Jogo | Junkets “obrigados” a procurar clientes estrangeiros para sobreviver

O sector do jogo VIP de Macau continua em adaptação face aos desafios provocados pelo aperto regulatório e as políticas das autoridades da China de combate ao jogo. Um estudo de académicos locais elenca as principais dificuldades do sector e aponta a exploração de mercados estrangeiros como a tábua de salvação

 

Um estudo publicado na revista Gaming Law Review retrata o cenário complicado de luta pela sobrevivência com que se deparam os promotores de jogo licenciados para operar em Macau.

O estudo da autoria de Ryan Ho Hong Wai, da Universidade Politécnica de Macau, e Jenny Phillips, da Universidade de São José, identifica as dificuldades sentidas pelos operadores do segmento VIP desde que foram implementados quadros regulatórios mais apertados e, principalmente, desde que as autoridades do Interior da China impuseram política anti-jogo.

Em declarações ao portal especializado em jogo GGR Asia, Ryan Ho Hong Wai referiu que um dos caminhos para a sobrevivência dos junkets passa pela busca de clientela internacional, de forma atenuar o impacto das restrições impostas ao sector.

Os autores do estudo destacam as imposições das autoridades chinesas que vieram destruir o modelo de recrutamento de clientes dos junkets. “Enquanto procuraram manter a estabilidade social e económica domesticamente, as alterações às leis criminais chinesas que passaram a penalizar a organização de viagens transfronteiriças para jogar acabaram por ter repercussões globais mais alargadas. A penalização das viagens organizadas por junkets aprofundou ainda mais o fosso entre os interesses nacionais e o modelo de recrutamento que tradicionalmente suportou a comunidade de junkets em Macau e noutros locais de jogo na Ásia”, indicam os académicos.

Dimensão reduzida

Em cinco anos, o número de promotores de jogo VIP em Macau caiu para quase um terço. No início de 2018, operavam no território 109 junkets, volume que caiu para apenas 36 em Julho deste ano, de acordo com os dados publicados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos.

Os autores do estudo estimam que as regras estabelecidas nas novas concessões do jogo podem levar à redução do sector de junkets para níveis semelhantes, ou mesmo inferiores, aos verificados em Las Vegas e Singapura.

Além destas limitações, os académicos entendem que o sector VIP irá sofrer de “canibalização do mercado”, uma vez as concessionárias de jogo, com quem os junkets têm de associar operações, começaram a apostar na expansão das suas salas VIP.

24 Ago 2023

Jogo VIP | Receitas sobem para 12,2 mil milhões de patacas

Os dados mais recentes revelados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogo mostram que o segmento VIP está em recuperação. Entre o primeiro e o segundo trimestre, os casinos encaixaram mais 3,6 mil milhões de patacas

 

No segundo trimestre do ano, as receitas do jogo VIP subiram para 12,2 mil milhões de patacas, de acordo com a informação disponibilizada pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogo (DICJ).

Em comparação com o segundo trimestre do ano passado, quando ainda vigoravam algumas das medidas mais restritivas da política de zero casos covid-19, registou-se um crescimento de 10,2 mil milhões de patacas. Entre Abril e Junho de 2022, as receitas do jogo VIP, medidas pelo indicador do jogo bacará VIP, não tinham ido além dos 2 mil milhões de patacas.

O segundo trimestre do corrente ano reflecte igualmente uma tendência positiva em comparação com o período entre Janeiro e Março. Nos primeiros três meses do ano, que incluem a altura do Ano Novo Chinês, época alta para o jogo, as receitas VIP tinham sido de 8,6 mil milhões de patacas. Na comparação, o segundo trimestre significa um crescimento das receitas com o jogo VIP de 3,6 mil milhões de patacas.

Quando os números deste ano são comparados com o segundo trimestre de 2019, o último ano antes da pandemia, a diferença ainda é significativa, uma vez que nessa altura o jogo VIP gerava receitas de 34,6 mil milhões. Os números actuais estão assim a um nível de 35 por cento do pré-pandemia.

Massas como suporte

Com um total de receitas brutas de jogo de 45,5 mil milhões de patacas, também o desempenho do mercado de massas apresentou melhorias bastante significativas.

Entre Abril e Junho, o mercado de massas gerou 30,7 mil milhões de patacas em receitas, das quais 26,7 mil milhões geradas pelo bacará. Os restantes jogos como a roleta, black Jack, cussec, entre outros, contribuíram com 4 mil milhões de patacas. Por sua vez, as máquinas de jogo, conhecidas como slot machines, arrecadaram 2,6 mil milhões de patacas.

Ao nível do jogo de massas as receitas estão mais próximas dos valores pré-pandemia. No segundo trimestre de 2019, as receitas tinham sido de 32,5 mil milhões de patacas, registando-se uma diferença de 1,8 mil milhões de patacas. Nessa altura, o registo das receitas das slot machines tinha sido de 3,8 mil milhões de patacas.

Desde Janeiro até Julho, o total das receitas do jogo foi de 80,1 mil milhões de patacas, o que significou um aumento de 205,1 por cento, em comparação com 2022, quando as receitas até Julho tinham sido de 26,3 mil milhões de patacas.

19 Jul 2023

Julgamento | Gestores de sala VIP negaram acusações de burla

Dezoito clientes burlados em cerca de 27 milhões de dólares de Hong Kong (HKD), um homem numa fuga milionária, e dois gestores sentados no banco dos arguidos. Esta é a configuração do julgamento do caso das salas VIP Dongbo, que teve mais uma sessão na quarta-feira.
A Dongbo operou duas salas VIP, na City of Dreams e Galaxy, entre 2019 e Setembro de 2021 através de uma licença de promoção de jogo alugada. Durante esse período, o Ministério Público argumenta que os dirigentes da empresa procuraram atrair avultados depósitos entre mais de duas centenas de clientes, angariando um valor total de 287 milhões de HKD.
Os problemas surgiram com as queixas de jogadores impossibilitados de recuperar o dinheiro depositado, situação que culminou na denúncia de 18 vítimas que terão perdido 27 milhões de HKD.
O principal arguido e fundador da Dongbo, um cidadão chinês de apelido Shi, terá fugido de Macau com o dinheiro em falta, deixando no banco dos arguidos dois gestores de apelidos Chan e Lam que eram vice-presidente executivo e director de operações, respectivamente. Na quarta-feira, Chan e Lam, negaram as acusações de burla no Tribunal de Primeira Instância.
A maioria das testemunhas ouvidas não corrobou a tese de que as salas VIP não usavam os depósitos como investimentos que renderiam juros e que as quantias depositadas seriam apenas para jogar. Apesar disso, as testemunhas referiram que as salas da Dongbo ofereciam um bónus de 1,1 a 1,25 por cento quando o dinheiro era trocado por fichas, desconto considerado atraente.

O outro lado
Porém, uma ex-funcionária da Dongbo, de apelido Lei, apresentou em tribunal uma versão diferente, afirmando ter depositado 5 milhões de HKD porque o director de operações lhe terá garantido que poderia receber um juro mensal de 50 mil HKD. A testemunha afirmou ter confiado no director de operações da Dongbo, porque ambos teriam trabalhado no Grupo Suncity, de onde saíram depois de assinarem rescisões amigáveis que terminaram os contratos com a empresa de Alvin Chau.
Parte das testemunhas perdeu dinheiro porque depois de efectuar o depósito a sala VIP foi encerrada. Uma testemunha afirmou em tribunal que falou com o fundador da Dongbo, que terá revelado estar em Shenzhen, e que este lhe garantiu o reembolso da quantia depositada. A devolução dos fundos nunca terá acontecido.
Outra das testemunhas ouvidas em tribunal, foi o detentor da licença de promoção de jogo usada pela Dongbo nas suas operações. A testemunha, que alega ter perdido 200 mil HKD, indicou ter alugado a licença por 50 mil HKD por mês e que na altura da celebração do contrato ficou estabelecido que a Dongbo não teria entre as suas operações a possibilidade de receber depósitos.

14 Jul 2023

Operadoras do Jogo procuram elevar receitas VIP com junkets

As concessionárias de jogo de Macau e junkets estão em negociação com o objectivo de potenciar as receitas das salas VIP. A redução das licenças atribuídas a promotores de jogo em 2023 e a obrigação legal de apenas estarem ligados a uma concessionária coloca os junkets que “sobreviveram” à crise numa posição vantajosa

 

 

“Muitos junkets estão a aguardar e observar os mercados antes de voltarem a contactar os seus clientes. Esperam que os casinos lhes ofereçam mais benefícios, uma vez que já não podem escolher livremente levar os clientes a qualquer casino do território. Assim sendo, aguardam as melhores ofertas, como suites de hotel e viagens grátis”, afirmou Nelson Kot, presidente da Associação de Estudos Sintético Social de Macau.

Em declarações ao Asia Gaming Brief, o ex-candidato a deputado afirmou ter informações de que as concessionárias de jogo têm procurado activamente os junkets com o objectivo de promover o crescimento das receitas do segmento VIP.

Recorde-se que o Governo reviu a legislação que regula o sector, obrigando cada promotor de jogo a apenas trabalhar como uma concessionária. Esta limitação faz com que os junkets registados para operar no território procurem as melhores condições para voltar a activar as suas listas de clientes.

Entretanto, o sector das apostas VIP começa a mostrar sinais de recuperação, com os dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos a revelarem que no primeiro trimestre do ano as receitas do baccarat VIP chegaram a 8,56 mil milhões de patacas, representando quase um quarto das receitas globais da indústria.

Face a este cenário, Nelson Kot entende que “nenhuma operadora de jogo está disposta a desistir do segmento VIP, apesar das crescentes restrições impostas aos junkets com a nova legislação”.

 

Céus azuis

Com as apostas nas salas VIP a serem consideravelmente superiores ao segmento de massas, as carteiras de clientes que alimentam este segmento continuam a ser apelativas aos casinos locais. Como tal, Nelson Kot entende que o número de junkets registados em Macau pode voltar a aumentar.

De acordo com fontes do sector, citadas pelo Asia Gaming Brief, a Sands foi a concessionária que contratou mais junkets.

O presidente da Associação para o Jogo Responsável de Macau, Billy Song, indicou que um dos focos do mercado VIP será as zonas de jogo exclusivas para apostadores estrangeiros, com atractivas isenções fiscais.

Seguindo a tendência, a Galaxy abriu há pouco mais de uma semana o Yinzuan Club, um espaço de jogo VIP, composto por oito salas privadas. Para aceder ao Yinzuan Club, um apostador tem de trocar, pelo menos, 1 milhão de dólares de Hong Kong em fichas, com as apostas mínimas situadas em 3.000 dólares de Hong Kong.

27 Jun 2023

Casinos | Jogo VIP em Macau cai 64 por cento no ano passado

As receitas provenientes das grandes apostas em Macau foram de 10,1 mil milhões de patacas em 2022, menos 64% em relação a 2021, e 92,5% em relação a 2019 (ano pré-pandemia), foi ontem divulgado.

No último trimestre do ano, as operadoras arrecadaram 2,1 mil milhões de patacas no último trimestre do ano, no chamado jogo VIP, contra 1,1 mil milhões de patacas nos três meses anteriores, de acordo com dados divulgados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).

As operações dos casinos têm sido muito afetadas pela pandemia com fortes reduções de receitas. Os números dos grandes apostadores em 2022 são menos de 7,5% das receitas do mesmo setor em Macau em 2019, que atingiram 135,2 mil milhões de patacas, o momento em que o jogo VIP perdeu o estatuto de segmento mais preponderante nas receitas globais.

Este ano terminou com os casinos de Macau a registarem uma quebra de 51,4% na receita bruta acumulada, de 42,1 mil milhões de patacas contra 86,8 mil milhões de patacas em 2021.

Desde 2020, as seis operadores do jogo em Macau, MGM, Galaxy, Venetian, Melco, Wynn e SJM, acumularam prejuízos sem precedentes e o Governo tem sido obrigado a recorrer à reserva extraordinária para responder à crise, até porque cerca de 80% das receitas governamentais provêm dos impostos sobre o jogo.

As operadoras de jogo renovaram, a 16 de dezembro, o contrato de concessão para os próximos dez anos, entrando em vigor a 01 de janeiro em Macau, único local na China onde o jogo em casino é legal.

As autoridades exigiram no concurso público a aposta em elementos não jogo e visitantes estrangeiros, na expectativa de diversificar a economia do território. O jogo representa 55,5% do produto interno bruto (PIB) de Macau, indústria onde trabalham mais de 80 mil pessoas, ou seja, 17,2% da população empregada.

Macau, que à semelhança da China seguia a política ‘zero covid’, anunciou este mês o cancelamento da maioria das medidas de prevenção e contenção, depois de quase três anos das rigorosas restrições.

17 Jan 2023

Jogo VIP | Apenas alguns junkets sobrevivem em Macau

Após a campanha contra o jogo VIP, apenas sobrevivem “algumas” parcerias entre casinos e promotoras do jogo no território. O cenário foi traçado por U Io Hong, veterano do sector junket, em declarações ao portal GGR Asia. U Io Hong é um dos empresários envolvidas nestas parcerias, com os casinos MGM Macau e MGM Cotai, ambos controlados pela empresa MGM China.

No entanto, o veterano explicou que existem outras parcerias semelhantes, fora do universo da MGM. “O Governo, as concessionárias e os junkets ainda estão a tentar explorar uma forma que garanta que o jogo VIP em Macau possa funcionar no futuro”, apontou.

Segundo as explicações de U, o negócio da empresa a que está ligado, a Pacific Intermediário Sociedade Unipessoal, opera algumas áreas de jogo VIP nos casinos MGM, principalmente com jogadores de outros locais que não o Interior. Esta é uma escolha feita para evitar riscos associados com jogo transfronteiriço ou com a cobrança de créditos no outro lado da fronteira.

10 Out 2022

Crime | Desmantelada quadrilha que roubava clientes VIP nos casinos

Ajudavam jogadores VIP a ganhar dinheiro, com sucesso, mas entre ganhos, amena cavaqueira e gritos de incentivo aproveitavam para tirar das fichas em cima da mesa uma “comissão”. A PJ acredita que o grupo terá furtado cerca de 700 mil dólares de Hong Kong

 

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou ontem a detenção de três pessoas, dois homens e uma mulher, ligadas a uma quadrilha que se dedicava a roubar jogadores VIP nos casinos. Só no mês de Outubro o grupo criminoso deverá ter roubado cerca de 700 mil dólares de Hong Kong.

Segundo o modus operandi relevado pelas autoridades, o cabecilha do grupo abordava jogadores VIP nos casinos do Cotai e dizia-lhes que era capaz de garantir ganhos, pedindo para que jogassem juntos. Estes concordavam, permitiam que o homem os ajudasse, e nos dois casos reportados à PJ até acabaram a ganhar dinheiro.

No entanto, enquanto o cabecilha jogava, aproveitava também para distrair os jogadores VIP, com palavras de incentivo e outros truques. As distrações eram aproveitadas por outros membros da quadrilha, que se sentavam ao lado do jogador VIP, e, nos momentos de distração, iam tirando fichas que estavam em cima da mesa, uma, duas, ou três de cada vez.

Após os roubos, os membros iam à casa-de-banho, onde aproveitavam para passar as fichas a outro membro da quadrilha, que, por sua vez, arrumava o montante e mais tarde fazia a troca por dinheiro.

Sempre a somar

O primeiro caso foi relatado a 12 de Outubro, depois da vítima ter decidido recorrer aos truques do “super jogador”, a 6 de Outubro. Nesse dia, um jogador de uma sala VIP aceitou jogar cerca de 200 mil dólares de Hong Kong, com o grupo criminoso.

No final da sessão, o jogador VIP saiu do casino a ganhar 550 mil dólares de Hong Kong. Contudo, dias depois, apresentou queixa às autoridades após descobrir que faltava parte do dinheiro. A primeira vítima confessou ainda às autoridades que entre tantas fichas não conseguiu contar logo todo o dinheiro, razão pela qual só apresentou queixa mais tarde.

No segundo caso, ocorrido a 17 de Outubro, quando as autoridades estavam a fazer a investigação, o mesmo grupo convenceu uma outra vítima a jogar 360 mil dólares de Hong Kong, com o mesmo procedimento. Com recurso ao sistema de CCTV do casino, as autoridades viram membros do grupo a roubar fichas do jogador em 18 ocasiões. Neste caso, o jogador terá ganho cerca de 190 mil dólares de Hong Kong.

Tendo em conta o dinheiro roubado e o facto de um dos membros ter trocado só numa ocasião 400 mil dólares de Hong Kong em fichas, a Polícia Judiciária acredita que o grupo foi responsável por roubos que terão chegado a 700 mil dólares de Hong Kong.

TNR envolvida

As vítimas detidas são todas do Interior da China, entre as quais consta um casal. A PJ acredita que o marido, de 35 anos, é o cabecilha e indiciou-o pela criação de associação criminosa e furto qualificado, que envolvem molduras penais que podem chegar aos 15 anos de prisão e 10 anos, respectivamente. O homem foi detido nas Portas do Cerco no final de Novembro, e enquanto permaneceu em Macau ficou hospedado num hotel do ZAPE, que estava em nome da esposa, um trabalhadora não-residente.

A mulher tem 36 anos, foi detida num restaurante na Taipa, onde trabalhava, e está indiciada pela prática de associação criminosa e furto qualificado.

Na operação das Portas do Cerco foi igualmente detido um outro homem, de 39 anos, que também ficou hospedado no hotel no ZAPE.

Além dos membros detidos e levados ontem para o Ministério Público, as autoridades acreditam que mais dois ou três membros estão a monte. Com os detidos foram apenas apreendidos 13 mil dólares de Hong Kong. A polícia ainda está a tentar encontrar o dinheiro roubado.

31 Dez 2021

IPM | Docente diz que moeda digital vai prejudicar salas VIP

Zeng Zhonglu, professor do Centro Pedagógico e Científico na Área do Jogo do Instituto Politécnico de Macau, acredita que as salas VIP vão sofrer um golpe nas receitas devido à possível implementação de moeda digital. Ho Iat Seng admitiu na Assembleia Legislativa que o Executivo está a planear alterar a legislação em vigor para regular as moedas digitais, que assim poderá ser implementada em Macau.

Na sequência deste desenvolvimento, Zeng afirmou ao jornal Ou Mun que a indústria do jogo está em mutação, devido ao combate contra o jogo transfronteiriço no Interior, e que devido ao efeito dissuasor da criminalização da actividade que o volume de apostas nas salas VIP está em quebra. Apontando que as receitas das salas VIP apenas representam 38 por cento do total, Zeng alertou para uma quebra maior neste volume, que poderá ser crítica para os casinos, no caso de a troca de fichas ser substituída por uma moeda digital.

Por outro lado, Zeng Zhonglu defendeu que o Governo de Macau deve esclarecer muito bem a futura lei das moedas digitais, antes do lançamento, e que deve clarificar se o Governo Central vai ter a possibilidade de controlar as transacções e aceder aos dados das transacções.

Finalmente, em relação à adopção da moeda digital, Zeng considerou que esta deve ser uma possibilidade para os jogadores, mas que não deve representar o abandono da moeda física.

21 Abr 2021

Casinos | Mercado de massas volta a suplantar jogo VIP em 2020

Pelo segundo ano consecutivo, as receitas do segmento de massas dos casinos de Macau foram superiores às receitas do jogo VIP. Num ano atípico, que registou quebras anuais de 79,3 por cento, o segmento de massas representou 56,6 por cento das receitas brutas de jogo

 

Se 2019 foi a excepção à regra, 2020 confirmou definitivamente a tendência ascendente do mercado de massas. Pelo segundo ano consecutivo, as receitas de jogo do mercado de massas suplantaram as do segmento VIP, representando 56,6 por cento do total das receitas brutas de jogo, que se fixaram em 60,44 mil milhões de patacas em 2020.

De acordo com dados divulgados na passada sexta-feira pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), o segmento de massas, incluindo todas as modalidades de jogo, gerou 34,16 mil milhões de patacas ao longo de 2020. Por seu turno, o jogo VIP, materializado, segundo a DICJ, na modalidade “Bacará VIP”, foi responsável pelos restantes 26,28 mil milhões de patacas (43,4 por cento).

O ano de 2019, altura em que as receitas brutas de jogo se fixaram em 292,45 mil milhões de patacas, marcou definitivamente o momento de viragem no panorama da indústria do jogo em Macau, confirmando, através de uma preponderância acima dos 50 por cento, a tendência de crescimento do mercado de massas. Isto porque em 2019, o segmento de massas gerou 157,22 mil milhões de patacas (53,8 por cento), contra as 135,22 mil milhões de patacas (46,2 por cento) geradas pelo segmento VIP.

Voltando a 2020, a análise do segmento VIP por trimestre mostra uma recuperação à medida que o ano se foi aproximando do fim, facto que estará intimamente relacionado com a retoma de emissão de vistos turísticos, individuais e de grupo, para vir a Macau, desde o Interior da China, a partir do dia 23 de Setembro.

Se no primeiro trimestre de 2020, o melhor do ano, o segmento VIP foi responsável por gerar 12,15 mil milhões de patacas, à medida que as restrições relativas à pandemia de covid-19 foram apertando, as receitas foram caindo. Contas feitas, o segmento VIP gerou 1,50 mil milhões de patacas no segundo trimestre, 2,34 mil milhões no terceiro trimestre e, por fim, 7,62 milhões de patacas no quarto trimestre.

Também de acordo com os dados revelados pela DICJ, no final de 2020, Macau contava, no total dos 41 casinos do território, com 6.080 mesas de jogo e 8.960 máquinas de jogo.

Pouco auspicioso

Com o ressurgimento de novos casos de novos casos na China e os pedidos emitidos pelas autoridades do Interior e de Macau, no sentido de desencorajar viagens desnecessárias durante o período do Ano Novo Chinês, as festividades, que até aqui eram alvo de grande esperança para o sector turístico, não deverão trazer a recuperação almejada pela indústria do jogo. Nem tão pouco a perspectiva parece ser melhor para os meses que se seguem.

De acordo com um investidor do mercado junket, citado pelo portal GGR Asia, o sector “está preparado para o pior”, dado que existem ainda muitas incertezas quanto à estabilização da pandemia e que, a partir do dia 1 de Março, entra em vigor uma nova lei no Interior da China que implica novas restrições para a movimentação de fundos destinados ao jogo para fora do país.

“Definitivamente isto não são boas notícias para o segmento VIP. Esta medida vai afectar alguns jogadores, nomeadamente ao nível da facilidade de acesso a fundos de jogo”, afirmou o investidor.

Um responsável do casino do Ponte 16 disse à mesma fonte prever que, na melhor das hipóteses, em 2021, as receitas brutas do segmento VIP possam registar valores entre os 15 e os 20 por cento relativamente aos montantes registados antes da pandemia.

18 Jan 2021

Jogo | Combate à saída de dinheiro na China afecta clientes VIP em Macau

As medidas da China no combate à saída de fundos para o jogo estão a gerar preocupações com os canais de financiamento de junkets e a afectar a liquidez do sector VIP em Macau

 

[dropcap]A[/dropcap]s acções das autoridades chinesas no combate ao jogo online para conter a saída de capital está a afectar a liquidez do segmento VIP de Macau, avançou ontem a Reuters. De acordo com a agência noticiosa, os executivos de casinos e operadores de junkets no território dizem que esta política está a afectar os jogadores VIP devido a preocupações com os canais de financiamento através de junkets.

“Tem impacto na liquidez”, disse Lam Kai Kuong, director da Macau Junket Association, comentando que a indústria VIP pode não voltar aos níveis de receitas de há dois anos se a China continuar a combater este segmento do jogo.

É apontado que Pequim identificou a passagem fronteiriça de fundos para o jogo como um risco de segurança nacional em Junho, e que desde então os canais de financiamento usados no jogo online e as plataformas de empréstimo de criptomoeda foram cortados. As autoridades congelaram milhares de contas bancárias e apreenderam mais de 229 mil milhões de renminbis.

Este mês, a Xinhua publicou que a polícia detectou um caso de jogo trans-fronteiriço a envolver 10 mil milhões de renminbis, que levou à detenção de 23 suspeitos. A agência oficial já em Abril indicava que o Ministério da Segurança Pública anunciou que ia intensificar o combate ao jogo trans-fronteiriço, bem como a fraudes da internet, apontando que esses crimes cresceram durante o período da pandemia.

Intermediários em risco

O sector junket VIP representa quase 50 por cento do total das receitas de Macau, que no ano passado atingiu 36,5 mil milhões de patacas. A Reuters explica que apesar de muitos junkets de topo não estarem directamente envolvidos no jogo online, há agentes a usar redes bancárias e canais clandestinos para pagar dívidas e providenciar crédito a apostadores de maior dimensão.

“O sector junket em Macau tem vivido de tempo emprestado há anos, e o fim está a aproximar-se”, disse Anthony Lawrence, director geral da consultora Greater Bay Insight, à agência noticiosa. “A China claramente pretende eliminar estes intermediários e ganhar melhor controlo das saídas de renminbi através de Macau”.

Vale a pena notar o impacto da pandemia na indústria do jogo. Entre o início do ano e o mês de Julho, houve 35 mil milhões de patacas em receitas acumuladas dos jogos de fortuna ou azar, que representam uma quebra de 79,8 por cento comparativamente ao mesmo período do ano passado. Os dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos mostram que a modalidade com uma receita bruta mais alta este ano é o jogo bacará VIP, que se fixou em 14,809 mil milhões de patacas no primeiro trimestre, e 1,503 mil milhões no segundo.

19 Ago 2020

Jogo | Zheng Anting pede abertura das fronteiras para salas VIP

[dropcap]O[/dropcap] deputado Zheng Anting apelou ao Governo que coloque como prioridade a abertura da fronteira a turistas vindos de Cantão, para relançar as receitas das salas de jogo VIP.

Em declarações citadas pelo canal chinês da Rádio Macau, Zheng considerou que apesar dos novos casos registados nos últimos dias em Pequim, é possível abrir a fronteira, desde que se assegure que são implementadas medidas de prevenção adequada.

Ainda de acordo com as mesmas declarações, o deputado eleito pela via directa mostrou-se preocupado com as receitas das salas VIP, que caíram para um valor inferior a 10 por cento ao período anterior à pandemia da covid-19.

16 Jun 2020

Estudo | Jogadores VIP em actividade durante a pandemia

Um estudo do Centro de Pesquisa de Macau revela que 60 por cento dos visitantes de Macau durante a pandemia de covid-19, fizeram-no com o propósito de vir jogar e gastaram, em média, 87 mil patacas. Especialistas apontam ainda que a aposta no jogo online deve ser considerada para atenuar as perdas do sector

 

[dropcap]E[/dropcap]ntre Março e Maio, mais de metade dos que visitaram Macau fizeram-no com o propósito de jogar e pertenciam ao sector VIP. As conclusões são de um estudo divulgado pelo Centro de Pesquisa de Macau, citado pelo portal do GGR Asia, que analisa a situação do sector do jogo em Macau a partir do momento a província de Guandong anunciou medidas restritivas nas fronteiras, no final de Março.

Como resultado imediato, no mês de Abril, o território recebeu apenas 11 mil visitantes, um número bem inferior ao registado em igual período de 2019 (3.4 milhões).

De acordo com o estudo, cuja amostra se centrou em 103 pessoas que visitaram Macau entre Março e Maio, perante a ameaça de cumprir quarentena mal saíssem do território, a maioria dos jogadores do Interior da China acabaram por decidir permancer por mais tempo do que o previsto, com 59 por cento a ficar durante mais do que cinco dias.

O estudo revela ainda que também 59 por cento da amostra analisada visitou Macau para jogar, enquanto 87 por cento vieram atravessaram a fronteira para tratar de assuntos relacionados com o jogo. Quanto ao orçamento destinado ao jogo, o estudo revela ter variado entre mil e 500 mil patacas por jogador, sendo que a média do orçamento gasto se situou nas 87 mil patacas. Além disso, estes visitantes gastaram ainda, em média, 45.549 patacas adicionais em alojamento, compras e alimentação. Contas feitas, o estudo mostra que jogo VIP manteve a sua cota parte em Macau, mesmo durante a pandemia.

“Comparativamente com o mercado de massas, as decisões de compra destes clientes de elite estão menos susceptíveis à condição macroeconómica e social”, pode ler-se no estudo citado pelo GGR Asia.

Os visitantes, 70 por cento, mostraram-se ainda satisfeitos com as medidas preventivas aplicadas no território para combater o novo tipo de coronavírus. De frisar ainda que 83 por cento dos visitantes inquiridos, visitaram Macau pelo menos três vezes nos últimos 12 meses.

O Centro de Pesquisa de Macau acredita que os resultados do estudo mostram que o território tem um grupo leal de clientes associados ao jogo VIP e sugere que sejam desenvolvidas relações estreitas com os mesmos, de forma a precaver futuras quebras na indústria.

Salvação online?

De acordo com o especialista da área de jogo Pedro Cortés, se algumas vertentes do jogo online já tivessem sido implementadas no território, as perdas das receitas brutas dos casinos de Macau “teriam sido sido menores às registadas actualmente”.

Segundo o advogado, mesmo que o jogo online não esteja regulamentado em Macau, até porque o Governo Central não vê esse tipo de produto com bons olhos, “existem outras possibilidades”, nomeadamente com abordagens a nível social que não envolvam dinheiro.

“Existe um elevado número de possibilidades e no caso de Macau, alguns destes aspectos devem ser considerados, sob pena de perdermos o título de capital mundial do jogo e de, dentro de poucos anos, os casinos se transformem em museus, em vez de continuarem a ser destinos de entretenimento e jogo”, apontou Pedro Cortés ao portal GGR Asia. “Se olharmos para a área dedicada às slot machines não vemos um cenário assim tão diferente do mercado online”, acrescentou.

Pedro Cortés afirma assim, por exemplo, que os casinos possam vir estar envolvidos em “jogos sociais” que abarcam novos modelos de negócio, que incluam prémios não monetários.

27 Mai 2020

VIP é solução imediata para combater crise do jogo, diz analista

O especialista no jogo Rui Pinto Proença disse à Lusa que apostar no mercado VIP é uma solução imediata para combater a crise que se abateu sobre Macau, capital mundial dos casinos, devido à pandemia da Covid-19

 

[dropcap]“A[/dropcap]cho que os jogadores VIP [grandes apostadores] representam um potencial de receita imediato muito maior, com um menor número de pessoas a deslocarem-se”, salientou o advogado da firma MdME e que tem como umas das áreas de especialização as empresas de jogos em Macau e na região Ásia-Pacífico.

“A tendência ou a direcção política de diversificação de Macau do ponto de vista de ser menos dependente do [jogo] VIP, mais das massas, do turismo de família e entretenimento não vai ser alterada, no médio e no longo prazo, mas no curto prazo acho que vai prevalecer algum pragmatismo”, sustentou Rui Pinto Proença, que também assessoria governos nos mercados emergentes a desenvolver as políticas de jogo e estruturas de regulação.

Num momento em que os números oficiais apontam para uma quebra de 95 por cento no número de visitantes em Fevereiro (ver texto em baixo) e de receitas dos casinos de cerca de 90 por cento, concluiu:

“No curto prazo ou durante este ano vai haver, se calhar, algum relaxamento [no] que era a política quanto à entrada de jogos VIP, precisamente para injectar alguma receita no mercado. A médio, longo prazo, eu diria que a política se vai manter”, ressalvou.

Contudo, há um risco associado, caso a estratégia imediata passe pela aposta no mercado VIP, já que se trata “de um sector muito mais volátil do que o do turismo de massas”, frisou.

Ainda assim, os números de março referentes às receitas do jogo já apontam para um crescimento no mercado VIP e, “portanto, para uma melhoria mais rápida nas operadoras mais expostas a esse segmento”, indicou.

Incógnita total

A retoma para números de 2019 não será ainda previsível no próximo trimestre, afirmou. “E mesmo no terceiro temos de ser muito cautelosos”, alertou, sublinhando que é “difícil arriscar sobre o que vai acontecer para a semana, quanto mais no próximo mês”.

Tudo depende de quando a China reiniciar a emissão de vistos que permitam ao turista chinês deslocar-se até Macau, mas sobretudo de ser “restabelecida alguma confiança do ponto de vista da saúde pública (…) e do ponto de vista económico porque, no fim do dia, o turismo e em particular o turismo do jogo não são bens essenciais”, assinalou.

As últimas projecções do Governo de Macau, de perda de receita em 2020 na ordem dos 50 por cento “prevêem alguma recuperação algures este ano”, o que não será “assim tão mal”, tendo em conta a realidade – agora com os novos casos de infecção registados em Macau – e as estimativas de analistas a apontarem para um decréscimo nas receitas na ordem dos 70 a 80 por cento, ainda antes da nova vaga de contágios identificados no território.

As receitas provenientes das grandes apostas em Macau atingiram 135,23 mil milhões de patacas em 2019, menos 18,6 por cento face a 2018, com o jogo VIP a perder o estatuto de segmento mais preponderante nas receitas globais.

De acordo com dados divulgados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), este valor, angariado nas salas de grandes apostas dos casinos, representou menos 30,87 mil milhões de patacas do que no ano anterior.

A acrescentar a esta perda, junta-se o facto de o jogo VIP ter perdido para o segmento de massas a posição mais dominante: pelo menos nos últimos cinco anos, as grandes apostas representaram mais de 50 por cento das receitas globais. Em 2019, o jogo VIP representou apenas 46,2 por cento do total das apostas angariadas.

23 Mar 2020

Receitas do jogo VIP em Macau caem 22,5% no terceiro trimestre

[dropcap]A[/dropcap]s receitas do jogo VIP nos casinos de Macau atingiram os 31,1 mil milhões de patacas no terceiro trimestre deste ano, uma quebra de 22,5% face a igual período de 2018.
De acordo com dados divulgados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) na quarta-feira, este valor, angariado nas salas de grandes apostas dos casinos, representa uma descida de 22,5% em relação a igual período de 2018.

No primeiro semestre de 2019, as receitas do jogo VIP atingiram os 71,8 mil milhões de patacas  numa descida de 14,5% em relação ao período homólogo do ano passado. Em 2018, as receitas geradas pelo jogo VIP tinham crescido 9,3%, para 166 mil milhões de patacas, contribuindo com mais de metade do total arrecadado pelos casinos de Macau.

18 Out 2019

Casinos | Segmento VIP cresceu no ano passado, mas proporção nas receitas diminuiu

As receitas geradas pelo jogo VIP voltaram a crescer no ano passado, mas o peso que ocupou no total arrecadado pelos casinos encolheu

 

[dropcap]O[/dropcap] jogo VIP continuou a deter a fatia de leão no bolo das receitas arrecadadas pelos casinos, mas o peso que ocupa diminuiu no ano passado, revelam dados divulgados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).

As receitas angariadas nas salas de grandes apostas atingiram 166.097 milhões de patacas no ano passado – mais 10,6 por cento face a 2017 –, contribuindo com 54,8 por cento para o total arrecadado pelos casinos. Uma proporção que encolheu 1,8 pontos percentuais comparativamente a 2017.

O segmento VIP tem visto o peso que representa nas receitas totais da indústria do jogo sofrer altos e baixos nos últimos anos: em 2017 foi de 56,6 por cento; em 2016 correspondeu a 53,2 por cento e em 2015 a 55,3 por cento – isto quando em tempos idos chegou a ser superior a 70 por cento.

Os casinos fecharam 2018 com receitas de 302.846 milhões de patacas, traduzindo uma subida de 14 por cento. Tratou-se do segundo ano consecutivo de subida das receitas de jogo, depois de 2017 (+19,1 por cento) ter invertido a tendência de queda nos três anos anteriores (-3,3 por cento, em 2016, -34,3 por cento em 2015 e -2,6 por cento em 2014).

Fatias menores

No ‘ranking’ de todo o sector, depois dos casinos (que representam 99,6 por cento dos proventos) – mas a colossal distância – figuraram as apostas nos jogos de futebol que, ao longo do ano passado, renderam 674 milhões de patacas (mais 155 milhões). Seguiram-se as apostas nos jogos de basquetebol, com 222 milhões (mais 37 milhões).

Já as das corridas de cavalos mantiveram a tendência de descida pelo quinto ano consecutivo, com as receitas a sofrerem uma quebra na ordem dos 3 milhões face a 2017 para 104 milhões de patacas, no ano em que o contrato de concessão da Companhia de Corridas de Cavalos, que opera o Macau Jockey Club, foi prorrogado por 24 anos e meio até 31 de Agosto de 2042.

No balanço da indústria de jogo de 2018 entram ainda as corridas de galgos, com apenas 23 milhões de patacas. As contas feitas reflectem apenas os primeiros dois trimestres, devido ao termo do prazo do contrato de concessão para a exploração, em regime exclusivo, das corridas de galgos, da Yat Yuen, em finais de Julho. Já as lotarias chinesas geraram receitas de 13 milhões (mais 3 milhões), registando o segundo pior desempenho da indústria do jogo, a seguir às lotarias instantâneas. O contrato de concessão com a Sociedade de Lotarias Wing Hing foi recentemente prorrogado por um ano, expirando no próximo dia 31 de Dezembro.

Macau contava, no final do ano passado, com 6.588 mesas de jogo e 16.059 ‘slot machines’ distribuídas por um universo de 41 casinos, dos quais dois com actividade suspensa, de acordo com dados da DICJ.

18 Jan 2019

Jogo VIP representou 56,69% das receitas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s receitas geradas pelo jogo VIP voltaram a crescer, contribuindo para 56,69% do total arrecadado pelos casinos de Macau ao longo do ano passado, segundo dados oficiais.

De acordo com dados publicados na terça-feira no ‘site’ da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), as receitas do jogo VIP (angariadas nas salas de grandes apostas) atingiram 150.673 milhões de patacas no ano passado, traduzindo um aumento de 26,65% face a 2016.

Trata-se de uma retoma para o segmento VIP que, apesar de deter a ‘fatia de leão’, viu a sua proporção nas receitas totais da indústria do jogo diminuir nos últimos anos: em 2016 foi de 53,29%, em 2015 de 55,3% e em 2014 de 60,4% – isto quando chegara a ser superior a 77%.

Os casinos de Macau fecharam 2017 com receitas de 265.743 milhões de patacas, um aumento de 19,1% que pôs termo a três anos consecutivos de queda, de acordo com os dados publicados anteriormente, a 1 de Janeiro, pela entidade reguladora.

As receitas de jogo – principal motor da economia de Macau – caíram 3,3% em 2016, depois de um tombo de 34,3% em 2015 e da primeira diminuição de 2,6% em 2014.

No ‘ranking’ de todo o sector, depois dos casinos (que representam 99,6% dos proventos) – mas a colossal distância – figuraram as apostas nos jogos de futebol que, ao longo do ano passado, renderam 519 milhões de patacas.

Seguiram-se as apostas nos jogos de basquetebol, com 185 milhões, que ultrapassaram as das corridas de cavalos, com 104 milhões de patacas e as corridas de galgos com apenas 46 milhões de patacas.

Macau, que figura como a capital mundial do jogo, é o único local na China onde o jogo em casino é legal. No final do ano passado, o antigo enclave português contava com 6.419 mesas de jogo e 15.622 ‘slot machines’ distribuídas por um universo de 40 espaços de jogo. Fortemente dependente dos casinos, Macau ambiciona há muito diversificar o seu tecido económico, meta que compreende três frentes, com a primeira a passar precisamente pela diversificação da própria indústria do jogo – do segmento VIP para o mercado de massas –, com vista a torná-la menos dependente dos grandes apostadores.

18 Jan 2018