Hoje Macau SociedadeAlimentação | Restaurante paquistanês ajuda desfavorecidos “Pakistan Curry” é o nome de uma loja de refeições de venda para fora, na Areia Preta, que oferece comida grátis a quem não tem dinheiro. Propriedade de um paquistanês de origem muçulmana, mais do que boa vontade, a ideia é cumprir com os preceitos da religião [dropcap style’circle’]F[/dropcap]aisal tem 25 anos e nasceu no Paquistão. Imigrou há dois anos para Macau, na tentativa de procurar uma vida melhor. Aqui trabalhou como segurança no Clube D2, mas há dois meses e meio decidiu concretizar o sonho de abrir um espaço seu. Assim nasceu a casa de venda de refeições para fora “Pakistan Curry”, na Avenida 1º de Maio, na zona da Areia Preta. Até aqui, a sua história seria igual à de tantos outros imigrantes. Mas a de Faisal é maior. E é não acaba aqui, porque, na sua pequena cozinha, o paquistanês prepara pratos grátis para quem não tem dinheiro para os comprar. À porta do estabelecimento tem escrito em Inglês “If anyone no have money for food can eat free here”. Sem dinheiro, quem tem fome pode matá-la no Pakistan Curry, mas apesar da boa vontade, até ao momento, apenas apareceu uma pessoa. Faisal não percebe a razão. “Vejo muitas pessoas aqui na zona que dormem na rua. Na sua maioria são indianos e filipinos que vêm trabalhar na construção civil, mas que nem sempre têm trabalho”, indica ao HM. Por ter pena desta gente, decidiu fazer aquilo que o seu coração e a sua religião, o islamismo, mandam. “Ninguém sai do seu país se tiver trabalho. Por isso, é duro não ter dinheiro. Na minha religião as pessoas devem ajudar quem tem menos.” E foi isso que fez. Balanço positivo Faisal nasceu na cidade de Lahore, no Paquistão, e trabalhava na pequena empresa do pai, ligada à indústria do calçado. “Mas as coisas não estavam a correr bem e como tinha um primo aqui em Macau, decidi arriscar”, conta ao HM. Até agora as coisas têm corrido bem. Em dois anos, trabalhou, juntou dinheiro e abriu o seu próprio negócio. Casou com uma chinesa muçulmana e os dois trabalham juntos. “Ela faz a comida chinesa e eu a paquistanesa.” O menu é variado. “Temos mais de 20 pratos e ainda quero expandir”, frisa. Shoarma e Kebab são o ponto forte. Mas também há rolinhos de galinha com vegetais e hambúrguer de frango. Os preços variam entre as 20 e as 40 patacas. Para além da possibilidade de oferecer refeições gratuitas, está disposto ainda a aceitar que lhe paguem menos. “Se uma pessoa tiver de pagar 40 patacas mas só tiver 20, não tem mal. Pode levar a comida na mesma.” Entre as 11h00 e a 1h00 Faisal está na loja. “É o meu trabalho”, argumenta, quando questionado sobre as muitas horas que aqui passa. Apostado em continuar a desbravar caminho, tem o sonho de abrir um restaurante “grande onde tenha muitos empregados para que possa ajudar cada vez mais pessoas pobres”.
Fernando Eloy VozesSubtropical (episódio III) (continuação da edição passada: “Acredita quando mais ninguém for capaz, mesmo quando tudo parecer indicar o pior.” Assim era de facto e a tempestade que normalmente achamos trazer apenas desgraças tinha sido o seu bilhete para a salvação.”) [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ssim foi. A tempestade tinha liberto Jacinto e, com esforço e algum jeito, lá conseguiu trepar os metros que o separavam da salvação. Mas a chuvada estava a perder o “sex appeal” muito rapidamente; ao ponto de já não ter piada nenhuma, ao ponto de o enregelar e fazê-lo desejar, com toda a sua intenção, por um raio de sol que o aquecesse. A chuva caiu forte por mais uns bons minutos mas acabou por amainar. Estilo subtropical. Jacinto verificou a mochila que ainda tinha aos ombros. Deu graças pelo dinheiro extra que tinha pago, e que tanto lhe tinha custado a dar, por uma versão impermeável e revolveu os seus poucos haveres. Não encontrava nada. Já febril e de respiração suspensa, revolveu mais ainda até que se lembrou do compartimento secreto. Ali estavam. Ainda lhe restavam três. Respirou de alívio. Mas agora chegava a fome. Daquelas fomes impiedosas que não nos deixam pensar. Os mantimentos existiam mas não eram muitos. Jacinto sabia que não iriam durar muito mais mas aquela lazeira animalesca tinha de ser apaziguada. Era o mínimo depois de tudo por que tinha passado naqueles últimos momentos. Resolveu-se por uma porção mais avantajada do que a necessária austeridade obrigava mas, pensou Jacinto, “se tiver de ir, ao menos que vá de barriga cheia. Hei-de arranjar mais”, concluiu com um optimismo quase inesperado. Lembrou-se dos vietnamitas do sul, que levavam uma vida leve por saberem terem três colheitas por ano; Jacinto também tinha três mas não se podia comparar às colheitas vietnamitas. Eram três, todavia, o número que alguém um dia lhe disse ser sagrado. Mas Jacinto estava sozinho, era apenas um, e também sabia que poucos aguentavam a penúria naquele território aparentemente acolhedor mas profundamente hostil. Podia ser que alguém o ajudasse, mas também poderia ser que o seu destino fosse definhar até morrer sem alguma vez chegar ao destino sonhado. Jacinto engoliu duas latas de feijoada, um bolo seco e pegou numa das duas mini garrafas de champanhe que tinha decidido trazer, não fosse a ocasião justificá-lo. Olhou para a garrafa com um ar divertido. O chão era agora um autêntico pântano e Jacinto estava encharcado até aos ossos, pés ensopados mas, em vez de se sentir miserável, abriu a garrafa e emborcou o borbulhante goela abaixo, daquela garrafa que um dia teria visto o sol de uma quinta francesa e escutado o trinar primaveril dos pássaros. A chuva continuava. Mais leve. Estilo subtropical. Ao longe, Jacinto viu um relâmpago rasgar o céu cinzento chumbo, mas também reparou que o subsequente trovão demorou algum tempo até ser escutado. “O pior já passou”, pensou, pelo menos no que à tempestade dizia respeito. Aos poucos, o céu começou a clarear e não um mas três raios de sol rompiam agora o tecto cinzento. “Magia”, pensou Jacinto divertido, lembrando-se dos três que lhe restavam e pensando estar, talvez, ali um bom augúrio de alguma espécie. Os três raios deram lugar a uma aberta considerável e Jacinto sabia que pelo menos ia conseguir secar. Confirmou de novo que ainda tinha três de sobra. “Podia ser melhor, mas também podia ser muito pior”, pensou. Pelo menos davam-lhe algum aconchego e tempo para descobrir alguma forma de passar para o outro lado do desfiladeiro. Não muito, mas algum. Talvez mesmo à justa, talvez não desse, sequer, para chegar a meio caminho. Encolheu os ombros. As nuvens negras moviam-se agora na direcção do destino que Jacinto acreditava estar para lá daquela garganta inclemente que o barrava. Mas, agora, nem os contornos adivinhava tanto era o negrume para aquelas bandas. A imagem fê-lo reflectir sobre se a sua teimosia não o estaria a levar para uma tempestade ainda maior no sentido mais lato do termo, mas acabou por afastara a ideia e decidir não pensar mais nisso. A realidade é que ele não fazia a mínima ideia, nem sequer isso interessava agora. Não tinha feito aquele caminho todo para agora começar com filosofias baratas. O melhor era começar a andar. Talvez existisse uma passagem mais estreita. Talvez mesmo outra ponte, de preferência mais consistente do que a anterior. Talvez aguentasse mais um mês a andar, talvez mais, até aguentaria três se fosse poupadinho e soubesse preservar as energias. “Para trás mija a burra” dizia-lhe a mãe tantas vezes quando ele era criança. Sorriu com a lembrança e teve a certeza que ainda não era altura para desistir. Para além disso, o Outono estava para chegar e previam-se dias bons para caminhar. (continua) Música da Semana “Silly Boy Blue” (David Bowie, 1969) You wish and wish, and wish again You’ve tried so hard to fly You’ll never leave your body now You’ve got to wait to die La la la la la la la la la la [x2] La la la la la [x2] Silly boy blue, silly boy blue Child of the Tibet, you’re a gift from the sun Reincarnation of one better man The homeward road is long You’ve left your prayers and song Silly boy blue, silly boy blue Silly boy blue, silly boy blue
Angela Ka Manchete SociedadePSP | Mais uma acusação de desobediência civil A Love Macau está acusada de desobediência civil por uma vigília que fez no Leal Senado contra os SMG. A Associação diz que avisou o IACM, as autoridades dizem que não. Agora, os membros do grupo vão acusados de desobediência civil, enquanto a própria Associação acusa também a PSP de supressão política [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais uma associação está, agora, na lista dos acusados de desobediência civil. Depois da condenação da líder da Associação dos Pais dos Filhos Maiores e da Associação Novo Macau, chega agora a vez da Associação Love Macau. A acusação da PSP chega depois de terem tentado fazer uma vigília contra os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) alegadamente sem autorização. O caso remete para a noite de segunda-feira. A Love Macau tentou fazer uma vigília no Largo do Senado contra os SMG, devido à passagem pelo território do tufão Nida. O grupo, cuja iniciativa era organizada pela presidente Cloee Chao, activista e também presidente de outras associações políticas, assegura ter indicado à PSP o que planeava fazer, mas as autoridades tiraram-nos do local alegando falta de autorização do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais para o encontro. Na segunda, a Associação já tinha acusado a polícia de “supressão política” e dito que vai entregar uma acusação ao Ministério Público quanto a esta matéria. Mas a PSP também já se antecipou. Ontem à tarde, as autoridades publicaram um comunicado acusando a Associação de desobediência civil. Registos feitos no local vão ser entregues pela PSP ao Ministério Público, com a polícia a dizer que, a 5 de Agosto, o IACM já tinha avisado a Associação por escrito sobre o facto de que o aviso sobre a realização da vigília não respeitava o prazo de antecedência regulamentado pela lei. “Como o aviso da reunião não ocorreu na conformidade da lei e os objectos e equipamentos colocados no sítio pela associação interromperam gravemente a passagem dos residentes e turistas, a polícia avisou várias vezes os organizadores para retirarem todos os objectos do local e acabar com a actividade, senão iriam ser acusados de desobediência civil. Mas o aviso da polícia foi ignorado. O comício ilegal, do seu início ao fim, demorou quase duas horas, até às 19h40.” A PSP também assegura que respeita sempre o direito dos cidadãos para a realização de manifestações e reuniões, mas a Associação não concorda. O comício, chamado de “Vigília à luz das velas – Os líderes devem assumir as responsabilidades”, e que tinha como o fim pedir explicações aos SMG estava previsto para anteontem às 19h30 no Largo de Senado. Durante uma conferência da imprensa de ontem, onde a organizadora Cloee Chao referiu que já tinha avisado o IACM na quinta-feira da semana passada, foi dito que a actividade foi interrompida pela polícia quatro vezes e acabou por ser cancelada. Está na lei Segundo a lei, se o carácter da reunião é político ou laboral a antecedência mínima do aviso pode ser reduzida para dois dias úteis. Cloee Chao frisou que o comício que era previsto ser realizado pela Associação é claramente de carácter político, mas segundo a carta do IACM a reunião foi interrompida porque “as pessoas ou entidades que pretendam realizar reuniões ou manifestações com utilização da via pública, de lugares públicos ou abertos ao público devem avisar com a antecedência mínima de três dias úteis e máxima de 15”. O organismo não considera que a vigília da associação possa ser incluído em casos excepcionais, que existem segundo a lei. Na sua acusação ao Ministério Público, a Associação acusa a polícia de interferência no exercer do direito civil. Este domingo, no mesmo horário, a Associação vai realizar de novo a vigília e o IACM será avisado hoje.
Sofia Margarida Mota Manchete SociedadePME mostram-se satisfeitas com ajuda das grandes empresas A cooperação com as PME foi o tema em destaque no fórum que se realizou ontem no MGM Macau. O evento visou concretizar uma plataforma em que os benefícios para ambas as partes sejam evidentes e apelativos. As operadoras de Jogo estavam lá todas e apresentaram os números e projectos em que estão envolvidas [dropcap style=’circle’]T[/dropcap]eve ontem lugar no MGM Macau o “Fórum para as Indústrias de Turismo e Lazer de Macau e a sua Responsabilidade Social”. O evento reuniu as operadoras locais numa apresentação de “serviço feito” no que respeita ao apoio às PME. Na tónica esteve a cooperação crescente entre uns e outros, sendo que representa não só um mote para o desenvolvimento do sector do turismo mas também fonte de benefícios para ambas as partes. A polémica da sobrevivência das PME num mercado cada vez mais dominado pelas grandes superfícies não é novidade e muito têm sido as lutas que se registam um pouco por todo o lado e em prol de um ou outro lado. “Na RAEM há um Fórum que ambiciona crescer e promover as boas relações entre grandes e as PME numa relação “win win” que traz vantagens a todos”. As palavras são de Lei Heong Iok , presidente do Instituto Politécnico Macau (IPM), ao HM, à margem do evento. No encontro, realizado ontem, as operadoras fizeram questão tanto de apresentar as suas iniciativas integradas na plataforma que pretende ser este fórum, bem como os números e resultados advindos das mesmas. O objectivo de promover o empreendimento jovem, de incentivar o consumo de produtos locais, dar azo a uma maior diversidade da economia e turismo e a realização de parcerias com as PME são os pilares partilhados pelas seis operadoras presentes e que mantêm programas especiais em que reforçam os laços e negócios com os retalhistas locais. Desde que o MGM iniciou actividade em Macau que mais de 80% dos produtos e serviços têm sido fornecidos por negócios locais num valor total de 23,3 mil milhões de patacas, segundo dados da empresa. A operadora criou, em Novembro de 2015, a Comissão de Pequenas e Médias Empresas, a primeira do sector de turismo e lazer, de modo a aprofundar e alargar a cooperação com as PME locais. A operadora Sands China tem seguido o princípio da prioridade ao local e em 2015 o investimento em aquisições “Made in Macau” foi de 14,2 mil milhões de patacas. Mais de 90% do valor total da aquisição de bens, realizada pela Galaxy Entertainment Group, nos anos 2014 e 2015, veio de empresas criadas em Macau com um valor superior a 85% do total das aquisição em alimentos e bebidas. Já a Wynn Macau tem vindo a colaborar com as PME locais mesmo antes da sua abertura oficial em 2006. Através do Programa de Parceria para Fornecimento para PME locais, a Wynn providenciou uma lista dos produtos que tem interesse em adquirir em mais de 36 categorias. A companhia tem também organizado bolsas de contacto regulares. Em apenas três meses, desde a primeira bolsa de contacto em Abril e até Junho último, os acordos já abrangiam mais de 200 PME com valores na ordem dos 68 milhões de patacas. A Melco Crown não divulgou números, mas salientou o cumprimento da sua responsabilidade social, tendo como lema “Envidar os esforços conjuntos para o ganho mútuo resultante da cooperação”. De acordo com os princípios da aquisição da Melco Crown Entertainment, as PME locais poderão ser prioritariamente selecionadas “caso os seus produtos tenham o preço, a qualidade e outras condições idênticos aos de outros fornecedores”. Por seu lado, a Sociedade de Jogos de Macau (SJM) dá o seu apoio com o objectivo de criar “emprego para os residentes e melhorar a qualidade de vida da população para promover a harmonia social, proporcionar aos visitantes mais opções e manter recordações históricas”. O valor da aquisição local da empresa atinge 80% do seu valor total. A SJM tomou ainda outras medidas para apoiar as PME locais. A título de exemplo a operadora refere a disponibilização do Kam Pek Community Centre às empresas pequenas, para que possam organizar as suas actividades culturais e recreativas. Outra medida que a operadora considera de relevo é a redução e isenção de rendas e melhoramento da forma de pagamento para as PME. PME satisfeitas A importância das PME no desenvolvimento económico da região e na criação de postos de trabalho foi ponto assente no evento de ontem. Na RAEM, 90% das empresas registadas são PME, pelo que na opinião do presidente do IPM o investimento por parte dos “grandes” é “sem sombra de dúvida, um forte contributo para o desenvolvimento das mesmas”. O turismo e lazer é considerado um pilar da economia de Macau e as indústrias do sector têm prestado apoio e colaboração à implementação das respectivas políticas do Governo. No Fórum, o sector apresentou as medidas que apoiam as PME e os casos concretos que permitem aos participantes conhecer detalhadamente os resultados do desenvolvimento comum entre as indústrias de turismo e lazer e as PME. Além de proporcionar às PME locais oportunidades de negócios, o sector ainda ajuda os “mais pequenos” a enriquecer as experiências e aumentar a competitividade. Exemplo disso é a Broadway, empreendimento da Galaxy. Linda Wong, vice- presidente assistente que tem a cargo o departamento de projectos especiais promovidos pelo grupo, dá a conhecer através da apresentação de um vídeo a situação “vencedor –vencedor” testemunhada por três das empresas que ali detêm o seu negócio. Sendo todas dedicadas a serviços alimentares, dois dos restaurantes apresentados sublinham que “apesar dos receios contratuais que sentiram no início avançaram para o aluguer de espaço naquela localização integrados no projecto de apoio a PME”. Como tal, o grupo deu início a todo um plano de acção que incluiu formação nas áreas de gestão, marketing, finanças, segurança e higiene que, segundo os proprietários, foi “uma grande mais valia”. Um dos testemunhos afirma que foi ainda “uma possibilidade de aprender “novas técnicas gastronómicas que possibilitaram a renovação da ementa”. “Os pratos são os tradicionais mas com outro ar”, afirma, são “mais apelativos e logo mais vendáveis”. Já a proprietária de um pequeno quiosque situado no espaço da Broadway dedicado às PME locais e que vende doçaria e pequenos snacks diz satisfeita que “aquele espaço tem como vantagem a animação de rua promovida pela operadora”, sendo que “com animação os clientes são mais e acabam por se rentabilizar melhor o negócio”. Fruta com sorte O HM apenas encontrou no evento uma PME local, a Luxury Fruits & Gifts. Os proprietários são marido e mulher que, depois de “se cansarem de trabalhar na indústria do jogo resolveram dar um novo rumo à vida”, como afirmam. A ideia que veio a concretizar-se foi a abertura de uma loja de fruta, que neste momento é fornecedora de um restaurante japonês que integra o espaço do MGM. Para a esposa, “este tipo de iniciativas são muito importantes. Estavam ali a convite do MGM e também para prestar depoimento no evento acerca do seu sucesso. Para o casal a ajuda dada pelas grandes empresas tem sido muito importante porque representa também “uma oportunidade de aprender e cooperar com as empresas grandes e experientes”, como afirmam ao HM. Já o marido, em palco, falava das dificuldades que sentiu e como este contrato de venda de produtos ao restaurante do MGM foi um passo importante para o “pulo da pequena empresa” ao mesmo tempo que incentiva os jovens a “arriscar mais nos seus negócios e a procurarem nesta plataforma uma forma de ajuda e trampolim para voos mais altos e seguros”. Novo alinhamento O vice-presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau, Choi Kam Fu, afirmou, na sua intervenção, que “o período de ajustamento económico que Macau está a viver contribui para o acelerar do ritmo de reestruturação industrial e diversificação económica”, lê-se num comunicado. Para a FAOM, as PME locais desempenham um papel importante na promoção da diversificação económica adequada e no constante desenvolvimento económico da região. A Federação acredita ainda que os planos e programas que as indústrias de turismo e lazer lançaram para estreitar a cooperação com as PME locais, são complementares às medidas promovidas pelo Governo sem deixar de referir os tempo que se avizinham: a “inauguração de grandes complexos localizados em Cotai, prevista para o segundo semestre do ano corrente, trará ainda mais oportunidades de negócios às empresas locais”, refere. Já o professor-adjunto Zhou Jinquan, do Centro Pedagógico e Científico na Área do Jogo do IPM, salientou também citado em comunicado que “o Fórum para as Indústrias de Turismo e Lazer e a sua Responsabilidade Social que teve o início em Abril do ano corrente despertou a atenção da comunidade de Macau”. Na sequência desta edição com o lema “Apoios às Pequenas e Médias Empresas Locais para o Desenvolvimento Comum” fica a promessa que mais virão com o intuito de “intensificar o intercâmbio do sector do turismo e lazer e que permitirão a residentes e visitantes conhecer os trabalho que o sector tem realizado no cumprimento da sua responsabilidade social bem como os afeitos que daí vêm”. Tudo, pela almejada diversificação económica, desenvolvimento comunitário e pela “caridade pública de Macau”.
Sofia Margarida Mota EventosArmazém do Boi apresenta caligrafia de Aquino da Silva [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]caligrafia não é uma arte que se resuma às técnicas milenares que pautam a escrita em caracteres. No ocidente o “bem escrever” também é uma mestria e Aquino da Silva vem a Macau apresentar isso mesmo. A “The Renaissance of Pen and Ink – Exhibition of Calligraphy and Lettering Art” é a exposição que inaugura a 13 de Agosto no Armazém do Boi. A mostra, dedicada ao renascimento da escrita com caneta e tinta, insere-se no segundo evento do programa New Art People Project 2016 e traz à casa Aquino da Silva e os seus trabalhos e conhecimento. “Aquino é um dos poucos artistas que utilizam a caligrafia criativa na língua inglesa”, afirma o Armazém do Boi em comunicado de imprensa. O artista com formação em Design Gráfico é entusiasta da arte de pintar e escrever à mão. Faz parte do seu trabalho explorar as texturas dos diferentes papéis e dos diferentes traços. Após alguns anos de exploração e estudo, Aquino da Silva atribui uma perspectiva comercial à caligrafia atribuindo-lhe uma maior exposição . Na presente exposição, Aquino da Silva confere à caligrafia uma “nova dimensão”. O artista passa a explorar as combinações da escrita com cerâmica e utensílios do dia a dia, num processo de fusão e criação de instalações em que funde o trabalho da caligrafia com o juntar de peças partidas. O público estará perante uma exposição muito além de uma mostra de palavras em Inglês. Tem à sua frente objectos que ganharam uma nova vida com a aplicação caligráfica. Para uma melhor preparação, Aquino esteve no Japão, antes de conceber esta exposição, a produzir as suas próprias peças em cerâmica. Chegou também a criar objectos em madeira no pátio do Armazém do Boi. No seu conjunto, o artista concebeu uma mostra que mistura arte, artesanato e experimentalismo. Aquino da Silva vai também realizar três workshops nos dias 20 e 21 de Agosto e 4 de Setembro, onde partilhará os seus conhecimentos relativos a conceitos básicos aplicados à caligrafia ou a aplicação de força na arte da escrita. A exposição estará patente até 18 de Setembro e conta com entrada livre.
Hoje Macau BrevesIC abre bolsas para Design de Moda O Instituto Cultural (IC) lança novamente o Programa de Subsídios à Criação de Amostras de Design de Moda, cujas candidaturas estão abertas e terminam a 26 de Agosto, exactamente às 17h00. Este programa atribui oito bolsas, num valor que pode ir até às 60 mil patacas. Existe desde 2013 e tem por objectivo promover, apoiar e desenvolver o design de moda e a criatividade locais, bem como incentivar os designers a elaborarem planos de marketing que lhes permita dar o salto além fronteiras. Segundo nota de imprensa, uma das razões do concurso é que os designers se envolvam em actividades comerciais e exposições de moda no território e no estrangeiro, contribuindo para o aumento do prestígio e da competitividade deste sector.
Hoje Macau BrevesDia aberto nas zonas ecológicas do Cotai O dia aberto ao público das Zonas Ecológicas do Cotai realiza-se durante os dias 13 a 27, pelas 10h00 e pelas 15h00. Este encontro mensal conta com número máximo de cem vagas. Para participar no evento é necessário fazer a inscrição a partir de hoje, através da linha verde da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) – 28762626 – ou da página do organismo. Não existe prazo para as inscrições, uma vez que estas terminam assim que as vagas forem preenchidas. O passeio tem a duração de duas horas e convida os participantes a visitarem duas zonas ecológicas, uma delas de acesso reservado. O grupo será sempre acompanhado por guias que vão dando explicações sobre a natureza envolvente.
Andreia Sofia Silva Manchete ReportagemTailândia | Vence o “Sim” à Constituição proposta pela Junta Militar O país das praias e dos sorrisos vai ter uma nova Constituição proposta pela Junta Militar, que actualmente governa o país. Após um período sem debates públicos sobre o tema e com detenções de activistas, aguarda-se um novo caminho político na Tailândia [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]olémicas à parte, a decisão foi democrática. É o primeiro pensamento de Suraphou Kanyukt, jovem tailandês a residir em Macau. Deixou o seu país há alguns anos, para mudar de vida noutro lugar, e é à distância que encara o referendo de domingo, que decretou o “Sim” a uma nova Constituição, proposta pela Junta Militar. Cerca de 61% dos eleitores escolheram uma mudança na Constituição, contra 38% dos votos contra. No total, 23 províncias tailandesas votaram contra, cinco das quais situadas a norte do país. Este foi um referendo bastante participado, já que 94% dos eleitores registados se dirigiram às urnas. Cerca de 50 milhões de pessoas estavam registadas para votar no referendo sobre a nova Constituição, redigida por um Comité de 21 membros eleitos pela Junta Militar e que foi criticado pelos principais partidos do país e organizações internacionais. “Diria apenas que se o resultado foi este temos de o respeitar”, disse ao HM Suraphou Kanyukt. “Espero que possamos ter uma melhor Tailândia, com o crescimento da economia. É isso que eu verdadeiramente espero que aconteça”, acrescentou. Na região norte o “Não” dominou por se tratar da base principal do partido deposto pelo golpe de Estado de 2014. Yingluck Shinawatra, líder do Pheu Thai e deposta do poder em 2014, já fez uma declaração pública após a vitória do “Sim”, referindo que aceita os resultados e que não está surpreendida. Para Shinawatra este é, contudo, um resultado que traz um retrocesso à Tailândia, por ter sido aprovada uma Constituição, que a seu ver, não é democrática. O primeiro-ministro e líder da Junta Militar, Prayuth Chan-ocha, referiu que a participação no referendo “é uma parte do processo da agenda do Governo em prol da participação da população no progresso da Tailândia, em prol da implementação de reformas políticas democráticas”. “O Governo tudo vai fazer para levar a cabo este resultado e fazer os possíveis para ter em conta as preocupações e providenciais soluções sustentáveis para os problemas políticos do país”, disse ainda. Contra a corrupção A Tailândia já teve 19 constituições, quase todas substituídas depois da intervenção dos militares, desde o final da monarquia absolutista, em 1932. Os militares tomaram o poder num golpe de Estado em 2014 e estabeleceram a aprovação da nova Constituição como um passo prévio para convocar eleições e restabelecer a democracia. A proposta de Constituição que foi a votos terá sido feita a pensar na luta contra a corrupção. Entre os pontos mais polémicos está a criação de um Senado nomeado pela junta militar e do qual dependerá a aprovação de leis ou a designação de titulares de diversos cargos, incluindo judiciais. Será ainda o Senado a decidir a composição de organismos chave, como é o caso da Comissão Anti-Corrupção ou o Tribunal Constitucional. Os críticos referem que a proposta debilita o Governo e os cargos eleitos e consolida o poder dos militares e organismos estatais controlados por burocratas da vida política do país. Antes da realização do referendo foram proibidos os debates públicos sobre a proposta, fossem a favor ou contra o texto, e nas últimas semanas foram perseguidos e detidos todos aqueles que apelaram ao voto no “não” à nova Constituição. Foi também encerrada uma cadeia de televisão. Dada a proibição de qualquer debate público, a informação sobre a nova Constituição limitou-se a pouco mais do que os folhetos distribuídos pela Comissão Eleitoral, cuja imparcialidade é questionada. Os textos nos folhetos insistiam na “felicidade” que espera a Tailândia com a nova Constituição em vigor, que tem como objectivo “impedir que pessoas desonestas façam política”. A criação de um Senado não eleito ou as limitações que serão impostas aos partidos políticos não merecem referência. “Clima de medo” A organização de defesa dos Direitos Humanos Amnistia Internacional – em linha com diversas denúncias da comunidade internacional – apontou no sábado “o clima de medo” criado pela Junta Militar com a “constante criminalização da dissidência pacífica, desenhada para silenciar os pontos de vista de que as autoridades não gostam”. “Se as pessoas não podem dizer aquilo que pensam com liberdade ou participar em actividades políticas sem medo, como é que podem envolver-se sinceramente com este referendo?”, questionou ainda o sub-director para o sudeste asiático da Amnistia Internacional, Josef Benedict, num comunicado. A Amnistia alertou para a ocorrência de violações generalizadas dos Direitos Humanos durante o período de campanha do referendo. As últimas duas semanas terão ficado marcadas pela perseguição e detenção de dezenas de opositores à proposta, depois de terem sido proibidos quaisquer debates públicos sobre o texto. A organização de defesa dos Direitos Humanos denunciou “o clima de medo” criado pela junta militar com a “constante criminalização da dissidência pacífica, desenhada para silenciar os pontos de vista de que as autoridades não gostam”. O HM tentou obter uma reacção junto da sede da Amnistia Internacional em Banguecoque, mas até ao fecho da edição não foi possível obter resposta. O HM tentou ainda contactar com mais tailandeses residentes em Macau mas ninguém se mostrou disponível para falar. Números 61% dos eleitores escolheram uma mudança na Constituição 94% dos eleitores registados foram às urnas “Boa para economia” O governador do Banco da Tailândia, Veerathai Santiprabhob, disse, citado pela agência Reuters, que uma nova Constituição será algo positivo para a economia e para atrair investimento para o país. “Será bom para a economia no segundo semestre, bem como para atrair investimentos privados que possam vir do país ou do estrangeiro.” A meta da estabilidade Especialistas ouvidos pela agência Associated Press referem que estes resultados não são, afinal, surpreendentes, dado o clima de instabilidade que o país tem vivido nos últimos anos. Os tailandeses parecem querer viver em paz e uma nova Constituição poderá significar isso mesmo. Puangthong R. Pawakpan, professor de Ciência Política da Universidade Chulalongkorn University, em Banguecoque, considerou que grande parte das pessoas que votaram a favor acreditam mesmo que uma nova Constituição poderá resolver os problemas de corrupção. “Pensam ainda que assim que existir uma Constituição vão haver novas eleições e os militares irão deixar o poder. Isso mostra a profunda falta de confiança que existe nos políticos.” Prajak Kongkirati também docente de Ciência Política da Universidade Thammasat, em Banguecoque, fala de um cenário em que as pessoas procuram a estabilidade para o seu país. “Os eleitores simplesmente compraram o discurso da Junta Militar, que fala do facto da Tailândia necessitar do poder militar para ter estabilidade durante o período de transição. Os eleitores simplesmente acreditam nas fortes regras militares e no novo regime semi-autoritário que tem sido levado a cabo pelos militares, que podem prevenir confrontos políticos e de rua que têm sido uma realidade na Tailândia nos últimos anos. É claro que aqueles que votaram o Sim não leram a Constituição de forma detalhada. Olharam para o panorama geral e aceitaram que o novo sistema levará os militares, tribunais e organismos independentes a fiscalizar os políticos eleitos. É um voto de ansiedade sobre o futuro.”
Angela Ka PolíticaCondomínios | Lei “prejudica interesse” do conselho de condóminos Um grupo de proprietários aponta problemas na nova lei dos condomínios que, dizem, prejudicam severamente os interesses dos membros das associações dos condóminos. As “responsabilidades são demasiado grandes” [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m grupo formado por conselhos de proprietários de prédios queixa-se de injustiça e iniquidade na proposta do Regime Jurídico da Administração das Partes Comuns do Condomínio. O colectivo diz que os membros de associações de condóminos estão a sair prejudicados, com a lei que a Assembleia Legislativa (AL) tem nas mãos. Numa conferência de imprensa feita no domingo, o conselho disse que iria entregar sugestões ao hemiciclo. Em causa está, principalmente, o facto de que os proprietários terem de se responsabilizar pelos danos causados às partes comuns do condomínio, ou se os moradores violarem as responsabilidades definidas pela lei. Quanto a isso, o conselho considera que este defende excessivamente os interesses individuais dos proprietários, mas prejudica “severamente” os interesses dos membros da associação de condomínios, que são também proprietários mas que também “participam nos assuntos comuns relativamente à gestão da habitação”. Os representantes frisam que membros destas associações fazem os seus trabalhos sem receber pagamento e que a maioria deles não possui conhecimentos jurídicos, nem experiência na gestão de habitação. Ora, a proposta implica que as negligências e imperfeições nos trabalhos das associações dos condóminos sejam alvo de punições. O conselho vai entregar as sugestões à Assembleia Legislativa e assegura que não põe de lado a hipótese de despedimentos em massa, para provar a sua insatisfação. A gestão das partes comuns do condomínio de edifícios é agora da total responsabilidade dos proprietários, se a lei se mantiver como foi aprovada, em 2014.
Claúdia Tang PolíticaDeputado preocupado com mais aumentos no Terminal da Taipa [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]orçamento do Terminal da Taipa já aumentou quase seis vezes, algo que incomoda Ng Kuok Cheong, que quer saber a razão para o aumento e quanto mais dinheiro pretende o Executivo gastar com obras futuras. O deputado falava depois de uma visita organizada pelo Governo de apresentação das novas infra-estruturas aos deputados, no dia 4 de Agosto. No local, o pró-democrata ficou a saber que o orçamento aumentou de 500 milhões para 3,8 mil milhões de patacas, quase seis vezes mais do que o previsto. O Terminal entra em funcionamento no ano que vem. Numa interpelação escrita, Ng Kuok Cheong acusa o Governo de, nos últimos sete anos, ter andado a sempre a mudar de ideias face ao terminal “por baixo da mesa”, tendo passado este espaço de um local provisório a um auxiliar e, finalmente, para um terminal principal. O deputado pede, por isso, uma justificação do Governo e previsões sobre quanto mais dinheiro vai ser gasto. “Porque é que se escolheu este terminal como um terminal principal que lidará com mais passageiros entre todos os terminais desde a transferência de Macau? A decisão é apoiada por alguma análise à rentabilidade económica?”, interpelou. “E como é que o departamento que tomará conta do terminal vai preparar-se para resolver o problema de despesas de manutenção e o desafio do grande número de passageiros depois da construção da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau?” O deputado diz ainda que “não há qualquer informação sobre o problema das despesas de manutenção”.
Claúdia Tang PolíticaDeputada exige lei sobre venda de comida online [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]deputada Kwan Tsui Hang exige que o Governo aperte o controlo e a fiscalização quanto à venda de comida pela internet, propondo mesmo a elaboração de uma legislação sobre a matéria. “Vai o Governo considerar a elaboração de legislação sobre a venda de comidas online, por forma a gerir o sistema de segurança alimentar em Macau?”, questionou numa interpelação escrita entregue ao Executivo. Segundo dados referentes ao mês de Julho, citados pela deputada, são já cerca de 50 as lojas que vendem ou produzem géneros alimentícios que não estão disponíveis em espaços físicos. Cerca de 16 delas já fizeram o seu registo no “plano do sector dos produtos alimentares”, sendo que outras confirmaram terem encerrado o negócio. O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) garantiu que vai continuar a supervisionar os websites que ainda não estão registados e a gerir os espaços físicos de venda de comida para fora. Kwan Tsui Hang pretende saber se a fiscalização vai continuar após o registo. “Como é que serão feitos o controlo e as inspecções aos produtos, locais de conservação e confecção dos alimentos?”, questionou. O “Plano de registo do sector de produtos alimentares” foi criado em Março, mas o registo das lojas não é obrigatório. Kwan Tsui Hang alertou para o facto de nada ser feito com as lojas que não estão registadas, tendo chamado ainda a atenção para a falta de fiscalização das lojas físicas. Só após incidentes alimentares é que são feitas inspecções, acrescentou a deputada, que considera ainda que nada poderá garantir a saúde da população. “Face às lojas que não estão registadas no plano, quais as medidas que as autoridades possuem para garantir a segurança alimentar?”, rematou.
Angela Ka SociedadeAnalistas querem políticas sobre altura dos edifícios [dropcap style=’circle’]V[/dropcap]árias figuras ligadas ao meio político e do urbanismo, ouvidas pelo Jornal do Cidadão, consideram que a definição da altura máxima dos edifícios a construir em Macau é algo que deve ser mais discutido e ponderado, por ser uma matéria que envolve o património cultural, o planeamento urbanístico e o meio ambiental. Já o deputado Ng Kuok Cheong fala na necessidade de se manter a Lei da Sombra. Recentemente um membro do Conselho da Renovação Urbana (CRU), ligado ao sector da construção, defendeu que o Governo deve repensar a altura máxima dos edifícios, por forma a alargar a capacidade proporcional da zonas a serem alvo de renovação. Caso contrário, não vão existir incentivos suficiente para que os proprietários participem no processo, diz. Lam U Tou, ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) e também membro do CRU, considerou que a definição de uma altura máxima dos edifícios será feita com base à análise da zona, das suas estruturas e densidade populacional. “Se for acrescentada uma altura máxima em zonas antigas e com elevada densidade populacional, isso só vai criar mais problemas e aumentar ainda mais a população a residir nessas zonas”, disse ao jornal chinês. Das prioridades Para Lam U Tou, os trabalhos do CRU devem basear-se no princípio do “tratamento prioritário dos problemas fáceis”, sugerindo que seja colocado em primeiro lugar a renovação dos edifícios em risco de queda. Lam U Tou pede ainda que sejam tidas em conta as questões fiscais, já que os proprietários, mesmo que concordem com a renovação do prédio, necessitam de pagar o imposto de 200 mil patacas novamente, aquando do regresso ao novo apartamento já reconstruído. Já o deputado democrata Ng Kuok Cheong considera que o mais importante é manter a Lei daS, defendendo que os construtores devem ter limites para os seus interesses no sector imobiliário. “A regulação da Lei da Sombra dos edifícios permite manter uma relação saudável entre a cidade e o meio ambiente, permitindo a passagem da luz solar e do ar. O Governo deve garantir a lei da sombra”, defendeu ao Jornal do Cidadão. Ng Kuok Cheong referiu ainda que é necessária uma discussão aberta por parte do CRU para uma nova definição da altura dos edifícios.
Sofia Margarida Mota Manchete SociedadeAcidente de autocarro faz 32 feridos e desaloja residentes [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma mulher em estado crítico e mais duas em estado grave é o balanço de um acidente ocorrido ontem na Rua da Entena. A informação foi dada ontem por Ma Hok Cheung, director do Hospital Kiang Wu, em conferência de imprensa. A estas vítimas que se encontram na Unidade de Cuidados Intensivos, juntam-se mais seis pessoas hospitalizadas com múltiplas fracturas, sendo no total 30 os feridos que resultaram do acidente. Todos integravam uma excursão que passava em Macau e eram provenientes da China continental. A chamada que dava conta do acidente, que aconteceu ontem por volta da hora do almoço, chegou aos Bombeiros pelas 14h40, como afirmou Chao Ka Cheong, segundo-comandante. Um autocarro de turismo desceu a rua sem o condutor lá dentro e chocou com um edifício, mas as causas ainda não foram definitivamente apuradas. Para Wong Chi Fai, segundo-comandante substituto da PSP, e tendo em conta uma primeira investigação, o acidente terá ocorrido porque o travão de mão não funcionou ou poderá não ter sido activado. Segundo a PSP, o motorista terá saído do veículo por ter sido “alegadamente atingido por um outro nas traseiras do autocarro”. Ao sair, pode não ter levantado o travão de mão, o que fez com que o autocarro começasse a descer a rua tendo acabado por colidir violentamente com um pilar mestre de um prédio. Sem casa O prédio em que o autocarro embateu foi de imediato evacuado. Aquando do acidente encontravam-se no edifício dez pessoas. Neste momento, e segundo Li Canfeng, Director dos Serviços de Solos, Obras Públicas Transportes, vai ter lugar uma inspecção ao edifício para averiguar a sua segurança através da monitorização das estruturas. Esta monitorização está a ser levada a cabo por máquinas até existirem condições de segurança para que possam entrar equipas no terreno. Até lá, as famílias não poderão entrar em casa por razões de segurança, pelo que o Instituto de Acção Social está a disponibilizar alternativas e, até ontem, quatro famílias precisaram de ser acolhidas. O motorista é local, tem mais de 50 anos e conta com anos de experiência, como afirma a PSP. O autocarro é novo e só começou a ser conduzido a partir deste ano. As vítimas em estado grave receberam a visita do Chefe do Executivo, Chui Sai On, no Hospital Kiang Wu.
Joana Freitas Manchete SociedadeEconomia | Anselmo Teng admite baixo interesse pelo consumo em Macau Ano de oportunidades e desafios para a economia, depois de, no ano passado, as receitas públicas terem descido 29,7% face a 2014. A cooperação está em cima da mesa como forma de alcançar oportunidades [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]ste ano é de oportunidades e desafios para a economia de Macau. É o que diz o presidente da Autoridade Monetária de Macau (AMCM), no último relatório anual do organismo, onde se pode constatar que as receitas públicas somaram um pouco mais de 109 mil milhões de patacas em 2015, um decréscimo de 29,7% face a 2014. De acordo com o relatório da AMCM, ontem publicado, os desafios da RAEM vão surgir especialmente devido às “incertezas” na economia dos “países desenvolvidos”, mas também por causa da própria economia interna, que passam pelo sector do Jogo e do Turismo. “Podem aparecer situações contrárias às intenções iniciais. A economia local, que se encontra numa fase de ajustamento, é afectada por factores externos e revela uma desaceleração contínua do ritmo de crescimento, emergindo uma nova tendência económica traduzida pela verificação de desafios como a diminuição do número de turistas, baixo interesse pelo consumo, diminuição dos preços dos imóveis e queda das receitas do jogo”, pode ler-se no relatório. Lado positivo No entanto, frisa Anselmo Teng, quando aparecem desafios também aparecem oportunidades. Acordos com as províncias de Guangdong e Fujian, face à participação de Macau em projectos de investimento, foram algumas das tarefas da AMCM no ano passado e que o organismo também quer continuar este ano, principalmente no que “ao desenvolvimento da utilização transfronteiriça do yuan” diz respeito. “Em 2015, a recuperação das principais economias internacionais não conseguiu criar a dinâmica necessária, enquanto a economia do interior da China continuou a crescer, embora a uma taxa desacelerada. Após ter vivenciado expansões rápidas, a economia local entrou num período de ajustamento. No entanto, à luz dos esforços persistentes do Governo para promover a diversificação económica e aprofundar a cooperação regional, o ambiente dos negócios na RAEM manteve-se em boa forma.” Em 2015, o organismo continuou a “fazer investimentos razoáveis no mercado da bolsa dos bancos da China e no mercado de capitais, fortalecendo a estrutura dos activos da carteira das reservas”, sendo que, até finais de Dezembro, os activos da Reserva Financeira totalizaram 345,1 mil milhões de patacas, enquanto os saldos da Reserva Cambial ascenderam a 150,8 mil milhões, aumentos na ordem dos 40% e 14%. Números positivos para Anselmo Teng. “Creio que o sector financeiro continuará, como sucedeu no passado, a actuar em harmonia com a execução das linhas de acção governativa, tendo cada vez mais uma noção realista das crises. Assim, para além do aperfeiçoamento contínuo da gestão do risco, através da criação constante de produtos e serviços, do reforço contínuo da qualidade e da eficácia, do aproveitamento pleno de todas as oportunidades que surgirem, serão prestados mais e melhores contributos, quer para o desenvolvimento saudável, estável e contínuo do sector, quer para a diversificação da economia local.” Finanças em cima De acordo com o relatório da AMCM, as receitas dos impostos directos sobre o Jogo foram mais uma vez “fonte dominante das receitas correntes”, tendo totalizado 93,4 mil milhões patacas, número abaixo do normal devido à quebra das receitas dos casinos. Em contraste, outros impostos directos registaram um crescimento: por exemplo, as receitas do imposto profissional subiram 18,5% e as provenientes da contribuição predial aumentaram 31,5%. Já as despesas públicas cresceram 22,4% para 80,5 mil milhões de patacas. Responsável por estes números foram os custos dos serviços públicos (que cresceram 12,3%) “devido maioritariamente aos aumentos salariais e às novas contratações de pessoal no sector público”. Estas despesas subiram até 10,1 mil milhões. Já a compra de bens e serviços decresceu 6,5% para 3,8 mil milhões, numa descida que a AMCM atribui à implementação de medidas de austeridade pelo Governo. No que aos apoios diz respeito, onde se encaixa o Plano de Comparticipação Pecuniária e o Programa de Comparticipação nos Cuidados de Saúde, fizeram aumentar os custos em 7,2%, para 11,3 mil milhões de patacas. Na mensagem que acompanha o relatório, o presidente da AMCM fala ainda de uma economia que, em 2015, entrou em fase de ajustamento, mas onde a cooperação com outros países – nomeadamente a China continental – teve e terá um papel importante a desenvolver. Com os negócios bilaterais, diz Anselmo Teng, Macau poderá engrenar num desenvolvimento “saudável, estável e contínuo”. Teng assegura que o sistema bancário continuou a manter uma boa qualidade dos seus activos e as operações em yuan têm vindo a desenvolver-se de forma estável, ainda que, em finais de Dezembro de 2015, os depósitos nesta moeda tenham diminuído quase 40%. O relatório mostra ainda que a AMCM interpôs quatro processos a entidades bancárias, relacionados com supervisão, mas não avança detalhes.
Hoje Macau DesportoDjokovic afastado e recordes na natação. Phelps com 23ª medalha Segunda feira dia 8 não faltaram emoções no parque olímpico. A maior delas vem do ténis, com o sérvio Novak Djovic afastado da competição. O halterofilista chinês ganhou a medalha de ouro e o Kosovo arrecada a sua primeira medalha olímpica. Ginasta portuguesa alcança melhor resultado de sempre em ginástica artística [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]omo em todas as edições dos Jogos Olímpicos há surpresas boas e surpresas más. Pegando na última, temos a queda do líder do “ranking” mundial de ténis, o sérvio Novak Djokovic, afastado da competição por Del Potro, numa reedição do encontro de há quatro anos, onde o este já tinha manifestado superioridade. O argentino defrontou então o tenista português João Sousa, na noite de ontem, (hora de Macau) depois de também ele, ter seguido em frente na prova, não se sabendo o resultado até o fecho desta edição. As irmãs Williams, detentoras do título de pares femininos foram também eliminadas pela dupla Lucie Safarova e Barbora Strycova, da República Checa. Os detentores dos títulos individuais, o britânico Andy Murray, vencedor do sérvio Viktor Troicki, e Serena Williams, que afastou a australiana Daria Gavrilova, não se deixaram bater e continuam na corrida a nova medalha de ouro A selecção do Brasil continua também a desiludir não indo além de um empate a zero, quer frente à África do Sul, quer frente ao Iraque, adiando para a terceira jornada o apuramento para os quartos de final. Tempos superados Comecemos pela natação. O britânico Adam Peaty a sagrar-se campeão olímpico dos 100 metros bruços e a voltar a baixar o recorde do mundo, que já tinha batido na primeira eliminatória, estabelecendo-o agora em 57,13 segundos. Michael Phelps volta a surpreender conquistando a 19ª medalha de ouro ao integrar a estafeta 4×100 metros livres. No total o norte americano já arrecadou 23 medalhas olímpicas. A sua compatriota Katie Ledecky esteve em grande destaque nos 400 metros livres, sagrando-se campeã olímpica com a marca de 3.56,46 minutos, numa jornada em que caiu também o recorde do mundo dos 100 metros mariposa, com Sarah Sjostrom a conquistar a primeira medalha de ouro feminina para a Suécia na natação. Também o Kosovo recebeu a sua primeira medalha olímpica. A campeã de judo de etnia albanesa é dominadora absoluta no escalão de 52 kg, desde há quatro anos. Campeã em 2013 e 2014 só deixou escapar o ano passado, ao falhar o mundial devido a uma lesão. Para que não restassem dúvidas, ontem bateu nas meias-finais a japonesa Misato Nakamura, a campeã do ano passado. Na final de ontem, ganhou por ‘yuko’ à italiana Odette Giuffrida, ficando as medalhas de bronze para Nakamura e para a russa Natalia Kuziutina. A equipa da Itália foi bafejada pela sorte e juntou às medalhas de ouro e prata do judo, a medalha de ouro no florete masculino em esgrima e a medalha de bronze de Elisa Longo Borghini na prova de fundo de ciclismo de estrada. A campeã é a holandesa Anna Van Der Breggen e a vice-campeã a sueca Emma Johanson. Wu Minxia, saltadora chinesa fica na história da competição ao sagrar-se pela quinta vez campeã, agora de parceria com Shi Tingmao, no trampolim de três metros, sincronizado. A equipa sul-coreana feminina de tiro com arco, estende para oito a série de sucessos olímpicos. Já campeã nas equipas masculinas a Coreia do Sul é dominadora absoluta desde que a modalidade regressou ao programa olímpico, em 1988. Pesos de ouro O halterofilista chinês Long Qingquan conquistou ontem a medalha de ouro da categoria de 56 kg e ao mesmo tempo obteve um recorde do mundo de 207 kg no total olímpico. Long, de 25 anos, bateu por quatro quilos o norte-coreano Om Yun-Chol, detentor do título. A medalha de bronze foi para o tailandês Sinphet Kruaithon, que levantou um total de 289 kg. A melhor de sempre A portuguesa Filipa Martins mostrou-se satisfeita com a sua prova depois de ser 37.ª na qualificação do ‘all around’ da ginástica artística dos Jogos Rio 2016 . A melhor pontuação foi alcançada na trave, com 13.833, seguindo-se os 13.660 nas paralelas assimétricas, os 13.433 no solo e os 13.336 no cavalo. A atleta portuense obteve a melhor participação de sempre de uma ginasta portuguesa numa prova de ginástica artística. Mas ainda assim foi insuficiente para chegar à final do concurso completo. Secretário na abertura Alexis Tam, assistiu, no dia 6 de Agosto, à abertura dos Jogos Olímpicos. Acompanhado de uma delegação do Comité Olímpico de Macau, participou num jantar de confraternização entre presidentes olímpicos de vários países como Portugal, Timor –Leste e, Cabo-Verde e Moçambique. Entre outros. Macau preside à organização das Associações dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP)desde 2009. A ACOLOP tem nos Jogos Olímpicos 700 atletas. Durante a estadia o Secretário aproveitou para visitar a aldeia olímpica e as instalações desportivas adaptadas especialmente para albergarem os Jogos Olímpicos e Para-olímpicos.
Angela Ka SociedadeTerrenos | Concessões sem concurso “offline” ao fim de 15 dias Os registos das concessões de terrenos sem concurso público são apagados do website da DSSOPT ao fim de 15 dias. A FAOM e o deputado Ho Ion Sang criticam a decisão [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Lei de Terras determina que as informações referentes à concessão de terrenos sem concurso público devam ser publicadas no website da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). Mas três anos depois da entrada em vigor da nova lei, os registos de oito terrenos concessionados por esta via foram apagados do website da DSSOPT ao fim de quinze dias, escreveu ontem o jornal Ou Mun. Lam U Tou, secretário-geral da Associação Choi In Tong Sam, da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), e Ho Ion Sang, deputado que preside à Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas da Assembleia Legislativa (AL), defendem que a retirada das informações prejudica o princípio de informação ao público. Ambos pedem que o Governo melhore o processo administrativo para que as informações continuem online. O Ou Mun escreve ainda que já existem novos terrenos concedidos sem concurso público, cujas informações foram publicadas em Boletim Oficial (BO) mas continuam sem estar publicadas no website da DSSOPT. Questionado pelo jornal de língua chinesa, o organismo confirmou que as informações ficam disponíveis apenas por um período de 15 dias, sendo depois apagadas para “evitar a confusão” de quem as lê. Lam U Tou considera esta explicação “irracional”, já que, para o responsável da Associação ligada à FAOM, é possível à DSSOPT organizar e separar as diferentes informações. “O facto de não se publicar as informações antigas traz ainda mais confusão ao público”, apontou. Já o deputado Ho Ion Sang exige mudanças nos procedimentos adoptados, para que as informações “estejam sempre disponíveis”. O deputado citou ainda explicações da DSSOPT, que garantem que três terrenos foram concedidos sem concurso para a construção de três postos de abastecimento de energia eléctrica, algo que está dentro do princípio de interesse público. Quanto aos restantes casos, cujo pedido visa fins habitacionais ou comerciais, não é possível analisar.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Milhares em protesto contra projecto nuclear franco-chinês [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ilhares de pessoas protestaram numa cidade do leste da China contra um projecto de construção de uma fábrica franco-chinesa de tratamento de resíduos nucleares, indicaram moradores à AFP. Os residentes denunciaram uma repressão violenta por parte da polícia, que entretanto negou a acusação. Os habitantes de Lianyungang, uma localidade situada 480 km a norte de Xangai, protestaram no fim de semana em frente de edifícios públicos. “Eram vários milhares”, informou à AFP o funcionário de um hotel que pediu o anonimato. Os manifestantes são contrários à proposta de construir no distrito uma fábrica de resíduos nucleares, temendo eventuais efeitos nocivos. Outro habitante, Xu, descreveu “confrontos violentos entre a polícia e os manifestantes”. As redes sociais chinesas divulgaram fotos de uma grande multidão reunida na praça pública e cercada por centenas de policias. As autoridades policiais locais negaram esta segunda-feira, através da internet, um “rumor” que apontava a morte de um dos manifestantes pela violência policial. A francesa Areva assinou há um ano com o gigante nuclear chinês CNNC um protocolo de acordo no âmbito de um projecto de desenvolvimento de uma fábrica de tratamento e reciclagem de combustíveis usados na China, embora não tenha divulgado a sua localização. Os moradores de Lianyungang, localidade portuária da província de Jiangsu, temem que a sua cidade seja a escolhida para sediar esta fábrica de tratamento, já que o grupo CNNC constrói actualmente uma nova central nuclear não muito longe dali.
Joana Freitas SociedadeGoverno adjudica empreitada a empresa de Judas Ung [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s residências de Santa Sancha vão ser remodeladas pela Companhia de Construção Vantagem. O anúncio foi ontem publicado em Boletim Oficial, num despacho assinado por Chui Sai On, Chefe do Executivo. As obras dizem respeito à concepção de um projecto e remodelação do complexo residencial dos Secretários, parte do palácio. No total, o Executivo vai pagar mais de 54,1 milhões de patacas pela empreitada, que chega depois de um processo de consulta a diferentes empresas e de diversas outras obras feitas no Palácio de Santa Sancha por uma outra empresa cujo administrador é o mesmo que o da Companhia de Construção Vantagem: Judas Ung. Em 2015, o Chefe do Executivo autorizou também a celebração de um contrato obras de remodelação das residências governamentais na Rua do Miradouro de Santa Sancha. Estas foram feitas pela empresa Judas Ung E.I., a quem foram pagos 29,9 milhões de patacas. A empresa esteve ainda envolvida em obras de melhoria dos aparelhos de ar condicionado da sede do Governo, em Maio e em Setembro de 2013, e em pinturas das paredes exteriores do palácio. Já em 2010, a empresa foi responsável pelo Projecto de Teste de um Sistema de Energia Solar Fotovoltaica, na Imprensa Oficial. Em 2000, o próprio Judas Ung ficou com a remodelação do edifício da Assembleia Legislativa, que voltou a ter em mãos quatro anos depois para “renovação e reparação”. Já a Companhia Vantagem recebeu, em 2010, a adjudicação da concepção e construção da Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, que foi paga em 15,3 milhões de patacas pelos serviços. A Vantagem pertence, ao que o HM apurou, a Judas Ung e a Ung Su Fan, dois empresários da construção civil. Pelas obras, a empresa é paga em dois anos, sendo que recebe 15 milhões agora e 39 milhões em 2017.
Paulo José Miranda h | Artes, Letras e IdeiasO futuro não tem temporada [dropcap style=’circle’]J[/dropcap]á em Homero, na Ilíada, encontramos o aviso acerca da possibilidade de se perder a vida, e pôr outras a perder, por causa das paixões que nos assolam e às quais não resistimos. Foi assim com a guerra de Tróia, como o foi ao longo de tantas e tantas existências ao longo dos séculos, mais ou menos relevantes para a humanidade, ecoando ou perdendo-se no silêncio de uma vida, como recentemente – tendo a história da poesia como medida – no exemplar De Profundis, de Oscar Wilde. Entregar-se à paixão que se abate sobre si mesmo, ao invés de lhe resistir, de lhe dar luta, pode levar-nos à responsabilidade da guerra de Tróia ou à da perda da nossa própria vida, ou parte dela. E é precisamente nesta tradição, que podemos situar a poesia de Pedro Gonzaga, poeta nascido em 1975, em Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, cidade onde ainda vive. Pedro Gonzaga tem dois livros de poesia editados, ambos pela ArdoTempo, Última Temporada (2011) e Falso Começo (2013). Iremos percorrer a poesia dele, aqui, através do seu primeiro livro, Última Temporada. Se lermos com alguma atenção o título deste livro de poesia de Pedro Gonzaga, entendemos de imediato do que se trata: de um livro que faz apresentações de modalidades em torno da expressão “última temporada” e do que isto possa significar numa alma humana. Por conseguinte, não iremos fazer outra coisa senão falar do título do mesmo, nas suas diversas modalidades de apresentação. A expressão “a última temporada”, assim sem referente determinativo, como no título do livro, é uma expressão com dois sentidos quase opostos, mas que aqui se amalgamam de modo a nos mostrar de um modo privilegiado a vida e a linguagem que expressa essa vida. Passemos então a ver o que está em causa no título do livro. Quando alguém diz “a última temporada” de uma peça de teatro ou a “última temporada” de uma série televisiva, está a dizer que, depois de várias outras temporadas anteriores, depois de vários meses ou vários anos, esta aqui e agora onde estamos é a última. Quer isso dizer que depois desta já não vai haver mais nenhuma. Esta é a última, a derradeira temporada, acabou-se. A derradeira temporada pode muito bem ser a vida de cada um de nós, aquela vida que somos aqui e agora, a que nos carrega ou que com ela carregamos. Assim, A Última Temporada, de Pedro Gonzaga, numa primeira instância remete-nos logo para a vida de cada um de nós, aqui e agora. Mas como “última temporada”, neste sentido, tem necessariamente de ter um antes do agora, isto é, é preciso existir uma ou mais temporadas anteriores para que se afirme “última temporada”, a última temporada aqui não pode ser a vida, pois as pessoas não tem vidas anteriores. Por conseguinte, esta última temporada é a última temporada da vida, aquela a que se atribui, ou alguém atribuiu, ser a parte final da vida de alguém. A vida humana é assim dividida em temporadas pelo título do livro. Aqui não podemos deixar de lembrar o poeta francês Rimbaud e o seu livro Une Saison en Enfer, Uma Temporada No Inferno. Mas aqui trata-se da última parte da vida humana, e não de um interlúdio amoroso mal sucedido. E o escândalo deste título assume aqui a sua extensão máxima, se tivermos em atenção a idade do poeta, trinta e poucos anos, e tratar-se do seu primeiro livro de poesia. Sabemos isso pelos poemas “herança”, onde se pode ler à página 15: “(…) aos 35 anos / com meus dentes perfeitos (…)”; e pelo poema “para além dos bancos de areia prateada”, onde, na página 36, se lê de um modo algo jocoso, nos últimos dois versos: “señor, não se chega impunemente / ao trigésimo quinto inverno”. Por conseguinte, não podemos deixar passar isto em claro, tomar a coisa por irrelevante. Ora, se um poeta regista em um poema a sua idade, 35 anos, e ao mesmo tempo põe o título ao livro de A Última Temporada, é porque, evidentemente, quer que fique claro que a partir de agora é o início do fim. Para trás ficou tudo o resto, todas as outras temporadas, e se boas ou más não importam aqui e agora. Não se pense também precipitadamente que se trata de um livro de despedida, pois o mesmo poeta remata o poema “descobertas”, à página 52, da seguinte maneira: “(…) serei um homem-bomba / até aos noventa anos”. O poeta entende que a última temporada da vida humana é a mais longa ou, pelo menos, pode vir a ser muito mais longa. Longa, aqui, quer dizer infindável. E, ao mesmo tempo, um infinito de perdas. Leia-se em “imperativo”, página 43: se puderes fechar os olhos para o real fecha agora não te preocupes, antes, aproveita hão-de acordar-te os credores a dor no ciático o fingimento da mulher que nunca se entrega Por outro lado, e também como pudemos ler no excerto anterior, não se trata de uma poética do queixume ou de qualquer denúncia situacional ou de adversidade. Não, aqui a denúncia é a da condição humana (e não a de um humano em particular). E a responsabilidade do que se faz com essa condição humana, desconhecendo-a ou dissecando-a, é nossa. No fundo, aquilo que neste primeiro sentido se pode apurar para o título, A Última Temporada, é o seguinte: a partir de agora é que é a sério, a partir de agora é que se vai ver o que a vida é, pois até aqui foi a brincar. A partir de agora a vida é a doer, como se usa dizer, nos embates desportivos. Um segundo sentido que a expressão e o título A Última Temporada parece ter, escrita assim sem qualquer referente definido, é a de “a última temporada” de verão. Por outro lado, a última temporada de verão pode ter ainda dois sentidos distintos, a saber, que essa última, a outra anterior a esta em que estamos, é que foi boa, ou que a última, a anterior foi muito má e esperamos que esta agora seja muito melhor. Julgo que podemos excluir de imediato a segunda subdivisão, pois a análise que se fez em relação à primeira modalidade do sentido da expressão de “última temporada” assim mesmo o obriga. Parece ter ficado claro anteriormente que a “última temporada” a que o poeta se refere não é melhor do que as anteriores. Como ele mesmo termina o penúltimo poema deste livro “versos de agora, versos de antes”: versos de agora, versos de antes vocês sabem que fomos o que duas criaturas humanas juntas não poderão nunca superar Dito de outro modo: fomos o insuperável. Fomos! E fica, já quase no fim do livro este eco interminável em nossos corações: fomos, fomos, fomos, fomos, fomos… Comecemos então pela análise do sentido desta segunda modalidade do entendimento que se faz da expressão que dá título ao livro e que, como iremos ver, ao invés de ser contraditória em relação à primeira será antes complementar. Comecemos por pensar que essa outra temporada, a anterior, cheia de sol e de alegria, não é esta aqui e agora, cheia de chuva e de tristeza. E bem podemos dizer isso, pois leia-se os seguintes versos do poema “estrada”, à página 19: mais uma vez a armadilha mais uma vez o desejo nenhuma certeza subsiste nunca fica mais fácil nada se aprende da estrada percorrida Para além de que nunca ficar mais fácil, reparemos ainda numa questão técnica, como se fosse suplementar, como se a poesia não fosse toda ela a vida exposta com técnica e alguma ternura: Pedro Gonzaga divide os seus poemas em pontuados e não pontuados. Há nos primeiros uma sensação de náusea a que o leitor mais atento não escapa, como se cada vírgula fosse uma curva na estrada, nos levando a contragosto montanha acima. Confira-se isto, por exemplo, no magistral poema inaugural do livro. O poema fala do amor, fala da possibilidade do amor nos acontecer, mas ele é escrito com tantas curvas, com tantas vírgulas, que quando ele termina com os seguintes versos quando alguém me diz Ah, o amor é fácil mal contenho a vontade de cuspir-lhe na cara é um alívio a viagem terminar. Mais: se ele não cuspisse, nós mesmos provavelmente vomitávamos, depois de tanta curva, de tanta e tanta vírgula num poema. Por conseguinte, depois de tanta dificuldade ainda ir escutar alguém dizer que o amor é fácil, ninguém merece, como diz a voz de Deus, a voz popular. É, sem dúvida, um dos exemplos da superioridade poética de Pedro Gonzaga, da mestria com que usa a técnica única com que podia ditar este poema. Mas, no outro poema que falávamos atrás, cujo título se chama precisamente “estrada”, ele retira todas as vírgulas, retira todas as curvas, fazendo deste poema uma estrada a direito, como se a vida fosse isso mesmo, sempre a direito, como se a vida fosse ir de Porto Alegre até à Argentina. Sempre a direito. Ou seja, nossa vida vai daqui ali num instante, ela vai daqui, onde estamos agora, a um imenso e eterno nada, com o desejo pelo meio. O nada aqui, obviamente não é a morte, é não se aprender nada. Iremos sempre daqui para a Argentina para nada, para não se aprender nada. Está bem de ver, então, que esta “última temporada” a que me refiro agora, é a temporada passada, é o passado, é aquilo que já foi um dia, que aconteceu e já não é e já não volta. A primeira modalidade de expressão de “a última temporada” tem os dois pés bem vincados no presente, ao passo que a segunda modalidade de expressão de “a última temporada”, tem a cabeça lá trás, no passado. A primeira é aqui e agora sem referências ao passado, a não ser enquanto lógica linguístico-temporal: se esta é a última é porque teve outra ou outras antes desta. Estas duas “últimas temporadas”, uma que nos mostra a consciência do fim eminente e, a outra, que nos mostra uma anterioridade melhor do que o presente, o aqui e agora, é aquilo de que trata, e muito bem, este livro. Estamos literalmente entre a espada e a parede. A parede é o passado atrás de nós que não nos deixa fugir para o tempo bom, recuar até ele, e a espada é aquilo que aqui e agora nos ameaça, o presente prenhe de um futuro laminoso (e me perdoem o neologismo). De outro modo, e me fazendo de sujeito do livro, passo a dizer: eu entendi que é aqui e agora, aqui onde estou, a última temporada, esta é a minha vida e já nada mais me resta até ao fim senão ir sofrendo cada vez mais, declinando lentamente e estar exposto a todas e mais algumas intempéries usando a técnica e a ternura; por outro lado, ficamos também conscientes de que a temporada passada, a da adolescência, a da juventude é que foi boa e não esta aqui e agora, que se mostra como sendo a última, a última dança. Podemos ler à página 30, nos versos finais do poema “procela”, o seguinte: finis terrae a praia prometida o barulho das folhas ilusório verão Ilusório verão E é como acaba o poema: ilusório verão. Precisa de explicações, ilusório verão? E “procela”, que diz tempestade no mar, precisa de explicações? Mar esse que não é só a vida, é também aqui a vida de um poeta. Aliás, no poema podemos ler estes belos versos, preciosos, testemunhais: há um mar em Camões há um mar em Pessoa Mas querem ver o gume mais afiado da espada que aponta o peito do poeta, esse presente prenhe de futuro de que falámos atrás? Escutemos então, e vejamos como a vida humana só pode ser pior a cada dia que passa, pelo extenso verso com que termina “o baile”: eu sou o medo do dia em que haverei de abraçar o corpo frio de meu pai Há, contudo, vários outros medos que o poeta afirma ser, antes desse medo último, derradeiro. Medo que é também o meu. Medo que causa um arrepio pela existência acima! Mas passemos então agora, e sem demoras, ao centro do vulcão deste livro, aos poema “a primeira rebentação”, e aos seus oito versos finais, e ao poema “em algum lugar”. Comecemos pelo primeiro destes poemas: éramos invisíveis e o que não entendo, minha adorada, enquanto seguem a quebrar as ondas sonoras na praia deserta do presente é quem foram aquelas criaturas que ressurgiram das águas Sim, quem foram aqueles que fomos? Quem éramos nós, que já não estamos aqui? Como é possível haver outros agora ali fazendo de nós? Onde é que fomos parar, que não nos reconhecemos senão naqueles que não somos? Mas o abismo inultrapassável destas modalidades de últimas temporadas, assume a sua expressão mais pungente no poema dedicado a Sérgio Fischer, denominado “em algum lugar”, e que nos leva a um hospital de uma qualquer parte do mundo e à temporada derradeira de alguém (presumivelmente o amigo a quem o poema é dedicado). Leia-se uma vez mais os oito versos finais de um poema, desta feita os versos finais de “em algum lugar”: lá dentro atrás da porta verde está o amigo que um dia amamos, lá está o patrimônio de tantos almoços e cafés na juventude lá estará o tempo de um telefone mudo à cabeceira Repare-se na fantástica transformação do espaço em tempo através do advérbio de lugar “lá”. Começa por dizer o poeta, com uma locução adverbial de lugar, “lá dentro”; lá dentro onde a morte já se instalou e o amigo passa a ser “antes”, através do verso “está o amigo que um dia amámos”. “Um dia”, aqui, é o mesmo que antes, que é o mesmo que nada, pois aquilo que começa por parecer nos colocar num lugar, “lá”, passa a “um dia” e “um dia” passa a nada, através dos penúltimo e último verso “lá estará o tempo” e “um telefone mudo à cabeceira”. O tempo, visto como um telefone mudo à cabeceira, é o perto mais longe do mundo. E ficámos a saber que um telefone que não toca é o tempo mudo. O tempo mudo é o inferno. Assim, e de modo magistral, a vida humana passa de espaço a tempo, de um lugar preciso para um tempo passado e de um tempo passado a nada, esse substantivo aterrador por excelência. Não podemos deixar de focar a precisão impressionante da forma verbal onde o tempo vai aparecer e transformar o dia em nada: “estará”! No futuro está o nada. No futuro está aquilo que já não somos, onde poeta e amigo são uma e a mesma coisa: lá dentro, um dia, estará o tempo; todos nós vendo a morte de alguém e sendo vistos pelas lágrimas de outrem. O futuro não tem temporada.
Joana Freitas Manchete SociedadeCapital Estate, de Sio Tak Hong, pondera acção judicial por retirada de terreno [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]empresa Capital Estate, de Sio Tak Hong, assegurou ontem que estava à espera de autorizações do Governo para avançar com a construção no terreno da empresa em Ká Hó, recuperado no mês passado. Tal como o HM tinha avançado a 28 de Julho, o terreno recuperado foi adjudicado à Sociedade de Investimento e Indústria Sun Fat, uma subsidiária quase total da Capital Estate, do empresário local. O terreno tem mais de dez mil metros quadrados e fica na Estrada Nossa Senhora de Ká Hó, em Coloane. Ao que o HM apurou na altura, os lotes foram concessionados na década de 1980, sendo que os terrenos foram pedidos inicialmente para a construção “de uma unidade siderúrgica para reaproveitamento de chapas e outros materiais de aço, incluindo escritórios, estacionamento e armazenagem”. Foi depois pedida a mudança de finalidade e, em 2012, a empresa terá entregue um projecto de arquitectura para a construção de seis casas, ainda que já tivesse demonstrado intenção de lá construir 46 moradias de luxo. Agora, num comunicado enviado ontem à Bolsa de Valores de Hong Kong, a Capital Estate diz lamentar a decisão do Executivo, de quem, frisa ainda, nunca recebeu autorização para construção. “Pedimos aprovação em Maio de 2007 e submetemos um plano para construção em Novembro de 2007. Em 2012, fizemos uma revisão do plano, para construir antes moradias de luxo de baixa densidade, em menos espaço, na esperança de conseguirmos uma aprovação rápida para o espaço residencial. Até agora, a aprovação não foi conseguida. E sem essa aprovação a terra não pode ser desenvolvida”, pode ler-se. O Governo indicava no despacho do mês passado que o prazo de arrendamento expirou em 2 de Março de 2014 sem qualquer aproveitamento. A empresa diz ter recebido a notícia a 4 de Agosto e estar a preparar-se para eventuais processos em tribunal. “Estamos desapontados com a decisão e estamos à procura de aconselhamento legal sobre os passos que podemos dar nestas circunstâncias. O anúncio não terá um grande impacto na operação diária da empresa, mas poderão existir perdas que vão fazer afectar [a empresa].” Para já, a Capital Estate não tem números concretos, mas fala na possibilidade de perdas de 60 milhões de dólares de Hong Kong só pelo valor da terra. Sio Tak Hong é delegado de Macau à Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e membro do Conselho Executivo da RAEM, sendo ainda fundador-presidente da Associação dos Conterrâneos de Kong Mun de Macau. A empresa tem 15 dias para apresentar um recurso da decisão em tribunal.
Hoje Macau SociedadeSociedade de Jogos de Macau com quebra de 38,7% nos lucros [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Sociedade de Jogos de Macau (SJM), fundada pelo magnata do jogo Stanley Ho, anunciou ontem uma queda de 38,7% dos seus lucros no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2015. Num comunicado ontem divulgado, a SJM refere que no primeiro semestre teve lucros de 1.097 milhões de dólares de Hong Kong. As receitas dos casinos da SJM caíram 20,7% entre Janeiro e Junho, para 20.884 milhões de dólares de Hong Kong, revelou a empresa. O EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) situou-se nos 1.634 milhões de dólares de Hong Kong, menos 27,8% do que no ano passado). O grupo diz que as receitas do jogo VIP (grandes apostadores) caíram 28,5% e que as do jogo de massas desceram 11,5% nos primeiros seis meses do ano. Citado no comunicado, o director executivo da SJM, Ambrose So, disse que “apesar de as condições desafiadoras persistirem” no mercado do jogo em Macau, “a SJM mantém a confiança no mesmo e o seu compromisso para com o futuro de Macau”. A empresa tem prevista a abertura do Grand Lisboa Palace, um novo ‘resort’ com casino, na ‘strip’ de Macau, para 2017. “Continuamos a fazer bons progressos na construção do nosso Grand Lisboa Palace, e por volta do fim do ano esperamos concluir a renovação do complexo Jai Alai, assim como renovações importantes no ‘lobby’ e quartos de hotel no Grand Lisboa”, disse Ambrose So. As receitas brutas dos casinos de Macau caíram 4,5% em Julho, comparando com o mesmo mês de 2015, para os 17.774 mil milhões de patacas, segundo dados oficiais conhecidos ontem. Em termos acumulados, nos sete primeiros meses do ano, as receitas dos casinos de Macau, o maior centro de jogo do mundo, diminuíram 10,5% em relação ao mesmo período de 2015 (variação homóloga). Este foi o 26.º mês de quedas homólogas consecutivas nas receitas dos casinos de Macau, que são a fonte de mais de 80 por cento das receitas públicas da região e o pilar da economia local.
Sofia Margarida Mota BrevesInspecção a infiltrações custa cinco milhões Foi adjudicada ao Laboratório de Engenharia Civil de Macau a prestação do serviço de inspecção de infiltração de água nos edifícios por um montante total de 4,9 milhões de patacas. O prazo para os serviços começa em Setembro e finda em Agosto de 2017, de acordo com um despacho ontem publicado em Boletim Oficial.
Hoje Macau BrevesAlemães na gestão de resíduos sólidos A Fichtener GMBH&Co.KG, uma empresa alemã, vai prestar serviços de consultadoria para a gestão de resíduos sólidos a Macau. O anúncio foi ontem feito num despacho do Chefe do Executivo, Chui Sai On. A concessão custa aos cofres do Governo 14,7 milhões de patacas, a ser pagos até 2018. A empresa de consultadoria existe desde 1992, tendo escritórios em Taiwan e Singapura, além do Vietname.
Hoje Macau BrevesExportações da China a crescer, importações caem 5,7% As exportações da China, a segunda economia mundial, aumentaram 2,9% em Julho, em comparação com o mesmo mês de 2015, mas as importações diminuíram 5,7%, segundo dados oficiais divulgados ontem. O superavit comercial chinês aumentou assim 34%, em relação a Julho de 2015, situando-se no equivalente a 51.500 milhões de dólares norte-americanos. No conjunto do primeiro semestre do ano, as exportações chinesas tinham diminuído 2,1% e as importações 4,7%. O volume total do comércio com a União Europeia, o maior parceiro comercial da China, cresceu 1,8% entre Janeiro e Julho. Já o valor das trocas comerciais com os Estados Unidos caiu 4,8% no mesmo período.