Canídromo | Eventual aproveitamento do subsolo para reservatório em foco no CPU

O plano para o aproveitamento do terreno do Canídromo agrada à maioria dos membros do Conselho do Planeamento Urbanístico. Menos consensual é a possibilidade de os espaços subterrâneos serem utilizados para instalações de prevenção contra inundações, como um reservatório

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]possibilidade de os espaços subterrâneos do terreno do Canídromo serem aproveitados para instalações de prevenção de catástrofes, como inundações, foi um dos pontos que mais despertou a atenção dos membros do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU) na reunião de ontem. Essa hipótese –recentemente avançada pelo Chefe do Executivo – foi abordada após uma breve apresentação do estudo do plano de intervenção urbanística e aproveitamento do terreno do Canídromo, um dos pontos da ordem de trabalhos.

“É uma medida muito importante e pertinente. É uma das soluções para resolver o problema das inundações”, afirmou Vong Kuoc Ieng, numa opinião secundada por outros vogais, como Rui Leão. Lee Hay Ip até fez as contas ao volume de água que o eventual reservatório teria capacidade para aguentar, apontando para o equivalente “a 25 piscinas olímpicas”. “Creio que é suficiente para aliviar o problema das cheias”, sublinhou o mesmo responsável.

Já Chan Tak Seng manifestou-se contra: “Não deve ser construído nesta área. Por que não constrói noutra? Devíamos aproveitar a parte subterrânea para aliviar a pressão do trânsito”. Ieong Tou Hong puxou pelo mesmo argumento e foi claro ao afirmar que a escolher entre a oferta de lugares de estacionamento e a criação um reservatório está “mais inclinado” para a primeira opção.

Manuel Iok Pui Ferreira foi mais moderado, ao defender que, em primeiro lugar, deve ser feito um estudo de viabilidade, o qual ficou prometido pelo director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), Li Canfeng, que deu conta de que também é preciso recolher informações sobre os níveis de pluviosidade na zona.

O que diz o plano

Em termos genéricos, o futuro gizado para o terreno do Canídromo, com uma área de 40.425 metros quadrados, granjeou o apoio da maioria dos membros do CPU. À luz do plano de aproveitamento, a fatia de leão vai para instalações desportivas (quase dois terços da área total ou 26.500 metros quadrados), que incluem a construção de uma piscina, um pavilhão desportivo e um campo para atletismo e futebol, a juntar ao actual Centro Desportivo Lin Fong.

Seguem-se as instalações educativas. Desconhecem-se quantas, mas sabe-se que as escolas vão ocupar quase um quinto da área total (8.000 metros) do terreno. Em paralelo, será reservado ainda espaço para instalações de serviços sociais e governamentais (9,7 por cento ou 3.900 metros quadrados) e para zonas pedonais (5 por cento ou 2.000 metros quadrados). Habitação e comércio ficam assim completamente descartados.

“Creio que vai contribuir bastante para o desenvolvimento da zona norte de Macau”, observou Vong Kuoc Ieng, antecipando, à semelhança de outros vogais, “um grande problema” no trânsito. Com efeito, o plano propõe que a Avenida do General Castelo Branco passe a ter três faixas de rodagem no sentido sul e que sejam disponibilizados, pelo menos, 400 lugares de estacionamento públicos”, “tendo em conta a actual capacidade rodoviária e de utilização das vias envolventes”.

Se a primeira medida foi qualificada “indispensável”, com a única ressalva de que são precisas também mais passagens pedonais aéreas na zona, a bitola de 400 lugares de estacionamento levantou reservas por ser considerada insuficiente para responder às necessidades. Li Canfeng tentou “descansar” os membros do CPU. “É o requisito mínimo. No futuro, vamos aproveitar o [espaço] subterrâneo ao máximo e a Ilha Verde também irá ter mais parques”.

Já Mak Soi Kun pediu datas. “Suponhamos que tudo corre bem. Quando vão ser lançadas e concluídas as obras?” Uma pergunta que lhe valeu um raspanete do director da DSSOPT: “É apenas um plano. Sabe o que é um plano? Ainda vai ter uma PCU [Planta de Condições Urbanísticas] e de passar por aqui. “É impossível [fazer uma previsão]”.

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