Tailândia exige vacinação contra covid-19 a todos os viajantes

A Tailândia começou hoje a exigir um certificado de vacinação contra a covid-19 a todas as pessoas que entram no país, uma restrição aprovada após a reabertura da China e criticada pelas associações de turismo.

A partir de hoje e, pelo menos até 31 de janeiro, os viajantes devem apresentar, na altura do embarque para a Tailândia, um certificado que comprove a vacinação, enquanto os não vacinados devem apresentar atestado médico ou documento que comprove a recuperação.

A política, anunciada na quinta-feira, coincide com a reabertura das fronteiras da China, que era até ao início da pandemia uma das principais fontes de turistas para a Tailândia.

No domingo, o Departamento de Aviação Civil da Tailândia confirmou que os passageiros que não puderem comprovar terem a vacinação em dia devem realizar um teste para detetar o novo coronavírus à chegada ao país.

Além disso, os visitantes cujos países de origem solicitam um teste de ácido nucleico à chegada, como é o caso da China e da Índia, devem também ter um seguro especial para covid-19, com uma cobertura de pelo menos 10 mil dólares caso testem positivo antes do voo de regresso.

A Associação de Turismo da ilha de Phuket (oeste), um dos principais turísticos tailandeses, criticou em comunicado a pressa das autoridades tailandesas e a confusão na divulgação da medida.

De acordo com a associação, que diz ter tomado conhecimento da mudança de política através dos meios de comunicação social, muitos turistas já estavam em trânsito para a Tailândia quando a medida foi anunciada.

Os ministérios da Saúde e dos Negócios Estrangeiros tailandeses não mencionam os novos requisitos nos seus portais na internet, e apenas a Aviação Civil do país publicou um documento, em tailandês.

As autoridades tailandesas têm insistido que as medidas não visam discriminar os viajantes provenientes da China, onde o relaxamento das restrições antecedeu uma onda inédita de infeções.

A China levantou no domingo a quarentena obrigatória para viajantes do estrangeiro, pondo fim a três anos de isolamento.

Mais de uma dezena de países, entre os quais Portugal, passaram a exigir aos viajantes oriundos daquele país um teste negativo à covid-19 para entrar nos seus territórios.

A Tailândia recebeu mais de 10 milhões de turistas em 2022, números ainda assim muito inferiores aos registados antes da pandemia da covid-19. Em 2019, o país tinha registado um recorde de 39,8 milhões de visitantes.

9 Jan 2023

Função pública | Faltas justificadas para vacinar filhos

Os trabalhadores dos serviços públicos podem ausentar-se do serviço para acompanhar a vacinação contra a covid-19 dos filhos. Incluídos na medida estão pais de alunos do ensino infantil, primário e secundário, menores de 18 anos. Com uma taxa de vacinação de apenas 8,5 por cento entre as crianças, Kong Chi Meng e Alvis Lo apelaram à vacinação urgente nas escolas

 

Os trabalhadores de todos os serviços públicos estão, desde ontem, autorizados a faltar justificadamente ao serviço para acompanhar os filhos menores durante a inoculação das vacinas contra a covid-19.

A medida foi divulgada pela Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) e engloba os funcionários que sejam pais de alunos do ensino infantil, primário e secundário que não tenham completado 18 anos de idade. Ao abrigo da medida, os funcionários públicos poderão assim optar por se ausentar do serviço no dia da vacinação ou no dia seguinte.

“Os trabalhadores podem, no próprio dia ou no dia seguinte ao da vacinação dos filhos, por os terem acompanhado, ausentar-se do serviço justificadamente a fim de poderem observar a situação dos mesmos após a vacinação e tomar conta deles”, pode ler-se no comunicado.

Na mesma nota, os SAFP revelaram ainda ter comunicado a medida “aos diversos serviços públicos” após ouvir os Serviços de Saúde e a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ).

Durante uma sessão de esclarecimentos sobre a promoção da vacinação de estudantes, que decorreu na Escola Secundária Kao Yip e que contou com a presença do director da DSEDJ, Kong Chi Meng, e do director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long, foram feitos apelos “urgentes” à vacinação, numa altura em que a taxa de inoculação da faixa etária entre os 3 e os 11 anos é de apenas 8,5 por cento, não sendo, por isso, “ideal”.

Durante o encontro, Kong Chi Meng sublinhou que, por ser um local “muito denso e movimentado”, não se pode “ignorar o risco para a saúde de alunos e docentes”. Além disso, foi acrescentado, através do registo semanal da lista de alunos não vacinados, poderão ser organizados “Dias de Vacinação” de acordo com as intenções dos encarregados de educação.

Por seu turno, Alvis Lo abordou, do ponto de vista técnico, a eficácia das vacinas contra a covid-19 na redução de sintomas graves e da mortalidade e reiterou que os encarregados de educação devem vacinar “com a maior brevidade possível” , os menores a seu cargo, para colaborar na protecção da saúde das crianças.

Tendência de subida

Com o agravar da situação epidémica em Hong Kong, alguns pais que têm estado reticentes na vacinação dos filhos, começam agora a concretizar a inoculação, dado que desde quinta-feira, a taxa de vacinação da faixa etária subiu cerca de 2.0 por cento.

Ouvida pela TDM-Canal Macau, uma mãe que optou por vacinar o filho diz que a criança não teve efeitos secundários e que a vacinação é o caminho a escolher, numa altura em que a pandemia dá sinais de agravamento.

“Como a pandemia está muito grave é melhor levar já a vacina. [O meu filho] não teve reacções e até foi à escola no dia seguinte”, disse.

Uma aluna disse ainda que se “sentiu muito bem” após a inoculação e que vai dizer aos colegas para fazerem o mesmo. No entanto, outros estão ainda com medo dos efeitos secundários.

Já um pai que optou por não vacinar o filho, apontou que irá ponderar fazê-lo “se Macau voltar a ter um surto”, já que o filho é alérgico à vacina da gripe e, por isso, terá de se aconselhar com os profissionais de saúde.

Recorde-se que as crianças entre os 3 e os 11 anos só podem ser inoculadas com a vacina da Sinopharm, já que de acordo com as autoridades de saúde apenas os maiores de 12 anos estão autorizados a receber o fármaco da BioNTech.

PJ | Notificação sobre falsas chamadas telefónicas 

Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) notificaram a Polícia Judiciária (PJ) sobre o facto de alguns cidadãos terem recebido, nos últimos dias, chamadas telefónicas com gravações em cantonês informando-os que são pessoas de contacto próximo de caso confirmado de infecção de covid-19 em Hong Kong, solicitando que realizem teste de ácido nucleico ou contactem o Centro de Protecção de Saúde “Centre for Health Protection” em Hong Kong.

No entanto, os SSM adiantam que estas pessoas nunca estiveram em Hong Kong, além de que “o número de telefone emissor das chamadas não é o número de telefone que emite mensagens” dos SSM. Após uma consulta junto do Centro de Protecção de Saúde de Hong Kong, confirmou-se que estes serviços também não emitiram qualquer gravação telefónica. Desta forma, os SSM apelam a cidadãos e residentes para estarem atentos a eventuais burlas telefónicas por esta via. 

Hotel Tesouro | Quarentena para quem vem de Hong Kong

Com o agravamento da situação epidémica em Hong Kong, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou que a partir de sexta-feira, todos os indivíduos que entrem em Macau provenientes do território vizinho, passam a ter que fazer quarentena no Hotel Tesouro. Todas as pessoas provenientes de Hong Kong que já tenham reservas noutros hotéis de observação médica, verão as suas reservas canceladas a partir de sexta-feira, devendo, por isso, remarcar a sua quarentena para o Hotel Tesouro.

23 Fev 2022

Deputados dizem que famílias estão abertas à vacinação dos filhos

Dois deputados afirmaram ontem, à margem do almoço de ano novo chinês da Assembleia Legislativa, que a abertura dos pais à vacinação dos filhos contra a covid-19 tem sido grande e que a situação pandémica em Hong Kong trouxe uma maior preocupação às famílias ou mulheres grávidas.

Kou Kam Fai, também director da escola Pui Ching, disse que oito por cento dos alunos do ensino infantil e primário desta instituição de ensino já foi vacinado contra a covid-19. O responsável referiu que os pais têm reagido bem ao apelo da vacinação dos filhos.

“A Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) emitiu um aviso sobre o surto de Hong Kong. Já tínhamos aberto as inscrições [para a vacinação] três dias antes e cerca de 40 por cento dos pais com filhos dos 3 aos 12 anos demonstra vontade em vaciná-los. Se houver um grande número de inscrições as vacinas serão administradas dentro das escolas. A reacção dos pais é melhor do que as nossas previsões, talvez tenham receio do surto”, frisou.

Acima dos 90 por cento

Por sua vez, Ma Io Fong, deputado e docente na Escola de Talentos Anexa à Escola Hou Kong, disse que “a divulgação da vacinação nas escolas e sector educativo tem sido bem sucedida” e que os pais têm mostrado uma grande receptividade à vacinação dos filhos, tendo em conta a explosão de casos de covid-19 no território vizinho.

“O Governo lançou uma medida para que os funcionários públicos tenham uma folga para acompanhar os filhos na vacinação, o que é uma política de incentivo. Espero que haja mais medidas de incentivo no futuro para que a taxa de vacinação possa ficar acima dos 90 por cento”, defendeu.

Ma Io Fong referiu mesmo que “surgiram mais preocupações” devido à situação em Hong Kong, nomeadamente por parte de mulheres grávidas que desejam vacinar-se. “Não recebi, até à data, queixas de famílias sobre a vacinação obrigatória dos alunos. O Governo pode divulgar mais dados sobre as vacinas para que as famílias tenham mais confiança”, adiantou.

23 Fev 2022

Covid-19 | Zhuhai retoma passagem de fronteiras a partir do meio-dia

A partir do meio-dia de hoje, quem entrar em Zhuhai vindo de Macau não precisa cumprir quarentena de 14 dias, apenas apresentar teste de ácido nucleico com menos de 48 horas. A retoma implica excepções e exclui a obrigação de mostrar certificado de vacinação. Escolas continuam sem data de abertura

 

Duas semanas depois de um surto de covid-19 em Macau, que manteve em vigor a obrigação de cumprir 14 dias de quarentena à entrada para Zhuhai, a circulação de pessoas entre as duas cidades volta a ser aliviada.

As autoridades vizinhas anunciaram que a partir do meio-dia de hoje basta apresentar teste de ácido nucleico com menos de 48 horas para passar a fronteira para Zhuhai. A medida, que motivou a corrida aos postos de testagem, inclui excepções. Quem esteve em “contacto íntimo com casos confirmados de covid-19 só pode entrar em Zhuhai sete dias depois de cumprir 14 dias de quarentena. Os moradores das zonas de código de saúde vermelho e amarelo também ficam com passagem condicionada, só podendo entrar na cidade vizinha sete dias depois da reabertura das zonas condicionadas.

Finalmente, os trabalhadores com funções de alto risco só podem entrar em Zhuhai 14 dias depois de deixarem de exercer tais funções. Este grupo compreende quem esteja em contacto directo com pessoas vindas de regiões do mundo de médio e alto risco, como funcionários de bordo de companhias aéreas que voem para essas regiões, e pessoas que trabalhem em locais destinados a quarentena ou ao tratamento de pacientes infectados com o novo tipo de coronavírus.

Tai Wa Hou, coordenador do plano de vacinação, esclareceu ontem que a medida foi imposta pelas autoridades de Zhuhai para garantir a segurança dos residentes da cidade vizinha. O médico acrescentou que o grupo de trabalho conjunto das duas regiões tem um mecanismo de interrupção do alívio das restrições fronteiriças caso sejam diagnosticados novos casos. Aliás, Tai Wa Hou frisou que se for dectectada alguma infecção hoje ou nos próximos dias, a passagem fronteiriça voltará a implicar quarentena de 14 dias.

Aulas e vacinas

O responsável pela vacinação em Macau adiantou que as autoridades da RAEM e Zhuhai estão a negociar a possibilidade de prolongar a validade dos testes de ácido nucleico para vacinados que queiram atravessar a fronteira. Apesar de não ter especificado para quantos dias, Tai Wa Hou mencionou na conferência de imprensa o período de sete dias sublinhando não se tratar de um anúncio, mas de um rumo possível.

Desta feita, as autoridades do Interior não pedem comprovativo de vacinação para atravessar a fronteira, como o fizeram depois do segundo teste em massa. Tai Wai Hou explicou a diferença com o facto de desta vez terem passado 14 dias desde o encerramento da fronteira.

Com o levantamento da obrigação de quarentena à entrada para Zhuhai, as autoridades pediram calma à população. “Apelamos a que evitem deslocar-se para os postos fronteiriços logo ao meio-dia e que acompanhem notícias sobre o fluxo de pessoas para evitar aglomerações”, pediu Ma Chio Hong, do Corpo de Polícia de Segurança Pública.

No passado dia 4 de Outubro, o súbito volte-face que reteve em Macau mais de um milhar de crianças que residem em Zhuhai fez com que as autoridades locais se vissem na iminência de dar abrigo a centenas de jovens sem família. Alguns destes estudantes, hospedados em pousadas da juventude, foram ontem levados a fazer testes de ácido nucleico para hoje regressarem a casa.

O responsável da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), Wong Ka Ki, garantiu que durante a estadia forçada em Macau estes alunos estiverem ocupados com trabalhos de casa e que as escolas estão prontas para reabrir, sem, no entanto, apontar uma data para tal.

Testes | Mais de 80 mil amostras negativas

No total, 80.452 pessoas foram testadas no domingo, no âmbito do programa de testagem em áreas-chave, áreas de código vermelho e amarelo e dos grupos incluídos na testagem de alta frequência. De acordo com um comunicado divulgado ontem, relativamente ao teste de ácido nucleico para pessoas de áreas especificas, que decorreu entre as 9h00 e as 24 horas de domingo, foram testadas 56.130 pessoas, sendo as restantes 24.322 afectas às pessoas provenientes das áreas de código vermelho e amarelo. Todos os testes acusaram negativo para a covid-19.

Covid-19 | Vacina da Sinopharm aprovada para maiores de 12 anos

O Governo aprovou ontem a vacinação para maiores de 12 anos com a vacina inactivada da Sinopharm. “A idade dos destinatários aplicáveis de vacinas inactivadas contra a covid-19 foi reduzida de 18 para 12 anos”, pode ler-se num comunicado divulgado ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. Na mesma nota, as autoridades acrescentaram que “a vacina inactivada contra o novo tipo de coronavírus é agora aplicável às pessoas com idade igual ou superior a 12 anos e inferior a 60 anos e às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos com boas condições de saúde e maior risco de exposição”.

Recorde-se que desde meados de Junho que a faixa etária entre os 12 e 18 anos já pode ser inoculada com a vacina da Pfizer/BioNTech, baseada no RNA mensageiro (mRNA). A medida que entrou ontem em vigor prevê ainda que os menores de 18 anos que pretendam tomar a vacina devem obter uma autorização dos seus pais ou encarregados de educação. Ontem foi ainda anunciada a chegada de 300 mil doses da vacina da Sinopharm e 90 mil doses da BioNTech, aumentando o stock para da RAEM para cerca de 453 mil doses.

IAS | Ponderada vacinação de proximidade em lares de idosos

As autoridades de saúde estão a negociar com o Instituto de Acção Social a possibilidade de lançar uma campanha de vacinação de proximidade nos lares de idosos, à semelhança do que aconteceu em escolas e universidades. O possível caminho foi indicado ontem por Leong Iek Hou, médica do Centro de Coordenação.

A hipótese divulgada ontem pela coordenadora do organismo de resposta à pandemia coincide com a preocupação do deputado e vice-presidente da Associação Geral dos Operários de Macau, Lei Chan U, que defende que se deve incentivar o aumento da taxa de vacinação contra a covid-19 entre os idosos.

Recordando que o universo de idosos actualmente vacinados em Macau é de apenas 43,6 por cento na faixa entre os 60 e os 69 anos, 24,8 por cento na faixa entre os 70 e os 79 anos e 6,3 por cento entre as pessoas com mais de 80 anos, Lei Chan U apontou, segundo o jornal Ou Mun, que a inoculação desta franja de residentes é essencial para aumentar a taxa de vacinação geral da população.

Isto, quando o objectivo passa por atingir uma taxa de vacinação acima dos 80 por cento que permita normalizar as passagens transfronteiriças com as regiões vizinhas, especialmente com o Interior da China, impulsionando a recuperação económica de Macau.

Para o deputado, a baixa taxa de vacinação entre idosos deve-se ao facto desta parte da população considerar que, devido à sua idade avançada ou por serem portadores de doenças crónicas, não se encontram em condições de ser vacinados.

Por isso, Lei Chan U sugere que o Governo ponha em prática medidas como um “serviço de avaliação integral” dedicado aos idosos interessados na vacinação contra a covid-19, palestras dedicadas, dispensas de trabalho para acompanhamento de familiares e a criação de uma equipa móvel de vacinação dedicada a visitar lares e centros de atendimento para idosos.

19 Out 2021

Governo diz que não obriga ninguém a ser vacinado contra a covid-19

Alvis Lo entende que ninguém é obrigado a ser vacinado e recorda a possibilidade de realizar semanalmente testes de ácido nucleico. O director dos Serviços de Saúde argumenta que raramente há políticas que satisfaçam as expectativas de todos os cidadãos

 

O Governo não está a obrigar ninguém a vacinar-se. A opinião foi expressa por Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde (SSM), face às críticas geradas pela medida que exige a apresentação de comprovativo de vacinação, ou realização de testes de ácido nucleico todas as semanas, à entrada dos locais de trabalho. Recorde-se que os serviços públicos emitiram uma circular a implementar e medida e que o custo dos testes de ácido nucleico é pago pelo trabalhador.

“Não podemos classificar esta medida como uma forma de obrigar à toma da vacina. A escolha cabe ao trabalhador”, afirmou Alvis Lo. “Muitas pessoas dizem que o princípio da escolha e da vacinação voluntária está a ser violado. Isso não é verdade”, sublinhou.

A medida foi adoptada depois de as autoridades do Interior terem criticado a baixa taxa de vacinação na RAEM.
No entanto, surgiram casos de entidades patronais que terão tentado obrigar os trabalhadores a serem vacinados, sem considerarem a possibilidade do recurso à testagem a cada sete dias. Sobre este aspecto, o director do SSM lembrou que as duas alternativas têm de ser aceites. “Tomámos conhecimento de que algumas entidades tiveram diferentes entendimentos sobre as directrizes [de vacinação ou testagem]. Houve quem afirmasse que só a vacinação era aceitável. Tenho de esclarecer que isso viola o princípio da escolha”, frisou Alvis Lo.

Castigo dos inocentes?

Durante a conferência de ontem, o director dos Serviços de Saúde foi questionado se a medida não castiga quem ficou em Macau durante toda a pandemia, para beneficiar quem atravessa a fronteira constantemente. Alvis Lo recusou aceitar essa visão e considerou que é errado “dividir a população”. Por outro lado, defendeu que o risco não está apenas ligado com as pessoas, mas com as mercadorias que chegam do exterior.

Segundo o director dos SSM, quem chega do estrangeiro, mesmo a cumprir quarentena de 21 dias, é um risco para o território, porque nunca há risco zero.

Ainda em relação às políticas de vacinação, Alvis Lo negou existirem outras intenções além da segurança da população. “Uma política não satisfaz todas as expectativas dos cidadãos. Nós só queremos garantir a segurança dos cidadãos. E não acho que seja uma política muito criticável”, opinou.

De acordo com os números apresentados ontem, entre as pessoas com 20 e 60 anos a taxa de vacinação é de 67,7 por cento. Os SSM dizem ter capacidade para fazer testes regulares de ácido nucleico às cerca de 100 mil pessoas que ainda não se vacinaram.

FAOM exige clareza

Os deputados Ella Lei e Leong Sun Iok, da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), reuniram ontem com os Serviços de Saúde para defender orientações de vacinação claras. Após as instruções do Governo, os deputados terão recebido queixas de trabalhadores obrigados a tomar a vacina. Os legisladores acham que o Executivo deveria optar por uma política de incentivos para aumentar a taxa de vacinação.

16 Set 2021

Eleições | Candidatos do sector industrial querem vacinação em massa

Os candidatos que concorrem ao sufrágio indirecto no sector industrial e comercial, Kou Hoi In, José Chui Sai Peng, Ip Sio Kai e Wang Sai Man, querem que o Governo impulsione a vacinação em massa contra a covid-19. Os elementos da lista União dos Interesses Empresariais de Macau entendem que a inoculação é um passo essencial para acelerar a fluidez das passagens transfronteiriças com o Interior da China e Hong Kong, principalmente tendo em conta que a taxa de vacinação de Macau é muito baixa em comparação com as regiões vizinhas.

Em declarações ao jornal Cidadão, os deputados apresentam outras receitas para a retoma económica, em especial com atenção para as Pequenas e Médias Empresas (PME), sector que auscultaram e atravessa uma situação “muito urgente”. Além dos apoios ao consumo e da organização de eventos culturais e recreativos que atraiam visitantes, o quarteto pró-Governo pede flexibilidade na fiscalização a PMEs, com mais avisos em vez de multas.

Os legisladores mencionaram também queixas de comerciantes quanto às restrições fronteiriças impostas pelo Governo para fazer face à pandemia, que impossibilitam a vinda de clientes internacionais e de todas as províncias da China.

O grupo de deputados pró-Governo, que inclui o presidente da Assembleia Legislativa, propõe ainda a isenção ou reembolso de despesas de licenças de agências de viagem e autocarros turísticos, a redução de custo de licenciamento para empresas e agentes do sector imobiliário e aprovação mais rápida de blue cards.

10 Set 2021

Covid-19 | Autoridades chinesas criticam baixa vacinação de Macau

Macau recebeu uma visita de quatro dias da delegação da Comissão Nacional de Saúde da China, que deixou recomendações sobre a baixa taxa de vacinação no território, por comparação ao elevado número de doses administradas no Interior do país

 

A baixa taxa de vacinação em Macau foi um dos pontos criticados pelas autoridades chinesas no final de uma visita de quatro dias, que começou a 28 de Agosto e terminou ontem. Na habitual conferência de imprensa do Centro de Coordenação e de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, Tai Wa Hou, coordenador do programa de vacinação, explicou que, na opinião do grupo de oito especialistas, “Macau está ainda muito distante do [nível atingido] pelo Interior da China”, tendo em conta que, nesta região do país, já foram administradas 2.040 milhões de doses de vacinas.

Além disso, os especialistas defenderam “medidas mais pró-activas para promover a vacinação”, e que passam por “conseguir a inoculação de um maior número possível de pessoas e procurar saber as razões pelas quais alguns grupos de pessoas não querem ser vacinados”.

Tai Wa Hou adiantou apenas que “há experiências que podemos aproveitar”, sendo que agora será feito um relatório escrito e balanço sobre a visita.

Uma volta por Macau

A visita dos especialistas da Comissão Nacional de Saúde da China foi feita a convite da RAEM e incluiu também a passagem por vários locais onde se realizam testes e acções de monitorização da pandemia.

“Falaram de assuntos como os testes de ácido nucleico e foram feitas sugestões ao pessoal dos postos fronteiriços, instituições médicas e todos os que asseguram a logística e a entrega de bens”, referiu o responsável.

Na opinião dos especialistas, poder-se-ia equacionar a possibilidade de classificar as pessoas envolvidas nestes trabalhos para definir o número de testes de despistagem à covid-19 a realizar, “consoante se o nível de risco [de infecção] é alto ou baixo”.

Relativamente ao início de um novo ano lectivo, foi adiantado que, até ontem, 11 mil alunos e docentes estavam inscrito para o teste de ácido nucleico antes do arranque das aulas. Em relação às eleições, foram anunciadas regras de votação para residentes que se encontram em quarentena.

“Os eleitores devem fazer o teste antes da eleição e depois seguem do seu quarto, um a um, para votar, evitando o contacto próximo uns com os outros. Exige-se o uso de máscara quando saírem do quarto e devem usar luvas e álcool-gel. Os trabalhadores das assembleias de voto, incluindo os trabalhadores que vão contar os votos, devem vestir os fatos de protecção”, disse a médica Leong Iek Hou.

3 Set 2021

Covid-19 | Êxito na prevenção criou falsa segurança e comprometeu taxa de vacinação

Porque é que a taxa de vacinação em Macau continua tão baixa? Académicos ouvidos pela agência Lusa defendem que há uma desconfiança generalizada nas vacinas, uma vez que nunca houve um surto comunitário no território. No caso de Hong Kong, a desconfiança no Executivo é apontada como uma das razões para o facto de uma grande fatia da população não confiar nas vacinas contra a covid-19

 

Académicos especializados na área da saúde ouvidos pela Lusa consideram que a fraca taxa de vacinação em Macau prende-se com a habituação a um ‘novo normal’, mas também à desconfiança das vacinas num território que nunca teve um surto comunitário.

O programa de vacinação começou há quase quatro meses, é gratuito, os residentes podem escolher entre duas vacinas, não faltam doses disponíveis. Contudo, os resultados têm sido muito pouco animadores e até o Governo já admitiu que Macau pode ficar numa “situação embaraçosa”: apenas cerca de 10 por cento da população recebeu as duas doses.

Há mais de um ano, a situação era a oposta: Macau, um dos primeiros locais a registar os primeiros casos, foi considerado um caso de sucesso no mundo, controlou as fronteiras, rastreou os casos suspeitos, impôs pesadas quarentenas obrigatórias a todos os que regressavam, disponibilizou máscaras a toda a população e o seu uso sempre foi generalizado.

Essa receita mostrou-se um sucesso já que Macau detectou apenas 51 casos desde o início da pandemia, não tendo registado qualquer surto local ou infectados entre os profissionais de saúde.

“A falsa segurança não deriva apenas do facto de não haver infecção comunitária em Macau, mas também do facto de haver uma taxa de infecção relativamente baixa na China continental desde que o Governo assumiu o controlo da situação no ano passado”, explicou à Lusa antropóloga e investigadora na área da saúde Loretta Lou.

“O povo de Macau obedece ao uso de máscaras e ao distanciamento social porque estas medidas repercutem-se nos seus conhecimentos leigos sobre higiene pública e na sua experiência anterior com a epidemia SARS” (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China.

Também ouvido pela Lusa, Ray Choy, professor da Faculdade de Humanidades e Ciências Sociais da Universidade Cidade de Macau, disse que os residentes habituaram-se às medidas sanitárias e “por isso não vêem a urgência de tomar a vacina”, frisando ainda que a epidemia no território se encontra estável e isso contribui para que as pessoas se sintam confortáveis.

Em relação à reduzida taxa de vacinação no território, o professor explica que a sensação geral da população de Macau é que a preparação e a produção das vacinas demoraram relativamente pouco tempo em relação a outras vacinas convencionais.

“Penso que a maioria dos residentes ainda está preocupada com a segurança e eficácia”, sublinhou, acrescentando que as pessoas continuam com a abordagem de “vou esperar e deixar ver”. “Acho que o tempo ajudará a que mais pessoas tomem a vacina”, frisou.

Também a antropóloga Loretta Lou refere a desconfiança em relação às vacinas por serem uma novidade, “mas também porque a vacinação não se enquadra na experiência quotidiana das pessoas comuns em matéria de saúde e doenças”.

“As pessoas esquecem que as vacinas salvaram muitas vidas ao longo do último século. É por isso que vemos um crescente movimento anti-vacinas a nível mundial”, explicou, detalhando que no caso de Macau “a maioria dos residentes recebeu a sua vacinação programada quando era bebé”.

“Para aqueles que não tomaram as vacinas contra a gripe sazonal no passado, a vacina contra a covid-19 é a sua ‘primeira vacina desde há algum tempo”, sendo compreensível que as pessoas estejam um pouco preocupadas”.
Contudo, a antropóloga deixa uma crítica às autoridades do antigo território administrado por Portugal: “Os funcionários da saúde pública poderiam ter feito mais educação pública”.

O Governo tem feito constantes apelos à vacinação e já avisou que a fronteira com a China continental pode endurecer restrições.

Casinos ajudam

Nas últimas semanas, e para contrariar a inação dos residentes, os casinos de Macau prometeram dinheiro, dias de férias extra e sorteios para quem se vacinar.

Uma das operadoras de jogo, a Melco Crown, avançou mesmo com uma campanha ‘milionária para a qual destinou 16 milhões de patacas e que contempla a organização de seminários, pagar mil patacas a cada funcionário “plenamente vacinado” e promover ainda sorteios que podem valer seis prémios de um milhão de patacas.

Estes incentivos coincidiram com o surgimento de casos na província de Guangdong, de onde provem a maioria de turistas para Macau e parte substancial da força de trabalho de Macau. Guangdong detectou dezenas de infeções locais desde 21 de Maio, situação que levou as autoridades locais a impor, esta semana, restrições à circulação interna de pessoas, ao ditar que quem quiser sair da província deve fazer um teste à covid-19, e a isolar bairros inteiros.

“Penso que a população de Macau se sente um pouco confortável demais com o ‘novo normal’, uma vez que os novos casos estão a aumentar rapidamente em Guangzhou e Taiwan. À medida que a sensação de crise se torna iminente, vemos mais residentes a reservar as suas vagas para as vacinas Covid-19 nestes últimos dias”, explicou Loretta Lou.

Por outro lado, Ray Choy faz uma relação directa entre o aumento de residentes que fizeram reservas para vacinação na última semana e o surgimento de novos casos tanto em Guangdong como em Taiwan. “Na semana passada, mais de 40.000 residentes fizeram a reserva para obter a vacina, que é o número mais alto desde que o programa foi introduzido em Fevereiro deste ano”, disse.

Taxa de vacinação em Hong Kong é superior a Macau

Ray Choy afirmou à Lusa que a fraca taxa de vacinação em Hong Kong resulta da desconfiança no Governo, mas em Macau a razão está relacionada com os bons resultados na prevenção da pandemia. Segundo os últimos dados oficiais, 52.246 foram inoculadas com a 1.ª dose da vacina e 68.149 tomaram as duas doses da vacina. Já em Hong Kong, 1.442.878 (22 por cento) de pessoas receberam a primeira dose e 1.059.737 (16,2 por cento) já estão completamente inoculados.

Para o professor da faculdade de humanidades e ciências sociais da Universidade Cidade de Macau, esta é uma questão peculiar já que ambas as populações são chinesas.

“A taxa de vacinação em Hong Kong é um pouco mais elevada do que a de Macau, porque agora temos cerca de 16 por cento das pessoas de Hong Kong que receberam duas injecções da vacinação, o que é um pouco mais elevado do que a de Macau”, detalhou.

“A pandemia em Macau foi contida e controlada bastante bem em comparação com Hong Kong é por isso que os residentes de Macau podem sentir-se um pouco à-vontade e adoptam uma atitude de descontração, esperar para ver e assim por diante”, explicou.

Um caso de sucesso

Macau detectou apenas 51 casos desde o início da pandemia, não registou qualquer surto local ou infectados entre os profissionais de saúde.

Já em Hong Kong, também com bons resultados iniciais, a situação foi menos bem controlada. Desde o início da pandemia da covid-19, a região administrativa especial chinesa registou 210 mortos e 11.848 casos da doença. Ainda assim, o território não regista casos locais da doença há mais de um mês.

A desconfiança em relação às vacinas está na confiança no Governo, disse Ray Choy, que foi Chefe da Unidade Central de Educação em Saúde, Centro de Protecção da Saúde, Departamento de Saúde, Governo de Hong Kong e membro do Conselho Tutelar, Subcomité do Fundo de Promoção e Cuidados de Saúde no território vizinho.

“Os residentes não estão confiantes, ou podem dizer que não confiam no Governo de Hong Kong. Alguns até adoptam uma atitude anti-governo de Hong Kong que pode não ser boa em termos de saúde pública”, disse. “Não estamos a falar de política e questões sociais, estamos apenas a falar de proteger a sua saúde”, afirmou.

A vacinação contra a covid-19 ultrapassou os dois mil milhões de doses em todo o mundo em seis meses, num total de 215 países ou territórios abrangidos, anunciou segundo a Agência France Presse (AFP).

7 Jun 2021

Covid-19 | Mais de oito mil inscrições para vacinação num só dia

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura anunciou que está a ser planeada a vacinação contra a Covid-19 nos centros de saúde sem necessidade de marcação online, apesar de na semana passada se ter registado um fluxo grande de inscrições. O Governo disse que a pandemia está a abrandar na Europa e na América do Norte por causa da vacinação, mas alertou para um agravamento nas regiões vizinhas

 

Na última semana “houve um grande registo da população” para a toma da vacina contra a Covid-19. Num único dia, as marcações atingiram as 8.600 pessoas, indicou a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U. Em comunicado do Gabinete de Comunicação Social, é ainda adiantado que o Governo está a planear mudanças nos procedimentos para a vacinação, para permitir que a população vá directamente aos centros de saúde sem precisar de fazer marcação online.

A secretária reiterou o apelo à vacinação de forma a criar uma barreira imunológica comunitária, recordando que se detectou recentemente em Macau um caso confirmado da variante indiana, casos de recaída, bem como variações à situação epidemiológica em regiões vizinhas. Além disso, a responsável apontou que cidades com contactos estreitos com Macau, como Cantão, Foshan e Shenzhen, se tornaram zonas de médio risco. Motivos pelos quais “não se exclui a possibilidade de surgir epidemia em Macau pelo que se apela à população para continuar a manter as medidas de prevenção”.

Os trabalhos de prevenção associados ao aumento de visitantes ao longo dos últimos meses também receberam a atenção da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, que reconheceu poder “tornar-se mais difícil” agora procurar hotéis para quarentena, em comparação com o ano passado. Ainda assim, Elsie Ao Ieong U indicou que há comunicação com o sector hoteleiro e que se acredita que “será providenciado o número suficiente de quartos destinados ao isolamento para observação médica”.

Além disso, o Governo criou um grupo de trabalho para coordenar o regresso de residentes no exterior que querem voltar ao território. A secretária avançou que mais de 1.600 estudantes preencheram os formulários disponibilizados pela Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude para regressarem a Macau. Destes, 1.100 encontram-se em Taiwan e alguns na Europa e nos EUA.

Altos e baixos

“A pandemia da Covid-19 está a diminuir na Europa e América do Norte devido às altas taxas de vacinação, contudo em países ou regiões com taxas de vacinação relativamente baixas, como Japão, Malásia, Tailândia e região de Taiwan da China a pandemia recentemente agravou-se”, comunicou o Centro de Contingência.

Sobre a situação no Interior da China, é apontado que a tendência se tem mantido boa desde os feriados do Ano Novo Lunar mas que o impacto de “factores externos” levaram o vírus a propagar-se, ficando várias regiões sinalizadas como de médio risco. “A situação da Província de Cantão (Guangdong) merece mais atenção pois possui um relacionamento muito próximo com Macau pois diariamente há um elevado fluxo de pessoas entre dois lados, o que pode causar grande impacto em Macau”, pode ler-se.

A partir das 12h de sábado, a passagem por várias zonas de Shenzhen, Foshan e Guangdong passou a exigir quarentena. Relativamente a Guangdong, é requerida quarentena aos indivíduos que nos 14 dias anteriores à entrada em Macau tenham estado na cidade de Cantão, com zonas do Distrito de Liwan (na comunidade de Jinlong e em áreas dos subdistritos de Zhongnan, Baihedong, Dongnao e Chongkou) e na Comunidade Pequena de Nanzhou Mingyuan, do Distrito de Haizhu.

Segurança líquida

Até às 16h de ontem, foram administradas 169.965 vacinas contra Covid-19, que representam 106.437 pessoas vacinadas. Mais de 64 mil pessoas foram vacinadas com a segunda dose, enquanto 42.256 levaram a primeira. Desde o início da vacinação registaram-se 749 notificações de eventos adversos, das quais 746 relacionadas com situações ligeiras.

31 Mai 2021

Covid-19 | Serviços de Saúde alertam para “consequências graves” de um surto comunitário

Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), disse ontem que “se houver um surto epidémico as consequências podem ser muito graves”, numa referência à necessidade de atingir uma maior taxa de vacinação contra a covid-19 no território. Alvis Lo visitou ontem o Posto de Inoculação Comunitário sobre vacinas contra a covid-19 dos Serviços de Saúde, instalado no Fórum de Macau, que abre hoje portas.

O médico lembrou que actualmente a situação epidémica em todo o mundo “é ainda muito grave”, pelo que “a pandemia espalhada por várias regiões vizinhas é uma ameaça séria a Macau”. “A taxa de vacinação em Macau está ainda num nível baixo e não facilita o trabalho geral de prevenção académica”, lembrou ainda.

O director dos SSM frisou que “se houver um surto os profissionais de saúde terão de estar empenhados no combate à epidemia e, ao mesmo tempo, acorrer ao aumento súbito da procura da administração da vacina”, pelo que se pode “agravar os encargos com o trabalho epidémico”.

Com marcações disponíveis desde terça-feira, este posto de vacinação terá, para já, duas mil vagas para a administração da vacina da Sinopharm, funcionando entre as 9h e as 17h. Os destinatários são todas as pessoas elegíveis para a vacinação gratuita com idade igual ou superior a 18 anos.

Todos os postos de vacinação recebem agora pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, que passam a poder vacinar-se em outros locais além do Centro Hospitalar Conde de São Januário. Os SSM vão também administrar vacinas aos funcionários da MGM entre segunda e terça-feira, dias 24 e 25, e do casino Sands entre os dias 31 de Maio e 3 de Junho.

19 Mai 2021

Taxa de vacinação contra covid-19 cobre apenas 10% da população, diz Alvis Lo

A baixa adesão da população de Macau à vacina contra a covid-19 e a necessidade de mais campanhas de promoção foram alguns dos pontos discutidos na última reunião do Conselho para os Assuntos Médicos.

Segundo um comunicado, Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), disse que “a actual taxa de vacinação em Macau ainda não atingiu um nível satisfatório”, sendo que a taxa de cobertura “é de apenas 10 por cento da população total”. No entanto, o responsável admitiu que “se investiu em muito trabalho de publicidade e de promoção”, além de ter sido aumentado o número de postos de vacinação. Alvis Lo disse esperar “que as associações médicas possam organizar a participação dos seus membros na vacinação colectiva para melhor servir de exemplo e demonstração”.

“O alargamento da rede de vacinação e o lançamento de um plano de proximidade para a vacinação poderá facilitar a vacinação dos residentes. Espera-se que o sector possa esforçar em conjunto para aumentar a taxa de vacinação de Macau e construir juntas a barreira de imunidade”, frisou o director dos SSM.

Sistema eHR em mais locais

A reunião serviu ainda para discutir o programa piloto eHR, que tem vindo a ser desenvolvido de forma experimental pelos SSM, e também pelo hospital Kiang Wu, desde 2017, prevendo-se que mais hospitais privados e a Clínica dos Operários também possam usar este sistema. Segundo um comunicado, estas instituições de saúde já estão na fase de testes, prevendo-se a entrada em funcionamento do sistema eHR “dentro deste ano”.

Até à data este programa já foi usado por mais de 36 mil residentes, mas há ainda “problemas a nível jurídico, informática e do ponto de vista do usuário”. “O número de usuários ainda não atingiu um nível satisfatório, pelo que serão introduzidos alguns ajustamentos técnicos para atender às necessidades legais”, lê-se. O sistema eHR pode “aumentar a coerência dos serviços médicos” e reduzir a possibilidade de repetição de exames e erros no uso de medicamentos, o que permite “melhorar a qualidade dos cuidados de saúde e a segurança dos doentes”.

6 Mai 2021