Imprensa | Xinhua assina acordos com media e instituições estrangeiras

A cerimónia de assinatura de vários acordos de colaboração entre a agência estatal chinesa e representantes da comunicação social de países como a Rússia e a Argentina teve lugar sábado em Guangzhou

 

A Xinhua assinou sábado acordos com meios de comunicação e instituições de outros países para aprofundar a cooperação em áreas como trocas de notícias, intercâmbios de pessoal e visitas, bem como o desenvolvimento integrado da media, informou a agência estatal de notícias chinesa.

A cerimónia de assinatura foi realizada em Guangzhou, Província de Guangdong, no sul da China, durante a 5.ª Cimeira Mundial de Media (CMM), que acontece até 8 de Dezembro. O evento contou com a presença de Fu Hua, presidente da Xinhua, e representantes de organizações de comunicação social e departamentos governamentais da Argentina, Filipinas, Rússia, Burundi e Barbados.

Representantes da imprensa disseram que estão dispostos a aproveitar esta oportunidade para fortalecer o intercâmbio, a aprendizagem mútua e a cooperação prática com a Xinhua e outros meios de comunicação chineses. Os intervenientes afirmaram que isso lhes permitirá obter uma compreensão mais profunda e abrangente sobre a China e contribuir para aumentar a conectividade de pessoal entre vários países e promover a paz e o desenvolvimento mundiais.

Maria Bernarda Llorente, presidente da Telam na Argentina, saudou o grande significado do acordo assinado com a Xinhua, dizendo que uma colaboração mais forte de media entre os dois países é propícia para aumentar a confiança mútua e os laços entre os dois povos.

Luis Ausan Morente, chefe da Agência de Notícias das Filipinas, expressou sua esperança de que a Agência de Notícias das Filipinas e a Xinhua realizem mais intercâmbios de pessoal e visitas para reforçar a comunicação e a cooperação.

Já Andrey Pershin, vice-director-geral da Rossiyskaya Gazeta na Rússia, disse que o acordo assinado com a Xinhua abriu novas perspectivas de colaboração, acrescentando que os leitores russos têm um grande interesse em notícias sobre política, cultura, desporto e ciência e tecnologia da China.

Louis Kamwenubusa, director-geral de Publicações de Imprensa do Burundi, afirmou que a cimeira cria oportunidades para veículos de imprensa de vários países realizarem intercâmbios, e que esses intercâmbios devem promover o desenvolvimento global da media. Tyson Anthony Henry, director de informações do Serviço de Informação do Governo de Barbados, expressou a esperança de que os dois países aproveitem a cimeira como uma oportunidade para promover intercâmbios de pessoal e tecnologia.

Confiança global

Até o momento, a Xinhua assinou acordos de cooperação com mais de 3.600 instituições em todo o mundo, incluindo meios de comunicação, departamentos governamentais e instituições de ensino superior.

Com o tema “Elevando a confiança global, promovendo o desenvolvimento da media”, a 5ª CMM reuniu mais de 450 participantes de 101 países e regiões, incluindo representantes de 197 meios de comunicação tradicionais, think tanks, agências governamentais, missões diplomáticas na China, bem como agências da ONU e organizações internacionais.

4 Dez 2023

Xinhua analisa big data da China e EUA e traça diferenças

Uma análise de Big Data da Agência de Notícias Xinhua sobre as palavras de alta frequência mencionadas por legisladores e media numa quinzena de Janeiro indicou os focos diferentes dos legisladores dos EUA e da China.

No 118º Congresso dos EUA, convocado a 3 de Janeiro, os legisladores concentraram-se em tópicos como “Biden”, “Trump”, “partido”, “eleição”, “Rússia” “China”, “militar” e “segurança nacional”.

Dados colectados de mais de 6.350 fontes, incluindo reportagens dos meios de comunicação como The Washington Post, The New York Times e The Guardian, bem como documentos oficiais, mostraram que “Biden” e “Trump” eram os mais importantes tópicos, principalmente devido a um debate sobre uma suposta fraude eleitoral durante a eleição presidencial americana de 2020.

Em comparação, as “duas sessões” locais chinesas, que incluíram reuniões da sua legislatura e do seu corpo consultivo político a nível local no mesmo período, discutiram intensamente “desenvolvimento”. Outras palavras mais usadas incluíram “economia”, “povo”, “saúde”, “ambiente verde”, “educação”, “COVID-19”, “consulta democrática”, “assuntos rurais” e “inovação”, de acordo com dados colectados a partir de 3.170 reportagens mediáticas relacionadas na primeira quinzena de Janeiro.

Uma diferença clara é: ao longo de suas longas reuniões, o Congresso dos EUA não mencionou “povo” como um tópico chave, mas gastou muito tempo em “Rússia”, “China”, “militar” e “segurança nacional”.

Analisando mais de perto as sessões do Congresso dos EUA, a pesquisa também descobriu que esses legisladores dificilmente pararam de se atacar ou de aproveitar todas as oportunidades para transferir culpas. Discussões sobre questões como “saúde”, “educação”, “verde”, “imposto”, “COVID-19”, “clima”, bem como “Ucrânia”, “tecnologia”, “comércio”, “energia” e “imigração” terminaram em batalhas partidárias.

Embora ambos os lados tenham destacado a “economia”, os legisladores norte-americanos parecem concentrar-se em “energia”, “comércio” e “impostos” mais especificamente, enquanto os legisladores chineses tendem a se concentrar mais em “inovação”, “modernização”, “talento e educação”, “tecnologia”, “turismo” e “abertura”.

Segundo a Xinhua, “os políticos dos EUA têm usado o conflito Rússia-Ucrânia como uma oportunidade para a procura hegemonia quando seu próprio povo está sofrendo o fardo da alta inflação”. Na guerra comercial que Washington travou contra Pequim, “foi o povo americano que pagou pelas tarifas adicionais impostas aos produtos chineses”, afirma a Xinhua.

Além disso, prossegue a agência noticiosa oficial chinesa, “os cortes tributários implementados pelo anterior governo dos EUA permitiram aos bilionários nos Estados Unidos pagar menos, o que aumentou ainda mais a diferença de riqueza no país. E o governo democrata, que prometeu tributar os mais ricos e as maiores corporações, também não cumpriu as suas promessas de campanha”.

10 Mar 2023

Imprensa | Presidente de Xinhua reúne com homóloga da AP

O presidente da Agência de Notícias Xinhua, Fu Hua, reuniu-se com Daisy Veerasingham, presidente da Associated Press (AP), via videoconferência em Pequim, na quinta-feira.

Observando que este ano marca o 50.º aniversário da cooperação entre os dois lados, Fu disse que a Xinhua está disposta a trabalhar com a AP para continuar a cobrir histórias sobre as relações China-EUA de maneira abrangente, objectiva e precisa, a fim de adicionar energia positiva aos esforços que trazem os laços bilaterais de volta ao caminho do crescimento sólido e estável, relata o Diário do Povo.

Ao informar a sua homóloga da AP sobre as metas e tarefas estabelecidas no 20.º Congresso Nacional do Partido Comunista da China, Fu disse que a modernização chinesa deve fornecer mais oportunidades para o mundo.

A Xinhua está disposta a melhorar a cooperação com a AP para cumprir seriamente os deveres e servir como uma ponte que facilita a compreensão mútua entre as pessoas de todos os países, disse o responsável da agência chinesa.

Durante o encontro, Veerasingham estendeu suas condolências pela morte do camarada Jiang Zemin, pelas quais Fu expressou agradecimentos. Veerasingham disse que boas relações China-EUA são importantes para o mundo. A AP tem coopera há largos anos com a Xinhua e espera maior comunicação e cooperação em vários campos entre os dois lados.

5 Dez 2022

Xinhua destaca contributos de Ma Man Kei para reforma e abertura da China

[dropcap]A[/dropcap] agência Xinhua dedicou ontem um artigo a Ma Man Kei, destacando os contributos do empresário para a política de reforma e abertura encetada pela China há 40 anos. Um dos exemplos figura como o Hotel Xinqiao, na capital chinesa, cuja construção foi fruto da cooperação entre o também vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) e representantes dos sectores industrial e comercial de Macau e de Hong Kong na década de 1950. Um projecto realçado “não só [porque] melhorou a eficácia da capacidade turística de Pequim”, como “também servia então como um dos mais importantes espaços para as actividades relacionadas assuntos externos da China”, diz o texto.

“Ma Man Kei empenhava-se com paixão enorme no desenvolvimento da China”, salienta a agência oficial chinesa, ao elogiar o investimento no Delta do Rio das Pérolas designadamente em pontes, que deu “força” à política de reforma e abertura da China, bem como à modernização do país em termos gerais. Neste âmbito, refere, por exemplo, o distrito de Nanhai, na província de Guangdong, donde era natural o empresário que morreu em 2014, mencionando as campanhas de angariação de fundos para escolas, pontes e estradas. A Escola Secundária Nanhai, o Hospital Popular de Nanhai e a Universidade Jinan, entre outros estabelecimentos, também tiveram apoios de Ma Man Kei, aponta o mesmo artigo.

Já em Macau, a Xinhua sublinha que Ma Man Kei apoiou “activamente” as pequenas e médias empresas e fomentou o desenvolvimento industrial de Macau, enquanto presidente da Associação Comercial de Macau, um cargo que exerceu por um longo período de tempo. “Em Macau, Ma Man Kei tem uma reputação muito alta no sector comercial e é respeitado e valorizado pela sociedade”, realça.

A agência oficial chinesa alude ainda ao papel de Ma Man Kei durante o processo de transferência do exercício de soberania, na qualidade de vice-presidente da Comissão de Redacção da Lei Básica e da Comissão Preparatória da RAEM, nas quais tinha “um volume enorme de trabalho”. “No pico [das negociações] deslocou-se a Pequim muitas vezes por mês, o que era duro, na medida em que na altura já tinha mais de 70 anos”.

8 Jan 2019

Reportagem | Pequim seduz jornalistas de países emergentes para contrariar narrativa ocidental

Por João Pimenta, da agência Lusa 

 

[dropcap]O[/dropcap] brasileiro Thiago Copetti é um de milhares de jornalistas estrangeiros que, nos últimos anos, participaram em “intercâmbios” na China, suportados pelo Governo chinês, num esforço para desafiar a narrativa ocidental no mundo emergente.

“Eles precisam que alguém fale por eles”, explica à agência Lusa o repórter do Jornal do Comércio, com sede no estado brasileiro do Rio Grande do Sul. “E somos nós, que estamos aqui, a fazê-lo”, descreve.
Durante seis meses, Copetti viveu num condomínio de luxo em Pequim e viajou por toda a China, com outros sessenta jornalistas oriundos da América Latina, Ásia e África, num programa organizado pela agência noticiosa chinesa Xinhua, cujo presidente, Cai Mingzhao, é membro do Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC).

Também o Diário do Povo, jornal oficial do PCC, ou as publicações estatais Global Times e China Daily, têm promovido programas do género, que, nos últimos anos, trouxeram à China milhares de jornalistas estrangeiros, sobretudo oriundos dos países em desenvolvimento.
Estes “intercâmbios” são parte de uma ambição mais ampla de Pequim, que há muito se queixa que a empresa ocidental domina o discurso global e alimenta preconceitos contra a China.

Muda a táctica

O regime chinês tem investido milhares de milhões de dólares para convencer o mundo de que o país é um sucesso político e cultural.

A Xinhua ou a televisão estatal CGTN contam já com centenas de delegações e estúdios no exterior e têm agressivamente procurado parcerias em todo o mundo, visando publicar conteúdo aprovado pelo PCC sob o selo de órgãos de comunicação independentes.

O retorno desse investimento, no entanto, estará aquém das expectativas, face às dificuldades dos órgãos oficiais chineses em escolher ângulos e uma linguagem apelativos para audiências estrangeiras, levando a uma nova estratégia: moldar a visão dos jornalistas estrangeiros sobre o país.
Só em África, as autoridades de Pequim “treinaram”, nos últimos três anos, 3.000 profissionais de órgãos locais, incluindo dezenas de jornalistas oriundos de Angola e Moçambique.
Copetti admite que a China tem um “problema” com a comunicação: “Ela fala e não é entendida ou, quando é entendida, não difunde bem”.

“Mas quando nós falamos pela China, as pessoas vão ver de forma diferente, porque eu vou falar com a dona de casa também. Não vou ser um político falando com outro político”, acrescenta.
No programa em que Copetti participa, a selecção dos jornais e repórteres passa pela Xinhua e pela embaixada chinesa.

“A Xinhua selecciona os veículos que acha interessantes, o veículo escolhe o repórter, que depois tem que ser aprovado pela embaixada”, descreve.

Outros olhos

O brasileiro admite que as autoridades chinesas “sentem desgosto pelo trabalho [dos jornalistas] europeus e norte-americanos”.

Três décadas de trepidante crescimento económico e modernização converteram a China numa potência capaz de disputar a liderança global com os Estados Unidos. Centenas de milhões de chineses saíram da pobreza, enquanto as cidades do país estão hoje dotadas de infraestruturas de última geração.

As percepções sobre o país asiático continuam, no entanto, dominadas pela degradação ambiental, censura, desrespeito pelos direitos humanos ou produção manufatureira barata.
No caso do Brasil, Copetti concorda que existe uma visão da China “completamente distorcida da realidade”.”Acha-se que é só produto ruim, que não há tecnologia, e que o trabalho ainda é escravo”, descreve. “Já não é assim: eu vejo mais classe média, e quem é pobre não é tão pobre”.

Thiago Copetti observa que os esforços da imprensa estatal chinesa estão a começar a dar frutos.
“Dentro da imprensa brasileira está a começar a tendência de pegar a matéria das agências norte-americanas ou europeias e fazer o contraponto com o que a Xinhua escreve”, explica.
“Há pessoas da Xinhua que visitam os jornais para divulgar o trabalho da agência. A Xinhua está a tentar penetrar nos nossos jornais”, diz.

29 Out 2018

Comércio | Xinhua condena egoísmo para conter China em crítica a Trump

A imprensa estatal chinesa criticou ontem aqueles que usam tácticas “egoístas” para tentar impedir a ascensão da China, numa aparente referência a Donald Trump que iniciou uma guerra comercial com Pequim

 

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m comentário da agência noticiosa oficial Xinhua, reproduzido na capa dos principais jornais chineses, afirma que “algumas pessoas, não dispostas a aceitar o despertar do leão, adoptaram o unilateralismo, proteccionismo e intimidação”. “Estes são desafios que não podem ser evitados e que teremos que enfrentar”, acrescenta.
Trump impôs já taxas alfandegárias de 25 por cento sobre mais de 29 mil milhões de euros de importações oriundas da China, contra o que considera serem “tácticas predatórias” por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu sector tecnológico.
As autoridades chinesas estão a encetar um plano designado “Made in China 2025”, para transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades em sectores como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.

Pingue-Pongue

O comentário da Xinhua surge numa altura em que a liderança chinesa reúne em Beidaihe, um resort no litoral norte da China. A reunião, que ocorre todos os anos, serve para os líderes máximos do país discutirem estratégias de governação. Este ano, o tópico principal deverão ser as disputas comerciais com Washington.
“Certas pessoas estão egoistamente a agir contra os limites da moral, ao erguer arbitrariamente barreiras comerciais”, acrescenta a Xinhua.
No entanto, Trump disse já estar pronto para impor taxas alfandegárias sobre 430 mil milhões de euros de produtos chineses, cerca da totalidade das importações norte-americanas da China.
Neste caso, Pequim não poderia retaliar no mesmo montante, visto que tem um excedente de 323 mil milhões de euros – quase o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) português – no comércio com os EUA.
Neste contexto, as autoridades chinesas anunciaram novas taxas alfandegárias de 25 por cento sobre um conjunto de produtos importados dos Estados Unidos, cujo valor ascende a 13,7 mil milhões de euros, em retaliação contra taxas impostas por Washington.
Segundo a agência Xinhua, Pequim definiu a lista de produtos a serem penalizados em conjunto com departamentos governamentais, associações industriais e empresas, visando “proteger os interesses das firmas e consumidores domésticos”

10 Ago 2018

Presidente da Xinhua diz que notícias devem servir o povo

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s organizações de notícias devem adoptar uma abordagem orientada para o povo e servir melhor as suas necessidades através de fornecer novos produtos de notícias mais diversificados, de acordo com o presidente da Agência de Notícias Xinhua, Cai Mingzhao.
A opinião foi escrita num artigo da Qiushi, a revista oficial do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC), analisando o discurso do presidente chinês, Xi Jinping, sobre o trabalho dos media em 2016.
No dia 19 de fevereiro de 2016, Xi, também secretário-geral do Comitê Central do PCC, visitou o Diário do Povo, a Agência de Notícias Xinhua e a Televisão Central da China, os três principais veículos de imprensa do país. Mais tarde naquele dia, Xi presidiu uma reunião sobre o trabalho de mídia.
Cai disse no artigo que as organizações de notícias devem dar uma orientação correcta ao povo, colocar sempre o interesse social em primeiro lugar e encorajar toda a sociedade a esforçar-se pela excelência.
O presidente da Xinhua pediu aos jornalistas para melhorem a reportagem de investigação de forma a reflectir os desejos e vozes das pessoas. O artigo também destacou a importância da autenticidade das notícias.
Cai pediu que se acelere o desenvolvimento dos novos meios de comunicação social, com o impulso da tecnologia 5G.
“A agência tem como objetivo estabelecer uma redação inteligente, com cooperação entre o humano e a máquina e foco na crescente produção e maior eficiência de comunicação”, escreveu.
Cai disse ainda que a Xinhua se irá esforçar para construir um novo tipo de agência de notícias de classe mundial, ao nível da apuração, edição e publicação de notícias globalmente.

21 Fev 2018

China | Comissão Central de Inspecção Disciplinar do PCC reúne até ao dia 13

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] mais alta agência anti-corrupção do Partido Comunista da China (PCC), a Comissão Central de Inspecção Disciplinar do PCC (CCID), realizará a sua segunda sessão plenária de 11 a 13 de Janeiro para definir o trabalho anti-corrupção do Partido em 2018. O país manteve uma postura dura contra a corrupção em 2017, e a campanha “tornou-se uma maré esmagadora e está a ser consolidada e desenvolvida”, escreveu ontem a Xinhua.

Cinco funcionários administrados pelo governo central foram postos sob a investigação por suspeita de “graves violações disciplinares” desde o 19º Congresso Nacional do PCC realizado em Outubro de 2017. Durante o congresso, Xi Jinping disse que a corrupção é “a maior ameaça que o nosso Partido enfrenta”, pedindo a todos os membros do PCC que tenham a determinação e a tenacidade para perseverar no combate “sem fim” contra a corrupção.

“A queda dos cinco funcionários é um sinal potente de que o Partido continuará com o ímpeto e manterá a pressão contra a corrupção no ano novo”, sublinha a Xinhua. O regulador anti-corrupção expulsou funcionários corruptos durante o último ano, desde as chamadas “moscas” até os “tigres”.

Segundo a CCID, pelo menos 18 funcionários foram investigados e quase 40 receberam punições disciplinares do Partido em 2017. Enquanto isso, os corpos locais anti-corrupção têm identificado burocratas de cargos menores suspeitos de desviarem fundos públicos, usarem fundos públicos para banquetes, aceitarem subornos e realizarem banquetes de luxo, entre outras violações.

Além do combate contra “tigres” e “moscas”, o regulador anti-corrupção tem estado ocupado em caçar os funcionários corruptos foragidos no exterior. Até o final de Dezembro, 3.866 fugitivos tinham sido capturados e repatriados de mais de 90 países, com mais de 9,6 mil milhões de yuans em fundos recuperados pela polícia, segundo a CCID.

A China também investigou a corrupção nos esquemas de alívio da pobreza. Quase 450 pessoas foram investigadas e punidas por reivindicações fraudulentas ou apropriação indevida de fundos e 730 milhões de yuans em fundos mal usados foram recuperados numa inspecção a 28 províncias no ano passado, disseram o Ministério das Finanças e o Gabinete do Grupo Dirigente para Alívio da Pobreza e Desenvolvimento do Conselho de Estado.

Uma pesquisa de opinião pública mostrou que cerca de 75% dos chineses estavam satisfeitos com os esforços anti-corrupção em 2012. O número aumentou para quase 94% em 2017.

“O combate à corrupção é uma luta duradoura. Embora resultados notáveis tenham sido obtidos, a luta é longe de chegar ao fim”, sublinha a Xinhua. A reforma do sistema de supervisão está entre os mais recentes esforços para controlar a corrupção. A China começou a criar comissões supervisoras nos níveis nacional, provincial, sub-regional e distrital, para garantir que “a supervisão cubra todos que trabalham no sector público e exercem poder público”.

As comissões supervisionarão a execução de deveres e ética por funcionários públicos, investigarão actividades ilegais como corrupção, abuso do poder, negligência de deveres e desperdício de fundos públicos, determinarão penalidades administrativas e transferirão casos criminais potenciais para as procuradorias, segundo uma decisão adoptada pelo mais alto órgão legislativo do país no início de Novembro.

Um projecto de lei de supervisão foi submetido em Dezembro para a sessão legislativa bimestral do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional para a segunda leitura. Contém regulamentos claros sobre a criação dos órgãos supervisores, responsabilidades e poderes, métodos da investigação deles para garantir que actuem conforme a lei.

 

Líder militar investigado por corrupção

Um alto cargo do exército chinês, o general Fang Fenghui, membro da Comissão Militar Central (CMC), está a ser investigado por alegadamente ter recebido e pago subornos, informou ontem a imprensa oficial. Trata-se do mais recente caso de corrupção envolvendo altas patentes das Forças Armadas da China, até há pouco tempo consideradas intocáveis.

Nos últimos anos, dois ex-vice-presidentes da CMC – braço político do exército -, os generais Guo Boxiong e Xu Caihou, foram também acusados de corrupção. O primeiro foi condenado a prisão perpétua, em 2016, e o segundo morreu no ano anterior, antes de ser julgado.

Fang Fenghui deixou de aparecer em público há cinco meses e foi gradualmente abdicando dos seus cargos, sugerindo que estava sob investigação. As acusações sugerem que Fang subiu na carreira à custa de subornar outras patentes do exército, aponta a imprensa chinesa.

O Presidente da China, Xi Jinping, advertiu já que este tipo de corrupção abala a governação do Partido Comunista, ao enfraquecer a lealdade e prontidão das Forças Armadas. Mais do que qualquer instituição, as Forças Armadas chinesas, designadas oficialmente por Exército Popular de Libertação (EPL), devem encarnar o espírito de “servir o povo”, um dos pilares da “educação socialista”.

O EPL é também o maior do mundo, com cerca de dois milhões de efetivos. Após ascender ao poder, Xi lançou uma campanha anti-corrupção, hoje considerada a mais persistente e ampla na história da China comunista, e que resultou já na punição de mais de um milhão de membros do partido.

11 Jan 2018

Xinhua analisa último discurso do presidente Xi Jinping

Agência Xinhua

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente chinês Xi Jinping enfatizou “consistência” em apoiar e desenvolver o socialismo com características chinesas no seu discurso para os funcionários de alto nível, estabelecendo directrizes para o Partido Comunista da China (PCC) fazer novos progressos. Xi pediu aos funcionários que promovam “constantemente” o “grande novo projecto da construção do Partido” e aumentem o sentimento de precaução e prevenção face a riscos e desafios.

O discurso de Xi colocou o “socialismo com características chinesas numa nova era” na sua linhagem histórica de revoluções sociais liderada pelo PCC, ilustrando as ligações de continuidade. Também situou o socialismo com características chinesas no contexto da evolução de socialismo mundial. Assim, quando o socialismo surgiu era uma forma social totalmente nova e o socialismo com características chinesas é causa pioneira sem precedente que deve continuamente desenvolver-se.

A “consistência” na construção do Partido tem sido a chave para a vitória do PCC, do “grande projecto” da construção do Partido proposto em tempos revolucionários para o “grande novo projecto da construção do Partido” durante a reforma e abertura, e a rigorosa governanção própria do Partido desde seu 18º Congresso Nacional em 2012. Xi disse que o Partido deve ter coragem para realizar a auto-reforma e tornar-se mais forte a fim de apoiar e desenvolver o socialismo com características chinesas na nova era.

A governanção rigorosa do Partido começa pela “minoria em posição chave”, referindo-se aos funcionários de alto nível. Xi pediu que “a minoria em posição chave” seja firme nas suas convicções e posições políticas, promova o seu sentimento de responsabilidade, fortaleça as suas capacidades e competências, e melhore os seus modos de trabalho.

Domesticamente, a China ainda enfrenta tarefas de reforma difíceis, desenvolvimento desequilibrado, e a tendência de crescentes riscos económicos e sociais. Internacionalmente, as situações estão a mudar constantemente e o ambiente dos países vizinhos é cada vez mais complexo e sensível.

O modelo de desenvolvimento da China atraiu atenção mundial, mas julgamentos incorrectos e desfavoráveis de alguns países testaram a nossa sabedoria e habilidade. Como Xi disse, o PCC deve “dar as suas respostas ao teste dos nossos tempos”. O povo avaliará o quão bom é o desempenho do Partido.

9 Jan 2018

Xinhua destaca importância do 19º Congresso do PCC para a relação com os países lusófonos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCC), que encerrou em 24 de Outubro, traçou um plano ambicioso para construir uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos até 2021.

Mas também enviou fortes sinais de estabilidade e confiança, que são importantes para o mundo lusófono, dizem funcionários governamentais e especialistas. Para Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o congresso do PCC enviou uma mensagem muito importante, mostrando que a China está comprometida em manter a sua porta aberta e em defender a globalização.

“A China está disposta a desempenhar um papel para fornecer bens públicos, o que é importante para outros países,” disse. Segundo Stuenkel, muitos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, necessita de uma ordem internacional estável e aberta para obter progressos económicos. O congresso chinês transmite exactamente uma mensagem positiva. “A China nunca foi tão visível e nunca houve tantas pessoas a elaborar as suas próprias estratégias com base no seu relacionamento com a China,” referiu Stuenkel. “Para mim, é uma grande transformação, onde realmente ninguém pode fazer um plano nacional, político e económico sem pensar muito no que está a acontecer na China,” concluiu.

Congresso da estabilidade

“O congresso recebeu muita atenção, tanto da população chinesa, como do mundo,” disse Rafael Fontana, especialista do departamento de língua portuguesa da Rádio Internacional da China, acrescentando que o congresso é muito importante e que a partir daí são definidos os passos que a China vai dar nos próximos 15 ou 30 anos. Rafael participou do trabalho de tradução e revisão da versão em português do relatório apresentado por Xi Jinping no 19º Congresso do PCC.

“O congresso chama a atenção do mundo inteiro, porque é o evento mais importante que acontece a cada cinco anos na segunda maior economia do mundo,” explicou. “Então é claro que se o congresso e o relatório mostrarem que a China tem estabilidade e um caminho certo para percorrer, isso vai trazer segurança e estabilidade para o resto do mundo,” assinalou.

Fontana afirma que o relatório mostra que a China não vai fazer nenhuma mudança brusca nos próximos anos e está disposta a abrir mais. “Isso é muito importante”. Durante os últimos anos, a China manteve sua posição como a segunda maior economia do mundo e contribuiu com mais de 30% do crescimento económico mundial. Além disso, a China defende o desenvolvimento de “uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade” e incentiva a melhora do sistema de governança mundial.

Portugal, porto ideal

“A China é a locomotiva do crescimento económico do mundo, por isso as decisões emitidas no 19º Congresso do PCC têm, certamente, influência global,” comentou Ronnie Lins, director do Centro China-Brasil para Pesquisa e Negócios. Para o mundo lusófono, “futuro compartilhado” pode ser interpretado como interesses compartilhados que trarão mais oportunidades de cooperação.

Ana Paula Vitorino, ministra do Mar de Portugal, avaliou o congresso do PCC como “fantástico”, destacando a parte da Rota de Seda Marítima do Século XXI, no qual o seu país gostaria de desempenhar um papel. “É muito bom quando o evento político mais importante da China confirma essa política internacional, disse.

“A Rota da Seda Marítima do Século XXI não é apenas uma política relacionada com a China, mas é uma rota com um ponto de cruzamento com a rota norte-sul do Atlântico, e neste ponto está Portugal,” assinalou Ana Vitorino, acrescentando que passando por Portugal, pode ter uma ligação não apenas ao norte da Europa, mas também à América do Norte, aos países da CPLP e aos países da América Latina.

“Por isso, julgo que Portugal é um país ideal para as empresas chinesas,” disse a ministra, acrescentando que os resultados do congresso facilitarão as cooperações entre a China e Portugal, e também com outros países lusófonos.

O papel do presidente

Para alguns observadores, o desempenho de Xi Jinping, que é considerado o núcleo da liderança do Comité Central do PCC, no congresso, é um sinal de confiança e estabilidade. “Xi Jinping ficou de pé no púlpito do Grande Salão do Povo durante 210 minutos, leu 32.440 caracteres chineses, sem descansar sequer um minuto, e bebeu água somente uma vez. Um feito impressionante para um homem de 64 anos que através de sua postura determinada – com uma voz serena e compenetrada – passou uma mensagem clara ao mundo… O compromisso da maior agremiação comunista do mundo é garantir o progresso da China através da realização da modernização socialista,” escreveu Gaio Doria, doutor carioca que estuda actualmente na Universidade Renmin em Pequim. É impossível ignorar estes elementos quando buscamos entender este gigante asiático, destacou Doria.

Mónica Valente, secretária nacional de relações internacionais do Partido dos Trabalhadores (PT), disse considerar Xi um homem com uma capacidade política muito grande no mundo, à altura dos desafios da humanidade.

“Xi é uma liderança importante não apenas para a China avançar nesta nova era mencionada no seu relatório ao congresso, mas também uma liderança global que tem uma preocupação muito forte com a paz, com a humanidade, com o desenvolvimento económico compartilhado, com novos mecanismos de governança global”, assinalou Valente.

“Os países de língua portuguesa são países próximos, países amigos da China e têm excelente relação comercial,” disse Rafael. “Hoje a China é o maior parceiro comercial do Brasil e o Brasil é o maior parceiro comercial da China na América do Sul. Então, tudo que acontece na China interessa obviamente a América do Sul e aos países de língua portuguesa. Se a China demonstrar com esse relatório e com esse congresso que vai manter seu caminho de estabilidade e de crescimento, isso traz segurança para o mundo todo e claramente para os países de língua portuguesa e América do Sul,” destacou.

Xun Wei e Wang Yiduan

Xinhua

4 Jan 2018

China | Xinhua faz balanço do ano económico

Se a China fosse uma companhia gigante, teria impressionado o público com seus principais resultados anuais para 2017. Ao manter um crescimento estável, melhorou a qualidade dos activos, reduziu os riscos de dívida, e trouxe novo ímpeto para o crescimento a longo prazo e sustentável

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] PIB da China PIB cresceu 6,9% anualmente nos primeiros três trimestres, dado superior à meta do governo de cerca de 6,5% para o ano. O FMI reviu a sua previsão pela quarta vez este ano, para 6,8% para 2017 e 6,5% para 2018. “Sob a pressão da reforma estrutural, a China conseguiu manter o crescimento médio-alto com poucas flutuações. Isso é algo raro tanto no mundo como na própria história de desenvolvimento da China”, disse Pan Jiancheng, do Departamento Nacional de Estatísticas (DNE).

O crescimento foi alcançado com ajuda de política monetária prudente e neutral, assim como a política fiscal mais proactiva e efectiva, como determinado pela reunião central de trabalho económico no ano passado.

Em vez de ajustar taxas de juros ou reservas obrigatórias, o banco central da China dependeu cada vez mais de operações no mercado aberto este ano para a gestão de liquidez. A forte dinâmica económica ajudou os fluxos de capitais transfronteiriços tornarem-se mais estáveis e equilibrados, contribuindo para uma acumulação gradual em reservas de divisas, que aumentaram pelo 10º mês consecutivos chegando a US$ 3,1193 biliões no fim de Novembro.

Consumo rex

Apenas três minutos depois da entrada no Dia dos Solteiros da China, em 11 de Novembro, as vendas no site de compras online TMall, da Alibaba, atingiram 10 mil milhões de yuans. O entusiasmo dos consumidores pelo evento de fazer compras demonstra como o país está a fazer a transição para uma economia impulsionada pelo consumo de uma economia abastecida pelo investimento.

Wang Tao, economista-chefe do UBS China, estimou que o consumo crescerá a uma taxa anual de pelo menos 7% nos próximos dois anos graças aos crescentes rendimentos e procura por alta qualidade de vida.

Para atender à procura, a fábrica do mundo está a actualizar o que coloca nas prateleiras. A produção dos bens de consumo de baixo valor agregado está a ser substituída gradualmente pela manufactura de alto nível, com as remessas de smartphones da China respondendo por um quarto do total do mundo.

O “‘Made in China ‘ não mais significa ‘barato’. Os caminhos de ferro de alta velocidade, energia nuclear, e produtos electrónicos da China estão todos a fazer rupturas nas indústrias mundiais de nível médio e alto”, disse Chen Dongqi, economista da Academia de Pesquisa Macroeconómica.

Enquanto a manufactura de alta tecnologia regista um rápido crescimento, o país também fez progresso em eliminar a capacidade de produção excessiva, uma dos principais tarefas na actual reforma estrutural no lado da oferta.

A China realizou os seus planos de cortar a capacidade anual de produção de aço por cerca de 50 milhões de toneladas e carvão por pelo menos 150 milhões de toneladas este ano, segundo o DNE.

Controlo de riscos

Talvez uma das realizações mais notáveis que a China fez em 2017 não foi a taxa de crescimento em si, mas como realizá-la com regulamentos mais rigorosos para conter riscos.

No último ano, os líderes da China colocaram a estabilidade financeira como uma máxima prioridade e fizeram um progresso notável em evitar os maiores “rinocerontes cinzentos”, geralmente levados pelos bancos-sombra e que representam uma ameaça significativa para a economia.

As autoridades endureceram a administração em actividades interbancárias e produtos de gestão de riqueza de elementos extrapatrimoniais e expandiram restrições em compras de casas para combater as bolhas do mercado imobiliário.

Ao mesmo tempo, o país também está a tentar ter um balanço geral mais saudável, cortando a alavancagem ao reduzir o endividamento. Estabeleceu tectos de dívidas para os governos locais, e introduziram um programa de troca de dívida a bónus.

Segundo a agência mundial de avaliações Moody’s, o desempenho económico e fiscal dos governos locais chineses eram estáveis nos primeiros três trimestres de 2017, e a meta para o ano inteiro será cumprida.

26 Dez 2017

Xinhua apresenta Xi Jinping como “diplomata chefe”

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma diplomacia de grande país ao estilo chinês formou-se nos últimos cinco anos através das viagens ao estrangeiro feitas pelo presidente chinês, Xi Jinping. As 29 visitas a 58 países e importantes organizações internacionais e regionais nos cinco continentes ajudaram Xi a ganhar o título de “diplomata chefe” da China.

As viagens fortaleceram o papel de liderança da China em paz, segurança, governança e desenvolvimento globais, e promoveram um entendimento melhor do mundo em relação a uma visão e caminho da China, que inclui a cooperação de benefício mútuo e esforços para construir uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade.

BENEFÍCIO MÚTUO

A primeira viagem ao exterior de Xi, depois de se ter tornado presidente, foi a Moscovo, em Março de 2013, onde apresentou pela primeira vez seu plano diplomático. “Para avançar com o tempo, não podemos viver fisicamente no século XXI com uma mentalidade que pertence ao passado, parando nos velhos dias do colonialismo e limitados pela mentalidade da Guerra Fria e soma zero”, declarou Xi no Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscovo, pedindo a construção de um novo tipo de relações internacionais cujo núcleo é a cooperação em que ambos os lados podem ganhar.

As seis visitas de Xi à Rússia e mais de 20 reuniões com o presidente russo, Vladimir Putin, em diversas ocasiões elevaram as relações sino-russas ao seu mais alto nível da história dos dois países, que agora servem juntos como uma âncora para a paz e segurança globais.

“Estou convencido de que o modelo de relações bilaterais que criámos deve tornar-se em um dos exemplos de interacção civilizada entre países no século XXI”, declarou o presidente da Duma russa, Vyacheslav Volodin.

Os princípios impulsionados por Xi de não conflito, não confrontação, respeito mútuo e cooperação de benefício mútuo ajudaram a estabilizar os laços sino-americanos entre mudanças de liderança na Casa Branca e as incertezas dela decorrentes.

Os intercâmbios de Xi com o presidente americano, Donald Trump, ajudaram a estabelecer novos mecanismos de diálogo de alto nível entre a China e os Estados Unidos, com o fim de promover a paz e segurança globais.

As relações China-Europa expandiram-se a cada uma das viagens de Xi ao continente. A China procura uma parceria com a União Europeia com base na paz, crescimento, reforma e cooperação bilateral de benefício mútuo. A excelente relação da China com os países da Europa Central e Oriental diminuíram significativamente as preocupações da Europa com a China.

Durante os cinco anos passados, a metade das visitas de Xi ao estrangeiro foi dedicada à promoção das relações com os vizinhos da China, incluindo o mecanismo de Cooperação Lancang-Mekong, a versão actualizada da Área de Livre Comércio com a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e o Corredor Económico Bangladesh-China-Índia-Mianmar, entre outros.

Entretanto, a cooperação com países em desenvolvimento na África e América Latina cresceu, com o envolvimento da China em inúmeros de projectos de infra-estruturas e desenvolvimento.

FORTALECENDO o MULTILATERALISMO

A proposta de Xi para construir uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade é um pilar central do multilateralismo. A proposta destaca-se nos esforços diplomáticos da China nos últimos cinco anos em relação a Estados individuais e organizações regionais e internacionais.

Da Assembleia Geral da ONU, Fórum Económico Mundial (FEM) em Davos, reuniões de líderes do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico, ao fórum do Grupo dos 20 (G20) e cúpula do BRICS que compreende o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, Xi reafirmou o compromisso chinês para a globalização económica, multilateralismo dirigido pela ONU e a paz global.

A globalização é hipocritamente acusada pelo baixo crescimento da economia global, alta taxa de desemprego, aumento do proteccionismo comercial, populismo e isolacionismo, terrorismo, crise de refugiados na Europa e Oriente Médio e pela maior disparidade entre ricos e pobres. “Diante das oportunidades e desafios da globalização económica, correcto é aproveitar todas as oportunidades, enfrentar em conjunto os desafios e elaborar o plano certo para a globalização económica”, comentou Xi no seu discurso no FEM em Janeiro.

O presidente chinês propôs um crescimento impulsionado pela inovação, cooperação aberta e de benefício mútuo, governança mais justa e desenvolvimento equilibrado e inclusivo como o caminho correcto para a economia global. O multilateralismo é a solução para os problemas globais e a China um dos seus mais fortes pilares.

Construir uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade está incorporado na iniciativa Uma Faixa, Uma Rota, proposta por Xi em 2013, cujo objectivo é construir redes de comércio e infra-estrutura em países ao longo e além das antigas rotas comerciais da Rota da Seda.

Além disso, os projectos da iniciativa, que envolvem novas ferrovias, estradas e zonas industriais na Ásia e África, estão alinhados com as estratégias de desenvolvimento de muitos países e estão a ser discutidos com a consideração das metas de desenvolvimento sustentável 2030 das Nações Unidas. A iniciativa Uma Faixa, Uma Rota seja talvez o maior presente da China para o mundo.

“Num mundo cada vez mais interdependente e integrado, onde os países formam uma comunidade de interesses compartilhados, a abertura, a inclusão e a cooperação de benefício mútuo são a única opção viável”, disse Xi no Diálogo de Mercados Emergentes e Países em Desenvolvimento durante a cimeira do BRICS realizada em Setembro em Xiamen, China.

O apoio contínuo da China ao Acordo de Paris sobre mudança climática, após a retirada dos Estados Unidos, e as suas contribuições significativas para as missões de manutenção da paz da ONU também são parte dos esforços chineses para tornar o mundo um lugar melhor.

Xinhua

13 Dez 2017

Cinco empresas de corretagem investigadas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas estão a investigar cinco empresas de corretagem, incluindo uma de um banco estatal, por eventuais irregularidades durante as recentes quedas das bolsas na segunda maior economia mundial.
Quatro das companhias anunciaram, na terça-feira, terem recebido notificações da Comissão Reguladora de Valores da China, dando conta da abertura de uma investigação pelas suspeitas de que não verificaram adequadamente a identidade dos seus clientes.
Além disso, a agência oficial chinesa Xinhua informou que oito funcionários da Citic Securities, parte do conglomerado financeiro estatal Citic, também se encontram sob investigação por suspeita de implicação na compra e venda ilegal de valores mobiliários.
Contudo, o organismo oficial de supervisão dos mercados financeiros não emitiu qualquer informação sobre a investigação.
Entre as empresas investigadas figura a Huatai Securities, a maior empresa de corretagem da China em termos de volume de negócio.
Estas investigações surgem no contexto das pesadas perdas sofridas pelas bolsas chinesas.
As autoridades colocaram sob supervisão o trabalho das corretoras no início de Julho, na crise registada nos mercados bolsistas da China durante quatro semanas, sendo que, na altura, o ponto de viragem deu-se precisamente quando foi anunciada a abertura de uma investigação sobre as práticas especulativas.

27 Ago 2015