IAM | Conselheiro culpa seguranças por surto

Chan Pou San, membro do Conselho Consultivo do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), considera que o último surto de covid-19 “só ocorreu porque os dois seguranças falharam no cumprimento das medidas rigorosas de prevenção”. As declarações de Chan, que defendeu a remoção de nomes “colonialistas” das ruas, foram publicadas ontem no jornal Cheng Pou.

Entre sexta-feira e sábado foram revelados três casos de covid-19 em Macau. O primeiro atingiu um residente em quarentena, mas espalhou-se a dois seguranças nepaleses do hotel onde o primeiro paciente estava em observação médica. De acordo com os Serviços de Saúde, os dois trabalhadores terão sido infectados por não terem utilizado correctamente as máscaras. “Foi devido a erros elementares que houve o surto, que estão a afectar não só Macau e Cantão, mas a espalhar-se por todo o país”, apontou.

Segundo o também vice-presidente da Associação dos Conterrâneos de Jiangmen, este comportamento mostra que é preciso “persistir” nas medidas de segurança, mesmo que as pessoas se sinta cansadas de dois anos de pandemia.

Em relação às consequências do surto mais recente em Macau, Chan Pou San indicou ter causado “impactos sérios no tecido social, negócio do turismo, manutenção dos empregos e na possibilidade de os estudantes frequentarem as aulas”.

29 Set 2021

Covid-19 | PME sufocadas com política do “abre e fecha”

Uma empresa do sector da educação, um ginásio e um bar. O HM ouviu relatos de proprietários que sofrem na pele a política de encerrar espaços de lazer, desporto ou educacionais cada vez que se registam casos de covid-19 na comunidade. Além disso, pedem regulamentação das medidas restritivas

 

Quando fundou a FORMAC, pouco antes do início da pandemia, Susana Diniz não imaginava as dificuldades que iria passar nos meses seguintes. A empresa, que disponibiliza explicações e aulas de línguas para crianças e adultos, fechou durante cinco meses em 2020. A actual política do Executivo de encerrar alguns negócios cada vez que surgem casos de covid-19 no território está a obrigar a microempresária a reestruturar planos todos os meses.

“Não é economicamente aceitável, nem sustentável, que tenhamos de fechar uma semana aqui ou três semanas acolá. Se fechar perco alguns clientes pelo caminho”, adiantou ao HM.

Susana Diniz diz sentir o “sufoco” de quem já não consegue fazer planos, nem sequer, a médio prazo. “Estou ligada ao ensino, as escolas e os centros de explicações fecham, e eu vou pelo caminho. Há cerca de três meses criei um clube de leitura para divulgar o português e para ajudar os miúdos que temos. O projecto estava a correr bem, mas este mês já não vamos conseguir fazer.”

“Gostava de acreditar que o Governo vai terminar com esta política de encerramentos cada vez que é registado um caso. Não esperava que, com apenas dois casos, a solução fosse esta”, apontou. A fundadora da FORMAC questiona porque é que são sempre as Pequenas e Médias Empresas (PME) a “pagar” esta crise. “Porque é que é sempre o mesmo sector, o da educação? São medidas arbitrárias.”

Ao contrário de Agosto, quando foram detectados na comunidade quatro casos de covid-19, ligados a uma só família, e em que fecharam escolas, espaços nocturnos, bem como outros espaços de lazer, incluindo ginásios, desta vez o Governo mandou encerrar apenas escolas, instalações culturais e desportivas.

Perdas de 50 mil patacas

Nuno Fernandes, fundador do Gymnastics Club, virado também para o desporto infantil, foi obrigado a fechar portas em Agosto e perdeu cerca de 50 mil patacas. Desta vez fechou portas, mas apenas por “cooperação com as medidas do Governo”, para evitar aglomerações de pessoas.

“Parece-me que agora houve um cuidado [com a política de encerramentos], mas é sempre difícil quando temos de gerir um espaço e nos vemos privados da sua essência, que é a participação dos clientes. Não conseguimos ainda recuperar dos prejuízos”, disse.

Para Nuno Fernandes, o Governo deveria “regulamentar regras como a lotação máxima de pessoas num espaço, o uso de máscara, a medição da temperatura à porta e o uso dos códigos de saúde. Se houvesse fiscalização dos espaços abertos o impacto nas PME seria menor”, frisou.

Na visão do fundador do Gymnastics Club, o cartão de consumo ajudou a situação socioeconómica, mas não deu apoio directo às PME. “Se cada vez que houver casos na comunidade fecharmos tudo, as PME vão sofrer muito e terão de fechar portas. Não dá para manter o pagamento de rendas e funcionários. Se houvesse medidas como nos restaurantes, com o controlo da lotação, seria mais justo”, considerou.

Gabriel Yung, proprietário do bar Che Che, situado fora dos empreendimentos de jogo, contou que os últimos meses têm sido financeiramente difíceis. “Tentamos cortar nos custos, mas na verdade não sabemos o que podemos fazer.”

Com uma clientela essencialmente residente, Gabriel Yung descreve um círculo vicioso comum a muitos negócios locais. Macau sem turistas é sinónimo de menos dinheiro a circular na economia, afectando os salários dos residentes, o que significa menos patacas na máquina registadora do Che Che.

“No ano passado tivemos o apoio do Governo, que ajudou bastante os negócios locais, mas desta vez não tivemos. O Governo poderia considerar abrir as fronteiras, é tempo de deixar vir as pessoas. Mas tudo depende de como as coisas são feitas”, defendeu.

29 Set 2021

Covid-19 | Registado 68.º caso, mais um segurança de hotel designado para quarentenas

Foi hoje detectada uma nova infecção por covid-19, o 68.º caso desde o início da pandemia, anunciaram hoje as autoridades de saúde, numa altura em que o território está prestes a terminar os testes em massa à população.

Trata-se de mais um segurança de um hotel onde decorrem quarentenas obrigatórias para quem chega a Macau, que tinha sido colocado em isolamento a 25 de setembro e que se encontrava vacinado contra a covid-19.

Macau está a concluir testes à covid-19 a toda a população, após ter detetado um caso num viajante, na sexta-feira, e os outros dois casos conexos no dia seguinte, os dois seguranças, um do mesmo local de trabalho, outro de um hotel contíguo.

Pelo menos 855 pessoas foram colocadas em quarentena por terem percursos idênticos, em autocarros, aos primeiros dois seguranças diagnosticados. Na sexta-feira, o Governo decretou o estado de emergência imediata. Os testes à população terminaram às 15:00. Esta é a segunda vez que o território organiza testes em massa.

Em agosto, após a deteção de quatro casos da variante delta do novo coronavírus, todos na mesma família, o Governo de Macau também decretou o “estado de emergência imediata” e testou toda a população, cerca de 680 mil pessoas. Nenhum caso foi então detetado.

Pouco mais de metade da população está vacinada, apesar de a administração gratuita da vacina estar disponível há mais de meio ano.

28 Set 2021

Mais vale prevenir

A 14 de Setembro, o Centro de Macau de Coordenação de Contingência para Reforçar a Resposta ao Novo Coronavírus anunciou que as pessoas que trabalham directamente com o público e as que trabalham em espaços fechados devem ser vacinadas contra esta infecção. Se, após avaliação médica, as pessoas que tenham todas as condições para ser vacinadas, não o quiserem ser, terão de fazer todas as semanas um teste ao ácido nucleico, às suas próprias expensas. As instituições públicas e privadas devem publicar as suas próprias linhas orientadoras, ao abrigo das novas circunstâncias, caso contrário estarão a violar a “Lei de Prevenção e Controlo de Doenças Infecciosas.”

O objectivo da publicação de linhas orientadoras em todos os locais de trabalho é a salvaguarda da saúde pública e a garantia de que a transmissão do vírus será reduzida ao máximo. A vacinação é uma medida preventiva da infecção.

Quanto mais cedo se tomarem medidas preventivas, mais seguros serão os locais de trabalhos e mais saudável ficará toda a população de Macau.

Em Macau, actualmente, cerca de 60 por cento dos funcionários públicos estão vacinados. Dados dos Serviços de Saúde indicam que, após avaliação médica, foram emitidos 913 “Certificados de Suspensão de Vacinação” e “Certificados de Não Vacinação”. Os “Certificados de Suspensão de Vacinação ” destinam-se as pessoas submetidas a tratamento médico, como é o caso de pacientes oncológicos a fazer quimioterapia, que só precisam de ser vacinados dentro de nove ou dez meses; ou pacientes com gripe, e ou qualquer outra infecção, que terão a vacinação suspensa por uma semana. Os “Certificados de Não Vacinação” destinam-se a pessoas com reacções alérgicas graves às vacinas. Estes certificados têm validade permanente.

A julgar pela situação da vacinação nos diversos países do mundo, constata-se que ainda existem muitas pessoas que são infectadas mesmo depois de estarem vacinadas. Além disso, abaixo de uma certa idade as crianças ainda não estão a ser vacinadas. Mesmo que toda a população estivessse vacinada, essas crianças continuavam a poder ser infectadas com o vírus.

Todos estes factores combinados, indicam que a possibilidade de a vacina prevenir a transmissão do vírus é inferior a 70 por cento e a afirmação de que vacinação cria uma parede defensiva é duvidosa.

Actualmente, não existe medicação que trate eficazmente esta infecção. Só existe um método preventivo: a vacinação. O US Centers for Disease Control and Prevention confirmou que no início de Julho de 2021, 99,5 por cento das pessoas que morreram vítimas da COVID, não estavam vacinadas. Neste período, 93 por cento dos infectados que já tinham recebido a vacina não precisaram de internamento. O New England Journal of Medicine salientou que quando as pessoas vacinadas são infectadas desenvolvem uma carga viral mais baixa e que, além disso, os seus sistemas imunitários já “sabem” a lidar com o vírus.

Yuan Guoyong, professor da Faculdade of Medicina da Universidade de Hong Kong, assinala que o vírus é mais transmissível com baixas temperaturas. Nessas circunstâncias, as infecções serão mais graves e a recuperação mais demorada. Esta afirmação é preocupante, porque o Inverno vai chegar dentro de dois meses, e o sistema de saúde vai precisar de mais recursos para tratar os doentes. Se o número de pessoas infectadas aumentar subitamente, devido ao frio, a pressão nos hospitais vai aumentar; se essa pressão for muito grande o sistema de saúde pode colapsar, o que será muito grave. Se pensarmos que “só temos uma vida”, devemos considerar seriamente vacinar toda a população.

Em Hong Kong, a 5 de Setembro, tinham sido administradas mais de 7,840 milhões de doses de vacinas. O Departamento de Saúde recebeu a informação que terá havido 5.698 casos de reacções adversas, uma percentagem de 0.07 por cento do total da população vacinada. Destes, 41 casos foram considerados graves, o que representa uma percentagem de 0.0005 por cento do total. Não se verificaram quaisquer mortes relacionadas com a vacinação. Estes números demonstram que a vacinação é segura e não que há necessidade de preocupação.

A França implementou o passe sanitário, que é uma forma disfarçada de tornar a vacinação obrigatória, o que causaou mal estar em algumas pessoas e provocou protestos. Este exemplo mostra que a vacinação obrigatória pode ser contraproducente. Só a divulgação intensiva e a pedagogia podem ser a abordagem correcta. A recompensa também pode ser considerada. Em Hong Kong uma pessoa foi elegível para um sorteio por estar vacinada e acabou por ganhar um apartamento. Este caso foi conhecido em toda a cidade e recebeu a admiração de todos. Para aumentar a taxa de vacinação, estes métodos devem ser considerados.

Sabemos que ainda vai levar algum tempo até que este vírus possa ser erradicado. Antes que isso aconteça, a humanidade vai ter de co-existir com o vírus. Por enquanto não existem medicamentos que curem a infecção, a única forma de prevenir é vacinar. Escrevi este artigo no dia em que o Governo de Macau anunciou a segunda testagem a toda a população. Se o vírus não for erradicado, vão existir mais testagens deste tipo de futuro. A ciência diz-nos que as vantagens da vacina suplantam largamente as desvantagens. Prevenir é melhor do que remediar.

Depois de receber um teste negativo, cada pessoa deve pensar na melhor forma de proteger a sua saúde e nas responsabilidades que tem para consigo próprio e para com os outros.


Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau
Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão/ Instituto Politécnico de Macau
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28 Set 2021

Covid-19 | Identificado 67.º caso em paciente em quarentena

Uma mulher de Hong Kong testou positivo à covid-19, mas as autoridades acreditam tratar-se de uma recaída devido à baixa carga viral. Quanto às pessoas em isolamento nos hotéis Tesouro e Golden Crown, vão ficar em isolamento pelo menos até 1 de Outubro

 

As autoridades anunciaram mais uma infecção por covid-19, relativa a uma residente de Hong Kong que estava de quarentena. O caso revelado ontem, durante a conferência sobre a evolução da pandemia, fez subir para 67 o número total de infecções desde o surgimento da covid-19.

Segundo Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde (SSM), a infectada é uma empresária de Hong Kong que entrou no território por motivos profissionais. A mulher de 37 anos viajou entre Abril e Julho por vários locais da Europa e Médio Oriente, como Dubai, Egipto, Croácia e Montenegro, e suspeita-se que terá sido infectada durante as viagens. Agora terá tido uma recaída.

“A 19 de Setembro chegou a Macau e está de quarentena no Hotel Tesouro. No início, quando fez testes, teve resultado negativo. No dia 26 de Setembro recolhemos uma nova amostra e esta madrugada [ontem] teve resultado positivo”, afirmou o director. “Como a carga viral é muito baixa, supomos que foi infectada há algum tempo, também tendo em conta o historial de viagem”, explicou. “Por isso, se a taxa viral se mantiver baixa, é recaída. Se a carga viral aumentar vamos considerar que é um novo caso de infecção”, acrescentou.

Praticamente afastada está a possibilidade de ligação entre o caso anunciado ontem e o surto de três pessoas do fim-de-semana. Segundo as explicações, a mulher está no Hotel Tesouro, enquanto que o surto aconteceu no Hotel Golden Crown China, e apesar de haver ligação entre os dois hotéis, os SSM acreditam na tese da recaída, devido à baixa carga viral.

Antes de ter sido infectada, a mulher tinha sido inoculada com duas doses da vacina Sinovac, administrada em Hong Kong.

Sem casos positivos

Alvis Lo fez ainda ponto de situação sobre a evolução da testagem às 88 pessoas isoladas nas zonas de código vermelho e as 139 que estão na zona de código amarelo. À hora da conferência, nenhum dos testados tinha tido resultado positivo.

Sobre o andamento da segunda ronda da testagem em massa, até às 15h de ontem, entre testes pagos e grátis tinham sido recolhidas 607.432 amostras, com 449.448 resultados negativos e zero positivos.

Ontem foi também anunciado no Boletim Oficial que o preço dos testes pagos vai passar de 80 patacas para 70 patacas.

Quanto às pessoas em quarentena no Hotel Tesouro e Hotel Golden Crown China, mesmo que os 21 dias já tinham sido atingidos, vão ter de permanecer em isolamento pelo menos até 1 de Outubro. A partir dessa data, serão testados e o fim da quarentena vai ser decidido caso-a-caso, informou a médica Leong Iek Hou.

Alvis Lo refuta críticas

Na conferência de imprensa de ontem, Alvis Lo refutou críticas às quarentenas e mostrou-se contra a possibilidade de o Governo inverter o caminho traçado. “A observação médica é uma medida necessária. Há quem diga que actualmente a situação é mais suave e questione a necessidade de quarentenas de 14 ou 21 dias. Mas essa necessidade existe e as quarentenas são indispensáveis”, afirmou. Sobre a discrepância do período das quarentenas, quando a variante Delta já se encontra em Macau e no Interior, nada disse.

28 Set 2021

Comércio | Pessimismo face a impacto do novo surto de covid-19

Dias sem “ouro”. É esta a expectativa dos comerciantes locais e dos analistas do jogo face aos casos mais recentes de covid. Perante a difícil situação, o empresário Alexandre Ma apela ao Governo para apoiar as PME

 

A Semana Dourada era aguardada com grande expectativa pelo comércio local, por ser uma das épocas mais altas do turismo, mas os novos casos de covid-19 deixam antever um cenário complicado. Uma das pessoas a fazer o soar o alarme, apesar de declarar apoio incondicional ao Governo, foi Alexandre Ma, presidente da Associação Comercial de Macau.

Citado num artigo do Jornal Cheng Pou, Ma apelou ao Executivo para que tome medidas e lance apoios económicos para as Pequenas e Médias Empresas (PME). “[O pior do novo surto] é que vai fazer com que seja necessário entre duas semanas e um mês para que se possa relaxar as medidas de passagem fronteiriças. E o mais mortal é que as esperanças dos comerciantes na Semana Dourada ficam totalmente frustradas”, reconheceu.

Num cenário difícil, Alexandre Ma pediu ao Governo que se chegue à frente e distribua apoios. “O Executivo tem de tomar medidas para que as empresas afectadas tenham apoios económicos, de forma a ajudar os negócios afectados pelos dois surtos [de Agosto e Setembro]”, vincou. Ma afirma a necessidade de injectar dinheiro na economia para “recuperar a confiança”.

Para o responsável, a resposta à crise não passa só por receber. Por isso, lembrou ao sector comercial que se quer ultrapassar a crise da covid-19 é necessário haver um esforço de mobilização para aumentar a taxa de vacinação.

Cancelamento de reservas

De acordo com o jornal Ou Mun, após ter sido confirmado o novo surto em Macau, houve uma redução das reservas nos hotéis locais para a Semana Dourada.

Segundo Andy Wu, presidente da Associação de Indústria Turística de Macau, a situação agora é “mais grave” do que a verificada em Agosto. O responsável apontou que havia hotéis com reservas de 70 e 80 por cento da capacidade e, em alguns casos, até de 90 por cento.

Contudo, após o novo surto, o Ou Mun ouviu fontes da indústria que pediram para ficar anónimas e foi identificada uma tendência de cancelamento de reservas na ordem dos 20 a 30 por cento. Os grandes empreendimentos do Cotai são os mais afectados.

Adeus ouro

Quanto às receitas do jogo, o cenário não é melhor. Depois dos casos mais recentes, a JP Morgan Securities (Asia-Pacific), segundo o portal GGR Asia, emitiu um relatório com o título “Adeus Semana Dourada”. Em causa, está o impacto das medidas de restrições de fronteiras. “Achamos que é cada vez mais claro que vai ser uma semana sem ouro. Há grande probabilidade de muitos jogadores evitarem deslocações a Macau, para evitarem o risco de serem colocados em quarentena, na altura do regresso ao Interior”, pode ler-se no relatório assinado por DS Kim, Amanda Cheng e Livy Lyu.

Também os analistas da Morgan Stanley, Praveen Choudhary, Gareth Leung e Thomas Allen, reconhecem que o impacto pode ser muito significativo. Segundo as conclusões da Morgan Stanley, os resultados das concessionárias no terceiro trimestre vão ficar abaixo dos registados nos dois primeiros. Os analistas admitem inclusive que as operadoras podem perder dinheiro.

28 Set 2021

Covid-19 | Deputado preocupado com responsabilização após novo surto

Após as falhas detectadas num hotel onde foi descoberto o novo surto de covid-19 em Macau, o deputado eleito pela via indirecta, Chan Iek Lap, defende o reforço do regime de responsabilização de cargos públicos. O também médico admitiu que a primeira ronda de testes em massa “foi mal-organizada”

 

O deputado eleito indirectamente pelo sector profissional, Chan Iek Lap acredita que, na sequência das falhas detectadas num hotel na origem do novo surto de covid-19 em Macau, os membros da Assembleia Legislativa vão estar atentos ao aperfeiçoamento do regime jurídico relativo à responsabilização dos titulares de cargos públicos.

Respondendo às questões colocadas pelos ouvintes do canal chinês da TDM-Rádio Macau no programa “Fórum Macau”, o também médico considerou que a primeira ronda de testes em massa “foi mal-organizada”. A consequência foi a reformulação e introdução de melhorias no novo plano de testagem por parte de vários serviços públicos. Perante a preocupação demonstrada pelos ouvintes acerca da responsabilização de cargos públicos, Chan Iek Lap apontou que a população deve “pensar se a demissão de cargos públicos é solução para o problema”.

Recorde-se que, com a confirmação da infecção de dois seguranças que trabalhavam no Golden Crown China Hotel que contactaram com uma pessoa infectada com covid-19, o Governo decretou a testagem em massa de toda a população e, a partir da meia-noite de sábado, o estado de prevenção imediata, por “existir o risco de surgir um surto do novo tipo de coronavírus na comunidade de Macau”.

Questionado se a testagem em massa não pode ser encarada como “um desperdício de dinheiro e recursos”, tendo em conta o esforço a que a população e a cidade ficam sujeitos e o facto de a medida entrar em vigor sempre que é detectado um novo caso de covid-19 no território, o deputado rejeitou a ideia, apontando para a necessidade de preservar a segurança sanitária de Macau.

“O objectivo da testagem em massa é proteger todas as pessoas de Macau. Aqueles que não estão dispostos a participar devem ser devidamente informados de que o plano é uma medida que visa restaurar a segurança de Macau e levar o território a ser incluído de volta no lote de regiões de baixo risco”, referiu.

De volta aos básicos

Durante a emissão, Chan Iek Lap referiu ainda que a população está bem informada sobre a utilização de máscaras, mas que é preciso não descurar as medidas anti-epidémicas.

Isto, dado que os Serviços de Saúde apontaram que a causa da transmissão da doença do hóspede em observação médica para os seguranças, terá acontecido pela utilização indevida das máscaras por parte dos funcionários.

Para o médico, importa “cuidar de todos os aspectos” da luta conta a pandemia, desde o cumprimento das medidas de segurança nos hotéis destinados às quarentenas, até à entregue de refeições à população que está confinada nas zonas vermelhas.

Chan Iek Lap apontou ainda que, tendo em conta a baixa taxa de vacinação, o Governo deve aperfeiçoar o plano de inoculação.

Por último, o deputado apelou que a população efectue o teste de ácido nucleico o mais rapidamente possível para que os trabalhadores da linha da frente possam descansar “o quanto antes”.

28 Set 2021

Covid-19 | Coreia do Sul avança com terceira dose da vacina nos próximos meses

A Coreia do Sul planeia administrar a terceira dose da vacina contra a covid-19 aos grupos prioritários, nos próximos meses, anunciou hoje o Governo.

O primeiro-ministro sul-coreano, Kim Boo-kyum, disse hoje que na próxima segunda-feira vai divulgar as datas exatas de administração da dose de reforço, adiantando que será aplicada nos próximos meses.

Conforme apontou, numa primeira fase, a vacina será administrada a pessoas com mais de 60 anos e a profissionais da saúde. Por outro lado, o executivo quer encurtar o atual intervalo entre a primeira e a segunda dose.

Segundo os dados da Agência de Prevenção e Controle de Doenças Infecciosas (KDCA), 45,2% da população do país já foi inoculada com as duas doses, enquanto 74,1% receberam a primeira dose.

As previsões do Governo apontam para mais de 70% da população vacinada com as duas doses até ao final de outubro.

O país contabilizou 3.272 infetados no sábado, o número mais elevado desde o início da pandemia, agravado pelas novas variantes e pelo período de férias.

O primeiro-ministro sul-coreano classificou como “muito grave” o aumento das infeções, acrescentando que a evolução das próximas semanas vai determinar o início do plano de regresso “à vida normal”.

Desde o início da pandemia de covid-19, a Coreia do Sul contabilizou 300.000 infetados e 2.450 mortes.

27 Set 2021

Covid-19 | Escolas encerradas até 3 de Outubro. Vacinação, cultura e desporto em pausa

Na sequência do novo surto de covid-19, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) ordenou encerramento das escolas até ao dia 3 de Outubro e das instituições de ensino superior.

Em comunicado, a DSEDJ indicou ter exigido o encerramento a partir sábado “de todas as actividades e de todos os cursos realizados presencialmente, bem como o cancelamento ou adiamento de visitas ao exterior e outras, e o encerramento temporário das instalações de ensino”.

“Tendo em conta a situação epidémica e as respectivas medidas, as escolas do ensino não superior suspenderam as aulas (…) até o dia 3 de Outubro. Quanto às instituições do ensino superior, as actividades pedagógicas presenciais foram suspensas e as respectivas disposições concretas serão divulgadas pelas próprias instituições”, pode ler-se na nota.

A DSEDJ apelou ainda a todos os estudantes, nomeadamente, os transfronteiriços, para que permaneçam em casa, evitando assim a circulação de pessoas. Além disso, as autoridades anunciaram a suspensão dos transportes marítimo, o encerramento de instalações desportivas e pavilhões interiores públicos e o cancelamento de actividades desportivas.

Também o Instituto Cultural anunciou o encerramento de espaços culturais e o cancelamento das respectivas actividades. Paralelamente, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) suspendeu o programa de excursões locais “Passeios, gastronomia e estadia para residentes de Macau”.

Sem remédio

Os Serviços de Saúde anunciam que, durante o período de testagem em massa da população, os 18 postos de vacinação serão suspensos. Também até amanhã, os serviços de consulta externa de especialidade, cirurgia programada não urgente e serviços de diálise peritoneal estão suspensos.

Do outro lado, as autoridades de Hong Kong anunciaram a suspensão do programa “Come2HK”, que prevê a isenção de quarentena à entrada de residentes de Macau.

Segundo o Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) está também suspensa a orientação que entraria hoje em vigor e que previa a apresentação do certificado do resultado de ácido nucleico por parte dos trabalhadores da Administração Pública não foram vacinados. A suspensão dura até 3 de Outubro.

27 Set 2021

Turismos futuros

Entre as actividades económicas mais afectadas pela pandemia global do covid-19 estão certamente as relacionadas com o turismo, por definição associadas à mobilidade de pessoas, a deslocações para zonas diferentes da “residência habitual” à qual temos maior ou menor vínculo. Um pouco por todo o mundo, as características da doença e das suas formas de propagação impuseram severas e inevitáveis restrições aos movimentos de pessoas, a forma possível de proteger as comunidades. Os fluxos internacionais, em particular, foram largamente afectados por estas limitações decorrentes de uma doença que se propaga internacionalmente mas que é tratada a partir de serviços de saúde nacionais.

Esta pandemia ocorreu num tempo histórico concreto: é uma altura em que se acumulam evidências sobre a degradação ecológica do planeta e se antecipam mais seriamente limitações à possibilidade de vida humana na Terra. Não é só o esgotamento de recursos naturais não renováveis, cientificamente demonstrados pelo menos desde a publicação pelo “Clube de Roma” do relatório “Limites do crescimento”, em 1972: são também os impactos dessa sobre-exploração (e as decorrentes emissões de dióxido de carbono ou outros gases tóxicos na atmosfera) sobre a destruição de ecossistemas variados e consequentes profundas alterações em curso que se vão observando e medindo no clima em que temos que viver.

Esta é também uma altura em que se manifestam sinais cada mais relevantes da concentração da riqueza global, a contrariar a tendência para uma maior justiça social que foi caracterizando o século 20, sobretudo a seguir à segunda guerra mundial, com a relativa hegemonia ideológica de correntes sociais-democratas em grande parte do planeta, as inerentes políticas de reforma dos sistemas económicos e a emergência de diferentes formas de regulação dos movimentos de capitais e dos mercados de trabalho, limitações à duração das jornadas laborais, direito ao lazer, obrigatoriedade de salários mínimos e períodos de férias pagas, ou outros direitos até então desconhecidos nas economias de livre mercado – e que hoje vão eventualmente desaparecendo, em nome de uma certa “flexibilidade” que também representa novas formas de informalidade, ilegalidade ou abuso, por acaso não tão raras na prestação de serviços relacionados com o turismo.

Estas reconfigurações contemporâneas dos sistemas económicos são também facilitadas por desenvolvimentos tecnológicos ligados à transmissão e processamento da informação, à digitalização das economias e dos quotidianos, que também transforma modos de lazer, formas de consumir e, naturalmente, de viajar. Além de facilidade com que hoje se conhecem antecipadamente destinos de viagem e possíveis consumos, também se facilita a partilha em diferentes plataformas de socialização digital das “experiências” que se viveram – um processo de digitalização e mediatização da viagem que vai da inspiração à reflexão, passando pelo consumo e pela experiência, como referem os estudiosos da matéria. De igual forma – e talvez sobretudo – esta digitalização também trouxe ao turismo uma nova oportunidade, a de se viajar sem se deixar de trabalhar, a de abandonar fisicamente o lugar habitual de trabalho e de residência mas ainda assim permanecer disponível e em contacto permanente, instantâneo e tendencialmente gratuito, com inusitada facilidade de comunicação e transmissão de dados. Nem o lazer nem o turismo correspondem hoje necessariamente a momentos em que se interromperam as rotinas habituais – e em particular as decorrentes de tarefas profissionais.

Outra característica particularmente relevante para assinalar o contexto em que emerge a pandemia de covid-19 é a importância sem precedentes históricos que o turismo assumiu nas economias e sociedades, uma certa democratização em grande parte do planeta (também em resultado das conquistas sociais que a classe trabalhadora foi acumulando ao longo do século 20), que se foi traduzindo na emergência de novos produtos, serviços e mercados de massas, numa mercantilização crescente dos momentos de lazer, das paisagens, dos espaços naturais, do património cultural ou até dos espaços públicos dos destinos turísticos melhor sucedidos – e que deixaram de se situar em áreas relativamente inóspitas e isoladas para passarem a ocupar também os centros das cidades de todo o mundo.

Esta massificação seria ainda acompanhada por novas oportunidades mercantis potenciadas pela digitalização: a transformação do parque residencial urbano em alojamento turístico, em nome de uma suposta partilha de recursos e de uma plena integração do turista na comunidade que visita, mas que afinal induz um processo sistemático de exclusão, de expulsão de residentes permanentes dos bairros centrais das cidades para passar a alojar turistas, numa rotação permanente e acelerada que transforma (ou destrói) os tais modos de vida tidos como “típicos”, “autênticos” ou “únicos” que justificavam a atractividade turística. Além do manifesto impacto ambiental, o turismo de massas contemporâneo veio acelerar os processos de gentrificação em curso nos centros urbanos na sua transição contemporânea de uma economia centrada nas grandes unidades fabris de produção repetitiva e automatizada para uma outra, orientada para as pequenas unidades de produção, mais criativas e flexíveis na abordagem a processos produtivos cada vez mais orientados para a personalização e a individualização dos consumos, incluindo os relacionados com as cada vez maiores indústrias do entretenimento, do lazer e do turismo.

É esta massificação de experiências supostamente individuais e personalizadas – mas que na realidade assentam na mesma brutal extração em larga escala de recursos naturais, culturais, humanos e paisagísticos que são de todos – que começamos a presenciar nos primeiros sinais de um certo regresso ao “velho normal” da economia e dos fluxos turísticos anteriores à pandemia de covid-19. É dessa extração sistemática e violenta que vivem os sistemas económicos contemporâneos, por muito que se anunciem inovadoras formas de criatividade, “sustentabilidade” ou “resiliência”: à falta de alternativas que disputem esta hegemonia do neo-liberalismo dominante, é a esta exploração desenfreada dos recursos de um planeta em auto-destruição que vamos voltar rapidamente.

24 Set 2021

Covid-19 | Mais de metade dos funcionários públicos vacinados

A dois dias da entrada em vigor das orientações dos SAFP que prevêem faltas injustificadas para trabalhadores sem teste ou vacina, 60 por cento dos funcionários públicos estão inoculados contra a covid-19. Marcações deixam de ser obrigatórias em todos os 18 postos de vacinação a partir de amanhã

 

O médico adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário Tai Wa Hou, revelou que a taxa de vacinação entre funcionários públicos é de cerca de 60 por cento.

Isto, numa altura em que, à luz as novas orientações dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) relativas à prevenção da covid-19, a partir da próxima segunda-feira, todos os funcionários públicos devem apresentar, à entrada do serviço, um comprovativo de vacinação contra a covid-19 ou um resultado negativo do teste de ácido nucleico efectuado nos últimos sete dias. Quem não cumprir as orientações fica impedido de trabalhar e a falta é considerada injustificada.

O mesmo responsável frisou ainda que os atestados médicos para os trabalhadores inaptos para tomar a vacina podem ser emitidos, tanto nos postos de vacinação, após análise no local, como no Centro Hospitalar Conde São Januário e nos centros de saúde. Até ao momento, foram emitidos 913 certificados do género, 517 dos quais dizem respeito a funcionários públicos.

Em termos gerais, até às 16 horas de ontem, havia em Macau 306 mil pessoas inoculadas com as duas doses da vacina contra a covid-19, de um total de 354 mil vacinados. Recorde-se que, desde que os Serviços de Saúde anunciaram as novas orientações de vacinação, o número de vacinados quase dobrou. A tendência, apontou Tai, manteve-se nas últimas duas semanas.

“Conseguimos ver um aumento progressivo da taxa de vacinação. Na faixa etária entre os 20 e os 60 anos, temos cerca de 70 por cento da população vacinada e, por isso, notámos um aumento visível”, referiu.

Questionado sobre se a orientação não constitui um constrangimento à liberdade de deslocação, Tai Wai Hou reiterou que “havendo escolha entre a vacina e o teste não existe qualquer limitação”. “Quando entramos num estabelecimento também temos de apresentar o código de saúde de cor verde”, acrescentou.

É só entrar

Durante a conferência de imprensa, Tai Wa Hou anunciou ainda que a partir a partir de amanhã deixa de ser obrigatório fazer marcação prévia para tomar a vacina em qualquer um dos 18 postos espalhados pelo território. No entanto, quem fez marcação terá prioridade.

“Em todos os 18 postos será disponibilizada vacinação sem quotas a todos os residentes de Macau. Em cada posto, haverá duas vias de vacinação. Uma fila para que não tem marcação e uma fila para quem fez marcação. Os residentes com marcação têm prioridade e os que não têm precisam de esperar no posto pela sua dose”, apontou ontem Tai Wa Hou, por ocasião da habitual conferência de imprensa sobre a covid-19.

Também a partir de amanhã, a informação acerca do tempo de espera e o número de pessoas que aguarda pela toma da vacina em cada posto de vacinação, será colocada online.

Relativamente aos surtos de covid-19 identificados em algumas regiões do Interior da China e ao aproximar dos feriados da semana dourada de Outubro, Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença deixou um apelo para a população “não se deslocar a esses locais”, a não ser que “seja mesmo necessário”.

24 Set 2021

Covid-19 | Pedidos de entrada de estrangeiros ainda sem aprovação

Dos 25 pedidos de entrada de estrangeiros nos últimos cinco dias, as autoridades aprovaram zero. Também ontem, foi revelado que à luz das novas exigências de vacinação foram emitidos 609 certificados médicos de dispensa

 

Os Serviços de Saúde (SSM) ainda não aprovaram qualquer pedido de entrada em Macau por parte de estrangeiros que se encontrem em Hong Kong há mais de 21 dias. Os números foram avançados ontem, na conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia.

Segundo Leong Iek Hou, médica, desde o dia 15 de Setembro, quando a medida entrou em vigor, foram recebidos 25 pedidos. Entre estes, quatro estão ligados a estrangeiros que têm famílias com residentes na RAEM. Outras 15 solicitações, são de estrangeiros que têm famílias não-residentes no território. Existem ainda quatro pedidos relacionados com pessoas com actividade comercial em Macau e outros dois de estudantes admitidos nas universidades locais. “Actualmente uma parte das pessoas ainda está a entregar os documentos e estes estão no período de apreciação. Nenhum dos pedidos foi autorizado”, admitiu Leong Iek Hou.

Sobre a possibilidade de ser reestabelecida a circulação com Hong Kong sem necessidade de quarentena, o cenário não sofreu qualquer alteração. Macau continua a negociar com o Interior a possibilidade da reabertura da circulação. “É preciso ter uma medida que tenha o consentimento do Interior, por isso as três partes continuam a negociar”, respondeu Leong Iek Hou.

Mães e vacinas

Outro dos assuntos abordados na conferência de imprensa, foi o número de suspensões de vacinação. Segundo Tai Wa Hou, responsável pelo programa, até às 16h de ontem tinham sido emitidos 609 certificados médicos de suspensão da vacina, e cerca de 190 tinham sido emitidos a grávidas.

No entanto, a posição do Governo face às mães que amamentam é diferente: “Em todas as recomendações, inclusive internacionais, é dito que as mães que amamentam devem ser vacinadas. A vacinação reduz o risco de contágio dos filhos, porque a mãe produz anticorpos, que depois são transmitidos aos filhos”, justificou Leong Iek Hou. “Todas as mães que amamentam podem apanhar a vacina mRNA [BioNTech-Pfizer]”, acrescentou.

Por outro lado, o Governo afirmou que após as medidas que impõem a obrigação de vacinação ou realização de teste a cada sete dias, houve uma corrida à vacinação. “Após as novas medidas a vontade da população [ser vacinada] aumentou. Nos vários postos há um aumento das marcações, que subiram para o dobro”, revelou Tai Wa Hou.

20 Set 2021

Vacinas | Ella Lei pede explicações sobre intransigência quanto a incentivos

A deputada ligada à FAOM quer garantias do Executivo de que as orientações a privados não obrigam trabalhadores a serem vacinados. Além disso, Ella Lei pediu incentivos à inoculação semelhantes aos dados em Hong Kong

 

A deputada Ella Lei, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), pediu ontem ao Governo medidas de incentivo à vacinação, como acontece em Hong Kong. A posição foi tomada através de interpelação escrita divulgada ontem, em que são exigidas explicações quanto ao que a deputada entende como intransigência em não conceder “incentivos”.

“Será que o Governo vai implementar benefícios substanciais, como folgas para vacinação, de forma a fazer com que mais privados sigam o exemplo e promovam a vacinação dos empregados?”, questionou. “Se não vai, que razão leva o Governo a ser intransigente em adoptar medidas de incentivo para promover a vacinação voluntária de toda a população?”, é igualmente perguntado.

Segundo as últimas orientações dos Serviços de Saúde, os trabalhadores que não tenham sido vacinados, ou que não apresentem teste de ácido nucleico com um resultado negativo com pelo menos sete dias, estão impedidos de trabalhar. A medida é para ser implementada pelo sector privado, além do público, e foi tomada após as autoridades médicas nacionais terem criticado a baixa taxa de vacinação em Macau.

Apesar da vacinação ser gratuita, o Governo não tomou outras acções de incentivo. Este aspecto foi criticado pela legisladora da FAOM. “Por todo o mundo, governos adoptaram diferentes incentivos para os residentes se vacinarem”, vincou. “Por exemplo, em Hong Kong as pessoas podem tirar folgas para a vacina e para descansar. O Governo de Macau devia liderar neste aspecto e promover melhor a vacinação”, atirou.

À vontade do freguês

A deputada está também preocupada que o Executivo não esteja a respeitar o “princípio da vacinação voluntária”, uma promessa feita desde o início da campanha de inoculação.

Segundo Ella Lei, como as instruções do Executivo para os privados não são muito claras, há circunstâncias que têm levado a situações em que os empregados praticamente não têm escolha e acabam vacinados. “Sobre estas ocorrências, o Governo devia ter um mecanismo para evitar situações que são inconsistentes com a vontade original das instruções”, defendeu. “Será que os Serviços de Saúde vão implementar o ‘princípio voluntário da vacinação’ nas instruções com mecanismos para evitar violações?”, perguntou.

20 Set 2021

Como dizer as coisas

Já percebemos que as vacinas, embora extremamente eficazes na prevenção da doença grave por COVID, não serão capazes de impedir por completo a sua propagação. Já percebemos também que a sua eficácia diminui ao longo do tempo e que provavelmente serão necessárias doses de reforço para manter a imunidade a níveis satisfatórios.

Apesar de tudo isso, já percebemos também que funcionam. Não tanto como provavelmente gostaríamos, mas funcionam.

Pela primeira vez na nossa vida estivemos a assistir em directo ao acontecimento da ciência enquanto processo. Normalmente temos acesso somente aos resultados: os primeiros passos do primeiro homem na lua, a primeira vez que alguém enviou um e-mail, a primeira radiografia. Não é costume termos acesso ao backstage científico, onde as pessoas noite após noite se descabelam sobrecafeinadas diante de monitores obstinadamente mudos. Por detrás de cada sucesso científico estão décadas de pesquisa, de acidentes fortuitos, de desilusões e de frustração.

A natureza peculiar do nosso tempo, onde tudo existe ao mesmo tempo em todo o lugar, permitiu-nos acompanhar os «ensaios» deste peculiar concerto a que podemos chamar «vacina». A banda prometia muito, apesar de pouco ensaiada – são, afinal, músicos de topo. As expectativas relativamente ao disco eram tremendas – dizia-se que podiam mudar o curso da história (o que provavelmente, aconteceu, dado se ter utilizado o método de RNA mensageiro numa vacina com sucesso, pela primeira vez). Mas também nos foram dados a ver os muitos tropeções no processo, o reajustamento de expectativas, as desarmonias pipocando aqui e ali. O resultado final, sendo muito bom, fica ainda assim aquém do esperado.

Não há nada de errado nisso, nada que seja necessário mudar em todo o processo de criação. A banda não tem culpa. A banda pode continuar a fazer o que sempre fez: ensaiar dia e noite para nos entregar o melhor som possível.

Podemos – e deveríamos – rever o processo de comunicação, no qual não faltaram incoerências graves, indecisões incompreensíveis e muita paternalização pouco ou nada disfarçada. Houve alturas em que as pessoas responsáveis pela comunicação do estado-de-coisas nos fizeram sentir como criancinhas tontas e incapazes de lidar com a verdade e com o que esta poderia exigir de nós. Talvez essas pessoas tenham lido pouca ou nenhuma história; esta está repleta de exemplos onde aquilo que nos foi exigido ultrapassou largamente o sacrifício de estar em casa duas semanas ou ir ao supermercado de máscara. Mal ou bem, sobrevivemos. Estamos aqui. O mínimo que nos devem é a verdade.

Suponho que o hábito performativo, sobre o qual se constrói toda a política contemporânea, seja um gesto de difícil desapego, mesmo numa altura de crise. Mas é absolutamente necessário que retiremos desta pandemia – agora que já nos é possível respirar um pouco melhor – conclusões ao nível da gestão da comunicação. Os políticos, gestores e técnicos responsáveis por todos os dias nos fazerem chegar os números da crise e as orientações relevantes devem fazê-los partindo do salutar princípio de que o cidadão que é a capaz de contribuir com os seus impostos para a criação de uma sociedade mais justa também é capaz de compreender e aceitar, mesmo que a contragosto, a necessidade de fazer alguns sacrifícios individuais para a segurança de todos. A infantilização do recipiente da mensagem política é um processo tão desonesto como perigoso, pois acaba por abrir (mais) frechas na já de si pouca confiança existente no diálogo políticos – sociedade e, à força da insistência em nos tratar como crianças, acabamos por agir como tal. Os cientistas esses, que continuem a ensaiar. Com menos acesso descontrolado ao backstage, por favor.

18 Set 2021

China deteta 49 novos casos locais de covid-19, quase todos na província de Fujian

A China anunciou hoje ter identificado 80 novos casos de covid-19, dos quais 49 por contágio local, quase todos diagnosticados na província de Fujian, no sudeste do país. Entre os casos locais, apenas um foi contabilizado fora de Fujian, na província de Yunnan, no sudoeste da China.

O atual surto em Fujian foi identificado este fim de semana e afeta sobretudo as cidades de Putian e Xiamen.

Os restantes 31 casos positivos foram diagnosticados em viajantes oriundos do exterior no município de Xangai (leste) e nas províncias de Yunnan (sul), Guangdong (sudeste), Sichuan (centro), Zhejiang (leste) e Shandong (leste).

A Comissão de Saúde da China indicou que, até à meia-noite local, 40 pacientes tiveram alta, com o número total de infetados ativos na China continental a subir para 877, incluindo quatro em estado grave. A mesma fonte adiantou que o país somou 95.493 casos e 4.636 mortos desde o início da pandemia.

16 Set 2021

China diz ter vacinado 91% dos adolescentes contra a covid-19

O Governo chinês disse hoje ter vacinado contra o novo coronavírus 91% dos alunos entre os 12 e 17 anos e 95% dos alunos com mais de 18 anos, assim como professores e funcionários nas escolas.

O anúncio coincide com a informação divulgada também hoje pela imprensa oficial do país asiático, de que 40% dos 129 casos confirmados no recente surto na província de Fujian são crianças com menos de 12 anos.

Este surto surgiu, pela primeira vez, numa escola, depois de o pai de uma das crianças ter regressado de Singapura.

O pai testou positivo, após cumprir três semanas de quarentena, período durante o qual testou negativo para o vírus.

Ele terá infetado o filho antes que a infeção fosse detetada, de acordo com os dados provisórios anunciados pela Comissão Nacional de Saúde da China.

O menino acabou por transmitir o vírus a vários amigos, antes que o caso do pai fosse detetado. A doença posteriormente espalhou-se para pelo menos três outras escolas primárias e duas creches, de acordo com as autoridades locais.

Até 12 de setembro, a China tinha aplicado 2.150 milhões de doses de vacina anti-covid entre a sua população, assegurando uma média entre 10 e 15 milhões de doses por dia, desde que começou a acelerar o seu processo de vacinação, em abril.

Duas das principais vacinas chinesas já foram autorizadas para uso em crianças a partir dos três anos de idade, embora o processo ainda não tenha sido totalmente implementado em crianças com menos de 12 anos.

Em julho passado, a China começou a vacinar estudantes com idades entre os 12 e 17 anos e, desde então, a campanha intensificou-se, para prevenir infeções nas escolas.

Estima-se que a cobertura alcançada entre alunos e docentes seja muito superior à de todo o país, que no início de setembro se fixou em torno de 70%.

16 Set 2021

China detecta 50 novos casos locais de covid-19 na província de Fujian

A China anunciou hoje ter identificado 73 novos casos de covid-19, dos quais 50 por contágio local, diagnosticados na província de Fujian, no sudeste do país. O actual surto em Fujian foi identificado este fim de semana e afecta sobretudo as cidades de Putian e Xiamen.

Os 23 casos positivos restantes foram diagnosticados em viajantes oriundos do exterior nos municípios de Tianjin (norte) e Xangai (leste) e nas províncias de Yunnan (sul), Guangdong (sudeste), Zhejiang (leste), Fujian e Henan (centro).

A Comissão de Saúde da China indicou que, até à meia-noite local, 46 pacientes tiveram alta, com o número total de infectados activos na China continental a subir para 837, incluindo quatro em estado grave. A mesma fonte adiantou que o país somou 95.413 casos e 4.636 mortos desde o início da pandemia.

15 Set 2021

Pouco mais de 10 escolas aderiram ao plano de vacinação

A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) revelou que existem até agora, pouco mais de 10 estabelecimentos de ensino inscritos no plano de vacinação contra a covid-19 nas escolas, o que representa uma fracção do universo escolar de Macau.

Quer isso dizer que, ao sondar a vontade de vacinação no terreno, a DSEDJ descortinou que em cada uma das 10 escolas mais de 150 pessoas, entre alunos, funcionários e pessoal docente, querem ser inoculadas. No futuro, revelou Wong Ka Ki, Chefe de Departamento do Ensino Não Superior da DSEDJ, a ideia é implementar “outros planos” que contribuam para edificar a barreira imunológica da população.

“Estamos a recolher dados sobre vontade de vacinação nas escolas. Se mais de 150 pessoas fizerem o registo vamos convidar os Serviços de Saúde para que a vacinação aconteça nas escolas. [Até agora] mais de 10 escolas fizeram essa inscrição. Vamos lançar outros planos tais como mobilizar um posto móvel para ir aos locais fazer palestras [de sensibilização] com objectivo de criar uma barreira imunológica. Quanto maior for a taxa de vacinação, mais segura está a comunidade”, partilhou ontem Wong Ka Ki.

Questionado sobre a aplicação nas escolas das orientações de vacinação anunciadas pelos Serviços de Saúde (SSM), o responsável assegurou que as directrizes foram acolhidas e que existe “consenso” acerca do trabalho a ser desenvolvido. No entanto, não foram revelados detalhes concretos nem datas ou como os docentes que não cumpram as exigências estipuladas serão responsabilizados.

“Tanto as escolas como as associações já chegaram a um consenso sobre o trabalho a desenvolver. No momento oportuno vamos divulgar ao público”, acrescentou.

O melhor remédio

Sobre a degradação da saúde mental dos jovens em idade escolar, Wong Ka Ki referiu ser essencial criar uma “rede de protecção” e apostar na prevenção.

“A saúde mental é um tema que merece atenção de toda a comunidade, incluindo pais e professores e essas pessoas têm de salvaguardar a saúde mental para criar uma rede de protecção para os jovens. Os problemas do foro mental são como as constipações, quanto mais precoce é o tratamento, melhor é a recuperação”, apontou.

Durante a reunião foi ainda referido que o Centro de Educação Parental, criado no início de 2021 com o objectivo de ajudar jovens encarregados de educação a “aliviar a tensão” decorrente da educação dos filhos, “atingiu um novo patamar” com envio de formadores às empresas.

15 Set 2021

SAFP | Funcionários públicos sem teste ou vacina têm falta injustificada

A partir de 27 de Setembro todos os funcionários públicos devem apresentar, à entrada do serviço, comprovativo de vacinação contra a covid-19 ou resultado negativo do teste efectuado nos últimos sete dias. Quem não cumprir não pode trabalhar e é penalizado com falta injustificada

 

Foram ontem divulgadas as novas orientações dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) relativas à prevenção da covid-19. Segundo uma circular dos SAFP, a partir de 27 de Setembro todos os funcionários públicos têm de apresentar comprovativo de vacinação ou teste de ácido nucleico com resultado negativo feito nos últimos sete dias. Caso contrário “considera-se falta injustificada de não comparência ao serviço por não apresentação do referido certificado”, lê-se no documento assinado pelos director dos SAFP, Kou Peng Kuan.

As orientações determinam também que o teste “deve realizar-se fora das horas de expediente, sendo dispensado pagamento a quem tenha atestado médico comprovativo de que o seu estado de saúde não aconselha a vacinação”.

Os funcionários públicos que se quiserem vacinar contra o novo tipo de coronavírus têm falta justificada relativa “ao tempo necessário para a deslocação ao local de vacinação e regresso ao serviço”.

No ofício lê-se ainda que o objectivo das medidas é “reduzir eficazmente o risco de infecção e de disseminação da covid-19”, uma vez que estão em causa “prestadores de serviços públicos”. O Governo entende que os funcionários “têm a responsabilidade de seguir as medidas de prevenção da epidemia promovidas pela autoridade sanitária, devendo inocular-se com a maior brevidade possível, por forma a assegurar a sua própria saúde, a da sua família e a do público”.

Uma questão de princípio

As novas directrizes constituem uma resposta à decisão dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), divulgada segunda-feira, de que todos os trabalhadores do sector público ou privado têm de se vacinar ou testar com regularidade para poderem trabalhar.

Tai Wa Hou, coordenador do programa de vacinação, referiu que a medida é uma “orientação de princípio”.
“As directrizes que emitimos hoje [segunda-feira] aplicam-se a todos os trabalhadores e funcionários, tanto do sector público, como do privado, desde que esses trabalhadores reúnam duas condições. Ou seja, se durante o trabalho têm contacto com outras pessoas (…) ou se trabalham num espaço fechado. Quer sejam do sector público ou do privado, os trabalhadores têm de optar por receber a vacina ou fazer um teste de ácido nucleico a cada sete dias. Só assim podem entrar para o local de trabalho”, frisou o responsável.

15 Set 2021

Covid-19 | Vacinação ou teste para aceder ao local de trabalho

Os trabalhadores do sector público e privado que trabalhem em espaços fechados, ou que contactem com clientes, têm de estar vacinados ou apresentar teste de ácido nucleico a cada sete dias. Segundo os Serviços de Saúde a medida é uma “directriz de princípio” que deverá ser materializada e fiscalizada pelas próprias entidades

 

Os Serviços de Saúde anunciaram que todos os trabalhadores do sector público e privado tem de optar entre estar vacinados ou apresentar um teste negativo à covid-19 a cada sete dias para aceder ao local de trabalho.

De acordo Tai Wa Hou, coordenador do programa de vacinação, a medida é uma “orientação de princípio” que visa incentivar as entidades a concretizar a vacinação dos colaboradores, possibilitando, como alternativa, a apresentação regular de resultados negativos ao teste de ácido nucleico. Abrangidos pela medida estão todos os trabalhadores do público e privado que exerçam funções em espaços fechados ou que, pelo desempenho das suas tarefas, contactem directamente com clientes ou outras pessoas.

“As directrizes que emitimos hoje [ontem] aplicam-se a todos os trabalhadores e funcionários, tanto do sector público, como do privado, desde que esses trabalhadores reúnam duas condições. Ou seja, se durante o trabalho têm contacto com outras pessoas (…) ou se trabalham num espaço fechado. Quer sejam do sector público ou do privado, os trabalhadores têm de optar por receber a vacina ou fazer um teste de ácido nucleico a cada sete dias. Só assim podem entrar para o local de trabalho”, detalhou ontem o responsável por ocasião da habitual conferência de imprensa conjunta de actualização sobre a covid-19.

De acordo com Tai Wa Hou, as directrizes anunciadas ontem têm como objectivo “garantir a segurança dos trabalhadores e dos locais de trabalho”, numa altura em que a situação epidémica é “mais rigorosa” e importa “reduzir o risco de transmissão” através do aumento da taxa de vacinação da população.

Questionado sobre quem recai a implementação e a fiscalização das novas orientações, o médico esclareceu que ficará a cargo das próprias empresas sendo que, no limite, quem não cumprir as novas directrizes, trabalhador ou entidade, pode violar a lei.

“Nós só elaborámos as directrizes. A concretização vai ser da responsabilidade das entidades. No caso de incumprimento, a entidade competente tem de executar a sua função para garantir a concretização do efeito pretendido. Quer seja o trabalhador ou a entidade, se não cumprirem a orientação, podem violar a lei”, explicou o responsável.

À minha maneira

Tai Wa Hou disse ainda que é a própria entidade que define a calendarização interna da aplicação das orientações e que estas são “directrizes de princípio” a implementar por cada uma das empresas “à sua maneira”.

Até às 16h de ontem 291 mil pessoas foram inoculadas em Macau com duas doses da vacina contra a covid-19.
Leong Iek Hou, coordenadora do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou ainda que as entidades públicas ou financiadas pelo Governo devem ponderar o cancelamento de viagens e actividades planeadas para fora de Macau. Dentro de portas, o cumprimento das medidas de prevenção contra a covid-19 deve ser reforçado em actividades como palestras ou seminários.

Quarentena para quem chega de Fujian

De acordo com o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, a partir das 15h de ontem todas as pessoas que tenham estado na Cidade de Putian (toda a cidade), ou no Subdistrito de Zhonghua, do Distrito de Siming, da Cidade de Xiamen, da Província de Fujian, estão sujeitas a observação médica de 14 em local a designar.

14 Set 2021

Covid-19 | Residente de 32 anos regressa do Cambodja e tem recaída

As autoridades confirmaram na sexta-feira o diagnóstico de uma nova infecção por covid-19, tratando-se de uma recaída do exterior. Trata-se de um residente de 32 anos que entrou no território e testou positivo.

O homem recebeu, a 4 de Março, uma dose da vacina Sinopharm, tendo sido confirmada a infecção por covid-19 a 20 de Agosto no Cambodja. Na última quinta-feira o homem fez um teste com resultado negativo, tendo viajado, de jacto privado, para Macau.

À chegada, o teste deu positivo. O residente encontra-se a realizar quarentena pois “o anticorpo IgM é negativo e o anticorpo IgG é positivo”. Até ao momento o homem não apresenta sintomas e não foi classificado como caso importado.

12 Set 2021

ONU diz que fecho de escolas no sul da Ásia privou de educação 434 milhões de crianças

O encerramento de escolas há mais de um ano, devido à pandemia do novo coronavírus, privou de educação 434 milhões de crianças no sul da Ásia, acentuando “desigualdades alarmantes”, alerta a UNICEF num relatório publicado ontem.

Antes da pandemia, quase 60% das crianças do sul da Ásia “com idades próximas dos 10 anos” não conseguiam ler ou entender um texto básico, disse o Fundo das Nações Unidas para a Infância.

O encerramento prolongado das escolas nesta região desde o início da pandemia do SARS-CoV-2 “piorou uma situação que já era precária”.

“Raparigas, crianças de famílias mais desfavorecidas e crianças com deficiências têm enfrentado as maiores dificuldades em termos de ensino à distância”, declarou a agência da ONU.

Na Índia, 80% dos jovens de 14 a 18 anos entrevistados disseram que aprenderam menos do que quando frequentavam as aulas presenciais, de acordo com o relatório.

Cerca de 42% das crianças de 6 a 13 anos entrevistadas afirmaram não ter tido acesso ao ensino à distância.

Deepu Singh, um proprietário de quinta no Estado de Jharkhand, no leste da Índia, espera que as escolas reabram em breve, sobretudo por causa dos seus filhos, que não vão às aulas desde que a escola encerrou no ano passado e não têm acesso à internet.

“O futuro deles está em jogo. Quero que frequentem a escola”, disse Singh à agência de notícias AFP.

“Eu não posso fazer nada. Tenho que colocar comida na mesa. Não posso pagar um telemóvel”, disse o agricultor.

No Paquistão, 23% das crianças pequenas não têm acesso a nenhum dispositivo eletrónico para usufruir do ensino a distância, segundo o relatório, especificando que quando esse equipamento está ao alcance, apenas 24% consegue utilizar a tecnologia.

No Sri Lanka, 69% dos pais de alunos do ensino fundamental entrevistados observaram que os seus filhos aprenderam “menos” ou “muito menos”.

“Mesmo quando uma família tem acesso à tecnologia, as crianças nem sempre são capazes de a utilizar”, disse George Laryea-Adjei, diretor regional do UNICEF, num comunicado, acrescentando que, “portanto, as crianças estão a sofrer grandes atrasos em sua jornada de aprendizagem”.

A agência da ONU apelou aos professores para avaliarem o nível de aprendizagem dos seus alunos e garantir que estes se atualizem instituindo um período de “recuperação do aprendizado”.

O UNICEF também pede aos governos que dêem prioridade à vacinação dos professores e um treino específico para que possam entrar em contacto com crianças que não têm acesso à tecnologia.

Rajani KC, professor no Nepal, acredita que métodos alternativos ainda não são eficazes para garantir uma aprendizagem eficaz. “Estamos em uma situação perigosa. Se a pandemia continuar e o setor universitário perder mais anos, que tipo de recursos humanos o país se beneficiará?”, perguntou Rajani KC.

10 Set 2021

Japão estende estado de emergência até final de Setembro

O Japão anunciou ontem o prolongamento até final de Setembro do estado de emergência devido ao coronavírus em Tóquio e 18 outras áreas, porque o sistema de saúde continua sob forte pressão, embora os contágios tenham diminuído ligeiramente.

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro, Yoshihide Suga, que adiantou que o número de casos graves de covid-19 continua alto, sobrecarregando os hospitais.

A medida visa ainda reduzir a movimentação de pessoas face a feriados no final do mês, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.

O actual estado de emergência, que deveria terminar no domingo, foi decretado inicialmente em Okinawa em Maio e foi sendo alargado e prolongado. No entanto, as medidas, sobretudo voluntárias, são cada vez mais ignoradas por uma população exausta.

No Japão o estado de emergência não implica o confinamento, pedindo-se às pessoas que reduzam as saídas, recorram se possível ao teletrabalho e evitem as concentrações.

As restrições afectam sobretudo bares e restaurantes, que não devem servir bebidas alcoólicas e fecham mais cedo.
Além de Tóquio e arredores, continuam sob o estado de emergência Hokkaido, Osaka, Aichi e Fukuoka, mas as autoridades já estudam o alívio das restrições que esperam aplicar em Novembro, quando se prevê que esteja vacinada a maioria da população.

De acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde, mais de 62,5 milhões de pessoas (49,4 por cento da população japonesa) já receberam as duas doses da vacina.

10 Set 2021

A quinta vaga

São já quase dois anos de convívio com o covid-19 no Japão, começa a haver sinais de abrandamento da quinta vaga e está para breve a chegada do terceiro chefe de governo desde o início da pandemia. O primeiro a abandonar foi Shinzo Abe, após sete anos e oito meses como primeiro-ministro, o período mais longo na história do Japão. Evocou problemas de saúde – tal como tinha feito em mandato anterior, terminado em 2007 – mas já se acumulavam suspeitas de favorecimentos diversos em negócios do estado, além de manifestos sinais de insucesso das profundas reformas na política económica que implementou – a pomposamente chamada “Abenomics”, de fracos resultados, afinal.

Desta vez foi Yoshihide Suga, o anterior ministro do governo de Abe que o havia de substituir no cargo, a demitir-sai após um ano deste exercício, assumindo a responsabilidade pelo descontrole que se vive hoje no país em relação à pandemia. Os primeiros casos verificaram-se em Janeiro de 2020, os números de infecções sempre estiveram longe das calamidades que se viveram noutras paragens, mas foram-se sucedendo novas “vagas” de infecções, cada vez maiores. Os temores que se foram expressando em relação ao perigo das Olimpíadas afinal não se justificaram (foram pouquíssimos os casos associados aos Jogos) mas ainda assim o Japão vive hoje o seu pior período de convivência com o vírus, com grande parte do país num estado de emergência que foi oficialmente prolongado à data em que escrevo (quinta feira, 9 de Setembro).

A primeira vaga de infecções, iniciada em final de Janeiro de 2020, teria o seu ponto máximo em meados de Abril, com uma média semanal inferior a 550 novos casos por dia, valor que hoje parece insignificante para uma população de 126 milhões de pessoas (menos de meio caso por 100 mil habitantes, portanto). Parece pouco mas na altura impunha receios, sobretudo pela desconhecimento do que estava por vir e de como lidar com um problema que nessa primavera chegava à Europa e à América, depois de um inverno exclusivamente asiático.

A segunda “vaga” havia de chegar no Verão e de ter o seu ponto culminante durante a primeira metade do Agosto, com a média semanal de novos casos a chegar ao valor máximo de 1.380, já mais de 1 caso por cada 100.000 habitantes, mas com grandes variações regionais e uma larga concentração nas grandes áreas metropolitanas de Tóquio e Osaka (além da ilha de Hokkaido, que se destacou desde o início e ainda hoje é zona particularmente problemática). A viver em Sapporo, foi aí que comecei o meu contacto com a pandemia desde o seu início em terras japonesas, mas neste verão já estava na tranquilidade de Hiroshima, até então praticamente imune ao vírus.

Outras duas vagas haviam de se seguir, com durações e dimensões semelhantes e números máximos de novos casos francamente superiores: no início de Janeiro de 2021 atingiu-se uma média de 6.445 casos por semana (mais de 5 por cada 100 mil habitantes) e em meados de Maio chegou-se a um número bastante semelhante (6.460). Em ambas as situações, a cidade de Hiroshima, onde continuo a viver, já não era o paraíso de isolamento que tinha sido até então e tiveram que se intensificar as medidas restritivas.

Havia de se iniciar entretanto um tardio processo de vacinação, com uma inusitada demora na aprovação pelas autoridades sanitárias do país das mesmas vacinas que já se utilizam massivamente em grande parte do mundo.

E é já com cerca de metade da população vacinada que se vive uma quinta vaga de propagação da epidemia, já numa clara tendência de descida, mas que atingiu no final de Agosto uma média semanal de novos casos superior a 23 mil (mais de 18 por 100 mil habitantes).

Ainda assim, o estado de emergência que tinha sido decretado até 12 de Setembro em quase todo o país foi hoje prolongado até ao fim do mês e o primeiro-ministro que estava no poder durante este período de descontrolo máximo apresentou esta semana a demissão. Na realidade, os números que se vivem hoje no Japão (média semanal de 10,7 novos casos diários) não são sequer próximos dos que se registam nos mesmos dias no reino Unido (56,7) ou nos Estados Unidos (45,5), são inferiores aos que se registam em Portugal (15,7) e semelhantes aos do estado espanhol (11,1).

Sendo de longe os piores números que se registaram no país ao longo desta pandemia, o Japão em nenhum momento viveu sob medidas compulsivas de confinamento – para as quais, aliás, não há sequer cobertura legal. Há restrições severas aos horários de funcionamento de alguns estabelecimentos, limites à lotação de estabelecimentos públicos, recurso ao tele-trabalho ou apelos à não-mobilidade entre regiões.

Nunca houve limitações à mobilidade entre municípios e mesmo em relação à mobilidade entre regiões o controle é quase inexistente. Há um apelo generalizado ao bom-senso e à auto-disciplina, que em geral foi resultando mas que agora começa a dar sinais de alguma ineficácia. São quase dois anos nisto, afinal.

Felizmente a vacinação progride agora aceleradamente e espera-se que a partir de Novembro comece a haver mais abertura em relação às viagens internacionais, para as quais continua a haver uma quarentena obrigatória de duas semanas quando se entra no país. Talvez possa então fazer planos para visitar familiares e amizades em Portugal. Já é tempo.

10 Set 2021