Hoje Macau China / Ásia MancheteProfessores protestam em Hong Kong em solidariedade aos jovens manifestantes [dropcap]M[/dropcap]ilhares de professores vestidos de preto, a assinatura do movimento pró-democracia, estão a participar hoje em Hong Kong numa marcha pacífica em solidariedade aos jovens manifestantes. Organizada pelo Sindicato de Professores Profissionais de Hong Kong, os manifestantes deverão marchar até à residência da chefe do executivo, Carrie Lam. Segundo a agência noticiosa AP e o jornal South China Morning Post, muitos dos professores transportam cartazes com uma mensagem em comum: “Protejam a próxima geração”. De acordo com o sindicato, os professores que se manifestam hoje concordam com as cinco reivindicações dos manifestantes: retirada definitiva da lei da extradição, a libertação dos manifestantes detidos, que as ações dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e a demissão da chefe do Executivo, Carrie Lam. Para hoje está programada uma grande manifestação que a polícia autorizou, mas proibiu a marcha de protesto, disse na sexta-feira à agência Lusa a porta-voz de um dos movimentos que organiza a iniciativa. Há mais de dois meses que Hong Kong é palco de protestos maciços, marcados por violentos confrontos entre manifestantes e a polícia, que tem usado balas de borracha, gás pimenta e gás lacrimogéneo. A 1 de Julho, alguns manifestantes invadiram mesmo o parlamento de Hong Kong. Mais recentemente, o aeroporto de Hong Kong foi palco de manifestações, com as autoridades a serem obrigadas a cancelar centenas de voos na segunda e na terça-feira naquela que é uma das infraestruturas aeroportuária mais movimentada do mundo.
Hoje Macau China / ÁsiaPolícia de Hong Kong autoriza manifestação este domingo, mas proíbe marcha de protesto [dropcap]A[/dropcap] Polícia de Hong Kong autorizou a grande manifestação marcada para domingo, mas proibiu a marcha de protesto, disse esta sexta-feira à agência Lusa a porta-voz de um dos movimentos que organiza a iniciativa. A vice-coordenadora da Frente Civil de Direitos Humanos, Bonnie Leung, adiantou que a decisão vai ser alvo de um recurso ainda hoje por parte daquela organização que junta várias organizações não-governamentais e partidos políticos. A proibição levanta sérias dúvidas sobre a forma pacífica como pode decorrer a concentração, explicou a activista, já que, ainda que se perca o recurso, “muitos manifestantes vão quer fazer a marcha e não se sabe como pode reagir a polícia”, sublinhou. O objectivo da manifestação e da marcha passa por exigir que o Governo responda a cinco reivindicações: retirada definitiva da lei da extradição, a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e a demissão da chefe do Executivo, Carrie Lam. Na quinta-feira, a PSP de Macau proibiu a realização de um protesto no território contra a violência policial em Hong Kong. Numa resposta enviada à Lusa, a PSP alegou que não podia autorizar uma iniciativa de apoio ao que considerou serem “actos ilegais” como os ocorridos em Hong Kong. Autorizar a realização de uma manifestação desta natureza, sublinhou a PSP, “poderia enviar uma mensagem errada à sociedade de Macau”, com as pessoas a poderem vir a expressar as suas reivindicações em oposição à lei do território, com previsível impacto na segurança pública e no Estado de Direito. A PSP referiu-se aos confrontos ocorridos em Hong Kong, entre manifestantes anti-governamentais e as forças de segurança, como “actos de alguns manifestantes radicais” que afectaram a ordem social e o Estado de direito na região administrativa especial chinesa. A manifestação estava agendada para segunda-feira a partir das 20:00.
João Luz Manchete PolíticaPSP recusa vigília contra a violência policial em Hong Kong A Polícia de Segurança Pública não autorizou a vigília silenciosa que estava marcada para segunda-feira no Leal Senado em protesto contra a violência policial em Hong Kong. As autoridades locais entenderam que a acção visava apoiar os actos ilegais praticados na região vizinha. Entretanto, a fonte do Leal Senado e parte da praça foram ontem cercadas com barreiras do IAM [dropcap]N[/dropcap]a quarta-feira, um cidadão pediu autorização à Polícia de Segurança Pública (PSP) para organizar uma vigília silenciosa na próxima segunda-feira, no Leal Senado, contra a violência policial em Hong Kong. O pedido foi ontem rejeitado pelas autoridades. Num comunicado enviado ao HM, a PSP refere que a razão de ser da vigília se prende com “os recentes conflitos em Hong Kong e actos de alguns manifestantes radicais que violaram as leis de Hong Kong e afectaram seriamente a ordem social e o Estado de Direito.” Como tal, “a PSP examinou o pedido e chegou à conclusão de que quem pede autorização para este tipo de assembleia apoia actos ilegais que enviam a mensagem errada para a sociedade de Macau”. A polícia acrescenta ainda que, apesar do cartaz sublinhar a natureza pacífica do protesto, este incita as pessoas a seguirem maus exemplos e a “expressarem as suas reivindicações de forma contrária às leis de Macau, resultando em impactos sérios na segurança pública, e no Estado de Direito”. Em conclusão, “estas assembleias não são permitidas pela lei que regula o direito de reunião e de manifestação, assim sendo, a PSP esclarece que a vigília não é permitida pela lei”. Scott Chiang, em declarações ao HM, referiu que “a PSP é uma força alegadamente forte e profissional”, e que “a noção de que podem falhar na manutenção da ordem numa ocasião destas é algo de impensável”. O activista, que já respondeu em tribunal devido a manifestações, entende que em Macau as perspectivas políticas da sociedade são moldadas pela TVB e pelo WeChat, em particular em relação ao que se passa em Hong Kong. Para Scott Chiang, os protestos na região vizinha são mal vistos por cá devido ao desapego aos assuntos públicos, ou à simples falta de reconhecimento da luta pela liberdade. Obras leais Ontem de manhã, e menos de 24 horas depois do pedido para a vigília no Leal Senado, a fonte da praça foi vedada por barreiras com o símbolo do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), e ao lado outras barreiras formaram um círculo algumas vigas de ferro rodeadas por quatro pinos. Segundo informação do portal do IAM, as obras destinam-se a melhoramento das fontes (do Leal Senado e Av. Infante D. Henrique). As obras adjudicadas à Good Macau a 5 de Junho deste ano, custam quase 630 mil patacas, têm início marcado para 14 de Agosto e um prazo de 90 dias para conclusão. Ao HM, foi explicado que as obras na fonte serviriam para instalar as decorações para o Festival do Meio de Outono. Zheng do contra Zheng Anting enviou ontem uma carta ao Chefe do Executivo a apelar à rejeição de qualquer tipo de reunião ou manifestação que possa destruir a prosperidade do território. “Macau é harmonioso, pacífico e próspero, isto depende muito do apoio do Governo Central e do esforço conjunto da população de Macau. Não quero que seja afectado pela situação de Hong Kong”, disse o deputado citado pelo canal chinês da Rádio Macau. Além disso, Zheng Anting expressou desacordo com o propósito da vigília e mostrou-se esperançado que o Governo aplique o artigo 23.º da Lei Básica. “Recebemos mais de 100 telefonemas de cidadãos e mensagens de WeChat, a favor da protecção de Macau, para que não se caia numa situação semelhante a Hong Kong”, sublinhou o deputado.
Hoje Macau China / ÁsiaPolícia de Hong Kong confirma cinco detenções após confrontos no aeroporto [dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong confirmou ontem a detenção de cinco pessoas na sequência dos confrontos registados entre as forças policiais e manifestantes pró-democracia no aeroporto internacional de Hong Kong. O porta-voz da polícia local, Mak Chin-ho, precisou que os cinco homens detidos, com idades compreendidas entre os 17 e os 28 anos, são acusados de promover uma manifestação ilegal. Dois dos detidos são igualmente acusados de agredir um elemento das forças policiais e de possuir armas ofensivas, segundo a mesma fonte. O porta-voz admitiu a possível detenção de mais suspeitos, incluindo activistas que agrediram um polícia da unidade anti-motim durante incidentes registados terça-feira à noite no aeroporto de Hong Kong. A lei do território prevê sentenças de prisão perpétua para as pessoas que cometam actos violentos ou actos que possam interferir na segurança do tráfego aeroportuário e do aeroporto. “A polícia promete a todos os cidadãos de Hong Kong que tomaremos as medidas para levar todos os culpados à justiça”, concluiu o porta-voz, em declarações à comunicação social. A grande maioria dos manifestantes pró-democracia são estudantes universitários, cerca de metade são homens e está na faixa etária dos 20 anos e quase todos admitem que odeiam a polícia, segundo um estudo hoje divulgado pelas agências internacionais que traça o perfil dos activistas que têm estado envolvidos nestas últimas 10 semanas de protestos em Hong Kong. O estudo, desenvolvido por investigadores de quatro universidades daquele território, envolveu entrevistas a mais de 6.680 pessoas ao longo de 12 acções de protesto de diferentes tipos, de grandes manifestações a iniciativas de menor dimensão. Quando questionados sobre as razões que motivaram o seu envolvimento no movimento pró-democracia, 87% falaram da anulação da lei de extradição, 95% apontaram o seu desagrado com a actuação da polícia nas manifestações e 92% pediram a criação de uma comissão independente de inquérito sobre a violência policial. Hong Kong, antiga colónia britânica, está a atravessar a sua pior crise política desde a sua transferência para as autoridades chinesas em 1997. Nos últimos dois meses, o território tem sido palco de manifestações quase diárias que muitas vezes têm degenerado em confrontos entre as forças policiais e activistas mais radicais. Iniciada em Junho contra um projecto-lei de alteração, entretanto suspenso, à lei da extradição (que visava permitir extradições para Pequim), a contestação nas ruas generalizou-se e ampliou as suas reivindicações, denunciando agora o que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” e uma ingerência da China nos assuntos internos daquele território.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE com nota apenas de “casos pontuais” de portugueses afectados em Hong Kong [dropcap]O[/dropcap] movimento de contestação em Hong Kong não causou até ao momento grandes perturbações a cidadãos portugueses, registando-se apenas “casos pontuais” de problemas com viagens, disse ontem à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. “Salvo casos muito pontuais não temos notícia de portugueses que estejam a ver as suas viagens ou a sua vida muito perturbada por estes acontecimentos”, disse o ministro. “Os poucos casos de que temos conhecimento, e estamos a acompanhar, são algumas pessoas e um grupo, uma tuna universitária, que esteve em Macau, ia agora de Hong Kong para Tóquio, e uma parte ainda não conseguiu partir”, precisou. No contexto das manifestações pró-democracia que desde Junho se realizam em Hong Kong, milhares de manifestantes invadiram na sexta-feira o aeroporto local, um dos mais movimentados do mundo, num protesto que aumentou e levou, na segunda e na terça-feira, à suspensão de serviços e ao cancelamento de centenas de voos com partida de Hong Kong. “Mantemos as nossas recomendações […] que as pessoas tenham os cuidados de segurança habituais nestas circunstâncias, designadamente evitando os locais ou as áreas em que ocorrem confrontos, em que haja distúrbios ou em que haja repressão”, disse Santos Silva, que falava à Lusa à margem de uma entrevista sobre outro tema a divulgar em data futura. Santos Silva disse ainda que apesar da proximidade com Hong Kong, “a situação em Macau é muito tranquila”. O ministro evocou por outro lado a posição da diplomacia da União Europeia (UE), reiterando o apelo “a todas as partes” para que “não agravem a tensão e se abstenham de acções violentas”, “sejam eles as forças policiais ou os manifestantes”. “É muito importante que a violência não progrida e é muito importante que a questão politica e legal que está em causa em Hong Kong neste momento seja resolvida por vias políticas e legais e não pela violência”, afirmou. Hong Kong vive um clima de contestação social desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental. A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora aquilo que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica, enquanto pedem a demissão da chefe do executivo local, Carrie Lam, e a eleição de um sucessor por sufrágio universal directo, e não nomeado pelo Governo central.
João Luz Manchete PolíticaCidadão anónimo convoca vigília no Leal Senado contra a violência policial em Hong Kong [dropcap]O[/dropcap]ntem de manhã começou a circular nas redes sociais um cartaz a convocar os residentes para uma vigília silenciosa contra a violência policial em Hong Kong. A realizar-se, a vigília terá lugar no Leal Senado, na próxima segunda-feira, a partir das 20h. O Corpo de Polícia de Segurança Pública confirmou ter recebido o pedido de manifestação ontem por volta das 15h30. Até à hora do fecho da edição, as autoridades policiais ainda não tinham revelado se vão permitir ou recusar o pedido. Além do cartaz ser anónimo, sem referência a qualquer associação local, a mensagem em cantonês sublinha que a vigília tem fins pacíficos, é uma manifestação razoável e racional face ao que se passa na região vizinha. Outro aspecto mencionado é que apesar das posições políticas de cada um, a favor ou contra a lei da extradição, ou com uma visão positiva ou negativa sobre a actuação do Governo de Carrie Lam, a violência policial deve ser condenada por todos. A publicação levantou alguma polémica e troca de comentários mais acesos e motivou até um contra-cartaz. Depois do meio-dia de ontem, outra publicação passou a circular nas redes sociais com um carimbo a dizer “rejeitar” em cima do cartaz original. Na publicação que rejeita a vigília, alguns internautas comentaram que o protesto só trará confusão a Macau e que será essa a intenção. Em resposta, houve quem argumentasse que se uma vigília silenciosa tem capacidade para desequilibrar a harmonia local, então a estabilidade política e social de Macau é mais frágil do que parece. Foi também lembrado a quem se opôs à realização de um protesto contra a violência policial em Hong Kong que a Lei Básica garante aos residentes “liberdade de expressão, de imprensa, de edição, de associação, de reunião, de desfile e de manifestação”. Sulu Sou por arrasto À medida que o cartaz se tornava viral, passou também a ser difundido um rumor de que Sulu Sou estaria por trás da vigília, acompanhado por uma foto com o pró-democrata a distribuir panfletos. O deputado viu-se forçado a publicar na sua página de Facebook um desmentido, negando qualquer envolvimento pessoal e da Associação Novo Macau na vigília, assim como o conhecimento da identidade do autor do cartaz. “Um grupo de WeChat está a dizer que distribuí panfletos esta manhã na zona da Praia do Manduco a propósito de uma vigília a realizar no dia 19 de Agosto sobre a situação de Hong Kong. Venho por este meio declarar que isto é um rumor, uma ficção, e que não tem nada a ver comigo ou com a Novo Macau”, referiu o pró-democrata. O deputado esclareceu que a foto em que aparece a distribuir panfletos foi tirada numa acção de divulgação do referendo que a Nova Macau está a promover sobre o sufrágio universal para o cargo de Chefe do Executivo. No entanto, Sulu Sou recorda que os cidadãos de Macau têm todo o direito a expressar as suas opiniões através de marchas, vigílias e outras formas de protesto, desde que o façam dentro da lei.
Hoje Macau China / ÁsiaChina descreve manifestações no aeroporto de Hong Kong como “quase terroristas” [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês descreveu hoje as agressões a dois homens no aeroporto de Hong Kong por manifestantes anti-governamentais como actos “quase terroristas”, numa subida de tom de Pequim, que está a reunir soldados na fronteira. “Condenamos veementemente esses actos quase terroristas”, afirmou Xu Luying, porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e de Macau do Governo chinês, em comunicado. Na terça-feira, o quinto dia de uma mobilização sem precedentes no aeroporto de Hong Kong, os manifestantes obstruíram a passagem que leva às áreas de embarque. À noite, um homem suspeito de ser um espião chinês infiltrado, foi amarrado a um carrinho de bagagem, por um grupo de manifestantes e, mais tarde, levado pela ambulância. O Global Times, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês, disse ser um dos seus jornalistas. Num outro incidente, um homem denunciado por um grupo de manifestantes como um polícia infiltrado foi atacado. As forças de segurança tiveram que usar gás pimenta para dispersar os manifestantes. O aeroporto de Hong Kong reabriu hoje depois de ter cancelado centenas de voos, na segunda e terça-feira, enquanto Pequim reforçou as suas ameaças de intervenção. Imagens de satélite difundidas hoje mostram veículos do exército e da polícia chinesa reunidos em Shenzhen, cidade que faz fronteira com Hong Kong. Um comunicado da polícia chinesa, difundido pela imprensa, informou que mais de 12 mil policias estão reunidos em Shenzhen, para exercícios anti-motim. “O exercício será realizado para aumentar o moral das tropas, praticar e preparar a segurança das celebrações e manter a segurança política nacional e a estabilidade social”, disse a polícia. Hong Kong vive um clima de contestação social desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.
Andreia Sofia Silva VozesQue grande chatice [dropcap]B[/dropcap]em podem ir para a rua, vão conseguir alguma coisa?” “Tu já viste isto, agora fazem esta greve? E as pessoas?” Estas são algumas das frases ou questões que tenho ouvido ou lido nas redes sociais, não só sobre a greve dos motoristas que se vive em Portugal, mas também sobre o que se está a passar em Hong Kong. São dois mundos diferentes, bem sei, mas repare-se no pensamento que está por detrás disto: mais vale estar calado e não ir contra a ordem estabelecida porque depois o aeroporto para, a economia mexe, o combustível não chega para todos e o dia-a-dia normal agita-se. É importante uma manifestação, fazer-se ouvir, marcar a diferença, sempre de maneira ponderada, com objectivos concretos e uma agenda bem definida. Caso contrário, para que serviram as revoluções? Para que serve legislar-se o direito à greve, à manifestação, à liberdade de expressão? Já não vale a pena lutar por nada e ficarmos à mercê de um sistema com o qual não concordamos? Seremos apenas lutadores de Facebook e do Twitter, escondidos por detrás de um ecrã, apontando o dedo sem nada fazer e sem nada apoiar? Com a luta de uns ganham-se os direitos de todos. Os meios não justificam os fins, mas há coisas pelas quais se devem lutar sempre.
Sofia Margarida Mota SociedadeProtestos no aeroporto de Hong Kong com impacto nos casinos [dropcap]O[/dropcap]ntem e na segunda-feira o Aeroporto Internacional de Hong Kong encerrou devido a protestos no local, algo que poderá ter impacto no turismo de curta duração de Macau. A tese é da consultora financeira Nomura, de acordo com a GGRAsia. “Esperamos que o fecho do aeroporto de Hong Kong exerça pressão sobre os visitantes que se dirigem a Macau por um curto período de tempo”, referem os analistas Harry Curtis, Daniel Adam e Brian Dobson citados pela mesma fonte. No entanto, “o impacto deve ser transitório e as visitas para Macau deverão ser recuperadas assim que o aeroporto reabrir”, acrescentaram. Recorde-se que a maioria dos jogadores dos casinos locais são turistas, e que muitos chegam a Macau através do aeroporto da região vizinha. A Sanford C. Bernstein Ltd sublinha que o impacto negativo dos protestos de Hong Kong é notório. “Estamos a começar a registar o impacto negativo dos protestos em Hong Kong com a interrupção dos transportes, o que está a criar um movimento contrário à China e à região (e às visitas a Macau)”, apontou a consultora. Também a Wynn Macau Ltd admitiu – durante uma teleconferência com analistas de investimentos – a existência de um impacto negativo para o sector do jogo devido à interrupção dos transportes causada pelos protestos em massa em Hong Kong. “Quando são cancelados centenas de voos e surge relutância em viajar, há motivos para achar que isso terá impacto no negócio”, disse o director, Matt Maddox. Sem fim à vista O presidente da Wynn Macau Ltd, Ian Coughlan, acrescentou na mesma altura que “o que está a acontecer em Hong Kong certamente se vai reflectir nos negócios a curto prazo”. “Houve uma interrupção no movimento de pessoas entre Hong Kong e Macau e parece que vai continuar nas próximas semanas pelo menos”, acrescentou o responsável. Por outro lado, há ainda quem defenda que em Macau não existe correlação directa entre o número de turistas e as receitas de jogo, na medida em que uma das grandes fontes de apostas é o sector VIP, que envolve elevadas quantias, mas poucos jogadores. No entanto, de acordo com as últimas estatísticas de jogo, o sector de massas tem contribuído mais para os lucros das operadoras.
Hoje Macau China / Ásia ManchetePassageiros retidos em Hong Kong defendem manifestantes e criticam cancelamento de voos Reportagem de João Carreira, enviado da agência Lusa [dropcap]A[/dropcap]s férias podem estar comprometidas, os dois dias de espera fazem ‘mossa’, mas vários passageiros retidos no aeroporto de Hong Kong defenderam hoje os manifestantes e afirmaram que o protesto “pacífico e ordeiro” não justifica o cancelamento de voos. No meio de algum caos pouco habitual num dos mais movimentados aeroportos do mundo, debruçados nos balcões das companhias aéreas, os passageiros tentam perceber quando poderão viajar. Henry Chan, que tentou partir na segunda-feira para Melbourne, onde vive, voltou a ficar em terra devido aos protestos pró-democracia que, depois de dois meses a paralisarem o centro da cidade, ‘acamparam’ no aeroporto internacional. Há horas no aeroporto, há demasiado tempo no balcão da companhia, Chan desiste e, com o dedo em riste apontado às funcionárias, desabafa, num discurso acalorado captado pelos telemóveis dos manifestantes, com direito a palmas no final: “Isto é um protesto pacífico e ordeiro, não há razão nenhuma para os voos serem cancelados, isto é uma vergonha e a culpa é das autoridades”. Natural de Hong Kong e a viver em Melbourne, Austrália, o seu apoio vai para os protagonistas dos protestos que se queixam da erosão da democracia no território administrado pela China, que se queixam da violência policial, e querem a retirada integral da lei da extradição e a demissão da chefe do Governo, Carrie Lam. “Ontem [segunda-feira] estavam mais do que hoje. Isto não faz sentido nenhum. O que está por detrás desta de cancelar os aviões?”, questionou o jovem, em declarações à agência Lusa. A uma vintena de metros, uma passageira com cerca de 50 anos, rodeada de bagagens, agarrada a meia garrafa de vinho já consumida, dá um inusitado ‘sermão’ a um grupo de jovens manifestantes que se sentaram a descansar momentaneamente num dos cantos do aeroporto. “Vocês são jovens. Não podem estar cansadas. Vão lá para o meio gritar. Não têm 50 e 60 anos. Não fiquem aí sentadas no chão”, disse a mulher que devia viajar hoje à noite para Xangai, oriunda do Reino Unido, para se encontrar com o noivo, a poucos dias do casamento. “Lembrem-se do dia de hoje. Lutem hoje e as vossas vidas podem melhorar um pouco mais dentro de alguns anos”, foi repetindo a passageira às jovens, de preto, de máscaras e munidas de cartazes, até estas se retirarem, aparentemente para o coração do protesto. Outra passageira, Wendy Liang, deveria ter partido na segunda-feira de férias para a Austrália, mas sem sucesso. A sua revolta combina a frustração de ficar em terra nos primeiros dois dias de férias com a certeza de que o número de manifestantes, mas sobretudo a natureza pacífica do protesto de hoje não justifica o cancelamento do seu voo pelo segundo dia consecutivo. “São jovens e completamente pacíficos. Por que estão a decidir cancelar [os voos]? Não entendo”, disse, corada do calor e da indignação. As autoridades aeroportuárias de Hong Kong cancelaram a saída de todos os voos devido a mais um dia de protesto, o quarto consecutivo, que ocupou os terminais do aeroporto internacional e aconselharam ao público em geral a não se deslocar para o local. A contestação social foi desencadeada pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental. A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e reivindicam agora medidas para a implementação do sufrágio universal no território, a demissão da actual chefe do Governo, uma investigação independente à violência policial e a libertação dos detidos ao longo dos protestos.
Hoje Macau China / Ásia MancheteAutoridades aeroportuárias cancelam partidas do aeroporto internacional de Hong Kong [dropcap]A[/dropcap]s autoridades aeroportuárias de Hong Kong cancelaram todos os voos de partida ainda programados para hoje, devido a mais um dia de manifestações que ocuparam os terminais do aeroporto internacional. As autoridades anunciaram no final da tarde (hora local) de hoje que os serviços de ‘check-in’ para voos que partem do aeroporto internacional de Hong Kong foram suspensos às 16:30. Os outros voos que já tinham concluído o seu processo continuaram a operar. As autoridades informaram que os voos que estão a chegar ao aeroporto de Hong Kong não devem ser afectados, mas dezenas destes já foram cancelados. Também aconselharam ao público em geral a não se deslocar para o aeroporto. Alguns voos puderam descolar e aterrar hoje daquele aeroporto internacional, um dia depois de mais de 200 voos terem sido cancelados. O encerramento segunda-feira do oitavo aeroporto internacional mais frequentado do mundo (74 milhões de passageiros em 2018), numa medida raramente aplicada, foi decidido na segunda-feira e no momento em que o Governo central chinês afirmava ver “sinais de terrorismo” na contestação que agita a região administrativa especial chinesa, desde o início de Junho. As salas de embarque e desembarque do aeroporto foram tomadas hoje de novo por milhares de manifestantes que ali se juntaram pelo quinto dia consecutivo. A contestação social foi desencadeada pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental. A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e reivindicam agora medidas para a implementação do sufrágio universal no território, a demissão da actual chefe do Governo, uma investigação independente à violência policial e a libertação dos detidos ao longo dos protestos.
Hoje Macau China / Ásia MancheteAeroporto de Hong Kong retoma hoje ligações aéreas [dropcap]O[/dropcap] aeroporto de Hong Kong anunciou que retoma hoje às 06h00 as ligações aéreas, suspensas ontem depois de milhares de manifestantes terem ocupado o principal terminal desta infraestrutura. Ontem à tarde todos os voos que não tinham concluído os procedimentos de ‘check-in’ foram cancelados, assim como voos com destino a Hong Kong que ainda não tivessem descolado, o que provocou o caos naquele que é um dos aeroportos mais movimentados do mundo. Funcionários aeroportuários aconselharam os passageiros afectados a abandonar o local para sua própria segurança, mas estes depararam-se com o trânsito praticamente estancado e transportes públicos sobreocupados, tendo muitas pessoas optado por abandonar o local a pé. A suspensão de voos foi decidida depois de milhares de manifestantes pró-democracia terem invadido o principal terminal do aeroporto do território administrado pela China. A manifestação marcou o quarto dia consecutivo de protestos no centro da ilha de Lantau, após mais um fim de semana de confrontos entre a polícia e manifestantes em vários pontos da cidade, que resultaram em feridos e em pelo menos 16 detenções, que ultrapassam as 600 desde o início de Junho. Este foi também o nono fim-de-semana de protestos consecutivo, marcado pela posição assumida pelo Governo chinês ao declarar que vê “sinais de terrorismo” na oposição protagonizada pelos manifestantes, jovens na sua esmagadora maioria. A contestação social começou em Junho, desencadeada pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental. A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora aquilo que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica, reivindicando também medidas para a implementação do sufrágio universal. Desde meados de Junho que os manifestantes exigem a demissão da actual chefe do Governo, um inquérito independente à violência policial e a libertação dos detidos ao longo dos protestos.
Hoje Macau China / ÁsiaGoverno chinês aponta “indícios de terrorismo” em Hong Kong [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês afirmou hoje que há “sinais de terrorismo” nos protestos anti-governamentais em Hong Kong, agravando assim o tom sobre as manifestações que há mais de dois meses abalam aquela região. “Os manifestantes radicais em Hong Kong usaram repetidamente objectos extremamente perigosos para atacar a polícia, o que é já um crime grave e revela os primeiros indícios de terrorismo”, disse o porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês, Yang Guang. Yang, que na semana passada avisou que “aqueles que brincam com fogo queimam-se”, denunciou “uma pequena minoria”, que constitui “um sério desafio à prosperidade e estabilidade de Hong Kong”. O porta-voz afirmou que foram lançadas bombas incendiárias de fabrico artesanal contra a polícia. As declarações de Yang surgem quando se cumpre o décimo fim de semana consecutivo de manifestações na antiga colónia britânica, com milhares de manifestantes a desafiarem a polícia, que tem respondido com gás lacrimogéneo e deteve já centenas de pessoas. Hong Kong vive um clima de contestação social desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental. A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora aquilo que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica e a demissão de Carrie Lam, a chefe do governo local, pró-Pequim, enquanto apelam à eleição de um sucessor por sufrágio universal directo, e não nomeado pelo Governo central.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Mais 16 detidos após confrontos. Polícia voltou a lançar gás lacrimogéneo Na sexta-feira a polícia dava conta de 592 detenções desde o início dos protestos, a 9 de Junho. A este número juntam-se agora mais 16 pessoas detidas este domingo por reunião ilegal, porte de armas e agressões a polícias [dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong voltou a usar gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes que bloquearam estradas e um dos principais túneis da cidade, e deteve 16 pessoas por reunião ilegal, porte de armas e agressões a polícias. Na sexta-feira, a polícia de Hong Kong já informara que 592 pessoas tinham sido detidas desde o início dos protestos, a 9 de Junho, com idades entre 13 e 76 anos, e enfrentam agora acusações que, no limite, podem resultar em penas de prisão até dez anos. Seguindo um padrão estabelecido nos fins de semana passados, os protestos continuaram na noite de sábado, apesar da recusa da polícia em autorizar as manifestações. O gás lacrimogéneo foi disparado contra uma multidão de cerca de mil pessoas num breve impasse nocturno numa estação de comboio suburbano em Tai Wai. Num incidente separado, a polícia lançou bombas de gás lacrimogéneo contra manifestantes que cercavam uma esquadra no distrito de Tsim Sha Tsui, no lado norte do porto de Hong Kong. Num outro bairro, a polícia anti-motim voltou a lançar gás lacrimogéneo depois de manifestantes terem iniciado um incêndio à frente de uma esquadra e atirado ovos contra o edifício. No início desse mesmo dia, uma associação de pessoas de Hong Kong, originárias do sul da província de Fujian, reuniu-se em torno de esquadras da polícia para mostrar seu apoio à aplicação da lei e ao trabalho das forças de segurança. Também no sábado, vários milhares de pessoas continuaram a protestar no aeroporto internacional de Hong Kong, um dos mais movimentados do mundo. Os manifestantes entoaram palavras de ordem, montaram televisores para divulgar vídeos de protestos recentes e distribuíram panfletos nos quais se tenta explicar a polémica à volta das emendas à lei de extradição propostas pelo Governo de Hong Kong e a exigência do sufrágio universal no território. Polícia volta a lançar granadas de gás lacrimogéneo A polícia voltou este domingo a disparar granadas de gás lacrimogéneo dentro de uma estação de comboios e em vários bairros de Hong Kong, onde manifestantes ocuparam estradas em mais um fim-de-semana de demonstrações contra o Governo. Os protestantes atiraram tijolos contra agentes de segurança e ignoraram os avisos para abandonarem o local antes do uso do gás lacrimogéneo na área de Sham Shui Po, alegou a polícia, adiantando que agiu contra uma “assembleia não autorizada”, de acordo com a agência Associated Press. No local próximo, manifestantes com máscaras de gás juntaram-se em frente a uma esquadra da polícia em Cheung Sha Wan. A polícia recorreu ao uso de granadas de gás lacrimogéneo no centro de Hong Kong, em ambas as laterais do porto Vitória, em Tsim Sha Tsui e em Wan Chai, na Ilha de Hong Kong. Num dos locais, os manifestantes bloquearam a entrada de uma praça, para impedir a polícia de entrar. Na esquadra de Tsim Sha Tsui, um polícia foi hospitalizado com queimaduras nas pernas provocadas por um ‘cocktail molotov’ lançado por um manifestante. O interior de uma estação de comboios em Kwai Fong foi transformado numa nuvem de gás depois de uma dúzia de polícias terem lançado várias granadas, não sendo claro quantos manifestantes se encontravam dentro do espaço. “Esperamos que o mundo saiba que Hong Kong não é a Hong Kong que costumava ser”, afirmou uma manifestante, Louisa Ho, citada pela AP, acrescentando: “A China está a fazer cada vez mais pressão sobre Hong Kong, o seu povo e as suas organizações”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina afirma ter detectado intervenção de forças estrangeiras em Hong Kong [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês disse hoje ter detectado a intervenção de “forças estrangeiras”, particularmente dos Estados Unidos, nas manifestações contra a proposta de lei de extradição que há mais de dois meses abalam Hong Kong. Em conferência de imprensa, o ministro conselheiro da embaixada da China em Espanha, Yao Fei, acusou diplomatas norte-americanos de se reunirem com líderes da oposição de Hong Kong para discutir possíveis sanções contra a China, face aos protestos na antiga colónia britânica. O ministério chinês dos Negócios Estrangeiros convocou, entretanto, um alto funcionário do consulado dos EUA em Hong Kong para exigir esclarecimentos e expressar insatisfação. “Temos a certeza de que por detrás destas manifestações e destes movimentos estão algumas forças estrangeiras e queremos perguntar qual o papel que as agências e até mesmo os funcionários diplomáticos norte-americanos estão a desempenhar na escalada da situação em Hong Kong”, acrescentou. O diplomata chinês referia-se a uma fotografia em que aparece uma funcionária da secção política do consulado dos Estados Unidos em Hong Kong, identificada pela imprensa local como Julie Edaeh, reunida com o líder do movimento independentista local. O diplomata chinês considerou tratar-se de “uma motivação” para “escalar a situação” e uma violação das convenções internacionais. E acusou “alguns estrangeiros” de ensinar métodos para intensificar o nível dos “tumultos”.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Carrie Lam rejeita qualquer cedência e avisa sobre riscos económicos dos protestos [dropcap]A[/dropcap] chefe do Governo de Hong Kong excluiu esta sexta-feira qualquer tipo de cedência em relação aos manifestantes anti-governamentais, alertando ainda para os riscos económicos associados aos protestos que se prolongam há dois meses naquele território. “No que diz respeito a uma solução política, acho que não devemos fazer concessões para silenciar manifestantes que têm cometido actos de violência”, declarou Carrie Lam, numa conferência de imprensa. Na mesma conferência, a chefe do executivo de Hong Kong avisou que o impacto económico dos protestos anti-governamentais poderá ser pior ao do surto da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), ocorrido em 2003. “A desaceleração dessa vez aconteceu de forma muito rápida. Alguns compararam-na a um tsunami”, afirmou Carrie Lam, após ter participado numa reunião com elementos da comunidade empresarial. “A recuperação económica levará muito tempo”, prosseguiu, referindo-se ainda às preocupações levantadas pelo sector empresarial privado, especialmente do sector do turismo. Milhares de manifestantes anti-governamentais iniciaram esta sexta-feira uma acção de protesto junto do aeroporto de Hong Kong com o objectivo de sensibilizar os estrangeiros que visitem o território para os motivos da sua mobilização. Os manifestantes planeiam manter a concentração junto do aeroporto durante o fim de semana. Segundo o relato das agências internacionais, muitos manifestantes exibem cartazes, com frases escritas em chinês e em inglês, a condenar a violência policial. “Salvem Hong Kong da tirania e da brutalidade policial!” é uma das muitas frases escritas nos cartazes, de acordo com as agências.
Andreia Sofia Silva VozesCarrie, olhe para Chui Sai On [dropcap]N[/dropcap]uma altura em que se continua a protestar em Hong Kong porque não se retira a proposta de lei da extradição do Conselho Legislativo, entre outras reivindicações, a Chefe do Executivo do território vizinho, Carrie Lam, deveria olhar para o exemplo do seu homólogo, o Chefe do Executivo de Macau. Chui Sai On é perito a retirar diplomas de um dia para o outro, mal a população levanta cabelo. Já ninguém se lembra da proposta que queria dar pensões vitalícias aos titulares dos principais cargos, e que depois de gerar, pelo menos, dois protestos enormes (dada a dimensão de Macau), obrigou, quase de imediato, à retirada da mesma da AL, para nunca mais voltar? E agora, a proposta de lei que iria instituir um fundo soberano mistério, mas que iria levar um rombo de 60 mil milhões de patacas, também foi retirada. Mas alguma alma achou normal criar uma empresa que não consta nas Linhas de Acção Governativa para 2019 e ninguém questionar isso? Onde param os assessores e juristas do Executivo para evitar este tipo de escândalo? Cara Carrie Lam, faça como fazemos em Macau. Tire logo as propostas de lei mal as pessoas saem à rua e não insista. Até já querem copiar os nossos cheques pecuniários, veja bem. O que não tem remédio, remediado está.
Hoje Macau China / Ásia MancheteCentenas de manifestantes concentram-se no aeroporto de Hong Kong [dropcap]C[/dropcap]entenas de manifestantes pró-democracia iniciaram hoje uma concentração no aeroporto de Hong Kong para sensibilizar os visitantes estrangeiros para o seu protesto, que já dura há dois meses. “Nenhum desordeiro, apenas tirania”, gritavam os manifestantes, alguns dos quais usavam máscaras e capacetes, no começo de manifestações não autorizadas que devem continuar no sábado e no domingo. Vestidos principalmente de preto, a cor emblemática de um movimento nascido durante a manifestação de 9 de Junho, os manifestantes sentaram-se no chão no saguão de desembarque, segurando cartazes, em inglês e chinês, condenando a violência da polícia. “Salve Hong Kong da tirania e da brutalidade policial!”, lê-se nos cartazes. Hong Kong está a passar pela sua pior crise política desde que os britânicos a devolveram à China em 1997, com manifestações e acções quase diárias, que muitas vezes gera violência entre activistas radicais e polícias. Nascida da rejeição de um polémico projecto de lei que visava permitir a extradição para a China, a mobilização em Hong Kong expandiu-se consideravelmente nas suas exigências, com uma crescente crítica ao poder de Pequim. Os manifestantes prometeram continuar o seu movimento até que as suas exigências sejam atendidas. Exigem, em particular, a renúncia da líder do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, uma investigação independente sobre a acção policial, uma amnistia para os detidos, a retirada final do polémico projecto de lei, actualmente suspenso, e o sufrágio universal no território semi-autónomo. Hoje, no aeroporto, muitos manifestantes tinham um panfleto indicando em várias línguas: “Faça perguntas sobre Hong Kong!” Os manifestantes querem que mais pessoas saibam o que está a acontecer em Hong Kong. Vários países alertaram os seus cidadãos que viajem para Hong Kong sobre a situação na ex-colónia britânica, especialmente Washington, que pediu nesta semana aos cidadãos que “tenham maior cautela”.
Hoje Macau China / Ásia MancheteEUA reforçam alerta de segurança para cidadãos que viajem para Hong Kong [dropcap]O[/dropcap] Governo dos Estados Unidos reforçou hoje o alerta de segurança para os norte-americanos que viajem para Hong Kong, por causa dos protestos cada vez mais violentos na região. O Departamento de Estado norte-americano pede “maior cautela em Hong Kong devido a distúrbios civis” e pede aos viajantes que evitem manifestações e “tenham cautela se se encontrarem inesperadamente na proximidade de grandes protestos”. Austrália, Irlanda, Reino Unido e Japão já emitiram alertas de viagem para Hong Kong. Hong Kong vive há cerca de dois meses um clima de contestação social desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental. A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora aquilo que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica.
Hoje Macau China / ÁsiaActivistas de Hong Kong pedem renúncia do governo em conferência inédita [dropcap]T[/dropcap]rês membros do movimento pró-democracia de Hong Kong fizeram hoje uma conferência de imprensa inédita em que usaram máscaras e pediram a renúncia da chefe do executivo e uma investigação à acção da polícia nas manifestações locais. Além da renúncia de Carrie Lam e da investigação à polícia, os representantes do movimento pró-democracia de Hong Kong pediram uma amnistia para os manifestantes e a suspensão da polémica lei de extradição para a China. A conferência de imprensa foi dada, segundo explicaram, para não deixar o monopólio da comunicação ao executivo da cidade, alinhado com Pequim. Hong Kong está a viver a pior crise política do território desde que voltou a pertencer à China, em 1997, contando já dois meses de manifestações, com confrontos cada vez mais frequentes entre pequenos grupos radicais e a polícia anti-motim. O movimento pró-democracia não assumiu, no entanto, nenhum líder claro por medo de retaliações, e a organização das suas acções é feita nas redes sociais. Vestidos com a roupa associada ao protesto, uma camisa preta e um chapéu amarelo, dois homens e uma mulher com as caras tapadas por máscaras falaram com os jornalistas, naquela que foi a primeira conferência de imprensa de representantes do protesto. “Esta plataforma visa contrabalançar o monopólio do governo sobre o discurso político”, explicou um deles, assegurando que não falavam em nome de nenhum partido político, mas sim “em nome do povo”. “Pedimos ao governo que capacite as pessoas e responda aos apelos dos cidadãos de Hong Kong”, afirmaram, em declarações lidas em inglês e em cantonês. Hoje, a polícia de Hong Kong anunciou que deteve 148 pessoas na segunda-feira, à margem das manifestações pró-democracia na ex-colónia britânica. Na segunda-feira, a polícia de Hong Kong já tinha avançado ter detido 420 pessoas desde que os protestos começaram, há nove semanas. Numa outra conferência de imprensa dada pelo porta-voz do Gabinete de Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês, a China avisou os responsáveis pelos protestos em Hong Kong de que “serão punidos”, chamando-lhes “criminosos e radicais”. O porta-voz lembrou ainda que ninguém deve subestimar “o imenso poder do Governo central”. “Nunca subestimem a forte determinação e o imenso poder do Governo central” e “não confundam contenção com fraqueza”, disse numa conferência de imprensa, um dia após uma greve geral e manifestações marcadas por mais confrontos com a polícia na antiga colónia britânica. “Deve ficar muito claro para o pequeno grupo de criminosos violentos e sem escrúpulos e às forças repugnantes por detrás deles: aqueles que brincam com fogo morrerão pelo fogo”, disse. “No final, eles serão punidos, (…) é uma questão de tempo” e “terão de enfrentar a Justiça”, acrescentou, ao mesmo tempo que reiterou o apoio de Pequim à chefe do Governo de Hong Kong e à polícia, sublinhando que têm capacidade para reprimir os actos criminosos e violentos e para restaurar a ordem pública”. “Aqueles que brincam com fogo morrerão pelo fogo”, avisou.
Hoje Macau China / Ásia MancheteChina avisa que “serão punidos” os “criminosos e radicais” de Hong Kong [dropcap]A[/dropcap] China apelidou hoje de “criminosos e radicais” os responsáveis pela violência dos protestos em Hong Kong, advertiu-os de que “serão punidos” e avisou que ninguém deve subestimar “o imenso poder do Governo central”. “Nunca subestimem a forte determinação e o imenso poder do Governo central” e “não confundam contenção com fraqueza”, disse o porta-voz do Gabinete de Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês, Yang Guang, numa conferência de imprensa, um dia após uma greve geral e manifestações marcadas por mais confrontos com a polícia na antiga colónia britânica. “Deve ficar muito claro para o pequeno grupo de criminosos violentos e sem escrúpulos e às forças repugnantes por detrás deles: aqueles que brincam com fogo morrerão pelo fogo”, disse Yang. “No final, eles serão punidos, (…) é uma questão de tempo” e “terão de enfrentar a Justiça”, acrescentou, ao mesmo tempo que reiterou o apoio de Pequim à chefe do Governo de Hong Kong e à polícia, sublinhando que têm capacidade para reprimir os actos criminosos e violentos e para restaurar a ordem pública”. Na semana passada, o exército chinês divulgou um vídeo no qual os seus soldados simulavam operações anti-motim. Questionado pelos jornalistas, o porta-voz do Gabinete de Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês nunca admitiu uma eventual intervenção militar no território, que regressou à China em 1997. O alto responsável chinês adiantou que desde o início dos protestos ficaram feridas 900 pessoas, 130 das quais são polícias, e que os quase dois meses de contestação “têm tido um grande impacto na prosperidade” de Hong Kong, dando como exemplo os protestos de segunda-feira que obrigaram ao cancelamento de 250 voos e bloquearam durante cinco horas a circulação no metro. O impacto negativo na economia de Hong Kong, insistiu, já é visível nas estatísticas dos primeiros seis meses, tanto na ocupação de hotéis, como ao nível do investimento. Uma “desordem” cuja responsabilidade Yang atribuiu também às forças anti-China que estão, sustentou, a “tentar escalar as tensões sociais” e a “provocar os elementos radicais contra a polícia”. E explicou: “É tempo de as pessoas de Hong Kong se erguerem e protegerem o seu território”, de se “acabar com a violência e restaurar a ordem”. O responsável fez ainda questão de repetir as palavras proferidas na segunda-feira pela chefe do Governo da região administrativa especial chinesa, Carrie Lam, que afirmou que os protestos estão a colocar a cidade “à beira de uma situação muito perigosa”. Hong Kong vive há quase dois meses um clima de contestação social desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.
Andreia Sofia Silva China / ÁsiaHong Kong | Mais de 500 pessoas detidas desde o início dos protestos [dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong deteve mais de 500 pessoas desde que começaram os protestos contra a lei da extradição na região vizinha, noticiou hoje o South China Morning Post. Além disso, foram também lançadas mais de mil rodadas de gás lacrimogéneo. Esta tarde foi lançado mais gás lacrimogéneo contra os manifestantes em várias zonas da cidade, tendo sido detidas em Tin Shui Wai mais 82 pessoas. Os participantes nas manifestações bloquearam as zonas de Harcourt Road, Nathan Road e Lung Chung no primeiro dia de uma greve agendada para esta segunda-feira e que já levou à suspensão de serviços no metro e aeroporto internacional de Hong Kong. A agência noticiosa Xinhua publicou um comentário intitulado “A linha de fundo em Hong Kong não constitui um desafio”, referindo-se à manutenção do princípio “Um País, Dois Sistemas”, que desde 1997 tem sido a base de governação do território. “A escalada de violência levada a cabo por radicais e instigada por mentes que se escondem nos bastidores desde meados de Junho tem minado severamente a governação baseada na lei e a ordem social em Hong Kong, tendo um impacto negativo na economia local e no modo de vida das pessoas, danificando também a imagem da região”, lê-se no comentário. “Desde o regresso de Hong Kong à pátria que o Governo Central tem afirmado repetidamente que vai garantir que o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ se mantém inalterado e que se aplica totalmente sem qualquer distorção ou alteração”, acrescenta-se. O mesmo comentário hoje publicado volta a fazer referencias a alegadas interferências estrangeiras na actual situação política do território. “Qualquer tentativa de colocar em perigo a soberania e segurança da China, ou de desafiar a autoridade do Governo Central, a santidade da Lei Básica de Hong Kong ou de usar Hong Kong como um canal de infiltração e sabotagem contra a China continental é um acto que ultrapassa os limites e que não é de todo permitido”, remata. No texto lê-se ainda que “existe a confiança de que Hong Kong vai enfrentar todos estes desafios e dificuldades e avançar na prática do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’”.
Hoje Macau China / Ásia MancheteGreve em Hong Kong | Cancelados mais de 200 voos no aeroporto [dropcap]M[/dropcap]ais de 200 voos de e para Hong Kong foram hoje cancelados devido à greve geral convocada pelo movimento pró-democracia, num dia marcado por um protesto que paralisou parcialmente o serviço de metro na cidade. Um terço dos controladores de tráfego aéreo juntou-se ao protesto contra as emendas à lei da extradição e está a condicionar fortemente as operações no Aeroporto Internacional de Hong Kong, segundo a emissora pública RTHK. Aquele que é um dos aeroportos mais movimentados do mundo reduziu drasticamente as suas operações de voo e está a utilizar apenas uma das duas habituais pistas. A Cathay Pacific e outras companhias aéreas domésticas, como a Hong Kong Airlines, foram as mais afectadas pelos cancelamentos. Os protestos de hoje, após dois dias de confrontos entre manifestantes e a polícia, já causaram a suspensão total ou parcial de pelos menos oito linhas de metro, indicou o jornal South China Morning Post (SCMP). Esta é a terceira vez em três semanas que os manifestantes interrompem o serviço do metropolitano. O serviço de comboio rápido que liga o centro da cidade ao aeroporto também foi suspenso. Os manifestantes bloquearam hoje a circulação do metro durante a hora de ponta, tendo obstruído as portas de acesso e das plataformas para evitarem a saída das carruagens das estações. O operador do metro, o MTR, adiantou que o serviço foi parcialmente suspenso em quatro linhas. Carrie Lam voltou a falar Esta manhã, a líder do executivo de Hong Kong disse que a cidade está “à beira de uma situação muito perigosa” devido aos protestos, mas que o Governo está determinado em garantir a ordem pública. Carrie Lam sublinhou que as acções de protesto estão a atingir sobretudo a classe trabalhadora, a desafiar o princípio “Um País, Dois Sistemas” e a prosperidade da cidade, onde se vive o caos e a violência. Além disso, a Chefe do Executivo de Hong Kong disse que o território está “à beira de uma situação muito perigosa” devido aos protestos, mas o Governo está determinado em garantir a ordem pública. Hong Kong vive há dois meses um clima de contestação social desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental. A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora aquilo que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica.
Hoje Macau China / Ásia MancheteHong Kong | Fim-de-semana voltou a ser marcado por protestos. Bandeira da China atirada ao mar Na noite de sábado para domingo os protestos chegaram em força às ruas de Hong Kong, tendo sido detidas 20 pessoas, noticiaram as agências internacionais. Os manifestantes atiraram a bandeira da China ao porto de Vitória e voltaram às ruas este domingo [dropcap]M[/dropcap]ilhares de manifestantes pró-democracia voltaram ontem a desfilar nas ruas de Hong Kong para manter a pressão sobre as autoridades. A antiga colónia britânica, que atravessa a sua maior crise política desde que passou a ser território chinês em 1997, vai já no oitavo fim-de-semana consecutivo de grandes manifestações, frequentemente seguidas de confrontos entre pequenos grupos radicais e as autoridades. Para a tarde de ontem estavam previstas duas manifestações, que precedem a uma greve geral convocada para hoje. Milhares de manifestantes marcharam nas ruas do bairro residencial de Tseung Kwan O. “Estou mais preocupada do que optimista”, disse à AFP, no meio da multidão, Florence Tung, uma advogada estagiária de 22 anos. “Parece-nos que, independentemente de quantos somos, não podemos mudar o nosso Governo”, acrescentou, em referência ao facto de os dirigentes da cidade não serem eleitos por sufrágio universal. Kai Hou, de 41 anos, disse, por seu lado, não apoiar as tácticas violentas da franja mais radical de manifestantes, embora concorde com os objectivos gerais. “Ninguém concorda com as acções radicais, mas o seu objectivo é simples: querem fazer de Hong Kong um lugar melhor”, explicou. Entretanto, a China declarou ontem que não vai ficar “de braços cruzados” face às “forças abjectas” que minam a unidade nacional, no rescaldo dos confrontos entre manifestantes e polícia na noite passada em Hong Kong, adiantou a AFP, citando a Xinhua. “O Governo central não vai ficar de braços cruzados e não deixará que a situação avance”, adverte a agência. Dezenas de detenções Mais de 20 manifestantes foram detidos após os protestos que ocorreram entre sábado e a madrugada de ontem, acusados de reunião ilegal e agressão em Tsim Sha Tsui, Mong Kok e Wong Tai Sin, onde decorreram novos confrontos entre activistas e a polícia. A polícia disse que alguns “manifestantes radicais” lançaram extintores, tijolos, garrafas de vidro e outros objectos contra as autoridades, depois de se recusarem a dispersar. Em sentido contrário, a polícia de choque lançou gás lacrimogéneo e ‘spray’ pimenta para forçar a dispersão, levando muitos moradores a juntarem-se ao protesto contra a polícia, que acusaram de perturbar a comunidade. Num comunicado, a polícia salientou que os manifestantes se desviaram da rota autorizada para a manifestação, causaram cortes de trânsito e reuniram-se ilegalmente em frente à esquadra da polícia de Wong Tai Sin. No sábado, os manifestantes ignoraram os limites impostos pela polícia e ultrapassaram o local definido para o fim da manifestação, que junta milhares de pessoas nas ruas da ex-colónia britânica, adiantaram agências internacionais. De acordo com a Associated Press (AP), a rua onde decorre o protesto, na zona de Mong Kok, esteve repleta de manifestantes. De frisar que Mong Kok tem um histórico de acolhimento de manifestações pró-democracia, nomeadamente as de 2014, no período em que decorreu o movimento dos guarda-chuvas amarelos. Num ‘briefing’ antes da manifestação marcada para esta zona, a polícia alertou que seria considerado ilegal ultrapassar o limite imposto para o término da manifestação e disse que qualquer protesto que não tenha sido autorizado será considerado assembleia ilegal, adiantou a AP. A manifestação foi num primeiro momento proibida pela polícia, que a autorizou depois de um recurso, refere a AFP. Num outro parque público juntaram-se milhares de manifestantes pró-Governo, empunhando bandeiras chinesas, acrescenta a mesma agência. Na sexta-feira à noite, milhares de funcionários públicos juntaram-se, também num parque público, para mostrar solidariedade com o movimento, que cresceu e agora inclui exigências de eleições directas para o cargo de Chefe do Executivo e uma investigação a alegada brutalidade policial. Os residentes de Hong Kong acusaram a polícia de negligência depois de 44 pessoas terem ficado feridas no mês passado num ataque que aparentemente era dirigido aos manifestantes. As autoridades declararam que os seus recursos estão no limite devido às manifestações prolongadas. Bandeira desprezada Depois dos protestos e da vandalização ocorrida no edifício do Gabinete de Ligação do Governo Central em Hong Kong, os manifestantes voltaram a cometer actos contra os símbolos da China. No sábado foi retirada uma bandeira chinesa do mastro que foi depois atirada à água no icónico porto de Vitória após a manifestação pró-democracia ter desrespeitado o percurso aprovado pela polícia. Numa manifestação separada, milhares de pessoas vestidas de branco juntaram-se num parque de Hong Kong para expressar o apoio à polícia, empunhando cartazes onde podia ler-se “Give Peace a Chance”. Os manifestantes pró-democracia começaram a instalar postos de primeiros socorros e a distribuir capacetes algumas horas antes da manifestação e quando um grupo chegou à zona do porto, vários manifestantes subiram a um dos mastros em frente a um hotel de luxo e retiraram a bandeira chinesa. Depois de algum debate sobre se deveriam pintar a bandeira de preto, decidiram atirá-la à água antes que a polícia pudesse intervir. Pouco depois, Paladin Cheng, um manifestante de 38 anos, colocou-se ao lado dos mastros com um conjunto de bandeiras, onde podia ler-se “Hong Kong Independence.” Entretanto, o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado condenou este acto, tendo o seu porta-voz afirmado que a prática de atirar a bandeira ao mar viola a lei da bandeira nacional da República Popular da China, bem como o diploma “The National Flag and National Emblem Ordinance”, da Região Administrativa Especial de Hong Kong. Por estas razões, constitui “uma flagrante ofensa à dignidade nacional, ultrapassando o princípio “Um País, Dois Sistemas”, e prejudicando os sentimentos do povo em relação ao país. O Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado voltou a expressar o seu apoio à polícia de Hong Kong e aos órgãos judiciais, esperando que os “criminosos” sejam punidos com a lei. O porta-voz desta entidade considerou ainda que este acto foi levado a cabo por um “pequeno número de radicais extremistas”, e que mostrou que os protestos vão muito além da livre expressão de opiniões, devendo este tipo de actos ser punidos severamente de acordo com a lei. Também o Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEHK emitiu uma declaração condenando veementemente “os actos ilegais dos manifestantes extremistas de Hong Kong”, que têm insultado a bandeira nacional e desafiado a soberania do país, esperando que os autores da ocorrência sejam punidos de acordo com a lei. Activista detido Além dos protestos que têm marcado o ambiente social e político de Hong Kong, ocorreram mais detenções nos últimos dias. O activista pró-independência Andy Chan foi preso, juntamente com sete pessoas, durante uma rusga policial. De acordo com um comunicado da polícia de Hong Kong, sete homens e uma mulher foram detidos na quinta-feira à noite num edifício industrial em Sha Tin, no norte do território, sob acusações de posse de armas e posse ilegal de explosivos. Apesar de a nota de imprensa não identificar os suspeitos, fonte policial garantiu à agência France-Presse (AFP) que o activista pró-independência Andy Chan era um dos oito. “Andy Chan foi detido e uma bomba de gás foi apreendida” disse a fonte, que pediu para não ser identificada. Em resposta ao comunicado da polícia, centenas de manifestantes reuniram-se à porta de duas esquadras, durante toda a noite, exigindo a libertação dos activistas. O Partido Nacional de Hong Kong (HKNP), um pequeno partido pró-independência liderado por Chan, foi proibido pelas autoridades em Setembro do ano passado, por motivos de “segurança nacional”. Também na quinta-feira Pequim voltou a pronunciar-se sobre os protestos, uma vez que o conselheiro de Estado da China, Yang Jiechi, acusou os Estados Unidos e outros países ocidentais de “atiçarem as chamas” nos protestos em Hong Kong, visando minar a prosperidade, estabilidade e segurança da região. De acordo com a imprensa estatal chinesa, Yang acusou Governos ocidentais de se reunirem com altos funcionários e líderes dos protestos e incentivarem as acções. “É preciso salientar que os Estados Unidos e outros Governos ocidentais (…) estão constantemente a alimentar as chamas da situação em Hong Kong”, disse Yang, citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua. “A China expressa indignação e firme oposição (…) e exige que parem imediatamente de interferir nos assuntos de Hong Kong”, declarou. No início da semana passada, um ex-quadro do governo de Hong Kong fez acusações semelhantes sobre os Estados Unidos e Taiwan, afirmando que estavam por detrás dos distúrbios. A Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, e outras autoridades e diplomatas chineses fizeram acusações semelhantes, enquanto o chefe do sindicato da polícia de Hong Kong, também citado pela imprensa chinesa, pediu uma investigação sobre o alegado papel dos EUA nos protestos. O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, descreveu aquelas alegações como “ridículas”. “Eu acho que os protestos são da responsabilidade exclusiva do povo de Hong Kong e julgo que eles estão a exigir que o governo os ouça”, disse Pompeo. Já o Presidente norte-americano, Donald Trump, ao ser questionado na quinta-feira sobre os protestos, considerou tratarem-se “de motins” e indicou que os EUA vão ficar de fora de um assunto que afirmou ser “entre Hong Kong e a China”. Governos ocidentais e organizações de defesa dos direitos humanos emitiram já declarações em que expressaram preocupação relativamente à proposta de alteração da lei de extradição e à violência entre a polícia e os manifestantes.