Proibição de entrada de TNR | Governo nega discriminação e diz não confiar nos números da Covid-19 no sudeste asiático

A decisão de proibir a entrada no território a todos os trabalhadores não residentes estrangeiros, à excepção dos residentes da China, Hong Kong e Taiwan, está a dar polémica. Várias personalidades falam em discriminação, mas o director dos Serviços de Saúde nega críticas e diz que mais de metade dos novos casos são oriundos do sudeste asiático, pelo que há necessidade de prevenção. Lei Chin Ion apontou também que os dados oficiais destes países relativos à Covid-19 “não são credíveis”

 

[dropcap]A[/dropcap] medida foi tomada em poucas horas e sem pré-aviso: desde a meia-noite de quinta-feira passou a ser proibida a entrada em Macau de trabalhadores não residentes (TNR) estrangeiros, à excepção dos oriundos da China, Hong Kong e Taiwan. A medida visa combater o aparecimento de mais casos de infecção com o vírus da Covid-19. Não há, para já, uma data para a suspensão da proibição de entrada.

De pronto, surgiram críticas, mas Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), frisou ontem, na habitual conferência de imprensa sobre a pandemia Covid-19, que, dos sete novos casos de infecção importados, quatro são TNR, facto que motiva a acção imediata.

“Em quatro dias tivemos sete novos casos, quatro deles têm a ver com TNR, pelo que a proporção é muito elevada”, explicou o director dos SSM, negando que seja uma medida discriminatória, uma vez que, nas primeiras medidas adoptadas, “foi implementada a proibição de entrada a estrangeiros, mas os TNR estrangeiros podiam entrar, assim como pessoas de Hong Kong, Taiwan e China”.

“Não é uma medida discriminatória. Nunca teve este sentido, o que queremos é servir em primeiro lugar os residentes de Macau. É a nossa responsabilidade especial nesta causa pública para controlar a pandemia. Em todo o mundo se proíbe a entrada de estrangeiros. Quando os serviços são partilhados com estrangeiros isso é injusto para os residentes, afectando a sua saúde”, adiantou Lei Chin Ion.

O responsável rebateu as acusações de discriminação com o facto de os portadores de blue card poderem comprar máscaras nas farmácias convencionadas ao mesmo preço que os residentes. “Quando os TNR não estão em Macau não podemos assegurar a sua saúde. Se me perguntam se esta medida é justa ou não, só posso dizer que todos os que estão em Macau são tratados de forma igual, mas quanto aos que não estão em Macau não podemos fazer nada. Os que têm blue card são protegidos.”

Ainda assim, “há sempre uma certa diferença, e têm de perceber porque o documento de identificação é diferente”. As diferenças verificam-se “na atribuição do cheque pecuniário ou dos vales de saúde, as regalias e os tratamentos também são diferentes”, frisou.

“Nos próximos um ou dois meses iremos enfrentar o regresso dos estudantes [que são residentes da RAEM] que estão no estrangeiro e os recursos devem ser poupados e reservados aos residentes”, frisou.

O director dos SSM disse também que, horas depois desta medida entrar em vigor, ou seja, perto das três da manhã de quinta-feira, as autoridades conseguiram despistar um voo oriundo da Tailândia. “Comunicámos com a parte tailandesa sobre esta nova medida e conseguimos fazer com que boa parte dos TNR não embarcassem no voo.”

Dados pouco fiáveis

Lei Chin Ion admitiu também na conferência de imprensa não confiar nos dados oficiais apresentados pelos países do sudeste asiático no que diz respeito à infecção com o vírus SARS-Cov-2, que causa a Covid-19.

“Acredito nos dados do nosso país, mas os dados do sudeste asiático não são muito credíveis.”
“Não acredito que sejam verídicos, porque dos sete casos confirmados [no território], quatro são TNR, é mais de metade. Como especialista, digo que nem todos os dados são públicos e que há uma boa parte oculta.”

Questionado sobre eventuais medidas de apoio para quem perca o emprego e a casa, Lei Chin Ion garantiu que, numa primeira fase, é importante assegurar a protecção da saúde. O director dos SSM admitiu que a decisão pode afectar o funcionamento dos casinos.

“Mais vale afectar os casinos do que o resto da sociedade. Neste momento, os casinos não têm muitos turistas, será que precisam de todos os funcionários? Sabem melhor do que eu. Mas não podemos trazer riscos para toda a sociedade.”

Na mesma conferência de imprensa ficou garantido a manutenção da regra de quarentena obrigatória em Zhuhai para todos os TNR oriundos da China. “O hotel em Zhuhai já está cheio e estamos a acompanhar as medidas de quarentena por parte de Zhuhai”, disse Leong Iek Hou, coordenadora do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

O HM quis saber junto do Gabinete de Gestão de Crises de Turismo (GGCT) o que acontece com todos os TNR que acompanham residentes que estão a regressar a Macau e que estariam inscritos para aceder ao transporte especial do Aeroporto Internacional de Hong Kong para o território, a fim de cumprirem quarentena obrigatória.

Foi garantido que, tendo em conta a nova medida, “todos os trabalhadores não residentes com exclusão das situações acima referidas [TNR da China, Hong Kong e Taiwan] não poderão estar incluídos no uso do transporte especial entre o Aeroporto Internacional de Hong Kong e Macau”.

Ainda assim, o despacho assinado pelo Chefe do Executivo abre a porta a excepções, “por motivo de interesse público, nomeadamente a prevenção, controlo e tratamento da doença, socorro e emergência”, ou em “casos excepcionais de manutenção do funcionamento normal da RAEM ou das necessidades básicas de vida dos residentes”. Aí, “a autoridade sanitária pode dispensar o cumprimento da respectiva medida por parte das pessoas referidas no número anterior”.

Vozes contra

Jassy Santos, representante da Associação dos Progressistas dos Trabalhadores Domésticos de Macau, disse ao HM que esta medida é altamente discriminatória, porque há muitos TNR a tentar regressar a Macau para manter os empregos e que agora se vêm impossibilitados de entrar.

“É uma medida muito má, que não só é racista como discriminatória em relação aos portadores de blue card. Terá um enorme impacto, não apenas nos trabalhadores filipinos que estão a tentar regressar via Hong Kong ou Taiwan para salvarem o seu posto de trabalho.”

À TDM Rádio Macau, o jurista António Katchi também teve uma posição semelhante. “Há discriminação, claramente, porque não há aqui nenhuma razão plausível para distinguir, para este efeito, os residentes permanentes e não permanentes, por um lado, e os trabalhadores não residentes, por outro”.

Katchi disse ainda que “a medida é discriminatória porque, trata-se de uma preocupação sanitária, o risco de infecção que vem agora de fora de Macau, tanto vem de trabalhadores não residentes como vem de residentes de Macau. Provavelmente, o Governo está a basear-se numa pequena amostra, porque nos últimos dias houve alguns residentes não permanentes que foram detectados com o vírus, mas também houve residentes locais [infectados]. O facto de, numa pequena amostra, ter havido mais trabalhadores não residentes do que residentes, não significa que os trabalhadores não residentes ofereçam maior perigo de contágio e que tenham uma maior probabilidade de trazer o vírus, do que os residentes”.

O facto de a medida ter sido tomada em poucas horas constitui ainda uma “violação do princípio da boa fé, que também é um princípio fundamental consagrado no Código de Procedimento Administrativo, além do princípio de igualdade”.

José Pereira Coutinho, na qualidade de conselheiro do Conselho das Comunidades Portuguesas, lembrou à Lusa que esta é uma medida discriminatória que também afecta portugueses, pois muitos são portadores de blue card.

Deve “imperar o bom senso”, lembrou, uma vez que as autoridades devem “ter em atenção que muitos dos títulos de TNR estão a caducar” e que o prazo para os revalidar tem de ser estendido.

“É natural que estejam preocupados. (…) Com bom-senso e compreensão poderá resolver-se a situação, de deixá-los entrar, porque estão numa situação dramática, precisam do trabalho, [e] têm as suas famílias cá”, sustentou.

O conselheiro afirmou que “não são muitos os casos” e mostrou-se optimista: os portugueses “podem resolver facilmente a situação”, a começar pelo contacto com o GGCT, precisou, até porque muitos se encontravam de férias quando foi anunciada e entrou em vigor a proibição.

Coutinho diz que se cria “um sistema discriminatório para os trabalhadores não residentes”, uma vez que “temos casos de portugueses TNR que estão nos países adjacentes de Macau e esses como estão?”, exemplificou, para concluir: “O mais grave é que o coronavírus não vai ver passaporte ou nacionalidade para atacar”.

No dia em que entraram em vigor as novas restrições, foi lançada uma petição online, que contava com mais de 350 subscritores à altura do fecho de edição, que apela às autoridades a revogação da medida, por ser “extremamente injusta”.

Os subscritores do documento concordam com a absoluta necessidade de se conter o surto e consideram compreensível o controlo rigoroso à chegada a Macau. Contudo, lembram que isso “não deve levar à negação de direitos fundamentais” de pessoas que vivem e trabalham no território há anos, “e que não podem agora regressar às suas casas (…) e às suas famílias”, lembrando que, segundo os dados oficiais há mais de 190 mil trabalhadores não-residentes.

Nos testemunhos colocados na petição, muitos fazem referência a situações dramáticas de risco de pobreza. “Trabalhamos para alimentar as nossas famílias, e banir todos os portadores de blue card significa que o Governo de Macau está a restringir o seu acesso ao trabalho. Sem trabalho não há salário, logo não há comida no prato. Peço que reconsiderem, deixem-nos em conjunto ajudar a lutar e a travar esta pandemia”, pode ler-se.

20 Mar 2020

Covid-19 | Macau regista mais um caso, o quinto importado em menos de três dias

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau anunciou hoje mais um novo caso importado de infecção pelo novo coronavírus, o quinto em cerca de 72 horas, depois de 40 dias sem qualquer pessoa infectada. Trata-se de um homem de nacionalidade filipina, de 31 anos, trabalhador não-residente em Macau, explicaram as autoridades em conferência de imprensa.

O cidadão filipino saiu de Macau no dia 27 de Janeiro para as Filipinas e regressou com destino a Hong Kong no dia 16 de Março. No mesmo dia, efectuou a ligação a Macau de autocarro através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. No dia 17 de Março, queixando-se de dores de dentes e erupção cutânea foi a um hospital e “foi classificado como um caso de risco médio”, detalharam. Hoje à tarde foi confirmação o resultado positivo.

Depois de 40 dias sem novos casos de Covid-19, Macau registou entre Segunda-feira e hoje cinco novos casos importados, um de Portugal, um de Espanha, outro do Reino Unido e outros dois hoje: Indonésia e Filipinas.

Antes destas cinco confirmações, Macau registava dez casos de infecção com o vírus de Covid-19, tendo todos já recebido alta hospitalar. Agora, são 15 o número de pessoas em Macau infectadas desde que o surto começou.

A informação foi divulgada no dia em que entrou em vigor o fecho quase total das fronteiras do território, onde só vai ser permitida a entrada dos residentes de Macau, da China continental, Hong Kong e Taiwan e dos trabalhadores não residentes de Macau.

Na Terça-feira entrou em vigor a quarentena quase total a todos aqueles que entrem no território, de forma a conter casos importados, após mais de um mês sem detectar infecções pelo novo coronavírus.

Esta medida é imposta a todas as pessoas que viajaram em países nos 14 dias anteriores à entrada no território, com excepção da China continental, Taiwan e Hong Kong.

Estas duas decisões por parte do Governo de Macau chegam numa altura em que muitos residentes do território regressam a Macau devido ao crescente número de casos de Covid-19 registados na Europa.

Quem regressar de uma zona alta incidência, como é o caso da Europa e dos Estados Unidos, terá obrigatoriamente de fazer quarentena de 14 dias num dos dois hotéis designados pelas autoridades.

“A propagação agora está a ser de alta escola a nível mundial”, frisou hoje, na mesma conferência de imprensa, a coordenadora do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Leong Iek Hou.

“Há uma forte possibilidade de casos importados aparecerem em Macau”, daí a importância do controlo fronteiriço e das normas de quarentena impostas no início da semana, sublinhou.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infectou mais de 189 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram. Das pessoas infectadas em todo o mundo, mais de 81 mil recuperaram da doença.

A China registou nas últimas 24 horas 11 mortos e 13 novos casos infecção de Covid-19, mas só um é de Wuhan, todos os outros 12 são importados.

O surto começou na China, em Dezembro, e espalhou-se por mais de 146 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

18 Mar 2020

Covid-19 | Governo considera novo caso de “risco moderado”

O Governo considerou baixo o risco de um novo surto na comunidade, apesar do novo caso confirmado de uma mulher sul-coreana oriunda de Portugal. Rastreado o percurso, há agora sete pessoas de contacto próximo, incluindo o namorado português que se encontram em observação

 

[dropcap]A[/dropcap]pós o anúncio do 11º caso com o novo tipo de coronavírus em Macau, os Serviços de Saúde (SS) consideram baixo o risco de um novo surto na comunidade. A declaração foi proferida ontem por Leong Iek Hou, do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença, após considerar o novo caso de “risco moderado”.

“Conseguimos encontrar a origem. Acreditamos que não teve contacto com muitas pessoas na comunidade. Neste momento, não há grande possibilidade de surgir um surto na comunidade”, afirmou Leong Iek Hou, por ocasião da conferência diária sobre o novo tipo de coronavírus.

Leong Iek Hou defendeu ainda que o reforço das medidas de controlo de fronteira anunciadas ontem, que alargam a obrigatoriedade de fazer quarentena a todas as regiões à excepção do Interior da China, Hong Kong e Taiwan são eficazes para combater a epidemia e que “podem reduzir o número de casos importados”.
Momentos antes, apesar de admitir a “má notícia que foi o 11º caso” o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion mostrou-se também confiante nas medidas que têm sido tomadas.

“Hoje [ontem] quando acordaram (…) muitos ficaram desiludidos e muita gente diz que perdemos essa batalha. Essa batalha é importante para todos os cidadãos e é graças à cooperação de todos que conseguimos algum sucesso, o que é muito importante para nós. Acho que esse resultado é a prova de que as medidas que tomámos estavam correctas”, disse Lei Chin Ion.

De máscara

Fruto do novo caso confirmado em Macau, há sete pessoas de contacto próximo com a 11ª paciente, entre as quais está o namorado português que já testou negativo para a Covid-19, confirmou Leong Iek Hou, partilhando também que todos se encontram em observação.

Por volta das 00h30 do dia 14 de Março, a doente, uma hospedeira da Air Macau, chegou ao território através da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e no mesmo dia começou a manifestar tosse ligeira, tendo-se deslocado no dia seguinte ao Centro Hospitalar Conde de São Januário.

“Trata-se de uma mulher de 26 anos (…) que vive no quinto bloco do One Oasis de Seac Pai Van. No dia 14 de Março começou a manifestar sintomas e também tosse leve (…) mas só no dia 15 começou a sentir tonturas e febre”, explicou Leong Iek Hou.

A responsável dos SS revelou ainda o percurso feito pela paciente após ter manifestado sintomas, garantindo, contudo, que esta usou sempre máscara.

“Depois de manifestar sintomas, pelas 14h10 seguiram no shuttle bus do One Oasis para o centro da Taipa (…) onde almoçaram em dois restaurantes. Depois foram fazer compras na farmácia e em algumas lojas coreanas e acompanhou o namorado ao cabeleireiro. Pelas 16h20 foram ao supermercado Park n´Shop e ainda a uma oficina para reparar o carro”, partilhou.

Segundo Leong Iek Hou, no voo em que viajou a paciente e que saiu do Porto e fez escala no Dubai, seguiam a bordo 26 estudantes de Macau, sendo que três foram considerados de contacto próximo. Destes, um apresenta febre e está agora internado.

17 Mar 2020

Covid-19 | Governo considera novo caso de “risco moderado”

O Governo considerou baixo o risco de um novo surto na comunidade, apesar do novo caso confirmado de uma mulher sul-coreana oriunda de Portugal. Rastreado o percurso, há agora sete pessoas de contacto próximo, incluindo o namorado português que se encontram em observação

 
[dropcap]A[/dropcap]pós o anúncio do 11º caso com o novo tipo de coronavírus em Macau, os Serviços de Saúde (SS) consideram baixo o risco de um novo surto na comunidade. A declaração foi proferida ontem por Leong Iek Hou, do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença, após considerar o novo caso de “risco moderado”.
“Conseguimos encontrar a origem. Acreditamos que não teve contacto com muitas pessoas na comunidade. Neste momento, não há grande possibilidade de surgir um surto na comunidade”, afirmou Leong Iek Hou, por ocasião da conferência diária sobre o novo tipo de coronavírus.
Leong Iek Hou defendeu ainda que o reforço das medidas de controlo de fronteira anunciadas ontem, que alargam a obrigatoriedade de fazer quarentena a todas as regiões à excepção do Interior da China, Hong Kong e Taiwan são eficazes para combater a epidemia e que “podem reduzir o número de casos importados”.
Momentos antes, apesar de admitir a “má notícia que foi o 11º caso” o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion mostrou-se também confiante nas medidas que têm sido tomadas.
“Hoje [ontem] quando acordaram (…) muitos ficaram desiludidos e muita gente diz que perdemos essa batalha. Essa batalha é importante para todos os cidadãos e é graças à cooperação de todos que conseguimos algum sucesso, o que é muito importante para nós. Acho que esse resultado é a prova de que as medidas que tomámos estavam correctas”, disse Lei Chin Ion.

De máscara

Fruto do novo caso confirmado em Macau, há sete pessoas de contacto próximo com a 11ª paciente, entre as quais está o namorado português que já testou negativo para a Covid-19, confirmou Leong Iek Hou, partilhando também que todos se encontram em observação.
Por volta das 00h30 do dia 14 de Março, a doente, uma hospedeira da Air Macau, chegou ao território através da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e no mesmo dia começou a manifestar tosse ligeira, tendo-se deslocado no dia seguinte ao Centro Hospitalar Conde de São Januário.
“Trata-se de uma mulher de 26 anos (…) que vive no quinto bloco do One Oasis de Seac Pai Van. No dia 14 de Março começou a manifestar sintomas e também tosse leve (…) mas só no dia 15 começou a sentir tonturas e febre”, explicou Leong Iek Hou.
A responsável dos SS revelou ainda o percurso feito pela paciente após ter manifestado sintomas, garantindo, contudo, que esta usou sempre máscara.
“Depois de manifestar sintomas, pelas 14h10 seguiram no shuttle bus do One Oasis para o centro da Taipa (…) onde almoçaram em dois restaurantes. Depois foram fazer compras na farmácia e em algumas lojas coreanas e acompanhou o namorado ao cabeleireiro. Pelas 16h20 foram ao supermercado Park n´Shop e ainda a uma oficina para reparar o carro”, partilhou.
Segundo Leong Iek Hou, no voo em que viajou a paciente e que saiu do Porto e fez escala no Dubai, seguiam a bordo 26 estudantes de Macau, sendo que três foram considerados de contacto próximo. Destes, um apresenta febre e está agora internado.

17 Mar 2020

Covid-19 | Governo considera novo caso de “risco moderado”

O Governo considerou baixo o risco de um novo surto na comunidade, apesar do novo caso confirmado de uma mulher sul-coreana oriunda de Portugal. Rastreado o percurso, há agora sete pessoas de contacto próximo, incluindo o namorado português que se encontram em observação

 
[dropcap]A[/dropcap]pós o anúncio do 11º caso com o novo tipo de coronavírus em Macau, os Serviços de Saúde (SS) consideram baixo o risco de um novo surto na comunidade. A declaração foi proferida ontem por Leong Iek Hou, do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença, após considerar o novo caso de “risco moderado”.
“Conseguimos encontrar a origem. Acreditamos que não teve contacto com muitas pessoas na comunidade. Neste momento, não há grande possibilidade de surgir um surto na comunidade”, afirmou Leong Iek Hou, por ocasião da conferência diária sobre o novo tipo de coronavírus.
Leong Iek Hou defendeu ainda que o reforço das medidas de controlo de fronteira anunciadas ontem, que alargam a obrigatoriedade de fazer quarentena a todas as regiões à excepção do Interior da China, Hong Kong e Taiwan são eficazes para combater a epidemia e que “podem reduzir o número de casos importados”.
Momentos antes, apesar de admitir a “má notícia que foi o 11º caso” o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion mostrou-se também confiante nas medidas que têm sido tomadas.
“Hoje [ontem] quando acordaram (…) muitos ficaram desiludidos e muita gente diz que perdemos essa batalha. Essa batalha é importante para todos os cidadãos e é graças à cooperação de todos que conseguimos algum sucesso, o que é muito importante para nós. Acho que esse resultado é a prova de que as medidas que tomámos estavam correctas”, disse Lei Chin Ion.

De máscara

Fruto do novo caso confirmado em Macau, há sete pessoas de contacto próximo com a 11ª paciente, entre as quais está o namorado português que já testou negativo para a Covid-19, confirmou Leong Iek Hou, partilhando também que todos se encontram em observação.
Por volta das 00h30 do dia 14 de Março, a doente, uma hospedeira da Air Macau, chegou ao território através da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e no mesmo dia começou a manifestar tosse ligeira, tendo-se deslocado no dia seguinte ao Centro Hospitalar Conde de São Januário.
“Trata-se de uma mulher de 26 anos (…) que vive no quinto bloco do One Oasis de Seac Pai Van. No dia 14 de Março começou a manifestar sintomas e também tosse leve (…) mas só no dia 15 começou a sentir tonturas e febre”, explicou Leong Iek Hou.
A responsável dos SS revelou ainda o percurso feito pela paciente após ter manifestado sintomas, garantindo, contudo, que esta usou sempre máscara.
“Depois de manifestar sintomas, pelas 14h10 seguiram no shuttle bus do One Oasis para o centro da Taipa (…) onde almoçaram em dois restaurantes. Depois foram fazer compras na farmácia e em algumas lojas coreanas e acompanhou o namorado ao cabeleireiro. Pelas 16h20 foram ao supermercado Park n´Shop e ainda a uma oficina para reparar o carro”, partilhou.
Segundo Leong Iek Hou, no voo em que viajou a paciente e que saiu do Porto e fez escala no Dubai, seguiam a bordo 26 estudantes de Macau, sendo que três foram considerados de contacto próximo. Destes, um apresenta febre e está agora internado.

17 Mar 2020

Covid-19 | Governo mantém plano de fornecimento de máscaras apesar de não existirem novos infectados

Apesar de Macau estar há 34 dias sem novos casos de infecção com o Covid-19, o Governo continua a exigir o uso de máscara tendo em conta a rápida propagação da epidemia fora da Ásia. Numa altura em que começam a faltar máscaras na Europa, as autoridades asseguram a continuação da importação e do fornecimento

 

[dropcap]P[/dropcap]restes a terminar a quinta ronda de fornecimento de máscaras à população, o Governo promete uma sexta ronda e exige a continuação do uso deste tipo de material, mesmo que o território esteja sem novos casos de infecção há 34 dias. A informação foi avançada ontem por Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), Leong Iek Hou, em conferência de imprensa.

“De acordo com o nosso plano vamos lançar a sexta ronda de máscaras, mas só vamos anunciar os detalhes no último dia da quinta ronda. Neste momento continuamos a comprar máscaras e todos os dias há novas máscaras a chegar”, frisou. Os novos detalhes da sexta ronda serão, assim, avançados esta quinta-feira, dia 12.

Questionada sobre o facto deste tipo de material começar a escassear na Europa, onde o número de novos casos de infecção não pára de aumentar, Leong Iek Hou afastou qualquer tipo de preocupação.

“É cada vez mais difícil adquirir máscaras e no exterior é proibido a exportação, mas vamos continuar a procurar fontes para adquirir máscaras”, disse a responsável, que deixou claro que a situação em Macau está controlada devido, precisamente, ao uso de protecção facial por parte das pessoas.

“Podemos acompanhar a evolução da epidemia a nível mundial e achamos que não estamos no momento oportuno para retirar as máscaras. Os cidadãos devem persistir com as medidas anunciadas. Há 34 dias que não há novos casos de infecção, mas isso deve-se à persistência de toda a população e às medidas tomadas”, acrescentou Leong Iek Hou.

Ao sabor do tempo

A coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença dos SSM não conseguiu dar uma previsão sobre se o fornecimento de máscaras deverá manter-se até ao final do ano ou se será cancelado antes.

“Esta doença é imprevisível e há diversas opiniões. No exterior a situação continua muito grave e, além disso, continuam a existir alterações e mudanças e ninguém consegue assegurar quando é que a epidemia vai terminar.”

Alvis Lo, médico infecciologista dos SSM, declarou que as autoridades estão agora focadas no controlo da doença vinda do exterior. “Estamos sempre a preparar-nos para o pior cenário e não sabemos o que vamos encontrar amanhã. Estamos a prevenir a importação de casos não apenas de Hubei mas a nível mundial. Estamos bem preparados e o sistema médico também está preparado.”

Além das máscaras fornecidas a quem vive no território, o Governo prepara-se para distribuir máscaras aos alunos que se encontram a frequentar cursos do ensino superior no exterior. Até às 17h00 do dia 12 de Março, estes podem inscrever-se online junto da Direcção dos Serviços do Ensino Superior (DSES). Chan Iok Wai, representante deste organismo público, adiantou que os Correios criaram um balcão especial para a distribuição de máscaras aos familiares destes estudantes junto ao Instituto Politécnico de Macau. Até ao dia de ontem, 1200 estudantes estavam inscritos.

Relativamente aos residentes de Macau que regressaram este sábado de Hubei num voo fretado estão em situação estável. Serão realizados testes pela segunda vez esta sexta-feira, sendo ainda feito um terceiro teste no 13º dia depois da viagem.

Tailândia | Voos cancelados

Inês Chan, representa da Direcção dos Serviços de Turismo, adiantou ontem na habitual conferência de imprensa diária sobre o novo coronavírus de que não há voos ou excursões para a Tailândia, tendo em conta que as autoridades do país decidiram impor quarentena a todos os turistas oriundos de Macau. “Só verificamos algumas informações nos media, neste momento não há excursões para a Tailândia e não vão haver nos próximos dias. Há alguns voos para Banguecoque, mas para outras cidades da Tailândia já foram cancelados todos os voos”, frisou.

Regressados de Itália em quarentena

Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença dos SSM, adiantou ontem que há, neste momento, quatro pessoas regressadas de Itália em regime de quarentena. No total, são 71 pessoas nesta situação, regressadas também de países onde o foco do vírus é elevado, como é o caso, além da Itália, da Coreia do Sul e Irão. Um total de 45 pessoas cumprem residência nas suas casas, enquanto que 24 se encontram na Pousada Marina Infante.

10 Mar 2020

Covid-19 | Governo mantém plano de fornecimento de máscaras apesar de não existirem novos infectados

Apesar de Macau estar há 34 dias sem novos casos de infecção com o Covid-19, o Governo continua a exigir o uso de máscara tendo em conta a rápida propagação da epidemia fora da Ásia. Numa altura em que começam a faltar máscaras na Europa, as autoridades asseguram a continuação da importação e do fornecimento

 
[dropcap]P[/dropcap]restes a terminar a quinta ronda de fornecimento de máscaras à população, o Governo promete uma sexta ronda e exige a continuação do uso deste tipo de material, mesmo que o território esteja sem novos casos de infecção há 34 dias. A informação foi avançada ontem por Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), Leong Iek Hou, em conferência de imprensa.
“De acordo com o nosso plano vamos lançar a sexta ronda de máscaras, mas só vamos anunciar os detalhes no último dia da quinta ronda. Neste momento continuamos a comprar máscaras e todos os dias há novas máscaras a chegar”, frisou. Os novos detalhes da sexta ronda serão, assim, avançados esta quinta-feira, dia 12.
Questionada sobre o facto deste tipo de material começar a escassear na Europa, onde o número de novos casos de infecção não pára de aumentar, Leong Iek Hou afastou qualquer tipo de preocupação.
“É cada vez mais difícil adquirir máscaras e no exterior é proibido a exportação, mas vamos continuar a procurar fontes para adquirir máscaras”, disse a responsável, que deixou claro que a situação em Macau está controlada devido, precisamente, ao uso de protecção facial por parte das pessoas.
“Podemos acompanhar a evolução da epidemia a nível mundial e achamos que não estamos no momento oportuno para retirar as máscaras. Os cidadãos devem persistir com as medidas anunciadas. Há 34 dias que não há novos casos de infecção, mas isso deve-se à persistência de toda a população e às medidas tomadas”, acrescentou Leong Iek Hou.

Ao sabor do tempo

A coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença dos SSM não conseguiu dar uma previsão sobre se o fornecimento de máscaras deverá manter-se até ao final do ano ou se será cancelado antes.
“Esta doença é imprevisível e há diversas opiniões. No exterior a situação continua muito grave e, além disso, continuam a existir alterações e mudanças e ninguém consegue assegurar quando é que a epidemia vai terminar.”
Alvis Lo, médico infecciologista dos SSM, declarou que as autoridades estão agora focadas no controlo da doença vinda do exterior. “Estamos sempre a preparar-nos para o pior cenário e não sabemos o que vamos encontrar amanhã. Estamos a prevenir a importação de casos não apenas de Hubei mas a nível mundial. Estamos bem preparados e o sistema médico também está preparado.”
Além das máscaras fornecidas a quem vive no território, o Governo prepara-se para distribuir máscaras aos alunos que se encontram a frequentar cursos do ensino superior no exterior. Até às 17h00 do dia 12 de Março, estes podem inscrever-se online junto da Direcção dos Serviços do Ensino Superior (DSES). Chan Iok Wai, representante deste organismo público, adiantou que os Correios criaram um balcão especial para a distribuição de máscaras aos familiares destes estudantes junto ao Instituto Politécnico de Macau. Até ao dia de ontem, 1200 estudantes estavam inscritos.
Relativamente aos residentes de Macau que regressaram este sábado de Hubei num voo fretado estão em situação estável. Serão realizados testes pela segunda vez esta sexta-feira, sendo ainda feito um terceiro teste no 13º dia depois da viagem.

Tailândia | Voos cancelados

Inês Chan, representa da Direcção dos Serviços de Turismo, adiantou ontem na habitual conferência de imprensa diária sobre o novo coronavírus de que não há voos ou excursões para a Tailândia, tendo em conta que as autoridades do país decidiram impor quarentena a todos os turistas oriundos de Macau. “Só verificamos algumas informações nos media, neste momento não há excursões para a Tailândia e não vão haver nos próximos dias. Há alguns voos para Banguecoque, mas para outras cidades da Tailândia já foram cancelados todos os voos”, frisou.

Regressados de Itália em quarentena

Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença dos SSM, adiantou ontem que há, neste momento, quatro pessoas regressadas de Itália em regime de quarentena. No total, são 71 pessoas nesta situação, regressadas também de países onde o foco do vírus é elevado, como é o caso, além da Itália, da Coreia do Sul e Irão. Um total de 45 pessoas cumprem residência nas suas casas, enquanto que 24 se encontram na Pousada Marina Infante.

10 Mar 2020

Covid-19 | Último infectado teve hoje alta

[dropcap]O[/dropcap] último paciente internado com Covid-19 em Macau recebeu hoje alta hospitalar, anunciou o director dos Serviços de Saúde. “Nem pacientes internados, nem mortos devido ao novo coronavírus”, declarou Lei Chin Ion, na conferência de imprensa diária do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.
Macau está há 31 dias sem novos registos da doença Covid-19, tendo registado apenas dez casos. Após 34 dias de internamento, a paciente, de 64 anos, encontra-se agora em isolamento na convalescença no centro clínico de saúde pública do alto de Coloane, acrescentou o médico do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Lo Ick Long.
A residente foi hospitalizada em 1 de Fevereiro, tendo sido confirmada como o oitavo caso da doença em Macau, indicou o mesmo responsável. Lo acrescentou que, nas últimas 24 horas, o laboratório de saúde pública efetuou 132 análises, todas negativas.
A coordenadora do Centro de Prevenção e Controlo da Doença indicou que 65 pessoas provenientes de áreas de alta incidência epidémica entraram em Macau até às 09:00 de hoje. Destas 65, todas sob observação médica, 44 estão em casa e 21 na Pousada Marina Infante, estabelecimento hoteleiro na ilha da Taipa onde está instalado, desde 30 de Janeiro, um centro de isolamento, disse a médica Leong Ick Hou.
Também deste grupo sob observação médica, 58 são residentes de Macau, três são turistas/trabalhadores da Coreia do Sul, três são turistas da China e um é turista de Hong Kong, acrescentou.
O Corpo de Polícia de Segurança Pública indicou que foram registados na quinta-feira 66 mil entradas e saídas das fronteiras de Macau, o que representa um aumento de 7,5% em relação ao dia anterior.
“Verificámos também um aumento nas entradas e saídas dos residentes”, com cerca de 24 mil pessoas a entrar (mais 6,4% do que na quarta-feira) e cerca de 24 mil a sair (mais 8,8%), disse Lei Tak Fai, reiterando o apelo das autoridades à população para evitar sair do território.
A epidemia de Covid-19, detectado em Dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou 3.385 mortos e infectou mais de 98 mil pessoas em 87 países e territórios, incluindo nove em Portugal. Das pessoas infectadas, mais de 55 mil recuperaram.
Além de 3.042 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas, San Marino, Iraque, Suíça, Espanha, Reino Unido e Países Baixos.

6 Mar 2020

Covid-19 | Último infectado teve hoje alta

[dropcap]O[/dropcap] último paciente internado com Covid-19 em Macau recebeu hoje alta hospitalar, anunciou o director dos Serviços de Saúde. “Nem pacientes internados, nem mortos devido ao novo coronavírus”, declarou Lei Chin Ion, na conferência de imprensa diária do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

Macau está há 31 dias sem novos registos da doença Covid-19, tendo registado apenas dez casos. Após 34 dias de internamento, a paciente, de 64 anos, encontra-se agora em isolamento na convalescença no centro clínico de saúde pública do alto de Coloane, acrescentou o médico do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Lo Ick Long.

A residente foi hospitalizada em 1 de Fevereiro, tendo sido confirmada como o oitavo caso da doença em Macau, indicou o mesmo responsável. Lo acrescentou que, nas últimas 24 horas, o laboratório de saúde pública efetuou 132 análises, todas negativas.

A coordenadora do Centro de Prevenção e Controlo da Doença indicou que 65 pessoas provenientes de áreas de alta incidência epidémica entraram em Macau até às 09:00 de hoje. Destas 65, todas sob observação médica, 44 estão em casa e 21 na Pousada Marina Infante, estabelecimento hoteleiro na ilha da Taipa onde está instalado, desde 30 de Janeiro, um centro de isolamento, disse a médica Leong Ick Hou.

Também deste grupo sob observação médica, 58 são residentes de Macau, três são turistas/trabalhadores da Coreia do Sul, três são turistas da China e um é turista de Hong Kong, acrescentou.

O Corpo de Polícia de Segurança Pública indicou que foram registados na quinta-feira 66 mil entradas e saídas das fronteiras de Macau, o que representa um aumento de 7,5% em relação ao dia anterior.

“Verificámos também um aumento nas entradas e saídas dos residentes”, com cerca de 24 mil pessoas a entrar (mais 6,4% do que na quarta-feira) e cerca de 24 mil a sair (mais 8,8%), disse Lei Tak Fai, reiterando o apelo das autoridades à população para evitar sair do território.

A epidemia de Covid-19, detectado em Dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou 3.385 mortos e infectou mais de 98 mil pessoas em 87 países e territórios, incluindo nove em Portugal. Das pessoas infectadas, mais de 55 mil recuperaram.

Além de 3.042 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas, San Marino, Iraque, Suíça, Espanha, Reino Unido e Países Baixos.

6 Mar 2020

SSM | Governo diz que tem obrigação de proteger cidadãos

O director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, apontou a existência de “pressão” para resgatar os cidadãos de Macau em Hubei e a declaração foi interpretada como uma responsabilização da imprensa. Ontem, Lei esclareceu que o resgate faz parte das obrigações do Executivo

 
[dropcap]N[/dropcap]o domingo, Lei Chin Ion afirmou que o Governo estava sob forte pressão para resgatar os residentes de Macau em Wuhan. A declaração foi alvo de diversas interpretações, mas nas redes sociais foram vários os ataques aos meios de comunicação social em língua portuguesa, devido à insistência no tema.
No entanto, ontem, o director dos Serviços de Saúde veio a público esclarecer as declarações e apontar que a “pressão” se deve às funções do Executivo para com a sua população.
“Eu disse que havia uma grande pressão. Na internet houve quem fizesse diferentes interpretações destas declarações. Mas a pressão deve-se à responsabilidade que o Governo tem de tomar conta dos cidadãos”, afirmou Lei Chin Ion. “É uma tarefa muito difícil e é dessa responsabilidade que vem a pressão”, acrescentou.
Nas mesmas declarações, Lei apontou dois motivos para que o “resgate” possa agora ser realizado. “Primeiro, em Macau a epidemia está controlada e não há casos novos há 27 dias. Em segundo lugar, a situação de Wuhan é mais estável e há cada vez menos casos […] os riscos envolvidos são mais reduzidos”, afirmou.
De seguida, Lei Chin Ion saiu em defesa da classe dos jornalistas. “Acho que todos vão concordar que a responsabilidade dos jornalistas passa por fiscalizar o Governo e fazer eco das diferentes vozes da sociedade. Os jornalistas só estão a fazer o seu trabalho e não estão a fazer qualquer tipo de pressão”, concluiu.
Segundo os números apresentados ontem, neste momento há 46 residentes em Hubei, que se dividem em 27 famílias, com condições para serem trazidos para Macau. No entanto, antes de poderem embarcar, vão ter de ser alvo de exames no aeroporto. O Governo garante que tem as condições para liderar este processo e assegurar a segurança de todos.
Entre estes residentes constam dois menores, um com 17 anos, que pode ser transportado sozinho e uma menina com 10 anos, que precisa de viajar com um encarregado de educação. Esta pessoa terá de ficar de quarentena assim que o voo chegar a Macau.

Explicações de regresso

A principal novidade anunciada na conferência de imprensa de ontem é o regresso à actividade dos centros de explicações e dos centros de formação ligados ao programa de aperfeiçoamento contínuo.
“Há muitos encarregados de educação que precisam de trabalhar e não têm com quem deixar as crianças. Também há muita gente que quer frequentar os espaços de formação continua. Por isso, a partir de hoje os centros vão reabrir”, anunciou Wong Chi Iong, Chefe da Divisão de Extensão Educativa da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ).
No entanto, Wong realçou que a segurança continua a ser a prioridade e que esta reabertura já estava a ser preparada desde sexta-feira. “A segurança é o mais importante e nesse sentido houve uma reunião com as diferentes associações no dia 28 de Fevereiro, em que foram transmitidas as obrigações e as diversas medidas de segurança”, revelou.
Segundo as normas transmitidas, estes centros têm de exigir a utilização de máscaras, disponibilizar gel desinfectante para as mãos e que a declaração de saúde seja preenchida. Com vista ao funcionamento pleno, o Executivo disponibilizou 37.500 máscaras aos centros e 7.000 embalagens de gel.

Ajuntamentos | Confirmadas operações de dispersão

As autoridades de Macau estão a realizar operações para dispersar os cidadãos quando se registam grandes ajuntamentos. Uma dessas operações terá acontecido ontem, na Praça do Tap Seac, e foi confirmada por Lei Tak Fai, chefe da Divisão de Relações Públicas do Corpo de Polícia de Segurança Pública. “Enviamos agentes para os sítios com grande concentração. Seguimos as orientações do Governo e vamos continuar a articular-nos com elas. Por isso, já apelámos várias vezes às pessoas para que não saiam de casa”, apelou Lei Tak Fai.

Máscaras | Menos funcionários a vender

A quinta fase do programa do Governo de venda de máscaras tem hoje início. Ontem, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, apelou ao cidadãos para que evitem uma corrida aos centros públicos de venda. Segundo a explicação de Lei, uma vez que a Função Pública regressou ao trabalho, há menos pessoas disponíveis para estarem nos postos de venda. Por outro lado, o director dos SSM, recordou que apesar de haver uma grande corrida nos primeiros dias à venda de máscaras, que nos últimos dias das diferentes fases há sempre menos filas, o que pode ser melhor para os cidadãos, que assim evitam concentrações. Lei Chin Ion recusou ainda a hipótese de haver problemas com as máscaras que em vez de plástico utilizam fitas para se presas: “Não temos tido queixas, todas as máscaras foram bem aceites pela população”, atirou.

3 Mar 2020

SSM | Governo diz que tem obrigação de proteger cidadãos

O director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, apontou a existência de “pressão” para resgatar os cidadãos de Macau em Hubei e a declaração foi interpretada como uma responsabilização da imprensa. Ontem, Lei esclareceu que o resgate faz parte das obrigações do Executivo

 

[dropcap]N[/dropcap]o domingo, Lei Chin Ion afirmou que o Governo estava sob forte pressão para resgatar os residentes de Macau em Wuhan. A declaração foi alvo de diversas interpretações, mas nas redes sociais foram vários os ataques aos meios de comunicação social em língua portuguesa, devido à insistência no tema.

No entanto, ontem, o director dos Serviços de Saúde veio a público esclarecer as declarações e apontar que a “pressão” se deve às funções do Executivo para com a sua população.

“Eu disse que havia uma grande pressão. Na internet houve quem fizesse diferentes interpretações destas declarações. Mas a pressão deve-se à responsabilidade que o Governo tem de tomar conta dos cidadãos”, afirmou Lei Chin Ion. “É uma tarefa muito difícil e é dessa responsabilidade que vem a pressão”, acrescentou.

Nas mesmas declarações, Lei apontou dois motivos para que o “resgate” possa agora ser realizado. “Primeiro, em Macau a epidemia está controlada e não há casos novos há 27 dias. Em segundo lugar, a situação de Wuhan é mais estável e há cada vez menos casos […] os riscos envolvidos são mais reduzidos”, afirmou.

De seguida, Lei Chin Ion saiu em defesa da classe dos jornalistas. “Acho que todos vão concordar que a responsabilidade dos jornalistas passa por fiscalizar o Governo e fazer eco das diferentes vozes da sociedade. Os jornalistas só estão a fazer o seu trabalho e não estão a fazer qualquer tipo de pressão”, concluiu.

Segundo os números apresentados ontem, neste momento há 46 residentes em Hubei, que se dividem em 27 famílias, com condições para serem trazidos para Macau. No entanto, antes de poderem embarcar, vão ter de ser alvo de exames no aeroporto. O Governo garante que tem as condições para liderar este processo e assegurar a segurança de todos.

Entre estes residentes constam dois menores, um com 17 anos, que pode ser transportado sozinho e uma menina com 10 anos, que precisa de viajar com um encarregado de educação. Esta pessoa terá de ficar de quarentena assim que o voo chegar a Macau.

Explicações de regresso

A principal novidade anunciada na conferência de imprensa de ontem é o regresso à actividade dos centros de explicações e dos centros de formação ligados ao programa de aperfeiçoamento contínuo.

“Há muitos encarregados de educação que precisam de trabalhar e não têm com quem deixar as crianças. Também há muita gente que quer frequentar os espaços de formação continua. Por isso, a partir de hoje os centros vão reabrir”, anunciou Wong Chi Iong, Chefe da Divisão de Extensão Educativa da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ).

No entanto, Wong realçou que a segurança continua a ser a prioridade e que esta reabertura já estava a ser preparada desde sexta-feira. “A segurança é o mais importante e nesse sentido houve uma reunião com as diferentes associações no dia 28 de Fevereiro, em que foram transmitidas as obrigações e as diversas medidas de segurança”, revelou.

Segundo as normas transmitidas, estes centros têm de exigir a utilização de máscaras, disponibilizar gel desinfectante para as mãos e que a declaração de saúde seja preenchida. Com vista ao funcionamento pleno, o Executivo disponibilizou 37.500 máscaras aos centros e 7.000 embalagens de gel.

Ajuntamentos | Confirmadas operações de dispersão

As autoridades de Macau estão a realizar operações para dispersar os cidadãos quando se registam grandes ajuntamentos. Uma dessas operações terá acontecido ontem, na Praça do Tap Seac, e foi confirmada por Lei Tak Fai, chefe da Divisão de Relações Públicas do Corpo de Polícia de Segurança Pública. “Enviamos agentes para os sítios com grande concentração. Seguimos as orientações do Governo e vamos continuar a articular-nos com elas. Por isso, já apelámos várias vezes às pessoas para que não saiam de casa”, apelou Lei Tak Fai.

Máscaras | Menos funcionários a vender

A quinta fase do programa do Governo de venda de máscaras tem hoje início. Ontem, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, apelou ao cidadãos para que evitem uma corrida aos centros públicos de venda. Segundo a explicação de Lei, uma vez que a Função Pública regressou ao trabalho, há menos pessoas disponíveis para estarem nos postos de venda. Por outro lado, o director dos SSM, recordou que apesar de haver uma grande corrida nos primeiros dias à venda de máscaras, que nos últimos dias das diferentes fases há sempre menos filas, o que pode ser melhor para os cidadãos, que assim evitam concentrações. Lei Chin Ion recusou ainda a hipótese de haver problemas com as máscaras que em vez de plástico utilizam fitas para se presas: “Não temos tido queixas, todas as máscaras foram bem aceites pela população”, atirou.

3 Mar 2020

Covid-19 | Jorge Sales Marques diz que Macau é exemplo para a Ásia

O médico representante dos Serviços de Saúde de Macau disse à Lusa que fechar ou reabrir casinos não determina o número de infectados com o novo coronavírus. Jorge Sales Marques afirmou ainda que o fornecimento de máscaras é suficiente e que a reabertura de escolas não é, para já, uma possibilidade

[dropcap]J[/dropcap]orge Sales Marques, médico pediatra dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), deu uma entrevista à Lusa onde fez o ponto de situação das medidas de combate ao novo coronavírus, o Covid-19, por parte do Governo. Na entrevista, o médico macaense disse que não se pode concluir que fechar ou reabrir casinos determine mais ou menos casos de infecção pelo Covid-19.
“Os casinos foram fechados há duas semanas e, quando estavam abertos, não tínhamos assim tantos casos, só a partir do nono ou décimo caso é que foram encerrados”, lembrou o pediatra que integra a equipa médica de Macau envolvida na linha da frente do combate ao surto do novo coronavírus.
“Ao fecharmos os casinos, o risco poderá ter diminuído, mas não se pode concluir que foi a partir daí que deixámos de ter casos, porque há outras medidas que foram tomadas, (..) importantes”, argumentou. “A reabertura dos casinos não significa que vá haver mais casos, mas também não se pode concluir que o fecho dos casinos foi o motivo para deixarmos de ter casos”, frisou o chefe do serviço de pediatria do Centro Hospitalar Conde São Januário.

Máscaras para todos

Jorge Sales Marques disse ainda que “a cobertura de máscaras tanto para adultos como para crianças está garantida”. “Não vamos ter falhas nas máscaras (…) não vamos ter esse problema”, sublinhou o médico, num momento em que o território continua a impor a venda racionada deste produto, depois de ter garantido uma encomenda inicial de 20 milhões.
Sales Marques salientou que, de facto, as autoridades foram confrontadas com muitas dificuldades para comprar máscaras que assegurassem o fornecimento à população, sobretudo “nesta altura em que existe uma epidemia” e “as máscaras são procuradas em todas as partes do mundo”.
De resto, “em Portugal há cidades, nomeadamente Lisboa, em que não existem máscaras”, exemplificou. “Mesmo [com] as máscaras para crianças tivemos alguma dificuldade, mas foi praticamente em tempo recorde que conseguimos adquirir um milhão (…), o que é óptimo”, considerou.
Recentemente, Jorge Sales Marques publicou um artigo numa revista científica nos Estados Unidos no qual concluiu que o facto de as crianças serem menos afectadas pelo coronavírus Covid-19 tem a ver com a estimulação do sistema imunológico, através das vacinas e respectivo reforço junto da população até aos 13 anos.
O especialista assinalou que os primeiros estudos apontavam desde logo para o facto de o grupo mais afectado ser aquele que integra pessoas com mais de 55 anos, pelo que a prioridade das autoridades de saúde de Macau foi sempre o de assegurar máscaras para os adultos.

Escolas fechadas

No que diz respeito às escolas, Jorge Sales Marques disse que a sua reabertura “não está, para já, em cima da mesa”.
“Se as aulas vão começar no final do mês, ou início do próximo, este é um pormenor que para já não está em cima da mesa porque temos de ter mais dados objectivos para chegarmos a uma conclusão, de facto, sobre o ‘timing’ ideal”, afirmou.
O especialista explicou que continuam a existir razões objectivas para o facto de as escolas ainda não terem reiniciado as aulas após os feriados do Ano Novo Lunar.
“É difícil” indicar uma data para o reinício das aulas, apontou, “porque se está ainda num período crítico”. “Nas escolas as pessoas estão completamente aglomeradas em espaços pequenos, o intervalo entre as carteiras é extremamente pequeno”, o que potencia o risco de infecção, precisou o pediatra.
No que diz respeito às medidas de prevenção, o médico considera Macau “como exemplo ao nível da Ásia e de outros países, (…) em relação não só às recomendações que foram dadas, como também ao cumprimento [por parte] da população”.
Sales Marques elogiou tanto as medidas tomadas pelas autoridades para conter a propagação da epidemia como “o comportamento impecável da população”, que tem seguido os apelos das entidades competentes “à risca”.

Pessoal médico livre

O médico destacou lembrou também a qualidade e quantidade dos equipamentos nos SSM, com a existência em número suficiente de material para exames para o rastreio do vírus.
“A prova provada é que não temos casos nem em enfermeiros, nem em médicos. (…) Por alguma razão é”, argumentou, destacando o trabalho efectuado pela equipa de 23 médicos e 60 enfermeiros “que trabalha com as pessoas que têm mais probabilidade de serem infectadas”.
O chefe dos serviços de pediatria do hospital público aproveitou para deixar um alerta, apesar dos “resultados fantásticos de Macau”, há 14 dias sem registar novos casos: “Isto ainda não acabou. Macau é uma cidade de 600, 700 mil habitantes, mas estamos rodeados por milhões, tanto do lado de Hong Kong, como pelo lado da China”.
Jorge Sales Marques salientou que “esta é uma luta que não envolve só os serviços de saúde, os profissionais de saúde a as entidades competentes, é uma luta da população em geral contra este vírus, porque é um vírus de muito fácil contágio”.

20 Fev 2020

Covid-19 | Jorge Sales Marques diz que Macau é exemplo para a Ásia

O médico representante dos Serviços de Saúde de Macau disse à Lusa que fechar ou reabrir casinos não determina o número de infectados com o novo coronavírus. Jorge Sales Marques afirmou ainda que o fornecimento de máscaras é suficiente e que a reabertura de escolas não é, para já, uma possibilidade

[dropcap]J[/dropcap]orge Sales Marques, médico pediatra dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), deu uma entrevista à Lusa onde fez o ponto de situação das medidas de combate ao novo coronavírus, o Covid-19, por parte do Governo. Na entrevista, o médico macaense disse que não se pode concluir que fechar ou reabrir casinos determine mais ou menos casos de infecção pelo Covid-19.

“Os casinos foram fechados há duas semanas e, quando estavam abertos, não tínhamos assim tantos casos, só a partir do nono ou décimo caso é que foram encerrados”, lembrou o pediatra que integra a equipa médica de Macau envolvida na linha da frente do combate ao surto do novo coronavírus.

“Ao fecharmos os casinos, o risco poderá ter diminuído, mas não se pode concluir que foi a partir daí que deixámos de ter casos, porque há outras medidas que foram tomadas, (..) importantes”, argumentou. “A reabertura dos casinos não significa que vá haver mais casos, mas também não se pode concluir que o fecho dos casinos foi o motivo para deixarmos de ter casos”, frisou o chefe do serviço de pediatria do Centro Hospitalar Conde São Januário.

Máscaras para todos

Jorge Sales Marques disse ainda que “a cobertura de máscaras tanto para adultos como para crianças está garantida”. “Não vamos ter falhas nas máscaras (…) não vamos ter esse problema”, sublinhou o médico, num momento em que o território continua a impor a venda racionada deste produto, depois de ter garantido uma encomenda inicial de 20 milhões.

Sales Marques salientou que, de facto, as autoridades foram confrontadas com muitas dificuldades para comprar máscaras que assegurassem o fornecimento à população, sobretudo “nesta altura em que existe uma epidemia” e “as máscaras são procuradas em todas as partes do mundo”.

De resto, “em Portugal há cidades, nomeadamente Lisboa, em que não existem máscaras”, exemplificou. “Mesmo [com] as máscaras para crianças tivemos alguma dificuldade, mas foi praticamente em tempo recorde que conseguimos adquirir um milhão (…), o que é óptimo”, considerou.

Recentemente, Jorge Sales Marques publicou um artigo numa revista científica nos Estados Unidos no qual concluiu que o facto de as crianças serem menos afectadas pelo coronavírus Covid-19 tem a ver com a estimulação do sistema imunológico, através das vacinas e respectivo reforço junto da população até aos 13 anos.

O especialista assinalou que os primeiros estudos apontavam desde logo para o facto de o grupo mais afectado ser aquele que integra pessoas com mais de 55 anos, pelo que a prioridade das autoridades de saúde de Macau foi sempre o de assegurar máscaras para os adultos.

Escolas fechadas

No que diz respeito às escolas, Jorge Sales Marques disse que a sua reabertura “não está, para já, em cima da mesa”.

“Se as aulas vão começar no final do mês, ou início do próximo, este é um pormenor que para já não está em cima da mesa porque temos de ter mais dados objectivos para chegarmos a uma conclusão, de facto, sobre o ‘timing’ ideal”, afirmou.

O especialista explicou que continuam a existir razões objectivas para o facto de as escolas ainda não terem reiniciado as aulas após os feriados do Ano Novo Lunar.

“É difícil” indicar uma data para o reinício das aulas, apontou, “porque se está ainda num período crítico”. “Nas escolas as pessoas estão completamente aglomeradas em espaços pequenos, o intervalo entre as carteiras é extremamente pequeno”, o que potencia o risco de infecção, precisou o pediatra.

No que diz respeito às medidas de prevenção, o médico considera Macau “como exemplo ao nível da Ásia e de outros países, (…) em relação não só às recomendações que foram dadas, como também ao cumprimento [por parte] da população”.

Sales Marques elogiou tanto as medidas tomadas pelas autoridades para conter a propagação da epidemia como “o comportamento impecável da população”, que tem seguido os apelos das entidades competentes “à risca”.

Pessoal médico livre

O médico destacou lembrou também a qualidade e quantidade dos equipamentos nos SSM, com a existência em número suficiente de material para exames para o rastreio do vírus.

“A prova provada é que não temos casos nem em enfermeiros, nem em médicos. (…) Por alguma razão é”, argumentou, destacando o trabalho efectuado pela equipa de 23 médicos e 60 enfermeiros “que trabalha com as pessoas que têm mais probabilidade de serem infectadas”.

O chefe dos serviços de pediatria do hospital público aproveitou para deixar um alerta, apesar dos “resultados fantásticos de Macau”, há 14 dias sem registar novos casos: “Isto ainda não acabou. Macau é uma cidade de 600, 700 mil habitantes, mas estamos rodeados por milhões, tanto do lado de Hong Kong, como pelo lado da China”.

Jorge Sales Marques salientou que “esta é uma luta que não envolve só os serviços de saúde, os profissionais de saúde a as entidades competentes, é uma luta da população em geral contra este vírus, porque é um vírus de muito fácil contágio”.

20 Fev 2020

Epidemia | Homem cospe e deixa 300 máscaras inutilizáveis

[dropcap]U[/dropcap]m homem insatisfeito com a qualidade das máscaras que comprou nos postos de distribuição do Governo foi ao Posto de Saúde de Seac Pai Van e cuspiu em cima de 30 sacos de máscaras.
O caso foi revelado, ontem, pelo director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), Lei Chin Ion, que apontou que como consequência deste acto 300 máscaras que seriam para ser vendidas à população ficaram inutilizáveis.
Segundo a versão apresentada na conferência de imprensa de ontem, o homem foi ao ponto de distribuição de uma associação local, na segunda-feira, e comprou 10 máscaras por 8 patacas, o preço definido pelo Executivo. Contudo, o individuo não ficou satisfeito com a qualidade do produto e foi ao Posto de Saúde de Seac Pai Van para trocar as máscaras. Quando chegou ao espaço foi-lhe dito que teria de esperar numa fila para a troca. Foi nesta altura que o homem perdeu a paciência, começou a protestar e terá dito: “Se eu morrer, morremos todos”. Depois, cuspiu na direcção das máscaras e acabou por atingir um monte com 30, o que faz com que 300 unidades tenham de ser destruídas, por não haver garantias que não estão contaminadas.
“Não vamos tolerar este tipo de comportamentos e o homem vai ter de responder pelos seus actos. O caso já foi reencaminhado para as autoridades que vão fazer a investigação e entregar o processo ao Ministério Público”, relatou Lei Chin Ion.

Crime e castigo

Devido a este caso o homem pode ter de vir a responder em tribunal pela prática do crime de “dano”, que é punido com pena de prisão até 3 anos ou pena de multa. No entanto, se for considerado que as máscaras são “coisa destinada ao uso e utilidade públicos” o crime em causa é “dano qualificado” o que faz com que a pena de prisão chegue aos 5 anos ou 600 dias de multa.
Esta não é o primeiro crime suspeito relacionado com o programa de distribuição de máscaras do Governo. Na semana passada um agente de uma seguradora recorreu aos dados de identificação de vários clientes para comprar mais do que as 10 máscaras destinadas a casa residente ou trabalhador não-residente. O homem incorre na prática do crime de “uso de documento de identificação alheio”, que é punido com pena de prisão até 3 anos ou multa.

5 Fev 2020

Epidemia | Homem cospe e deixa 300 máscaras inutilizáveis

[dropcap]U[/dropcap]m homem insatisfeito com a qualidade das máscaras que comprou nos postos de distribuição do Governo foi ao Posto de Saúde de Seac Pai Van e cuspiu em cima de 30 sacos de máscaras.

O caso foi revelado, ontem, pelo director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), Lei Chin Ion, que apontou que como consequência deste acto 300 máscaras que seriam para ser vendidas à população ficaram inutilizáveis.

Segundo a versão apresentada na conferência de imprensa de ontem, o homem foi ao ponto de distribuição de uma associação local, na segunda-feira, e comprou 10 máscaras por 8 patacas, o preço definido pelo Executivo. Contudo, o individuo não ficou satisfeito com a qualidade do produto e foi ao Posto de Saúde de Seac Pai Van para trocar as máscaras. Quando chegou ao espaço foi-lhe dito que teria de esperar numa fila para a troca. Foi nesta altura que o homem perdeu a paciência, começou a protestar e terá dito: “Se eu morrer, morremos todos”. Depois, cuspiu na direcção das máscaras e acabou por atingir um monte com 30, o que faz com que 300 unidades tenham de ser destruídas, por não haver garantias que não estão contaminadas.

“Não vamos tolerar este tipo de comportamentos e o homem vai ter de responder pelos seus actos. O caso já foi reencaminhado para as autoridades que vão fazer a investigação e entregar o processo ao Ministério Público”, relatou Lei Chin Ion.

Crime e castigo

Devido a este caso o homem pode ter de vir a responder em tribunal pela prática do crime de “dano”, que é punido com pena de prisão até 3 anos ou pena de multa. No entanto, se for considerado que as máscaras são “coisa destinada ao uso e utilidade públicos” o crime em causa é “dano qualificado” o que faz com que a pena de prisão chegue aos 5 anos ou 600 dias de multa.

Esta não é o primeiro crime suspeito relacionado com o programa de distribuição de máscaras do Governo. Na semana passada um agente de uma seguradora recorreu aos dados de identificação de vários clientes para comprar mais do que as 10 máscaras destinadas a casa residente ou trabalhador não-residente. O homem incorre na prática do crime de “uso de documento de identificação alheio”, que é punido com pena de prisão até 3 anos ou multa.

5 Fev 2020

Epidemia | Há mais dois casos suspeitos em Macau

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Saúde de Macau (SSM) emitiram hoje uma nota onde dão conta da existência de dois casos suspeitos de infecção por novo tipo de coronavírus. O primeiro caso diz respeito a uma enfermeira com 51 anos de idade, residente de Macau, que contactou no dia 23 de Janeiro com um paciente de Wuhan confirmado como tendo sido infectado pelo novo tipo de coronavírus. Na altura, foram tomadas medidas de protecção adequadas de acordo com as orientações de prevenção da epidemia.

Na manhã de hoje esta mulher apresentou sintomas de febre, corrimento nasal, dores de garganta e tosse e foi transportada para Serviço de Urgência Especial do Centro Hospitalar Conde de São Januário para realização de exames, foi isolada e aguardando o resultado do teste, descrevem os SSM.

O segundo caso suspeito é um homem, 36 anos de idade, titular de “Blue Card”,  proveniente de Hubei e que esteve alojado na Pousada de Juventude de Hác-Sa. Na manhã de hoje apresentou sintomas de tosse, tendo sido transportado para Serviço de Urgência Especial do Centro Hospitalar Conde de São Januário para realização de exames.

Actualmente há sete casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus oriundo da cidade chinesa de Wuhan, apresentando os mesmos uma situação clínica estável.

30 Jan 2020

Epidemia | Há mais dois casos suspeitos em Macau

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Saúde de Macau (SSM) emitiram hoje uma nota onde dão conta da existência de dois casos suspeitos de infecção por novo tipo de coronavírus. O primeiro caso diz respeito a uma enfermeira com 51 anos de idade, residente de Macau, que contactou no dia 23 de Janeiro com um paciente de Wuhan confirmado como tendo sido infectado pelo novo tipo de coronavírus. Na altura, foram tomadas medidas de protecção adequadas de acordo com as orientações de prevenção da epidemia.
Na manhã de hoje esta mulher apresentou sintomas de febre, corrimento nasal, dores de garganta e tosse e foi transportada para Serviço de Urgência Especial do Centro Hospitalar Conde de São Januário para realização de exames, foi isolada e aguardando o resultado do teste, descrevem os SSM.
O segundo caso suspeito é um homem, 36 anos de idade, titular de “Blue Card”,  proveniente de Hubei e que esteve alojado na Pousada de Juventude de Hác-Sa. Na manhã de hoje apresentou sintomas de tosse, tendo sido transportado para Serviço de Urgência Especial do Centro Hospitalar Conde de São Januário para realização de exames.
Actualmente há sete casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus oriundo da cidade chinesa de Wuhan, apresentando os mesmos uma situação clínica estável.

30 Jan 2020

Saúde | Sulu Sou: “as informações de Wuhan têm demorado a chegar”

[dropcap]À[/dropcap] margem da entrega da petição Sulu Sou comentou ainda as medidas tomadas pelo Governo no seguimento do aumento do número de casos da doença respiratória não identificada em Wuhan, no Interior da China. Segundo o deputado, apesar de considerar que “a principal responsabilidade está agora nos ombros das autoridades da China continental, pois são quem está a recolher a informação em primeira mão sobre os casos em Wuhan”, os Serviços de Saúde (SS) de Macau “têm a obrigação de obter essa informação”.
“Pedi aos SS que considerem o envio de representantes à região para contactar directamente com o problema, pois as informações de Wuhan têm demorado a chegar e acho que deveriam existir actualizações diárias sobre o assunto”, explicou o deputado. Sulu Sou referiu ainda que, por ser uma região pequena, a situação pode ser muito perigosa para Macau se não for controlada. “Ninguém quer assistir a uma situação como a que já tivemos de lidar com a SARS, lembrou.”

7 Jan 2020

Saúde | Sulu Sou: “as informações de Wuhan têm demorado a chegar”

[dropcap]À[/dropcap] margem da entrega da petição Sulu Sou comentou ainda as medidas tomadas pelo Governo no seguimento do aumento do número de casos da doença respiratória não identificada em Wuhan, no Interior da China. Segundo o deputado, apesar de considerar que “a principal responsabilidade está agora nos ombros das autoridades da China continental, pois são quem está a recolher a informação em primeira mão sobre os casos em Wuhan”, os Serviços de Saúde (SS) de Macau “têm a obrigação de obter essa informação”.

“Pedi aos SS que considerem o envio de representantes à região para contactar directamente com o problema, pois as informações de Wuhan têm demorado a chegar e acho que deveriam existir actualizações diárias sobre o assunto”, explicou o deputado. Sulu Sou referiu ainda que, por ser uma região pequena, a situação pode ser muito perigosa para Macau se não for controlada. “Ninguém quer assistir a uma situação como a que já tivemos de lidar com a SARS, lembrou.”

7 Jan 2020

Pneumonia em Wuhan | Nível de alerta de emergência sobe para “Grave”

Aumento do número de casos da doença respiratória não identificada levou o Governo a elevar o alerta de emergência para o nível 3, considerado “Grave”. Dos cinco casos suspeitos em Macau, apenas um continua em observação

 
[dropcap]D[/dropcap]epois de garantirem estar preparados “para responder às diversas doenças infecciosas” que surgiram no seguimento do número de casos de pneumonia viral de origem desconhecida em Wuhan, capital da província de Hubei, ter subido de 27 para 44 em poucos dias, os Serviços de Saúde (SS) decidiram elevar ontem o alerta de emergência para o nível 3, considerado “Grave”. Este é um grau de risco médio numa escala com 5 patamares. Segundo as autoridades, o aumento do nível de alerta visa apenas agilizar a coordenação entre serviços.
Segundo o Director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, o nível de alerta foi elevado na sequência de uma reunião promovida ontem pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, onde foi activado o mecanismo de operação interdepartamental. Segundo o responsável, o mecanismo permite o reforço das acções de prevenção e coordenação entre vários serviços públicos, como a Saúde, Educação, Turismo, Acção Social, Instituto de Assuntos Municipais, polícia, bombeiros e alfândegas.
“Desde o dia 31 de Dezembro que estamos muito atentos à situação em Macau pois, por existir muita população para um espaço tão pequeno, a transmissão de casos pode vir a ter um impacto muito grande. Por isso é necessário reforçar a prevenção e solicitámos isso mesmo a todos os serviços competentes. A elevação do nível de alerta é apenas para aumentar o grau de colaboração entre os serviços”, esclareceu Lei Chin Ion.
Apesar de não existir nenhum caso confirmado da doença em Macau até à data, uma mulher de 44 anos foi ontem colocada em isolamento por ter febre. A medida, asseguraram os SS, é apenas de precaução, uma vez que os exames entretanto realizados confirmarem que a paciente não tem pneumonia, um dos sintomas determinantes para o rastreio dos casos. Até agora, as autoridades de saúde de Macau registaram cinco casos provenientes de Wuhan em que houve febre. Dos cinco, quatro eram residentes e já tiveram alta.
As autoridades de saúde de Macau sublinharam também que, pelo facto de a causa da doença ser ainda desconhecida, “mantêm contacto próximo com a Comissão Nacional de Saúde da China” e asseguraram a existência de stock suficiente de medicamentos, equipamentos, instalações e número de camas na região.
Depois de no primeiro dia do ano as autoridades de saúde terem começado a realizar inspecções no Aeroporto Internacional de Macau e nos postos fronteiriços, a vigilância permanente tem sido o foco principal dos SS, motivo pelo qual, na passada quinta-feira foram reforçadas também, com o apoio de pessoal do Corpo de Polícia de Segurança Pública, medidas de quarentena de saúde em todos os portos fronteiriços por via terrestre, nomeadamente, controlos de temperatura, a partir da madrugada do dia quatro, a todos os condutores e turistas.
Segundo revelaram as autoridades de saúde, também os casinos vão passar a controlar a temperatura dos visitantes e dos funcionários em todas as entradas das suas instalações, acrescentando ainda que, caso sejam identificadas pessoas com febre, estas devem ser inquiridas para saber se estiveram na província de Wuhan nos 14 dias anteriores à manifestação dos sintomas.

Vigilância alargada

Dos 44 casos registados em Wuhan, de acordo com um comunicado da Comissão Municipal de Saúde de Wuhan citado pela agência Lusa, 11 pessoas encontram-se em estado grave, sendo que todos os doentes foram colocados sob quarentena e, no total, são seguidas de perto 121 pessoas que estiveram em contacto próximo com os afectados. Todas as análises deram negativo para gripe, gripe aviária, infeções por adenovírus “e outras doenças respiratórias comuns”, não se confirmando também o contágio entre pessoas, indicou o mesmo comunicado.
As autoridades chinesas continuam a procurar identificar o agente da doença, embora as primeiras investigações apontem apenas no sentido de existir uma relação com o mercado grossista da cidade, capital da província de Hubei, onde residem 11 milhões de pessoas.
Em Hong Kong as autoridades de saúde deram também ontem conta da existência de mais seis casos suspeitos, sendo já 14 no total. Segundo informações da TDM – Rádio Macau também Taiwan anunciou estar a investigar a existência de casos relacionados com a doença, enquanto Singapura anunciou ter detectado o primeiro caso suspeito na região.

Sulu Sou preocupado

Acusando o Governo de não ser proactivo perante uma situação que considera “extraordinária”, o deputado Sulu Sou mostrou-se preocupado numa interpelação escrita enviada ao Executivo, onde pergunta se as autoridades consideram enviar pessoal a Wuhan para investigar a situação epidemiológica em primeira mão, numa altura em que considera que “a China continental não revelou ainda os resultados dos testes realizados”.
Apesar de um dos pontos da interpelação do deputado sobre trabalhadores dos casinos ter ficado esclarecido após a conferência de imprensa realizada ontem, Sulu Sou questiona ainda o Governo se irá implementar medidas de prevenção dirigidas especificamente aos trabalhadores da área da saúde. Com o aproximar da época festiva do Ano Novo Chinês, Sulu Sou espera também que o Governo tome medidas urgentes para acautelar o maior fluxo de turistas vindos da China continental na altura das celebrações.

6 Jan 2020

Pneumonia em Wuhan | Nível de alerta de emergência sobe para “Grave”

Aumento do número de casos da doença respiratória não identificada levou o Governo a elevar o alerta de emergência para o nível 3, considerado “Grave”. Dos cinco casos suspeitos em Macau, apenas um continua em observação

 

[dropcap]D[/dropcap]epois de garantirem estar preparados “para responder às diversas doenças infecciosas” que surgiram no seguimento do número de casos de pneumonia viral de origem desconhecida em Wuhan, capital da província de Hubei, ter subido de 27 para 44 em poucos dias, os Serviços de Saúde (SS) decidiram elevar ontem o alerta de emergência para o nível 3, considerado “Grave”. Este é um grau de risco médio numa escala com 5 patamares. Segundo as autoridades, o aumento do nível de alerta visa apenas agilizar a coordenação entre serviços.

Segundo o Director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, o nível de alerta foi elevado na sequência de uma reunião promovida ontem pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, onde foi activado o mecanismo de operação interdepartamental. Segundo o responsável, o mecanismo permite o reforço das acções de prevenção e coordenação entre vários serviços públicos, como a Saúde, Educação, Turismo, Acção Social, Instituto de Assuntos Municipais, polícia, bombeiros e alfândegas.

“Desde o dia 31 de Dezembro que estamos muito atentos à situação em Macau pois, por existir muita população para um espaço tão pequeno, a transmissão de casos pode vir a ter um impacto muito grande. Por isso é necessário reforçar a prevenção e solicitámos isso mesmo a todos os serviços competentes. A elevação do nível de alerta é apenas para aumentar o grau de colaboração entre os serviços”, esclareceu Lei Chin Ion.

Apesar de não existir nenhum caso confirmado da doença em Macau até à data, uma mulher de 44 anos foi ontem colocada em isolamento por ter febre. A medida, asseguraram os SS, é apenas de precaução, uma vez que os exames entretanto realizados confirmarem que a paciente não tem pneumonia, um dos sintomas determinantes para o rastreio dos casos. Até agora, as autoridades de saúde de Macau registaram cinco casos provenientes de Wuhan em que houve febre. Dos cinco, quatro eram residentes e já tiveram alta.

As autoridades de saúde de Macau sublinharam também que, pelo facto de a causa da doença ser ainda desconhecida, “mantêm contacto próximo com a Comissão Nacional de Saúde da China” e asseguraram a existência de stock suficiente de medicamentos, equipamentos, instalações e número de camas na região.

Depois de no primeiro dia do ano as autoridades de saúde terem começado a realizar inspecções no Aeroporto Internacional de Macau e nos postos fronteiriços, a vigilância permanente tem sido o foco principal dos SS, motivo pelo qual, na passada quinta-feira foram reforçadas também, com o apoio de pessoal do Corpo de Polícia de Segurança Pública, medidas de quarentena de saúde em todos os portos fronteiriços por via terrestre, nomeadamente, controlos de temperatura, a partir da madrugada do dia quatro, a todos os condutores e turistas.

Segundo revelaram as autoridades de saúde, também os casinos vão passar a controlar a temperatura dos visitantes e dos funcionários em todas as entradas das suas instalações, acrescentando ainda que, caso sejam identificadas pessoas com febre, estas devem ser inquiridas para saber se estiveram na província de Wuhan nos 14 dias anteriores à manifestação dos sintomas.

Vigilância alargada

Dos 44 casos registados em Wuhan, de acordo com um comunicado da Comissão Municipal de Saúde de Wuhan citado pela agência Lusa, 11 pessoas encontram-se em estado grave, sendo que todos os doentes foram colocados sob quarentena e, no total, são seguidas de perto 121 pessoas que estiveram em contacto próximo com os afectados. Todas as análises deram negativo para gripe, gripe aviária, infeções por adenovírus “e outras doenças respiratórias comuns”, não se confirmando também o contágio entre pessoas, indicou o mesmo comunicado.

As autoridades chinesas continuam a procurar identificar o agente da doença, embora as primeiras investigações apontem apenas no sentido de existir uma relação com o mercado grossista da cidade, capital da província de Hubei, onde residem 11 milhões de pessoas.

Em Hong Kong as autoridades de saúde deram também ontem conta da existência de mais seis casos suspeitos, sendo já 14 no total. Segundo informações da TDM – Rádio Macau também Taiwan anunciou estar a investigar a existência de casos relacionados com a doença, enquanto Singapura anunciou ter detectado o primeiro caso suspeito na região.

Sulu Sou preocupado

Acusando o Governo de não ser proactivo perante uma situação que considera “extraordinária”, o deputado Sulu Sou mostrou-se preocupado numa interpelação escrita enviada ao Executivo, onde pergunta se as autoridades consideram enviar pessoal a Wuhan para investigar a situação epidemiológica em primeira mão, numa altura em que considera que “a China continental não revelou ainda os resultados dos testes realizados”.

Apesar de um dos pontos da interpelação do deputado sobre trabalhadores dos casinos ter ficado esclarecido após a conferência de imprensa realizada ontem, Sulu Sou questiona ainda o Governo se irá implementar medidas de prevenção dirigidas especificamente aos trabalhadores da área da saúde. Com o aproximar da época festiva do Ano Novo Chinês, Sulu Sou espera também que o Governo tome medidas urgentes para acautelar o maior fluxo de turistas vindos da China continental na altura das celebrações.

6 Jan 2020

Pneumonia em Wuhan | Inspecções começaram no aeroporto e fronteiras

[dropcap]L[/dropcap]ei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde (SS), prestou ontem declarações aos jornalistas sobre o recente caso de pneumonia viral em Wuhan, cidade da província de Hebei, onde foram registados 27 casos. De acordo com um comunicado oficial, as autoridades locais começaram esta quarta-feira a fazer as inspecções no Aeroporto Internacional de Macau e nos postos fronteiriços.
“Como diariamente existem dois voos directos entre Macau e o Interior da China, o que cria uma proximidade entre as duas regiões, os Serviços de Saúde fortaleceram a inspecção sanitária nos portos fronteiriços, nomeadamente nos aeroportos”, aponta um comunicado. Na prática, será vista a temperatura de todos os passageiros que chegam a Macau vindos de Wuhan, sendo que, “até ao momento não foi detectada nenhuma anormalidade”.
O director dos SSM revelou estar em comunicação estreita com a Comissão Nacional de Saúde da China, tendo sido preparadas “diversas medidas contra as doenças infecciosas, [além de que] estão já a ser preparados profissionais de saúde com formação sobre o controlo e a detecção de diversas doenças transmissíveis”.
Os SS apontam também que “existem reservas em número suficiente de medicamentos, materiais descartáveis, instalações e equipamentos, entre outros”. Kuok Cheong U, director do Centro Hospitalar Conde de São Januário, acrescentou que existe armazenamento suficiente de medicamentos destinados 180 mil pessoas pessoas no âmbito de antivírus influenza. Actualmente, no que diz respeito à capacidade de resposta do hospital público, a taxa de ocupação de camas varia entre os 80 a 90 por cento, com um tempo de espera nas urgências encarado como “habitual”.

3 Jan 2020

Pneumonia em Wuhan | Inspecções começaram no aeroporto e fronteiras

[dropcap]L[/dropcap]ei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde (SS), prestou ontem declarações aos jornalistas sobre o recente caso de pneumonia viral em Wuhan, cidade da província de Hebei, onde foram registados 27 casos. De acordo com um comunicado oficial, as autoridades locais começaram esta quarta-feira a fazer as inspecções no Aeroporto Internacional de Macau e nos postos fronteiriços.

“Como diariamente existem dois voos directos entre Macau e o Interior da China, o que cria uma proximidade entre as duas regiões, os Serviços de Saúde fortaleceram a inspecção sanitária nos portos fronteiriços, nomeadamente nos aeroportos”, aponta um comunicado. Na prática, será vista a temperatura de todos os passageiros que chegam a Macau vindos de Wuhan, sendo que, “até ao momento não foi detectada nenhuma anormalidade”.

O director dos SSM revelou estar em comunicação estreita com a Comissão Nacional de Saúde da China, tendo sido preparadas “diversas medidas contra as doenças infecciosas, [além de que] estão já a ser preparados profissionais de saúde com formação sobre o controlo e a detecção de diversas doenças transmissíveis”.

Os SS apontam também que “existem reservas em número suficiente de medicamentos, materiais descartáveis, instalações e equipamentos, entre outros”. Kuok Cheong U, director do Centro Hospitalar Conde de São Januário, acrescentou que existe armazenamento suficiente de medicamentos destinados 180 mil pessoas pessoas no âmbito de antivírus influenza. Actualmente, no que diz respeito à capacidade de resposta do hospital público, a taxa de ocupação de camas varia entre os 80 a 90 por cento, com um tempo de espera nas urgências encarado como “habitual”.

3 Jan 2020

Gripe | Menos de metade das crianças até aos três anos não foram vacinadas

Os Serviços de Saúde apelaram uma vez mais à vacinação e afirmam que a situação da gripe este ano é menos grave do que em anos anteriores. No entanto, o pico de contágio da doença deverá acontecer em Janeiro, por altura do Ano Novo Chinês

 
[dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Saúde (SS) estimam que o pico da gripe aconteça no final de Janeiro, durante o período do Ano Novo Chinês e apelam por isso à vacinação da população em tempo útil. O anúncio aconteceu ontem por ocasião da apresentação das situações epidémicas em Macau e contou com a exposição de Leong Iek Hou, coordenadora do núcleo de prevenção e doenças infecciosas, que recordou que a região já entrou na época da gripe.
“Macau já entrou na época da gripe e estima-se que vá atingir um pico por volta do Ano Novo Chinês, mas outros vírus ainda estão muito activos como a varicela e a escarlatina. Nas regiões vizinhas a situação de febre do dengue, sarampo e pólio é muito grave, por isso os cidadãos devem estar atentos”, alertou a responsável.
Leong Iek Hou revelou ainda que desde 30 de Setembro e até 29 de Dezembro, foram detectados 10 casos graves de gripe com pneumonia associada, sendo que destes, apenas uma pessoa tinha sido vacinada. Ainda assim a responsável avançou que, das 190 mil doses de vacina contra a gripe adquiridas pelo Governo, tinham sido ministradas, desde 30 de Setembro, cerca de 128 mil doses, traduzindo-se num aumento de 10 por cento relativamente ao mesmo período do ano passado.
Além do apelo à população para que os residentes “sejam vacinados o mais rapidamente possível”, pois para ser eficaz a vacinação deve ser efectuada com duas a três semanas de antecedência, os SS apelaram ainda à higiene pessoal, à boa ventilação do ar. As autoridades aconselham ainda que sejam tomadas medidas preventivas contra picadas de mosquitos, caso os residentes se dirijam para outras regiões do sudeste asiático e ainda, que evitem levar crianças em viagem para esses locais ou para outros lugares turísticos.

Balanço optimista

No balanço das situações epidémicas feito ontem pelos SS, foi também revelado que entre as crianças até aos três anos, apenas menos de metade (48,5 por cento) tinham sido vacinadas contra a gripe. No entanto, para a coordenadora do núcleo de prevenção e doenças infecciosas, o número até mostra ser elevado tendo em conta os anos anteriores e a comparação com as regiões vizinhas.
“Este ano a vacinação é mais alta, porque nos anos anteriores os pais tinham de levar as suas crianças aos centros de saúde, mas este ano enviámos pessoal para as creches e por isso a taxa de vacinação é mais alta”, explicou Leong Iek Hou.
Os Serviços de Saúde, fizeram ainda o ponto de situação de outras doenças epidémicas como o sarampo, tendo havido registo, até agora, de 36 casos no total, sendo que destes 18 são importados de países como a China, Malásia, Tailândia, Japão, Nepal, Suíça e Reino Unido.
Quanto à varicela, os SS avançaram que a situação “está controlada”, acrescentado ainda que o número de casos de escarlatina “tem vindo a diminuir gradualmente” e que este ano foram importados 27 casos de dengue.

31 Dez 2019