Xinhua apresenta Xi Jinping como “diplomata chefe”

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma diplomacia de grande país ao estilo chinês formou-se nos últimos cinco anos através das viagens ao estrangeiro feitas pelo presidente chinês, Xi Jinping. As 29 visitas a 58 países e importantes organizações internacionais e regionais nos cinco continentes ajudaram Xi a ganhar o título de “diplomata chefe” da China.

As viagens fortaleceram o papel de liderança da China em paz, segurança, governança e desenvolvimento globais, e promoveram um entendimento melhor do mundo em relação a uma visão e caminho da China, que inclui a cooperação de benefício mútuo e esforços para construir uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade.

BENEFÍCIO MÚTUO

A primeira viagem ao exterior de Xi, depois de se ter tornado presidente, foi a Moscovo, em Março de 2013, onde apresentou pela primeira vez seu plano diplomático. “Para avançar com o tempo, não podemos viver fisicamente no século XXI com uma mentalidade que pertence ao passado, parando nos velhos dias do colonialismo e limitados pela mentalidade da Guerra Fria e soma zero”, declarou Xi no Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscovo, pedindo a construção de um novo tipo de relações internacionais cujo núcleo é a cooperação em que ambos os lados podem ganhar.

As seis visitas de Xi à Rússia e mais de 20 reuniões com o presidente russo, Vladimir Putin, em diversas ocasiões elevaram as relações sino-russas ao seu mais alto nível da história dos dois países, que agora servem juntos como uma âncora para a paz e segurança globais.

“Estou convencido de que o modelo de relações bilaterais que criámos deve tornar-se em um dos exemplos de interacção civilizada entre países no século XXI”, declarou o presidente da Duma russa, Vyacheslav Volodin.

Os princípios impulsionados por Xi de não conflito, não confrontação, respeito mútuo e cooperação de benefício mútuo ajudaram a estabilizar os laços sino-americanos entre mudanças de liderança na Casa Branca e as incertezas dela decorrentes.

Os intercâmbios de Xi com o presidente americano, Donald Trump, ajudaram a estabelecer novos mecanismos de diálogo de alto nível entre a China e os Estados Unidos, com o fim de promover a paz e segurança globais.

As relações China-Europa expandiram-se a cada uma das viagens de Xi ao continente. A China procura uma parceria com a União Europeia com base na paz, crescimento, reforma e cooperação bilateral de benefício mútuo. A excelente relação da China com os países da Europa Central e Oriental diminuíram significativamente as preocupações da Europa com a China.

Durante os cinco anos passados, a metade das visitas de Xi ao estrangeiro foi dedicada à promoção das relações com os vizinhos da China, incluindo o mecanismo de Cooperação Lancang-Mekong, a versão actualizada da Área de Livre Comércio com a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e o Corredor Económico Bangladesh-China-Índia-Mianmar, entre outros.

Entretanto, a cooperação com países em desenvolvimento na África e América Latina cresceu, com o envolvimento da China em inúmeros de projectos de infra-estruturas e desenvolvimento.

FORTALECENDO o MULTILATERALISMO

A proposta de Xi para construir uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade é um pilar central do multilateralismo. A proposta destaca-se nos esforços diplomáticos da China nos últimos cinco anos em relação a Estados individuais e organizações regionais e internacionais.

Da Assembleia Geral da ONU, Fórum Económico Mundial (FEM) em Davos, reuniões de líderes do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico, ao fórum do Grupo dos 20 (G20) e cúpula do BRICS que compreende o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, Xi reafirmou o compromisso chinês para a globalização económica, multilateralismo dirigido pela ONU e a paz global.

A globalização é hipocritamente acusada pelo baixo crescimento da economia global, alta taxa de desemprego, aumento do proteccionismo comercial, populismo e isolacionismo, terrorismo, crise de refugiados na Europa e Oriente Médio e pela maior disparidade entre ricos e pobres. “Diante das oportunidades e desafios da globalização económica, correcto é aproveitar todas as oportunidades, enfrentar em conjunto os desafios e elaborar o plano certo para a globalização económica”, comentou Xi no seu discurso no FEM em Janeiro.

O presidente chinês propôs um crescimento impulsionado pela inovação, cooperação aberta e de benefício mútuo, governança mais justa e desenvolvimento equilibrado e inclusivo como o caminho correcto para a economia global. O multilateralismo é a solução para os problemas globais e a China um dos seus mais fortes pilares.

Construir uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade está incorporado na iniciativa Uma Faixa, Uma Rota, proposta por Xi em 2013, cujo objectivo é construir redes de comércio e infra-estrutura em países ao longo e além das antigas rotas comerciais da Rota da Seda.

Além disso, os projectos da iniciativa, que envolvem novas ferrovias, estradas e zonas industriais na Ásia e África, estão alinhados com as estratégias de desenvolvimento de muitos países e estão a ser discutidos com a consideração das metas de desenvolvimento sustentável 2030 das Nações Unidas. A iniciativa Uma Faixa, Uma Rota seja talvez o maior presente da China para o mundo.

“Num mundo cada vez mais interdependente e integrado, onde os países formam uma comunidade de interesses compartilhados, a abertura, a inclusão e a cooperação de benefício mútuo são a única opção viável”, disse Xi no Diálogo de Mercados Emergentes e Países em Desenvolvimento durante a cimeira do BRICS realizada em Setembro em Xiamen, China.

O apoio contínuo da China ao Acordo de Paris sobre mudança climática, após a retirada dos Estados Unidos, e as suas contribuições significativas para as missões de manutenção da paz da ONU também são parte dos esforços chineses para tornar o mundo um lugar melhor.

Xinhua

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