navios afundou parcialmente. Os dois navios são suspeitos de transportar sobrecarga e de violar as regras de navegação, informou a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA). Às 8h10 da manhã de ontem, as pessoas foram evacuadas de urgência do navio que estava a inclinar e a tombar lateralmente dentro da água. Foi relatado que havia pó de pedra dentro da embarcação e que o navio ficou encalhado na proximidade do Porto Interior, representando um potencial bloqueio à navegação através do canal. A DSAMA alerta os navios para prestarem atenção no local e anunciou que vai colocar instruções temporárias e emitir sinais marítimos de aviso. Sofia Margarida Mota SociedadeGalgos | Últimos cães do canídromo partem hoje para a Austrália São três os galgos do canídromo que partem hoje para a Austrália, terminando assim o processo de realojamento internacional de mais de 500 cães abandonados pela Yat Yen. Albano Martins está satisfeito com a operação de realojamento feita em tempo “recorde” [dropcap]O[/dropcap]s últimos três galgos que têm como destino o exterior, partem hoje da Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA – com destino à Austrália. Fazem parte de um grupo de 18 animais destinados especificamente àquele país, como forma de alerta. “A 26 de Outubro começámos a trabalhar e a mandar os primeiros galgos para fora e no dia 26 de Março fechámos o canídromo, ou seja em seis meses o canídromo encerrou. Isto não significa necessariamente que todos os animais tivessem realojados porque nós guardámos os galgos para irem para a Austrália apenas para chatear os australianos da indústria” das corridas de cães, apontou o presidente da ANIMA, Albano Martins, ao HM. De acordo com o responsável “99 por cento daqueles galgos, vieram da Austrália ao longo destes anos todos e portanto tinha algum interesse que a ANIMA conseguisse colocar alguns animais naquela país”, até para que a questão das corridas seja publicamente discutida. No canídromo de Macau, ao longo do seu funcionamento com a exploração de corridas, morreram entre 15 a 18 mil animais, acrescentou Albano Martins. Na ANIMA ainda vão ficar cinco galgos, todos eles animais do canídromo que vieram já depois do encerramento, sendo que três deles “provavelmente poderão ser adoptados localmente pela famílias que os estão a realojar”. Dos 532 galgos deixados nas instalações do canídromo pela empresa que detinha a exploração das corridas de cães, a Yat Yuen, até Junho do ano passado, 15 morreram, 307 foram enviados para os EUA, 60 para Itália, 70 para o Reino Unido, 15 para França, cinco para Alemanha e 26 para Hong Kong. Os restante foram adoptados pela própria ANIMA. Ligados à causa Apesar de “satisfeito” com o resultado do realojamento dos animais em tempo “recorde”, Albano Martins admite que se tratou de “uma operação complicada”. “Fomos colocados de repente nesta situação de resolver a situação de 532 animais que estavam vivos e prometemos que a resolvíamos. Acabámos por resolver em muito menos tempo”, disse. O processo foi realizado com “muito esforço”, até porque “o investimento não tem em conta apensas o dinheiro, mas também os esforços que envolveram toda uma organização que estava dedicada essencialmente a animais de rua”, apontou sublinhando que todo o trabalho foi feito de forma gratuita com os “poucos meios” de que a associação dispunha. Já em termos financeiros, “a ANIMA terá gasto cerca de meio milhão de patacas e não teve nenhum apoio financeiro local”. Recorde-se que a Yat Yuen suportou custos, no montante de 70 milhões de patacas. Terra condicionada Entretanto, a ANIMA continua a atravessar dificuldades financeiras, mas a maior preocupação de Albano Martins prende-se com a conquista da concessão definitiva do terreno de Coloane que, para já, está limitado a contratos de cedência anuais. “O terreno é a questão que mais nos preocupa porque se nos for assegurado o terreno nós podemos crescer”, referiu. A parcela de terra está neste momento ocupada com “barracas” que abrigam cerca de 50 cães. Não sendo destinada a edificação, estas barracas são consideradas ilegais e têm sido o argumento das Obras Públicas para negar a concessão definitiva. Mas Albano Martins não cede. “Se for necessário tiramos o telhado de chapa e pomos umas sombrinhas. Vamos ter que negociar com as obras públicas porque não vamos matar os animais para poder satisfazer as condições do Governo para nos cederem o terreno”, apontou o responsável. “Mandarmos matar cerca de 50 animais para nos poderem dar a concessão do terreno é coisa que a ANIMA não vai fazer”, sublinhou Albano Martins que considera que a origem do impasse da concessão definitiva terá que ver com “alguma má vontade provavelmente ou com alguns burocratas no meio deste percurso todo.” Juana Ng Cen PolíticaTrabalho | Ella Lei pede revisão de orientações para dias de tufão [dropcap]C[/dropcap]omo a legislação das relações de trabalho não estabelece se os trabalhadores devem apresentar-se ao serviço em dias de condições atmosféricas adversas, como quando passam tufões, Ella Lei interpelou o Governo para esclarecer as dúvidas nesta matéria. A deputada pretende também saber se após a retirada do sinal n.º 8 de tempestade tropical os trabalhadores têm de regressar aos postos. Para já, empregados e patrões só têm como orientação o documento “Aspectos a ter em conta pelas partes laborais em situações de tufão, chuvas intensas, trovoada e storm surge” distribuído pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Ella Lei recorda que nos dois últimos anos Macau sofreu com a passagem de dois super tufões e que é necessário que a DSAL tenha em conta o desenvolvimento social, as condições de tráfego e de clima para rever as indicações a dar às partes envolvidas na relação laboral. A deputada, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau, pergunta se a DSAL pretende introduzir medidas de “circunstâncias extremas”, como em Hong Kong, e se vão ser elaboradas normas e regulamentos mais claros para empresas privadas. Andreia Sofia Silva PolíticaAgências de emprego | Activista contesta palavras de Vong Hin Fai Benedicta Palcon contesta as palavras do deputado Vong Hin Fai quanto à legalidade da ONG que dirige, afirmando que qualquer pessoa ou entidade tem, aos olhos da lei, o direito à petição. Na carta dirigida a Ho Iat Seng, e que é assinada por seis responsáveis por ONG, pede-se que a proposta de lei seja suspensa até que as associações de trabalhadores migrantes sejam ouvidas [dropcap]A[/dropcap] porta-voz da associação Greens Philippines Migrant Workers Union, Benedicta Palcon, disse ao HM que o deputado Vong Hin Fai não tem razão quando diz ser necessário verificar a existência legal das associações que representam os trabalhadores migrantes antes de agendar uma reunião sobre a revisão da lei das agências de emprego. “Foi-nos explicado que as leis de Macau garantem o direito de petição e que não existem restrições sobre o seu registo ou sobre o facto de serem ou não associações de Macau”, referiu. A petição assinada por representantes de seis associações de defesa dos direitos dos trabalhadores migrantes foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, em Abril deste ano. Erik Lestari, porta-voz do grupo Indonesian Migrant’s Rights Advocate, adiantou ao HM que ainda não foi agendada qualquer data. Na última reunião da 3ª Comissão Permanente da AL, que actualmente analisa na especialidade a proposta de lei relativa às agências de emprego, Vong Hin Fai adiantou que é necessário verificar a existência legal destas associações. “Em primeiro lugar, temos de saber se estas seis entidades existem de facto, ou não, em Macau, ou seja, são registadas em Macau. Vamos através do nosso gabinete de relações públicas contactar estas seis entidades para verificar se existem ou não”, apontou. Uma consulta ao Boletim Oficial da RAEM permite concluir que apenas duas destas associações estão registadas. O Grupo de Concernente Trabalhadores Migrante Indonésios Peduli foi registado em 2010, enquanto que a Associação dos Trabalhadores Migrantes Indonésios em Macau publicou os estatutos em 2008. No que diz respeito à Federação Internacional dos Trabalhadores Domésticos, trata-se de uma ONG presente em todo o mundo, estando representada nesta iniciativa por Fish Ip, coordenadora para a zona da Ásia-Pacífico. Silêncio total Na petição enviada a Ho Iat Seng pede-se a suspensão da discussão da análise na especialidade do referido diploma até que as entidades que representam os trabalhadores migrantes sejam ouvidas, uma vez que estes são os principais visados pela alteração da lei. “O Governo da RAEM não deveria adoptar a proposta de lei até que os representantes dos órgãos que defendem os trabalhadores migrantes sejam ouvidos de forma adequada”, lê-se. Além disso, os peticionários defendem que, “apesar dos trabalhadores não residentes (TNR) serem os mais visados neste processo de revisão, estamos, na maioria, excluídos”. “Não estamos informados sobre o processo e não conhecemos a proposta de lei. Esta e todos os documentos relacionados estão escritos em chinês e português e não estamos aptos a compreender o que está escrito e discutir esses pontos de forma apropriada. Não estamos conscientes da existência de qualquer consulta pública ou de outra submissão de opiniões que tenha tido lugar”, acrescentam. Além de pedirem o fim das cauções pagas por parte dos TNR, é também exigida a criação de uma lista, a cumprir por parte das agências de emprego, quanto às responsabilidades a assumir num processo de recrutamento. Os peticionários pedem que as agências utilizem documentos numa linguagem que os TNR compreendam, além de defenderem o fim de “quaisquer formas de intimidação”. “Quaisquer acções de intimidação por parte das agências de emprego deveriam ser proibidas. Muitas vezes as agências intimidam os TNR a fim de os forçar a pagar cauções ou a seguirem ordens irracionais”, referem. Os deputados receberam ainda o pedido para que a nova proposta de lei “garanta que os TNR não devem assumir quaisquer custos, dívidas ou cumprir trabalho forçado durante os processos de recrutamento e emprego”. Neste sentido, é dito no documento que a obrigação do pagamento de cauções deixa os TNR em situação de dívida e trabalho forçado. “O estabelecimento do pagamento de uma caução à agência, que é 50 por cento do primeiro salário mensal, a pagar após os primeiros 60 dias de emprego, deixa-os numa situação de dívida. As agências podem colaborar com os empregadores para contratar e despedir trabalhadores a fim de obterem mais lucros.” Nos primeiros 60 dias de trabalho com o novo empregador, um trabalhador “pode sofrer abusos” e ser “silenciados por parte das agências para que estas recebam a totalidade das cauções”. Sendo assim, o Governo deveria esclarecer, na proposta de lei, o conceito de “remuneração base”. A petição denuncia ainda a recolha de pagamentos extra por parte das agências de emprego. “Não são claras as actividades ou serviços pelos quais uma agência pode cobrar. As agências acrescentam custos adicionais, relacionados com exames médicos ou alojamento, para receber mais dinheiro dos trabalhadores.” É também exigido o aumento das sanções a aplicar caso as agências não cumpram a lei. Hoje Macau PolíticaSegurança Social | AL aprova transferência de 3% dos ‘lucros’ para Fundo [dropcap]A[/dropcap] Assembleia Legislativa (AL) aprovou na quinta-feira, na generalidade, uma proposta de lei que prevê transferir 3 por cento do saldo do orçamento do território para o Fundo da Segurança Social, para responder à pressão do envelhecimento acelerado da população. A proposta de lei foi aprovada por unanimidade. “Esta proposta é para aumentar as vias de receita do fundo” de forma a garantir o funcionamento sustentável do regime de segurança social de Macau, afirmou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, na AL. A intenção é acautelar o aumento do encargo com as pensões de idosos, dado o “envelhecimento da população da Região Administrativa Especial de Macau [RAEM] no futuro, a um ritmo acelerado”, de forma a “consolidar a estabilidade financeira a médio e longo prazo”, explicou. A grande maioria dos deputados que usou da palavra demonstrou alguma preocupação com o facto de, se e quando, as receitas do jogo diminuírem, os 3 por cento anuais poderem ser um valor bruto insuficiente, sugerindo, nos anos em que as receitas do jogo sejam menores que a percentagem suba para os 4 ou mesmo 5 por cento. O vice-presidente do Conselho de Administração do Fundo de Segurança Social, Un Hoi Cheng, presente no debate, informou que neste momento as reservas do Fundo cifram-se nas 83,7 mil milhões de patacas. “Esperemos aumentar a médio longo prazo o Fundo de Segurança Social”, garantiu o secretário para a Economia e Finanças. Hoje Macau PolíticaTransportes | Lam U Tou quer coordenação entre metro e autocarros [dropcap]L[/dropcap]inhas que garantam a transferência de circulação dos passageiros que utilizam o Metro Ligeiro e os autocarros é o pedido de Lam U Tou ao Executivo. Em declarações ao jornal do Cidadão, o presidente da Associação da Sinergia de Macau disse que “não havendo oferta para as deslocações entre o Metro Ligeiro e os autocarros, é difícil que a entrada em funcionamento do metro seja útil”. Estas declarações surgem em resposta à intenção do Governo de reduzir os autocarros com a entrada de funcionamento do Metro Ligeiro, medida que para Lam não se justifica. O líder associativo defende ainda que as tarifas dos autocarros devem ser distintas entre residentes e turistas para evitar o abuso dos visitantes no uso dos transportes públicos locais. Para o efeito, o presidente da Sinergia de Macau sugere a emissão de passes pessoais para que as tarifas possam ser diferentes. «1...163164165166167168169...272»
Hoje Macau SociedadeMacau promove ‘apagão’ em pontes e casinos em campanha de poupança energética [dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau promove hoje um ‘apagão’ em pontes, casinos e locais turísticos como forma de sensibilizar para a poupança energética, anunciaram as autoridades em comunicado. “Das 20:30 às 21:30, as três pontes que ligam Macau e a Taipa, seis casinos e alguns locais turísticos irão desligar as luzes desnecessárias, durante uma hora, como forma de adesão à conservação energética”, pode ler-se na nota do Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético. O objectivo passa por “divulgar e promover a conservação energética e sensibilizar os cidadãos para pouparem energia através da acção”, sendo feito o apelo à adesão da população. As autoridades sublinharam o facto de a iniciativa anual continuar a contar com o “forte apoio dos diferentes sectores da sociedade e de várias associações e organizações que se inscreveram para aderir à actividade de desligar as luzes, nomeadamente os serviços públicos, seis casinos, vários hotéis, bancos, estabelecimentos comerciais, alguns locais turísticos e grandes empreendimentos”. Para além do ‘apagão’ de hoje, as autoridades anunciaram que as luzes decorativas das três pontes que ligam a península de Macau à ilha da Taipa vão começar a ser desligadas mais cedo, a partir das 23:00. Hoje Macau China / ÁsiaGoverno de Hong Kong mantém proposta de lei sobre extradição apesar de protesto [dropcap]O[/dropcap] Governo de Hong Kong anunciou hoje que vai manter a proposta de lei que permite extradições para a China, na sequência do protesto maciço no domingo. “Trata-se de uma lei muito importante que vai garantir que a justiça prevaleça e Hong Kong cumpra as suas obrigações internacionais em matéria de criminalidade transfronteiriça e transnacional”, disse a chefe do Executivo da região administrativa especial chinesa, Carrie Lam, em declarações aos jornalistas. Os organizadores da manifestação de domingo afirmaram que mais de um milhão de pessoas desfilaram pelas ruas da cidade, enquanto a polícia da antiga colónia britânica indicou que o protesto juntou 240 mil participantes. A marcha de protesto decorreu sem grandes incidentes durante quase dez horas, mas cerca da meia-noite manifestantes invadiram uma zona barricada e a polícia respondeu com gás pimenta, de acordo com o jornal de Hong Kong, South China Morning Post. As alterações à lei da extradição já tinham motivado, em Abril, a maior manifestação em Hong Kong desde o “Movimento dos Guarda-chuvas”, em 2014, num protesto que reuniu meio milhão de pessoas. A proposta de lei apresentada pelo Governo de Hong Kong ao Conselho Legislativo autoriza a extradição de condenados em fuga para vários países com os quais o território não tem actualmente acordos de extradição, incluindo a China continental. Nas últimas semanas, várias petições circularam contra a proposta de lei, milhares de advogados organizaram uma marcha silenciosa e várias câmaras de comércio manifestaram preocupação. O Governo considerou esta proposta um instrumento vital para combater o crime transnacional e manter o Estado de direito, enquanto os críticos afirmaram temer que a população fique à mercê de um sistema judicial chinês opaco e politizado. A controversa proposta vai começar a ser debatida na quarta-feira no hemiciclo. Hoje Macau China / ÁsiaImprensa chinesa culpa “interferência estrangeira” por protestos em Hong Kong [dropcap]A[/dropcap] imprensa chinesa culpou hoje a “interferência estrangeira” pelos protestos deste fim de semana, em Hong Kong, contra a proposta de lei que permite extradições para a China, acusando os organizadores de “conluio com o Ocidente”. Os organizadores da manifestação de domingo afirmaram que mais de um milhão de pessoas desfilaram pelas ruas da cidade, enquanto a polícia da antiga colónia britânica indicou que o protesto juntou 240 mil participantes. O Governo considerou esta proposta um instrumento vital para combater o crime transnacional e manter o Estado de direito, enquanto os críticos afirmaram temer que a população fique à mercê de um sistema judicial chinês opaco e politizado. A controversa proposta vai começar a ser debatida na quarta-feira no hemiciclo. Em editorial, o jornal oficial Global Times minimizou, na segunda-feira, o protesto de domingo, um dos maiores da região semi-autónoma, desde o retorno à China, em 1997. “Deve-se ter atenção que algumas forças internacionais fortaleceram significativamente as suas relações com a oposição de Hong Kong recentemente”, afirmou o jornal, acusando os opositores de “conluio com o Ocidente”. O jornal refere reuniões entre membros da oposição de Hong Kong com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e com a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi. O jornal chinês China Daily afirma ainda que 700 mil pessoas assinaram uma petição online em apoio ao projecto de lei, e que acredita que muitos manifestantes “foram enganados pela oposição e os seus aliados estrangeiros”. Imagens aéreas das ruas de Hong Kong, cheias de manifestantes, percorreram o mundo neste fim de semana. Na China continental, porém, os acontecimentos não foram noticiados. João Luz VozesLiberdade [dropcap]E[/dropcap]terna fome da alma, torrente imparável que destrói todos os obstáculos com força de elemento natural. Chama mais brilhante que se alimenta do combustível da opressão e da violência. Denominador comum de todos os mortais, aspiração dos imortais, transversalmente universal como a carne e o sangue, como um impulso de amor. A busca da liberdade confere humanidade como a ânsia pela transcendência e a habilidade de sonhar, uma avassaladora paixão que tolda os sentidos até ser consumada, como uma nuvem carregada que já não aguenta conter o derrame líquido. O grito que se solta e repele o cheiro a cárcere que se entranha no corpo e espírito, que quebra as amarras da submissão, que derrota iniquidades e exércitos de servidão. A liberdade não se domina ou modera, o seu exercício é absoluto, soberano, maior que todas as doutrinas e ideais combinados. A sua força pode parecer enfraquecida, latente, mas nunca se extingue, impossível de não cumprir o desígnio de concretização como uma maré que sobe empurrada pela massa dos astros. Expressão máxima do que é o Homem, natureza e condição humana em acção. Musa de poetas e filósofos, matéria onírica, pesadelo dos tiranos, doce e vingativa revolução que paira por cima de todas as ditaduras como uma tempestade inevitável. Simplicidade que derrota a prepotência, maioridade que ganha ao infantilismo a que os déspotas votam os seus súbditos, clarão luminoso que leva a verdade ao mais obscuro recanto. Uns quantos teorizaram que todos os homens e mulheres estão condenados a ser livres, que essa é a sua génese, a página em branco desde o primeiro segundo de vida, a condição na qual se nasce. Outros entendem que jamais alguém será totalmente livre, que o mundo vive acorrentado à pessimista equação entre desejo e escolha consciente. Onde quer que esteja a chama da verdade, entre natureza bruta e fria racionalidade, os raios de sol vão sempre iluminar a treva. Entre as muitas mentes brilhantes que se debruçaram sobre o tema, há quem entenda a liberdade como uma emanação material, longe das teorizações burguesas metafísicas e ideais abstractos, a satisfação de se poder ser e fazer. Também é comum descrever-se a liberdade como uma espécie de fronteira que demarca onde um indivíduo acaba e o outro começa, a barreira que circunscreve uma unidade de vida e a divide da seguinte. A questão dos limites da liberdade condicionada socialmente está no cerne da verdadeira definição do que é ser livre. Estarão as várias liberdades individuais conectadas e dependentes umas das outras? A condição de se ser livre é algo pessoal ou social? Apesar da validade teórica e ética de uma liberdade que se realiza no confronto individual, a sua acepção pessoal vinca a existência. A característica intrínseca, inerente à pessoa, faz com que mesmo o encarcerado seja naturalmente livre. A certeza desta autonomia ultrapassa todas as celas, métodos de controlo, violência de Estado, terror assassino, doença e mesmo a inevitabilidade da morte. Apesar de amordaçado, o grito de liberdade esgueira-se entre os dentes, como um sopro que se agiganta. Fora do plano teórico, ser livre na sociedade em que vivemos pode reduzir-se ao simples privilégio de não nos chatearem os cornos, de termos acesso ao luxo do silêncio fora do alcance do WIFI. Sair de cabeça erguida do labirinto de produção e consumo onde meio mundo anda perdido, cumprindo a profecia de Debord do cativeiro do entretenimento e das falsas escolhas. Acordar para dias formatados por obrigações de toda a ordem, viver contido, confortável em passividade segura, evitando ao máximo o risco e o perigo de ser desbragadamente livre, para além dos limites das convenções sociais e até das leis. A liberdade é difícil de definir. Já a submissão é mais fácil de identificar, sente-se na pele, aterroriza os que ainda não foram aprisionados, fustiga a pele de quem ousa dizer uma palavra verdadeira, castra a criatividade e a expressão artística. O problema para quem aspira ser livre é que também a violência é inerente ao ser humano. Enquanto a experiência da humanidade durar, duas forças contraditórias vão continuar um conflito sem tréguas: liberdade e subjugação. José Simões Morais h | Artes, Letras e IdeiasSer português [dropcap]H[/dropcap]oje, dia de Portugal gostaria de dar existência ao estar português de quem consegue englobar versus os globalizadores que, saídos das modernas escolas europeia usam apenas o pensar anglo-saxónico como forma de ser, fazendo-se como centro e só a si se vêem. Heraclito versus Demócrito. A pena que trago em mim devo-a à demissão no momento em que obrigaram os professores a dar as aulas, sem lhes permitir que estas pudessem acontecer e por isso a formatação da juventude num formal pensamento concreto, sem a abstracção do espaço a possibilitar ao Ser realizar-se pela harmonia no estar. Isto ocorreu em Portugal, nas Escolas de formação dos professores nos finais dos anos 80 do último século do II milénio. Apenas interessava ensinar o saber fazer sem des-cobrir o lugar do estar. Por tudo isto deixei de leccionar, teriam esses estudantes hoje os seus quarenta e tantos anos e são dessa estirpe os actuais ocupantes dos lugares de chefia na maioria das instituições portuguesas. Educados com uma realidade Absoluta apenas para o mercado de trabalho, não lhes foi dado o espaço do espírito do estar fora da materialidade e assim, apenas pelo valor do material e suas relações fazem a existência. Para terem de provar e a maximizada glória de serem reconhecidos, foram-lhes entregues os lugares do poder, tratando os seus semelhantes como escravos, como eles o são. Homens sem espírito Não foi bonito como o actual cônsul tratou a idosa comunidade portuguesa de Macau. Para revelar o afastamento e a pouca importância que dá aos antigos portugueses residentes em Macau, ou melhor, o desconhecimento que tem sobre essa população, o cônsul com os seus quarenta e muitos anos de idade, resolveu mostrar a sua modernidade e ao contrário do que sempre aconteceu para a recepção na Residência Consular no evento relativo ao 10 de Junho, apenas permite aí entrar quem de forma electrónica se inscrever. Justificação: esta é uma alteração que se prende com a necessidade de se adoptarem práticas mais condizentes com o século XXI. Ora aqui está a razão da atitude [pouco simpática e educada] do cônsul português de Macau à saída do Clube Militar, de olhando para um grupo de portugueses aí reunidos, virar a cara sem sequer esboçar um qualquer sinal de cumprimento. Nós já vivemos no primeiro século do III milénio e o cônsul está ainda num espaço de uma continuidade do passado e por isso não nos viu, pois ocupamos distintos lugares de existência. Creio ser isso que distingue os antigos portugueses residentes de Macau do último século do II milénio, dos reinóis que, após a passagem da administração portuguesa para a chinesa, a Macau chegaram adejados e envergando aventais trazendo o fito de nos venderem o ópio da sua Absoluta civilização. Chegaram para ensinar a saloíce de quem traz as verdades com que culturalmente foram educados e assim vestidos, vêm investidos na presunção da importância das suas autoridades estatutárias. Nesse bullying nos tratam como foram tratados e ensinados a observar pelo semelhante destroem tudo o que à volta deles é diferente, sem atenção ao outro pois educados pela competição sem espaço para o que os contradiz, não o entendem, logo não existe. Os portugueses devem a existência ainda de Macau [para além dos maquistas] aos que em meados do século XX chegaram sobretudo como militares e aqui se quedaram casando e constituindo família, permitindo a continuidade da comunidade portuguesa. Devido à sua actual idade não fazem uso das novas tecnologias e assim, não puderam escolher os conteúdos da TDM, nem podem agora assistir na casa consular à festa do 10 de Junho, restrita à nova geração de reinóis para aqui enviada com o intuito de explicar o caos, com que lhes arquitectaram a sua existência, aos que reconhecem haver ordem no Universo. Com direitos individuais, pois crêem ser os últimos a sair da mesa do banquete, ainda não perceberam que se assim for têm autofágica-mente de se comer a si próprios, quando acabada a comida para o qual servirão os que à sua volta se encontram. Choro mascarado de riso Na máscara do desenho que envolve este palco do teatro da vida aqui narrado, revemos o atomista Demócrito e o seu riso mascarado de quântico Heraclito choro. A arte representa a mentira mais verdadeira que a própria verdade e por isso Pessoa nos dá a dor como fingida dor que é dor que deveras sente. Mas actualmente já não se sente, pois não se está, apenas se É; ser com uma autoridade estatutária, sem trazer a Natural e a do Saber, que vem subvertida com as Verdades apreendidas de Escola. VER traz pelo espelho o reflectido ЯЭVЄR. Com o Demócrito riso mascarado de Heraclito choro pretendemos demonstrar que, choramos por entender haver uma mão que desmancha para não nos apercebermos do caminho, já sem o movimento de representação para construir a realidade, mas temerariamente rimos dos retratos com que nos vamos agrilhoando como Ser Humano; ainda Vivo? Se esse movimento expansivo nas faces, rir de contente não me é permitido pois só um tolo se ri ao deitar fora as jóias herdadas dos seus antepassados, contraindo a face percorro as rugas do tempo que leva o choro a ver as memórias a perderem-se. Por falta de atenção, ao caminhar construímos as imagens mentais alicerçadas em retratos, fragmentos sem representação que tomamos como Verdades. E por essas jóias perdidas recebemos joio. A palha com que enchemos o nosso templo. Em realidades ligadas ao formal de uma cartesiana ciência, não se realiza o momento de mutação do Presente, yin complemento yang, movimento reflectido que respira na harmonia do Universo, abrangência do Espaço por onde Espinosa [a ser pisado] nos trouxe as emoções do caminhar e Einstein complementou com os três módulos da relatividade das mutações. Esgravatamos cientificamente até ao nano, quando as proporções estão desde a Antiguidade representadas na geometria sagrada das Pirâmides. Caminhar para abrir à mente as portas do espelho pela reflexão e não pela projecção e por isso o mar para Portugal. Há necessidade de rever o conceito de civilização na Ocidental mentalidade, que velha niilista não deixa passar à idade do idoso. Vive actualmente centrada em si mesma como adulta ilha e não consegue reflectir-se continental-mente pelo outro. Vemos os que trabalham por Portugal a serem dizimados e governados pelos que comprados pelo joio pretendem que este país entre pelo multi-nacional e não pelo Universo da idade, de quem pelas diferentes civilizações se encontra na gramática do sagrado estar divino. E daí o riso de quem ao chorar pela tragédia encara a ironia da comédia na figura que está a representar pelo tanto rir que o choro lhe provoca, e realiza o que resta da memória pelos restos dos alimentos nas bordas da boca, confins da História, vislumbradas pelas emoções do viver: as linhas com que desenhamos o auto-retrato. Pela vibração do som falado, explicado na realidade da acção, desapertamos o nó górdio. Sérgio Fonseca DesportoGP Macau | Cinco construtores esperados na Taça do Mundo de GT [dropcap]J[/dropcap]á são conhecidas as primeiras informações sobre a quinta edição da Taça do Mundo de GT da FIA que se disputará no programa da 66ª edição do Grande Prémio de Macau. A edição do ano passado teve boa adesão por parte dos construtores, mas só conseguiu reunir catorze viaturas, o número limite para a prova se realizar. Este ano é esperada uma grelha de partida mais composta. Na conferência de imprensa de apresentação do Grande Prémio, no mês passado, Chong Coc Veng, Coordenador da Subcomissão Desportiva da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, referiu que “as equipas da FIA e da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau (COGPM) tomaram já medidas com o objectivo de atrair mais pilotos a Macau e para melhorar ainda mais a corrida para o espectadores.” A prova continuará a ser co-organizada pela influente SRO Motorsports Group que, numa comunicação enviada às equipas na passada quarta-feira, esclarece que o “formato manter-se-á praticamente inalterado: com pilotos e equipas apoiados pelos construtores em luta por um dos mais prestigiados títulos das corridas de GT”. A estrutura do fim-de-semana da Taça do Mundo também não sofrerá alterações, estando previstos dois treinos-livres de 30 minutos, uma sessão de qualificação com a mesma duração, uma corrida de qualificação de 12 voltas, provavelmente a ser realizada no sábado do evento, e a corrida decisiva de 18 voltas, ou 75 minutos, no domingo. Como é tradição, as viaturas participantes também deverão ser expostas na Praça do Tap Seac no fim-de-semana que antecede o evento, proporcionando à comunidade local um contacto muito próximo com algumas das máquinas que irão animar o fim-de-semana de 16 e 17 de Novembro. Para além da importância do triunfo na prova, os concorrentes também irão contender pelas 725,000 patacas, em prémios monetários, que estarão em jogo. Quem virá? Neste momento ainda é cedo para prever quem serão os pilotos e equipas que irão marcar presença no Circuito da Guia em Novembro. No entanto, segundo a comunicação enviada aos potenciais intervenientes, “nesta fase inicial estamos a contar com pelo menos cinco construtores”. O ano passado cinco construtores disseram “sim” ao desafio de Macau – Audi, BMW, Mercedes-AMG, Nissan e Porsche. Os quatro gigantes da indústria automóvel germânica deverão repetir a presença este ano, tendo a BMW, que venceu o ano passado com o brasileiro Augusto Farfus, e a Porsche já admitido as suas intenções publicamente. A Bentley, a Honda, a Lamborghini e a Nissan são outros construtores que também estarão a ponderar um regresso à RAEM. Além dos pilotos “Ouro” e “Platina” segundo o ranking da FIA, a prova irá aceitar a presença de pilotos “Prata”. Para incentivar a presença dos mesmos, haverá prémios monetários para os três melhores classificados. Os dois pilotos de automobilismo mais representativos do território, os portugueses André Couto e Rodolfo Ávila, são únicos categorizados pela FIA como “Silver”. O período de inscrições para a prova dura de 28 de Junho até ao dia 31 de Agosto. Contudo, a lista de inscritos só será tornada pública na habitual Conferência de Imprensa da COGPM no mês de Outubro. Hoje Macau EventosGastronomia | Chefe Vítor Matos no Clube Militar [dropcap]O[/dropcap] chefe português Vítor Matos regressa, a partir de hoje a Macau, para liderar o festival de gastronomia e vinhos de Portugal, organizado pelo Clube Militar, que assinala este ano o 149.º aniversário. Até 19 de Junho, Vitor Matos e os chefes-assistentes João Araújo e Helena Castro vão contribuir para a promoção da gastronomia portuguesa no território, anunciou o Clube Militar. Este festival integra também a programação “Junho – Mês de Portugal”, promovido pelo Consulado-geral de Portugal em Macau, no âmbito da celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Com um percurso profissional dividido entre Portugal e a Suíça, Vitor Matos, de 42 anos, estudou cozinha e pastelaria, entre 1992 e 1995, em Neuchâtel, Suíça. Ao longo de mais de 20 anos de carreira, conquistou várias distinções, incluindo a atribuição de uma estrela Michelin para o seu restaurante Antiqvvm, no Porto, no ano passado. Esta é a segunda vez que Vitor Matos apresenta a sua “cozinha de sabores e aromas tradicionais de Portugal” no Clube Militar, onde em 2016 liderou este mesmo festival de gastronomia e vinhos. Raquel Moz EventosExposição | Fotos premiadas de Eduardo Leal na Fundação Rui Cunha São imagens que sugerem uma dança de sacos ao vento que envolvem arbustos quase estrangulados e sem vida. A beleza das fotos é inquietante. E deu vários prémios mundiais ao fotojornalista Eduardo Leal, que a partir de amanhã expõe o trabalho na FRC [dropcap]A[/dropcap] multipremiada exposição “Plastic Trees” de Eduardo Leal é inaugurada amanhã, às 18h30, na galeria da Fundação Rui Cunha, onde ficará patente ao público durante duas semanas. É um conjunto de imagens que demonstram a presença dos resíduos plásticos nos lugares mais recônditos, uma visão sobre o lixo resultante do excesso de consumo a nível mundial. “A série ‘Plastic Trees’ foi feita para chamar a atenção para este problema, com foco na disseminação de sacos plásticos no Altiplano Boliviano, onde milhões de sacos viajam com o vento até se enredarem nos arbustos nativos”, pode ler-se na página web da FRC. A mostra reúne as imagens de uma série que valeu ao autor, mestre em fotografia documental, vários prémios internacionais, como os Sony World Photo Awards, o Lens Culture Earth Award, os Moscow International Photo Awards e o prémio Estação Imagem nacional. Foi ainda finalista do galardão Atkins CIWEM, para a Melhor Fotografia do Ano em termos de Ambiente. Eduardo Leal, que desde 2016 é professor convidado da Universidade de São José em Macau, viveu vários anos na América do Sul, onde trabalhou como fotojornalista para diversas publicações de prestígio, como a Time, The Washington Post, Al Jazeera America, ou CNN, entre muitas outras. Nos arredores de Uyuni Em entrevista à revista holandesa de fotografia contemporânea, Lens Culture, cujo prémio principal arrecadou em 2015, Eduardo Leal contou que durante anos viajou pelo mundo inteiro, mas especialmente pela América Latina e pela Ásia, onde sempre se incomodou com as bonitas paisagens estragadas pela quantidade de lixo e de detritos. “E a maioria são sacos de plástico”. “Decidi, então, fazer algo para chamar a atenção para o problema. Mas sabia que seria difícil fotografar sacos de plástico e torná-los visualmente interessantes para o espectador”. Demorou, segundo revelou à referida publicação, anos até encontrar o modo certo de exprimir o que sentia. “Um dia, quando caminhava pelos arredores da cidade de Uyuni, na Bolívia, encontrei este lugar incrivelmente belo, coberto de sacos de plástico. Naquele momento, tive a certeza que era ali que iria fazer algo sobre o tema”. O que fez foi testar a luz e a perspectiva, até descobrir como registar não só a beleza, mas também o significado daquelas imagens. “Foi uma questão de voltar ao mesmo local, dia após dia, à mesma hora, de modo a captar a luz de forma consistente e procurar os objectos para mim mais cativantes”, fazendo questão de acrescentar que “produzi estas minhas composições movendo-me apenas à volta das árvores e procurando os melhores ângulos. Nunca toquei em nenhum saco de plástico nem encenei os objectos fotografados. Isso é muito importante para mim: trabalhando como fotojornalista, tenho consciência da importância de não arranjar as fotos ou manipular a verdade”. A única coisa que admite ter alterado no local, para poder fotografar, foi o buraco que escavou com as próprias mãos, tentando obter “a perspectiva certa para transformar os pequenos arbustos em árvores”. De facto, as “árvores de plástico” são pequeníssimos arbustos, “o maior não sendo mais do que o tamanho de duas mãos”, que Eduardo Leal procurou recriar como árvores, “numa tentativa metafórica de demonstrar a dimensão do problema”, confessou à Lens Culture. O drama dos sacos No final do trabalho, “completamente diferente de tudo o que havia feito até à data”, ficou sem saber que destino dar ao conjunto de imagens, “já que as plataformas para as quais eu costumava trabalhar, não estavam interessadas neste tipo de projectos conceptuais”. Felizmente, o resultado foi “deslumbrante” e “intrigante” o suficiente para o colocar na linha de vários prémios internacionais, fazendo o público reflectir e questionar-se sobre o drama subjacente: a poluição do planeta. No manifesto da exposição da FRC, Eduardo Leal refere mesmo que “o mundo consome 1 milhão de sacos de plástico por minuto, sendo o objecto de consumo mais omnipresente” a nível global. “O problema é ainda mais grave nos países com maiores dificuldades, onde as infra-estruturas de gestão de resíduos não estão realmente desenvolvidas. A acumulação de sacos plásticos no meio ambiente causa deterioração das paisagens, dos solos agrícolas e está associada à morte de animais domésticos e selvagens”. A mostra pode ser visitada até ao próximo dia 24 de Junho. Hoje Macau DesportoPortugal vence Holanda e conquista Liga das Nações [dropcap]U[/dropcap]m golo de Gonçalo Guedes permitiu hoje à selecção portuguesa de futebol conquistar a primeira edição da Liga das Nações, com um triunfo por 1-0 na final com a Holanda, no Estádio do Dragão, no Porto. O jogador do Valência, que substituiu no ‘onze’ João Félix em relação às meias-finais, resolveu o encontro aos 60 minutos, com um remate à entrada da área, após um passe de Bernardo Silva. O conjunto das ‘quinas’ arrebatou o segundo título internacional da sua história, depois do campeonato da Europa de 2016, então numa final com a anfitriã França (1-0, após prolongamento), graças a um golo de Éder. https://www.youtube.com/watch?v=3q0dV3SrsoU Hoje Macau SociedadeDSAMA | Concurso da Nam Kwong em análise [dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) está a analisar o concurso público por si organizado em que as três propostas apresentadas estão ligadas à empresa Nam Kwong. Em causa estão os trabalhos de renovação do sistema de combustíveis no Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior. No concurso foram apresentadas três propostas, duas das quais foram rejeitadas, e todas tinham a Companhia de Produtos Químicos e Petrolíferos Nam Kwong como accionista. “A DSAMA está analisar o caso em questão. Por enquanto, não há mais informação disponível” afirmou o organismo, ao HM. Segundo uma decisão do Tribunal de Segunda Instância, validada pelo Tribunal de Última Instância, quando num concurso público há mais do que uma proposta com o mesmo accionista as mesmas devem ser rejeitadas porque colocam em causa o princípio da concorrência. Hoje Macau SociedadeTáxis | Quinze infracções desde 3 de Junho [dropcap]F[/dropcap]oram registadas 15 infracções desde a entrada em vigor da nova lei de táxis no passado dia 3 de Junho. A informação foi adiantada por Vong Vai Hong, segundo comandante do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), ao canal chinês da Rádio Macau. As infracções envolveram essencialmente o abuso na cobrança de tarifas, a recusa do transporte e falta de identificação do condutor. O responsável afirma ainda que as autoridades têm intensificado as acções de Inspecção e consideram que a medida tem produzido efeitos satisfatórios. Vong Vai Hong referiu também que foram instaladas 350 paragens de táxis para satisfazer as necessidades do público. Hoje Macau SociedadePorto Interior | Choque de navios de carga sem feridos [dropcap]D[/dropcap]ois navios de carga colidiram ao fazer o percurso entre o terminal marítimo de passageiros da Taipa e o canal do Porto Interior, segundo informação do canal chinês da Rádio Macau. Não foram registados feridos entre a tripulação, mas um dos navios afundou parcialmente. Os dois navios são suspeitos de transportar sobrecarga e de violar as regras de navegação, informou a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA). Às 8h10 da manhã de ontem, as pessoas foram evacuadas de urgência do navio que estava a inclinar e a tombar lateralmente dentro da água. Foi relatado que havia pó de pedra dentro da embarcação e que o navio ficou encalhado na proximidade do Porto Interior, representando um potencial bloqueio à navegação através do canal. A DSAMA alerta os navios para prestarem atenção no local e anunciou que vai colocar instruções temporárias e emitir sinais marítimos de aviso. Sofia Margarida Mota SociedadeGalgos | Últimos cães do canídromo partem hoje para a Austrália São três os galgos do canídromo que partem hoje para a Austrália, terminando assim o processo de realojamento internacional de mais de 500 cães abandonados pela Yat Yen. Albano Martins está satisfeito com a operação de realojamento feita em tempo “recorde” [dropcap]O[/dropcap]s últimos três galgos que têm como destino o exterior, partem hoje da Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA – com destino à Austrália. Fazem parte de um grupo de 18 animais destinados especificamente àquele país, como forma de alerta. “A 26 de Outubro começámos a trabalhar e a mandar os primeiros galgos para fora e no dia 26 de Março fechámos o canídromo, ou seja em seis meses o canídromo encerrou. Isto não significa necessariamente que todos os animais tivessem realojados porque nós guardámos os galgos para irem para a Austrália apenas para chatear os australianos da indústria” das corridas de cães, apontou o presidente da ANIMA, Albano Martins, ao HM. De acordo com o responsável “99 por cento daqueles galgos, vieram da Austrália ao longo destes anos todos e portanto tinha algum interesse que a ANIMA conseguisse colocar alguns animais naquela país”, até para que a questão das corridas seja publicamente discutida. No canídromo de Macau, ao longo do seu funcionamento com a exploração de corridas, morreram entre 15 a 18 mil animais, acrescentou Albano Martins. Na ANIMA ainda vão ficar cinco galgos, todos eles animais do canídromo que vieram já depois do encerramento, sendo que três deles “provavelmente poderão ser adoptados localmente pela famílias que os estão a realojar”. Dos 532 galgos deixados nas instalações do canídromo pela empresa que detinha a exploração das corridas de cães, a Yat Yuen, até Junho do ano passado, 15 morreram, 307 foram enviados para os EUA, 60 para Itália, 70 para o Reino Unido, 15 para França, cinco para Alemanha e 26 para Hong Kong. Os restante foram adoptados pela própria ANIMA. Ligados à causa Apesar de “satisfeito” com o resultado do realojamento dos animais em tempo “recorde”, Albano Martins admite que se tratou de “uma operação complicada”. “Fomos colocados de repente nesta situação de resolver a situação de 532 animais que estavam vivos e prometemos que a resolvíamos. Acabámos por resolver em muito menos tempo”, disse. O processo foi realizado com “muito esforço”, até porque “o investimento não tem em conta apensas o dinheiro, mas também os esforços que envolveram toda uma organização que estava dedicada essencialmente a animais de rua”, apontou sublinhando que todo o trabalho foi feito de forma gratuita com os “poucos meios” de que a associação dispunha. Já em termos financeiros, “a ANIMA terá gasto cerca de meio milhão de patacas e não teve nenhum apoio financeiro local”. Recorde-se que a Yat Yuen suportou custos, no montante de 70 milhões de patacas. Terra condicionada Entretanto, a ANIMA continua a atravessar dificuldades financeiras, mas a maior preocupação de Albano Martins prende-se com a conquista da concessão definitiva do terreno de Coloane que, para já, está limitado a contratos de cedência anuais. “O terreno é a questão que mais nos preocupa porque se nos for assegurado o terreno nós podemos crescer”, referiu. A parcela de terra está neste momento ocupada com “barracas” que abrigam cerca de 50 cães. Não sendo destinada a edificação, estas barracas são consideradas ilegais e têm sido o argumento das Obras Públicas para negar a concessão definitiva. Mas Albano Martins não cede. “Se for necessário tiramos o telhado de chapa e pomos umas sombrinhas. Vamos ter que negociar com as obras públicas porque não vamos matar os animais para poder satisfazer as condições do Governo para nos cederem o terreno”, apontou o responsável. “Mandarmos matar cerca de 50 animais para nos poderem dar a concessão do terreno é coisa que a ANIMA não vai fazer”, sublinhou Albano Martins que considera que a origem do impasse da concessão definitiva terá que ver com “alguma má vontade provavelmente ou com alguns burocratas no meio deste percurso todo.” Juana Ng Cen PolíticaTrabalho | Ella Lei pede revisão de orientações para dias de tufão [dropcap]C[/dropcap]omo a legislação das relações de trabalho não estabelece se os trabalhadores devem apresentar-se ao serviço em dias de condições atmosféricas adversas, como quando passam tufões, Ella Lei interpelou o Governo para esclarecer as dúvidas nesta matéria. A deputada pretende também saber se após a retirada do sinal n.º 8 de tempestade tropical os trabalhadores têm de regressar aos postos. Para já, empregados e patrões só têm como orientação o documento “Aspectos a ter em conta pelas partes laborais em situações de tufão, chuvas intensas, trovoada e storm surge” distribuído pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Ella Lei recorda que nos dois últimos anos Macau sofreu com a passagem de dois super tufões e que é necessário que a DSAL tenha em conta o desenvolvimento social, as condições de tráfego e de clima para rever as indicações a dar às partes envolvidas na relação laboral. A deputada, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau, pergunta se a DSAL pretende introduzir medidas de “circunstâncias extremas”, como em Hong Kong, e se vão ser elaboradas normas e regulamentos mais claros para empresas privadas. Andreia Sofia Silva PolíticaAgências de emprego | Activista contesta palavras de Vong Hin Fai Benedicta Palcon contesta as palavras do deputado Vong Hin Fai quanto à legalidade da ONG que dirige, afirmando que qualquer pessoa ou entidade tem, aos olhos da lei, o direito à petição. Na carta dirigida a Ho Iat Seng, e que é assinada por seis responsáveis por ONG, pede-se que a proposta de lei seja suspensa até que as associações de trabalhadores migrantes sejam ouvidas [dropcap]A[/dropcap] porta-voz da associação Greens Philippines Migrant Workers Union, Benedicta Palcon, disse ao HM que o deputado Vong Hin Fai não tem razão quando diz ser necessário verificar a existência legal das associações que representam os trabalhadores migrantes antes de agendar uma reunião sobre a revisão da lei das agências de emprego. “Foi-nos explicado que as leis de Macau garantem o direito de petição e que não existem restrições sobre o seu registo ou sobre o facto de serem ou não associações de Macau”, referiu. A petição assinada por representantes de seis associações de defesa dos direitos dos trabalhadores migrantes foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, em Abril deste ano. Erik Lestari, porta-voz do grupo Indonesian Migrant’s Rights Advocate, adiantou ao HM que ainda não foi agendada qualquer data. Na última reunião da 3ª Comissão Permanente da AL, que actualmente analisa na especialidade a proposta de lei relativa às agências de emprego, Vong Hin Fai adiantou que é necessário verificar a existência legal destas associações. “Em primeiro lugar, temos de saber se estas seis entidades existem de facto, ou não, em Macau, ou seja, são registadas em Macau. Vamos através do nosso gabinete de relações públicas contactar estas seis entidades para verificar se existem ou não”, apontou. Uma consulta ao Boletim Oficial da RAEM permite concluir que apenas duas destas associações estão registadas. O Grupo de Concernente Trabalhadores Migrante Indonésios Peduli foi registado em 2010, enquanto que a Associação dos Trabalhadores Migrantes Indonésios em Macau publicou os estatutos em 2008. No que diz respeito à Federação Internacional dos Trabalhadores Domésticos, trata-se de uma ONG presente em todo o mundo, estando representada nesta iniciativa por Fish Ip, coordenadora para a zona da Ásia-Pacífico. Silêncio total Na petição enviada a Ho Iat Seng pede-se a suspensão da discussão da análise na especialidade do referido diploma até que as entidades que representam os trabalhadores migrantes sejam ouvidas, uma vez que estes são os principais visados pela alteração da lei. “O Governo da RAEM não deveria adoptar a proposta de lei até que os representantes dos órgãos que defendem os trabalhadores migrantes sejam ouvidos de forma adequada”, lê-se. Além disso, os peticionários defendem que, “apesar dos trabalhadores não residentes (TNR) serem os mais visados neste processo de revisão, estamos, na maioria, excluídos”. “Não estamos informados sobre o processo e não conhecemos a proposta de lei. Esta e todos os documentos relacionados estão escritos em chinês e português e não estamos aptos a compreender o que está escrito e discutir esses pontos de forma apropriada. Não estamos conscientes da existência de qualquer consulta pública ou de outra submissão de opiniões que tenha tido lugar”, acrescentam. Além de pedirem o fim das cauções pagas por parte dos TNR, é também exigida a criação de uma lista, a cumprir por parte das agências de emprego, quanto às responsabilidades a assumir num processo de recrutamento. Os peticionários pedem que as agências utilizem documentos numa linguagem que os TNR compreendam, além de defenderem o fim de “quaisquer formas de intimidação”. “Quaisquer acções de intimidação por parte das agências de emprego deveriam ser proibidas. Muitas vezes as agências intimidam os TNR a fim de os forçar a pagar cauções ou a seguirem ordens irracionais”, referem. Os deputados receberam ainda o pedido para que a nova proposta de lei “garanta que os TNR não devem assumir quaisquer custos, dívidas ou cumprir trabalho forçado durante os processos de recrutamento e emprego”. Neste sentido, é dito no documento que a obrigação do pagamento de cauções deixa os TNR em situação de dívida e trabalho forçado. “O estabelecimento do pagamento de uma caução à agência, que é 50 por cento do primeiro salário mensal, a pagar após os primeiros 60 dias de emprego, deixa-os numa situação de dívida. As agências podem colaborar com os empregadores para contratar e despedir trabalhadores a fim de obterem mais lucros.” Nos primeiros 60 dias de trabalho com o novo empregador, um trabalhador “pode sofrer abusos” e ser “silenciados por parte das agências para que estas recebam a totalidade das cauções”. Sendo assim, o Governo deveria esclarecer, na proposta de lei, o conceito de “remuneração base”. A petição denuncia ainda a recolha de pagamentos extra por parte das agências de emprego. “Não são claras as actividades ou serviços pelos quais uma agência pode cobrar. As agências acrescentam custos adicionais, relacionados com exames médicos ou alojamento, para receber mais dinheiro dos trabalhadores.” É também exigido o aumento das sanções a aplicar caso as agências não cumpram a lei. Hoje Macau PolíticaSegurança Social | AL aprova transferência de 3% dos ‘lucros’ para Fundo [dropcap]A[/dropcap] Assembleia Legislativa (AL) aprovou na quinta-feira, na generalidade, uma proposta de lei que prevê transferir 3 por cento do saldo do orçamento do território para o Fundo da Segurança Social, para responder à pressão do envelhecimento acelerado da população. A proposta de lei foi aprovada por unanimidade. “Esta proposta é para aumentar as vias de receita do fundo” de forma a garantir o funcionamento sustentável do regime de segurança social de Macau, afirmou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, na AL. A intenção é acautelar o aumento do encargo com as pensões de idosos, dado o “envelhecimento da população da Região Administrativa Especial de Macau [RAEM] no futuro, a um ritmo acelerado”, de forma a “consolidar a estabilidade financeira a médio e longo prazo”, explicou. A grande maioria dos deputados que usou da palavra demonstrou alguma preocupação com o facto de, se e quando, as receitas do jogo diminuírem, os 3 por cento anuais poderem ser um valor bruto insuficiente, sugerindo, nos anos em que as receitas do jogo sejam menores que a percentagem suba para os 4 ou mesmo 5 por cento. O vice-presidente do Conselho de Administração do Fundo de Segurança Social, Un Hoi Cheng, presente no debate, informou que neste momento as reservas do Fundo cifram-se nas 83,7 mil milhões de patacas. “Esperemos aumentar a médio longo prazo o Fundo de Segurança Social”, garantiu o secretário para a Economia e Finanças. Hoje Macau PolíticaTransportes | Lam U Tou quer coordenação entre metro e autocarros [dropcap]L[/dropcap]inhas que garantam a transferência de circulação dos passageiros que utilizam o Metro Ligeiro e os autocarros é o pedido de Lam U Tou ao Executivo. Em declarações ao jornal do Cidadão, o presidente da Associação da Sinergia de Macau disse que “não havendo oferta para as deslocações entre o Metro Ligeiro e os autocarros, é difícil que a entrada em funcionamento do metro seja útil”. Estas declarações surgem em resposta à intenção do Governo de reduzir os autocarros com a entrada de funcionamento do Metro Ligeiro, medida que para Lam não se justifica. O líder associativo defende ainda que as tarifas dos autocarros devem ser distintas entre residentes e turistas para evitar o abuso dos visitantes no uso dos transportes públicos locais. Para o efeito, o presidente da Sinergia de Macau sugere a emissão de passes pessoais para que as tarifas possam ser diferentes. «1...163164165166167168169...272»
Hoje Macau China / ÁsiaGoverno de Hong Kong mantém proposta de lei sobre extradição apesar de protesto [dropcap]O[/dropcap] Governo de Hong Kong anunciou hoje que vai manter a proposta de lei que permite extradições para a China, na sequência do protesto maciço no domingo. “Trata-se de uma lei muito importante que vai garantir que a justiça prevaleça e Hong Kong cumpra as suas obrigações internacionais em matéria de criminalidade transfronteiriça e transnacional”, disse a chefe do Executivo da região administrativa especial chinesa, Carrie Lam, em declarações aos jornalistas. Os organizadores da manifestação de domingo afirmaram que mais de um milhão de pessoas desfilaram pelas ruas da cidade, enquanto a polícia da antiga colónia britânica indicou que o protesto juntou 240 mil participantes. A marcha de protesto decorreu sem grandes incidentes durante quase dez horas, mas cerca da meia-noite manifestantes invadiram uma zona barricada e a polícia respondeu com gás pimenta, de acordo com o jornal de Hong Kong, South China Morning Post. As alterações à lei da extradição já tinham motivado, em Abril, a maior manifestação em Hong Kong desde o “Movimento dos Guarda-chuvas”, em 2014, num protesto que reuniu meio milhão de pessoas. A proposta de lei apresentada pelo Governo de Hong Kong ao Conselho Legislativo autoriza a extradição de condenados em fuga para vários países com os quais o território não tem actualmente acordos de extradição, incluindo a China continental. Nas últimas semanas, várias petições circularam contra a proposta de lei, milhares de advogados organizaram uma marcha silenciosa e várias câmaras de comércio manifestaram preocupação. O Governo considerou esta proposta um instrumento vital para combater o crime transnacional e manter o Estado de direito, enquanto os críticos afirmaram temer que a população fique à mercê de um sistema judicial chinês opaco e politizado. A controversa proposta vai começar a ser debatida na quarta-feira no hemiciclo.
Hoje Macau China / ÁsiaImprensa chinesa culpa “interferência estrangeira” por protestos em Hong Kong [dropcap]A[/dropcap] imprensa chinesa culpou hoje a “interferência estrangeira” pelos protestos deste fim de semana, em Hong Kong, contra a proposta de lei que permite extradições para a China, acusando os organizadores de “conluio com o Ocidente”. Os organizadores da manifestação de domingo afirmaram que mais de um milhão de pessoas desfilaram pelas ruas da cidade, enquanto a polícia da antiga colónia britânica indicou que o protesto juntou 240 mil participantes. O Governo considerou esta proposta um instrumento vital para combater o crime transnacional e manter o Estado de direito, enquanto os críticos afirmaram temer que a população fique à mercê de um sistema judicial chinês opaco e politizado. A controversa proposta vai começar a ser debatida na quarta-feira no hemiciclo. Em editorial, o jornal oficial Global Times minimizou, na segunda-feira, o protesto de domingo, um dos maiores da região semi-autónoma, desde o retorno à China, em 1997. “Deve-se ter atenção que algumas forças internacionais fortaleceram significativamente as suas relações com a oposição de Hong Kong recentemente”, afirmou o jornal, acusando os opositores de “conluio com o Ocidente”. O jornal refere reuniões entre membros da oposição de Hong Kong com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e com a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi. O jornal chinês China Daily afirma ainda que 700 mil pessoas assinaram uma petição online em apoio ao projecto de lei, e que acredita que muitos manifestantes “foram enganados pela oposição e os seus aliados estrangeiros”. Imagens aéreas das ruas de Hong Kong, cheias de manifestantes, percorreram o mundo neste fim de semana. Na China continental, porém, os acontecimentos não foram noticiados.
João Luz VozesLiberdade [dropcap]E[/dropcap]terna fome da alma, torrente imparável que destrói todos os obstáculos com força de elemento natural. Chama mais brilhante que se alimenta do combustível da opressão e da violência. Denominador comum de todos os mortais, aspiração dos imortais, transversalmente universal como a carne e o sangue, como um impulso de amor. A busca da liberdade confere humanidade como a ânsia pela transcendência e a habilidade de sonhar, uma avassaladora paixão que tolda os sentidos até ser consumada, como uma nuvem carregada que já não aguenta conter o derrame líquido. O grito que se solta e repele o cheiro a cárcere que se entranha no corpo e espírito, que quebra as amarras da submissão, que derrota iniquidades e exércitos de servidão. A liberdade não se domina ou modera, o seu exercício é absoluto, soberano, maior que todas as doutrinas e ideais combinados. A sua força pode parecer enfraquecida, latente, mas nunca se extingue, impossível de não cumprir o desígnio de concretização como uma maré que sobe empurrada pela massa dos astros. Expressão máxima do que é o Homem, natureza e condição humana em acção. Musa de poetas e filósofos, matéria onírica, pesadelo dos tiranos, doce e vingativa revolução que paira por cima de todas as ditaduras como uma tempestade inevitável. Simplicidade que derrota a prepotência, maioridade que ganha ao infantilismo a que os déspotas votam os seus súbditos, clarão luminoso que leva a verdade ao mais obscuro recanto. Uns quantos teorizaram que todos os homens e mulheres estão condenados a ser livres, que essa é a sua génese, a página em branco desde o primeiro segundo de vida, a condição na qual se nasce. Outros entendem que jamais alguém será totalmente livre, que o mundo vive acorrentado à pessimista equação entre desejo e escolha consciente. Onde quer que esteja a chama da verdade, entre natureza bruta e fria racionalidade, os raios de sol vão sempre iluminar a treva. Entre as muitas mentes brilhantes que se debruçaram sobre o tema, há quem entenda a liberdade como uma emanação material, longe das teorizações burguesas metafísicas e ideais abstractos, a satisfação de se poder ser e fazer. Também é comum descrever-se a liberdade como uma espécie de fronteira que demarca onde um indivíduo acaba e o outro começa, a barreira que circunscreve uma unidade de vida e a divide da seguinte. A questão dos limites da liberdade condicionada socialmente está no cerne da verdadeira definição do que é ser livre. Estarão as várias liberdades individuais conectadas e dependentes umas das outras? A condição de se ser livre é algo pessoal ou social? Apesar da validade teórica e ética de uma liberdade que se realiza no confronto individual, a sua acepção pessoal vinca a existência. A característica intrínseca, inerente à pessoa, faz com que mesmo o encarcerado seja naturalmente livre. A certeza desta autonomia ultrapassa todas as celas, métodos de controlo, violência de Estado, terror assassino, doença e mesmo a inevitabilidade da morte. Apesar de amordaçado, o grito de liberdade esgueira-se entre os dentes, como um sopro que se agiganta. Fora do plano teórico, ser livre na sociedade em que vivemos pode reduzir-se ao simples privilégio de não nos chatearem os cornos, de termos acesso ao luxo do silêncio fora do alcance do WIFI. Sair de cabeça erguida do labirinto de produção e consumo onde meio mundo anda perdido, cumprindo a profecia de Debord do cativeiro do entretenimento e das falsas escolhas. Acordar para dias formatados por obrigações de toda a ordem, viver contido, confortável em passividade segura, evitando ao máximo o risco e o perigo de ser desbragadamente livre, para além dos limites das convenções sociais e até das leis. A liberdade é difícil de definir. Já a submissão é mais fácil de identificar, sente-se na pele, aterroriza os que ainda não foram aprisionados, fustiga a pele de quem ousa dizer uma palavra verdadeira, castra a criatividade e a expressão artística. O problema para quem aspira ser livre é que também a violência é inerente ao ser humano. Enquanto a experiência da humanidade durar, duas forças contraditórias vão continuar um conflito sem tréguas: liberdade e subjugação. José Simões Morais h | Artes, Letras e IdeiasSer português [dropcap]H[/dropcap]oje, dia de Portugal gostaria de dar existência ao estar português de quem consegue englobar versus os globalizadores que, saídos das modernas escolas europeia usam apenas o pensar anglo-saxónico como forma de ser, fazendo-se como centro e só a si se vêem. Heraclito versus Demócrito. A pena que trago em mim devo-a à demissão no momento em que obrigaram os professores a dar as aulas, sem lhes permitir que estas pudessem acontecer e por isso a formatação da juventude num formal pensamento concreto, sem a abstracção do espaço a possibilitar ao Ser realizar-se pela harmonia no estar. Isto ocorreu em Portugal, nas Escolas de formação dos professores nos finais dos anos 80 do último século do II milénio. Apenas interessava ensinar o saber fazer sem des-cobrir o lugar do estar. Por tudo isto deixei de leccionar, teriam esses estudantes hoje os seus quarenta e tantos anos e são dessa estirpe os actuais ocupantes dos lugares de chefia na maioria das instituições portuguesas. Educados com uma realidade Absoluta apenas para o mercado de trabalho, não lhes foi dado o espaço do espírito do estar fora da materialidade e assim, apenas pelo valor do material e suas relações fazem a existência. Para terem de provar e a maximizada glória de serem reconhecidos, foram-lhes entregues os lugares do poder, tratando os seus semelhantes como escravos, como eles o são. Homens sem espírito Não foi bonito como o actual cônsul tratou a idosa comunidade portuguesa de Macau. Para revelar o afastamento e a pouca importância que dá aos antigos portugueses residentes em Macau, ou melhor, o desconhecimento que tem sobre essa população, o cônsul com os seus quarenta e muitos anos de idade, resolveu mostrar a sua modernidade e ao contrário do que sempre aconteceu para a recepção na Residência Consular no evento relativo ao 10 de Junho, apenas permite aí entrar quem de forma electrónica se inscrever. Justificação: esta é uma alteração que se prende com a necessidade de se adoptarem práticas mais condizentes com o século XXI. Ora aqui está a razão da atitude [pouco simpática e educada] do cônsul português de Macau à saída do Clube Militar, de olhando para um grupo de portugueses aí reunidos, virar a cara sem sequer esboçar um qualquer sinal de cumprimento. Nós já vivemos no primeiro século do III milénio e o cônsul está ainda num espaço de uma continuidade do passado e por isso não nos viu, pois ocupamos distintos lugares de existência. Creio ser isso que distingue os antigos portugueses residentes de Macau do último século do II milénio, dos reinóis que, após a passagem da administração portuguesa para a chinesa, a Macau chegaram adejados e envergando aventais trazendo o fito de nos venderem o ópio da sua Absoluta civilização. Chegaram para ensinar a saloíce de quem traz as verdades com que culturalmente foram educados e assim vestidos, vêm investidos na presunção da importância das suas autoridades estatutárias. Nesse bullying nos tratam como foram tratados e ensinados a observar pelo semelhante destroem tudo o que à volta deles é diferente, sem atenção ao outro pois educados pela competição sem espaço para o que os contradiz, não o entendem, logo não existe. Os portugueses devem a existência ainda de Macau [para além dos maquistas] aos que em meados do século XX chegaram sobretudo como militares e aqui se quedaram casando e constituindo família, permitindo a continuidade da comunidade portuguesa. Devido à sua actual idade não fazem uso das novas tecnologias e assim, não puderam escolher os conteúdos da TDM, nem podem agora assistir na casa consular à festa do 10 de Junho, restrita à nova geração de reinóis para aqui enviada com o intuito de explicar o caos, com que lhes arquitectaram a sua existência, aos que reconhecem haver ordem no Universo. Com direitos individuais, pois crêem ser os últimos a sair da mesa do banquete, ainda não perceberam que se assim for têm autofágica-mente de se comer a si próprios, quando acabada a comida para o qual servirão os que à sua volta se encontram. Choro mascarado de riso Na máscara do desenho que envolve este palco do teatro da vida aqui narrado, revemos o atomista Demócrito e o seu riso mascarado de quântico Heraclito choro. A arte representa a mentira mais verdadeira que a própria verdade e por isso Pessoa nos dá a dor como fingida dor que é dor que deveras sente. Mas actualmente já não se sente, pois não se está, apenas se É; ser com uma autoridade estatutária, sem trazer a Natural e a do Saber, que vem subvertida com as Verdades apreendidas de Escola. VER traz pelo espelho o reflectido ЯЭVЄR. Com o Demócrito riso mascarado de Heraclito choro pretendemos demonstrar que, choramos por entender haver uma mão que desmancha para não nos apercebermos do caminho, já sem o movimento de representação para construir a realidade, mas temerariamente rimos dos retratos com que nos vamos agrilhoando como Ser Humano; ainda Vivo? Se esse movimento expansivo nas faces, rir de contente não me é permitido pois só um tolo se ri ao deitar fora as jóias herdadas dos seus antepassados, contraindo a face percorro as rugas do tempo que leva o choro a ver as memórias a perderem-se. Por falta de atenção, ao caminhar construímos as imagens mentais alicerçadas em retratos, fragmentos sem representação que tomamos como Verdades. E por essas jóias perdidas recebemos joio. A palha com que enchemos o nosso templo. Em realidades ligadas ao formal de uma cartesiana ciência, não se realiza o momento de mutação do Presente, yin complemento yang, movimento reflectido que respira na harmonia do Universo, abrangência do Espaço por onde Espinosa [a ser pisado] nos trouxe as emoções do caminhar e Einstein complementou com os três módulos da relatividade das mutações. Esgravatamos cientificamente até ao nano, quando as proporções estão desde a Antiguidade representadas na geometria sagrada das Pirâmides. Caminhar para abrir à mente as portas do espelho pela reflexão e não pela projecção e por isso o mar para Portugal. Há necessidade de rever o conceito de civilização na Ocidental mentalidade, que velha niilista não deixa passar à idade do idoso. Vive actualmente centrada em si mesma como adulta ilha e não consegue reflectir-se continental-mente pelo outro. Vemos os que trabalham por Portugal a serem dizimados e governados pelos que comprados pelo joio pretendem que este país entre pelo multi-nacional e não pelo Universo da idade, de quem pelas diferentes civilizações se encontra na gramática do sagrado estar divino. E daí o riso de quem ao chorar pela tragédia encara a ironia da comédia na figura que está a representar pelo tanto rir que o choro lhe provoca, e realiza o que resta da memória pelos restos dos alimentos nas bordas da boca, confins da História, vislumbradas pelas emoções do viver: as linhas com que desenhamos o auto-retrato. Pela vibração do som falado, explicado na realidade da acção, desapertamos o nó górdio. Sérgio Fonseca DesportoGP Macau | Cinco construtores esperados na Taça do Mundo de GT [dropcap]J[/dropcap]á são conhecidas as primeiras informações sobre a quinta edição da Taça do Mundo de GT da FIA que se disputará no programa da 66ª edição do Grande Prémio de Macau. A edição do ano passado teve boa adesão por parte dos construtores, mas só conseguiu reunir catorze viaturas, o número limite para a prova se realizar. Este ano é esperada uma grelha de partida mais composta. Na conferência de imprensa de apresentação do Grande Prémio, no mês passado, Chong Coc Veng, Coordenador da Subcomissão Desportiva da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, referiu que “as equipas da FIA e da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau (COGPM) tomaram já medidas com o objectivo de atrair mais pilotos a Macau e para melhorar ainda mais a corrida para o espectadores.” A prova continuará a ser co-organizada pela influente SRO Motorsports Group que, numa comunicação enviada às equipas na passada quarta-feira, esclarece que o “formato manter-se-á praticamente inalterado: com pilotos e equipas apoiados pelos construtores em luta por um dos mais prestigiados títulos das corridas de GT”. A estrutura do fim-de-semana da Taça do Mundo também não sofrerá alterações, estando previstos dois treinos-livres de 30 minutos, uma sessão de qualificação com a mesma duração, uma corrida de qualificação de 12 voltas, provavelmente a ser realizada no sábado do evento, e a corrida decisiva de 18 voltas, ou 75 minutos, no domingo. Como é tradição, as viaturas participantes também deverão ser expostas na Praça do Tap Seac no fim-de-semana que antecede o evento, proporcionando à comunidade local um contacto muito próximo com algumas das máquinas que irão animar o fim-de-semana de 16 e 17 de Novembro. Para além da importância do triunfo na prova, os concorrentes também irão contender pelas 725,000 patacas, em prémios monetários, que estarão em jogo. Quem virá? Neste momento ainda é cedo para prever quem serão os pilotos e equipas que irão marcar presença no Circuito da Guia em Novembro. No entanto, segundo a comunicação enviada aos potenciais intervenientes, “nesta fase inicial estamos a contar com pelo menos cinco construtores”. O ano passado cinco construtores disseram “sim” ao desafio de Macau – Audi, BMW, Mercedes-AMG, Nissan e Porsche. Os quatro gigantes da indústria automóvel germânica deverão repetir a presença este ano, tendo a BMW, que venceu o ano passado com o brasileiro Augusto Farfus, e a Porsche já admitido as suas intenções publicamente. A Bentley, a Honda, a Lamborghini e a Nissan são outros construtores que também estarão a ponderar um regresso à RAEM. Além dos pilotos “Ouro” e “Platina” segundo o ranking da FIA, a prova irá aceitar a presença de pilotos “Prata”. Para incentivar a presença dos mesmos, haverá prémios monetários para os três melhores classificados. Os dois pilotos de automobilismo mais representativos do território, os portugueses André Couto e Rodolfo Ávila, são únicos categorizados pela FIA como “Silver”. O período de inscrições para a prova dura de 28 de Junho até ao dia 31 de Agosto. Contudo, a lista de inscritos só será tornada pública na habitual Conferência de Imprensa da COGPM no mês de Outubro. Hoje Macau EventosGastronomia | Chefe Vítor Matos no Clube Militar [dropcap]O[/dropcap] chefe português Vítor Matos regressa, a partir de hoje a Macau, para liderar o festival de gastronomia e vinhos de Portugal, organizado pelo Clube Militar, que assinala este ano o 149.º aniversário. Até 19 de Junho, Vitor Matos e os chefes-assistentes João Araújo e Helena Castro vão contribuir para a promoção da gastronomia portuguesa no território, anunciou o Clube Militar. Este festival integra também a programação “Junho – Mês de Portugal”, promovido pelo Consulado-geral de Portugal em Macau, no âmbito da celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Com um percurso profissional dividido entre Portugal e a Suíça, Vitor Matos, de 42 anos, estudou cozinha e pastelaria, entre 1992 e 1995, em Neuchâtel, Suíça. Ao longo de mais de 20 anos de carreira, conquistou várias distinções, incluindo a atribuição de uma estrela Michelin para o seu restaurante Antiqvvm, no Porto, no ano passado. Esta é a segunda vez que Vitor Matos apresenta a sua “cozinha de sabores e aromas tradicionais de Portugal” no Clube Militar, onde em 2016 liderou este mesmo festival de gastronomia e vinhos. Raquel Moz EventosExposição | Fotos premiadas de Eduardo Leal na Fundação Rui Cunha São imagens que sugerem uma dança de sacos ao vento que envolvem arbustos quase estrangulados e sem vida. A beleza das fotos é inquietante. E deu vários prémios mundiais ao fotojornalista Eduardo Leal, que a partir de amanhã expõe o trabalho na FRC [dropcap]A[/dropcap] multipremiada exposição “Plastic Trees” de Eduardo Leal é inaugurada amanhã, às 18h30, na galeria da Fundação Rui Cunha, onde ficará patente ao público durante duas semanas. É um conjunto de imagens que demonstram a presença dos resíduos plásticos nos lugares mais recônditos, uma visão sobre o lixo resultante do excesso de consumo a nível mundial. “A série ‘Plastic Trees’ foi feita para chamar a atenção para este problema, com foco na disseminação de sacos plásticos no Altiplano Boliviano, onde milhões de sacos viajam com o vento até se enredarem nos arbustos nativos”, pode ler-se na página web da FRC. A mostra reúne as imagens de uma série que valeu ao autor, mestre em fotografia documental, vários prémios internacionais, como os Sony World Photo Awards, o Lens Culture Earth Award, os Moscow International Photo Awards e o prémio Estação Imagem nacional. Foi ainda finalista do galardão Atkins CIWEM, para a Melhor Fotografia do Ano em termos de Ambiente. Eduardo Leal, que desde 2016 é professor convidado da Universidade de São José em Macau, viveu vários anos na América do Sul, onde trabalhou como fotojornalista para diversas publicações de prestígio, como a Time, The Washington Post, Al Jazeera America, ou CNN, entre muitas outras. Nos arredores de Uyuni Em entrevista à revista holandesa de fotografia contemporânea, Lens Culture, cujo prémio principal arrecadou em 2015, Eduardo Leal contou que durante anos viajou pelo mundo inteiro, mas especialmente pela América Latina e pela Ásia, onde sempre se incomodou com as bonitas paisagens estragadas pela quantidade de lixo e de detritos. “E a maioria são sacos de plástico”. “Decidi, então, fazer algo para chamar a atenção para o problema. Mas sabia que seria difícil fotografar sacos de plástico e torná-los visualmente interessantes para o espectador”. Demorou, segundo revelou à referida publicação, anos até encontrar o modo certo de exprimir o que sentia. “Um dia, quando caminhava pelos arredores da cidade de Uyuni, na Bolívia, encontrei este lugar incrivelmente belo, coberto de sacos de plástico. Naquele momento, tive a certeza que era ali que iria fazer algo sobre o tema”. O que fez foi testar a luz e a perspectiva, até descobrir como registar não só a beleza, mas também o significado daquelas imagens. “Foi uma questão de voltar ao mesmo local, dia após dia, à mesma hora, de modo a captar a luz de forma consistente e procurar os objectos para mim mais cativantes”, fazendo questão de acrescentar que “produzi estas minhas composições movendo-me apenas à volta das árvores e procurando os melhores ângulos. Nunca toquei em nenhum saco de plástico nem encenei os objectos fotografados. Isso é muito importante para mim: trabalhando como fotojornalista, tenho consciência da importância de não arranjar as fotos ou manipular a verdade”. A única coisa que admite ter alterado no local, para poder fotografar, foi o buraco que escavou com as próprias mãos, tentando obter “a perspectiva certa para transformar os pequenos arbustos em árvores”. De facto, as “árvores de plástico” são pequeníssimos arbustos, “o maior não sendo mais do que o tamanho de duas mãos”, que Eduardo Leal procurou recriar como árvores, “numa tentativa metafórica de demonstrar a dimensão do problema”, confessou à Lens Culture. O drama dos sacos No final do trabalho, “completamente diferente de tudo o que havia feito até à data”, ficou sem saber que destino dar ao conjunto de imagens, “já que as plataformas para as quais eu costumava trabalhar, não estavam interessadas neste tipo de projectos conceptuais”. Felizmente, o resultado foi “deslumbrante” e “intrigante” o suficiente para o colocar na linha de vários prémios internacionais, fazendo o público reflectir e questionar-se sobre o drama subjacente: a poluição do planeta. No manifesto da exposição da FRC, Eduardo Leal refere mesmo que “o mundo consome 1 milhão de sacos de plástico por minuto, sendo o objecto de consumo mais omnipresente” a nível global. “O problema é ainda mais grave nos países com maiores dificuldades, onde as infra-estruturas de gestão de resíduos não estão realmente desenvolvidas. A acumulação de sacos plásticos no meio ambiente causa deterioração das paisagens, dos solos agrícolas e está associada à morte de animais domésticos e selvagens”. A mostra pode ser visitada até ao próximo dia 24 de Junho. Hoje Macau DesportoPortugal vence Holanda e conquista Liga das Nações [dropcap]U[/dropcap]m golo de Gonçalo Guedes permitiu hoje à selecção portuguesa de futebol conquistar a primeira edição da Liga das Nações, com um triunfo por 1-0 na final com a Holanda, no Estádio do Dragão, no Porto. O jogador do Valência, que substituiu no ‘onze’ João Félix em relação às meias-finais, resolveu o encontro aos 60 minutos, com um remate à entrada da área, após um passe de Bernardo Silva. O conjunto das ‘quinas’ arrebatou o segundo título internacional da sua história, depois do campeonato da Europa de 2016, então numa final com a anfitriã França (1-0, após prolongamento), graças a um golo de Éder. https://www.youtube.com/watch?v=3q0dV3SrsoU Hoje Macau SociedadeDSAMA | Concurso da Nam Kwong em análise [dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) está a analisar o concurso público por si organizado em que as três propostas apresentadas estão ligadas à empresa Nam Kwong. Em causa estão os trabalhos de renovação do sistema de combustíveis no Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior. No concurso foram apresentadas três propostas, duas das quais foram rejeitadas, e todas tinham a Companhia de Produtos Químicos e Petrolíferos Nam Kwong como accionista. “A DSAMA está analisar o caso em questão. Por enquanto, não há mais informação disponível” afirmou o organismo, ao HM. Segundo uma decisão do Tribunal de Segunda Instância, validada pelo Tribunal de Última Instância, quando num concurso público há mais do que uma proposta com o mesmo accionista as mesmas devem ser rejeitadas porque colocam em causa o princípio da concorrência. Hoje Macau SociedadeTáxis | Quinze infracções desde 3 de Junho [dropcap]F[/dropcap]oram registadas 15 infracções desde a entrada em vigor da nova lei de táxis no passado dia 3 de Junho. A informação foi adiantada por Vong Vai Hong, segundo comandante do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), ao canal chinês da Rádio Macau. As infracções envolveram essencialmente o abuso na cobrança de tarifas, a recusa do transporte e falta de identificação do condutor. O responsável afirma ainda que as autoridades têm intensificado as acções de Inspecção e consideram que a medida tem produzido efeitos satisfatórios. Vong Vai Hong referiu também que foram instaladas 350 paragens de táxis para satisfazer as necessidades do público. Hoje Macau SociedadePorto Interior | Choque de navios de carga sem feridos [dropcap]D[/dropcap]ois navios de carga colidiram ao fazer o percurso entre o terminal marítimo de passageiros da Taipa e o canal do Porto Interior, segundo informação do canal chinês da Rádio Macau. Não foram registados feridos entre a tripulação, mas um dos navios afundou parcialmente. Os dois navios são suspeitos de transportar sobrecarga e de violar as regras de navegação, informou a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA). Às 8h10 da manhã de ontem, as pessoas foram evacuadas de urgência do navio que estava a inclinar e a tombar lateralmente dentro da água. Foi relatado que havia pó de pedra dentro da embarcação e que o navio ficou encalhado na proximidade do Porto Interior, representando um potencial bloqueio à navegação através do canal. A DSAMA alerta os navios para prestarem atenção no local e anunciou que vai colocar instruções temporárias e emitir sinais marítimos de aviso. Sofia Margarida Mota SociedadeGalgos | Últimos cães do canídromo partem hoje para a Austrália São três os galgos do canídromo que partem hoje para a Austrália, terminando assim o processo de realojamento internacional de mais de 500 cães abandonados pela Yat Yen. Albano Martins está satisfeito com a operação de realojamento feita em tempo “recorde” [dropcap]O[/dropcap]s últimos três galgos que têm como destino o exterior, partem hoje da Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA – com destino à Austrália. Fazem parte de um grupo de 18 animais destinados especificamente àquele país, como forma de alerta. “A 26 de Outubro começámos a trabalhar e a mandar os primeiros galgos para fora e no dia 26 de Março fechámos o canídromo, ou seja em seis meses o canídromo encerrou. Isto não significa necessariamente que todos os animais tivessem realojados porque nós guardámos os galgos para irem para a Austrália apenas para chatear os australianos da indústria” das corridas de cães, apontou o presidente da ANIMA, Albano Martins, ao HM. De acordo com o responsável “99 por cento daqueles galgos, vieram da Austrália ao longo destes anos todos e portanto tinha algum interesse que a ANIMA conseguisse colocar alguns animais naquela país”, até para que a questão das corridas seja publicamente discutida. No canídromo de Macau, ao longo do seu funcionamento com a exploração de corridas, morreram entre 15 a 18 mil animais, acrescentou Albano Martins. Na ANIMA ainda vão ficar cinco galgos, todos eles animais do canídromo que vieram já depois do encerramento, sendo que três deles “provavelmente poderão ser adoptados localmente pela famílias que os estão a realojar”. Dos 532 galgos deixados nas instalações do canídromo pela empresa que detinha a exploração das corridas de cães, a Yat Yuen, até Junho do ano passado, 15 morreram, 307 foram enviados para os EUA, 60 para Itália, 70 para o Reino Unido, 15 para França, cinco para Alemanha e 26 para Hong Kong. Os restante foram adoptados pela própria ANIMA. Ligados à causa Apesar de “satisfeito” com o resultado do realojamento dos animais em tempo “recorde”, Albano Martins admite que se tratou de “uma operação complicada”. “Fomos colocados de repente nesta situação de resolver a situação de 532 animais que estavam vivos e prometemos que a resolvíamos. Acabámos por resolver em muito menos tempo”, disse. O processo foi realizado com “muito esforço”, até porque “o investimento não tem em conta apensas o dinheiro, mas também os esforços que envolveram toda uma organização que estava dedicada essencialmente a animais de rua”, apontou sublinhando que todo o trabalho foi feito de forma gratuita com os “poucos meios” de que a associação dispunha. Já em termos financeiros, “a ANIMA terá gasto cerca de meio milhão de patacas e não teve nenhum apoio financeiro local”. Recorde-se que a Yat Yuen suportou custos, no montante de 70 milhões de patacas. Terra condicionada Entretanto, a ANIMA continua a atravessar dificuldades financeiras, mas a maior preocupação de Albano Martins prende-se com a conquista da concessão definitiva do terreno de Coloane que, para já, está limitado a contratos de cedência anuais. “O terreno é a questão que mais nos preocupa porque se nos for assegurado o terreno nós podemos crescer”, referiu. A parcela de terra está neste momento ocupada com “barracas” que abrigam cerca de 50 cães. Não sendo destinada a edificação, estas barracas são consideradas ilegais e têm sido o argumento das Obras Públicas para negar a concessão definitiva. Mas Albano Martins não cede. “Se for necessário tiramos o telhado de chapa e pomos umas sombrinhas. Vamos ter que negociar com as obras públicas porque não vamos matar os animais para poder satisfazer as condições do Governo para nos cederem o terreno”, apontou o responsável. “Mandarmos matar cerca de 50 animais para nos poderem dar a concessão do terreno é coisa que a ANIMA não vai fazer”, sublinhou Albano Martins que considera que a origem do impasse da concessão definitiva terá que ver com “alguma má vontade provavelmente ou com alguns burocratas no meio deste percurso todo.” Juana Ng Cen PolíticaTrabalho | Ella Lei pede revisão de orientações para dias de tufão [dropcap]C[/dropcap]omo a legislação das relações de trabalho não estabelece se os trabalhadores devem apresentar-se ao serviço em dias de condições atmosféricas adversas, como quando passam tufões, Ella Lei interpelou o Governo para esclarecer as dúvidas nesta matéria. A deputada pretende também saber se após a retirada do sinal n.º 8 de tempestade tropical os trabalhadores têm de regressar aos postos. Para já, empregados e patrões só têm como orientação o documento “Aspectos a ter em conta pelas partes laborais em situações de tufão, chuvas intensas, trovoada e storm surge” distribuído pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Ella Lei recorda que nos dois últimos anos Macau sofreu com a passagem de dois super tufões e que é necessário que a DSAL tenha em conta o desenvolvimento social, as condições de tráfego e de clima para rever as indicações a dar às partes envolvidas na relação laboral. A deputada, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau, pergunta se a DSAL pretende introduzir medidas de “circunstâncias extremas”, como em Hong Kong, e se vão ser elaboradas normas e regulamentos mais claros para empresas privadas. Andreia Sofia Silva PolíticaAgências de emprego | Activista contesta palavras de Vong Hin Fai Benedicta Palcon contesta as palavras do deputado Vong Hin Fai quanto à legalidade da ONG que dirige, afirmando que qualquer pessoa ou entidade tem, aos olhos da lei, o direito à petição. Na carta dirigida a Ho Iat Seng, e que é assinada por seis responsáveis por ONG, pede-se que a proposta de lei seja suspensa até que as associações de trabalhadores migrantes sejam ouvidas [dropcap]A[/dropcap] porta-voz da associação Greens Philippines Migrant Workers Union, Benedicta Palcon, disse ao HM que o deputado Vong Hin Fai não tem razão quando diz ser necessário verificar a existência legal das associações que representam os trabalhadores migrantes antes de agendar uma reunião sobre a revisão da lei das agências de emprego. “Foi-nos explicado que as leis de Macau garantem o direito de petição e que não existem restrições sobre o seu registo ou sobre o facto de serem ou não associações de Macau”, referiu. A petição assinada por representantes de seis associações de defesa dos direitos dos trabalhadores migrantes foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, em Abril deste ano. Erik Lestari, porta-voz do grupo Indonesian Migrant’s Rights Advocate, adiantou ao HM que ainda não foi agendada qualquer data. Na última reunião da 3ª Comissão Permanente da AL, que actualmente analisa na especialidade a proposta de lei relativa às agências de emprego, Vong Hin Fai adiantou que é necessário verificar a existência legal destas associações. “Em primeiro lugar, temos de saber se estas seis entidades existem de facto, ou não, em Macau, ou seja, são registadas em Macau. Vamos através do nosso gabinete de relações públicas contactar estas seis entidades para verificar se existem ou não”, apontou. Uma consulta ao Boletim Oficial da RAEM permite concluir que apenas duas destas associações estão registadas. O Grupo de Concernente Trabalhadores Migrante Indonésios Peduli foi registado em 2010, enquanto que a Associação dos Trabalhadores Migrantes Indonésios em Macau publicou os estatutos em 2008. No que diz respeito à Federação Internacional dos Trabalhadores Domésticos, trata-se de uma ONG presente em todo o mundo, estando representada nesta iniciativa por Fish Ip, coordenadora para a zona da Ásia-Pacífico. Silêncio total Na petição enviada a Ho Iat Seng pede-se a suspensão da discussão da análise na especialidade do referido diploma até que as entidades que representam os trabalhadores migrantes sejam ouvidas, uma vez que estes são os principais visados pela alteração da lei. “O Governo da RAEM não deveria adoptar a proposta de lei até que os representantes dos órgãos que defendem os trabalhadores migrantes sejam ouvidos de forma adequada”, lê-se. Além disso, os peticionários defendem que, “apesar dos trabalhadores não residentes (TNR) serem os mais visados neste processo de revisão, estamos, na maioria, excluídos”. “Não estamos informados sobre o processo e não conhecemos a proposta de lei. Esta e todos os documentos relacionados estão escritos em chinês e português e não estamos aptos a compreender o que está escrito e discutir esses pontos de forma apropriada. Não estamos conscientes da existência de qualquer consulta pública ou de outra submissão de opiniões que tenha tido lugar”, acrescentam. Além de pedirem o fim das cauções pagas por parte dos TNR, é também exigida a criação de uma lista, a cumprir por parte das agências de emprego, quanto às responsabilidades a assumir num processo de recrutamento. Os peticionários pedem que as agências utilizem documentos numa linguagem que os TNR compreendam, além de defenderem o fim de “quaisquer formas de intimidação”. “Quaisquer acções de intimidação por parte das agências de emprego deveriam ser proibidas. Muitas vezes as agências intimidam os TNR a fim de os forçar a pagar cauções ou a seguirem ordens irracionais”, referem. Os deputados receberam ainda o pedido para que a nova proposta de lei “garanta que os TNR não devem assumir quaisquer custos, dívidas ou cumprir trabalho forçado durante os processos de recrutamento e emprego”. Neste sentido, é dito no documento que a obrigação do pagamento de cauções deixa os TNR em situação de dívida e trabalho forçado. “O estabelecimento do pagamento de uma caução à agência, que é 50 por cento do primeiro salário mensal, a pagar após os primeiros 60 dias de emprego, deixa-os numa situação de dívida. As agências podem colaborar com os empregadores para contratar e despedir trabalhadores a fim de obterem mais lucros.” Nos primeiros 60 dias de trabalho com o novo empregador, um trabalhador “pode sofrer abusos” e ser “silenciados por parte das agências para que estas recebam a totalidade das cauções”. Sendo assim, o Governo deveria esclarecer, na proposta de lei, o conceito de “remuneração base”. A petição denuncia ainda a recolha de pagamentos extra por parte das agências de emprego. “Não são claras as actividades ou serviços pelos quais uma agência pode cobrar. As agências acrescentam custos adicionais, relacionados com exames médicos ou alojamento, para receber mais dinheiro dos trabalhadores.” É também exigido o aumento das sanções a aplicar caso as agências não cumpram a lei. Hoje Macau PolíticaSegurança Social | AL aprova transferência de 3% dos ‘lucros’ para Fundo [dropcap]A[/dropcap] Assembleia Legislativa (AL) aprovou na quinta-feira, na generalidade, uma proposta de lei que prevê transferir 3 por cento do saldo do orçamento do território para o Fundo da Segurança Social, para responder à pressão do envelhecimento acelerado da população. A proposta de lei foi aprovada por unanimidade. “Esta proposta é para aumentar as vias de receita do fundo” de forma a garantir o funcionamento sustentável do regime de segurança social de Macau, afirmou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, na AL. A intenção é acautelar o aumento do encargo com as pensões de idosos, dado o “envelhecimento da população da Região Administrativa Especial de Macau [RAEM] no futuro, a um ritmo acelerado”, de forma a “consolidar a estabilidade financeira a médio e longo prazo”, explicou. A grande maioria dos deputados que usou da palavra demonstrou alguma preocupação com o facto de, se e quando, as receitas do jogo diminuírem, os 3 por cento anuais poderem ser um valor bruto insuficiente, sugerindo, nos anos em que as receitas do jogo sejam menores que a percentagem suba para os 4 ou mesmo 5 por cento. O vice-presidente do Conselho de Administração do Fundo de Segurança Social, Un Hoi Cheng, presente no debate, informou que neste momento as reservas do Fundo cifram-se nas 83,7 mil milhões de patacas. “Esperemos aumentar a médio longo prazo o Fundo de Segurança Social”, garantiu o secretário para a Economia e Finanças. Hoje Macau PolíticaTransportes | Lam U Tou quer coordenação entre metro e autocarros [dropcap]L[/dropcap]inhas que garantam a transferência de circulação dos passageiros que utilizam o Metro Ligeiro e os autocarros é o pedido de Lam U Tou ao Executivo. Em declarações ao jornal do Cidadão, o presidente da Associação da Sinergia de Macau disse que “não havendo oferta para as deslocações entre o Metro Ligeiro e os autocarros, é difícil que a entrada em funcionamento do metro seja útil”. Estas declarações surgem em resposta à intenção do Governo de reduzir os autocarros com a entrada de funcionamento do Metro Ligeiro, medida que para Lam não se justifica. O líder associativo defende ainda que as tarifas dos autocarros devem ser distintas entre residentes e turistas para evitar o abuso dos visitantes no uso dos transportes públicos locais. Para o efeito, o presidente da Sinergia de Macau sugere a emissão de passes pessoais para que as tarifas possam ser diferentes. «1...163164165166167168169...272»
José Simões Morais h | Artes, Letras e IdeiasSer português [dropcap]H[/dropcap]oje, dia de Portugal gostaria de dar existência ao estar português de quem consegue englobar versus os globalizadores que, saídos das modernas escolas europeia usam apenas o pensar anglo-saxónico como forma de ser, fazendo-se como centro e só a si se vêem. Heraclito versus Demócrito. A pena que trago em mim devo-a à demissão no momento em que obrigaram os professores a dar as aulas, sem lhes permitir que estas pudessem acontecer e por isso a formatação da juventude num formal pensamento concreto, sem a abstracção do espaço a possibilitar ao Ser realizar-se pela harmonia no estar. Isto ocorreu em Portugal, nas Escolas de formação dos professores nos finais dos anos 80 do último século do II milénio. Apenas interessava ensinar o saber fazer sem des-cobrir o lugar do estar. Por tudo isto deixei de leccionar, teriam esses estudantes hoje os seus quarenta e tantos anos e são dessa estirpe os actuais ocupantes dos lugares de chefia na maioria das instituições portuguesas. Educados com uma realidade Absoluta apenas para o mercado de trabalho, não lhes foi dado o espaço do espírito do estar fora da materialidade e assim, apenas pelo valor do material e suas relações fazem a existência. Para terem de provar e a maximizada glória de serem reconhecidos, foram-lhes entregues os lugares do poder, tratando os seus semelhantes como escravos, como eles o são. Homens sem espírito Não foi bonito como o actual cônsul tratou a idosa comunidade portuguesa de Macau. Para revelar o afastamento e a pouca importância que dá aos antigos portugueses residentes em Macau, ou melhor, o desconhecimento que tem sobre essa população, o cônsul com os seus quarenta e muitos anos de idade, resolveu mostrar a sua modernidade e ao contrário do que sempre aconteceu para a recepção na Residência Consular no evento relativo ao 10 de Junho, apenas permite aí entrar quem de forma electrónica se inscrever. Justificação: esta é uma alteração que se prende com a necessidade de se adoptarem práticas mais condizentes com o século XXI. Ora aqui está a razão da atitude [pouco simpática e educada] do cônsul português de Macau à saída do Clube Militar, de olhando para um grupo de portugueses aí reunidos, virar a cara sem sequer esboçar um qualquer sinal de cumprimento. Nós já vivemos no primeiro século do III milénio e o cônsul está ainda num espaço de uma continuidade do passado e por isso não nos viu, pois ocupamos distintos lugares de existência. Creio ser isso que distingue os antigos portugueses residentes de Macau do último século do II milénio, dos reinóis que, após a passagem da administração portuguesa para a chinesa, a Macau chegaram adejados e envergando aventais trazendo o fito de nos venderem o ópio da sua Absoluta civilização. Chegaram para ensinar a saloíce de quem traz as verdades com que culturalmente foram educados e assim vestidos, vêm investidos na presunção da importância das suas autoridades estatutárias. Nesse bullying nos tratam como foram tratados e ensinados a observar pelo semelhante destroem tudo o que à volta deles é diferente, sem atenção ao outro pois educados pela competição sem espaço para o que os contradiz, não o entendem, logo não existe. Os portugueses devem a existência ainda de Macau [para além dos maquistas] aos que em meados do século XX chegaram sobretudo como militares e aqui se quedaram casando e constituindo família, permitindo a continuidade da comunidade portuguesa. Devido à sua actual idade não fazem uso das novas tecnologias e assim, não puderam escolher os conteúdos da TDM, nem podem agora assistir na casa consular à festa do 10 de Junho, restrita à nova geração de reinóis para aqui enviada com o intuito de explicar o caos, com que lhes arquitectaram a sua existência, aos que reconhecem haver ordem no Universo. Com direitos individuais, pois crêem ser os últimos a sair da mesa do banquete, ainda não perceberam que se assim for têm autofágica-mente de se comer a si próprios, quando acabada a comida para o qual servirão os que à sua volta se encontram. Choro mascarado de riso Na máscara do desenho que envolve este palco do teatro da vida aqui narrado, revemos o atomista Demócrito e o seu riso mascarado de quântico Heraclito choro. A arte representa a mentira mais verdadeira que a própria verdade e por isso Pessoa nos dá a dor como fingida dor que é dor que deveras sente. Mas actualmente já não se sente, pois não se está, apenas se É; ser com uma autoridade estatutária, sem trazer a Natural e a do Saber, que vem subvertida com as Verdades apreendidas de Escola. VER traz pelo espelho o reflectido ЯЭVЄR. Com o Demócrito riso mascarado de Heraclito choro pretendemos demonstrar que, choramos por entender haver uma mão que desmancha para não nos apercebermos do caminho, já sem o movimento de representação para construir a realidade, mas temerariamente rimos dos retratos com que nos vamos agrilhoando como Ser Humano; ainda Vivo? Se esse movimento expansivo nas faces, rir de contente não me é permitido pois só um tolo se ri ao deitar fora as jóias herdadas dos seus antepassados, contraindo a face percorro as rugas do tempo que leva o choro a ver as memórias a perderem-se. Por falta de atenção, ao caminhar construímos as imagens mentais alicerçadas em retratos, fragmentos sem representação que tomamos como Verdades. E por essas jóias perdidas recebemos joio. A palha com que enchemos o nosso templo. Em realidades ligadas ao formal de uma cartesiana ciência, não se realiza o momento de mutação do Presente, yin complemento yang, movimento reflectido que respira na harmonia do Universo, abrangência do Espaço por onde Espinosa [a ser pisado] nos trouxe as emoções do caminhar e Einstein complementou com os três módulos da relatividade das mutações. Esgravatamos cientificamente até ao nano, quando as proporções estão desde a Antiguidade representadas na geometria sagrada das Pirâmides. Caminhar para abrir à mente as portas do espelho pela reflexão e não pela projecção e por isso o mar para Portugal. Há necessidade de rever o conceito de civilização na Ocidental mentalidade, que velha niilista não deixa passar à idade do idoso. Vive actualmente centrada em si mesma como adulta ilha e não consegue reflectir-se continental-mente pelo outro. Vemos os que trabalham por Portugal a serem dizimados e governados pelos que comprados pelo joio pretendem que este país entre pelo multi-nacional e não pelo Universo da idade, de quem pelas diferentes civilizações se encontra na gramática do sagrado estar divino. E daí o riso de quem ao chorar pela tragédia encara a ironia da comédia na figura que está a representar pelo tanto rir que o choro lhe provoca, e realiza o que resta da memória pelos restos dos alimentos nas bordas da boca, confins da História, vislumbradas pelas emoções do viver: as linhas com que desenhamos o auto-retrato. Pela vibração do som falado, explicado na realidade da acção, desapertamos o nó górdio.
Sérgio Fonseca DesportoGP Macau | Cinco construtores esperados na Taça do Mundo de GT [dropcap]J[/dropcap]á são conhecidas as primeiras informações sobre a quinta edição da Taça do Mundo de GT da FIA que se disputará no programa da 66ª edição do Grande Prémio de Macau. A edição do ano passado teve boa adesão por parte dos construtores, mas só conseguiu reunir catorze viaturas, o número limite para a prova se realizar. Este ano é esperada uma grelha de partida mais composta. Na conferência de imprensa de apresentação do Grande Prémio, no mês passado, Chong Coc Veng, Coordenador da Subcomissão Desportiva da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, referiu que “as equipas da FIA e da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau (COGPM) tomaram já medidas com o objectivo de atrair mais pilotos a Macau e para melhorar ainda mais a corrida para o espectadores.” A prova continuará a ser co-organizada pela influente SRO Motorsports Group que, numa comunicação enviada às equipas na passada quarta-feira, esclarece que o “formato manter-se-á praticamente inalterado: com pilotos e equipas apoiados pelos construtores em luta por um dos mais prestigiados títulos das corridas de GT”. A estrutura do fim-de-semana da Taça do Mundo também não sofrerá alterações, estando previstos dois treinos-livres de 30 minutos, uma sessão de qualificação com a mesma duração, uma corrida de qualificação de 12 voltas, provavelmente a ser realizada no sábado do evento, e a corrida decisiva de 18 voltas, ou 75 minutos, no domingo. Como é tradição, as viaturas participantes também deverão ser expostas na Praça do Tap Seac no fim-de-semana que antecede o evento, proporcionando à comunidade local um contacto muito próximo com algumas das máquinas que irão animar o fim-de-semana de 16 e 17 de Novembro. Para além da importância do triunfo na prova, os concorrentes também irão contender pelas 725,000 patacas, em prémios monetários, que estarão em jogo. Quem virá? Neste momento ainda é cedo para prever quem serão os pilotos e equipas que irão marcar presença no Circuito da Guia em Novembro. No entanto, segundo a comunicação enviada aos potenciais intervenientes, “nesta fase inicial estamos a contar com pelo menos cinco construtores”. O ano passado cinco construtores disseram “sim” ao desafio de Macau – Audi, BMW, Mercedes-AMG, Nissan e Porsche. Os quatro gigantes da indústria automóvel germânica deverão repetir a presença este ano, tendo a BMW, que venceu o ano passado com o brasileiro Augusto Farfus, e a Porsche já admitido as suas intenções publicamente. A Bentley, a Honda, a Lamborghini e a Nissan são outros construtores que também estarão a ponderar um regresso à RAEM. Além dos pilotos “Ouro” e “Platina” segundo o ranking da FIA, a prova irá aceitar a presença de pilotos “Prata”. Para incentivar a presença dos mesmos, haverá prémios monetários para os três melhores classificados. Os dois pilotos de automobilismo mais representativos do território, os portugueses André Couto e Rodolfo Ávila, são únicos categorizados pela FIA como “Silver”. O período de inscrições para a prova dura de 28 de Junho até ao dia 31 de Agosto. Contudo, a lista de inscritos só será tornada pública na habitual Conferência de Imprensa da COGPM no mês de Outubro.
Hoje Macau EventosGastronomia | Chefe Vítor Matos no Clube Militar [dropcap]O[/dropcap] chefe português Vítor Matos regressa, a partir de hoje a Macau, para liderar o festival de gastronomia e vinhos de Portugal, organizado pelo Clube Militar, que assinala este ano o 149.º aniversário. Até 19 de Junho, Vitor Matos e os chefes-assistentes João Araújo e Helena Castro vão contribuir para a promoção da gastronomia portuguesa no território, anunciou o Clube Militar. Este festival integra também a programação “Junho – Mês de Portugal”, promovido pelo Consulado-geral de Portugal em Macau, no âmbito da celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Com um percurso profissional dividido entre Portugal e a Suíça, Vitor Matos, de 42 anos, estudou cozinha e pastelaria, entre 1992 e 1995, em Neuchâtel, Suíça. Ao longo de mais de 20 anos de carreira, conquistou várias distinções, incluindo a atribuição de uma estrela Michelin para o seu restaurante Antiqvvm, no Porto, no ano passado. Esta é a segunda vez que Vitor Matos apresenta a sua “cozinha de sabores e aromas tradicionais de Portugal” no Clube Militar, onde em 2016 liderou este mesmo festival de gastronomia e vinhos. Raquel Moz EventosExposição | Fotos premiadas de Eduardo Leal na Fundação Rui Cunha São imagens que sugerem uma dança de sacos ao vento que envolvem arbustos quase estrangulados e sem vida. A beleza das fotos é inquietante. E deu vários prémios mundiais ao fotojornalista Eduardo Leal, que a partir de amanhã expõe o trabalho na FRC [dropcap]A[/dropcap] multipremiada exposição “Plastic Trees” de Eduardo Leal é inaugurada amanhã, às 18h30, na galeria da Fundação Rui Cunha, onde ficará patente ao público durante duas semanas. É um conjunto de imagens que demonstram a presença dos resíduos plásticos nos lugares mais recônditos, uma visão sobre o lixo resultante do excesso de consumo a nível mundial. “A série ‘Plastic Trees’ foi feita para chamar a atenção para este problema, com foco na disseminação de sacos plásticos no Altiplano Boliviano, onde milhões de sacos viajam com o vento até se enredarem nos arbustos nativos”, pode ler-se na página web da FRC. A mostra reúne as imagens de uma série que valeu ao autor, mestre em fotografia documental, vários prémios internacionais, como os Sony World Photo Awards, o Lens Culture Earth Award, os Moscow International Photo Awards e o prémio Estação Imagem nacional. Foi ainda finalista do galardão Atkins CIWEM, para a Melhor Fotografia do Ano em termos de Ambiente. Eduardo Leal, que desde 2016 é professor convidado da Universidade de São José em Macau, viveu vários anos na América do Sul, onde trabalhou como fotojornalista para diversas publicações de prestígio, como a Time, The Washington Post, Al Jazeera America, ou CNN, entre muitas outras. Nos arredores de Uyuni Em entrevista à revista holandesa de fotografia contemporânea, Lens Culture, cujo prémio principal arrecadou em 2015, Eduardo Leal contou que durante anos viajou pelo mundo inteiro, mas especialmente pela América Latina e pela Ásia, onde sempre se incomodou com as bonitas paisagens estragadas pela quantidade de lixo e de detritos. “E a maioria são sacos de plástico”. “Decidi, então, fazer algo para chamar a atenção para o problema. Mas sabia que seria difícil fotografar sacos de plástico e torná-los visualmente interessantes para o espectador”. Demorou, segundo revelou à referida publicação, anos até encontrar o modo certo de exprimir o que sentia. “Um dia, quando caminhava pelos arredores da cidade de Uyuni, na Bolívia, encontrei este lugar incrivelmente belo, coberto de sacos de plástico. Naquele momento, tive a certeza que era ali que iria fazer algo sobre o tema”. O que fez foi testar a luz e a perspectiva, até descobrir como registar não só a beleza, mas também o significado daquelas imagens. “Foi uma questão de voltar ao mesmo local, dia após dia, à mesma hora, de modo a captar a luz de forma consistente e procurar os objectos para mim mais cativantes”, fazendo questão de acrescentar que “produzi estas minhas composições movendo-me apenas à volta das árvores e procurando os melhores ângulos. Nunca toquei em nenhum saco de plástico nem encenei os objectos fotografados. Isso é muito importante para mim: trabalhando como fotojornalista, tenho consciência da importância de não arranjar as fotos ou manipular a verdade”. A única coisa que admite ter alterado no local, para poder fotografar, foi o buraco que escavou com as próprias mãos, tentando obter “a perspectiva certa para transformar os pequenos arbustos em árvores”. De facto, as “árvores de plástico” são pequeníssimos arbustos, “o maior não sendo mais do que o tamanho de duas mãos”, que Eduardo Leal procurou recriar como árvores, “numa tentativa metafórica de demonstrar a dimensão do problema”, confessou à Lens Culture. O drama dos sacos No final do trabalho, “completamente diferente de tudo o que havia feito até à data”, ficou sem saber que destino dar ao conjunto de imagens, “já que as plataformas para as quais eu costumava trabalhar, não estavam interessadas neste tipo de projectos conceptuais”. Felizmente, o resultado foi “deslumbrante” e “intrigante” o suficiente para o colocar na linha de vários prémios internacionais, fazendo o público reflectir e questionar-se sobre o drama subjacente: a poluição do planeta. No manifesto da exposição da FRC, Eduardo Leal refere mesmo que “o mundo consome 1 milhão de sacos de plástico por minuto, sendo o objecto de consumo mais omnipresente” a nível global. “O problema é ainda mais grave nos países com maiores dificuldades, onde as infra-estruturas de gestão de resíduos não estão realmente desenvolvidas. A acumulação de sacos plásticos no meio ambiente causa deterioração das paisagens, dos solos agrícolas e está associada à morte de animais domésticos e selvagens”. A mostra pode ser visitada até ao próximo dia 24 de Junho. Hoje Macau DesportoPortugal vence Holanda e conquista Liga das Nações [dropcap]U[/dropcap]m golo de Gonçalo Guedes permitiu hoje à selecção portuguesa de futebol conquistar a primeira edição da Liga das Nações, com um triunfo por 1-0 na final com a Holanda, no Estádio do Dragão, no Porto. O jogador do Valência, que substituiu no ‘onze’ João Félix em relação às meias-finais, resolveu o encontro aos 60 minutos, com um remate à entrada da área, após um passe de Bernardo Silva. O conjunto das ‘quinas’ arrebatou o segundo título internacional da sua história, depois do campeonato da Europa de 2016, então numa final com a anfitriã França (1-0, após prolongamento), graças a um golo de Éder. https://www.youtube.com/watch?v=3q0dV3SrsoU Hoje Macau SociedadeDSAMA | Concurso da Nam Kwong em análise [dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) está a analisar o concurso público por si organizado em que as três propostas apresentadas estão ligadas à empresa Nam Kwong. Em causa estão os trabalhos de renovação do sistema de combustíveis no Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior. No concurso foram apresentadas três propostas, duas das quais foram rejeitadas, e todas tinham a Companhia de Produtos Químicos e Petrolíferos Nam Kwong como accionista. “A DSAMA está analisar o caso em questão. Por enquanto, não há mais informação disponível” afirmou o organismo, ao HM. Segundo uma decisão do Tribunal de Segunda Instância, validada pelo Tribunal de Última Instância, quando num concurso público há mais do que uma proposta com o mesmo accionista as mesmas devem ser rejeitadas porque colocam em causa o princípio da concorrência. Hoje Macau SociedadeTáxis | Quinze infracções desde 3 de Junho [dropcap]F[/dropcap]oram registadas 15 infracções desde a entrada em vigor da nova lei de táxis no passado dia 3 de Junho. A informação foi adiantada por Vong Vai Hong, segundo comandante do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), ao canal chinês da Rádio Macau. As infracções envolveram essencialmente o abuso na cobrança de tarifas, a recusa do transporte e falta de identificação do condutor. O responsável afirma ainda que as autoridades têm intensificado as acções de Inspecção e consideram que a medida tem produzido efeitos satisfatórios. Vong Vai Hong referiu também que foram instaladas 350 paragens de táxis para satisfazer as necessidades do público. Hoje Macau SociedadePorto Interior | Choque de navios de carga sem feridos [dropcap]D[/dropcap]ois navios de carga colidiram ao fazer o percurso entre o terminal marítimo de passageiros da Taipa e o canal do Porto Interior, segundo informação do canal chinês da Rádio Macau. Não foram registados feridos entre a tripulação, mas um dos navios afundou parcialmente. Os dois navios são suspeitos de transportar sobrecarga e de violar as regras de navegação, informou a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA). Às 8h10 da manhã de ontem, as pessoas foram evacuadas de urgência do navio que estava a inclinar e a tombar lateralmente dentro da água. Foi relatado que havia pó de pedra dentro da embarcação e que o navio ficou encalhado na proximidade do Porto Interior, representando um potencial bloqueio à navegação através do canal. A DSAMA alerta os navios para prestarem atenção no local e anunciou que vai colocar instruções temporárias e emitir sinais marítimos de aviso. Sofia Margarida Mota SociedadeGalgos | Últimos cães do canídromo partem hoje para a Austrália São três os galgos do canídromo que partem hoje para a Austrália, terminando assim o processo de realojamento internacional de mais de 500 cães abandonados pela Yat Yen. Albano Martins está satisfeito com a operação de realojamento feita em tempo “recorde” [dropcap]O[/dropcap]s últimos três galgos que têm como destino o exterior, partem hoje da Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA – com destino à Austrália. Fazem parte de um grupo de 18 animais destinados especificamente àquele país, como forma de alerta. “A 26 de Outubro começámos a trabalhar e a mandar os primeiros galgos para fora e no dia 26 de Março fechámos o canídromo, ou seja em seis meses o canídromo encerrou. Isto não significa necessariamente que todos os animais tivessem realojados porque nós guardámos os galgos para irem para a Austrália apenas para chatear os australianos da indústria” das corridas de cães, apontou o presidente da ANIMA, Albano Martins, ao HM. De acordo com o responsável “99 por cento daqueles galgos, vieram da Austrália ao longo destes anos todos e portanto tinha algum interesse que a ANIMA conseguisse colocar alguns animais naquela país”, até para que a questão das corridas seja publicamente discutida. No canídromo de Macau, ao longo do seu funcionamento com a exploração de corridas, morreram entre 15 a 18 mil animais, acrescentou Albano Martins. Na ANIMA ainda vão ficar cinco galgos, todos eles animais do canídromo que vieram já depois do encerramento, sendo que três deles “provavelmente poderão ser adoptados localmente pela famílias que os estão a realojar”. Dos 532 galgos deixados nas instalações do canídromo pela empresa que detinha a exploração das corridas de cães, a Yat Yuen, até Junho do ano passado, 15 morreram, 307 foram enviados para os EUA, 60 para Itália, 70 para o Reino Unido, 15 para França, cinco para Alemanha e 26 para Hong Kong. Os restante foram adoptados pela própria ANIMA. Ligados à causa Apesar de “satisfeito” com o resultado do realojamento dos animais em tempo “recorde”, Albano Martins admite que se tratou de “uma operação complicada”. “Fomos colocados de repente nesta situação de resolver a situação de 532 animais que estavam vivos e prometemos que a resolvíamos. Acabámos por resolver em muito menos tempo”, disse. O processo foi realizado com “muito esforço”, até porque “o investimento não tem em conta apensas o dinheiro, mas também os esforços que envolveram toda uma organização que estava dedicada essencialmente a animais de rua”, apontou sublinhando que todo o trabalho foi feito de forma gratuita com os “poucos meios” de que a associação dispunha. Já em termos financeiros, “a ANIMA terá gasto cerca de meio milhão de patacas e não teve nenhum apoio financeiro local”. Recorde-se que a Yat Yuen suportou custos, no montante de 70 milhões de patacas. Terra condicionada Entretanto, a ANIMA continua a atravessar dificuldades financeiras, mas a maior preocupação de Albano Martins prende-se com a conquista da concessão definitiva do terreno de Coloane que, para já, está limitado a contratos de cedência anuais. “O terreno é a questão que mais nos preocupa porque se nos for assegurado o terreno nós podemos crescer”, referiu. A parcela de terra está neste momento ocupada com “barracas” que abrigam cerca de 50 cães. Não sendo destinada a edificação, estas barracas são consideradas ilegais e têm sido o argumento das Obras Públicas para negar a concessão definitiva. Mas Albano Martins não cede. “Se for necessário tiramos o telhado de chapa e pomos umas sombrinhas. Vamos ter que negociar com as obras públicas porque não vamos matar os animais para poder satisfazer as condições do Governo para nos cederem o terreno”, apontou o responsável. “Mandarmos matar cerca de 50 animais para nos poderem dar a concessão do terreno é coisa que a ANIMA não vai fazer”, sublinhou Albano Martins que considera que a origem do impasse da concessão definitiva terá que ver com “alguma má vontade provavelmente ou com alguns burocratas no meio deste percurso todo.” Juana Ng Cen PolíticaTrabalho | Ella Lei pede revisão de orientações para dias de tufão [dropcap]C[/dropcap]omo a legislação das relações de trabalho não estabelece se os trabalhadores devem apresentar-se ao serviço em dias de condições atmosféricas adversas, como quando passam tufões, Ella Lei interpelou o Governo para esclarecer as dúvidas nesta matéria. A deputada pretende também saber se após a retirada do sinal n.º 8 de tempestade tropical os trabalhadores têm de regressar aos postos. Para já, empregados e patrões só têm como orientação o documento “Aspectos a ter em conta pelas partes laborais em situações de tufão, chuvas intensas, trovoada e storm surge” distribuído pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Ella Lei recorda que nos dois últimos anos Macau sofreu com a passagem de dois super tufões e que é necessário que a DSAL tenha em conta o desenvolvimento social, as condições de tráfego e de clima para rever as indicações a dar às partes envolvidas na relação laboral. A deputada, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau, pergunta se a DSAL pretende introduzir medidas de “circunstâncias extremas”, como em Hong Kong, e se vão ser elaboradas normas e regulamentos mais claros para empresas privadas. Andreia Sofia Silva PolíticaAgências de emprego | Activista contesta palavras de Vong Hin Fai Benedicta Palcon contesta as palavras do deputado Vong Hin Fai quanto à legalidade da ONG que dirige, afirmando que qualquer pessoa ou entidade tem, aos olhos da lei, o direito à petição. Na carta dirigida a Ho Iat Seng, e que é assinada por seis responsáveis por ONG, pede-se que a proposta de lei seja suspensa até que as associações de trabalhadores migrantes sejam ouvidas [dropcap]A[/dropcap] porta-voz da associação Greens Philippines Migrant Workers Union, Benedicta Palcon, disse ao HM que o deputado Vong Hin Fai não tem razão quando diz ser necessário verificar a existência legal das associações que representam os trabalhadores migrantes antes de agendar uma reunião sobre a revisão da lei das agências de emprego. “Foi-nos explicado que as leis de Macau garantem o direito de petição e que não existem restrições sobre o seu registo ou sobre o facto de serem ou não associações de Macau”, referiu. A petição assinada por representantes de seis associações de defesa dos direitos dos trabalhadores migrantes foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, em Abril deste ano. Erik Lestari, porta-voz do grupo Indonesian Migrant’s Rights Advocate, adiantou ao HM que ainda não foi agendada qualquer data. Na última reunião da 3ª Comissão Permanente da AL, que actualmente analisa na especialidade a proposta de lei relativa às agências de emprego, Vong Hin Fai adiantou que é necessário verificar a existência legal destas associações. “Em primeiro lugar, temos de saber se estas seis entidades existem de facto, ou não, em Macau, ou seja, são registadas em Macau. Vamos através do nosso gabinete de relações públicas contactar estas seis entidades para verificar se existem ou não”, apontou. Uma consulta ao Boletim Oficial da RAEM permite concluir que apenas duas destas associações estão registadas. O Grupo de Concernente Trabalhadores Migrante Indonésios Peduli foi registado em 2010, enquanto que a Associação dos Trabalhadores Migrantes Indonésios em Macau publicou os estatutos em 2008. No que diz respeito à Federação Internacional dos Trabalhadores Domésticos, trata-se de uma ONG presente em todo o mundo, estando representada nesta iniciativa por Fish Ip, coordenadora para a zona da Ásia-Pacífico. Silêncio total Na petição enviada a Ho Iat Seng pede-se a suspensão da discussão da análise na especialidade do referido diploma até que as entidades que representam os trabalhadores migrantes sejam ouvidas, uma vez que estes são os principais visados pela alteração da lei. “O Governo da RAEM não deveria adoptar a proposta de lei até que os representantes dos órgãos que defendem os trabalhadores migrantes sejam ouvidos de forma adequada”, lê-se. Além disso, os peticionários defendem que, “apesar dos trabalhadores não residentes (TNR) serem os mais visados neste processo de revisão, estamos, na maioria, excluídos”. “Não estamos informados sobre o processo e não conhecemos a proposta de lei. Esta e todos os documentos relacionados estão escritos em chinês e português e não estamos aptos a compreender o que está escrito e discutir esses pontos de forma apropriada. Não estamos conscientes da existência de qualquer consulta pública ou de outra submissão de opiniões que tenha tido lugar”, acrescentam. Além de pedirem o fim das cauções pagas por parte dos TNR, é também exigida a criação de uma lista, a cumprir por parte das agências de emprego, quanto às responsabilidades a assumir num processo de recrutamento. Os peticionários pedem que as agências utilizem documentos numa linguagem que os TNR compreendam, além de defenderem o fim de “quaisquer formas de intimidação”. “Quaisquer acções de intimidação por parte das agências de emprego deveriam ser proibidas. Muitas vezes as agências intimidam os TNR a fim de os forçar a pagar cauções ou a seguirem ordens irracionais”, referem. Os deputados receberam ainda o pedido para que a nova proposta de lei “garanta que os TNR não devem assumir quaisquer custos, dívidas ou cumprir trabalho forçado durante os processos de recrutamento e emprego”. Neste sentido, é dito no documento que a obrigação do pagamento de cauções deixa os TNR em situação de dívida e trabalho forçado. “O estabelecimento do pagamento de uma caução à agência, que é 50 por cento do primeiro salário mensal, a pagar após os primeiros 60 dias de emprego, deixa-os numa situação de dívida. As agências podem colaborar com os empregadores para contratar e despedir trabalhadores a fim de obterem mais lucros.” Nos primeiros 60 dias de trabalho com o novo empregador, um trabalhador “pode sofrer abusos” e ser “silenciados por parte das agências para que estas recebam a totalidade das cauções”. Sendo assim, o Governo deveria esclarecer, na proposta de lei, o conceito de “remuneração base”. A petição denuncia ainda a recolha de pagamentos extra por parte das agências de emprego. “Não são claras as actividades ou serviços pelos quais uma agência pode cobrar. As agências acrescentam custos adicionais, relacionados com exames médicos ou alojamento, para receber mais dinheiro dos trabalhadores.” É também exigido o aumento das sanções a aplicar caso as agências não cumpram a lei. Hoje Macau PolíticaSegurança Social | AL aprova transferência de 3% dos ‘lucros’ para Fundo [dropcap]A[/dropcap] Assembleia Legislativa (AL) aprovou na quinta-feira, na generalidade, uma proposta de lei que prevê transferir 3 por cento do saldo do orçamento do território para o Fundo da Segurança Social, para responder à pressão do envelhecimento acelerado da população. A proposta de lei foi aprovada por unanimidade. “Esta proposta é para aumentar as vias de receita do fundo” de forma a garantir o funcionamento sustentável do regime de segurança social de Macau, afirmou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, na AL. A intenção é acautelar o aumento do encargo com as pensões de idosos, dado o “envelhecimento da população da Região Administrativa Especial de Macau [RAEM] no futuro, a um ritmo acelerado”, de forma a “consolidar a estabilidade financeira a médio e longo prazo”, explicou. A grande maioria dos deputados que usou da palavra demonstrou alguma preocupação com o facto de, se e quando, as receitas do jogo diminuírem, os 3 por cento anuais poderem ser um valor bruto insuficiente, sugerindo, nos anos em que as receitas do jogo sejam menores que a percentagem suba para os 4 ou mesmo 5 por cento. O vice-presidente do Conselho de Administração do Fundo de Segurança Social, Un Hoi Cheng, presente no debate, informou que neste momento as reservas do Fundo cifram-se nas 83,7 mil milhões de patacas. “Esperemos aumentar a médio longo prazo o Fundo de Segurança Social”, garantiu o secretário para a Economia e Finanças. Hoje Macau PolíticaTransportes | Lam U Tou quer coordenação entre metro e autocarros [dropcap]L[/dropcap]inhas que garantam a transferência de circulação dos passageiros que utilizam o Metro Ligeiro e os autocarros é o pedido de Lam U Tou ao Executivo. Em declarações ao jornal do Cidadão, o presidente da Associação da Sinergia de Macau disse que “não havendo oferta para as deslocações entre o Metro Ligeiro e os autocarros, é difícil que a entrada em funcionamento do metro seja útil”. Estas declarações surgem em resposta à intenção do Governo de reduzir os autocarros com a entrada de funcionamento do Metro Ligeiro, medida que para Lam não se justifica. O líder associativo defende ainda que as tarifas dos autocarros devem ser distintas entre residentes e turistas para evitar o abuso dos visitantes no uso dos transportes públicos locais. Para o efeito, o presidente da Sinergia de Macau sugere a emissão de passes pessoais para que as tarifas possam ser diferentes. «1...163164165166167168169...272»
Raquel Moz EventosExposição | Fotos premiadas de Eduardo Leal na Fundação Rui Cunha São imagens que sugerem uma dança de sacos ao vento que envolvem arbustos quase estrangulados e sem vida. A beleza das fotos é inquietante. E deu vários prémios mundiais ao fotojornalista Eduardo Leal, que a partir de amanhã expõe o trabalho na FRC [dropcap]A[/dropcap] multipremiada exposição “Plastic Trees” de Eduardo Leal é inaugurada amanhã, às 18h30, na galeria da Fundação Rui Cunha, onde ficará patente ao público durante duas semanas. É um conjunto de imagens que demonstram a presença dos resíduos plásticos nos lugares mais recônditos, uma visão sobre o lixo resultante do excesso de consumo a nível mundial. “A série ‘Plastic Trees’ foi feita para chamar a atenção para este problema, com foco na disseminação de sacos plásticos no Altiplano Boliviano, onde milhões de sacos viajam com o vento até se enredarem nos arbustos nativos”, pode ler-se na página web da FRC. A mostra reúne as imagens de uma série que valeu ao autor, mestre em fotografia documental, vários prémios internacionais, como os Sony World Photo Awards, o Lens Culture Earth Award, os Moscow International Photo Awards e o prémio Estação Imagem nacional. Foi ainda finalista do galardão Atkins CIWEM, para a Melhor Fotografia do Ano em termos de Ambiente. Eduardo Leal, que desde 2016 é professor convidado da Universidade de São José em Macau, viveu vários anos na América do Sul, onde trabalhou como fotojornalista para diversas publicações de prestígio, como a Time, The Washington Post, Al Jazeera America, ou CNN, entre muitas outras. Nos arredores de Uyuni Em entrevista à revista holandesa de fotografia contemporânea, Lens Culture, cujo prémio principal arrecadou em 2015, Eduardo Leal contou que durante anos viajou pelo mundo inteiro, mas especialmente pela América Latina e pela Ásia, onde sempre se incomodou com as bonitas paisagens estragadas pela quantidade de lixo e de detritos. “E a maioria são sacos de plástico”. “Decidi, então, fazer algo para chamar a atenção para o problema. Mas sabia que seria difícil fotografar sacos de plástico e torná-los visualmente interessantes para o espectador”. Demorou, segundo revelou à referida publicação, anos até encontrar o modo certo de exprimir o que sentia. “Um dia, quando caminhava pelos arredores da cidade de Uyuni, na Bolívia, encontrei este lugar incrivelmente belo, coberto de sacos de plástico. Naquele momento, tive a certeza que era ali que iria fazer algo sobre o tema”. O que fez foi testar a luz e a perspectiva, até descobrir como registar não só a beleza, mas também o significado daquelas imagens. “Foi uma questão de voltar ao mesmo local, dia após dia, à mesma hora, de modo a captar a luz de forma consistente e procurar os objectos para mim mais cativantes”, fazendo questão de acrescentar que “produzi estas minhas composições movendo-me apenas à volta das árvores e procurando os melhores ângulos. Nunca toquei em nenhum saco de plástico nem encenei os objectos fotografados. Isso é muito importante para mim: trabalhando como fotojornalista, tenho consciência da importância de não arranjar as fotos ou manipular a verdade”. A única coisa que admite ter alterado no local, para poder fotografar, foi o buraco que escavou com as próprias mãos, tentando obter “a perspectiva certa para transformar os pequenos arbustos em árvores”. De facto, as “árvores de plástico” são pequeníssimos arbustos, “o maior não sendo mais do que o tamanho de duas mãos”, que Eduardo Leal procurou recriar como árvores, “numa tentativa metafórica de demonstrar a dimensão do problema”, confessou à Lens Culture. O drama dos sacos No final do trabalho, “completamente diferente de tudo o que havia feito até à data”, ficou sem saber que destino dar ao conjunto de imagens, “já que as plataformas para as quais eu costumava trabalhar, não estavam interessadas neste tipo de projectos conceptuais”. Felizmente, o resultado foi “deslumbrante” e “intrigante” o suficiente para o colocar na linha de vários prémios internacionais, fazendo o público reflectir e questionar-se sobre o drama subjacente: a poluição do planeta. No manifesto da exposição da FRC, Eduardo Leal refere mesmo que “o mundo consome 1 milhão de sacos de plástico por minuto, sendo o objecto de consumo mais omnipresente” a nível global. “O problema é ainda mais grave nos países com maiores dificuldades, onde as infra-estruturas de gestão de resíduos não estão realmente desenvolvidas. A acumulação de sacos plásticos no meio ambiente causa deterioração das paisagens, dos solos agrícolas e está associada à morte de animais domésticos e selvagens”. A mostra pode ser visitada até ao próximo dia 24 de Junho.
Hoje Macau DesportoPortugal vence Holanda e conquista Liga das Nações [dropcap]U[/dropcap]m golo de Gonçalo Guedes permitiu hoje à selecção portuguesa de futebol conquistar a primeira edição da Liga das Nações, com um triunfo por 1-0 na final com a Holanda, no Estádio do Dragão, no Porto. O jogador do Valência, que substituiu no ‘onze’ João Félix em relação às meias-finais, resolveu o encontro aos 60 minutos, com um remate à entrada da área, após um passe de Bernardo Silva. O conjunto das ‘quinas’ arrebatou o segundo título internacional da sua história, depois do campeonato da Europa de 2016, então numa final com a anfitriã França (1-0, após prolongamento), graças a um golo de Éder. https://www.youtube.com/watch?v=3q0dV3SrsoU
Hoje Macau SociedadeDSAMA | Concurso da Nam Kwong em análise [dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) está a analisar o concurso público por si organizado em que as três propostas apresentadas estão ligadas à empresa Nam Kwong. Em causa estão os trabalhos de renovação do sistema de combustíveis no Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior. No concurso foram apresentadas três propostas, duas das quais foram rejeitadas, e todas tinham a Companhia de Produtos Químicos e Petrolíferos Nam Kwong como accionista. “A DSAMA está analisar o caso em questão. Por enquanto, não há mais informação disponível” afirmou o organismo, ao HM. Segundo uma decisão do Tribunal de Segunda Instância, validada pelo Tribunal de Última Instância, quando num concurso público há mais do que uma proposta com o mesmo accionista as mesmas devem ser rejeitadas porque colocam em causa o princípio da concorrência. Hoje Macau SociedadeTáxis | Quinze infracções desde 3 de Junho [dropcap]F[/dropcap]oram registadas 15 infracções desde a entrada em vigor da nova lei de táxis no passado dia 3 de Junho. A informação foi adiantada por Vong Vai Hong, segundo comandante do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), ao canal chinês da Rádio Macau. As infracções envolveram essencialmente o abuso na cobrança de tarifas, a recusa do transporte e falta de identificação do condutor. O responsável afirma ainda que as autoridades têm intensificado as acções de Inspecção e consideram que a medida tem produzido efeitos satisfatórios. Vong Vai Hong referiu também que foram instaladas 350 paragens de táxis para satisfazer as necessidades do público. Hoje Macau SociedadePorto Interior | Choque de navios de carga sem feridos [dropcap]D[/dropcap]ois navios de carga colidiram ao fazer o percurso entre o terminal marítimo de passageiros da Taipa e o canal do Porto Interior, segundo informação do canal chinês da Rádio Macau. Não foram registados feridos entre a tripulação, mas um dos navios afundou parcialmente. Os dois navios são suspeitos de transportar sobrecarga e de violar as regras de navegação, informou a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA). Às 8h10 da manhã de ontem, as pessoas foram evacuadas de urgência do navio que estava a inclinar e a tombar lateralmente dentro da água. Foi relatado que havia pó de pedra dentro da embarcação e que o navio ficou encalhado na proximidade do Porto Interior, representando um potencial bloqueio à navegação através do canal. A DSAMA alerta os navios para prestarem atenção no local e anunciou que vai colocar instruções temporárias e emitir sinais marítimos de aviso. Sofia Margarida Mota SociedadeGalgos | Últimos cães do canídromo partem hoje para a Austrália São três os galgos do canídromo que partem hoje para a Austrália, terminando assim o processo de realojamento internacional de mais de 500 cães abandonados pela Yat Yen. Albano Martins está satisfeito com a operação de realojamento feita em tempo “recorde” [dropcap]O[/dropcap]s últimos três galgos que têm como destino o exterior, partem hoje da Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA – com destino à Austrália. Fazem parte de um grupo de 18 animais destinados especificamente àquele país, como forma de alerta. “A 26 de Outubro começámos a trabalhar e a mandar os primeiros galgos para fora e no dia 26 de Março fechámos o canídromo, ou seja em seis meses o canídromo encerrou. Isto não significa necessariamente que todos os animais tivessem realojados porque nós guardámos os galgos para irem para a Austrália apenas para chatear os australianos da indústria” das corridas de cães, apontou o presidente da ANIMA, Albano Martins, ao HM. De acordo com o responsável “99 por cento daqueles galgos, vieram da Austrália ao longo destes anos todos e portanto tinha algum interesse que a ANIMA conseguisse colocar alguns animais naquela país”, até para que a questão das corridas seja publicamente discutida. No canídromo de Macau, ao longo do seu funcionamento com a exploração de corridas, morreram entre 15 a 18 mil animais, acrescentou Albano Martins. Na ANIMA ainda vão ficar cinco galgos, todos eles animais do canídromo que vieram já depois do encerramento, sendo que três deles “provavelmente poderão ser adoptados localmente pela famílias que os estão a realojar”. Dos 532 galgos deixados nas instalações do canídromo pela empresa que detinha a exploração das corridas de cães, a Yat Yuen, até Junho do ano passado, 15 morreram, 307 foram enviados para os EUA, 60 para Itália, 70 para o Reino Unido, 15 para França, cinco para Alemanha e 26 para Hong Kong. Os restante foram adoptados pela própria ANIMA. Ligados à causa Apesar de “satisfeito” com o resultado do realojamento dos animais em tempo “recorde”, Albano Martins admite que se tratou de “uma operação complicada”. “Fomos colocados de repente nesta situação de resolver a situação de 532 animais que estavam vivos e prometemos que a resolvíamos. Acabámos por resolver em muito menos tempo”, disse. O processo foi realizado com “muito esforço”, até porque “o investimento não tem em conta apensas o dinheiro, mas também os esforços que envolveram toda uma organização que estava dedicada essencialmente a animais de rua”, apontou sublinhando que todo o trabalho foi feito de forma gratuita com os “poucos meios” de que a associação dispunha. Já em termos financeiros, “a ANIMA terá gasto cerca de meio milhão de patacas e não teve nenhum apoio financeiro local”. Recorde-se que a Yat Yuen suportou custos, no montante de 70 milhões de patacas. Terra condicionada Entretanto, a ANIMA continua a atravessar dificuldades financeiras, mas a maior preocupação de Albano Martins prende-se com a conquista da concessão definitiva do terreno de Coloane que, para já, está limitado a contratos de cedência anuais. “O terreno é a questão que mais nos preocupa porque se nos for assegurado o terreno nós podemos crescer”, referiu. A parcela de terra está neste momento ocupada com “barracas” que abrigam cerca de 50 cães. Não sendo destinada a edificação, estas barracas são consideradas ilegais e têm sido o argumento das Obras Públicas para negar a concessão definitiva. Mas Albano Martins não cede. “Se for necessário tiramos o telhado de chapa e pomos umas sombrinhas. Vamos ter que negociar com as obras públicas porque não vamos matar os animais para poder satisfazer as condições do Governo para nos cederem o terreno”, apontou o responsável. “Mandarmos matar cerca de 50 animais para nos poderem dar a concessão do terreno é coisa que a ANIMA não vai fazer”, sublinhou Albano Martins que considera que a origem do impasse da concessão definitiva terá que ver com “alguma má vontade provavelmente ou com alguns burocratas no meio deste percurso todo.” Juana Ng Cen PolíticaTrabalho | Ella Lei pede revisão de orientações para dias de tufão [dropcap]C[/dropcap]omo a legislação das relações de trabalho não estabelece se os trabalhadores devem apresentar-se ao serviço em dias de condições atmosféricas adversas, como quando passam tufões, Ella Lei interpelou o Governo para esclarecer as dúvidas nesta matéria. A deputada pretende também saber se após a retirada do sinal n.º 8 de tempestade tropical os trabalhadores têm de regressar aos postos. Para já, empregados e patrões só têm como orientação o documento “Aspectos a ter em conta pelas partes laborais em situações de tufão, chuvas intensas, trovoada e storm surge” distribuído pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Ella Lei recorda que nos dois últimos anos Macau sofreu com a passagem de dois super tufões e que é necessário que a DSAL tenha em conta o desenvolvimento social, as condições de tráfego e de clima para rever as indicações a dar às partes envolvidas na relação laboral. A deputada, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau, pergunta se a DSAL pretende introduzir medidas de “circunstâncias extremas”, como em Hong Kong, e se vão ser elaboradas normas e regulamentos mais claros para empresas privadas. Andreia Sofia Silva PolíticaAgências de emprego | Activista contesta palavras de Vong Hin Fai Benedicta Palcon contesta as palavras do deputado Vong Hin Fai quanto à legalidade da ONG que dirige, afirmando que qualquer pessoa ou entidade tem, aos olhos da lei, o direito à petição. Na carta dirigida a Ho Iat Seng, e que é assinada por seis responsáveis por ONG, pede-se que a proposta de lei seja suspensa até que as associações de trabalhadores migrantes sejam ouvidas [dropcap]A[/dropcap] porta-voz da associação Greens Philippines Migrant Workers Union, Benedicta Palcon, disse ao HM que o deputado Vong Hin Fai não tem razão quando diz ser necessário verificar a existência legal das associações que representam os trabalhadores migrantes antes de agendar uma reunião sobre a revisão da lei das agências de emprego. “Foi-nos explicado que as leis de Macau garantem o direito de petição e que não existem restrições sobre o seu registo ou sobre o facto de serem ou não associações de Macau”, referiu. A petição assinada por representantes de seis associações de defesa dos direitos dos trabalhadores migrantes foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, em Abril deste ano. Erik Lestari, porta-voz do grupo Indonesian Migrant’s Rights Advocate, adiantou ao HM que ainda não foi agendada qualquer data. Na última reunião da 3ª Comissão Permanente da AL, que actualmente analisa na especialidade a proposta de lei relativa às agências de emprego, Vong Hin Fai adiantou que é necessário verificar a existência legal destas associações. “Em primeiro lugar, temos de saber se estas seis entidades existem de facto, ou não, em Macau, ou seja, são registadas em Macau. Vamos através do nosso gabinete de relações públicas contactar estas seis entidades para verificar se existem ou não”, apontou. Uma consulta ao Boletim Oficial da RAEM permite concluir que apenas duas destas associações estão registadas. O Grupo de Concernente Trabalhadores Migrante Indonésios Peduli foi registado em 2010, enquanto que a Associação dos Trabalhadores Migrantes Indonésios em Macau publicou os estatutos em 2008. No que diz respeito à Federação Internacional dos Trabalhadores Domésticos, trata-se de uma ONG presente em todo o mundo, estando representada nesta iniciativa por Fish Ip, coordenadora para a zona da Ásia-Pacífico. Silêncio total Na petição enviada a Ho Iat Seng pede-se a suspensão da discussão da análise na especialidade do referido diploma até que as entidades que representam os trabalhadores migrantes sejam ouvidas, uma vez que estes são os principais visados pela alteração da lei. “O Governo da RAEM não deveria adoptar a proposta de lei até que os representantes dos órgãos que defendem os trabalhadores migrantes sejam ouvidos de forma adequada”, lê-se. Além disso, os peticionários defendem que, “apesar dos trabalhadores não residentes (TNR) serem os mais visados neste processo de revisão, estamos, na maioria, excluídos”. “Não estamos informados sobre o processo e não conhecemos a proposta de lei. Esta e todos os documentos relacionados estão escritos em chinês e português e não estamos aptos a compreender o que está escrito e discutir esses pontos de forma apropriada. Não estamos conscientes da existência de qualquer consulta pública ou de outra submissão de opiniões que tenha tido lugar”, acrescentam. Além de pedirem o fim das cauções pagas por parte dos TNR, é também exigida a criação de uma lista, a cumprir por parte das agências de emprego, quanto às responsabilidades a assumir num processo de recrutamento. Os peticionários pedem que as agências utilizem documentos numa linguagem que os TNR compreendam, além de defenderem o fim de “quaisquer formas de intimidação”. “Quaisquer acções de intimidação por parte das agências de emprego deveriam ser proibidas. Muitas vezes as agências intimidam os TNR a fim de os forçar a pagar cauções ou a seguirem ordens irracionais”, referem. Os deputados receberam ainda o pedido para que a nova proposta de lei “garanta que os TNR não devem assumir quaisquer custos, dívidas ou cumprir trabalho forçado durante os processos de recrutamento e emprego”. Neste sentido, é dito no documento que a obrigação do pagamento de cauções deixa os TNR em situação de dívida e trabalho forçado. “O estabelecimento do pagamento de uma caução à agência, que é 50 por cento do primeiro salário mensal, a pagar após os primeiros 60 dias de emprego, deixa-os numa situação de dívida. As agências podem colaborar com os empregadores para contratar e despedir trabalhadores a fim de obterem mais lucros.” Nos primeiros 60 dias de trabalho com o novo empregador, um trabalhador “pode sofrer abusos” e ser “silenciados por parte das agências para que estas recebam a totalidade das cauções”. Sendo assim, o Governo deveria esclarecer, na proposta de lei, o conceito de “remuneração base”. A petição denuncia ainda a recolha de pagamentos extra por parte das agências de emprego. “Não são claras as actividades ou serviços pelos quais uma agência pode cobrar. As agências acrescentam custos adicionais, relacionados com exames médicos ou alojamento, para receber mais dinheiro dos trabalhadores.” É também exigido o aumento das sanções a aplicar caso as agências não cumpram a lei. Hoje Macau PolíticaSegurança Social | AL aprova transferência de 3% dos ‘lucros’ para Fundo [dropcap]A[/dropcap] Assembleia Legislativa (AL) aprovou na quinta-feira, na generalidade, uma proposta de lei que prevê transferir 3 por cento do saldo do orçamento do território para o Fundo da Segurança Social, para responder à pressão do envelhecimento acelerado da população. A proposta de lei foi aprovada por unanimidade. “Esta proposta é para aumentar as vias de receita do fundo” de forma a garantir o funcionamento sustentável do regime de segurança social de Macau, afirmou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, na AL. A intenção é acautelar o aumento do encargo com as pensões de idosos, dado o “envelhecimento da população da Região Administrativa Especial de Macau [RAEM] no futuro, a um ritmo acelerado”, de forma a “consolidar a estabilidade financeira a médio e longo prazo”, explicou. A grande maioria dos deputados que usou da palavra demonstrou alguma preocupação com o facto de, se e quando, as receitas do jogo diminuírem, os 3 por cento anuais poderem ser um valor bruto insuficiente, sugerindo, nos anos em que as receitas do jogo sejam menores que a percentagem suba para os 4 ou mesmo 5 por cento. O vice-presidente do Conselho de Administração do Fundo de Segurança Social, Un Hoi Cheng, presente no debate, informou que neste momento as reservas do Fundo cifram-se nas 83,7 mil milhões de patacas. “Esperemos aumentar a médio longo prazo o Fundo de Segurança Social”, garantiu o secretário para a Economia e Finanças. Hoje Macau PolíticaTransportes | Lam U Tou quer coordenação entre metro e autocarros [dropcap]L[/dropcap]inhas que garantam a transferência de circulação dos passageiros que utilizam o Metro Ligeiro e os autocarros é o pedido de Lam U Tou ao Executivo. Em declarações ao jornal do Cidadão, o presidente da Associação da Sinergia de Macau disse que “não havendo oferta para as deslocações entre o Metro Ligeiro e os autocarros, é difícil que a entrada em funcionamento do metro seja útil”. Estas declarações surgem em resposta à intenção do Governo de reduzir os autocarros com a entrada de funcionamento do Metro Ligeiro, medida que para Lam não se justifica. O líder associativo defende ainda que as tarifas dos autocarros devem ser distintas entre residentes e turistas para evitar o abuso dos visitantes no uso dos transportes públicos locais. Para o efeito, o presidente da Sinergia de Macau sugere a emissão de passes pessoais para que as tarifas possam ser diferentes. «1...163164165166167168169...272»
Hoje Macau SociedadeTáxis | Quinze infracções desde 3 de Junho [dropcap]F[/dropcap]oram registadas 15 infracções desde a entrada em vigor da nova lei de táxis no passado dia 3 de Junho. A informação foi adiantada por Vong Vai Hong, segundo comandante do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), ao canal chinês da Rádio Macau. As infracções envolveram essencialmente o abuso na cobrança de tarifas, a recusa do transporte e falta de identificação do condutor. O responsável afirma ainda que as autoridades têm intensificado as acções de Inspecção e consideram que a medida tem produzido efeitos satisfatórios. Vong Vai Hong referiu também que foram instaladas 350 paragens de táxis para satisfazer as necessidades do público. Hoje Macau SociedadePorto Interior | Choque de navios de carga sem feridos [dropcap]D[/dropcap]ois navios de carga colidiram ao fazer o percurso entre o terminal marítimo de passageiros da Taipa e o canal do Porto Interior, segundo informação do canal chinês da Rádio Macau. Não foram registados feridos entre a tripulação, mas um dos navios afundou parcialmente. Os dois navios são suspeitos de transportar sobrecarga e de violar as regras de navegação, informou a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA). Às 8h10 da manhã de ontem, as pessoas foram evacuadas de urgência do navio que estava a inclinar e a tombar lateralmente dentro da água. Foi relatado que havia pó de pedra dentro da embarcação e que o navio ficou encalhado na proximidade do Porto Interior, representando um potencial bloqueio à navegação através do canal. A DSAMA alerta os navios para prestarem atenção no local e anunciou que vai colocar instruções temporárias e emitir sinais marítimos de aviso. Sofia Margarida Mota SociedadeGalgos | Últimos cães do canídromo partem hoje para a Austrália São três os galgos do canídromo que partem hoje para a Austrália, terminando assim o processo de realojamento internacional de mais de 500 cães abandonados pela Yat Yen. Albano Martins está satisfeito com a operação de realojamento feita em tempo “recorde” [dropcap]O[/dropcap]s últimos três galgos que têm como destino o exterior, partem hoje da Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA – com destino à Austrália. Fazem parte de um grupo de 18 animais destinados especificamente àquele país, como forma de alerta. “A 26 de Outubro começámos a trabalhar e a mandar os primeiros galgos para fora e no dia 26 de Março fechámos o canídromo, ou seja em seis meses o canídromo encerrou. Isto não significa necessariamente que todos os animais tivessem realojados porque nós guardámos os galgos para irem para a Austrália apenas para chatear os australianos da indústria” das corridas de cães, apontou o presidente da ANIMA, Albano Martins, ao HM. De acordo com o responsável “99 por cento daqueles galgos, vieram da Austrália ao longo destes anos todos e portanto tinha algum interesse que a ANIMA conseguisse colocar alguns animais naquela país”, até para que a questão das corridas seja publicamente discutida. No canídromo de Macau, ao longo do seu funcionamento com a exploração de corridas, morreram entre 15 a 18 mil animais, acrescentou Albano Martins. Na ANIMA ainda vão ficar cinco galgos, todos eles animais do canídromo que vieram já depois do encerramento, sendo que três deles “provavelmente poderão ser adoptados localmente pela famílias que os estão a realojar”. Dos 532 galgos deixados nas instalações do canídromo pela empresa que detinha a exploração das corridas de cães, a Yat Yuen, até Junho do ano passado, 15 morreram, 307 foram enviados para os EUA, 60 para Itália, 70 para o Reino Unido, 15 para França, cinco para Alemanha e 26 para Hong Kong. Os restante foram adoptados pela própria ANIMA. Ligados à causa Apesar de “satisfeito” com o resultado do realojamento dos animais em tempo “recorde”, Albano Martins admite que se tratou de “uma operação complicada”. “Fomos colocados de repente nesta situação de resolver a situação de 532 animais que estavam vivos e prometemos que a resolvíamos. Acabámos por resolver em muito menos tempo”, disse. O processo foi realizado com “muito esforço”, até porque “o investimento não tem em conta apensas o dinheiro, mas também os esforços que envolveram toda uma organização que estava dedicada essencialmente a animais de rua”, apontou sublinhando que todo o trabalho foi feito de forma gratuita com os “poucos meios” de que a associação dispunha. Já em termos financeiros, “a ANIMA terá gasto cerca de meio milhão de patacas e não teve nenhum apoio financeiro local”. Recorde-se que a Yat Yuen suportou custos, no montante de 70 milhões de patacas. Terra condicionada Entretanto, a ANIMA continua a atravessar dificuldades financeiras, mas a maior preocupação de Albano Martins prende-se com a conquista da concessão definitiva do terreno de Coloane que, para já, está limitado a contratos de cedência anuais. “O terreno é a questão que mais nos preocupa porque se nos for assegurado o terreno nós podemos crescer”, referiu. A parcela de terra está neste momento ocupada com “barracas” que abrigam cerca de 50 cães. Não sendo destinada a edificação, estas barracas são consideradas ilegais e têm sido o argumento das Obras Públicas para negar a concessão definitiva. Mas Albano Martins não cede. “Se for necessário tiramos o telhado de chapa e pomos umas sombrinhas. Vamos ter que negociar com as obras públicas porque não vamos matar os animais para poder satisfazer as condições do Governo para nos cederem o terreno”, apontou o responsável. “Mandarmos matar cerca de 50 animais para nos poderem dar a concessão do terreno é coisa que a ANIMA não vai fazer”, sublinhou Albano Martins que considera que a origem do impasse da concessão definitiva terá que ver com “alguma má vontade provavelmente ou com alguns burocratas no meio deste percurso todo.” Juana Ng Cen PolíticaTrabalho | Ella Lei pede revisão de orientações para dias de tufão [dropcap]C[/dropcap]omo a legislação das relações de trabalho não estabelece se os trabalhadores devem apresentar-se ao serviço em dias de condições atmosféricas adversas, como quando passam tufões, Ella Lei interpelou o Governo para esclarecer as dúvidas nesta matéria. A deputada pretende também saber se após a retirada do sinal n.º 8 de tempestade tropical os trabalhadores têm de regressar aos postos. Para já, empregados e patrões só têm como orientação o documento “Aspectos a ter em conta pelas partes laborais em situações de tufão, chuvas intensas, trovoada e storm surge” distribuído pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Ella Lei recorda que nos dois últimos anos Macau sofreu com a passagem de dois super tufões e que é necessário que a DSAL tenha em conta o desenvolvimento social, as condições de tráfego e de clima para rever as indicações a dar às partes envolvidas na relação laboral. A deputada, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau, pergunta se a DSAL pretende introduzir medidas de “circunstâncias extremas”, como em Hong Kong, e se vão ser elaboradas normas e regulamentos mais claros para empresas privadas. Andreia Sofia Silva PolíticaAgências de emprego | Activista contesta palavras de Vong Hin Fai Benedicta Palcon contesta as palavras do deputado Vong Hin Fai quanto à legalidade da ONG que dirige, afirmando que qualquer pessoa ou entidade tem, aos olhos da lei, o direito à petição. Na carta dirigida a Ho Iat Seng, e que é assinada por seis responsáveis por ONG, pede-se que a proposta de lei seja suspensa até que as associações de trabalhadores migrantes sejam ouvidas [dropcap]A[/dropcap] porta-voz da associação Greens Philippines Migrant Workers Union, Benedicta Palcon, disse ao HM que o deputado Vong Hin Fai não tem razão quando diz ser necessário verificar a existência legal das associações que representam os trabalhadores migrantes antes de agendar uma reunião sobre a revisão da lei das agências de emprego. “Foi-nos explicado que as leis de Macau garantem o direito de petição e que não existem restrições sobre o seu registo ou sobre o facto de serem ou não associações de Macau”, referiu. A petição assinada por representantes de seis associações de defesa dos direitos dos trabalhadores migrantes foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, em Abril deste ano. Erik Lestari, porta-voz do grupo Indonesian Migrant’s Rights Advocate, adiantou ao HM que ainda não foi agendada qualquer data. Na última reunião da 3ª Comissão Permanente da AL, que actualmente analisa na especialidade a proposta de lei relativa às agências de emprego, Vong Hin Fai adiantou que é necessário verificar a existência legal destas associações. “Em primeiro lugar, temos de saber se estas seis entidades existem de facto, ou não, em Macau, ou seja, são registadas em Macau. Vamos através do nosso gabinete de relações públicas contactar estas seis entidades para verificar se existem ou não”, apontou. Uma consulta ao Boletim Oficial da RAEM permite concluir que apenas duas destas associações estão registadas. O Grupo de Concernente Trabalhadores Migrante Indonésios Peduli foi registado em 2010, enquanto que a Associação dos Trabalhadores Migrantes Indonésios em Macau publicou os estatutos em 2008. No que diz respeito à Federação Internacional dos Trabalhadores Domésticos, trata-se de uma ONG presente em todo o mundo, estando representada nesta iniciativa por Fish Ip, coordenadora para a zona da Ásia-Pacífico. Silêncio total Na petição enviada a Ho Iat Seng pede-se a suspensão da discussão da análise na especialidade do referido diploma até que as entidades que representam os trabalhadores migrantes sejam ouvidas, uma vez que estes são os principais visados pela alteração da lei. “O Governo da RAEM não deveria adoptar a proposta de lei até que os representantes dos órgãos que defendem os trabalhadores migrantes sejam ouvidos de forma adequada”, lê-se. Além disso, os peticionários defendem que, “apesar dos trabalhadores não residentes (TNR) serem os mais visados neste processo de revisão, estamos, na maioria, excluídos”. “Não estamos informados sobre o processo e não conhecemos a proposta de lei. Esta e todos os documentos relacionados estão escritos em chinês e português e não estamos aptos a compreender o que está escrito e discutir esses pontos de forma apropriada. Não estamos conscientes da existência de qualquer consulta pública ou de outra submissão de opiniões que tenha tido lugar”, acrescentam. Além de pedirem o fim das cauções pagas por parte dos TNR, é também exigida a criação de uma lista, a cumprir por parte das agências de emprego, quanto às responsabilidades a assumir num processo de recrutamento. Os peticionários pedem que as agências utilizem documentos numa linguagem que os TNR compreendam, além de defenderem o fim de “quaisquer formas de intimidação”. “Quaisquer acções de intimidação por parte das agências de emprego deveriam ser proibidas. Muitas vezes as agências intimidam os TNR a fim de os forçar a pagar cauções ou a seguirem ordens irracionais”, referem. Os deputados receberam ainda o pedido para que a nova proposta de lei “garanta que os TNR não devem assumir quaisquer custos, dívidas ou cumprir trabalho forçado durante os processos de recrutamento e emprego”. Neste sentido, é dito no documento que a obrigação do pagamento de cauções deixa os TNR em situação de dívida e trabalho forçado. “O estabelecimento do pagamento de uma caução à agência, que é 50 por cento do primeiro salário mensal, a pagar após os primeiros 60 dias de emprego, deixa-os numa situação de dívida. As agências podem colaborar com os empregadores para contratar e despedir trabalhadores a fim de obterem mais lucros.” Nos primeiros 60 dias de trabalho com o novo empregador, um trabalhador “pode sofrer abusos” e ser “silenciados por parte das agências para que estas recebam a totalidade das cauções”. Sendo assim, o Governo deveria esclarecer, na proposta de lei, o conceito de “remuneração base”. A petição denuncia ainda a recolha de pagamentos extra por parte das agências de emprego. “Não são claras as actividades ou serviços pelos quais uma agência pode cobrar. As agências acrescentam custos adicionais, relacionados com exames médicos ou alojamento, para receber mais dinheiro dos trabalhadores.” É também exigido o aumento das sanções a aplicar caso as agências não cumpram a lei. Hoje Macau PolíticaSegurança Social | AL aprova transferência de 3% dos ‘lucros’ para Fundo [dropcap]A[/dropcap] Assembleia Legislativa (AL) aprovou na quinta-feira, na generalidade, uma proposta de lei que prevê transferir 3 por cento do saldo do orçamento do território para o Fundo da Segurança Social, para responder à pressão do envelhecimento acelerado da população. A proposta de lei foi aprovada por unanimidade. “Esta proposta é para aumentar as vias de receita do fundo” de forma a garantir o funcionamento sustentável do regime de segurança social de Macau, afirmou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, na AL. A intenção é acautelar o aumento do encargo com as pensões de idosos, dado o “envelhecimento da população da Região Administrativa Especial de Macau [RAEM] no futuro, a um ritmo acelerado”, de forma a “consolidar a estabilidade financeira a médio e longo prazo”, explicou. A grande maioria dos deputados que usou da palavra demonstrou alguma preocupação com o facto de, se e quando, as receitas do jogo diminuírem, os 3 por cento anuais poderem ser um valor bruto insuficiente, sugerindo, nos anos em que as receitas do jogo sejam menores que a percentagem suba para os 4 ou mesmo 5 por cento. O vice-presidente do Conselho de Administração do Fundo de Segurança Social, Un Hoi Cheng, presente no debate, informou que neste momento as reservas do Fundo cifram-se nas 83,7 mil milhões de patacas. “Esperemos aumentar a médio longo prazo o Fundo de Segurança Social”, garantiu o secretário para a Economia e Finanças. Hoje Macau PolíticaTransportes | Lam U Tou quer coordenação entre metro e autocarros [dropcap]L[/dropcap]inhas que garantam a transferência de circulação dos passageiros que utilizam o Metro Ligeiro e os autocarros é o pedido de Lam U Tou ao Executivo. Em declarações ao jornal do Cidadão, o presidente da Associação da Sinergia de Macau disse que “não havendo oferta para as deslocações entre o Metro Ligeiro e os autocarros, é difícil que a entrada em funcionamento do metro seja útil”. Estas declarações surgem em resposta à intenção do Governo de reduzir os autocarros com a entrada de funcionamento do Metro Ligeiro, medida que para Lam não se justifica. O líder associativo defende ainda que as tarifas dos autocarros devem ser distintas entre residentes e turistas para evitar o abuso dos visitantes no uso dos transportes públicos locais. Para o efeito, o presidente da Sinergia de Macau sugere a emissão de passes pessoais para que as tarifas possam ser diferentes. «1...163164165166167168169...272»
Hoje Macau SociedadePorto Interior | Choque de navios de carga sem feridos [dropcap]D[/dropcap]ois navios de carga colidiram ao fazer o percurso entre o terminal marítimo de passageiros da Taipa e o canal do Porto Interior, segundo informação do canal chinês da Rádio Macau. Não foram registados feridos entre a tripulação, mas um dos navios afundou parcialmente. Os dois navios são suspeitos de transportar sobrecarga e de violar as regras de navegação, informou a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA). Às 8h10 da manhã de ontem, as pessoas foram evacuadas de urgência do navio que estava a inclinar e a tombar lateralmente dentro da água. Foi relatado que havia pó de pedra dentro da embarcação e que o navio ficou encalhado na proximidade do Porto Interior, representando um potencial bloqueio à navegação através do canal. A DSAMA alerta os navios para prestarem atenção no local e anunciou que vai colocar instruções temporárias e emitir sinais marítimos de aviso. Sofia Margarida Mota SociedadeGalgos | Últimos cães do canídromo partem hoje para a Austrália São três os galgos do canídromo que partem hoje para a Austrália, terminando assim o processo de realojamento internacional de mais de 500 cães abandonados pela Yat Yen. Albano Martins está satisfeito com a operação de realojamento feita em tempo “recorde” [dropcap]O[/dropcap]s últimos três galgos que têm como destino o exterior, partem hoje da Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA – com destino à Austrália. Fazem parte de um grupo de 18 animais destinados especificamente àquele país, como forma de alerta. “A 26 de Outubro começámos a trabalhar e a mandar os primeiros galgos para fora e no dia 26 de Março fechámos o canídromo, ou seja em seis meses o canídromo encerrou. Isto não significa necessariamente que todos os animais tivessem realojados porque nós guardámos os galgos para irem para a Austrália apenas para chatear os australianos da indústria” das corridas de cães, apontou o presidente da ANIMA, Albano Martins, ao HM. De acordo com o responsável “99 por cento daqueles galgos, vieram da Austrália ao longo destes anos todos e portanto tinha algum interesse que a ANIMA conseguisse colocar alguns animais naquela país”, até para que a questão das corridas seja publicamente discutida. No canídromo de Macau, ao longo do seu funcionamento com a exploração de corridas, morreram entre 15 a 18 mil animais, acrescentou Albano Martins. Na ANIMA ainda vão ficar cinco galgos, todos eles animais do canídromo que vieram já depois do encerramento, sendo que três deles “provavelmente poderão ser adoptados localmente pela famílias que os estão a realojar”. Dos 532 galgos deixados nas instalações do canídromo pela empresa que detinha a exploração das corridas de cães, a Yat Yuen, até Junho do ano passado, 15 morreram, 307 foram enviados para os EUA, 60 para Itália, 70 para o Reino Unido, 15 para França, cinco para Alemanha e 26 para Hong Kong. Os restante foram adoptados pela própria ANIMA. Ligados à causa Apesar de “satisfeito” com o resultado do realojamento dos animais em tempo “recorde”, Albano Martins admite que se tratou de “uma operação complicada”. “Fomos colocados de repente nesta situação de resolver a situação de 532 animais que estavam vivos e prometemos que a resolvíamos. Acabámos por resolver em muito menos tempo”, disse. O processo foi realizado com “muito esforço”, até porque “o investimento não tem em conta apensas o dinheiro, mas também os esforços que envolveram toda uma organização que estava dedicada essencialmente a animais de rua”, apontou sublinhando que todo o trabalho foi feito de forma gratuita com os “poucos meios” de que a associação dispunha. Já em termos financeiros, “a ANIMA terá gasto cerca de meio milhão de patacas e não teve nenhum apoio financeiro local”. Recorde-se que a Yat Yuen suportou custos, no montante de 70 milhões de patacas. Terra condicionada Entretanto, a ANIMA continua a atravessar dificuldades financeiras, mas a maior preocupação de Albano Martins prende-se com a conquista da concessão definitiva do terreno de Coloane que, para já, está limitado a contratos de cedência anuais. “O terreno é a questão que mais nos preocupa porque se nos for assegurado o terreno nós podemos crescer”, referiu. A parcela de terra está neste momento ocupada com “barracas” que abrigam cerca de 50 cães. Não sendo destinada a edificação, estas barracas são consideradas ilegais e têm sido o argumento das Obras Públicas para negar a concessão definitiva. Mas Albano Martins não cede. “Se for necessário tiramos o telhado de chapa e pomos umas sombrinhas. Vamos ter que negociar com as obras públicas porque não vamos matar os animais para poder satisfazer as condições do Governo para nos cederem o terreno”, apontou o responsável. “Mandarmos matar cerca de 50 animais para nos poderem dar a concessão do terreno é coisa que a ANIMA não vai fazer”, sublinhou Albano Martins que considera que a origem do impasse da concessão definitiva terá que ver com “alguma má vontade provavelmente ou com alguns burocratas no meio deste percurso todo.” Juana Ng Cen PolíticaTrabalho | Ella Lei pede revisão de orientações para dias de tufão [dropcap]C[/dropcap]omo a legislação das relações de trabalho não estabelece se os trabalhadores devem apresentar-se ao serviço em dias de condições atmosféricas adversas, como quando passam tufões, Ella Lei interpelou o Governo para esclarecer as dúvidas nesta matéria. A deputada pretende também saber se após a retirada do sinal n.º 8 de tempestade tropical os trabalhadores têm de regressar aos postos. Para já, empregados e patrões só têm como orientação o documento “Aspectos a ter em conta pelas partes laborais em situações de tufão, chuvas intensas, trovoada e storm surge” distribuído pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Ella Lei recorda que nos dois últimos anos Macau sofreu com a passagem de dois super tufões e que é necessário que a DSAL tenha em conta o desenvolvimento social, as condições de tráfego e de clima para rever as indicações a dar às partes envolvidas na relação laboral. A deputada, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau, pergunta se a DSAL pretende introduzir medidas de “circunstâncias extremas”, como em Hong Kong, e se vão ser elaboradas normas e regulamentos mais claros para empresas privadas. Andreia Sofia Silva PolíticaAgências de emprego | Activista contesta palavras de Vong Hin Fai Benedicta Palcon contesta as palavras do deputado Vong Hin Fai quanto à legalidade da ONG que dirige, afirmando que qualquer pessoa ou entidade tem, aos olhos da lei, o direito à petição. Na carta dirigida a Ho Iat Seng, e que é assinada por seis responsáveis por ONG, pede-se que a proposta de lei seja suspensa até que as associações de trabalhadores migrantes sejam ouvidas [dropcap]A[/dropcap] porta-voz da associação Greens Philippines Migrant Workers Union, Benedicta Palcon, disse ao HM que o deputado Vong Hin Fai não tem razão quando diz ser necessário verificar a existência legal das associações que representam os trabalhadores migrantes antes de agendar uma reunião sobre a revisão da lei das agências de emprego. “Foi-nos explicado que as leis de Macau garantem o direito de petição e que não existem restrições sobre o seu registo ou sobre o facto de serem ou não associações de Macau”, referiu. A petição assinada por representantes de seis associações de defesa dos direitos dos trabalhadores migrantes foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, em Abril deste ano. Erik Lestari, porta-voz do grupo Indonesian Migrant’s Rights Advocate, adiantou ao HM que ainda não foi agendada qualquer data. Na última reunião da 3ª Comissão Permanente da AL, que actualmente analisa na especialidade a proposta de lei relativa às agências de emprego, Vong Hin Fai adiantou que é necessário verificar a existência legal destas associações. “Em primeiro lugar, temos de saber se estas seis entidades existem de facto, ou não, em Macau, ou seja, são registadas em Macau. Vamos através do nosso gabinete de relações públicas contactar estas seis entidades para verificar se existem ou não”, apontou. Uma consulta ao Boletim Oficial da RAEM permite concluir que apenas duas destas associações estão registadas. O Grupo de Concernente Trabalhadores Migrante Indonésios Peduli foi registado em 2010, enquanto que a Associação dos Trabalhadores Migrantes Indonésios em Macau publicou os estatutos em 2008. No que diz respeito à Federação Internacional dos Trabalhadores Domésticos, trata-se de uma ONG presente em todo o mundo, estando representada nesta iniciativa por Fish Ip, coordenadora para a zona da Ásia-Pacífico. Silêncio total Na petição enviada a Ho Iat Seng pede-se a suspensão da discussão da análise na especialidade do referido diploma até que as entidades que representam os trabalhadores migrantes sejam ouvidas, uma vez que estes são os principais visados pela alteração da lei. “O Governo da RAEM não deveria adoptar a proposta de lei até que os representantes dos órgãos que defendem os trabalhadores migrantes sejam ouvidos de forma adequada”, lê-se. Além disso, os peticionários defendem que, “apesar dos trabalhadores não residentes (TNR) serem os mais visados neste processo de revisão, estamos, na maioria, excluídos”. “Não estamos informados sobre o processo e não conhecemos a proposta de lei. Esta e todos os documentos relacionados estão escritos em chinês e português e não estamos aptos a compreender o que está escrito e discutir esses pontos de forma apropriada. Não estamos conscientes da existência de qualquer consulta pública ou de outra submissão de opiniões que tenha tido lugar”, acrescentam. Além de pedirem o fim das cauções pagas por parte dos TNR, é também exigida a criação de uma lista, a cumprir por parte das agências de emprego, quanto às responsabilidades a assumir num processo de recrutamento. Os peticionários pedem que as agências utilizem documentos numa linguagem que os TNR compreendam, além de defenderem o fim de “quaisquer formas de intimidação”. “Quaisquer acções de intimidação por parte das agências de emprego deveriam ser proibidas. Muitas vezes as agências intimidam os TNR a fim de os forçar a pagar cauções ou a seguirem ordens irracionais”, referem. Os deputados receberam ainda o pedido para que a nova proposta de lei “garanta que os TNR não devem assumir quaisquer custos, dívidas ou cumprir trabalho forçado durante os processos de recrutamento e emprego”. Neste sentido, é dito no documento que a obrigação do pagamento de cauções deixa os TNR em situação de dívida e trabalho forçado. “O estabelecimento do pagamento de uma caução à agência, que é 50 por cento do primeiro salário mensal, a pagar após os primeiros 60 dias de emprego, deixa-os numa situação de dívida. As agências podem colaborar com os empregadores para contratar e despedir trabalhadores a fim de obterem mais lucros.” Nos primeiros 60 dias de trabalho com o novo empregador, um trabalhador “pode sofrer abusos” e ser “silenciados por parte das agências para que estas recebam a totalidade das cauções”. Sendo assim, o Governo deveria esclarecer, na proposta de lei, o conceito de “remuneração base”. A petição denuncia ainda a recolha de pagamentos extra por parte das agências de emprego. “Não são claras as actividades ou serviços pelos quais uma agência pode cobrar. As agências acrescentam custos adicionais, relacionados com exames médicos ou alojamento, para receber mais dinheiro dos trabalhadores.” É também exigido o aumento das sanções a aplicar caso as agências não cumpram a lei. Hoje Macau PolíticaSegurança Social | AL aprova transferência de 3% dos ‘lucros’ para Fundo [dropcap]A[/dropcap] Assembleia Legislativa (AL) aprovou na quinta-feira, na generalidade, uma proposta de lei que prevê transferir 3 por cento do saldo do orçamento do território para o Fundo da Segurança Social, para responder à pressão do envelhecimento acelerado da população. A proposta de lei foi aprovada por unanimidade. “Esta proposta é para aumentar as vias de receita do fundo” de forma a garantir o funcionamento sustentável do regime de segurança social de Macau, afirmou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, na AL. A intenção é acautelar o aumento do encargo com as pensões de idosos, dado o “envelhecimento da população da Região Administrativa Especial de Macau [RAEM] no futuro, a um ritmo acelerado”, de forma a “consolidar a estabilidade financeira a médio e longo prazo”, explicou. A grande maioria dos deputados que usou da palavra demonstrou alguma preocupação com o facto de, se e quando, as receitas do jogo diminuírem, os 3 por cento anuais poderem ser um valor bruto insuficiente, sugerindo, nos anos em que as receitas do jogo sejam menores que a percentagem suba para os 4 ou mesmo 5 por cento. O vice-presidente do Conselho de Administração do Fundo de Segurança Social, Un Hoi Cheng, presente no debate, informou que neste momento as reservas do Fundo cifram-se nas 83,7 mil milhões de patacas. “Esperemos aumentar a médio longo prazo o Fundo de Segurança Social”, garantiu o secretário para a Economia e Finanças. Hoje Macau PolíticaTransportes | Lam U Tou quer coordenação entre metro e autocarros [dropcap]L[/dropcap]inhas que garantam a transferência de circulação dos passageiros que utilizam o Metro Ligeiro e os autocarros é o pedido de Lam U Tou ao Executivo. Em declarações ao jornal do Cidadão, o presidente da Associação da Sinergia de Macau disse que “não havendo oferta para as deslocações entre o Metro Ligeiro e os autocarros, é difícil que a entrada em funcionamento do metro seja útil”. Estas declarações surgem em resposta à intenção do Governo de reduzir os autocarros com a entrada de funcionamento do Metro Ligeiro, medida que para Lam não se justifica. O líder associativo defende ainda que as tarifas dos autocarros devem ser distintas entre residentes e turistas para evitar o abuso dos visitantes no uso dos transportes públicos locais. Para o efeito, o presidente da Sinergia de Macau sugere a emissão de passes pessoais para que as tarifas possam ser diferentes. «1...163164165166167168169...272»
Sofia Margarida Mota SociedadeGalgos | Últimos cães do canídromo partem hoje para a Austrália São três os galgos do canídromo que partem hoje para a Austrália, terminando assim o processo de realojamento internacional de mais de 500 cães abandonados pela Yat Yen. Albano Martins está satisfeito com a operação de realojamento feita em tempo “recorde” [dropcap]O[/dropcap]s últimos três galgos que têm como destino o exterior, partem hoje da Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA – com destino à Austrália. Fazem parte de um grupo de 18 animais destinados especificamente àquele país, como forma de alerta. “A 26 de Outubro começámos a trabalhar e a mandar os primeiros galgos para fora e no dia 26 de Março fechámos o canídromo, ou seja em seis meses o canídromo encerrou. Isto não significa necessariamente que todos os animais tivessem realojados porque nós guardámos os galgos para irem para a Austrália apenas para chatear os australianos da indústria” das corridas de cães, apontou o presidente da ANIMA, Albano Martins, ao HM. De acordo com o responsável “99 por cento daqueles galgos, vieram da Austrália ao longo destes anos todos e portanto tinha algum interesse que a ANIMA conseguisse colocar alguns animais naquela país”, até para que a questão das corridas seja publicamente discutida. No canídromo de Macau, ao longo do seu funcionamento com a exploração de corridas, morreram entre 15 a 18 mil animais, acrescentou Albano Martins. Na ANIMA ainda vão ficar cinco galgos, todos eles animais do canídromo que vieram já depois do encerramento, sendo que três deles “provavelmente poderão ser adoptados localmente pela famílias que os estão a realojar”. Dos 532 galgos deixados nas instalações do canídromo pela empresa que detinha a exploração das corridas de cães, a Yat Yuen, até Junho do ano passado, 15 morreram, 307 foram enviados para os EUA, 60 para Itália, 70 para o Reino Unido, 15 para França, cinco para Alemanha e 26 para Hong Kong. Os restante foram adoptados pela própria ANIMA. Ligados à causa Apesar de “satisfeito” com o resultado do realojamento dos animais em tempo “recorde”, Albano Martins admite que se tratou de “uma operação complicada”. “Fomos colocados de repente nesta situação de resolver a situação de 532 animais que estavam vivos e prometemos que a resolvíamos. Acabámos por resolver em muito menos tempo”, disse. O processo foi realizado com “muito esforço”, até porque “o investimento não tem em conta apensas o dinheiro, mas também os esforços que envolveram toda uma organização que estava dedicada essencialmente a animais de rua”, apontou sublinhando que todo o trabalho foi feito de forma gratuita com os “poucos meios” de que a associação dispunha. Já em termos financeiros, “a ANIMA terá gasto cerca de meio milhão de patacas e não teve nenhum apoio financeiro local”. Recorde-se que a Yat Yuen suportou custos, no montante de 70 milhões de patacas. Terra condicionada Entretanto, a ANIMA continua a atravessar dificuldades financeiras, mas a maior preocupação de Albano Martins prende-se com a conquista da concessão definitiva do terreno de Coloane que, para já, está limitado a contratos de cedência anuais. “O terreno é a questão que mais nos preocupa porque se nos for assegurado o terreno nós podemos crescer”, referiu. A parcela de terra está neste momento ocupada com “barracas” que abrigam cerca de 50 cães. Não sendo destinada a edificação, estas barracas são consideradas ilegais e têm sido o argumento das Obras Públicas para negar a concessão definitiva. Mas Albano Martins não cede. “Se for necessário tiramos o telhado de chapa e pomos umas sombrinhas. Vamos ter que negociar com as obras públicas porque não vamos matar os animais para poder satisfazer as condições do Governo para nos cederem o terreno”, apontou o responsável. “Mandarmos matar cerca de 50 animais para nos poderem dar a concessão do terreno é coisa que a ANIMA não vai fazer”, sublinhou Albano Martins que considera que a origem do impasse da concessão definitiva terá que ver com “alguma má vontade provavelmente ou com alguns burocratas no meio deste percurso todo.”
Juana Ng Cen PolíticaTrabalho | Ella Lei pede revisão de orientações para dias de tufão [dropcap]C[/dropcap]omo a legislação das relações de trabalho não estabelece se os trabalhadores devem apresentar-se ao serviço em dias de condições atmosféricas adversas, como quando passam tufões, Ella Lei interpelou o Governo para esclarecer as dúvidas nesta matéria. A deputada pretende também saber se após a retirada do sinal n.º 8 de tempestade tropical os trabalhadores têm de regressar aos postos. Para já, empregados e patrões só têm como orientação o documento “Aspectos a ter em conta pelas partes laborais em situações de tufão, chuvas intensas, trovoada e storm surge” distribuído pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Ella Lei recorda que nos dois últimos anos Macau sofreu com a passagem de dois super tufões e que é necessário que a DSAL tenha em conta o desenvolvimento social, as condições de tráfego e de clima para rever as indicações a dar às partes envolvidas na relação laboral. A deputada, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau, pergunta se a DSAL pretende introduzir medidas de “circunstâncias extremas”, como em Hong Kong, e se vão ser elaboradas normas e regulamentos mais claros para empresas privadas. Andreia Sofia Silva PolíticaAgências de emprego | Activista contesta palavras de Vong Hin Fai Benedicta Palcon contesta as palavras do deputado Vong Hin Fai quanto à legalidade da ONG que dirige, afirmando que qualquer pessoa ou entidade tem, aos olhos da lei, o direito à petição. Na carta dirigida a Ho Iat Seng, e que é assinada por seis responsáveis por ONG, pede-se que a proposta de lei seja suspensa até que as associações de trabalhadores migrantes sejam ouvidas [dropcap]A[/dropcap] porta-voz da associação Greens Philippines Migrant Workers Union, Benedicta Palcon, disse ao HM que o deputado Vong Hin Fai não tem razão quando diz ser necessário verificar a existência legal das associações que representam os trabalhadores migrantes antes de agendar uma reunião sobre a revisão da lei das agências de emprego. “Foi-nos explicado que as leis de Macau garantem o direito de petição e que não existem restrições sobre o seu registo ou sobre o facto de serem ou não associações de Macau”, referiu. A petição assinada por representantes de seis associações de defesa dos direitos dos trabalhadores migrantes foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, em Abril deste ano. Erik Lestari, porta-voz do grupo Indonesian Migrant’s Rights Advocate, adiantou ao HM que ainda não foi agendada qualquer data. Na última reunião da 3ª Comissão Permanente da AL, que actualmente analisa na especialidade a proposta de lei relativa às agências de emprego, Vong Hin Fai adiantou que é necessário verificar a existência legal destas associações. “Em primeiro lugar, temos de saber se estas seis entidades existem de facto, ou não, em Macau, ou seja, são registadas em Macau. Vamos através do nosso gabinete de relações públicas contactar estas seis entidades para verificar se existem ou não”, apontou. Uma consulta ao Boletim Oficial da RAEM permite concluir que apenas duas destas associações estão registadas. O Grupo de Concernente Trabalhadores Migrante Indonésios Peduli foi registado em 2010, enquanto que a Associação dos Trabalhadores Migrantes Indonésios em Macau publicou os estatutos em 2008. No que diz respeito à Federação Internacional dos Trabalhadores Domésticos, trata-se de uma ONG presente em todo o mundo, estando representada nesta iniciativa por Fish Ip, coordenadora para a zona da Ásia-Pacífico. Silêncio total Na petição enviada a Ho Iat Seng pede-se a suspensão da discussão da análise na especialidade do referido diploma até que as entidades que representam os trabalhadores migrantes sejam ouvidas, uma vez que estes são os principais visados pela alteração da lei. “O Governo da RAEM não deveria adoptar a proposta de lei até que os representantes dos órgãos que defendem os trabalhadores migrantes sejam ouvidos de forma adequada”, lê-se. Além disso, os peticionários defendem que, “apesar dos trabalhadores não residentes (TNR) serem os mais visados neste processo de revisão, estamos, na maioria, excluídos”. “Não estamos informados sobre o processo e não conhecemos a proposta de lei. Esta e todos os documentos relacionados estão escritos em chinês e português e não estamos aptos a compreender o que está escrito e discutir esses pontos de forma apropriada. Não estamos conscientes da existência de qualquer consulta pública ou de outra submissão de opiniões que tenha tido lugar”, acrescentam. Além de pedirem o fim das cauções pagas por parte dos TNR, é também exigida a criação de uma lista, a cumprir por parte das agências de emprego, quanto às responsabilidades a assumir num processo de recrutamento. Os peticionários pedem que as agências utilizem documentos numa linguagem que os TNR compreendam, além de defenderem o fim de “quaisquer formas de intimidação”. “Quaisquer acções de intimidação por parte das agências de emprego deveriam ser proibidas. Muitas vezes as agências intimidam os TNR a fim de os forçar a pagar cauções ou a seguirem ordens irracionais”, referem. Os deputados receberam ainda o pedido para que a nova proposta de lei “garanta que os TNR não devem assumir quaisquer custos, dívidas ou cumprir trabalho forçado durante os processos de recrutamento e emprego”. Neste sentido, é dito no documento que a obrigação do pagamento de cauções deixa os TNR em situação de dívida e trabalho forçado. “O estabelecimento do pagamento de uma caução à agência, que é 50 por cento do primeiro salário mensal, a pagar após os primeiros 60 dias de emprego, deixa-os numa situação de dívida. As agências podem colaborar com os empregadores para contratar e despedir trabalhadores a fim de obterem mais lucros.” Nos primeiros 60 dias de trabalho com o novo empregador, um trabalhador “pode sofrer abusos” e ser “silenciados por parte das agências para que estas recebam a totalidade das cauções”. Sendo assim, o Governo deveria esclarecer, na proposta de lei, o conceito de “remuneração base”. A petição denuncia ainda a recolha de pagamentos extra por parte das agências de emprego. “Não são claras as actividades ou serviços pelos quais uma agência pode cobrar. As agências acrescentam custos adicionais, relacionados com exames médicos ou alojamento, para receber mais dinheiro dos trabalhadores.” É também exigido o aumento das sanções a aplicar caso as agências não cumpram a lei. Hoje Macau PolíticaSegurança Social | AL aprova transferência de 3% dos ‘lucros’ para Fundo [dropcap]A[/dropcap] Assembleia Legislativa (AL) aprovou na quinta-feira, na generalidade, uma proposta de lei que prevê transferir 3 por cento do saldo do orçamento do território para o Fundo da Segurança Social, para responder à pressão do envelhecimento acelerado da população. A proposta de lei foi aprovada por unanimidade. “Esta proposta é para aumentar as vias de receita do fundo” de forma a garantir o funcionamento sustentável do regime de segurança social de Macau, afirmou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, na AL. A intenção é acautelar o aumento do encargo com as pensões de idosos, dado o “envelhecimento da população da Região Administrativa Especial de Macau [RAEM] no futuro, a um ritmo acelerado”, de forma a “consolidar a estabilidade financeira a médio e longo prazo”, explicou. A grande maioria dos deputados que usou da palavra demonstrou alguma preocupação com o facto de, se e quando, as receitas do jogo diminuírem, os 3 por cento anuais poderem ser um valor bruto insuficiente, sugerindo, nos anos em que as receitas do jogo sejam menores que a percentagem suba para os 4 ou mesmo 5 por cento. O vice-presidente do Conselho de Administração do Fundo de Segurança Social, Un Hoi Cheng, presente no debate, informou que neste momento as reservas do Fundo cifram-se nas 83,7 mil milhões de patacas. “Esperemos aumentar a médio longo prazo o Fundo de Segurança Social”, garantiu o secretário para a Economia e Finanças. Hoje Macau PolíticaTransportes | Lam U Tou quer coordenação entre metro e autocarros [dropcap]L[/dropcap]inhas que garantam a transferência de circulação dos passageiros que utilizam o Metro Ligeiro e os autocarros é o pedido de Lam U Tou ao Executivo. Em declarações ao jornal do Cidadão, o presidente da Associação da Sinergia de Macau disse que “não havendo oferta para as deslocações entre o Metro Ligeiro e os autocarros, é difícil que a entrada em funcionamento do metro seja útil”. Estas declarações surgem em resposta à intenção do Governo de reduzir os autocarros com a entrada de funcionamento do Metro Ligeiro, medida que para Lam não se justifica. O líder associativo defende ainda que as tarifas dos autocarros devem ser distintas entre residentes e turistas para evitar o abuso dos visitantes no uso dos transportes públicos locais. Para o efeito, o presidente da Sinergia de Macau sugere a emissão de passes pessoais para que as tarifas possam ser diferentes. «1...163164165166167168169...272»
Andreia Sofia Silva PolíticaAgências de emprego | Activista contesta palavras de Vong Hin Fai Benedicta Palcon contesta as palavras do deputado Vong Hin Fai quanto à legalidade da ONG que dirige, afirmando que qualquer pessoa ou entidade tem, aos olhos da lei, o direito à petição. Na carta dirigida a Ho Iat Seng, e que é assinada por seis responsáveis por ONG, pede-se que a proposta de lei seja suspensa até que as associações de trabalhadores migrantes sejam ouvidas [dropcap]A[/dropcap] porta-voz da associação Greens Philippines Migrant Workers Union, Benedicta Palcon, disse ao HM que o deputado Vong Hin Fai não tem razão quando diz ser necessário verificar a existência legal das associações que representam os trabalhadores migrantes antes de agendar uma reunião sobre a revisão da lei das agências de emprego. “Foi-nos explicado que as leis de Macau garantem o direito de petição e que não existem restrições sobre o seu registo ou sobre o facto de serem ou não associações de Macau”, referiu. A petição assinada por representantes de seis associações de defesa dos direitos dos trabalhadores migrantes foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, em Abril deste ano. Erik Lestari, porta-voz do grupo Indonesian Migrant’s Rights Advocate, adiantou ao HM que ainda não foi agendada qualquer data. Na última reunião da 3ª Comissão Permanente da AL, que actualmente analisa na especialidade a proposta de lei relativa às agências de emprego, Vong Hin Fai adiantou que é necessário verificar a existência legal destas associações. “Em primeiro lugar, temos de saber se estas seis entidades existem de facto, ou não, em Macau, ou seja, são registadas em Macau. Vamos através do nosso gabinete de relações públicas contactar estas seis entidades para verificar se existem ou não”, apontou. Uma consulta ao Boletim Oficial da RAEM permite concluir que apenas duas destas associações estão registadas. O Grupo de Concernente Trabalhadores Migrante Indonésios Peduli foi registado em 2010, enquanto que a Associação dos Trabalhadores Migrantes Indonésios em Macau publicou os estatutos em 2008. No que diz respeito à Federação Internacional dos Trabalhadores Domésticos, trata-se de uma ONG presente em todo o mundo, estando representada nesta iniciativa por Fish Ip, coordenadora para a zona da Ásia-Pacífico. Silêncio total Na petição enviada a Ho Iat Seng pede-se a suspensão da discussão da análise na especialidade do referido diploma até que as entidades que representam os trabalhadores migrantes sejam ouvidas, uma vez que estes são os principais visados pela alteração da lei. “O Governo da RAEM não deveria adoptar a proposta de lei até que os representantes dos órgãos que defendem os trabalhadores migrantes sejam ouvidos de forma adequada”, lê-se. Além disso, os peticionários defendem que, “apesar dos trabalhadores não residentes (TNR) serem os mais visados neste processo de revisão, estamos, na maioria, excluídos”. “Não estamos informados sobre o processo e não conhecemos a proposta de lei. Esta e todos os documentos relacionados estão escritos em chinês e português e não estamos aptos a compreender o que está escrito e discutir esses pontos de forma apropriada. Não estamos conscientes da existência de qualquer consulta pública ou de outra submissão de opiniões que tenha tido lugar”, acrescentam. Além de pedirem o fim das cauções pagas por parte dos TNR, é também exigida a criação de uma lista, a cumprir por parte das agências de emprego, quanto às responsabilidades a assumir num processo de recrutamento. Os peticionários pedem que as agências utilizem documentos numa linguagem que os TNR compreendam, além de defenderem o fim de “quaisquer formas de intimidação”. “Quaisquer acções de intimidação por parte das agências de emprego deveriam ser proibidas. Muitas vezes as agências intimidam os TNR a fim de os forçar a pagar cauções ou a seguirem ordens irracionais”, referem. Os deputados receberam ainda o pedido para que a nova proposta de lei “garanta que os TNR não devem assumir quaisquer custos, dívidas ou cumprir trabalho forçado durante os processos de recrutamento e emprego”. Neste sentido, é dito no documento que a obrigação do pagamento de cauções deixa os TNR em situação de dívida e trabalho forçado. “O estabelecimento do pagamento de uma caução à agência, que é 50 por cento do primeiro salário mensal, a pagar após os primeiros 60 dias de emprego, deixa-os numa situação de dívida. As agências podem colaborar com os empregadores para contratar e despedir trabalhadores a fim de obterem mais lucros.” Nos primeiros 60 dias de trabalho com o novo empregador, um trabalhador “pode sofrer abusos” e ser “silenciados por parte das agências para que estas recebam a totalidade das cauções”. Sendo assim, o Governo deveria esclarecer, na proposta de lei, o conceito de “remuneração base”. A petição denuncia ainda a recolha de pagamentos extra por parte das agências de emprego. “Não são claras as actividades ou serviços pelos quais uma agência pode cobrar. As agências acrescentam custos adicionais, relacionados com exames médicos ou alojamento, para receber mais dinheiro dos trabalhadores.” É também exigido o aumento das sanções a aplicar caso as agências não cumpram a lei.
Hoje Macau PolíticaSegurança Social | AL aprova transferência de 3% dos ‘lucros’ para Fundo [dropcap]A[/dropcap] Assembleia Legislativa (AL) aprovou na quinta-feira, na generalidade, uma proposta de lei que prevê transferir 3 por cento do saldo do orçamento do território para o Fundo da Segurança Social, para responder à pressão do envelhecimento acelerado da população. A proposta de lei foi aprovada por unanimidade. “Esta proposta é para aumentar as vias de receita do fundo” de forma a garantir o funcionamento sustentável do regime de segurança social de Macau, afirmou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, na AL. A intenção é acautelar o aumento do encargo com as pensões de idosos, dado o “envelhecimento da população da Região Administrativa Especial de Macau [RAEM] no futuro, a um ritmo acelerado”, de forma a “consolidar a estabilidade financeira a médio e longo prazo”, explicou. A grande maioria dos deputados que usou da palavra demonstrou alguma preocupação com o facto de, se e quando, as receitas do jogo diminuírem, os 3 por cento anuais poderem ser um valor bruto insuficiente, sugerindo, nos anos em que as receitas do jogo sejam menores que a percentagem suba para os 4 ou mesmo 5 por cento. O vice-presidente do Conselho de Administração do Fundo de Segurança Social, Un Hoi Cheng, presente no debate, informou que neste momento as reservas do Fundo cifram-se nas 83,7 mil milhões de patacas. “Esperemos aumentar a médio longo prazo o Fundo de Segurança Social”, garantiu o secretário para a Economia e Finanças. Hoje Macau PolíticaTransportes | Lam U Tou quer coordenação entre metro e autocarros [dropcap]L[/dropcap]inhas que garantam a transferência de circulação dos passageiros que utilizam o Metro Ligeiro e os autocarros é o pedido de Lam U Tou ao Executivo. Em declarações ao jornal do Cidadão, o presidente da Associação da Sinergia de Macau disse que “não havendo oferta para as deslocações entre o Metro Ligeiro e os autocarros, é difícil que a entrada em funcionamento do metro seja útil”. Estas declarações surgem em resposta à intenção do Governo de reduzir os autocarros com a entrada de funcionamento do Metro Ligeiro, medida que para Lam não se justifica. O líder associativo defende ainda que as tarifas dos autocarros devem ser distintas entre residentes e turistas para evitar o abuso dos visitantes no uso dos transportes públicos locais. Para o efeito, o presidente da Sinergia de Macau sugere a emissão de passes pessoais para que as tarifas possam ser diferentes. «1...163164165166167168169...272»
Hoje Macau PolíticaTransportes | Lam U Tou quer coordenação entre metro e autocarros [dropcap]L[/dropcap]inhas que garantam a transferência de circulação dos passageiros que utilizam o Metro Ligeiro e os autocarros é o pedido de Lam U Tou ao Executivo. Em declarações ao jornal do Cidadão, o presidente da Associação da Sinergia de Macau disse que “não havendo oferta para as deslocações entre o Metro Ligeiro e os autocarros, é difícil que a entrada em funcionamento do metro seja útil”. Estas declarações surgem em resposta à intenção do Governo de reduzir os autocarros com a entrada de funcionamento do Metro Ligeiro, medida que para Lam não se justifica. O líder associativo defende ainda que as tarifas dos autocarros devem ser distintas entre residentes e turistas para evitar o abuso dos visitantes no uso dos transportes públicos locais. Para o efeito, o presidente da Sinergia de Macau sugere a emissão de passes pessoais para que as tarifas possam ser diferentes. «1...163164165166167168169...272»