Banco central | Redução de taxa de juros para impulsionar economia

O banco central da China baixou ontem a taxa de referência para empréstimos de médio prazo, visando “manter níveis de liquidez razoáveis no sistema bancário”, numa altura em que os dados económicos estão aquém das expectativas.

O Banco do Povo da China (banco central) injectou o equivalente a cerca de 50 mil milhões de euros, com uma taxa de juros a um ano de 2,5 por cento. Isto representa um corte de 15 pontos base na taxa para empréstimos a instituições financeiras, face ao mês anterior.

O indicador, estabelecido como referência para as taxas de juros em 2019, é usado para definir o preço dos novos empréstimos – geralmente para as empresas – e do crédito com juros variáveis, que está pendente de reembolso.

O cálculo é realizado com base nas contribuições para os preços de uma série de bancos – incluindo os pequenos credores que tendem a ter custos de financiamento mais elevados e maior exposição a empréstimos malparados – e visa reduzir os custos do crédito e apoiar a “economia real”.

A decisão faz parte dos esforços do governo para “reforçar o ajuste anticíclico e estabilizar as expectativas do mercado”, segundo um despacho difundido pela agência noticiosa oficial Xinhua.

O banco central também anunciou a injecção de o equivalente a quase 26 mil milhões de euros, através de acordos de recompra reversa (‘reverse repo’), por um prazo de sete dias, no qual a entidade emissora compra valores aos bancos comerciais a um preço específico com o compromisso de revendê-los a um preço fixo mais tarde. A operação foi realizada com uma taxa de juro de 1,8 por cento, abaixo da taxa anterior, de 1,9 por cento.

16 Ago 2023

Banco central | Taxas de juro de referência reduzidas para estimular economia

As autoridades financeiras continuam a insistir em medidas que levem ao aumento do consumo e ao crescimento económico
O banco central da China baixou ontem duas taxas de juro de referência, após várias medidas semelhantes nas últimas semanas destinadas a estimular o crescimento da segunda maior economia do mundo.
A taxa de referência para as taxas mais vantajosas que os bancos podem oferecer às empresas e às famílias (LPR, na sigla em inglês) a um ano foi reduzida de 3,65 por cento para 3,55 por cento, e a LPR a cinco anos, que serve de referência para os empréstimos hipotecários, baixou de 4,3 por cento para 4,2 por cento.
As duas taxas estão agora nos seus níveis mais baixos de sempre. A última vez que tinham sido reduzidas foi em Agosto de 2022.
A decisão, antecipada pelos mercados, tem por objectivo incentivar os bancos comerciais a conceder mais empréstimos a taxas mais vantajosas.
Por sua vez, a medida deverá contribuir para apoiar a actividade económica num contexto de abrandamento económico, sendo que vai contra a corrente das principais economias mundiais, que estão a aumentar as taxas de juro para conter a inflação.
A tão esperada recuperação pós-covid-19 na China, na sequência do levantamento das restrições sanitárias no final de 2022, tem vindo a perder fôlego nas últimas semanas e tem dificuldade em concretizar-se em certos sectores.
Para revigorar a economia, o banco central já tinha baixado a taxa dos empréstimos a médio prazo às instituições financeiras na passada quinta-feira.
Anteriormente, ajustara a taxa principal dos empréstimos de liquidez de curto prazo (sete dias) aos bancos comerciais.

Problema imóvel
A economia está a ser penalizada pelo endividamento excessivo do sector imobiliário, um pilar tradicional do crescimento, pelo fraco consumo devido à incerteza no mercado de trabalho e pelo abrandamento económico mundial, que pesa sobre a procura de produtos chineses.
Os recentes anúncios das autoridades “mostram claramente que os decisores políticos estão cada vez mais preocupados com a economia”, comentaram os economistas Julian Evans-Pritchard e Zichun Huang, da Capital Economics, em comunicado.
“O apoio ao crescimento tem agora precedência sobre outras considerações, como a rentabilidade dos bancos”, mas “uma aceleração acentuada do número de empréstimos continua a ser improvável e a recuperação continuará a depender principalmente do sector dos serviços”, sublinharam.
Nas últimas semanas, a China divulgou alguns indicadores económicos preocupantes.
Em Maio, a taxa de desemprego entre os jovens dos 16 aos 24 anos atingiu um novo recorde no país asiático, situando-se nos 20,8 por cento.
A taxa, que dá apenas uma imagem parcial da situação, porque é calculada somente para as zonas urbanas, já tinha atingido 20,4 por cento em Abril.
As vendas a retalho, principal indicador do consumo das famílias, recuaram, enquanto a produção industrial abrandou no mês passado.
A fim de desincentivar a poupança e incentivar as despesas de consumo e o investimento, os principais bancos públicos já tinham concordado em reduzir as taxas de juro.

22 Jun 2023

AMCM | Macau volta a subir taxa de juros

A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) anunciou ontem uma subida em 0,50 pontos percentuais da principal taxa de juro de referência, seguindo o aumento anunciado na quarta-feira pela Reserva Federal (Fed) norte-americana.

A AMCM fixou em 4,75 por cento a taxa de redesconto, valor que o regulador financeiro da região administrativa especial chinesa cobra aos bancos por injecções de capital de curta duração, de acordo com um comunicado.

Por a moeda de Macau estar indexada ao dólar de Hong Kong, obriga à “uniformização, em princípio, da evolução da política das duas regiões no âmbito da taxa de juros”, disse.

A decisão da AMCM surgiu depois de a Autoridade Monetária de Hong Kong ter anunciado a subida da taxa de juro de referência, devido ao aumento imposto pelo banco central dos EUA. O dólar de Hong Kong está indexado ao dólar norte-americano.

Na quarta-feira, a Fed abrandou o ritmo da subida da taxa de juro e anunciou um aumento de 50 pontos base, para um intervalo entre 4,25 e 4,50 por cento.

O Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) “procura alcançar o pleno emprego e uma inflação próxima de 2 por cento no longo prazo. Para apoiar esses objectivos, o Comité decidiu subir a taxa dos fundos federais para um intervalo entre 4,25 e 4,50 por cento”, anunciou o banco central norte-americano, em comunicado.
Depois de quatro reuniões consecutivas em que anunciou uma subida dos juros de 75 pontos base, a Fed decidiu naquele que é o sétimo aumento desde Março uma subida de 50 pontos base, conforme esperado pelos mercados.

16 Dez 2022

Deputado Leong Sun Iok preocupado com subida da taxa de juros

Num período de crise económica e com os rendimentos de grande parte dos cidadãos a encolherem, o deputado Leong Sun Iok quer saber se Ho Iat Seng tem medidas para ajudar as pessoas incapazes de pagar a hipoteca da casa

 

O deputado Leong Sun Iok está preocupado com a subida da taxa de juros que contribui para “aumentar a pressão financeira” sobre as famílias e que pode levar a graves consequências no mercado imobiliário. A mensagem foi revelada ontem, através de uma interpelação escrita, em que o legislador pergunta ao Executivo se tem medidas para apoiar a população.

Na perspectiva do homem ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), a subida de juros, a maior nos últimos 40 anos, está a afectar o território na pior altura possível, quando as pequenas e médias empresas (PME) e os residentes já atravessam dificuldades.

Neste contexto, o deputado quer saber o que vai fazer o Executivo de Ho Iat Seng: “Se olharmos para as regiões vizinhas, devido à subida acentuada dos juros pela Reserva Federal Americana, houve respostas com acções múltiplas. Será que o Governo vai estudar o impacto da subida das taxas de juro para os residentes e para a sociedade de Macau?”, perguntou. “Quais são os planos das autoridades para responder aos aumentos da taxa de juros e manter a estabilidade dos juros em Macau?”, acrescentou.

Como a pataca está indexada ao dólar de Hong Kong, que por sua vez está indexado ao dólar americano, sempre que a Reserva Federal Americana decide aumentar a taxa de juro, a movimentação reflecte-se em Macau. Nos EUA, a Reserva Federal tem aumentado várias vezes as taxas de juro, de forma a combater a inflação local.

Ameaça ao imobiliário

Uma das preocupações demonstrada pelo deputado da FAOM prende-se com a crescente dificuldade sentida por famílias afectadas pela económica no pagamento de empréstimos para habitação.

Segundo o deputado, em Setembro, depois de várias subidas da taxa de juro, ao mesmo tempo que cada vez mais residentes sofrem cortes nos rendimentos ou são despedidos, o número de incumprimentos nos empréstimos bancários quase duplicou. “Face a esta forte subida da taxa de juros e ao impacto da pandemia, se não houver outro apoio, teme-se que seja cada vez mais difícil garantir a sustentabilidade do mercado do imobiliário, com várias pessoas as falhar pagamentos, o que vai conduzir a uma série de problemas económicas e sociais”, afirmou Leong.

“Será que o Governo pode seguir as práticas e medidas de outras regiões e apoiar os residentes que têm de pagar empréstimos bancários para a habitação e não têm capacidade?”, questionou.

Ainda para evitar uma série de incumprimentos, que podem fazer com que mais casas acabem no mercado a preços baixos, Leong Sun Iok questionou também o Governo sobre a existência de planos para prolongar as medidas de apoio à economia, inclusive a suspensão do pagamento do montante principal dos empréstimos.

15 Nov 2022

AMCM | Taxa de juro básica desce “empurrada” pelo coronavírus

[dropcap]A[/dropcap] Autoridade Monetária de Macau (AMCM) anunciou ontem a revisão em baixa da taxa de redesconto, ou taxa de juro básica, (em 50 pontos-base), para 1,5 por cento. A decisão foi tomada “atendendo à indexação da pataca ao dólar de Hong Kong (HKD)”, e para “salvaguardar o funcionamento eficaz do regime de indexação cambial” das duas moedas.

Assim sendo, Macau acompanha a decisão da autoridade monetária da região vizinha, que, por sua vez, acompanha igual ajuste levado a cabo pela Reserva Federal dos Estados Unidos (FED), porque o HKD está indexado ao dólar americano.

O corte em 50 pontos-base na taxa de redesconto do dólar, anunciado Jerome Powell, presidente do FED, foi justificado como uma medida de emergência para endereçar o impacto da propagação do Covid- 19 na economia norte-americana.

Este foi o primeiro corte de emergência do FED na taxa de juro básica desde de 2008, à altura motivada pela crise dos subprimes, que provocou uma crise financeira global. Além disso, este foi também o maior corte desde essa altura.

Referindo-se ao impacto do surto de coronavírus na economia, o presidente do FED disse na terça-feira que a decisão de agir foi tomada depois da avaliação dos riscos, e tendo em conta que “ninguém sabe quanto tempo isto irá demorar”.

5 Mar 2020

AMCM | Taxa de juro básica desce “empurrada” pelo coronavírus

[dropcap]A[/dropcap] Autoridade Monetária de Macau (AMCM) anunciou ontem a revisão em baixa da taxa de redesconto, ou taxa de juro básica, (em 50 pontos-base), para 1,5 por cento. A decisão foi tomada “atendendo à indexação da pataca ao dólar de Hong Kong (HKD)”, e para “salvaguardar o funcionamento eficaz do regime de indexação cambial” das duas moedas.
Assim sendo, Macau acompanha a decisão da autoridade monetária da região vizinha, que, por sua vez, acompanha igual ajuste levado a cabo pela Reserva Federal dos Estados Unidos (FED), porque o HKD está indexado ao dólar americano.
O corte em 50 pontos-base na taxa de redesconto do dólar, anunciado Jerome Powell, presidente do FED, foi justificado como uma medida de emergência para endereçar o impacto da propagação do Covid- 19 na economia norte-americana.
Este foi o primeiro corte de emergência do FED na taxa de juro básica desde de 2008, à altura motivada pela crise dos subprimes, que provocou uma crise financeira global. Além disso, este foi também o maior corte desde essa altura.
Referindo-se ao impacto do surto de coronavírus na economia, o presidente do FED disse na terça-feira que a decisão de agir foi tomada depois da avaliação dos riscos, e tendo em conta que “ninguém sabe quanto tempo isto irá demorar”.

5 Mar 2020

China | Taxas de juro não vão ser reduzidas para estimular economia

[dropcap]O[/dropcap] governador do banco central da China disse ontem que a política monetária do país permanecerá “estável e saudável”, sugerindo que Pequim não seguirá os Estados Unidos e a Europa, que reduziram as taxas de juro.

Em conferência de imprensa, Yi Gang garantiu que o Banco do Povo Chinês vai evitar um “estímulo massivo”, apesar do impacto da guerra comercial entre Pequim e Washington.

A China registou, nos últimos anos, um ‘boom’ na dívida corporativa e dos governos locais, reflectindo um modelo económico assente no investimento em grandes obras públicas, como forma de assegurar altas taxas de crescimento económico após a crise financeira global de 2008.

Pequim tenta agora controlar o nível de endividamento, depois de várias agências de notação financeira terem reduzido a classificação de crédito da China.

“Acreditamos que, para a nossa política monetária, devemos permanecer comprometidos com o nosso próprio curso e seguir uma direcção estável e saudável”, disse Yi.

Tudo controlado

Em 2018, a economia chinesa cresceu 6,6 por cento, o ritmo mais lento dos últimos trinta anos, colocando pressão em Pequim para adoptar novas medidas de estímulo.

A liderança chinesa está a encetar uma transição no modelo económico do país, visando uma maior preponderância do sector dos serviços e do consumo, em detrimento das exportações e construção de obras públicas.

Mas a desaceleração tem sido mais acentuada do que o previsto, levando Pequim a reduzir as restrições no acesso ao crédito e a aumentar a despesa pública, visando evitar a destruição de empregos, o que poderia resultar em instabilidade social.

Os reguladores consideram que controlar a dívida das empresas e das famílias é uma prioridade. “Não devemos adoptar pacotes grandes de estímulo”, disse Yi. “Precisamos de garantir que a taxa de endividamento permanece estável, para que o nível total de dívida permaneça sustentável”, disse.

25 Set 2019

China | Taxas de juro não vão ser reduzidas para estimular economia

[dropcap]O[/dropcap] governador do banco central da China disse ontem que a política monetária do país permanecerá “estável e saudável”, sugerindo que Pequim não seguirá os Estados Unidos e a Europa, que reduziram as taxas de juro.
Em conferência de imprensa, Yi Gang garantiu que o Banco do Povo Chinês vai evitar um “estímulo massivo”, apesar do impacto da guerra comercial entre Pequim e Washington.
A China registou, nos últimos anos, um ‘boom’ na dívida corporativa e dos governos locais, reflectindo um modelo económico assente no investimento em grandes obras públicas, como forma de assegurar altas taxas de crescimento económico após a crise financeira global de 2008.
Pequim tenta agora controlar o nível de endividamento, depois de várias agências de notação financeira terem reduzido a classificação de crédito da China.
“Acreditamos que, para a nossa política monetária, devemos permanecer comprometidos com o nosso próprio curso e seguir uma direcção estável e saudável”, disse Yi.

Tudo controlado

Em 2018, a economia chinesa cresceu 6,6 por cento, o ritmo mais lento dos últimos trinta anos, colocando pressão em Pequim para adoptar novas medidas de estímulo.
A liderança chinesa está a encetar uma transição no modelo económico do país, visando uma maior preponderância do sector dos serviços e do consumo, em detrimento das exportações e construção de obras públicas.
Mas a desaceleração tem sido mais acentuada do que o previsto, levando Pequim a reduzir as restrições no acesso ao crédito e a aumentar a despesa pública, visando evitar a destruição de empregos, o que poderia resultar em instabilidade social.
Os reguladores consideram que controlar a dívida das empresas e das famílias é uma prioridade. “Não devemos adoptar pacotes grandes de estímulo”, disse Yi. “Precisamos de garantir que a taxa de endividamento permanece estável, para que o nível total de dívida permaneça sustentável”, disse.

25 Set 2019

Banca | Taxa de juro sobe para 2,75 por cento, o quarto aumento do ano

[dropcap]A[/dropcap] Autoridade Monetária de Macau (AMCM) elevou em um quarto de ponto percentual a taxa de juro de referência para 2,75 por cento. O aumento, o quarto desde o início do ano, foi anunciado na sexta-feira depois de a Autoridade Monetária de Hong Kong ter feito o mesmo na sequência da decisão da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed).
A pataca encontra-se indexada ao dólar de Hong Kong e, por essa via, ao dólar norte-americano, pelo que a uniformização da evolução da política da taxa de juros tem “a finalidade de salvaguardar o funcionamento eficaz do regime de indexação cambial, como referiu, em comunicado, a AMCM, que funciona como o “banco central” de Macau.
Após o terceiro aumento desde Setembro, a AMCM lembra que houve bancos que subiram a taxa de juro preferencial e as taxas de juro nas categorias de depósitos individuais, pelo que a taxa de juros do mercado monetário registou “uma tendência ascendente relativamente notória”. Um cenário que levou a entidade reguladora a advertir que, tendo em atenção “a tendência prevista dos custos de capital do mercado monetário, se prevê que os bancos de Macau ajustem as taxas de juro de retalho”.

27 Dez 2018

China | Banco Central mantém taxa de juros

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] banco central da China deixou ontem inalteradas as taxa de juros para empréstimos interbancários, uma decisão inesperada que coincide com o aperto da política monetária nos Estados Unidos e foi tomada juntamente com a divulgação de dados que mostram que a segunda maior economia do mundo perdeu mais força do que o esperado.
A decisão do Banco Popular da China destacou a incerteza sobre as perspectivas económicas no momento em que as autoridades tentam enfrentar o desafio de uma disputa comercial com os Estados Unidos e a batalha do governo contra a dívida.
A taxa para operações de recompra reversa de sete dias foi mantida em 2,55 por cento, a de 14 dias permaneceu em 2,70 por cento e a de 28 dias ficou em 2,85 por cento, disse o banco central em comunicado em seu site. As recompras reversas são uma das ferramentas mais usadas do banco central para controlar a liquidez no sistema financeiro.
Analistas esperavam que o banco central chinês acompanhasse o Federal Reserve e elevasse o juros, como tem a tendência de fazer, para manter estável o spread entre os rendimentos dos títulos chineses e norte-americanos, reduzindo os riscos de potencial saída de capital que poderia pressionar o yuan.
“Mas parece agora que o banco central chinês não precisa mais estabilizar a moeda”, disse Ken Cheung, estrategista sénior do Mizuho Bank. “Os dados económicos de Maio mostraram fraqueza na economia. Acredito que eles escolheram não elevar os juros agora para manter o ímpeto de crescimento económico.”
A China divulgou dados de actividade mais fracos do que o esperado para Maio, ampliando a visão de que a economia está finalmente a começar a desacelerar sob o peso do prolongado combate aos empréstimos mais arriscados que eleva os custos do empréstimo a empresas e consumidores. Na quarta-feira o Fed elevou a taxa de juros nos EUA em 0,25 ponto percentual pela segunda vez no ano, e deve fazer mais dois aumentos em 2018.

15 Jun 2018

Taxas do mercado monetário devem crescer três vezes em 2018

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Banco Popular da China fará aumentos modestos nas taxas do mercado monetário em 2018, porque pretende manter a pressão sobre a desalavancagem e evitar uma divergência excessiva com a política dos EUA, de acordo com uma pesquisa da Bloomberg. Projecta-se que o Banco Popular da China aumentará as taxas de juros em acordos de recompra reversa em cinco pontos-base três vezes neste ano, a partir do primeiro trimestre, mostra a pesquisa. Isso aumentaria a taxa – agora em 2,5 por cento – mais lentamente do que no ano passado, quando as autoridades a elevaram em cinco pontos-base em Dezembro, após dois aumentos de 10 pontos-base no primeiro trimestre.

Os economistas não prevêem nenhuma alteração na taxa de referência, que estabelece os custos de empréstimos em toda a economia, até o início de 2020, de acordo com outra pesquisa realizada pela Bloomberg. O banco central manteve a taxa de empréstimo de um ano inalterada desde Outubro de 2015.

Com essa trajectória, a China manteria um ritmo parecido com o do Federal Reserve dos EUA, que projecta três aumentos próprios neste ano, e Pequim conservaria a estabilidade financeira, mantendo a liquidez apertada e evitando saídas de capital. O BPC surpreendeu os investidores no mês passado quando, depois do aumento de 0,25 ponto do Fed, realizou o seu próprio movimento menor.

O BPC tem maior probabilidade de aumentar as taxas de juros do mercado aberto no primeiro semestre, porque provavelmente haverá mais forças contrárias para a economia nos últimos seis meses do ano, de acordo com Wang Yifeng, analista do instituto de pesquisa da China Minsheng Banking em Pequim. “Uma tendência de ajuste na prática será a principal orientação política, o que ajuda a equilibrar a redução da alavancagem e estabilizar o crescimento”, disse ele.

“Vai ser difícil ver a flexibilização da política monetária durante bastante tempo.” Uma reunião cimeira das autoridades encarregues das políticas económicas da China, conduzida pelo presidente Xi Jinping no mês passado, estabeleceu que a prevenção de risco será a principal “batalha crítica” para os próximos três anos.

A Conferência de Trabalho Económico Central, realizada todos os anos, adoptou um tom mais forte do que no ano anterior ao declarar que as comportas da oferta monetária deveriam ser “controladas”, em comparação com o anúncio do ano anterior, que pedia “ajuste”. Os analistas também projectam uma redução generalizada do coeficiente de reservas obrigatórias no quarto trimestre, de 17 por cento para 16,5 por cento, de acordo com diferentes pesquisas. Isso se somaria à redução projectada para ajudar as pequenas empresas, que havia sido anunciada no ano passado e entrou em vigor no dia 1 de Janeiro.

Ainda assim, o BPC talvez não acompanhe completamente os aumentos da taxa de juros do Fed neste ano, disse Liu Ligang, economista-chefe para a China do Citigroup em Hong Kong, em entrevista à Bloomberg Television na quarta-feira. É provável que o banco central faça no máximo dois aumentos em sua Facilidade Permanente de Crédito overnight, que estabelece um tecto para as taxas do BPC, mas “se o ajuste financeiro for excessivo, não podemos desconsiderar um corte dos requisitos de reserva”, disse Liu.

 

5 Jan 2018