Hoje Macau China / ÁsiaGaza | EUA preparam resolução para ONU autorizar força internacional Os Estados Unidos da América estão a preparar uma resolução a apresentar nas Nações Unidas para autorizar o envio de uma força multinacional para a Faixa de Gaza no âmbito do acordo de cessar-fogo em vigor. O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, indicou que a questão começaria ontem a ser discutida numa reunião no Qatar. “Muitos dos países que manifestaram a sua intenção de participar, seja economicamente, com pessoal ou ambos, vão precisar disso (uma resolução da ONU) porque as suas leis nacionais assim o exigem, por isso temos uma equipa inteira a trabalhar nisso”, disse durante a sua viagem entre Israel e o Qatar, segundo o jornal israelita The Times of Israel. “Penso que, em última análise, o objectivo da força de estabilização é deslocar essa linha até cobrir, esperemos, toda a Faixa de Gaza, o que significa que toda a Faixa de Gaza será desmilitarizada” disse Rubio aos jornalistas no avião que o levava de Israel para o Qatar. Por outro lado, o porta-voz do Departamento de Estado, Tommy Pigott, informou que Rubio falou por telefone com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e discutiram “as medidas colectivas para aplicar o Plano Integral para Acabar com o Conflito em Gaza do Presidente Donald Trump” e reafirmou a “relação estratégica entre os Estados Unidos e Israel”. O chefe da diplomacia americana foi o último de uma série de altos funcionários americanos a visitar Israel a semana passada, depois do enviado Steve Witkoff, do genro do presidente Donald Trump, Jared Kushner, e do vice-presidente JD Vance, para tentar consolidar o frágil cessar-fogo. Nos termos deste acordo, paralelamente à retirada progressiva do exército israelita, iniciada com a entrada em vigor do cessar-fogo a 10 de Outubro, o plano americano prevê que o Hamas seja excluído da futura governação da Faixa de Gaza, onde tomou o poder pela força em 2007, e que o seu arsenal seja destruído. Calar as armas Israel e Hamas anunciaram no dia 8 de outubro um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, primeira fase de um plano de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após negociações indirectas mediadas pelo Egipto, Qatar, Estados Unidos e Turquia. Esta fase da trégua envolve a retirada parcial do Exército israelita para a denominada “linha amarela” demarcada pelos Estados Unidos, linha divisória entre Israel e Gaza, a libertação de 20 reféns em posse do Hamas e de 1.950 presos palestinianos. O cessar-fogo visa pôr fim a dois anos de guerra em Gaza, desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas em 07 de Outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e 251 reféns. A retaliação de Israel já provocou mais de 68 mil mortos e cerca de 170.000 feridos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza (tutelado pelo Hamas), que a ONU considera credíveis.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Médicos Sem Fronteiras retoma parcialmente actividade A organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou ontem que retomou parcialmente a actividade na cidade de Gaza, ao abrigo do acordo de cessar-fogo entre o movimento islamita palestiniano Hamas e o Governo de Israel. A MSF, que suspendeu as suas actividades na cidade de Gaza a 24 de Setembro, devido aos constantes bombardeamentos e ao avanço dos tanques israelitas, antes da assinatura da trégua, precisou ontem que a prioridade é atender as centenas de pessoas que regressaram ao norte do enclave palestiniano. As equipas da organização não-governamental (ONG) trataram mais de 500 doentes, a maioria dos quais com traumatismos, desde que, a 15 de Outubro, reabriram a sua clínica na capital da Faixa de Gaza. Da mesma forma, retomaram o transporte de água em camiões-cisterna e conseguiram fornecer entre 90 e 120 metros cúbicos de água por dia a até 14 pontos de distribuição. A ONG, que continua a prestar apoio à distância à maternidade Al-Helu e ao hospital Al-Shifa, informou também que está a avaliar “o possível aumento das actividades das suas equipas em função da situação de segurança” na cidade de Gaza. A MSF estimou ontem mesmo em 15.600 os doentes que aguardam na Faixa de Gaza para serem quanto antes transportados para o exterior, para receberem tratamento médico, e advertiu de que o cessar-fogo “não põe fim ao sofrimento extremo dos palestinianos” no enclave. Números do horror Israel e o Hamas anunciaram na noite de 08 de Outubro um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, a primeira fase de um plano de paz proposto pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, após negociações indirctas mediadas pelo Egipto, Qatar, Estados Unidos e Turquia. Esta fase da trégua envolveu a retirada parcial do Exército israelita para a denominada “linha amarela” demarcada pelos Estados Unidos, linha divisória entre Israel e a Faixa de Gaza, a libertação de 20 reféns vivos em posse do Hamas e de 1.968 prisioneiros palestinianos. O cessar-fogo visa pôr fim a dois anos de guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque de 07 de Outubro de 2023 do Hamas a Israel, no qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e 251 sequestradas. A retaliação de Israel fez pelo menos 68.229 mortos – entre os quais mais de 20.000 crianças – e de 170.369 feridos, na maioria civis – não só vítimas de fogo israelita, mas também de fome -, segundo números ontem actualizados (já com vítimas registadas após a entrada em vigor do cessar-fogo) pelas autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael bombardeia Rafah alegando que Hamas atacou unidade militar Israel lançou uma série de ataques aéreos contra a cidade de Rafah, na Faixa de Gaza, após acusar o Hamas de atacar uma unidade de engenharia militar, avançaram ontem fontes de segurança citadas pela imprensa israelita. Enquanto se aguarda uma declaração oficial das Forças de Defesa de Israel e do grupo islamita Hamas, fontes militares confirmaram ao ‘site’ israelita Walla e ao jornal Times of Israel terem sido realizados ataques aéreos e terrestres em Rafah, alegando ter-se tratado de uma resposta a um ataque a uma escavadora militar israelita encarregada de destruir os túneis da organização islamita. Embora não haja ainda informações oficiais sobre a existência de mortos ou feridos, fontes militares israelitas adiantaram a uma televisão israelita que dois alegados militantes do Hamas foram mortos. Desconhece-se também se este fogo cruzado pode pôr em causa o cessar-fogo que entrou em vigor a 10 de Outubro, mas o ministro da Segurança Nacional israelita, Itamar Ben Givr, já instou o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a retomar a ofensiva contra a Faixa de Gaza. “Peço ao primeiro-ministro que ordene às Forças de Defesa de Israel (FDI) que retomem totalmente os combates na Faixa de Gaza com todo o seu efectivo”, disse o ministro, que foi condenado no passado por incitar ao ódio contra os palestinianos, ao vandalismo e ao apoio ao terrorismo. De acordo com uma fonte do braço armado do Hamas, o grupo tinha lançado uma operação em Rafah para eliminar o líder da milícia rival, conhecida como ‘Forças Populares’, Yasser Abu Shabab. No entanto, os soldados israelitas intervieram para apoiar Shabab, o que resultou num fogo cruzado e provocou a explosão da escavadora israelita. Os Estados Unidos avisaram no sábado que tinham “informações credíveis” sobre um “ataque iminente” do Hamas contra civis palestinianos, numa “violação clara” ao cessar-fogo. Caos instalado Ontem de manhã, o grupo islamita rejeitou a acusação e culpou Israel por ter armado e financiado outras milícias, que, segundo disse, realizaram “assassinatos, raptos, roubos de camiões de ajuda humanitária e furtos contra civis”. Segundo o Hamas, os seus membros em Gaza estão, “com o amplo apoio civil e popular”, a perseguir estes gangues e a responsabilizá-los “de acordo com mecanismos legais claros, para proteger os cidadãos e preservar a propriedade pública e privada”. Apenas um dia após o cessar-fogo, os militantes do Hamas começaram a reprimir todos os clãs e milícias que alegadamente colaboraram com Israel durante a guerra dos últimos dois anos, incluindo execuções públicas de alegados colaboradores, cujas imagens se tornaram virais. O cessar-fogo em Gaza – proposto pelos Estados Unidos e acordado entre Israel e o Hamas – está em vigor desde o dia 10 de Outubro, prevendo três fases: a libertação dos reféns, o desarmamento do Hamas e a reconstrução gradual do território, sob supervisão internacional. A segunda etapa, centrada na “desmilitarização”, continua a ser a mais controversa e a que Israel considera essencial para pôr fim ao conflito.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio Oriente | Pequim saúda libertação de reféns israelitas em Gaza A China saudou ontem a libertação de reféns israelitas pelo grupo islamita palestiniano Hamas, o primeiro passo do plano do Presidente norte-americano, Donald Trump, para pôr fim a dois anos de guerra em Gaza. “A China saúda e apoia todos os esforços que conduzam à restauração da paz e ao alívio da crise humanitária” na Faixa de Gaza, disse o porta-voz dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, numa conferência de imprensa diária. “A prioridade é o estabelecimento de um cessar-fogo abrangente e duradouro o mais rapidamente possível”, acrescentou, reiterando a posição de princípio da China a favor de uma solução de dois Estados. O Hamas libertou ontem os últimos 20 reféns israelitas mantidos na Faixa de Gaza. As autoridades israelitas anunciaram o regresso dos primeiros sete reféns sobreviventes antes das 10:00. Segundo a emissora pública israelita, o outro grupo de 13 reféns foi entregue, como acordado, à Cruz Vermelha Internacional no sul da Faixa de Gaza e que devem ser entregues ao Exército israelita “em breve”.
Hoje Macau China / ÁsiaLíderes mundiais aplaudem acordo de paz entre Israel e Hamas Vários líderes mundiais saudaram o acordo de paz entre Israel e o Hamas anunciado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, elogiando o fim iminente da guerra em Gaza e a libertação de reféns após dois anos de conflito. Trump anunciou na quarta-feira que Israel e o movimento islamita aceitaram a “primeira fase” do seu plano de paz, que prevê a retirada parcial das tropas israelitas da Faixa de Gaza e a libertação de 20 reféns ainda vivos em troca de prisioneiros palestinianos. “Todos os reféns serão libertados muito em breve e Israel retirará as suas tropas para uma linha acordada como primeiros passos para uma paz forte, duradoura e eterna”, escreveu Trump na rede Truth Social. A notícia foi recebida com entusiasmo por líderes de vários países. O primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, felicitou Trump pela “liderança essencial” e expressou alívio pela iminente libertação dos reféns. “A paz finalmente parece possível. Instamos todas as partes a aplicarem rapidamente os termos do acordo”, afirmou. Também o Japão saudou o entendimento, que o porta-voz governamental Yoshimasa Hayashi classificou como “um passo importante para acalmar a situação”, agradecendo aos Estados Unidos, ao Egipto e ao Qatar pelos esforços de mediação. De Camberra, o primeiro-ministro, Anthony Albanese, e a ministra dos Negócios Estrangeiros, Penny Wong, destacaram tratar-se de “um passo muito necessário para a paz” e defenderam uma solução de dois Estados, sublinhando que o plano exclui o Hamas de qualquer papel na administração futura de Gaza. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, descreveu o acordo como “um avanço desesperadamente necessário” e apelou para a sua plena implementação, sublinhando que “é uma oportunidade para reconhecer o direito à autodeterminação do povo palestiniano e avançar para uma solução de dois Estados”. O Hamas confirmou o entendimento, garantindo que “assegura o fim da guerra, a retirada do exército israelita e a entrada de ajuda humanitária”, e apelou para que Israel cumpra os compromissos “sem atrasos ou alterações”. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, classificou o acordo como uma “realização histórica” e agradeceu a Trump pela “liderança determinada e pelos esforços globais”, afirmando: “Com a ajuda de Deus, traremos todos para casa”. Euforia e alívio Segundo fontes oficiais, a libertação dos reféns deverá começar na segunda-feira, após a aprovação do acordo pelo Governo israelita, e a retirada militar cobrirá cerca de 70 por cento do território de Gaza. “Isto é mais do que Gaza, é o início da paz no Médio Oriente”, afirmou Trump numa entrevista à Fox News, assegurando que os Estados Unidos e países vizinhos vão apoiar a reconstrução do enclave. E acrescentou: “Outros países da região ajudarão porque têm imensa riqueza. Nós estaremos envolvidos para garantir que Gaza seja bem-sucedida e pacífica.” Em Telavive, famílias dos reféns reuniram-se em euforia na praça dos Reféns, entre lágrimas e cânticos de “Nobel para Trump”. “Quero cheirar o meu filho”, disse, emocionada, Einav Zangauker, mãe de um dos reféns. Em Gaza, onde o cessar-fogo foi recebido com uma mistura de alívio e desconfiança, deslocados e habitantes manifestaram a esperança de poder regressar às suas casas. “Queremos voltar, mesmo que não haja mais casas”, afirmou Alaa Abd Rabbo, deslocado do norte da Faixa. O acordo mediado pelos Estados Unidos, Qatar, Egipto e Turquia marca a tentativa mais significativa de pôr fim à guerra desde o início do conflito, em Outubro de 2023.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio Oriente | China “apoia todos os esforços que conduzam à distensão” entre Palestina e Israel A China manifestou terça-feira apoio a “todos os esforços que conduzam à distensão entre Palestina e Israel”, após o Presidente norte-americano, Donald Trump, apresentar um plano para pôr fim à guerra em Gaza. Em conferência de imprensa, o porta-voz da diplomacia chinesa Guo Jiakun apelou à aplicação “séria” das resoluções da ONU, a um cessar-fogo “imediato e integral” em Gaza, à libertação de todos os detidos e ao alívio da crise humanitária “o mais cedo possível”. O responsável reiterou que Pequim defende o princípio de que “os palestinianos governem a Palestina” e a concretização da solução de “dois Estados”. “Estamos dispostos a trabalhar com a comunidade internacional para alcançar uma solução pronta, abrangente, justa e duradoura para a questão palestiniana”, acrescentou. A reação surge depois de a Casa Branca ter tornado público, na segunda-feira, um plano de 20 pontos que prevê cessar-fogo na ofensiva israelita, libertação de reféns e a criação de um Governo de transição em Gaza supervisionado por uma junta presidida pelo próprio Trump. O plano contempla ainda o compromisso dos Estados Unidos em mediar entre israelitas e palestinianos para “uma coexistência pacífica” e abre a porta à criação de um Estado palestiniano. Desde a escalada do conflito, a China tem condenado os ataques israelitas e reiterado apoio à solução de “dois Estados”.
Hoje Macau China / ÁsiaFaixa de Gaza | China pede “cessar-fogo abrangente” O chefe da diplomacia da China defendeu a urgência de um “cessar-fogo abrangente” na Faixa de Gaza para travar rapidamente a “actual catástrofe humanitária”, no meio de uma ofensiva de Israel no enclave palestiniano. “Os países que têm uma influência especial sobre Israel devem assumir seriamente as suas responsabilidades, e o Conselho de Segurança das Nações Unidas e as agências humanitárias também devem cumprir as suas obrigações”, disse Wang Yi. Em declarações divulgadas no sábado, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês acrescentou que os planos de Israel para controlar a Cidade de Gaza e acelerar a invasão da Cisjordânia “violam gravemente as normas do direito internacional”. Tais acções “colocam em risco a ‘solução de dois Estados’ e minam directamente a estabilidade do Médio Oriente”, alertou Wang, citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua. “A história tem demonstrado repetidamente que a segurança deve ser partilhada. Nenhum país pode construir a sua própria segurança com base na insegurança de outros países”, observou o ministro. No sábado, ataques do exército israelita na Faixa de Gaza, a maioria na Cidade de Gaza, mataram mais de 70 pessoas, de acordo com um balanço compilado em morgues de hospitais por jornalistas do enclave e partilhado numa plataforma conjunta. Uma comissão independente da ONU, relatores de direitos humanos, organizações não-governamentais e um número crescente de países descreveram como genocídio a ofensiva militar israelita, que já matou 65.200 pessoas, incluindo 19 mil crianças.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Pequim condena Israel e pede contenção a todas as partes A China manifestou ontem “firme oposição” às operações militares de Israel contra o Hamas em Gaza e a que “qualquer das partes envolvidas atice o conflito”, após a visita do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, a Israel. O porta-voz da diplomacia chinesa Lin Jian afirmou em conferência de imprensa que Pequim “condena todos os actos que prejudicam civis e violam o direito internacional” e disse estar “profundamente preocupada com a escalada de tensões”. Lin instou Israel “a atender aos enérgicos apelos da comunidade internacional e a pôr fim imediato às operações militares em Gaza”, para alcançar “um cessar-fogo integral e duradouro o mais cedo possível” e evitar uma crise humanitária de maior escala. “Esperamos que todas as partes deem prioridade à paz e à estabilidade regionais, mantenham uma posição imparcial e uma atitude responsável e desempenhem um papel construtivo”, acrescentou. Lin reagia a declarações de Rubio que na terça-feira disse que as forças israelitas “começaram a levar a cabo operações” na cidade de Gaza e advertiu que resta “pouco tempo para chegar a um acordo” de cessar-fogo. “O prazo já não se conta em meses, mas provavelmente em dias e talvez poucas semanas”, afirmou Rubio, referindo-se à possibilidade de uma trégua para a Faixa de Gaza, onde o Exército israelita combate desde 2023 o movimento islamita Hamas, responsável pelos piores ataques terroristas em solo israelita, que mataram mais de 1.200 pessoas e raptaram mais de duas centenas. Segundo os islamitas, a retaliação israelita já matou cerca de 65.000 pessoas em Gaza.
Hoje Macau China / ÁsiaRedacções de todo o mundo protestam contra assassínio de jornalistas em Gaza Mais de duas centenas de órgãos de comunicação de 50 países, entre os quais a agência Lusa e o jornal Público, bloquearam ontem as primeiras páginas e interromperam as transmissões, exigindo o fim do assassínio de jornalistas em Gaza e acesso ao enclave. Organizada pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF), pelo movimento de campanhas Avaaz e pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), a acção foi apresentada como o primeiro “protesto editorial em grande escala” da história moderna coordenado em simultâneo por redacções em todos os continentes. “Jornais impressos terão capas inteiramente pretas com uma mensagem marcante. Emissoras de TV e rádio interromperão a programação com uma declaração conjunta. Portais ‘online’ apagarão suas ‘homepages’ ou exibirão ‘banners’ em solidariedade”, referiu a organização, em comunicado. A Lusa manteve em manchete na sua página online durante todo o dia uma fotografia da guerra em Gaza com as palavras do director geral da RSF: “Ao ritmo em que jornalistas estão a ser mortos em Gaza pelas forças de defesa de Israel, em breve não haverá mais ninguém para manter o mundo informado”. O número de jornalistas mortos em Gaza ultrapassa os 210 desde 07 de Outubro de 2023, segundo dados da RSF, o que faz deste “o conflito mais letal para repórteres nos tempos modernos”. A organização assinala que “Israel tem impedido a entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza há quase dois anos, deixando apenas os jornalistas palestinianos para reportar sob fogo”. Em declarações à Lusa, a directora de informação da agência de notícias portuguesa afirma que esta “não podia ficar indiferente e junta-se assim a este protesto mundial”. “Como jornalistas, não podemos assistir impávidos aos assassínios deliberados ou colaterais dos jornalistas que, enfrentando todos os riscos e ameaças, deslocações sistemáticas, fome e até a morte, testemunham e informam o mundo sobre o que se está a passar em Gaza. Na sua guerra contra este enclave, Israel também faz guerra ao jornalismo e ao direito a informar e de ser informado”, sustenta Luísa Meireles. Contra a notícia Citado no comunicado, o director geral da RSF, Thibaut Bruttin, alerta que “não é apenas uma guerra contra Gaza, é uma guerra contra o próprio jornalismo. Jornalistas estão a ser mortos, alvo de ataques e difamados. Sem eles, quem vai falar da fome, quem vai denunciar crimes de guerra, quem vai expor genocídios”, questiona. O director de campanhas da Avaaz, Andrew Legon, diz que “Gaza se está a transformar num cemitério de jornalistas” porque “o governo de extrema-direita de Israel está a tentar concluir o massacre no escuro, sem o escrutínio da imprensa”. “Se as últimas testemunhas forem silenciadas, as mortes não cessarão – apenas deixarão de ser vistas. É por isso que estamos unidos hoje: Não podemos e não vamos permitir que isso aconteça”, afirma. Os ataques mais recentes contra jornalistas em Gaza ocorreram em 25 de Agosto, quando forças israelitas bombardearam o complexo médico al-Nasser – um conhecido ponto de encontro de repórteres – matando cinco jornalistas. Duas semanas antes, outros seis jornalistas foram mortos num único ataque.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | Exército diz que evacuação de Gaza é inevitável Israel considerou ontem inevitável a evacuação da cidade de Gaza no âmbito da continuação das operações militares no território palestiniano, face a críticas internacionais sobre a deslocação forçada da população. “A evacuação da cidade de Gaza é inevitável (…), cada família que se mudar para o sul receberá a ajuda humanitária mais generosa possível”, afirmou o porta-voz árabe do exército, Avichay Adraee, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP). A ONU calcula em cerca de um milhão de pessoas a população actual da província de Gaza, que inclui a cidade de Gaza e arredores, no norte do território palestiniano devastado por quase dois anos de guerra. Israel aprovou planos para tomar a cidade de Gaza e anunciou que pretende forçar a população a transferir-se para o sul do território, um projecto considerado irrealista e perigoso por organizações humanitárias. A imprensa árabe noticiou na terça-feira que o Egipto posicionou cerca de 40 mil efectivos das forças armadas no norte do Sinai, que faz fronteira com a Faixa de Gaza, por recear uma fuga em massa para o seu território. Apelos papais Ontem, o papa Leão XIV pediu o respeito pleno do direito humanitário em Gaza, em particular relativo ao “uso indiscriminado da força e deslocamento forçado de populações”, num novo apelo para o fim da guerra. O pontífice norte-americano fez o apelo no final da audiência geral na Cidade do Vaticano, ao pedir que as partes e a comunidade internacional se comprometam “a pôr fim ao conflito na Terra Santa, que causou tanto terror e morte”. O chefe da Igreja Católica pediu “que todos os reféns [israelitas] sejam libertados, que se alcance um cessar-fogo permanente, que se facilite a entrada segura da ajuda humanitária e que se respeite plenamente o direito humanitário”. Referiu “a obrigação de proteger os civis e a proibição do castigo colectivo, do uso indiscriminado da força e do deslocamento forçado de populações”, segundo a agência de notícias espanhola EFE. Leão XVI declarou ainda apoio à declaração conjunta feita na terça-feira pelos patriarcas grego, Teófilo III, e latino, Perbattista Pizzaballa, de Jerusalém. Os patriarcas pediram “o fim da espiral de violência, o fim da guerra e a prioridade do bem comum de todos os povos”. Na declaração conjunta, pediram às autoridades israelitas que suspendessem o plano de tomar Gaza e de transferir a população da cidade para o sul da Faixa de Gaza. “Esta não é a maneira certa. Não há razão que justifique o deslocamento massivo deliberado e forçado de civis”, afirmaram as autoridades eclesiásticas num comunicado. Anunciaram também que o clero e as freiras presentes em Gaza decidiram ficar e continuar a cuidar de todas as pessoas que encontraram refúgio nas instalações das igrejas cristãs. Após quase dois anos de guerra, a ONU declarou em 22 de Agosto uma situação de fome na província de Gaza, no norte do território, o que acontece pela primeira vez no Médio Oriente.
Hoje Macau China / ÁsiaVaticano | Secretário surpreendido com o que se passa em Gaza O Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, declarou estar surpreendido com o que se está a passar em Gaza, “apesar da condenação mundial”, em declarações proferidas segunda-feira à noite, à margem de um evento em Nápoles. “Estamos surpreendidos com o que está a acontecer em Gaza, apesar da condenação mundial. Há uma condenação unânime do que está a acontecer”, enfatizou o cardeal italiano. Respondendo às perguntas de jornalistas sobre o bombardeamento israelita, na segunda-feira, ao Hospital Nasser em Khan Younis, na Faixa de Gaza, que fez pelo menos 20 mortos, incluindo cinco jornalistas, acrescentou: “É um absurdo. Parece não haver qualquer vislumbre de solução”. O cardeal disse ainda que “a situação está a tornar-se cada vez mais complicada e, do ponto de vista humanitário, cada vez mais precária.” Sobre a guerra na Ucrânia, o cardeal afirmou que “é preciso muita política, porque há muitas soluções teóricas” e “há muitos caminhos para a paz, mas é preciso querer pô-los em prática e, obviamente, é também necessária uma disposição espiritual”. “A esperança é necessária para todos”, declarou Parolin, sublinhando que o Jubileu proclamado pelo papa Francisco, dedicado precisamente a esta questão, “deve ser um momento para recuperar a esperança”. “Mesmo hoje, na dificuldade de iniciar processos de paz em situações de conflito, não devemos desistir e devemos continuar a trabalhar pela paz e pela reconciliação”, acrescentou. Israel bombardeou o hospital Nasser na segunda-feira e, quando jornalistas e socorristas chegaram ao local para ajudar as vítimas e documentar o que aconteceu, voltou a bombardeá-lo, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, numa técnica conhecida como “golpe duplo”. Protestos e bloqueios Vários grupos de manifestantes bloquearam ontem algumas das principais estradas de Israel para exigir um acordo de cessar-fogo e a libertação dos reféns na Faixa de Gaza, informou a agência de notícias Efe. Alguns dos manifestantes incendiaram pneus para perturbar o trânsito em vários cruzamentos da cidade e outros protestaram em frente de casa de vários ministros israelitas, mostram imagens partilhadas nas redes sociais por vários grupos pró-democracia israelitas. As manifestações são parte de uma série de protestos convocados para ontem pelo Fórum das Famílias dos Reféns e Desaparecidos, que representa a maioria dos familiares das pessoas raptadas nos ataques do grupo palestiniano Hamas de 07 de Outubro. Há semanas que este grupo pede ao Governo israelita para pôr um ponto final na guerra e o regresso dos reféns.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Governo chinês em choque com ataque a hospital O Governo chinês declarou ontem que ficou chocado com os ataques israelitas ao hospital Nasser, na cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, que mataram pelo menos 20 pessoas na segunda-feira, incluindo cinco jornalistas. “Estamos chocados e condenamos o facto de, mais uma vez, infelizmente, os profissionais de saúde e os jornalistas terem sido mortos neste conflito”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, em Pequim, durante uma conferência de imprensa diária. “A China está muito preocupada com a situação em Gaza”, referiu o porta-voz. “Israel deve interromper imediatamente as suas operações militares em Gaza, concluir um cessar-fogo abrangente e duradouro o mais rapidamente possível, restaurar totalmente o fluxo de ajuda humanitária, evitar uma crise humanitária em grande escala e trabalhar para aliviar as tensões o mais rapidamente possível”, afirmou Guo Jiakun. “Opomo-nos e condenamos todas as acções que prejudiquem populações civis, danifiquem instalações civis e violem o direito internacional, incluindo actos de violência contra jornalistas”, declarou o porta-voz chinês. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse lamentar o “trágico acidente” após a morte de pelo menos 20 pessoas, incluindo cinco jornalistas, segundo a Defesa Civil de Gaza. A ONU e vários países, incluindo França, Alemanha, Portugal e Reino Unido, condenaram os ataques israelitas ao hospital Nasser.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | China muito preocupada com ocupação israelita A China manifestou sexta-feira “grande preocupação” com o plano israelita de assumir o controlo militar da cidade de Gaza e apelou a Israel para “cessar imediatamente as acções perigosas” no território palestiniano. “Gaza pertence ao povo palestiniano e é parte integrante do território palestiniano”, afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa resposta escrita à agência de notícias France-Presse (AFP). O Conselho de Segurança de Israel aprovou sexta-feira de madrugada uma proposta do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para a ocupação militar da cidade de Gaza, no norte do enclave.
Hoje Macau China / ÁsiaMSF | Ajudas da Fundação Humanitária são “assassinatos orquestrados” A organização Médicos Sem Fronteiras exigiu ontem o encerramento dos pontos de distribuição de alimentos geridos pela Fundação Humanitária de Gaza (FHG), controlada por Israel e Estados Unidos, considerando-os locais de “assassinatos orquestrados” de palestinianos. A organização internacional explica estar a fazer a acusação com base numa análise de dados médicos e de testemunhos de médicos e doentes em duas clínicas que gere em Gaza, na Palestina. Segundo a Médicos Sem Fronteiras (MSF), os locais de distribuição de alimentos da FHG são cenário de “uma violência dirigida e indiscriminada por parte das forças israelitas e dos fornecedores privados norte-americanos contra os palestinianos famintos”. Por isso, a MSF apela ao “desmantelamento imediato do programa da FHG e à reposição do mecanismo de prestação de ajuda coordenado pela ONU” e pede aos governos, “especialmente aos Estados Unidos, mas também aos doadores privados, para que suspendam todo o apoio financeiro e político à FHG”. A organização de ajuda médica denuncia, num relatório ontem divulgado, os “horrores testemunhados” em duas clínicas que recebiam regularmente fluxos em massa de vítimas após a violência em locais geridos pela FHG, organização que, entre 07 de Junho e 24 de Julho, foi a única com permissão para distribuir ajuda humanitária em Gaza. No período em causa, adianta a MSF, “1.380 vítimas, incluindo 28 mortos, foram recebidas nas clínicas Al-Mawasi e Al-Attar da MSF, no sul de Gaza, localizadas perto dos locais de distribuição geridos pela FHG”. Durante essas sete semanas, as equipas da organização internacional trataram “71 crianças com ferimentos de bala, 25 das quais tinham menos de 15 anos”, adianta, explicando que “sem alternativas para encontrar comida, as famílias famintas enviam frequentemente adolescentes para este ambiente letal, uma vez que são muitas vezes os únicos homens da casa fisicamente capazes de fazer a viagem”. Entre os doentes tratados nas clínicas da MSF estiveram também um rapaz de 12 anos atingido por uma bala e cinco raparigas, uma das quais com apenas 8 anos, também baleada. “As crianças foram baleadas no peito enquanto tentavam apanhar comida. As pessoas foram esmagadas ou sufocadas em debandadas. Multidões inteiras foram baleadas em pontos de distribuição”, conta a diretora-geral da MSF, Raquel Ayora, citada no relatório. “Nos quase 54 anos de operação da MSF, raramente assistimos a tais níveis de violência sistemática contra civis desarmados”, garante, sublinhando: “Isto tem de acabar já”. Com intenção A análise da MSF adianta que os ferimentos de bala dos pacientes hospitalizados mostraram que 11 por cento dos ferimentos de bala foram na cabeça e no pescoço, enquanto 19 por cento foram em áreas que abrangem o tórax, o abdómen e as costas. Em contraste, as pessoas que chegavam do Centro de Distribuição de Khan Yunis tinham muito mais probabilidades de chegar com ferimentos de bala nos membros inferiores, refere a organização. “Os padrões distintos e a precisão anatómica destes ferimentos sugerem fortemente que as pessoas dentro e em redor dos locais de distribuição foram intencionalmente alvejadas, em vez de disparos acidentais ou indiscriminados”, acusa a MSF. Em 22 meses de guerra, mais de 61 mil palestinianos morreram e os restantes foram alvo de um bloqueio imposto por Israel a produtos essenciais, como alimentos, medicamentos ou combustível.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio Oriente | China lamenta sanções dos EUA a funcionários palestinianos A administração norte-americana decidiu condicionar ainda mais a concessão de vistos a membros da Organização para a Libertação da Palestina e da Autoridade Nacional Palestina. Pequim critica a decisão e acusa os EUA de não contribuírem para a paz na região A China criticou sexta-feira a decisão de Washington de impor restrições de vistos a membros e funcionários da Organização para a Libertação da Palestina e da Autoridade Nacional Palestina, que Washington acusa de “apoiar o terrorismo”. “Estamos surpreendidos e desapontados com estas sanções. Não compreendemos que os Estados Unidos continuem a menosprezar os esforços da comunidade internacional pela paz. A questão palestiniana é uma questão em que devem prevalecer a equidade e a justiça”, afirmou o porta-voz dos Negócios Estrangeiros Guo Jiakun, em conferência de imprensa. Guo acrescentou que os Estados Unidos devem “ser responsáveis e implementar as resoluções das Nações Unidas e envidar esforços para alcançar uma solução adequada para esta questão, em vez de fazer o contrário”. O porta-voz reiterou que Pequim continuará a trabalhar com a comunidade internacional “para pôr fim ao conflito em Gaza, aliviar a crise humanitária e avançar para a implementação do quadro dos dois Estados”. O Departamento de Estado dos EUA indicou na quinta-feira num comunicado que “é do interesse da segurança nacional dos EUA impor consequências e responsabilizar a Organização para a Libertação da Palestina e a Autoridade Nacional Palestina por não cumprirem os seus compromissos e minarem as perspectivas de paz”. “Além disso, (ambas as entidades) continuam a apoiar o terrorismo – incluindo a glorificação da violência, especialmente nos livros escolares – e a conceder pagamentos e benefícios em apoio a actividades terroristas a palestinianos envolvidos em terrorismo e às suas famílias”, lê-se no comunicado. Pressão alta O anúncio das sanções surge no meio de uma crescente pressão internacional sobre Israel para melhorar as condições na Faixa de Gaza, que atravessa uma grave crise humanitária e onde, nos últimos dias, as autoridades locais denunciaram um pico de mortes relacionadas com a fome. França, Reino Unido e Canadá, entre outros países, expressaram a sua decisão de reconhecer um Estado palestino perante a ONU em resposta à situação, anúncios que foram recebidos com fortes críticas do governo israelita, que considera essa medida um “apoio ao Hamas”. O presidente norte-americano, Donald Trump, defendeu na quinta-feira que a maneira “mais rápida” de pôr fim à crise em Gaza é a rendição do grupo islamista palestino e a devolução dos reféns israelitas que mantém em seu poder.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Mais de 60 mil palestinianos já morreram na guerra Mais de 60 mil palestinianos morreram na guerra entre Israel e o Hamas, que começou há 21 meses, declarou ontem o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo grupo islamita palestiniano. O Ministério da Saúde de Gaza declarou que o número de mortos subiu para 60.034, acrescentando que outras 145.870 pessoas ficaram feridas desde o início da guerra, em 7 de Outubro de 2023. As autoridades de saúde de Gaza não especificaram quantas destas vítimas mortais eram civis ou combatentes, mas sublinharam que as mulheres e as crianças representam cerca de metade dos mortos. As Nações Unidas e outros especialistas independentes consideram os números apresentados pelas autoridades de saúde do enclave como contagem fiável de vítimas. A ofensiva israelita destruiu vastas áreas de Gaza, desalojou cerca de 90 por cento da população e provocou uma crise humanitária catastrófica, com especialistas e organizações a alertar para a gravidade da fome no enclave. A guerra sofreu uma reviravolta drástica no início de Março, quando Israel impôs um bloqueio total de dois meses e meio, impedindo a entrada de alimentos, medicamentos, combustível e outros bens. Semanas depois, Israel quebrou o cessar-fogo com um bombardeamento e começou a tomar grandes áreas de Gaza, medidas que, segundo Israel, visavam pressionar o Hamas a libertar mais reféns. Pelo menos 8.867 palestinianos foram mortos desde então, segundo as autoridades de Gaza.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Leão XIV apela à entrada de “ajuda humanitária decente” O Papa Leão XIV apelou ontem à entrada de “ajuda humanitária decente” em Gaza e ao fim das hostilidades, denunciando que o “preço atroz está a ser pago por crianças, idosos e doentes”. “A situação na Faixa de Gaza é cada vez mais preocupante e dolorosa”, declarou o Papa, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP). O apelo foi lançado por Leão XIV na primeira audiência geral semanal na Praça de São Pedro, no Vaticano, desde que foi eleito, em 08 de Maio. As autoridades israelitas impuseram um bloqueio ao território palestiniano de 2,4 milhões de habitantes em Março. Israel anunciou na terça-feira que tinha deixado entrar em Gaza alguns camiões com alimentos para bebés, no mesmo dia em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) denunciou que dois milhões de palestinianos estavam a passar fome. A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) acusou Israel de só permitir a entrada em Gaza de uma ajuda “ridiculamente insuficiente” para não ser acusada de “matar a população à fome”. A ajuda autorizada a entrar na Faixa de Gaza, uma centena de camiões desde segunda-feira segundo as autoridades israelitas, “não passa de uma cortina de fumo”, segundo a organização não-governamental (ONG). A MSF denunciou que se mantém o cerco que Israel impôs a Gaza no início de Março para obrigar o grupo extremista palestiniano Hamas a libertar os reféns que ainda mantém em cativeiro. A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas no sul de Israel em 07 de Outubro de 2023 que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns. A retaliação de Israel provocou mais de 53.000 mortos em Gaza, além da destruição de grande parte das infraestruturas do território governado pelo Hamas desde 2007. No dia 11 de maio, o Papa já tinha afirmado estar “profundamente triste” com o que estava a acontecer na Faixa de Gaza. Apelou na altura a “uma cessação imediata das hostilidades, à ajuda humanitária para a população civil exausta e à libertação de todos os reféns”. Rezas e apelos Na audiência geral na Praça de São Pedro, o chefe da Igreja Católica defendeu perante mais de 25.000 fiéis ser necessário trabalhar pela paz num mundo em guerra. “Num mundo dividido pelo ódio e pela guerra, somos chamados a semear a esperança e a construir a paz”, afirmou, também citado pela agência de notícias espanhola EFE. Horas antes da audiência, Leão XIV tinha confirmado à primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, a disponibilidade do Vaticano para acolher as negociações entre a Ucrânia e a Rússia, informou o Governo italiano num comunicado. Durante a saudação aos fiéis de língua portuguesa, o pontífice norte-americano convidou-os a rezar o terço pela paz. “Neste mês mariano, gostaria de reiterar o convite de Nossa Senhora de Fátima: ‘Rezem o terço todos os dias pela paz’. Juntamente com Maria, pedimos que os homens não se fechem a este dom de Deus e desarmem os seus corações”, disse, segundo a EFE.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Pequim manifesta apoio às posições da Liga Árabe sobre cessar-fogo A República Popular da China manifestou ontem apoio às principais conclusões da Liga Árabe incluindo o pedido de um cessar-fogo imediato em Gaza e a rejeição de qualquer deslocação forçada da população palestiniana. A cimeira da Liga Árabe decorreu na sexta-feira passada na capital do Iraque. Na Declaração de Bagdade os países árabes apelaram a um “desanuviamento urgente”, condenaram os ataques contra civis e manifestaram oposição à expulsão forçada dos palestinianos dos territórios onde se encontram. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Mao Ning, reiterou ontem o apoio de Pequim a uma solução que integre a existência de dois Estados e o direito dos palestinianos à autonomia. Durante uma conferência de imprensa em Pequim, Mao Ning sublinhou que Gaza é uma parte inseparável do território palestiniano e que a República Popular da China apoia os “direitos legítimos” do povo palestiniano. Mao Ning acrescentou ainda que qualquer solução política deve basear-se no respeito pelo princípio da autonomia palestiniana na Faixa de Gaza após o conflito. Assim, a República Popular da China demonstra disposição em trabalhar com a comunidade internacional para aliviar a crise humanitária e construir uma paz duradoura e justa. A porta-voz recordou ainda que o Presidente chinês, Xi Jinping, enviou uma mensagem de felicitações no início da cimeira, na qual destacou as realizações da Liga Árabe e manifestou a vontade de Pequim em aprofundar a cooperação com os países árabes. Pequim vai acolher a segunda cimeira entre a República Popular da China e os Estados Árabes em 2026.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Hamas avisa que não vale a pena negociar nova trégua Um alto funcionário do Hamas disse ontem que o grupo palestiniano considera inúteis, nesta fase, as negociações para uma trégua em Gaza, e apelou ao mundo para pressionar Israel a pôr fim à “guerra da fome” no enclave. “Não vale a pena iniciar negociações ou examinar novas propostas de cessar-fogo enquanto a guerra da fome e a guerra de extermínio na Faixa de Gaza continuarem”, declarou à agência France-Presse (AFP) Bassem Naïm, membro do gabinete político do Hamas. “O mundo deve pressionar o Governo de Netanyahu para pôr fim aos crimes de fome, sede e assassínio” em Gaza, acrescentou. As declarações surgem um dia depois de o Governo israelita ter anunciado uma nova campanha militar na Faixa de Gaza, que prevê a conquista do território. A Faixa de Gaza, onde os habitantes foram deslocados várias vezes, está sob um bloqueio de Israel desde 02 de Março e atravessa uma grave crise humanitária. O porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmoud Baçal, afirmou ontem que três palestinianos foram mortos na sequência de bombardeamentos israelitas durante a madrugada em diferentes partes da Faixa de Gaza. O exército israelita retomou a ofensiva no enclave a 18 de Março, pondo fim a uma trégua de dois meses. A guerra foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas contra Israel a 07 de outubro de 2023, que causou a morte de 1.218 pessoas do lado israelita, na maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais. Das 251 pessoas raptadas, 58 continuam detidas em Gaza, 34 das quais foram declaradas mortas pelo exército israelita. O Hamas mantém também os restos mortais de um soldado israelita morto durante uma guerra anterior em Gaza, em 2014. A campanha de retaliação israelita fez pelo menos 52.567 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados fiáveis pela ONU.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Pequim exprime profunda preocupação com plano de Israel de alargar ofensiva A China expressou ontem profunda preocupação com a situação na Faixa de Gaza e manifestou a sua oposição aos planos anunciados pelo Governo israelita para expandir a operação militar no enclave palestiniano. “A China está profundamente preocupada com a situação actual em Gaza e opõe-se à continuação das operações militares de Israel naquela região”, afirmou ontem o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, durante uma conferência de imprensa, em Pequim. Lin apelou a todas as partes para que implementem de forma efectiva os acordos de cessar-fogo e retomem “o caminho certo” rumo a uma solução política para o conflito. O gabinete de segurança de Israel aprovou na madrugada de segunda-feira um novo documento que prevê, entre outros pontos, a ocupação permanente de territórios na Faixa, o deslocamento forçado da população para o sul e um novo sistema de distribuição de ajuda humanitária, rejeitado pela ONU e por todas as organizações humanitárias presentes no terreno. No âmbito da sua posição mais ampla, a China defendeu na semana passada, perante o Tribunal Internacional de Justiça, que Israel “não tem soberania” sobre os territórios ocupados e, por isso, não pode vetar o trabalho de organismos como a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), à qual chamou de “coluna vertebral” da ajuda humanitária em Gaza. Pequim tem insistido que a solução passa pelo respeito do direito internacional, o fim do castigo colectivo à população civil e a defesa do princípio dos dois Estados. Os ataques israelitas sobre Gaza já causaram mais de 52.200 mortos no ano e meio de conflito desencadeado pelos ataques do Hamas a Israel, em Outubro de 2023.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Hamas acusa aviação israelita pela morte de 25 palestinianos A Defesa Civil palestiniana em Gaza acusou Israel de ter matado ontem pelo menos 25 pessoas em vários pontos do enclave, em vários ataques. Mohammed Al-Moughair, responsável pela Defesa Civil em Gaza, organismo controlado pelo Hamas, disse à Agência France Presse que nove pessoas foram mortas e seis outras estão desaparecidas após um bombardeamento israelita que atingiu uma casa no centro de Khan Yuhnis, no sul do território palestiniano. Os ataques aéreos também mataram cinco pessoas no campo de refugiados de Al-Chati, a oeste da cidade de Gaza. Segundo a mesma fonte, cinco pessoas morreram também na sequência de bombardeamentos que atingiram tendas que abrigavam deslocados a nordeste de Jabalia, norte de Gaza. Um ataque aéreo também matou quatro pessoas a oeste do campo de Jabalia, enquanto duas outras pessoas foram mortas em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Rompendo uma trégua de quase dois meses, Israel retomou a 18 de Março a ofensiva aérea e terrestre contra o Hamas em Gaza. De acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, 1.864 palestinianos foram mortos desde 18 de Março, elevando para 51.240 o número de mortos em Gaza desde o início da retaliação militar israelita no final de 2023. No sábado, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou estar determinado a continuar com a guerra.
Hoje Macau China / ÁsiaTóquio | Correspondente de jornal japonês morto em Gaza Um correspondente palestiniano do jornal japonês The Asahi Shimbun foi morto na Faixa de Gaza, aparentemente por um ataque israelita. De acordo com o jornal, Mohammed Mansour, de 29 anos, morreu na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, na segunda-feira. Acredita-se que tenha sido morto por um ataque de um míssil israelita. O jornal disse inicialmente à NHK que Mansour morreu juntamente com a sua esposa e o filho ainda bebé, mas depois corrigiu a explicação, citando informações de que a esposa e o filho estariam a ser tratados num hospital. Mansour, natural de Gaza, começou a trabalhar para o The Asahi Shimbun em 2023. O jovem jornalista trabalhou em Rafah e Khan Younis, enviando relatórios e fotos sobre a evolução da situação em Gaza. O jornal emitiu uma declaração exprimindo o inevitável o sentimento de profunda tristeza e raiva pela sua morte. A publicação enfatizou que ataques contra civis, incluindo jornalistas, não podem ser tolerados nunca, sob nenhuma circunstância. Enquanto isso, a emissora de TV via satélite Al Jazeera, com sede no Catar, informou na segunda-feira que um de seus repórteres foi morto em mais um ataque aéreo israelita no norte de Gaza. As autoridades de Gaza dizem que o número de jornalistas mortos no território chegou a 208 desde o início do conflito.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio Oriente | Pequim rejeita que Gaza seja “moeda de troca” em negociações O líder da diplomacia chinesa, Wang Yi, reiterou na ONU a posição da China em defesa de Gaza e da Cisjordânia como a terra natal dos palestinianos O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, defendeu na terça-feira que Gaza não seja transformada numa “moeda de troca” em negociações políticas, frisando ainda que o enclave e a Cisjordânia são “a terra natal do povo palestiniano”. “A situação no Médio Oriente continua tensa e frágil. Gaza e a Cisjordânia são a terra natal do povo palestiniano, não uma moeda de troca nas negociações políticas. A governação palestiniana pelos palestinianos é um princípio importante que deve ser seguido na governação pós-conflito”, afirmou Yi, numa intervenção perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque. “É vital defender a solução de dois Estados, pressionar por uma solução abrangente, justa e duradoura para a questão palestiniana e trazer paz e segurança duradouras ao Médio Oriente”, acrescentou o líder da diplomacia da China, país que detém este mês a presidência rotativa do Conselho de Segurança. A posição de Pequim surge uma semana após o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter reafirmado o seu compromisso “em comprar e possuir” a Faixa de Gaza, acrescentando que os palestinianos não teriam direito ao regresso ao território. Trump adensou ainda mais a polémica ao propor que os habitantes de Gaza sejam reinstalados em outro lugar “permanentemente”, nomeadamente nos países vizinhos Jordânia e Egipto. Contudo, essas ambições foram duramente criticadas por grande parte da comunidade internacional e pela ONU, com o secretário-geral, António Guterres, a alertar que “qualquer deslocamento forçado da população é equivalente a uma limpeza étnica”. No debate de nível ministerial do Conselho de Segurança, subordinado ao tema “Praticar o multilateralismo, reformar e melhorar a governação global” e convocado por Pequim, Wang Yi abordou ainda a guerra na Ucrânia, sublinhando que a “China apoia todos os esforços que conduzam às conversações de paz”. “A crise na Ucrânia arrasta-se há quase três anos. Recentemente, o ímpeto de procura pelo diálogo e pela negociação está a aumentar. Desde que a crise eclodiu, a China tem defendido uma solução política e promovido negociações de paz. A China apoia todos os esforços que conduzam às conversações de paz”, disse o ministro, num momento em que os Estados Unidos e a Rússia estão em negociações directas para esse fim, mas sem incluir a Ucrânia ou a União Europeia. De acordo com o líder da diplomacia chinesa, Pequim continuará a trabalhar com todos os países, especialmente os países do Sul global, “para construir um consenso para pôr fim ao conflito e para abrir caminho à paz”. Mudança de planos Os chefes da diplomacia dos Estados Unidos e da Rússia — o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, — reuniram-se na terça-feira na Arábia Saudita para discutir a melhoria dos laços e negociar o fim da guerra na Ucrânia — conversações que representam uma mudança na política externa norte-americana sob a liderança de Donald Trump. Trata-se da primeira reunião russo-americana a este nível e neste formato desde o início do conflito. O encontro foi criticado pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que condenou o facto de Kiev não ter feito parte das discussões. “As negociações estão agora a decorrer entre representantes russos e norte-americanos. Mais uma vez, sobre a Ucrânia e sem a Ucrânia”, condenou o líder ucraniano durante uma deslocação à Turquia. Zelensky disse que o seu país não aceitará quaisquer resultados das negociações desta semana se Kiev não participar.
Hoje Macau China / ÁsiaHamas | Cinco reféns tailandeses libertados regressam a casa Cinco reféns tailandeses libertados pelo Hamas chegaram ontem a Banguecoque, 16 meses depois de terem sido raptados pelo grupo islamita palestiniano em Israel, noticiaram agências internacionais. Os trabalhadores agrícolas foram libertados no dia 30 de Janeiro, no âmbito da primeira fase do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, um acordo que tem como objectivo final pôr termo à guerra desencadeada a 7 de Outubro de 2023 pelo ataque do Hamas em solo israelita. Watchara Sriaoun, Pongsak Tanna, Sathan Suwannakham, Surasak Lamnau e Bannawat Saethao aterraram no aeroporto Suvarnabhumi de Banguecoque às 07:30 locais, de acordo a agência de notícias France-Presse. O grupo foi recebido por familiares e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros tailandês, Maris Sangiampongsa, escreveu a agência de notícias Efe. Em declarações à imprensa, Sangiampongsa disse que os cinco estão em boas condições físicas, embora continuem a ser avaliados. “A saúde mental é a próxima questão importante”, sublinhou o responsável, deixando um agradecimento aos países que contribuíram para o cessar-fogo em Gaza. Somboon Saethao, pai de Bannawat Saethao, disse estar “muito feliz” por se poder reencontrar com o filho, a quem vai dedicar uma cerimónia tradicional tailandesa. “Acho que não quero que ele volte a estar longe de casa”, acrescentou. A 7 de Outubro de 2023, o Hamas raptou 31 tailandeses, 23 dos quais foram libertados antes do final desse ano e dois declarados mortos em Maio de 2024. Acredita-se que um último refém da Tailândia, detido em Gaza, ainda esteja vivo.