CTM torna-se na primeira operadora com centro de dados fora de Macau

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) tornou-se na quarta-feira na primeira operadora a abrir um centro de dados em Hong Kong, o primeiro fora de Macau, um investimento focado na expansão da empresa e no reforço dos projectos da Grande Baía e do Macau Digital. Até ao momento, mais nenhuma operadora fez idêntico pedido.

“O que torna especial este projecto é que somos os primeiros a ser aprovados pelo Governo [de Macau]” e pelo Gabinete de Protecção de Dados Pessoais (GPDP) fora do território, sublinhou à Lusa o CEO da CTM. O reforço da segurança no ‘backup’ de dados e na capacidade de recuperação dos mesmos, devido à redundância de uma rede que funciona em dois locais diferentes, em Macau e, agora, em Hong Kong é “uma grande vantagem para as pequenas e médias empresas”, algo que o risco associado a fenómenos como os tufões Hato e Mangkhut veio salientar, acrescentou Vandy Poon.

“Para Macau é, sem dúvida, uma oportunidade”, uma vez que o novo centro de dados “soma as necessidades dos clientes de todas as indústrias, incluindo o Governo, grandes empresas e aquelas ligadas ao jogo que têm exigências rigorosas sobre a protecção de dados”, defendeu Vandy Poon no discurso da cerimónia de inauguração.

Para o CEO da CTM, o centro cria, por outro lado, “uma sinergia com o grupo [e accionista principal CITIC Telecom International] no objectivo de acelerar o desenvolvimento integrado na segurança de dados” na Grande Baía.

Parecer chinês

Na inauguração, o presidente da CITIC Telecom International, Xin Yue Jiang, lembrou que desde 2013 foram investidos mais de 3 mil milhões de patacas na rede e no reforço da qualidade dos serviços prestados pela CTM, de forma a que mantenha a posição de liderança no sector e procure oportunidades de expansão. A abertura do centro de dados de Hong Kong “revela a força única do grupo no mercado das telecomunicações em Hong Kong e em Macau”, realçou.

O GPDP informou na quarta-feira ter emitido um parecer sobre a transferência de dados pessoais de entidades de Macau para Hong Kong, mas o documento encontra-se disponível apenas em língua chinesa.

A directora dos Serviços de Correios e Telecomunicações (CTT), Derby Lau, defendeu ontem a necessidade de garantir a segurança do centro de dados, sobretudo após a experiência do tufão Hato, que atingiu Macau no ano passado, que resultou na destruição de dados de pequenas e médias empresas. “Julgo que [surge] na sequência da necessidade”, afirmou aos jornalistas, à margem da conferência de imprensa da 35.ª Exposição Internacional Asiática de Filatelia, dando conta de que, até ao momento, nenhuma outra operadora de telecomunicações submeteu um pedido idêntico.

21 Set 2018

Galgos | Ng Kuok Cheong pede acção do Governo no realojamento dos animais

Se o período de adopção dos galgos se prolongar por muito tempo, o Chefe do Executivo deve intervir de forma a mudar de finalidade do terreno do Pac On. Mas antes, considera o deputado, cabe ainda ao Governo averiguar quanto tempo será necessário para que os cães sejam adoptados

[dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]g Kuok Cheong quer que o Executivo apure quanto tempo será necessário para que os galgos, que se encontram actualmente no Canídromo, sejam adoptados. A ideia foi expressa ontem pelo deputado pró-democrata que acompanhou um grupo de idosos do Asilo Vila Madalena na entrega de uma carta na sede do Governo. Na missiva, os interessados protestam contra a possível ida dos galgos para o terreno da Cordoaria, junto ao lar.

De acordo com Ng Kuok Cheong, caso a adopção não demore muito tempo, os cães devem manter-se nas instalações do Canídromo. No entanto, se os processos de adopção se prolongar ao longo do tempo, o deputado entende que é necessário que o Executivo encontre uma opção que fique distante de zonas residências, referiu Ng.

O deputado deu como exemplo o terreno situado no Pac On, que considera ser a melhor opção para o realojamento sem causar incómodos à população.

Para o deputado, a alteração da finalidade do terreno em questão pode ser resolvida pelo próprio Chui Sai On. “O Chefe do Executivo, se quiser que o terreno do Pac On acolha os galgos deve em primeiro lugar confirmar os possíveis impactos negativos do realojamento e depois levar o assunto à Assembleia Legislativa (AL)”. O objectivo é que seja debatida “a mudança de finalidade daquele terreno”, explicou o deputado.

Cães que ladram

Entretanto, mais de uma dezena de manifestantes, entre idosos que estão no Asilo Vila Madalena, familiares e responsáveis da instituição, entregaram ontem uma carta ao Governo. A directora do lar, Ip, revelou que a vida dos utentes pode ser afectada se os cães forem levados para o terreno situado junto da instituição. A responsável referiu ainda que este facto já foi constatado. “Há dias foram transportados alguns cães para o terreno da Cordoaria e fizeram muito barulho. Como é que os utentes conseguem dormir nestas condições?”, questionou.

Os subscritores da carta afirmaram ainda que os trabalhos para realojar os galgos naquela zona continuam, apesar da ordem de suspensão emitida pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). De acordo com o canal de rádio da TDM, a DSSOPT ordenou a suspensão das obras na semana passada. No entanto, os interessados entregaram um plano de nivelamento do terreno e os serviços estão a analisar a situação.

21 Set 2018

Inundações | Agnes Lam quer planos de prevenção para Coloane e Porto Interior 

A passagem do tufão Mangkhut  permitiu constatar que as medidas adoptadas depois do Hato tiveram resultados positivos. Mas é preciso mais, defende Agnes Lam, afirmando que o Porto Interior e Coloane ainda não têm solução para os problemas com as inundações

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]gnes Lam quer que o Governo apresente projectos com medidas a médio e longo prazo para resolver os problemas das cheias, não só no Porto Interior, como também na zona de Coloane. Em interpelação escrita, a deputada sublinha que, “apesar da intensidade do tufão Mangkhut ter sido idêntica à do Hato no ano passado, as perdas foram muito menores”. No entanto, há ainda problemas que precisam de resolução e planeamento o que respeita a inundações.

De acordo com a deputada, “embora o Governo tenha definido uma série de medidas de curto, médio e longo prazo, ainda há muito que fazer”. O Hato e o Mangkhut ocorreram com cerca de um ano de intervalo, o que possibilitou aferir o sucesso de algumas acções planeadas a curto prazo, mas ainda existem limitações. Para Lam, as causas das inundações no Porto Interior e Coloane mantêm-se. É preciso intervir, reclama Agnes Lam, e realizar projectos cujos resultados se reflictam no futuro.

Terra esquecida

A deputada quer conhecer o plano para travar o avanço das ondas na costa de  Coloane e facilitar a drenagem das águas. De acordo com Lam, não há ainda um projecto, nem se interveio na zona costeira levando a que os lixos acumulados dificultassem ainda mais o escoamento das águas.

Por outro lado, os sistemas de drenagem do Porto Interior foram de facto melhorados, mas o problema das inundações continua por resolver, admite a deputada.

Para Agnes Lam, “não é através da atribuição de subsídios sempre que há cheias, que se vai evitar a perda de bens e os estragos nas casas e estabelecimentos comerciais dos que ali vivem e trabalham”. Neste sentido, a deputada apela ao Governo que, tendo em conta o futuro plano de renovação urbana, estabeleça um planeamento adequado para evitar a subida das águas e livrar moradores e empresários “do pesadelo anual das inundações”.

“Pudemos observar que foram aprendidas lições com o tufão Hato e tomámos medidas mais eficazes para lidar com este tipo de catástrofes”. Faltam agora projectos claros para evitar os problemas que se repetem, remata a deputada.

21 Set 2018

Myanmar | Relatório da ONU revela detalhes do genocídio dos rohingya

Relatos de genocídio, violações, tortura e bombardeamentos indiscriminados são algumas das atrocidades denunciadas numa investigação das Nações Unidas aos crimes cometidos pelas autoridades birmanesas contra a minoria rohingya. O relatório apresentado pelo Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU releva provas detalhadas dos “mais graves crimes à luz do direito internacional”

[dropcap style≠‘circle’]Q[/dropcap]uando o exército do Myanmar entrou na aldeia Min Gyi, no Estado de Rakhine na parte oeste do país, colocou em acção um plano genocida contra a minoria rohingya que ficará para a história como uma das mais chocantes atrocidades cometidas neste início de século. Metodicamente, os soldados separam todos os homens da povoação para os colocarem em frente do pelotão de fuzilamento. Depois de dispararem, cortaram friamente as gargantas daqueles que ainda se mexiam.

Depois da matança meticulosa dos homens, a atenção dos militares virou-se para mulheres e crianças. Desta vez, o método e o calculismo foi substituído pelo caos. Famílias foram trancadas em casas regadas com gasolina e queimadas vivas. Crianças que tentaram escapar foram baleadas, algumas jogadas ao rio e outras atiradas para o fogo, incineradas perante a dor incalculável das mães. Mulheres e raparigas foram violadas até à exaustão, mutiladas e mortas.

Estes são alguns dos horrendos detalhes revelados pelo relatório das Nações Unidas sobre as atrocidade cometidas contra a minoria muçulmana rohingya na Birmânia, consideradas “os crimes mais graves à luz da lei internacional”.

As 444 páginas apresentadas esta semana em Genebra pelo Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU são uma compilação dos episódios de barbárie que levaram mais de 750 mil muçulmanos rohingya a fugir para o Bangladesh. O documento serve de base a acusações de genocídio.

Em resposta ao relatório, o Governo do Myanmar negou categoricamente que as forças armadas tenham cometido as atrocidades descritas pelos observadores internacionais. Aliás, as autoridades birmaneses defenderem que as suas tropas se limitaram a reagir aos ataques de militantes rohingya contra a polícia fronteiriça e algumas povoações.

Por seu lado, o painel de observadores da ONU respondeu às autoridades birmanesas referindo que “as explicações apresentadas não fazem sentido”, e que “as matanças foram generalizadas, sistemáticas e brutais”. Aliás, Marzuki Darusman, que liderou a investigação, disse ao Altor Comissariado para os Direitos Humanos que “no centro de todas as violações de direitos humanos analisadas esteve sempre a extrema brutalidade usada pelas forças militares birmanesas”.

“A matança de civis de todas as idades, incluindo bebés, não pode servir de justificação para acções de contra-terrorismo. Não há como justificar a violação de mulheres e raparigas, ou queimar pessoas vivas. Estas acções são um ataque deliberado contra um povo específico”, acrescenta Darusman.

Processo penal

O painel de observadores requereu ao Conselho de Segurança da ONU que os responsáveis por estes crimes sejam julgados no Tribunal Penal Internacional. Um dos acusados deverá ser o líder máximo das forças armadas do Myanmar, identificado como um dos responsáveis pela barbárie. Foi também sugerido ao Conselho de Segurança a imposição de um embargo à venda de armas ao Myanmar, aplicação de sanções a indivíduos específicos, incluindo o congelamento de activos e proibição de viajar. “Qualquer relação com as forças armadas birmanesas, os seus líderes e parceiros de negócios é indefensável”, foi apontado pelo painel de observadores.

Não é usual que uma investigação a violações de direitos humanos proponha o desmantelamento de hierarquias militares, ou alterações constitucionais para acabar com o domínio político de generais. Ainda assim, o painel de observadores apelou à substituição dos líderes do Tatmadaw (exército birmanês), e aconselhou a supervisão dos poderes políticos e civis das forças armadas e ao fim do controlo apertado do parlamento pelos generais.

A transição de um Governo liderado por militares para um dirigido por civis, que permitiu a ascensão ao poder de Aung San Suu Kyi como Chefe de Estado, foi travada e, de certa maneira, até regrediu desde que a laureada pelo Prémio Nobel da Paz tomou posse. A opinião foi expressa por Christopher Sidoti, um dos observadores responsáveis pelo relatório da ONU. Sidoti acrescentou ainda que “a democracia não pode ser construída com base em alicerces de genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade”.

O caso de Min Gyi

O relatório tornado público esta semana está repleto de descrições de mulheres atadas a árvores pelas mãos, ou cabelos, e subsequentes violações, crianças que correm de casas a arder e que são forçadas a voltar a entrar nas habitações em chamas, uso generalizado de tortura com paus de bambu, pontas de cigarros e cera quente. Existem também relatos de colocação de minas em caminhos usados pela minoria muçulmana na fuga às atrocidades cometidas pelo exército birmanês.

De acordo com o relatório, pelo menos 750 habitantes de Min Gyi morreram na sequência do ataque dos militares. Desde que começaram as “operações”, que duram há mais de dois meses, estima-se que pelo menos 10 mil pessoas tenham sido assassinadas. Esta foi a realidade resultante de mais de 875 entrevistas a vítimas e testemunhas dos mais variados grupos étnicos e religiosos. Imagens de satélite mostram que 40 por cento das povoações no norte do Estado de Rakhine foram totalmente ou parcialmente destruídas.

De acordo com o líder do painel de observadores da ONU, todas as circunstâncias que rodeiam as “operações de liberação” evidenciam intenções genocidas e flagrante desproporcionalidade face a qualquer possível ameaça de militantes radicais. Aliás, o relatório refere que não houve sequer tentativas para identificar possíveis terroristas ou alvos militares, ou mesmo distinções entre militantes e civis.

O sistemático incremento de tropas na região, antes de acontecerem ataques de militantes, revela o envolvimento das mais altas esferas de comando militar e “um plano organizado de destruição com intenções genocidas”.

Aliás, os métodos bárbaros utilizados na campanha contra os muçulmanos rohingya não são novos. Por exemplo, a instrumentalização das violações como táctica de guerra aplicada em Rakhine, tem sido usada pelas autoridades birmanesas há décadas em conflitos com outras minorias no Myanmar. As tropas violam mulheres e raparigas sistematicamente e matam específica e deliberadamente crianças. De acordo com o relatório, oitenta por cento dos casos de violação relatados acontecem em grupo, acompanhados frequentemente pelo assassinato dos filhos da vítima enquanto esta é violada.

O resultado da investigação da ONU mostra também que muitas vezes as mulheres são mordidas na cara, peito ou coxas e mutiladas nos órgãos reprodutivos como forma de serem “marcadas”.

Uma mulher, que foi violada em conjunto com a irmã, contou ao painel de observadores que os soldados lhe disseram que a iriam violar até
à morte. “Vamos matar todos os rohingya, este não é o vosso país”, terá sido uma das frases ouvidas pela vítima.

Morte em crescendo

A missão da ONU conclui que o que aconteceu no Estado de Rakhine foi um desastre que se via a milhas. Depois de décadas de discriminação oficial que limitou o acesso da minoria rohingya à cidadania e à educação, e da disseminação de discursos políticos inflamados por ódio, o desastre humanitário era uma inevitabilidade à espera de acontecer.

Ultranacionalistas e extremistas religiosos têm acentuado o antagonismo racial diabolizando os rohingya como imigrantes “bengalis” que representam um ameaça existencial à identidade budista do Myanmar. Um dos líderes militares que alinha nesta violenta doutrina é o General Min Aung Hlaing, que durante as campanhas de matança referiu que “o problema bengali é um trabalho por terminar”, acrescentando que o Governo estava a “tratar do assunto”.

Tanto as forças armadas como o Governo civil, liderado por Aung San Suu Kyi, têm descrito as acções militares como respostas apropriadas para combater o terrorismo. Como tal, não de estranhar que, além das acusações ao exército birmanês, o relatório da ONU critique o papel passivo de Aung San Suu Kyi no último ano. “Ela não usou a posição de Chefe de Estado, nem a sua autoridade moral, para atenuar ou prevenir o desenrolar dos acontecimentos no Estado de Rakhine”.

21 Set 2018

Imobiliário | PJ confirma investigação a empresa ligada a irmã de Agnes Lam

Oito residentes apresentaram queixa contra a empresa TH Group e Onida Lam devido a investimentos num projecto de imobiliário na Indonésia. Em causa estão 5,36 milhões de patacas

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) está investigar a empresa TH Group, que tem como CEO Onida Lam, irmã da deputada Agnes Lam, devido à venda de vivendas num projecto imobiliário na Indonésia. Oito residentes apresentaram queixa junto das autoridades, devido ao facto de não terem recebido as vivendas que alegadamente compraram na Ilha de Bintão, cuja data de conclusão seria 2015, nem terem visto o seu dinheiro devolvido.

“Há um conjunto de oito residentes de Macau que apresentaram queixa, alegando que foram vítimas de uma burla e que as suas perdas totalizam 5,36 milhões de patacas. O caso ainda está a ser investigado”, afirmou a PJ, ontem, numa resposta ao HM.

O assunto foi primeiramente relatado pela MASTV, no início deste mês, com base nos depoimentos de alegadas vítimas. Apesar de apenas oito residentes terem apresentado queixa, haverá cerca de 56 locais envolvidos, que terão feitos investimentos na ordem dos 600 mil e 800 mil dólares de Hong Kong, cada, o que poderá fazer com que o esquema envolva entre 33,6 milhões e 44,8 milhões.

Segundo as condições propostas, os investidores comprariam vivendas, em construção, no projecto “Indonesia Street City”, na ilha de Bintão, a troco de uma quantia entre 600 mil e 800 mil dólares de Hong Kong.

Além disso, havia a possibilidade de arrendar a propriedade à empresa após a conclusão das obras, prevista para 2015, pelo que a TH Group Limited prometia um retorno que poderia chegar a 200 por cento do valor investido.

No entanto, desde 2015 que os investidores esperam pelas vivendas e agora o Consulado da Indonésia em Hong Kong, que alegadamente verificou os contratos na altura do investimento, considerou os documentos ilegais.

Num primeiro momento, devido à dificuldade em entrar em contacto com Onida Lam, os residentes chegaram mesmo a reunir-se com a deputada Agnes Lam, que os colocou em contacto com o advogado da empresa.

Burla negada

Por sua vez, após a divulgação das notícias sobre o caso, a empresa TH Group e Onida Lam divulgaram um comunicado a negar a existência de uma burla e a ameaçaram processar as pessoas que denunciaram o caso.

“Os entrevistados e a MASTV devem fornecer a carta oficial do Consulado Geral da Indonésia em Hong Kong com as alegações dos contratos mencionados, assim como prova de que os contratos são ilegais”, foi referido, na altura. “Caso contrário, a empresa reserva o direito de agir legalmente contra as pessoas e o órgão de comunicação social”, foi acrescentado.

Também no mesmo documento, a empresa TH Group e Onida Lam negaram qualquer envolvimento no projecto da deputada Agnes Lam, e prometeram agir, face a eventuais danos causados para a família da deputada e da CEO da empresa, Onida.

20 Set 2018

Dados pessoais | CTM expande centro para Hong Kong

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais (GPDP) informou ontem que a CTM planeia expandir as actividades do centro de dados para Hong Kong, o que envolve a eventual transferência de dados pessoais de entidades de Macau. O GPDP espera poder “tomar medidas eficazes para regulamentar a transferência” de informações, “sob premissa de proteger os interesses dos titulares dos dados”.

Em comunicado, o GPDP indica que emitiu um parecer sobre a transferência de dados pessoais de entidades de Macau para Hong Kong causada pela expansão de actividades do centro de dados da CTM para Hong Kong. Contudo, o documento encontra-se disponível apenas em língua chinesa.

Segundo o organismo, o parecer explica “detalhadamente a transferência transfronteiriça de dados pessoais e a garantia para os titulares dos dados a partir do ponto de vista de protecção de dados pessoais”, bem como os “requisitos explícitos sobre as cláusulas do contrato relacionado e processos de conveniência recém-definidos”. Isto – complementa – “a fim de tratar os pedidos apresentados pelas entidades de Macau de forma mais rápida e eficaz sem afectar os direitos e liberdades fundamentais dos titulares dos dados”.

“Existem necessidades reais de utilização do centro de dados a estabelecer em Hong Kong pela CTM”, defende o GPDP, ao argumentar que a pequenez da cidade ou a elevada densidade populacional, por exemplo, constituem “factores que limitam a capacidade de estabelecimento de ficheiros de dados de recuperação em desastres”.

20 Set 2018

Terrenos | Revista concessão da Associação Comercial para ampliar escola

[dropcap style≠‘circle’]F[/dropcap]oi revista a concessão, por arrendamento, de um terreno com 3.238 metros quadrados de área, perto do Canídromo. A Associação Comercial de Macau, que é a titular do direito, pretende ampliar as instalações da escola de ensino gratuito, de seis andares, erigindo um edifício adicional, que compreende 17 pisos, dois dos quais em cave, destinado às finalidades de escola e estacionamento.

Segundo o despacho do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, publicado ontem em Boletim Oficial, 220 metros quadrados ficarão sujeitos a servidão administrativa do sistema de drenagem de águas pluviais. O terreno em causa situa-se na Avenida do Conselheiro Borja n.os 480 e 496, na Rua Leste da Ilha Verde n.os 11, 63 e 69 e na Travessa dos Lótus n.º 30.

À luz das novas cláusulas, o arrendamento é renovado até 1 de Maio de 2030. A renda anual corresponde actualmente a 3.238 patacas, ou seja, uma pataca por metro quadrado. Um valor que pode ser actualizado de cinco em cinco anos na sequência da revisão da concessão.

O reaproveitamento do terreno deve operar-se em 54 meses, ou seja, quatro anos e meio. Um prazo que inclui a apresentação e apreciação do projecto de obra e para a emissão das respectivas licenças. Em caso de incumprimento do prazo, a concessionária fica sujeita a uma multa de 5.000 patacas por cada dia de atraso, no máximo de 150 dias.

Imobiliário | Preço médio do metro quadrado acima das 99 mil patacas em Agosto

O preço médio do metro quadrado das casas atingiu 99.254 patacas em Agosto, traduzindo um aumento de 4.432 patacas face ao mesmo mês do ano passado. Segundo dados publicados pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) – respeitantes às fracções autónomas destinadas à habitação que foram declaradas para liquidação do imposto do selo por transmissões de bens –, Coloane apresentava o valor mais elevado (123.075), seguindo-se a península (98.580) e a Taipa (97.614). Também as transacções aumentaram: Em Agosto foram vendidas 759 casas, contra 594 em igual mês de 2017.

 

20 Set 2018

Ponte do Delta | 40 quotas para empresas de transporte transfronteiriço de passageiros

Quatro dezenas de empresas de transporte transfronteiriço de passageiros vão ter autorização para circular na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Não foi fixado um limite de viagens, mas a entrada na China encontra-se vedada

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]briu ontem o prazo de candidatura às 40 quotas para circulação na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau que vão ser atribuídas por Macau a empresas exploradoras titulares de licença para transportes terrestres transfronteiriços de passageiros. O anúncio dos felizardos será feito no próximo dia 5.

As 40 quotas dividem-se em três grupos: 12 destinam-se “a empresas de transportes terrestres fronteiriços de passageiros” e outras tantas “a empresas exploradoras da indústria de aluguer de veículos motorizados de passageiros sem condutor”, ou seja, companhias de “rent-a-car”. As restantes 16 quotas estão reservadas a empresas que detenham licença de agência de viagem.

Segundo o anúncio da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), publicado ontem em Boletim Oficial, as 40 quotas visam permitir que as referidas empresas forneçam “um serviço agendado de transportes de passageiros, de ponto a ponto, em viagens” entre Macau e Hong Kong, “não sendo permitida a tomada e largada de passageiros ao longo do percurso da viagem”.

“Cada quota corresponde a um automóvel ligeiro de passageiros que preencha os requisitos. Não foi definido um número limite de viagens por veículos, no entanto, não é permitida a entrada no Interior da China”, diz o mesmo anúncio.

Toto-quota

Os pedidos para atribuição das quotas concedidas em Macau podem ser entregues até ao próximo dia 28. A selecção vai ser feita por sorteio electrónico.

O mesmo sistema foi utilizado para atribuir as 600 quotas (300 para particulares e 300 para empresas), com a validade de um ano, a automóveis ligeiros que pretendam circular na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau.

Não há ainda, no entanto, data oficial de abertura da Ponte do Delta. De acordo com estimativas oficiais, o volume diário de tráfego na Ponte do Delta deve atingir os 29.100 veículos em 2030 e 42.000 em 2037, enquanto o volume diário de passageiros pode vir a rondar os 126.000 e os 175.000, respectivamente.

20 Set 2018

Jerónimo Badaraco vai tentar renovar o título no GP

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] vencedor da edição 2017 da Taça CTM de Carros de Turismo de Macau do Grande Prémio de Macau, na classe para viaturas “até 1600cc Turbo”, o macaense Jerónimo Baddaraco, decidiu optar por defender o ceptro conquistado, em vez de tentar uma incursão por uma das corridas cabeça de cartaz do evento.

Após ter colocado em dúvida a sua permanência nas corridas locais, o piloto do Chevrolet Cruze preparado pela Son Veng Racing Team acabou por participar nas duas jornadas do Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa), tendo-se qualificado com naturalidade para a Taça de Carros de Turismo de Macau do mês de Novembro.

Badaraco já alinhou no passado na Corrida da Guia e admitiu ao HM que “gostaria de correr noutras corridas, como o WTCR ou a Taça GT Macau, mas os orçamentos são muitos altos e é muito difícil conseguir obter bons resultados contra pilotos profissionais.”

“Nóni”, como é conhecido na cena automobilística local, acredita que na ex-“Taça CTM” tem “uma oportunidade maior de regressar novamente ao pódio”, o objectivo primordial para a participação deste ano.

Contudo, Badaraco também não esconde que regressará ao Circuito da Guia “com vontade de vencer, mas não será fácil, pois depende do carro e da sorte.”

Depois de ter subido ao degrau mais alto do pódio na Taça ACP em 1999, Badaraco repetiu a proeza o ano passado, numa corrida em que suplantou a favorita concorrência de Hong Kong apesar das condições climatéricas adversas.

 

Do descontentamento

A exemplo de vários outros pilotos do território, Badaraco já por várias vezes mostrou publicamente o seu descontentamento pela opção tomada em 2017 pela Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) em unir as duas categorias do MTCS – viaturas “até 1600cc Turbo” e viaturas de motorização “superior a 1950cc” – numa só corrida.

“Honestamente, não estou satisfeito com o que a AAMC está a fazer, colocando duas categorias numa só corrida”, diz o piloto macaense, alertando que para além de “achar que é perigoso”, devido aos andamentos díspares das viaturas, esta fusão de classes é “injusta para os pilotos da classe 1600cc Turbo” que perdem muito do mediatismo da sua participação.

Para preparar o Grande Prémio, visto que não há mais provas locais agendadas até à grande final, Badaraco esteve no fim-de-semana a participar numa corrida de carros de Turismo no circuito permanente de Zhuhai. O objectivo principal “foi rodar o novo motor, sem preocupações com os resultados”, até porque a corrida prevista para domingo foi cancelada devido à passagem do tufão Mangkhut.

Badaraco está a tentar viabilizar a participação na próxima prova do campeonato TCR China, no mês de Outubro, existindo a possibilidade de guiar um Volkswagen Golf GTi TCR no Circuito Internacional de Xangai.

Vintena de locais

As inscrições para a Taça de Carros de Turismo de Macau do 65º Grande Prémio de Macau encerraram no passado dia 7 de Setembro. A lista de inscritos só será revelada ao público no mês de Outubro, mas 26 pilotos da RAEM tinham entrada directa para ocupar as 36 vagas disponíveis desta corrida. Todavia, foram muitas as caras conhecidas que não tinham conseguido a qualificação, como Célio Alves Dias, Rui Valente, Eurico de Jesus e Mak Ka Lok na classe “até 1600 Turbo”, ou Jo Rosa Merszei e Luciano Castilho Lameiras na “superior a 1950cc”.

20 Set 2018

PM chinês apela ao livre comércio

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, apelou ontem ao apoio global ao livre comércio face à escalada nas disputas comerciais entre Pequim e Washington, suscitadas pelas políticas da China para o sector tecnológico.

Num discurso proferido na “Reunião Anual de Novos Campeões”, conhecido como ‘Davos de Verão’, em Tianjin, Li defendeu que as disputas devem ser resolvidas através de consultas e apelou ao multilateralismo.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na terça-feira taxas alfandegárias sobre um total de 200 mil milhões de dólares (171 mil milhões de euros) de importações oriundas da China. Pequim afirmou que vai retaliar com “medidas sincronizadas”.

“É essencial defendermos os princípios básicos do multilateralismo e livre comércio”, afirmou o primeiro-ministro chinês. “O unilateralismo não oferece solução viável”, disse.

O primeiro-ministro chinês prometeu ainda “melhorar o ambiente empresarial” para as empresas estrangeiras, reafirmando os compromissos da China em dar tratamento igual às firmas estrangeiras e domésticas, uma promessa feita pelo país quando aderiu à OMC, em 2001, mas que grupos empresariais e governos estrangeiros afirmam que Pequim frequentemente não cumpre.

“Vamos garantir que todas as empresas, chinesas ou estrangeiras, desde que estejam registadas na China, serão tratadas de forma igual”, afirmou.

20 Set 2018

China nega tentativa de interferir nas eleições norte-americanas

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] China negou ontem qualquer tentativa de interferir nas eleições nos Estados Unidos, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter acusado Pequim de punir sobretudo os seus eleitores nas disputas comerciais com Washington.

“Qualquer pessoa que perceba alguma coisa da diplomacia chinesa sabe que nunca interferiremos nos assuntos internos de outros países”, afirmou Geng Shuang, porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.

Na terça-feira, Trump acusou a China de “tentar influenciar” e “distorcer” as eleições norte-americanas, ao impor taxas alfandegárias retaliatórias que visam os “agricultores, empreendedores e operários” que lhe são “leais”.

Na segunda-feira, o Presidente dos Estados Unidos anunciou taxas alfandegárias sobre um total de 200 mil milhões de dólares  de importações oriundas da China.

No dia seguinte, Pequim prometeu retaliar com “contra medidas sincronizadas”, mas sem avançar com mais detalhes.

Em Julho passado, quando Trump impôs taxas de 25% sobre 50 mil milhões de dólares de bens chineses, Pequim reagiu com impostos sobre produtos agrícolas norte-americanos, visando atingir a América rural, onde estão concentrados muitos dos eleitores de Trump.

A nova ronda de taxas alfandegárias anunciadas por Trump entra em vigor a 24 de Setembro e será de 10%, até ao final do ano. A 1 de Janeiro aumenta para 25%.

Em causa está o plano “Made in China 2025”, impulsionado pelo Estado chinês, e que visa transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.

Os EUA condenam a transferência forçada de tecnologia por empresas estrangeiras, em troca de acesso ao mercado, a atribuição de subsídios a empresas domésticas e obstáculos regulatórios que protegem os grupos chineses da competição externa.

20 Set 2018

Pequim espera que Coreias implementem acordo “com sinceridade”

Pyongyang e Seul assinaram um acordo histórico que elimina 11 postos militares de fronteira e reduz drasticamente potenciais conflitos militares entre os dois vizinhos. Pequim saúda o encontro dos dois líderes coreanos e apela à honestidade dos intervenientes

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Governo chinês afirmou ontem desejar que as duas Coreias implementem “com sinceridade” o acordo alcançado durante a cimeira celebrada em Pyongyang, visando alcançar uma paz duradoura na região.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, assinaram ontem uma declaração conjunta, que poderá ser importante para o futuro diálogo sobre a desnuclearização da península, entre Pyongyang e Washington.

“Os laços bilaterais estão a melhorar, permitindo baixar a tensão militar na região, e avançar rumo à desnuclearização e negociações para a paz”, afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang.

“Esperamos que ambas as partes implementem com sinceridade a importante declaração (…) visando contribuir para uma solução pacífica do problema na península e garantir uma paz duradoura na região”, acrescentou.

Durante a cimeira, os ministros da Defesa das duas Coreias, que tecnicamente continuam em guerra, assinaram ainda um histórico acordo militar, que reduz a possibilidade de se produzirem choques fronteiriços entre os respectivos exércitos.

De acordo com o documento, os dois países vão suspender – a partir do dia 1 de Novembro – as respectivas manobras junto à fronteira terrestre e eliminar 11 postos militares de fronteira até ao final do ano.

As duas Coreias vão estabelecer também uma zona de restrição aérea junto à linha de divisão e determinar uma zona junto à fronteira marítima em que vão ser proibidas manobras navais.

O mesmo documento refere que o acordo assinado ontem prevê o alívio da tensão militar entre os dois países.

Antes da visita a Pyongyang, Moon Jae-in defendeu que a implementação das novas medidas sobre a diminuição da actividade militar na fronteira é “um grande passo” para o estabelecimento da paz na península, além de promover a melhoria das ligações entre os dois países.

Segundo o chefe de Estado da Coreia do Sul, o acordo militar de fronteira favorece também o diálogo da Coreia do Norte com a administração norte-americana sobre a desnuclearização.

Caminhos da paz

Na declaração conjunta assinada ontem por Moon e Kim, Pyongyang compromete-se a tomar medidas para o encerramento da central norte-coreano de Yongbyon, considerada como o “epicentro” do programa nuclear, tal como ficou decidido na Cimeira de Singapura.

A declaração conjunta prevê também aumentar as trocas transfronteiriças no sentido do desenvolvimento económico comum e, em concreto, o empreendimento de ligações ferroviárias e rodoviárias antes do final do ano.

Por último, foi decidido promover reuniões de famílias separadas pela guerra (1950-1953), através de ligações vídeo e a abertura de um gabinete na cidade fronteiriça norte-coreana para que os civis dos dois países possam localizar familiares.

20 Set 2018

ATFPM quer aumento de cinco por cento para funcionários públicos

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) pede ao Governo um aumento de cinco por cento nos salários dos trabalhadores.

A sugestão foi feita numa reunião que a ATFPM teve com a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, destinada a “expressar opiniões tendo em conta as Linhas de Acção Governativa de 2019″, revelou José Pereira Coutinho ao HM.

Para o deputado e presidente da direcção da ATFPM é urgente que o Governo actualize os salários dos trabalhadores da função pública com um aumento de cinco por cento. “É preciso ter em consideração que ainda falta recuperar o poder de compra que continua diminuído devido à inflação atribulada que se regista desde o estabelecimento da RAEM”, justifica.

Terras reservadas

A ATFPM quer ainda que Chui Sai On, antes de deixar o cargo, proceda à reserva de terrenos para construção de habitação destinada a trabalhadores da função pública e das forças de segurança. De acordo com o deputado, Sónia Chan reagiu  à sugestão “de uma forma positiva, até porque o Chefe do Executivo sempre teve muito interesse na situação de habitação destes trabalhadores”.

No entanto, esta preocupação ainda não se manifestou em actos efectivos e que passariam pela “reserva de terrenos para esta função e o planeamento dos mesmos tendo em conta o uso exclusivo para a construção de habitação para trabalhadores da função pública”, sublinha Pereira Coutinho.

A ATFPM quer ainda que o Chefe do Executivo resolva antes do fim do último mandato, “de uma vez para sempre, a questão dos aposentados da Caixa Geral de Aposentações para que possam voltar a receber os subsídios de residência que foram cortados há alguns anos”.

De acordo com o deputado, a aceitação por parte do Governo destas sugestões seria uma forma airosa de Chui Sai On terminar o seu mandato. “Temos a expectativa que, sendo o último ano do mandato do Chefe do Executivo, ele possa deixar uma boa memória da sua governação de Macau perante os trabalhadores da função pública”, remata.

20 Set 2018

El duende

[dropcap style≠‘circle’]E[/dropcap]xperimentei no meu quase afogamento da semana transacta um estado prostrador de isolamento e de separação, instrumentos com que a morte pode actuar. Afinal, morre-se em comunhão ou contra ela: até a morte tem estas duas faces.

Levei demasiado tempo a combater contra a água sem me lembrar de que a água nos sustém. A minha consciência estava dividida. Naquele momento, seria uma morte macaca por causa das sensações despoletadas que acrescentariam agonia e desespero aos últimos instantes, ou melhor: um estado de orfandade.

Seria o contrário de morrer, por exemplo, numa trincheira, ao serviço de uma causa redentora, o que nos faz superar o medo e a eclosão da iminência, porque na verdade estamos fora de nós, envolvidos em algo que nos ultrapassa: aí «o corpo – como bem descreveu Ruy Belo – entra por engano morte»; ou de morrer mergulhado – a linguagem é tramada – num sentimento de unicidade, como o rio que penetra no mar, numa reminiscência que o exalta. Julgo ser disto que falam os místicos quando mencionam a importância da palavra Deus ser a última palavra. Julgo até que nomear Deus é outra forma de designar uma experiência que se localiza além das palavras e nos devolve a um estado de não-dualidade.

Só que esta experiência é concreta, não tem nada de “metafísica”.

A este sentimento de unicidade – como muita gente – já o experimentei. Algumas vezes nas aulas, ou numa por outra palestra, quando engreno na palavra e solta-se um fio discursivo que se conduz a si mesmo, num fluxo que ultrapassa as minhas capacidades expressivas. Aquela limpeza de raciocínio não é pauta que me pertença. Não me é habitual afluírem as palavras com o recorte, a nitidez, de quem lê um teletipo invisível, interior. Sou mais trapalhão, menos ordenado, menos inteligível. Contudo, nesse transe que me ocorre sulcar há um momento em que sou, à vez, actor, espectador e encenador, na medida em que observo os efeitos que a minha emprestada eloquência – num tempo dilatado, que não é o dos relógios – produz nos alunos.

Quando sou transportado por esta inominada energia verbal, embora não seja propriamente o ‘autor’ do texto, controlo a cadência rítmica, a respiração das frases, a melodia. Os alunos ou a plateia reagem consoante as virtualidades do instrumento cognitivo, a sua capacidade de escuta, mas claramente naquele momento somos um, como num cardume ou orquestra – enovelados na espécie de inteligência não circunscrita que nos abarca. O mais surpreendente é que ao mesmo tempo que as palavras me conduzem me sinto um ponto atento aos meandros, às minudências da enunciação – não separado da experiência mas numa dobra da mesma.

Inesperada aptidão e talvez similar à que Pere Gimferrer atribui ao poeta: ver o acto de ver, dobra na qual a consciência se reconhece a si mesma e as palavras se conciliam com o mundo que designam – em confluência.

Será esta a experiência do self-remembering a que aludem certos mestres budistas? Sinto que aquele fluxo discursivo se resgata ali, e a si mesmo, do esquecimento, expondo a sua face inteira, a sua amplitude, e que ressoa em mim uma maravilhosa não-identidade; a qual me consente encarnar aquela presença a si-mesmo, sem me fundir nela.

O que me surpreende nesta experiência não é tanto o fluido encadeamento dos conceitos como a sua liquidificação, a sensação de experimentar um pensamento pensante que transborda largamente a represa do pensamento pensado e se apresenta como a condição de possibilidade que emerge após o desaparecimento do sujeito que, paradoxalmente, incubou e expandiu.

Será raro esse estado de não-dualidade.

Nunca ouvi nenhum professor falar desta ocorrência e que sei comum ao que experimentam alguns actores durante a actuação. É como um despertar dentro da palavra e uma navegação no seu leito: basta seguir o ponto-da-vela, prenhe por uma lucidez diáfana.

E nesse estado tudo parece a um tempo simples e novo, como a resposta que o bailarino Nijinsky deu à senhora que no bar do teatro lhe perguntou:

«como é que faz?
perdão?
a maior parte das pessoas quando salta no ar vem imediatamente para baixo…
porque hão-de vir logo para baixo… – replicou Nijinsky – demorem-se no ar um bocadinho, antes de descerem…».

Agora leio no último e maravilhoso livro do John Berger, Confabulações, este naco sobre El Duende:

«Os artistas de flamenco falam muitas vezes de el duende. O duende é uma qualidade, uma ressonância que torna uma actuação inesquecível. Ocorre quando um artista é possuído, habitado por uma força ou um conjunto de compulsões vindas do exterior de si mesmo. O duende é um fantasma do passado e é inesquecível porque visita o presente para se dirigir ao futuro.

No ano de 1933, o espanhol Garcia Lorca proferiu uma palestra em Buenos Aires relativa à natureza do el duende. (…) “todas as artes”, declarou ele na sua palestra, “são capazes de duende, mas onde ele naturalmente encontra mais espaço é na música, na dança e na poesia declamada, uma vez que elas necessitam de um corpo vivo que as interprete, porque são formas que nascem e morrem de um modo perpétuo e elevam os seus contornos sobre um presente exacto. El duende actua sobre o corpo da bailarina como o vento sobre a areia”»

um mundo em estado de dador: imagens à procura de um relator, pensamentos que buscam o seu pensador, ritmos que procuram o seu canal (as configurações do duende) e calha-nos ser o transporte para o tempo dessas ”doações” mas só o corpo as intercepta e traduz.

Isso nota-se muito em quem recita: há quem só dê o conteúdo, aí captamos com a inteligência, e quem consiga o regresso do poema a um estado pré-verbal, que a performance do corpo, daquela voz, naquela expressividade, volta a fazer nascer.

Aí emocionamo-nos e o contacto com o recitador levanta o vento sobre a areia: então “vemos” o que ouvimos.

20 Set 2018

Raimundo do Rosário faz balanço positivo da passagem do tufão Mangkhut

[dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]ão causou mortos nem feridos graves e também ao nível dos danos para as obras sob a tutela da secretaria dos Transportes e Obras Públicas não houve um grande impacto. É por estas razões que Raimundo do Rosário considerou, ontem, que a resposta e a preparação face ao tufão Mangkhut, que assolou o território durante o fim-de-semana, foi positiva.

“Desta vez, felizmente, não houve nenhuma morte e nem feridos graves. Há alguns feridos, mas parece que são poucos e todos de forma ligeira”, começou por dizer, ontem, Raimundo do Rosário. “Na nossa área houve alguns problemas de electricidade, mas o balanço geral que faço é francamente positivo, sobretudo comparado com o ano passado, tendo em conta o tufão e a intensidade”, acrescentou.

O secretário para os Transportes e Obras Públicas fez ainda a comparação com o tufão Hato: “no passado, com o Hato, tivemos que reparar 220 postos de transformação. Este ano só tivemos de reparar 90”, explicou.

Deloitte reuniu com CRU

Também ontem, o Conselho da Renovação Urbana, presidido por Raimundo do Rosário, esteve reunido com a Deloitte, empresa que venceu o concurso público para fornecer os serviços de consultadoria para a renovação do território. Em troca vai receber um pagamento de 14,5 milhões de patacas.

“Os trabalhos vão ser desenvolvido por fases. Na primeira fase, a empresa tem de entregar um relatório, em Novembro. Também vão ter de fazer um documento de consulta, porque vamos fazer uma consulta pública neste domínio. Após o relatório da consulta pública, terão de fazer um outro relatório, que será o final”, revelou.

Zona D arranca no final do ano

Até ao final do ano, os trabalhos para a criação do aterro para a Zona D, que fica situada entre a Ponte Governador Nobre de Carvalho e a Ponte da Amizade, vão começar. “A zona D está em fase de avaliação de propostas. Até ao final do ano devem começar os trabalhos”, disse, ontem, Raimundo do Rosário. Já em relação à Zona C, situada entre a Ponte Governador Nobre de Carvalho e a Ponte de Sai Van, está em fase de projecto.

20 Set 2018

SMG | Raymond Tam substituído por chefe de Divisão de Meteorologia

O facto da acumulação de nomeações não poder exceder o período de um ano justifica a troca nos SMG. Raymond Tam vai ser substituído por Tang Iu Man, mas mantém “a melhor das impressões” junto do secretário Raimundo do Rosário

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] director interino dos Serviços de Meteorologia e Geofísicos (SMG), Raymond Tam, cumpriu ontem o último dia no cargo. A notícia foi avançada pelo Governo, que revelou também que o chefe de Divisão de Meteorologia, Tang Iu Man, vai ser o novo director, em regime de substituição.

Raymond Tam teve de deixar o cargo, uma vez que como director dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) não pode acumular outras funções por um período superior a um ano. A explicação foi dada, ontem, por Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas.

“A nomeação dele [Raymond Tam] era por um ano e é aquele tipo de nomeação que não é prorrogável, por isso, acabou hoje [ontem]”, explicou Raimundo do Rosário.

Contudo, o secretário defende que o director da DSPA teve uma excelente prestação nos Serviços de Meteorologia e Geofísicos. “Tenho a melhor das impressões sobre o desempenho do engenheiro Raymond Tam. Mas a realidade é esta: ele é o director do Serviços de Protecção Ambiental. Estava como director dos SMG em regime de acumulação, o que só permite que seja feito por um ano”, clarificou.

Em relação à escolha de Tang Iu Man para o cargo de director substituto e à de Leong Weng Kun, para a posição de subdirector, que até agora estava desocupada, o secretário explicou que foram procuradas soluções internas nos SMG. A solução é temporária.

“Ainda não há novo director. O que há a partir de amanhã são dois senhores da Direcção de Serviços de Meteorologia e Geofísicos que farão o favor de assegurar, em regime de substituição, o cargo de director e de subdirector”, disse Raimundo do Rosário. “Esta substituição, por agora, é por seis meses”, acrescentou.

O secretário escusou-se ainda a fazer comentários sobre a futura nomeação: “O futuro dirá”, frisou.

Advogado do diabo

Raymond Tam assumiu funções na DSPA, após a controversa saída Fong Soi Kun. O ex-director dos SMG pediu para se aposentar, depois da passagem do tufão Hato, que vitimou 10 pessoas. Fong ainda mantém um diferendo jurídico contra o Governo, uma vez que contesta a pena que lhe foi aplicada no âmbito do processo instaurada na sequência do tufão.

Por sua vez, Tang Iu Man tem um mestrado e licenciatura em Ciência Atmosférica pela Universidade de Taiwan, além de um outro mestrado em Gestão Pública, pela Universidade de Pequim. Está nos SMG desde 2005, altura em que entrou para a posição de meteorologia operacional.

20 Set 2018

Fotografias de Edgar Martins em exposição de obras feitas por presidiários

[dropcap style≠‘circle’]U[/dropcap]ma série de fotografias do português Edgar Martins integra uma exposição de trabalhos feitos por presidiários patente ao público desde ontem no centro de artes Southbank Centre, em Londres.

“I’m Still Here” é a 11.ª exposição produzida pela Fundação Koestler, que promove programas artísticos nas prisões e apoia mais de 3.500 pessoas no sistema criminal para aprenderem novas competências e exprimirem-se de forma criativa. As obras de arte em exposição, entre as quais pinturas, esculturas ou textos, foram produzidas por criminosos, reclusos em hospitais prisão e presidiários que participaram nos Prémios Koestler 2018.

A exposição “I’m Still Here”, no Southbank Centre em Londres, mantém-se até 4 de Novembro. Edgar Martins nasceu em Évora, cresceu em Macau, vive actualmente em Bedford, no Reino Unido, e o seu trabalho tem vindo a ser exposto e premiado internacionalmente.

20 Set 2018

Diplomacia | Nova Comissária reuniu com Edmund Ho e Ho Iat Seng 

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] nova Comissária dos Negócios Estrangeiros da China em Macau, Shen Beili, enalteceu Edmund Ho e a Assembleia Legislativa (AL). Segundo o Jornal do Cidadão, a nova Comissária reconhece os contributos de Edmund Ho para a política “Um País, Dois Sistemas”, tendo prometido que o comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros vai concretizar a ideia de políticas externas benéficas para a RAEM, fomentando o incremento do nível de diplomacia da região. No encontro com o presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, Shen Beili reconhece que o órgão legislativo contribuiu para o desenvolvimento económico e social e para a política “Um País, Dois Sistemas”. A representante de Pequim afirmou que pretende reforçar a cooperação com a AL.

20 Set 2018

GIT garante que contrato com MTR prevê penalizações

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT) assegura que o vínculo contratual com a MTR é claro e prevê sanções em caso de incumprimento. O Governo encarregou esta operadora de prestar os serviços de assistência à operação e manutenção da Linha da Taipa do Metro Ligeiro num contrato no valor de 5880 milhões de patacas. Leung Sun Iok, em interpelação escrita, demonstra receio que, à semelhança do que tem acontecido com outros contratos relativos ao Metro Ligeiro, as condições de funcionamento e sanções não estivessem claras neste contrato. O GIT garante que vai proceder “periodicamente à avaliação do desempenho dos diversos trabalhos relativos à prestação de serviços de operação e de manutenção sendo que estão definidas as sanções a implementar nas situações em que não estejam em conformidade com as exigências”, aponta.

Vai caber ao MTR a prestação de serviços que abrangem o ensaio e activação dos sistemas antes da entrada em funcionamento da Linha da Taipa, a composição da equipa de operação e a formação de funcionários antes de iniciarem funções.

A referida empresa é ainda responsável pelo primeiros cinco anos de actividade desta linha e pela reparação e manutenção dos comboios, dos sistemas de sinalização e das instalação de infra-estruturas.

Contratações locais

Leung Sun Iok mostra-se ainda preocupado com a prioridade na contratação de residentes para os quadros altamente qualificados e de gestão. O GIT apenas adianta que “o Governo exigiu, através do contrato, à entidade operadora para dar prioridade à contratação de mão-de-obra local”.

No que respeita à inexecução da decisão do Tribunal de Última Instância (TUI) sobre a empreitada de construção do parque de materiais e oficina do Metro Ligeiro, o GIT justifica a invocação de uma causa legítima para esta tomada de posição, até porque que “mais de 90 por cento da referida empreitada já estava concluída e restam apenas trabalhos de ajuste, ensaio e vistoria”.

O Governo reitera ainda que “está confiante que a Linha da Taipa possa entrar em funcionamento em 2019”.

20 Set 2018

Hong Kong prepara-se para a exposição Fine Art Asia 2018

A Fine Art Asia 2018 está de regresso a Hong Kong, mais uma vez com uma segunda exposição intitulada Ink Asia 2018. As duas mostras decorrem entre 28 de Setembro e 2 de Outubro e, além da exibição de peças dos mais variados meios e épocas, o público pode apreciar obras de artistas ocidentais como Francis Bacon

[dropcap style≠‘circle’]U[/dropcap]ma das maiores feiras internacionais de artes regressa ao Hong Kong Convention and Exhibition Centre. Face à dimensão do certame, é altamente aconselhável aos apreciadores e colecionadores de arte que reservem na agenda o final deste mês. Entre os dias 28 de Setembro e 2 de Outubro, a Fine Art Asia 2018, que decorre ao mesmo tempo que a Ink Asia 2018, promete marcar a época de exposições e o mercado artístico da região. Ambas as mostras serão inauguradas para um público selecto no próximo dia 28, com direito a visita VIP antecipada, abrindo ao público geral no dia seguinte.

Agendadas para a época alta artística de Hong Kong, que coincide com alguns dos mais prestigiados leilões marcados para o mesmo local das exposições, a Fine Art Asia e a Ink Asia promete atrair uma vasta gama de especialistas, conhecedores e colecionadores de arte, assim como potenciar a sensibilidade de compradores asiáticos para uma abordagem mais ocidental.

A mistura harmoniosa de oriente a ocidente pode ser aferida pelas obras que serão expostas, com um leque temporal de 5 mil anos de história cultural que passa pelas antiguidades, joalharia, trabalhos em prata, impressionismo, modernismo, arte contemporânea, fotografia, etc.

A Ink Asia, lançada em 2015, é a primeira feira de artes no mundo a dedicar-se a trabalhos contemporâneos de “ink art” e é hoje considerada uma plataforma internacional de referência na divulgação de novos artistas e visões contemporâneas desta forma artística.

Casas de renome

Quanto às galerias que se vão fazer representar na feira de artes, destaque para a Rossi & Rossi (Londres/Hong Kong), que oferece ao público a possibilidade de viajar por raras pinturas budistas e hindus, assim como esculturas e objectos ritualísticos chineses, indianos e da região dos Himalaias.

A representar aquilo a que poderia chamar de plataforma artística temos a Jorge Welsh Works of Art, sediada em Lisboa e Londres, que traz a Hong Kong peças de porcelana chinesa. A galeria de Jorge Welsh também participou na edição do ano passado da Fine Art Asia. À altura, o galerista referiu que o evento “tinha uma forte representação de merchants de arte de todo o mundo, com peças de elevada qualidade, leilões, palestras e exposições que marcam o calendário artístico asiático como um dos mais importantes eventos”.

A Rasti Chinese Art expõe antiguidades e quadros em tinta da China, enquanto a Yewn apresenta inovadoras peças de joalharia contemporânea inspiradas nas dinastias imperiais chinesas. Ambas as galerias terão a logística facilitada uma vez que estão sediadas em Hong Kong.

Os galeristas de Londres vão marcar uma presença forte na Fine Art Asia 2018. A casa Gladwell & Patterson, traz trabalhos das correntes em que se especializou: o impressionismo e a pintura moderna de mestres europeus e britânicos. Enquanto a casa Tanya Baxter Contemporary apresenta uma mostra baseada no arte contemporânea britânica do pós-guerra, onde se inclui o quadro “Seated Figure” do mestre Francis Bacon.

Fotogramas afinados

Com um vasto leque de nacionalidades de artistas, galerias e meios artísticos, as feiras de artes que se avizinham visam não só facilitar negócios mas também o encontro entre civilizações. “Criámos uma plataforma profissional para o mercado de artes em Hong Kong, que procura promover a troca cultural entre o oriente e o ocidente”, refere em comunicado o director da Fine Art Asia, Andy Hei. Também conhecido como um dos principais vendedores de mobiliário antigo chinês de Hong Kong, Andy Hei adianta ainda que “a Fine Art Asia 2018 e a Ink Asia 2018 oferece o ambiente ideal para as galerias internacionais se darem a mostrar aos coleccionadores asiáticos”. Este ano, a mostra apresenta ainda, pelo terceiro ano consecutivo, uma secção dedicada à fotografia. A Boogie Woogie Photography Agency é a responsável pela curadoria e selecção de trabalhos fotográficos, que variam entre o antigo e o contemporâneo, de galerias de todo o mundo.

20 Set 2018

Inundações | Associações pedem ao Executivo que resolva o problema

O presidente da Associação da Sinergia de Macau, Lam U Tou, depois de felicitar o desempenho do Governo na preparação e resposta à passagem do tufão Mangkhut, exigiu soluções para as inundações. Mak Soi Kun entende que o problema deve ser tratado na origem

[dropcap style≠‘circle’]L[/dropcap]am U Tou, líder da Associação da Sinergia de Macau, afirmou ao Jornal do Cidadão que notou maior consciência por parte do Governo e da sociedade civil para enfrentar catástrofes naturais.  O dirigente associativo enalteceu os trabalhos feitos pelas autoridades durante a passagem do tufão Mangkhut, nomeadamente no que toca à divulgação de informação e à coordenação interdepartamental.

Mas nem só de elogios se fez a intervenção de Lam U Tou, que salientou que apesar da actuação positiva do Executivo ao lidar com este último tufão, que as zonas que tradicionalmente sofrem com inundações continuam sem a instalação de infra-estruturas contra storm surge e inundações. Como tal, o dirigente associativo sugere que as autoridades tenham em conta o interesse público e se empenhem nas medidas preventivas.

Ainda assim, Lam U Tou acha que as melhorias nos trabalhos de coordenação interdepartamental, assim como a maior consciencialização da sociedade, foram lições aprendidas depois da passagem do tufão Hato. Como tal, entende que não é necessário a criação de tantos organismo ligados à protecção civil por entender que os processos pode complicar-se.

Método científico

Para Mak Soi Kun, o Governo além dos trabalhos de contingência deve arrancar com obras de estruturas que previnam as inundações na origem. Numa interpelação escrita, o deputado refere que mesmo face à preocupação dos residentes com os impactos do Mangkhut, o território não registou danos graves devido aos trabalhos preparatórios das autoridades.

Apesar da nota positiva a lidar com o super tufão do passado fim-de-semana, o legislador exige que o Executivo elabore mecanismos melhores para responder às futuras catástrofes naturais.

Por sua vez, Nelson Kot, presidente da Associação de Estudos Sintético Social de Macau, apesar de ver com bons olhos as medidas preventivas para lidar com o tufão, salienta o facto das inundações ainda serem uma realidade em várias zonas do território. O líder associativo entende que o Governo deve erradicar o problema através de melhorias nas infra-estruturas e da construção de uma barragem apra reduzir as inundações nas zonas baixas da cidade. Entretanto, Nelson Kot critica a Companhia de Electricidade de Macau (CEM) pela ausência de planos pormenorizados e medidas para prevenir cortes no abastecimento.

20 Set 2018

Entrevista | Gaspar Zhang, coordenador do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do IPM

Nasceu numa pequena cidade nos arredores de Xangai. Aprender português não foi uma escolha pessoal, mas um “acidente” do seu percurso académico. No entanto, a língua de Camões acabou por mudar a vida de Gaspar Zhang, o actual Coordenador do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do IPM

[dropcap style≠‘circle’]Q[/dropcap]uais as razões que o levaram a estudar português?

Nasci em Nantong, uma cidade pequena perto de Xangai. Comecei a estudar português no início deste século e, na realidade, não foi uma escolha pessoal, mas da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, que selecionou um grupos de alunos com uma boa proficiência em língua chinesa e inglesa para aprender uma terceira língua. No meu caso, a indicação que recebi foi que teria de estudar português. Penso que esta selecção também esteve relacionada com a necessidade do país de ter pessoas com conhecimento nesta língua, principalmente naquela altura. Uma necessidade que continua a existir, mas que penso que nos anos 2000 era maior. Não me arrependi. Acabei por gostar muito da língua e da cultura portuguesa. E esta opção mudou o rumo da minha vida. Assim que terminei a licenciatura fui convidado para leccionar português na mesma universidade, o que também era um hábito da instituição: convidar os melhores alunos para ensinar. Comecei a ensinar em 2007, o ano em que iniciei o mestrado em tradução chinês/português, o primeiro curso de mestrado nessa área na China continental. Terminado o mestrado, uns anos depois, fui fazer o doutoramento em linguística portuguesa, em Coimbra. Terminei este ano. Também ensinei português na Universidade de Pequim, a melhor de toda a China.

Referiu que o português lhe mudou a vida. Porquê?

Penso que me abriu para um mundo completamente diferente, que nunca teria oportunidade de conhecer se não fosse a língua.

Apesar de estar mais ligado à linguística, gosta de literatura portuguesa?

Sim. A minha área é a linguística, não sou especialista em literatura. Quando me fez essa questão, o primeiro nome que me passou pela cabeça foi o de Maria Ondina Braga, que viveu muitos anos em Pequim. Gostei muito de “A China fica ao lado”. A autora foi leitora da universidade onde estudei e também viveu alguns anos em Macau. Para mim, trata-se de uma autora muito observadora e que escreve o que se passa à sua volta.

O seu currículo implica um domínio muito grande da língua portuguesa, em pouco tempo. Como é que o conseguiu?

Passei o terceiro ano da licenciatura aqui em Macau, o que me ajudou a ter um contacto mais próximo com a cultura. Depois, no mestrado, frequentei um ano em Lisboa um curso de língua na Faculdade de Letras. Durante o doutoramento, vivi mais um ano em Coimbra. No total, passei dois anos em Portugal. Durante a parte curricular do doutoramento passei tempos difíceis, porque era o único aluno chinês a fazer Linguística Portuguesa. Por outro lado, escolhi um tema complexo para abordar no doutoramento, mas que também me fez ter que ter um domínio muito forte. Além disso, contei com um grande apoio da minha orientadora.

O que mais gosta em Portugal?

Fiquei impressionado com a hospitalidade do povo português. Os portugueses que conheço, não só em Portugal mas também aqui em Macau, são muito simpáticos. Quando fui a Portugal pela primeira vez, em 2008, fui muito bem recebido, quer por funcionários da escola, quer pela senhoria e os colegas. Recordo um encontro com um presidente de uma junta de freguesia que me disse uma coisa com a qual concordo em pleno: “o povo português é um povo tolerante”. Também não posso deixar de referir a gastronomia portuguesa, uma grande parte da cultura. Sou uma pessoa que não passa sem arroz. Portugal, felizmente, tem muitos pratos com arroz. Aliás, a este respeito até me disseram que os portugueses são os chineses da Europa por comerem muito arroz de várias formas. Mas, o meu prato preferido é bacalhau assado no forno com azeite.

Tem em exercido funções de professor de português. Quais as maiores dificuldades no ensino desta língua a estrangeiros, nomeadamente a alunos chineses?

O chinês e o português são duas línguas tipologicamente muito diferentes, tanto a nível da sintaxe como da fonética/fonologia. De acordo com a minha experiência, penso que a maioria dos alunos chineses têm dificuldades em distinguir, por exemplo, o imperfeito e o pretérito perfeito simples. Uma outra dificuldade é o conjuntivo. Isto porque em chinês não há tempos nem modos verbais. Nós, em chinês, utilizamos alguns elementos ou partículas para indicar se é uma acção concluída ou se é no futuro e também não conjugamos os verbos. Um outro problema que observei na China foi a falta de contacto directo com a língua e cultura portuguesa. O contacto é muito importante. Macau, por exemplo, tem muitas vantagens a este nível. Como são línguas muito diferentes e não há este contacto directo, a aprendizagem do português torna-se mais difícil.

Na sua opinião, qual o papel da língua portuguesa, e mesmo da lusofonia, na China contemporânea?

Podemos falar nessa importância segundo diferentes pontos de vista. Do ponto de vista económico e comercial, a China e os Países de Língua Portuguesa (PLP) são parceiros estratégicos muito importantes a nível global. Do ponto de vista político, a China está a apostar no desenvolvimento das relações com os PLP. Os meus colegas de faculdade estão espalhados por todo o mundo a trabalhar nesta área. É de frisar que, de um ponto de vista político, a China está a apostar na relação com os PLP e, por essa razão, existe uma grande procura de falantes bilingues, não apenas em Macau, mas também no Interior da China e nos próprios PLP.

E como vê a importância do português em Macau?

Macau está a desempenhar um papel especialmente importante na medida em que serve de plataforma e ponte de ligação entre a China e os PLP. Penso que, actualmente, estamos numa nova era, em que a língua portuguesa desempenha um papel fundamental na iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”. O próprio embaixador chinês em Portugal salientou que Portugal é um parceiro muito importante nesta iniciativa. Também não nos podemos esquecer de que estamos num contexto geográfico muito particular: a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. Como sabe, a província de Guandong é a província chinesa com maior cooperação económica e comercial com os PLP.

É o sucessor do professor Carlos Ascenso André no CPCLP. Que desafios tem pela frente?

Iniciei as minhas funções há cerca de duas semanas no CPCLP. A adaptação ao cargo não foi difícil e consegui numa semana perceber o seu funcionamento, isto porque já estava muito bem organizado quer pelo próprio professor Carlos André, quer pelos colegas que o integram. Aliás, gostava de agradecer publicamente ao professor Carlos André pela sua dedicação na divulgação da língua portuguesa em Macau, no Interior da China e mesmo na região Ásia-Pacífico. Por outro lado, expresso o meu agradecimento a todos os colegas do CPCLP pela forma calorosa com que me receberam e pelo apoio que me têm prestado desde a minha tomada de posse. É uma equipa dinâmica e altamente qualificada, quer a nível académico quer científico, na qual reina o bom ambiente de trabalho.

Que planos tem para este centro?

Para melhor responder a essa questão gostava de dividir os trabalhos que temos planeados pelas regiões diferentes a que se destinam. Em primeiro lugar, começava por referir o que temos planeado ainda dentro do Instituto Politécnico de Macau, onde pretendemos continuar o apoio dado aos trabalhos desenvolvidos no Laboratório de Tradução Automática do IPM. Trata-se de uma área em que este estabelecimento de ensino está a investir muito. Vamos ainda tentar contribuir para a criação e a leccionação de certas disciplinas do Curso de Mestrado em Tradução/Interpretação Chinês-Português/Português-Chinês e do Curso de Doutoramento em Português. Este não é um trabalho directo do CPCLP, mas sim uma cooperação com a Escola Superior de Línguas e Tradução. Vamos também continuar envolvidos na leccionação de disciplinas nas três licenciaturas relacionadas com a língua portuguesa do IPM. Já em Macau, o CPCLP  está, neste momento, a colaborar com a Direcção de Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) na formação de professores de língua portuguesa no ensino não superior, projecto que será alargado, a partir do próximo ano, a todos os professores desta língua do ensino não superior de Macau. Daremos continuidade à promoção de eventos académicos e em Novembro vamos ter o colóquio “Produção de Materiais Didácticos para o Ensino de Português como Língua Estrangeira no Contexto da China e Ásia-Pacífico”, para o qual foram convidados professores de renome internacional. Um dos nomes que se pode já revelar é Rod Ellis. A nossa missão também passa pela publicação científica, de manuais e de materiais de português língua estrangeira. Uma novidade muito importante é que estes manuais serão disponibilizados online, em versão PDF, permitindo o acesso mais alargado, mais fácil, a mais pessoas. Pretendemos que este projecto esteja disponível no final do ano ou no início do próximo. O centro também vai continuar a organizar concursos relacionados com língua portuguesa, nomeadamente o Concurso de Debate, que se costuma realizar em Novembro e que este ano está marcado para os dias 27 e 28, e o Concurso de Declamação em Poesia, que ocorre normalmente em Março ou Abril.

E além-fronteiras?

Na China continental temos uma missão muito importante e damos apoio ao ensino de português. Colaboramos com universidades chinesas na organização de eventos académico. Exemplo disso, é o que vai acontecer no próximo Verão, em que o IPM-CPCLP e a Universidade de Estudos Estrangeiros de Cantão vão co-organizar o 5º Fórum Internacional do Ensino de Língua Portuguesa na China. É uma iniciativa que se realiza de dois em dois anos. No ano passado, foi em Pequim e para o ano é em Cantão. A nossa actividade também inclui o Curso de Formação Contínua de Professores de PLE na China/Ásia-Pacífico, uma formação destinada aos professores de língua portuguesa no ensino superior da China. Trata-se de um curso que já é certificado pelo Instituto Camões desde Abril deste ano. Nos últimos cinco anos, o CPCLP conseguiu estabelecer contactos com todas as universidades que oferecem língua portuguesa na China. O contacto com esta rede de ensino de português foi uma herança muito importante do professor Carlos André para este centro. Avançamos também com contactos importantes com várias universidades portuguesas em Coimbra, Lisboa e Porto.

20 Set 2018

Até já, Amor

[dropcap style≠‘circle’]S[/dropcap] obre as discussões amorosas e os desencontros emocionais sabe-se demasiado e sabe-se pouco ao mesmo tempo. Como se fosse um mistério que, por mais que seja escrutinado publicamente, só mesmo o escrutínio íntimo e pessoal poderá contribuir para qualquer coisa à confusão da relação que tentamos manter. Isto porque desenvolver um projecto comum entre duas ou mais pessoas não é tarefa fácil.

Os momentos de verdadeiro encontro são muito especiais. Mas como todos nós sabemos, a magia é um instante e não um estado perpétuo de ilusão. Quando descobrimos o amor descobrimo-nos a nós também, por mais estranho que pareça. Como se os nossos apetites em conjunto com os do(s) outro(s) aflorasse os nossos medos e anseios – e tudo isto é normal, tudo isto é perfeitamente normal. Não fosse o amor e a paixão os temas mais discutidos pela humanidade, nas artes ou, simplesmente, no dia-a-dia, se quisermos ser mais mundanos. Contudo, felizmente ou infelizmente, há alturas em que o amor simplesmente não está lá. Perde-se no meio de uma discussão, vai dar uma volta e vemo-nos sem perceber exactamente o que é que isso faz da nossa relação, ou de nós próprios. Vemos o amor a ir a algum lado e não sabemos se é um ‘até já’ ou um ‘adeus’ definitivo. É uma dúvida legítima, especialmente para os mais inexperientes nas curvas e altitudes do amor. Porque como alguns de vós saberão, o amor é uma maratona sem fim, sem meta de chegada, uma corrida de prazer e de resistência – de persistência.

Iludimo-nos a julgar o amor, constantemente. Não é incomum encontrar amigas e amigos à espera do amor perfeito, aquele que acontece por pura magia. Sem esforço, sem nada. Mas digamos que esta é uma maratona com obstáculos, com as nossas dificuldades emocionais, intelectuais, sexuais ou culturais, com momentos de desencontro que exigem capacidades de comunicação e compreensão extraordinárias. Quais serão as habilidades incríveis que fazem com que um relacionamento perdure no tempo. Há quem recorra a terapia de casal como um recurso importante – e é. Mas em que condições?

Dizem os especialistas – e isto já circulou na imprensa portuguesa pela terapeuta de casal Rute Agulhas – que quando se procura um terapeuta de casal talvez já seja tarde demais. Vou-me dar a  liberdade de coagitar possíveis razões: por exemplo, a possível total incompreensão do que a terapia de casal possa ser ou  o estigma que pode acartar ir a um terapeuta.  Isto tudo combinado com a falsa expectativa que os casais (ou outras constelações familiares) estão em perfeita homeostasia e protegidos por qualquer alteração na sua dinâmica, faz com que possa não haver um meio termo saudável em que haja espaço para mudança e aprendizagem ao longo do tempo. É como se os problemas e as suas resoluções, fossem necessariamente vistos como patologizantes ou, ainda pior, a derradeira prova de que o amor eterno não existe.

Os casais recorrem à terapia de casal quando já é tarde demais porque apesar de isto lhes oferecer ferramentas que podem melhorar as formas de comunicação, o amor pode já lá não estar. O amor é resiliente mas delicado ao mesmo tempo, nas palavras de uma amiga, ‘não se está simplesmente num relacionamento, escolhe-se estar num relacionamento’. Pode soar a pouco romântico, mas o amor é assim mesmo, um estado ao qual se trabalha delicadamente. Não é como se a terapeuta fosse capaz de injectar doses de amor para um salvamento urgente. O amor é uma escolha mais ou menos deliberada. Quando o sentimos a perder-se o que fazemos? Corremos atrás dele ou deixamos a nossa inactividade afectar a nossa possibilidade de amar, e do outro, amar-nos de volta?

19 Set 2018

Costa diz que visitas de alto nível entre os dois governos têm de intensificar-se

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro afirmou ontem que as visitas de alto nível político entre os governos de Portugal e Angola têm de ser menos espaçadas no tempo a partir de agora, evitando a acumulação de assuntos bilaterais por tratar.

António Costa deixou este apelo na conferência de imprensa conjunta com o Presidente da República de Angola, João Lourenço, no Palácio Presidencial, que se seguiu à assinatura de acordos bilaterais entre os dois países.

Esses acordos assinados pelos executivos de Luanda e de Lisboa abrangeram matérias diversas como um memorando para a regularização de dívidas a empresas nacionais, o fim da dupla tributação nas transacções comerciais, o aumento do número de voos entre os dois países, ou o Acordo Estratégico de Cooperação (2018/2022).

O primeiro-ministro começou por referir que ontem mesmo entregou ao chefe de Estado angolano, João Lourenço, o convite formulado pelo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, para que visite Portugal em Novembro próximo.

Mas, a este propósito, o líder do executivo português deixou um recado: “É essencial que as visitas entre os dois países não sejam tão espaçadas no tempo, porque depois há muitas matérias que se acumulam por tratar”, disse.

Relações intensas

O último primeiro-ministro de Portugal a visitar Angola foi Pedro Passos Coelho em 2011. Já quanto a Presidentes da República de Angola de visita a Portugal, o último foi José Eduardo dos Santos, em 2010.

“Felizmente”, segundo o primeiro-ministro português, “dentro de dois meses, “já haverá a oportunidade de receber o Presidente de Angola em Portugal”.

Na conferência de imprensa, António Costa defendeu que a assinatura de “11 instrumentos” por parte dos governos de Portugal e de Angola “culmina uma parte importante” dessa sua visita de trabalho de dois dias a Angola.

“O número de instrumentos assinados demonstra a intensidade das nossas relações. Creio que nesta visita ficou bem clara a vontade comum dos dois governos, das respectivas lideranças e dos dois países de prosseguirem em bases sólidas uma cooperação estratégica. Essa cooperação estratégica encontra correspondência clara na nossa sociedade civil, nos nossos agentes económicos”, acentuou o primeiro-ministro português, tendo ao seu lado o Presidente da República de Angola.

19 Set 2018