Coreia do Sul vai propor ao Norte organização conjunta dos Jogos Olímpicos 2032

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Sul vai propor à Coreia do Norte uma candidatura conjunta à organização dos Jogos Olímpicos de 2032, desafio que estará incluído na terceira cimeira entre os países, na terça-feira, em Pyongyang.

“Vou fazer essa proposta ao Norte em nome da paz. Seul e Pyongyang organizarão os Jogos em conjunto”, afirmou o ministro do desporto sul-coreano, Do Jong-hwan, que integrará de negociações.

As duas Coreias já tinham discutido a possibilidade de sediar conjuntamente os Jogos Olímpicos de Verão de 1988, mas as negociações fracassaram e Seul teve essa responsabilidade sozinha.

Uma nova era vigora no relacionamento entre os vizinhos, que formaram uma equipa unificada de hóquei no gelo para os Jogos Olímpicos de Inverno, que a Coreia do Sul organizou em fevereiro.

Essa iniciativa juntou-se a várias outras numa reaproximação na península com os encontros entre Moon Jae-in e Kim Jong-Un.

O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach, disse recentemente que está receptivo a conversações entre as duas Coreias no sentido de que se apresentem unidas no desfile e nas competições dos Jogos de Tóquio em 2020.

13 Set 2018

Coreia do Norte | Desfile militar deixou de lado mísseis de longo alcance

 

A Coreia do Norte realizou ontem um desfile militar para assinalar o 70º aniversário da fundação do país, mas não apresentou mísseis balísticos intercontinentais, que estiveram na origem de várias sanções internacionais

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]oldados, artilharia e tanques integraram o desfile perante o líder norte-coreano Kim Jong-un no centro de Pyongyang, a capital do país, numa cerimónia em que apenas foram expostos mísseis de curto alcance, segundo a agência de notícias France-Presse.
O desfile militar, que durou cerca de uma hora e meia, foi o primeiro desde que Kim Jong-un e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinaram em Junho uma declaração conjunta em Singapura, prometendo trabalhar para a desnuclearização do regime de Pyongyang.

Kim não se dirigiu à multidão, numa cerimónia em que marcaram presença o chefe do parlamento chinês e delegações ao mais alto de países que mantêm relações diplomáticas próximas do regime norte-coreano. O líder do parlamento da Coreia do Norte, Kim Yong-nam, deu o tom a uma retórica relativamente mais suave para o que foi sendo habitual em eventos anteriores, com um discurso de abertura que enfatizou os objectivos económicos do regime, em detrimento do seu poderio nuclear.

Os aliados

Os presidentes da China e da Rússia, Xi Jingping e Vladimir Putin, enviaram mensagens de felicitações ao líder norte-coreano Kim Jong-un, informou agência estatal de notícias KCNA.

Xi destacou a “política inabalável” do seu país para melhorar as relações com a Coreia do Norte, pode ler-se na mensagem publicada pela KCNA.

“O Partido [Comunista] e o Governo chinês dão a máxima prioridade às relações de amizade e cooperação entre a China e a República Popular Democrática da Coreia, e à sua política firme para defender, construir e desenvolver com sucesso relações bilaterais”, referiu o Presidente chinês. Já Vladimir Putin sublinhou na mensagem enviada a Kim a importância de aprofundar os laços e promover a paz na região.

O presidente russo disse estar convencido de que “o diálogo bilateral e a cooperação construtiva em várias áreas serão melhorados graças aos esforços conjuntos”, o que contribuirá para fortalecer a estabilidade e a segurança na península coreana e no nordeste da Ásia.

10 Set 2018

Coreia do Norte | Morreu figura-chave do programa de mísseis

[dropcap style=’circle’]J[/dropcap]u Kyu-chang, figura-chave do programa de mísseis balísticos da Coreia do Norte no início desta década, morreu segunda-feira aos 89 anos, informou ontem a agência de notícias estatal KCNA. Ju Kyu-chang, descrito no obituário como um “soldado revolucionário” pela sua contribuição para desenvolver as “capacidades de defesa” do país, morreu de pancitopenia, um problema no sangue. Ju nasceu na província do Sul do Hamgyong, em 1928, e formou-se em engenharia pela Universidade de Kim Chaek, um dos centros tecnológicos de maior prestígio da Coreia do Norte. Em 2010 foi nomeado director do Departamento de Construção de Maquinaria do Partido dos Trabalhadores e membro do Comité Central, tendo desempenhado um papel importante no desenvolvimento bem sucedido do Unha-3, o primeiro veículo de transporte espacial que conseguiu colocar em órbita um satélite norte-coreano, em Dezembro de 2012.

5 Set 2018

Norte-coreanos competem pela 1.ª vez no campeonato mundial de tiro na Coreia do Sul

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]tiradores norte-coreanos competiram ontem, dia 1, pela primeira vez, no Campeonato Mundial de Tiro na Coreia do Sul, o mais recente exemplo da diplomacia desportiva na Península Coreana.

Participantes da Coreia do Norte estão entre os cerca de 1.800 atletas que representam 90 nações para este evento da Federação Internacional de Tiro Desportivo (ISSF), na Coreia do Sul, afirmou a entidade.

Os atletas competem por vagas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Os 22 membros da delegação norte-coreana – 12 atletas e 10 oficiais – foram calorosamente recebidos pelos adeptos sul-coreanos ao chegarem ao aeroporto de Gimhae, na sexta-feira.

A diplomacia desportiva tem ajudado a combater o ‘gelo’ entre as Pyongyang e Seul. Em fevereiro, os Jogos Olímpicos de PyeongChang, na Coreia do Sul, impulsionaram uma impressionante reaproximação entre os dois países inimigos, após dois anos de crispação na península devido à aceleração dos programas balístico e nuclear da Coreia do Norte.

2 Set 2018

Coreia do Norte | Turista japonês libertado por “razões humanitárias”

 

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m turista japonês que foi preso na Coreia do Norte vai ser libertado “por razões humanitárias”, avançou no domingo a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA. “Tomoyuki Sugimoto, que visitou recentemente a Coreia do Norte como turista japonês, foi detido (…) para que fosse investigado um crime contra a lei da RPDC [República Democrática Popular da Coreia]”, noticiou a KCNA, revelando que “as instituições competentes decidiram perdoá-lo (…) e expulsá-lo por razões humanitárias”. Tomoyuki Sugimoto é um operador de câmara que viajou para o norte numa viagem organizada por uma empresa estrangeira e será suspeito de gravar um vídeo de uma instalação militar no porto de Nampo, no oeste do país, segundo fontes do Governo japonês citadas pelos ‘media’ nipónicos. O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão recusou-se a comentar o caso. Por diversas vezes a Coreia do Norte deteve estrangeiros sob a acusação de espionagem, usando-os depois para fins diplomáticos. Três detidos foram libertados em Maio durante a visita à Coreia do Norte do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.

28 Ago 2018

Coreia do Norte | Sul-coreanos a caminho para encontro com familiares

Vários autocarros, com passageiros sul-coreanos, partiram ontem para a Coreia do Norte, onde vão encontrar-se pela primeira vez com familiares dos quais foram separados desde a Guerra da Coreia (1950-53)

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s 14 autocarros, com 89 passageiros idosos, partiram sob escolta policial da cidade portuária de Sokcho (nordeste) em direcção à fronteira com a Coreia do Norte. Esta nova série, a primeira em três anos, de encontros de famílias separadas pela guerra, decorre no quadro da reaproximação entre Seul e Pyongyang, iniciada no princípio do ano. Até quarta-feira, os participantes vão estar cerca de 11 horas com familiares do Norte, na estância de esqui do monte Kumgang, sob a supervisão de agentes norte-coreanos, antes de se separarem, talvez para sempre.
Milhões de pessoas foram separadas pela Guerra da Coreia, que selou a divisão hermética da península.
Lee Keum-seom, de 92 anos, disse esperar rever o filho. Ao fugir, durante a guerra, separou-se do marido e do filho de 4 anos. Só com a filha, apanhou um ‘ferry’ para o Sul. “Não sei o que sinto. Não sei se é real ou se estou a sonhar”, disse.

Trunfo negocial

Norte e Sul continuam tecnicamente em guerra, uma vez que o conflito terminou com um armistício e sem a assinatura de um tratado de paz. As comunicações civis estão proibidas entre os dois lados.
Desde 2000, Seul e Pyongyang organizaram 20 séries de encontros de famílias divididas, sempre que se verificava uma melhoria das relações bilaterais. No entanto, 65 anos depois do armistício, o tempo é curto para os sobreviventes. Inicialmente, 130 mil sul-coreanos eram candidatos a participar nos encontros. Uma imensa maioria já morreu e grande parte dos sobreviventes tem mais de 80 anos. Este ano, o mais velho tem 101 anos.
Alguns dos seleccionados, num processo aleatório, para o encontro deste ano desistiram ao saber que os familiares do outro lado da fronteira já tinham morrido.
Por outro lado, alguns participantes em encontros anteriores lamentaram as divergências ideológicas que os separam dos familiares.
As tentativas de Seul em convencer Pyongyang a aceitar reuniões mais frequentes têm saído frustradas, uma vez que a Coreia do Norte entende que estas são um importante activo nas negociações. O país liderado por Kim Jong-un acredita ainda que a expansão das reuniões pode levar a que os norte-coreanos tenham noção do que se passa no exterior.

21 Ago 2018

Coreia do Norte | Putin volta a convidar Kim Jong-un para cimeira

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]Presidente russo voltou a convidar o líder norte-coreano, Kim Jong-un, para uma cimeira com o objectivo de discutir relações bilaterais e matérias de natureza regional, informou a agência de notícias oficial do regime de Pyongyang.

A mensagem dirigida a Kim Jong-un foi enviada por ocasião da celebração da libertação da Coreia do Norte que se comemora ontem e que coincide com o 73.º aniversário da rendição do Japão no final da II Guerra Mundial. “Estou pronto para (…) discutir assuntos urgentes nas relações bilaterais e temas importantes para a região”, escreveu Vladimir Putin na mensagem divulgada pela agência de notícias oficial da Coreia do Norte, a KCNA.

O Presidente russo também terá expressado a vontade da Rússia em participar em possíveis projectos de desenvolvimento e de infra-estruturas na Coreia do Norte, no âmbito da cooperação acordada entre Seul e Pyongyang, por ocasião do processo de pacificação na península coreana.

Putin já tinha endereçado um convite a Kim em Maio para participar no Fórum Económico do Oriente agendado para a cidade costeira russa de Vladivostok, entre 11 e 13 de Setembro. O Presidente russo também convidou para o fórum deste ano os presidentes sul-coreano e chinês, bem como o primeiro-ministro japonês. Caso Kim Jong-un aceite o convite, o fórum assumir-se-ia como um evento histórico ao reunir os líderes de cinco dos seis países envolvidos durante a última década nos esforços para alcançar a desnuclearização da península coreana.

16 Ago 2018

Desnuclearização da Coreia do Norte depende de tratado de paz – jornal oficial

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m órgão oficial do regime de Pyongyang defendeu ontem que a desnuclearização da Coreia do Norte depende da assinatura de um tratado de paz, para acabar com o estado de guerra técnico que perdura desde a Guerra da Coreia (1950-1953).

De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, o semanário Tongil Sinbo, um dos meios de comunicação que o regime norte-coreano utiliza para fazer passar mensagens para o exterior, escreveu na sua última edição que só haverá mais progressos nas negociações multilaterais se os Estados Unidos aceitarem a declaração sobre o fim da guerra entre as duas Coreias.

“Houve um grande avanço nas relações entre a Coreia do Norte, a Coreia do Sul e os Estados Unidos, mas o fim da Guerra das Coreias ainda é um assunto não resolvido”, pode ler-se no semanário Tongil Sinbo.

“Os Estados Unidos, como parte responsável na declaração do fim da guerra para estabelecer uma paz permanente na península coreana, devem tomar medidas práticas para implementar o acordo da cimeira de 12 de junho, em Singapura”, que juntou o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, de acordo com o jornal.

O Tongil Sinbo advertiu ainda que “não se pode esperar um bom desenvolvimento das relações inter-coreanas se o Sul seguir cegamente a política de hostilidade contra o Norte através de forças estrangeiras”.

Quer na declaração de Panmunjom, firmada em abril durante a histórica cimeira entre os líderes das duas Coreias, quer cimeira de 12 de junho entre Donald Trump e Kim Jong-un ficou acordado que as duas coreias vão trabalhar para alcançar a “completa desnuclearização” da península, comprometendo-se com um tratado multilateral para acabar com o estado de guerra técnico na região que existe desde a Guerra da Coreia (1950-1953).

15 Ago 2018

Coreia do Norte | Austrália pediu restos mortais de soldados

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Julie Bishop, disse ontem que pediu ao seu homólogo norte-coreano, Ri Yong-ho, a recuperação dos corpos dos 43 soldados australianos desaparecidos na Guerra da Coreia. Os dois ministros reuniram-se no fim-de-semana em Singapura durante a cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático, um dos únicos eventos internacionais no qual o regime de Pyongyang participa.
Em Bali, na Indonésia, a governante disse à Sky News que tinha lembrado Ri Yong-ho que a Coreia do Norte já tinha entregado os restos mortais de alguns soldados americanos, na sequência da cimeira de Junho entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. “Eu pedi o acesso àqueles lugares”, disse Bishop, acrescentando que a Austrália ofereceu assistência forense e especializada para recuperar os restos mortais dos soldados australianos” desaparecidos durante a Guerra da Coreia”. A chefe da diplomacia australiana acrescentou que tinha aproveitado a reunião para pressionar o ministro sobre a desnuclearização da Coreia do Norte, uma matéria à qual Ri Yong-ho se mostrou “evasivo”.
“Queremos ver um desmantelamento completo, verificável e irreversível do programa nuclear da Coreia do Norte”, disse Bishop, reiterando que, até que isso aconteça, a Austrália continuará a apoiar as sanções impostas contra o regime de Pyongyang.

8 Ago 2018

Diplomatas asiáticos instam Pyongyang a destruir arsenal nuclear

[dropcap style=’circle’] D [/dropcap] iplomatas asiáticos de topo pressionaram no fim-de-semana a Coreia do Norte para cumprir o seu compromisso de desmantelar totalmente o seu arsenal nuclear, numa altura em que há preocupações de que esteja a prosseguir os seus programas armamentistas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano, Ri Yong Ho, por seu lado, atacou os Estados Unidos num fórum sobre segurança na Ásia, em Singapura, acusando-os de certas atitudes “alarmantes”, entre as quais “elevar mais ainda a sua voz para manter as sanções contra” a Coreia do Norte. Tais atitudes, disse Ri aos seus homólogos, poderão fazer com que um acordo com a Administração Trump, que engloba o compromisso de Pyongyang em proceder à desnuclearização total da Península da Coreia, “enfrente dificuldades”.

A China e os Estados do sudeste asiático também foram alvo de apelos, nas reuniões de Singapura, para concluírem rapidamente um pacto de não-agressão eficaz que possa ajudar a evitar possíveis confrontos no disputado mar do Sul da China.

Ambas as partes anunciaram um acordo de princípio sobre um “código de conduta” regional que classificaram como um marco, após 16 anos de negociações esporádicas.

O alarme relativo ao aumento do proteccionismo comercial, que os Governos asiáticos advertiram poderá impedir o crescimento económico, dominaram também as reuniões, com o Japão a exortar a rápida conclusão de um acordo de livre comércio entre os 16 Estados asiáticos que não inclua os Estados Unidos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros filipino, Alan Peter Cayetano, afirmou que a aproximação entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos, juntamente com a conclusão de uma primeira versão do “código de conduta” para o mar do Sul da China são progressos, mas acrescentou que “como qualquer avanço em negociações diplomáticas, poderá levar a alguma coisa muito boa ou poderá levar a nada”. “Agora, o trabalho difícil está mesmo nos pormenores”, disse Cayetano à imprensa antes de iniciar um dia de reuniões entre os membros da Associação de Estados do Sudeste Asiático (ASEAN) e os seus parceiros Estados Unidos, China, Japão e Coreia do Sul.

Os chefes da diplomacia da ASEAN e os seus homólogos da China, Japão e Coreia do Sul instaram os Estados Unidos e a Coreia do Norte “bem como partes interessadas, a continuarem a trabalhar no sentido da obtenção de paz e estabilidade duradouras numa Península Coreana desnuclearizada”, de acordo informação a que a agência Associated Press (AP) teve acesso.

6 Ago 2018

Guerra da Coreia | Restos mortais de soldados norte-americanos repatriados

O Comando das Nações Unidas (UNC), liderado pelo exército dos Estados Unidos, realizou ontem uma cerimónia solene para repatriar os restos mortais de 55 soldados norte-americanos mortos na Guerra da Coreia recentemente devolvidos pela Coreia do Norte

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] cerimónia foi realizada na base aérea de Osan, a 70 quilómetros ao sul de Seul, cinco dias após o regime de Pyongyang permitir que um avião norte-americano pousasse na localidade norte-coreana de Wonsan, recolhesse os restos mortais dos soldados e voltasse para a Coreia do Sul.

A entrega foi acordada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, durante a cimeira realizada a 12 de Junho, em Singapura, em que ambos assinaram uma declaração para melhorar as relações entre os dois países e para trabalhar sobre a desnuclearização da península.

“Os mortos da Guerra da Coreia (1950-1953) nunca foram esquecidos pelos Estados Unidos ou pelos outros 16 países que compunham o Comando das Nações Unidas (UNC), nações que apoiaram os norte-americanos durante esta guerra. O Comando nunca deixa soldados para trás, vivos ou mortos, e continuará a missão de repatriação até que cada soldado retorne para casa”, explicou a UNC num comunicado.

Cerca de 500 pessoas participaram na cerimónia, incluindo o comandante da UNC, Vicent Brooks, o embaixador dos Estados Unidos na Coreia do Sul, Harry Harris, e o ministro da Defesa sul-coreano, Song Young-moo.

Concluído o acto, espera-se que os restos mortais sejam enviados para o Havai, onde está a sede da Agência de Contabilização de Desaparecidos em Combate e Prisioneiros de Guerra do Departamento de Defesa (DPAA), que será responsável pela identificação das ossadas.

Quem é quem

O processo de identificação deve levar pelo menos alguns meses, segundo os especialistas. Entretanto, as primeiras avaliações sugerem que é “provavelmente espólio norte-americano”, disse John Byrd, director de análise científica da DPAA. “Os restos são consistentes com os restos mortais que já recuperámos na Coreia do Norte (…) no passado”, disse Byrd a jornalistas na base militar de Osan.

Desde 1990, os restos mortais de 629 americanos que morreram na Coreia do Norte foram devolvidos às suas famílias, segundo a UNC.

Mais de 36 mil militares dos Estados Unidos morreram na Guerra da Coreia e cerca de 7700 desapareceram, dos quais 5300 estavam supostamente a norte do 38.º paralelo.

Com este gesto simbólico, a Coreia do Norte procura convencer os Estados Unidos da necessidade de assinar um tratado de paz para substituir o cessar-fogo que pôs fim ao conflito, um documento que o regime de Kim considerada chave para a sua sobrevivência. No entanto, Washington mostrou dúvidas sobre este tratado de paz e parece estar a esperar primeiro por acções concretas de Pyongyang que apontem para um compromisso real de abandonar o seu programa nuclear.

2 Ago 2018

Conversações ao mais alto nível entre Coreias foram significativas mas terminam sem acordo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s duas Coreias terminaram ontem conversações ao mais alto nível sem um acordo, mas Seul e Pyongyang indicaram que tiveram uma discussão significativa sobre o apaziguamento do impasse militar que dura há décadas na península coreana.

Esta é a segunda reunião entre altos representantes da Coreia do Sul e da Coreia do Norte desde que os líderes dos dois países, Moon Jae-in e Kim Jong-un, respetivamente, reuniram-se numa cimeira em abril passado e assumiram o compromisso de reduzir o clima de tensão e o perigo de um novo conflito naquela região.

O encontro de Abril foi a primeira cimeira entre as duas Coreias em 11 anos.

A reunião concluída hoje contou com a presença de altas patentes militares dos dois países e ocorreu em Panmunjom, aldeia localizada na zona desmilitarizada onde também foi assinado o armistício que suspendeu a Guerra da Coreia (1950-1953).

Em declarações citadas pelas agências internacionais, o chefe da delegação sul-coreana, o major-general Kim Do Gyun, referiu que os dois lados partilham uma visão comum sobre o princípio de desarmar a área conjunta controlada em Panmunjom, sobre a redução de alguns postos de guarda na zona desmilitarizada (faixa de quatro quilómetros de largura que divide os dois Estados) e sobre a suspensão de atos hostis ao longo de uma fronteira marítima fortemente disputada.

A realização de buscas conjuntas para encontrar soldados desaparecidos durante a Guerra da Coreia foi outro dos aspetos partilhados pelas duas delegações, referiu o mesmo representante sul-coreano, que adiantou que as duas Coreias vão prosseguir no futuro com as conversações sobre estes assuntos.

Kim Do Gyun descreveu ainda as conversações de hoje como “sinceras” e “francas”, concluindo que as chefias militares de Seul e de Pyongyang poderão contribuir para o estabelecimento de uma paz duradoura entre os dois países.

O seu homólogo norte-coreano, o tenente-general An Ik San, frisou que as conversações foram “produtivas”, afirmando ainda acreditar que muitas das questões militares pendentes entre os dois países podem ser resolvidas.

Durante a cimeira em abril e o encontro em junho com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, expressou o seu compromisso para uma “completa desnuclearização da península coreana”.

Mas ainda persiste um clima de preocupação e muitas interrogações sobre quais têm sido as medidas reais e concretas do regime de Pyongyang para um cenário de desarmamento.

Na segunda-feira, o jornal norte-americano The Washington Post noticiou que os serviços de informação dos Estados Unidos acreditam que a Coreia do Norte está a construir novos mísseis, apesar das negociações em curso.

Esta indicação dos serviços norte-americanos baseia-se em recentes imagens de satélite de uma fábrica que produziu o primeiro míssil alegadamente capaz de atingir a costa leste do território dos Estados Unidos, referiu o diário, que citou responsáveis dos serviços que falaram sob anonimato.

Segundo as mesmas fontes, as informações recolhidas apontam que o regime norte-coreano estará a trabalhar em pelo menos um e talvez até dois mísseis balísticos intercontinentais.

1 Ago 2018

Coreias | Seul “acompanha de perto” suposto fabrico de novos mísseis pelo Norte

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo da Coreia do Sul disse ontem estar a “acompanhar de perto” a situação na Coreia do Norte na sequência das informações divulgadas nos Estados Unidos de que Pyongyang pode estar a construir novos mísseis intercontinentais. “O Governo acompanha de perto estes desenvolvimentos, em estreita colaboração com as autoridades dos Estados Unidos e da Coreia do Sul”, segundo um breve comunicado da presidência sul-coreana.

O texto refere também que, até ao momento, não está confirmada “nenhuma informação” sobre o assunto.

O jornal norte-americano Washington Post noticiou na segunda-feira, citando fontes dos serviços de informações norte-americanos que disseram basear-se em fotos de satélite, que o regime norte-coreano está a construir um ou dois mísseis intercontinentais nas instalações de Sanumdong, a sudoeste da capital. As instalações de Sanumdong têm sido utilizadas pelo regime norte-coreano para a produção de componentes essenciais para os mísseis intercontinentais. Em 2017 foi lá desenvolvido o míssil Hwasong-15, com capacidade para alcançar os Estados Unidos.

Porém, o registo de actividade em Sanumdong não implica necessariamente a expansão das capacidades de armamento, segundo especialistas, uma vez que os mísseis intercontinentais norte-coreanos funcionam com combustível líquido, o que obriga a que sejam carregados horas antes de serem disparados e os torna facilmente detectáveis pelos satélites norte-americanos.

1 Ago 2018

Coreia do Norte | Pyongyang devolve aos EUA restos mortais de soldados

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] Coreia do Norte devolveu aos Estados Unidos 55 caixas com restos mortais de soldados norte-americanos que combateram na Guerra da Coreia (1950-1953), afirmou o comando da ONU na Coreia do Sul.

De acordo com o comando da ONU, está prevista a realização de uma cerimónia na próxima quarta-feira, na base aérea de Osan, na Coreia do Sul, em homenagem às vítimas.

Para os Estados Unidos, este é um passo significativo para o retomar das operações de recuperação dos restos mortais de milhares de soldados norte-americanos que morreram a combater na guerra da Coreia. “Os restos mortais dos soldados norte-americanos vão deixar finalmente a Coreia do Norte e regressar aos Estados Unidos, depois de tantos anos. Será um grande momento para muitas famílias. Obrigado Kim Jong-un [líder norte-coreano]”, escreveu Donald Trump, na conta oficial da rede social Twitter.

De acordo com imagens transmitidas em directo pela televisão sul-coreana, um avião militar dos Estados Unidos aterrou na base aérea de Osan, antes das 12h (11h em Macau), após ter recolhido, na Coreia do Norte, restos mortais de soldados norte-americanos que combateram na Guerra da Coreia.

Frutos colhidos

A transferência dos restos mortais de antigos combatentes norte-americanos é um dos primeiros resultados da cimeira entre os líderes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un, a 12 de Junho passado, em Singapura.

Cerca de 7.700 soldados norte-americanos foram dados como desaparecidos durante a Guerra da Coreia, e 5.300 restos mortais estariam ainda na Coreia do Norte. Quatro milhões de pessoas morreram na sequência da Guerra da Coreia, incluindo 36.000 soldados norte-americanos.

30 Jul 2018

Desertor norte-coreano detido por vender segredos da Coreia do Sul

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m desertor norte-coreano foi detido em Seul, acusado de vender informações militares secretas da Coreia do Sul para um país da Ásia Oriental, informaram ontem as autoridades. O suspeito, identificado apenas pelo sobrenome Lee, terá vendido informações de antigos altos quadros do Comando de Inteligência de Defesa da Coreia (KDIC), afirmou um representante do Gabinete da Procuradoria do Distrito Central de Seul durante uma conferência de imprensa.

Lee terá obtido as informações de um ex-funcionário do KDIC, de 58 anos, identificado pelo sobrenome Hwang, que foi preso no mês passado juntamente com outro ex-oficial do mesmo ramo dos serviços de informação militar, mas por outro caso de espionagem.

Os interrogatórios aos quais os dois indivíduos foram submetidos permitiram que os investigadores descobrissem a suposta fuga, embora a relação exacta entre o desertor e Hwang não tenha sido revelada.

Lee vendeu as informações obtidas a um agente integrado numa missão diplomática de um país “da Ásia Oriental”, explicou o representante da Procuradoria, sem acrescentar mais detalhes sobre este terceiro Estado, informou a agência de notícias Yonhap.

Múltiplos cúmplices

Suspeita-se que Lee foi o responsável pela fuga de 109 informações classificadas como secretas, incluindo dados pessoais de agentes dos serviços de informação sul-coreanos que trabalhavam em missões estrangeiras e que foram obrigados a abandonar os seus postos e regressarem ao país. A investigação admite existirem mais pessoas envolvidas.

Recentemente, foi igualmente divulgado que os serviços secretos sul-coreanos orquestraram a deserção de vários norte-coreanos, que trabalhavam num restaurante na China, e que viajaram para a Coreia do Sul. Fontes conhecedoras de detalhes do caso revelaram que agentes da KDIC estiveram envolvidos nas fases iniciais do processo, assim como um gestor e doze empregadas do restaurante norte-coreano Ryugyong, situado em Ningbo na China, que partiram para a Coreia do Sul em Abril de 2016. A comitiva de desertores passaram primeiro por Xangai e depois pela Malásia, antes de chegarem a solo sul-coreano.

Numa conferência de imprensa realizada na passada terça-feira, a porta-voz do Ministro da Defesa Nacional disse que o ministro “não tinha comentários a fase nesta fase” e acrescentou que mais questões sobre esta matéria deviam ser dirigidas ao Ministério da Unificação, o organismo do Executivo de Seul responsável pelos casos de desertores norte-coreanos.

20 Jul 2018

Coreia do Norte | Amnistia para condenados por crimes contra o país

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]yongyang anunciou ontem que vai amnistiar aqueles que foram “condenados por crimes contra o país e outras pessoas”, por ocasião da comemoração do 70.º aniversário da fundação daquele país asiático, que terá lugar em Setembro.

A amnistia entrará em vigor a partir de 1 de Agosto, revelou o regime de Pyongyang através da agência estatal de notícias KCNA, garantindo que serão tomadas “medidas práticas para ajudar as pessoas libertadas a reintegrarem-se na vida normal de trabalho”.

A Assembleia Popular Suprema (Parlamento) emitiu um decreto a 12 de Julho, informou a KCNA, sem dar mais detalhes sobre quantas pessoas estão envolvidas na amnistia. “Proteger a vida independente e criativa das massas populares e servir o povo com total disponibilidade para materializar plenamente a ideia de dar primazia às massas populares” é “a exigência essencial do sistema socialista coreano e o princípio invariável das actividades estatais”, citou a agência estatal.

A Coreia do Norte vai comemorar a 9 de Setembro o aniversário da fundação do país, evento que nos últimos anos tem usado para recuperar seu arsenal nuclear e balístico e que é esperado com grande expectativa após a reaproximação do país à Coreia do Sul e a mudança diplomática na relação com os Estados Unidos.

17 Jul 2018

Coreia do Norte | Pequim vinca compromisso com desnuclearização

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m responsável chinês reafirmou ontem o compromisso de Pequim com a desnuclearização da península coreana, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter sugerido que a China poderá interferir nas conversações entre Pyongyang e Washington.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Kong Xuanyou, disse em conferência de imprensa que a China e os EUA têm “mantido uma comunicação e coordenação próximas” na questão da península coreana.

Ao reconhecer que “não vai ser um processo fácil”, Kong disse acreditar que se o diálogo for sincero e feito com base no respeito mútuo e igualdade, “todas as questões encontrarão resposta”.

Na segunda-feira, Trump escreveu na rede social Twitter que a China “talvez esteja a exercer pressão negativa” sobre a Coreia do Norte, devido às crescentes disputas comerciais com os EUA, acrescentando: “espero que não!”.

Entretanto, o porta-voz da Administração-Geral das Alfândegas da China, Huang Songping, garantiu que Pequim “está a implementar consistentemente” as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU contra a Coreia do Norte, relativamente ao programa nuclear e de mísseis.

De acordo com os últimos dados oficiais, as importações chinesas oriundas da Coreia do Norte caíram 92,6 por cento, em Junho, em relação ao mesmo mês do ano passado. As exportações de petróleo e de outros bens, da China para a Coreia do Norte, recuaram 40,6 por cento, durante o mesmo período. As alfândegas chinesas não indicaram os valores envolvidos nas trocas comerciais entre os dois países em Junho, e divulgaram apenas as variações homólogas.

Nos primeiros seis meses do ano, as importações chinesas da Coreia do Norte caíram 88,7 por cento, relativamente ao mesmo período de 2017, para 690 milhões de yuan. As exportações recuaram 43,1 por cento, para 6,4 mil milhões de yuan.

16 Jul 2018

ONU | Pedida investigação a Seul sobre deserção de 12 norte-coreanas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] relator da ONU para a Coreia do Norte pediu ontem a Seul uma investigação “alargada e abrangente” sobre o caso controverso das 12 norte-coreanas que em 2016 viajaram da China para a Coreia do Sul.

Tomas Ojea Quintana defendeu que as 12 trabalhadoras, que alegadamente desertaram para o Sul, desconheciam “para onde estavam a ir”, conclusão a que chegou depois de entrevistar algumas das norte-coreanas, em Seul, na semana passada. As mulheres abandonaram o restaurante na cidade chinesa de Ningbo em 2016, juntamente com o gerente, e na altura o caso foi noticiado como sendo uma deserção voluntária. Pyongyang, por outro lado, sempre tratou o caso como “um sequestro”.

Em Maio deste ano, o gerente do restaurante norte-coreano admitiu que enganou as empregadas a pedido dos serviços secretos sul-coreanos. Na altura, explicou que tinha começado a trabalhar como informador dos serviços secretos numa altura em que se sentiu desiludido com o regime de Kim Jong-un.

Quintana pediu ao governo sul-coreano que conduza “uma investigação independente e abrangente” para esclarecer o caso e “responsabilizar os responsáveis”.

O relator da ONU não especificou se as mulheres com quem falou manifestaram o desejo de regressar à Coreia do Norte, mas acrescentou que os “seus desejos devem ser respeitados”. “A minha posição como relator de direitos humanos é respeitar as decisões das vítimas e, quando digo vítimas, sugiro que elas tenham sido objecto de algum tipo de engano em relação ao seu destino”, indicou.

11 Jul 2018

Coreia do Norte | Sanções vão continuar até à desnuclearização total

O secretário de Estado norte-americano garantiu ontem, em Tóquio, que as sanções em vigor contra Pyongyang vão continuar até à desnuclearização total da Coreia do Norte. Por seu lado, a diplomacia norte-coreana rejeitou as exigências apresentadas pelos Estados Unidos, que considerou “serem semelhantes às de um ladrão”

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pós dois dias de conversações entre Mike Pompeo e responsáveis de Pyongyang, o regime de Kim Jong-un considerou, no sábado à noite, que “os Estados Unidos estão a cometer um erro fatal se consideram que a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte] deve aceitar exigência semelhantes às de um ladrão”, advertiram as autoridades, através da agência oficial norte-coreana KCNA.

No Japão, à saída de uma reunião com os ministros dos Negócios Estrangeiros japonês, Taro Kono, e sul-coreana, Kang Kyung-wha, Pompeo afirmou que as sanções vão ser mantidas até uma “desnuclearização completa e totalmente verificável”.

Para o chefe da diplomacia norte-americana, esta é uma “desnuclearização geral”, que engloba todos os tipos de armas. “Os norte-coreanos compreenderam isso, não houve contestação”, sublinhou.

“Apesar de nos sentirmos encorajados pelos progressos registados nestas conversações, estes avanços não justificam, por si só, uma diminuição do regime de sanções existente”, insistiu Mike Pompeo, destacando a importância de controlar a conclusão do processo. “Haverá uma verificação ligada à desnuclearização completa, foi isso que os Presidentes [Donald] Trump e Kim [Jong-un] acordaram”, na cimeira de Singapura, a 12 de Junho, acrescentou.

Acção & Reacção

Pompeo, que esteve também reunido com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, mostrou-se sereno, apesar da reacção do regime de Kim Jong-un. “O Presidente Trump e eu acreditamos que estes esforços para a paz valem a pena”, reiterou.

A Coreia do Norte classificou ontem como “extremamente lamentável” a atitude dos Estados Unidos durante as conversações mantidas estes dias em Pyongyang com o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, sobre a desnuclearização do regime norte-coreano.

Num comunicado, citado pela agência noticiosa sul-coreana Yonhap, o Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano denunciou igualmente o que caracterizou de “exigências gananciosas” por parte de Washington.

“A atitude norte-americana e as posições assumidas durante as conversações de alto nível na sexta-feira e sábado foram extremamente lamentáveis”, indicou a nota da diplomacia norte-coreana.

Após dois dias de conversações, que tinham como objectivo acordar um plano concreto de desnuclearização, Pyongyang esperava por parte de Washington “medidas construtivas para ajudar a construir confiança” após a cimeira histórica de Junho passado entre os líderes dos dois países, mas a atitude dos Estados Unidos foi “unilateral e forçada”, segundo o mesmo comunicado.

Duas verdades

A posição norte-coreana contrasta com as declarações também proferidas pelo secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, que considerou como “muito produtivas” as conversações mantidas estes dias sobre o programa nuclear de Pyongyang.

“São questões complexas, mas realizámos progressos em quase todas as questões centrais, em algumas fizemos muitos progressos, noutras ainda há trabalho a fazer”, afirmou Pompeo, no final das conversações em Pyongyang e antes de prosseguir viagem até Tóquio, mas sem adiantar mais pormenores. “O trabalho que conseguimos na via da desnuclearização completa, estabelecendo uma relação entre dois países, é vital para uma Coreia do Norte mais radiosa e para o sucesso que os nossos Presidentes exigem de nós”, prosseguiu o secretário de Estado norte-americano.

No comunicado divulgado no fim-de-semana, a diplomacia da Coreia do Norte referiu que o regime de Pyongyang reiterou o pedido para um desarmamento “gradual”, justificando que esse seria o caminho mais rápido para conseguir a desnuclearização da península coreana, uma vez que “rompia corajosamente com os métodos fracassados do passado”.

Também rejeitou as exigências apresentadas pelos Estados Unidos, que considerou “serem semelhantes às de um ladrão” e contrárias “ao espírito da cimeira” ocorrida no mês passado em Singapura entre os líderes norte-americano e norte-coreano, Donald Trump e Kim Jon-un.

9 Jul 2018

Equipas de basquetebol da Coreia do Sul em Pyongyang para jogo amigáveis

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s equipas feminina e masculina de basquetebol da Coreia do Sul estão a caminho da Coreia do Norte para jogarem uma série de jogos amigáveis, em mais uma demonstração do estreitamento das relações entre os dois países vizinhos.

Uma delegação sul-coreana, composta por jogadores, autoridades governamentais e jornalistas saiu ontem em dois aviões da base aérea de Seongnam com destino a Pyongyang por volta das 20h, de acordo com os órgãos de comunicação social presentes na delegação.

O ministro da Unificação sul-coreano, Cho Myoung-gyon, que lidera a delegação, afirmou esperar que ambas as partes “caminhem em direcção à paz”. O ministro preferiu não revelar pormenores sobre o itinerário que a delegação vai fazer enquanto estiver na Coreia do Norte, não confirmando também se vai ou não encontrar-se com o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

As equipas masculinas e femininas dos dois países vão disputar quatro partidas, amanhã e quinta-feira, sendo que em duas destas partidas as equipas vão-se misturar com atletas dos dois países.

No dia 18 de Junho, a Coreia do Norte e a Coreia do Sul reuniram-se na fronteira para discutirem colaborações no âmbito desportivo. A deslocação das equipas de basquetebol à Coreia do Norte foi uma das consequências desta reunião.

A outra, foi divulgada na semana passada, quando foi anunciado que as duas Coreias vão competir com uma equipa conjunta nas modalidades de canoagem, remo e basquetebol feminino nos Jogos Asiáticos que decorrem no final de Agosto na Indonésia.

Em mais um passo rumo ao desanuviamento das relações entre os dois países vizinhos, atletas das duas Coreias vão desfilar juntos na cerimónia de abertura dos Jogos que decorrem entre 18 de Agosto e 2 de Setembro.

O desporto tem sido um ‘trampolim’ para a reconciliação entre o sul e o norte. Os Jogos Olímpicos de Inverno que decorreram em Fevereiro na Coreia do Sul serviram de ponto de partida para o ambiente de apaziguamento que se vive actualmente.

4 Jul 2018

Diplomacia | Kim Jong-un reforça laços com Pequim em segunda visita à fronteira

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] líder norte-coreano sublinhou o reforço dos laços económicos com Pequim, ao realizar uma segunda visita em apenas dois dias à fronteira com a China, informou ontem a agência estatal norte-coreana KCNA.

Kim Jong-un visitou uma fábrica de cosméticos na cidade de Sinuiju, capital da província de Pyongan do Norte, situada na margem sul do rio Yalu, na fronteira entre os dois países. Sinuiju foi designada em 2002 zona económica especial por Kim Jong-il, pai do actual líder, para desenvolver projetos económicos conjuntos com Pequim.

A execução em 2013 do responsável norte-coreano Jang Song-thaek, figura próxima de Pequim, implicou o congelamento destes projetos de cooperação.

Kim fez a visita na companhia da mulher, Ri Sol-ju, e de Kim Song-nam, vice-director do departamento internacional do Partido dos Trabalhadores e considerado encarregado das relações com a China do partido único norte-coreano.

Depois do aumento da tensão, no ano passado, na sequência de vários testes de armas efectuados por Pyongyang, Pequim impôs as sanções económicas aprovadas pela ONU contra o regime norte-coreano.

Desde o início do ano, Kim reuniu-se duas vezes com o chefe de Estado da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e realizou uma cimeira histórica com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nestes encontros, o líder norte-coreano assinou declarações nas quais se comprometeu a trabalhar para alcançar a “total desnuclearização” da península coreana.

Por outro lado, as duas Coreias normalizaram ontem a comunicação entre navios de guerra, no âmbito de acordos para facilitar a aproximação e a desnuclearização da península, anunciou o Ministério da Defesa sul-coreano.

2 Jul 2018

Coreias | Secretário da Defesa dos EUA na China para abordar desnuclearização

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, inicia hoje uma visita à China com uma agenda centrada no processo de desnuclearização da Coreia do Norte e na estabilidade regional, informaram ontem as autoridades chinesas

 

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]attis, que viaja a convite do ministro chinês da Defesa, Wei Fenghe, reunirá em Pequim com líderes e altos quadros do Governo, segundo um comunicado do ministério chinês da Defesa, citado pela televisão estatal CCTV. Trata-se da primeira visita à China de um secretário norte-americano da Defesa desde 2014 e ocorre uma semana depois de o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ter reunido em Pequim com o Presidente chinês, Xi Jinping. Pequim é o principal aliado diplomático e maior parceiro comercial de Pyongyang.

Mattis deverá também abordar a crescente militarização do Mar do Sul da China, fonte de tensão entre Pequim e Washington. Pequim reclama a quase totalidade do território, apesar dos protestos dos países vizinhos, e construiu ali ilhas artificiais capazes de receberem instalações militares, incluindo aviões. Mattis advertiu recentemente o regime chinês para as “consequências”, se “ignorar a comunidade internacional”.

A CCTV revelou ainda que Mattis irá viajar para a Coreia do Sul e Japão, onde abordará também a desnuclearização de Pyongyang.

Pequenos grandes passos

Representantes da Coreia do Sul e da Coreia do Norte reuniram-se ontem para abordar o restabelecimento total dos canais de comunicação militar, com o objectivo de reduzir a tensão e gerar confiança no actual clima de aproximação. A reunião teve lugar na cidade fronteiriça da Coreia do Sul, Paju, e durou pouco mais de uma hora, disse um porta-voz do Ministério de Defesa do regime de Seul à agência de notícias EFE.

A delegação sul-coreana foi encabeçada pelo coronel Cho Yong-geun, enquanto a norte-coreana foi liderada pelo coronel Om Chang-nam.

O encontro entre representantes das duas Coreias visou restabelecer as linhas de comunicação ocidental e oriental, como as linhas de telefone e fax estabelecidas há anos para evitar qualquer mal-entendido que possa desencadear confrontos acidentais e que tinham sido suspensas durante os períodos de grande tensão entre os dois países.

O canal de comunicação ocidental foi estabelecido em 2002 e acabou por ser suspenso em 2016, na sequência do teste nuclear que o regime norte-coreano realizou no início desse ano.

A comunicação telefónica foi restabelecida em Janeiro deste ano, antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang, nos quais participou a Coreia do Norte, marcando o desanuviamento das relações entre as duas Coreias. A linha de comunicação oriental foi estabelecida em 2003, mas o seu bloqueio teve lugar em 2011, para ser cortada por completo em 2013 devido a um incêndio florestal.

A possibilidade de restabelecer um canal de comunicação naval que chegou a ser utilizado durante uma década foi outro dos assuntos discutido na reunião.

Esta foi a primeira reunião nos últimos sete anos que integra coronéis nas delegações das duas Coreias, dando continuidade ao diálogo militar ao mais alto nível (protagonizado por generais) que se realizou a 14 de Junho.

26 Jun 2018

Coreias | China quer desempenhar “papel construtivo” na desnuclearização

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês quer que a China desempenhe “um papel construtivo” na desnuclearização da Coreia do Norte, um compromisso expresso na sua terceira reunião com o líder norte-coreano, informaram ontem os ‘media’ do regime. Durante o novo encontro de terça-feira em Pequim entre Xi Jinping e Kim Jong-un, o Presidente chinês “expressou o seu firme apoio” à desnuclearização da península coreana.

A reunião entre Xi e Kim decorreu “de maneira cordial, aberta e amistosa”, durante a qual o líder norte-coreano transmitiu a sua gratidão ao Presidente chinês pelo apoio da China na cimeira histórica que Pyongyang realizou com Washington a 12 de Junho em Singapura, adiantou a agência estatal da Coreia do Norte, KCNA. Kim Jong-un declarou ainda que a Coreia do Norte vai cooperar com a China “no processo de abertura de um novo futuro na península coreana e na região” e comprometeu-se a consolidar as relações bilaterais, segundo uma informação da KCNA sobre a viagem e este encontro.

A aproximação de Pyongyang e Pequim verifica-se depois de cinco anos de relações tensas que coincidiram com a chegada ao poder de Xi Jinping em 2013 e a execução do tio do líder norte-coreano, ordenada nesse mesmo ano por Kim Jong-un, na altura ‘número dois’ do regime e que mantinha um vínculo estreito com Pequim.

21 Jun 2018

Coreia do Norte | Washington quer um desarmamento “completo”

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, insistiu ontem, em Seul, que Washington quer a desnuclearização completa de Pyongyang com base no que foi estipulado na cimeira entre o presidente Donald Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Pompeo sublinhou que o seu governo aposta na “desnuclearização completa, verificável e irreversível”, como declarou antes da cimeira.
As palavras de Pompeo chegam em resposta à imprecisão dos termos empregados na declaração conjunta que Kim e Trump assinaram ao final da sua reunião histórica em Singapura, na última terça-feira. Trump e Kim assinaram um texto onde se comprometem em abrir uma nova era de relações e estabelecer “uma paz estável e duradoura”, enquanto Washington oferece garantias de sobrevivência ao regime e ambos trabalham para conseguir a desnuclearização da península coreana.
No entanto, nenhum mecanismo concreto ou prazo de implementação para nenhum dos pontos foi detalhado, algo que, segundo Washington, será negociado em sucessivas conversas.
Pompeo também afirmou que não serão relaxadas as sanções sobre a Coreia do Norte antes de alcançar a mencionada “desnuclearização completa” e que Kim “entende a urgência” de um processo que, segundo ele, será implementado de maneira “sequencial e com condições”.

Tóquio e Pyongyang: cimeira à vista
Por outro lado, o Japão e a Coreia do Norte estão a negociar a realização de uma cimeira entre o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, que poderia acontecer em Agosto ou Setembro, informou nesta quinta-feira o jornal nipônico “Yomiuri”. Autoridades dos dois países conversaram várias vezes nos últimos meses para negociar o encontro, que poderia ocorrer em Pyongyang em Agosto ou durante um fórum internacional, no mês seguinte, segundo fontes do governo ouvidas pelo jornal.
O primeiro-ministro japonês declarou que está “decidido” que o Japão se reúna “directamente” com a Coreia do Norte para resolver seus conflitos, em declarações após Trump ter comunicado ao líder norte-coreano algumas das preocupações de Tóquio.
O encontro serviria para resolver problemas como o desenvolvimento de mísseis e nuclear e os sequestros de cidadãos japoneses cometidos há décadas pelo regime, disse o porta-voz do Executivo, Yoshihide Suga. No entanto, nada foi “decidido ainda”.

Militares discutem fim dos exercícios
Entretanto, a Coreia do Norte e a Coreia do Sul estão em conversações ao mais alto nível militar para abordar a redução de tensões na zona de fronteira entre os dois países. O objectivo deste encontro na vila fronteiriça de Panmunjom é o de alcançar um firme compromisso por parte da Coreia do Sul de terminar os exercícios militares com os Estados Unidos. Estas negociações são as primeiras a integrarem generais de ambas as Coreias desde Dezembro de 2007.
“Nós vamos investir os nossos melhores esforços para garantir uma nova era de paz na Península Coreana”, sublinhou o major-general sul-coreano Kim Do-gyun antes do encontro. Os militares coreanos poderão ainda discutir temas como a promoção de um diálogo regular e a criação de um ‘canal aberto’ entre os oficiais de topo.
Já o Japão considera que a presença das tropas norte-americanas na Coreia do Sul e as manobras militares conjuntas dos dois países “desempenham um papel vital” para a segurança da Ásia de Leste, afirmou o ministro da Defesa japonês. “Os exercícios e a presença militar dos EUA desempenham um papel vital na segurança da Ásia de Leste”, declarou Itsunori Onodera, em resposta ao anúncio do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a interrupção destes exercícios.

15 Jun 2018