Hoje Macau China / ÁsiaOrganização não-governamental denuncia tortura na Coreia do Norte [dropcap]U[/dropcap]ma organização não-governamental denunciou hoje que o sistema norte-coreano de detenção pré-julgamento e de investigação é cruel e arbitrário, com ex-detidos a descreverem tortura sistemática, corrupção e trabalhos forçados não-remunerado. No relatório de 88 páginas, “Vale menos que um animal: Abusos e violações no processo de prisão preventiva na Coreia do Norte”, a Human Rights Watch (HRW) descreveu o “opaco sistema de justiça criminal do país” e destacou a “frágil estrutura legal e institucional da Coreia do Norte e a natureza política dos tribunais e entidades que aplicam a lei”. “O sistema de detenção e investigação pré-julgamento da Coreia do Norte é arbitrário, violento, cruel e degradante”, disse o diretor para a Ásia da organização não-governamental (ONG) HRW. “Os norte-coreanos dizem que vivem com medo constante de serem apanhados num sistema onde os procedimentos oficiais geralmente são irrelevantes, a culpa é presumida e a única saída é por meio de subornos e conexões”, acrescentou Brad Adams. A HRW entrevistou oito ex-funcionários do Governo, que fugiram do país, e 22 norte-coreanos (15 mulheres e sete homens), que estiveram em instalações de detenção e interrogatório desde 2011, quando o atual líder do país, Kim Jong-un, assumiu o poder. A partir do momento em que um indivíduo enfrenta uma investigação oficial, há poucas hipóteses de evitar uma sentença de trabalho forçado não remunerado de curto ou longo prazo. Algumas mulheres detidas relataram assédio e agressão sexual, incluindo violação. Os ex-detidos disseram que foram forçados a ficar sentados no chão durante dias, ajoelhados ou com as pernas cruzadas, os punhos ou as mãos no colo, a cabeça baixa e os olhos voltados para o chão. Se um detido se movesse, os guardas puniam-no ou ordenavam uma punição coletiva a todos os detidos.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Kim Jong-un lança campanha de 80 dias para relançar economia [dropcap]O[/dropcap] dirigente norte-coreano, Kim Jong-un, ordenou uma campanha de 80 dias para relançar a economia, antes de um congresso extraordinário do partido no poder, em janeiro, foi hoje noticiado. A decisão, anunciada pelo meios de comunicação oficiais, foi tomada durante uma reunião do Partido dos Trabalhadores e surgiu na sequência de inundações recentes e num contexto de pandemia da covid-19, que contribuíram para enfraquecer ainda mais a economia já em crise do isolado país. As campanhas de mobilização de massas, para exigir aos norte-coreanos que façam horas extraordinárias e assumam novas tarefas, são frequentes na Coreia do Norte, antes de grandes eventos. Em coreano são chamadas de “batalhas”, termo usado pela agência de notícias oficial norte-coreana KCNA, de acordo com uma terminologia bélica usada por Pyongyang. Mas, na versão em inglês, a agência usou “campanha”, mais diplomático. “Alcançámos proezas históricas graças aos nossos duros esforços, ultrapassando este ano com coragem provas e dificuldades de uma gravidade sem precedentes, mas não devemos descansar à sombra dos nossos louros”, afirmou a KCNA. “Sempre fomos confrontados com desafios que não podem ser negligenciados e temos numerosos objetivos a alcançar este ano”, insistiu. A participação nestas “batalhas” esgotantes é vigiada e usada como um meio de medir a lealdade da população ao regime. As anteriores foram denunciadas por grupos de defesa dos direitos humanos e para estes trata-se de trabalho forçado. O partido deve apresentar um plano destinado a dinamizar a economia no congresso extraordinário de janeiro, o primeiro a ser organizado em cinco anos. O país sofre de uma má gestão crónica da economia e o anterior plano foi discretamente abandonado no início deste ano. Em agosto, uma sessão plenária do Partido dos Trabalhadores reconheceu que “os objetivos para melhorar a economia do país estavam seriamente atrasados”. A Coreia do Norte foi também duramente atingida pelas sanções internacionais destinadas a obrigar Pyongyang a renunciar aos programas nuclear e balístico, que conheceram um rápido avanço sob a direção de Kim. Especialistas disseram esperar que o país anuncie, no sábado, as medidas de aplicação destes novos programas, por ocasião do 75.º aniversário do Partido dos Trabalhadores.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Coreia do Norte regista primeiro caso suspeito de coronavírus [dropcap]U[/dropcap]m primeiro caso “suspeito” de coronavírus foi hoje identificado na Coreia do Norte, que entrou em um estado de “emergência máxima”, avançou hoje a agência oficial do regime de Pyongyang, KCNA. Em causa está uma pessoa que “retornou em 19 de Julho depois de cruzar ilegalmente a linha de demarcação”, que serve de fronteira com a Coreia do Sul, segundo a KCNA. Pyongyang garantiu que não há nenhum caso de coronavírus e que as fronteiras do país permaneciam fechadas. No início do mês, os jornais da Coreia do Norte referiam que o líder Kim Jong Un tinha apelado à cúpula do partido para se manter alerta contra o coronavírus, avisando que a complacência poderia conduzir a “riscos inimagináveis e a uma crise irrecuperável”. Apesar do apelo, Kim reafirmou que a Coreia do Norte não registava um único caso de covid-19 acrescentando que o país “impediu completamente a invasão do vírus maligno” apesar da crise sanitária que se regista em todo o mundo. A nível global, muitos especialistas já demonstraram sérias dúvidas sobre a situação da pandemia na Coreia do Norte devido à proximidade da República Popular da China, onde a doença teve origem, e por causa das infra-estruturas sanitárias precárias do país. A Coreia do Norte encerrou as fronteiras no princípio do ano, proibiu a entrada de turistas e mobilizou os profissionais de saúde a imporem quarentena (14 dias) a todos os cidadãos que apresentassem sintomas da doença. Para muitos observadores, o recente confinamento do país atingiu fortemente a economia da Coreia do Norte seriamente afectada pelas sanções impostas pelos Estados Unidos por causa do programa nuclear. A pandemia de covid-19 já provocou cerca de 640 mil mortos e infectou mais de 15,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte vai lançar 12 milhões de panfletos de propaganda sobre Coreia do Sul [dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte planeia enviar para a Coreia do Sul cerca de 12 milhões de panfletos de propaganda através de balões, em “retaliação” por acções semelhantes de activistas a partir de Seul, anunciou hoje Pyongyang. O regime liderado por Kim Jong-un tinha ameaçado avançar com essa medida após anunciar na semana passada que estava a cortar o diálogo com o país vizinho e que ia enviar tropas para a fronteira entre as duas Coreias, tudo devido à distribuição de propaganda para a Coreia do Norte, o que, segundo Pyongyang, viola o pacto bilateral de 2018. “Os preparativos para a distribuição mais ampla de folhetos até o momento estão quase completos”, informou a agência estatal da Coreia do Norte, a KCNA, acrescentando que a iniciativa é “retaliação contra aqueles que lançaram um insulto intolerável” para o país. O regime de Pyongyang imprimiu cerca de 12 milhões de panfletos que expressam a “raiva e ódio” do povo norte-coreano e também preparou “vários tipos de equipamentos” para disseminar essa propaganda no território sul-coreano, o que inclui cerca de três mil balões, de acordo com a KCNA. A agência de notícias oficial norte-coreana não especificou para quando está agendada a distribuição dos panfletos, a última medida anunciada pela Coreia do Norte depois de Pyongyang ter destruído o escritório de ligação inter-coreano em 15 de junho e anunciado o envio de tropas para a fronteira. Em 19 de junho, o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, aceitou a demissão do ministro da Unificação, Kim Yeon-chul, na sequência do agravamento da tensão com a Coreia do Norte. O ex-ministro, também académico e anterior dirigente de um importante centro de estudos estratégicos sobre a Coreia do Norte, tinha sido empossado no cargo em abril de 2019 para impulsionar as relações bilaterais, na sequência do fracasso da cimeira entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e Kim Jong-un, em Hanói, em fevereiro do mesmo ano. No entanto, e perante a possibilidade de retomar os projetos de cooperação económica intercoreana, devido ao bloqueio na cimeira, Kim pouco pôde fazer, dado que Pyongyang assumiu progressivamente um tom mais duro com Seul e Washington. Observadores disseram acreditar que o regime norte-coreano está a usar o lançamento destes balões como desculpa para agravar uma estratégia de pressão, originada pelo fracasso da cimeira de Hanói, onde não conseguiu o fim das sanções internacionais.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte anuncia corte de contactos com “inimigo” sul-coreano [dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte anunciou que tenciona cortar hoje os seus canais de comunicação, nomeadamente militares, com o “inimigo” sul-coreano, anunciou a agência noticiosa estatal norte-coreana KCNA. O anúncio segue-se à ameaça de envio de panfletos anti-Pyongyang para o território do norte da península coreana por parte de militantes antirregime. Pyongyang “vai cortar completamente a ligação entre as autoridades do Norte e do Sul”, bem como outros canais de comunicação, nomeadamente entre as forças armadas dos dois Estados ou entre os partidos políticos governantes em Seul e Pyongyang, detalhou a KCNA. O início da interrupção está programa para as 12:00 locais, acrescentou a agência. A ameaça foi feita quando as relações entre os dois países estão no impasse, apesar de três cimeiras em 2018 entre o dirigente norte-coreano Kim Jong Un e o presidente sul-coreano Moon Jae-in. A Coreia do Norte ameaçou na semana passada fechar o gabinete de ligação com a Coreia do Sul e tomar medidas suplementares para fazer “sofrer” Seul. A influente irmã de Kim Jong Un, Kim Yo Jong, também já ameaçou tornar caduco o acordo militar entre os dois Estados, se Seul não impedir os militantes de enviar os panfletos anti-Pyongyang. A Coreia do Norte acabou com a maior parte dos seus contactos com o Sul depois do fracasso da cimeira de Kim com Donald Trump, em 2019, em Hanói, que deixou as negociações sobre o nuclear norte-coreano em ponto morto.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Kim Jong Un aparece em público [dropcap]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, apareceu sexta-feira em público pela primeira vez em mais de um mês, acabando assim com rumores acerca do seu estado de saúde, indicou a agência de notícias oficial KCNA. Segundo aquela agência, Kim Jong Un participou na inauguração de uma fábrica. O líder norte-coreano “assistiu à cerimónia” e “todos os participantes gritaram ‘urra’” quando ele apareceu, indicou a KCNA. Kim Jong Un não aparecia em público desde que presidiu a uma reunião em 11 de Abril. Nos últimos dias, vários órgãos de comunicação apontaram que Kim se encontra em estado crítico, depois de ter sido, alegadamente, sujeito a uma cirurgia cardíaca, algo que as autoridades sul-coreanas designaram de “notícias falsas”.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul assegura que Kim Jong-un está “vivo e de boa saúde” [dropcap]A[/dropcap]s autoridades sul-coreanas consideram que o líder da Coreia do Norte está “vivo e de boa saúde”, minimizando a seriedade dos rumores sobre os alegados de problemas de saúde de Kim Jong-un. “A posição do nosso Governo é firme”, disse Moon Chung-in, conselheiro especial do Presidente sul-coreano em segurança nacional, à emissora de televisão norte-americana CNN, no domingo. O conselheiro acrescentou ainda que o líder norte-coreano está hospedado desde 13 de abril em Wonsan, um resort à beira-mar no leste do país. “Nenhuma acção suspeita foi detectada até agora”, reforçou. A imprensa internacional noticiou este domingo que o suposto comboio de Kim Jong-un foi avistado em imagens de satélite entre os dias 21 e 23 de Abril parado numa estação reservada à sua família, na cidade de Wonsan. As fotografias foram publicadas pelo portal especializado em assuntos norte-coreanos, 38 North, e, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, a locomotiva está estacionada, naquele local, pelo menos desde terça-feira. De acordo com o portal norte-americano 38 North, a presença do comboio “não prova nada sobre o paradeiro do líder norte-coreano nem indica sobre o seu estado de saúde”, adiantando, por outro lado, que “dá credibilidade de que Kim está numa zona balnear na costa leste”. Na semana passada, a cadeia de televisão norte-americana CNN tinha noticiado, citando um responsável norte-americano, que os EUA tinham acesso a informações de que Kim Jong-un estaria “em estado grave”, devido a complicações pós-operatórias. As dúvidas sobre os possíveis problemas de saúde do líder norte-coreano surgiram após a sua ausência na tradicional visita ao mausoléu de Pyongyang onde permanece o corpo do seu avô Kim Il-sung, de acordo com as imagens divulgadas pelos média do país. Por tradição, no dia 15 de Abril, aniversário do nascimento do seu avô e a principal festividade nacional, Kim Jong-un visita o Palácio do Sol de Kumsusan e presta tributo ao fundador da Coreia do Norte, com ampla cobertura dos media controlados pelo regime. O Daily NK, um meio de comunicação administrado por norte-coreanos desertados, informou que o líder norte-coreano havia sido operado em Abril devido a problemas cardiovasculares, e estava a recuperar numa vila da província de Pyongan Norte. Com 36 anos, o líder norte-coreano tem problemas de obesidade e é um fumador compulsivo. O estado de saúde de Kim Jong-un permanece em grande mistério, de acordo com a agência EFE.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang comemora com discrição aniversário de Kim Il-sung [dropcap]A[/dropcap]s comemorações do 108.º aniversário de Kim Il-sung, o fundador do regime norte-coreano em vigor, foram realizadas com discrição na Coreia do Norte, país que também está a lutar para se proteger da pandemia da covid-19. Ontem celebrou-se a data de nascimento do avô do actual líder norte-coreano, Kim Jong-un, um dos principais dias do calendário político norte-coreano, a ponto de ser chamado de “Dia do Sol”. No entanto, Pyongyang decidiu fazer grandes restrições para se proteger da pandemia do novo coronavírus que se espalhou pelo mundo em poucos meses. Como todos os anos, os norte-coreanos dirigiram-se à colina de Mansu, na capital, onde foram construídas as estátuas de Kim Il-sung e do seu filho e sucessor Kim Jong-il, para colocar coroas de flores aos pés destes monumentos. Mas o número de habitantes que prestaram homenagens foi bem menor do que nos anos anteriores, quando não era incomum ver grupos de centenas de trabalhadores ou soldados. Em tempos normais, centenas de cestas de flores já se acumulariam no meio da manhã em frente às estátuas, mas não foi isso que aconteceu. Este ano, o Norte cancelou muitos eventos das celebrações do 15 de abril, incluindo a Maratona de Pyongyang, que normalmente é o evento mais lucrativo de sua agenda anual de turistas. Os media oficiais não mencionaram o Festival Kimilsungia, uma exposição de orquídeas muito famosa na Coreia do Norte. O corpo embalsamado de Kim Il-sung está em exibição no Palácio do Sol Kumsusan, em Pyongyang. O regime fechou as suas fronteiras e colocou em quarentena milhares de norte-coreanos, mas também centenas de estrangeiros. O Governo norte-coreano alega não ter registado nenhum caso da covid-19.
Jorge Rodrigues Simão Perspectivas VozesA política global invertida “As the coronavirus began to spread across the United States, President Trump repeatedly insisted that it was nothing to worry about. Two months later, the United States became the first country in the world with more than 100,000 cases, the economy has ground to a near standstill, and the virus has killed more than 1,000 people in New York state alone. As cases increased and stocks tumbled, the president’s attitude toward the threat of covid-19, the disease caused by the novel coronavirus, has evolved from casual dismissal to reluctant acknowledgment to bellicose mobilization.” Harry Stevens and Shelly Tan [dropcap]O[/dropcap] Iraque aperfeiçoou-se no “eixo do mal”, mas o Irão e a Coreia do Norte continuam a ser os bichos-papões dos Estados Unidos e adicionando a Venezuela e a Síria à lista, ter-se-á um grupo de adversários empenhado dos americanos. Mas, ao contrário da lista original do ex-presidente George Bush, que precipitou a mudança de regime no Iraque, o presidente Trump não fará muito para derrubar os seus adversários e, portanto, é improvável que os Estados Unidos comecem uma nova guerra em 2020 até porque a COVID-19 vai minar por completo a energia e ânimo do país. O Irão é o maior desafio e após o assassinato de Suleimani pelos Estados Unidos, necessitava de retaliar, incluindo uma aceleração mais rápida do seu programa nuclear, a expansão da sua guerra e provavelmente até ataques directos contra os Estados Unidos e seus aliados. Sucede que nem o presidente Trump nem o Irão querem a guerra. O presidente dos Estados Unidos abomina empreendimentos estrangeiros e um conflito com o Irão seria grande e poderia prejudicá-lo durante a campanha eleitoral. Apesar de toda a sua arrogância, as elites iranianas mantêm um respeito saudável pelo poder dos Estados Unidos. Todavia, os aliados dos Estados Unidos (especialmente a Arábia Saudita e Israel) são castigados pela falta de apoio dos americanos ao confronto. A Arábia Saudita, em particular, está a procurar formas de aliviar as tensões e uma solução diplomática continua a ser um tiro no escuro, mas ainda é de acreditar contra uma grande guerra entre os Estados Unidos e o Irão, mais quando a COVID-19 está a enfraquecer de forma brutal ambos os países. A Coreia do Norte jogará “difícil” nos próximos meses, pois sabe que o presidente Trump está desesperado por uma vitória na política externa que o favoreça melhor que qualquer outro candidato e daí será seguro avançar com a escalada de demonstrações/provocações com o programa de mísseis e talvez até um lançamento de satélite ou um teste intercontinental de mísseis balísticos. Ainda assim, trata-se de garantir o alívio das sanções, não levando os Estados Unidos à beira do abismo. Se comparado com o Irão e a Coreia do Norte, o presidente Trump importa-se pouco com a sorte da Síria ou da Venezuela e continuará a aliciar tropas na Síria, apesar das consequências inevitáveis de que a Rússia e o Irão beneficiarão e o Estado Islâmico possa ter a capacidade improvável de se reorganizar. O presidente venezuelano, Nicolas Maduro, continuará a presidir um governo que destruiu o seu país, mas apresenta pouco risco para alguém, além dos seus vizinhos. As possibilidades do presidente Trump tomar acções militares na Venezuela são próximas do zero. O populismo continua a crescer em todo o mundo, capturando mais atenção da média durante o seu percurso. No entanto, apesar de toda a retórica agressiva e os personagens coloridos, as democracias mais solidificadas do mundo permanecem mais bem posicionadas para enfrentar a tempestade populista pelo menos em 2021, ainda que por razões diferentes. O processo de formulação de políticas nos Estados Unidos permanece aprisionado tanto por interesses especiais, quanto pelo corpo político profissional do país (o que Trump chama de “estado profundo”, mas na verdade é uma “burocracia profunda”). Na Europa, os países continuam a sofrer uma onda de populismo a nível nacional, mas a sua perturbação foi limitada pela arquitectura supranacional da União Europeia (UE), com um conjunto durável de instituições legisladoras com os trabalhadores mais tecnocráticos. O Reino Unido ao sair da UE é a excepção, mas sob a liderança maioritária de um Boris Johnson maximamente não ideológico, obtém uma pausa de curto prazo, mas por seu lado, o Japão contornou o fenómeno político do populismo, o resultado de uma combinação única de baixa desigualdade, migração limitada, aversão à aventura militar e o alcance comparativamente pequeno de “notícias falsas”. Os políticos populistas a curto prazo criarão pouco impacto nas políticas, o que não significa que esses países sejam isolados de políticas populistas indefinidamente. A desaceleração do crescimento económico global acelerado pela pandemia da COVID-19, as alterações climáticas e o deslocamento dos trabalhadores fortalecerão os políticos populistas ao longo do tempo, mas para 2020, não haverá muito impacto político. O Reino Unido faz uma interrupção, o que constitui uma grande vitória para Boris Johnson e para o seu Partido Conservador, sendo uma perda ainda mais histórica para os simbólicos esforços eleitorais de Jeremy Corbyn, dando aos britânicos algum espaço necessário para respirar. O Reino Unido (finalmente!) saiu da UE a 31 de Janeiro de 2020, após quase quatro anos de incerteza política sem precedentes. A nova maioria conservadora de Boris Johnson votou no acordo de retirada e na “declaração política” para formalizar a saída do Reino Unido, fazendo que o primeiro-ministro lidere um “governo de divergência”, que dê prioridade à liberdade regulatória do Reino Unido na Europa, fazendo tudo de forma diferente, mesmo que limite o acesso ao mercado único e crie ventos contrários substanciais para a economia do Reino Unido e seus sectores industriais. Apesar disso, é improvável que haja um forte impacto em 2020. O Reino Unido permanecerá em uma transição paralisada durante todo este ano, mesmo quando as negociações se tornarem difíceis (o que invariavelmente ocorrerão), o que oferecerá aos investidores um certo grau de certeza com todo o ruído produzido. Boris Johnson apesar de ter pontuado na UE não está disposto a arriscar qualquer sindicância eleitoral. Ainda que a Escócia também seja ruidosa, não existe qualquer possibilidade de um referendo para a independência. É verdade que a forte manifestação do Partido Nacional Escocês de Nicola Sturgeon nas eleições de 12 de Dezembro de 2019, reforçou a sua alegação de que os interesses da Escócia estavam a ser ignorados, mas é apenas com o tempo que a economia do Reino Unido reforça o seu impulso pela independência, pelo que 2020 não será um ano de alto risco para o Reino Unido. A COVID-19 não irá acabar com a vida quotidiana como a conhecemos, mas também é a política global invertida. Antes da intensificação da pandemia da COVID-19 existiam várias preocupações a nível mundial, e uma era a legitimidade das próximas eleições presidenciais americanas, devido às consequências do processo de “impeachment” mais politizado da história, à quase certeza de interferência estrangeira e aos candidatos à presidência que atiçavam chamas da teoria da conspiração. Era uma mistura potente de factores que garantiam que aproximadamente metade do país, sentiria como se as eleições lhes fossem “roubadas” se o candidato preferido não vencesse. Tudo continua a ser verdade e agora a COVID-19 abre uma nova avenida para recriminações políticas e lavagem de dinheiro, ao mesmo tempo que complica o acto físico de ir às urnas. Os Estados Unidos nunca tentaram uma votação por correio em todo o país ou uma votação electrónica nacional, e em um ambiente político tão polarizado quanto este, a COVID-19 aumenta esse risco. A outra preocupação era de que a guerra tecnológica por mais nociva que seja entre os Estados Unidos e a China, ainda havia algo pior, pois essa divisão entre os dois países espalhar-se-ia para outras áreas económicas. A COVID-19 acelerou consideravelmente essa linha do tempo, pois os sectores de manufactura e serviços foram forçados a começar a reorganizar as cadeias de fornecimentos e de actividades. As medidas, por enquanto, são temporárias, mas quanto maior se tornar a actual crise global da saúde, mais empresas serão forçadas a considerar e tomar medidas permanentes, aprofundando a divisão entre os Estados Unidos e a China. A COVID-19 aumenta significativamente esse risco. À medida que a disputa económica entre os Estados Unidos e a China se intensifica, a luta entre as duas únicas superpotências económicas do mundo, transformar-se-ia em uma luta mais ampla de influência e valores, juntamente com elementos de segurança nacional, o que também foi acelerado pela COVID-19, ao qual o presidente dos Estados Unidos e membros do seu partido começaram a referir-se como sendo o “vírus Wuhan” e o “vírus chinês”. Os dois países têm líderes que se preocupam muito com a forma como a sua resposta ao COVID-19 está a ser vista e sentida pelas pessoas a nível interno e internacional e colocar a culpa de um país no outro não os ajuda a conter o vírus de forma alguma, mas sim ajuda a desviar as consequências políticas. As relações entre os sectores público e privado raramente foram fáceis. Mas, à medida que os problemas do mundo começaram a aumentar e os governos se esforçavam para os acompanhar, as pessoas iniciaram a procurar “Empresas Multinacionais (EMNs na sigla inglesa)” para ajudar a resolver muitos dos problemas que atormentavam as sociedades nas quais operavam e obtinham lucro. Antes do COVID-19, era de esperar que 2020 fosse um ano em que as EMNs enfrentariam pedidos de mais acções em questões sociais, como as alterações climáticas e a luta contra a pobreza, enquanto lutavam para satisfazer os accionistas em um ambiente económico global em desaceleração. Essa desaceleração da economia global continua a ser um grande desafio, devido ao COVID-19 e às novas preocupações da cadeia de fornecimentos, mas, por enquanto, os governos têm outras preocupações além de responsabilizar as multinacionais. Os desafios que a COVID-19 traz oferece oportunidades para as empresas de tecnologia e produtos farmacêuticos intensificarem e ajudarem as pessoas a viver o mais normal possível durante estes tempos difíceis. Houve um nervosismo com o regresso do primeiro-ministro indiano Narendra Modi ao nacionalismo hindu, por se tratar de uma orientação política que teve ramificações significativas na sociedade indiana e no progresso do país em direcção a reformas económicas. A Índia até agora conseguiu lidar muito bem com o surto da COVID-19, mas não há garantias de que será assim no futuro, especialmente porque o país é três vezes maior que a China em termos de densidade populacional e não tem nem o mesmo tipo de capacidade de resposta política e de saúde e se houver uma irrupção de COVID-19 que atravesse o país poderá causar um dano social ainda maior. Antes da acometida da COVID-19, a UE, sob a liderança da recente nova presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, estava a preparar-se para adoptar uma abordagem mais assertiva ao relacionamento com a China e os Estados Unidos, que se tornaria aparente, através do aumento da regulamentação tecnológica, aplicação mais estrita das regras e tarifas comerciais e ainda maior cooperação militar entre os demais estados membros do bloco europeu. A chegada da COVID-19 à Europa mudou fundamentalmente essa orientação e ao invés de combater os Estados Unidos e a China na esfera geopolítica, a UE está focada em combater o coronavírus no seu espaço geográfico. É difícil atingir esse objectivo dado o monstruoso número de infectados e mortos, onde sobressaem a Itália, Espanha, França e Alemanha. As alterações climáticas começaram inalteradamente a passar das margens políticas para a o quotidiano político, e 2020 foi o ano em que o momento da acção climática forçaria um choque entre activistas, governos e empresas, e embora as alterações climáticas ainda representem a maior ameaça física e existencial que o mundo enfrenta, o imediatismo que o problema estava a ser tratado foi suplantado pela crise da COVID-19. O isolamento social e a diminuição brutal da actividade industrial é um beneficio para as alterações climáticas. A política equivocada dos Estados Unidos em relação aos países liderados por xiitas no Médio Oriente (Irão, Iraque, Síria) estava a levar a região à instabilidade, mas, apesar da retórica, nem os americanos, nem os iranianos querem um confronto militar genuíno (não obstante, o assassinato de Soleimani). Tanto os Estados Unidos como o Irão estão a lutar para combater os seus surtos domésticos de COVID-19, o que significa que ambos os países têm menos incentivo para entrar em guerra. Ao mesmo tempo, um surto significativo de COVID-19 no Iraque e na Síria pode causar golpes reais a dois países que lutam para se estabilizar, e que a política dos Estados Unidos não os ajudou. Ainda que a COVID-19 diminua os riscos da política dos Estados Unidos em relação ao Irão, aumenta-os na Síria e no Iraque. A América Latina estava em crise política antes mesmo do surgimento da COVID-19, com uma classe média recém-criada a exigir melhores serviços públicos e menos corrupção dos seus líderes e não conseguindo obtê-los. A América Latina começou a ser atingida tanto pela COVID-19 quanto a Ásia e a Europa, mas será apenas uma questão de tempo a sua evolução. Assim, combinados com o recente colapso dos preços do petróleo, após a decisão da Rússia e da Arábia Saudita de entrar em uma guerra de preços do petróleo, os líderes de países produtores de petróleo como o Brasil, Colômbia, Equador e México necessitam de se preparar para algumas semanas difíceis que terão pela frente. O mesmo acontece com o restante da América Latina, cujo sistema de saúde e infra-estrutura subjacente serão testados como nunca nas próximas semanas e meses. A Turquia rapidamente recuperou a desvantagem de infectados por COVID-19 ocupando a décima terceira posição dos países com mais infectados. O presidente turco Recep Tayyip Erdogan tem um historial de agir de forma irregular quando sente a pressão política e económica. Tal pressão estava a aumentar devido às deserções de alto nível do seu partido, o AK, no poder, uma economia turca amolecida e a cara aventura militar na Síria, que prejudicaram seriamente as relações da Turquia com a Rússia e a UE. É de acrescentar a tensão iminente da COVID-19, e é possível que Erdogan actue de forma nova e imprevisível, lutando para manter o poder e a popularidade.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte fecha fronteiras para evitar propagação de vírus chinês – agência de viagens [dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte vai encerrar temporariamente as fronteiras para se proteger do novo coronavírus detetado na China, informou ontem uma agência de viagens chinesa especializada em excursões ao país. Os chineses representam a esmagadora maioria dos turistas que chegam à Coreia do Norte, tendo o número de visitantes aumentado no ano passado devido à aproximação diplomática entre os dois países. Pyongyang “fechará temporariamente as fronteiras a todos os turistas estrangeiros como medida de prevenção contra o coronavírus”, lê-se num comunicado da agência de viagens Young Pioneer Tours. Vários países têm reforçado o controlo nos aeroportos devido ao vírus detetado no mês passado em Wuhan, cidade do centro da China, que provoca pneumonias virais e já causou nove mortos entre as mais de 440 pessoas infectadas. Fora da China, foram já confirmados casos do novo coronavírus entre viajantes chineses na Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Taiwan e Estados Unidos, todos oriundos de Wuhan. Citada pela agência de notícias France-Presse (AFP), a agência norte-coreana de viagens Koryo Tours disse ter sido “informada de que a medida [encerramento das fronteiras] está a ser considerada”, mas ainda não confirmou a decisão. Também hoje o jornal norte-coreano Rodong Sinmun não deu a conhecer nenhuma medida especial aplicada pelo regime face ao vírus chinês, mencionando apenas que este “se espalhou rapidamente” e que as autoridades chinesas tomaram “medidas equivalentes”. Outros surtos já levaram Pyongyang a fechar as fronteiras: em outubro de 2014, o regime aplicou a mesma medida para se proteger do vírus Ébola, apesar de não ter sido detetado nenhum caso na Ásia. Já durante o surto SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong, suspendera excursões ao estrangeiro.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Kim ameaça retomar testes de mísseis atómicos e intercontinentais O líder norte-coreano, Kim Jong-un, ameaçou retomar os testes de mísseis nucleares e de longo alcance, suspensos durante as negociações com os Estados Unidos da América (EUA), revelando que em breve vai ser implantada uma “nova arma estratégica” [dropcap]N[/dropcap]o âmbito da quinta reunião plenária do atual Comité Central do Partido dos Trabalhadores, Kim Jong-un disse que não há razão para preservar a medida activada desde 2018 por Pyongyang sobre o teste de armas de destruição em massa, considerando que houve uma falta de propostas por parte Washington. As palavras do líder norte-coreano, reproduzidas pela agência estatal KCNA, representam um grande revés nas negociações sobre desnuclearização. Apesar de ameaçar retomar os testes de mísseis atómicos e intercontinentais, Kim Jong-un deixou uma porta aberta para o diálogo, referindo que o aumento da capacidade nuclear de Pyongyang fica dependente da “atitude futura dos EUA” para com a Coreia do Norte. Este ano, o líder norte-coreano optou por não fazer um discurso de ano novo, mas publicou uma mensagem na página da assembleia. Na mensagem, Kim disse que Washington respondeu à moratória do regime com exercícios militares realizados em conjunto com Seul, capital da Coreia do Sul, e com novas sanções. “Sob tais condições, já não há base para nós no que se refere a manter este compromisso unilateral [de suspender os testes de armas] durante mais tempo”, assegurou Kim Jong-un, dirigindo-se às elites do partido norte-coreano. “Os actos hostis e a ameaça nuclear contra nós estão aumentando”, advertiu o líder norte-coreano, segundo a agência estatal KCNA, afirmando que “o mundo testemunhará uma nova arma estratégica que estará na posse da República Popular Democrática da Coreia (nome oficial do país) num futuro próximo”. Com a “nova arma estratégica”, Kim referia-se, provavelmente, a um novo tipo de míssil balístico intercontinental (ICBM). Recentemente, o regime norte-coreano realizou dois testes que podem ser novos motores para o ICBM. Dar uma chance O secretário de Estado norte-americano disse que os Estados Unidos querem “paz, não confronto” com a Coreia do Norte, depois de Pyongyang ter anunciado o fim da moratória sobre ensaios nucleares e de mísseis balísticos. “Precisamos de saber o que Kim [Jong-un] disse especificamente nessas observações”, apontou na terça-feira Mike Pompeo, em entrevista à cadeia televisiva CBS, após o anúncio do líder da Coreia do Norte tornado público pela agência de notícias oficial norte-coreana, KCNA. Ainda assim, o chefe da diplomacia norte-americana sublinhou que os Estados Unidos querem “paz, não confronto” com Pyongyang. “Queremos deixar em aberto a possibilidade de o líder da Coreia do Norte fazer a melhor escolha, tanto para ele quanto para o seu povo”, acrescentou. Pyongyang declarou uma moratória autoimposta a testes nucleares e lançamentos do ICBM em Abril de 2018, um gesto que ajudou a convocar a primeira cúpula entre Kim Jong-un e o Presidente dos EUA, Donald Trump, em Singapura. Na reunião realizada em Junho de 2018, os dois países comprometeram-se a “trabalhar pela desnuclearização da península coreana”. No entanto, durante 2019, Pyongyang sublinhou a sua impaciência pela falta de avanços substanciais reais desde a reunião realizada há um ano e meio. O regime, enfatizou, nos últimos meses que deu à Casa Branca até o final do ano de 2019 para trazer novas propostas à mesa de negociações.
admin China / ÁsiaCoreia do Norte | Kim ameaça retomar testes de mísseis atómicos e intercontinentais O líder norte-coreano, Kim Jong-un, ameaçou retomar os testes de mísseis nucleares e de longo alcance, suspensos durante as negociações com os Estados Unidos da América (EUA), revelando que em breve vai ser implantada uma “nova arma estratégica” [dropcap]N[/dropcap]o âmbito da quinta reunião plenária do atual Comité Central do Partido dos Trabalhadores, Kim Jong-un disse que não há razão para preservar a medida activada desde 2018 por Pyongyang sobre o teste de armas de destruição em massa, considerando que houve uma falta de propostas por parte Washington. As palavras do líder norte-coreano, reproduzidas pela agência estatal KCNA, representam um grande revés nas negociações sobre desnuclearização. Apesar de ameaçar retomar os testes de mísseis atómicos e intercontinentais, Kim Jong-un deixou uma porta aberta para o diálogo, referindo que o aumento da capacidade nuclear de Pyongyang fica dependente da “atitude futura dos EUA” para com a Coreia do Norte. Este ano, o líder norte-coreano optou por não fazer um discurso de ano novo, mas publicou uma mensagem na página da assembleia. Na mensagem, Kim disse que Washington respondeu à moratória do regime com exercícios militares realizados em conjunto com Seul, capital da Coreia do Sul, e com novas sanções. “Sob tais condições, já não há base para nós no que se refere a manter este compromisso unilateral [de suspender os testes de armas] durante mais tempo”, assegurou Kim Jong-un, dirigindo-se às elites do partido norte-coreano. “Os actos hostis e a ameaça nuclear contra nós estão aumentando”, advertiu o líder norte-coreano, segundo a agência estatal KCNA, afirmando que “o mundo testemunhará uma nova arma estratégica que estará na posse da República Popular Democrática da Coreia (nome oficial do país) num futuro próximo”. Com a “nova arma estratégica”, Kim referia-se, provavelmente, a um novo tipo de míssil balístico intercontinental (ICBM). Recentemente, o regime norte-coreano realizou dois testes que podem ser novos motores para o ICBM. Dar uma chance O secretário de Estado norte-americano disse que os Estados Unidos querem “paz, não confronto” com a Coreia do Norte, depois de Pyongyang ter anunciado o fim da moratória sobre ensaios nucleares e de mísseis balísticos. “Precisamos de saber o que Kim [Jong-un] disse especificamente nessas observações”, apontou na terça-feira Mike Pompeo, em entrevista à cadeia televisiva CBS, após o anúncio do líder da Coreia do Norte tornado público pela agência de notícias oficial norte-coreana, KCNA. Ainda assim, o chefe da diplomacia norte-americana sublinhou que os Estados Unidos querem “paz, não confronto” com Pyongyang. “Queremos deixar em aberto a possibilidade de o líder da Coreia do Norte fazer a melhor escolha, tanto para ele quanto para o seu povo”, acrescentou. Pyongyang declarou uma moratória autoimposta a testes nucleares e lançamentos do ICBM em Abril de 2018, um gesto que ajudou a convocar a primeira cúpula entre Kim Jong-un e o Presidente dos EUA, Donald Trump, em Singapura. Na reunião realizada em Junho de 2018, os dois países comprometeram-se a “trabalhar pela desnuclearização da península coreana”. No entanto, durante 2019, Pyongyang sublinhou a sua impaciência pela falta de avanços substanciais reais desde a reunião realizada há um ano e meio. O regime, enfatizou, nos últimos meses que deu à Casa Branca até o final do ano de 2019 para trazer novas propostas à mesa de negociações.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Kim Jong-un pede medidas para consolidar segurança A soberania e segurança da Coreia do Norte estiveram entre os tópicos principais das reuniões do comité central do Partido dos Trabalhadores da Coreia. Kim Jong-un pretende consolidar o país em termos securitários, em plenas negociações sobre a desnuclearização da península coreana [dropcap]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte pediu medidas para consolidar “a soberania e a segurança” do país, numa reunião partidária que pode ser decisiva para o diálogo sobre desnuclearização com os Estados Unidos, foi ontem anunciado. Kim Jong-un, que presidiu, no domingo, ao segundo dia de trabalhos do comité central do partido único, “destacou a necessidade de serem adoptadas medidas positivas e ofensivas para consolidar por completo a soberania e a segurança do país, com base nas exigências da situação actual”, indicou a agência de notícias estatal norte-coreana. A KCNA não especificou as medidas exigidas por Kim na segunda sessão da reunião do Partido dos Trabalhadores, dominada por questões económicas. A agência oficial acrescentou que a “reunião continua”, o que sugeriu que o plenário, iniciado no sábado, iria avançar para um terceiro dia. No início do mês, o regime anunciou a reunião para a segunda quinzena de Dezembro, para decidir sobre “assuntos cruciais”. O anúncio gerou grandes expectativas quanto à possibilidade de ser definida, durante a assembleia, uma mudança na estratégia diplomática com os Estados Unidos, num momento em que o diálogo sobre desnuclearização se encontra suspenso. Época festiva A reunião chega também pouco antes do prazo proposto por Pyongyang (até o final do ano) para Washington apresentar uma nova oferta na negociação e dias antes de Kim Jong-un fazer o tradicional discurso de Ano Novo, o qual poderá dar pistas sobre a posição a adoptar pelo regime. Recentemente, a Coreia do Norte sugeriu que os Estados Unidos poderiam receber um “presente de Natal” se não se aproximarem das exigências, com o Pentágono a reforçar a vigilância aérea sobre a península coreana perante a possibilidade de o exército norte-coreano lançar um míssil. O diálogo sobre o desarmamento não progrediu desde a cimeira de Fevereiro em Hanói, na qual Washington considerou insuficiente a oferta de Pyongyang em relação ao desmantelamento dos activos nucleares, o que levou a uma recusa de suspensão das sanções económicas norte-americanas.
admin China / ÁsiaCoreia do Norte | Kim Jong-un pede medidas para consolidar segurança A soberania e segurança da Coreia do Norte estiveram entre os tópicos principais das reuniões do comité central do Partido dos Trabalhadores da Coreia. Kim Jong-un pretende consolidar o país em termos securitários, em plenas negociações sobre a desnuclearização da península coreana [dropcap]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte pediu medidas para consolidar “a soberania e a segurança” do país, numa reunião partidária que pode ser decisiva para o diálogo sobre desnuclearização com os Estados Unidos, foi ontem anunciado. Kim Jong-un, que presidiu, no domingo, ao segundo dia de trabalhos do comité central do partido único, “destacou a necessidade de serem adoptadas medidas positivas e ofensivas para consolidar por completo a soberania e a segurança do país, com base nas exigências da situação actual”, indicou a agência de notícias estatal norte-coreana. A KCNA não especificou as medidas exigidas por Kim na segunda sessão da reunião do Partido dos Trabalhadores, dominada por questões económicas. A agência oficial acrescentou que a “reunião continua”, o que sugeriu que o plenário, iniciado no sábado, iria avançar para um terceiro dia. No início do mês, o regime anunciou a reunião para a segunda quinzena de Dezembro, para decidir sobre “assuntos cruciais”. O anúncio gerou grandes expectativas quanto à possibilidade de ser definida, durante a assembleia, uma mudança na estratégia diplomática com os Estados Unidos, num momento em que o diálogo sobre desnuclearização se encontra suspenso. Época festiva A reunião chega também pouco antes do prazo proposto por Pyongyang (até o final do ano) para Washington apresentar uma nova oferta na negociação e dias antes de Kim Jong-un fazer o tradicional discurso de Ano Novo, o qual poderá dar pistas sobre a posição a adoptar pelo regime. Recentemente, a Coreia do Norte sugeriu que os Estados Unidos poderiam receber um “presente de Natal” se não se aproximarem das exigências, com o Pentágono a reforçar a vigilância aérea sobre a península coreana perante a possibilidade de o exército norte-coreano lançar um míssil. O diálogo sobre o desarmamento não progrediu desde a cimeira de Fevereiro em Hanói, na qual Washington considerou insuficiente a oferta de Pyongyang em relação ao desmantelamento dos activos nucleares, o que levou a uma recusa de suspensão das sanções económicas norte-americanas.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim e Moscovo pedem à ONU redução de sanções contra Pyongyang [dropcap]A[/dropcap] China pediu ontem ao Conselho de Segurança da ONU para apoiar uma proposta sino-russa de reduzir as sanções contra a Coreia do Norte, desde que este país aceite um plano de desnuclearização. Nas últimas semanas, o Governo norte-coreano tem vindo a pedir aos EUA que levante as sanções impostas e fez mesmo um ultimato, ameaçando com um “presente de Natal”, se Washington não fizer cedências na sua posição. O Presidente norte-americano, Donald Trump, já respondeu ao ultimato da Coreia do Norte, dizendo que ficaria “decepcionado se estivesse alguma coisa a ser preparada”, referindo-se à possibilidade de qualquer retaliação militar por parte de Pyongyang. A proposta agora apresentada por Pequim e Moscovo junto da ONU procura ser uma solução para o impasse, sugerindo que os EUA ajustem as suas sanções contra a Coreia do Norte “de acordo com os passos dados por este país em direção à desnuclearização”. A proposta sino-russa chega num momento de tensão entre Washington e Pyongyang, com as negociações travadas desde o fracasso da cimeira entre Donald Trump e o Presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em Fevereiro passado. “A península coreana atravessa um período importante e sensível. A urgência de um acordo político aumentou ainda mais”, disse ontem Geng Shuang, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. A comunidade internacional deve “impedir que a península volte à tensão e ao confronto”, argumentou o porta-voz chinês, numa conferência de Imprensa em que justificou a proposta apresentada à ONU. Voltar à mesa Sem explicitar o que Pyongyang terá de fazer para obter uma redução nas sanções, o projeto sino-russo pede a interrupção de várias sanções económicas, impostas desde 2016, para melhorar a vida dos norte-coreanos. Entre outras medidas, o documento enviado à ONU sugere a suspensão da proibição de importação de carvão, ferro, minério de ferro e têxteis oriundos da Coreia do Norte. China e Rússia pedem ainda o fim de uma medida que exige que os países recusem trabalhadores norte-coreanos que procurem emigrar. “Esperamos que o Conselho de Segurança dê o seu apoio unânime à solução política do problema da península coreana”, disse Geng Shuang, apelando à Coreia do Norte e aos EUA para retomarem as negociações e sugerindo a intermediação de países como a China, a Rússia e o Japão, para além da Coreia do Sul. O documento pede ainda a Pyongyang que inicie um processo de desnuclearização, o que Kim Jong-un tem recusado, alegando que as armas nucleares são a única forma de garantir a segurança nacional contra ataques externos. Para que esta proposta seja aprovada na ONU, Moscovo e Pequim devem garantir nove votos favoráveis, dos 15 do Conselho de Segurança, evitando ainda o veto de outros membros permanentes (Estados Unidos, França e Reino Unido).
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang considera Donald Trump um “velho desatento e errático” [dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte respondeu ontem ao Presidente norte-americano considerando-o um “velho desatento e errático”, depois de Donald Trump ter avisado que Kim Jong-un arrisca-se a “perder tudo” se adoptar uma postura de hostilidade em relação aos EUA. Em comunicado, Kim Yong Chol, um alto responsável norte-coreano e ex-negociador do dossier nuclear, indicou que a Coreia do Norte não cederia à pressão dos Estados Unidos, porque não tem nada a perder e acusou o governo de Trump de tentar ganhar tempo no prazo, até ao final do ano, estabelecido pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, para Washington salvar as negociações sobre o nuclear. “Kim Jong-un é muito inteligente e tem muito a perder, tudo na verdade, se agir de forma hostil. Assinou um forte acordo de desnuclearização comigo em Singapura. Não quer comprometer o seu relacionamento especial com o Presidente dos Estados Unidos ou interferir nas eleições presidenciais dos EUA em Novembro”, escreveu no domingo Donald Trump na sua conta da rede social Twitter. “A Coreia do Norte, sob a liderança de Kim Jong-un, tem um enorme potencial económico, mas deve desnuclearizar conforme prometido”, acrescentou Trump. O alto responsável Kim Yong Chol disse que os ‘tweets’ de Trump mostram claramente que é um velho irritado “desprovido de paciência”. “Como (Trump) é um velho tão desatento e errático, pode chegar o momento em que não podemos deixar de chamá-lo ‘dotard’ [uma pessoa idosa] novamente”, salientou Kim Yong Chol. “Há muitas coisas que Trump não conhece (sobre a Coreia do Norte). Não temos mais nada a perder. Embora, os EUA possam tirar algo mais de nós, nunca podem tirar o forte senso de respeito próprio, poder e ressentimento contra os EUA de nós”, acrescentou. As declarações de Trump surgiram depois de a Coreia do Norte ter confirmado a realização de um “teste muito importante” na tarde de sábado, no Campo de Lançamento do Satélite Sohae. Os resultados dos testes terão “um efeito importante na mudança da posição estratégica (…), mais uma vez num futuro próximo”, sublinhou a Agência Central de Notícias da Coreia. Pressões e provocações O teste ocorreu numa altura em que a Coreia do Norte tem aumentado a pressão sobre os EUA para fazer concessões no âmbito das negociações nucleares que não têm conhecido qualquer desenvolvimento após a cimeira falhada entre o líder norte-coreano e o Presidente dos Estados Unidos, em Hanói. A ONU proibiu a Coreia do Norte de lançar satélites porque tal é considerado um teste da tecnologia de mísseis de longo alcance. Nas Nações Unidas, numa declaração divulgada pelo embaixador da Coreia do Norte na ONU, sublinhou-se que a desnuclearização “já havia saído da mesa de negociações”, sendo que foi dado um prazo até ao final do ano, estabelecido pelo líder Kim Jong-un, para concessões substanciais dos EUA ao nível da diplomacia nuclear. O Presidente dos EUA foi acusado de perseguir persistentemente uma “política hostil” pelo embaixador norte-coreano, que frisou ainda que as declarações de Washington são motivadas apenas pela “sua agenda política doméstica”. A declaração de Kim Song foi uma resposta à condenação de seis países europeus, na quarta-feira, dos 13 lançamentos de mísseis balísticos da Coreia do Norte realizados desde Maio. O representante norte-coreano na ONU acusou os europeus – França, Alemanha, Grã-Bretanha, Bélgica, Polónia e Estónia – de desempenharem “o papel de cão de estimação dos Estados Unidos nos últimos meses”, considerando a posição destas nações como “mais uma provocação séria”.
admin China / ÁsiaPyongyang considera Donald Trump um "velho desatento e errático" [dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte respondeu ontem ao Presidente norte-americano considerando-o um “velho desatento e errático”, depois de Donald Trump ter avisado que Kim Jong-un arrisca-se a “perder tudo” se adoptar uma postura de hostilidade em relação aos EUA. Em comunicado, Kim Yong Chol, um alto responsável norte-coreano e ex-negociador do dossier nuclear, indicou que a Coreia do Norte não cederia à pressão dos Estados Unidos, porque não tem nada a perder e acusou o governo de Trump de tentar ganhar tempo no prazo, até ao final do ano, estabelecido pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, para Washington salvar as negociações sobre o nuclear. “Kim Jong-un é muito inteligente e tem muito a perder, tudo na verdade, se agir de forma hostil. Assinou um forte acordo de desnuclearização comigo em Singapura. Não quer comprometer o seu relacionamento especial com o Presidente dos Estados Unidos ou interferir nas eleições presidenciais dos EUA em Novembro”, escreveu no domingo Donald Trump na sua conta da rede social Twitter. “A Coreia do Norte, sob a liderança de Kim Jong-un, tem um enorme potencial económico, mas deve desnuclearizar conforme prometido”, acrescentou Trump. O alto responsável Kim Yong Chol disse que os ‘tweets’ de Trump mostram claramente que é um velho irritado “desprovido de paciência”. “Como (Trump) é um velho tão desatento e errático, pode chegar o momento em que não podemos deixar de chamá-lo ‘dotard’ [uma pessoa idosa] novamente”, salientou Kim Yong Chol. “Há muitas coisas que Trump não conhece (sobre a Coreia do Norte). Não temos mais nada a perder. Embora, os EUA possam tirar algo mais de nós, nunca podem tirar o forte senso de respeito próprio, poder e ressentimento contra os EUA de nós”, acrescentou. As declarações de Trump surgiram depois de a Coreia do Norte ter confirmado a realização de um “teste muito importante” na tarde de sábado, no Campo de Lançamento do Satélite Sohae. Os resultados dos testes terão “um efeito importante na mudança da posição estratégica (…), mais uma vez num futuro próximo”, sublinhou a Agência Central de Notícias da Coreia. Pressões e provocações O teste ocorreu numa altura em que a Coreia do Norte tem aumentado a pressão sobre os EUA para fazer concessões no âmbito das negociações nucleares que não têm conhecido qualquer desenvolvimento após a cimeira falhada entre o líder norte-coreano e o Presidente dos Estados Unidos, em Hanói. A ONU proibiu a Coreia do Norte de lançar satélites porque tal é considerado um teste da tecnologia de mísseis de longo alcance. Nas Nações Unidas, numa declaração divulgada pelo embaixador da Coreia do Norte na ONU, sublinhou-se que a desnuclearização “já havia saído da mesa de negociações”, sendo que foi dado um prazo até ao final do ano, estabelecido pelo líder Kim Jong-un, para concessões substanciais dos EUA ao nível da diplomacia nuclear. O Presidente dos EUA foi acusado de perseguir persistentemente uma “política hostil” pelo embaixador norte-coreano, que frisou ainda que as declarações de Washington são motivadas apenas pela “sua agenda política doméstica”. A declaração de Kim Song foi uma resposta à condenação de seis países europeus, na quarta-feira, dos 13 lançamentos de mísseis balísticos da Coreia do Norte realizados desde Maio. O representante norte-coreano na ONU acusou os europeus – França, Alemanha, Grã-Bretanha, Bélgica, Polónia e Estónia – de desempenharem “o papel de cão de estimação dos Estados Unidos nos últimos meses”, considerando a posição destas nações como “mais uma provocação séria”.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul| Kim Jong Un recusa convite para visitar Coreia do Sul [dropcap]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte recusou ontem um convite de Seul para visitar a Coreia do Sul na próxima semana, noticia a agência de notícias norte-coreana. O convite a Kim Jong Un, feito pelo chefe de Estado da Coreia do Sul, Moon Jae-in, tinha como objectivo garantir a presença do líder norte-coreano na cimeira dos países do sudeste asiático, que se realiza na cidade portuária de Busan, Coreia do Sul. De acordo com fontes oficiais citadas pela KCNA, o líder da Coreia do Norte recebeu a carta pessoal do chefe de Estado sul-coreano no dia 5 de Novembro, mas acabou por rejeitar o convite. Na notícia sobre a rejeição do convite, a agência oficial da Coreia do Norte comenta as posições considerando que Seul não está a cumprir os acordos estabelecidos entre os dois Estados e que está a ceder às pressões norte-americanas. O Presidente da Coreia do Sul, que continua a tentar promover mais um encontro ao mais alto nível, já se reuniu três vezes com Kim Jong Un desde 2018, tendo conseguido abrir os canais que permitiram os contactos directos entre o líder norte coreano e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nos últimos meses, Pyongyang tem criticado Seul devido à realização de exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos.
admin China / ÁsiaSeul| Kim Jong Un recusa convite para visitar Coreia do Sul [dropcap]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte recusou ontem um convite de Seul para visitar a Coreia do Sul na próxima semana, noticia a agência de notícias norte-coreana. O convite a Kim Jong Un, feito pelo chefe de Estado da Coreia do Sul, Moon Jae-in, tinha como objectivo garantir a presença do líder norte-coreano na cimeira dos países do sudeste asiático, que se realiza na cidade portuária de Busan, Coreia do Sul. De acordo com fontes oficiais citadas pela KCNA, o líder da Coreia do Norte recebeu a carta pessoal do chefe de Estado sul-coreano no dia 5 de Novembro, mas acabou por rejeitar o convite. Na notícia sobre a rejeição do convite, a agência oficial da Coreia do Norte comenta as posições considerando que Seul não está a cumprir os acordos estabelecidos entre os dois Estados e que está a ceder às pressões norte-americanas. O Presidente da Coreia do Sul, que continua a tentar promover mais um encontro ao mais alto nível, já se reuniu três vezes com Kim Jong Un desde 2018, tendo conseguido abrir os canais que permitiram os contactos directos entre o líder norte coreano e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nos últimos meses, Pyongyang tem criticado Seul devido à realização de exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos.
Andreia Sofia Silva PolíticaGovernação electrónica | Governo garante protecção de dados pessoais Foi ontem aprovada na generalidade a proposta de lei da governação electrónica, mas os deputados exigiram a garantia da protecção dos dados pessoais para evitar abusos. A secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, assegurou que essa protecção vai ser feita. As conclusões do Comissariado de Auditoria sobre esta matéria também foi tema de debate [dropcap]O[/dropcap]s deputados da Assembleia Legislativa (AL) aprovaram ontem por unanimidade, na generalidade, a proposta de lei da governação electrónica, que visa criar um quadro legal de suporte ao uso dos meios electrónicos na Administração pública e permitir a emissão de certidões electrónicas ao invés de documentos em suporte papel, entre outras medidas. O debate ficou marcado por preocupações no que diz respeito à necessidade de garantia de protecção dos dados pessoais dos cidadãos por parte dos serviços públicos. “Estamos preocupados com a protecção dos dados pessoais”, disse o deputado Leong Sun Iok, ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). “Cada serviço público pode aceder a esses dados pessoais. Como podemos garantir que não acedem tão facilmente a esses dados, uma vez que, no passado, alguns funcionários públicos venderam dados a terceiros?”, questionou. Ella Lei, colega de bancada de Leong Sun Iok, também ligada à FAOM, quis saber a amplitude dos dados obtidos pelos serviços públicos. “O Governo tem alguma ideia de contactar o Gabinete de Protecção dos Dados Pessoais (GPDP) para trabalhar melhor no assunto da privacidade? Os serviços públicos não violam intencionalmente os dados pessoais das pessoas, mas temos de criar melhores regras sobre este aspecto.” A secretária, que foi directora do GPDP antes de assumir a pasta da Administração e Justiça, garantiu ao hemiciclo que esta protecção está assegurada. “Os serviços públicos devem ter objectivos claros para aceder a dados pessoais e só assim o podem fazer, e não podem ser recolhidos mais do que três tipos de dados pessoais, quer seja em suporte papel ou no caso de haver uma interconexão de dados”, explicou. Sónia Chan garantiu que “vai ser cumprida a lei de protecção de dados pessoais”. “Vamos também ver se os serviços públicos têm competência, através da autorização do utilizador, aceder às suas informações. Vamos criar mais plataformas para gerir melhor os dados”, acrescentou. Memória do CA O último relatório do Comissariado de Auditoria (CA), que expôs as falhas na implementação das medidas na área do governo electrónico nos últimos anos, marcou também o debate de ontem. Os membros do Governo asseguraram que os planos estão feitos e que as medidas estão a ser postas em prática. “Desde que tomei posse (em 2014) temos vindo a acelerar esse trabalho da governação electrónica”, apontou Sónia Chan, secretária para a Administração e Justiça. “Desde 2015 que já realizamos 95 por cento do nosso plano, e fizemos ainda trabalho do anterior Governo. No que diz respeito à computação em nuvem e criação de uma conta única, temos alguns trabalhos feitos e depois da aprovação desta proposta de lei teremos um leque de serviços disponibilizados através da conta única.” Kou Peng Kuan, director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), assegurou aos deputados que foi criado um “grupo de coordenação que entrou em contacto com 14 serviços públicos” depois da publicação do relatório do CA. “Temos tido em consideração dados como o nascimento ou morte de pessoas para pensar como devemos desenvolver o sistema da conta única. Estamos a desenvolver os nossos trabalhos da primeira fase e vamos trabalhar com 90 serviços que prestam atendimento ao público”, frisou. O director dos SAFP assegurou ainda que o caminho é o da digitalização. “Antes tínhamos o objectivo de criar documentos de forma electrónica, mas agora temos a ideia da digitalização dos documentos. Essa ideia é mais abrangente e conveniente”, assumiu. “Como existem documentos em papel temos de fazer uma articulação com o nosso sistema electrónico e estamos a preparar estes trabalhos. No futuro vai existir uma plataforma uniformizada”, frisou Kou Peng Kuan. Os deputados mostraram ainda preocupação face a possíveis conflitos práticos da nova proposta de lei com o regime jurídico dos documentos e assinaturas electrónicas, implementado em 2005. Coreia do Norte segundo Coutinho Durante o debate sobre a proposta de lei da governação electrónica, o deputado José Pereira Coutinho mencionou o exemplo da Coreia do Norte, um dos países mais fechados do mundo. “No caso da Coreia do Norte, sabemos que o essencial é a segurança e outros países avançados também usam outros métodos. Qual é o método usado pelo Governo para a prestação de serviços à nossa população?”, questionou. Confrontado pelo HM, Pereira Coutinho defendeu as suas declarações. “Todos os países têm Governo Electrónico, incluindo a Coreia do Norte. O sistema de Governo Electrónico significa, em termos abstractos, o uso de tecnologias por via de computadores e da Internet destinado a providenciar serviços de qualidade aos cidadãos, incluindo Coreia do Norte”, referiu.
Andreia Sofia Silva PolíticaGovernação electrónica | Governo garante protecção de dados pessoais Foi ontem aprovada na generalidade a proposta de lei da governação electrónica, mas os deputados exigiram a garantia da protecção dos dados pessoais para evitar abusos. A secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, assegurou que essa protecção vai ser feita. As conclusões do Comissariado de Auditoria sobre esta matéria também foi tema de debate [dropcap]O[/dropcap]s deputados da Assembleia Legislativa (AL) aprovaram ontem por unanimidade, na generalidade, a proposta de lei da governação electrónica, que visa criar um quadro legal de suporte ao uso dos meios electrónicos na Administração pública e permitir a emissão de certidões electrónicas ao invés de documentos em suporte papel, entre outras medidas. O debate ficou marcado por preocupações no que diz respeito à necessidade de garantia de protecção dos dados pessoais dos cidadãos por parte dos serviços públicos. “Estamos preocupados com a protecção dos dados pessoais”, disse o deputado Leong Sun Iok, ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). “Cada serviço público pode aceder a esses dados pessoais. Como podemos garantir que não acedem tão facilmente a esses dados, uma vez que, no passado, alguns funcionários públicos venderam dados a terceiros?”, questionou. Ella Lei, colega de bancada de Leong Sun Iok, também ligada à FAOM, quis saber a amplitude dos dados obtidos pelos serviços públicos. “O Governo tem alguma ideia de contactar o Gabinete de Protecção dos Dados Pessoais (GPDP) para trabalhar melhor no assunto da privacidade? Os serviços públicos não violam intencionalmente os dados pessoais das pessoas, mas temos de criar melhores regras sobre este aspecto.” A secretária, que foi directora do GPDP antes de assumir a pasta da Administração e Justiça, garantiu ao hemiciclo que esta protecção está assegurada. “Os serviços públicos devem ter objectivos claros para aceder a dados pessoais e só assim o podem fazer, e não podem ser recolhidos mais do que três tipos de dados pessoais, quer seja em suporte papel ou no caso de haver uma interconexão de dados”, explicou. Sónia Chan garantiu que “vai ser cumprida a lei de protecção de dados pessoais”. “Vamos também ver se os serviços públicos têm competência, através da autorização do utilizador, aceder às suas informações. Vamos criar mais plataformas para gerir melhor os dados”, acrescentou. Memória do CA O último relatório do Comissariado de Auditoria (CA), que expôs as falhas na implementação das medidas na área do governo electrónico nos últimos anos, marcou também o debate de ontem. Os membros do Governo asseguraram que os planos estão feitos e que as medidas estão a ser postas em prática. “Desde que tomei posse (em 2014) temos vindo a acelerar esse trabalho da governação electrónica”, apontou Sónia Chan, secretária para a Administração e Justiça. “Desde 2015 que já realizamos 95 por cento do nosso plano, e fizemos ainda trabalho do anterior Governo. No que diz respeito à computação em nuvem e criação de uma conta única, temos alguns trabalhos feitos e depois da aprovação desta proposta de lei teremos um leque de serviços disponibilizados através da conta única.” Kou Peng Kuan, director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), assegurou aos deputados que foi criado um “grupo de coordenação que entrou em contacto com 14 serviços públicos” depois da publicação do relatório do CA. “Temos tido em consideração dados como o nascimento ou morte de pessoas para pensar como devemos desenvolver o sistema da conta única. Estamos a desenvolver os nossos trabalhos da primeira fase e vamos trabalhar com 90 serviços que prestam atendimento ao público”, frisou. O director dos SAFP assegurou ainda que o caminho é o da digitalização. “Antes tínhamos o objectivo de criar documentos de forma electrónica, mas agora temos a ideia da digitalização dos documentos. Essa ideia é mais abrangente e conveniente”, assumiu. “Como existem documentos em papel temos de fazer uma articulação com o nosso sistema electrónico e estamos a preparar estes trabalhos. No futuro vai existir uma plataforma uniformizada”, frisou Kou Peng Kuan. Os deputados mostraram ainda preocupação face a possíveis conflitos práticos da nova proposta de lei com o regime jurídico dos documentos e assinaturas electrónicas, implementado em 2005. Coreia do Norte segundo Coutinho Durante o debate sobre a proposta de lei da governação electrónica, o deputado José Pereira Coutinho mencionou o exemplo da Coreia do Norte, um dos países mais fechados do mundo. “No caso da Coreia do Norte, sabemos que o essencial é a segurança e outros países avançados também usam outros métodos. Qual é o método usado pelo Governo para a prestação de serviços à nossa população?”, questionou. Confrontado pelo HM, Pereira Coutinho defendeu as suas declarações. “Todos os países têm Governo Electrónico, incluindo a Coreia do Norte. O sistema de Governo Electrónico significa, em termos abstractos, o uso de tecnologias por via de computadores e da Internet destinado a providenciar serviços de qualidade aos cidadãos, incluindo Coreia do Norte”, referiu.
Hoje Macau China / Ásia60 norte-coreanos resgatados após colisão com embarcação japonesa [dropcap]S[/dropcap]essenta tripulantes de um barco norte-coreano foram resgatados ontem após uma colisão no mar do Japão contra uma embarcação de patrulha da Agência de Pesca japonesa, segundo um novo balanço divulgado pela comunicação social nipónica. O incidente ocorreu a cerca de 350 quilómetros a noroeste da Península de Noto (Japão central), no Mar do Japão e em águas da Zona Económica Exclusiva (ZEE) do Japão, sublinhou em conferência de imprensa um responsável pela Agência de Pesca Japonesa. As autoridades nipónicas alertaram o navio norte-coreano de que tinha invadido águas japonesas e ordenaram que a embarcação deixasse a área, utilizando inclusivamente disparos de canhão de água. Após a colisão entre as duas embarcações, o navio norte-coreano começou a afundar-se e a sua tripulação caiu na água, de acordo com as autoridades japonesas. Segundo o canal de televisão pública japonês NHK, os 60 tripulantes resgatados foram levados para outro barco norte-coreano que se encontrava numa zona próxima. O acidente não provocou feridos japoneses, avançaram os meios de comunicação do Japão. Num anterior balanço, as autoridades japonesas, que estão a conduzir a operação de resgate, indicavam mais de 20 pescadores norte-coreanos resgatados após o naufrágio da sua embarcação. À pesca “Continuaremos a agir decisivamente para impedir operações ilegais de embarcações estrangeiras na ZEE [Zona Económica Exclusiva] do nosso país”, reagiu ontem o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, perante o Parlamento. Nos últimos anos foram registados centenas de casos de navios norte-coreanos que entraram em águas japonesas, bem como de pescadores resgatados pela Guarda Costeira nipónica ou encontrados sem vida após naufrágios. Acredita-se que os pescadores norte-coreanos frequentemente se afastem das suas costas em busca de maiores capturas, devido à escassez de alimentos no seu país ou para cumprir as quotas de produção estatais.
Hoje Macau China / ÁsiaEquipa norte-coreana na Suécia para discutir com EUA [dropcap]U[/dropcap]ma equipa de negociadores da Coreia do Norte está a caminho da Suécia para retomar as negociações com os Estados Unidos sobre a questão nuclear, segundo a agência sul-coreana Yohnap. Depois de o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado para breve uma nova cimeira com o seu homólogo norte-coreano, Kim Jong-un, os governos dos dois países concordaram em retomar negociações esta sexta-feira e sábado, para discutir a desnuclearização da península coreana. O principal negociador por parte da Coreia do Norte, Kim Myong Gil, partiu ontem em direção a Estocolmo, na Suécia, acompanhado de mais três funcionários do Governo, para se encontrar com a delegação norte-americana, segundo a agência Yonhap. “Como os Estados Unidos deram um novo sinal, vou com grandes e optimistas expectativas sobre a reunião e sobre os resultados”, afirmou Kim Myong Gil, referindo que o objectivo final é desbloquear o impasse negocial. Em gelo As negociações entre Washington e Pyongyang ficaram congeladas desde a cimeira entre Donald Trump e Kim Jong-un, em Fevereiro passado, apesar de os dois líderes terem feito um esforço para avançar no processo, num novo encontro em Junho, na fronteira entre as duas coreias. Pyongyang tem pedido a Washington um alívio das sanções impostas por retaliação a testes com armas nucleares por parte do Governo norte-coreano, mas Donald Trump já disse que qualquer alteração de posição deverá ser antecedida por medidas de desarmamento nuclear. Nos últimos dias, a diplomacia norte-coreana tem elogiado a postura de Donald Trump, considerando-a “corajosa” e “sábia” e tem insistido na necessidade de os Estados Unidos aliviarem as sanções económicas, para que haja avanços nas negociações.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte disponível para regressar a negociações sobre desnuclearização [dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte está disponível para retomar no final de Setembro as negociações com os Estados Unidos sobre desnuclearização, mas ameaça abandonar a via diplomática se não houver pontos de acordo, disse ontem uma fonte governamental. O secretário de Estado norte-americano, Mike Pence, tinha dito no domingo que esperava voltar à mesa das negociações com a Coreia do Norte, para conseguir o compromisso de abandono dos planos nucleares de Pyongyang. “Penso que o Presidente [Donald] Trump ficaria muito desapontado se o Presidente Kim não voltar à mesa das negociações ou se voltar a realizar testes que são inconsistentes com os acordos feitos quando estiveram ambos reunidos”, afirmou Mike Pence, no domingo. Ontem, o primeiro vice-ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano, Choe Son Hui, disse que abandonará a mesa das negociações, se os Estados Unidos não trouxerem propostas concretas que satisfaçam os interesses do seu Governo. As negociações entre os EUA e a Coreia do Norte sobre o desarmamento nuclear norte-coreano chegou a um impasse, em Fevereiro, quando o Presidente Donald Trump rejeitou o pedido do líder norte-coreano, Kim Jong-un, para um alívio das sanções. Em Junho, os dois líderes reuniram, na fronteira entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, tendo decidido retomar as negociações. Agora, Choe considera que já passou tempo suficiente para que os EUA tenham preparado uma proposta concreta que responda aos anseios dos norte-coreanos, prometendo retomar a via diplomática desejada por Washington. Nas últimas semanas, a Coreia do Norte realizou vários ensaios com mísseis de curto alcance, em sinal de protesto contra os exercícios militares conjuntas dos EUA e da Coreia do Sul, tendo o mais recente desses testes decorrido há duas semanas, quando Trump se encontrava presente na cimeira do G7, na cidade francesa de Biarritz.