Declarado luto nacional após mortes do Halloween em Seul

Mais de 150 pessoas morreram esmagadas na sequência da debandada de uma multidão que celebrava o Halloween em Seul. Várias dezenas de milhares de pessoas acorreram ao centro de Seul para a primeira Noite das Bruxas desde o início da pandemia. Foi ontem decretado um período de luto nacional

 

O pesadelo tornou-se realidade. Pelo menos 151 pessoas morreram e cerca de 150 ficaram feridas na noite de sábado numa debandada no centro de Seul, segundo um balanço feito pelos bombeiros à agência de notícias AFP.

As autoridades sul-coreanas tinham referido 140 mortos e 150 feridos num anterior balanço.

No centro de Seul dezenas de milhares de pessoas, muitas fantasiadas, estavam a celebrar o Halloween pela primeira vez desde a pandemia de covid-19 e muitas foram esmagadas até à morte quando uma grande multidão avançou por uma rua estreita.

O distrito de Itaewon, perto de uma antiga base militar dos Estados Unidos e conhecido pela sua atmosfera cosmopolita, bares e todos os tipos de locais de festa num labirinto de becos estreitos, transformou-se num local com corpos alinhados no pavimento tapados com cobertores ou outras mortalhas improvisadas, massagens cardíacas realizadas na rua por transeuntes a pedido de bombeiros sobrecarregados, e pessoas disfarçadas ou em traje formal a correr em pânico.

O acidente, um dos piores da história recente da Coreia do Sul, aconteceu perto do Hotel Hamilton, numa avenida principal rodeada por vielas íngremes e inclinadas.

Os meios de comunicação locais disseram que cerca de 100.000 pessoas afluíram às ruas de Itaewon para as festividades de Halloween, que foram as maiores desde o início da pandemia de covid-19.

 

Razões da tragédia

As autoridades receberam as primeiras chamadas de emergência de pessoas “enterradas” em multidões às 22h24 de Seul (21h24 em Macau). Quando a notícia foi dada, a agência noticiosa da Coreia do Sul, Yonhap, relatou que algumas pessoas sofreram “paragem cardíaca”, com outras a relatar “dificuldade em respirar”.

Contudo, as autoridades não confirmaram a existência de fugas de gás ou incêndios no local. As equipas de resposta a emergências enviaram para o local mais de 1.700 agentes, incluindo 517 bombeiros, 1.100 agentes policiais, e cerca de 70 funcionários do governo. Vídeos partilhados nas redes sociais mostraram as autoridades a selar uma zona onde a multidão ficou comprimida, deixando vários feridos deitados no chão à espera de ajuda médica. Outros mostraram pessoas trajadas a rigor para celebrar o Halloween deitadas na rua e em macas, enquanto lhes eram dados os primeiros socorros ou a serem transportados para ambulâncias.

O Presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol convocou uma reunião de emergência nas primeiras horas de ontem, e mais tarde visitou o local para receber um balanco dos trabalhos e do volume de vítimas pela equipa de resposta a emergências.

Em declarações aos média, o governante expressou consternação perante a situação dramática vivida horas antes. “Uma tragédia que nunca deveria ter acontecido ocorreu no centro de Seul na noite de Halloween. As minhas orações vão para aqueles que perderam a vida num acidente inesperado, e para os feridos que recuperem rapidamente”, declarou Yoon Suk Yeol, citado pela CNN. “Os ministérios relevantes, incluindo o Ministério do Interior e Segurança, vão realizar inspecções de emergência a eventos de Halloween, mas também a outros festivais locais para gerir minuciosamente os eventos para que decorram de forma ordenada e segura”, afirmou o Presidente sul-coreano.

 

Relatos de horror

Vários órgãos de comunicação social sul-coreanos e internacionais reproduziram ontem relatos impressionantes de testemunhas que conseguiram a custo escapar à sufocante multidão num beco inclinado de Itaewon. No fundo do beco, os corpos foram-se amontoando.

“As pessoas continuavam a empurrar quem estava mais abaixo ao longo do beco. Ouvi muitos gritos, enquanto as pessoas caíam como peças de dominó. Pensei que ia ser esmagado até à morte, à medida que a multidão continuava a apertar sem se aperceber que muitas pessoas já estavam caídas no chão”, indicou uma testemunha à agência Yonhap.

“Um número enorme de pessoas estava a ser empurrado de um lado para o outro e eu fui apanhado pela massa de gente e também não estava a conseguir libertar-me. Senti que estava prestes a acontecer uma tragédia”, contou Jeon Ga-eul à agência AFP sobre o início do acidente.

Um dos sobreviventes culpou os donos de bares e discotecas pelo elevado número de vítimas mortais, acusando-os de impedirem as pessoas de entrar nos estabelecimentos enquanto tentavam escapar.

“Parece-me que o número de mortes foi mais severo, à medida que as pessoas tentavam escapar para o interior de lojas e eram impedidas de entrar por já estarem encerradas ao público”, afirmou o sobrevivente que não se identificou à agência noticiosa sul-coreana.

 

Tratar as feridas

De imediato foi anunciado que o Governo irá criar um sistema de apoio multidisciplinar para ajudar os feridos e familiares dos mortos.

Nesse sentido, o Primeiro-Ministro Han Duck-soo esclareceu ontem que o seu Executivo irá criar um fundo para ajudar as famílias e os feridos, que irá incluir uma equipa a apoio funerário, assim como profissionais para providenciar apoio físico e psicológico a feridos.

Para assegurar que não falta pessoal de apoio, o Governo de Seul indicou estar a “consultar activamente representantes diplomáticos. Ontem à tarde, as autoridades contavam entre os mortos, pelo menos, vítimas de 19 nacionalidades diferentes, incluindo Irão, Noruega, China, Uzbequistão, Tailândia, entre outros.

“O nosso país tem uma vasta história de superação de desastres, com os todos os seus cidadãos a responder em uníssono. Peço sinceramente a todos os cidadãos que se juntem para que possamos superar a mágoa e erguermo-nos de novo”, afirmou o Primeiro-Ministro.

O governo metropolitano de Seul afirmou ontem que será erguido hoje um altar em memória às vítimas no Seoul Plaza.

 

Luto e mensagens do mundo

O Presidente sul-coreano anunciou o início de um período de luto nacional, que irá durar até à meia-noite do dia 5 do próximo sábado, e prometeu uma “investigação aprofundada” para apurar as causas.

Yoon Suk-yeol declarou o luto nacional “até que o acidente esteja sob controlo” e prometeu dar “como prioridade máxima” a investigação ao caso, num discurso dirigido à nação.

Vários líderes mundiais enviaram mensagens de condolências e de solidariedade às autoridades sul-coreanas, como o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que disse que os Estados Unidos estão “ao lado” da Coreia do Sul, enviando “os melhores votos de rápida recuperação a todos os que ficaram feridos”.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, também se mostrou solidário para com o povo de Seul e de todo o país. “A França está ao vosso lado”, acrescentou o chefe de Estado na rede social Twitter. O Governo venezuelano foi outro dos que se solidarizou com os familiares das vítimas e com o povo da Coreia do Sul e num comunicado fez votos de rápida recuperação dos feridos.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou também ao chefe de Estado sul-coreano, Yoon Suk Yeol, uma mensagem de condolências e solidariedade pela tragédia ocorrida nos festejos do Halloween.

“Ao tomar conhecimento da terrível tragédia ocorrida em Seul, o Presidente da República apresentou as suas sentidas condolências e uma palavra de reconforto e solidariedade às famílias das vítimas, em mensagem enviada ao Presidente da Coreia”, lê-se numa nota publicada na página oficial da Presidência da República.

 

Com Agências

31 Out 2022

Coreia do Norte e Coreia do Sul trocam tiros de aviso na fronteira marítima

A Coreia do Norte e a Coreia do Sul trocaram hoje tiros de advertência e acusações de violação da fronteira marítima, num novo episódio num contexto de crescente tensão nas últimas semanas.

Numa primeira momento, um navio mercante norte-coreano ultrapassou esta madrugada a fronteira marítima perto da ilha de Baengnyeong, recuando depois de a marinha sul-coreana ter disparado tiros de aviso, disse Seul.

“As contínuas provocações e reivindicações imprudentes do Norte minam a paz e a estabilidade da península coreana e da comunidade internacional”, disseram os Chefes de Estado-Maior Conjunto, exortando Pyongyang a acabar com essas ações.

Pelo seu lado, os militares de Pyongyang disseram que um navio militar sul-coreano violou a fronteira minutos depois e que o exército norte-coreano (KPA) disparou dez tiros de aviso, a partir da costa ocidental.

“As unidades de defesa da costa ocidental da KPA tomaram uma contramedida inicial para repelir poderosamente o navio de guerra inimigo”, disse um porta-voz em comunicado.

“Mais uma vez emitimos um aviso severo aos inimigos, na sequência das provocações marítimas, além do fogo de artilharia e da transmissão de mensagens transfronteiriças através de altifalantes”, acrescentou.

A “zona tampão” marítima foi estabelecida num acordo de 2018, concebido para evitar tensões entre os dois países.

Mas estas intensificaram-se nas últimas semanas, com Pyongyang a efetuar vários lançamentos de mísseis e disparos de artilharia nas águas das costas leste e oeste, visando esta fronteira, o que é considerado como uma provocação pela Coreia do Sul e pelo Japão.

A Coreia do Norte também aumentou recentemente os testes de armas descritos como ataques “nucleares táticos” simulados contra alvos na Coreia do Sul.

Seul e Washington disseram esperar que Pyongyang, que acredita estar ameaçada pelas manobras militares norte-americanas, sul-coreanas e japonesas na região, retome em breve os testes nucleares. As tensões têm vindo a aumentar na península coreana desde o início do ano.

No mês passado, a Coreia do Norte também declarou o seu estatuto nuclear “irreversível”, fechando definitivamente a porta às negociações de desarmamento, e avisou que avançaria para ataques preventivos se fosse ameaçada.

A troca de tiros de advertência acontece no mesmo dia em que a secretária de Estado-adjunta dos EUA, Wendy Sherman, viaja para o Japão para conversações tripartidas com os aliados de Washington, Tóquio e Seul, numa demonstração de unidade após as ações da Coreia do Norte.

24 Out 2022

Seul | Partido no poder admite anular acordo de 2018 com Pyongyang

Face à possível realização de mais um teste nuclear pela Coreia do Norte, o Partido do Poder Popular ameaça rasgar o acordo assinado há quatro anos que visava pôr termo às hostilidades entre as duas Coreias

 

O partido no poder na Coreia do Sul ameaçou na passada sexta-feira anular o pacto sobre o fim das hostilidades alcançado em 2018 com Pyongyang se a Coreia do Norte realizar um novo teste nuclear. A Coreia do Norte disparou durante a madrugada de sexta-feira um novo míssil balístico de curto alcance.

Tratou-se do nono lançamento em 20 dias sendo que foi acompanhado de manobras aéreas e de artilharia junto da fronteira com a Coreia do Sul que realizou exercícios com fogo real na quinta-feira.

Os disparos de artilharia (junto da fronteira) ocorrem após “contínuas provocações durante as últimas três semanas” e constituem “uma clara violação do acordo militar de 19 de Setembro (2018)”, disse Yang Kum-hee, o porta-voz do Partido do Poder Popular (PPP) no governo na Coreia do Sul.

O acordo de 19 de Setembro, como é conhecida a declaração conjunta assinada em 2018 após a cimeira entre o chefe de Estado da Coreia do Sul e o líder da Coreia do Norte, pretendia atenuar as actividades militares hostis entre os dois países.

“Se a Coreia do Norte levar a cabo mais um teste nuclear devemos considerar seriamente renunciar à declaração conjunta sobre a desnuclearização da península e ao acordo de 19 de Setembro”, disse Yang Kum-hee.

Primeiras sanções

Os serviços de informações da Coreia do Sul e dos Estados Unidos mantêm que o regime de Pyongyang está preparado para realizar um teste atómico, pela primeira vez desde 2017. O porta-voz do PPP responsabilizou as políticas de proximidade levadas a cabo pelo anterior governo da Coreia do Sul, assim como se referiu ao que considerou “falso espectáculo de paz” como razões que intensificaram as provocações de Pyongyang tendo urgindo a Coreia do Norte a parar com as “hostilidades”.

Em resposta aos disparos das últimas semanas, entre os quais um míssil balístico que sobrevoou território japonês, Seul adoptou esta sexta-feira as primeiras medidas unilaterais contra Pyongyang, dos últimos cinco anos.

As restrições afectam 15 personalidades e 16 instituições da Coreia do Norte vinculadas ao programa de desenvolvimento bélico do país, assim como afecta o comércio de materiais que pode ser potencialmente utilizado na fabricação de armas.

O Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, admitiu pedir aos Estados Unidos o aumento do dispositivo militar norte-americano na região perante a escalada das tensões e dos indícios de um novo teste nuclear norte-coreano.

Ameaça constante

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul acusou na passada sexta-feira os militares norte-coreanos de lançarem entre 90 e 200 projécteis de artilharia no Mar Amarelo e outros 90 nas águas do Mar do Japão. Segundo as autoridades sul-coreanas, os projécteis caíram nas ‘zonas tampão’, a leste e a oeste da Linha da Fronteira Norte, nome pelo qual é conhecida a fronteira marítima entre os dois países.

Em comunicado, o Estado-Maior Conjunto sublinhou que estas provocações da Coreia do Norte prejudicam a paz e a estabilidade na região.

17 Out 2022

Coreia do Sul diz que Coreia do Norte testou míssil em direção ao mar

Os militares da Coreia do Sul dizem que a Coreia do Norte disparou hoje pelo menos um míssil balístico não identificado em direção ao seu mar oriental. O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul não disse imediatamente que tipo de míssil era ou quão longe voou.

O lançamento ocorreu um dia depois de as autoridades sul-coreanas terem detetado sinais de que a Coreia do Norte estava a preparar-se para testar um míssil projectado para ser disparado de submarinos.

A Coreia do Norte acelerou as suas atividades de testes para um ritmo recorde em 2022, testando mais de 30 armas balísticas, incluindo os seus primeiros mísseis balísticos intercontinentais desde 2017, enquanto continua a expandir as suas capacidades militares, no meio de um impasse prolongado na diplomacia nuclear.

O lançamento ocorreu quando o porta-aviões nuclear USS Ronald Reagan e o seu grupo de ataque chegaram à Coreia do Sul para o exercício militar conjunto dos dois países para mostrar a sua força contra as crescentes ameaças norte-coreanas.

A ameaça norte-coreana também deverá estar na agenda da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, quando esta visitar a Coreia do Sul na próxima semana, depois de participar no funeral, em Tóquio, do ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe.

25 Set 2022

Coreia do Sul | Detida suspeita de matar filhos, corpos encontrados em malas

Uma mulher de 42 anos, suspeita de assassinar duas crianças cujos restos mortais foram encontrados em malas na Nova Zelândia, foi detida na Coreia do Sul, informou ontem a polícia sul-coreana.

A mulher, supostamente a mãe das duas crianças mortas, foi detida por homicídio na Coreia do Sul a pedido da Nova Zelândia, e vai enfrentar um processo de extradição, adiantaram as autoridades de ambos os países.

“A suspeita é acusada pela polícia da Nova Zelândia de assassinar dois dos seus filhos, na altura com sete e dez anos, em 2018, na área de Auckland”, pode ler-se no comunicado da polícia sul-coreana.

Na mesma nota acrescenta-se que a mulher “chegou à Coreia do Sul depois do crime, onde se tem mantido escondida desde então”. A agência de notícias Yonhap avançou que se trata de uma cidadã neozelandesa nascida na Coreia do Sul.

A descoberta dos corpos aconteceu no mês passado. As malas faziam parte de um reboque carregado com artigos comprados por uma família num leilão de bens abandonados em Auckland, a maior cidade da Nova Zelândia.

16 Set 2022

Nuclear | Seul alerta Pyongyang para “caminho de autodestruição”

A Coreia do Sul avisou ontem Pyongyang de que o recurso a armas nucleares vai colocar o país num “caminho de autodestruição”, depois de a Coreia do Norte ter aprovado legislação sobre o uso de armas nucleares de modo preventivo. Habitualmente, Seul evita usar termos tão fortes para evitar o aumento da tensão na península coreana.

O Ministério da Defesa sul-coreano considera que a legislação apenas vai aprofundar o isolamento da Coreia do Norte e incitar Seul e Washington a “reforçar ainda mais a capacidade de dissuasão e reacção”, disse aos jornalistas Moon Hong-sik, porta-voz da tutela.

Para conseguir que a Coreia do Norte não use armas nucleares, o ministério disse que a Coreia do Sul vai impulsionar fortemente a capacidade de ataque preventivo, defesa antimísseis e de retaliação maciça, enquanto procura um maior compromisso de segurança dos Estados Unidos da América (EUA) para defender o país aliado, com todas as capacidades disponíveis, incluindo a nuclear.

“Advertimos o Governo norte-coreano de que enfrentará a resposta esmagadora da aliança militar Coreia do Sul-EUA e seguirá o caminho da autodestruição, se tentar utilizar armas nucleares”, salientou o porta-voz.

Na semana passada, o parlamento da Coreia do Norte aprovou a legislação sobre as regras relativas ao arsenal nuclear, permitindo a Pyongyang recorrer ao armamento atómico, se a liderança enfrentar um ataque iminente ou se pretender evitar uma “crise catastrófica” não especificada para o país.

Num discurso, no parlamento, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, afirmou que o país nunca abandonará as armas nucleares de que necessita para responder às ameaças dos EUA, que acusou de pressionarem para enfraquecer as defesas do país e eventualmente derrubar o regime que lidera.

14 Set 2022

Comissão sul-coreana acusa anteriores governos por atrocidades sobre sem-abrigo

A Comissão de Verdade e Reconciliação da Coreia do Sul responsabilizou hoje anteriores governos pelas atrocidades cometidas na Casa dos Irmãos, instalação financiada pelo Estado onde milhares de sem-abrigo foram escravizados há mais de 40 anos.

A comissão anunciou as conclusões preliminares da investigação sobre as violações dos direitos humanos naquela instituição, incluindo casos extremos de trabalho forçado, violência e mortes. A comissão afirmou ter confirmado até agora 657 mortes, elevando o número anteriormente avançado de 513 entre 1975 e 1986, documentado nos registos da instalação.

Entre os anos 60 e 80 do século passado, os ditadores militares sul-coreanos ordenaram operações com o objetivo de ‘limpar’ as ruas. Milhares, incluindo pessoas sem-abrigo e deficientes, bem como crianças, foram arrancados das ruas e levados para instalações, onde permaneceram detidos e forçados a trabalhar.

A Casa dos Irmãos foi a maior dessas instalações, antes de um procurador ter exposto os horrores praticados em 1987. O governo do ditador militar Chun Doo-hwan procurou acabar com a investigação que determinou centenas de mortes, violações e espancamentos nas instalações.

24 Ago 2022

Nuclear | Seul diz que não irá entrar pelo caminho da dissuasão

O presidente sul-coreano disse ontem que o seu Governo não tem planos de entrar no caminho da dissuasão nuclear, na sequência do aumento das capacidades das armas nucleares da Coreia do Norte, que disparou, também ontem, dois mísseis de cruzeiro.

Yoon Suk-yeol pediu a Pyongyang que retome as conversações e a diplomacia, destinadas a trocar as etapas da desnuclearização dos norte-coreanos por benefícios económicos.

Este pedido ocorre horas depois de os militares sul-coreanos terem detectado o disparo de dois mísseis pela Coreia do Norte a partir da cidade costeira ocidental de Onchon, em território norte-coreano, em direcção ao mar.
Até ao momento, o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul não divulgou mais detalhes sobre o lançamento destes dois mísseis.

O gabinete de Yoon disse que o director de segurança nacional sul-coreano, Kim Sung-han, discutiu o lançamento com outras autoridades antes de Yoon dirigir-se aos jornalistas numa conferência de imprensa e reafirmar a prontidão militar da Coreia do Sul.

Yoon afirmou aos jornalistas que a Coreia do Sul não deseja mudanças políticas à força na Coreia do Norte e apelou ao retorno das negociações para a construção de uma paz sustentável. Estas declarações acontecem dias depois do líder sul-coreano ter proposto um pacote de assistência económica “audacioso” à Coreia do Norte se o país abandonasse o seu programa de armas nucleares. O primeiro-ministro sul-coreano evitou fazer duras críticas aos norte-coreanos, mesmo depois de estes terem ameaçado com uma retaliação “mortal” devido ao surto de covid-19 no seu país, o qual atribuem à Coreia do Sul.

Ofertas e promoções

A proposta de Yoon é, nomeadamente, uma ajuda em larga escala em alimentos, em medicamentos e saúde e na modernização do campo da energia e infraestruturas portuárias, assemelhando-se a ofertas sul-coreanas anteriores que foram rejeitadas pela Coreia do Norte, que está a acelerar o desenvolvimento de armas nucleares e mísseis balísticos vistos pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, como a sua principal garantia de sobrevivência.

Ainda assim, Yoon expressou esperança de um “diálogo significativo” com a Coreia do Norte sobre o seu plano e enfatizou que Seul está disposta a fornecer recompensas económicas correspondentes em cada etapa de um processo de desnuclearização, se a Coreia do Norte se comprometer com um “roteiro” genuíno para abandonar o seu programa de armamentos.

A Coreia do Norte aumentou os seus testes de mísseis para um ritmo recorde em 2022, lançando mais de 30 armas balísticas até agora, incluindo os seus primeiros mísseis balísticos intercontinentais em quase cinco anos.

17 Ago 2022

Onze mortos e oito desaparecidos em Seul devido às chuvas mais fortes em 80 anos

Subiu para onze o número de mortos devido às inundações causadas pelas chuvas mais fortes a atingir Seul em 80 anos, deixando ainda oito pessoas desaparecidas, disseram hoje autoridades locais. As inundações deixaram até agora seis mortos na capital, Seul, três no resto da província ocidental de Gyeonggi e outros três na província oriental de Gangwon, segundo a agência noticiosa sul-coreana Yonhap.

Além disso, mais de cinco mil pessoas e quase três mil famílias tiveram de ser retiradas das suas casas em 46 cidades, vilas e aldeias, incluindo Seul. Muitas dessas pessoas vivem em caves inundadas pela chuva.

Metade das pessoas que perderam a vida nos últimos dias viviam neste tipo de habitação. Em Seul existem cerca de 200 mil habitações em caves, albergando 5% de todas as famílias na capital, avançou a Yonhap.

Partes de Seul, bem como da cidade portuária de Inchon e da província de Gyeonggi, registaram fortes chuvas de mais de 100 milímetros (mm) durante várias horas consecutivas na terça-feira. A precipitação excedeu mesmo 140 milímetros (mm) numa hora no distrito de Dongjak de Seul, a chuva mais forte registada em 60 minutos desde 1942.

As fortes chuvas provocaram inundações de casas, veículos, edifícios e estações subterrâneas, de acordo com a Yonhap. As chuvas atingiram também a Coreia do Norte, onde as autoridades emitiram alertas para o sul e oeste do país, avançou na terça-feira a televisão estatal KCTV.

O jornal oficial Rodong Sinmun descreveu as chuvas fortes como potencialmente “desastrosas” e apelou a medidas para proteger terras agrícolas e impedir inundações causadas pelo rio Taedong, que passa pela capital, Pyongyang.

11 Ago 2022

Oito mortos e seis desaparecidos em Seul devido às chuvas mais fortes em 80 anos

Subiu para oito o número de mortos devido às inundações causadas pelas chuvas mais fortes que atingiram Seul em 80 anos, deixando ainda seis pessoas desaparecidas, disseram hoje autoridades locais.

Partes da capital sul-coreana, bem como da cidade portuária de Inchon e da província de Gyeonggi, registaram fortes chuvas de mais de 100 milímetros (mm) durante várias horas consecutivas nas primeiras horas da manhã de hoje, informou a agência noticiosa Yonhap.

A precipitação excedeu mesmo 140 milímetros (mm) numa hora no distrito de Dongjak de Seul, a chuva mais forte registada em 60 minutos desde 1942.

Entre as vítimas mortais estão duas mulheres e uma adolescente, todas da mesma família, que se encontravam numa cave no distrito de Gwanak de Seul.

Um funcionário público perdeu a vida ao tentar remover árvores caídas na via pública, possivelmente eletrocutado.

As inundações deixaram cinco pessoas mortas e outras quatro desaparecidas em Seul, enquanto no resto da província de Gyeonggi, três pessoas perderam a vida em deslizamentos de terra e no desabamento de uma estação de autocarro e duas outras estão desaparecidas.

As fortes chuvas provocaram inundações de casas, veículos, edifícios e estações subterrâneas, de acordo com a Yonhap.

Quase 800 edifícios em Seul e nas cidades vizinhas ficaram danificadas e pelo menos 790 pessoas tiveram de ser retiradas das suas casas, revelou o Ministério do Interior e Segurança da Coreia do Sul.

As chuvas atingiram também o Norte, onde as autoridades emitiram alertas para o sul e oeste do país, avançou a televisão estatal KCTV.

O jornal oficial Rodong Sinmun descreveu as chuvas fortes como potencialmente “desastrosas” e apelou a medidas para proteger terras agrícolas e impedir inundações causadas pelo rio Taedong, que passa pela capital, Pyongyang.

9 Ago 2022

Coreia do Sul e Estados Unidos iniciam exercícios militares conjuntos com F-35

A Coreia do Sul e os Estados Unidos iniciaram hoje manobras com caças F-35 de quinta geração, numa demonstração de poderio militar, numa altura em que a Coreia do Norte se prepara para um novo teste nuclear.

Os exercícios vão ter uma duração de quatro dias e envolvem 30 aviões de combate F-35, F-15, F-16 e F-50, de acordo com uma declaração do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.

Esta é a primeira vez desde dezembro de 2017 que os EUA enviam caças F-35 para a península coreana e que os dois países realizam um treino conjunto deste tipo desde que Seul completou o desenvolvimento da própria frota de F-35.

Este desenvolvimento aconteceu após o Presidente dos EUA, Joe Biden, se ter comprometido, numa cimeira de maio com o homólogo sul-coreano, Yoon Suk-yeol, a destacar bens estratégicos dos EUA para a Coreia do Sul “de uma forma atempada e coordenada, conforme necessário”, com base nas ações da Coreia do Norte.

O F-35, um caça-bombardeiro furtivo de quinta geração, desenvolvido principalmente pelas empresas Lockheed Martin e Northrop Grumman, dos EUA, e pela britânica BAE Systems, é considerado pela Coreia do Norte como um dos ativos que mais ameaçam a segurança.

Seul e Washington acreditam que Pyongyang se prepara há semanas para realizar o primeiro ensaio nuclear desde 2017 e que a execução deste depende unicamente de uma ordem do líder Kim Jong-un.

A Coreia do Norte, isolada do mundo pela pandemia desde 2020, ignorou os pedidos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos para retomar as negociações sobre a desnuclearização.

No ano passado, Pyongyang aprovou um plano de modernização de armamento, que está por detrás do número recorde de ensaios com projéteis realizados este ano – mais de 20.

O comandante das Forças dos EUA na Coreia, Paul LaCamera, disse ontem durante um evento em Seul que a questão sobre o próximo teste nuclear de Pyongyang “não é se isso vai acontecer ou não, mas quando”.

14 Jul 2022

Coreia do Sul efetua testes com mísseis em resposta ao ensaio de Pyongyang

O Exército sul coreano anunciou hoje o disparo de vários mísseis em resposta ao ensaio de um míssil balístico intercontinental da Coreia do Norte.

“Respondendo ao lançamento do míssil intercontinental (ICBM) da Coreia do Norte, as Forças Armadas, em conjunto, dispararam mísseis do solo, do mar e do ar” desde as 16:25 para o mar do Japão, indicou o Estado-Maior de Seul através de um comunicado.

Nas últimas horas, o Ministério da Defesa do Japão informou que a Coreia do Norte efetuou o disparo de um míssil balístico intercontinental que atingiu a Zona Económica Exclusiva (marítima) japonesa.

“As nossas análises indicam que o míssil balístico (da Coreia do Norte) deslocou-se durante 71 minutos e caiu cerca das 15:44 na Zona Económica Exclusiva, no mar do Japão, a cerca de 150 quilómetros a oeste da península de Oshima”, ilha norte de Hokkaido, declarou o vice-ministro da Defesa, Makoto Oniki, acrescentando que podia tratar-se de um míssil balístico intercontinental (ICBM).

“Dado que o míssil balístico voou a uma altitude de mais de seis mil quilómetros, o que é bem mais elevado que o ICBM Hwasong-15, que foi lançado em novembro de 2017, pensamos que o de hoje seja um novo ICBM”, salientou.

Oniki indicou que o Ministério da Defesa japonês não tinha recebido qualquer informação relativa a danos causados em navios ou aviões, mas o responsável sublinhou que este disparo representa uma “ameaça séria” para a segurança do Japão.

De acordo com Washington e Seul, Pyongyang está a testar um novo míssil balístico intercontinental (ICBM), designado Hwasong-17, alegadamente com maior alcance e poder destrutivo.

24 Mar 2022

Coreia do Sul bate recorde de novos casos de covid-19

A Coreia do Sul quebrou hoje um novo recorde de infeções por covid-19, registando mais de 621.000 casos, num momento em que as autoridades consideram que o país está a atingir o pico da vaga causada pela variante Ómicron.

As autoridades de saúde sul-coreanas disseram que foram detetados 621.328 casos na quarta-feira, dos quais apenas 62 eram de pessoas que chegaram do exterior.

O número representa um salto de 55% em relação aos dados do dia anterior e de 120% em relação aos de há uma semana.

As autoridades anunciaram também um número recorde de mortes diárias ligadas à covid-19, 429, embora o número de pessoas com sintomas moderados a graves tenha caído para 1.159, menos 100 do que no dia anterior.

O Ministério da Saúde sul-coreano disse que considera que o pico da vaga atual, causada pela variante Ómicron, será atingido esta semana ou na próxima.

O primeiro-ministro, Kim Boo-kyum, solicitou a revisão dos protocolos para reclassificar o covid-19 como uma doença menos grave.

Isso permitiria mais agilidade aos serviços de saúde para combater um número crescente de positivos com sintomas leves ou assintomáticos. As autoridades têm vindo a flexibilizar gradualmente as restrições em vigor.

Está agendada para sexta-feira uma reunião para decidir sobre a prorrogação ou flexibilização das principais medidas, que incluem o encerramento obrigatório dos hotéis às 23:00 e um máximo de seis pessoas em reuniões privadas.

O país asiático, onde 86,6% da população tem esquema vacinal duplo completo e 62,8% uma dose de reforço, registou desde o início da pandemia cerca de 8,25 milhões de infeções e pouco mais de 11.400 mortes.

17 Mar 2022

Coreia do Sul envia equipamento militar não letal e material médico para a Ucrânia

A Coreia do Sul vai enviar equipamento militar não letal, como capacetes e cobertores à prova de bala, e material médico para a Ucrânia, anunciou hoje o Governo.

O carregamento, avaliado em cerca de mil milhões de won (733 mil euros), consiste em conjuntos de primeiros socorros, rações alimentares militares prontas a comer e tendas, disso o porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano, Boo Seung-chan, em conferência de imprensa.

Os pormenores da remessa “ainda estão em discussão”, acrescentou Boo, de acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

Na semana passada, o mesmo porta-voz tinha afirmado que o Ministério da Defesa acredita existirem “limites para o fornecimento de armas letais” à Ucrânia, numa aparente rejeição do pedido de fornecimento de armas feito por Kiev à comunidade internacional.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, solicitou ajuda humanitária e militar, incluindo armas, para tentar repelir a invasão do exército russo, iniciada há quase três semanas.

Os meios de comunicação sul-coreanos noticiaram que Kiev terá pedido a Seul mísseis antitanque, espingardas, coletes à prova de bala e o fornecimento de informações militares obtidas por satélite.

O Governo sul-coreano, que se juntou à UE e ao G7 [Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido] na imposição de sanções económicas à Rússia, comprometeu-se até agora a enviar cerca de nove milhões de euros em ajuda humanitária para a Ucrânia.

No mês passado, o embaixador ucraniano em Seul, Dmytro Ponomarenko, também pediu ajuda a Seul para reforçar a cibersegurança no seu país.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

15 Mar 2022

Novo Presidente sul-coreano preparado para dialogar com Pyongyang

O Presidente eleito sul-coreano, o conservador Yoon Suk-yeol, afirmou hoje que vai manter a janela de diálogo com Pyongyang “sempre aberta” e prometeu reforçar a cooperação militar com Washington, depois de vencer as eleições presidenciais.

Yoon apresentou-se hoje como o Presidente eleito da Coreia do Sul, com um apelo à “unidade” e ao “senso comum”, depois de obter uma vitória muito apertada nas eleições, realizadas na quarta-feira após uma campanha eleitoral marcada por diversos escândalos.

O líder do Partido do Poder Popular (PPP) conquistou a vitória eleitoral contra o liberal Lee Jae-myung, do partido no poder, por menos de 250 mil votos (0,73%), a menor margem registada em escrutínios livres nos últimos 35 anos na Coreia do Sul.

Yoon chegou ao poder depois de adotar um tom mais duro com o regime da Coreia do Norte do que o do presidente cessante, Moon Jae-in, que promoveu o degelo na relação entre os dois países vizinhos e facilitou as negociações com os Estados Unidos da América (EUA), para a desnuclearização da península coreana.

O Presidente eleito afirmou hoje que procurará fortalecer as defesas nacionais para dissuadir o regime de Pyongyang de qualquer “provocação”, além de reforçar a cooperação na área da Defesa com os EUA.

Yoon, que durante a campanha falou de “ataques preventivos” contra o Norte, alertou hoje que “responderá severamente” se Pyongyang tomar “ações ilegais ou irracionais”, embora tenha acrescentado que “sempre deixará a porta aberta para o diálogo”.

A sua vitória eleitoral ocorre após o regime de Kim Jong-un testar várias armas, incluindo mísseis hipersónicos e projéteis balísticos de alcance intermédio.

A imprensa oficial norte-coreana, que ainda não comentou o resultado eleitoral no Sul, noticiou hoje uma visita de Kim às instalações aeroespaciais nacionais para supervisionar um programa de desenvolvimento de satélites destinados a espionar os EUA e os seus aliados.

O desenvolvimento de satélites de vigilância e de recolha de informações foi uma das medidas aprovadas no congresso norte-coreano de partido único, em janeiro de 2021, junto com outras, para ampliar o arsenal do país, o que sugere uma estratégia de longo prazo para tentar forçar o regresso das negociações com Washington, independentemente de quem governa em Seul.

Horas depois de se proclamar vencedor das eleições, Yoon Suk-yeol conversou por telefone com o Presidente dos EUA, Joe Biden, que o congratulou pela vitória e expressou o desejo de aprofundar uma aliança bilateral, que definiu como o “eixo da paz, segurança e prosperidade no Indo-Pacífico”.

Ambos também se comprometeram a “manter estreita a coordenação na resposta às ameaças representadas pelos programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte”, segundo a Casa Branca.

Um dos aspetos específicos em que os aliados podem reforçar as suas capacidades conjuntas é a implantação de sistemas de mísseis THAAD adicionais em território sul-coreano, mas que pode aumentar as tensões com China, que considera esses escudos como uma ameaça à sua segurança nacional.

O líder conservador, que deve assumir o cargo em 10 de maio, disse hoje que aspira construir uma relação de “respeito mútuo” com Pequim.

Em relação ao Japão, um país com o qual os laços se deterioraram nos últimos anos devido a disputas relacionadas à ocupação japonesa da Coreia antes da Segunda Guerra Mundial, Yoon disse que trabalhará para alcançar um “relacionamento que olha para o futuro”.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, felicitou hoje Yoon e defendeu relações “saudáveis” entre Tóquio e Seul.

10 Mar 2022

Coreia do Sul ultrapassa um milhão de infeções de covid-19 desde início da pandemia

A Coreia do Sul ultrapassou hoje o milhão de casos de covid-19 acumulados desde o início da pandemia, depois de ter registado um novo recorde diário de 38.691 casos face ao rápido aumento das infeções devido à propagação da variante Ómicron.

As infeções têm aumentado acentuadamente no território asiático nos últimos dias. Os casos diários passaram a marca de 30.000 pela primeira vez, três dias após terem atingido 20.000 e uma semana após terem ultrapassado 10.000 em 26 de janeiro.

As infeções aumentaram mais de cinco vezes nas últimas duas semanas na Coreia do Sul e os responsáveis de saúde sul-coreanos acreditam que podem continuar a acumular picos e atingir 100.000 infeções diárias nas próximas semanas após as férias de Ano Novo Lunar, que duraram até quarta-feira.

As autoridades comunicaram hoje mais 15 mortes, elevando o número total de mortes por covid-19 para 6.873, o que mostra uma taxa de fatalidade de 0,68%.

Numa tentativa de travar a propagação, o governo sul-coreano prorrogou até 20 de fevereiro as suas atuais medidas de prevenção de infeções, que proíbem concentrações privadas de mais de seis pessoas e estabelecem uma hora de encerramento de negócios às 21:00.

As autoridades sul-coreanas também planeiam baixar a idade das pessoas elegíveis para serem tratadas com comprimidos covid-19 de 60 para 50 anos a partir de segunda-feira.

6 Fev 2022

Homem que entrou clandestinamente na Coreia do Norte será um desertor, diz Coreia do Sul

Um homem que entrou clandestinamente na Coreia do Norte no sábado a partir da Coreia do Sul será um desertor norte-coreano que regressou ao país, admitiu hoje o Ministério da Defesa sul-coreano.

O indivíduo foi avistado pelo sistema de vigilância quando atravessava a parte oriental da zona desmilitarizada que divide a península coreana, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

Os militares sul-coreanos lançaram uma operação de busca, mas sem resultado.

As autoridades sul-coreanas ainda não identificaram o homem, mas um funcionário do Ministério da Defesa disse que deverá ser uma pessoa atravessou a fronteira clandestinamente em 2020.

“Assumimos que foi o mesmo homem que desertou para o Sul ao escalar a cerca de arame farpado em novembro de 2020”, disse a fonte do Ministério à AFP. O homem terá cerca de 30 anos, acrescentou.

Uma fonte do Ministério da Defesa disse à agência noticiosa sul-coreana Yonhap que o homem “foi reconhecido como o mesmo desertor”.

Até agora, não foram encontradas provas de espionagem, disse a mesma fonte, sob a condição de não ser identificada.

Após ter chegado à Coreia do Sul, o homem terá trabalhado como funcionário de limpeza, uma indicação de que poderia ter tido dificuldades económicas e preferido regressar à Coreia do Norte, segundo a agência sul-coreana.

Os militares sul-coreanos informaram as autoridades da Coreia do Norte sobre o caso e Pyongyang confirmou ter recebido a informação.

“Mas não houve resposta sobre o nosso pedido de proteção da pessoa”, disse a fonte do Ministério da Defesa à Yonhap.

Anos de repressão e pobreza na Coreia do Norte levaram mais de 30.000 pessoas a fugir para o Sul nas décadas após a Guerra da Coreia (1950-1953), mas as travessias na direção contrária são muito raras.

Em 2020, soldados norte-coreanos mataram a tiro, no mar, um funcionário sul-coreano do setor das pescas que Pyongyang disse ter atravessado ilegalmente a fronteira marítima.

A grande maioria dos norte-coreanos que escapam primeiro vão para a China antes de se dirigirem para a Coreia do Sul.

Apenas alguns ousaram atravessar a zona desmilitarizada, que está repleta de minas e arame farpado e tem uma forte presença militar de ambos os lados.

Este incidente ocorre depois de a Coreia do Sul ter reforçado o seu sistema de defesa de fronteira com equipamento de vigilância mais sofisticado.

4 Jan 2022

Coreia do Sul diz ter concluído projeto para pôr fim à Guerra da Coreia

O ministro dos Negócios Estrangeiros sul-coreano afirmou hoje que Seul e Washington concluíram um projeto de declaração para pôr fim à Guerra da Coreia e trazer a Coreia do Norte de volta às negociações.

A Coreia do Sul e os Estados Unidos da América (EUA) concordam com a importância de uma declaração que ponha fim à guerra na península e “concluíram virtualmente um projeto”, disse Chung Eui-yong, em conferência de imprensa.

O objetivo é assinatura de um tratado de paz para pôr fim à Guerra da Coreia (1950-1953), que terminou apenas com um cessar-fogo, mantendo os dois vizinhos tecnicamente em guerra.

“Estamos a explorar várias formas de fazer avançar as conversações com a Coreia do Norte”, acrescentou Chung, sem pormenorizar, citado pela agência de notícias sul-coreana Yonhap.

Observadores disseram já duvidar da viabilidade desta iniciativa, destinada a trazer Pyongyang de volta às conversações de desnuclearização da península coreana.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un Yo-jong, afirmou já não estar interessado em realizar quaisquer reuniões com os EUA para tentar reavivar o diálogo de desnuclearização suspenso, devido à “política hostil” em relação ao regime.

As observações de Chung surgiram quando na Coreia do Norte está a decorrer uma reunião plenária do partido único, na qual serão delineadas políticas e ação diplomática para o próximo ano. Kim Jong-un deverá proferir um discurso no encerramento, provavelmente no final desta semana.

29 Dez 2021

Covid-19 | Coreia do Sul com mais de 7.800 casos diários. Governo prepara restrições

A Coreia do Sul registou hoje 7.850 novos casos de covid-19, tendo o Governo sul-coreano anunciado que vai reativar as restrições para aliviar a pressão sobre os hospitais. O número de casos diários tem vindo a aumentar, desde 01 de novembro, quando a Coreia do Sul levantou várias restrições, de quatro mil para quase oito mil.

De acordo com a agência de controlo e prevenção de doenças sul-coreana, 75% dos novos casos foram detetados na região de Seul, onde mais de metade da população do país, de 51 milhões, reside.

As autoridades sul-coreanas estão especialmente preocupadas com o número de casos graves e de mortes, uma vez que, desde novembro, os óbitos devidos à covid-19 representam já 35,1% do total desde o início da pandemia.

Por outro lado e uma vez que 30% dos novos casos de covid-19 são diagnosticados em pessoas com mais de 60 anos, vacinados no início deste ano, o Governo está a tentar acelerar a administração de doses de reforço. Ao mesmo tempo, as autoridades estão também a tentar acelerar a vacinação do grupo que regista 20% dos novos casos, os menores de 20 anos.

A variante Ómicron do novo coronavírus levou a Coreia do Sul a prolongar a quarentena obrigatória de dez dias, até 06 de janeiro, para todos aos viajantes oriundos do estrangeiro.

O Governo sul-coreano deverá anunciar novas restrições na quinta-feira, estando a ser considerado uma redução do número máximo de pessoas em grupos, atualmente de seis na região da capital e de oito no resto do país, e a reintrodução do encerramento noturno obrigatório da indústria hoteleira para conter os contágios.

A covid-19 provocou pelo menos 5.311.914 mortes em todo o mundo, entre mais de 269 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

15 Dez 2021

Ex-Presidente sul coreano Roh Tae-woo morreu aos 88 anos

O ex-Presidente sul-coreano Roh Tae-woo morreu hoje aos 88 anos, segundo o Hospital Universitário Nacional de Seul.

A instituição hospitalar adiantou que Roh morreu enquanto estava a ser tratado por uma doença, mas não avançou mais pormenores.

Roh liderou uma divisão do exército em Seul em apoio ao golpe militar de 1979 que fez do seu amigo do exército Chun Doo-hwan Presidente.

O golpe e uma subsequente repressão militar contra os manifestantes pró-democracia em 1980 são dois dos capítulos mais negros da história moderna da Coreia do Sul.

As revoltas pró-democracia em 1987 forçaram Roh e Chun a aceitar uma votação presidencial direta. Roh acabou por ganhar as eleições presidenciais mais tarde, em 1987.

Após deixar o cargo admitiu ter acumulado uma fortuna que resultava de subornos e foi preso, tendo sido posteriormente perdoado numa tentativa de reconciliação nacional, passando os seus últimos anos fora da vista do público.

26 Out 2021

Coreia do Sul lança com êxito o seu primeiro foguetão espacial

A Coreia do Sul lançou hoje o seu primeiro foguetão de fabrico próprio, segundo as imagens transmitidas pela televisão, tornando-se o décimo país do mundo com capacidade para desenvolver e lançar veículos espaciais.

O veículo coreano de lançamento de satélites, chamado Nuri, foi lançado do centro espacial Naro, em Goheung, no sul do país, às 17:00 locais.

O Instituto de Investigação Aeroespacial da Coreia (KARI) confirmou que o Nuri colocou com éxito na órbita terrestre, um satélite simulado de 1,5 toneladas ao alcançar 700 quilómetros de altitude cerca de 16 minutos depois de descolar.

Cerca de 30 empresas sul-coreanas participaram no desenvolvimento do Nuri, que demorou uma década a ser desenvolvido e custou dois triliões de won. Com seis motores de combustível líquido, pesa 200 toneladas e tem 47,2 metros de comprimento.

A Coreia do Sul é a 12.ª maior economia do mundo e um dos países mais avançados tecnologicamente, com o maior fabricante mundial de smartphones e chips Samsung Electronics.

O país ficou para trás na corrida à conquista do espaço, que a União Soviética liderou com o lançamento do primeiro satélite em 1957, seguido de perto pelos Estados Unidos.

Ásia, China, Japão e Índia desenvolveram programas espaciais avançados, e a Coreia do Norte é o mais recente participante no clube de países capazes de lançar um satélite.

Os primeiros dois lançamentos da Coreia do Sul, em 2009 e 2010, com tecnologia russa, foram um fracasso. O segundo foguetão explodiu após dois minutos de voo, com Seul e Moscovo a culparem-se mutuamente. Em 2013, o terceiro lançamento foi um êxito.

O negócio do lançamento de satélites está cada vez mais nas mãos de empresas privadas, como a SpaceX de Elon Musk, cujos clientes incluem a agência espacial norte-americana NASA e as forças armadas sul-coreanas. A Coreia do Sul pretende aterrar uma sonda na Lua até 2030.

21 Out 2021

Presidente da Coreia do Sul abre à porta à proibição do consumo de carne de cão

O Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, abriu ontem a porta a uma proibição do consumo de carne de cão no país, um costume que se tornou uma vergonha internacional, revelou o seu gabinete.

“Não terá chegado o momento de considerar prudentemente a proibição do consumo de carne de cão?”, disse Moon ao primeiro-ministro, Kim Boo-kyum, de acordo com a porta-voz presidencial citada pela agência France-Presse.

A recomendação foi feita durante uma apresentação do plano para melhorar o sistema de tratamento dos animais abandonados, disse a porta-voz.

A carne de cão é um alimento popular na Coreia do Sul, com estimativas de até um milhão de animais consumidos por ano. Mas o seu consumo tem diminuído à medida que os sul-coreanos passaram a ver os cães mais como companheiros do que como alimento.

O consumo de carne de cão tornou-se tabu entre as gerações mais jovens e a pressão dos ativistas animais tem aumentado na Coreia do Sul. A indústria de animais de estimação está a crescer na Coreia do Sul, com cada vez mais famílias a viverem com um cão em casa, a começar pelo chefe de Estado.

Moon Jae-in nunca escondeu o seu amor por cães e tem vários na sua residência presidencial, incluindo um rafeiro que resgatou depois de tomar posse.

Esta adoção foi uma das suas promessas de campanha e Tory tornou-se o primeiro cão a ser levado de um centro de acolhimento de animais para a Casa Azul, o palácio presidencial em Seul.

A lei de proteção dos animais da Coreia do Sul centra-se na proibição do abate cruel de cães e gatos, mas não proíbe o seu consumo.

As autoridades têm recorrido a este e outros regulamentos de higiene para reprimir as quintas de criação de cães para consumo alimentar e os restaurantes que servem a sua carne antes de eventos internacionais, como os Jogos Olímpicos de Inverno de 2018.

28 Set 2021

Covid-19 | Coreia do Sul avança com terceira dose da vacina nos próximos meses

A Coreia do Sul planeia administrar a terceira dose da vacina contra a covid-19 aos grupos prioritários, nos próximos meses, anunciou hoje o Governo.

O primeiro-ministro sul-coreano, Kim Boo-kyum, disse hoje que na próxima segunda-feira vai divulgar as datas exatas de administração da dose de reforço, adiantando que será aplicada nos próximos meses.

Conforme apontou, numa primeira fase, a vacina será administrada a pessoas com mais de 60 anos e a profissionais da saúde. Por outro lado, o executivo quer encurtar o atual intervalo entre a primeira e a segunda dose.

Segundo os dados da Agência de Prevenção e Controle de Doenças Infecciosas (KDCA), 45,2% da população do país já foi inoculada com as duas doses, enquanto 74,1% receberam a primeira dose.

As previsões do Governo apontam para mais de 70% da população vacinada com as duas doses até ao final de outubro.

O país contabilizou 3.272 infetados no sábado, o número mais elevado desde o início da pandemia, agravado pelas novas variantes e pelo período de férias.

O primeiro-ministro sul-coreano classificou como “muito grave” o aumento das infeções, acrescentando que a evolução das próximas semanas vai determinar o início do plano de regresso “à vida normal”.

Desde o início da pandemia de covid-19, a Coreia do Sul contabilizou 300.000 infetados e 2.450 mortes.

27 Set 2021

Influente irmã de líder norte-coreano ameaça Seul com corte total de relações

Kim Yo Jong, a influente irmã do líder da Coreia do Norte, criticou ontem o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e ameaçou com uma “destruição completa” das relações bilaterais, horas depois do lançamento de mísseis balísticos pelos dois países.

Kim Yo Jong reagia às declarações de Moon Jae-in que, momentos antes, afirmou que a capacidade crescente de mísseis da Coreia do Sul servirá como uma “dissuasão segura” contra as “provocações norte-coreanas”.

Moon fez os comentários após o primeiro teste bem-sucedido da Coreia do Sul com um míssil balístico lançado por um submarino, teste que aconteceu horas depois de os militares sul-coreanos e japoneses confirmarem que a Coreia do Norte tinha disparado dois mísseis balísticos, que caíram no Mar do Japão.

Segundo a imprensa estatal de Pyongyang, a também conselheira do Presidente Kim Jong Un condenou a “atitude ilógica de Seul”, lembrando que, segundo a lógica da Coreia do Sul, os mísseis sul-coreanos são “ações legítimas para apoiar a paz” enquanto os norte-coreanos constituem “uma ameaça à paz”.

Nesse sentido, Kim Yo Jong considerou, por sua vez, como “uma provocação” a descrição dos testes de mísseis da Coreia do Sul e advertiu para os perigos de uma “destruição completa” das relações bilaterais se o Presidente Moon Jae-in continuar a caluniar a Coreia do Norte.

A Coreia do Sul, que não possui armas nucleares, está sob a proteção do “guarda-chuva nuclear” norte-americano, que garante uma resposta devastadora dos Estados Unidos em caso de ataque ao seu aliado.

No entanto, Seul tem acelerado os esforços para construir as suas armas convencionais, incluindo o desenvolvimento de mísseis mais poderosos.

Especialistas dizem que os avanços militares de Seul têm como objetivo melhorar a capacidade de ataques preventivos e destruir as principais instalações e ‘bunkers’ norte-coreanos.

Além do míssil lançado por submarino, a Coreia do Sul também testou um míssil a partir de um aparelho militar.

Em Tóquio, o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, condenou o lançamento dos dois mísseis balísticos pela Coreia do Norte afirmando que, além de violar resoluções internacionais, representam “uma ameaça à paz e à segurança” do seu país.

Suga, em declarações à imprensa, expressou o seu “forte protesto” e apontou que o teste “viola as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, garantindo que o Japão “está a acompanhar a situação”.

Por outro lado, adiantou que Tóquio convocou uma reunião do Conselho de Segurança Nacional depois de os mísseis atingirem as águas da zona económica exclusiva do arquipélago japonês.

A última vez que o regime norte-coreano disparou um míssil balístico foi no final de março passado, quando testou o que parecia ser uma versão de seu míssil KN-23, capaz de traçar trajetórias muito difíceis de intercetar.

Além disso, o teste de hoje ocorreu depois de os norte-coreanos terem anunciado, na segunda-feira, que tinham testado um novo tipo de míssil de cruzeiro no fim de semana.

Este armamento, devido ao seu alcance, capacidade de contornar os sistemas de deteção e potencial para carregar também ogivas nucleares, é considerado uma ameaça direta pelo Japão.

16 Set 2021