Covid-19 | Medidas retaliatórias contra Tóquio e Seul “razoáveis” – imprensa chinesa

A imprensa estatal chinesa considerou hoje “razoável” a suspensão da emissão de certos vistos para sul-coreanos e japoneses, em retaliação contra as medidas de controlo adoptadas por aqueles países para viajantes oriundos da China.

O Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, defendeu que as medidas adoptadas por Pequim são uma “resposta direta e razoável” e visam “proteger os seus interesses legítimos”, depois de “alguns países exagerarem a situação epidémica” na China e imporem restrições, numa “clara demonstração de manipulação política”.

O Japão passou a exigir, esta semana, que os viajantes provenientes do território chinês, com exceção de Hong Kong, apresentem um teste PCR negativo antes de embarcarem e façam outro teste à chegada. Outros países, incluindo Portugal, adotaram medidas semelhantes.

Também a China exige a apresentação de um resultado PCR negativo a quem viaja para o seu território. O país asiático manteve as fronteiras encerradas durante quase três anos, impondo períodos de quarentena até 28 dias, em instalações designadas, a viajantes oriundos do exterior.

A concessão de vistos para cidadãos chineses pelo Japão não foi afetada, ao contrário da Coreia do Sul, que suspendeu a emissão de vistos para turistas chineses até ao final de janeiro.

Segundo o Global Times, a Coreia do Sul não deve ficar “surpreendida” com a retaliação chinesa.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Wang Wenbin limitou-se a comentar na terça-feira que, desde que a China anunciou a decisão de abrir fronteiras e gerir a covid-19 de forma mais branda, “alguns países anunciaram restrições sem levar em conta a ciência, os fatos e a situação epidémica real”.

Embora Wang não tenha mencionado nem o Japão nem a Coreia do Sul, o porta-voz observou que “alguns países insistiram em tomar medidas discriminatórias contra a China”. “Rejeitamos essas medidas e adotamos medidas retaliatórias”, apontou.

“Pedimos a esses países que tomem medidas baseadas em factos e na ciência, e que sejam proporcionais. A resposta à covid-19 não deve ser usada como pretexto para manipulação política. Não se pode discriminar”, assegurou.

O porta-voz acrescentou que a “situação epidémica na China está a melhorar” e que “algumas províncias e cidades já ultrapassaram o pico de infeções”.

“A vida e o trabalho estão a voltar rapidamente ao normal”, observou. “A China logo trará vitalidade económica e oportunidades para o mundo, e vai estar numa posição melhor para estabilizar e impulsionar a economia global”, realçou.

Dezenas de países e regiões impuseram restrições aos viajantes oriundos da China por temerem o surgimento de novas variantes e considerarem que Pequim não está a divulgar dados reais sobre a extensão da vaga de casos.

Apesar do ‘tsunami’ de infeções e dos cenários de alta pressão hospitalar registados em algumas cidades chinesas após o abandono da política de ‘zero covid’, as autoridades do país reportaram apenas algumas dezenas de mortes recentes pela doença.

A China, que abriu as suas fronteiras a 8 de Janeiro, defende que tem partilhado dados “de forma aberta, atempada e transparente” desde o início da pandemia.

11 Jan 2023

Manuel Carmo Gomes, epidemiologista: “Abertura foi desnecessariamente abrupta”

O epidemiologista português encara o fim da política de zero covid na China com alguma apreensão e argumenta que a abertura faseada teria sido mais prudente. Manuel Carmo Gomes acredita que a possibilidade de surgir uma nova variante “é baixa”, mas que a incerteza é um factor incontornável e motivo de cautela

 

Como encara a abertura súbita da China em relação à covid-19, eliminando de uma assentada praticamente todas as restrições?

A abertura da China a 7 de Dezembro pareceu-me desnecessariamente abrupta. A China teve grande sucesso na contenção da circulação do vírus até Outubro, apostando nos confinamentos e na testagem em massa. Em consequência, relativamente poucas pessoas foram infectadas. Em 2021, também houve uma boa aposta na vacinação: mais de 90 por cento da população recebeu duas doses da vacina chinesa. Contudo, a segunda dose foi tomada há, pelo menos, seis a 12 meses e as pessoas já não têm proteção contra a infecção. Houve um descuido com o reforço (terceira dose) vacinal, pois a cobertura dos maiores de 65 anos rondava 65 por cento e a dos maiores de 80 anos apenas 40 por cento. Estas pessoas estão desprotegidas contra a infecção e também contra a doença moderada a grave. A abertura repentina coloca todas estas pessoas à mercê de um vírus que é altamente transmissível. Em centros urbanos com alta densidade populacional, o vírus propaga-se como fogo na pradaria. Não percebi a razão de uma abertura tão repentina, mesmo que as autoridades reconhecessem que o vírus já circulava demasiado em Novembro.

Defende, portanto, que a abertura deveria ter sido gradual.

Sim, faseada, iniciada há muitos meses atrás quando o mundo ficou a conhecer as características da Ómicron: muito contagiosa e com capacidade de evadir os nossos anticorpos, mas menos patogénica. Uma abertura gradual poderia ter sido feita reduzindo os períodos de quarentena, colocando menos pressão sobre os assintomáticos vacinados, incrementando os requisitos de vacinação, permitindo espaços comerciais funcionar com menos ocupação, permitindo as escolas dos mais jovens funcionar, mantendo os transportes públicos a funcionar com menos passageiros, por exemplo. Tudo isto e muito mais foi feito no Ocidente.

Isso teria decerto um impacto no número de casos.

Se a China tivesse relaxado gradualmente, o número total de infecções não teria sido menor, contudo, esse número ter-se-ia diluído ao longo de muito mais tempo. Com uma abertura repentina, a Ómicron origina uma onda monstruosa (li na imprensa que o CDC-Chinês estima 248 Milhões só em Dezembro) concentrada num curto espaço de tempo. Mesmo que apenas dois a três por cento dos infectados vão ao hospital (estimativas de Pequim), nenhum sistema de saúde consegue responder a uma tal vaga. Uma abertura gradual permitiria também ter reforçado a tempo a cobertura vacinal da população. A vacina chinesa confere protecção contra a infecção durante alguns meses após a toma e isso teria minorado o impacto da abertura.

O elevado número de casos pode, de facto, originar novas variantes do vírus?

A resposta curta é sim, mas é mais complexo que isso. A probabilidade de surgir uma variante nova é baixa. Contudo, é um acontecimento com características aleatórias, e quanto mais vezes ‘rolarmos os dados’, maior a probabilidade de sair a pontuação máxima. Sempre que o vírus se multiplica ocorrem mutações e, quanto mais infeções houver, mais ele se multiplica. Pior do que isso, as situações como a da China são muito propícias a originar situações de coinfecção. Isto ocorre quando uma pessoa infectada com a subvariante A é infectada simultaneamente com a subvariante B. Os coronavírus têm grande propensão para a recombinação, isto é, pode surgir uma variante que tem uma parte de A e uma parte de B. Se A for muito contagiosa e B mais patogénica, podemos ter uma versão do vírus que se propaga depressa e causa doença mais grave (a subvariante XBB surgida na India é um exemplo de uma recombinante). Felizmente, este fenómeno e outros igualmente perigosos são muito raros. Contudo, com tanta gente a ser infectada, aumenta o risco de poder ocorrer.

Considera científica a posição da União Europeia de exigir testes à chegada para os viajantes da China, Macau e Hong Kong?

Tem mais de político do que de científico. Alguns países deram a entender (pelo menos um disse explicitamente) que iriam instituir o controlo porque a China não está a fornecer informação mínima necessária sobre a situação epidemiológica e as variantes que estão em circulação. Deixem-me ser claro: sabemos que os controlos aeroportuários não impedem a importação de variantes muito transmissíveis. Se, repito, forem aplicados de forma rigorosa, podem atrasar três ou quatro semanas um surto causado por casos importados. Esse atraso deve ser usado para um país se preparar para a chegada de uma nova variante (testes em massa, rastreio de contactos, quarentena…). Contudo, que o controlo rigoroso requer muitos meios humanos e laboratoriais: é caro e logisticamente pesado. Não me parece que os países europeus pretendam isto.

Poderá haver alguma segunda intenção nesta exigência de testes à chegada?

A segunda utilidade dos controlos é conhecer melhor que subvariantes estão a circular na China. Para isso, pode-se por exemplo fazer uma amostragem aleatória dos passageiros e também analisar as águas residuais do avião. Contudo, se houver uma variante mais patogénica do vírus, é mais provável que ela esteja nos hospitais da China do que nos aviões. Nestes últimos, há principalmente pessoas com sintomas leves ou sem sintomas. A maioria dos países europeus inclinou-se para a exigência dos testes antes de embarcar e a análise das águas residuais. No que respeita aos testes, julgo que terá de haver colaboração das autoridades chinesas, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês deu sinal de discordância, por isso não sei como pretendem proceder. Além de tudo isto, a China, na última semana, disponibilizou 724 sequências do vírus que nos permitiu ter melhor ideia das variantes em circulação. Bem sei que 724 é uma gota de água, mas é um sinal de que muito mais pode estar para chegar. Até agora, não vemos nada de ameaçador nas variantes em circulação na China: estão já no resto do mundo também. Penso por isso que as medias de controlo só são justificáveis e úteis se surgir uma nova variante que se apresente muito transmissível e mais patogénica do que temos visto até aqui.

Como analisa o actual panorama da covid-19, tendo em conta a abertura tardia da China?

Se não surgir na China uma variante mais patogénica e muito transmissível, estou tranquilo. Vamos certamente ter casos importados. Contudo, na Europa e em particular em Portugal, temos uma barreira imunitária que nos deve salvaguardar de voltar a ter a montanha-russa de grandes picos e vales epidémicos. Vamos continuar a ter infecções todos os dias, provavelmente ao longo do Verão também, mas a pressão hospitalar não deve ser mais preocupante do que a que é causada por outras infeções respiratórias. Estou, portanto, num estado de cautela optimista. Não nos vamos ver livres deste vírus, mas a Ómicron tem tido uma evolução gradual, mais de acordo com o que sabemos dos coronavírus que infectam humanos. Os vírus estão a evoluir para fugir aos nossos anticorpos, mas não se têm tornado mais patogénicos. Na verdade, a maior patogenicidade, só por si, não lhe dá vantagem evolutiva. O que lhe dá vantagem é evoluir para nos reinfectar repetidamente e isso provavelmente vai acontecer nos próximos anos. Vamos manter-nos atentos, não só à China, mas a todo o mundo, acompanhando a evolução do vírus e o desenvolvimento de novas vacinas.

11 Jan 2023

Covid-19 | China levanta quarentena para viajantes internacionais três anos depois

A China levanta hoje a quarentena obrigatória para viajantes do estrangeiro, pondo fim a três anos de isolamento auto-imposto e numa altura em que enfrenta uma onda de covid-19 sem precedentes desde o início da pandemia.

Após cerca de três anos com algumas das restrições mais severas do mundo, que prejudicaram a sua economia e acabaram por desencadear protestos a nível nacional, as autoridades chineses decidiram, no final de dezembro, abolir abruptamente a maior parte das medidas de controlo da pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV-2.

O último passo do levantamento das restrições acontece hoje com o fim das quarentenas obrigatórias em hotéis para todas as pessoas que chegavam ao país desde março de 2020. Inicialmente de três semanas, a duração desta quarentena já tinha sido reduzida para uma semana no verão passado, passando depois para cinco dias em novembro.

O anúncio do fim da chamada política “covid zero” e da quarentena obrigatória levou os chineses a fazerem planos para viajar para o estrangeiro, com um aumento exponencial do tráfego nos ‘sites’ de reservas, avançou a agência France-Presse.

Na sequência desta decisão chinesa de abrir as suas fronteiras, mais de uma dezena de países, entre os quais Portugal, passaram a exigir aos viajantes oriundos daquele país um teste negativo à covid-19 para entrar nos seus territórios.

A China está a enfrentar uma onda sem precedentes de infeções pelo SARS-CoV-2, uma situação que se deve agravar com as férias de Ano Novo Chinês no final de janeiro, quando se espera que milhões de pessoas se desloquem das megacidades para o campo para visitar os seus familiares, muitos dos quais idosos e vulneráveis.

8 Jan 2023

A vitória da sobrevivência

Os ajustes radicais feitos pelo Governo de Macau às políticas de prevenção da epidemia fizeram com que, em apenas duas semanas, o número de pessoas infectadas atingisse os objectivos do Governo.

Após pouco mais de uma semana de propagação do vírus, a maior parte dos infectados recuperou e ganhou anti-corpos. Mas, para além da criação de imunidade de grupo na população, muitos idosos faleceram neste período. Alguns morreram devido ao frio, outros porque eram doentes crónicos, outros ainda devido à idade muito avançada e, finalmente, alguns morreram de covid-19.

Devido ao critério usado para fins estatísticos, o número oficial de mortes por covid é bastante inferior ao estimado pela comunidade. A única prova concreta é o facto de os espaços destinados a velórios só estarem disponíveis para marcação a partir do início de Fevereiro.

O Inverno é a estação em que habitualmente morrem mais pessoas idosas e o Novo Ano Lunar é a época de reunião das famílias. A decisão sobre as medidas de combate à epidemia a adoptar é da responsabilidade do Governo e dos especialistas de saúde. A distribuição de kits de apoio ao combate à epidemia para todos os residentes de Macau, feita pelo Governo da RAE, ajudou a aliviar a severidade das infecções em certa medida, no entanto, estes kits não podem ressuscitar as vidas perdidas. Depois de atravessar esta vaga epidémica, a própria sobrevivência já é uma vitória.

Mas para além do direito à vida, devemos também valorizar a qualidade do nosso dia a dia. Se, com a abertura ao exterior, Macau irá recuperar a vitalidade anterior, é uma questão mais complexa do que o combate às infecções.

De acordo com informações de pessoas amigas, as receitas brutas provenientes dos jogos de fortuna ou azar em 2019 atingiram 292,34 mil milhões de patacas. Mais tarde, devido a factores como a pandemia, as medidas anti-corrupção e as restrições à saída de capitais da China continental, bem como a questões relacionadas com as salas VIP dos casinos, as receitas brutas provenientes dos jogos de fortuna ou azar em 2020 foram de 60,32 mil milhões de patacas. Em 2021, as receitas brutas atingiram os 87,54 mil milhões de patacas e apenas 42,2 mil milhões de patacas em 2022. Anteriormente, o Governo da RAE esperava que Macau se tornasse a cidade com a mais rápida recuperação económica, com uma estimativa de receitas anuais provenientes do jogo na ordem dos 130 mil milhões de Patacas. Infelizmente estas expectativas saíram goradas.

É fácil contar histórias com um final feliz, mas, depois dos contos das “Mil e Uma Noites”, o Governo da RAE tem de enfrentar o desafio da realidade. A acção é a única forma de testar a verdade. Para Macau atingir a prosperidade e a estabilidade não se pode recorrer a nobres ascendências, nem à retórica pomposa, ou às leis rigorosas, mas sim à capacidade dos membros do Governo.

Durante a epidemia, se as pessoas quiserem sobreviver, têm de se proteger e de se alimentar bem. Se Macau quiser sobreviver, deve primeiro revitalizar a sua economia e fazer face às despesas. Na qualidade de principal sector económico de Macau, a indústria do jogo deve dar o seu melhor para recuperar a vitalidade. Só voltando a restaurar Macau como Centro Mundial de Turismo e Lazer, se poderá ter oportunidade de impulsionar a recuperação das outras indústrias. 1 +1 + 1 + 1 é igual a 4. Sem a indústria do jogo, os outros quatro sectores terão dificuldade em prosperar.

Há algum tempo, o Governo da RAE afirmou estar confiante de que a receita anual proveniente do jogo atingiria em 2023 os 130 mil milhões de patacas. Na verdade, as estimativas não oficiais apontam para valores na ordem dos cinco mil milhões de patacas, em 2023. A forma de atingir os objectivos é da responsabilidade do Governo de Macau e disso depende a sobrevivência da cidade. Macau precisa de pessoas de acção e não de contadores de histórias.

5 Jan 2023

Covid-19 | Fim de restrições e testes para ir ao Interior da China

A partir da meia-noite de domingo deixa de ser obrigatório, para quem viaja de Macau, apresentar teste de ácido nucleico à entrada no Interior da China, desde que não tenha estado no estrangeiro nos últimos sete dias. Também quem vem do estrangeiro para Macau, passa a poder entrar no território sem limitações, tal como em 2019

 

O dia de ontem ficou marcado com o anúncio da eliminação de quase todas as medidas restritivas no âmbito da covid-19. Mediante decisão do Mecanismo Conjunto de Prevenção e Controlo do Conselho de Estado, foi decretado de que a partir de domingo vai deixar de ser obrigatório apresentar teste de ácido nucleico para quem viaja de Macau para o Interior da China, desde que não tenha viajado para o estrangeiro nos sete dias anteriores. Mas quem viaja de Hong Kong, Taiwan ou país estrangeiro, chegue a Macau e deseje ir, logo após a viagem, ao Interior da China, terá de apresentar teste negativo com validade de 48 horas.

Por sua vez, os viajantes de Hong Kong para o Interior da China também deixam de ter de fazer o teste à chegada, bastando apenas apresentar um teste negativo à covid-19 feito nas últimas 48 horas. Será medida a temperatura a estas pessoas e, caso apresentem resultados positivos e sintomas ligeiros, podem escolher o local de isolamento. Deixa de ser aceite também o resultado do teste rápido de 24 horas.

Destaque também para o facto de, a partir de domingo, quem entrar em Macau vindo do estrangeiro deixa de necessitar de autorização prévia dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), tal como no período pré-pandemia. São ainda eliminadas as medidas de controlo de gestão de saúde, como a declaração de febre ou outros sintomas. Quanto às viagens de autocarro dourado ou de ferry entre Macau e Hong Kong, as autoridades garantem estar “para breve” a sua total normalização. Na prática, todas as pessoas de todas as nacionalidades passam a poder entrar em Macau sem as restrições habituais relacionadas com a pandemia.

Na conferência de imprensa de ontem do centro de Coordenação e de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, adiantou que domingo, 8, marca o fim do chamado período de transição no que à pandemia diz respeito.

“Podemos considerar esta situação como uma epidemia local que existe no seio da comunidade. Poderá haver um novo surto, tal como acontece noutros locais, mas será em menor escala. Dentro de três a seis meses haverá uma elevada imunidade perante o mesmo vírus, e cerca de cinco por cento das pessoas poderão ficar novamente infectadas.”

Tendo sido atingido o pico de infecções no período do Natal, e numa altura em que 60 a 70 por cento da população já foi atingida pela covid-19, a secretária espera ainda uma maior recuperação aquando da chegada do Ano Novo Chinês. “Atingimos o pico, e a linha está a começar a descer. Dia 1 já notámos uma certa estabilidade nas infecções locais e no Interior da China. Esperamos que haja uma retoma da economia e da circulação de pessoas no período do Ano Novo Chinês”, adiantou.

Resposta suficiente

De entre a população, estiveram infectados cerca de 70 por cento dos professores, tendo sido registada uma percentagem semelhante junto dos profissionais de saúde. Ainda assim, Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), frisou que estes são “dados apurados segundo as estatísticas disponíveis, pelo que não podem ser considerados conclusivos nem mostram o número real de infectados”. Isto porque muitos infectados não terão feito o registo no código de saúde, admitiram as autoridades.

Alvis Lo adiantou ainda que foram aumentadas 700 camas em unidades de isolamento no Centro Hospitalar Conde de São Januário, Centro Clínico de Saúde Pública do Alto Coloane e no Dome, a fim de dar resposta ao elevado número de doentes covid-19. O responsável frisou que, neste momento, os SSM “têm capacidade suficiente de resposta” ao surto.

Nos últimos dias foram encaminhadas para consultas externas comunitárias duas mil pessoas, tendo sido atingido o número de 400 ambulâncias por dia nas urgências do hospital público, onde foram recebidas diariamente 1.400 doentes.

Relativamente à falta de medicamentos nas farmácias, foi referido que ainda estão a ser discutidas novas medidas de limitação da compra com entidades com o Instituto de Supervisão e Administração Farmacêutica.

Permanece o uso do código de saúde, que, num futuro próximo, “poderá ser levantado para a entrada em serviços públicos ou locais de trabalho”. “Entendemos que deixará de ser obrigatório, mas usado apenas em casos necessários”, disse Alvis Lo. Sobre o acesso aos casinos, as medidas serão anunciadas a título posterior.

Mortes recorde

A conferência de imprensa ficou marcada pela tentativa de definição do que é, afinal, uma morte por covid, sendo que, entre 13 de Dezembro e esta quarta-feira, as autoridades contabilizaram 57 mortes por esta causa, apesar de terem sido registados 600 óbitos em Dezembro, “um número elevado” tendo em conta que, em Dezembro de 2021, morreram apenas 230 pessoas.

“Cada país tem os seus critérios para definir mortes por covid mas nós conformamo-nos com a definição feita pelo nosso país: se uma pessoa com uma doença estiver infectada e houver uma disfunção pulmonar e respiratória, entendemos que é uma morte causada pela covid. Fazemos uma diferenciação nos casos dos portadores de doenças crónicas ou graves no final da vida, caso fiquem infectadas”, disse Alvis Lo.

O director dos SSM salientou que “temos muitas fontes de infecção, e há pessoas que faleceram por causa da covid ou outras doenças. De uma forma objectiva podemos dizer que houve muitas infecções, mas é complicado distinguir se a causa de morte se deveu à covid. Sabemos que muitos não declararam que estavam com covid”, adiantou o director dos SSM. Questionado sobre os casos de pessoas que foram encontradas mortas nas suas casas, Alvis Lo referiu que “podem ser muitas as causas”.

Relativamente aos serviços funerários, “pode haver uma saturação” dadas as “grandes dificuldades no transporte dos corpos para o Interior da China, que não era possível devido à infecção dos próprios trabalhadores”. “Sabemos que mais pessoas morreram, os familiares também estavam doentes e cerimónias foram adiadas, pelo que houve uma sobreposição nas marcações”, apontaram as autoridades, tendo sido feita a promessa de realização dos funerais pendentes até ao Ano Novo Chinês.

5 Jan 2023

Covid-19 | China pede à OMS para adoptar posição imparcial

A China pediu hoje à Organização Mundial da Saúde que adopte uma postura “justa” em relação à covid-19, depois de a organização ter criticado a avaliação de Pequim sobre a epidemia.

O país suspendeu sem aviso prévio no início de dezembro a maioria das suas medidas contra a covid-19, que permitiam que a sua população ficasse amplamente protegida do vírus desde 2020. Desde então, enfrentou o pior surto de casos, com hospitais e crematórios parecem sobrecarregados.

No entanto, as autoridades relatam muito poucas mortes relacionadas com a covid-19, após uma polémica mudança na metodologia de contabilização dos casos.

“Os números atuais divulgados pela China sub-representam o verdadeiro impacto da doença em termos de internamentos hospitalares, internamentos em cuidados intensivos e, principalmente, em termos de mortes”, estimou na quarta-feira Michael Ryan, responsável pela gestão de emergências de saúde da OMS.

“Esperamos que (…) a OMS mantenha uma posição baseada na ciência, objetiva e imparcial e desempenhe um papel ativo na resposta global aos desafios da epidemia”, disse, por seu lado, aos repórteres uma porta-voz da China.

Mao voltou a assegurar que o seu país partilhou “informações e dados relevantes” sobre a epidemia de covid-19 e sublinhou a “estreita cooperação” entre a China e a OMS. A partir de agora, apenas as pessoas que morreram diretamente de insuficiência respiratória ligada à covid-19 são contabilizadas nas estatísticas chinesas.

A China, que tem 1,4 mil milhões de habitantes, registou apenas 23 mortes por covid-19 desde dezembro, apesar da onda de contaminação sem precedentes há três anos no país.

5 Jan 2023

Covid-19 | Alemanha vai exigir testes aos viajantes provenientes da China

A Alemanha anunciou hoje que os viajantes provenientes da China terão de apresentar um teste negativo à covid-19 para entrar no país, como é já exigido por outros países preocupados com o recrudescimento de casos no território chinês.

Num comunicado, o ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, indicou que os passageiros terão de apresentar “pelo menos um teste rápido de antígeno”, adiantando que serão realizadas “amostras aleatórias” para detetar possíveis variantes do vírus, seguindo, assim, a recomendação feita na quarta-feira aos Estados-membros pela União Europeia (UE). A medida, segundo o comunicado, entrará em vigor a partir da próxima segunda-feira.

“É uma boa decisão. A Europa encontrou uma resposta comum à situação de pandemia na China. Para os viajantes da China, isso significa que, quando iniciarem a viagem para a Alemanha, precisarão de pelo menos um teste rápido de antígeno e que, ao entrar no país, haverá testes aleatórios para identificar variantes do vírus”, disse Lauterbach.

Além disso, o ministro alemão acrescentou que as águas residuais dos voos provenientes da China serão analisadas de forma complementar. Tal como a Alemanha, também hoje as autoridades suecas anunciaram que vão exigir que os viajantes provenientes da China apresentem um teste negativo à doença covid-19.

A medida, que tem início no sábado e vai estar em vigor durante três semanas, abrange todos os viajantes maiores de 12 anos, independentemente de estarem ou não vacinados, mas não os cidadãos suecos ou com autorização de residência neste país ou noutro da UE.

Com a adoção desta medida, o Governo sueco segue a recomendação da Agência de Saúde Pública, que, há dois dias, manifestou o seu apoio à introdução de uma regra deste tipo, algo que países como a Itália, a Espanha e a Bélgica já fizeram, mas que nenhum país nórdico tinha anunciado até agora. Entretanto, a Áustria juntou-se aos países que exigem a quem vem da China um teste negativo de covid-19 para entrar.

“A Áustria introduzirá a obrigação de teste antes da partida para os viajantes que chegam da China. Os detalhes estão a ser preparados”, disse uma fonte do Ministério da Saúde à agência de notícias austríaca APA.

O grupo de Resposta Integrada à Crise Política (IPCR) decidiu, numa reunião realizada na quarta-feira e na qual participaram instituições comunitárias e outros especialistas, além dos Estados-membros da UE, recomendar a apresentação de um teste negativo à covid-19 pelos viajantes provenientes da China.

As autoridades comunitárias também aconselham todos os passageiros de voos de e para a China a usar máscara facial de proteção e recomendou aos Estados-membros que testem aleatoriamente os passageiros à chegada.

A China está a enfrentar uma onda de contaminações sem precedentes desde o abandono abrupto, no início do mês, da chamada política de “covid zero”. No entanto, o país anunciou o fim das quarentenas obrigatórias à chegada ao território a partir de 08 de janeiro e a retoma gradual das viagens de chineses ao estrangeiro, o que preocupa vários países.

Especialistas locais estimam que, ao longo do último mês, cerca de 600 milhões de pessoas terão sido infetadas com covid-19 na China, o que equivale a 40% da população do país asiático, o mais populoso do mundo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está a avaliar o risco de uma nova variante do coronavírus que provoca a doença da covid-19, a subvariante XBB.1.5, que está a propagar-se rapidamente em vários países e pode ser mais transmissível.

A subvariante da estirpe Ómicron do SARS-CoV-2 resulta de uma recombinação de duas sublinhagens BA.2 e já foi detetada em 29 países, incluindo Estados Unidos, onde já representa cerca de 40% dos casos de covid-19.

Segundo o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Estados Unidos, esta subvariante “pode ser mais transmissível”, embora se desconheça ainda se terá efeitos “mais graves”.

5 Jan 2023

Covid-19 | China diz que não existem vestígios da variante delta no país

O diretor do Centro de Controlo de Doenças da China, Xu Wenbo, assegurou hoje que dados epidemiológicos em tempo real não mostram vestígios da variante Delta da covid-19 no país asiático. Citado pela televisão estatal CCTV, Xu disse que as linhagens BA.5.2 e BF.7 da variante Ómicron são dominantes na China e respondem por mais de 80% dos casos no país asiático.

“Desde o início de dezembro que circulam na China nove linhagens da variante Ómicron, que representam a grande maioria dos novos casos”, disse o especialista.

Xu Wenbo recusou também que exista uma linhagem que tenha surgido da combinação entre as variantes Delta e Ómicron. No entanto, observou que um total de 31 linhagens da Ómicron estão atualmente a circular na China, incluindo as variantes BQ.1 e XBB.

Estes números estão em linha com os dados apresentados, na quarta-feira, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que finalmente conseguiu divulgar informações sobre os casos de covid-19 no país asiático, depois de ter recebido informação relevante por parte das autoridades chinesas.

“Nenhuma nova variante ou mutação significativa foi identificada nos dados de sequenciamento disponíveis ao público”, disse a OMS, em comunicado, após uma reunião sobre a evolução do coronavírus entre o seu grupo de especialistas e representantes do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da China (CDC).

A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China Mao Ning garantiu na quarta-feira que “partilhou dados e informações” sobre os casos de covid-19 registados no país asiático “de forma responsável”, e voltou a pedir à comunidade internacional que evite “politizar a pandemia”.

No início do mês passado, a China aboliu a estratégia de ‘zero casos’ de covid-19, que vigorou no país ao longo de quase três anos, resultando numa rápida propagação do vírus, face à ausência de imunidade natural na população.

À medida que a China abdicou da realização de testes em massa, os dados oficiais passaram a estar desfasados da realidade no terreno. As imagens de crematórios e serviços de urgências a abarrotar sugerem, no entanto, que o país atravessa uma grave crise de saúde pública.

Especialistas chineses estimaram que a China tem atualmente cerca de cinco milhões de pacientes em estado grave. A empresa britânica Airfinity, que analisa dados do setor da saúde, apontou que a China está atualmente a sofrer cerca de 9.000 mortes por dia causadas pela doença.

O país asiático anunciou no final de dezembro que vai reabrir as suas fronteiras a 08 de janeiro, pela primeira vez desde março de 2020. Vários países decidiram nos últimos dias exigir que os viajantes oriundos da China passem a apresentar um teste negativo para a covid-19 antes de rumarem aos seus territórios.

Pequim descreveu as restrições que vários países impuseram aos viajantes provenientes da China como “desproporcionais”.

5 Jan 2023

Covid-19 | Epidemiologistas estimam que 40% da população chinesa foi infectada no último mês

Especialistas locais estimam que um total de 600 milhões de pessoas terá sido infectada com covid-19 na China, ao longo do último mês, depois de o país ter posto fim à política de ‘zero casos’. Aquele número equivale a 40% da população do país asiático, que é o mais populoso do mundo.

Citado pela imprensa local, o epidemiologista Zeng Guang, membro do Painel de Especialistas de Alto Nível da Comissão Nacional de Saúde do país asiático, considerou aquela estimativa “razoável”, já que a maioria das cidades chinesas relatou que pelo menos 50% da sua população testou positivo para o vírus ao longo das últimas semanas.

Zeng admitiu que a velocidade de transmissão do vírus na China foi mais rápida do que o esperado, com 80% da população de Pequim a ter sido infectada no espaço de um mês. Em Xangai, a “capital” económica da China, aquele valor ascende a cerca de 70%, afirmou.

As duas principais cidades da China têm mais de 20 milhões de habitantes. O responsável acrescentou que mais de 600 milhões de pessoas no país terão sido infectadas até 29 de dezembro.

No início do mês passado, a China aboliu a estratégia de ‘zero casos’ de covid-19, que vigorou no país ao longo de quase três anos, resultando numa rápida propagação do vírus, face à ausência de imunidade natural na população.

À medida que a China parou de fazer qualquer rastreamento significativo do desenvolvimento dos surtos no país, os dados oficiais passaram a estar desfasados da realidade no terreno. As imagens de crematórios e serviços de urgências a abarrotar sugerem, no entanto, que o país atravessa uma grave crise de saúde pública.

Os especialistas chineses estimaram que a China tem atualmente cerca de cinco milhões de pacientes em estado grave. A empresa britânica Airfinity, que analisa dados do setor da saúde, apontou que a China está atualmente a sofrer cerca de 9.000 mortes por dia causadas pela doença.

Cao Yunlong, bioquímico e professor assistente na Universidade de Pequim, disse que a letalidade das diferentes linhagens da variante Ómicron foi subestimada na China. E observou que, apesar de a linhagem BA.1 da Ómicron ser mais ligeira do que a variante Delta, a versão BA.5, que é a mais prolífica na China, recuperou o nível de patogenicidade.

Liang Wannian, epidemiologista chinês e ex-líder da equipa da Comissão Nacional de Saúde responsável pelo combate contra o coronavírus, considerou que é muito difícil calcular a taxa de mortalidade dos surtos atuais, que continuam a alastrar-se rapidamente. Liang disse que só no fim vai ser possível obter um número mais preciso.

Um documento interno do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças estimou que cerca de 248 milhões de pessoas foram infectadas pelo coronavírus entre 01 e 20 de dezembro.

Zhang Wenhong, chefe da Divisão de Doenças Infecciosas do Hospital Huashan de Xangai, disse que cerca de 80% dos 1,4 mil milhões de habitantes da China vão ficar infectados até 22 de janeiro, o primeiro dia do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas.

5 Jan 2023

Covid-19 | Hospitais de Xangai sobrecarregados face a fluxo de pacientes

Os hospitais de Xangai, a capital económica da China, estão sobrecarregados com pacientes idosos infectados com covid-19 nos departamentos de emergência, imersos no ruído de tosse, gemidos e respiração ofegante.

Três anos após os primeiros casos do novo coronavírus terem sido diagnosticados na cidade chinesa de Wuhan, a China enfrenta uma vaga de casos, depois de ter subitamente abolido, no mês passado, a política de ‘zero casos’.

Essas restrições, que permitiram que a maioria dos chineses não fosse exposta ao vírus desde 2020, causaram crescente frustração entre a população e abalaram a actividade económica.

Em Xangai, uma das cidades mais ricas da China, a situação é particularmente crítica. No espaço de um mês, cerca de 70 por cento da população, ou cerca de 18 milhões de pessoas, contraiu o vírus, segundo a imprensa estatal.

Em dois hospitais da cidade, a agência France Presse viu ontem centenas de pacientes, a maioria idosos, deitados em macas, dispostas nos corredores de serviços de emergência saturados. Muitos estão a receber infusões de soro fisiológico ou ligados a cilindros de oxigénio ou com monitores cardíacos.

A maioria está enrolada em cobertores e vestida com casacos grossos ou gorros. Alguns pacientes parecem não ter vida. Outros são atendidos fora do prédio, na calçada, devido à falta de espaço no interior das instalações.

No Hospital Huashan, perto do local onde eclodiram em novembro os protestos contra a política de ‘zero casos’ de covid-19, uma mulher curva-se sobre um paciente de cerca de 80 anos que recebe infusões de soro.

Perto dali, um jovem permanece ao lado da cama de outro paciente idoso e, de alguma forma, protege-o das idas e vindas da multidão que perambula pelo local.

Numa sala de espera no Hospital Tongren, no oeste de Xangai, uma enfermeira coloca entre os lábios secos de um paciente um tubo ligado a uma garrafa de oxigénio. Um médico protegido por uma viseira cuida de uma idosa, que treme sob um cobertor grosso.

Perante o fluxo de doentes, os médicos infectados com covid-19 continuam a trabalhar incansavelmente com os seus doentes, segundo testemunhos recolhidos pela AFP em hospitais de todo o país. Xangai não é exceção. De forma intermitente, a equipa de enfermagem solta uma tosse seca.

Pela própria admissão das autoridades, a extensão da epidemia é hoje impossível de determinar, os testes de despistagem já não são obrigatórios e os dados são fragmentados.

Em pouco tempo, o sistema de saúde ficou sobrecarregado, os medicamentos contra a febre esgotaram nas farmácias, enquanto os crematórios ficaram sobrecarregados com o fluxo de corpos.

A Comissão Nacional de Saúde da China deixou de publicar os números diários de casos e óbitos. Isso agora cabe ao Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), que, a partir da próxima semana, fará a atualização apenas uma vez por mês.

As autoridades também reviram os critérios para atribuir mortes à covid-19. Desde o início de dezembro, apenas 15 mortes foram registadas no país, que tem 1,4 mil milhões de habitantes, mas estes números parecem totalmente desfasadas da realidade observada no terreno.

4 Jan 2023

Covid-19 | UE inclinada a pedir testes a viajantes procedentes da China

A maioria dos Estados-membros da União Europeia é favorável a que sejam pedidos testes de covid-19 a todos os viajantes procedentes da China, mesmo antes de saírem do país, como resposta ao pico de infeções que se tem registado.

Os países do bloco comunitário inclinam-se também para recomendar aos viajantes medidas de higiene pessoal, incluindo o uso de máscara nos voos com partida da China, o controlo de águas residuais dos aviões para monitorizar o eventual surgimento de novas variantes à chegada aos seus aeroportos e melhorar a sequenciação do coronavírus SARS-CoV-2, que originou a pandemia de covid-19, entre outras medidas.

Estas são as ideias com que “concordaram” os especialistas dos Estados-membros na sua reunião de ontem, como resumiu na rede social Twitter a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, após o encontro.

Suécia prepara medidas de restrição

Entretanto, o Governo da Suécia anunciou ontem que está a preparar medidas de restrição para entrada de viajantes provenientes da China, que deverão ser definidas num curto prazo.

“O Governo instruiu a Agência de Saúde Pública da Suécia a analisar a situação na China e as consequências para a Suécia e propor medidas, incluindo possíveis restrições de entrada. Estamos preparados para diferentes cenários”, disse o ministro da Saúde Pública e Assuntos Sociais sueco, Jakob Forssmed, citado num comunicado conjunto dos Ministérios da Saúde e da Justiça suecos.

A Suécia, adianta a nota, admite “introduzir certas restrições que exigem um teste negativo de covid-19″ e os viajantes da China “precisam de estar preparados para decisões tomadas a curto prazo” pelas autoridades suecas.

“Estamos em diálogo com nossos colegas europeus para garantir que as regras sejam o mais uniformes possível em toda a União Europeia (UE)”, afirmou o ministro da Justiça sueco, Gunnar Strömmer, citado na nota. De acordo com o comunicado, o levantamento das restrições de saída da China, combinado com o aumento e disseminação generalizada da covid-19 no país, levantou a questão da introdução de restrições de entrada, inclusive na Europa.

O documento sublinhou ainda que, na qualidade de Presidente do Conselho da União Europeia, a Suécia também convocou uma reunião do Mecanismo de Resposta Política a Situações de Crise (IPCR) do Conselho, na quarta-feira, para discutir a questão das restrições de entrada tendo em vista um acordo comum entre os países do bloco europeu.

4 Jan 2023

Pandemia | Kiang Wu sem camas para doentes covid

As centenas de doentes covid-19 registados em Macau diariamente faz com que o hospital Kiang Wu já não tenha camas disponíveis. Por sua vez, o Centro Hospitalar Conde de São Januário está a receber cerca de 200 ambulâncias por dia no serviço de urgência, mais do dobro face ao número registado no ano passado

 

Os serviços médicos em Macau, tanto públicos como privados, começam a ter cada vez mais dificuldade em dar resposta ao crescente número de casos covid-19. Segundo a TDM, o hospital Kiang Wu já não tem camas para este tipo de doentes, tendo Li Peng Bin, médico e gestor do hospital privado, explicado que houve uma redução do número de doentes no serviço de urgência, mas há mais casos com sintomas graves, sobretudo junto dos mais idosos, que necessitam de internamento.

“O serviço de urgência no hospital está a tratar cerca de 600 pacientes por dia, o que é duas vezes mais face ao número de casos que tínhamos há umas semanas. No entanto, o serviço da linha de atendimento [para doentes covid-19] aliviou a pressão registada pelo pessoal médico do hospital e reduziu o número de pacientes nas urgências”, adiantou Ieng Kam Tou, também ouvido pela TDM, em declarações reproduzidas pelo portal Macau News.

Ao problema da falta de camas acresce-se o facto de muitos profissionais de saúde do Kiang Wu não terem ainda recuperado da doença, mas serem obrigados a prestar apoio no serviço, conforme explicou o médico Lei Man Chon. “Muitos estiveram doentes durante dois ou três dias, mas foram chamados ao serviço quando a febre baixou e quando começaram a sentir-se melhor.”

Relativamente à marcação de cirurgias, o serviço não tem sido afectado, adiantou o cirurgião Kam Kun Chong, uma vez que médicos, enfermeiros e auxiliares tomaram precauções em relação à covid-19, tomando medicamentos.

Tendo em conta que os idosos são, nesta fase, o maior grupo de risco, os dirigentes do hospital Kiang Wu prometem adoptar medidas especiais para travar o crescente número de casos e aliviar a pressão no serviço de urgência. Uma das medidas passa por recomendar que os doentes tomem os medicamentos fornecidos pelo Governo antes de se dirigirem de imediato às urgências.

São Januário lotado

A situação não é melhor no Centro Hospitalar Conde de São Januário. À imprensa chinesa, Chang Tam Fei, director substituto do serviço de urgência do hospital público, disse que houve um aumento, em termos anuais, de 200 a 300 doentes, pois cerca de 800 a 1000 doentes registaram-se nas urgências durante este surto.

As urgências do São Januário recebem, em média, 200 ambulâncias por dia com doentes covid, enquanto no mesmo período de 2021 o hospital recebia entre 70 a 80 ambulâncias diariamente, o que representa um crescimento de mais de 100 por cento.

“Os pacientes vão ao médico assim que se sentem doentes, e neste momento os doentes com sintomas ligeiros são imensos. Assim sendo, decidimos criar um posto de testes de ácido nucleico perto do serviço de urgência para podermos acolher estes doentes com sintomas leves. Desta forma podemos desviá-los do serviço de urgência, evitando a acumulação de pessoas”, adiantou Chang Tam Fei.

4 Jan 2023

Covid-19 | Autoridades de saúde da China pedem que zonas rurais se preparem nas vésperas de feriado

As zonas rurais da China devem garantir o “abastecimento de medicamentos” nas vésperas do Ano Novo Lunar, quando se prevê um aumento de casos de covid-19, apontou hoje a Comissão Nacional de Saúde do país asiático.

“Os abastecimentos devem sobretudo cobrir o período de elevado número de deslocações”, explicou o diretor do Departamento de Assuntos Médicos da Comissão Nacional de Saúde, Jiao Yahui, em entrevista à televisão estatal CCTV.

O número de casos de covid-19 aumentou rapidamente na China, após o país abolir a política de ‘zero casos’. A vaga de casos no inverno deve ser exacerbada pelo feriado do Ano Novo Lunar, que se celebra na última semana de janeiro. A principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais, regista, tradicionalmente, a maior migração interna do planeta, com centenas de milhões de chineses a regressarem à terra natal.

Jiao pediu que as áreas rurais se preparem para que “pessoas gravemente doentes possam ser pelo menos transferidas para um hospital municipal”.

A onda de infeções pelo novo coronavírus já terá atingido o pico nas grandes cidades do país, incluindo em Pequim, Xangai, Cantão ou Chongqing, mas ainda não atingiu as áreas rurais, de acordo com um estudo recente liderado por especialistas do Centro de Saúde Pública de Xangai.

O Conselho de Estado (Executivo) já pediu, em meados do mês passado, aos governos locais, que dêem prioridade aos serviços de saúde nas zonas rurais “para proteger a população”, apontando a “relativa escassez de recursos de saúde”.

No início de dezembro, as autoridades chinesas puseram fim a quase três anos da política de ‘zero casos’ de covid-19, que incluía testes em massa, quarentena em instalações designadas para casos positivos e contactos diretos, a utilização de aplicações de rastreamento de contactos e o encerramento das fronteiras do país.

O relaxamento das restrições antecedeu uma onda inédita de infeções na China, que provocou grande pressão hospitalar em diversas cidades.

Algumas vozes no país criticaram a falta de preparação das autoridades, antes de porem fim à política ‘zero covid’, que causou escassez de medicamentos para febre e problemas de acesso a cuidados médicos.

Jiao garantiu que a Comissão Nacional de Saúde “fez os preparativos” desde “o início de dezembro de 2022”, e que exigiu que os hospitais aumentassem as camas nos cuidados intensivos.

A rápida disseminação do vírus no país lançou dúvidas sobre a fiabilidade dos números oficiais, que relataram apenas algumas mortes recentes pela doença, apesar de localidades e províncias estimarem que uma proporção significativa das suas populações foi infectada.

A Organização Mundial de Saúde disse recentemente estar “muito preocupada” com a evolução da covid-19 na China e exigiu “mais informação”. Pequim respondeu que tem partilhado os seus dados “de forma aberta, atempada e transparente” desde o início da pandemia.

A empresa britânica Airfinity, que analisa dados do setor da saúde, estimou que a China está atualmente a sofrer cerca de 9.000 mortes por dia causadas pelo novo coronavírus.

A partir de 08 de janeiro, a covid-19 vai deixar de ser uma doença de categoria A na China, o nível de perigo máximo, para passar a ser uma doença de categoria B, que contempla menos controlo, marcando assim na prática o fim da política de ‘zero covid’, desmantelada pelas autoridades após a ocorrência de protestos em várias cidades do país.

3 Jan 2023

Covid-19 | Estudo aponta segundo pico para o Ano Novo Chinês

Um estudo da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau prevê para o Ano Novo Chinês um segundo pico de infecções de covid-19. O relatório apresentado pela equipa de investigadores revelou que cerca de 70 por cento dos infectados tiveram sintomas de febre, tosse e dores de garganta

 

Um estudo elaborado por uma equipa de académicos da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST na sigla em inglês) indica que Macau pode ser palco de um segundo pico de infecções de covid-19 durante os feriados do Ano Novo Chinês, que começa a 22 de Janeiro.

O novo ponto alto de registo de casos positivos poderá ser influenciado pela entrada de um maior volume de turistas do Interior da China, assim como pelo alívio das restrições de viagens com Hong Kong. Como tal, os académicos aconselham o Governo a preparar o novo pico poupando recursos médicos para acudir aos casos mais severos.

A investigação dos académicos da Faculdade de Engenharia e Tecnologia baseia-se num questionário aleatório a 2.553 pessoas, onde se indica que no dia 23 de Dezembro foi registado o maior número de casos positivos num dia, 256, que nessa altura correspondiam a cerca de 10 por cento de todas as infecções.

Quanto aos efeitos, o estudo indica que o pico de infecções mais severas se regista uma semana depois do ponto alto de todas as infecções, mantendo-se estável durante duas a três semanas, provocando um grande desgaste no sistema de saúde.

Em relação aos resultados de testes rápidos e de ácido nucleico, a equipa da MUST revela que mais de metade dos participantes no questionário tiveram resultados positivos entre 5 e 10 dias, enquanto 8 por cento tiveram resultados positivos entre 1 e 3 dias. Apenas 2 por cento dos inquiridos testaram positivo mais de 10 dias. A duração do resultado positivo foi maior em pessoas mais velhas.

No que toca aos sintomas, mais de 70 por cento das pessoas registaram febre, dores de garganta e/ou tosse, enquanto 17 por cento perderam temporariamente o olfacto.

Variantes do momento

Antes do fim-de-ano, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, declarou que “o pico de infecções em Macau já passou, com o número de indivíduos infectados a diminuir, e as autoridades concentram os esforços, neste momento, nos recursos hospitalares para tratar os doentes graves”.

Em relação ao estudo da MUST, e à previsão de um segundo pico no Ano Novo Chinês, a secretária garantiu que “as autoridades de saúde continuarão a acompanhar de perto e com atenção a evolução da situação epidemiológica da covid-19 no mundo, incluindo a mutação do vírus, a taxa de infecção, esperando que a população se prepare para possíveis picos periódicos da pandemia”.

A secretária indicou que com base na análise de “diversas informações, incluindo o número de declarantes na plataforma de autoavaliação”, infectados atendidos nas clínicas comunitárias e chamadas para a linha de apoio, o “pico de infecções foi registado entre os dias 21 e 23 de Dezembro”. Depois destas datas, as autoridades verificaram uma tendência de descida de casos positivos. Elsie Ao Ieong U estimava no dia 30 de Dezembro que cerca de 50 por cento da população já teria sido infectada com covid-19.

A governante referiu que a larga maioria das pessoas que declaram estar infectadas por iniciativa própria têm como objectivo requerer atestado médico para apresentar no trabalho e justificar faltas por doença.

De acordo com os resultados de análise ao vírus, as variantes predominantes em Macau são a Ómicron BF.7 e BA.5, com esta última a apresentar uma proporção mais elevada.

2 Jan 2023

Covid-19 | Especialistas alertam para risco de novas variantes com aumento de casos na China

Especialistas em saúde alertaram que o aumento de casos de covid-19 na China, à medida que o país abandona as restrições, poderá ser um terreno fértil para o aparecimento de novas variantes.

Pequim anunciou, na quarta-feira, o fim das quarentenas obrigatórias à chegada ao país, a partir de 08 de janeiro, no último vestígio da política “zero covid”, que, durante quase três anos, manteve a China fechada ao mundo desde que a pandemia começou.

Embora o governo chinês tenha deixado de publicar o número de casos diários, funcionários em várias cidades estimaram que centenas de milhares de pessoas foram infetadas, ao mesmo tempo que hospitais e crematórios estão sobrecarregados em todo o país.

Com o vírus agora livre para circular entre quase um quinto da população mundial, muitos países e especialistas temem que a China se esteja a tornar um terreno fértil para novas variantes.

Cada nova infeção aumenta as hipóteses do vírus sofrer uma mutação, disse Antoine Flahault, director do Instituto de Saúde Global da Universidade de Genebra.

“O facto de 1,4 mil milhões de pessoas serem subitamente expostas ao SARS-CoV-2 cria obviamente condições favoráveis ao aparecimento de variantes”, disse à agência de notícias France-Presse (AFP).

Bruno Lina, professor de virologia na Universidade Francesa de Lyon, disse ao jornal La Croix que “dada a intensa circulação do vírus, e portanto o aumento do risco de mutações, um potencial conjunto de vírus poderá emergir da China.

Soumya Swaminathan, que até novembro foi cientista chefe na Organização Mundial de Saúde (OMS), também disse que uma grande parte da população chinesa está vulnerável, em parte porque muitos idosos não tinham sido vacinadas. “Precisamos de estar atentos a quaisquer variantes emergentes de preocupação”, disse, ao jornal Indian Express.

Em resposta ao aumento de surto de casos, Japão, Índia e Estados Unidos vão exigir testes PCR a todos os passageiros provenientes da China, medida que Antoine Flahault afirmou poder ser uma forma de contornar qualquer atraso na informação proveniente de Pequim.

“Se conseguirmos amostrar e sequenciar todos os vírus identificados em todos os viajantes da China, saberemos quase imediatamente se novas variantes emergem e se espalham” no país, disse Flahault.

Xu Wenbo, chefe do instituto de controlo de vírus no Centro de Controlo e Prevenção de Doenças chinês, afirmou que os hospitais de todo o país vão recolher amostras de doentes e introduzir a informação sequencial numa nova base de dados geral, permitindo às autoridades monitorizar novas estirpes em tempo real.

Mais de 130 novas subvariantes da ómicron foram detetadas na China nos últimos três meses, disse Xu, na semana passada. Estas incluem XXB e BQ.1, mas BA.5.2 e BF.7 continuam a ser as principais estirpes da ómicron detetadas na China, indicou o responsável chinês.

Uma “sopa” de mais de 500 novas subvariantes da ómicron foi identificada nos últimos meses, sublinhou Antoine Flahault.

“Todas as variantes, quando são mais transmissíveis do que as variantes anteriormente dominantes – tais como BQ.1, B2.75.2, XBB, CH.1 ou BF.7 – representam definitivamente ameaças, porque podem causar novos surtos”, disse o epidemiologista.

“Hoje, nenhuma destas variantes parece apresentar novos riscos específicos de sintomas mais graves, mas isso pode vir a acontecer num futuro próximo”, acrescentou.

29 Dez 2022

Doente gástrico morre nas urgências após um dia sem tratamento

Na segunda-feira, uma ouvinte do Fórum Macau, do canal chinês da TDM, revelou um caso chocante que terá resultado na morte do seu marido. “O meu marido morreu, o seu corpo está no Centro Hospitalar Conde de São Januário”, começou desta forma o relato da residente.

A mulher afirmou que devido a intensas dores de barriga, ao final da manhã de quinta-feira, dia 22 de Dezembro, ligou para a linha de emergências médicas 999. Do outro lado da linha foi informada de que devido à escassez de ambulâncias disponíveis, o tempo de espera poderia ascender às duas ou três horas e que o melhor seria ligar directamente aos bombeiros. De novo foi-lhe indicado o mesmo tempo de espera.

Como o estado clínico do marido parecia agravar-se, a residente recorreu à Rádio Taxi e 15 minutos depois chegava ao Hospital São Januário, cerca do meio-dia. Passadas cinco horas de espera, foi indicado que o paciente precisava fazer análises ao sangue. Por volta das 18h, cansada após seis horas de espera, a mulher deixou o seu contacto telefónico e foi para casa, enquanto o marido aguardava os resultados das análises e subsequente tratamento.

A mulher, que indicou sofrer de hipertensão arterial, ficou à espera de uma chamada que nunca chegou. No dia seguinte, ao meio-dia, ou seja, 24 horas depois da chegada do marido ao hospital público, deslocou-se ao hospital.

“Entre o meio-dia de quinta-feira e as 15h do dia seguinte, o meu marido não recebeu qualquer tratamento médico, queixava-se de dores fortes e dizia que estava a morrer”, avançou a ouvinte do Fórum Macau.

Depois de perguntar porque o seu marido foi deixado ao abandono durante um dia inteiro, apenas com uma colheita de sangue para análises e sem receber os resultados, uma enfermeira revelou à residente que o marido sofria de uma inflamação na zona abdominal.

Dor e espera

O passo seguinte foi a administração de soro ao homem, cuja idade não foi revelada. Levantando a possibilidade de desidratação, a mulher afirmou que o pessoal de enfermagem teve dificuldades em encontrar uma veia para induzir o soro ao marido. “Pouco tempo depois de estar a receber soro, fui informada de que o meu marido precisava de ser submetido a cirurgia devido a uma perfuração gastrointestinal”, indicou a ouvinte.

Depois de seguir o conselho do pessoal médico para regressar a casa, por volta das 20h de sexta-feira recebeu uma chamada urgente do hospital a informar que o seu marido estava em estado crítico e a receber reanimação.

Apesar da forma como o seu marido acabaria por falecer, a mulher elogiou o esforça, dedicação e simpatia do pessoal médico.

27 Dez 2022

Covid-19 | China quer agora pessoas com poucos sintomas a trabalhar

Vários governos regionais na China encorajaram ontem as pessoas com casos ligeiros de covid-19 a deslocarem-se para os locais de trabalho, numa mudança radical em relação à política de “zero casos” seguida até recentemente.

A cidade de Guiyang (sudoeste) anunciou que pessoas infectadas com poucos ou nenhuns sintomas devem ir trabalhar numa série de setores, incluindo serviços governamentais, empresas estatais, saúde, serviços de emergência médica, serviços de entregas e supermercados, noticiou a agência norte-americana AP.

O anúncio seguiu-se a outros semelhantes das cidades de Wuhu e Chongqing, no início desta semana, numa aparente resposta à escassez de trabalhadores que afetou os cuidados médicos e as entregas de alimentos.

As novas medidas refletem também a dificuldade em reanimar uma economia que foi estrangulada por restrições pandémicas e que, agora que foram levantadas, está a ser abrandada por trabalhadores que adoecem.

As autoridades sanitárias anunciaram hoje a morte de cinco pessoas nas últimas 24 horas, alimentando a preocupação de que o número de mortos poderá aumentar acentuadamente após ter sido decidido levantar a maioria das restrições da política “covid zero”.

Os números oficiais poderão não corresponder à realidade, até porque vários crematórios contactados ontem pela agência francesa AFP disseram que se registou um número acentuado de mortes no país.

A China sempre defendeu que a sua política restritiva de “covid zero”, com confinamentos em massa, quarentenas e testes obrigatórios, permitiu manter um número relativamente baixo de casos e mortes.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a China comunicou mais de 10 milhões de casos de infeção e 31.309 mortes entre 02 de janeiro de 2020 e 19 de dezembro (segunda-feira). A nível global, a doença respiratória provocou mais de 6,6 milhões de mortos em quase 650 milhões de casos de infeção, segundo números da OMS.

A política adoptada pela China para conter a pandemia colocou a sociedade chinesa e a economia nacional sob enorme pressão e suscitou raros protestos anti-governamentais.

Aparentemente, o estado da economia e os protestos convenceram o Governo a alterar a sua estratégia.

Agora, relatórios não oficiais sugerem uma onda generalizada de novos casos, e familiares de vítimas e pessoas que trabalham no negócio funerário têm dito que as mortes ligadas à covid-19 estão a aumentar.

Wang Guangfa, médico do Departamento Respiratório do Primeiro Hospital da Universidade de Pequim, alertou as autoridades para um pico de casos graves nas próximas uma ou duas semanas, segundo a AP.

“A atual onda de infeções assemelha-se a um tsunami epidémico”, disse Wang num artigo de perguntas e respostas publicado ‘online’ esta semana. Wang disse também que o norte da China terá uma taxa de casos graves mais elevada do que a parte sul devido ao clima frio.

Os casos de doença grave e morte atingirão em grande parte os idosos ou aqueles que não receberam doses de reforço de vacinas, disse o virologista Gagandeep Kang, do Christian Medical College, em Vellore, Índia.

A China vacinou 90,3% da sua população, mas apenas deu uma dose de reforço a 60,5%.

As autoridades precisam de dar prioridade aos mais velhos, especialmente àqueles com mais de 60 anos, para evitar um grande número de mortes, disse Kang.

Com as pessoas a testar e a recuperar em casa, a China disse que já não era possível manter uma contagem precisa dos novos casos, tornando substancialmente mais difícil avaliar o estado da atual onda de infeção e a sua direção.

Além do reforço da vacinação de idosos, a outra grande preocupação é o reforço dos recursos de saúde nas cidades mais pequenas e no vasto interior rural antes das festividades do Ano Novo Lunar de janeiro, que verá os trabalhadores migrantes regressarem às cidades de origem.

21 Dez 2022

Ho Iat Seng fez balanço positivo da política de zero casos e afasta críticas

Ho Iat Seng traçou um balanço positivo das medidas adoptadas para controlar os surtos de covid-19 e da aplicação em Macau da política de zero casos. A mensagem do líder do Governo foi deixada durante o discurso do 23.º aniversário da transferência, quando fez uma retrospectiva sobre os trabalhos do passado recente.

“Ultrapassámos o período mais crítico, em que enfrentámos novos coronavírus altamente patogénicos, nomeadamente o vírus Covid-19 original e sua variante Delta, e vencemos o grave surto de ‘18 de Junho’, considerou o líder do Governo.

Ao mesmo tempo, destacou ainda a baixa mortalidade dos últimos três anos. “Relativamente à situação pandémica de Macau, a taxa de infecção, casos graves e de morte tem-se mantido, de um modo geral, num nível relativamente baixo”, vincou. “Temos envidado os maiores esforços para alcançar o melhor resultado possível na prevenção e controlo da pandemia, consolidando e aperfeiçoando as medidas de prevenção e controlo”, frisou.

Recusar críticas

A mensagem serviu também para refutar a ideia de que o Governo descurou a parte económica, apesar de enfrentar um ambiente mais difícil, motivado não só pela covid-19, mas também pelo encerramento das fronteiras e pela campanha do Interior contra o jogo na RAEM.

Nos últimos meses, principalmente com a discussão do orçamento para o próximo ano, o Executivo de Ho Iat Seng foi criticado, até pelas forças tradicionais, por não injectar 7 mil patacas nas contas de previdência dos residentes com mais de 65 anos. Esta é uma medida extraordinária que tinha sido implementada devido aos excedentes orçamentais. Com a crise económica e a redução das receitas de jogo, o orçamento tornou-se deficitário, o que fez com que deixasse de ser aplicada.

Ontem, Ho Iat Seng sublinhou que os apoios directos à população somados com o investimento público, a maior parte em obras, ultrapassaram o montante de 100,6 mil milhões de patacas.

“O Governo da RAEM lançou várias rondas de medidas em prol da estabilização da economia, da garantia do emprego e da atenuação das dificuldades da população, e deu continuidade aos benefícios de carácter permanente atribuídos aos residentes de Macau no valor de cerca de 68,3 mil milhões de patacas”, atirou o chefe do Governo. “A este somam-se cerca de 32,3 mil milhões de patacas correspondentes às despesas reais com os planos de apoio financeiro para mitigação dos impactos da pandemia, o que totaliza aproximadamente 100,6 mil milhões de patacas”, acrescentou.

Chefe do Executivo viaja hoje para Pequim

Ho Iat Seng viaja hoje para Pequim, onde vai permanecer até 24 de Dezembro, em missão oficial. De acordo com a informação disponibilizada pelo Governo, Ho Iat Sen irá “apresentar o balanço do trabalho” do Executivo durante este ano, “bem como os principais pontos das Linhas de Acção Governativa” para o ano que se avizinha. Durante a ausência de Ho Iat Seng, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, assume interinamente as funções de Chefe do Executivo.

21 Dez 2022

China | Crematórios cheios e alerta que vaga de covid-19 pode atingir zonas rurais

Trabalhadores de crematórios na China expuseram ontem uma situação de sobrelotação, que os obriga a trabalhar sem descanso e mesmo doentes, devido a uma vaga sem precedentes de casos de covid-19, que deverá atingir áreas rurais em breve.

O novo surto está a espalhar-se rapidamente pela China, uma semana depois de a maioria das restrições sanitárias em vigor durante quase três anos terem sido levantadas. As autoridades admitiram que era agora “impossível” contar o número de casos de contágio, e os números oficiais não mencionam quaisquer mortes relacionadas com covid desde 4 de Dezembro, mas os crematórios estão cheios.

“Cremamos vinte corpos por dia, a maioria idosos. Muitas pessoas ficaram doentes recentemente”, disse à France-Presse um funcionário de um crematório em Pequim.

O coronavírus não poupa o pessoal: “somos obrigados a trabalhar muito! Em 60 funcionários, mais de 10 estão positivos (para a covid), mas não temos escolha, há muito trabalho ultimamente”, acrescentou.

Funcionários de duas funerárias de Pequim contactadas pela agência de notícias francesa disseram que os seus estabelecimentos estão agora a trabalhar 24 horas por dia, oferecendo serviços de cremação no mesmo dia para satisfazer a elevada procura. Outro crematório revelou que actualmente tem uma lista de espera de uma semana.

Janeiro assusta

O organismo chinês responsável pela luta contra a pandemia apelou ontem aos governos locais para aumentarem a vigilância e a atenção médica para as pessoas que estão já a começar a viajar para visitar as famílias nas zonas rurais, devido ao Ano Novo Chinês, em Janeiro.

O evento causa a maior migração populacional do mundo todos os anos e espera-se que este ano a deslocação de pessoas seja particularmente intensa depois de as restrições às viagens interprovinciais terem sido levantadas.

As indicações são para essas pessoas usarem máscara e evitarem o contacto com idosos e que as autoridades locais devem monitorizar os seus movimentos, mas não mencionam a possibilidade de isolamento ou quarentena.

19 Dez 2022

Covid-19 | Onze mortos desde o início da pandemia

As autoridades anunciaram ontem a morte de mais dois doentes por covid-19, elevando para 11 o número total de óbitos causados pela doença desde o início da pandemia.

As duas mulheres, uma de 36 anos e outra de 86, sofriam de várias doenças, não estavam vacinadas contra a covid-19 e morreram no sábado, de acordo com um comunicado do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

O organismo voltou a apelar para a vacinação e para o reforço das primeiras doses, dado que a vacina contra a covid-19 pode “reduzir efectivamente o risco de infecção, doença grave ou morte”.

Nesta semana, o Governo anunciou o alívio da política chinesa de ‘zero covid”, em vigor durante quase três anos, estimando que a população infectada possa chegar aos 80 por cento.

No território foram contabilizadas 11 mortes e mais de 1.400 casos, desde o início da pandemia, em 11 de Março de 2020. Na sexta-feira e tal como na China, as autoridades indicaram que vão deixar de apresentar dados relativos aos casos assintomáticos.

O Governo começou também a distribuir gratuitamente kits anti-pandémicos à população, com anti-piréticos, medicamentos da Medicina Tradicional Chinesa, testes rápidos de antigénio e máscaras KN95.

19 Dez 2022

Covid-19 | Intensificada protecção a grupos mais vulneráveis

A nova abordagem na luta contra o coronavírus aponta agora para o reforço das medidas de protecção dos mais vulneráveis e da vacinação dos idosos

 

A China continua a optimizar as medidas de prevenção e controlo da epidemia da Covid-19, à medida que muda o foco da sua estratégia de resposta de conter novas infecções para prevenir e tratar casos graves. indica o Diário do Povo.

Por enquanto, o país está a trabalhar para proteger os mais susceptíveis das infecções e atender às necessidades médicas das pessoas, informa o Diário do Povo.

Na terça-feira, durante uma visita de investigação em Pequim, a vice-primeira-ministra chinesa Sun Chunlan pediu uma melhor protecção dos idosos, crianças, pacientes com doenças subjacentes, mulheres grávidas, pacientes em hemodiálise e outros grupos vulneráveis.

A vice-primeira-ministra afirmou também que a tarefa urgente no momento é garantir o acesso dos cidadãos a serviços médicos e medicamentos, acrescentando que as instituições médicas devem tratar pacientes, sejam eles pacientes com covid-19 ou não.

Estas directrizes estão em consonância com um novo conjunto de medidas anunciadas a 7 de Dezembro. As medidas de 10 pontos incluem propor quarentena domiciliar para casos leves e assintomáticos e reduzir os requisitos de testes de ácido nucleico para facilitar as pessoas a viajar e entrar em locais públicos.

Importante vacinar

Actualmente, as novas infecções em Pequim estão a crescer rapidamente, embora a grande maioria dos casos sejam assintomáticos e de baixo risco. Existem 50 casos graves e críticos em hospitais, a maioria dos quais tem condições de saúde subjacentes, de acordo com fontes oficiais.

É mais provável o vírus causar doenças graves quando infecta idosos, disse Li Yanming, especialista em respiração do Hospital de Pequim, acrescentando que ser totalmente vacinado e receber doses de reforço pode reduzir significativamente a incidência de condições graves.

Enquanto isso, os idosos são encorajados à vacinação. Wang Huaqing, um imunologista chinês líder, apontou que poucas pessoas com 60 anos ou mais tiveram reacções adversas à vacinação contra a Covid-19.

Até terça-feira, 91 por cento das pessoas com 60 anos ou mais foram vacinadas, e 86,6 por cento foram totalmente vacinadas, e a taxa actual de inoculação completa entre as pessoas com 80 anos ou acima é de 66,4 por cento.

Na quarta-feira, o governo anunciou que oferecerá uma segunda dose de reforço da vacina Covid-19 a grupos vulneráveis que receberam a sua primeira dose de reforço há mais de seis meses. Apenas semanas antes, o país lançou um plano de trabalho para melhorar a taxa de vacinação entre os idosos.

Para idosos incapazes ou não dispostos a tomar uma injecção de uma seringa, vacinas inaláveis contra Covid-19 estão a ser lançadas em cidades, incluindo Pequim e Xangai, proporcionando-lhes uma opção livre de agulhas para se defender do vírus, indica o diário estatal.

A China foca-se neste momento também em fornecer serviços médicos e de saúde para mulheres grávidas e crianças, destacando a importância da medicina tradicional chinesa no tratamento e prevenção.

16 Dez 2022

Pandemia | Teste para sair de Macau deixa de ser obrigatório

Desde quarta-feira que quem sai de Macau deve cumprir apenas as regras do local para onde vai viajar, não sendo mais necessário realizar um teste PCR para sair do território.

Segundo uma nota de imprensa do Centro de Coordenação de Contingência do novo tipo de coronavírus, “caso o local de destino não exija requisitos relevantes, não é necessário proceder à sua apresentação”. Além disso, “todas as pessoas que entrem ou saiam de Macau através dos postos fronteiriços de Zhuhai-Macau devem apresentar um certificado de teste de ácido nucleico com resultado negativo, realizado nas últimas 24 horas”. Esta medida dura até à meia-noite da próxima quarta-feira.

IAS | Linha de apoio com mais de dois mil pedidos de ajuda

A linha de apoio aos infectados do Instituto de Acção Social (IAS) recebeu, no primeiro dia, um total de 2.222 pedidos de ajuda.

Segundo dados fornecidos por Choi Sio Un, chefe do departamento de solidariedade social do IAS, no programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau, tendo este dito que é mais complexo dar apoio aos idosos que vivem sozinhos ou pessoas com necessidades especiais. Desta forma, fez um apelo para que seja feito um pedido próprio para a linha 28700600. Há cerca de sete mil idosos, ou casais de idosos, que vivem sozinhos, segundo a base de dados do IAS.

16 Dez 2022

Covid-19 | País deixa de publicar dados sobre casos assintomáticos

As autoridades de saúde dão continuidade ao fim da política de zero casos e anunciam o fim da publicação dos números de assintomáticos, alegando ser impossível precisar o número real de pessoas infectadas sem sintomas

 

A Comissão de Saúde da China informou ontem que vai deixar de publicar dados sobre casos assintomáticos de covid-19, face à redução acentuada da frequência de testes PCR, que deixaram de ser obrigatórios.

A agência governamental disse que parou de publicar o número diário de casos em que nenhum sintoma é detectado por ser “impossível compreender com precisão o número real de pessoas infectadas assintomáticas”, geralmente a grande maioria dos casos, de acordo com um comunicado. Os únicos números relatados são casos diagnosticados em instalações de teste públicas.

Isto representa um desafio para a China, à medida que põe fim a quase três anos da estratégia ‘zero covid’. Como os testes de PCR em massa deixaram de ser obrigatórios e os pacientes com sintomas leves podem recuperar em casa, em vez de serem isolados em instalações designadas, tornou-se mais difícil avaliar o número real de casos.

As ruas de Pequim permanecem silenciosas, com filas a formarem-se junto a clínicas de febre – cujo número aumentou de 94 para 303 – e às farmácias, onde clientes tentam obter anti-piréticos ou anti-inflamatórios.

Apesar dos esforços para aumentar a vacinação entre os idosos, dois centros montados em Pequim para administrar vacinas permaneciam vazios na terça-feira.

As chamadas para as linhas directas de saúde aumentaram seis vezes, de acordo com a imprensa estatal.
Sem contar os casos assintomáticos, a China registou apenas 2.249 infecções “confirmadas”, entre segunda e terça-feira, elevando o total de casos no país para 369.918. O país registou 5.235 mortes pela doença, desde o início da pandemia, de acordo com dados oficiais.

Procura-se funcionários

Apesar do relaxamento das restrições, os restaurantes permanecem quase todos fechados ou vazios na capital chinesa. Muitas empresas estão a ter dificuldades em encontrar funcionários suficientes que não estejam doentes. Sanlitun, um dos distritos comerciais mais populares de Pequim, estava ontem deserto.

Os hospitais também estão a ter dificuldades em manter o pessoal, enquanto os pacotes de entregas se acumulam nos pontos de distribuição, devido à escassez de funcionários.

Algumas universidades chinesas anunciaram que vão permitir que os alunos terminem o semestre em casa, na esperança de reduzir o potencial de um surto maior do novo coronavírus, durante o Ano Novo Lunar, que se celebra no final de Janeiro.

A China também parou de rastrear algumas viagens, reduzindo a probabilidade de as pessoas serem forçadas a cumprir quarentena por terem estado em zonas de médio e alto risco.

Apesar disso, as fronteiras do país permanecem praticamente fechadas e não há informações sobre quando as restrições vão ser relaxadas para viajantes que chegam do exterior.

15 Dez 2022

DSEDJ | Aulas suspensas com mais de quatro casos diários por turma

Desde ontem que estão em vigor as novas directrizes para as escolas adoptarem caso sejam detectados casos de covid-19. Segundo um comunicado da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), as escolas podem suspender as aulas caso existam, numa turma, mais de quatro casos de covid-19 de alunos confirmados num só dia.

Assim, a turma irá suspender as aulas por um período de cinco dias a contar do dia em que os casos são confirmados. Caso numa turma exista menos de quatro novos casos confirmados, apenas os alunos doentes ficam dispensados de regressar à escola, enquanto os outros continuam a frequentar as aulas.

Quanto aos alunos cujas aulas foram suspensas devido às medidas da primeira fase, nos dias 12 e 13 de Dezembro, podem, a partir da data da suspensão das aulas, efectuar o teste rápido ou o teste de ácido nucleico por dois dias, podendo estes regressar à escola caso obtenham um resultado negativo. Todavia, os encarregados de educação podem optar pelo não regresso imediato dos alunos à escola dependendo da situação dos seus filhos, sendo que as escolas devem tratar as faltas desses alunos de forma flexível.

Os casos confirmados do pessoal docente ou não docente não são tidos em conta para a suspensão das aulas. O plano das aulas poderá ser ajustado nestes casos, explica a DSEDJ.

15 Dez 2022