Hoje Macau China / ÁsiaNúmero de mortos em Gaza perto dos 10 mil desde o início da guerra O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas, actualizou ontem para perto de 10 mil o número de pessoas mortas desde o início da guerra com Israel. De acordo com a mesma informação, citada pela agência de notícias France-Presse, aquele número inclui mais de 4.800 crianças e quase 2.600 mulheres entre as vítimas mortais desde 7 de Outubro. Num comunicado, o ministério disse que “mais de 200 mártires” foram mortos em intensos bombardeamentos israelitas realizados durante a última madrugada, especificando que este número cobria apenas a Cidade de Gaza e a parte norte da Faixa de Gaza. O exército de Israel confirmou ontem que bombardeou durante a madrugada 450 alvos do Hamas e matou um líder do movimento islamita palestiniano na Faixa de Gaza, que as forças israelitas querem dividir ao meio. As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) disseram que “atacaram 450 alvos pelo ar e mataram comandantes do Hamas em cooperação conjunta com o Shin Bet”, a agência de inteligência militar israelita. Num comunicado, os militares acrescentaram que as tropas no terreno “assumiram o controlo de um complexo militar do Hamas”, que era composto de “postos de observação, áreas de treino para membros do Hamas e túneis terroristas subterrâneos”. O exército acrescentou que “vários terroristas do Hamas morreram durante a operação”, na Faixa de Gaza, que no domingo à noite sofreu o seu terceiro apagão total de telecomunicações desde o início da guerra, a 7 de Outubro. Sem misericórdia As IDF não especificaram a localização do complexo militar do Hamas, mas no domingo à noite um porta-voz indicou que as tropas israelitas tinham alcançado a costa do Mediterrâneo, cortando o enclave em dois. Daniel Hagari esclareceu que o exército israelita já mantém um controlo extensivo da metade norte do território palestiniano e que está a apertar o cerco à Cidade de Gaza, o principal centro populacional localizado nessa zona. As IDF também referiram que os 450 alvos atacados por via aérea durante a madrugada incluíam “túneis, terroristas, complexos militares, postos de observação e locais de lançamento de mísseis antitanque”. As forças navais israelitas também atacaram “centros de comando, pontos de lançamento antitanque e postos de observação adicionais” das brigadas al-Qasam, o braço armado do Hamas, que realizou o ataque massivo em solo israelita, a 7 de Outubro, que deixou mais de 1.400 mortos, 5.400 feridos e capturou 241 reféns. Também ontem, dois agentes policiais ficaram feridos num ataque à faca levado a cabo por um palestiniano contra um posto da polícia de Israel numa das entradas da Cidade Velha de Jerusalém. O serviço de emergência israelita disse que tratou os dois feridos, uma mulher em estado crítico e um homem com ferimentos ligeiros, que foram posteriormente transferidos para o hospital Hadassah em Jerusalém. As forças policiais “neutralizaram” o agressor, embora a polícia não tenha esclarecido se o homem foi detido ou morto.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | Pelo menos 471 mortos no ataque a hospital em Gaza Pelo menos 471 pessoas foram mortas no ataque que atingiu um hospital na Faixa de Gaza, indicou ontem um novo balanço emitido pelo Ministério da Saúde do Governo Hamas, que controla o enclave palestiniano. Na noite de terça-feira, e na sequência do ataque, o ministério tinha-se referido a pelo menos 200 mortos, com o Hamas a acusar Israel de responsabilidade por este mortífero ataque ao hospital Al Ahli da cidade de Gaza. Israel atribuiu a responsabilidade à Jihad islâmica, uma outra organização islamita armada de Gaza, que desmentiu categoricamente. O Ministério da Saúde do Governo do movimento islamita palestiniano também actualizou o número de vítimas, anunciando que pelo menos 3.478 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, para além de 12.065 feridos. A mesma fonte não esclareceu se estavam já incluídas no balanço as centenas de pessoas mortas ao início da noite de terça-feira no hospital de Gaza. Marcelo em choque O presidente da República de Portugal declarou-se ontem chocado com o bombardeamento de um hospital em Gaza, tenha sido intencional ou não, mas escusou-se a apontar responsáveis, recomendando mais silêncio e diplomacia perante o conflito entre Israel e Hamas. “Não me vou pronunciar sobre essa matéria, primeiro, porque não tenho elementos, segundo, porque não devo pronunciar-me sobre essa matéria. Há instâncias diversas internacionais e depois há diligências nacionais múltiplas”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em reposta aos jornalistas, em Namur, durante a sua visita de Estado à Bélgica. Sobre a explosão de terça-feira no Hospital Al-Ahli, na Cidade de Gaza, o Presidente da República considerou que “chocou a todos, e provavelmente foi um choque universal”, lamentando as numerosas vítimas civis. “O nosso primeiro pensamento vai para as vítimas daquilo que ocorreu, como foi, por exemplo, quando também aconteceram bombardeamentos a estabelecimentos de saúde com vítimas civis na Ucrânia”, referiu. O chefe de Estado defendeu que “este é o momento de fazer tudo para que verdadeiramente haja futuro numa situação e numa região que tem sofrido muito ao longo do tempo” e que “isso ganha com o silêncio, com a diplomacia, se possível, mais do que com o falar publicamente na matéria”. Interrogado sobre o apelo do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para que haja um cessar-fogo no conflito entre Israel e o Hamas, Marcelo Rebelo de Sousa disse apenas que compreende a posição de António Guterres, sem a subscrever. “Eu queria dizer só sobre isso é que compreendo perfeitamente a posição do secretário-geral das Nações Unidas, porque está, no exercício do seu mandato, preocupado com a situação”, respondeu, acrescentando: “É um apelo perfeitamente compreensível, porque corresponde ao que tem sido a linha orientadora da sua actuação em diversas situações no mundo”.
Hoje Macau China / ÁsiaGuerra | Diplomacia chinesa e russa discutem Gaza e Ucrânia Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia e da China discutiram ontem em Pequim o conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas e a guerra na Ucrânia De acordo com um comunicado difundido pela diplomacia russa, os dois ministros dos Negócios Estrangeiros de Pequim e Moscovo mantiveram “uma troca de pontos de vista aprofundada” sobre uma “vasta gama de problemas internacionais e regionais, incluindo a deterioração acentuada da situação no Médio Oriente”. Os governante da China e Rússia reiteraram nos últimos dias que a resolução do conflito israelo-palestiniano exige uma solução de dois Estados que vivam lado a lado em paz e segurança e apelaram à protecção dos civis. Lavrov e Wang debateram também em pormenor as questões de segurança na região Ásia – Pacífico, especialmente a manutenção da estabilidade na Península da Coreia e a necessidade de “impedir que a arquitectura de segurança da ASEAN [Associação das Nações do Sudeste Asiático] seja minada” pelo Ocidente. Lavrov e Wang debateram igualmente questões relativas à “crise ucraniana”, incluindo os esforços para a resolver através de esforços políticos e diplomáticos. A China ofereceu-se para mediar a guerra na Ucrânia, que dura há 600 dias, com um plano de 12 pontos que é visto por Moscovo como uma “base” para eventuais negociações, mas rejeitado por Kiev, uma vez que não exige a retirada das tropas russas de todos os territórios ocupados. Os ministros também sublinharam a importância de reforçar a estreita coordenação entre a Rússia e a China no cenário internacional, incluindo na ONU e no Conselho de Segurança, na Organização de Cooperação de Xangai (SCO), no G20, na APEC e noutros mecanismos e fóruns, de acordo com a versão russa. Sem vestígios do passado Os dois ministros confirmaram igualmente o compromisso mútuo de reforçar os contactos no Fórum BRICS – bloco de economias emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, tendo em conta que, no próximo ano, a presidência rotativa deste grupo será exercida pela Rússia. A China considera a parceria com a Rússia fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, numa altura em que a sua relação com os Estados Unidos atravessa também um período de grande tensão, marcada por disputas em torno do comércio e tecnologia ou diferendos em questões de Direitos Humanos, o estatuto de Hong Kong ou Taiwan e a soberania dos mares do Sul e do Leste da China. Pequim condenou as sanções internacionais impostas à Rússia, mas não abordou directamente o mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional contra Putin, acusado de envolvimento no rapto de milhares de crianças na Ucrânia.
Hoje Macau SociedadeDST | Governo acompanha situação em Israel Apesar de até ontem não ter recebido qualquer pedido de informação ou assistência, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) emitiu um comunicado a afirmar que “mantém-se atenta à situação em Israel e na Palestina”. “Em simultâneo, a DST está em contacto com o Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China na Região Administrativa Especial de Macau e com os operadores turísticos, e a acompanhar o desenvolvimento da situação”, foi esclarecido. No sábado, o grupo radical Hamas atacou Israel, num ataque surpresa, que causou mais de 300 mortos, com o disparo de milhares de mísseis e a invasão de território israelita. Além disso, houve vários reféns levados para Gaza. Como consequência, as forças israelitas bombardearam alvos do Hamas em Gaza no sábado, causando a morte de mais de 200 pessoas.
Hoje Macau Grande Plano MancheteGaza | Mortandade sobe com ataques israelitas, enquanto Nações Unidas discutem solução Depois de uma semana de hostilidades, à hora do fecho desta edição o número de mortos do lado palestiniano ronda as duas centenas, com mais de 50 crianças mortas, enquanto do lado israelita as baixas contam-se pelos dedos de duas mãos. O Conselho de Segurança da ONU reuniu ontem para tentar encontrar uma via que conduza ao cessar-fogo, com a China a culpar Washington pela inacção das Nações Unidas A reunião, inicialmente marcada para sexta-feira com carácter de urgência, foi solicitada por 10 dos 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, Tunísia, Noruega, Irlanda, Estónia, França, Reino Unido, São Vicente e Granadinas, Níger e Vietname). Os últimos dados do Ministério da Saúde palestiniano apontam para a existência de 181 vítimas mortais na Faixa de Gaza na sequência dos bombardeamentos do exército israelita. Do lado de Israel, o último balanço dá conta de 10 mortos. Os Estados Unidos, que tinham rejeitado a data de sexta-feira para a reunião, mostraram-se favoráveis a que o encontro se realizasse no início da próxima semana, “para dar um pouco mais de tempo à diplomacia para conseguir resultados”, nas palavras do chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken. Porém, Washington acabou por concordar em realizar a reunião de emergência ontem, numa solução de compromisso entre as duas datas, segundo fontes diplomáticas. A realização deste tipo de reuniões de urgência por videoconferência requer o consenso dos 15 Estados membros do Conselho de Segurança, mas tem sido prática comum nos últimos meses, devido à pandemia de covid-19. O Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, foi uma das vozes que apelou à intervenção do Conselho de Segurança para procurar o alívio da escalada de violência e culpou os Estados Unidos pela inacção da ONU. “Infelizmente, o conselho tem falhado sem chegar a consensos, com os Estados Unidos a apostarem numa posição que contraria a justiça internacional”, referiu no sábado Wang, citado pela Xinhua, numa conversa telefónica com o seu homólogo palestiniano Shah Mahmood Qureshi. O governante chinês voltou a expressar o apoio à chamada solução de dois estados independentes, via que deve ser a prioridade das Nações Unidas, com vista a colocar de novo Israel e Palestina na mesa de negociações. Cruz que se carrega O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pediu ontem aos membros do Conselho de Segurança da ONU que “exerçam influência máxima para acabar com as hostilidades entre Israel e Gaza”, um conflito de “intensidade nunca antes vista”. “As populações de Gaza e de Israel enfrentam o mais intenso ciclo de hostilidades registado em anos”, refere o CICV num comunicado publicado a poucas horas de ter lugar uma reunião virtual do Conselho de Segurança da ONU dedicada ao conflito no Médio Oriente. No mesmo comunicado, citado pela Agência France-Presse (AFP), o CICV apela a todas as partes que “ponham fim à escalada (da violência) e garantam o melhor acesso às pessoas afectadas na Faixa de Gaza”. “A intensidade deste conflito é algo que nunca tínhamos visto antes, com ataques aéreos incessantes contra Gaza, uma zona densamente povoada, e com foguetes a atingirem grandes cidades de Israel, provocando a morte de crianças de ambos os lados”, refere o director-geral do Comité Internacional da Cruz Vermelha, Robert Mardini. Leve reprimenda A Casa Branca advertiu Israel de que garantir a segurança dos jornalistas é “primordial”, após uma investida israelita ter destruído um edifício em Gaza onde funcionava a agência de notícias Associated Press, que ficou “chocada e horrorizada” com o ataque. “Dissemos directamente aos israelitas que garantir a segurança dos jornalistas e dos meios de comunicação independentes é uma responsabilidade de importância crítica”, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki. As forças armadas israelitas destruíram no sábado um edifício que albergava os escritórios da agência de notícias Associated Press (AP) e outras organizações jornalísticas em Gaza, num ataque à capacidade de os meios de comunicação reportarem o que se passa no território. O ataque, cujas razões continuam por explicar, aconteceu uma hora depois de os militares terem avisado o proprietário que iam atacar o edifício, ordenando a sua evacuação. Através de uma declaração, a AP manifestou-se “chocada e horrorizada” com o ataque israelita, que destruiu a torre que albergava os seus escritórios e os da Al Jazeera, em Gaza, que classificou de um “desenvolvimento incrivelmente inquietante”. “Estamos chocados e horrorizados com o facto de os militares israelitas terem atacado e destruído o edifício que alberga o escritório da AP e outros meios de comunicação em Gaza”, disse o presidente da agência norte-americana de notícias, Gary Pruitt. E acrescentou: “Há muito que conhecem a localização do nosso escritório e sabiam que os jornalistas estavam lá. Fomos avisados de que o edifício seria atingido”. “Este é um desenvolvimento incrivelmente perturbador. Evitámos por pouco a terrível perda de vidas. Cerca de 10 jornalistas e ‘freelancers’ da AP estavam no edifício e, felizmente, conseguimos retirá-los a tempo”, disse. Pruitt referiu que a AP solicitou informações ao governo israelita e que está em contacto com o Departamento de Estado norte-americano para tentar saber mais. “O mundo estará menos informado sobre o que está a acontecer em Gaza por causa do que aconteceu hoje”, concluiu. Ex-vizinhos de escritório Por seu lado, o chefe do gabinete da Al Jazeera na Palestina e em Israel classificou o ataque como um “crime” e uma tentativa de o exército israelita “silenciar os media”. Falando em directo no canal de notícias em língua árabe, o chefe do gabinete da Al Jazeera para a Palestina e Israel, Walid al-Omari, disse que este “crime” era mais um de uma “série de crimes perpetrados pelo exército israelita”, em Gaza. Israel não quer “apenas espalhar a destruição e a morte em Gaza, mas também silenciar os meios de comunicação social que vêem, documentam e dizem a verdade sobre o que está a acontecer”, adiantou, advertindo que tal “é obviamente impossível”. O proprietário da Torre Jala, Jawad Mehdi, disse que um oficial dos serviços secretos israelitas o avisou, antes do ataque, que tinha uma hora para evacuar o edifício. Mehdi pediu mais 10 minutos para os jornalistas levarem o seu equipamento, o que foi recusado. A Al Jazeera confirmou na rede social Twitter que os seus escritórios estavam no edifício e transmitiu imagens ao vivo do desmoronamento da torre, envolta numa nuvem de poeira. O exército israelita alegou que equipamento militar do Hamas se encontrava no edifício, onde os profissionais dos meios de comunicação estavam a ser utilizados como “escudos humanos”. Disse ainda que avisou previamente “os civis” no seu interior. Rotas de fuga A passagem de Rafah, aberta excepcionalmente pelo Egipto para a entrada das ambulâncias na Faixa de Gaza, não é controlada por Israel, que impôs um bloqueio ao enclave palestiniano há cerca de 15 anos. Por norma, esta passagem fronteiriça está encerrada aos feriados, incluindo a Eid al-Fitr, a celebração muçulmana que marca o fim do jejum do Ramadão e que começou na quarta-feira. Uma criança foi o único sobrevivente depois de um bombardeamento das forças israelitas ter pulverizado no sábado de manhã uma casa no campo de refugiados de al-Shati. Entre os escombros foram encontrados 10 corpos, oito deles de crianças, de acordo com a agência de notícias palestiniana WAFA. Ontem de manhã, um ataque aéreo das forças israelitas atacou vários prédios em zonas residenciais e estradas numa parte da cidade de Gaza. Fotos de residentes e jornalistas mostraram os danos provocados pelas bombas, incluindo uma cratera que bloqueou um dos principais acessos a Shifa, o maior hospital da faixa de Gaza. Num comunicado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar “desolado” com o número de baixas civis. “O secretário-geral recorda todas as partes que atacar indiscriminadamente alvos civis e meios de comunicação social são violações das leis internacionais e devem ser evitados a todo o custo”, afirmou em comunicado. O chefe da diplomacia europeia convocou para amanhã uma reunião de emergência dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) por videoconferência para discutir a escalada da violência entre Israel e palestinianos. “Tendo em conta a escalada em curso entre Israel e a Palestina e o número inaceitável de vítimas civis, convoco uma videoconferência extraordinária dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE para terça-feira”, escreveu Josep Borrell na sua conta na rede social Twitter. Segundo o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, os ministros irão “coordenar e discutir a maneira como a UE pode contribuir para pôr fim à violência actual”.
Hoje Macau China / ÁsiaJerusalém | Pequim expressa preocupação com escalada da violência A China expressou ontem “profunda preocupação” com a escalada militar entre Israel e grupos islâmicos armados na Faixa de Gaza, e pediu à ONU que reafirme o apoio a uma solução de dois Estados. “A China expressa a sua profunda preocupação com a situação em curso entre Israel e os palestinianos”, disse a porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying, pedindo à ONU que “tome medidas” para acabar com os confrontos. A China, que neste mês detém a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU, disse ontem que estava pronta uma declaração conjunta a pedir o fim dos confrontos. No entanto, alguns países estão “a bloquear” o texto, criticou a porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying, à imprensa, sem especificar as nações. Em duas reuniões do Conselho de Segurança nesta semana, os Estados Unidos opuseram-se à adopção de uma declaração conjunta, considerando-a “contraproducente” nesta fase, disseram diplomatas. Outra reunião de emergência do Conselho de Segurança está marcada para sexta-feira. A porta-voz da diplomacia chinesa também pediu à ONU que estabeleça o “firme apoio” à solução de dois Estados para encerrar o conflito israelo-palestiniano. Hostilidades em alta Israel e os palestinianos estão envolvidos numa das maiores escaladas de violência dos últimos anos naquela região. Os confrontos intensificaram-se esta semana com milhares de foguetes a serem lançados contra Israel pelo movimento islâmico Hamas. O exército israelita retaliou com ataques à Faixa de Gaza. O movimento islâmico Hamas deu ontem conta de mais 16 mortos nos ataques israelitas à Faixa de Gaza, que controla, o que faz aumentar para 83 o total de palestinianos mortos desde o início das hostilidades, na segunda-feira. Além de um total de 83 mortos, incluindo 17 crianças, 487 pessoas ficaram feridas, indicou o Hamas, após uma nova noite de ataques aéreos de Israel no enclave e de disparo de ‘rockets’ a partir de Gaza em direcção ao território israelita. Esta foi a terceira noite de hostilidades entre Israel e grupos armados palestinianos em Gaza. As salvas de ‘rockets’ contra território israelita levaram ao desvio de todos os voos em direcção ao aeroporto internacional Ben Gurion de Telavive. A luta entre Israel e o Hamas iniciou-se na segunda-feira após semanas de tensões israelo-palestinianas em Jerusalém Oriental, que culminaram com confrontos na Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar mais sagrado do islão, junto ao local mais sagrado do judaísmo, nesta zona da cidade ilegalmente ocupada e anexada pelo Estado hebreu, de acordo com a lei internacional. Desde segunda-feira, o exército israelita indicou ter realizado 600 bombardeamentos na Faixa de Gaza, território exíguo sob bloqueio israelita há mais de uma década e onde vivem cerca de dois milhões de palestinianos. As milícias do Hamas e da Jihad Islâmica dispararam cerca de 1.600 ‘rockets’ contra território israelita, que mataram sete pessoas, incluindo uma criança e um soldado, e deixaram feridas centenas.
Hoje Macau InternacionalIsrael fecha passagem de acesso à Faixa de Gaza [dropcap style≠’circle’]I[/dropcap]srael voltou a encerrar a passagem de Erez, ponto de acesso à Faixa de Gaza, devido a confrontos registados no terminal de trânsito, anunciou hoje o Exército israelita. O ponto de passagem de Erez vai ficar fechado até que os estragos sejam reparados, acrescentou o Exército de Israel que não especificou qualquer data para a reabertura do terminal. De acordo com os militares israelitas vai ser autorizado “apenas” o trânsito de material humanitário, caso venha a ser necessário. De acordo com o Exército de Israel “centenas de desordeiros” palestinianos participaram em atos de violência na terça-feira lançando pedras que provocaram estragos nas instalações do terminal. A passagem de Erez tinha sido reaberta no passado dia 27 de agosto depois de ter sido mantida encerrada durante uma semana. O território da Faixa de Gaza, enclave situado entre Israel o Egito e o Mediterrâneo, encontra-se submetido a um bloqueio terrestre e marítimo pelos israelitas desde 2008. Os cerca de dois milhões de habitantes dependem, em grande medida, da ajuda internacional. A fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito está quase sempre encerrada. Controlado pelo Hamas, o enclave tem sido palco de manifestações de palestinianos junto à barreira de separação desde 30 de março e que exigem o fim do bloqueio e a devolução de terras aos palestinianos, perdidas em 1948. Pelo menos 172 habitantes da Faixa de Gaza foram atingidos a tiro pelos soldados israelitas desde março.
Hoje Macau InternacionalHamas anuncia que trégua foi para acabar com ataques israelitas sobre Gaza [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Hamas anunciou ter chegado a uma trégua para pôr fim aos ataques de Israel sobre a faixa de Gaza, parte de uma operação de grande escala que fez pelo menos dois mortos e 25 feridos palestinianos. O acordo terá sido conseguido com a mediação do Egipto, afirmou um porta-voz do movimento palestiniano que controla a Faixa de Gaza, Fawzi Barhum, em comunicado, embora Israel ainda não tenha feito nenhum comentário. Israel admitiu que fez os maiores ataques aéreos em Gaza desde a campanha de 2014 contra o Hamas. O primeiro-ministro israelita ameaçou “aumentar, se necessário, a intensidade dos ataques”, que chamou “uma acção contundente contra o terrorismo do Hamas”. Dois jovens de 15 e 16 anos atingidos por estilhaços dos bombardeamentos e 25 pessoas ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde palestiniano. Netanyahu garantiu que os ataques continuarão até que o movimento palestiniano “entenda a mensagem”, com bombardeamentos sobre dezenas de objetivos, incluindo dois túneis, armazéns e fábricas de armas, centros de treino e outros. Segundo indicaram responsáveis militares israelitas, trata-se de uma “operação em massa que está a acontecer em Gaza” e é uma represália por ataques contra Israel, nomeadamente “a grande quantidade de explosivos e projécteis incendiários e os ‘rockets'” disparados para Israel. Três civis israelitas ficaram feridos quando um ‘rocket’ atingiu a sua casa, no sul. Segundo o exército israelita, cerca de uma centena daqueles projécteis e granadas de morteiro caíram no sábado sobre Israel vindas da Faixa de Gaza. Entretanto, o exército israelita suspendeu as restrições que tinha imposto ao longo da fronteira com a Faixa de Gaza, num sinal de que aceitou o cessar-fogo mediado pelo Egipto, terminando com 24 horas de combates com militantes do Hamas. Os militares fecharam uma praia popular e impuseram limitações às aglomerações de grandes multidões, mas o exército informou ontem que os acampamentos de Verão vão funcionar normalmente e que a rotina diária pode ser retomada.
Hoje Macau China / ÁsiaJerusalém | China apela à moderação em Gaza, “sobretudo a Israel” [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China pediu ontem moderação, “sobretudo a Israel”, na sequência da morte de pelo menos 59 palestinianos, por tropas israelitas, em confrontos e protestos contra a abertura da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém. “Exortamos os palestinianos e israelitas, sobretudo Israel, a exercerem contenção, para evitar uma escalada de tensões”, afirmou Lu Kang, porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, em conferência de imprensa. Lu expressou ainda a “profunda preocupação” da China com os acontecimentos dos últimos dias. O Conselho de Segurança da ONU, do qual a China é membro permanente, deverá reunir-se ontem para discutir os incidentes na fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza. Segunda-feira foi o dia mais sangrento no conflito israelo-palestiniano desde 2014. A liderança palestiniana classificou o sucedido de “massacre”. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, justificou o uso da força com o direito de Israel a defender as suas fronteiras contra as acções “terroristas” do movimento islâmico Hamas, que governa Gaza, e com o qual Israel travou três guerras desde 2008. Os disparos do exército israelita mataram 109 palestinianos desde 30 de Março, quando milhares de moradores se começaram a reunir em Gaza ao longo da cerca de segurança entre Israel e o enclave palestiniano. Este número pode aumentar ontem, à medida que uma nova mobilização ocorrer perto da fronteira, quando os palestinianos comemoram a “Nakba”, a “catástrofe” que foi para estes a criação de Israel, em 1948, e que tem sido sinónimo de êxodo para centenas de milhares deles.
Hoje Macau InternacionalJerusalém: Israelitas matam em Gaza com festa simultânea na nova embaixada dos EUA [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m chocante contraste, as forças israelitas mataram na segunda-feira pelo menos 55 palestinianos e feriram mais de 1.200, enquanto a alguns quilómetros de distância Israel e EUA faziam uma festa para inaugurar a embaixada norte-americana em Jerusalém. Segunda-feira foi, de longe, o dia com mais mortes na violência transfronteiriça, desde a devastadora guerra em 2014 entre Israel e o Hamas, o que debilitou ainda mais as já de si frouxas perspetivas para o dito plano de paz de Donald Trump. Ao longo do dia, manifestantes na Faixa de Gaza incendiaram pneus, provocando grossas colunas de fumo, e atiraram pedras e bombas incendiárias às tropas israelitas do outro lado da fronteira. Os militares israelitas, que têm estado sob forte criticismo internacional pelo uso excessivo da força contra manifestantes desarmados, garantiram que o Hamas tentou bombardeá-los e alvejá-los, a coberto dos protestos, e divulgaram vídeos que mostravam os palestinianos a cortarem partes da fronteira constituída por arame farpado. Os protestos da segunda-feira culminaram mais de um mês de manifestações semanais contrárias ao bloqueio da Faixa de Gaza. Mas a mudança da embaixada norte-americana, de Telavive para Jerusalém, fortemente criticada pelos palestinianos, acrescentou mais combustível. Não houve praticamente qualquer menção à violência em Gaza na sumptuosa cerimónia de inauguração da embaixada, que é uma atualização de um posto consular situado apenas a 80 quilómetros de distância. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e outros dirigentes juntaram-se a uma delegação norte-americana, com membros do Governo e apoiantes republicanos e cristãos evangélicos. O genro e conselheiro de Donald Trump para o Médio Oriente, Jared Kushner, chefiou a delegação, que integrava a sua mulher, Ivanka Trump, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e quatro senadores republicanos. Presentes estiveram também o financiador dos republicanos Sheldon Adelson e os pastores evangélicos Robert Jeffress e John Hagee. “Um grande dia para Israel!”, tinha afirmado antes Trump, em mensagem distribuída através da sua conta na rede social Twitter. Mas a quantidade de mortes e a condenação generalizada da mudança de embaixada no mundo árabe aumentaram as dúvidas sobre a ambição de Trump intermediar o que já classificou como “o acordo do século”. Ao fim de mais de um ano no poder, Trump ainda não apresentou qualquer proposta do há muito prometido plano de paz. Trump afirmou que reconhecer Jerusalém como capita de Israel é admitir a realidade de o Governo israelita estar ali localizado e a ligação antiga dos judeus à cidade. Insistiu que a decisão não tem impacto nas futuras negociações sobre as fronteiras finais da cidade. Mas, para israelitas, como para palestinianos, o gesto norte-americano é visto como um alinhamento com Israel na questão mais sensível neste velho conflito. “Que dia glorioso. Recordem este momento. Isto é história”, disse Netanyahu, durante a cerimónia de inauguração. “Só se pode construir a paz baseada na verdade e a verdade é que Jerusalém tem sido e sempre será a capital do povo judeu, a capital do Estado judaico”, acrescentou o primeiro-ministro israelita. Os palestinianos, que veem Jerusalém-Leste como a sua capital, cortaram relações com o Governo de Trump e consideram que os EUA são incapazes de servirem como mediadores. Israel capturou Jerusalém-Leste na guerra de 1967 e anexou a área, uma decisão que não foi reconhecida internacionalmente. O Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, furioso com a questão da embaixada, disse que “vai recusar” qual acordo de paz proposto pelo governo de Trump. O chefe des Estado palestiniano apelou também à comunidade internacional para condenar o que disse ser “um massacre” pelas tropas israelitas em Gaza. Ao cair da noite, pelo menos 55 palestinianos, incluindo vários menores, foram mortos, informou o Ministério da Saúde de Gaza, que mencionou ainda a existência de 1.204 feridos, dos quais 116 com feridas graves ou em estado crítico. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e a chefe da política externa da União Europeia, Federica Mogherini, fizeram apelos semelhantes, para que Israel respeitasse “o princípio da proporcionalidade no uso da força” e mostrasse contenção, e que o Hamas garantisse que os protestos permanecessem pacíficos. O dirigente da agência da ONU para os direitos humanos, Zeid Ra’ad al-Hussein, lamentou “a matança chocante de inocentes”. Por seu lado, o Presidente da França, Emmanuel Macron, condenou “a violência das Forças Armadas israelitas contra os manifestantes” palestinianos. O Egito, um importante aliado de Israel, condenou a matança dos manifestantes palestinianos, enquanto a Turquia chamou o seu embaixador nos EUA e em Israel, depois do que classificou como um “massacre” de palestinianos na fronteira de Gaza. O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em Londres, acusou mesmo Israel de “terrorismo de Estado” e de “genocídio”. A África do Sul também chamou o seu embaixador para consultas. Durante a cerimónia na embaixada em Jerusalém, Kushner colocou a culpa nos manifestantes palestinianos. “Como temos visto nos protestos no último mês e mesmo hoje, os que provocam a violência são parte do problema e não da solução”, disse. Israel justifica o bloqueio da Faixa de Gaza, imposta por Israel e pelo Egito depois do Hamas ter assumido o controlo do território em 2007, é necessária para impedir o Hamas de aumentar as suas capacidades militares. Mas o bloqueio dizimou a Economia de Gaza, criando um desemprego de 40% e permitindo um fornecimento diário de eletricidade de apenas algumas horas. Os militares israelitas quantificaram em 40 mil os manifestantes nas ações de segunda-feira, salientando “a violência inédita” dos manifestantes em relação aos dias anteriores. Desde que as ações de protesto dos palestinianos começaram em 30 de março último, já morreram 105 palestinianos. O tempo dos acontecimentos de segunda-feira é profundamente simbólico para israelitas e palestinianos. Os EUA argumentam que escolheram o dia para coincidir com o 70.º aniversário da fundação de Israel. Mas o dia de hoje, terça-feira, também marca o que os palestinianos designam por ‘nakba’, ou catástrofe, uma referência às centenas de milhares de pessoas que fugiram ou foram expulsas de suas casas durante a guerra de 1948, subsequente à criação de Israel. Para hoje está planeado um dia de luto e funerais massivos. A maioria dos dois milhões de habitantes de Gaza são descendentes de refugiados e os protestos têm sido feitos sob o slogan de ‘A Grande Marcha do Regresso’ para as, há muitos perdidas, casas onde é agora Israel.