Hoje Macau Eventos10 de Junho | Exposição apresenta peças da Vista Alegre e Bordallo Pinheiro Pode ser vista até ao dia 4 de Agosto a mais recente exposição integrada no cartaz das celebrações do 10 de Junho. Trata-se de “Made with Love”, uma iniciativa patente na galeria AMAGAO, no Grand Lapa, que apresenta o que de melhor se faz nas marcas portuguesas de loiça e cerâmica Vista Alegre e Bordallo Pinheiro Quando se pensa em objectos que verdadeiramente representam a cultura portuguesa, é comum pensar-se em loiça e cerâmica. E há duas marcas que saltam à vista pelo reconhecimento internacional há muito obtido: a Vista Alegre e a Bordallo Pinheiro. Estas marcas são protagonistas da mais recente exposição inaugurada no âmbito das comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, e que está patente na galeria AMAGAO, no hotel Artyzen Grand Lapa, até ao dia 4 de Agosto. “Made with Love”, o nome da mostra, visa “celebrar a criatividade portuguesa” em conjugação com o lado prático desta arte, descreve um comunicado oficial. Apresentam-se, assim, obras da Vista Alegre, uma marca fundada em 1824 por José Ferreira Pinto Basto. À época, quando Portugal começava a dar os primeiros passos na industrialização, a Fábrica de Porcelanas Vista Alegre foi a primeira unidade industrial dedicada à produção de porcelana em Portugal. Já a Bordallo Pinheiro é “fruto da paixão do seu fundador pela arte cerâmica portuguesa”, sendo hoje “uma marca mundialmente apreciada e procurada por um público cada vez mais diversificado, revelando a sua originalidade”. No total, “Made with Love” apresenta 100 peças. Um mundo imenso Citado pelo mesmo comunicado, Victor Hugo Marreiros, design e artista macaense, e que é também sócio-gerente da galeria AMAGAO, afirmou que o que é mostrado em “Made with Love” é “uma pequena amostra da vastidão do campo da arte e do design portugueses no mundo da produção criativa”. “Acreditamos que esta é uma forma adequada de nos associarmos à celebração do Dia Nacional de Portugal”, acrescentou. No caso de Rutger Verschuren, vice-presidente da área de operações de Macau do grupo hoteleiro Artyzen e director-geral do Artyzen Grand Lapa Macau declarou que se trata de “uma exposição notável”, que apresenta “uma nova abordagem da Galeria AMAGAO para apresentar um tipo de trabalho artístico – porcelana e cerâmica – nunca antes visto aqui. Não são apenas criações artesanais, mas muitas são também práticas. Estou confiante de que esta exposição irá atrair um novo grupo de entusiastas da arte”, comentou. O responsável lembrou também que “a porcelana e a cerâmica podem ser consideradas como uma espécie de linguagem entre o Oriente e o Ocidente”. Menu muito próprio Além da mostra, o 10 de Junho também se irá celebrar no Grand Lapa com um menu especial servido no Café Bela Vista até final deste mês. O menu tem como título “Comer e Beber à Portuguesa” e será servido de segunda a quinta-feira, contando com quatro pratos tipicamente portugueses, como salada de polvo braseado com vinagrete de limão, pastéis de bacalhau servidos com molho tártaro, caldo verde e sobremesas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeRecepção consular | Espera para entrar motiva queixa e protesto Um cidadão português que desistiu de ir à recepção do 10 de Junho, após ter ficado à espera de permissão para entrar na residência consular, enviou uma carta de protesto com destino para o consulado de Portugal, Presidente da República Portuguesa, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Provedor de Justiça e Conselho das Comunidades Portuguesas Um português que teve ficar à espera para entrar na recepção do 10 de Junho, enquanto via outras pessoas entrarem, entregou uma carta de protesto junto das autoridades portuguesas contra o que considerou ser uma “humilhação”. No documento partilhado com o HM, Manuel Marcelino Marques pede esclarecimentos sobre os critérios utilizados para que só alguns portugueses fossem oficialmente convidados. Segundo a versão apresentada, Marcelino Marques admite que não recebeu um convite formal. No entanto, compareceu na residência consular com a família, por ter se ter sentido convidado pelas mensagens deixadas pelo cônsul através dos órgãos de comunicação social, e por ter sido verbalmente convidado pelo cônsul em duas situações: quando fez parte de uma das assembleias de voto para as eleições europeias e no lançamento de um livro que decorreu a 7 de Junho no Consulado de Portugal. Quando chegou à residência oficial do cônsul, acompanhado pela mulher e pela filha, por volta das 18h40, acabou barrado. Nessa altura, Marcelino Marques indica que se deparou com uma situação em que havia pessoas a entrar normalmente, por terem convites, e outras pessoas na mesma situação que ele e que tentavam encontrar alternativas para conseguirem entrar. “Fazem-se telefonemas, alguns arranjam estratégias para poder entrar. Nota-se o compadrio, o amiguismo a funcionar que nós tanto queremos que acabe no nosso país”, acuso Marcelino Marques. “Uma funcionária vem buscar alguns, afinal os telefonemas, as cunhas deram resultado. A funcionária consular que vem ‘pescar’ alguns conhece-me bem, estive com ela nas mesas eleitorais dois dias inteiros”, realça. Sem permissão Marcelino Marques admite que abordou o cônsul, que lhe terá dito que só seria possível entrar depois da chegada do Chefe do Executivo à cerimónia. Contudo, depois da chegada de Ho Iat Seng as pessoas sem convite oficial não foram autorizadas a entrar e os funcionários consulares terão dito aos que aguardavam que a entrada só seria possível após a saída do Chefe do Executivo. A resposta foi a gota final: “Definitivamente, fomos embora. O nosso País, ou quem aqui o representa, fechou-nos a porta. Muitos outros também foram embora”, relata. “Triste, indignado pela humilhação a que fui sujeito com a minha família, como cidadão português venho apresentar o meu protesto, com um pedido de esclarecimento sobre o que se passou”, escreve. Na carta entregue junto do consulado de Portugal, Presidente da República Portuguesa, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Provedor de Justiça e Conselho das Comunidades, Marcelino pede igualmente esclarecimentos sobre os critérios para o envio dos convites. “Como cidadão português solicito informação sobre os critérios que o meu consulado utiliza para convidar formalmente alguns portugueses e outros não, nomeadamente para uma anunciada pomposamente recepção à comunidade portuguesa”, indica. “Há uns mais portugueses que os outros? Há os de primeira, de segunda ou até a classe dos mais amigos?”, questiona. Foto: DR
Andreia Sofia Silva Política10 de Junho | Ministra da justiça destaca presença de juristas portugueses A ministra portuguesa da Justiça, Rita Alarcão Júdice, destacou a presença de uma comunidade jurídica de matriz portuguesa “antes e depois do estabelecimento da RAEM”, algo “determinante para o pleno cumprimento da Declaração Conjunta Luso-Chinesa sobre Macau, a Lei Básica e o acervo legislativo”. A ministra garantiu que existe “o compromisso do Governo português e de Portugal para com a comunidade portuguesa em Macau e Hong Kong” e prestou “homenagem a todos os portugueses que aqui vivem e trabalham e que contribuem no seu saber e capacidades para o crescimento económico da RAEM”. Rita Alarcão Júdice lembrou que o 10 de Junho “não é apenas mais um dia de feriado [em Portugal] ou no calendário”, mas “o dia em que nos sentimos como país, nação e povo que desbravou caminhos e uniu continentes”.
Andreia Sofia Silva EventosExposição | O regresso do pintor Diogo Muñoz a uma terra que tanto ama “Macau Forever” é o nome da nova exposição do pintor português Diogo Muñoz inteiramente dedicada a Macau, aos seus personagens e figuras por vezes tão peculiares. A mostra, inaugurada hoje no Albergue SCM, é um tributo a uma terra que continua a fascinar o artista que, para este projecto, se inspirou em figuras da literatura, sociedade e política, como Henrique de Senna Fernandes, Camilo Pessanha ou Carlos D’Assumpção Diogo Muñoz já expôs várias vezes em Macau, mas nunca antes tinha realizado uma obra inteiramente dedicada a um território que continua a apaixoná-lo como da primeira vez que o pisou. A exposição hoje inaugurada, “Macau Forever” [Macau para Sempre], no Albergue da Santa Casa da Misericórdia de Macau (SCM), é uma ode a um território com uma secular presença portuguesa que foi criando figuras ímpares, bem conhecidas de todos. “A ideia de fazer esta exposição foi lançada há uma série de anos por Carlos Marreiros”, declarou Diogo Muñoz ao HM já em Macau, para onde levou esquissos e tintas para criar novos projectos durante a estadia por terras orientais. “Sou apaixonado por Macau desde o primeiro dia e [Carlos Marreiros] pensou na possibilidade de dedicar uma exposição a Macau, aos seus costumes e tradições. A primeira ideia era fazer algo monumental, muito maior, mas não me foi possível porque temos quase 500 anos de história. É difícil pegarmos em toda a gente e há muitos que ficam pelo caminho.” Assim, os quadros desta mostra estão repletos de algumas das personagens favoritas do pintor. “Tive de me cingir ao meu gosto pessoal. Macau tem uma história tão rica que as pessoas, muitas vezes, nem se dão conta disso. É curioso, porque não é um território muito grande. É um enclave metido na Ásia para onde de repente tanta gente foi, em alguns períodos da história, por sentirem segurança, procurando uma espécie de abrigo. Há tantas histórias e mitos. Recebi muito encanto de alguns escritores, por exemplo, Henrique de Senna Fernandes, que tem [nos romances] algo de tão colorido, que me levou para o mito e a imaginação.” Diogo Muñoz confessa que esta “foi a exposição mais difícil” que fez até à data, tendo demorado “muito tempo” até que ficasse pronta. Confessa que bloqueou, ainda no atelier em Lisboa, quando já tinha uma série de trabalhos feitos. Tantos que foi o próprio Carlos Marreiros que lhe disse: “Tens a exposição feita”. Além dos rostos “Não queria ofender, longe disso, quis ser agradável. Há duas culturas que não são iguais, e não queria que fosse meramente uma galeria de retratos, como o que vemos nos corredores do edifício da Presidência da República portuguesa, algo que me chateia imenso.” Assim, em “Macau Forever”, Diogo Muñoz apresenta “abordagens completamente distintas, entre as cores planas aos retratos propriamente ditos”. “Para mim, Macau é isso. Quando falo dela falo aos meus olhos, por constituir um manancial de informação, exotismo, história e diferença, ou mesmo deslumbramento. Visualmente, é impressionante.” “Macau Forever” apresenta referências a Sun Yat-sen, o republicano que exerceu medicina em Macau e que foi um dos responsáveis pela revolução republicana de 1911, na China, o monsenhor Manuel Teixeira, José Vicente Jorge, Chui Tak Kei, Ho Yin ou George Chinnery, “um pintor com tantas coisas bonitas”. “Isolei algumas figuras de quadros que fui pintando, que foram transeuntes. Macau também é pessoas, e quando venho cá tenho a sensação de que há coisas que se vão passando que não vemos”, referiu. Paixão ancestral Diogo Muñoz gosta tanto do território que acredita, quase como uma superstição, que “a relação com Macau é anterior a mim, uma coisa quase ancestral”. “Tenho sempre a sensação de ‘dejá vu’. Talvez porque a minha avó tivesse uma grande amiga macaense, houve sempre histórias na minha família, porque os meus avós e bisavós conheciam bem Macau. Talvez tenha sido essa a primeira informação que se entranhou em mim.” Diogo Muñoz deixou que Macau se entranhasse nele: prova comidas desconhecidas “à confiança”, tem uma rede de amigos de todas as comunidades, vai a sessões de karaoke. “Macau é sempre diferente. Vou trabalhar imenso aqui porque é informação a mais para eu desperdiçar. Vou desenhando, pintando. Há dias em que simplesmente fico no jardim a olhar”, confessou. Para o artista, “Macau Forever” é “uma homenagem, um abraço, um beijo, um tributo” ao território. “Não tenho pretensões de fazer um retrato, pois trata-se de uma coisa muito mais pessoal do que isso. São escolhas muito pessoais as que fiz para a exposição, por isso seria um retrato incompleto”, conclui. A exposição pode ser visitada a partir das 18h30 de hoje na galeria A2 do Albergue SCM, estando patente até ao dia 15 de Julho. A iniciativa insere-se nas comemorações oficiais do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas.
João Santos Filipe Eventos MancheteMês de Portugal | Exposições, teatro e música animam celebrações. Regressa recepção à comunidade Ao longo de 30 dias, cerca de 27 actividades vão assinalar o dia e o mês de Portugal na RAEM, que este ano distingue igualmente outras efemérides como o 500.º aniversário do nascimento do escritor Luís Vaz de Camões, os 50 anos da Revolução do 25 de Abril ou o 25.º aniversário da transferência de soberania de Macau O regresso da recepção à comunidade portuguesa na Bela Vista é um dos destaques das celebrações de Junho Mês de Portugal. No ano em que as celebrações vão também assinalar outras efemérides, como o 500.º aniversário do nascimento do escritor Luís Vaz de Camões, os 50 anos da Revolução do 25 de Abril ou o 25.º aniversário da transferência de Macau, a residência consular volta a abrir as portas para a comunidade, o que acontece pela primeira vez desde a pandemia da covid-19. “A recepção do 10 de Junho volta ao seu lugar natural e, como sempre, independentemente do envio de convites, que já está a ser feito, é também aberta a todos os portugueses, desde que tenham documento de identidade portuguesa”, afirmou o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, durante a conferência de apresentação do mês de Portugal. “Todos são bem-vindos, sem qualquer outra formalidade”, acrescentou. A recepção incluiu não só os discursos oficiais, tanto dos representantes de Portugal, e também da RAEM, como a oferta de comida e bebida. O programa com as festividades foi apresentado ontem e conta com 27 actividades, entre exposições, lançamento de livros, ‘workshops’, seminários e até um arraial, que envolve 16 associações locais. O Arraial de Santo António vai ter lugar na Escola Portuguesa de Macau e disponibiliza concertos, comes e bebes, karaoke e jogos. No dia 15 de Junho, há um concerto de música popular portuguesa a cargo de Tomás de Ramos de Deus, Miguel Andrade, Paulo Pereira, Ari Calangi, João Rato e David Rato. No dia seguinte, a animação fica a cargo do coro da Casa de Portugal, há um espectáculo de Robertos de Sérgio Rolo, e os intérpretes do dia anterior voltam a tocar. Viagem aérea Outro dos destaques do programa, passa por uma exposição sobre a primeira viagem aérea entre Portugal e Macau, uma vez que também se assinala o centenário desta aventura épica. A exposição vai ser inaugurada a 20 de Junho e manter-se-á no local até ao dia 30. Com a inauguração é realizada igualmente uma conferência sobre a viagem de Sarmento de Beires, Brito Pais e Manuel Gouveia, que começou em Vila Nova de Milfontes, concelho de Odemira, a 7 de Abril de 1924. O evento vai contar com a presença do director do Museu do Ar da Força Aérea Portuguesa, Carlos Mouta Raposo, e com o presidente da Câmara Municipal de Odemira, Hélder Guerreiro. No dia seguinte, a 21 de Junho, uma conferência semelhante vai ser realizada no Club Lusitano, em Hong Kong, onde a viagem praticamente terminou, devido a uma aterragem forçada, que aconteceu a 20 de Junho de 1924. Roteiro da Gastronomia Para os apreciadores de gastronomia, o mês de Portugal oferece igualmente a possibilidade de experimentar vários restaurantes com comida portuguesa na RAEM a preço de saldos. A iniciativa Roteiro Gastronómico – Comer e Beber à Portuguesa vai ser realizada pelo segundo ano consecutivo, e os interessados vão poder usufruir de um desconto de 10 por cento nos restaurantes que aderirem à actividade. Ontem, a lista ainda estava a ser ultimada, mas o objectivo da organização passa por conseguir apresentar uma lista com 20 espaços diferentes, o que seria o dobro face ao ano passado. Além dos descontos imediatos, os participantes do Roteiro da Gastronomia podem ainda habilitar-se a participar num sorteio que vai atribuir vales para refeições grátis para duas pessoas. Por sua vez, a Casa de Portugal em Macau vai colocar na varanda da sede “um Camões de grande tamanho”, uma instalação da artista portuguesa Elisa Vilaça, de acordo com a presidente da associação, Maria Amélia António. Neste momento, ainda está a ser equacionada a possibilidade de em certos momentos haver música ao vivo com a instalação. O tempo das crianças A pensar nos mais novos também estão programadas várias actividades. No dia 1 de Junho, vai ser exibida a peça de teatro “Era Uma Vez (Outra Vez)”, a cargo da companhia ETCetera Teatro. A peça aproveita o imaginário dos irmãos Grimm e explora a relação entre dois irmãos que estão de férias numa aldeia sem acesso às novas tecnologias. Nos dias 8,9,15 e 16 de Junho vão ser realizados workshops para pais e filhos de construção de brinquedos em madeira, na Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal de Macau. As inscrições têm de ser feitas junto da Casa de Portugal, até 6 de Junho, e estão abertas a crianças com idades entre os 5 e 10 anos. Atrair novos públicos Sobre a realização do mês de Portugal, Alexandre Leitão destacou a necessidade de ser criado um programa cada vez mais apelativo, que tenha capacidade para mobilizar não só a comunidade, mas todas as comunidades em Macau. O cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong indicou também que o futuro passa por disponibilizar diferentes actividades pelas quais as diferentes comunidades considerem que vale a pena pagar. “Verificamos que muitas vezes os jovens saem da Escola Portuguesa de Macau e de outras instituições onde se ensina a língua portuguesa a falar muito bem português, mas não conhecem a cultura, literatura, música e outros aspectos culturais ligados a Portugal e à lusofonia”, afirmou. “Queremos promover uma literacia cultural, se assim quisermos dizer, que a prazo crie um público que procura, que está disposto a pagar […] É importante [criar o público] porque é muito simpático ter um apoio forte do Governo da RAEM, ter uma boa disponibilidade do Governo de Hong Kong que nos foi sinalizada há pouco tempo, ter um instituto cultural com o qual temos uma boa relação, mas estas coisas um dia podem mudar, por diversíssimas razões. E o que é sustentável é haver um gosto e um público vasto pela música, pelas artes plásticas, pelo teatro e pela dança de expressão portuguesa e com isso vir a vontade de consumir e a disponibilidade para pagar um bilhete”, justificou. Apesar da apresentação do programa ter acontecido ontem, este não está totalmente finalizado e, nos próximos dias, podem ser apresentadas mais actividades, como uma feira do livro. Em aberto Quando questionado ontem com a possibilidade de membros do Governo se deslocarem a Macau para participarem nas celebrações do 10 de Junho, Alexandre Leitão explicou aguarda uma decisão do Conselho de Ministros. De acordo com o cônsul, a representação de Portugal em Macau mostrou interesse em receber a visita de membros do Governo, mas a decisão depende de Lisboa. Também durante o mês de Junho, Macau deve receber a visita do secretário de Estado das Comunidades, José Cesário. CALENDÁRIO DE EVENTOS 1 de Junho 15h00 Teatro Infantil: Era uma Vez (outra vez) Local: IPOR 16h00 Lançamento de Produto Literário para Crianças: ‘DinisCaixapiz’; Local: IPOR 17h00 Inauguração da Exposição de Fotografia: Para os olhos dos jovens (de espírito) – Francisco Ricarte; Local: Galeria Inferior da Casa Garden, exibição até 30 de Junho Todo o Dia: Instalação – Luís de Camões 500 anos do Nascimento Local: Varanda da sede da CPM 2 de Junho 10h30 Workshop Fotografia por Francisco Ricarte 15h00 Workshop Fotografia por Francisco Ricarte 4 de Junho 18h30 Exposição de Fotografias e Lançamento de Livro “Macau Patterns”; Local Fundação Rui Cunha 6 de Junho 18h30 Exposição Individual de Diogo Muñoz – MACAU FOREVER; Local Albergue SCM Galeria 2 7 de Junho 18h30 Lançamento do livro “Vulgaridades Chinesas” (IIM); Local Auditório Dr. Stanley Ho, Consulado de Portugal 20h00 Concerto Sino- Português Capitão Fausto x David Huang; Local MGM COTAI 8 de Junho 15h00 Seminário Sobre os Projectos de Alta Tecnologia em Portugal e Macau; Local Restaurante Plaza, 1.º Andar, Salão Lótus 15h00-17h00 Workshop Construção de Brinquedos em Madeira – Daniel Garfo; Local Escola de Artes e Ofícios Casa de Portugal 17h00 Exposição de Fotografia A Presença de Matriz Portuguesa em Macau – Halftone; Local Galeria de Exposições do Bela Vista 9 de Junho 10h30-13h00 Workshop Construção de Brinquedos em Madeira – Daniel Garfo; Local Escola de Artes e Ofícios Casa de Portugal 10 de Junho 09h00 Hastear da Bandeira; Local Consulado de Portugal 10h00 Romagem à Gruta e Camões; Local Jardim de Camões 18h00 Recepção à Comunidade; Local Bela Vista 12 de Junho 18h30 Festa Gastronómica Portuguesa; Local Baccara Room, Sofitel 13 de Junho 18h30 Inauguração da Exposição das Sardinhas – Arraial de Santo António; Local Casa de Vidro 14 de Junho 18h30 Exposição Made with love by Vista Alegre BORDALLO PINHEIRO; Local Galeria Amagao Artyzen Grand Lapa Macau 15 de Junho 15h00-17h00 Workshop Construção de Brinquedos em Madeira – Daniel Garfo; Local Escola de Artes e Ofícios Casa de Portugal 18h30 Arraial de Santo António; Local Escola Portuguesa de Macau 16 de Junho 10h30-13h00 Workshop Construção de Brinquedos em Madeira – Daniel Garfo; Local Escola de Artes e Ofícios Casa de Portugal 14h30 Arraial de Santo António; Local Escola Portuguesa de Macau 17 de Junho 18h30 Apresentação da Edição e Exposição 10.6 Víctor Marreiros; Local Clube Militar 18 de Junho 18h30 Desafios Orientais Exposição de Pintura em Porcelana – Rui Calado; Galeria da Fundação Rui Cunha 20 de Junho 15h00 Conferência Centenário da Viagem Aérea Portugal-Macau; Local Auditório Dr. Stanley Ho, Consulado de Portugal 21 de Junho 18h30 Conferência Centenário da Viagem Aérea Portugal-Macau; Local Club Lusitano Hong Kong 24 de Junho 18h30 Palestra – 500 Anos da Língua de Camões e a Evolução Cultural de Portugal em Macau; Local Auditório Dr. Stanley Ho, Consulado de Portugal 25 de Junho 18h30 Palestra – Seminário Oportunidades de Comércio e Negócios em Portugal da Associação Comercial de Macau; Local Associação Comercial de Macau 27 de Junho 18h30 Clube de Leitura; Local IPOR Biblioteca Camilo Pessanha 28 de Junho Extensão do Indie Lisboa; Local Cinemateca Paixão 29 de Junho Extensão do Indie Lisboa; Local Cinemateca Paixão 30 de Junho Extensão do Indie Lisboa; Local Cinemateca Paixão
Andreia Sofia Silva EventosAmagao | Exposição de arte contemporânea portuguesa esta sexta-feira É inaugurada esta sexta-feira uma exposição de arte contemporânea portuguesa, com 14 artistas, promovida pela galeria Amagao. O evento, inserido no cartaz oficial das comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, promove também um workshop com o pintor e escultor Abílio Febra É mais um evento cultural com o cunho da galeria Amagao que abre portas ao público amanhã a partir das 18h30. Uma mostra de arte contemporânea portuguesa, com a presença de 50 trabalhos de uma enorme diversidade da autoria de 14 artistas (Abílio Febra, André Pedro, Cristina Vinhas, Carlos Neto, Francisco Geraldo, Gil Maia, Isabel Laginhas, Lourenço Vicente, José Luís Tinoco, Maria João Franco, Maria Leal da Costa, Pedro Proença, Raquel Gralheiro e Victor Hugo Marreiros). A exposição, que pode ser vista até ao dia 6 de Agosto, insere-se no programa oficial das comemorações do feriado português do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. Segundo um comunicado da Amagao, esta mostra exibe o trabalho de artistas “que trabalham com diversas abordagens, abrangendo uma ampla gama de estilos, do figurativo ao abstrato”, sendo “um testemunho da vitalidade da arte contemporânea portuguesa, diversificada nas suas temáticas, técnicas e cores”. A exposição complementa-se com dois workshops de escultura que decorrem no Jardim do Naam, no Grand Lapa, no sábado e domingo entre as 14h30 e 18h30, com a presença do pintor e escultor português Abílio Febra. Esta iniciativa obriga a uma inscrição adicional mediante o pagamento de 930 patacas, que inclui o fornecimento de materiais, comida durante o workshop e ainda um passe de um dia para uma estadia no resort para duas pessoas. Mediante orientação de Abílio Febra, cada participante vai começar por um projecto de trabalho, que será depois passado a três dimensões com base numa estrutura de arame. Esta será completada com cola, papier mâché, cartão ou outros materiais, e finalmente pintada. Nascido em Leiria, Abílio Febra estudou escultura na Ar.Co. – Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa, sendo um apaixonado pelo trabalho em pedra e mármore alentejano. Além disso, Abílio Febra costuma também usar nas suas obras materiais como o bronze, ferro, vidro e poliéster. Depois de vários anos dedicado ao ensino, o artista regressou a Leiria, tendo ajudado a criar a associação cultural Circularte. Já expôs em vários lugares do mundo, nomeadamente Bruxelas, Luxemburgo, Holanda e Alemanha, sem esquecer Macau. Mulheres e outras histórias Relativamente aos artistas, será possível observar nesta mostra o trabalho de autores mais ou menos conhecidos do grande público. No caso de Raquel Gralheiro, pintora da cidade de Matosinhos, a mulher e o seu lado sentimental assumem protagonismo em obras cheias de cor, mas ao mesmo tempo cheias de simbolismo. Sobre o seu trabalho o escritor Valter Hugo Mãe escreveu que Raquel Gralheiro “será uma ironista que trabalha num certo limiar do gosto para problematizar a relação da arte com o decorativo”, no sentido em que “as suas telas, excessivas e provocadoras, são sempre o modo de representar a figura como elemento a contrastar com um sem número de padrões, como alguém vivendo no papel de parede, na estampa do sofá, no cartaz”. São quadros que funcionam “como uma crítica clara à objectificação do indivíduo, à objectificação da mulher, implicando-a directamente com a questão da pose superficial e do adorno”. No caso de Pedro Proença, nascido em Angola em 1962, o contacto com a arte fez-se desde muito cedo, e aos 13 anos já fazia banda desenhada. Depois de uma formação na Sociedade Nacional de Belas-Artes em Lisboa, Pedro Proença licenciou-se em Pintura na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, em 1986, tendo feito a sua exposição individual antes dessa data, em 1984, seguindo-se várias mostras não só em Portugal como no estrangeiro. Ainda como estudante universitário venceu, em 1983, o Prémio Nadir Afonso, outro importante pintor português, obtendo ainda uma menção honrosa no Festival Cagnes-sur-Mer. O nome de Pedro Proença está representado em diversas colecções públicas de arte em Portugal e Espanha, tal como a Fundação Serralves, a Fundação Calouste Gulbenkian e o Centro de Arte Rainha Sofia, em Madrid, entre outros. O artista dedica-se sobretudo ao desenho, embora vagueie também pela pintura, ilustração e até o registo manifesto. Outro dos nomes presentes nesta exposição bem conhecido do público de Macau, é o da artista de joalharia Cristina Vinhas, artista ligada à Casa de Portugal em Macau e que já realizou diversas exposições com o seu trabalho.
André Namora Ai Portugal VozesA ingratidão do 10 de Junho Li atentamente no Facebook uma referência a um macaense que é um grande artista plástico, um gráfico de se lhe tirar o chapéu e autor, há vários anos, do cartaz do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, de seu nome Victor Hugo Marreiros. O texto referia que a República Portuguesa já o devia ter condecorado pelo seu amor a Portugal na exteriorização da sua arte. Não faço a mínima ideia se Macau já o agraciou, o que sei é que nunca vi que o artista tivesse sido chamado ao Palácio de Belém para receber uma condecoração nacional bem merecida. Esta, é uma das formas de ingratidão do 10 de Junho que se diz dedicado às Comunidades Portuguesas. O que têm feito os diferentes governos portugueses pelas suas comunidades espalhadas pelo mundo? Têm enviado bolas de futebol para entreter a pequenada do Luxemburgo, de Moçambique, da Austrália ou dos Estados Unidos da América? Têm-se preocupado com os lusodescendentes que se licenciaram nas mais diversas universidades internacionais e contactá-los para saber o que precisam no futuro da sua profissão ou mesmo convidá-los a trabalhar em Portugal? Têm organizado os inúmeros consulados portugueses a receber condignamente os emigrantes que aos milhares desejam tratar do seu cartão de cidadão ou passaporte? Neste particular de “consulados” temos sido uma vergonha. A maioria dos casos informa os portugueses no estrangeiro que são “honorários”. Em outros casos, dizem que os assuntos têm de ser tratados nas embaixadas, assim ao estilo de tirar a água do capote. Por exemplo, no grandioso país que é a Austrália, como é que um português pode dirigir-se de Darwin, Perth, Brisbane ou mesmo de Melbourne até Camberra para ir à Embaixada de Portugal, se nem sequer sabem o horário de atendimento. Não, não é um dia dedicado às Comunidades Portuguesas. Essas comunidades pouco ou nada usufruem da atenção, dedicação e obrigação de velarem pelos seus inúmeros problemas. Em grande número de casos, os emigrantes resolvem os seus problemas burocráticos quando se deslocam de férias a Portugal, normalmente no mês de Agosto. Há emigrantes que nem sabem onde é o consulado português, querem registar a sua nova vida, leia-se, residência, no país para onde decidiram viver e não o conseguem fazer. Em Inglaterra, ao longo dos anos, temos lido as mais diversas queixas dos nossos compatriotas contra os consulados que não estão ao seu serviço. No Canadá um casal quis registar o seu filho que acabara de nascer e responderam-lhe que o registo seria feito após os dois anos de idade. Dois anos? A que propósito? É assim que se dedica o Dia de Portugal às Comunidades Portuguesas? O que temos assistido é à ignóbil fanfarronice de anualmente um secretário de Estado, um ministro ou o primeiro-ministro e o Presidente da República deslocarem-se a um país onde residem portugueses, chegam lá, “mamam” umas almoçaradas e jantaradas, dão uns beijinhos, proferem uns discursos ocos e sem sentido, afirmam que gostam muito do patriotismo de quem por lá trabalha de sol a sol e viajam em primeira classe, porque a económica nas aeronaves deve ter percevejos… O Dia de Portugal não pode ser a ida à África do Sul do Presidente Marcelo zangado com o primeiro-ministro António Costa, fingirem que nem se veem e andarem a visitar uns museus sul-africanos – o que tem isso a ver com os emigrantes? –, participarem nuns jantares com beijinhos e abraços aos que foram convidados, nem sequer explicar aos mais jovens quem foi o nosso maior poeta Luiz de Camões e regressar o mais depressa possível à Régua para observarem no Douro a poluição dos barcos do patrão da TVI e um fogo de artifício. Na Régua até o ministro João Galamba foi assobiado pelo povo e o primeiro-ministro confrontado pela ineficácia dedicada aos professores. O que restou de benefício para os portugueses da África do Sul a visita oficial deste ano? Nada. Portugal tem de pensar profundamente que estes emigrantes que vivem desamparados oficialmente pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros são os mesmos que depositam milhões de euros nos bancos portugueses anualmente. Eles ajudam a economia portuguesa, eles fazem por viajar na TAP, eles alugam carros em Portugal, eles edificam a sua casa nas suas terras natais, eles frequentam durante um mês tudo o que é monumento, restaurante e mercado. E isto, não tem importância? O Governo não se acha com competência para colocar os consulados portugueses a servir dignamente os emigrantes? Não tem informações dos nossos emigrantes que adquiriram um prestígio enorme onde vivem, tal como o artista de gabarito internacional Victor Hugo Marreiros? Como diria o meu vizinho: “Não me lixem”… Crédito para a foto: Cartaz de Victor Hugo Marreiros
Andreia Sofia Silva Eventos10 de Junho | Joaquim Franco apresenta “Sem Título” na Casa Garden “Sem Título” [Untitled] é o nome da nova exposição do artista Joaquim Franco patente na Casa Garden, da Fundação Oriente, até ao dia 2 de Julho. Inserida no programa comemorativo do 10 de Junho, esta é uma mostra que apresenta novas obras do artista português, onde o abstracionismo é um ponto de partida Afastado das lides expositivas há alguns anos, Joaquim Franco embrenhou-se nas aulas de pintura, gravura e desenho que tem dado na Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau (CPM). Até que surgiu agora um convite para expor na Casa Garden, sede da Fundação Oriente (FO) em Macau, no âmbito do programa de comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. “Sem Título” [Untitled] é o nome da mostra que pode ser visitada até ao dia 2 de Julho e que constitui a oportunidade de ver novos trabalhos do artista português, radicado em Macau há vários anos. Ao HM, Joaquim Franco explicou que título da exposição “não poderia ser outro”, por pretender potenciar a liberdade de compreensão e imaginação do observador sobre cada trabalho seu. “Trata-se de uma mostra de arte abstracta. É interessante constatar que existe arte abstracta na história de arte há cerca de 100 anos e continuamos a assistir à incapacidade da leitura do abstracto. Não faz sentido hoje fazer o figurativo, pois vivemos na época das ‘selfies’. O título influencia a leitura, pelo que quis deixar o observador livre sem ser influenciado [externamente] ou influenciado por mim.” Em “Sem Título” há, no entanto, “duas ou três obras mais antigas” escolhidas por Joaquim Franco para quem se deparar, pela primeira vez, com o seu trabalho. Isso obrigou também ao artista a olhar para dentro, a tentar compreender-se. “Deste estudo começou o que chamaria de ‘nova fase’. Digamos que não existe uma temática, mas sim um redescobrir e uma evolução do que vinha fazendo. Esta exposição integra gravuras, homotipias, que são provas únicas, e pinturas em acrílico, óleo e colagem de papel de arroz.” Experiências na tela “Uma honra”. É desta forma que Joaquim Franco expressa o convite que lhe foi endereçado pela FO, primeiro na pessoa de Ana Paula Cleto, ex-dirigente, e depois no apoio dado por Catarina Cottinelli da Costa, actual delegada da FO no território. O facto de ser professor na CPM influencia o seu trabalho, mas Joaquim Franco assume que tudo o que lhe é exterior acaba por reflectir-se na tela. “Não me considero um professor, serei mais um artista que partilha a sua experiência e conhecimentos com as pessoas que frequentam os ateliers. Se isso influencia o meu trabalho, diria que toda a minha vivência o influencia.” “Color / Shape / Love” [Cor / Forma / Amor] foi uma das últimas mostras em nome individual que o artista apresentou em Macau, desta vez na AFA – Art for All Society, com curadoria de James Chu. Também aí a cor foi um ponto de partida, tal como o abstracionismo. “Ele [James Chu] escolheu este nome porque, na realidade, o meu trabalho está muito ligado com a cor. Falo muito do amor e da paz, e é essa a primeira leitura dos meus trabalhos”, disse na altura.
André Namora Ai Portugal VozesDia de Portugal não existe A maioria de funcionários públicos e de algumas empresas está a comemorar o Dia de Portugal com 10 dias de férias. Dia 10 foi feriado, seguiu-se o fim de semana, hoje, dia 13, é feriado de Santo António em Lisboa e em outras cidades do país, amanhã e quarta requereram dois dias de férias e na quinta volta a ser feriado, dia do Corpo de Deus, na sexta voltaram a usar um dia das férias e gozaram mais um fim de semana. No total, 10 dias no Algarve ou em outra praia qualquer. No dia 10 de Portugal, Camões e das Comunidades portuguesas foi escandaloso. Todo o mundo debandou para as praias de mar ou fluviais. Mesmo em Braga, onde o Presidente Marcelo presidiu às comemorações, centenas de habitantes saíram da cidade para aproveitar o feriado e o fim de semana nas suas terreolas com os seus velhotes ou outros familiares e onde nem o primeiro-ministro, António Costa, se quis deslocar para não apanhar o calor abrasador que se faz sentir por todo o país. O chamado Dia 10 de Junho, de Portugal, Camões e das Comunidades portuguesas não tem qualquer razão para continuar a existir. Devia ser comemorado apenas como o Dia de Camões, o nosso maior poeta e maior representante do nosso areópago cultural. Dia de Portugal devia ser comemorado com toda a pompa e circunstância, com uma mobilização nacional e festejos em todo o país no dia Primeiro de Dezembro. Nessa data é que conseguimos restaurar a independência e sermos hoje portugueses a gritar Viva Portugal! Quanto às comunidades portuguesas, os emigrantes em todo o mundo sabem bem o que a oficialidade portuguesa faz por eles ao longo do ano. Até lhes oferece um canal RTP que mais parece ter uma programação para atrasados mentais. Fui emigrante em três países e nunca vi os responsáveis de Portugal preocuparem-se com as comunidades portuguesas. Um dia, até um ministro prometeu que iria enviar para a pequenada uma centena de bolas de futebol. Foi uma festa naquele salão com as crianças a abraçar o ministro… nem uma bola foi enviada. Esse ex-ministro ainda está vivo e pode morrer de vergonha se por acaso ler estas linhas. O dia chamado de Portugal, Camões e Comunidades Portuguesas envergonha o próprio Camões. O épico pensará como é possível dedicarem-me um dia onde a poesia é lida na praia, num barco de recreio. Num piquenique, numa viagem até Espanha ou em Braga onde meia dúzia de patriotas apenas pretenderam tirar uma selfie com o Presidente Marcelo. Luís de Camões foi um génio. Foi o nosso melhor e os Lusíadas nunca deviam ter sido retirados dos cursos académicos, antes pelo contrário, pelo menos três vezes por ano devia realizar-se congressos culturais onde se declamassem partes da maior obra camoniana e se discutisse a grandiosidade de Camões. Um dos locais no mundo onde ainda se demonstra que não existe rancor pelo desprezo concedido aos emigrantes, é Macau, onde se realiza sempre uma comemoração alusiva à data e uma romagem à estátua do maior poeta o nosso querido Camões. Estes feriados e estas datas em Portugal inserem o absurdo, o incompreensível e o risível em alguns casos. Por exemplo, o Dia da Mãe, já ninguém sabe quando é nem ninguém o comemora. Era no dia oito de Dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição. Todos os portugueses preparavam flores para as suas mães nessa data. O dia 1 de Novembro é feriado por todos os santos, quando o feriado devia ser a 2 de Novembro para que toda a gente pudesse deslocar-se aos cemitérios a fim de homenagear os seus santos queridos que já estão em paz. Mas, será tão difícil assim que um Governo, ou uma comissão parlamentar não possa estudar com afinco esta realidade absurda das datas de alguns feriados e os seus fundamentos? Será que não vêem que o dia 10 de Junho não significa nada, mesmo nada, não há portugueses mobilizados para uma comemoração patriótica. Repetimos que o Dia de Portugal devia ser o dia da sua independência e quem achar o contrário, que receba as minhas desculpas. Por que razão não se comemora um feriado como Dia da Cultura? E que nesse dia se realizassem exposições de pintura, feiras de livros, concertos musicais, debates sobre escritores que nos deixaram obra digna, manifestações culturais de rua, como as circenses, e onde nesse dia os canais de televisão mostrassem aos jovens e a todo o país que a cultura e a história é uma das maiores razões de se viver.
Pedro Arede Grande Plano Manchete10 de Junho | Cônsul enaltece legado português e relativiza saídas Naquela que terá sido a última celebração do 10 de Junho enquanto cônsul, Paulo Cunha Alves vincou que “Macau é o que é” devido à presença portuguesa e lembrou que “houve sempre momentos” em que a saída da comunidade se fez notar mais. Além disso, considera a permissão de entrada de portugueses um “sinal de carinho” e diz que a comunidade tem mostrado “resiliência e determinação” Por ocasião do dia de Portugal, o Cônsul-geral de Portugal em Macau, Paulo Cunha Alves, reiterou a importância de celebrar o legado português, quer seja “em ambiente de pandemia ou de guerra” e que “Macau é o que é” devido à presença portuguesa. Quanto ao crescente número de portugueses que decidiram abandonar Macau nos últimos anos, o cônsul diz tratar-se de uma “questão temporal”, que começou gradualmente a ser amenizada com a permissão de entrada nacionais no território. “Durante estes séculos da nossa presença em Macau houve sempre momentos em que a comunidade saiu mais e outros em que saiu menos. Apenas encaro isso como uma questão temporal, que é fruto da conjuntura da pandemia e que tem obrigado as pessoas a tomar decisões sérias e que devem ser (…) assumidas por si”, apontou na sexta-feira, à margem da cerimónia do hastear da bandeira nacional, integrada nas comemorações do 10 de Junho. “Temos de celebrar Portugal porque, em qualquer circunstância, quer seja em ambiente de pandemia ou de guerra, há sempre que relevar os valores nacionais, a nossa cultura e tradições e lembrar que existimos, estamos presentes em todo o mundo e que somos um povo bastante considerado onde quer que estejamos”, acrescentou. Confrontado com os cortes financeiros que as associações de matriz portuguesa têm sofrido e a necessidade, vincada há dias pela Presidente da Casa de Portugal, Amélia António, de serem dados “sinais” de apoio à comunidade, Paulo Cunha Alves frisou a importância da presença portuguesa em Macau. “Os sinais dependem sempre de quem os dá e julgo que essa questão deve ser colocada às autoridades locais, pois saberão certamente julgar o que é importante para manter este ambiente de boa convivência que temos tido ao longo dos últimos quase 500 anos. Macau é o que é hoje, e todos o reconhecem, portugueses e chineses, devido à presença portuguesa aqui. O facto de o centro de Macau ser património da Humanidade, resulta do facto de termos deixado aqui muitas marcas culturais, arquitectónicas, gastronómicas e outras”, apontou. Para o cônsul, “se toda a gente quiser que Macau continue a ser um local especial e até único na Ásia”, é preciso preservar esse legado no futuro. “Não conheço outra cidade como Macau”, rematou. Sobre a falta de apoios, o responsável referiu que, apesar de ser um “sinal menos positivo” a limitação é compreensível e as próprias associações devem agora “adaptar-se às circunstâncias e encontrar novas formas de financiamento”. “É preciso que todos nós façamos esse esforço para continuar com a nossa actividade aqui em Macau”. Resiliência e determinação Contudo, Paulo Cunha Alves não deixou de saudar o programa de entrada de não-residentes portugueses, que considerou ser “um sinal de carinho”. “É difícil dizer o que são sinais de carinho. Penso que tem havido medidas bastante positivas nas últimas semanas, como, por exemplo, a criação do projecto-piloto que permite aos portugueses não-residentes na RAEM virem até cá visitar familiares e amigos. Consideraria isso um sinal de carinho”, sublinhou. Mais tarde, no discurso que dirigiu à comunidade antes do concerto de tributo a Rui Veloso, Paulo Cunha Alves fez questão de sublinhar a “resiliência e determinação” da comunidade portuguesa, perante as restrições impostas desde Fevereiro de 2020. “A Comunidade portuguesa de Macau tem mostrado a sua resiliência e determinação no combate à pandemia, aceitando sacrifícios e as limitações impostas pelas regras em vigor desde Fevereiro de 2020. Estou certo de que as medidas recentemente anunciadas que permitem a entrada de portugueses não-residentes na RAEM irão ajudar na suavização da distância que sentimos dos nossos familiares e amigos”, disse. O cônsul apontou ainda que “as relações de Portugal com a China são seculares e isso a Macau o devemos”, esperando que as relações entre Portugal e Macau contribuam para o bem-estar de toda a população, o desenvolvimento do território e a diversificação da economia. Além disso, Paulo Cunha Alves deixou ainda votos para que tanto o turismo como o intercâmbio de estudantes entre Macau e Portugal alcancem novos patamares, à medida que a pandemia de covid-19 abrandar. “É fundamental que se desenvolva o turismo entre Portugal e Macau e que se desenvolva ainda mais o intercâmbio estudantil. Façamos votos para que o evoluir da pandemia nos permita alcançar estes objectivos e reconquistar a tão desejada normalidade na circulação de pessoas no mais curto prazo possível”, apontou. Em nome da comunidade Paulo Cunha Alves admitiu também que o passado dia 10 de Junho, celebrado na sexta-feira, terá sido o “último dia de Portugal” enquanto cônsul em Macau. “Completo quatro anos aqui em Macau no dia 30 de Setembro e, portanto, julgo que até 31 de Dezembro deverei ser colocado noutro posto. Durante o Verão deverei ter novidades”, explicou. Quanto às prioridades para o seu sucessor, Paulo Cunha Alves lembra que em seis meses “muita coisa pode acontecer”, mas defende que a aposta terá que continuar a estar virada para a melhoria dos serviços consulares e dá com exemplo a implementação do voto electrónico. “Penso que a prioridade das prioridades será continuar a zelar pelo bem-estar da comunidade portuguesa aqui em Macau e proporcionar uma melhoria contínua dos serviços consulares, através de novos instrumentos e técnicas. Estou a pensar, por exemplo, na questão do voto electrónico e outras que merecem discussão pelos órgãos competente em Lisboa, nomeadamente a Assembleia da República”, partilhou. Comunidades Portuguesas | Rita Santos vai a Portugal A presidente do Conselho Regional da Ásia e da Oceânia das Comunidades Portuguesas, Rita Santos, vai estar em Portugal para participar numa reunião do Conselho Permanente do organismo, onde promete transmitir as preocupações das associações de matriz portuguesa e cidadãos portugueses que estão em Macau. “No dia 19 de Junho vou a Portugal para uma reunião do Conselho Permanente, com o Ministro dos Negócios Estrangeiros, parlamentares e o Presidente da República”, revelou à margem da cerimónia do hastear da bandeira. “Vou ouvir as opiniões dos portugueses e contactar individualmente as associações de matriz portuguesa e enviar mails para todos, para saber o que gostariam de transmitir”, acrescentou. Sobre as comemorações do dia de Portugal, Rita Santos vincou tratar-se de uma data “muito importante para assinalar a presença portuguesa” e mostrar que ainda há “muitos portugueses a residir em Macau”. A presidente do Conselho Regional da Ásia e da Oceânia das Comunidades Portuguesas apontou ainda o desejo de ver o período de quarentena para quem chega a Macau reduzido para sete dias. Isto, depois de admitir que já foi dado “o primeiro passo” com a redução das quarentenas e a permissão de entrada de cidadãos portugueses. “Gostaríamos que pudessem reduzir ainda mais a quarentena para sete dias. Isso seria muito importante para que os portugueses possam viajar de e para Macau, porque muitos têm saudades dos pais e alguns decidiram mesmo voltar definitivamente para Portugal por não poderem ficar tanto tempo aqui em Macau”, partilhou. Amélia António: Comunidade deve ser estimada A presidente da Casa de Portugal em Macau, Amélia António considera que, numa altura em que muitos portugueses deixaram o território, a comunidade portuguesa tem de estar unida e “mostrar a sua cara”, para que seja estimada pelo seu valor. “A comunidade tem de estar presente, unida e mostra a sua cara, mostrar que está cá, para que ninguém esqueça que esta comunidade tem muito valor para a RAEM e que deve ser estimada”, disse à margem da cerimónia do hastear da bandeira. Sales Marques: “É fundamental continuar a celebrar” O presidente do Conselho das Comunidades Macaenses, José Luís Sales Marques considera ser “fundamental” continuar a celebrar “sempre” o dia de Portugal em Macau, independentemente das restrições inerentes à pandemia de covid-19. “É um acto solene e muito simbólico. Acho que é fundamental continuar sempre [a celebrar], não obstante das circunstâncias que possam existir nomeadamente ao nível das restrições”, começou por dizer, lembrando que o dia de Portugal “existe em todo o mundo onde existem comunidades portuguesas” e que continuou a ser assinalado mesmo depois da transferência de soberania. Sales Marques sublinhou ainda que a saída de “muitos portugueses” do território, prende-se não só com as restrições pandémicas, mas também com as “dificuldades económicas” potenciadas pela “situação frágil da economia de Macau”. Ainda assim, o responsável acredita que “a comunidade que está cá está viva e continua bem”.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteMês de Portugal | 10 de Junho celebrado com música, arte e palavras Cinco exposições, sessões de leitura, concertos, cinema. Estes são os elementos culturais presentes no programa deste ano da iniciativa “Junho, Mês de Portugal”, que celebra o 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. O cartaz acontece a partir do dia 31 de Maio em espaços como a Casa Garden, a Fundação Rui Cunha ou o Café Oriente, no IPOR Em tempo de pandemia e com restrições de viagem ainda em vigor, o cartaz do evento “Junho, Mês de Portugal” volta a fazer-se com o que de melhor a chamada “prata da casa”, ou seja, artistas e músicos locais, pode oferecer. O programa que celebra o 10 de Junho – Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas foi ontem apresentado no auditório do Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong e apresenta um leque variado de eventos culturais, que decorrem entre os dias 31 de Maio e 4 de setembro. Nomes da comunidade portuguesa como António Mil-Homens, Marieta da Costa ou Cristina Vinhas, entre outros, irão mostrar os seus trabalhos, num total de cinco exposições colectivas e individuais que estão programadas. Uma delas irá revelar trabalhos de artistas portugueses bem conhecidos como é o caso do surrealista Cruzeiro Seixas, Manuel Cargaleiro e Graça Morais, entre outros. Estão ainda programados eventos como uma mostra de vinhos e queijos portugueses no Sofitel – Ponte 16, sessões de cinema e leitura e um concerto, no dia 10 de Junho, de tributo ao músico português Rui Veloso, protagonizado pelos músicos da Casa de Portugal em Macau (CPM), como Tomás Ramos de Deus, Paulo Pereira ou Luís Bento, entre outros. Este espectáculo acontece na Casa Garden às 20h. Não faltarão, como é habitual, o tradicional hastear da bandeira portuguesa nos jardins do Consulado na manhã do dia 10 de Junho e o percurso até à Gruta de Camões, sem esquecer a recepção oficial na Residência Consular. Ao HM, Amélia António pediu, acima de tudo, a participação de todos, sobretudo da comunidade portuguesa, para que esta mostre que está viva num contexto social diferente em Macau. “Em termos do número de eventos este 10 de Junho não será muito diferente face aos anos anteriores. Mas o tipo de evento tem vindo a mudar de ano para ano e isso pode-se contrariar com a adesão das pessoas.” A presidente da CPM lamenta que a actividade e a participação nos eventos que celebram a portugalidade tenham vindo a sofrer uma redução. O cartaz foi também sofrendo alterações e há ainda eventos que carecem de confirmação. “Chegámos a Maio sem saber o que poderíamos fazer este ano do ponto de vista económico e das pessoas. É impossível planear. A dois dias de começar o evento temos de inventar tudo, e cada vez com mais limitações. Não podemos dar o mesmo contributo que demos ao longo dos anos. Esta é a realidade.” Amélia António adiantou ainda que há o risco de o cenário se transformar naquele que o território viveu no pós-1999, quando muitos portugueses, embalados pela transferência de soberania, deixaram Macau. “[Se a comunidade não participar] entramos numa situação semelhante à que passamos a seguir a 1999, quando parecia que os portugueses tinham desaparecido, pois todos se remetiam ao seu cantinho e à sua sombra. Esquecem-se que só temos peso e pressão enquanto formos uma comunidade que mantém as suas tradições, cultura e língua e que afirma isso. Isso só acontece com uma presença forte das pessoas, se não vamos perdendo força colectiva. Todos têm de perceber que, se perdermos essa força, não somos nada individualmente”, adiantou. A presidente da CPM não deixou de notar que “dentro das limitações tentamos fazer o melhor possível”. “É preciso esse respirar colectivo que dê força e ânimo. O que fazemos em Macau é para Macau e para todos os habitantes, sejam eles de que nacionalidade forem. Essa tem sido a nossa postura ao longo dos anos”, frisou. Paulo Cunha Alves, cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, também deixou notar que, neste programa, “foram incluídas as actividades possíveis tendo em conta este contexto internacional de pandemia e as restrições de viagens que a situação actual nos obriga a respeitar.”. “Estou certo que este programa será bem sucedido”, frisou, referindo que é ainda mais importante, em contexto de pandemia, “continuar a celebrar Portugal”. “Acho muito difícil prever o que vai acontecer no próximo ano. Todas as previsões que temos feito saem falhadas. Temos sempre a esperança que no ano seguinte as coisas voltem à normalidade mas não temos a bola de cristal para saber quando é que as coisas voltarão ao que eram em 2019. Mas nós, comissão organizadora, vamos continuar empenhados em tentar aproveitar ao máximo a ‘prata da casa’ e com os meios que temos à nossa disposição celebrar sempre Portugal.” Artes plurais “Metropolis” é o nome do evento que dá o pontapé de saída a este programa. Esta exposição de pintura de António Mil-Homens, fotógrafo que vai deixar o território, estará patente até ao dia 11 de Junho na Fundação Rui Cunha (FRC) e apresenta “um olhar de longe, essencialmente de cima, sobre as nossas cidades e ambientes”. “Em tempo de virar mais uma página da história da minha vida, esta exposição acontece mais de 26 anos após a primeira vinda para Macau e encerra uma permanência de cerca de 15 anos. Não a vejo como um adeus. Antes como um até sempre, em que a lógica dessa mesma constância se inverte. Reitero o meu convite para que guardem, se do exposto gostarem, mais estas peças que o território e as circunstâncias me inspiraram. Lançarão mais uma pedra na construção dos projectos futuros”, descreve o artista. Entre os dias 1 de Junho e 3 de Julho acontece a exposição “Arquitectarte”, organizada pela Associação Cultural 10 Marias, e que é protagonizada por Marieta da Costa, arquitecta e designer de interiores. A artista nasceu em Lisboa e viveu 13 anos em Londres, onde se licenciou. Reside há 11 anos em Macau onde, em 2015, iniciou um projecto com crianças dos quatro aos seis anos, no jardim de infância D. José da Costa Nunes, onde desenvolve actividades na área das artes plásticas e arquitectura para crianças, e são exploradas a imaginação, a visão sustentável e a arte de executar em geral. A Casa Garden acolhe, entre os dias 25 de Junho e 31 de Julho, a mostra “Desenhar Macau – Desenho, Pintura, Gravura e Monotipias”, de Catarina Cottinelli. Esta exposição “resulta de uma prática diária na vida de Catarina Cottinelli como forma de observar e reconhecer o mundo envolvente”, lê-se na nota de imprensa. O território tem sido, para a artista, “uma grande fonte de inspiração pela sua arquitectura e ambientes muito próprios e também pelas pessoas e encontros felizes que Macau lhe proporcionou”. Ainda na Casa Garden, mas a 17 de Junho, acontece um Serão Literário, um “encontro de ‘palavra dita’ em que serão lidos, ditos e teatralizados textos de autores representativos de várias literaturas em língua portuguesa por oradores convidados”. Este Serão terá acompanhamento musical. Ainda sobre o ciclo de exposições, dia 7 de Junho é inaugurada a mostra “Mudança”, com trabalhos de joalharia de Cristina Vinhas. A 9 de Junho a Galeria AMAGAO recebe a exposição “Lusografia”, que pode ser visitada até ao dia 4 de Setembro. Neste espaço será possível ver 70 obras de serigrafia, gravura e artes gráficas de artistas portugueses como Alexandre Baptista, Alexandre Marreiros, Cruzeiro Seixas, Espiga Pinto, Júlio Pomar, Graça Morais, Isabel Rasquinho, Manuel Cargaleiro, Vhils ou Júlio Resende, entre outros. Conforme denota o comunicado do evento, “Portugal tem uma longa tradição na gravura, serigrafia e artes gráficas afins”. “A produção de múltiplos de alta qualidade de uma obra de arte torna-a acessível a um público mais amplo. Além do seu valor estético individual, estas obras tornam-se objectos de colecção. Muitos artistas portugueses famosos produziram abundantemente [estas peças], utilizando variadas técnicas de impressão”, acrescenta-se. Cinema e companhia No fim-de-semana de 11 e 12 de Junho é a vez do cinema, com a apresentação, no auditório da Casa Garden, das curtas-metragens do New York Portuguese Short Film Festival e Festival de Cinema da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Esta é uma organização da Fundação Oriente e Art Institute. “Organizado pela primeira vez em Junho de 2011, o New York Film Festival foi o primeiro de curtas-metragens portuguesas nos EUA. O festival mostra o trabalho da nova geração de jovens realizadores portugueses. Ao organizar o festival, anualmente, em vários países, o Art Institute pretende ampliar e conquistar novos públicos para o cinema português, em todo o mundo. Serão ainda mostradas as curtas metragens dos realizadores seleccionados para o Festival de Cinema dos Países de Língua Portuguesa”, descreve o programa. A gastronomia portuguesa não fica de fora das comemorações do 10 de Junho. No dia 12 decorre, no restaurante Mesa, no Hotel Karl Lagerfeld, o evento “Dia de Portugal”. Por valores entre 188 e 688 patacas será possível realizar “uma viagem gastronómica pelas várias regiões de Portugal, degustar produtos únicos portugueses como a famosa ginjinha em copos de chocolate e desfrutar de música portuguesa ao vivo”. Por sua vez, no dia 2 de Junho, será organizada uma noite de vinhos e queijos portugueses no terraço do hotel Sofitel, uma organização do Banco Nacional Ultramarino e grupo Vino Veritas. A 16 de Junho acontece, no Café Oriente, do Instituto Português do Oriente (IPOR), a mostra “Se podes olhar vê, se podes ver repara”, que celebra o centenário do nascimento de José Saramago, escritor português, com trabalhos dos alunos de nível C1 do Curso Geral de Português como Língua Estrangeira, a partir das suas leituras do livro “O Ensaio sobre a Cegueira”. A 3 de Junho, também no Café Oriente, decorre a apresentação do livro “Uma Casa com Asas”, de Andreia Martins, e que conta com ilustrações de Catarina Vieira. No mesmo dia, às 16h, haverá uma sessão de narração de histórias em parceria com a Associação Sílaba. Nos dias 3, 4 e 5 de Junho decorre também, no auditório da Casa Garden, um espectáculo de performance sensorial para bebés intitulado “Onde a terra se acaba e o mar começa”, com a artista Diana Coelho. No dia 9 de Junho, às 19h30, no auditório do Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, decorre o evento “Falar Macau, Falar Português”, com a entrega dos prémios de um concurso de escrita organizado pelo IPOR. Serão ainda exibidos os vídeos “O Centro Histórico de Macau”, realizado por Margarida Guerreiro e Rita Cheong, “Unidos pela Língua”, de Vinne Szeto e Ignacio Marcovecchio e “Macau, a minha casa é cheia de amor” de Renee Wong.
Andreia Sofia Silva Eventos Manchete10 de Junho | Ciclo de cinema sobre Macau em exibição até ao dia 4 de Julho A investigadora Maria do Carmo Piçarra é a curadora do ciclo de cinema “Macau Passado e Presente”, que começa este sábado e termina a 4 de Julho, inserido nas comemorações do 10 de Junho e promovido pela Fundação Oriente. Filmes como “Hotel Império”, de Ivo Ferreira, ou “Boat People”, de Filipa Queiroz, voltam a ser exibidos Começa este fim-de-semana um ciclo de cinema sobre Macau que visa mostrar a evolução da sétima arte no território nos últimos anos, mas também as múltiplas visões de realizadores portugueses e de Macau sobre um território que nunca deixou de ser atractivo para as salas de cinema. Ao HM, a curadora do evento Maria do Carmo Piçarra contou que o convite partiu da Fundação Oriente, organismo organizador da iniciativa que se integra no programa de comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. O ciclo de cinema começa este sábado e estende-se até ao dia 4 de Julho, estando programadas exibições em vários locais da cidade. “Houve a ideia de mostrar como é que Macau se tem articulado nesta convivência entre portugueses e habitantes locais. A opção era procurar mostrar como é que os realizadores portugueses têm olhado para Macau”, referiu. Maria do Carmo Piçarra destaca o filme “Jóia do Oriente”, filmado por Miguel Spiegel em 1956, cuja cópia foi cedida pelo exército português. A histórica película representa “o início de um processo em que o autor filma Macau até ao período anterior a 1974”, algo que fez com o apoio do Estado português e também de alguns governadores de Macau. A curadora do ciclo realça também o filme “Ilha dos Amores”, de Paulo Rocha, que nunca foi exibido em Macau. “Achei que era importante mostrar a cópia restaurada, mostrada em Cannes nos anos 80, onde estreou. Paulo Rocha é um dos pais do cinema novo português e este é um filme que lhe toma muitos anos, sobre a passagem do Venceslau de Morais por Macau e depois a sua instalação no Japão.” Este filme “complexo” será exibido na Cinemateca Paixão. Sangue novo Maria do Carmo Piçarra assume que não pôde incluir neste ciclo tantos filmes antigos como gostaria, e de facto o sangue novo do cinema local está em evidência, com a inclusão de nomes como Albert Chu, António Caetano de Faria, Maxim Bessmertny ou Tracy Choi. “O Instituto Cultural tem sido muito importante para desenvolver esta produção de cinema em Macau desde a geração do Albert Chu até às mais recentes. Pretendemos mostrar esta diversidade de realidades. Aquilo que faz de Macau um território especial e fascinante para as pessoas nem é tanto o exotismo, que tem sido a maneira como se tem mostrado Macau, mas é toda esta diversidade”, adiantou. Para Maria do Carmo Piçarra, “temos aqui uma pluralidade, com filmes muito diferentes, desde o filme do Paulo Rocha até ao filme do José Carlos de Oliveira, passando pelos mais jovens realizadores do cinema. O “Hotel Império”, por exemplo, acaba por ser uma reflexão do amor de uma mulher por Macau, pelo hotel onde viveu e cresceu, e que procura resistir a uma pressão trazida pela especulação imobiliária, que se sente um pouco por todo o mundo”, rematou. Acima de tudo há o recurso a “linguagens que vão da ficção ao ensaio visual, recorrendo também ao formato da curta-metragem”. Reflecte-se, com este ciclo, “as mudanças na paisagem, física e humana, em que os vestígios coloniais servem um certo onirismo e nostalgia, e evidenciam o paralelismo entre o crescimento do território e a multiplicação das imagens desta – e do mundo – numa sociedade de ecrãs”, escreve a curadora.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteDia de Portugal | Ho Iat Seng reconhece contributo “excepcional” de portugueses e macaenses O Chefe do Executivo mostrou “sincera gratidão” aos residentes portugueses e macaenses pelo contributo “excepcional” que têm dado a Macau. Numa altura em que a “saudade” das comunidades portuguesas aperta ainda mais devido à pandemia, Paulo Cunha Alves apelou à vacinação e frisou que a ligação entre o povo chinês e português é para aprofundar Na primeira vez, enquanto Chefe do Executivo, que Ho Iat Seng marcou presença numa recepção do dia de Portugal, o líder do Governo expressou “sincera gratidão” e reconheceu o papel que os portugueses e macaenses que residem em Macau têm desempenhado no desenvolvimento do território que tem na base, uma “rica história e multiculturalidade”. “Os portugueses aqui residentes e os macaenses sempre demonstraram um profundo empenho e contribuíram de forma excepcional para tornar mais rica a multiculturalidade de Macau. O Governo da RAEM reconhece plenamente o papel dos portugueses aqui residentes e dos macaenses na sociedade de Macau, e expressa-lhes sincera gratidão pelos seus contributos. O Governo da RAEM continuará a trabalhar em estrito cumprimento da Lei Básica, a promover o progresso social e a melhorar o bem-estar de toda a população, nomeadamente o da comunidade portuguesa e macaense”, apontou Ho Iat Seng no discurso que proferiu na recepção oficial do dia de Portugal, que teve lugar na residência do cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong. O Chefe do Executivo fez ainda referência ao facto de, em união de esforços com todos os residentes de Macau, que os portugueses e os macaenses “têm contribuído fortemente” para prevenir e combater a pandemia. Sobre as relações entre Macau e Portugal, Ho Iat Seng sublinhou a “boa cooperação” em vários domínios como a justiça, a economia, o comércio, a educação, a cultura e o turismo. “As relações bilaterais continuam a desenvolver-se de forma amistosa”, fez questão de frisar. Além disso, o Chefe do Executivo afirmou que no processo de construção da Plataforma de Serviços para a Cooperação Económica entre a China e os Países de Língua Portuguesa têm sido mantidas “relações amigáveis com Portugal” e alcançados “resultados frutíferos”. Prova de resistência Após um interregno de dois anos, o cônsul-geral de Portugal em Macau, Paulo Cunha Alves, mostrou “satisfação” de voltar a acolher as comunidades portuguesas e as autoridades de Macau na residência consular e vincou a importância de celebrar “um dia tão especial para todos os portugueses”. “Onde quer que nos encontremos, em Portugal ou espalhados pelo mundo é nossa obrigação celebrarmos o nosso país e a nossa identidade, a língua e a cultura portuguesa”, começou por dizer. Abordando o contexto gerado pela pandemia e lançando um apelo à vacinação como única via possível rumo à “normalidade”, Paulo Cunha Alves falou ainda de “saudade” e da necessidade de resistir “ao desejo de viajar”. “Estamos longe dos nossos familiares e amigos. Como portugueses experimentamos aquele sentimento que nos define como povo, ao qual chamamos saudade. Mas é preciso resistir ao desejo de viajar e continuar a cumprir as regras e os conselhos das autoridades de saúde para, todos juntos, ultrapassarmos esta pandemia”, apontou. O cônsul de Portugal em Macau fez ainda questão de dizer que “embora distante da pátria”, a comunidade portuguesa, nas suas múltiplas componentes resultantes de um “encontro secular de culturas”, continua “a dar o seu valioso contributo para o desenvolvimento harmonioso da sociedade e da economia do território e, espera-se também, da região da Grande Baía”. IPOR | Português a crescer Joaquim Coelho Ramos, presidente do Instituto Português do Oriente (IPOR), destacou ontem que a procura pelo ensino do português em Macau tem sido “crescente” e que tem hoje “novas matrizes”, uma vez que é um idioma procurado “como língua instrumental e de apoio à economia”. Sobre o 10 de Junho, o responsável frisou que é “a celebração daquilo que nos identifica onde quer que estejamos, a relação que temos com Portugal, com o que representa, a sua cultura e a sua língua”. Cecília Jorge | A importância de Camões A escritora e jornalista macaense Cecília Jorge referiu, sobre esta data, que “Camões merece sempre ser lembrado”, numa referência ao poeta português. “É muito importante relembrar, sobretudo, a comunidade macaense que está cá desde sempre e que sempre festeja o Dia de Portugal. É importante continuarmos a celebrar este dia. Faz parte disto, de Macau, e enquanto continuarmos a festejar é muito importante, ficam os traços e as raízes continuam.” Amélia António | Especial em tempos de covid Amélia António, presidente da Casa de Portugal, considera que devido ao impacto psicológico da covid-19 que este ano o Dia de Portugal teve um significado especial. “Este ano é particularmente importante, porque no ano passado não foi possível assinalar a data. O tempo vai passando, arrastando-se, as consequências da covid-19 vão fazendo-se sentir cada vez mais. Não é só a parte económica que conta, é também a parte emocional”, indicou. “Por todas essas razões é importante que a comunidade se encontre, junte e perceba que está solidária”, acrescentou. Paulo Cunha Alves | Futuro em aberto O Cônsul-geral de Portugal está em Macau desde a segunda metade de 2018, mas não confirma a permanência até ao 10 de Junho do próximo ano. Ontem, em declarações aos jornalistas, no final da cerimónia do hastear da bandeira, Paulo Cunha Alves afirmou que o futuro vai depender da decisão do Ministério dos Negócios Estrangeiros. “Não faço ideia, essa pergunta tem de fazer ao ministro dos Negócios Estrangeiros. Ele é que sabe! (risos)”, respondeu quando questionado sobre o assunto. Sobre as cerimónias do 10 de Junho em Macau, Paulo Cunha Alves afirmou ainda sentir “alegria, satisfação e regozijo”. Conselheiros | Eleições até ao fim do ano Paulo Cunha Alves afirmou que as eleições para eleger os próximos Conselheiros das Comunidades Portuguesas vão decorrer até a final do ano. “Creio que será no terceiro trimestre deste ano. O Governo em Lisboa é que determina a data, penso que o dia não está escolhido, mas deve ser no segundo semestre”, disse o cônsul-geral, quando questionado sobre o assunto. Paulo Cunha Alves deixou ainda o desejo de que o acto seja participado: “Espero que as eleições sejam participadas, é sempre importante em qualquer acto eleitoral que os eleitores participem, caso contrário a democracia não funciona”, considerou. União Europeia| Dia de Portugal assinalado A representação da União Europeia em Hong Kong e Macau assinalou o Dia de Portugal, através das redes sociais. Numa mensagem na página do Facebook podia ler-se “Feliz Dia Nacional de Portugal!!”. Porém, a mensagem fazia ainda menção ao facto de se celebrar ainda o poeta Luís Vaz de Camões. “Portugal é muito único, porque no dia nacional celebra um dos seus poetas mais influentes: Luís de Camões”, é mencionado. “Feliz Dia de Camões para os nossos amigos portugueses!”, é igualmente referido. O dia nacional é denominado O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Pereira Coutinho | Falta de atraso José Pereira Coutinho, deputado e ex-conselheiro das comunidades portuguesas, faltou à cerimónia do hastear da bandeira. Mais tarde, admitiu que adormeceu. “Não consegui acordar. Estava a preparar-me para ir, mas não consegui acordar”, afirmou Coutinho. “Ontem estive a jogar futebol, para manter o físico, porque como vou estar na rua [em campanha], não posso estar gordo, com uma pança. Por isso estive a jogar para tirar a pança e fiquei a jogar na Escola Oficial Luís Gonzaga Gomes até às 21h”, explicou. No entanto, desvalorizou a ausência: “A Pátria está no coração. Não é por erguer a bandeira que demonstra que… O patriotismo está no coração”, considerou.
Salomé Fernandes SociedadeDia de Portugal | Recepção na residência consular entre Outubro e Dezembro [dropcap]O[/dropcap] programa do Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, foi este ano limitado à cerimónia do içar da bandeira no Consulado-Geral de Macau. O céu azul não colocou entraves a quem quis presenciar o momento. As bandeiras de Portugal e da União Europeia foram içadas por escuteiros, mas a interpretação do hino ficou, desta vez, a cargo de uma gravação: a banda do Corpo de Polícia de Segurança Pública não marcou presença. “Eu não tenho muita base de comparação, mas em relação ao que vi no ano passado não acho que esteja muito menos pessoas (…). Tinha menos gente porque não tínhamos a banda, por exemplo, não tínhamos o grupo de escuteiros completo, mas em termos de participação de membros da comunidade portuguesa achei que estavam bastantes”, comentou o cônsul-geral. Relativamente à recepção da comunidade na residência consular, Paulo Cunha Alves tem como objectivo organizar um evento semelhante no último trimestre do ano. “No fundo a recepção não foi cancelada, foi adiada”, disse, acrescentando que pretende “encontrar uma data histórica com relevância para Portugal, de modo a que possamos celebrar Portugal nessa data”. Embora ainda não haja uma decisão, apontou como datas possíveis o 5 de Outubro ou 1º de Dezembro. Sentimento a defender À margem do evento, a presidente da Casa de Portugal descreveu que apesar de o ano estar a ser atípico, “aquilo que nos leva a celebrar o dia de Portugal, e neste caso o ‘Junho, mês de Portugal’, não é atípico, não há coronavírus que altere, é um sentimento e uma maneira de estar que permanece e que é preciso manter, defender e afirmar”. Amélia António indicou que depois da transferência de soberania houve “um período de secura de eventos culturais” e que “foi a Casa de Portugal que ao aperceber-se da situação deitou mão” à afirmação cultural do país – defendendo que a verdadeira comemoração de Portugal se faz “no trabalho do dia-a-dia”.
Salomé Fernandes Manchete SociedadeConsulado quer data alternativa para celebrar Portugal [dropcap]O[/dropcap] cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Paulo Cunha Alves, disse que apesar de hoje não se realizar a habitual recepção na recepção consular devido à pandemia, espera que “possamos em breve encontrar uma data alternativa para todos em conjunto celebrarmos Portugal”. A vontade foi expressa num vídeo publicado ontem no facebook do Consulado, em que deixou uma mensagem no âmbito do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. “Onde quer que nos encontremos, em Portugal ou espalhados pelo mundo é nossa obrigação celebrarmos o nosso país e a nossa identidade, a língua e a cultura portuguesa. Todos devemos sentir orgulho por fazer parte desta grande nação que é Portugal. Perto ou longe da pátria, as comunidades portuguesas são quem nos identifica e nos valoriza perante as outras nações, são elas que dão voz a Portugal no mundo. E Macau não é excepção”, defendeu Paulo Cunha Alves. Assim, defendeu que apesar da distância, a comunidade portuguesa em Macau “nas suas múltiplas componentes resultantes deste encontro secular de culturas”, dá “um valioso contributo” ao desenvolvimento da sociedade. Aponta que a contribuição tem sido feita através da força laboral em diferentes áreas, tendo mencionado o ensino do português e a acção social e humanitária de instituições de matriz portuguesa. Neste âmbito, o cônsul-geral observou que todos os contributos contam, “desde o padeiro que prepara a massa para o pão, até ao juiz que se encarrega de fazer justiça onde esta pode ter sido esquecida”. Cooperação local Recordando a campanha de solidariedade lançada em Março com o propósito de recolher fundos para adquirir equipamento médico de protecção para os profissionais de saúde em Portugal e material, no âmbito da covid-19, Paulo Cunha Alves frisou que o movimento foi além da comunidade portuguesa, contando com uma adesão alargada na sociedade de Macau, deixando uma palavra de agradecimento. “Este ambiente de paz, harmonia e desenvolvimento apenas tem sido possível graças ao apoio das autoridades da RAEM, que têm tornado mais fácil o dia a dia da comunidade portuguesa em Macau. O consulado geral de Portugal continuará a trabalhar em conjunto com as autoridades locais no intuito de aprofundar e fortalecer a amizade existente entre o povo chinês e o povo português rumo ao progresso e ao bem-estar de todos”, descreveu.
Hoje Macau Eventos10 de Junho | Programa arranca hoje com exposição de Adalberto Tenreiro As actividades inerentes ao programa comemorativo do 10 de Junho arrancam hoje com a inauguração da exposição “Dias de Portugal”, com desenhos do arquitecto Adalberto Tenreiro. Destaque ainda para os filmes do Indie Lisboa na Cinemateca Paixão, esta sexta-feira e sábado, bem como o espectáculo de marionetas “O Arraial”, da autoria de Elisa Vilaça [dropcap]E[/dropcap]m Macau o 10 de Junho, Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas começa a celebrar-se mais cedo e com as devidas regras de segurança devido à pandemia da covid-19. O programa deste ano, marcado por exposições, espectáculos, cinema e música, arranca hoje com a inauguração da exposição “Dias de Portugal – Desenhos de Sul a Norte”, que estará patente na chancelaria do consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong até ao dia 10 de Julho. O público poderá ver desenhos do arquitecto Adalberto Tenreiro, que reside em Macau desde 1983 e que chegou a trabalhar com Manuel Vicente. Nascido em São Tomé e Principe no ano de 1955, Adalberto Tenreiro estudou arquitectura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e desenho no Ar.Co. Destaque ainda para a 5ª Mostra de Cinema Português em Macau e que acontece esta sexta-feira e sábado na Cinemateca Paixão. Amanhã, por volta das 21h30, é exibido o filme de Tiago Guedes, intitulado “Tristeza e Alegria na Vida das Girafas”, uma adaptação de uma peça de Tiago Rodrigues, director do Teatro D. Maria II e vencedor do Prémio Pessoa em 2019. No sábado haverá duas sessões de curtas – uma às 19h00 e outra a começar às 21h30 – onde serão apresentados alguns dos filmes que passaram pelos principais festivais de cinema internacionais. A sessão da tarde abre com a mais recente curta de Catarina Mourão, “O Mar Enrola a Areia”. Seguem-se os filmes “Em Caso de Fogo”, de Tomás Paula Marques, “Invisível Herói”, de Cristèle Alves Meira e “Past Perfect”, de Jorge Jácome. Destaque ainda para os filmes “Poder Fantasma”, de Afonso Mota, e “Raposa”, de Leonor Noivo, uma realizadora “com fortes ligações a Macau”. Será também exibido o “The Marvelous Misadventures of the Stone Lady”, de Gabriel Abrantes, uma comédia animada sobre uma escultura que foge do Museu do Louvre, cuja estreia aconteceu na Quinzena dos Realizadores de Cannes, em 2019. Os bilhetes são grátis e podem ser levantados na sede da Casa de Portugal. Cada sessão tem lotação máxima de 27 lugares. Marionetas na Casa Garden No sábado, 6 de Junho, o programa prossegue com o espectáculo de marionetas de Elisa Vilaça, intitulado “O Arraial”, que acontece na Casa Garden por volta das 17h. Trata-se de uma produção da Casa de Portugal em Macau destinada aos mais novos que conta a história da “paixão de uma peixeira por um polícia”. Estes acabam por ir parar a uma festa de arraial tipicamente portuguesa, onde “um gato matreiro tenta roubar o peixe da peixeira”. No dia 10 de Junho, quarta-feira, acontece a cerimónia do hastear da bandeira no consulado-geral de Portugal em Macau, às 9h, estando prevista também a inauguração da exposição de pintura de Madalena Fonseca. Esta mostra, com o nome “O Sono”, estará patente na Casa de Vidro do Tap Seac até ao dia 28 de Junho. No dia 12 de Junho, a Casa Garden volta a ser palco das actividades de celebração do Dia de Portugal, ao receber o concerto da banda da Casa de Portugal em Macau. Por volta das 20h, a banda composta pelos músicos Tomás Ramos de Deus, Miguel Andrade, Ivan Pineda, Luís Bento e Paulo Pereira, vai interpretar temas que marcaram várias gerações e se tornaram intemporais. A 13 e 14 de Junho, a Casa Garden exibe vários filmes do New York Portuguese Short Film Festival (NYPSFF), sendo a quinta vez que tal acontece em Macau. Além de revelar algumas das curtas-metragens feitas por jovens realizadores portugueses, serão também exibidos curtas-metragens da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que não é mais do que uma “mostra da diversidade da produção cinematográfica proveniente dos alguns países de expressão portuguesa”. Monocromático Fotógrafo por natureza, António Mil-homens decidiu avançar para a pintura com “Monochrome”, a exposição que estará patente na galeria da Casa Garden a partir de 18 de Junho e até ao dia 30 de Julho. Trata-se de um projecto “adiado durante décadas”, que nunca a fotografia à escrita “como forma de expressão”. “Tempos de crise tornam-se tempos de decisão. O título da mostra resulta da opção estética da não utilização da cor. Preto e branco, com toda a possível gama de cinzentos de permeio, serão característica da minha criatividade nesta área”, descreve o autor das obras. A 24 de Junho será lançado o livro de poesia “Rio das Pérolas”, na Casa de Vidro do Tap Seac, que conta com a participação de 24 autores que falam de Macau através da poesia. A literatura ganha também destaca a 26 de Junho, com um serão literário protagonizado por “um grupo de autores e outros amantes da literatura portuguesa, que se reúnem pata dizerem textos seus ou de autores portugueses”. O cartaz encerra com este encontro, que terá lugar na Casa Garden às 18h30. Como já é habitual, a imagem oficial das comemorações do 10 de Junho ficou a cargo de Victor Marreiros, designer macaense.