Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeUM | Aumento de propinas abaixo dos valores cobrados em Hong Kong A Universidade de Macau garante que os aumentos de propinas para estudantes locais tiveram como referência os valores cobrados pela Universidade Politécnica de Hong Kong, ficando abaixo dos montantes cobrados na região vizinha após a actualização. A instituição assegura que estes aumentos não afectam alunos já matriculados Depois de o deputado Leong Sun Iok ter feito uma proposta de debate no hemiciclo sobre o aumento de propinas na Universidade de Macau (UM), eis que a instituição de ensino superior pública vem justificar a actualização de valores para os estudantes locais. Segundo um comunicado enviado às redacções, a UM diz ter realizado “vários estudos aprofundados”, tendo como referência os valores cobrados pela Universidade Politécnica de Hong Kong (PolyU), uma vez que “os custos da educação na UM é semelhante à sua [instituição de ensino] homóloga em Hong Kong”. A título de exemplo, é referido que a propina para um curso de licenciatura e pós-graduação é actualmente de 30 mil patacas, passando a 37.500 a partir do ano lectivo de 2022/2023. Em Hong Kong, esse valor é de 43.400 dólares de Hong Kong. No caso dos mestrados, um aluno local passa a pagar 48.900 patacas por ano, ao invés das actuais 36 mil, enquanto que na PolyU esse valor é de cerca de 143 mil dólares de Hong Kong, “ou mais se for um curso na área de gestão de empresas”. Desta forma, a UM esclarece que “as propinas para os estudantes locais da UM serão sempre inferiores, após o ajustamento, às que são cobradas em Hong Kong”. Além disso, “o ajustamento apenas se aplica aos novos alunos e não vai afectar os alunos já matriculados”. Em relação aos programas de doutoramento, um aluno passa a pagar, por ano, 37.500 patacas em vez das actuais 21.760 anuais. Na PolyU esse valor é de 43.400 dólares de Hong Kong. Apoiar quem precisa Além de justificar os novos valores cobrados aos alunos, a UM esclarece que irá reduzir em 5.200 patacas as propinas num período de dois anos no primeiro ano dos alunos de licenciatura para aqueles que terminem os seus cursos ainda neste ano lectivo. Será ainda feito um desconto de seis mil patacas para os alunos locais que se matriculem pela primeira vez no próximo ano lectivo ou que terminem os cursos nesse ano. No mesmo comunicado, a UM aponta que “cerca de 80 por cento dos alunos locais de mestrado são trabalhadores-estudantes, e metade dos doutorandos receberam bolsas de estudo ou apoios à investigação”. Sobre a atribuição de bolsas de estudo, a UM aprovou 24 dos 28 pedidos dos alunos em 2021, tendo sido aprovados os 167 pedidos para o pagamento das propinas em prestações. Além disso, neste ano lectivo a universidade recebeu patrocínios de quatro milhões de patacas “de proeminentes figuras da comunidade”, um apoio que chegou a mais de 400 alunos. Em termos gerais, a UM recorda que “tem vindo a rever constantemente a sua estratégia de alocação de recursos nos últimos anos”, fazendo “um uso justo dos fundos públicos, premiando os alunos de excelência, prestando assistências aos alunos com necessidades e garantindo a qualidade do ensino”. Recorde-se que, no seu pedido de debate, o deputado Leong Sun Iok questionou a implementação destes aumentos em tempo de crise. “Não se deve aumentar, drasticamente, as propinas de uma só vez, especialmente em tempos de dificuldades sociais, nem se deve ‘agravar os encargos’ dos encarregados de educação”, afirmou. Secretária não avalia A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, recusou entrar em considerações sobre o preço das propinas, mas diz que o aumento foi decidido durante “um ano ideal”, após muitos estudos. Foi desta forma que Elsie Ao Ieong reagiu à proposta de debate na Assembleia Legislativa contra o aumento das propinas para os estudantes locais. “As pessoas podem avaliar se consideram 37 mil patacas por ano um preço caro para uma licenciatura… Não me vou pronunciar sobre esse aspecto”, afirmou Elsie Ao Ieong. Por outro lado, destacou que o aumento só entra em vigor para o próximo ano lectivo ou seja, só afecta aqueles que entraram para a universidade no corrente ano lectivo, e não quem o fez antes. Contudo, não deixou de defender a decisão das instituições de ensino: “A decisão foi feita de acordo com uma visão a longo prazo e depois da recolha de muitos dados. Portanto, as instituições de ensino consideram que é um ano ideal para aumentar as propinas”, justificou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAL | Leong Sun Iok quer debater subida de propinas na Universidade de Macau O deputado dos Operários considera “inaceitável” inflaccionar as propinas depois dos rendimentos em Macau terem caído 40 por cento. Leong Sun Iok entende que o Chefe do Executivo falhou na promessa de proteger a população de aumentos penalizadores O deputado Leong Sun Iok vai propor um debate na Assembleia Legislativa (AL) para discutir o aumento das propinas na Universidade de Macau (UM). Segundo o legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), os aumentos vão contra as promessas anteriores de Ho Iat Seng e são contrários aos discursos do Presidente Xi Jinping. Na proposta, Leong indica que as propinas referentes às licenciaturas na UM aumentaram mais de 50 por cento só nos últimos dois anos, ou seja, durante o período de crise pandémica. No que diz respeito ao próximo ano, o deputado indica que os mestrados vão ter aumentos superiores a 35 por cento, enquanto que o custo do doutoramento em Filosofia vai subir 70 por cento. O legislador não compreende os aumentos e pede explicações. “Sob o impacto da epidemia, a taxa de desemprego em Macau mantém-se elevada, com mais de dez mil subempregados, e os rendimentos dos residentes diminuíram significativamente. Em 2020, o rendimento global dos residentes locais, em termos reais, caiu 40 por cento em relação ao ano anterior”, destacou Leong Sun Iok. “Compreendo que a Universidade de Macau, enquanto escola pública, deseje recorrer ao aumento das propinas para reduzir a carga sobre os fundos públicos. Contudo, se o Governo regista pressão, a dos encarregados de educação é ainda maior”, realçou. “O aumento das propinas deve ter em conta as condições económicas objectivas e a acessibilidade dos encarregados de educação e dos estudantes”, atirou. Leong Sun Iok deixa ainda muito claro que é contra a insensibilidade social da escalada das propinas. “Não se deve aumentar, drasticamente, as propinas de uma só vez, especialmente em tempos de dificuldades sociais, nem se deve ‘agravar os encargos’ dos encarregados de educação”, afirmou. “Considero isto inaceitável”, vincou. Promessa violada O deputado da FAOM considera igualmente que Ho Iat Seng não cumpriu com o prometido. “No ano passado, o Chefe do Executivo afirmou, neste hemiciclo, que se poderia considerar um aumento das propinas universitárias sob o pressuposto de os estudantes locais não serem postos em causa”, recordou. “Porém, a actual abordagem ultrapassou os pré-requisitos estabelecidos pelo Chefe do Executivo para o aumento das propinas, a par da inexistência de um mecanismo perfeito de ajustamento”, frisou. Por outro lado, Leong Sun Iok argumentou que o presidente Xi Jinping defende propinas baixas, para promover a educação. “A política de propinas baixas é também uma medida importante para promover a formação de talentos, para que os estudantes possam concentrar-se nos seus estudos sem qualquer preocupação”, considerou. “O presidente Xi Jinping salientou: ‘não importa o quão pobre seja um País, a educação não pode ser ruim, e não importa o quão difícil seja a situação de uma família, os estudantes não podem ser sacrificados’”, citou. Leong Sun Iok pediu igualmente ao Governo que se inspire nos exemplos do passado, como nas prioridades de Edmund Ho. “No início do retorno de Macau à mãe-pátria, a economia estava num marasmo e não restava muito dinheiro no tesouro. Porém, o então Chefe do Executivo anunciou, ainda, em 2001, a redução das propinas das duas instituições de ensino superior, para aliviar os encargos dos encarregados de educação e promover a política de formação de talentos”, lembrou. A proposta deve ser votada na próxima sessão plenária da AL, cuja data ainda não está agendada.
João Santos Filipe SociedadeUM | Doutorando nega acusações de violação e maus-tratos O doutorando da Universidade de Macau que foi acusado pela ex-namorada de violação, maus-tratos, agressões e assédio nega tudo e promete avançar para a justiça. A tomada de posição foi publicada em carta aberta, partilhada nas redes sociais. “Não tenho outra alternativa. Tenho de proteger os meus direitos através das medidas legais disponíveis”, escreveu o doutorando na carta, citada pela agência Macau News Agency. O jovem ligado ao Laboratório de Referência do Estado de Internet das Coisas da Cidade Inteligente afirmou ainda ter contactado as autoridades para entregar o que diz serem as provas da sua inocência. Por outro lado, o visado queixou-se do impacto das acusações, que considerou “maliciosas”, distorção de factos, e que por isso são uma forma de “cyberbullying”. O doutorando referiu ainda que houve várias implicações que “afectaram gravemente” a sua vida. Na semana passada Emon Yongyi Zhou, aluna recém-licenciada da Universidade de Macau (UM), enviou uma carta aberta à instituição a revelar as práticas que alegadamente sofreu. Os maus tratos físicos e psicológicos, incluindo violação, terão decorrido durante o período em que namorou com o doutorando. O assédio, segundo a denunciante, terá ainda envolvido outros alunos da UM e amigos da vítima. Segundo a ex-aluna, tudo começou em 2016, com o princípio da relação de quatro anos em que o visado terá sido “emocionalmente, fisicamente e sexualmente abusivo”. Após o caso ter vindo a público, a Universidade de Macau encaminhou a queixa para a Polícia Judiciária, recusando fazer mais comentários, enquanto o caso estiver a ser investigado. Por sua vez, as autoridades confirmaram ter recebido a queixa, mas apontaram que não têm forma de avançar com as investigações, ou sequer começar um processo, uma vez que a aluna se encontra fora de Macau.
Pedro Arede Manchete SociedadeEx-aluna violada apresenta queixa na PJ. UM monitoriza incidente A Universidade de Macau (UM) está a averiguar a denúncia do alegado caso de violação de uma ex-aluna por parte de um doutorando, disse a instituição em resposta ao HM. Na mesma nota, a UM revela ainda que a vítima terá denunciado o caso à Polícia Judiciária (PJ). Contudo, as autoridades admitem que o caso pode ser arquivado porque a denunciante não está em Macau. “A universidade está a monitorizar o incidente e sabemos que foi feita uma denúncia junto da polícia. Para proteger a privacidade pessoal dos envolvidos, não estamos em condições de comentar o incidente”, pode ler-se na resposta da UM. Recorde-se que na passada quarta-feira, Emon Yongyi Zhou, a ex-aluna, enviou uma carta aberta à UM, onde revela ter sido vítima de maus tratos físicos e psicológicos por parte de um estudante de doutoramento ao abrigo do Laboratório de Referência do Estado de Internet das Coisas da Cidade Inteligente. Além disso, alega continuar a ser assediada sexualmente via online pela mesma pessoa e que, inclusivamente, amigos próximos foram também eles abordados pelo doutorando, com quem teve uma relação. Contactada pela agência Lusa, a Polícia Judiciária (PJ) confirmou ter recebido o relatório da denunciante mas, porque se trata de uma acusação de violação e a queixosa não se encontra em Macau, não vai abrir o processo. “De acordo com a lei, se for acusação de violação, a pessoa em causa deve dirigir-se à esquadra da polícia para denunciar pessoalmente o crime”, apontou a PJ, acrescentando que “se a identidade não puder ser confirmada, o caso será arquivado”. Emon Zhou encontra-se actualmente a estudar na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos da América. Fazer mais Na carta enviada à UM, para além de pedir o início de uma investigação sobre o caso, a ex-aluna apelou ainda à instituição que introduza novas medidas destinadas a prevenir o assédio sexual, maus-tratos emocionais e a reforçar a protecção dos estudantes que frequentam o campus universitário. Zhou foi mais longe e aponta que a UM “não disponibiliza orientações ou informações destinadas aos estudantes ou aos funcionários da universidade”. “Outras universidades (…) exigem aos seus trabalhadores e estudantes que respeitem códigos de conduta, participem em acções de formação sobre assédio sexual e assinem termos de responsabilidade enquanto membros da instituição. Gostaríamos de apelar à UM para que implemente medidas semelhantes”, pode ler-se na carta.
Hoje Macau SociedadeUniversidade de Macau averigua denúncia de alegada violação por parte de doutorando A Universidade de Macau (UM) está a averiguar uma denúncia de um alegado caso de violação de uma ex-aluna por parte de um doutorando, disse à agência Lusa fonte da instituição. A UM garantiu estar “a monitorizar o incidente” e que a denuncia já foi entregue à polícia. Contudo, também em resposta à Lusa, a Polícia Judiciária (PJ) confirmou que recebeu o relatório da denunciante, mas porque se trata de acusação de violação e a queixosa não se encontra em Macau, não vai abrir o processo. “De acordo com a lei, se for acusação de violação, a pessoa em causa deve dirigir-se à esquadra da polícia para denunciar pessoalmente o crime”, apontou a PJ, acrescentando que “se a identidade não puder ser confirmada, o caso será arquivado”. Uma ex-aluna da universidade, que se encontra a estudar na Universidade de Chicago, Estados Unidos, denunciou, numa carta aberta à UM, ter sido violada enquanto aluna em Macau e que continua a receber assédio sexual via online por parte de um doutorando da faculdade de Ciências e Tecnologia da instituição. Esta carta aberta conta com 30 cossignatários e a denunciante disse à Lusa que já tem mais de 280 pedidos para assinar a carta.
Pedro Arede Manchete SociedadeUM | Ex-aluna denuncia violação e pede medidas para combater assédio Uma antiga aluna da Universidade de Macau redigiu uma carta aberta, onde revela ter sido violada, molestada e emocionalmente manipulada por um estudante de doutoramento. Na missiva, Emon Yongyi Zhou defende que a UM deve investigar o caso e introduzir medidas para prevenir o assédio sexual e emocional no campus. O pedido já conta com mais de 150 signatários Emon Yongyi Zhou, aluna recém-licenciada da Universidade de Macau (UM) enviou uma carta aberta à instituição, onde revela ter sido vítima de maus tratos físicos e psicológicos por parte de um estudante de doutoramento ao abrigo do Laboratório de Referência do Estado de Internet das Coisas da Cidade Inteligente. Nomeadamente, aponta Emon Zhou por escrito, ao longo dos quatro anos em que namorou com o visado, terá sido violada, agredida e assediada presencialmente e nas redes sociais durante vários anos. O assédio estendeu-se, mais tarde, a outros alunos da UM e amigos da vítima. Por isso mesmo, de acordo com o relato, a ex-aluna apela à UM que inicie uma investigação sobre o caso e introduza novas medidas destinadas a prevenir o assédio sexual, maus-tratos emocionais e a reforçar a protecção dos estudantes que frequentam o campus universitário, nestas matérias. “Escrevo esta carta para trazer à luz do dia os actos deploráveis e chocantes de um actual aluno da universidade (…) ocorridos, tanto no passado como no presente. Estes actos foram e continuam a ser traumáticos para mim e para aqueles que me rodeiam. Além disso, sugerem um padrão comportamental abusivo, que pode constituir uma ameaça para os estudantes da Universidade de Macau”, pode ler-se no documento público, que já reuniu mais de 150 assinaturas. Segundo Emon Zhou, tudo começou em 2016, altura em que os dois começaram a namorar, tendo-se seguido quatro anos em que o visado terá sido “emocionalmente, fisicamente e sexualmente abusivo”. Exemplo disso, foi o dia 11 de Agosto de 2020, data em que Zhou afirma ter sido violada. “Estava a enfrentar problemas emocionais e a sofrer de ansiedade e, por isso, não queria ter relações sexuais. No entanto, nessa tarde, depois de termos tido uma pequena discussão, ele agarrou-me com força (…) e violou-me, apesar de eu ter dito claramente que não queria ter relações sexuais. Comecei a chorar e pedi-lhe para parar. No dia seguinte, ele reparou que eu estava triste e perguntou, impacientemente, o que se passava comigo. Eu disse-lhe e, na resposta, apontou que não sabia que eu estava a chorar e que não tinha ouvido nada”, revelou. Efeitos colaterais Emon Zhou conta ainda como o estudante da UM foi “violento” em diversas ocasiões, a perseguiu a si, e ao seu círculo de amigos mais próximo, através das redes sociais e a manipulou emocionalmente de modo a manter a relação, apesar de lhe ter demonstrado desejar “desesperadamente” o contrário. Mesmo depois de o relacionamento terminar, o estudante terá continuado a assediar Emon Zhou e os seus amigos através das redes sociais e contas falsas, com o intuito de controlar os seus passos. “Os actos causaram-me imensa dor e foram traumáticos, desenvolvi uma depressão e ansiedade. Fiquei com medo de estar em locais em que o pudesse ver, incluindo o campus da UM. Depois de me aperceber que ele estava a perseguir-me a mim e aos meus amigos, recebi mensagens deles a demonstrar preocupação em relação à sua privacidade e segurança”. Nas páginas do documento é ainda possível ver 12 testemunhos de amigos e conhecidos de Zhou, que foram contactados e que começaram a ser seguidos pelo estudante nas redes sociais. Garantir a segurança Dado a posição que o estudante em questão desempenha, associado ao Laboratório de Referência do Estado de Internet das Coisas da Cidade Inteligente, Emon Zhou considera que a UM deve iniciar uma investigação de acordo com os regulamentos internos. Além disso, mostra-se preocupada com os colaboradores e outras pessoas da instituição que possam trabalhar com ele, “considerando especialmente a autoridade e privilégio associado aos cargos que desempenha, ao nível da pesquisa e do ensino”. A nível institucional, Emon Zhou e os signatários da carta pedem à UM, que introduza novas medidas para prevenir o assédio sexual no campus universitário, e aponta que, actualmente, a instituição “não disponibiliza orientações ou informações destinadas aos estudantes ou aos funcionários da universidade” sobre o assunto. “Outras universidades (…) exigem aos seus trabalhadores e estudantes que respeitem códigos de conduta, participem em acções de formação sobre assédio sexual e assinem termos de responsabilidade enquanto membros da instituição. Gostaríamos de apelar à UM para que implemente medidas semelhantes”, pode ler-se na carta. Segundo uma publicação feita ontem por Zhou no Instagram, o estudante em questão terá reunido entretanto com a UM, mas o assunto não conheceu desenvolvimentos, por Zhou já não ser aluna da instituição. “Se isto for verdade, quer dizer que a UM não quer saber do bem-estar e da segurança dos seus alunos, mesmo depois de ter sido notificada de que mais de 150 pessoas, a sua maioria estudantes da UM, assinaram a carta”. O HM tentou obter uma reacção por parte da UM, no sentido de confirmar a ocorrência dos factos relatados e que medidas poderão vir a ser tomadas, mas até ao fecho da presente edição, não obteve qualquer resposta.
Andreia Sofia Silva PolíticaEnsino superior | Deputado questiona aumento das propinas Ngan Iek Hang questionou o Executivo sobre o aumento de propinas no ensino superior. “Recebemos opiniões sobre a taxa de propinas na Universidade de Macau (UM). O aumento tem a ver com os custos e outros factores, mas [este assunto] está relacionado com a formação de quadros qualificados”, frisou. A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura explicou que se chegou a um consenso com as instituições de ensino superior para definir os novos valores das propinas. “O aumento para as propinas dos cursos de licenciatura para os alunos locais será de 35 por cento. Há muito tempo que não alterávamos o valor das propinas e comparámos com os valores cobrados em Hong Kong.” Uma licenciatura na Universidade de Macau custa, por ano, 37.500 patacas para alunos de fora, enquanto estudantes de Macau pagam menos de seis mil patacas.
Hoje Macau SociedadeConcurso de Eloquência de português da Universidade de Macau visa promover estudo da língua Mais de uma dezena de concorrentes participou ontem no 19.º Concurso de Eloquência de Língua Portuguesa da Universidade de Macau (UM), numa iniciativa que visa aumentar o interesse no estudo do português. Subordinado ao tema “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, o concurso anual, organizado pelo departamento de português da Faculdade de Letras da UM, contou com a participação de estudantes da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST), do Instituto Politécnico de Macau (IPM) e da UM. A final sido disputada por 13 participantes que fizeram uma apresentação pública dos discursos perante espetadores e júri. Che Chong Hei, da UM, ganhou o primeiro prémio, Yang Hou Pan, também da UM, ganhou o segundo lugar e Chen Wangying, do IPM, o terceiro. O júri atribuiu uma menção honrosa a He Yijia, da MUST. “Este concurso pode promover o intercâmbio cultural”, disse à Lusa o professor de português da UM, José Lino Pascoal, acrescentando que “num futuro próximo, haverá mais chineses a aprender português”. Este número de candidatos é “o maior de sempre” do concurso, “um momento gratificante e desafiante”, em que todos os textos apresentados “eram muito bons”, sublinhou. “Por exemplo, o estudante que ganhou o primeiro prémio começou o discurso com: ‘sou um homem de Macau'”, o que também reflete a identidade do território, acrescentou o professor. Estudante da licenciatura em Direito e falante de cantonês, Che Chong Hei estuda português há três anos e disse ter ficado “supreendido por ter vencido” o 19.º Concurso de Eloquência de Língua Portuguesa, indicando que a sua língua materna é o cantonense. Che sublinhou que o português vai ser importante no seu futuro, já que é uma língua “necessária para a prática como advogado”.
João Luz Eventos MancheteCinema | Propaganda do Estado Novo analisada em seminários A Casa Garden é anfitriã de uma série de seminários que mostram como o Estado Novo usou o cinema para impor uma imagem de Portugal enquanto país pluricontinental e multirracial. “Azuis ultramarinos – Re-imaginar o império pela análise das projecções (anti-) coloniais no cinema” é o resultado de anos de pesquisa da académica Maria do Carmo Piçarra Na próxima quarta-feira, a partir das 18h30, realiza-se a segunda parte de uma série de quatro seminários sobre o papel do cinema na propaganda usada pelo Estado Novo para transmitir uma imagem positiva do exercício do poder nas antigas colónias, incluindo no Oriente. Com o título “Azuis ultramarinos – Re-imaginar o império pela análise das projecções (anti-) coloniais no cinema”, e apresentação da académica Maria do Carmo Piçarra, os seminários estão divididos em quatro partes. A primeira decorreu ontem, e as próximas serão apresentadas na próxima quarta-feira, a partir das 18h30, e nos dias 1 e 9 de Dezembro à mesma hora. Além da possibilidade de serem seguidos online, através do Zoom, os seminários serão transmitidos em directo na Casa Garden. As quatro sessões resultam de anos de pesquisa da investigadora da Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. “Estes seminários são quase uma síntese de uma década e meia de pesquisas, em que andei por arquivos militares, da cinemateca, museu de etnologia, para perceber como o Estado Novo usou o cinema para veicular um determinado tipo de propaganda”, conta ao HM Maria do Carmo Piçarra. No grande ecrã era transmitida uma narrativa estatal, que o espectador recebia, pela via do entretenimento, e assumia como sua, sem se aperceber que o discurso lhe estava a ser incutido. A produção audiovisual da máquina de propaganda do Estado Novo só começou a promover a realização de filmes no Oriente a partir de 1951, sobretudo documentários. “Em relação a Macau, o discurso era um bocadinho sobre o exotismo e as particularidades do território. Já sobre Goa, os filmes davam muito enfoque à questão dos templos e à suposta aceitação do regime português da diversidade religiosa”, conta a investigadora, que aponta também a intensificação da propaganda nos retratos de Timor-Leste. A caminho de Oz Em Macau, e nas restantes colónias a Oriente, Maria do Carmo Piçarra destaca na produção fílmica desta época dois grandes nomes: Ricardo Malheiro e Miguel Spiegel. Em 1952, estreava “Macau, Cidade do Nome de Deus”. Na locução do filme documental, Fernando Pessa apresentava a cidade desta forma: “Na placidez das águas dos mares do sul da China, animadas pelo exotismo dos seus barcos e rodeadas pelo encanto das suas ilhas e costas verdejantes e coloridas, ergue-se uma velha e maravilhosa cidade portuguesa, rica de colorido e ineditismo, e diferente, muito diferente de todas as outras cidades portuguesas. Essa cidade é Macau, terra de colinas e outeiros, de jardins de sonho e frondoso arvoredo com um governo português que conta quatrocentos anos.” Era desta forma complacente que se apresentava o território. “Joia do Oriente”, de Miguel Spiegel é outro exemplo do tipo de produção que fez durante o período de pré-guerra colonial. Estes filmes mostravam as colónias portuguesas, também em África, “focando as especificidades de cada uma, mas também sempre com a ideia luso-tropicalista de que o colonialismo português era diferente, mais brando, de aceitação da diversidade cultural, racial e religiosa”, conta. No entanto, a académica recorda que eram produzidos outro tipo de filmes, altamente controlados pelas autoridades. “Por um lado, havia vontade de promover as ofertas turísticas de territórios como Macau, Angola, Moçambique ou Timor. Por outro lado, nunca se queria mostrar (em Macau isso é óbvio) os bairros onde viviam pessoas em situações de grande pobreza”, afirma Maria do Carmo Piçarra. A académica encontrou nos arquivos de Macau referências expressas, por exemplo, a locais onde era proibido filmar, acrescentando que “havia sempre alguém do Centro de Informação e Turismo, destacado para acompanhar as equipas de rodagem quando iam fazer a repérage[escolha dos locais de rodagem] dos sítios em que se podia filmar”. Estas produções privadas, muitas vezes estrangeiras (em particular de Hong Kong), eram escrutinadas até ao limite. As próprias histórias não podiam retratar aspectos negativos das colónias. Em Macau, tudo era controlado. Delegados do Centro de Informação e Turismo faziam relatórios detalhados sobre a produção, que iam parar às mãos do Governador, e que incluíam mesmo informação sobre os hotéis onde as equipas de produção ficavam instaladas. Com organização do Centro de Investigação para Estudos Luso-Asiáticos, Fundação Oriente e Universidade de Macau, o ciclo de seminários será ministrado em português e a entrada é livre. De frisar que as próximas sessões deste seminário, ou seja, da segunda à quarta sessão, serão transmitidas exclusivamente online, via Zoom. As ligações para as sessões podem ser consultadas neste link.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeDepartamento de português da Universidade de Macau com maior procura Dora Nunes Gago, actual directora do departamento de português da Universidade de Macau, acredita que a pandemia poderá ter levado a um aumento da procura pelo idioma, não apenas ao nível da licenciatura mas também de disciplinas opcionais. A responsável está de saída do cargo O facto de Macau ter as suas fronteiras praticamente fechadas há mais de um ano devido à pandemia da covid-19 pode ter levado os alunos a optar pela língua portuguesa no ensino superior. A ideia é deixada por Dora Nunes Gago, directora do departamento de português da Universidade de Macau (UM). “Tem havido um significativo aumento da procura, não apenas pelo curso mas também por disciplinas opcionais”, disse ao HM. “A pandemia poderá ter impulsionado a procura. Alguns alunos, sobretudo os da China, poderiam ter pensado em estudar noutros países mas acabaram por vir para Macau. O aumento do número alunos tem-se sentido na licenciatura, nas opcionais e também ao nível dos mestrados”, frisou. Actualmente, o departamento conta com 311 alunos na licenciatura em Estudos Portugueses, além de que 513 são estudantes da Faculdade de Direito. Há ainda 553 alunos de português oriundos de outras faculdades. No total, o departamento possui 1377 alunos e 34 professores. Em busca de director Apesar do efeito positivo que a pandemia possa ter tido na procura pelo ensino da língua, a verdade é que trouxe outras condicionantes, uma vez que o departamento ainda não conseguiu contratar um novo professor de literatura, dado que, com as fronteiras fechadas, os candidatos não conseguem prestar provas presenciais. Directora desde Julho do ano passado, Dora Nunes Gago assume estar temporariamente no cargo, enquanto está a ser seleccionado um novo director de departamento. “Não gostaria de continuar no lugar”, assumiu. Apontando que a grande mais valia do departamento é a investigação, Dora Nunes Gago considera que a UM “tem estado no bom caminho” relativamente às respostas que o ensino superior tem de dar em matéria de cooperação regional. “As políticas que o Governo tem anunciado [sobre a cooperação com Hengqin] são positivas e podem levar a um aumento do interesse na língua portuguesa e no seu desenvolvimento. Esta poderá ser uma língua mais empresarial”, rematou.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCaso de corrupção na Universidade de Macau envolve 220 milhões O Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) anunciou um caso de corrupção e falsificação de documentos com obras na Universidade de Macau, que envolve contratos de 220 milhões de patacas. Segundo a informação disponibilizada, o implicado é um ex-administrativo e a queixa partiu da instituição de ensino. O acusado fazia parte da Divisão de Obras do Departamento de Gestão de Desenvolvimento do Complexo Universitário e com base em informações dos trabalhos, como os orçamentos internos da UM, ajudou uma empreiteira a ficar com contratos para a construção de residências. A assistência foi prestada na elaboração das propostas para o concurso, e com a falsificação de documentos sobre a experiência da empreiteira em outras obras com residências universitárias. Depois, numa segunda fase, o administrador foi ainda um dos júris dos concursos em que a empresa participou. O Comissariado Contra a Corrupção apurou igualmente que a empresa vencedora adjudicou parte dos trabalhos a uma outra companhia recém-criada que tinha como um dos accionistas o administrativo da UM. “Como contrapartida, tendo conseguido a adjudicação do projecto, o empreiteiro adjudicou uma parte da obra a uma empresa recém-criada, da qual o suspeito tinha participações, constituída especialmente para a referida obra”, foi apontado. Outras ilegalidades Apesar do conflito de interesses, o CCAC destaca que o suspeito participou “nos trabalhos relativos à proposta de iniciação do projecto, ao concurso e à avaliação de propostas, mas nunca declarou nem pediu escusa à Universidade de Macau”. Esta não terá sido a única vez que o ex-administrativo esteve envolvido em ilegalidades, e as autoridades acreditam ter provas de que no passado este já tinha fornecido informações confidenciais sobre outras obras, como adjudicações de construção de abrigos contra a chuva. O suspeito, e os outros dois sócios da empresa, foram assim indiciados pela prática dos crimes de corrupção passiva para acto ilícito, punível com pena de prisão que vai de um ano a oito anos, e de falsificação de documentos, que implica uma pena de prisão que pode chegar aos três anos. O ex-administrativo é ainda acusado do crime de violação de segredo, punível com pena que pode chegar a um ano de prisão. No comunicado do CCAC não é indicada qualquer acusação por corrupção activa. O HM contactou o organismo para perceber a razão, mas até ao fecho da edição não recebeu qualquer resposta.
Hoje Macau SociedadeUniversidade de Macau assina protocolo com Lisboa e Pequim para ensino do português na China A Universidade de Lisboa, a Universidade de Macau e a Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim assinaram um protocolo para a criação da Aliança Universitária para o Ensino de Língua Portuguesa na China. A iniciativa marca “a criação oficial da Aliança, organização esta que irá apostar em elevar o nível da cooperação na área do ensino da língua portuguesa na China”, de acordo com um comunicado da Universidade de Macau (UM). As universidades vão “desenvolver cooperação na formação de profissionais de qualidade, recrutamento estudantil e futuro emprego, investigação científica, inovação colaborativa e serviços sociais, entre outras áreas”, acrescentou. O vice-reitor da UM, Rui Martins, sublinhou que a aliança universitária vai “desempenhar plenamente o seu papel como ponte de ligação entre a China e os países de língua portuguesa”, com o objetivo de aprofundar a cooperação no domínio do ensino do português. A organização sem fins lucrativos foi proposta pela UM e vai procurar potenciar vantagens de cada uma das instituições “nos domínios de ensino e investigação científica de língua portuguesa, fomentando a compartilha e a produção conjunta de recursos, e promovendo uma cooperação mais aprofundada entre os membros na formação de quadros qualificados e na inovação científico-tecnológica”, indicou a mesma nota.
Hoje Macau SociedadeCláudia Xu nomeada vice-reitora da Universidade de Macau Cláudia Xu Jian foi anunciada ontem como a nova vice-reitora da Universidade de Macau (UM), de acordo com um comunicado da instituição. A responsável assume o posto a partir de segunda-feira e a escolha foi justificada com a experiência de mais de 25 anos em “administração, planeamento estratégico e gestão inovadora”. Sobre a nomeação, Cláudia Xu agradeceu a oportunidade e desejou conseguir usar “a experiência de gestão no mundo universitário, de negócios e nas ciências para contribuir para um melhor ambiente académico, de pesquisa e de trabalho”. Por sua vez, Song Yonghua, reitor da UM, destacou as “capacidades de liderança” da nomeada e o facto de estar familiarizada com o desenvolvimento de políticas universitárias. Song mostrou ainda confiança que “Xu possa trazer um novo ímpeto e novas ideias para universidade, de forma a que a instituição atinja um nível superior”. Segundo a informação da UM, Claudia Xu é doutorada pelo Instituto Nacional Politécnico de Toulouse. Em 2000 entrou para os quadros da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, onde assumiu como responsabilidades as áreas a transferência de tecnologia e comércio, colaborações com a indústria, gestão e licenciamento de propriedade intelectual, entre outras áreas. A nível de experiência profissional trabalhou como especialista na área energética da consultora McKinsey e gestora do desenvolvimento de negócios na sucursal para o mercado Ásia-Pacífico da americana Bechtel.
Andreia Sofia Silva SociedadeRanking Universitário | UM sobe e está à frente da MUST A Universidade de Macau (UM) subiu algumas posições no ranking da Times Higher Education 2022 e está à frente da Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST). Segundo os dados divulgados ontem, a UM deixou o grupo das 301-350 melhores universidades do mundo para ocupar o das 201 a 250 melhores instituições para estudar. Além disso, a UM ocupa o 37º lugar no Asia University Ranking. Enquanto isso, a MUST mantém-se no grupo das 251 a 300 melhores universidades do mundo para realizar estudos superiores, posição obtida o ano passado. O ranking destaca ainda o facto de a UM possuir “um dos maiores e mais complexos sistemas colegiais com dez colégios residenciais geridos pelos mais distintos académicos”. É também referido que a UM disponibiliza mais de 130 programas para mais de dez mil alunos, alguns reconhecidos internacionalmente. Os três laboratórios chave de referência são também referidos pelo ranking. O Times Higher Education 2022 é liderado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, seguindo-se o California Institute of Technology, a Universidade de Harvard e a Universidade de Stanford, ambas nos EUA.
João Santos Filipe Manchete PolíticaSegurança Nacional | Estudo da UM conclui boa implementação sem lei nova Um artigo dos académicos Ieong Meng U e Wu Xiangning, da Universidade de Macau, indica que, apesar de a Lei de Segurança Nacional não ter sido actualizada na RAEM outros instrumentos legais garantiram a sua implementação Apesar de existir uma Lei de Segurança Nacional em Macau, esta nunca foi utilizada não só por ter natureza preventiva, mas também porque o ordenamento jurídico da RAEM está apetrechado com diplomas legais que evitam “desafios” e garantem o controlo social. A conclusão faz parte de um estudo sobre a política de Segurança Nacional em Macau, realizado pelos académicos Ieong Meng U e Wu Xiangning da Universidade de Macau, publicado na revista Asian Studies, com o título “Deriva Securitária do princípio ‘Um País, Dois Sistemas? Lei enquanto controlo social em Macau”. No que respeita à comparação entre a Lei de Segurança Nacional de Macau e de Hong Kong, a análise aponta que embora os crimes sejam essencialmente os mesmos, o documento para Hong Kong é mais detalhado, não só na forma como define as responsabilidades das autoridades, mas é também mais abrangente na aplicação da lei a diferentes situações. A diferença é justificada com o facto de a lei de Hong Kong ter sido feita com alvos identificados, como o campo democrata e entidades ou indivíduos que adoptem posições antagónicas ao Governo Central. No entanto, os autores defendem que é um erro desvalorizar o impacto preventivo da Lei de Segurança Nacional na governação da RAEM, que tem sido complementada com outros instrumentos, como a actualização de documentos legais antigos. A nova Lei de Protecção Civil, alterada depois da passagem do Tufão Hato, é um dos exemplos dados por Ieong Meng U e Wu Xiangning. Na comparação entre o novo documento e o antigo, o Decreto-Lei 72/92/M, é explicado que as autoridades têm agora poder para suspender actividades políticas através de meios coercivos, desde que declarem que as actividades são “incidentes de natureza súbita” que atentam à “ordem social”. A alteração é considerada substancial uma vez que a lei antiga limitava a acção do mecanismo de protecção civil a desastres naturais ou humanos. O artigo da lei de protecção sobre rumores é igualmente utilizado como exemplo, uma vez que para os autores o documento apresenta definições vagas, com um nível elevado de discricionariedade para os tribunais. Face às dúvidas de como a lei vai ser interpretada, Ieong e Wu indicam que a sociedade é encorajada a evitar qualquer risco. Direito de Manifestação No que diz respeito à legislação como forma de controlo social em Macau, os académicos comparam ainda entre dois casos em que pedidos de reunião e manifestação foram recusados pelo Tribunal de Última Instância. O primeiro caso analisado foca o referendo que a Associação Novo Macau pretendia fazer, em 2014, sobre o sufrágio universal para o Chefe do Executivo. Na altura a associação propôs realizar três reuniões na rua. As reuniões foram impedidas porque o Tribunal de Última Instância considerou que um referendo não é uma reunião nem manifestação. Os autores sublinham que a justificação dos juízes do TUI foi “altamente sofisticada” e que, apesar de apoiar a decisão do Governo, evitou ter de escolher entre o controlo social e a liberdade de expressão. No entanto, o segundo caso, de 2019, mereceu uma postura diferente do tribunal. Quando o activista Jason Chao fez um pedido para realizar uma manifestação a condenar a violência da polícia nos protestos de Hong Kong, o TUI recusou, argumentando que seriam uma ingerência nos assuntos de Hong Kong, tal como tinha defendido o Corpo de Polícia de Segurança Pública. “Vale a pena sublinhar que a nova interpretação da Lei do Direito de Reunião e Manifestação foi realizada para apoiar o CPSP. Depois de ter sido mencionado que as liberdades de expressão e reunião eram protegidas em Macau, o TUI mesmo assim considerou que estavam numa hierarquia inferior aos princípios que constam na Constituição Chinesa e na Lei Básica de Macau”, escreveram os autores. Ao contrário do [outro] caso […] o TUI não evitou estrategicamente a controvérsia política, em vez disso forneceu uma justificação logicamente pouco persuasiva para manter a decisão da polícia”, é acrescentado. Face aos argumentos apresentados, os académicos da Universidade de Macau concluem que a Lei de Segurança Nacional nunca foi aplicada porque não há oposições directas a Pequim, mas também porque esses resultados foram alcançados através da revisão e de novas interpretações de leis que permitem maior controlo social.
Hoje Macau EventosUM | História e cultura chinesas contadas através da banda desenhada Chamam-se “Chang’e Voa para a Lua”, “Nüwa Conserta o Céu” e “Jingwei Enche o Mar” e conta, em português, inglês e chinês, pedaços da história e cultura chinesas. Estas publicações são da responsabilidade da Universidade de Macau e foram apresentadas na sexta-feira na Escola Oficial Zheng Guanying O Centro de História e Cultura da China (CCHC) e o Centro de Ensino e Formação Bilingue Chinês-Português (CPC), da Universidade de Macau (UM), acabam de lançar livros de banda desenhada em três línguas e que visam promover a história e cultura chinesas. Os livros, intitulados “Chang’e Voa para a Lua”, “Nüwa Concerta o Céu” e “Jingwei Enche o Mar” fazem parte da colecção “Histórias aos Quadradinhos inspiradas na Cultura Chinesa” e contam os mitos, lendas e história da China. Depois da publicação, em 2018, dos livros “Chang’e Voa para a Lua” e “Nüwa Conserta o Céu”, a UM lança agora estas três obras, cuja tradução visa “incentivar o conhecimento e a compreensão da cultura chinesa entre os jovens de Macau e dos países de língua portuguesa”. Com estes livros, a UM pretende também “que os jovens conheçam a diversão, a sabedoria e a cultura dos mitos chineses antigos e que aprendam a história e cultura chinesa”, além de possibilitar “a aprendizagem do português pelos estudantes de Macau na forma simples de histórias em banda desenhada”. Estas obras foram apresentadas na última sexta-feira numa instituição de ensino que constitui um exemplo do ensino em várias línguas, a Escola Oficial Zheng Guanying. A actividade visou proporcionar “o acesso à cultura tradicional chinesa a mais alunos, permitindo-lhes conhecer mais sobre mitos e lendas”. Teatros e outras histórias A UM conta, em comunicado, que esta actividade na Escola Oficial Zheng Guanying incluiu também a teatralização dos contos incluídos nos livros, além de ter sido organizado um concurso de tradução chinês-português baseado nas lendas e mitos contados nestas obras. Chan Ka Man, directora da instituição de ensino não superior, disse que “este tipo de actividade se encaixa nas tarefas de leitura actualmente organizadas pela escola para os estudantes do terceiro ano”, permitindo “que os estudantes fiquem a saber mais sobre os mitos e as histórias antigas, ao mesmo tempo que cultiva bons hábitos de leitura e o gosto pela mesma”. Os dois centros da UM têm como objectivo “promover o desenvolvimento do ensino das ciências humanas e sociais em Macau e formar jovens talentos através de uma série de programas de ensino e formação, em colaboração com instituições de ensino e escolas primárias e secundárias de Macau”. Além disso, o trabalho desenvolvido pelo CCHC visa “reforçar o estudo da história e cultura chinesas”, bem como “construir um mecanismo avançado para o seu intercâmbio, que permita a divulgação destas na comunidade de Macau e internacionalmente, especialmente entre jovens”. Outro foco deste centro é “aprofundar a divulgação e a influência da história e cultura chinesa nos países e regiões de língua portuguesa, de forma a aumentar o conhecimento e compreensão das mesmas”.
João Luz Manchete SociedadeUM | Estudantes locais questionam justiça de admissão em dormitório Estudantes da Universidade de Macau queixam-se de injustiça nos processos de admissão para os dormitórios da instituição e da alegada prioridade dada a alunos de fora. Além disso, dá conta de falsos testemunhos de estudantes locais para conseguirem vagas no dormitório “É uma injustiça”, foi assim que um residente e aluno da Universidade de Macau comentou o processo de admissão aos dormitórios da instituição. O estudante, que não se identificou, publicou uma carta no jornal universitário Orange Post, no final de Junho e no domingo no All About Macau, a queixar-se dos critérios de ingresso nos dormitórios, afirmando que os direitos e interesses dos estudantes locais não são devidamente protegidos. Esta não foi a primeira queixa de alunos da instituição em relação à política de admissão à residência universitária. O All About Macau perguntou à Universidade de Macau quantos pedidos de admissão foram submetidos e aprovados para dormitórios entre 2019 e 2021 de estudantes locais e de fora. Em resposta, a instituição apenas repetiu as regras de inscrição para a residência universitária e garantiu tratar todos os estudantes com justiça. Face à sensação de injustiça, o estudante seguiu a candidatura de três colegas, todos residentes, para a residência universitária. Apesar de terem casa na RAEM, os estudantes justificaram a necessidade de acomodação no campus com a distância a que as suas residências ficam. Como tal, e para poupar tempo em viagens, as vidas dos estudantes locais seriam bem mais fáceis se pudessem ficar no dormitório, principalmente tendo em conta a participação em actividades académicas, associações de estudantes ou desporto universitário. Os três estudantes não foram aceites nas residências, enquanto alunos oriundos do exterior, que não se envolvem em actividades universitárias, foram aceites, de acordo com a declaração do aluno. Depois de caloiro A política de integração académica da Universidade de Macau contempla o registo de alunos do primeiro ano nos dormitórios, excepto para estudantes com mais de 23 anos, com licenciatura já completas, que tenham a seu cargo pessoas dependentes ou que tenham necessidades especiais. Conforme a oferta de vagas e ponderadas as condições de selecção, a reitoria decide a admissão ao dormitório. Porém, neste ponto da decisão da reitoria reside outra crítica do aluno que não se identifica na carta publicada no All About Macau. A avaliação pouco rigorosa terá levado a que alguns alunos locais, que mentiram na candidatura negando ter casa em Macau ou ter problemas familiares, tenham sido aceites na residência universitária. Além disso, outra crítica partilhada por outros alunos queixosos refere-se ao facto de a Universidade de Macau alegadamente ignorar factores como o tempo gasto em transportes, participação em actividades académicas e extra-curriculares que levem à necessidade de dormitório. De acordo com a informação no site da instituição de ensino superior, o custo de um ano na residência universitária no ano lectivo 2020/2021 era de 15.300 patacas para alunos locais e 25.100 patacas para não-residentes, incluindo 15 refeições por semana e participação em actividades académicas e workshops. De acordo com o All About Macau, no próximo ano lectivo as refeições deixam de estar incluídas.
Hoje Macau Manchete SociedadeSondagem | 37,7% da população hesitante ou negativa em relação à vacina contra a covid-19 Uma sondagem da Universidade de Macau revelou que 37,7% dos inquiridos estão hesitantes ou negativos em relação à vacina contra a covid-19 no território que tem uma taxa de vacinação reduzida apesar dos vários incentivos dados pelas autoridades. Segundo o inquérito realizado por investigadores do Instituto de Ciências Médicas Chinesas (ICMS), referente a Maio de 2021 e divulgado hoje, entre aqueles que não têm planos de sair de Macau, 49,5% estão hesitantes ou negativos quanto à vacina e “cerca de 35% dos inquiridos estão preocupados com a possibilidade de ocorrerem reacções adversas graves após a vacinação”. A conclusão dos investigadores, feita através de 552 questionários válidos, é de que as preocupações sobre reações adversas graves após a vacinação e o facto das pessoas confiarem em fontes de informação que estão na internet são os fatores negativos para a não vacinação. Por outro lado, “o aumento da conveniência da vacinação, a promoção da responsabilidade social e a existência de incentivos adequados são factores positivos que influenciam a intenção de receber a vacina”, lê-se no comunicado. Com estes resultados, os investigadores propõem quatro recomendações: “otimizar a conveniência da vacinação, aumentando a capacidade, acessibilidade, e mobilidade dos locais de vacinação (…) fomentar parcerias com organizações apropriadas para divulgar informação sobre vacinação ao público através da utilização de múltiplos canais (…) envolver profissionais de saúde para fornecer proactivamente informação científica sobre vacinação ao público para dissipar dúvidas e rumores (…) encorajar o público a identificar objectivamente o risco e os benefícios de ser vacinado, a fim de tomar medidas preventivas de forma atempada e assumir responsabilidade social”. O programa de vacinação começou em 9 de Fevereiro, é gratuito, os residentes podem escolher entre duas vacinas, não faltam doses disponíveis, contudo, os resultados têm sido muito pouco animadores e até o Governo já admitiu que Macau pode ficar numa “situação embaraçosa”. Com uma população composta por cerca de 700.000 pessoas, desde o início da campanha de vacinação foram vacinadas 291.995 pessoas, tendo 118.266 tomado a primeira dose e apenas 87.506 as duas, segundo os últimos dados oficiais. Macau tem capacidade para inocular mais de 8.000 pessoas diariamente. Desde o final de Maio, e para contrariar a inação dos residentes, os casinos de Macau prometeram dinheiro, dias de férias extra e sorteios para quem se vacinar. Uma das operadoras de jogo, a Melco, avançou mesmo com uma campanha ‘milionária para a qual destinou 16 milhões de patacas e que contempla a organização de seminários, pagar mil patacas a cada funcionário “plenamente vacinado” e promover ainda sorteios que podem valer seis prémios de um milhão de patacas. Estes incentivos coincidiram com o surgimento de casos na província vizinha chinesa de Guangdong, de onde provem a maioria de turistas para Macau e parte substancial da força de trabalho de Macau. Guangdong detetou dezenas de infeções locais desde 21 de maio, situação que levou as autoridades locais a impor, esta semana, restrições à circulação interna de pessoas, ao ditar que quem quiser sair da província deve fazer um teste à covid-19, e a isolar bairros inteiros. Macau identificou até agora 53 casos de covid-19, mas não registou qualquer morte desde o início da pandemia. Nenhum profissional de saúde foi infetado e não foi detetado qualquer surto comunitário.
Pedro Arede Manchete SociedadeInundações | Chuva intensa faz estragos na Universidade de Macau Durante as chuvas intensas da passada terça-feira, começou a cair água do tecto e houve inundações, pelo menos, num dos parques de estacionamento e na cafetaria do Colégio Cheng Yu Tung da Universidade de Macau. Ao HM a UM confirmou a ocorrência de “alguns casos esporádicos” que, no entanto, não causaram “danos sérios” aos edifícios O interior de algumas instalações do campus da Universidade de Macau (UM), inaugurado em 2014, foi afectado pela intempérie registada na passada terça-feira que provocou inundações, estragos e apreensão um pouco por toda cidade. Contactado pelo HM, um aluno da UM partilhou que o parque de estacionamento localizado junto ao edifício central (E3-E7) da universidade começou a ser inundado por água durante a chuva intensa que se fez sentir. O estudante apercebeu-se da situação, ao receber uma notificação da empresa de segurança, a aconselhá-lo a remover o seu motociclo do parque porque estava a começar a ficar molhado devido à água que estava a cair dentro da estrutura. Além disso, no momento em que se preparava para ir beber café, o estudante, que optou por não se identificar, encontrou o chão da cafetaria do Colégio Cheng Yu totalmente inundado, havendo, inclusivamente, água a cair do tecto. Através de vídeos partilhados com o HM foi ainda possível observar que, para atenuar o efeito da chuva que estava a cair também dentro de portas, foram espalhados baldes e panelas pelo espaço e, dentro do possível, as instalações eléctricas colocadas a salvo. Como resultado, os electrodomésticos ficaram molhados e foram necessárias várias horas para que o espaço pudesse voltar a estar em condições de ser usado. “Quando decidi ir fazer café reparei que o chão estava inundado devido à chuva. Ao início, pensei que era porque a janela não estava fechada, mas não. Quando abri a porta para o interior da cafetaria, vi logo que estava a cair água do tecto e que alguns electrodomésticos estavam molhados”, partilhou. O estudante referiu, contudo, que o dormitório onde vive não foi afectado pela chuva, desconhecendo se outros alunos foram forçados a sair dos seus quartos devido à intempérie. Recorde-se que o novo Campus da Universidade de Macau foi inaugurado em 2014, tendo recebido no mesmo ano a visita do Presidente Xi Jingping. O ano lectivo 2014/2015 foi o primeiro em que as novas instalações abriram para receber estudantes. Muito permeável O estudante conta ainda que a situação foi semelhante à ocorrida durante a passagem do tufão Mangkhut em Setembro de 2018, altura em que os andares superiores do Colégio Cheng Yu ficaram também inundados e começou a cair água do tecto. “Demorou muito tempo a limpar tudo e a tirar a água do chão”, recorda. Quando questionado sobre o que estará por trás do facto de, apesar de recentes, várias instalações da UM serem recorrentemente afectadas aquando da ocorrência de chuva intensa ou da passagem de tufões, o estudante aponta que tal se deve à fraca qualidade de construção. “Penso que uma das razões pelas quais estas situações lamentáveis acontecem está, principalmente, ligada aos materiais de construção. Na minha opinião, a UM devia dar mais atenção à qualidade da construção pois, de outra forma, este tipo de casos irá acontecer mais vezes e a situação não melhora”, apontou. O HM contactou a UM para comentar o sucedido e confirmar as ocorrências, nomeadamente quais as razões que explicam os incidentes reportados, tendo em conta o facto de todas as estruturas do actual campus da UM serem relativamente recentes. Na resposta, a UM confirma a ocorrência de alguns “casos esporádicos”, que não causaram danos sérios. “A Universidade apenas encontrou casos esporádicos de inundações após a tempestade, sendo que todos os problemas foram resolvidos prontamente sem afectar o normal desenrolar das operações. Não foram registados danos sérios nos edifícios aos edifícios da universidade como resultado da tempestade”, pode ler-se na resposta.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeTurismo | UM passa do 42.º para 25.º lugar no ranking de Xangai A Universidade de Macau subiu da 42.ª para a 25.ª posição do ranking de Xangai na área da hospitalidade e gestão de turismo, numa lista liderada pelo Instituto Politécnico de Hong Kong. O Instituto de Formação Turística, Universidade Cidade de Macau e Universidade de Ciência e Tecnologia estão abaixo da 30.ª posição Os novos resultados do ranking de Xangai [Shanghai Ranking], que analisa o desempenho de centenas de universidades de todo o mundo no ensino de mais de 50 disciplinas, mostra o crescimento da Universidade de Macau (UM) na área do ensino do turismo. Isto porque a UM passou da 42.ª posição registada em 2020 para a área da hospitalidade e gestão de turismo para a 25.ª este ano, numa lista liderada pelo Instituto Politécnico de Hong Kong. Em segundo lugar, surge a Universidade Central da Florida, nos EUA, e na terceira posição a Universidade de Surrey. Em quarto lugar, aparece a Universidade de Sun Yat-sen, sendo que na lista das 30 primeiras instituições destacadas surgem ainda mais universidades chinesas, como é o caso da Universidade de Zhejiang, na 28ª posição, e da Universidade de Xiamen, na 30.ª posição. A UM é ainda avaliada em mais sete áreas de ensino, sendo que nas disciplinas de automação e controlo está entre as 51 e 75 melhores do mundo, respectivamente, bem como nas áreas das ciências da alimentação e tecnologia. Em ciências computacionais e engenharia a UM está figura as 76 e as 100 melhores, descendo para a lista das 101 a 150 melhores do mundo nas áreas da engenharia de telecomunicações e educação. A UM está também na lista das 151 a 200 melhores nos campos da engenharia electrotécnica, ciência de instrumentos e tecnologia. Ao HM, a UM considera que este resultado é sinal de que a instituição de ensino “está a entrar num período sem precedentes de desenvolvimento” e que vai continuar a “melhorar, optimizar, desenvolver e inovar” o ensino. “Como uma universidade de Macau vamos continuar a integrar de forma activa a zona da Grande Baía, em linha com a estratégia de desenvolvimento nacional, e procurar ser cada vez mais internacional”, aponta o gabinete de comunicação. A ideia é “desenvolver uma instituição académica de excelência na área do ensino superior que seja o orgulho dos residentes de Macau e reconhecida na comunidade académica local e exterior”. À frente do IFT, UCM e MUST A UM ocupa um lugar cimeiro face às restantes instituições do ensino superior do território que também administram cursos na área do turismo, inclusivamente do próprio Instituto de Formação Turística (IFT), que está em 45.º lugar, com uma pontuação de 33.5, de 0 a 100. Segue-se a Universidade Cidade de Macau, no grupo das 50 e 75 melhores instituições, com uma pontuação de 28.2. Também entre as 50 e 75 melhores instituições, e com uma pontuação de 28.2, está a Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla inglesa), que é avaliada em mais sete disciplinas. A universidade privada obtém a mesma classificação na área da automação e controlo, ocupando depois uma posição entre as 150 e 200 melhores universidades na área das ciências computacionais e engenharias. No ramo da biologia, ciências farmacêuticas, engenharia de telecomunicações ou electrotécnica, a MUST surge entre as 201 e 400 melhores do mundo.
Hoje Macau SociedadePortuguês | Cursos de verão realizam-se na UM entre os dias 5 e 23 de Julho A Universidade de Macau (UM) realiza, entre os dias 5 e 23 de Julho, o 35º Curso de Verão de Língua Portuguesa, organizado pelo departamento de português. Esta iniciativa destina-se a estudantes, professores, tradutores e a todos os interessados pela língua portuguesa, podendo as candidaturas ser feitas até ao dia 24 de Junho através do website https://fah.um.edu.mo/dportsummercourse2021/ A oferta formativa do curso permite que os estudantes beneficiem de equivalências a cursos nas suas universidades. As aulas irão decorrer todos os dias úteis, entre as 9h e as 18h, e serão online. Os cursos de língua estão organizados em cinco níveis diferentes (A1, A2, B1, B2, C). Cada curso tem 45 horas e ainda um complemento de 15 horas de estudo autónomo orientado pelos professores. Além do desenvolvimento das actividades linguísticas de compreensão, produção, interação e mediação orais e escritas, os cursos de língua incluem sessões dedicadas a questões da gramática, do vocabulário e a outras características específicas de cada nível. Os cursos temáticos, com uma carga horária de 75 horas, distribuem-se pelas seguintes áreas: literatura, linguística, cinema, história de Macau, de Portugal e das relações entre a China e o Oriente e Portugal, gastronomia, música, dança, aspetos do Portugal atual, arte contemporânea, Portugal e a Europa, educação e tradução. Segundo a UM, os participantes podem ainda ficar a conhecer Macau e as comunidades portuguesa e macaense em Macau e em Portugal, bem como instituições e lugares em Portugal.
Andreia Sofia Silva Entrevista ManchetePaulo Osório, linguista e professor catedrático: “Macau não deve ser só árvore das patacas” Professor Catedrático de Linguística Portuguesa na Universidade da Beira Interior, Paulo Osório gostaria de realizar em Macau um estudo que faça a descrição do português falado no dia-a-dia, para que se possam identificar problemáticas e criar, a partir daí, novos materiais didácticos. Paulo Osório defende que a UM “tem tido um espaço mais reduzido de evolução” nesta área face ao IPM Colabora com a Universidade de Macau (UM) e o Instituto Politécnico de Macau (IPM) ao nível dos doutoramentos, mas também se dedica ao estudo da expansão do idioma em termos históricos. Uma das minhas áreas de investigação tem sido a história da língua portuguesa. Há um período que me tem interessado particularmente, que é do século XV em diante, a que o professor Ivo Castro chama o ciclo da expansão da língua portuguesa, quando a língua vai em busca de outros territórios graças à expansão ultramarina. Esse processo da diáspora foi longo e claro que o português ao chegar a esses espaços teve de contactar com as línguas já existentes. Isso aconteceu na Ásia, em África, no Brasil. Este tema tem-me levado a fazer várias questões para as quais tenho tentado encontrar algumas respostas, e que não são fáceis. Tais como? Por exemplo, conheço bem Macau. E um dos aspectos que me faz muita confusão é que, embora a implementação dos portugueses tenha sido longa, o português enquanto língua de comunicação basicamente não existe. Noutros pontos do globo o português conseguiu vingar e ter uma implantação. Mas na Ásia… quando falo em Ásia os dois locais que tenho como referência e que conheço melhor são Macau e Timor-Leste. São dois pontos onde não notámos grande implantação da língua. É quase impossível uma comunicação em língua portuguesa em Macau. Mas é interessante porque se olharmos para um território como Hong Kong, e que teve um processo de colonização, o inglês ficou bem radicado. Na sua visão, porque é que o português não ficou como língua de comunicação em Macau, apesar de ser língua oficial? Seria mais fácil dizer que não houve empenho por parte do poder local na língua portuguesa, mas isso também não pode ser dito assim. Temos instituições de ensino com departamentos de português. Temos ainda o IPOR que tem feito a defesa da língua portuguesa. Temos de fomentar mais políticas linguísticas de defesa da língua portuguesa, mas há um factor linguístico que não podemos escamotear, que é o facto de estarmos na presença de línguas tipologicamente muito diferentes, o português e o cantonês / mandarim. Isso faz com que seja mais difícil a própria aquisição e aprendizagem de um falante de chinês. Há depois outras questões que não são linguísticas, mas que estão envolvidas no desenvolvimento da língua, e que têm a ver com o facto de estarmos perante culturas muito diferenciadas. Em Macau é curioso… saio e noto pouca presença portuguesa. Há a calçada portuguesa no Leal Senado, temos algum património, mas não me parece que haja uma relação tão directa entre o que lá foi deixado com a existência de facto de uma permanência tão duradoura. Tivemos várias classes profissionais que propiciaram a ida da língua portuguesa para esses pontos. Uma das quais foi os missionários, que têm aqui uma importância muito grande. Talvez possam ser feitas outras medidas de investimento. Se reparar, a língua oficial da UM é o inglês, nem sequer é o mandarim ou o português. Acaba por ser, com a proximidade de Hong Kong, a língua de comunicação, como uma segunda língua, e é a única Que projectos está a desenvolver com a UM e o IPM? Na UM tenho colaborado com a professora Maria José Grosso ao nível de júris de provas de doutoramento, questões de aprendizagem do português como língua não materna. Com o IPM tenho colaborado com a professora Rosa Bizarro, há um ano, para dinamizar sessões ao nível do doutoramento em português. O doutoramento da IPM em português é muito interessante, abrange vertentes da linguística e da literatura, que tem bastantes alunos. Pelo que conheço, parece-me que o IPM tem feito um esforço muito grande na defesa e expansão do português e até na formação que têm dado aos professores. Um dos aspectos que gostaria de estudar no terreno era fazer um estudo descritivo do português que é falado, a fim de tentar aferir algumas diferenças linguísticas mais acentuadas nos dois sistemas de língua e depois como isso se pode operacionalizar para a sua aprendizagem. O professor de português de língua estrangeira tem de ter atenção à questão da descrição das línguas em uso, para depois poder fazer algumas pedagógico-didácticas para se aferir um maior sucesso. Ensinar português a hispano falantes não é o mesmo do que ensinar a língua a chineses ou macaenses. Como seria feito esse estudo? Seria um trabalho no terreno, de auscultação e gravação de reproduções de falantes que usem o português, ou que saibam um pouco da língua, de modo a que conseguisse diagnosticar quais são as principais dificuldades no uso do idioma. Para que depois possamos desenvolver a criação de materiais didácticos para o ensino do português. Tem de haver uma aposta nesse campo. Mas só quando diagnosticamos as dificuldades é que conseguimos depois elaborar os materiais para promover esse processo de aprendizagem da língua. Deveria haver muitos mais materiais didácticos, pois nem sempre são os suficientes para as necessidades. Espera que com este doutoramento no IPM o ensino do português possa chegar a um outro nível? Vai permitir uma formação de quadros. Esses doutorandos, muitos deles são professores, de Macau e da China, e serão as pessoas indicadas para fazer o ensino da língua portuguesa. Tem sido assim a nossa história, neste momento em Portugal estamos a fazer uma grande aposta na formação de quadros angolanos. Que análise faz ao ensino do português em Macau, em termos gerais? Tem sido feito um esforço, e temos também a Escola Portuguesa de Macau. Esse esforço deve ser continuado. Macau não deve ser só um espaço da árvore das patacas, mas quem vai com a missão de ensinar tem de ter isso mesmo, um espírito de missão, quase como um sacerdócio. O que não é fácil. É sempre possível fazer melhor, mas acho que o português tem sido dinamizado com algum afinco. Parece-me que talvez a UM tenha tido um espaço mais reduzido de evolução do que o IPM. O IPM tem abraçado mais para si essa função de ensino e difusão do português. Na UM tem-se optado mais pela investigação neste domínio, até porque têm o centro bilingue português-chinês, onde não tenho visto muita produção. As primeiras teses de doutoramento em português do IPM ainda não saíram, há um ano tinham um número muito significativo de alunos. A UM já tem uma tradição mais antiga ao nível da academia e tem naturalmente muitos doutoramentos. Voltando à expansão do português na Ásia. Foi feita em diferentes fases, a diferentes ritmos? A implantação das línguas em todos os territórios não ocorreu com a mesma intensidade. Encontrou sempre resistências locais. Mas a partir do momento da expansão ultramarina digamos que a língua se estende nos diferentes pontos do globo. Claro que com pontos intermitentes de actuação, para os quais muitas vezes não temos muitos dados. Depois foi tendo as suas evoluções. No fundo, o português que chega a esses territórios já é uma língua, segundo alguns académicos, um português moderno, do século XVI para a frente, que põe termo ao português medieval ou antigo. No caso de Macau, quando os portugueses chegaram ao território, já era esse português que se falava. Esse português moderno é que vai para esse espaço fora da Europa. Depois da chegada dos portugueses podemos falar dos missionários jesuítas como os grandes dinamizadores do português em Macau. Sim. Não apenas expandiram a língua como também contribuíram para o seu ensino, que era uma tarefa muito importante. Os missionários vão ter em vários pontos do espaço asiático uma importância muito marcante na difusão e ensino do idioma. Há muitas comunidades de luso-descendentes onde restam estas formas de falar e que são resultado da expansão do português. As autoridades portuguesas deveriam dar mais atenção a esses crioulos? Deveria haver mais atenção e até mais estudos. Sob o ponto de vista governamental deveria haver um maior cuidado pela descrição desse tipo de línguas e da sua preservação. Há alguns grupos que vão sendo excluídos e vamos perder o testemunho desses falares. Tratam-se de formas linguísticas muitíssimo importantes que atestaram a passagem dos povos. Seria importante uma preservação através de um estudo científico. É complexo, porque implica trabalho de campo. Não digo que se deva dar um estatuto de língua, porque isso prende-se com outras questões, mas sim dignificar essas formas de falar como uma forma importante do património imaterial das civilizações.
Salomé Fernandes EventosUM | Curtas-metragens de alunos exibidas quinta-feira Seis curtas-metragens de alunos finalistas da licenciatura em Comunicação da Universidade de Macau podem ser vistas na quinta-feira, no Teatro da Associação dos Estudantes (E31). Os filmes em exibição reflectem sobre assuntos como a perda de contacto com a leitura, ou a influência de 21 dias de quarentena num hotel O Departamento de Comunicação da Universidade de Macau (UM) vai acolher a exibição de filmes dos alunos do curso Workshop de Vídeo II. O evento decorre no Teatro da Associação dos Estudantes (E31), no dia 13 de Maio a partir das 18h. De acordo com um comunicado divulgado na página electrónica do Creative Media Lab da UM, vão ser projectadas seis curtas-metragens produzidas por alunos finalistas da licenciatura em Comunicação, com especialização em “Creative Media”. O curso de workshop de vídeo – projectado com o objectivo de “desafiar os alunos a pensar de forma crítica e criativa” através da experiência prática – focou-se neste semestre no tema da ecologia. “Os alunos foram incentivados a terem uma abordagem ecológica nos seus filmes, mostrando personagens a interagir com o seu ambiente e a contar histórias que enfatizam como as pessoas se adaptam aos mundos naturais e construídos ao seu redor”, é descrito. Entre as curtas, que vão ser exibidas na quinta-feira, encontra-se “Invisible Cage”. Neste filme, o comportamento de uma rapariga desperta no biblioterário Ian memórias de infância. Já o filme “Clouded over”, reflecte sobre um rapaz solitário que está numa cadeira de rodas e se habituou a viver no escuro. “Ele vai sair da situação difícil ou permanecer no escuro?”, questiona a descrição do trabalho. A história de Zhou Qing, que costumava encontrar numa livraria antiga o seu espaço de leitura, vai também preencher o ecrã. “The Boat on the River” retrata como os livros desapareceram da vida de Zhou Qing com a mudança dos tempos, e como esta descobre “diferenças inesperadas” ao regressar a um lugar que lhe é familiar. Da amizade à pandemia A amizade é o tema principal da curta-metragem intitulada “Ei, velhos amigos!”. Aqui, são acompanhados três jovens que cresceram juntos mas que acabam por seguir caminhos diferentes, e que durante uma viagem para acamparem redescobrem a definição de amizade. “A essência da amizade é uma compreensão tácita ou apenas o poder de estarmos juntos?”, questiona a descrição do filme. “GEI LOU” é outro dos trabalhos em apresentação, focado num jovem que trabalha como vendedor de máquinas de venda automática, e num estudante do ensino médio que costuma levar os seus amigos a comprar refrigerantes ali. Inicialmente frustrado com o trabalho, o vendedor acaba por encontrar o seu valor. O contexto da saúde pública marcou também o processo criativo dos alunos. A curta-metragem intitulada “21 Days”, retrata o regresso a Macau de James Hydeon, influenciador de redes sociais, depois de ter estudado no estrangeiro através de um programa de intercâmbio. “Devido à pandemia covid-19, ele é submetido a uma quarentena de 21 dias num hotel e estadia de 21 dias leva-o a aprender a confiar em si mesmo”, revela a página do Creative Media Lab. Os filmes serão exibidos entre as 18h e as 21h.
Hoje Macau SociedadeEducação | UM quer licenciatura em ciências farmacêuticas A Universidade de Macau está a planear acrescentar cursos de licenciatura na área de ciências farmacêuticas, e mestrados nas áreas de saúde pública global e da “Internet das Coisas”. O objectivo é responder às “necessidades do desenvolvimento social”. A informação foi indicada num comunicado da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) sobre o que foi discutido na reunião plenária do Conselho do Ensino Superior. Já o projecto de desenvolvimento do Instituto Politécnico de Macau passa pela promoção da “Aliança para o Ensino da Língua Portuguesa na Grande Baía” e cooperação com as instituições de ensino superior da região. A DSEDJ destacou ainda a vontade do Instituto de Formação Turística em aproveitar as instalações de formação localizadas em Hengqin, Guangzhou e Shunde, para formar mais profissionais no sector do turismo da Grande Baía. Na reunião, o chefe do departamento do Ensino Superior da DSEDJ, apontou que nos últimos anos “registou-se um aumento significativo do número de cursos do ensino superior em funcionamento e de estudantes, enquanto o corpo docente também registou um aumento”. Além disso, a secretária Elsie Ao Ieong U afirmou que se está a criar um novo plano quinquenal.