Sinergia Macau | Pedidas responsabilidades sobre falhas na passagem do Hato

Não há responsabilidades apuradas quanto à ineficácia de todos os procedimentos que anteciparam e sucederam, a passagem do tufão Hato. A Associação Sinergia de Macau entregou mais de dez mil assinaturas na sede do Governo a exigir medidas

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]om a ineficácia da resposta ao caos provocado com a passagem do Hato pelo território, a população está descontente e pede ao Executivo que actue. Ontem, a Associação da Sinergia de Macau apresentou uma carta junto à sede do Governo a pedir a responsabilização dos dirigentes dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) e um melhor mecanismo de resposta a catástrofes.

A carta dirigida ao Chefe do Executivo refere que o tufão Hato além de ter causado dez mortos e mais de 200 feridos, danificou a cidade com perdas económicas graves e cortes de água e de luz.

“Nós entendemos que o essencial neste momento é que a sociedade volte à normalidade, mas recebemos várias opiniões que exigem a acção do Governo”, disse ontem Lam U Tou, presidente da Associação da Sinergia de Macau, na altura da entrega da missiva. Em causa estão os pedidos de responsabilização e a necessidade de apuramento das causas de tanto dano.

Por outro lado, afirmou o responsável da associação, “é necessário definir trabalhos, de forma prática, para melhorar o mecanismo contra inundações e catástrofes”.

Lam U Tou acrescentou ainda que o Governo precisa de aprender com a lição dada pelo Hato. Neste sentido, apontou, é preciso que se encontrem formas de minimizar os impactos e de acelerar os trabalhos de recuperação.

Para o presidente da Sinergia de Macau é urgente “aumentar a capacidade de contingência às catástrofes, a fim de ter uma cidade mais segura no futuro”.

Assinaturas aos milhares

Um dia após a passagem do tufão Hato por Macau, a Associação presidida por Lam U Tou iniciou uma recolha de assinaturas online. O objectivo foi sublinhar um pedido urgente: criar uma comissão de investigação independente para averiguar responsabilidades nas perdas provocadas pelo tufão e assinalar a necessidade de um mecanismo eficaz de resposta. Foram recolhidas um total de 11,593 assinaturas, entregues juntamente com a carta, ao Executivo.

Lam U Tou exige também que o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) proceda a uma investigação para apurar se os Serviços Meteorológicos e Geofísicos tiveram algum acto de negligência.

Apesar da demissão de Fong Soi Kun, ex-director dos SMG, a associação presidida por Lam U Tou não está satisfeita. “É preciso um procedimento disciplinar”, disse.

Em resposta à criação de uma comissão para gestão de catástrofes, Lam U Tou argumenta que com uma comissão composta só pelos membros do Governo, o seu efeito prático é questionável. O responsável sugere que o novo organismo conte com a participação de residentes. O objectivo, frisa, é garantir que o trabalho seja efectivamente feito. “Em Novembro de 2012, o Governo criou o Conselho para o Tratamento de Incidentes Imprevistos, mas todos viram a incapacidade de resposta e de coordenação neste incidente imprevisto”, disse Lam U Tou.

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