Coreia do Sul assegura que Kim Jong-un está “vivo e de boa saúde”

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades sul-coreanas consideram que o líder da Coreia do Norte está “vivo e de boa saúde”, minimizando a seriedade dos rumores sobre os alegados de problemas de saúde de Kim Jong-un. “A posição do nosso Governo é firme”, disse Moon Chung-in, conselheiro especial do Presidente sul-coreano em segurança nacional, à emissora de televisão norte-americana CNN, no domingo.

O conselheiro acrescentou ainda que o líder norte-coreano está hospedado desde 13 de abril em Wonsan, um resort à beira-mar no leste do país. “Nenhuma acção suspeita foi detectada até agora”, reforçou. A imprensa internacional noticiou este domingo que o suposto comboio de Kim Jong-un foi avistado em imagens de satélite entre os dias 21 e 23 de Abril parado numa estação reservada à sua família, na cidade de Wonsan.

As fotografias foram publicadas pelo portal especializado em assuntos norte-coreanos, 38 North, e, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, a locomotiva está estacionada, naquele local, pelo menos desde terça-feira.

De acordo com o portal norte-americano 38 North, a presença do comboio “não prova nada sobre o paradeiro do líder norte-coreano nem indica sobre o seu estado de saúde”, adiantando, por outro lado, que “dá credibilidade de que Kim está numa zona balnear na costa leste”.

Na semana passada, a cadeia de televisão norte-americana CNN tinha noticiado, citando um responsável norte-americano, que os EUA tinham acesso a informações de que Kim Jong-un estaria “em estado grave”, devido a complicações pós-operatórias.

As dúvidas sobre os possíveis problemas de saúde do líder norte-coreano surgiram após a sua ausência na tradicional visita ao mausoléu de Pyongyang onde permanece o corpo do seu avô Kim Il-sung, de acordo com as imagens divulgadas pelos média do país.

Por tradição, no dia 15 de Abril, aniversário do nascimento do seu avô e a principal festividade nacional, Kim Jong-un visita o Palácio do Sol de Kumsusan e presta tributo ao fundador da Coreia do Norte, com ampla cobertura dos media controlados pelo regime.

O Daily NK, um meio de comunicação administrado por norte-coreanos desertados, informou que o líder norte-coreano havia sido operado em Abril devido a problemas cardiovasculares, e estava a recuperar numa vila da província de Pyongan Norte. Com 36 anos, o líder norte-coreano tem problemas de obesidade e é um fumador compulsivo. O estado de saúde de Kim Jong-un permanece em grande mistério, de acordo com a agência EFE.

27 Abr 2020

Pyongyang comemora com discrição aniversário de Kim Il-sung

[dropcap]A[/dropcap]s comemorações do 108.º aniversário de Kim Il-sung, o fundador do regime norte-coreano em vigor, foram realizadas com discrição na Coreia do Norte, país que também está a lutar para se proteger da pandemia da covid-19. Ontem celebrou-se a data de nascimento do avô do actual líder norte-coreano, Kim Jong-un, um dos principais dias do calendário político norte-coreano, a ponto de ser chamado de “Dia do Sol”.

No entanto, Pyongyang decidiu fazer grandes restrições para se proteger da pandemia do novo coronavírus que se espalhou pelo mundo em poucos meses. Como todos os anos, os norte-coreanos dirigiram-se à colina de Mansu, na capital, onde foram construídas as estátuas de Kim Il-sung e do seu filho e sucessor Kim Jong-il, para colocar coroas de flores aos pés destes monumentos.

Mas o número de habitantes que prestaram homenagens foi bem menor do que nos anos anteriores, quando não era incomum ver grupos de centenas de trabalhadores ou soldados. Em tempos normais, centenas de cestas de flores já se acumulariam no meio da manhã em frente às estátuas, mas não foi isso que aconteceu.

Este ano, o Norte cancelou muitos eventos das celebrações do 15 de abril, incluindo a Maratona de Pyongyang, que normalmente é o evento mais lucrativo de sua agenda anual de turistas.

Os media oficiais não mencionaram o Festival Kimilsungia, uma exposição de orquídeas muito famosa na Coreia do Norte. O corpo embalsamado de Kim Il-sung está em exibição no Palácio do Sol Kumsusan, em Pyongyang. O regime fechou as suas fronteiras e colocou em quarentena milhares de norte-coreanos, mas também centenas de estrangeiros. O Governo norte-coreano alega não ter registado nenhum caso da covid-19.

16 Abr 2020

A política global invertida

“As the coronavirus began to spread across the United States, President Trump repeatedly insisted that it was nothing to worry about. Two months later, the United States became the first country in the world with more than 100,000 cases, the economy has ground to a near standstill, and the virus has killed more than 1,000 people in New York state alone. As cases increased and stocks tumbled, the president’s attitude toward the threat of covid-19, the disease caused by the novel coronavirus, has evolved from casual dismissal to reluctant acknowledgment to bellicose mobilization.”
Harry Stevens and Shelly Tan

 

[dropcap]O[/dropcap] Iraque aperfeiçoou-se no “eixo do mal”, mas o Irão e a Coreia do Norte continuam a ser os bichos-papões dos Estados Unidos e adicionando a Venezuela e a Síria à lista, ter-se-á um grupo de adversários empenhado dos americanos. Mas, ao contrário da lista original do ex-presidente George Bush, que precipitou a mudança de regime no Iraque, o presidente Trump não fará muito para derrubar os seus adversários e, portanto, é improvável que os Estados Unidos comecem uma nova guerra em 2020 até porque a COVID-19 vai minar por completo a energia e ânimo do país. O Irão é o maior desafio e após o assassinato de Suleimani pelos Estados Unidos, necessitava de retaliar, incluindo uma aceleração mais rápida do seu programa nuclear, a expansão da sua guerra e provavelmente até ataques directos contra os Estados Unidos e seus aliados.  Sucede que nem o presidente Trump nem o Irão querem a guerra.

O presidente dos Estados Unidos abomina empreendimentos estrangeiros e um conflito com o Irão seria grande e poderia prejudicá-lo durante a campanha eleitoral.  Apesar de toda a sua arrogância, as elites iranianas mantêm um respeito saudável pelo poder dos Estados Unidos.   Todavia, os aliados dos Estados Unidos (especialmente a Arábia Saudita e Israel) são castigados pela falta de apoio dos americanos ao confronto. A Arábia Saudita, em particular, está a procurar formas de aliviar as tensões e uma solução diplomática continua a ser um tiro no escuro, mas ainda é de acreditar contra uma grande guerra entre os Estados Unidos e o Irão, mais quando a COVID-19 está a enfraquecer de forma brutal ambos os países.

A Coreia do Norte jogará “difícil” nos próximos meses, pois sabe que o presidente Trump está desesperado por uma vitória na política externa que o favoreça melhor que qualquer outro candidato e daí será seguro avançar com a escalada de demonstrações/provocações com o programa de mísseis e talvez até um lançamento de satélite ou um teste intercontinental de mísseis balísticos. Ainda assim, trata-se de garantir o alívio das sanções, não levando os Estados Unidos à beira do abismo. Se comparado com o Irão e a Coreia do Norte, o presidente Trump importa-se pouco com a sorte da Síria ou da Venezuela e continuará a aliciar tropas na Síria, apesar das consequências inevitáveis ​​de que a Rússia e o Irão beneficiarão e o Estado Islâmico possa ter a capacidade improvável de se reorganizar.

O presidente venezuelano, Nicolas Maduro, continuará a presidir um governo que destruiu o seu país, mas apresenta pouco risco para alguém, além dos seus vizinhos.  As possibilidades do presidente Trump tomar acções militares na Venezuela são próximas do zero. O populismo continua a crescer em todo o mundo, capturando mais atenção da média durante o seu percurso.  No entanto, apesar de toda a retórica agressiva e os personagens coloridos, as democracias mais solidificadas do mundo permanecem mais bem posicionadas para enfrentar a tempestade populista pelo menos em 2021, ainda que por razões diferentes. O processo de formulação de políticas nos Estados Unidos permanece aprisionado tanto por interesses especiais, quanto pelo corpo político profissional do país (o que Trump chama de “estado profundo”, mas na verdade é uma “burocracia profunda”).  Na Europa, os países continuam a sofrer uma onda de populismo a nível nacional, mas a sua perturbação foi limitada pela arquitectura supranacional da União Europeia (UE), com um conjunto durável de instituições legisladoras com os trabalhadores mais tecnocráticos.

O Reino Unido ao sair da UE é a excepção, mas sob a liderança maioritária de um Boris Johnson maximamente não ideológico, obtém uma pausa de curto prazo, mas por seu lado, o Japão contornou o fenómeno político do populismo, o resultado de uma combinação única de baixa desigualdade, migração limitada, aversão à aventura militar e o alcance comparativamente pequeno de “notícias falsas”. Os políticos populistas a curto prazo criarão pouco impacto nas políticas, o que não significa que esses países sejam isolados de políticas populistas indefinidamente.

A desaceleração do crescimento económico global acelerado pela pandemia da COVID-19, as alterações climáticas e o deslocamento dos trabalhadores fortalecerão os políticos populistas ao longo do tempo, mas para 2020, não haverá muito impacto político. O Reino Unido faz uma interrupção, o que constitui uma grande vitória para Boris Johnson e para o seu Partido Conservador, sendo uma perda ainda mais histórica para os simbólicos esforços eleitorais de Jeremy Corbyn, dando aos britânicos algum espaço necessário para respirar. O Reino Unido (finalmente!) saiu da UE a 31 de Janeiro de 2020, após quase quatro anos de incerteza política sem precedentes.  A nova maioria conservadora de Boris Johnson votou no acordo de retirada e na “declaração política” para formalizar a saída do Reino Unido, fazendo que o primeiro-ministro lidere um “governo de divergência”, que dê prioridade à liberdade regulatória do Reino Unido na Europa, fazendo tudo de forma diferente, mesmo que limite o acesso ao mercado único e crie ventos contrários substanciais para a economia do Reino Unido e seus sectores industriais.

Apesar disso, é improvável que haja um forte impacto em 2020. O Reino Unido permanecerá em uma transição paralisada durante todo este ano, mesmo quando as negociações se tornarem difíceis (o que invariavelmente ocorrerão), o que oferecerá aos investidores um certo grau de certeza com todo o ruído produzido. Boris Johnson apesar de ter pontuado na UE não está disposto a arriscar qualquer sindicância eleitoral. Ainda que a Escócia também seja ruidosa, não existe qualquer possibilidade de um referendo para a independência.  É verdade que a forte manifestação do Partido Nacional Escocês de Nicola Sturgeon nas eleições de 12 de Dezembro de 2019, reforçou a sua alegação de que os interesses da Escócia estavam a ser ignorados, mas é apenas com o tempo que a economia do Reino Unido reforça o seu impulso pela independência, pelo que 2020 não será um ano de alto risco para o Reino Unido.  A COVID-19 não irá acabar com a vida quotidiana como a conhecemos, mas também é a política global invertida.

Antes da intensificação da pandemia da COVID-19 existiam várias preocupações a nível mundial, e uma era a legitimidade das próximas eleições presidenciais americanas, devido às consequências do processo de “impeachment” mais politizado da história, à quase certeza de interferência estrangeira e aos candidatos à presidência que atiçavam chamas da teoria da conspiração. Era uma mistura potente de factores que garantiam que aproximadamente metade do país, sentiria como se as eleições lhes fossem “roubadas” se o candidato preferido não vencesse. Tudo continua a ser verdade e agora a COVID-19 abre uma nova avenida para recriminações políticas e lavagem de dinheiro, ao mesmo tempo que complica o acto físico de ir às urnas. Os Estados Unidos nunca tentaram uma votação por correio em todo o país ou uma votação electrónica nacional, e em um ambiente político tão polarizado quanto este, a COVID-19 aumenta esse risco.

A outra preocupação era de que a guerra tecnológica por mais nociva que seja entre os Estados Unidos e a China, ainda havia algo pior, pois essa divisão entre os dois países espalhar-se-ia para outras áreas económicas.

A COVID-19 acelerou consideravelmente essa linha do tempo, pois os sectores de manufactura e serviços foram forçados a começar a reorganizar as cadeias de fornecimentos e de actividades. As medidas, por enquanto, são temporárias, mas quanto maior se tornar a actual crise global da saúde, mais empresas serão forçadas a considerar e tomar medidas permanentes, aprofundando a divisão entre os Estados Unidos e a China. A COVID-19 aumenta significativamente esse risco. À medida que a disputa económica entre os Estados Unidos e a China se intensifica, a luta entre as duas únicas superpotências económicas do mundo, transformar-se-ia em uma luta mais ampla de influência e valores, juntamente com elementos de segurança nacional, o que também foi acelerado pela COVID-19, ao qual o presidente dos Estados Unidos e membros do seu partido começaram a referir-se como sendo o “vírus Wuhan” e o “vírus chinês”.

Os dois países têm líderes que se preocupam muito com a forma como a sua resposta ao COVID-19 está a ser vista e sentida pelas pessoas a nível interno e internacional e colocar a culpa de um país no outro não os ajuda a conter o vírus de forma alguma, mas sim ajuda a desviar as consequências políticas. As relações entre os sectores público e privado raramente foram fáceis. Mas, à medida que os problemas do mundo começaram a aumentar e os governos se esforçavam para os acompanhar, as pessoas iniciaram a procurar “Empresas Multinacionais (EMNs na sigla inglesa)” para ajudar a resolver muitos dos problemas que atormentavam as sociedades nas quais operavam e obtinham lucro. Antes do COVID-19, era de esperar que 2020 fosse um ano em que as EMNs enfrentariam pedidos de mais acções em questões sociais, como as alterações climáticas e a luta contra a pobreza, enquanto lutavam para satisfazer os accionistas em um ambiente económico global em desaceleração. Essa desaceleração da economia global continua a ser um grande desafio, devido ao COVID-19 e às novas preocupações da cadeia de fornecimentos, mas, por enquanto, os governos têm outras preocupações além de responsabilizar as multinacionais.

Os desafios que a COVID-19 traz oferece oportunidades para as empresas de tecnologia e produtos farmacêuticos intensificarem e ajudarem as pessoas a viver o mais normal possível durante estes tempos difíceis. Houve um nervosismo com o regresso do primeiro-ministro indiano Narendra Modi ao nacionalismo hindu, por se tratar de uma orientação política que teve ramificações significativas na sociedade indiana e no progresso do país em direcção a reformas económicas. A Índia até agora conseguiu lidar muito bem com o surto da COVID-19, mas não há garantias de que será assim no futuro, especialmente porque o país é três vezes maior que a China em termos de densidade populacional e não tem nem o mesmo tipo de capacidade de resposta política e de saúde e se houver uma irrupção de COVID-19 que atravesse o país poderá causar um dano social ainda maior.

Antes da acometida da COVID-19, a UE, sob a liderança da recente nova presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, estava a preparar-se para adoptar uma abordagem mais assertiva ao relacionamento com a China e os Estados Unidos, que se tornaria aparente, através do aumento da regulamentação tecnológica, aplicação mais estrita das regras e tarifas comerciais e ainda maior cooperação militar entre os demais estados membros do bloco europeu. A chegada da COVID-19 à Europa mudou fundamentalmente essa orientação e ao invés de combater os Estados Unidos e a China na esfera geopolítica, a UE está focada em combater o coronavírus no seu espaço geográfico. É difícil atingir esse objectivo dado o monstruoso número de infectados e mortos, onde sobressaem a Itália, Espanha, França e Alemanha.

As alterações climáticas começaram inalteradamente a passar das margens políticas para a o quotidiano político, e 2020 foi o ano em que o momento da acção climática forçaria um choque entre activistas, governos e empresas, e embora as alterações climáticas ainda representem a maior ameaça física e existencial que o mundo enfrenta, o imediatismo que o problema estava a ser tratado foi suplantado pela crise da COVID-19. O isolamento social e a diminuição brutal da actividade industrial é um beneficio para as alterações climáticas.

A política equivocada dos Estados Unidos em relação aos países liderados por xiitas no Médio Oriente (Irão, Iraque, Síria) estava a levar a região à instabilidade, mas, apesar da retórica, nem os americanos, nem os iranianos querem um confronto militar genuíno (não obstante, o assassinato de Soleimani). Tanto os Estados Unidos como o Irão estão a lutar para combater os seus surtos domésticos de COVID-19, o que significa que ambos os países têm menos incentivo para entrar em guerra. Ao mesmo tempo, um surto significativo de COVID-19 no Iraque e na Síria pode causar golpes reais a dois países que lutam para se estabilizar, e que a política dos Estados Unidos não os ajudou. Ainda que a COVID-19 diminua os riscos da política dos Estados Unidos em relação ao Irão, aumenta-os na Síria e no Iraque.

A América Latina estava em crise política antes mesmo do surgimento da COVID-19, com uma classe média recém-criada a exigir melhores serviços públicos e menos corrupção dos seus líderes e não conseguindo obtê-los. A América Latina começou a ser atingida tanto pela COVID-19 quanto a Ásia e a Europa, mas será apenas uma questão de tempo a sua evolução. Assim, combinados com o recente colapso dos preços do petróleo, após a decisão da Rússia e da Arábia Saudita de entrar em uma guerra de preços do petróleo, os líderes de países produtores de petróleo como o Brasil, Colômbia, Equador e México necessitam de se preparar para algumas semanas difíceis que terão pela frente.

O mesmo acontece com o restante da América Latina, cujo sistema de saúde e infra-estrutura subjacente serão testados como nunca nas próximas semanas e meses. A Turquia rapidamente recuperou a desvantagem de infectados por COVID-19 ocupando a décima terceira posição dos países com mais infectados. O presidente turco Recep Tayyip Erdogan tem um historial de agir de forma irregular quando sente a pressão política e económica. Tal pressão estava a aumentar devido às deserções de alto nível do seu partido, o AK, no poder, uma economia turca amolecida e a cara aventura militar na Síria, que prejudicaram seriamente as relações da Turquia com a Rússia e a UE. É de acrescentar a tensão iminente da COVID-19, e é possível que Erdogan actue de forma nova e imprevisível, lutando para manter o poder e a popularidade.

2 Abr 2020

Coreia do Norte fecha fronteiras para evitar propagação de vírus chinês – agência de viagens

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte vai encerrar temporariamente as fronteiras para se proteger do novo coronavírus detetado na China, informou ontem uma agência de viagens chinesa especializada em excursões ao país. Os chineses representam a esmagadora maioria dos turistas que chegam à Coreia do Norte, tendo o número de visitantes aumentado no ano passado devido à aproximação diplomática entre os dois países.

Pyongyang “fechará temporariamente as fronteiras a todos os turistas estrangeiros como medida de prevenção contra o coronavírus”, lê-se num comunicado da agência de viagens Young Pioneer Tours.

Vários países têm reforçado o controlo nos aeroportos devido ao vírus detetado no mês passado em Wuhan, cidade do centro da China, que provoca pneumonias virais e já causou nove mortos entre as mais de 440 pessoas infectadas.

Fora da China, foram já confirmados casos do novo coronavírus entre viajantes chineses na Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Taiwan e Estados Unidos, todos oriundos de Wuhan.

Citada pela agência de notícias France-Presse (AFP), a agência norte-coreana de viagens Koryo Tours disse ter sido “informada de que a medida [encerramento das fronteiras] está a ser considerada”, mas ainda não confirmou a decisão.

Também hoje o jornal norte-coreano Rodong Sinmun não deu a conhecer nenhuma medida especial aplicada pelo regime face ao vírus chinês, mencionando apenas que este “se espalhou rapidamente” e que as autoridades chinesas tomaram “medidas equivalentes”.

Outros surtos já levaram Pyongyang a fechar as fronteiras: em outubro de 2014, o regime aplicou a mesma medida para se proteger do vírus Ébola, apesar de não ter sido detetado nenhum caso na Ásia.

Já durante o surto SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong, suspendera excursões ao estrangeiro.

22 Jan 2020

Coreia do Norte | Kim ameaça retomar testes de mísseis atómicos e intercontinentais

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, ameaçou retomar os testes de mísseis nucleares e de longo alcance, suspensos durante as negociações com os Estados Unidos da América (EUA), revelando que em breve vai ser implantada uma “nova arma estratégica”

 
[dropcap]N[/dropcap]o âmbito da quinta reunião plenária do atual Comité Central do Partido dos Trabalhadores, Kim Jong-un disse que não há razão para preservar a medida activada desde 2018 por Pyongyang sobre o teste de armas de destruição em massa, considerando que houve uma falta de propostas por parte Washington.
As palavras do líder norte-coreano, reproduzidas pela agência estatal KCNA, representam um grande revés nas negociações sobre desnuclearização.
Apesar de ameaçar retomar os testes de mísseis atómicos e intercontinentais, Kim Jong-un deixou uma porta aberta para o diálogo, referindo que o aumento da capacidade nuclear de Pyongyang fica dependente da “atitude futura dos EUA” para com a Coreia do Norte. Este ano, o líder norte-coreano optou por não fazer um discurso de ano novo, mas publicou uma mensagem na página da assembleia.
Na mensagem, Kim disse que Washington respondeu à moratória do regime com exercícios militares realizados em conjunto com Seul, capital da Coreia do Sul, e com novas sanções. “Sob tais condições, já não há base para nós no que se refere a manter este compromisso unilateral [de suspender os testes de armas] durante mais tempo”, assegurou Kim Jong-un, dirigindo-se às elites do partido norte-coreano.
“Os actos hostis e a ameaça nuclear contra nós estão aumentando”, advertiu o líder norte-coreano, segundo a agência estatal KCNA, afirmando que “o mundo testemunhará uma nova arma estratégica que estará na posse da República Popular Democrática da Coreia (nome oficial do país) num futuro próximo”.
Com a “nova arma estratégica”, Kim referia-se, provavelmente, a um novo tipo de míssil balístico intercontinental (ICBM). Recentemente, o regime norte-coreano realizou dois testes que podem ser novos motores para o ICBM.

Dar uma chance

O secretário de Estado norte-americano disse que os Estados Unidos querem “paz, não confronto” com a Coreia do Norte, depois de Pyongyang ter anunciado o fim da moratória sobre ensaios nucleares e de mísseis balísticos.
“Precisamos de saber o que Kim [Jong-un] disse especificamente nessas observações”, apontou na terça-feira Mike Pompeo, em entrevista à cadeia televisiva CBS, após o anúncio do líder da Coreia do Norte tornado público pela agência de notícias oficial norte-coreana, KCNA. Ainda assim, o chefe da diplomacia norte-americana sublinhou que os Estados Unidos querem “paz, não confronto” com Pyongyang.
“Queremos deixar em aberto a possibilidade de o líder da Coreia do Norte fazer a melhor escolha, tanto para ele quanto para o seu povo”, acrescentou.
Pyongyang declarou uma moratória autoimposta a testes nucleares e lançamentos do ICBM em Abril de 2018, um gesto que ajudou a convocar a primeira cúpula entre Kim Jong-un e o Presidente dos EUA, Donald Trump, em Singapura.
Na reunião realizada em Junho de 2018, os dois países comprometeram-se a “trabalhar pela desnuclearização da península coreana”. No entanto, durante 2019, Pyongyang sublinhou a sua impaciência pela falta de avanços substanciais reais desde a reunião realizada há um ano e meio. O regime, enfatizou, nos últimos meses que deu à Casa Branca até o final do ano de 2019 para trazer novas propostas à mesa de negociações.

3 Jan 2020

Coreia do Norte | Kim ameaça retomar testes de mísseis atómicos e intercontinentais

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, ameaçou retomar os testes de mísseis nucleares e de longo alcance, suspensos durante as negociações com os Estados Unidos da América (EUA), revelando que em breve vai ser implantada uma “nova arma estratégica”

 

[dropcap]N[/dropcap]o âmbito da quinta reunião plenária do atual Comité Central do Partido dos Trabalhadores, Kim Jong-un disse que não há razão para preservar a medida activada desde 2018 por Pyongyang sobre o teste de armas de destruição em massa, considerando que houve uma falta de propostas por parte Washington.

As palavras do líder norte-coreano, reproduzidas pela agência estatal KCNA, representam um grande revés nas negociações sobre desnuclearização.

Apesar de ameaçar retomar os testes de mísseis atómicos e intercontinentais, Kim Jong-un deixou uma porta aberta para o diálogo, referindo que o aumento da capacidade nuclear de Pyongyang fica dependente da “atitude futura dos EUA” para com a Coreia do Norte. Este ano, o líder norte-coreano optou por não fazer um discurso de ano novo, mas publicou uma mensagem na página da assembleia.

Na mensagem, Kim disse que Washington respondeu à moratória do regime com exercícios militares realizados em conjunto com Seul, capital da Coreia do Sul, e com novas sanções. “Sob tais condições, já não há base para nós no que se refere a manter este compromisso unilateral [de suspender os testes de armas] durante mais tempo”, assegurou Kim Jong-un, dirigindo-se às elites do partido norte-coreano.

“Os actos hostis e a ameaça nuclear contra nós estão aumentando”, advertiu o líder norte-coreano, segundo a agência estatal KCNA, afirmando que “o mundo testemunhará uma nova arma estratégica que estará na posse da República Popular Democrática da Coreia (nome oficial do país) num futuro próximo”.

Com a “nova arma estratégica”, Kim referia-se, provavelmente, a um novo tipo de míssil balístico intercontinental (ICBM). Recentemente, o regime norte-coreano realizou dois testes que podem ser novos motores para o ICBM.

Dar uma chance

O secretário de Estado norte-americano disse que os Estados Unidos querem “paz, não confronto” com a Coreia do Norte, depois de Pyongyang ter anunciado o fim da moratória sobre ensaios nucleares e de mísseis balísticos.

“Precisamos de saber o que Kim [Jong-un] disse especificamente nessas observações”, apontou na terça-feira Mike Pompeo, em entrevista à cadeia televisiva CBS, após o anúncio do líder da Coreia do Norte tornado público pela agência de notícias oficial norte-coreana, KCNA. Ainda assim, o chefe da diplomacia norte-americana sublinhou que os Estados Unidos querem “paz, não confronto” com Pyongyang.

“Queremos deixar em aberto a possibilidade de o líder da Coreia do Norte fazer a melhor escolha, tanto para ele quanto para o seu povo”, acrescentou.

Pyongyang declarou uma moratória autoimposta a testes nucleares e lançamentos do ICBM em Abril de 2018, um gesto que ajudou a convocar a primeira cúpula entre Kim Jong-un e o Presidente dos EUA, Donald Trump, em Singapura.

Na reunião realizada em Junho de 2018, os dois países comprometeram-se a “trabalhar pela desnuclearização da península coreana”. No entanto, durante 2019, Pyongyang sublinhou a sua impaciência pela falta de avanços substanciais reais desde a reunião realizada há um ano e meio. O regime, enfatizou, nos últimos meses que deu à Casa Branca até o final do ano de 2019 para trazer novas propostas à mesa de negociações.

3 Jan 2020

Coreia do Norte | Kim Jong-un pede medidas para consolidar segurança

A soberania e segurança da Coreia do Norte estiveram entre os tópicos principais das reuniões do comité central do Partido dos Trabalhadores da Coreia. Kim Jong-un pretende consolidar o país em termos securitários, em plenas negociações sobre a desnuclearização da península coreana

 
[dropcap]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte pediu medidas para consolidar “a soberania e a segurança” do país, numa reunião partidária que pode ser decisiva para o diálogo sobre desnuclearização com os Estados Unidos, foi ontem anunciado.
Kim Jong-un, que presidiu, no domingo, ao segundo dia de trabalhos do comité central do partido único, “destacou a necessidade de serem adoptadas medidas positivas e ofensivas para consolidar por completo a soberania e a segurança do país, com base nas exigências da situação actual”, indicou a agência de notícias estatal norte-coreana.
A KCNA não especificou as medidas exigidas por Kim na segunda sessão da reunião do Partido dos Trabalhadores, dominada por questões económicas. A agência oficial acrescentou que a “reunião continua”, o que sugeriu que o plenário, iniciado no sábado, iria avançar para um terceiro dia.
No início do mês, o regime anunciou a reunião para a segunda quinzena de Dezembro, para decidir sobre “assuntos cruciais”. O anúncio gerou grandes expectativas quanto à possibilidade de ser definida, durante a assembleia, uma mudança na estratégia diplomática com os Estados Unidos, num momento em que o diálogo sobre desnuclearização se encontra suspenso.

Época festiva

A reunião chega também pouco antes do prazo proposto por Pyongyang (até o final do ano) para Washington apresentar uma nova oferta na negociação e dias antes de Kim Jong-un fazer o tradicional discurso de Ano Novo, o qual poderá dar pistas sobre a posição a adoptar pelo regime.
Recentemente, a Coreia do Norte sugeriu que os Estados Unidos poderiam receber um “presente de Natal” se não se aproximarem das exigências, com o Pentágono a reforçar a vigilância aérea sobre a península coreana perante a possibilidade de o exército norte-coreano lançar um míssil.
O diálogo sobre o desarmamento não progrediu desde a cimeira de Fevereiro em Hanói, na qual Washington considerou insuficiente a oferta de Pyongyang em relação ao desmantelamento dos activos nucleares, o que levou a uma recusa de suspensão das sanções económicas norte-americanas.

31 Dez 2019

Coreia do Norte | Kim Jong-un pede medidas para consolidar segurança

A soberania e segurança da Coreia do Norte estiveram entre os tópicos principais das reuniões do comité central do Partido dos Trabalhadores da Coreia. Kim Jong-un pretende consolidar o país em termos securitários, em plenas negociações sobre a desnuclearização da península coreana

 

[dropcap]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte pediu medidas para consolidar “a soberania e a segurança” do país, numa reunião partidária que pode ser decisiva para o diálogo sobre desnuclearização com os Estados Unidos, foi ontem anunciado.

Kim Jong-un, que presidiu, no domingo, ao segundo dia de trabalhos do comité central do partido único, “destacou a necessidade de serem adoptadas medidas positivas e ofensivas para consolidar por completo a soberania e a segurança do país, com base nas exigências da situação actual”, indicou a agência de notícias estatal norte-coreana.

A KCNA não especificou as medidas exigidas por Kim na segunda sessão da reunião do Partido dos Trabalhadores, dominada por questões económicas. A agência oficial acrescentou que a “reunião continua”, o que sugeriu que o plenário, iniciado no sábado, iria avançar para um terceiro dia.

No início do mês, o regime anunciou a reunião para a segunda quinzena de Dezembro, para decidir sobre “assuntos cruciais”. O anúncio gerou grandes expectativas quanto à possibilidade de ser definida, durante a assembleia, uma mudança na estratégia diplomática com os Estados Unidos, num momento em que o diálogo sobre desnuclearização se encontra suspenso.

Época festiva

A reunião chega também pouco antes do prazo proposto por Pyongyang (até o final do ano) para Washington apresentar uma nova oferta na negociação e dias antes de Kim Jong-un fazer o tradicional discurso de Ano Novo, o qual poderá dar pistas sobre a posição a adoptar pelo regime.

Recentemente, a Coreia do Norte sugeriu que os Estados Unidos poderiam receber um “presente de Natal” se não se aproximarem das exigências, com o Pentágono a reforçar a vigilância aérea sobre a península coreana perante a possibilidade de o exército norte-coreano lançar um míssil.

O diálogo sobre o desarmamento não progrediu desde a cimeira de Fevereiro em Hanói, na qual Washington considerou insuficiente a oferta de Pyongyang em relação ao desmantelamento dos activos nucleares, o que levou a uma recusa de suspensão das sanções económicas norte-americanas.

31 Dez 2019

Pequim e Moscovo pedem à ONU redução de sanções contra Pyongyang

[dropcap]A[/dropcap] China pediu ontem ao Conselho de Segurança da ONU para apoiar uma proposta sino-russa de reduzir as sanções contra a Coreia do Norte, desde que este país aceite um plano de desnuclearização.

Nas últimas semanas, o Governo norte-coreano tem vindo a pedir aos EUA que levante as sanções impostas e fez mesmo um ultimato, ameaçando com um “presente de Natal”, se Washington não fizer cedências na sua posição.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, já respondeu ao ultimato da Coreia do Norte, dizendo que ficaria “decepcionado se estivesse alguma coisa a ser preparada”, referindo-se à possibilidade de qualquer retaliação militar por parte de Pyongyang.

A proposta agora apresentada por Pequim e Moscovo junto da ONU procura ser uma solução para o impasse, sugerindo que os EUA ajustem as suas sanções contra a Coreia do Norte “de acordo com os passos dados por este país em direção à desnuclearização”.

A proposta sino-russa chega num momento de tensão entre Washington e Pyongyang, com as negociações travadas desde o fracasso da cimeira entre Donald Trump e o Presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em Fevereiro passado.

“A península coreana atravessa um período importante e sensível. A urgência de um acordo político aumentou ainda mais”, disse ontem Geng Shuang, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

A comunidade internacional deve “impedir que a península volte à tensão e ao confronto”, argumentou o porta-voz chinês, numa conferência de Imprensa em que justificou a proposta apresentada à ONU.

Voltar à mesa

Sem explicitar o que Pyongyang terá de fazer para obter uma redução nas sanções, o projeto sino-russo pede a interrupção de várias sanções económicas, impostas desde 2016, para melhorar a vida dos norte-coreanos.

Entre outras medidas, o documento enviado à ONU sugere a suspensão da proibição de importação de carvão, ferro, minério de ferro e têxteis oriundos da Coreia do Norte. China e Rússia pedem ainda o fim de uma medida que exige que os países recusem trabalhadores norte-coreanos que procurem emigrar.

“Esperamos que o Conselho de Segurança dê o seu apoio unânime à solução política do problema da península coreana”, disse Geng Shuang, apelando à Coreia do Norte e aos EUA para retomarem as negociações e sugerindo a intermediação de países como a China, a Rússia e o Japão, para além da Coreia do Sul.

O documento pede ainda a Pyongyang que inicie um processo de desnuclearização, o que Kim Jong-un tem recusado, alegando que as armas nucleares são a única forma de garantir a segurança nacional contra ataques externos.

Para que esta proposta seja aprovada na ONU, Moscovo e Pequim devem garantir nove votos favoráveis, dos 15 do Conselho de Segurança, evitando ainda o veto de outros membros permanentes (Estados Unidos, França e Reino Unido).

18 Dez 2019

Pyongyang considera Donald Trump um "velho desatento e errático"

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte respondeu ontem ao Presidente norte-americano considerando-o um “velho desatento e errático”, depois de Donald Trump ter avisado que Kim Jong-un arrisca-se a “perder tudo” se adoptar uma postura de hostilidade em relação aos EUA.
Em comunicado, Kim Yong Chol, um alto responsável norte-coreano e ex-negociador do dossier nuclear, indicou que a Coreia do Norte não cederia à pressão dos Estados Unidos, porque não tem nada a perder e acusou o governo de Trump de tentar ganhar tempo no prazo, até ao final do ano, estabelecido pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, para Washington salvar as negociações sobre o nuclear.
“Kim Jong-un é muito inteligente e tem muito a perder, tudo na verdade, se agir de forma hostil. Assinou um forte acordo de desnuclearização comigo em Singapura. Não quer comprometer o seu relacionamento especial com o Presidente dos Estados Unidos ou interferir nas eleições presidenciais dos EUA em Novembro”, escreveu no domingo Donald Trump na sua conta da rede social Twitter.
“A Coreia do Norte, sob a liderança de Kim Jong-un, tem um enorme potencial económico, mas deve desnuclearizar conforme prometido”, acrescentou Trump.
O alto responsável Kim Yong Chol disse que os ‘tweets’ de Trump mostram claramente que é um velho irritado “desprovido de paciência”.
“Como (Trump) é um velho tão desatento e errático, pode chegar o momento em que não podemos deixar de chamá-lo ‘dotard’ [uma pessoa idosa] novamente”, salientou Kim Yong Chol.
“Há muitas coisas que Trump não conhece (sobre a Coreia do Norte). Não temos mais nada a perder. Embora, os EUA possam tirar algo mais de nós, nunca podem tirar o forte senso de respeito próprio, poder e ressentimento contra os EUA de nós”, acrescentou.
As declarações de Trump surgiram depois de a Coreia do Norte ter confirmado a realização de um “teste muito importante” na tarde de sábado, no Campo de Lançamento do Satélite Sohae.
Os resultados dos testes terão “um efeito importante na mudança da posição estratégica (…), mais uma vez num futuro próximo”, sublinhou a Agência Central de Notícias da Coreia.

Pressões e provocações

O teste ocorreu numa altura em que a Coreia do Norte tem aumentado a pressão sobre os EUA para fazer concessões no âmbito das negociações nucleares que não têm conhecido qualquer desenvolvimento após a cimeira falhada entre o líder norte-coreano e o Presidente dos Estados Unidos, em Hanói.
A ONU proibiu a Coreia do Norte de lançar satélites porque tal é considerado um teste da tecnologia de mísseis de longo alcance.
Nas Nações Unidas, numa declaração divulgada pelo embaixador da Coreia do Norte na ONU, sublinhou-se que a desnuclearização “já havia saído da mesa de negociações”, sendo que foi dado um prazo até ao final do ano, estabelecido pelo líder Kim Jong-un, para concessões substanciais dos EUA ao nível da diplomacia nuclear.
O Presidente dos EUA foi acusado de perseguir persistentemente uma “política hostil” pelo embaixador norte-coreano, que frisou ainda que as declarações de Washington são motivadas apenas pela “sua agenda política doméstica”.
A declaração de Kim Song foi uma resposta à condenação de seis países europeus, na quarta-feira, dos 13 lançamentos de mísseis balísticos da Coreia do Norte realizados desde Maio.
O representante norte-coreano na ONU acusou os europeus – França, Alemanha, Grã-Bretanha, Bélgica, Polónia e Estónia – de desempenharem “o papel de cão de estimação dos Estados Unidos nos últimos meses”, considerando a posição destas nações como “mais uma provocação séria”.

10 Dez 2019

Pyongyang considera Donald Trump um “velho desatento e errático”

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte respondeu ontem ao Presidente norte-americano considerando-o um “velho desatento e errático”, depois de Donald Trump ter avisado que Kim Jong-un arrisca-se a “perder tudo” se adoptar uma postura de hostilidade em relação aos EUA.

Em comunicado, Kim Yong Chol, um alto responsável norte-coreano e ex-negociador do dossier nuclear, indicou que a Coreia do Norte não cederia à pressão dos Estados Unidos, porque não tem nada a perder e acusou o governo de Trump de tentar ganhar tempo no prazo, até ao final do ano, estabelecido pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, para Washington salvar as negociações sobre o nuclear.

“Kim Jong-un é muito inteligente e tem muito a perder, tudo na verdade, se agir de forma hostil. Assinou um forte acordo de desnuclearização comigo em Singapura. Não quer comprometer o seu relacionamento especial com o Presidente dos Estados Unidos ou interferir nas eleições presidenciais dos EUA em Novembro”, escreveu no domingo Donald Trump na sua conta da rede social Twitter.

“A Coreia do Norte, sob a liderança de Kim Jong-un, tem um enorme potencial económico, mas deve desnuclearizar conforme prometido”, acrescentou Trump.

O alto responsável Kim Yong Chol disse que os ‘tweets’ de Trump mostram claramente que é um velho irritado “desprovido de paciência”.

“Como (Trump) é um velho tão desatento e errático, pode chegar o momento em que não podemos deixar de chamá-lo ‘dotard’ [uma pessoa idosa] novamente”, salientou Kim Yong Chol.

“Há muitas coisas que Trump não conhece (sobre a Coreia do Norte). Não temos mais nada a perder. Embora, os EUA possam tirar algo mais de nós, nunca podem tirar o forte senso de respeito próprio, poder e ressentimento contra os EUA de nós”, acrescentou.

As declarações de Trump surgiram depois de a Coreia do Norte ter confirmado a realização de um “teste muito importante” na tarde de sábado, no Campo de Lançamento do Satélite Sohae.

Os resultados dos testes terão “um efeito importante na mudança da posição estratégica (…), mais uma vez num futuro próximo”, sublinhou a Agência Central de Notícias da Coreia.

Pressões e provocações

O teste ocorreu numa altura em que a Coreia do Norte tem aumentado a pressão sobre os EUA para fazer concessões no âmbito das negociações nucleares que não têm conhecido qualquer desenvolvimento após a cimeira falhada entre o líder norte-coreano e o Presidente dos Estados Unidos, em Hanói.

A ONU proibiu a Coreia do Norte de lançar satélites porque tal é considerado um teste da tecnologia de mísseis de longo alcance.

Nas Nações Unidas, numa declaração divulgada pelo embaixador da Coreia do Norte na ONU, sublinhou-se que a desnuclearização “já havia saído da mesa de negociações”, sendo que foi dado um prazo até ao final do ano, estabelecido pelo líder Kim Jong-un, para concessões substanciais dos EUA ao nível da diplomacia nuclear.

O Presidente dos EUA foi acusado de perseguir persistentemente uma “política hostil” pelo embaixador norte-coreano, que frisou ainda que as declarações de Washington são motivadas apenas pela “sua agenda política doméstica”.

A declaração de Kim Song foi uma resposta à condenação de seis países europeus, na quarta-feira, dos 13 lançamentos de mísseis balísticos da Coreia do Norte realizados desde Maio.

O representante norte-coreano na ONU acusou os europeus – França, Alemanha, Grã-Bretanha, Bélgica, Polónia e Estónia – de desempenharem “o papel de cão de estimação dos Estados Unidos nos últimos meses”, considerando a posição destas nações como “mais uma provocação séria”.

10 Dez 2019

Seul| Kim Jong Un recusa convite para visitar Coreia do Sul

[dropcap]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte recusou ontem um convite de Seul para visitar a Coreia do Sul na próxima semana, noticia a agência de notícias norte-coreana.
O convite a Kim Jong Un, feito pelo chefe de Estado da Coreia do Sul, Moon Jae-in, tinha como objectivo garantir a presença do líder norte-coreano na cimeira dos países do sudeste asiático, que se realiza na cidade portuária de Busan, Coreia do Sul.
De acordo com fontes oficiais citadas pela KCNA, o líder da Coreia do Norte recebeu a carta pessoal do chefe de Estado sul-coreano no dia 5 de Novembro, mas acabou por rejeitar o convite.
Na notícia sobre a rejeição do convite, a agência oficial da Coreia do Norte comenta as posições considerando que Seul não está a cumprir os acordos estabelecidos entre os dois Estados e que está a ceder às pressões norte-americanas.
O Presidente da Coreia do Sul, que continua a tentar promover mais um encontro ao mais alto nível, já se reuniu três vezes com Kim Jong Un desde 2018, tendo conseguido abrir os canais que permitiram os contactos directos entre o líder norte coreano e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Nos últimos meses, Pyongyang tem criticado Seul devido à realização de exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos.

22 Nov 2019

Seul| Kim Jong Un recusa convite para visitar Coreia do Sul

[dropcap]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte recusou ontem um convite de Seul para visitar a Coreia do Sul na próxima semana, noticia a agência de notícias norte-coreana.

O convite a Kim Jong Un, feito pelo chefe de Estado da Coreia do Sul, Moon Jae-in, tinha como objectivo garantir a presença do líder norte-coreano na cimeira dos países do sudeste asiático, que se realiza na cidade portuária de Busan, Coreia do Sul.

De acordo com fontes oficiais citadas pela KCNA, o líder da Coreia do Norte recebeu a carta pessoal do chefe de Estado sul-coreano no dia 5 de Novembro, mas acabou por rejeitar o convite.

Na notícia sobre a rejeição do convite, a agência oficial da Coreia do Norte comenta as posições considerando que Seul não está a cumprir os acordos estabelecidos entre os dois Estados e que está a ceder às pressões norte-americanas.

O Presidente da Coreia do Sul, que continua a tentar promover mais um encontro ao mais alto nível, já se reuniu três vezes com Kim Jong Un desde 2018, tendo conseguido abrir os canais que permitiram os contactos directos entre o líder norte coreano e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Nos últimos meses, Pyongyang tem criticado Seul devido à realização de exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos.

22 Nov 2019

Governação electrónica | Governo garante protecção de dados pessoais

Foi ontem aprovada na generalidade a proposta de lei da governação electrónica, mas os deputados exigiram a garantia da protecção dos dados pessoais para evitar abusos. A secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, assegurou que essa protecção vai ser feita. As conclusões do Comissariado de Auditoria sobre esta matéria também foi tema de debate

 
[dropcap]O[/dropcap]s deputados da Assembleia Legislativa (AL) aprovaram ontem por unanimidade, na generalidade, a proposta de lei da governação electrónica, que visa criar um quadro legal de suporte ao uso dos meios electrónicos na Administração pública e permitir a emissão de certidões electrónicas ao invés de documentos em suporte papel, entre outras medidas.
O debate ficou marcado por preocupações no que diz respeito à necessidade de garantia de protecção dos dados pessoais dos cidadãos por parte dos serviços públicos.
“Estamos preocupados com a protecção dos dados pessoais”, disse o deputado Leong Sun Iok, ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). “Cada serviço público pode aceder a esses dados pessoais. Como podemos garantir que não acedem tão facilmente a esses dados, uma vez que, no passado, alguns funcionários públicos venderam dados a terceiros?”, questionou.
Ella Lei, colega de bancada de Leong Sun Iok, também ligada à FAOM, quis saber a amplitude dos dados obtidos pelos serviços públicos. “O Governo tem alguma ideia de contactar o Gabinete de Protecção dos Dados Pessoais (GPDP) para trabalhar melhor no assunto da privacidade? Os serviços públicos não violam intencionalmente os dados pessoais das pessoas, mas temos de criar melhores regras sobre este aspecto.”
A secretária, que foi directora do GPDP antes de assumir a pasta da Administração e Justiça, garantiu ao hemiciclo que esta protecção está assegurada. “Os serviços públicos devem ter objectivos claros para aceder a dados pessoais e só assim o podem fazer, e não podem ser recolhidos mais do que três tipos de dados pessoais, quer seja em suporte papel ou no caso de haver uma interconexão de dados”, explicou.
Sónia Chan garantiu que “vai ser cumprida a lei de protecção de dados pessoais”. “Vamos também ver se os serviços públicos têm competência, através da autorização do utilizador, aceder às suas informações. Vamos criar mais plataformas para gerir melhor os dados”, acrescentou.

Memória do CA

O último relatório do Comissariado de Auditoria (CA), que expôs as falhas na implementação das medidas na área do governo electrónico nos últimos anos, marcou também o debate de ontem.
Os membros do Governo asseguraram que os planos estão feitos e que as medidas estão a ser postas em prática.
“Desde que tomei posse (em 2014) temos vindo a acelerar esse trabalho da governação electrónica”, apontou Sónia Chan, secretária para a Administração e Justiça. “Desde 2015 que já realizamos 95 por cento do nosso plano, e fizemos ainda trabalho do anterior Governo. No que diz respeito à computação em nuvem e criação de uma conta única, temos alguns trabalhos feitos e depois da aprovação desta proposta de lei teremos um leque de serviços disponibilizados através da conta única.”
Kou Peng Kuan, director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), assegurou aos deputados que foi criado um “grupo de coordenação que entrou em contacto com 14 serviços públicos” depois da publicação do relatório do CA.
“Temos tido em consideração dados como o nascimento ou morte de pessoas para pensar como devemos desenvolver o sistema da conta única. Estamos a desenvolver os nossos trabalhos da primeira fase e vamos trabalhar com 90 serviços que prestam atendimento ao público”, frisou.
O director dos SAFP assegurou ainda que o caminho é o da digitalização. “Antes tínhamos o objectivo de criar documentos de forma electrónica, mas agora temos a ideia da digitalização dos documentos. Essa ideia é mais abrangente e conveniente”, assumiu.
“Como existem documentos em papel temos de fazer uma articulação com o nosso sistema electrónico e estamos a preparar estes trabalhos. No futuro vai existir uma plataforma uniformizada”, frisou Kou Peng Kuan.
Os deputados mostraram ainda preocupação face a possíveis conflitos práticos da nova proposta de lei com o regime jurídico dos documentos e assinaturas electrónicas, implementado em 2005.
 

Coreia do Norte segundo Coutinho

Durante o debate sobre a proposta de lei da governação electrónica, o deputado José Pereira Coutinho mencionou o exemplo da Coreia do Norte, um dos países mais fechados do mundo. “No caso da Coreia do Norte, sabemos que o essencial é a segurança e outros países avançados também usam outros métodos. Qual é o método usado pelo Governo para a prestação de serviços à nossa população?”, questionou. Confrontado pelo HM, Pereira Coutinho defendeu as suas declarações. “Todos os países têm Governo Electrónico, incluindo a Coreia do Norte. O sistema de Governo Electrónico significa, em termos abstractos, o uso de tecnologias por via de computadores e da Internet destinado a providenciar serviços de qualidade aos cidadãos, incluindo Coreia do Norte”, referiu.

18 Out 2019

Governação electrónica | Governo garante protecção de dados pessoais

Foi ontem aprovada na generalidade a proposta de lei da governação electrónica, mas os deputados exigiram a garantia da protecção dos dados pessoais para evitar abusos. A secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, assegurou que essa protecção vai ser feita. As conclusões do Comissariado de Auditoria sobre esta matéria também foi tema de debate

 

[dropcap]O[/dropcap]s deputados da Assembleia Legislativa (AL) aprovaram ontem por unanimidade, na generalidade, a proposta de lei da governação electrónica, que visa criar um quadro legal de suporte ao uso dos meios electrónicos na Administração pública e permitir a emissão de certidões electrónicas ao invés de documentos em suporte papel, entre outras medidas.

O debate ficou marcado por preocupações no que diz respeito à necessidade de garantia de protecção dos dados pessoais dos cidadãos por parte dos serviços públicos.

“Estamos preocupados com a protecção dos dados pessoais”, disse o deputado Leong Sun Iok, ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). “Cada serviço público pode aceder a esses dados pessoais. Como podemos garantir que não acedem tão facilmente a esses dados, uma vez que, no passado, alguns funcionários públicos venderam dados a terceiros?”, questionou.

Ella Lei, colega de bancada de Leong Sun Iok, também ligada à FAOM, quis saber a amplitude dos dados obtidos pelos serviços públicos. “O Governo tem alguma ideia de contactar o Gabinete de Protecção dos Dados Pessoais (GPDP) para trabalhar melhor no assunto da privacidade? Os serviços públicos não violam intencionalmente os dados pessoais das pessoas, mas temos de criar melhores regras sobre este aspecto.”

A secretária, que foi directora do GPDP antes de assumir a pasta da Administração e Justiça, garantiu ao hemiciclo que esta protecção está assegurada. “Os serviços públicos devem ter objectivos claros para aceder a dados pessoais e só assim o podem fazer, e não podem ser recolhidos mais do que três tipos de dados pessoais, quer seja em suporte papel ou no caso de haver uma interconexão de dados”, explicou.

Sónia Chan garantiu que “vai ser cumprida a lei de protecção de dados pessoais”. “Vamos também ver se os serviços públicos têm competência, através da autorização do utilizador, aceder às suas informações. Vamos criar mais plataformas para gerir melhor os dados”, acrescentou.

Memória do CA

O último relatório do Comissariado de Auditoria (CA), que expôs as falhas na implementação das medidas na área do governo electrónico nos últimos anos, marcou também o debate de ontem.

Os membros do Governo asseguraram que os planos estão feitos e que as medidas estão a ser postas em prática.

“Desde que tomei posse (em 2014) temos vindo a acelerar esse trabalho da governação electrónica”, apontou Sónia Chan, secretária para a Administração e Justiça. “Desde 2015 que já realizamos 95 por cento do nosso plano, e fizemos ainda trabalho do anterior Governo. No que diz respeito à computação em nuvem e criação de uma conta única, temos alguns trabalhos feitos e depois da aprovação desta proposta de lei teremos um leque de serviços disponibilizados através da conta única.”

Kou Peng Kuan, director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), assegurou aos deputados que foi criado um “grupo de coordenação que entrou em contacto com 14 serviços públicos” depois da publicação do relatório do CA.

“Temos tido em consideração dados como o nascimento ou morte de pessoas para pensar como devemos desenvolver o sistema da conta única. Estamos a desenvolver os nossos trabalhos da primeira fase e vamos trabalhar com 90 serviços que prestam atendimento ao público”, frisou.

O director dos SAFP assegurou ainda que o caminho é o da digitalização. “Antes tínhamos o objectivo de criar documentos de forma electrónica, mas agora temos a ideia da digitalização dos documentos. Essa ideia é mais abrangente e conveniente”, assumiu.

“Como existem documentos em papel temos de fazer uma articulação com o nosso sistema electrónico e estamos a preparar estes trabalhos. No futuro vai existir uma plataforma uniformizada”, frisou Kou Peng Kuan.

Os deputados mostraram ainda preocupação face a possíveis conflitos práticos da nova proposta de lei com o regime jurídico dos documentos e assinaturas electrónicas, implementado em 2005.

 

Coreia do Norte segundo Coutinho

Durante o debate sobre a proposta de lei da governação electrónica, o deputado José Pereira Coutinho mencionou o exemplo da Coreia do Norte, um dos países mais fechados do mundo. “No caso da Coreia do Norte, sabemos que o essencial é a segurança e outros países avançados também usam outros métodos. Qual é o método usado pelo Governo para a prestação de serviços à nossa população?”, questionou. Confrontado pelo HM, Pereira Coutinho defendeu as suas declarações. “Todos os países têm Governo Electrónico, incluindo a Coreia do Norte. O sistema de Governo Electrónico significa, em termos abstractos, o uso de tecnologias por via de computadores e da Internet destinado a providenciar serviços de qualidade aos cidadãos, incluindo Coreia do Norte”, referiu.

18 Out 2019

60 norte-coreanos resgatados após colisão com embarcação japonesa

[dropcap]S[/dropcap]essenta tripulantes de um barco norte-coreano foram resgatados ontem após uma colisão no mar do Japão contra uma embarcação de patrulha da Agência de Pesca japonesa, segundo um novo balanço divulgado pela comunicação social nipónica.

O incidente ocorreu a cerca de 350 quilómetros a noroeste da Península de Noto (Japão central), no Mar do Japão e em águas da Zona Económica Exclusiva (ZEE) do Japão, sublinhou em conferência de imprensa um responsável pela Agência de Pesca Japonesa.

As autoridades nipónicas alertaram o navio norte-coreano de que tinha invadido águas japonesas e ordenaram que a embarcação deixasse a área, utilizando inclusivamente disparos de canhão de água.

Após a colisão entre as duas embarcações, o navio norte-coreano começou a afundar-se e a sua tripulação caiu na água, de acordo com as autoridades japonesas.

Segundo o canal de televisão pública japonês NHK, os 60 tripulantes resgatados foram levados para outro barco norte-coreano que se encontrava numa zona próxima.

O acidente não provocou feridos japoneses, avançaram os meios de comunicação do Japão.
Num anterior balanço, as autoridades japonesas, que estão a conduzir a operação de resgate, indicavam mais de 20 pescadores norte-coreanos resgatados após o naufrágio da sua embarcação.

À pesca

“Continuaremos a agir decisivamente para impedir operações ilegais de embarcações estrangeiras na ZEE [Zona Económica Exclusiva] do nosso país”, reagiu ontem o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, perante o Parlamento.

Nos últimos anos foram registados centenas de casos de navios norte-coreanos que entraram em águas japonesas, bem como de pescadores resgatados pela Guarda Costeira nipónica ou encontrados sem vida após naufrágios.

Acredita-se que os pescadores norte-coreanos frequentemente se afastem das suas costas em busca de maiores capturas, devido à escassez de alimentos no seu país ou para cumprir as quotas de produção estatais.

8 Out 2019

Equipa norte-coreana na Suécia para discutir com EUA

[dropcap]U[/dropcap]ma equipa de negociadores da Coreia do Norte está a caminho da Suécia para retomar as negociações com os Estados Unidos sobre a questão nuclear, segundo a agência sul-coreana Yohnap.

Depois de o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado para breve uma nova cimeira com o seu homólogo norte-coreano, Kim Jong-un, os governos dos dois países concordaram em retomar negociações esta sexta-feira e sábado, para discutir a desnuclearização da península coreana.

O principal negociador por parte da Coreia do Norte, Kim Myong Gil, partiu ontem em direção a Estocolmo, na Suécia, acompanhado de mais três funcionários do Governo, para se encontrar com a delegação norte-americana, segundo a agência Yonhap.

“Como os Estados Unidos deram um novo sinal, vou com grandes e optimistas expectativas sobre a reunião e sobre os resultados”, afirmou Kim Myong Gil, referindo que o objectivo final é desbloquear o impasse negocial.

Em gelo

As negociações entre Washington e Pyongyang ficaram congeladas desde a cimeira entre Donald Trump e Kim Jong-un, em Fevereiro passado, apesar de os dois líderes terem feito um esforço para avançar no processo, num novo encontro em Junho, na fronteira entre as duas coreias.

Pyongyang tem pedido a Washington um alívio das sanções impostas por retaliação a testes com armas nucleares por parte do Governo norte-coreano, mas Donald Trump já disse que qualquer alteração de posição deverá ser antecedida por medidas de desarmamento nuclear.

Nos últimos dias, a diplomacia norte-coreana tem elogiado a postura de Donald Trump, considerando-a “corajosa” e “sábia” e tem insistido na necessidade de os Estados Unidos aliviarem as sanções económicas, para que haja avanços nas negociações.

4 Out 2019

Coreia do Norte disponível para regressar a negociações sobre desnuclearização

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte está disponível para retomar no final de Setembro as negociações com os Estados Unidos sobre desnuclearização, mas ameaça abandonar a via diplomática se não houver pontos de acordo, disse ontem uma fonte governamental.

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pence, tinha dito no domingo que esperava voltar à mesa das negociações com a Coreia do Norte, para conseguir o compromisso de abandono dos planos nucleares de Pyongyang.

“Penso que o Presidente [Donald] Trump ficaria muito desapontado se o Presidente Kim não voltar à mesa das negociações ou se voltar a realizar testes que são inconsistentes com os acordos feitos quando estiveram ambos reunidos”, afirmou Mike Pence, no domingo.

Ontem, o primeiro vice-ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano, Choe Son Hui, disse que abandonará a mesa das negociações, se os Estados Unidos não trouxerem propostas concretas que satisfaçam os interesses do seu Governo.

As negociações entre os EUA e a Coreia do Norte sobre o desarmamento nuclear norte-coreano chegou a um impasse, em Fevereiro, quando o Presidente Donald Trump rejeitou o pedido do líder norte-coreano, Kim Jong-un, para um alívio das sanções. Em Junho, os dois líderes reuniram, na fronteira entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, tendo decidido retomar as negociações.

Agora, Choe considera que já passou tempo suficiente para que os EUA tenham preparado uma proposta concreta que responda aos anseios dos norte-coreanos, prometendo retomar a via diplomática desejada por Washington.

Nas últimas semanas, a Coreia do Norte realizou vários ensaios com mísseis de curto alcance, em sinal de protesto contra os exercícios militares conjuntas dos EUA e da Coreia do Sul, tendo o mais recente desses testes decorrido há duas semanas, quando Trump se encontrava presente na cimeira do G7, na cidade francesa de Biarritz.

10 Set 2019

Mulher que fugiu da Coreia do Norte morre de fome em Seul

Depois de uma fuga da Coreia do Norte digna de um filme, com um casamento arranjado pelo caminho, Han Sung-ok chega a Seul em 2009. Passada uma década na abastada capital sul-coreana, Han e o filho de 6 anos morreram à fome. As suas trágicas mortes levantam questões sobre a adaptação de quem foge a um dos regimes mais brutais do mundo

 

Laura Bicker, BBC News

[dropcap]H[/dropcap]an Sung-ok, de 42 anos, parecia determinada a escolher entre quase todas as alfaces disponíveis na barraca de legumes e verduras no subúrbio de Seul onde vivia. Examinou todas as alfaces, uma a uma, enquanto o seu filho de 6 anos brincava indiferente à confusão do mercado. A vendedora começava a dar sinais de aborrecimento. Han era muito exigente apesar de não comprar mais de um ou dois legumes, sempre pelo menor preço possível. Naquela ocasião, foi um pé de alface por 500 wons (pouco mais de 3 patacas). Pronunciando apenas algumas palavras, Han entregou o dinheiro e saiu com o filho. Algumas semanas depois, ambos foram encontrados mortos.

Depois de ter fugido da escassez de alimentos na terra natal, a Coreia do Norte, e sonhado com uma nova vida, acredita-se que Han e o filho morreram de fome numa das cidades mais ricas da Ásia.

Os corpos só foram descobertos ao fim de dois meses, quando um fiscal que ia tirar a leitura do contador de água notou mau cheiro vindo do apartamento onde moravam. Mãe e filho foram encontrados caídos no chão. A única comida encontrada no pequeno apartamento alugado era um saco de pimenta vermelha em flocos.

Uma das últimas pessoas que viu Han viva foi a vendedora do mercado de rua perto do seu apartamento, mais ou menos na mesma época em que a polícia diz que a desertora levantou da conta bancária os últimos 3.858 wons (menos de 26 patacas).

“Pensando bem, isso dá-me calafrios. No começo, odiei-a por ser exigente, mas agora que penso um pouco tenho muita pena dela. Se ao menos tivesse pedido ajuda, ter-lhe-ia dado um pouco de alface”, diz a vendedora.

A grande odisseia

A jornada de Han para a liberdade como desertora norte-coreana poderia ter-lhe dado alguma notoriedade, mas, numa cidade de 10 milhões de habitantes, tornou-se cada vez mais invisível. Muito poucas pessoas a conheciam. Aqueles que privavam com Han dizem que falava muito pouco e que andava quase disfarçada com um chapéu, evitando o contato visual. Quis o malfadado destino que a desertora só através da morte se tornasse visível em Seul. A sua fotografia foi colocada entre flores e presentes num santuário improvisado no centro da cidade.

“Quando soube da notícia, achei absurdo demais para acreditar. Simplesmente não faz sentido que, depois de passar por todas as dificuldades e desafios para vir para o sul, tenha morrido de fome. Isto parte-me o coração. Isto não pode acontecer na Coreia do Sul. Por que ninguém soube da sua situação até que morressem?”, diz um desertor, de luto, diante do santuário.
Escapar da Coreia do Norte parece quase impossível. Mais pessoas tentaram escalar o Monte Evereste este ano do que deixar o país empobrecido.

Mesmo ultrapassando os soldados que vigiam a fronteira, os desertores enfrentam uma jornada de milhares de quilómetros pela China. O seu objectivo é chegar a uma embaixada sul-coreana num terceiro país, geralmente Tailândia, Camboja ou Vietname. Atravessar a China é um risco. Se forem apanhados, são enviados de volta para a Coreia do Norte e podem enfrentar uma vida inteira de trabalhos forçados num dos campos de prisioneiros do mais isolado país do mundo.

Por outro lado, as desertoras que pagam a redes de tráfico humano para obter ajuda na jornada, muitas vezes acabavam aprisionadas e vendidas como noivas ou escravas sexuais.

No caso de Han, é difícil verificar como e quando saiu da Coreia do Norte. Dois desertores afirmam ter falado com ela e acreditam que foi vendida como noiva a um chinês, com quem teve um filho.

Metamorfose sulista

Han chegou a Seul sozinha, em 2009, e nunca foi muito dada a abrir-se sobre a sua vida privada com os colegas em Hanawon, um centro administrado pelo Ministério da Unificação de Seul onde desertores passam por processo de educação obrigatório de 12 semanas para se ajustarem à nova vida.

A turma de Han foi uma das maiores desde que o centro foi criado, com mais de 300 pessoas. Todos sabiam o quão difícil havia sido passar por território chinês. “Sei que ela foi para a China primeiro. Mesmo quando ria, havia algo sombrio. Perguntei-lhe se estava com algum problema, mas ela ignorou-me sempre”, disse um dos seus colegas no centro. “Então, disse-lhe: ‘Não sei o que é, mas podes ter uma vida boa se trabalhares. A Coreia do Sul é um país que recompensa quem trabalha. És jovem e bonita, não terás uma vida difícil. Faças o que fizeres, não te envergonhes e anda de cabeça erguida’.”

Han parecia estar a adaptar-se bem ao princípio. As autoridades ajudam desertores a encontrar apartamentos subsidiados, e, juntamente com seis colegas de classe, foi instalada no bairro de Gwanak-gu.

“Acho que foi a segunda pessoa depois de mim na nossa turma a conseguir emprego”, diz uma colega de classe. “No começo, trabalhou brevemente num café na Universidade de Seul. Ouvi dizer que causou boa impressão. O que lembramos melhor é que era inteligente e bonita, e pensámos que era capaz de cuidar de si própria. Não esperávamos que isto acontecesse.”

Vida em família

É difícil descobrir como, a partir do começo promissor, Han acabou em dificuldades que acabariam por ter um desfecho trágico. Dois desertores residentes no seu condomínio de apartamentos dizem acreditar que ela havia persuadido o marido chinês a mudar-se para a Coreia do Sul. Assim sendo, o casal foi viver para Tongyeong, onde o marido trabalhava num estaleiro. Han teve um segundo filho, que nasceu com dificuldades de aprendizagem.

Acredita-se que o marido tenha voltado para a China sem ela, com o filho mais velho, deixando Han sozinha, sem trabalho e responsável por uma criança com necessidades especiais. Os vizinhos dizem que ela sentia muita falta do outro filho.

Sem ter onde ficar, voltou para o sítio onde a sua vida na Coreia do Sul havia começado – os apartamentos subsidiados em Gwanak-gu – e pediu ajuda no centro comunitário em Outubro do ano passado, quando passou a receber 100 mil wons (que não chega a 670 patacas) por mês como auxílio para criar o filho. Han poderia ter reivindicado muito mais do que aquele montante. Uma mãe ou pai solteiro tem direito a seis a sete vezes esse valor. Mas isso exigiria um certificado de divórcio, e aparentemente ela não o tinha. Outra situação agravante foi a impossibilidade de continuar a receber ajuda como desertora, porque o período de protecção de cinco anos tinha expirado.

A equipa do centro comunitário disse que visitaram o seu apartamento para uma avaliação anual de bem-estar em Abril, mas Han não estava em casa. Os assistentes sociais não sabiam da condição do seu filho. Durante um período Han não pagou renda do apartamento subsidiado, assim como as restantes contas da casa. Noutros países, isto teria servido de alerta para os serviços sociais. Mas parece não ter acontecido na Coreia do Sul.

‘Morte por indiferença’

Reunidos no santuário em Gwanghwamun, em frente ao retrato de Han, desertores da Coreia do Norte continuam a debater o caso. “Isto é absurdo, como um norte-coreano foge da fome para morrer de fome no sul?!”, questiona um deles. “O que é que o governo sul-coreano fez? Isto é morte por abandono”, atira outro. “É morte por indiferença”, responde outro desertor. Questões sobre onde estava o Estado, as autoridades e serviços de apoio social também ficam sem resposta lógica.

No entanto, um ex-colega de classe acredita que não é assim que Han gostaria de ser lembrada. “Não quero apontar dedos aos culpados. Devemo-nos unir e prometer nunca deixar isso acontecer de novo. Realmente, parte-me o coração ver como há quem tire vantagem desta tragédia para proveito próprio.”

Falta de um ombro

Os cuidados de saúde mental dos refugiados norte-coreanos é uma área que poderia ser melhorada, de acordo com desertores e psiquiatras.

Os últimos relatos sobre Han, de um vizinho, apontam que andava distraída e ansiosa. Muito diferente da mulher que chegou ao centro de Hanawon há 10 anos.

A maioria dos desertores norte-coreanos foram vítimas de violações de direitos humanos e traumas que vão da fome extrema a agressão sexual, à violência de serem forçados a testemunhar execuções públicas e a viver com o medo de serem alvo de traficantes de pessoas na China. A taxa de trauma psicológico é maior entre aqueles que viajaram pela China, de acordo com um estudo da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Coreia do Sul.

Jin-yong, do Centro Nacional de Saúde Mental, diz ser comum que desertores sofram de ansiedade, depressão e transtorno de stress pós-traumático. Mas, como existem muitos estigmas associados à saúde mental no norte, o desconhecimento impede o pedido de ajuda.

Normalmente, quem sofre de doença mental na Coreia do Norte é enviado para um hospital nas montanhas conhecido por Número 49. A maioria nunca regressa. Neste contexto, é compreensível que muitos norte-coreanos não saibam ser possível receber apoio psiquiátrico. “Precisamos de serviços mais amigáveis ​​para os desertores, que os ajudem a encontrar esses cuidados”, diz Jun. “Os desertores recorrem menos a serviços de saúde mental do que os sul-coreanos, por questões culturais e de preconceito.”

Sozinhos acompanhados

De acordo com uma investigação sobre comunidades de refugiados norte-coreanos na Coreia do Sul, cerca de 15 por cento admitem ter pensamentos suicidas. Isto é cerca de 10 por cento superior à média sul-coreana. A maioria diz que as dificuldades económicas são a principal razão.
Joseph Park, que também fugiu da Coreia do Norte há 15 anos, acredita que as mortes chocantes de Han e do filho não foram causadas por falta de políticas governamentais, mas podem ser parcialmente atribuídas a certos aspectos da cultura sul-coreana. “A Coreia do Sul é uma sociedade onde se pode viver sem se relacionar com os outros. Acho que essa é a grande diferença. Na Coreia do Norte, é necessário manter relações com os vizinhos”, teoriza o desertor. “Por exemplo, nas escolas norte-coreanas, se uma criança falta às aulas, o professor envia colegas a casa do aluno. Então, naturalmente, ninguém se consegue isolar.”

Apesar do exemplo de Han, milhares de norte-coreanos que conseguem viver bem no sul Mas isso exige adaptação. Sucessivos estudos revelam que muitos dos que fogem ao regime norte-coreano se sentem diferentes e discriminados no sul.

29 Ago 2019

Pyongyang | Novos testes de mísseis em dia de reunião do G7

Os mísseis norte-coreanos continuam a cruzar o céu asiático. O último lançamento aconteceu este sábado, enquanto o G7 se reunia em Biarritz, e foi comandado por Kim Jong-Un que considerou estar perante uma grande arma

 

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte realizou sábado o sétimo ensaio, em menos de um mês, com mísseis de curto alcance no mar do Japão, quando se espera o reinício das negociações com Washington para a desnuclearização do país asiático.

O novo lançamento, que sucede ao de 16 de Agosto, acontece no dia em que a cimeira do G7 começou na cidade de Biarritz (França) e quatro dias após a conclusão de manobras militares conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, contra as quais Pyongyang protestou insistentemente.

Num comunicado, o gabinete presidencial sul-coreano expressou “forte preocupação” com a continuidade dos lançamentos após os exercícios militares e pediu a intensificação dos esforços diplomáticos para reconduzir o país vizinho a negociações.

Seul acredita que a Coreia do Norte usou todos esses testes para ajustar uma nova variedade de projécteis balísticos de curto alcance, enquanto Pyongyang observou, em testes anteriores, que havia testado “um múltiplo lançador de foguetes de controlo remoto” definido como “um novo tipo de arma táctica”.

O regime liderado por Kim Jong-un acompanhou a sua sucessão de testes de armas com uma série de ameaças contra Seul e Washington, numa aparente tentativa de mostrar o poder militar e fortalecer a sua posição diante do esperado recomeço das negociações com os EUA sobre o desarmamento nuclear.

Diálogo azedo

Na sexta-feira, Pyongyang criticou a política de sanções dos EUA e o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, numa declaração do ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, Ri Yong-ho, emitida pela agência estatal KCNA.

“Estamos prontos, tanto para o diálogo quanto para o confronto”, disse Ri, que também afirmou que a Coreia do Norte continuará a ser “a maior ameaça aos EUA” se as sanções forem mantidas, acusando Pompeo de colocar à frente do diálogo a sua “ambição política”, em consonância com ataques anteriores do regime contra o chefe da diplomacia norte-americana.

A divulgação destes comentários coincide com o fim da viagem a Seul do enviado especial de Washington para o diálogo com Pyongyang, Stephen Biegun, que pretendia discutir a retomada das negociações com o regime.

As negociações, em tom neutro desde a fracassada cimeira de Hanói, em Fevereiro, deveriam ser retomadas depois que os líderes de ambos os países se terem comprometido a reactivá-las, numa reunião improvisada no final de Junho.

Os recentes gestos beligerantes do regime da Coreia do Norte contrastam com a confiança mostrada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em que ambas as partes retomarão os contactos em breve.

Trump minimizou os testes de mísseis norte-coreanos e, no início deste mês, afirmou ter recebido uma carta de Kim Jong-un, na qual o líder norte-coreano lhe apresentou “um pequeno pedido de desculpas” pelos ensaios e transmitiu vontade de dialogar.

Os líderes do G7 poderão abordar, entre outros assuntos, a situação na península coreana na reunião em Biarritz. Pyongyang tem o hábito de realizar testes de armas em datas próximas a eventos internacionais relevantes, neste caso uma cimeira com a presença de Trump e do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que expressou o seu desejo de discutir durante o encontro o estado do diálogo com o regime norte-coreano.

“Grande arma”

O dirigente norte-coreano, Kim Jong-Un, liderou sábado o ensaio de mísseis de curto alcance e considerou estar em causa “uma grande arma”, noticiou ontem a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA. De acordo com agência, Kim Jong-Un liderou o ensaio de “lançamento de múltiplos mísseis de larga escala”.

Após este teste, o mais recente ensaio de mísseis de curto alcance realizado em Agosto pela Coreia do Norte, Kim Jong-Un afirmou que o sistema “recém-desenvolvido” era “uma grande arma”, segundo a KCNA. O país deve continuar a fortalecer o desenvolvimento de armas para combater “as ameaças militares e a crescente pressão das forças hostis”, salientou o responsável.

26 Ago 2019

Coreia do Norte faz mais disparos de projécteis

[dropcap]O[/dropcap]s dirigentes militares da Coreia do Sul garantiram que a Coreia do Norte disparou mais dois projécteis para o mar, às primeiras horas de sábado. Este é provavelmente mais um protesto de Pyongyang contra as manobras militares conjuntas entre a Coreia do Sul e os EUA, que a Coreia do Norte assegura que visam uma invasão do seu território.

A agência noticiosa sul-coreana Yonhap avançou que o Comando Conjunto dos Chefes de Estado-Maior sul-coreano especificou que os projécteis foram disparados de uma área próxima da costa leste. Os projécteis não foram identificados imediatamente nem qual a distância que percorreram, mas a Coreia do Norte tem feito uma série de disparos de mísseis balísticos de curto alcance nas últimas semanas.

Estes testes de mísseis, cuja importância o Presidente norte-americano tem insistentemente minimizado, acontecem depois de as negociações diplomáticas entre os EUA e a Coreia do Norte sobre o programa nuclear desta terem fracassado.

Até agora, a Coreia do Norte tem mantido a suspensão unilateral de testes de mísseis nucleares de longo alcance, decisão tomada no ano passado.

Pyongyang descreveu os seus recentes disparos como o teste de um novo sistema de artilharia de projécteis e do lançamento de mísseis balísticos de curto alcance. Antes tinha-os classificado como um “aviso solene” à Coreia do Sul a propósito dos seus planos de continuar os exercícios militares com os EUA.

Alguns analistas consideram que estes disparos podem aumentar nos próximos meses, se não houver avanços nas negociações nucleares.

10 Ago 2019

Diplomacia | Coreia do Norte saúda “encontro extraordinário” com Trump

A Coreia do Norte descreveu como “histórico e extraordinário” o encontro no domingo entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na zona desmilitarizada entre as duas Coreias

 

[dropcap]D[/dropcap]e acordo com a agência oficial norte-coreana KCNA, os dois líderes decidiram, após um breve encontro de 50 minutos, “retomar e prosseguir discussões produtivas para alcançar mais progressos no processo de desnuclearização da península coreana”. Kim e Trump discutiram “questões de interesse mútuo que se tinham tornado obstáculos à resolução destes problemas”, indicou a mesma agência.

A KCNA escreveu ainda que o líder norte-coreano elogiou as “boas relações” com Trump, acrescentando que estas “produziriam resultados que os outros não podiam prever”.

Para o analista Shin Beom-chul, ouvido pela agência de notícias France-Presse (AFP), o comentário da KCNA é “propaganda típica norte-coreana que glorifica Kim Jong-un”. “O objectivo é restaurar a imagem de Kim, danificada ao voltar de mãos vazias da cimeira de Hanói”, em Fevereiro deste ano.

No final do encontro de domingo, também Donald Trump disse que os dois países vão iniciar reuniões de trabalho “nas próximas três semanas” sobre o processo de desnuclearização. Apesar deste passo, o Presidente norte-americano disse que as actuais sanções à Coreia do Norte vão continuar em vigor. Trump acrescentou ter convidado o líder norte-coreano a visitar os Estados Unidos.

Trump tornou-se no primeiro Presidente dos Estados Unidos em funções a entrar em solo da Coreia do Norte, depois de um aperto de mãos com Kim Jong-un.

Ovni no paralelo

O Comando Militar Conjunto da Coreia do Sul disse que foi detectado ontem a passagem de um “objecto voador não identificado” que sobrevoou uma zona perto da fronteira com a Coreia do Norte. De acordo com os militares de Seul, os radares detectaram o voo do objecto sobre a Zona Desmilitarizada entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte, mas não foram fornecidos mais detalhes.

Antes dos contactos diplomáticos com Pyongyang sobre o programa nuclear norte-coreano eram ocasionalmente disparados tiros de canhão em ambos os lados.

A informação sobre o objecto voador que os militares não especificaram se se tratou de um aparelho não tripulado (‘drone’) foi difundida 24 horas depois do encontro entre presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong na fronteira.

2 Jul 2019

Trump é o primeiro Presidente americano a entrar na Coreia do Norte

Donald Trump tornou-se ontem no primeiro Presidente dos Estados Unidos a entrar em solo da Coreia do Norte, depois de cumprimentar o líder norte-coreano, Kim Jong-un

 

[dropcap]E[/dropcap]ste foi o terceiro encontro entre os presidentes dos dois países, depois da cimeira histórica de Singapura em Junho de 2018 e o encontro de Hanói em Fevereiro passado. “É um grande dia para o mundo”, disse Donald Trump depois de ter cumprimentado Kim Jong-un, cerca das 15:50 locais (14:50 em Macau). O Presidente norte-coreano afirmou que espera “ultrapassar as barreiras” graças às ligações com Donald Trump.

O encontro não será suficiente para solucionar o delicado ‘dossier’ nuclear norte-coreano, mas é simbólico para os dois países, que antes se ameaçavam de aniquilação mutuamente.

Este encontro, que ocorreu na vila de Panmunjon, onde foi assinado o armistício (entre as duas coreias) de 1953, “significa que queremos pôr termo a um passado infeliz e tentar criar um novo futuro”, afirmou ainda o Presidente norte-americano antes de uma reunião privada com o homólogo norte-coreano.

Donald Trump disse ainda que vai convidar o líder norte-coreano, Kim Jong-un, a visitar Washington “no momento certo”. “Vou convidá-lo agora mesmo à Casa Branca”, afirmou Trump, depois de se encontrar com Kim na fronteira entre as coreias e momentos antes de ambos iniciarem uma reunião privada junto da linha divisória e da zona desmilitarizada (DMZ).

O Presidente dos Estados Unidos afirmou também que os dois países vão iniciar reuniões de trabalho “nas próximas três semanas” sobre o processo de desnuclearização. “O que vai acontecer é que nas próximas duas ou três semanas as equipas vão começar a trabalhar”, disse Trump, depois de concluir o encontro à porta fechada com Kim Jong-un, na fronteira entre as Coreias e que durou cerca de 50 minutos.

Apesar deste passo, o Presidente norte-americano disse que as actuais sanções à Coreia do Norte vão continuar em vigor.

Comitiva familiar

Antes de deixar solo sul-coreano, Donald Trump disparou as habituais críticas à Administração Obama e contra os meios de comunicação social, enquanto o Presidente Moon Jae-in se manteve em silêncio. O Presidente norte-americano agradeceu a Kim Jong-un a gentileza de o ter salvo das críticas dos jornalistas presentes e categorizou as relações com Pyongyang com a Administração Obama como “desastrosas”.

Porém, o alvo preferencial de Trump antes de entrar na zona desmilitarizada foram os jornalistas. “Se ele decidisse não aparecer, vocês iriam atacar-me fortemente. Quero agradecer-lhe [a Kim Jong-un] por ter sido tão rápido em proporcionar este encontro. Movemos montanhas”, disse Trump, antes de entrar na zona desmilitarizada.

Entre a comitiva norte-americana estiveram Ivanka Trump e o seu marido Jared Kushner. Assim que o casal saiu de uma das casas que estão ao longo da linha de demarcação, uma jornalista da Bloomberg perguntou à filha do Presidente norte-americano como tinha sido entrar na Coreia do Norte. “Surreal” foi a resposta de Ivanka Trump.

1 Jul 2019

Kim Jong-un diz ter recebido carta de Trump com um “conteúdo excelente”

[dropcap]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, recebeu uma carta “pessoal” do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com um “conteúdo excelente”, informou hoje a agência de notícias oficial norte-coreana, KCNA.

A informação não detalha a data em que a carta foi recebida, nem escrita, mas sustenta que, depois de ler, Kim disse ter mostrado a sua “satisfação”. De acordo com a KCNA, Trump mostrou uma “coragem extraordinária”. Kim aprecia o “julgamento político” da carta e acrescentou que “analisará” seriamente o “conteúdo excelente” da mensagem.

Esta carta parece ser uma resposta a uma outra mensagem que Kim recentemente enviou a Trump para comemorar o primeiro aniversário da histórica cimeira entre os dois líderes realizada em Singapura em 12 de Junho de 2018.

No final de Fevereiro houve uma segunda cimeira, em Hanói, concluída sem qualquer acordo e sem uma declaração comum, devido à impossibilidade de um entendimento em relação ao desmantelamento do programa nuclear de Pyongyang em troca de um levantamento das sanções económicas impostas ao país asiático. A data e o local de uma possível terceira cimeira entre os dois ainda não foram definidos.

23 Jun 2019