CCAC | Empresas fictícias serviram para comprar casa, arrendar e obter BIR

O último relatório do Comissariado contra a Corrupção põe a nu irregularidades cometidas pelo Instituto de Promoção de Investimento e Comércio na avaliação dos pedidos de residência no território pela via do investimento. Há casos de pessoas que obtiveram BIR através da criação de empresas fictícias quando, no no fundo, apenas adquiriram imóveis para arrendar

 

[dropcap style≠’circle’]I[/dropcap]nvestimentos demasiado baixos, imóveis adquiridos para se fazerem passar por sedes de empresas, mas que, na verdade, só serviram para arrendar a particulares. Estes são alguns dos casos detectados no relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) ontem divulgado, e que aponta o dedo ao trabalho do Instituto de Promoção do Investimento e Comércio de Macau (IPIM) quanto aos pedidos de fixação de residência temporária de investidores, quadros dirigentes e técnicos especializados ou aquisição de imóveis. É de frisar que a obtenção de residência através da aquisição de imóveis está suspensa desde 2007.

O relatório dá conta da criação de empresas fictícias que, no fundo, nunca geraram receitas ou empregaram pessoas. Na verdade quem apresentou os pedidos junto do IPIM terá adquirido imóveis para arrendar a terceiros, tendo declarado a esta entidade que as fracções serviam como sede da empresa.

“O CCAC descobriu que alguns requerentes apresentaram um documento denominado ‘projecto de investimento’, conseguindo assim obter a autorização de residência temporária”, lê-se no relatório. Posteriormente, aquando da renovação dos pedidos, e “para conseguiram obter uma simulação da implementação efectiva do

projecto de investimento, os mesmos apresentaram certidões de registo predial relativas a imóveis adquiridos em nome dessas sociedades”.

Desta forma, os requerentes “aproveitavam-se da prática adoptada pelo IPIM no sentido de dar valor aos investimentos em imóveis na apreciação dos pedidos, conseguindo obter, de forma fraudulenta, a autorização de residência temporária através de projectos de investimento falsos”.

O CCAC dá o exemplo de uma pessoa que apresentou o seu pedido para a obtenção de residência temporária através de um “projecto de investimento relevante”, que visava a abertura de uma sociedade de construção civil com o montante de investimento na ordem das 2.842.290 de patacas. Neste caso, não só o requerente como os três membros do seu agregado familiar conseguiram obter o Bilhete de Identidade de Residente (BIR) de forma temporária.

Quando renovou essa documentação, “o referido indivíduo apresentou informações de registo predial relativas a duas fracções destinadas a escritórios adquiridas em nome da sociedade de construção, para servir de prova da implementação do projecto de investimento”.

Contudo, essas fracções foram arrendadas. “O CCAC descobriu que as fracções destinadas a escritórios foram, desde a sua aquisição, arrendadas a terceiros, não constituindo as mesmas o domicílio comercial da sociedade em causa, como foi declarado pelo requerente.”

No entanto, o IPIM autorizou os pedidos da renovação de residência temporária sem que, para o efeito, tivesse confirmado, mediante vistoria in loco, o facto de a referida sociedade de construção funcionar efectivamente nas duas fracções destinadas a escritórios acima mencionadas, ou sequer confirmado a autenticidade dos demais documentos relativos ao funcionamento da sociedade.

O relatório revela ainda outro exemplo, em que duas irmãs entregaram junto do IPIM dois projectos de investimento para a criação de uma sociedade de comércio de importação e exportação de produtos electrónicos, com montantes de quase três milhões de patacas. As duas irmãs e mais três pessoas do seu agregado familiar conseguiram obter o BIR mas, mais uma vez, as duas fracções adquiridas para escritório e armazém foram sempre arrendadas.

IPIM não visitou locais

Estas fraudes foram descobertas porque os fiscais do IPIM não têm poder legal para visitar, in loco, as moradas declaradas pelos requerentes da residência, de acordo com o relatório do CCAC. “O IPIM referiu que é apenas um serviço administrativo sem competências de fiscalização e aplicação da lei neste contexto, pelo que é difícil realizar verificações profundas relativamente aos pedidos.”

O relatório “apurou que o IPIM tem vindo a verificar a implementação ou não de projectos de investimento de requerentes através da consulta dos registos comerciais, contas de empresas e registos da contribuição para a segurança social dos requerentes, não enviando o seu pessoal para efectuar a verificação in loco dos locais de funcionamento declarados pelas empresas dos requerentes, nem possui um mecanismo de inspecção regular”.

Na opinião do CCAC, “parece estar aberta uma porta que facilita a obtenção, de forma fraudulenta, de autorizações de residência temporária através de

investimentos falsos ou até mesmo da criação de ‘empresas fictícias’.

Na visão do organismo liderado por André Cheong, o IPIM “tem responsabilidades na confirmação da veracidade dos documentos requeridos e na fiscalização da realização

dos projectos apresentados, uma vez que se tratam de elementos essenciais na apreciação dos pedidos, e são também obrigações que os serviços públicos têm de cumprir”.

Agências fizeram negócio

Entre 2008 e 2017 foram registadas 11 sociedades “cujas actividades de exploração incluíam ‘investimento e desenvolvimento imobiliário’ ou actividades afins”, escreve o CCAC. Apesar do Governo ter suspendido a medida de obtenção da residência pela via da aquisição de imóveis em 2007, a verdade é que em 2006 ainda houve 12 pedidos, sendo que o valor subiu para 35 no ano seguinte, “além do mais, registou-se uma tendência crescente nos anos seguintes”, aponta o relatório.

Foi também descoberto pelo CCAC que “existem mediadoras imobiliárias que estabeleceram uma relação entre a ‘imigração por investimentos relevantes’ e as actividades originadas da mesma, tornando isto num negócio. Primeiramente,

uma empresa era estabelecida e registada por um responsável da empresa mediadora e, posteriormente, as acções da mesma seriam alienadas a um requerente”.

Além disso, “seria dado também apoio ao requerente para que este pudesse pedir a autorização de ‘imigração por investimento’ junto do IPIM, tendo como fundamento aquelas acções”. “Simultaneamente, eram prestados serviços, tais como os referentes às declarações fiscais, ao recrutamento de trabalhadores, à compra, venda e arrendamento de prédios/fracções, disponibilizando-se assim um serviço do tipo ‘one-stop’”, conclui o relatório.

Após a suspensão da política do investimento através da aquisição de imóveis, em 2007, o CCAC detectou, com base em dados estatísticos do IPIM, um aumento dos pedidos de “imigração por investimentos relevantes”. Apesar de não conseguir detectar uma ligação entre estes dois factores, é referido que “não se pode excluir a possibilidade de haver quem não tenha na realidade qualquer intenção de investir em Macau e pretenda somente aproveitar a aquisição de um imóvel como se tratando de um ‘projecto de investimento relevante’, realizando um investimento falso para adquirir na realidade um imóvel, tendo como objectivo final a obtenção do direito de residência em Macau”.

 

CCAC | Empresas criadas com investimento inicial abaixo do valor mínimo

Além dos casos de empresas fictícias que foram criadas para a obtenção de residência e aquisição de casas, a investigação do CCAC revelou ainda que muitas apresentaram valores de investimento inicial abaixo do que a lei permite desde Novembro de 2015, ou seja, 13 milhões de patacas como valor mínimo de referência. Antes, esse valor cifrava-se nas 1,5 milhões de patacas.

“Há 28 casos de pedidos de residência temporária através da ‘imigração por investimentos relevantes’ que são inferiores a 1,5 milhões de patacas, representando 15,7 por cento do número total.”

A título de exemplo o relatório aponta uma empresa a operar na área de produção de espectáculos, cujo valor de investimento se cifrou nas 142.376 patacas. Houve ainda uma sociedade anónima de lavandaria cujo valor de investimento para a aquisição de participações foi de 379.686 patacas, entre outros casos semelhantes.

O CCAC conclui que “os valores de investimento declarados pelos requerentes são bastante inferiores quando comparados com o valor mínimo de referência de investimento de 1,5 milhões de patacas fixado nas instruções internas emitidas pelo IPIM, não sendo elevados os montantes dos investimentos realizados”.

Além disso, o CCAC alerta para o facto de terem sido aceites projectos ligados a áreas mais tradicionais e não a novos campos económicos. “Os investimentos em causa foram realizados em projectos tradicionais, nomeadamente os que envolvem a realização de espectáculos, a aquisição de bens, lavandarias, serviços de câmbio ou agências de viagens, não estando em causa os sectores das novas tecnologias ou das indústrias criativas e culturais que o Governo da RAEM está determinado a desenvolver.”

Na visão do CCAC, “entende-se que, antes de se ter elevado o montante mínimo de referência para investimento até aos 13 milhões de patacas, os montantes de investimentos nos projectos autorizados foram, de um modo geral, relativamente baixos, sendo que as áreas sobre as quais recaíam tais investimentos foram maioritariamente as indústrias tradicionais, tais como a restauração, o turismo, o comércio ou a construção”.

 

Investigação do CCAC começou em 2015

O CCAC iniciou esta investigação em Dezembro de 2015 depois de ter recebido uma série de denúncias e queixas ligadas à “imigração por investimentos relevantes” e a “imigração por fixação de residência dos técnicos especializados”. Nesse processo, “puseram-se em causa os critérios adoptados e a legalidade das decisões de alguns casos de pedidos de residência temporária”. “Foram reveladas situações ilegais de obtenção de residência temporária através de investimentos simulados, falsas contratações de pessoal, falsas habilitações académicas e falsas informações sobre o pagamento de contribuições para o Fundo de Segurança Social”, explica o relatório.

3 Jul 2018

Encontro de Empresários da China e PLP resultam em 24 protocolos

Foi com 24 protocolos e mais de 80 bolsas de contacto que fechou o Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. O evento, que decorreu em Lisboa na quinta e na sexta-feira, juntou mais de 400 participantes

 

[dropcap style≠‘circle’]S[/dropcap]egundo o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), os protocolos e/ou memorandos versaram sobre serviços de liquidação e compensação de renminbi, tecnologia ou suplementos alimentares. Já as mais de 80 bolsas de contacto cobriram, entre outras, áreas como comércio de alimentos, tecnologia, aeronáutica, finança e serviços.

A cerimónia de abertura do evento, que teve como tema principal “China, PLP – Uma nova abordagem pragmática”, contou com o vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, Edmund Ho, bem como com o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong.

No discurso que proferiu, Lionel Leong destacou que, no futuro, Macau vai ter novas oportunidades de cooperação regional, nomeadamente por via do projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, apontando que os investidores dos países de língua portuguesa “são muito bem-vindos” a formar parcerias com as empresas de Macau para, através da plataforma proporcionada pela RAEM, penetrarem nos mercados da China.

 

Janela aberta

Ainda durante o evento, o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Luís Castro Henriques, afirmou que, apesar do volume de transacções comerciais entre a Pequim e Lisboa ter aumentado nos últimos anos, existe um “largo espaço” para cooperação, convidando as empresas a aproveitarem a vantagem de Portugal como janela para os países lusófonos e para a Europa.

A vice-ministra do Comércio da China Gao Yan focou-se no encontro, o 13.º, definindo-o como uma actividade de promoção económica e comercial “extremamente importante” para a China e os países lusófonos, enquanto o secretário de Estado da Internacionalização de Portugal, Eurico Brilhante Dias, enalteceu a “importância política e económica” do Fórum Macau, criado em 2003. O membro do Executivo português sublinhou que foram criadas “condições e oportunidades de cooperação sino-lusófona” ao longo dos 15 anos de existência, além de ter manifestado a abertura de Portugal ao investimento externo, particularmente da China.

O próximo Encontro de Empresários da China e Países de Língua Portuguesa vai decorrer em São Tomé e Príncipe em 2019.

 

Millennium assina acordo com Banco da China de Macau

O Millennium BCP assinou um acordo com o Banco da China de Macau com o objectivo de desenvolver negócios e operações entre Macau e as regiões de língua portuguesa. Em comunicado, João Nuno Palma, vice-presidente do Millennium BCP, afirmou que “existem benefícios, tanto para a economia portuguesa, como para as economias de Angola e Moçambique” com o “estreitamento destas relações com a China” e que o banco “está focado em estabelecer relações fortes com a China e quer estar com forte presença no mercado chinês através de Macau”. Por via deste acordo, o Millennium BCP será o primeiro banco em Portugal considerado ‘Participating Bank’ com acesso ao sistema de pagamentos de Macau.

 

Delegação de Macau segue para o Brasil

Após ter participado no Encontro de Empresários da China e Países de Língua Portuguesa, em Lisboa, onde também visitou parques industriais e logísticos e empresas, a comitiva de cerca de 60 empresários, liderada pelo secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, seguiu para o Brasil, onde tem previstas também deslocações a empresas, de acordo com uma nota do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau.

25 Jun 2018

Empresários de Macau promovem alimentos lusófonos na China

[dropcap style≠‘circle’]E[/dropcap]mpresários de Macau vão promover alimentos lusófonos nas cidades chinesas de Huzhou e Dongguan, nos dias 26 e 27 de Abril, anunciou ontem o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM).

Estas “bolsas de contactos” entre empresários do território e empresas chinesas têm como objectivo promover a entrada de produtos alimentares dos países de língua portuguesa no mercado da China continental.

As primeiras duas sessões do ano foram realizadas em Foshan e Zhaoqing, na segunda e terça-feira últimas, e atraíram mais de 230 compradores provenientes da região da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

Em comunicado, o IPIM sublinhou que 22 empresas levaram “o sabor lusófono” às cidades da Grande Baía, promovendo o contacto entre clientes e vendedores e a popularidades dos produtos alimentares dos países de língua portuguesa.

De acordo com o comunicado, estes encontros contribuem para o “posicionamento de Macau como ‘três centros – uma plataforma’, no âmbito da cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa”, à medida que a Região Metropolitana da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau se vai construindo.

12 Abr 2018

Plataforma | Mercado de rua em Macau destaca produtos lusófonos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro mercado de rua dedicado à promoção e distribuição de produtos lusófonos vai estar a funcionar em Macau até domingo, com 20 expositores de bebidas e alimentos locais e dos países de língua portuguesa.

“O certame irá permitir que mais residentes e turistas possam entrar em contacto com a cultura e os produtos típicos da RAEM e dos países de língua portuguesa”, de acordo com um comunicado do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), um dos organizadores do evento, divulgado na terça-feira.

Além dos produtos alimentares, o mercado oferece também oficinas de pintura de azulejos portugueses, demonstrações de culinária, concertos de cantores macaenses e dos países de língua portuguesa, assim como actuações de bandas e danças, entre outros.

O IPIM indicou esperar que os produtos dos países de língua portuguesa possam integrar-se nos bairros comunitários, “promovendo o fluxo de pessoas e consumo nos círculos comerciais na vizinhança”.

29 Mar 2018

IPIM | Macau leva alimentos lusófonos à China

O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) vai levar os produtos dos países lusófonos à primeira exposição internacional de importações da China, em novembro, em Xangai. A representação na exposição de Xangai será feita mediante delegações de empresas de produtos alimentares de Macau e de agentes e distribuidores no território de alimentos dos países de língua portuguesa, organizadas pelo IPIM, de acordo com um comunicado oficial.
A direção dos Serviços de Turismo de Macau vai organizar também a participação de operadores turísticos de Macau. Além da delegação empresarial, vai participar na exposição uma delegação governamental do território. Anunciada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, em maio passado, durante o fórum “Uma Faixa, Uma Rota” para a cooperação internacional, a exposição internacional de importações da China constitui uma importante medida de Pequim para apoiar a liberalização do comércio e a globalização económica, abrindo ainda mais, por iniciativa própria, o mercado chinês ao mundo.

7 Fev 2018

WebSummit | Participante queixa-se do fraco apoio do IPIM

Macau esteve representada naquele que é considerado um dos maiores eventos da área tecnológica e de plataformas digitais com uma pequena comitiva. A KNJ Investment, nova accionista do grupo Global Media, é uma das empresas participantes. Katya Maia, fundadora do website Macau Lifestyle, participa a título individual e alerta para a falta de apoio do IPIM

[dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]obots que falam, carros voadores da Uber. Estas foram algumas das últimas novidades do mundo da tecnologia reveladas na WebSummit, a conferência mundial sobre tecnologia e plataformas digitais que decorreu até ontem em Lisboa.

Macau fez-se representar com uma comitiva composta por Irene Lau e Steve Chan, responsáveis do Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM), e o empresário Bernardo Alves, da A & P Holdings. Outra empresa local que também marcou presença foi a KNJ Investment, através de Philip Yip. A empresa é, no entanto, liderada por Kevin Ho, que recentemente adquiriu 30 por cento do grupo Global Media.

Outra empresa de Macau que participou na WebSummit foi a Macau Lifestyle Media, liderada por Katya Maia e Sally Victoria Benson, e que detém o website “Macau Lifestyle”.

Ao HM, a partir de Lisboa, Katya Maia falou da estreia neste evento mundial. “Macau é um território afastado e tudo isto parece irrelevante, mas isto já não é o futuro. É o presente e atinge toda a gente, desde Governo a empresas ou até indivíduos. Como participantes queremos aprender, conhecer pessoas e ganhar inspiração. Queremos levar para Macau aquilo que aprendemos aqui.”

Katya Maia decidiu participar na WebSummit por sua livre iniciativa, sem qualquer apoio do IPIM. “Tudo partiu da nossa vontade, porque achamos importante participar devido às oportunidades de negócio.”

Da frustração

A empresária da área dos media não deixa de apontar o dedo ao IPIM.

“Contactámos o IPIM várias vezes e não se mostraram muito cooperantes connosco. Tivemos uma reunião com eles mas não funcionou, não sei porque razões. Talvez porque tenhamos um website em inglês, uma área que não tem qualquer tipo de regulação em Macau, ao nível de media digital. Temos o registo e a licença mas não somos reconhecidos como media. Isto é muito frustrante.”

Katya Maia considera “frustrante” o facto do IPIM não dar apoio a projectos como o Macau Lifestyle. “Acreditamos que o nosso projecto pode promover Macau no mundo e é frustrante que não seja reconhecido pelo IPIM ou outras entidades, quando é suposto apoiarem as Pequenas e Médias Empresas (PME).”

A empresária tentou mesmo estabelecer contacto com os dois representantes do IPIM em Lisboa, mas afirmou nunca ter obtido uma resposta.

Num evento que conta com a presença de várias startups e empresas do género de Hong Kong, da China e de toda a Ásia, Kátia Maia lamenta que haja uma certa “estagnação” na forma como as PME são promovidas neste tipo de eventos. E lamenta que haja pouca promoção numa altura em que as relações entre Portugal e China estão numa boa fase.

“É incrível que não haja aqui mais PME de Macau da área da tecnologia. O IPIM está aqui representado mas não tem tido uma postura muito activa. Há aqui muitas empresas de Hong Kong, desde startups a investidores, por exemplo”, explicou.

Katya Maia considera que a falta de uma maior comitiva em Lisboa não se prende com a ausência de startups em Macau.

“Há muita publicidade para as PME, e muito apoio. Reconheço que recebemos apoios para jovens empresários, mas não cobre sequer a totalidade das despesas iniciais. Acreditamos que temos mais empresas inovadoras em Macau que optam por trabalhar exclusivamente online e que continuam a recusar aparecer numa ‘versão impressa’”, concluiu.

10 Nov 2017

Exposições | Macau é o mercado “mais destacado” da Ásia Pacífico

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]az parte dos mais pequenos e dos que se começaram a desenvolver recentemente, mas foi aquele que teve o melhor desempenho nos últimos anos. A Associação Global da Indústria de Exposições destaca o território no relatório mais recente sobre o sector.

A Associação Global da Indústria de Exposições (UFI, na sigla inglesa) está satisfeita com o progresso do sector em Macau. Os elogios são deixados no mais recente relatório anual sobre a indústria de feiras comerciais da Ásia-Pacífico: para a organização, a RAEM é um dos mercados da região com menor tempo de desenvolvimento e também um dos mais pequenos, mas foi aquele que, nos últimos cinco anos, teve o melhor desempenho no mercado de exposições.

De acordo com o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), que dá conta da avaliação da UFI, a indústria das exposições foi a que mais cresceu no período em análise, quando comparando com outros locais na Ásia. Em 2012, a área útil de exposição vendida em Macau era de 72.500 metros quadrados, tendo subido para 215.250 metros quadrados em 2016. Feitas outras contas, registou-se um aumento de cerca de 200 por cento.

Apesar de a economia global da RAEM continuar a ser afectada devido ao ambiente económico externo, realça o IPIM, “a área útil de exposição vendida em Macau ainda continua a registar algum crescimento, tendo cada exposição registado, em média, receitas de cerca de 2,1 milhões de dólares americanos, pelo que se pode constatar que o desempenho do mercado de exposições de Macau teve melhor desempenho em relação ao desempenho económico global”.

Futuro feliz

O IPIM refere ainda que o relatório em questão destaca o “grande apoio” dado pelo Governo da RAEM à indústria de exposições, “bem como as excelentes instalações inerentes, sendo esses os factores que contribuíram para o desenvolvimento estável da indústria de exposições de Macau”. O instituto dá como exemplos a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, cuja abertura está prevista para final deste ano, e a expansão gradual da rede de destinos do Aeroporto Internacional de Macau.

As duas estruturas “irão melhorar significativamente o transporte regional, criando uma nova perspectiva para a economia da Região do Delta do Rio das Pérolas”. O IPIM aponta que a indústria de exposições do território deverá manter a sua actual tendência de desenvolvimento: nos próximos dois a três anos, o crescimento médio será na ordem dos cinco por cento.

A UFI congrega gestores e organizadores de exposição de todo o mundo, com o objectivo de promover o desenvolvimento do sector ao nível regional e em termos internacionais. A organização pede todos os anos a consultadoria que analise e estude as exposições que têm como alvo visitantes profissionais. O relatório em que Macau surge em local de destaque é um “importante material de referência para os organizadores de exposições e entidades de gestão de exposições internacionais”. Nas estatísticas relativas a 2016, foram incluídas 26 exposições realizadas na RAEM, que geraram receitas de 53,55 milhões de dólares americanos.

12 Set 2017

IPIM | Empresários de Macau em Cabo Verde e Portugal

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de 60 empresários de Macau vão participar, a partir de sexta-feira, em Cabo Verde e depois em Portugal, em fóruns subordinados à cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua oficial portuguesa.

Segundo o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), que organiza a comitiva, a delegação empresarial vai participar, entre os próximos dias 16 e 18, na cidade da Praia, em Cabo Verde, no Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, e depois em fóruns em Lisboa e no Porto.

Durante o encontro empresarial na Praia, que vai fazer convergir mais de 150 empresários de Macau e da China, vai decorrer uma sessão de apresentação do fundo chinês de mil milhões de dólares destinado a investimentos de e para os países lusófonos, cuja sede foi transferida de Pequim para Macau no dia 1, com vista a atrair mais candidaturas.

A comitiva, composta por empresários de sectores como manufactura, importação e exportação, comércio, prestação de serviços, consultadoria, energia ou construção e engenharia, vai também efectuar uma série de visitas, incluindo a um parque industrial e ao projecto turístico da Macau Legend Development, do empresário de Macau David Chow, segundo informação facultada pelo IPIM à Agência Lusa.

Lisboa e Porto

Depois da missão em Cabo Verde, a delegação parte para Portugal, onde o IPIM organiza, em Lisboa, em conjunto com o Conselho para a Promoção do Comércio Internacional da China (CCPIT) e a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), uma sessão de apresentação da actual situação económica e ambiente de investimento em Macau e na China.

De seguida, a comitiva segue para o Porto para participar na primeira Feira & Fórum Internacional de Negócios China-Países de Língua Portuguesa e Espanhola (FIN2017), que vai ter lugar, na Exponor, entre os próximos dias 21 e 23.

14 Jun 2017

IPIM abre candidaturas de apoio ao comércio online

O IPIM vai dar até 20 mil patacas às empresas de Macau que queiram colocar os seus produtos à venda em plataformas online. As candidaturas decorrem até ao final do ano

[dropcap sryle=’circle’]O[/dropcap]Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) abre na próxima semana o Plano de Incentivo para a Promoção do Comércio Electrónico. Destinado a empresas locais ou com metade do capital de Macau, a iniciativa visa dar a conhecer os produtos da RAEM ao mesmo tempo que incentiva este tipo de comércio.
A ideia é encorajar a utilização da Internet como ferramenta promotora da venda de produtos locais e a entrada em novos mercados, como anunciou ontem o IPIM em conferência de imprensa. Após o plano de 2009 que tinha como base a divulgação em plataformas “Business to Bussiness” (B2B), é agora a vez de avançar com a promoção em plataformas que chegam directamente aos consumidores, as “Business to Consumer” (B2C).
Na próxima segunda-feira, 6 de Junho, abrem as candidaturas ao apoio especialmente concebido para ajudar as pequenas e médias empresas (PME). É também neste dia que as empresas podem conhecer quais as plataformas já acreditadas pelo IPIM onde os produtos podem ser postos à venda. Plataformas estas semelhantes, por exemplo, ao Ali Baba.

À espera da centena

O IPIM promete dar até 20 mil patacas a cada empresa, incentivos que incluem apoio para “despesas técnicas anuais e despesas ligadas à publicidade e promoção”. O limite é de 70% do total da despesa e cada empresa poderá beneficiar do apoio apenas uma vez por ano fiscal.
Para serem elegíveis ao apoio financeiro as empresas têm que estar registadas na Direcção dos Serviços de Finanças, ter pelo menos 50% das quotas detidas por residentes de Macau e ter actividade comercial nas áreas de produção e/ou comércio de produtos.
Para já, o subsídio está apenas numa fase experimental – que decorre a partir de 6 de Junho e até 31 de Dezembro -, sendo que o IPIM pretende cativar o interesse de pelo menos cem entidades, tendo disponibilizado uma verba total de dois milhões patacas.
No entanto, Glória Batalha Hung adianta que, caso o interesse no projecto seja superior ao estimado e as empresas cumpram os requisitos, o montante “poderá ser aumentado”. Por outro lado, se as candidaturas forem muito inferiores ao número previsto, a presidente-substituta do IPIM adianta que pode ser sinal de que “alguma coisa não esteja a correr bem e que o próprio projecto necessitará de ser revisto.”
Já António Lei, Director do Centro de Apoio Empresarial do IPIM, refere que o tempo de espera da aprovação não excederá os 30 dias não esquecendo que, se por agora as plataformas acreditadas pelo IPIM são essencialmente chinesas, incluindo de Macau, a instituição está também aberta a propostas de creditação de outras origens de modo a internacionalizar cada vez mais o comércio local.

1 Jun 2016

IPIM | Lançamento de novo plano para turismo de negócios em Janeiro

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]m Janeiro do próximo ano, o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) vai lançar um novo plano de financiamento destinado ao sector do turismo de negócios. A implementação da medida enquadra-se no esforço que tem sido feito pelo Governo para aumentar a popularidade de Macau como destino para a realização de convenções e exposições, mas também para ajudar a promover Macau lá fora.
“O IPIM irá implementar diversos Planos Especiais de Apoio às Convenções e Exposições, (…) para a participação em feiras e exposições e turismo de negócios no exterior, que incluem a Asia-Pacific Incentives and Meetings Expo em Melbourne, Austrália (AIME), Incentive Travel & Conventions, Meeting em Shanghai, R.P. C. (IT&CM China), IMEX em Frankfurt, Alemanha, IBTM China e IMEX America”, explica o comumicado.
“O IPIM irá montar o Pavilhão de Macau nas diferentes feiras e convenções de grande escala e organizar delegações para a sua participação, no intuito de reforçar a publicidade e promoção das vantagens do sector de convenções e exposições de Macau e promover o intercâmbio e contactos entre empresas locais e do exterior da indústria de MICE.”

Macau em Las Vegas

O anúncio foi feito pelo IPIM em comunicado, onde o organismo informa também que a entidade marcou presença na IMEX 2015, em Las Vegas. Macau teve o seu próprio stand na maior feira de Convenções e Exposições dos EUA.
O stand contou com áreas de exposição do IPIM e de agências de turismo locais, de operadores hoteleiros e organizadores de conferências da RAEM, “tendo em vista expandir os mercados-alvos internacionais e divulgar o ambiente de convenções, exposições e turismo em Macau, assim como os respectivos produtos”. O IPIM organizou uma sessão de promoção sobre as vantagens da organização de convenções e exposicões no território com uma plateia de representantes de 40 organizações da área.
“Irene Lau promoveu activamente as vantagens do sector de convenções e exposições de Macau, bem como o serviço de ‘agência única’ para licitação e respectivo apoio em Macau de actividades MICE, proporcionado pelo IPIM, no intuito de expandir os mercados-alvos internacionais e atrair para Macau, maior número de convenções internacionais”, referiu o IPIM em comunicado.

Em Portugal e no Brasil
O IPIM pretende ainda abrir uma representação permanente em Portugal até Março e até ao final do próximo ano no Brasil, como confirmou a vogal-executiva do IPIM, Glória Batalha. “Estamos a preparar criar uma representação permanente em Portugal com o fim de ajudar os empresários de pequenas e médias empresas de Macau e da China a entrarem em Portugal primeiro e depois, mais tarde, em outros países de Língua Portuguesa. Gostaríamos de prestar informações especialmente para os de pequenas e médias empresas – porque as grandes têm maneira de ter acesso à China e vice-versa”, realçou, indicando que a intenção é abrir a representação em Lisboa no primeiro trimestre de 2016. O plano prevê sinergias com a Delegação Económica e Comercial de Macau – estabelecida em Lisboa – que figura como um serviço de representação da RAEM, sendo responsável pela defesa dos interesses e pela promoção do território em Portugal. Depois de Portugal, a segunda fase vai ser o Brasil, com Glória Batalha a adiantar que pretende que essa representação abra até ao final do próximo ano.

22 Out 2015