ONG identifica centenas de locais usados para execuções na Coreia do Norte

[dropcap]U[/dropcap]m grupo de defesa dos direitos humanos sul-coreano anunciou o tem ter identificado centenas de lugares onde, segundo testemunhas, o Governo da Coreia do Norte terá alegadamente realizado execuções públicas e assassínios extrajudiciais.

O Grupo de Trabalho de Justiça Transicional, com sede em Seul, disse que a sua investigação foi baseada em entrevistas com 610 desertores norte-coreanos, feitas ao longo de quatro anos, e que ajudaram a localizar os locais com imagens de satélite.

A organização não revelou onde ficam exactamente os 323 locais porque está preocupada que a Coreia do Norte os possa adulterar.

No entanto, referiram que 267 deles estavam localizados em duas províncias do nordeste do país, perto da fronteira com a China, região onde morava a maioria dos desertores que participaram na investigação.

Segundo o relatório, as execuções públicas da Coreia do Norte tendem a acontecer perto de rios, em campos e colinas, mas também em mercados e escolas, lugares onde os moradores e familiares dos condenados são frequentemente forçados a assistir aos assassínios.

O Grupo também disse que documentou três locais onde pessoas morreram durante o tempo em que estavam detidos e 25 locais onde os mortos teriam sido descartados pelo Estado.

Também referiram que encontraram locais oficiais que podem ter documentos ou outras evidências relacionadas com os assassínios.

Amigo americano

A agência de notícias Associated Press (AP) não pôde verificar o relatório independentemente e o grupo reconheceu que as suas descobertas não eram definitivas porque não tem acesso directo à Coreia do Norte e não conseguiu visitar os sítios que os desertores relataram.
Ethan Hee-Seok Shin, um dos autores do relatório, também disse que entrevistas com desertores sugerem que as execuções públicas na Coreia do Norte estão a tornar-se menos frequentes, embora não esteja claro se isso acontece porque mais pessoas estão a ser executadas em segredo.

O Instituto Coreano para a Unificação Nacional da Coreia do Sul, um grupo de investigação patrocinado pelo Estado, expressou opiniões semelhantes no seu relatório anual sobre os direitos humanos da Coreia do Norte divulgado na semana passada.

O Instituto disse que a Coreia do Norte ainda usa execuções públicas para provocar medo e controlar o comportamento dos seus cidadãos, particularmente nas cidades e zonas de fronteira, onde os crimes são mais frequentes.

O Grupo de Trabalho de Justiça Transicional é uma organização não-governamental fundada por defensores dos direitos humanos e investigadores da Coreia do Sul e outros quatro países.

O grupo disse que o novo relatório foi possível graças ao financiamento do National Endowment for Democracy, com sede em Washington, que é financiado pelo Congresso dos Estados Unidos.

Mancha negra

A Coreia do Norte não reagiu ainda ao relatório, mas o Governo norte-coreano irrita-se com as críticas externas ao seu histórico de direitos humanos e afirma que avaliações negativas fazem parte de campanhas de pressão lideradas pelos Estados Unidos para manchar a imagem da sua liderança e destruir o sistema político do país.

Num relatório para o Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Maio, a Coreia do Norte disse que “mantém consistentemente o princípio de garantir precisão científica, objectividade e imparcialidade, bem como proteger os direitos humanos para lidar com casos criminais”.

Um relatório das Nações Unidas de 2014 sobre os direitos humanos na Coreia do Norte disse que as autoridades do Estado promovem execuções “com ou sem julgamento, pública ou secretamente”, em resposta a crimes políticos e a outros crimes que não estão entre os mais graves.

12 Jun 2019

Livro | Jornalista norte-americana alega que Kim Jong Nam foi informador da CIA

O meio-irmão do líder norte-coreano, que residiu em Macau cerca de uma década antes de ser assassinado, pode ter sido informador da CIA. A revelação está presente no livro “The Great Successor: The Secret Rise and Rule of Kim Jong Un”, de autoria de Anna Fifield, jornalista do The Washington Post. Além da alegada colaboração de Kim Jong Nam com os serviços secretos norte-americanos, a obra desvenda alguns detalhes sobre o líder do mais hermético regime político da actualidade

 

[dropcap]A[/dropcap]pesar da vida de Kim Jong Nam em Macau ser discreta, compreensível para quem era meio-irmão do líder norte-coreano que, por inerência, nunca se deu bem com potenciais concorrentes ao poder, um livro publicado ontem refere relações com a CIA. Além de colaborar com os serviços secretos norte-americanos, Kim Jong Nam terá alegadamente mantido ligações ao crime organizado e à lavagem de dinheiro através dos casinos.

Um artigo publicado na segunda-feira no Wall Street Journal cita uma fonte próxima dos serviços de informação norte-americanos que diz que a relação entre Kim Jong Nam e a CIA não é clara. A mesma fonte divulga a opinião de vários antigos oficiais de informação que dizem que o meio-irmão do líder norte-coreano, que vivia fora do país há muito tempo, não tinha acesso a informação e não estaria numa posição de fornecer detalhes sobre os segredos políticos de Pyongyang. Além disso, as fontes ouvidas pelo Wall Street Journal consideram que, muito provável, Kim Jong Nam tenha contactado com serviços de informação de outros países, em particular da China.

As alegações partem do livro “The Great Successor: The Secret Rise and Rule of Kim Jong Un”, de autoria de Anna Fifield, jornalista e directora da delegação de Pequim do The Washington Post. O livro da jornalista norte-americana, publicado ontem, traça a ascensão política de Kim Jong Un, o seu perfil desde criança e as complicadas e sangrentas relações familiares em torno da cúpula do poder de Pyongyang.

De acordo com a Reuters, Fifield alega que Kim Jong Nam se encontrava, normalmente, com os agentes em Singapura e na Malásia. Aliás, é referido que na última viagem à Malásia, o meio-irmão de Kim Jong Un foi apanhado por uma câmara de segurança num elevador de um hotel, acompanhado por um homem de aparência asiática, alegadamente um agente dos serviços norte-americanos. Fifield alega também que Kim Jong Nam transportava uma mochila com 124 mil dólares americanos. A autora de “The Great Successor” não tem a certeza quanto à proveniência do dinheiro, alegando que tanto poderiam ser pagamento por informações prestadas aos serviços secretos, como ganhos do seu negócio de casinos. Quanto às repercussões da colaboração com a CIA, a jornalista não tem dúvidas que “o seu irmão consideraria falar com um espião americano um acto de traição”.

Família montanhosa

Durante a investigação, Anna Fifield contactou a família próxima de Kim Jong Nam, que se encontra em Pequim, e que desapareceu de vista desde o assassinato em Fevereiro de 2017 na Malásia. “Toda a gente desapareceu, compreensivelmente. Em particular, os homens da família têm razões para temer o que lhes pode acontecer”, comentou a autora em entrevista ao Japan Times.

As razões para recearem pela vida, além de se fundarem na crueldade de Kim Jong Un, têm uma forte origem mitológica que está na génese do regime norte-coreano. Como as sucessões no poder têm laivos monárquicos, os homens da família Kim têm legitimidade para aspirar o poder com base na suposta “linhagem de Paektu”, a ideia de que a família descende da Montanha Paektu, que tem um vulcão activo, e que é o berço mítico do povo norte-coreano.

Nesta acepção, a jornalista destaca Kim Han Sol, filho de Kim Jong Nam, como uma das pessoas que corre mais perigo. Não só devido à legitimidade para disputar a liderança do país, mas porque prestou declarações à comunicação social a criticar abertamente o regime de Pyongyang, algo que colocou o seu pai em grande risco. Na face do perigo que enfrentam, Kim Han Sol, acompanhado pela mãe e irmã, desapareceram de vista depois do assassinato do pai.

Apesar de parte da família “real” norte-coreana viver no estrangeiro, as suas vidas sempre foram fortemente condicionadas pela iminente ameaça de brutalidade do regime de Pyongyang. O controlo do Governo norte-coreano não se faz sentir apenas dentro de fronteiras e sobre pessoas com menos poder, mas também sobre as elites que vivem no estrangeiro. Anna Fifield discorre sobre essa realidade comparando as vidas de Kim Jong Nam e do seu primo, Ri Nam Ok, a pássaros enjaulados, que vivem severamente restritos de movimentos e envoltos em paranoia, mesmo na Europa.

De um modo geral, a família do líder norte-coreana tem permissão para viajar e levar uma vida desafogada e luxuosa no exterior, apesar dos variados graus de secretismo e controlo a que estão sujeitos. Por exemplo, a mãe de Kim Jong Nam, apesar de afastada do poder pelo pai de Kim Jong Il, viveu exilada confortavelmente em Moscovo desde os anos 70 até 2003 quando morreu de cancro da mama. Ainda hoje, a sua campa (em Moscovo) é visitada e decorada por oficiais da embaixada norte-coreana.

Esta atmosfera de privilégio faz com que muitos dos familiares do clã Kim mantenham lealdade ao regime.

Problemas japoneses

Quando ascendeu ao poder, em Dezembro de 2011, poucos analistas previam um longo “reinado” de Kim Jong Un. A Coreia do Norte encontrava-se completamente isolada do mundo, sujeita a debilitantes sanções impostas pelas Nações Unidas e com a economia nas ruas da amargura. Além disso, Kim Jong Un não tinha qualquer tipo de experiência de gestão. Ainda assim, o jovem líder mostrou-se implacável, sem medo de fazer correr sangue e com noções de geoestratégica que poucos anteciparam.

No entanto, sempre permaneceu erguida uma espécie de barreira psicológica no caminho da ascensão política de Kim Jong Un: a origem japonesa da sua mãe, Ko Yong Hui que, apesar de ser etnicamente coreana, nasceu em Osaka. Quando tinha 10 anos, Ko Yong Hui regressou à Coreia, assim como outros 93 mil coreanos que estavam imigrados no Japão movidos pela ideia de construir a pátria. Decisão que muitos se vieram a arrepender profundamente.

Importa recordar que a Coreia sofreu uma ocupação brutal pelos japoneses e que, ainda hoje, a imprensa oficial de Pyongyang diaboliza o Japão quase tanto quanto os Estados Unidos.

A ascensão de Kim Jong Un dá-se, finalmente, com a caída em desgraça do seu meio-irmão, que viveu em Macau. Kim Jong Nam era visto pelo seu pai como o natural sucessor ao poder. Depois da juventude passada na Europa, onde estudou, o retorno à Coreia do Norte como sucessor era visto como uma inevitabilidade, inclusive porque Kim Jong-il vinha-o preparando para assumir a liderança do país. Porém, em 2001, Kim Jong Nam comete um erro fatal ao ser preso quando tentava entrar no Japão usando um passaporte falso da República Dominicana, com o nome Pang Xiong, que significa urso gordo. O meio-irmão de Kim Jong Un viajava acompanhado por três familiares, duas mulheres de 30 e 33 anos e um rapaz de 4 anos. À altura, foi reportado que o grupo tinha como destino a Disneyland de Tóquio e acabou por ser deportado para Pequim.

Ainda nesse ano, Kim Jong Nam era considerado o natural sucessor da dinastia Kim, facto visível quando em Janeiro de 2001 acompanhou o seu pai numa visita oficial à China, reportadamente para uma visita de estudo com a intenção de retirar lições sobre a modernização e abertura da economia chinesa. Inclusivamente, a revista oficial chinesa Guang Jiao Jing, que fez a cobertura da visita, anunciou Kim Jong Nam como o sucessor no poder referindo-se ao “herdeiro” como o “Pequeno General”.

Depois do incidente da Disneyland, que envergonhou a liderança norte-coreana, Kim Jong Nam foi afastado da sucessão e o seu pai começou a procurar o herdeiro do “trono”. O próximo na linha sucessória foi Kim Jong Un.

12 Jun 2019

Pyongyang | Irmã de Kim Jong-un aparece após notícias de afastamento

As dúvidas sobre o paradeiro da irmã mais nova do líder norte-coreano parecem ter-se dissipado após a sua aparição nos “Jogos em Massa”, ao lado de Kim Jong-um. O fracasso da cimeira com Donald Trump, em Hanói, em Fevereiro, levou a uma séria de rumores sobre uma eventual purga dentro do partido no poder

 

[dropcap]A[/dropcap] irmã mais nova do líder norte-coreano Kim Jong-un apareceu em público, lançando dúvidas sobre a especulação dos ‘media’ sobre o seu afastamento após o fracasso da cimeira com os EUA, em Fevereiro.

Kim Yo-jong marcou presença junto do irmão nos icónicos “Jogos em Massa” de Pyongyang, a sua primeira aparição pública em mais de 50 dias.

Os meios de comunicação social estatais da Coreia do Norte mostraram ontem Kim Yo Jong batendo palmas junto do irmão e de outras autoridades no estádio de Pyongyang, num evento que junta milhares de ginastas e dançarinos e uma multidão num espaço com capacidade para 150 mil pessoas.

Os media informaram também que o oficial norte-coreano Kim Yong-chol, que alegadamente teria sido condenado a trabalhos forçados na sequência da cimeira em Hanói entre o Presidente dos Estados Unidos e o líder norte-coreano, também compareceu ao evento.

As publicações norte-coreanas já haviam mostrado imagens de Kim Yong-chol sentado na mesma fila de Kim Jong-un, durante uma apresentação musical das mulheres dos oficiais do Exército Popular da Coreia.

Avisos severos

O Presidente norte-americano, Donald Trump, e Kim encurtaram a cimeira de Hanói, concluída sem qualquer acordo e sem uma declaração comum, devido à impossibilidade de um entendimento em relação ao desmantelamento do programa nuclear de Pyongyang em troca de um levantamento das sanções económicas impostas ao país asiático.

Desde então, o Norte realizou já dois testes de mísseis de curto alcance. Em Abril, a comissão parlamentar sobre informações sul-coreana afirmou que Kim Yong-chol tinha sido sancionado pela gestão da cimeira de Hanói, apesar de ter sido recentemente nomeado para a Comissão de Assuntos de Estado, o primeiro órgão do Estado norte-coreano, presidida pelo líder do regime e herdeiro da ‘dinastia’ Kim.

As notícias sobre esta alegada purga foram publicadas depois de o Rodong Sinmun, órgão oficial do partido no poder na Coreia do Norte, ter advertido na quinta-feira que os responsáveis que cometam actos hostis ao partido ou anti-revolucionários seriam confrontados com o “julgamento severo da revolução”.

5 Jun 2019

ONU diz que norte-coreanos são forçados a subornar para sobreviver

[dropcap]O[/dropcap]s norte-coreanos são forçados a pagar subornos a funcionários estatais para sobreviver e vivem diariamente num “ciclo vicioso de privação, corrupção e de repressão”, denunciam as Nações Unidas num relatório divulgado ontem.

A organização internacional diz no relatório que o suborno é “um recurso diário da luta das pessoas para fazer face às despesas” e que faz parte de um sistema que legitima as violações dos direitos humanos.

O documento, divulgado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e citado pelas agências internacionais, relata que muitas pessoas pagam subornos em dinheiro ou em géneros, por exemplo em cigarros, para não comparecerem em empregos designados pelo Estado norte-coreano, pelos quais não recebem qualquer remuneração monetária.

As pessoas ficam assim livres, conta a organização, para trabalharem e ganharem dinheiro em mercados informais, que proliferam no país devido ao fracasso do sistema público em distribuir produtos básicos.

O relatório afirma que uma carente reforma do Estado e o actual código criminal do país permite que funcionários estatais norte-coreanos possam extorquir dinheiro ou outro tipo de favores a pessoas que trabalham nestes mercados informais e improvisados, recorrendo, por exemplo, a ameaças de detenção e de prisão.

“As pessoas na Coreia do Norte estão presas num ciclo vicioso, no qual o fracasso do Estado em suprimir as necessidades básicas da vida as obriga a recorrer a mercados informais, onde enfrentam um conjunto de violações dos direitos humanos num ambiente legal indefinido”, reforça a organização, num comunicado.

Fala quem sabe

A Coreia do Norte, oficialmente uma república socialista, decidiu legalizar e regulamentar alguns destes mercados informais desde que o seu sistema de racionamento público entrou em colapso, em virtude de uma crise económica e de um cenário de fome que remonta a meados da década de 1990.

O relatório da ONU avança ainda que outros norte-coreanos subornam guardas fronteiriços para conseguir passar para a China, sendo que vários são posteriormente repatriados à força para a Coreia do Norte.

De acordo com a ONU, este relatório foi elaborado com base nos testemunhos presenciais de 214 norte-coreanos que fugiram daquele país, principalmente das províncias de Ryanggang e North Hamgyong (norte), e que vivem, na maioria, na vizinha Coreia do Sul.

29 Mai 2019

Coreia do Norte descreve John Bolton como “maníaco da guerra”

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte acusou ontem o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, de ser “maníaco da guerra” por afirmar que Pyongyang violou as sanções da ONU após o lançamento de mísseis de curto alcance.

Numa nota da agência de notícias estatal KCNA, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano descreveu Bolton como “maníaco da guerra” após o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA admitir numa conferência de imprensa no sábado, em Tóquio, que “não há dúvidas” de que os recentes testes com mísseis da Coreia do Norte violaram as resoluções da ONU.

“No que diz respeito às resoluções do Conselho de Segurança da ONU, como já dissemos, representam uma negação escandalosa e total do nosso direito à sobrevivência e ao desenvolvimento. Nunca as reconhecemos nem permitimos que nos restrinjam”, indicou o porta-voz.

A Coreia do Norte lançou vários mísseis de curto alcance em 4 e em 9 de Maio, em testes supervisionados pelo líder norte-coreano. Para alguns países, incluindo o Japão, as manobras violaram as resoluções da ONU.

“Os nossos exercícios não tinham ninguém como alvo, mas Bolton certamente tem uma mentalidade diferente das pessoas comuns ao insistir que são uma violação das resoluções”, refere a nota da KCNA.

Fala Donald

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou ontem, em Tóquio, que entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte existe um “grande respeito” mútuo, apesar do impasse nas negociações e dos recentes lançamentos de mísseis por Pyongyang.

“Muitas coisas boas vão acontecer com a Coreia do Norte (…) já percorremos um longo caminho”, disse Donald Trump. “Um bom respeito foi construído e sem dúvida existe um grande respeito entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte”, insistiu.

No início da visita oficial ao Japão, no sábado, o Presidente norte-americano tinha voltado a minimizar os recentes lançamentos de mísseis por Pyongyang, reiterando confiança no líder norte-coreano, Kim Jong-un.

“A Coreia do Norte disparou algumas armas pequenas, o que perturbou algumas pessoas da minha equipa, mas não a mim”, escreveu na rede social Twitter o Presidente norte-americano, que efectua uma visita oficial ao Japão até esta terça-feira. “Estou confiante que Kim irá manter a promessa que me fez”, acrescentou Trump.

28 Mai 2019

HRW | Apelo à não deportação de desertores norte-coreanos

Três mulheres, três homens e uma menina de dez anos conseguiram fugir da Coreia do Norte, encontrando-se detidos na província chinesa de Liaoning. Se forem deportados enfrentam penas de prisão em campos de trabalhos forçados, podendo mesmo ser executados. A Human Rights Watch apela à China que lhes conceda asilo ou permita a sua passagem para outros países

 

[dropcap]A[/dropcap] organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) apelou ontem à China para que não deporte um grupo de sete desertores norte-coreanos, face ao perigo de serem presos, torturados ou até executados.

A organização pediu a Pequim que conceda asilo ao grupo ou permita que viaje para um país terceiro. Sul-coreanos que acolheram parentes de membros do grupo revelaram à organização que três mulheres, três homens e uma menina de dez anos estão detidos na província de Liaoning.

Alguns fugiram da Coreia do Norte nas últimas semanas e outros viveram durante anos na área junto à fronteira com a China. As autoridades chinesas detiveram os sete há duas semanas.

Em comunicado, a HRW lembrou que os “repatriados pela China enfrentam prisão em campos de trabalhos forçados (designados “kyohwaso”), campos de prisioneiros políticos (“kwanliso”) ou até a execução.

A organização sublinha que nos “kwanliso” as condições de vida são sub-humanas, com “maus-tratos contínuos, inclusive abusos sexuais e torturas por guardas e execuções sumárias”.

“A taxa de mortalidade nestes campos é extremamente alta, segundo relataram ex-prisioneiros e guardas”, detalhou.

Sem perdão

Na Coreia do Norte, deixar o país sem permissão é considerado crime. Em 2010, o Ministério da Segurança Popular da Coreia do Norte adoptou um decreto que condena os desertores por “traição contra a nação”, punível com pena de morte.

A maioria dos desertores norte-coreanos atravessa os rios Amnok ou Tumen para chegar à China, de onde tentam chegar a um terceiro país, principalmente Tailândia e Mongólia, para pedir asilo através das embaixadas e consulados sul-coreanos.

A China, que quer evitar migrações em massa de norte-coreanos, não os considera refugiados, mas “migrantes económicos”, forçando assim a sua repatriação se forem apanhados pelas autoridades.

Um relatório de 2014 da Comissão de Investigação da ONU sobre os Direitos Humanos na Coreia do Norte indicou que “quase todos os repatriados são objeto de actos inumanos”, por serem considerados “uma ameaça para o sistema político e a cúpula” do regime, que quer evitar que o país “tenha contacto com o mundo exterior”.

A HRW instou o Governo chinês a proteger os cidadãos da Coreia do Norte que estão sob sua custódia, conceder-lhes asilo ou permitir a sua passagem para outros países, e permitir que a agência de refugiados da ONU proteja os solicitantes de asilo norte-coreanos.

“A China deve acabar com a sua cumplicidade com a violação dos direitos dos norte-coreanos ao pôr fim à prática de forçar o seu retorno”, lê-se no relatório. “A China deve proteger esses sete norte-coreanos, cumprindo as suas obrigações internacionais e enviando a Pyongyang uma mensagem de que não vai ignorar os abusos da Coreia do Norte”, refere.

15 Mai 2019

Líder norte-coreano supervisionou no sábado múltiplos disparos em direcção ao mar do Japão

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte procedeu a ensaios de lança-foguetes múltiplos de longo alcance e de armas tácticas teleguiadas no decurso de exercícios supervisionados pelo líder Kim Jong-un, referiu no sábado a agência noticiosa estatal KCNA.

A agência precisou que os disparos ocorreram no sábado, quando a Coreia do Norte também efectuou disparos de projécteis de curto alcance em direcção ao mar do Japão.

“Após determinar a ordem e o procedimento de ataque, [Kim Jong-un] deu a ordem de fogo”, revelou a agência.

“O objectivo destes exercícios consistiu em inspeccionar as capacidades operacionais e a precisão do disparo de lança-foguetes múltiplos de grande calibre e de longo alcance e ainda armas tácticas dirigidas”, indicou a KCNA, acrescentando que os disparos foram enviados na direcção do mar do Japão.

Seul instou no sábado Pyongyang “a pôr fim a acções que activam a tensão”, referindo-se ao lançamento de mísseis de curto alcance, na mensagem mais dura de Seul desde que se iniciou a aproximação entre as duas Coreias.

“O lançamento de vários mísseis de curto alcance da Coreia do Norte viola o espírito do acordo de 19 de Setembro”, é referido num comunicado do Governo sul-coreano, referindo-se à declaração assinada na cimeira entre as duas Coreias em Pyongyang do ano passado.

Este lançamento de mísseis pela Coreia do Norte ocorre numa altura de estagnação no diálogo sobre a desnuclearização com os Estados Unidos e parece indicar uma crescente impaciência de Pyongyang, que exige a Washington uma proposta de desarmamento mais flexível e acompanhada de um levantamento gradual das sanções.

O lançamento de sábado aconteceu pouco mais de uma semana depois da cimeira entre o presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e o presidente russo, Vladimir Putin, em Vladivostok.

A Coreia do Norte tem exigido que cessem “totalmente” as sanções que a ONU impôs ao regime de Pyongyang devido aos testes nucleares e balísticos iniciados em 2006.

A Casa Branca, no entanto, mantém a posição de não ceder a essa pressão enquanto Pyongyang não tomar medidas concretas para desmantelar o seu arsenal nuclear.

6 Mai 2019

Líder da Coreia do Norte já está na Rússia para cimeira com Putin

[dropcap]O[/dropcap] líder norte-coreano, Kim Jong-un, chegou hoje à cidade russa de Vladivostok, onde foi recebido com honras militares, na véspera da primeira cimeira com o Presidente russo, Vladimir Putin.

Segundo a agência de notícias Efe, Kim Jong-un chegou à estação de comboios de Vladivostok às 18h00 locais onde foi recebido pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Igor Morgulov, pelo embaixador russo na Coreia do Norte, Alexandr Matségora e pelo governador de Krai de Primorie, Kozhemiako.

Vladimir Putin e Kim Jong-un, reúnem-se na quinta-feira, pela primeira vez, para debater o programa nuclear na Coreia do Norte. A reunião surge num momento em que a Coreia do Norte procura novos apoios internacionais para o seu braço de ferro com os Estados Unidos (EUA).

Este será o primeiro encontro entre os dois chefes de Estado e o conselheiro russo considera ser um “evento chave para as relações bilaterais” entre os dois países.

A última vez que um líder da Coreia do Norte se reuniu com um homólogo russo foi há oito anos, quando Kim Jong-Il (pai do actual dirigente norte-coreano) se encontrou com Dmitri Medvedev, o actual primeiro-ministro russo.

O encontro entre os dois dirigentes surge dois meses após a segunda cimeira entre Kim Jong-un e Donald Trump, em Fevereiro, no Vietname, que ficou marcada pelas exigências da Coreia do Norte de um maior alívio de sanções do que aquele que os EUA estavam dispostos a dar pelo desarmamento nuclear.

24 Abr 2019

Coreia do Norte celebra principal feriado no país sem retórica belicista

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte comemorou hoje o 107.º aniversário do nascimento do fundador Kim Il-sung, longe da habitual retórica belicista, dias depois do líder norte-coreano ter admitido uma terceira cimeira com os Estados Unidos.

Como em anos anteriores, muitos dos 24 milhões de norte-coreanos prestaram esta manhã homenagem ao fundador do país, avô do actual líder, colocando flores e curvando-se diante da sua imagem, de acordo com a agência de notícias japonesa Kyodo.

No entanto, para comemorar este aniversário, o principal feriado da Coreia do Norte, conhecido como o “Dia do Sol”, foram dispensadas as imagens e ‘slogans’ relacionados com o programa balístico de Pyongyang, comuns nos últimos anos.

Esta mudança de tom vai ao encontro do que foi dito pelo líder norte-coreano na reunião plenária do comité central do Partido dos Trabalhadores, no poder, e na abertura da nova Assembleia Popular Suprema, na semana passada.

Kim Jong-un disse então que estava disposto a reunir-se novamente com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a chegar a um acordo sobre a desnuclearização, embora tenha pedido uma mudança na atitude de Washington até ao final do ano.

Kim atribuiu o fracasso da cimeira com Trump, em Fevereiro, em Hanoi, àquilo que descreveu como exigências unilaterais dos Estados Unidos, embora acrescentando que a sua relação pessoal com o Presidente norte-americano continua boa.

15 Abr 2019

Kim Jong-un diz estar aberto a nova cimeira com Trump

[dropcap]O[/dropcap] líder norte-coreano, Kim Jong-un, declarou sábado estar aberto a realizar uma terceira cimeira com o Presidente norte-americano, Donald Trump, caso os Estados Unidos proponham condições mutuamente aceitáveis para um acordo até ao fim deste ano.

Segundo a Agência Central de Notícias Coreana (KCNA, na sigla em inglês), sediada em Pyongyang, Kim fez esta afirmação num discurso proferido durante uma sessão do parlamento norte-coreano, no qual atribuiu o fracasso da sua cimeira de Fevereiro com Trump àquilo que descreveu como exigências unilaterais dos Estados Unidos, embora acrescentando que a sua relação pessoal com o Presidente norte-americano continua boa.

Kim Jong-un repetiu afirmações anteriores de que a fragilizada economia da Coreia do Norte crescerá mesmo com as pesadas sanções internacionais impostas devido ao seu programa de armas nucleares e que não ficará “obcecado com cimeiras com os Estados Unidos por necessidade de alívio de sanções”.

Washington indicou que a cimeira não foi bem-sucedida devido às excessivas exigências de alívio de sanções por parte de Pyongyang em troca de medidas de desarmamento limitadas.

“É claro que nós damos importância à resolução de problemas através do diálogo e de negociações. Mas o estilo de diálogo dos Estados Unidos, de impor unilateralmente as suas exigências não se ajusta a nós, e não temos interesse nele”, declarou Kim no discurso.

“Esperaremos com paciência até ao fim do ano que os Estados Unidos apresentem uma decisão corajosa. Mas será claramente difícil que surja uma boa oportunidade como da última vez”, acrescentou.

Liderança reforçada

Na sexta-feira, a KCNA noticiou que Kim foi reeleito como presidente da Comissão de Assuntos de Estado, o mais importante órgão de decisão do país, durante uma sessão da Assembleia Popular Suprema que saudou a sua “excepcional sabedoria ideológica e teórica e liderança experiente”.

O parlamento norte-coreano também fez uma série de mudanças de dirigentes na quinta-feira que reforçaram a liderança diplomática de Kim.

Especialistas comentaram que as novas nomeações podem ser um sinal do desejo de Kim de prosseguir os altos e baixos da diplomacia nuclear dos últimos meses, em vez de regressar às ameaças e aos testes de armamento que caracterizaram 2017, ano em que se chegou a temer uma guerra na Península Coreana.

15 Abr 2019

Presidente chinês felicita líder norte-coreano por reeleição

[dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, felicitou hoje o líder norte-coreano, Kim Jong-un, pela sua reeleição como Presidente do mais alto órgão de tomada de decisão da Coreia do Norte, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.

Xi transmitiu a Kim as “mais calorosas felicitações” e os “melhores desejos”, afirmando que esta decisão “reflecte a confiança e apoio” que o “partido e o povo” norte-coreanos têm nele.

O líder chinês valorizou ainda “muito” a amizade entre a China e a Coreia do Norte, que ele espera que se continue a desenvolver, para “beneficiar os povos dos dois países”, destacou a mesma nota.

“Desde o ano passado, encontrei-me com o camarada Kim por quatro vezes e, juntos, chegámos a vários consensos importantes, que abriram um novo capítulo nas relações bilaterais”, disse Xi.

O líder chinês lembrou ainda que, este ano, se celebra o 70.º aniversário deste o estabelecimento das relações entre os dois países “vizinhos e amigos, ligados por rios e montanhas”.

Apesar do distanciamento dos últimos anos, Pequim continua a ser o principal aliado diplomático e maior parceiro comercial do regime de Kim Jong-un.

Nos anos 1950, os dois países lutaram juntos contra os Estados Unidos. No entanto, volvidas quase três décadas, o Partido Comunista Chinês desistiu de “aprofundar a luta de classes” e escolheu o desenvolvimento económico como “tarefa central”.

Pequim e Pyongyang voltaram a aproximar-se após Kim ter suspendido os testes nucleares e com mísseis balísticos e embarcado numa iniciativa diplomática, que incluiu visitas à China e cimeiras com os EUA e Coreia do Sul.

Kim foi reeleito como presidente da Comissão de Assuntos do Estado, durante a sessão de abertura da Assembleia Popular Suprema, realizada na quinta-feira, segundo a imprensa norte-coreana.

Kim Jong-un foi eleito presidente desta comissão em Junho de 2016, quando o órgão foi criado.
Por sua vez, Kim Jae-ryong, um alto funcionário do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, foi nomeado primeiro-ministro, substituindo Pak Pong-ju.

Choe Ryong-hae, que durante os primeiros anos de mandato de Kim Jong-un chegou a ser considerado o ‘número dois’ do regime, substituiu o veterano Kim Yong-nam, de 91 anos, como presidente honorário.

O principal encarregado por negociar um acordo nuclear com os Estados Unidos, e um dos responsáveis máximos pelos serviços secretos norte-coreanos, Kim Yong-chol, manteve a sua posição na Comissão dos Assuntos do Estado.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Ri Yong-ho, outra figura chave nas negociações, manteve também a posição.

12 Abr 2019

Coreia do Norte adia conclusão de mega projecto turístico balnear para Abril de 2020

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte adiou mais uma vez a conclusão de um mega projecto turístico balnear, para Abril de 2020, aparentemente devido às sanções impostas por causa do seu programa nuclear.

A Zona Turística de Wonsan-Kalma, encravada entre um aeroporto recente e a costa leste do país prevê hotéis, cinemas e um parque aquático.

O local está destinado a tornar-se a peça central da nascente indústria turística da Coreia do Norte, que busca desenvolver a sua economia apesar das sanções internacionais.

O trabalho na zona turística está a ser monitorizado de perto pelo líder norte-coreano Kim Jong-un. Inicialmente estava para abrir em Abril, no aniversário do nascimento do pai fundador norte-coreano, Kim Il-sung.

Mas durante uma visita recente ao local, Kim adiou a data de conclusão pela segunda vez, ordenando que a construção seja concluída no mesmo período do ano que vem, informou a agência de notícias oficial no sábado, a KCNA.

Esta decisão permitirá que os trabalhadores “terminem com perfeição [o projecto] para que o nosso povo se divirta numa área turística impecável a partir (…) do próximo ano”, disse Kim, citado pela KCNA. A inauguração foi adiada pela primeira vez em Agosto, com abertura prevista para Outubro de 2019.

As sanções impedem que a Coreia do Norte obtenha os materiais necessários para concluir a construção do gigantesco local à beira-mar, dizem os especialistas.

“A Coreia do Norte pode realizar a construção exterior dos hotéis em si, mas a maioria dos materiais de acabamento interno é importada”, disse o investigador do Instituto Coreano para a Unidade Nacional, Cho Han-bum, à agência de notícias France-Presse.

Durante algum tempo, Pyongyang comprou produtos proibidos com moeda estrangeira, mas essa fonte “também secou”, continuou o analista. Em Dezembro, imagens de satélite feitas por especialistas norte-americanos mostraram que a maioria dos edifícios anteriormente em construção estava quase terminada.

“A economia norte-coreana atingiu um limite por causa de sanções”, sublinhou Cho. O alívio imediato das sanções foi a principal exigência norte-coreana na segunda cimeira no final de Fevereiro em Hanói, entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, e Kim, uma reunião que terminou em fracasso.

O Presidente Trump, um ex-promotor imobiliário, destacou o potencial da Coreia do Norte no desenvolvimento do turismo, elogiando as suas “super praias” que seriam ideais para “super apartamentos”.

7 Abr 2019

Suspeita de matar meio-irmão de Kim Jong-un condenada a mais de três anos de prisão

[dropcap]U[/dropcap]m juiz malaio condenou hoje a três anos e quatro meses de prisão a vietnamita acusada de matar o meio-irmão do líder norte-coreano por “causar dano voluntário com arma perigosa”.

Doan Thi Huong pode ser libertada na primeira semana de maio, em resultado da redução de um terço da pena por bom comportamento, adiantou o seu advogado, Hisyam Teh Poh Teik.

A mulher encontrava-se detida há mais de dois anos, na sequência da morte de Kim Jong-nam, em 13 de Fevereiro de 2017, com VX, um agente neurotóxico e uma versão altamente letal do gás sarín. Após ouvir a sentença, Huong levantou-se do banco dos réus e, através do tradutor, agradeceu ao juiz, aos promotores e aos governos da Malásia e do Vietname.

Aos jornalistas, quando abandonava o tribunal, disse que estava feliz e espera ser cantora e actriz quando regressar ao Vietname.

O tribunal malaio tinha rejeitado a 14 de Março a libertação de Doan Thi Huong, poucos dias depois de ter deixado cair a 14 de Março as acusações sobre a outra ré, Siti Aisyah, uma indonésia.

O episódio fatal teve lugar num terminal do aeroporto em Kuala Lumpur. As duas mulheres alegaram estarem convencidas de que se encontravam a participar numa brincadeira para um programa de TV.

As acusadas disseram às autoridades que toda a situação tinha sido orquestrada por um grupo de quatro homens, identificados como cidadãos norte-coreanos pela polícia malaia. Os homens pagaram 80 dólares a cada uma das suspeitas.

De acordo com a polícia, os quatro embarcaram, na sequência do ataque, num avião com destino a Pyongyang.

Desde o primeiro momento que os serviços secretos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos atribuíram o crime a agentes norte-coreanos, mas Pyongyang argumentou que a morte foi provocada por um ataque cardíaco e acusou as autoridades da Malásia de conspirarem com os seus inimigos.

As autoridades da Malásia nunca acusaram oficialmente a Coreia do Norte e deixaram claro que não querem que o julgamento seja politizado.

Kim Jong-nam, que viajava com um passaporte com o nome de Kim Chol, ia embarcar para Macau, onde vivia exilado. Era o filho mais velho da actual geração da família governante da Coreia do Norte e vivia no exterior há anos.

Vários analistas consideraram que Kim Jong-nam poderá ter sido visto como uma ameaça ao líder norte-coreano, Kim Jong-un.

1 Abr 2019

Pyongyang descreve como “ataque terrorista” assalto a embaixada em Madrid, em Fevereiro

[dropcap]P[/dropcap]yongyang descreveu hoje como um “ataque terrorista” o assalto à sua embaixada em Madrid, em Fevereiro, reivindicado por um grupo de opositores do regime, segundo um comunicado divulgado pela agência oficial KCNA.

“Um grave ataque terrorista ocorreu em 22 de Fevereiro, durante o qual um grupo armado atacou a embaixada da RPDC”, disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, citando as iniciais do nome oficial do país, Republica Popular Democrática da Coreia.

A representação diplomática norte-coreana foi alvo de um assalto em 22 de Fevereiro, alguns dias antes da segunda cimeira, em Hanói, entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Na terça-feira, um juiz de instrução espanhol tornou públicos pormenores sobre o assalto e sobre o alegado grupo responsável. Mais tarde, o grupo de Defesa Civil Cheollima (DCC) reivindicou o ataque.

Na primeira reacção oficial, a Coreia do Norte referiu-se hoje a um possível envolvimento dos EUA no ataque e exortou as autoridades espanholas a levar à justiça “terroristas e aqueles que puxam os cordelinhos”.

“Esperamos que as autoridades competentes em Espanha (…) investiguem este incidente de forma completa e responsável”, frisou o porta-voz do regime, em comunicado.

Os tribunais espanhóis indicaram que o suposto líder do grupo é Adrian Hong Chang, um cidadão mexicano residente nos Estados Unidos.

31 Mar 2019

Tribunal recusa libertar acusada de matar meio-irmão de Kim Jong-un

[dropcap]U[/dropcap]m tribunal da Malásia rejeitou ontem libertar a vietnamita acusada de matar o meio-irmão do líder norte-coreano Kim Jong-un em 2017, depois de na segunda-feira ter deixado cair as acusações sobre a outra ré.

“Em relação ao pedido apresentado em 11 de Março ao Procurador-Geral, fomos instruídos a continuar o julgamento”, disse o procurador responsável por este caso, Muhammad Iskandar Ahmad, perante o tribunal de Shah Alam, perto de Kuala Lumpur.

O processo da mulher vietnamita, Doan Thi Huong, de 30 anos, está em curso no tribunal há um ano e meio, na sequência do assassínio de Kim Jong-nam, em 13 de Fevereiro de 2017, com VX, um agente neurotóxico e uma versão altamente letal do gás sarín.

Doan começou a chorar ao receber a notícia, mas disse aos jornalistas que “não estava zangada com a libertação de Siti [Aisyah]”, a outra ré, de nacionalidade indonésia e que foi também inicialmente acusada de atacar o meio-irmão do líder norte-coreano.

“Só Deus sabe que não cometemos o assassínio”, afirmou. “Eu quero que minha família reze por mim”, acrescentou.

O juiz Azmi Ariffin declarou que a vietnamita, a única a permanecer no banco dos réus, não estava “fisicamente e mentalmente” apta para continuar a audiência e adiou o julgamento para 1 de Abril.

Já o embaixador do Vietname na Malásia disse estar “muito desapontado por o tribunal não ter libertado Doan”.

“Vamos pedir à Malásia que seja justa e libertá-la o quanto antes”, adiantou à agência de notícias France-Presse.

 

Alta diplomacia

Na segunda-feira, Siti Aisyah, detida há dois anos com Doan Thi Huong sob suspeita do homicídio de Kim Jong-nam, foi libertada após os procuradores terem retirado inesperadamente a acusação de homicídio.

O juiz do Supremo Tribunal dispensou Aisyah sem absolvição, depois de os procuradores terem dito, sem avançar uma razão, que queriam retirar a acusação de homicídio contra a mulher indonésia.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros indonésio afirmou que a libertação de Aisyah se deveu ao contínuo esforço diplomático realizado ao mais alto nível e insistiu na ideia de que a indonésia foi “enganada e não teve consciência de que estava a ser manipulada pelos serviços secretos norte-coreanos”.

“Apanhadas”

O episódio fatal teve lugar num terminal de aeroporto em Kuala Lumpur. As duas mulheres alegaram que estavam convencidas de que se encontravam a participar numa brincadeira para um programa de TV.

As acusadas disseram às autoridades que toda a situação tinha sido orquestrada por um grupo de quatro homens, identificados como cidadãos norte-coreanos pela polícia malaia, que lhes pagou 80 dólares a cada uma.

De acordo com a polícia, os quatro embarcaram, na sequência do ataque, num avião com destino a Pyongyang.

Desde o primeiro momento que os serviços secretos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos atribuíram o crime a agentes norte-coreanos, mas Pyongyang argumentou que a morte foi provocada por um ataque cardíaco e acusou as autoridades da Malásia de conspirarem com os seus inimigos.

As autoridades da Malásia nunca acusaram oficialmente a Coreia do Norte e deixaram claro que não querem que o julgamento seja politizado.

Kim Jong-nam, que viajava com um passaporte com o nome de Kim Chol, ia embarcar para Macau, onde vivia exilado. Era o filho mais velho da actual geração da família governante da Coreia do Norte, vivia no exterior há anos, mas, segundo vários analistas, poderá ter sido visto como uma ameaça ao líder norte-coreano, Kim Jong-un.

 

15 Mar 2019

Coreia do Norte | Seul atenta a actividade em base de mísseis

[dropcap]O[/dropcap] Exército da Coreia do Sul anunciou ontem que vigia atentamente a actividade nas instalações de lançamento de mísseis da Coreia do Norte porque suspeita da preparação de um lançamento balístico.

“Em cooperação com os Estados Unidos estamos a vigiar e a seguir todos os movimentos [do Exército norte-coreano], incluindo os possíveis preparativos para o lançamento de mísseis”, disse ontem o porta-voz do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, Kim Joon-rak, durante uma conferência de imprensa em Seul.

“Não podemos comentar detalhes em concreto”, acrescentou Kim Joon-rak quando confrontado com as notícias da agência Yonhap sobre eventuais movimentações detectadas na estação de lançamento de Sohae, noroeste da Coreia do Norte, na semana passada.

Imagens captadas por satélite mostraram que o regime da Coreia do Norte está supostamente a reconstruir algumas das estruturas da base o que leva Seul a considerar que está em preparação o lançamento de um satélite a bordo de um foguetão especial.

O lançamento do alegado satélite é apontado como um ensaio encoberto de mísseis intercontinentais para pressionar os Estados Unidos, sobretudo no quadro das recentes negociações inconclusivas entre Washington e Pyongyang que decorreram na capital do Vietname.

12 Mar 2019

Nuclear | Pyongyang aparenta reconstruir centro de lançamento de mísseis

[dropcap]E[/dropcap]specialistas norte-americanos anunciaram ontem ter detectado “sinais de actividade” no centro de lançamento de mísseis de Sohae, na Coreia do Norte, sugerindo que Pyongyang avançou para a “reconstrução rápida” da instalação após o fracasso da cimeira de Hanói.

A reunião entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, terminou abruptamente na quinta-feira, sem que fosse alcançado um acordo sobre a desnuclearização. De acordo com Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), a actividade foi detectada apenas dois dias após o fracasso da cimeira, ilustrando uma “resposta face à rejeição dos EUA” em reduzir as sanções económicas sobre o regime norte-coreano. “Esta instalação estava inactiva desde Agosto de 2018, o que indica que as actividades são deliberadas e têm um propósito”, apontou o CSIS.

 

7 Mar 2019

Hanói | Diferendos sobre as sanções ditam falhanço de cimeira Trump – Kim

O segundo encontro entre Donald Trump e Kim Jong-un acabou sem acordo e mais cedo do que o previsto. Divergências sobre as sanções e a desnuclearização acabaram por impedir um desfecho positivo nas negociações entre os dois países

[dropcap]A[/dropcap]cimeira entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano terminou sem acordo devido ao impasse sobre as sanções e as reticências de Kim Jong-un em abdicar totalmente do programa nuclear.

“Existe ainda uma lacuna” entre o desejo de ambas as partes e, por isso, “temos que manter as sanções”, afirmou Donald Trump, numa conferência de imprensa, após a cimeira em Hanói ter terminado sem um acordo.

“Eles queriam que as sanções fossem levantadas na totalidade e nós não podemos fazer isso”, detalhou Trump, acrescentando que prefere “assinar um bom acordo do que fazê-lo ‘a correr’”.

Trump deixou a capital vietnamita depois de a cimeira terminar mais cedo do que o previsto.

“Às vezes tens que te levantar e ir embora e, desta vez, foi isso que aconteceu”, disse.

O Presidente dos EUA revelou que Kim se ofereceu para desmantelar algumas partes da sua infraestrutura nuclear, incluindo o complexo nuclear de Yongbyon, mas que não estava preparado para abdicar de outras partes do programa, incluindo as fábricas para produção de urânio.

“Eles estavam dispostos a desmantelar parte das áreas, mas não podíamos desistir de todas as sanções”, afirmou.

Trump disse ainda que não há planos para uma terceira cimeira, mas que Kim lhe garantiu que a Coreia do Norte não vai realizar testes nucleares e com mísseis balísticos.

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse, no entanto, que “estão hoje mais próximos de um acordo do que há 36 horas”.

Em comunicado, a secretária de Imprensa da Casa Branca afirmou que os “dois líderes discutiram várias formas de avançar na desnuclearização e questões económicas”, mas que “nenhum acordo foi alcançado desta vez” e que as delegações esperam voltar a reunir no futuro”.

Sedução em saco roto

Num encontro com os jornalistas antes das negociações arrancarem, Trump baixou as expectativas, afirmando que não “tem pressa” para que se chegue a um acordo.

Kim Jong-un afirmou que, “se não estivesse disposto” à desnuclearização, não estaria em Hanói.

A Coreia do Norte sofreu já décadas de isolamento e pobreza extrema, incluindo períodos de fome que causaram milhões de mortos, mas não abdicou de desenvolver um programa nuclear como garantia de sobrevivência do regime.

Trump tentou seduzir, em Hanói, o regime norte-coreano com boas perspectivas económicas caso aceite a desnuclearização e se insira na comunidade internacional.

A Coreia do Norte e o Vietname partilham décadas de amizade e, em teoria, continuam a ser aliados ideológicos, mas as reformas económicas e a integração na comunidade internacional lançados por Hanói impulsionaram o desenvolvimento económico do país.

Lamentos de Seul

A Presidência sul-coreana lamentou ontem que a cimeira entre os líderes dos EUA e da Coreia do Norte tenha terminado sem acordo, mas mostrou-se optimista na continuação das negociações, considerando que houve progressos significativos em Hanói. “É lamentável que o Presidente Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, não tenham chegado a um acordo global na sua cimeira de hoje [ontem]”, disse em comunicado o porta-voz da Casa Azuk, sede da Presidência sul-coreana. No entanto, Kim Eui-kyeom disse parecer “claro que foram alcançados muitos progressos, mais do que em qualquer outro momento no passado”. No mesmo comunicado, a Presidência considera que o facto de Trump admitir a possibilidade de aliviar as sanções em troca de passos no sentido do desarmamento nuclear da Coreia do Norte mostra que as negociações entre os dois países entraram num “nível elevado”. Seul espera por isso que Washington e Pyongyang possam continuar a manter um “diálogo activo”.

 

1 Mar 2019

Cimeira | Pequim espera que Trump e Kim se encontrem “a meio do caminho”

[dropcap]A[/dropcap]China afirmou ontem que os EUA e a Coreia do Norte devem “encontrar-se a meio do caminho” depois de a cimeira em Hanói ter terminado sem acordo. O porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Lu Kang afirmou em conferência de imprensa que a situação na península coreana experimentou uma “reviravolta” significativa no ano passado, um “resultado conquistado com muitas dificuldades”. Lu enalteceu o regresso dos EUA e da Coreia do Norte a um caminho rumo ao acordo político, que considerou ser a “única saída”. Na conferência de imprensa após a cimeira, Donald Trump considerou o Presidente chinês, Xi Jinping, como um “líder altamente respeitado em todo o mundo” e afirmou que este foi “muito cooperativo” na questão norte-coreana. Trump lembrou que a China é altamente influente devido ao alto volume de negócios com a Coreia do Norte. Pequim é o maior parceiro comercial e principal aliado diplomático de Pyongyang.

1 Mar 2019

Coreia do Norte pede ajuda humanitária devido à falta de alimentos

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades da Coreia do Norte pediram ajuda às Nações Unidas e a outras organizações humanitárias devido à falta de alimentos no país, anunciou ontem a ONU.

“O Governo solicitou assistência das organizações humanitárias internacionais presentes no país para responder ao impacto da situação de segurança alimentar”, disse Stéphane Dujarric, porta-voz das Nações Unidas.

O porta-voz referiu que as Nações Unidas estão em contacto com as autoridades norte-coreanas para analisar o impacto que a falta de alimentos pode ter sobre a população mais vulnerável e agir cedo para suprimir as necessidades humanitárias.

Stéphane Dujarric explicou que, de acordo com dados fornecidos por Pyongyang, é esperado que em 2019 o país tenha uma escassez de cerca de 1,4 milhões de toneladas de alimentos básicos, como trigo, arroz, batata ou soja.

“As Nações Unidas estão preocupadas com a deterioração da situação de segurança alimentar na Coreia do Norte e estão a analisar com governo”, defendeu.

O país asiático foi o cenário nos anos 1990 de uma fome severa que, de acordo com diferentes estimativas, custou a vida de entre 250 mil e mais de três milhões de pessoas.

A Coreia do Norte está sujeita a sanções internacionais significativas como resultado do seu programa nuclear e de mísseis e, embora haja isenções humanitárias, muitos especialistas reconhecem que as punições contra o regime também afectam a população.

Países como a Rússia pediram o levantamento de algumas dessas sanções para encorajar Pyongyang a avançar nas negociações de desnuclearização com os Estados Unidos, que querem ver resultados concretos antes de dar esse passo.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, vão realizar na próxima semana a segunda cimeira em Hanói, no Vietname, com o objectivo de chegar a acordo sobre uma “definição compartilhada” do que significa desnuclearização, depois de meses de impasse nas negociações.

Trump e Kim realizaram uma primeira reunião histórica em Singapura em Junho passado para dar os primeiros passos neste processo.

22 Fev 2019

Coreia do Norte | Ex-diplomata diz que Kim não desiste de armas nucleares

[dropcap]U[/dropcap]m ex-diplomata norte-coreano avisou ontem que o líder Kim Jong-un não tem intenção de desistir das armas nucleares e considerou a cimeira com o Presidente norte-americano uma oportunidade para consolidar o país como um Estado de armas nucleares.

Em conferência de imprensa, em Seul, capital sul-coreana, Thae Yong Ho, que desertou para a Coreia do Sul em 2016, referiu que a segunda cimeira entre o Presidente dos Estados Unidos e o líder norte-coreano será um fracasso se Donald Trump não conseguir que Kim Jong-un declare que vai abandonar todas as suas instalações nucleares e armas e fazer regressar a Coreia do Norte ao acordo de não proliferação nuclear.

O ex-diplomata norte-coreano de mais alto nível a desertar para a Coreia do Sul foi ministro da embaixada da Coreia do Norte em Londres antes de fugir para a Coreia do Sul. Donald Trump e Kim Jong-un vão reunir-se em Hanói, capital do Vietname, em 27 e 28 de Fevereiro.

20 Fev 2019

Xi Jinping reúne-se com alto responsável norte-coreano

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano esteve na capital chinesa onde assistiu, com o Presidente chinês, a um espectáculo comemorativo do 70.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e a RPDC. A segunda cimeira entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos tem lugar no mês que vem

 

[dropcap]O[/dropcap] vice-presidente do Comité Central do Partido dos Trabalhadores norte-coreano, Ri Su-yong, reuniu-se, em Pequim, com o Presidente chinês, Xi Jinping, informou ontem a imprensa estatal, nas vésperas da cimeira entre Estados Unidos e Coreia do Norte.

O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano liderou uma delegação de funcionários do Governo e artistas da Coreia do Norte, numa visita à capital chinesa, como parte dos esforços para fortalecer as relações bilaterais.

No domingo, Ri Su-yong e Xi Jinping assistiram a um espectáculo artístico norte-coreano, detalhou a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

“Esta visita é uma actividade de intercâmbio cultural importante para implementar o consenso alcançado por ambas as partes, bem como um evento significativo na celebração do 70.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e a RPDC (República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia Norte)”, disse Xi, citado pela agência.

“A China está disposta a trabalhar com a RPDC para implementar o importante consenso alcançado pelas duas partes, a fim de beneficiar ainda mais os dois povos e contribuir para a paz mundial, estabilidade, desenvolvimento e prosperidade”, acrescentou Xi, que foi acompanhado pela mulher, Peng Liyuan.

Afinados

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, visitou este mês Pequim, num esforço para acertar estratégias com o único grande aliado, antes de uma segunda cimeira com o Presidente norte-americano, Donald Trump, no próximo mês.

Kim reafirmou o seu compromisso e disposição em compartilhar com a China a evolução das negociações com os EUA.

Kim e Trump reuniram-se, em Singapura, no ano passado, num encontro histórico que ocorreu depois de, em 2017, as tensões terem atingido níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), na sequência dos sucessivos testes nucleares de Pyongyang e à retórica beligerante de Washington.

No entanto, desde a cimeira em Singapura houve pouco progresso real no desarmamento nuclear.

Washington exige que Pyongyang apresente dados detalhados sobre o arsenal nuclear, enquanto Pyongyang diz que já fez o suficiente e que está na altura de os EUA aliviarem as pesadas sanções internacionais que isolaram a economia norte-coreana.
A China é o maior aliado diplomático e o principal parceiro comercial da Coreia do Norte.

29 Jan 2019

Pyongyang pede assinatura de tratado de paz antes de segunda cimeira com Trump

[dropcap]A[/dropcap] imprensa norte-coreana pediu ontem a assinatura do tratado de paz inter-coreano, numa altura em que é esperado nos Estados Unidos um alto dirigente norte-coreano, no âmbito da preparação de uma segunda cimeira bilateral.

“Transformar a península coreana numa zona de paz consistente é o caminho básico para iniciar uma era dourada de paz, prosperidade e reunificação”, afirmou, no editorial, o jornal oficial norte-coreano Rodong Sinmun, de acordo com a agência noticiosa espanhola EFE.

A Guerra da Coreia (1950-53), que teve como pano de fundo a disputa geopolítica entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz, pelo que os dois países continuam tecnicamente em guerra.

“Só quando transformarmos a península numa zona de paz duradoura e consistente é que o nosso povo poderá desfrutar de uma vida pacífica e estável”, referiu.

O artigo é publicado pouco antes da chegada à Washington de Kim Yong-chol, que já se devia ter reunido com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, em Novembro, em Nova Iorque.

Desde a primeira cimeira entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Singapura, em Junho de 2018, na qual os líderes concordaram em trabalhar para a “desnuclearização completa da península coreana”, poucos progressos têm sido feitos.

O tratado de paz, exigido pelo líder norte-coreano para dar início à desnuclearização, continua a depender do ‘sinal verde’ dos Estados Unidos, país do qual Pyongyang espera também “medidas proporcionais” para avançar com o processo.

Sobre a Coreia do Norte continua a pesar um forte regime de sanções económicas, aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, que tem estrangulado a economia do regime.

17 Jan 2019

Coreia do Sul quer ajudar a levantar sanções, mas avisa sobre desnuclearização norte-coreana

[dropcap]O[/dropcap] Presidente da Coreia do Sul disse hoje que vai cooperar com a comunidade internacional para serem levantadas as sanções contra a Coreia do Norte, mas defendeu que esta deve dar “passos mais ousados e práticos para a desnuclearização”.

“Medidas correspondentes deveriam ser concretizadas para facilitar a continuação dos esforços de desnuclearização da Coreia do Norte”, acrescentou Moon Jae-in, citando, por exemplo, a aceitação dos Estados Unidos de um “regime de paz” e uma declaração formal que coloque um ponto final na Guerra da Coreia (1950-1953).

Moon Jae-in referiu-se ainda a dois projectos de cooperação entre os dois países no Monte Kumgang, na Coreia do Norte, e no complexo industrial de Kaesong, no norte da fronteira, foram suspensos na última década, juntamente com outros projectos semelhantes devido à pretensão norte-coreana de investir no seu programa nuclear.

“Congratulamo-nos com a intenção da Coreia do Norte de retomar a sua operação sem condições ou compensação”, disse Moon.

“A minha administração vai cooperar com a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, para resolver as questões restantes, como sanções internacionais, o mais rápido possível”, explicou.

As declarações de Moon foram feitas após o regresso do líder norte-coreano de uma viagem de quatro dias a Pequim, que incluiu um encontro com o Presidente chinês Xi Jinping.

10 Jan 2019