Turismo | Retoma deve chegar em Outubro com Semana Dourada

Depois de um Agosto arruinado pelas restrições que resultaram da descoberta de casos locais de covid-19, Helena de Senna Fernandes aponta Outubro como o mês da retoma do turismo, em particular com a Semana Dourada. A responsável acha que o programa de excursões locais pode voltar em Setembro

 

A descoberta de quatro casos locais de covid-19 no início do mês levaram a um pesado retrocesso na retoma da economia de Macau, em particular no sector turístico. Casinos e hotéis voltaram a ficar vazios, assim como os locais que tradicionalmente recebiam mais turistas. Durante o mês de Agosto, Macau recebeu em média 16 mil visitantes por dia, número que corresponde a menos 10 mil turistas, face aos números de Julho.

A directora dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes, espera melhoras expressivas a partir de Outubro. “A Semana Dourada é muito importante para o sector. Toda a gente está na expectativa de alcançar melhores resultados nessa altura”, afirmou a responsável, ressalvando para a hipótese de a pandemia voltar a impor restrições. Para esta altura, os Serviços de Turismo têm esperança que o número de entradas diárias volte a exceder 25 mil.

Em declarações à TDM, a responsável anunciou que o programa de excursões locais pode regressar no próximo mês, apesar de ainda não haver uma data e de a medida depender dos Serviços de Saúde. “Depois de Setembro, se for possível, as excursões vão poder ser retomadas em horário pós-laboral, de segunda à sexta-feira”, afirmou Helena de Senna Fernandes, citada pelo Canal Macau da TDM.

A responsável apontou que os passeios de barco, que “são realizados quase sempre ao final da tarde”, foram uma das actividades que registou maior adesão,

Luzes aladas

Além dos muitos eventos culturais cancelados pelo Instituto Cultural, Helena de Senna Fernandes confirmou que o concurso internacional de fogo de artifício não se vai realizar este ano, porque continuam os condicionamentos à entrada de estrangeiros no território. Porém, a responsável adiantou que possibilidade de ser organizado um espectáculo com drones.

“Trata-se de uma coisa nova, algo que tem de ser planeada. Como toda a gente sabe, além da área técnica, também há o factor meteorológico. As autoridades de saúde têm normas para as actividades de grupo, e esperam menos eventos da nossa parte. Estamos a ver se é possível avançar (com o espectáculo de drones)”, afirmou Senna Fernandes.

23 Ago 2021

Turismo | Número de visitantes sobe 49,9% em Julho

Macau recebeu 789.407 visitantes em Julho, mais 49,4 por cento relativamente ao mês anterior e mais 966,7 por cento em termos anuais. O número de turistas (412.735) e de excursionistas (376.672) subiram “1.634,5 e 650,2 por cento, respectivamente”, comparativamente ao mesmo mês de 2020, de acordo com um comunicado da Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC).

O período médio de permanência dos visitantes situou-se em 1,8 dias, ou mais 0,5 dias, em termos anuais, devido à proporção dos turistas (52,3 por cento do total) ter crescido 20,1 pontos percentuais, referiu.

O número de visitantes da China fixou-se em 724.342, aumentando 989,4 por cento, em termos anuais, 293.927 dos quais com visto individual. Das nove cidades do delta do rio das Pérolas entraram ao território 426.991 visitantes, dos quais 49,8 por cento da cidade vizinha de Zhuhai. De Hong Kong, chegaram 59.135 visitantes e de Taiwan 5.800.

Entre Janeiro e Julho, Macau recebeu 4.717.236 visitantes, mais 41,4 por cento do que no período homólogo de 2020, com o número de turistas (2.471.392) e de excursionistas (2.245.844) a registar um aumento de 57,5 e 26,6 por cento, respectivamente. O período médio de permanência dos visitantes foi de 1,6 dias, mais 0,2 dias, em termos anuais, acrescentou a DSEC.

20 Ago 2021

Turismo | Retorno da média diária de 30 mil visitantes

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) anunciou ontem que Macau voltou a receber uma média diária de 30 mil visitantes, algo que não acontecia desde desde 28 de Maio. Nos dias 16 e 17 de Julho (sexta-feira e sábado) entraram em Macau mais 33 mil e 32 mil visitantes, respectivamente.

O Governo refere também que nos primeiros cinco meses do ano, o número de visitantes seguiu uma tendência de subida, fenómeno que se verificou igualmente na taxa de ocupação hoteleira, com particular destaque para a primeira metade do mês corrente. Entre 1 e 15 de Julho, a taxa de ocupação hoteleira atingiu 52,1 por cento, o que representou uma subida de 8,4 por cento em relação a Junho.

Para esta estatística, a DST realça o contributo das excursões locais “Passeios, gastronomia e estadia para residentes de Macau”, que representou cerca de 38 mil hóspedes em hotéis. “O número de residentes que participam nas excursões durante as férias de Verão continua a subir, o que permite apoiar a recuperação da indústria turística e da economia local”, refere a DST.

22 Jul 2021

Turismo | Macau perde 39% dos visitantes em Junho

Macau recebeu 528.519 visitantes em Junho, menos 39% relativamente a Maio, e mais 2.243,1% em termos anuais, anunciaram hoje as autoridades.

A diminuição do número de visitantes relativamente ao mês de Maio deveu-se ao reforço das medidas de prevenção da pandemia de covid-19, no início de Junho, na província chinesa de Guangdong e no território, de acordo com um comunicado da Direção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC).

No mês passado, chegaram a Macau 313.441 excursionistas e 215.078 turistas, o que representa uma descida de 20,1% e 54,6%, respectivamente, em termos mensais. O período médio de permanência dos visitantes situou-se em 1,2 dias, menos 0,2 dias, em termos anuais, indicou a DSEC.

O número de visitantes do interior da China fixou-se em 471.935, uma subida de 2.140,2%, em termos anuais. Das nove cidades do Delta do Rio das Pérolas da Grande Baía entraram no território 246.673 visitantes, dos quais 70% eram oriundos da cidade vizinha de Zhuhai. De Hong Kong chegaram 52.296 visitantes e de Taiwan 4.213, acrescentou.

No primeiro semestre deste ano chegaram a Macau 3.927.829 visitantes, mais 20,2%, em comparação com o semestre homólogo do ano anterior, tendo os números de turistas (2.058.657) e de excursionistas (1.869.172) aumentado 33,2% e 8,5%, respetivamente.

20 Jul 2021

Turismo | Índice de preços caiu 4% no segundo trimestre

O Índice de Preços Turísticos desceu 3,91 por cento no segundo trimestre de 2021, de acordo com dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Os resultados ficam-se a dever principalmente à descida de preços dos quartos de hotéis e dos bilhetes de avião, ainda assim equilibrados pelo aumento na restauração e vestuário.

Porém, comparado com os primeiros três meses do ano, o Índice de Preços Turísticos cresceu 0,99 por cento no segundo trimestre de 2021.

Olhando com mais detalhe, a DSEC indica que no segundo trimestre os preços de alojamento lideraram a tendência descendente, registando quebras de 30,23 por cento, em comparação com igual período de 2020. Nos transportes e comunicações as quebras foram de 9,96 por cento.

No sentido inverso, o comércio de vestuário e calçado registaram aumento de preços de 5,61 por cento no período em análise, enquanto no sector da restauração os preços subiram 4,44 por cento.

Em termos trimestrais, os preços das secções vestuário e calçado, bem como produtos alimentares, bebidas alcoólicas e tabaco cresceram 8,25 e 5,64 por cento, respectivamente, graças ao lançamento do vestuário de Verão e ao acréscimo de preços dos pastéis e doces.

Por seu turno, o preço do alojamento baixou 9,09 por cento, em termos trimestrais, em virtude da queda de preços dos quartos de hotéis.

14 Jul 2021

Extinção do Centro de Promoção e Informação Turística em Lisboa comunicada aos trabalhadores em Março

Os cinco trabalhadores e a coordenadora do Centro de Promoção e Informação Turística de Macau em Portugal (CPITMP) foram informados da extinção da entidade em Março deste ano, adiantou ao HM o gabinete de comunicação da Direcção dos Serviços de Turismo (DST).

“Os cinco trabalhadores contratados em regime do contrato individual de trabalho e a coordenadora do CPITMP, provida em regime de comissão de serviço, foram informados sobre a extinção do centro em Março de 2021.

Tratando-se aqui de cessação de funções, os trabalhadores foram informados com um prazo de antecedência mais longo do que o exigido por lei.” Helena de Senna Fernandes, directora da DST, disse aos media, no passado dia 16, que o CPITMP iria fechar portas.

Na mesma resposta é referido que o centro sempre foi considerado um “projecto de natureza transitória”, com “funções intimamente relacionadas com a Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa”. O seu encerramento está, assim, “em consonância com o objectivo político de simplificação da estrutura administrativa previsto nas Linhas de Acção Governativa”.

Devido à pandemia, a DST vai manter a promoção do turismo em Portugal, mas em moldes bastantes diferentes. “Dado que nesta altura Macau está impedido de receber visitantes de Portugal, devido às restrições relacionadas com a pandemia de covid-19, o trabalho de promoção turística de Macau em Portugal está neste momento em serviços mínimos.” A DST garante que “os esforços promocionais serão retomados assim que as condições permitirem”.

O CPITMP tem, para este ano, um orçamento de 7.5 milhões de patacas, tendo libertado um saldo de quase 3.5 milhões de patacas até 15 de Junho, aquando da liquidação das despesas. Este valor é equivalente a 46 por cento do próprio orçamento do CPITMP, e cerca de 0.3688 por cento do orçamento do Fundo de Turismo para este ano, que tem um orçamento global de cerca de 972,3 milhões de patacas.

30 Jun 2021

DST | Promoções em Hong Kong dependem de directivas dos SSM

Helena de Senna Fernandes diz que os Serviços de Turismo estão a aguardar as directivas dos Serviços de Saúde sobre a bolha de viagem com Hong Kong, mas que já estão a ser pensados planos de divulgação do turismo para o mercado vizinho. Macau recebe em Julho a 9ª Exposição Internacional de Turismo

 

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) ainda aguarda directivas dos Serviços de Saúde (SSM) sobre a possível reabertura da bolha de viagem com Hong Kong, mas já está a pensar em campanhas de divulgação do turismo do território. A garantia foi dada ontem por Helena Senna Fernandes, directora da DST, à margem de uma conferência de imprensa de apresentação de uma exposição internacional de turismo.

“Alvis Lo [director dos SSM] explicou as medidas, mas não temos mais informações. Sabemos que precisamos que Hong Kong tenha zero casos [de covid-19] em 28 dias para se lançar um plano de isenção de quarentena. Estamos à espera dos planos dos SSM, mas vamos pensar na divulgação. Caso a bolha de viagem regresse, temos de produzir vídeos para Hong Kong, à semelhança do tipo de material promocional destinado ao mercado da China continental”, frisou.

Helena de Senna Fernandes destacou que a região vizinha constitui “um mercado muito importante”. “Esperamos a normalização da passagem da fronteira com Hong Kong e que se possa manter uma situação estável. Além da área do turismo, muitos residentes têm família em Hong Kong, assim como residentes de Hong Kong que trabalham em Macau. Penso que todos estão à espera [da bolha de viagem]”.

Uma expo a caminho

Entretanto, foi ontem apresentada a 9ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau, que decorre no Venetian entre os dias 9 e 11 de Julho. O evento será um “contributo para a recuperação e revitalização” do sector, uma vez que é fundamental manter o contacto com os operadores turísticos, para Macau estar preparado para “quando o turismo revitalizar”, referiu a directora da DST.

O presidente do Associação das Agências de Viagem, Alex Lao, frisou que os bons resultados no combate à pandemia em Macau fizeram com o que o território se pudesse ‘vender’ ao mundo como uma “cidade saudável e segura” e assim criar uma “plataforma sustentável entre Macau e o interior da China”.

Além do formato presencial, a expo vai estar também online, uma medida para reforçar as bolsas de contacto e aumentar o alcance do evento numa altura de pandemia em que muitas das restrições fronteiriças continuam em vigor.

Na mesma ocasião, as autoridades revelaram ainda que esta nona edição vai focar-se em reforçar as iniciativas ‘em nuvem’, integrar exposições online e offline e expandir a escala da ‘Rua de Macau’, entre outras.

Pretende-se também impulsionar a economia turística local e promover a herança, inovação e intercâmbio gastronómico através de demonstrações culinárias.

O objectivo é ainda integrar o “turismo + indústrias culturais e criativas”, promover o desenvolvimento da indústria do turismo local, promover as “Lojas com características próprias” e melhorar a imagem das marcas.

24 Jun 2021

Turismo | Segunda fase de passeios para residentes regista “forte adesão”

Mais de três mil pessoas inscreveram-se para a segunda fase do programa “Passeios, gastronomia e estadia para residentes de Macau”. Em apenas dois dias foram vendidos 380 pacotes de estadia em hotéis

 

Num contexto em que se mantêm restrições fronteiriças, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) avançou que houve uma “forte adesão” à segunda fase do programa “Passeios, gastronomia e estadia para residentes de Macau”. As inscrições, que decorrem em Julho e Agosto, arrancaram na quinta-feira e nos dois primeiros dias registaram-se mais de 3.700 indivíduos.

A iniciativa governamental que subsidia a participação em excursões locais num valor que chega às 280 patacas e dormidas em hotéis no montante de 200 patacas, abrange quase duas dezenas de roteiros turísticos. O programa para Julho e Agosto é eclético: inclui experiências de realidade virtual, voo de helicóptero sobre Macau e Hengqin, mas também uma actividade de “amor de Macau pela Pátria no 100.º aniversário do Partido Comunista”.

De acordo com a DST, a segunda fase do programa inclui novos elementos, tendo os roteiros de “passeios marítimos turísticos”, “aventuras divertidas” e “actividades em família, desportivas e de “faça-você-mesmo (DIY)” registado um volume elevado de inscrições. “Para satisfazer as necessidades de estadia em Macau durante a pandemia, alguns dos roteiros realizar-se-ão todos os dias”, comunicou o organismo. No final da semana passada foram também vendidos mais de 380 pacotes de alojamento hoteleiro.

Mais de 23 mil hóspedes

Nem todas as actividades se destinam apenas a quem vive em Macau. O sector turístico também lançou roteiros para visitantes, com inscrições “satisfatórias”. Nestes casos, os turistas podem seguir itinerários personalizados e contam com transporte. Entre as opções que a DST aponta terem sido bem recebidas pelos participantes inclui-se o passeio de helicóptero.

No geral, o programa vai custar 120 milhões de patacas à RAEM. O objectivo passa por promover a procura interna e o consumo nos bairros comunitários. De acordo com o organismo, desde que a iniciativa arrancou foram vendidos 9.149 pacotes hoteleiros, que envolveram um total de 23.028 hóspedes. As inscrições para a primeira fase abriram em Abril. Até 14 de Junho, participaram no programa 534 condutores de autocarros turísticos, 451 guias turísticos locais, 167 agências de viagens, bem como 67 hotéis e pensões.

21 Jun 2021

Turismo | Número de visitantes sobe 9% em Maio

Macau recebeu em maio 866.063 visitantes, mais 9 por cento que no mês anterior e mais 5.268 por cento em termos anuais, anunciaram as autoridades.

De acordo com um comunicado da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), no mês passado chegaram a Macau 473.808 turistas e 392.255 excursionistas.

A maioria era oriunda do interior da China (795.389), tendo 336.314 visitantes vistos individuais, cuja emissão, suspensa desde o início da pandemia, foi retomada em meados de Agosto do ano passado.

Mais de 429 mil visitantes eram oriundos das nove cidades do Delta do Rio das Pérolas da Grande Baía, sendo quase metade destes (46,7 por cento) provenientes da cidade vizinha de Zhuhai. De Hong Kong chegaram 64.265 visitantes e de Taiwan 6.363, segundo a nota.

As restrições às viagens, instauradas para combater a pandemia de covid-19, tiveram impacto igualmente na diminuição do número de visitantes chegados de avião, com apenas 75.244 pessoas a entrarem no território por via aérea e 26.272 por via marítima.

A esmagadora maioria das entradas fizeram-se por via terrestre (764.547). Entre Janeiro e Maio chegaram a Macau 3.399.310 visitantes, mais 4,7 por cento que no período homólogo do ano passado. O número de turistas aumentou 20 por cento no mesmo período.

21 Jun 2021

DST | Encerrado Centro de Promoção e Informação Turística em Lisboa

O Governo de Macau decidiu encerrar o Centro de Promoção e Informação Turística de Macau em Lisboa “tendo em conta a racionalização de quadros e simplificação administrativa”, disse ontem a directora dos Serviços de Turismo.

O Centro é um projecto do Executivo “cuja intenção original foi estabelecida para o curto prazo, mas que foi prolongada por muito anos”, afirmou à Lusa Maria Helena de Senna Fernandes.

“Tendo em conta a racionalização de quadros e simplificação administrativa do Governo da RAEM e a existência da Delegação Económica e Comercial de Macau, em Lisboa” foi decidido agora extinguir o Centro, acrescentou a responsável, à margem da conferência de imprensa sobre a segunda fase do programa “Passeios, gastronomia e estadia para residentes de Macau”.

O Centro de Promoção e Informação Turística de Macau em Portugal foi estabelecido em 2005, de acordo com o despacho do primeiro Chefe do Executivo da RAEM, Edmund Ho.

A Direcção dos Serviços de Turismo de Macau mantém uma representação em Londres, sendo “uma delegação para promover turismo, mas não um órgão do Governo da RAEM como [era] o Centro de Promoção em Portugal”, explicou. Londres “é como as delegações em Hong Kong, Malásia, Japão”, entre outras, em que são contratadas empresas locais ou são adquiridos serviços destas empresas “através de concursos públicos, a nível internacional, para fazer promoção no país, pelo que não são um órgão externo do Governo da RAEM”, indicou.

17 Jun 2021

Turismo | Melinda Chan admite que se sente a redução de visitantes

Devido ao ressurgimento de casos na província de Cantão, a média diária de visitantes no território está em queda. A opinião foi partilhada por Melinda Chan, directora Executiva da Doca dos Pescadores, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau.

Segundo a ex-deputada, existe a expectativa de que com a implementação de medidas mais restritas de circulação, que o número de visitantes caia para menos de 10 mil até meados de Julho. Ao nível das receitas do sector a empresaria indica que devem ter uma quebra de 30 por cento até Agosto, altura em que deverão voltar a subir.

Melinda Chan revelou também que 20 por cento das reservas de quartos foram canceladas e que a Doca dos Pescadores tem preparado um plano de emergência, caso aparece um surto em Macau. Como parte deste programa, a empresa vai disponibilizar alojamento para os trabalhadores que vivem no Interior, de forma a evitar deslocações.

Em relação a eventuais perdas pela nova situação, Melinda Chan deixou antever que sejam maiores do que no ano passado.

Por sua vez, Wong Lai Mei, vice-presidente da Associação dos Hoteleiros de Macau, também à Ou Mun Tin Toi, afirmou que os novos controlos de passagem da alfândega vão ter um impacto limitado na indústria. Porém, a dirigente associativa sublinhou acreditar que o impacto pode ser ultrapassado.

Segundo Wong, a maior parte das empresas está agora a procurar alojamento alternativo para os trabalhadores do Interior, para evitar que haja passagens de fronteira.

9 Jun 2021

Benefícios económicos e pegadas ecológicas

O turismo de negócios é normalmente visto como um dos segmentos mais interessantes para qualquer destino turístico: são normalmente pessoas com gastos bem acima da média, que ficam por pouco tempo mas geram maiores benefícios económicos, quer porque os seus rendimentos pessoais não os obrigam a grandes restrições e até lhes permitem eventuais extravagâncias, quer porque, na maior parte dos casos, as despesas são larga ou totalmente cobertas pelas organizações que representam. São turistas com pouco tempo mas com acelerado consumo, o que frequentemente envolve restaurantes de gabarito e até permite mobilizar um conjunto de serviços com relativa sofisticação para oferecer programas de visita de curta duração e alta qualidade e conforto para quem tem oportunidade mas pouco tempo para explorar alguns dos encantos de um território pouco ou nada conhecido.

Essa desproporção entre a o dinheiro e o tempo disponíveis tem outra consequência, no entanto: são viajantes sem tempo a perder, em correrias sucessivas para cumprir as tarefas profissionais, seja uma reunião para concretizar uma parceria estratégica para o desenvolvimento de novas áreas internacionais de negócio, uma feira de promoção turística, uma operação imobiliária, um encontro com jovens criadores, o patrocínio de um festival de verão ou a apresentação de uma comunicação numa conferência. Há sempre pouco tempo para as tarefas e ainda menos para explorar novos destinos ou as últimas novidades em territórios já conhecidos. Tudo corre com uma urgência que requer rapidez e flexibilidade, aparentemente tidas como incompatíveis com a programação colectiva dos transportes públicos e a inerente rigidez relativa de ritmos e horários.

Foi essa a principal conclusão de um estudo ainda fresco, publicado esta semana no Journal of Transport Geography, em que explorámos potenciais relações entre as características sócio-demográficas dos turistas, as suas motivações para a visita, as respectivas opções de transporte e a satisfação que tiveram ou não com a experiência turística. O estudo foi conduzido em Barcelona, cidade com um vasto e bem organizado sistema de transportes público, que garante acessibilidade relativamente fácil a todas as zonas urbanas – ou pelo menos às zonas normalmente frequentadas pelos turistas, incluindo os que viajam por motivos profissionais. Informação abundante, de fácil identificação e interpretação, disponível em várias línguas, ajuda a ultrapassar as possíveis barreiras de comunicação frequentemente associadas à dificuldade de utilização de transportes públicos por turistas.

Nestas circunstâncias – em que se dispõe de uma satisfatória rede de transportes públicos sem significativos problemas de linguagem e comunicação – observámos que as diferentes características dos turistas (idade, sexo ou nível de educação, entre outras variáveis) pouco influenciam a escolha dos modos de transporte (ainda que os turistas mais jovens tendam a preferir transportes colectivos, até por restrições financeiras). No entanto, o factor que se revelou mais determinante nessa escolha foi o motivo da viagem, com os turistas motivados pelo lazer ou pela visita a familiares e amigos a revelar clara preferência por transportes públicos, em contraste com a preferência por transporte individual (taxis, sobretudo) revelada pelos visitantes cuja presença em Barcelona se deve a motivos profissionais. Na realidade, o estudo mostrou ainda que também os turistas com motivação profissional tendem a preferir transportes colectivos quando a visita se torna mais longa e é combinada com lazer ou visitas a familiares e amigos. Também se demonstra com clareza que a utilização de transportes públicos, não só não diminui a satisfação com a visita, como é um dos factores que mais contribui para uma apreciação global positiva da cidade de Barcelona.

A questão dos transportes é, evidentemente, um aspecto central no futuro do turismo, tendo em conta o respectivo impacto nas emissões de CO2 e inerentes implicações sobre as alterações climáticas em curso. Em estudo recente publicado pela Organização Mundial de Turismo e pelo Forum Internacional de Transportes, estimava-se em 5% o contributo do turismo para o total de emissões de CO2 provocadas por acção humana. Para essas emissões contribuem sobretudo o transporte aéreo (40%) e o transporte por automóvel (32%), sendo de apenas 3% o contributo de todas as outras formas de transporte (incluindo comboios, barcos ou autocarros). Se a redução drástica do turismo internacional e do transporte aéreo parecem a única alternativa razoável para tentar compatibilizar o futuro do turismo com uma resposta efectiva às alterações climáticas, a substituição do transporte em automóvel por transportes colectivos parece ter semelhante importância e urgência nos processos de mobilidade no interior de cada destino turístico.

O obstáculo a esta transformação, sugere o nosso estudo, são os atarefados e apressados turistas com afazeres profissionais, o único grupo com preferência inequívoca pelo táxi. São turistas que pelo seu poder de compra proporcionam maior impacto económico, mas que também deixam nas paisagens marca mais pesada da sua pegada ecológica, com acumulação intensiva de emissões de CO2 relacionadas com aviões, primeiro, e automóveis privados, depois. Está por conseguir, mais uma vez, melhor equilíbrio nesta relação entre benefício económico impactos sobre o ambiente. Não deixa de ser relevante, já agora, que neste grupo de turistas nos encontremos também nós, investigadores mais ou menos preocupados com estas questões, quando participamos nas conferências e congressos de que não gostamos de abdicar.

Concluo com uma curiosidade relevante: porque motivo um investigador japonês radicado no Japão e uma investigadora chinesa a trabalhar na Coreia se dedicam a estudar a cidade de Barcelona? É uma razão prática, sobretudo: em Barcelona é entendido que toda a informação obtida com financiamento público deve estar acessível ao público. Assim sendo, estão online e com acesso livre todos os dados recolhidos nos inquéritos regulares que a Câmara de Barcelona faz a turistas e residentes. É verdade que há poucas cidades onde um estudo destes possa ser feito – com quantidade significativa de turistas e uma rede de transportes públicos eficaz e sem grandes barreiras de comunicação – mas esta é a única que disponibiliza gratuitamente os dados necessários a um estudo deste género.

5 Jun 2021

Grande Baía | Secretária desafia IFT a manter posição de “liderança”

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, desafiou ontem o Instituto de Formação Turística a manter a posição de liderança na Grande Baía, ao nível da formação de quadros qualificados. A “esperança” foi deixada durante o discurso da cerimónia de licenciatura deste ano dos estudantes do IFT.

“Espera-se que o IFTM acompanhe, de perto, as necessidades de Macau e da Grande Baía, desempenhando ainda mais o seu papel de liderança nos serviços de formação e educação nas áreas de turismo e lazer, no sentido de contribuir para o desenvolvimento contínuo da sociedade”, afirmou.

A secretária apelou ainda à coragem dos alunos para que arrisquem e participem na Grande Baía. “Para abraçar o futuro, não só temos de ter grande coragem, como temos de alargar os nossos horizontes e manter as nossas mentes abertas. A Grande Baía está intimamente ligada à nossa vida, e as oportunidades de desenvolvimento na Grande Baía são únicas para nós”, afirmou. “Os alunos devem aproveitar estas boas oportunidades, atrevendo-se a tentar coisas novas e desenvolvendo as suas potencialidades”, recomendou.

Além do desafio, Elsie Ao Ieong U elogiou o contributo da instituição para a integração de Macau na Grande Baía, através da “base”. “A Base de Ensino e Formação em Turismo para a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, estabelecida pelo IFTM, depois de menos de dois anos de desenvolvimento, já tem acções de cooperação estendidas a Zhuhai, Guangzhou e Shunde, em Foshan, assim concretizando gradualmente o conceito de exportar recursos de formação turística de qualidade para o ‘círculo de formação acessível em uma hora’”, reconheceu.

3 Jun 2021

Turismo | Número de hóspedes chineses sobe 760% em Abril

A taxa de ocupação hoteleira aumentou 45,9 por cento em Abril em comparação com o ano passado, com uma taxa de ocupação média de 58,5 por cento. A taxa de ocupação média dos hotéis de três estrelas foi de 68,5 por cento.

Em Abril existiam um total de 37 mil quartos de hotel, mais 10,5 por cento, bem como um total de 119 hotéis e pensões, mais nove face ao igual período de 2020. Neste mês pernoitaram nas unidades hoteleiras 694 mil pessoas, mais 550,3 por cento face a Abril de 2020. O número de hóspedes do Interior da China, 603 mil, e de Macau, 61 mil, registou um aumento de 761,2 e 149,3 por cento, respectivamente.

No mês em análise, o território registou apenas 11 mil visitantes em excursões locais, enquanto 20 mil residentes de Macau viajaram para o exterior através de agências de viagem. A grande parte dessas viagens, 98,5 por cento, foram feitas ao interior da China.

Durante os primeiros quatro meses do ano, a taxa de ocupação média dos hotéis e pensões foi de 48,4 por cento, mais 13,8 por cento em relação a 2020. Hospedaram-se 2.148 milhões de pessoas, uma subida 36,1 por cento. No mesmo período, o número de visitantes em excursões locais foi de 17 mil, mais 81,8 por cento face ao mesmo período de 2020.

28 Mai 2021

DST | Governo equaciona turismo na Ponte HKZM

A Direcção de Serviços de Turismo (DST) está a estudar a possibilidade de criar rotas para visitar a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. A informação foi avançada pela directora dos serviços, Helena de Senna Fernandes, em resposta a interpelação da deputada Agnes Lam.

“A indústria fez-nos uma proposta para abrirmos uma rota turística para a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Como a proposta envolve diferentes medidas de prevenção e controlo da situação pandémica, assim como três governos, esta Direcção de Serviços vai fazer os contactos necessários e estudar a viabilidade”, escreveu Helena de Senna Fernandes.

Como parte da estratégia de promoção da indústria local, os Serviços de Turismo dizem que vão trabalhar para tornar Macau numa “marca de turismo distinta” na área da Grande Baía. Helena de Senna Fernandes indicou ainda que o Governo está a trabalhar para fazer com que os diferentes pontos de entrada na Grande Baía, como aeroportos, sejam um caminho para Macau e promover a indústria local.

A directora indicou também que o acordo entre Macau e agências de turismo no Interior levou a que, no ano passado, 27 mil pessoas comprassem os pacotes de visita à RAEM. Por outro lado, este ano até Abril 11 mil pessoas visitaram Macau através dos pacotes das agências de viagem.

Além destas ofertas, Maria Helena de Senna Fernandes prometeu que o Governo vai continuar com campanhas de publicidade nos órgãos de comunicação no Interior para promover Macau.

12 Mai 2021

Turismo em Macau continua a crescer, mesmo com a pandemia

Reportagem de Miguel Mâncio e Candice Lok, da agência Lusa

O turismo em Macau continua a subir progressivamente e os visitantes ouvidos pela Lusa disseram que escolheram o território para viajar na popular semana de férias chinesa devido aos descontos promovidos e porque é um destino seguro de covid-19.

Segundo dados oficiais, entre 1 e 5 de Maio visitaram o território 167 mil pessoas e os hotéis registaram uma taxa de ocupação de 83,5%. O número médio diário de passageiros aumentou 25,4% em relação a abril.

No primeiro dia do mês, Macau bateu o recorde diário de visitantes desde o início da pandemia com 45.000 pessoas a chegarem ao território. O anterior recorde tinha sido registado no dia 16 de abril (34.353 visitantes).

“O volume de passageiros e a taxa de acomodação aumentaram significativamente”, apontaram as autoridades.

Ainda assim, o número diário de visitantes nestes feriados encontra-se a 21,1% do registado no último ano antes da pandemia.

Stephen Anderson, dono do restaurante/bar Cathedral Café, contou à Lusa que nota mais gente nas ruas, principalmente jovens ansiosos “pela comida tradicional portuguesa, vinho e arquitetura”.

“Vemos uma multidão mais jovem, com cerca de 20 e poucos anos de idade, e isso é mais vibrante. Eles teriam ido para Lisboa, teriam ido para Sydney, teriam ido para Banguecoque, mas como não podem ir, por agora, Macau é uma alternativa muito positiva”.

Lu e Wang, duas amigas de 25 e 24 anos, da província oriental de Jiangsu, perto de Xangai, escolheram Macau para passar as férias na 1.ª Semana Dourada do ano, período em que os chineses têm feriados de 01 a 05 de maio, porque sentem que o território fez um ótimo trabalho na prevenção da covid-19.

Há mais de 400 dias que Macau não regista qualquer caso local de covid-19, sendo considerada uma das regiões mais seguras do mundo em relação à pandemia de covid-19. Contabilizou apenas 49 casos, não tendo registado até hoje nenhuma morte causada pela covid-19.

“Claro que só viemos para Macau com base na situação de Macau ser muito seguro”, contou à Lusa Wang, quando passeava com a sua amiga pelas pedras de calçada portuguesa na famosa Praça do Leal Senado, no coração do centro histórico do antigo território administrado por Portugal.

Os visitantes provenientes da China continental não precisam de fazer quarentena ao entrar em Macau, e vice-versa, graças ao sucesso no controlo da pandemia. O que não acontece ainda com o vizinho Hong Kong, que apesar dos bons resultados, ainda regista diariamente casos de covid-19.

“Porque a emissão do salvo-conduto está suspensa em Hong Kong, e Macau fez um trabalho melhor nas medidas da prevenção da epidemia, por isso, podemos entrar e viajar mais livremente”, explicou Lu.

A poucos metros do Leal Senado, Poon, responsável pela loja de bolos Poon Vai Kei, notou que há um aumento significativo de turistas: “Esta rua tem mais turistas a passear, mais do que antes”, afirmou à Lusa.

Entre os milhares de turistas chineses no centro histórico de Macau encontravam-se também duas jovens de Xangai, Su e Sun, que admitem ter vindo a Macau porque é, neste momento, o destino mais conveniente, seguro e com preços mais atractivos.

“Quando chegamos aqui, descobrimos que realmente todas as pessoas aqui usam máscaras quando saem, por isso ainda nos sentimos mais seguros”, explicou à Lusa Su, de 25 anos.

“Em Xangai, quando fazemos o teste de ácido nucleico, podemos receber o relatório no dia seguinte. Com o resultado permitimo-nos ficar em Macau por sete dias, porque a validade é sete dias, é muito conveniente, por isso, escolhemos vir aqui”, justificou a amiga Sun, de 29 anos, acrescentando que o facto de a Air Macau ter voos diretos para o território e de não ser necessário a quarentena ajudou, em muito, a tomada de decisão.

As autoridades de Macau, juntamente com a Air Macau e outras instituições, têm promovido descontos em bilhetes de avião e estadia e têm realizado várias promoções turísticas em cidades, a próxima a ser realizada entre 13 e 17 de maio, em Nanjing, mostrando-se como “destino saudável e seguro” de covid-19.

A mensagem parece estar a chegar: “a Direcção dos Serviços de Turismo de Macau, fortalece as medidas relativamente benefícios para os visitantes do Interior da China, incluindo hotel e bilhete de avião”, explicou Sun.

Um pouco por todo o centro da cidade eram visíveis campanhas promovidas pelo turismo de Macau para que os turistas pudessem ter descontos em vários estabelecimentos através de um código QR. “Agora há algumas políticas em Macau, como os bilhetes de avião, compre um e receba um grátis, e os 50% de vales de desconto de hotel, era um bom negócio, por isso escolhemos Macau em primeiro lugar”, concluiu Su.

9 Mai 2021

Futuros que tresandam a passado

Há ironias assim: instalou-se no planeta a pandemia de covid-19 pouco tempo depois de ter sido convidado a contribuir com um capítulo para um livro sobre turismo em áreas protegidas do Mediterrâneo na era do “overtourism” (“Mediterranean Protected Areas in the Era of Overtourism”, publicado pela Springer, para quem possa interessar). Ainda não tinha sequer começado quando fui confrontado com esse paradoxo de me propor escrever sobre “demasiado turismo” quando a actividade turística estava bloqueada (ou quase). A solução para o aparente imbróglio havia de ser simples: na realidade, as consequências problemáticas do “turismo a mais” ou do “turismo a menos” têm a mesma origem: o excesso de turismo nas economias locais e regionais. Na origem do convite estava um projecto relativamente longo a que dediquei alguns anos de investigação e que incluiu, entre outros tópicos mais ou menos relacionados, uma análise da relação entre os recursos naturais das regiões europeias e a sua dinâmica turística, quer em termos do número de visitantes, quer em termos do valor acrescentado gerado para as economias locais. Muito frequentemente a procura turística e a riqueza gerada nos destinos estão longe de ser a mesma coisa.

Logo na recolha de informação tive a primeira surpresa, quando compilei os dados sobre a percentagem do território de cada região classificada como zona protegida no âmbito da rede europeia “Natura 2000”, que define regras e critérios comuns para todas as regiões da UE. Apercebi-me então da magnífica liderança das regiões mediterrâneas, sendo relativamente frequente encontrar mais de um terço do território sob a alegada protecção desta forma de classificação e certificação ambiental. Entre as mais de 200 regiões que observei, as que tinham mais de um quarto da sua área inscrita na Rede Natura eram quase todas portuguesas, espanholas, francesas, italianas ou gregas. Não tenho conhecimentos suficientes de biologia para afirmar se esta diferença se deve a efectivas diferenças na biodiversidade e na importância dos recursos naturais de cada região, se é o resultado do excesso de zelo legislativo que é frequentemente reconhecido nesta zona do Sul da Europa e que nos faz ser (re)conhecidos como “os bons alunos” da União Europeia, os pobrezinhos mas honrados europeus que traduzem com mais abnegação do que os legisladores as leis e normativas, mas que pouco ou nenhum poder temos para influenciar. Não me surpreenderia que assim fosse, mas nem era esse o meu assunto nem eu sou pessoa habilitada para o estudar com a seriedade que o tema merece.

Também não é meu assunto avaliar se essa generosa integração de territórios na Rede Natura (entre um quarto e um terço, em geral, mas chegando a ultrapassar os 40%) contribui para uma certa forma de ordenar o território ainda muito enraizada em Portugal: um ordenamento que em grande medida não se faz pela afirmação de uma estratégia de utilização de espaços e recursos, mas pela sua negação e proibição: quer a reserva ecológica, quer a reserva agrícola existentes no nosso ordenamento territorial, para lhe chamar alguma coisa, têm funcionado mais como formas de limitar a expansão urbana e os processos de construção, do que como formas de planear, proteger e valorizar a natureza ou as práticas agrícolas. Um dos resultados é ter um território ordenado e regulamentado por excepções, abertas em nome de superiores interesses nacionais e outras figuras jurídicas de relevo, após longos e penosos processos jurídicos e administrativos, para que se possa eventualmente vir a permitir que se desenvolvam novas áreas habitacionais, de serviços ou turísticas em áreas onde supostamente se protegeria a agricultura ou a natureza. Um país excepcional, portanto, é o que resulta deste regime onde as excepções, claro está, só são possíveis para quem possa pagar os serviços de consultoria a assessoria necessários à navegação pelas turvíssimas águas dos nossos ordenamentos territorial e jurídico. E também um pasto muito fértil para os bois e os borregos das redes nacionais de corrupção.

Nada disto vinha ao caso do tal projecto de investigação a que aludia, mais concentrado noutros e certamente mais singelos problemas, mas que ajudou a revelar que estes territórios de alto valor ecológico para a magnífica União Europeia, são também aéreas de intensa procura turística, destinos de viagem massificados e aparentemente inconciliáveis com a suposta vulnerabilidade dos ecossistemas que justificam tamanho zelo administrativo pela burocracia do país e da UE. Um zelo tonto e inconsequente, sabemos bem: afinal as nossas preciosidades ecológicas servem para que se instalem as multidões de nortes vários das Europas, gente com sede de sol, mar e cerveja, e que afinal gasta pouco – e essas foram também contas que fui fazendo quando estudei o assunto: apesar da evidente ligação directa entre territórios de alvo valor ecológico e pressão turística massificada, estas são também regiões onde o turismo gera pouco valor acrescentado: pouca riqueza se cria em comparação com o turismo que se faz noutras partes da Europa – e parte dela nem sequer fica no país, regressando a grandes empresas internacionais em circuitos mais ou menos lícitos e mais ou menos expostos à tributação e outras formalidades administrativas que paraísos diversos permitem iludir.

Esse turismo a mais, que perturba quem vive nos destinos de férias, transforma valores culturais em mercadorias baratas de consumo imediato e destrói ecossistemas, é um problema para a Europa mediterrânica. A sua súbita interrupção, obrigando ao encerramento de empresas, lançando no desemprego milhares de pessoas e abrindo novos horizontes de incerteza é outro problema. Em todo o caso, os problemas relacionados com o “turismo a mais” ou com o “turismo a menos” são causas com a mesma origem estrutural: a excessiva dependência das estruturas económicas regionais de um sector turístico massificado, de exploração máxima do trabalho e dos recursos, de baixos preços e baixos salários. Uma estrutura económica pouco diversificada, onde normalmente faltam a inovação, o conhecimento ou a tecnologia.

Se a pandemia de covid-19 obrigar a uma reorganização do turismo contemporâneo, mais adequada às preocupações com o esgotamento de recursos e das alterações climáticas, com mais restrições e menos abertura à mobilidade internacional, é o mercado que vai fazer essa regulação. E como se vai vendo nas poucas experiências internacionais de reabertura dos serviços turísticos, são os segmentos mais altos dos mercados turísticos (com empresas financeiramente mais preparadas para lidar com crises e consumidores com maior poder de compra) que estão a dar sinais mais claros de resiliência neste contexto de crise generalizada. Talvez seja o prenúncio de um regresso ao passado, em que o turismo internacional era privilégio de classe ainda mais pronunciado e o turismo doméstico a opção possível para os mais pobres. Não será boa notícia para o turismo no mediterrâneo, tal como o temos vindo a conhecer.

7 Mai 2021

Presidente do grupo chinês Trip.com espera “directrizes claras” sobre viagens com Presidência portuguesa da UE

Entrevista de Alexandra Luís, da agência Lusa

A presidente executiva do grupo chinês Trip.com considerou, em entrevista à Lusa, que o contributo de Portugal para o turismo, durante a presidência portuguesa da UE, passa por obter consenso “sobre diretrizes claras” para viagens entre e para Europa.

“Portugal assume a presidência da União Europeia [UE] num momento crucial para a Europa, o mundo e a indústria do turismo”, começou por dizer Jane Sun, em resposta por escrito à questão sobre o que é que Lisboa pode fazer para ajudar à recuperação do turismo entre a China e a Europa.

Atualmente, “o maior obstáculo para viajar continua a ser a pandemia”, prosseguiu a presidente executiva agência de viagens ‘online’ chinesa, fundada em 1999, cotada em Nasdaq e na bolsa de valores de Hong Kong.

“Acho que o maior apoio que Portugal”, no âmbito da presidência, “poderia dar à indústria de turismo seria expandir ainda mais a implementação da vacinação e procurar obter consenso sobre diretrizes claras para viagens internas na Europa e viagens para a Europa”, acrescentou a responsável.

Sobre quando é que espera a retoma do turismo, nomeadamente na Europa, Jane Sun salientou que, “enquanto as fronteiras internacionais permanecem praticamente fechadas a viagens, em todo o mundo os viajantes e fornecedores estão limitados aos mercados domésticos”.

No entanto, manifestou-se otimista face à progressão do plano de vacinação a nível mundial e novas medidas para tornar as viagens mais seguras.

“Com a contínua implementação das vacinas em todo o mundo e promissoras iniciativas globais para desenvolver protocolos e tecnologias de viagens seguras, estou otimista sobre o renascimento das viagens globais”, disse.

Em países maiores e regiões, “como a Europa, estamos a ver os mercados de viagens domésticos a recuperar”, acrescentou.

“Espero que a Europa e os EUA vejam uma recuperação no segundo semestre deste ano devido às suas fortes iniciativas de vacinação”, considerou a presidente executiva da Trip.com.

“Com Portugal atualmente na presidência da UE esperamos ver um impulso para implementar medidas que aumentem os esforços para facilitar ainda mais uma recuperação rápida na Europa”, apontou, salientado que países mais pequenos podem demorar “um pouco mais”.

A gestora referiu que “há uma enorme procura de viagens reprimida”, ou seja, “as pessoas estão ansiosas para voltar a explorar o mundo, conectar-se com novas culturas e expandir os seus horizontes”, acrescentando que, “embora a maneira como viajamos, sem dúvida, tenha mudado, o [… desejo de explorar e procurar conexão humana permanece forte”.

“Sei que falo por todos os viajantes e trabalhadores do turismo de todo o mundo quando digo que mal podemos esperar para viajar novamente, especialmente para destinos de renome mundial como Portugal”, rematou.

Antes de pandemia, Portugal recebia turistas da China e muitos portugueses viajavam para a China, nomeadamente para Macau.

Questionada sobre o papel que a Trip.com poderia ter para restabelecer esta tendência, a presidente executiva do grupo salientou que “existem fortes laços culturais e históricos entre Portugal e Macau e Portugal e a China”.

Nesse sentido, “esperamos expandir ainda mais e construir sobre esses laços à medida que as viagens globais se tornem possíveis outra vez”, disse Jane Sun.

“Construímos uma forte relação com Portugal e com VisitPortugal ao longo dos últimos cinco anos, realizando campanhas de sucesso a promover as maravilhas de Portugal aos viajantes chineses”, prosseguiu a gestora, apontando que um “sinal da continuidade da força e confiança” desta parceria é que haverá uma campanha que “vai decorrer ainda este ano para revigorar o interesse dos chineses por Portugal como destino da sua próxima viagem”.

Os turistas chineses “ainda agora começaram a conhecer a incrível beleza e experiências que os esperam em Portugal e pensamos o mesmo para os portugueses que visitam a China”, acrescentou.

De acordo com dados da Trip.com, as pesquisas e reservas de produtos de viagem com destino Macau pelos utilizadores da China continental “aumentaram significativamente no período que antecedeu o Dia de Maio, na sequência da forte recuperação das viagens domésticas”.

A região administrativa especial de Macau “sempre foi um destino bastante popular na China com a sua combinação única de uma cidade chinesa moderna com rico ambiente multicultural fortemente influenciado pelos portugueses”, sublinhou.

Com os feriados nacionais chineses, como o 1.º de Maio e o seguinte, o Festival Barco-Dragão, “os viajantes chineses estão ansiosos para visitar as principais cidades de destino com experiências culturais ricas em ofertas e cadeias de hotéis de alto nível”, disse Jane Sun.

“Podemos esperar que, à medida que mais destinos mantêm controlos de pandemia com nenhum ou poucos números de casos [de covid-19]”, permitindo a abertura a viagens, assistir-se-á a “um aumento no turismo”, com os viajantes a procurar “recuperar o tempo perdido”.

Questionada sobre a procura de viagens para a Europa por parte dos turistas chineses, a presidente executiva da agência de viagens digital sublinhou que existe vontade em viajar, depois de um longo período de restrições devido à pandemia.

“Na sequência da recuperação robusta das viagens domésticas na China, temos a expectativa de que haja uma forte procura por viagens internacionais de viajantes chineses”, considerou. A Europa, “e Portugal, sem dúvida, estão no topo das listas de muitos viajantes”, apontou a gestora.

“Vimos um grande aumento no número de viajantes chineses para a Europa e Portugal até ao início de 2020. Nos cinco anos de 2015 a 2019, o número de utilizadores que compraram produtos e serviços relacionados com viagens para a Europa através da Ctrip [grupo Trip.com] aumentou em mais de 30%” em termos anuais, referiu a responsável.

De acordo com os dados do grupo, em 2019 as reservas de bilhetes de avião para Portugal aumentaram 148% em termos anuais e as reservas de hotéis no mercado português durante o feriado do Ano Novo Lunar naquele ano cresceram 155%. “Espero que esta tendência continue assim que as viagens entre as duas nações sejam outra vez possíveis”, concluiu.

4 Mai 2021

1º de Maio | Esperados mais de 30 mil visitantes diários nos feriados

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) revelou ontem que durante a semana dourada do 1º de Maio é esperada a entrada de 30 mil visitantes por dia em Macau. A informação foi avançada ontem por Lam Tong Hou, chefe da Divisão de Relações Públicas da DST.

Enquadrando, a responsável lembrou ainda que em Março a média de entrada de visitante fixou-se em 24.500 e que o dia 16 de Abril registou, até ao momento, o maior número desde o início da pandemia, ou seja, 36.500 visitantes. De acordo com o canal chinês da TDM – Rádio Macau, à margem de uma reunião na Assembleia Legislativa, o comandante do CPSP, Ng Kam Wa, estimou o aumento de 20 por cento do número de visitantes em relação a Abril.

Quanto à ocupação hoteleira a responsável avançou que, durante os feriados, é esperada uma taxa de ocupação de 70 por cento, que “pode ser maior em alguns estabelecimentos hoteleiros”.

Por seu turno, durante a apresentação que teve lugar nas Portas do Cerco, a coordenadora do Núcleo de prevenção da Doença, Leong Iek Hou, apontou que será destacado mais pessoal para as fronteiras com o objectivo de verificar a correcta apresentação dos códigos de saúde e relatórios de testes de ácido nucleico.

Questionada sobre as negociações que estão a decorrer para criação de uma eventual bolha de viagem entre Macau e Hong Kong, a responsável dos Serviços de Saúde (SS) afirmou que “ainda não existem informações do Chefe do Executivo sobre eventuais bolhas de turismo”.

30 Abr 2021

Hotéis | Taxa de ocupação de Março foi superior a 55%

No passado mês de Março a taxa de ocupação hoteleira média foi de 55,3 por cento, o que representou uma subida de 16,9 por cento em termos mensais e 32,1 por cento comparado com Março de 2020.

Dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que em Março os hotéis e pensões de Macau hospedaram 622 mil pessoas, o que representou um aumento de 160,2 por cento em relação ao período homólogo do ano anterior. A discrepância para a taxa de ocupação hoteleira é explicada pelo número de unidades em funcionamento em Março de 2021 face ao mesmo mês do ano transacto.

Do total de hóspedes registados em Março, 539 mil vieram do Interior da China, proveniência que aumentou 216,5 por cento em relação ao mesmo período de 2020. Quando ao período médio de permanência situou-se em 1,7 noites, menos 0,1 noites, face a Março de 2020.

Considerando o primeiro trimestre do ano, a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos hotéis e pensões foi de 44,9 por cento, o significa uma subida de 3,6 pontos percentuais, relativamente ao mesmo trimestre de 2020. No total, os primeiros três meses do ano o sector da hotelaria contou com 1.454.000 hóspedes, menos 1,2 por cento em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Importa referir que estas estatísticas a DSEC não considerou os hotéis e pensões designados para observação médica.

29 Abr 2021

Nanjing | Governo promove território como destino de viagens seguro

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) vai realizar uma acção de promoção turística na cidade chinesa de Nanjing para cativar os turistas chineses, mostrando-se como “destino saudável e seguro” de covid-19. Entre os dias 13 e 16 de Maio as autoridades vão continuar com a mensagem que têm tentado passar desde o último trimestre do ano passado: “Macau é um destino saudável e seguro para visitar”, lê-se em comunicado.

O objectivo passa por “promover a oferta no âmbito do ‘turismo + convenções e exposições’, ‘turismo + cultura’ e ‘turismo + desporto’ de Macau, entre outros, atraindo os visitantes do Interior da China a visitar a Macau”. Em meados do mês de Abril a directora da DST, Maria Helena de Senna Fernandes, explicou que o Governo está a planear mais seis acções de promoção turística do território na China.

Acções antigas

No ano passado, o Governo já havia realizado a ‘semana de Macau’ em Pequim e, em março deste ano, em Hangzhou, na costa sudeste. “Estamos a planear mais seis ‘semanas de Macau’ [acções de promoção turística] no interior da China antes dos feriados do dia nacional da China”, que se assinala em 1 de Outubro, disse Maria Helena de Senna Fernandes.

“Para os turistas oriundos do Interior da China, sendo este o único mercado em que podemos trabalhar neste momento, estamos a agendar mais mega promoções, como as semanas de Macau”, adiantou a responsável. Em Março mais de 750 mil pessoas visitaram o território, confirmando o aumento gradual do número de turistas, após a reabertura gradual das fronteiras e do impacto da pandemia de covid-19 no turismo.

A maioria dos visitantes (688.353) era oriunda do Interior da China. Destes, 268.302 tinham vistos individuais, cuja emissão, suspensa desde o início da pandemia, foi retomada em meados de Agosto do ano passado. No dia 16 de Abril o território registou 34.353 visitantes, o número mais elevado desde o início da pandemia, anunciou a DST. “A observação dos dados estatísticos permite verificar que o número de visitantes mostra uma tendência para um aumento gradual”, indicaram as autoridades em comunicado.

26 Abr 2021

Roteiros de turismo interno registaram mais de 17 mil inscrições

A Direcção dos Serviços de Turismo considera que o programa de turismo interno está a registar uma “boa procura”. A maioria das inscrições foi na experiência de viagem de helicóptero e fotografia num iate, enquanto a estadia em hotéis já vendeu 1.569 pacotes

 

As seis primeiras excursões do programa “Passeios, gastronomia e estadia para residentes de Macau” arrancaram ontem de manhã, com um total de 230 participantes. Os seis roteiros da primeira fase, que decorre entre Abril e Junho, incluem a visita aos edifícios antigos da Vila de Nossa Senhora de Ká-Hó, ao Museu de Cera de Celebridades e experiências musicais. Mas o principal interesse dos cidadãos é sair de terra.

“Entre os passeios, a ‘Viagem de helicóptero e fotografia em iate’ é particularmente popular, atraindo um total de 15.552 inscrições de residentes de Macau”, comunicou a Direcção dos Serviços de Turismo (DST). Os restantes cinco roteiros registaram 2.209 inscrições até sábado.

A DST considera que o programa está a “registar boa procura”. A iniciativa lançada pelo Governo subsidia a participação de residentes em excursões num valor até 280 patacas e dormidas em hotéis no montante de 200 patacas. O objectivo passa por injectar cerca de 120 milhões no sector do turismo. Para a experiência de estadia em hotéis foram vendidos 1.569 pacotes, o que representa a participação de 3.936 residentes.

De acordo com a nota, a directora da DST mostrou-se “satisfeita pelo interesse dos residentes” na iniciativa e considera que vai ajudar “a aumentar o conhecimento dos residentes sobre os recursos turísticos”, além de “apoiar a indústria turística” e “impulsionar o consumo comunitário”. De acordo com o canal chinês da TDM Rádio Macau, Helena de Senna Fernandes disse que a próxima fase está prevista para as férias de verão, passando a incluir elementos como viagens marítimas e workshops de gastronomia. Espera-se que o número de participantes aumente nos meses de Julho e Agosto.

Aumento da frequência

As excursões decorrem até 31 de Dezembro, mas a frequência vai aumentar na altura do verão. Nos meses de Abril a Junho, e de Setembro a Dezembro, decorrem aos fins-de-semana e feriados, prevendo-se que passem a ser diárias em Julho e Agosto. A iniciativa conta com a participação de 69 hotéis e pensões, 160 agências de viagens, e mais de 800 profissionais de turismo.

Com a adesão da indústria ficam também avisos para as regras serem seguidas. “A DST responsabiliza-se pela divulgação e supervisão de todo o programa, providenciando pessoal para proceder à fiscalização no terreno, à avaliação da eficácia do programa, entre outros trabalhos, com o objectivo de racionalizar o uso do erário público e evitar a ocorrência de irregularidades”, observou o organismo.

26 Abr 2021

Estados Unidos colocam Macau na lista vermelha de alerta de turismo

Os Estados Unidos colocaram Macau na lista de alerta vermelho para deslocações de turismo, devido à evolução da situação da covid-19. As alterações do Governo dos EUA foram feitas na madrugada de ontem e, segundo a Associated Press, afectaram 116 países e regiões, entre as quais a RAEM.

De acordo com a escala americana, as regiões e países são classificadas através de uma escala de um a quatro. O nível um é o mais seguro e o quatro o mais perigoso. Macau está agora no nível quatro, com a indicação “não viaje”. Antes das alterações, a RAEM estava no extremo oposto da escala, no nível um, o mais seguro de todos que é definido como “viaje com as precauções normais”.

Com as alterações, Macau é tida como uma região mais insegura do que Hong Kong. A RAEHK está classificada com o nível três, definido como “reconsidere a viagem”.

Nova escala

As mudanças já tinham sido antecipadas na segunda-feira, quando o Departamento de Estado anunciou que ia fazer uma revisão das classificações. As alterações foram justificadas com a necessidade de “reflectir um sistema de alerta de viagens” mais baseado na avaliação do Centro de Controlo e Prevenção das Doenças dos Estados Unidos. Na comunicação de segunda-feira foi igualmente explicado que a actualização das classificações não reflectia a existência de uma nova avaliação aos países e regiões afectados.

O ajustamento, de acordo com a Reuters, fez com que a lista de países e regiões classificadas com a escala quatro subisse de 34 para cerca de 150 países e regiões. Portugal também está no nível quatro.

Apesar das novas recomendações, os cidadãos americanos não são obrigados a seguir os conselhos, o que faz com que ainda possam viajar para Macau. Porém, só poderão entrar na RAEM se forem residentes ou por motivos de reunião familiar, com a aprovação dos Serviços de Saúde.

Segundo os dados da Organização Mundial de Saúde, até ontem os Estados Unidos tinham registado 31,4 milhões de casos de infecção por covid-19 que resultaram em 562 mil mortes. O Centro de Controlo e Prevenção da Doença de Macau registou 49 casos e zero mortes.

23 Abr 2021

Turismo | Março com mais de 75% de visitantes face a Fevereiro

No passado mês de Março o número de visitantes a entrar em Macau aumentou 76,7 por cento em relação a Fevereiro e 255,4 por cento quando comparado com o ano anterior. No total, a RAEM foi visitada por 754.541 pessoas no mês passado.

Olhando para o universo total de visitantes, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) informa que o número de turistas foi de 404.936 e o de excursionistas 349.605, o que representou, respectivamente, aumentos acentuados de 221,6 por cento e 304,6 por cento, em termos anuais.

Quanto ao período médio de permanência, em Março situou-se em 1,6 dias, uma quebra de 1,4 dias em relação ao mesmo mês do ano passado. Dividindo o período médio de permanência entre turistas (2,9 dias) e excursionistas (0,1 dias), verificou-se uma quebra de 1,8 dias e 0,1 dias respectivamente.

Apesar da aparente tendência positiva dos números divulgados pela DSEC, se for tido em conta os três primeiros meses do ano, como o início de 2020 não foi afectado pela pandemia o cenário muda de figura.

No primeiro trimestre de 2021 chegaram a Macau 1.738.428 visitantes, menos 46 por cento, face ao mesmo trimestre do ano transacto. Realça-se que os números de turistas (919.192) e de excursionistas (819.236) decresceram 39,6 por cento e 51,8 por cento, respectivamente.
Quanto à origem dos visitantes, os oriundos do Interior da China totalizaram 688.353, o que correspondeu a um aumento de 674,4 por cento, em termos anuais. Realça-se que o número de visitantes oriundos das nove cidades da Grande Baía foi de 388.094, dos quais 48,5 por cento eram originários de Zhuhai.

23 Abr 2021