h | Artes, Letras e IdeiasPoemas de Li Bai Paulo José Miranda - 16 Out 201816 Out 2018 VISITA AO MONGE TAOISTA SEM ENCONTRÁ-LO [dropcap]U[/dropcap]m cão ladra para calar o som da água. As flores do pessegueiro engordaram com a chuva. Por vezes, muito para lá das árvores aparece um cervo. O fluxo do riacho não deixa escutar nem os sinos do meio-dia. O verde dos bambus selvagens corta as nuvens do céu. A cascata voa do topo da escarpa. Nada nem ninguém sabe para onde o monge terá ido. Triste, abandono-me ao tronco de um pinheiro. DESPEDIDA NA LOJA DE VINHOS EM NANJING O vento traz as flores de salgueiro que adocicam a loja. A jovem rapariga dá vinho a provar aos clientes, Aos amigos que ali foram para se despedirem de mim. Vazamos copos sem fim, até que interrompo a eternidade e lhes digo: Ide perguntar àquele rio que desce para leste, Se consegue percorrer maiores distâncias que a amizade.