Saúde | Medicamentos para hipertensão arterial retirados do mercado

[dropcap style=’circle’] U [/dropcap] ma importante fabricante chinesa de ingredientes de Valsartan interrompeu entregas e procedeu à retirada voluntária nos mercados doméstico e estrangeiro após a detecção do carcinogéneo NDMA em alguns lotes, referiu no domingo o regulador de medicamentos do país, de acordo com a Xinhua.
De acordo com a agência oficial que cita informações prestadas pela Administração Estatal de Medicamentos (AEM), a Zhejiang Huahai Pharmaceutical tomou as medidas necessárias de acordo com os regulamentos.
A empresa é fornecedora dos ingredientes activos para o Valsartan, medicamento usado para tratar hipertensão arterial e insuficiência cardíaca.
Em 6 de Julho, a Huahai relatou ao regulador a descoberta de vestígios de NDMA (N-nitrosodimetilamina) em lotes para exportação e publicou as informações.
Actualizada sobre as avaliações de riscos publicadas por homólogos globais, a AEM examinou todas as sete fornecedores de ingredientes do Valsartan no país, incluindo a Huahai, e aprovou os produtos das outras seis.
A NDMA é classificada como um cancerígeno 2A por reguladores internacionais, incluindo europeus, significando que há uma evidência limitada de que pode causar cancro. De acordo com a Xinhua, foram tomadas medidas de precaução, como a interrupção de vendas e retirada dos medicamentos dos mercados, apesar de ser afirmado que os fármacos que contém NDMA não acarretam riscos severos para a saúde.
A AEM aconselhou que os pacientes não parem de tomar o Valsartan, a menos que recebam indicação do médico.

31 Jul 2018

ONU | Pequim constrói primeiro local de demolição controlada no Líbano

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] 17.ª força chinesa de manutenção de paz no Líbano construiu o primeiro Local de Demolição Controlada de múltiplas funções para a Força Interina das Nações Unidas no Líbano, após quase dois meses de trabalho. O local serve, entre outros propósitos, a função de detonação de minas e explosivos expirados.

Na cerimónia de abertura do Local de Demolição Controlada (CDS, em inglês) na aldeia de Naqoura, no sul do Líbano, sexta-feira, o Brigadeiro-General Shivaram Kharel, vice-comandante da UNIFIL, elogiou a contribuição das forças chinesas na construção do local de demolição.
As forças chinesas de manutenção da paz demonstraram espírito profissional genuíno e o um grande entusiasmo ao longo dos dois meses após a transferência da autoridade em Maio, disse Kharel.
O Coronel Shi Honghui, comandante do 17º contingente chinês de manutenção da paz ao Líbano, destacou o objectivo pacífico da força chinesa no Líbano. “Estamos aqui para a paz. Cumpriremos melhor as nossas missões de desminagem, construção e manutenção de infra-estruturas, além de assistência médica e humanitária, para promover a paz no sul do Líbano”, disse Shi na cerimônia.

Fora do prazo
O CDS, o primeiro do tipo no sul do Líbano desde a distribuição da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL, em inglês) há 40 anos, será principalmente usado para destruir a munição com peso inferior a 25 quilos cuja validade expirou, de acordo com a secção de engenharia da UNIFIL.
O Conselho de Segurança da ONU estabeleceu a UNIFIL em 19 de Março de 1978 para monitorizar a retirada das forças israelitas do sul do Líbano. O mandato da força internacional foi expandido após a Guerra do Líbano em 2006. A partir de 2006, a China manteve a força de manutenção da paz no sul do Líbano como uma parte da UNIFIL, responsável pelas missões como desminagem, construção de projectos, resgate médico e assistência humanitária.

31 Jul 2018

TAP cumpre requisito da China sobre referências a Macau e Hong Kong como China

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] pesar de não ter recebido a carta que a Autoridade de Aviação Civil da China enviou a uma série de companhias aéreas estrangeiras para referirem Taiwan, Macau e Hong Kong como parte integrante do país, a TAP optou por fazê-lo por livre iniciativa. Em declarações ao Jornal Económico, um porta-voz da transportadora indicou que “a TAP não recebeu a carta”, mas explicou que, apesar de a companhia não voar directamente para Macau e Hong Kong, tem “oferta comercial através de acordos de code-share com companhias parceiras” e que “já cumpria o requisito” imposto pela Administração de Aviação Civil da China.

Já no caso de Taiwan – o ponto mais sensível – a questão não se chega a colocar. “A TAP não tem qualquer oferta comercial de e para aquele destino, pelo que não é pesquisável no ‘site’ [da empresa], não se colocando, por isso, a questão”, afirmou o porta-voz à mesma publicação.

Na semana passada, a Cathay Pacific, com sede em Hong Kong, tornou-se na mais recente companhia aérea a identificar Taiwan como território chinês, uma decisão tomada após receber o referido pedido da China para o efeito, passando a mencionar no seu ‘site’, tanto em inglês como em chinês, “Taiwan, China”.

A American Airlines, a maior companhia aérea do mundo, e a Delta Air Lines, a número dois do ‘ranking’, alteraram os sites de reserva online para a retirar qualquer referência a Taiwan como território não chinês, numa decisão seguida também pela United Airlines, com as três grandes transportadoras dos Estados Unidos a juntarem-se assim às europeias Lufthansa e British Airways, ou à Air Canada, entre outras.

30 Jul 2018

China | Investigação determina que vacinas foram adulteradas

[dropcap style=’circle’] U [/dropcap] ma investigação das autoridades chinesas à farmacêutica Changsheng Biotech, suspeita de ter adulterado vacinas, confirmou que a empresa falsificou dados e usou materiais com validade expirada na produção, anunciou a agência de notícias oficial chinesa. A investigação, anunciada na sexta-feira e efectuada por uma equipa do Conselho de Estado [Executivo] chinês, determinou que para reduzir custos e melhorar a produção a empresa usou fluido com validade expirada na produção de alguns produtos, falsificou dados de fabrico e realizou testes irregulares, entre outras práticas ilegais, afirmou a Xinhua.

Os responsáveis da farmacêutica tentaram destruir 60 discos rígidos com dados da empresa para eliminar provas, mas a polícia conseguiu recuperar o material informático, indicaram os investigadores.

As autoridades detiveram já 16 dirigentes Changsheng Biotech, incluindo a presidente da companhia Gao Junfang.

De acordo com o relatório preliminar, a farmacêutica inventou “de forma sistemática” registos de produção e inspecção, falsificou facturas com datas incorrectas para cumprir as exigências dos inspectores.

O regulador chinês ordenou a suspensão da produção, na sequência de uma inspecção inicial, realizada entre 6 e 8 de Julho, na qual foram detectadas irregularidades, denunciadas por um funcionário anónimo nas redes sociais chinesas. O artigo foi posteriormente censurado, mas desencadeou grande polémica.

A Changsheng Biotech terá falsificado dados relativos a 113 mil vacinas liofilizadas contra a raiva em humanos, embora o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da China tenha estimado só terem sido afectados dois em cada 100 mil inoculados em todo o país. Até agora, não se registaram reacções adversas às vacinas.

Já em Outubro passado, a firma tinha sido investigada por outras 250 mil vacinas contra a difteria, tosse convulsa e tétano terem mostrado pouca eficácia. As suspeitas sobre a farmacêutica voltaram a afectar todo o sector sanitário chinês, frequentemente acusado pelos doentes de preferir os lucros económicos à saúde da população.

30 Jul 2018

Li Keqiang | Tibete deve seguir estratégia de desenvolvimento de Pequim

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] primeiro-ministro chinês afirmou esperar que o Tibete “siga as estratégias e políticas do Partido Comunista da China para conseguir desenvolvimento e prosperidade”
Li Keqiang falava durante uma visita à região autónoma do Tibete, no sudoeste do país, entre quarta e sexta-feira passadas, mas só agora divulgada pela Xinhua. O primeiro-ministro chinês deslocou-se à capital do Tibete, Lassa, bem como ao rio Yarlung Tsangpo, e às localidades de Nyingchi e Shannan, destacou a agência.
Em Lassa, o chefe do Governo chinês manifestou confiança que o Tibete “siga as estratégias e políticas do Partido Comunista da China para conseguir desenvolvimento e prosperidade, salvaguardar a unidade nacional e fortalecer a solidariedade entre etnias”, sublinhou a Xinhua.
Li visitou o famoso palácio Potala, residência tradicional dos dalai-lamas na capital da região, onde garantiu que o Governo apoiará a protecção do património cultural. Organizações de defesa dos direitos humanos no exílio acusam Pequim de reprimir a religião e a cultura tibetanas.
Outro ponto da visita à capital tibetana foi o mosteiro Jokhang, um dos mais sagrados do Tibete, afectado este ano por um incêndio.

Torre aquática
Em Nyingchi, Li Keqiang esteve em contacto com várias comunidades alvo de programas governamentais de alívio da pobreza, reuniu-se com residentes e líderes da zona e sublinhou a necessidade de promover o desenvolvimento sustentável e melhorar a qualidade de vida dos tibetanos.
No rio Yarlung Tsangpo, o primeiro-ministro conheceu iniciativas de conservação dos recursos hídricos e do ecossistema local e afirmou que o planalto tibetano é “a torre aquática da China e da Ásia”, pelo que a conservação deve ser reforçada para garantir o desenvolvimento sustentável de todo o país.
A região do Tibete está fechada à imprensa estrangeira desde as revoltas em Lassa e em outras cidades da província em 2008, nas quais se registaram pelo menos 20 mortos.
Nesta década, os principais focos de protestos ocorreram em mosteiros tibetanos no oeste da China e já fora da região autónoma do Tibete, nos quais mais de uma centena de monges ou apoiantes da causa tibetana se tentaram imolar pelo fogo para denunciar a polícia repressiva de Pequim.

30 Jul 2018

Saúde | Ordenada inspecção geral às empresas produtoras de vacinas

A China ordenou uma inspecção geral às empresas que produzem vacinas, numa resposta ao recente escândalo de vacinas defeituosas contra a raiva fabricadas por um dos maiores laboratórios do país

[dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap]e acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, várias equipas vão investigar minuciosamente todo o processo e toda a cadeia de produção de vacinas de todos os produtores chineses, na sequência de uma ordem emitida na quarta-feira à noite pela Administração de Alimentos e Medicamentos da China (CFDA).

Estas equipas “vão inspeccionar de alto a baixo todo o processo e a cadeia de produção de todos os fabricantes de vacinas”, garantiu a CFDA, em comunicado. Na semana passada, a CFDA acusou o laboratório farmacêutico Changchun Changsheng, um dos maiores produtores de vacinas do país, de falsificar registos de produção de cerca de 113 mil vacinas contra raiva, além de distribuir mais de 250 mil doses defeituosas contra a difteria, o tétano e a tosse convulsa.

De acordo com as autoridades, os dados de fabrico da vacina contra a raiva foram falsificados e os parâmetros de produção alterados. O escândalo suscitou uma reacção imediata na China, onde numerosos pais manifestaram a sua preocupação através das redes sociais.

Garantia e desconfiança

O Presidente chinês, Xi Jinping, repudiou de imediato as práticas “odiosas e chocantes” da empresa e exigiu uma investigação profunda do caso. Na terça-feira, a polícia da cidade de Changchun (nordeste) deteve 15 pessoas, incluindo a directora da empresa, com sede no nordeste da China.

As autoridades garantiram que as vacinas adulteradas não saíram das fábricas da Changchun Changsheng. Mas o caso põe em causa o regulador e aumenta a desconfiança nos consumidores, já abalados com vários escândalos alimentares e sanitários ocorridos nos últimos anos.

27 Jul 2018

China ordena inspeção geral às empresas produtoras de vacinas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China ordenou uma inspeção geral às empresas que produzem vacinas, numa resposta ao recente escândalo de vacinas defeituosas contra a raiva fabricadas por um dos maiores laboratórios do país.

De acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, várias equipas vão investigar minuciosamente todo o processo e toda a cadeia de produção de vacinas de todos os produtores chineses, na sequência de uma ordem emitida na quarta-feira à noite pela Administração de Alimentos e Medicamentos da China (CFDA).

Estas equipas “vão inspecionar de alto a baixo todo o processo e a cadeia de produção de todos os fabricantes de vacinas”, garantiu a CFDA, em comunicado.

Na semana passada, a CFDA acusou o laboratório farmacêutico Changchun Changsheng, um dos maiores produtores de vacinas do país, de falsificar registos de produção de cerca de 113 mil vacinas contra raiva, além de distribuir mais de 250 mil doses defeituosas contra a difteria, o tétano e a tosse convulsa.

De acordo com as autoridades, os dados de fabrico da vacina contra a raiva foram falsificados e os parâmetros de produção alterados. O escândalo suscitou uma reação imediata na China, onde numerosos pais manifestaram a sua preocupação através das redes sociais.

O Presidente chinês, Xi Jinping, repudiou de imediato as práticas “odiosas e chocantes” da empresa e exigiu uma investigação profunda do caso.

Na terça-feira, a polícia da cidade de Changchun (nordeste) deteve 15 pessoas, incluindo a diretora da empresa, com sede no nordeste da China.

As autoridades garantiram que as vacinas adulteradas não saíram das fábricas da Changchun Changsheng. Mas o caso põe em causa o regulador e aumenta a desconfiança nos consumidores, já abalados com vários escândalos alimentares e sanitários ocorridos nos últimos anos.

26 Jul 2018

Taiwan | Cathay Pacific passa a identificar Formosa como território chinês

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] Cathay Pacific, sediada em Hong Kong, tornou-se a mais recente companhia aérea a identificar Taiwan como território chinês, uma decisão tomada depois de receber um pedido da China.

Em Abril, a Autoridade de Aviação Civil da China pediu a 36 companhias aéreas estrangeiras que se referissem a Taiwan como território da China numa tentativa de isolar no cenário internacional aquela ilha que tem sido administrada de forma independente desde 1949.
Até então, a Cathay e sua subsidiária Dragon Air, designavam Taiwan como uma entidade autónoma, mas, desde quarta-feira, as sua páginas na internet referem-se à ilha como “Taiwan, China”, em inglês e chinês.
A porta-voz do Governo de Taiwan, Kolas Yotaka, classificou esta decisão de “injusta” e pediu o apoio da comunidade internacional. “Continuamos a pedir que a comunidade internacional não se torne cúmplice no assédio da China”, disse ela aos jornalistas.

Seguir a linha
Já a Cathay Pacific explicou que a empresa foi registada na “Região Administrativa Especial de Hong Kong da República Popular da China” e que deve “respeitar os regulamentos das autoridades competentes da aviação civil”, acrescentou a empresa.
Empresas menores da antiga colónia britânica, que regressaram em 1997 sob a tutela chinesa, como Hong Kong Express e Hong Kong Airlines, fizeram o mesmo. Um número crescente de empresas internacionais, como a australiana Qantas e a Singapore Airlines, já se refere a Taiwan como pertencente à China.
Washington denunciou recentemente como um “absurdo orwelliano” as exigências de Pequim. Uma referência ao escritor britânico George Orwell, cujas obras denunciam o totalitarismo e a vigilância dos indivíduos.
Destaque
Até então, a Cathay e sua subsidiária Dragon Air, designavam Taiwan como uma entidade autónoma, mas, desde quarta-feira, as sua páginas na internet referem-se à ilha como “Taiwan, China”, em inglês e chinês.

26 Jul 2018

Website explica como adquirir vacinas em Macau

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] mais recente escândalo ocorrido na China relacionado com a adulteração de vacinas para crianças, poderá estar a gerar uma procura de vacinas em Macau, que não importa estes medicamentos do continente. O website agregador de notícias Wang Yi, associado ao motor de busca chinês Baido, disponibiliza informações de como podem ser adquiridas vacinas no mercado privado de saúde, fazendo referência ao Hospital Kiang Wu e a outras clinicas privadas.
O HM tentou contactar a direcção do hospital privado no sentido de perceber se há uma maior procura por parte de famílias do continente, mas até ao fecho desta edição não foi possível obter informações. Um contacto junto da clínica da Aliança do Povo de Instituição de Macau permitiu concluir que não são disponibilizadas vacinas administradas às crianças.
O mesmo website utiliza a imagem do Centro Hospitalar Conde de São Januário e a publicidade institucional dos Serviços de Saúde de Macau (SSM) relativa à vacinação, apesar de apenas os portadores de bilhete de identidade de residente poderem ter acesso às vacinas no hospital público. Os SSM não fizeram quaisquer comentários sobre o facto de estar a ser utilizada a imagem institucional desta entidade no website.
A polémica com a adulteração de vacinas pela empresa Changsheng Biotechnology é o mais recente escândalo de saúde na China, que motivou mesmo o presidente Xi Jinping a pronunciar-se sobre o assunto. O jornal Apple Daily, de Hong Kong, escreveu que uma mulher residente na província de Hebei, de apelido Deng, levou o filho de um ano de idade para ser vacinado. No dia seguinte a criança morreu. De acordo com informação veiculada pelo Apple Daily, a mulher acredita que as duas ocorrências estão relacionadas.
O mesmo jornal escreve que vários pais ficaram ansiosos na sequência das notícias, uma vez que registaram nos filhos sintomas de tosse, febre e paralisia depois de terem sido vacinadas. Um grupo de pais acusou o Governo chinês de falta de honestidade, tendo convocado um movimento para lutar pelos seus direitos e interesses. Contudo, o acto fez com que tenham sido detidos, além de terem sido proibidos de enviar uma petição às autoridades. Qi Jing, um dos detidos, terá sido alegadamente avisado para acusar a empresa e não o Governo. As autoridades da província de Chongqing não têm permitido os protestos destes pais. Para Qi Jing, este caso mostra como as autoridades estão a tentar controlar a liberdade de expressão da população, além de considerar que as informações divulgadas sobre este caso estão a ser controladas, escreveu o Apple Daily.
Qi Jing defende que o erro é também do Governo chinês. “Nós, como pais, temos de lutar pelos direitos básicos das nossas crianças ao nível da sua sobrevivência e saúde. O problema das vacinas adulteradas não está apenas num único lote”, lê-se no texto convocatório do movimento.

25 Jul 2018

Saúde | Pequim ordena investigação à indústria de vacinas, que não são exportadas para Macau

O primeiro-ministro da China ordenou uma investigação à indústria de vacinas chinesa depois de violações cometidas por um produtor de vacinas contra a raiva terem provocado protestos públicos. Não é a primeira vez que Pequim se vê obrigado a intervir depois de mais um escândalo relacionado com vacinas

 

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m comunicado, Li Keqiang referiu que a Changchun Changsheng Life Sciences Ltd, que é acusada de fabricar registos de produção e inspecção, “violou uma linha moral”, num momento em que as autoridades lutam para restaurar a fé pública na regulamentação de segurança. Na mesma nota, o governante prometeu “reprimir de forma resoluta” as violações que coloquem em perigo a segurança pública.

Não houve relatos de ferimentos causados pela vacina contra a raiva, mas a divulgação provocou um coro de protestos, sobretudo depois de vários escândalos relacionados com a venda de medicamentos e alimentos de baixa qualidade, cujo consumo causou vítimas mortais entre a população chinesa.

Os reguladores chineses anunciaram na semana passada que a Changsheng Life Sciences foi obrigada a suspender a produção e a recolher as vacinas contra a raiva.

Raiva tradicional

A agência de notícias Xinhua disse que os investigadores estão a testar a eficácia da vacina e a ponderar avançar com acusações criminais. A raiva é endémica em algumas áreas da China. Em Outubro, a mesma empresa foi condenada a interromper a produção de uma vacina combinada para a difteria, tosse convulsa e tétano, cujo lote foi posteriormente apontado como defeituoso.

Esta não foi a primeira vez que o líder chinês prometeu limpar a indústria das vacinas, depois de há mais de dois anos ter assumido esse compromisso depois de um escândalo similar.

De acordo com comunicado divulgado no portal do Governo chinês, Li referiu em Março de 2016 que Pequim devia reparar as lacunas de supervisão de produção e distribuição de vacinas. As declarações foram proferidas depois de ter sido revelado que 84 milhões de dólares em medicamentos armazenados em condições impróprias e fora do prazo estavam a ser vendidos há vários anos por todo o país.

Estima-se que entre centenas de milhar ou milhões de crianças chinesas, de idades a partir dos três meses, tenham sido inoculadas com vacinas ineficazes produzidas por algumas das maiores empresas do sector ao abrigo do sistema de saúde público.

A raiva e o medo espalharam-se pelas redes sociais chinesas, em especial com pais indignados perante a inoperância das autoridades que levou a esta situação. A palavra chinesa para “vacina” foi citada 321 milhões de vezes em artigos e buscas no WeChat, um número 80 vezes superior ao registado na sexta-feira.

 

Macau não afectado

O Chefe do Centro de Prevenção de Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Lam Chong, afirmou que o Governo não adquiriu vacinas produzidas no continente, em resposta ao escândalo que abalou o sistema de saúde de Pequim. O dirigente esclareceu que as vacinas ministradas em Macau são provenientes da Europa e dos Estados Unidos. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, o chefe acrescentou que, em geral, as vacinas adquiridas pelo Executivo servem apenas os residentes locais além de muito poucas crianças não residentes que são autorizadas a permanecer em Macau. Lam Chong afirmou ainda que existem vacinas suficientes em Macau e que não existem motivos para a população se preocupar. Lam Chong disse ter conhecimento de que no continente é raro exportarem-se vacinas por causa de grande procura e do fornecimento insuficiente. Além disso, acrescenta que os SS não autorizaram a importação de vacinas produzidas da fábrica continental envolvida no escândalo.

24 Jul 2018

Diplomacia | Xi Jinping diz que continente africano “promete um futuro radioso”

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou, durante uma visita de Estado ao Senegal para assinar dez acordos de cooperação, que o continente africano “promete um futuro radioso” pelo “grande dinamismo” que demonstra

Depois de ter chegado a Dacar, o Presidente chinês assinou com o seu homólogo senegalês, Macky Sall, novos acordos para reforçar os laços económicos, no âmbito da visita de Xi Jinping, a primeira deste nível desde há uma década. “Cada vez que visito África consigo avaliar o grande dinamismo deste continente, que promete um futuro radioso”, comentou o presidente chinês, afirmando-se “plenamente confiante no futuro da cooperação sino-africana”.

Os dois dirigentes assinaram dez acordos nos domínios da justiça, da cooperação económica e técnica, infra-estruturas, valorização do capital humano e aviação civil.

Os dois chefes de Estado falaram sobre “a cooperação bilateral, as relações sino-africanas e a actualidade internacional”, declarou, na altura, o presidente Macky Sall, comentando que a China “é uma das grandes economias da era moderna”, cujo percurso do povo prova que “o subdesenvolvimento não é uma fatalidade e que a batalha pelo progresso se ganha, em primeiro lugar, pelo espírito combativo”.

A China é o segundo parceiro comercial do Senegal, a seguir à França, fornecendo àquele país africano materiais de construção e aparelhos de recepção de som e imagem, ascendendo a 559 milhões de euros, enquanto as exportações do país africano para a China atingiram mais de 115 milhões de euros em 2017, sobretudo em minerais e amendoins.

Inúmeras infra-estruturas no Senegal foram construídas pela China, nomeadamente estádios, autoestradas, um hospital, um teatro nacional e um museu das civilizações negras.

 

 

Trata-se da quarta visita do chefe de Estado da República Popular da China a África e irá passar por vários países, como o Ruanda e a África do Sul – país que organiza a 10.ª Cimeira BRICS – que reúne um grupo de potências emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) -, e ilhas Maurícias.

Num texto assinado por Xi Jinping e publicado na sexta-feira no jornal senegalês Le Soleil, o Presidente chinês recorda que a China é o segundo maior parceiro comercial do Senegal, tendo as trocas comerciais crescido 16 vezes nos últimos dez anos. Xi Jinping assinala que a China é a maior fonte de financiamento e enumera alguns projectos lançados com fundos chineses, como a ponte de Foundiougne e a autoestrada que liga as cidades de Thies e Touba, que vão permitir ao Senegal “aumentar fortemente o crescimento económico” do país.

“Para que haja desenvolvimento e prosperidade entre todos, temos de nos juntar e criar uma relação China-África ainda mais forte e de olhos postos no futuro”, apelou o Presidente chinês no texto.

A 10.ª Cimeira BRICS terá como tema a “Colaboração para o Crescimento Inclusivo e Prosperidade Partilhada na 4.ª Revolução Industrial” e decorrerá entre os dias 25 e 27 de Julho, em Joanesburgo.

Nos últimos anos, a China realizou vários investimentos em África, incluindo uma base naval na costa do Djibuti que custou cerca de 590 milhões de dólares.

23 Jul 2018

Media | Portadores de passaporte de Macau isentos de visto para a China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] jornal Liberty Times, citado pela Macau News Agency, revela que os jornalistas que sejam portadores de passaporte de Macau, Hong Kong e Taiwan vão ficar isentos de visto de trabalho passado pelas autoridades do continente sempre que quiserem fazer trabalho de reportagem na China.

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, durante um encontro do Conselho de Estado esta quarta-feira. Foi dito pelo governante que as autoridades chinesas vão remover um total de 17 regulamentos administrativos ligados ao sector empresarial, onde se incluem os vistos de trabalho, ligados aos naturais de Macau, Hong Kong e Taiwan. Tudo para garantir uma maior integração económica a nível regional.

Outro exemplo da eliminação de regulamentos é o fim da necessidade de aprovação de investimento estrangeiro na área dos transportes. A ideia defendida por Li Keqiang é que existe a necessidade de diminuir os processos de aprovação para diversos investimentos no país, para que haja um maior desenvolvimento do mercado interno entre os “compatriotas chineses”, escreveu a Macau News Agency. A vontade das autoridades chinesas passa também por criar novas licenças de negócio para cidadãos norte-americanos que tenham concorrido para investir na China, isto numa altura em que o país enfrenta uma guerra comercial com os Estados Unidos.

O jornal Liberty Times escreveu ainda que o processo de candidaturas para fusão ou aquisição de empresas será suspenso de forma temporária e que o Governo Central está a ponderar suspender também os pedidos já existentes.

20 Jul 2018

Cimeira | China celebra melhoria das relações entre Rússia e EUA

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China celebrou ontem a melhoria das relações entre Estados Unidos e Rússia, afirmando que a cimeira entre os líderes dos dois países, em Helsínquia, ajudará a unir a comunidade internacional. Rússia e EUA “têm uma grande responsabilidade na cena internacional, e na paz e segurança mundiais”, disse a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying.

Após uma cimeira de cerca de quatro horas, o Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que a relação do seu país com a Rússia “mudou” e que se deram os “primeiros passos” de um “largo processo”, que visa melhorar as relações bilaterais. “Esperamos que ajude ao diálogo e cooperação entre ambos os países” e à “união da comunidade internacional para enfrentar desafios comuns”, disse Hua, sobre a cimeira.

A porta-voz negou que a aproximação entre Trump e Vladimir Putin afecte as relações entre Moscovo e Pequim, mostrando “plena confiança” nos laços bilaterais.

O Presidente russo visitou em Junho a China, onde foi galardoado com a primeira medalha da amizade atribuída por Pequim, ilustrando a prestígio do chefe de Estado russo no país asiático. O próprio Presidente chinês, Xi Jinping admitiu já que ele e Putin têm “personalidades semelhantes”. Já o líder russo considerou Xi um “parceiro agradável” e “um amigo de confiança”.

A Rússia e a China alinharam posições nas Nações Unidas, ao oporem-se a uma intervenção na Síria e anularem tentativas de criticar as violações dos direitos humanos pelos dois países.

Moscovo apoia a oposição de Pequim à navegação da marinha norte-americana no Mar do Sul da China. Ambos os países, que são considerados por Washington as principais ameaças à segurança nacional dos EUA, realizaram já exercícios militares conjuntos, incluindo no Báltico.

A Rússia partilhou também com a China alguma da sua tecnologia militar mais avançada.

18 Jul 2018

Guerra Comercial | União Europeia pede cooperação dos EUA, Rússia e China

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, apelou ontem ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à Rússia e à China para que cooperem com a Europa a fim de evitar uma guerra comercial

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] isolacionismo norte-americano vendido por Donald Trump na campanha eleitoral está a ser cumprida, tanto do lado de Washington, como agora por parte de vários blocos de antigos aliados dos Estados Unidos. “Estamos todos conscientes do facto de que a arquitectura do mundo está a mudar diante dos nossos olhos e é nossa responsabilidade comum tornar esta mudança para melhor”, afirmou Donald Tusk, em Pequim, na abertura da 20.ª cimeira anual China-UE.

Estas declarações foram feitas poucas horas antes do encontro entre Trump e o Presidente russo, Vladimir Putin, que se realiza na residência oficial do chefe de Estado da Finlândia.

Na semana passada, Tusk recriminou as críticas de Trump aos aliados europeus, instando-o a lembrar-se de quem são os seus amigos quando reunir com Putin.

Em Pequim, Tusk afirmou que a Europa, China, EUA e Rússia têm a “obrigação comum” de não destruir a ordem global, mas antes melhorá-la, ao reformar as regras internacionais de comércio. “Por isso apelo aos meus anfitriões chineses, mas também aos presidentes Trump e Putin, que comecemos em conjunto este processo a partir de uma ampla reforma da OMC [Organização Mundial do Comércio]”, afirmou. “Ainda vamos a tempo de evitar o conflito e o caos”, acrescentou.

A cimeira anual China-UE ocorre numa altura em que entram em vigor nos EUA taxas alfandegárias sobre 34.000 milhões de dólares (29 mil milhões de euros) de importações chinesas, contra o que Washington considera serem “tácticas predatórias” por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu sector tecnológico. A China retaliou com um aumento dos impostos sobre o mesmo valor de importações oriundas dos EUA.

Trump impôs também taxas sobre o aço e alumínio importados da UE, que retaliou com taxas sobre um total de 3,25 mil milhões de dólares de importações oriundas dos EUA.

Fortaleza Europa

Durante a cimeira, Xi Jinping vai oferecer um jantar ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que vão reunir-se com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.

Ambos os lados esperam “trabalhar em conjunto” para “proteger o multilateralismo, promover o comércio e facilitação do investimento”, afirmou Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Pequim e Bruxelas deverão expressar o seu apoio a um sistema de comércio multilateral baseado em regras e confirmar o seu compromisso com a modernização da Organização Mundial do Comércio, segundo o portal oficial do Conselho Europeu, numa altura em que China e UE se deparam com políticas comerciais protecionistas nos EUA.

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, prometeu que a China vai continuar o processo de abertura da sua economia aos investimentos e exportações europeias. “A China aumentará de forma significativa o acesso ao seu mercado e reduzirá as taxas alfandegárias” sobre produtos necessários aos seus consumidores e empresas, disse Li, numa conferência de imprensa.

Pequim e Bruxelas avançaram para uma “nova fase” nas negociações de um tratado bilateral de investimentos, que se desenvolvem há já quatro anos, afirmou. Li Keqiang apoiou ainda os esforços para actualizar as regras da OMC, que Washington considera estarem desactualizadas e complexas.

Questionado se a China usou a cimeira de ontem para forjar uma aliança com a UE contra as políticas comerciais de Trump, o primeiro-ministro chinês afirmou que as disputas com Washington são uma questão bilateral. “A nossa cimeira não é dirigida a um terceiro país”, disse.

A China tem tentado recrutar o apoio da UE para fazer frente às políticas comerciais dos EUA, mas há muito que os governos europeus partilham das mesmas queixas de Trump em relação a Pequim, nomeadamente a falta de acesso a vários sectores da economia chinesa. “Nós partilhamos das mesmas preocupações que os EUA. Mas há formas melhores e menos arriscadas de lidar com os problemas”, afirmou na semana passada Mats Harborn, presidente da Câmara de Comércio da UE na China.

Em 2017, a UE registou um défice de 176.000 milhões de euros nas trocas comerciais com a China. “Pensamos que a China se pode abrir ainda mais”, disse Juncker, reafirmando o desejo da UE de que o país asiático melhore ainda mais as oportunidades para as firmas estrangeiras.

Um relatório recente da UE afirmou que Pequim impôs mais obstáculos às importações e investimentos, em 2017, do que qualquer outro Governo.

17 Jul 2018

ONGs exigem libertação do activista Qin Yongmin

Organizações não-governamentais exigiram ontem às autoridades chinesas a libertação “imediata e incondicional” do veterano dissidente chinês Qin Yongmin, condenado na quarta-feira a 13 anos de prisão por subversão

 

“O único ‘crime’ de Qin Yongmin foi criar um grupo de supervisão de direitos humanos para impulsionar reformas pacíficas na China”, afirmou, em comunicado, a directora da Human Rights Watch (HRW) na China, Sophie Richardson.

Na quarta-feira, um tribunal da cidade de Wuhan, no centro da China, considerou Yongmin culpado do crime de “subversão do poder do Estado”, frequentemente usado pelo Governo chinês para prender dissidentes. A HRW pediu às autoridades chinesas a libertação “imediata e incondicional” porque a acusação “é injusta” e a sentença “terrivelmente dura”, que mostra “o desapreço do Governo chinês pelos direitos humanos”, segundo o comunicado.

Qin foi um dos fundadores do Partido Democrático Chinês, banido pelo regime comunista logo após ter sido criado. Durante a sua extensiva luta pela defesa dos direitos humanos, 22 anos foram passados em prisões ou com privação parcial de liberdade.

A organização chinesa Defensores dos Direitos Humanos (CHRD) também criticou a condenação de Qin, que considerou “injusta e arbitrária”, e apelou aos especialistas das Nações Unidas que tomem medidas para exigir a libertação de Yongmin ao regime comunista. “O Governo chinês mais uma vez profanou os padrões internacionais dos direitos humanos, que a China tem a obrigação de defender como membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU”, frisou a organização, em comunicado.

 

Processo kafkiano

Durante o julgamento, as autoridades negaram os “direitos básicos” a Yongmin, incluindo o direito a um advogado sem “interferência política”, indicou.

“Ao punir Qin Yongmin com tanta força, o Governo de Xi Jinping [Presidente chinês] reforça os sinais de que está determinado a esmagar as ONG de defesa dos direitos humanos e da sociedade civil no país”, alertou a mesma organização.

Qin, de 64 anos, é considerado um dos dissidentes mais veteranos da China, desde 1979 participou de movimentos pró-democracia na sua cidade, Wuhan, e liderou uma publicação com ideias reformistas chamada “Campana”.

Na quarta-feira, a Amnistia Internacional (AI) considerou a sentença “chocante e dura” contra um activista veterano que “simplesmente exerceu a liberdade de expressão”, logo depois de a libertação de Liu Xia “ter dado alguma esperança”. Um dia antes, a poeta e viúva do dissidente chinês e Nobel da Paz Liu Xiaobo, que morreu em Julho de 2017, foi autorizada a deixar a China depois de oito anos em detenção domiciliária em Pequim.

13 Jul 2018

Comércio | Batalha tecnológica com os EUA prossegue a todo o vapor

As autoridades norte-americanas afirmaram ontem que vão permitir à gigante de telecomunicações chinesa ZTE que retome alguns dos seus negócios nos Estados Unidos. Por seu lado, um tribunal chinês proibiu a empresa norte-americana Micron Technology de vender 26 tipos de chips no país

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] anúncio do Departamento de Comércio norte-americano faz parte de um acordo no qual a ZTE teve de pagar uma multa de mil milhões de dólares (860 milhões de euros) e substituir os seus executivos, depois de ter proibido as exportações de componentes destinados ao grupo.

Com sede em Shenzhen, no sul da China, a ZTE é responsável pelo desenvolvimento da infra-estrutura 5G no país asiático e umas das maiores fabricantes de ‘smartphones’ do mundo, mas depende de tecnologia norte-americana, como microchips e o sistema operacional Android.

A empresa chinesa pode a partir de agora fazer negócios com empresas norte-americanas, conseguindo assim assegurar o fabrico de telemóveis e dispositivos de segurança.

Em Abril passado, A ZTE suspendeu a maior parte das suas operações, face à decisão de Washington de proibir as exportações de componentes para a empresa, devido a declarações fraudulentas num inquérito sobre a investigação ao embargo imposto ao Irão e à Coreia do Norte.

A empresa paga a fornecedores norte-americanos cerca de 1,8 mil milhões de dólares anualmente.

A suspensão, em Abril, surgiu numa altura de crescentes disputas comerciais entre Pequim e Washington, suscitadas pela ambição chinesa no sector tecnológico. Washington acusou Pequim de obrigar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia em troca de acesso ao mercado chinês e ameaçou subir os impostos sobre 90 por cento das exportações chinesas para o país.

Macro-problema

Um tribunal chinês proibiu a empresa norte-americana Micron Technology de vender 26 tipos de chips no país, devido à infracção de patentes denunciada pela sua competidora taiwanesa United Microelectronis Corp (UMC), anunciou ontem a última.

A UMC, o segundo maior fabricante mundial de semicondutores, apresentou em Janeiro queixa conta as filiais da Micron na China por violação dos direitos de patentes dos seus chips DRAM (Memória Dinâmica de Acesso Aleatório) e de memória flash NAND.

Segundo um comunicado emitido ontem pela empresa, o Tribunal Popular Intermédio de Fuzhou, na província de Fujian, proibiu a Micron de vender aqueles dois produtos na China.

A firma norte-americana, cuja parte importante das receitas é oriunda da China, afirmou em comunicado que não recebeu “a ordem judicial preliminar mencionada nas declarações emitidas pela UMC” e que não faz comentários até receber o documento. Em Dezembro passado, a Micron processou a UMC nos EUA por violação dos direitos de propriedade intelectual dos seus chips DRAM.

O caso ocorre numa altura de crescentes disputas comerciais entre Pequim e Washington, suscitadas pela ambição chinesa no sector tecnológico.

5 Jul 2018

Um quinto dos jovens chineses é viciado em videojogos online

Cerca de 18 por cento dos jovens chineses dedicam-se a jogos online pelo menos quatro a cinco horas por dia, uma média que é considerada patológica. A conclusão é revelada por um estudo da Academia Chinesa de Ciências Sociais

 

[dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap] e acordo com um artigo publicado no jornal China Youth Daily nesta segunda-feira, um estudo sobre o comportamento online dos jovens chineses mostrou que 41,3 por cento consideram que o tempo que gastam em jogos online não é saudável mas é algo que não conseguem controlar. “O vício na internet é relevante para as nossas vidas. Quase um em cada cinco jovens já foi ou é susceptível a se tornar viciado em videojogos”, disse Zhou Huazhen, investigadora da Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS, na sigla em inglês) e encarregada pela pesquisa. Zhou acredita que o estudo trouxe à tona resultados muito mais amplos e directos no estudo do vício na internet da China em comparação com casos individuais relatados pelos meios de comunicação social.

O estudo revela que cerca de 23,6 por cento dos jovens chineses jogam videojogos online pelo menos quatro dias por semana e 17,7 por cento o fazem todos os dias.

Outra das tendências demonstradas no estudo é que a percentagem dos estudantes que jogam online pelo menos quatro dias por semana cresce com a idade. 16,9 por cento para alunos do ensino básico, 21,3 por cento para estudantes da primeira fase do ensino secundário e 31,8 por cento para os da segunda.

 

Por sua conta

A facilidade de acesso a produtos digitais e a falta de supervisão dos pais são dois factores principais que impulsionam o aumento, de acordo com a investigadora que dirigiu o estudo. As crianças mais velhas precisam usar a internet com mais frequência do que as mais jovens, tanto para estudo como para a vida diária, bem como para satisfazer suas necessidades sociais, e os professores e os pais geralmente reduzem a supervisão do tempo que os filhos passam online à medida que as crianças crescem, acrescentou Zhou.

Zhang Shuhui, vice-presidente da CASS, fez uma pesquisa semelhante em 2010 na qual Zhou também colaborou, que mostrou que apenas 6,7 por cento dos alunos passavam mais de seis horas online de segunda a sexta-feira.

Zhang disse que, mesmo com pequenas diferenças nos parâmetros entre as pesquisas, os resultados de ambas as investigações mostram um vício crescente na internet dos jovens chineses.

No início de 2018, o vício em videojogos foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde como uma desordem da saúde mental.

3 Jul 2018

China | Gang condenado por simular acidente laboral e pedir compensação

Um tribunal chinês condenou à prisão sete membros de um grupo criminoso por vários crimes, incluindo o homicídio de dois trabalhadores simulado como acidente de trabalho, visando extorquirem uma compensação monetária ao dono da empresa

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s crimes ocorreram em Abril passado, num local de construção na província de Fujian, sudeste da China, quando o encarregado de obra, Li Shi, mandou os trabalhadores abandonarem o local, para que os seus cúmplices executassem os homicídios, descreve o jornal oficial Global Times. No mesmo dia, um dos membros do grupo, Li Lei, trouxe dois novos trabalhadores e agrediu-os com uma barra de ferro. Os homens tiveram morte imediata.

Outros dois criminosos, Zhang Bin e Zhu Yang , fizeram-se então passar por familiares das vítimas e exigiram 1,6 milhão de yuan (206 mil euros) como compensação ao empregador. Os dois homens foram condenados a quatro anos de prisão por fraude. O Global Times não detalha as penas de prisão de Li Shi e Li Lei, mas o homicídio é punido na China com pena de morte.

 

Tendência homicida

Nos últimos anos, vários assassínios do género ocorreram no país asiático, sobretudo em minas, onde os donos tentam ocultar os acidentes, de forma a evitar investigações pelas autoridades de segurança.

Em Dezembro de 2015, quatro pessoas foram condenadas à pena capital após terem sido declaradas culpadas pela morte de vários mineiros e de extorquirem dinheiro aos empregadores, ao fazerem-se passar por familiares das vítimas.

Em 2016, um tribunal de Pequim condenou dois homens à morte pelo homicídio de um colega de trabalho, atirado do 13.º andar de um prédio em construção na capital chinesa, após ter sido agredido com um tubo de metal, num esquema semelhante.

O enredo do filme “Blind Shaft”, do realizador chinês Yang Li, que em 2003 ganhou o Urso de Prata no Festival de Cinema de Berlim, é inspirado nestes casos.

3 Jul 2018

Espectáculo de danças de Gansu e países de língua portuguesa esta sexta-feira

Esta sexta-feira decorre o “Serão de Espectáculos entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, que reúne no Centro Cultural de Macau, pelas 20h, o Grupo de Artes Performativas de Gansu, da China, e mais oito grupos artísticos

 

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] plataforma cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa ganha uma nova expressão esta sexta-feira com o espectáculo “Serão de Espectáculos entre a China e os Países de Língua Portuguesa reúne em Macau o Grupo de Artes Performativas de Gansu e profissionais das artes performativas e grupos artísticos de oito Países de Língua Portuguesa. Trata-se de um evento organizado pelo Instituto Cultural (IC) e que se insere na primeira edição do “Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa”.

Às 20h, no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM), terá lugar o espectáculo que revela o trabalho do Centro de Pesquisa da Arte do Canto e Dança de Tianshui, da Província de Gansu, na China, que foi fundado em 1949 e que tem estado focado na pesquisa da cultura do canto, dança e música da província de Gansu.

De acordo com um comunicado do IC, “ao longo de quase 70 anos de existência o centro encenou uma série de óperas, peças teatrais e espectáculos de música e dança”, sendo que os seus espectáculos “receberam elogios de todas as esferas da sociedade dentro e fora da província”, além de que “as peças artísticas criadas pelo Centro são constituídas essencialmente por elementos da Cultura Fuxi da China antiga”.

Do lado dos países de língua portuguesa o público poderá assistir à presença do grupo de música tradicional angolana Nguami Makaa, que foi fundado em Abril de 2002 por um grupo de jovens liderados por Jorge Mulumba, que decidiu enveredar pelo mundo da música de raiz. O objectivo do grupo é resgatar os valores culturais e artísticos de Angola e têm o lema “Tocando os instrumentos tradicionais da Terra, dançamos os nossos ritmos”.

 

Do Brasil a Cabo Verde

“Raspa de Tacho” é o nome do grupo oriundo do Brasil que também actua neste espectáculo conjunto. Fundado em Setembro de 2001, tem como objectivo “levar este género musical brasileiro aos mais diferentes povos, culturas e gerações”.

Do repertório do grupo faz parte todo o universo do choro, nomeadamente o samba, a bossa nova, o baião, a marcha, a valsa, o frevo e também incursões pelo fado, jazz e pelos clássicos do género, além dos originais do grupo.

De Cabo Verde chega o grupo Tradison di Terra, criado no ano 2000, e que é considerado uma das referências do batuque tradicional da cidade da Praia e de Cabo Verde, tendo sido vencedor dos Cabo Verde Music Awards, na categoria de melhor batuque. O grupo é constituído na sua maioria por mulheres que utilizam o batuque tradicional como forma de preservar a cultura local, como factor de união da comunidade e no combate à pobreza que as rodeia.

O grupo Netos de Bandim, da Guiné-Bissau, foi criado no ano 2000 pela Associação dos Amigos da Criança da Guiné-Bissau. Tem como finalidade criar um ambiente de integração sócio-cultural para as crianças, jovens e mulheres do Bairro de Bandim que vivem no limiar de pobreza, oferecendo-lhes um espaço de convívio e partilha de boas práticas de cidadania através da música, do teatro e da dança tradicional. Com o passar dos anos o grupo cresceu e ganhou grande notoriedade na divulgação da música e da dança tradicional da Guiné-Bissau a nível nacional e internacional.

Outro dos países que também está representado neste evento é Moçambique, através do Grupo de Música e Dança Tradicional Hodi, integrado na Associação Cultural Hodi Maputo Afro Swing, uma agremiação de carácter cultural fundada em 2014.

A missão da Hodi é trabalhar na pesquisa, preservação e divulgação das danças tradicionais moçambicanas, dança contemporânea, música e instrumentos tradicionais, bem como as danças afro-americanas. O grupo toca instrumentos tipicamente tradicionais tais como a timbila, mbira, toges, likutes, nhatiti e outros. Hodi tornou-se uma das mais empenhadas companhias de dança em Moçambique que representam danças de todo o país.

 

Miranda do Douro em Macau

Portugal faz-se representar com o grupo Galandum Galundaina, ligado à música tradicional do norte do país, da zona de Miranda do Douro. Criado em 1996, esta formação tem como objectivo recolher, investigar e divulgar o património musical, as danças e a língua das terras de Miranda, o mirandês.

De São Tomé e Príncipe chega o cantor Felício Mendes. Apesar dos seus 69 anos, é ainda considerado um dos mais consagrados cantores de música tradicional de São Tomé e Príncipe. Ao longo da sua carreira musical, que teve inicio em 1970 quando integrou o conjunto militar “Os Quicos Verdes”, participou em espectáculos sem conta onde através da sua potente voz levou os ritmos tradicionais de São Tomé e Príncipe a muitos países africanos e europeus, entre eles Angola, Cuba, França, e Portugal, entre outros.

Por último, Timor-Leste apresenta-se em palco com o grupo Timor Furak, fundado por jovens artistas timorenses em 2006. O principal objectivo do grupo é promover a singularidade da cultura de Timor-Leste através da sua dança e música tradicional. Os bilhetes para este espectáculo já se encontram à venda e custam 50 patacas.

3 Jul 2018

Economia | China reduz sectores fechados ao investimento estrangeiro

A China reduziu as barreiras ao investimento estrangeiro nos sectores de construção automóvel, seguros e outros, parte de um compromisso de maior abertura económica, face às crescentes disputas comerciais com Washington

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] documento emitido pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o órgão máximo chinês de planificação económica, anuncia ainda a redução ou eliminação dos limites de propriedade estrangeira em empresas na área de construção aeronáutica e naval ou de redes eléctricas.

No total, Pequim reduz de 63 para 48 os sectores fechados ao investimento externo.

Bruxelas e Washington acusam a China de bloquear a aquisição de activos no país, enquanto as empresas chinesas, nomeadamente estatais, têm adquirido negócios além-fronteiras em diversos sectores.

O anúncio segue-se à ameaça feita pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor limites ao investimento chinês no país, mas que, entretanto, não cumpriu.

Muitas das alterações “foram abordadas antes pela liderança chinesa”, afirmou Jake Parker, vice-presidente do Conselho Empresarial EUA – China. “Mas continuam a representar, em teoria, uma abertura significativa, que temos vindo a pedir há muito tempo”, acrescentou, citado pela agência Associated Press.

Não houve alterações que abordem directamente as acusações de Washington de que Pequim pressiona empresas estrangeiras a transferirem tecnologia em troca de acesso ao mercado.

Sectores intocáveis

Trump ameaçou impor taxas alfandegárias de 25 por cento sobre um total de 450 mil milhões de dólares de exportações chinesas para o país. Pequim prometeu retaliar, suscitando receios de uma guerra comercial entre as duas maiores economias mundiais.

Pequim mantém fechado ao investimento externo os sectores editorial, serviços noticiosos ‘online’, cinema ou televisão e restrições na exploração de gás e petróleo e nas telecomunicações. O plano prevê um aumento gradual da participação estrangeira permitida, primeiro para 51 por cento e depois 100 por cento.

2 Jul 2018

Economia | Filipinas pedem ajuda financeira a Pequim para reduzir pobreza

[dropcap style=’circle’] A [/dropcp] s Filipinas solicitaram ajuda financeira à China para baixar para os 14 por cento o índice de pobreza naquele país até 2022, quando termina o mandato do Presidente Rodrigo Duterte, informou a Comissão Nacional Contra a Pobreza. A ajuda deve materializar-se este ano com um memorando de entendimento a firmar durante a provável visita do Presidente chinês, Xi Jinping às Filipinas em Novembro, após uma cimeira de Cooperação Económica Ásia-Pacífico agendada para a Papua Nova Guiné. Os últimos dados oficiais disponíveis dão conta que o índice de pobreza passou de 25,2 por cento em 2012 para 21,6 por cento em 2015, o que significa que cerca de 22 milhões de pessoas vivem abaixo do limiar da pobreza nas Filipinas. Desde que chegou ao poder, o Presidente filipino apostou na aproximação à China, conseguindo milhões de dólares em empréstimos bonificados e investimentos milionários que beneficiaram todo o programa de infra-estruturas de Rodrigo Duterte intitulado de “Construir, Construir, Construir”.

29 Jun 2018

Uma Só China | Taiwan quer negociar “em igualdade e sem condições prévias”

[dropcap style=’circle’] T [/dropcap] aiwan quer negociar com a China “em igualdade e sem condições prévias”, afirmou ontem o Conselho para os Assuntos da China Continental taiwanês, rejeitando a exigência de Pequim para que adira ao princípio de “uma só China”.

As declarações surgem depois de a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, ter proposto uma cimeira com o Presidente chinês, Xi Jinping, levando um porta-voz de Pequim a afirmar que a “bola está do lado de Taiwan”.
Taipé “sabe qual é a senha para retomar a comunicação”, afirmou Ma Xiaoguang, porta-voz do Gabinete dos Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês, numa referência ao “Consenso de 1992”. Trata-se de um entendimento tácito alcançado em 1992 entre a China e Taiwan, na altura com um Governo liderado pelo Kuomintang (partido nacionalista), de que só existe uma China, deixando aos dois lados uma interpretação livre sobre o que isso significa. O porta-voz lembrou que aquele acordo define a natureza fundamental das relações através do Estreito de Taiwan, afirmando que a aceitação prévia deste é necessária a qualquer tipo de diálogo.
Em resposta, o Gabinete taiwanês afirmou em comunicado que o “princípio de uma só China” é inaceitável, visto que nega a posição fundamental da ilha “como um país soberano e independente”, sob o nome oficial de República da China.
O conselho taiwanês criticou ainda a “intimidação militar” chinesa, a “supressão do espaço internacional” de Taiwan, o ataque à sua democracia, e a ocultação da “hegemonia e controlo” interno e externo, exercidos pela China, sob o pretexto da segurança nacional.
Taiwan rejeitou ainda a oferta chinesa de reunificação sobre os princípios de “um país, dois sistemas”, já que a “sociedade taiwanesa nunca o aceitaria” e “a democracia e o autoritarismo não são compatíveis”.
A postura taiwanesa é de “defesa da soberania e do direito do povo de Taiwan de eleger” os seus líderes, lê-se no comunicado, que insta a China a abandonar a sua “atitude inflexível, reconhecer a realidade e não adoptar uma atitude irracional”.
A China cortou todas as comunicações oficiais com Taiwan após a vitória de Tsai Ing-wen, que venceu as eleições pelo Partido Democrático Progressista (PDP), que tradicionalmente defende a independência da ilha e o afastamento da China comunista.

Que expansionismo?
Por outro lado, as declarações de Xi Jinping durante um encontro com uma delegação do Pentágono também se fez ouvir em Taipé. O Presidente chinês reiterou perante o secretário da Defesa norte-americano, Jim Mattis, que a China não vai seguir “a via do expansionismo” mas não abandonará o seu território histórico. “Não seguiremos a via do expansionismo nem do colonialismo”, mas não “podemos abandonar nem um centímetro do território que nos deixaram os nossos antepassados”, declarou Xi após um encontro na capital chinesa com o chefe do Pentágono, segundo a agência estatal Nova China (Xinhua).
Pequim reclama soberania sobre a quase totalidade do mar do Sul da China, tendo colocado instalações militares em algumas ilhas, o que choca com as pretensões rivais de outros países marítimos da região e alimenta a tensão com Washington, que considera as águas internacionais.
Xi reuniu-se com Mattis no Grande Palácio do Povo, num cenário de agravamento das tensões militares e comerciais entre as duas potências. O Presidente chinês realçou que as questões que unem os dois países “superam em muito” as suas diferenças, classificando a relação entre os Estados Unidos e China como uma das mais importantes do mundo, apelando as que se mantenha “o impulso positivo” na cooperação militar.
O responsável norte-americano, por seu lado, salientou a importância que os Estados Unidos atribuem à relação bilateral, segundo o Ministério da Defesa chinês, já que a embaixada norte-americana não forneceu informações sobre a reunião.
Mattis, que realiza um périplo asiático que inclui escalas na Coreia do Sul e Japão, também se encontrou com o ministro da Defesa chinês, Wei Fenghe, na que é a primeira visita oficial a Pequim de um chefe do Pentágono desde 2014.

29 Jun 2018

Política | Povoação onde Xi “se fortaleceu” torna-se local de doutrinação

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] aldeia onde Xi Jinping passou a adolescência tornou-se num local de peregrinação para funcionários públicos e membros do partido. Liangjiahe, no noroeste da China, entrou no mapa como um sítio de devoção e enaltecimento das capacidades do mais poderoso líder político chinês das últimas décadas.
À entrada da aldeia Liangjiahe, no árido noroeste chinês, três dezenas de polícias fardados ouvem uma guia contar as façanhas do Presidente Xi Jinping durante um dos períodos mais brutais na história recente da China Os polícias seguem depois um trajecto de centenas de metros, onde examinam um poço e um sistema que converte estrume em gás metano, construídos por Xi durante os sete anos que o forjaram no líder chinês mais forte das últimas décadas. “Viemos estudar o pensamento de Xi Jinping na Nova Era”, explica um funcionário público de um condado da província de Shandong, a quase mil quilómetros dali.
Um segundo grupo, composto por 40 funcionários do município de Pequim, viajou 11 horas de comboio. Outros viajaram oito horas de camioneta, desde Hubei, centro do país.
Desde que ascendeu ao poder, em 2013, Xi Jinping tornou-se o núcleo da política chinesa, desmantelando o sistema de “liderança colectiva” cimentado pelos líderes chineses desde finais dos anos 1970.
Sob a sua liderança, que após uma emenda constitucional recente passou a ser vitalícia, as autoridades têm reforçado o controlo ideológico sobre a sociedade, ensino ou religião.
Situado a 80 quilómetros da cidade de Yan’an, o bastião do Partido Comunista (PCC) durante a guerra civil chinesa, Liangjiahe tornou-se um destino obrigatório para funcionários públicos chineses e os quase 90 milhões de membros do PCC.
Nas paredes da gruta onde Xi passou a sua adolescência estão afixadas fotografias suas e edições dos anos 1960 do jornal oficial do partido. Garrafas térmicas, lâmpadas de querosene e uma cama espartana dão ao local um ar autêntico.

O leitor
Entre quase 30 livros que Xi terá deixado na aldeia, além de obras sobre Marxismo e a revolução soviética, constam os romances “Velho e o Mar”, de Ernest Hemingway, ou “Noventa e três”, de Victor Hugo. “Os camponeses lembram Xi como um leitor voraz, que gostava de lhes contar sobre as histórias que lia”, conta uma local.
Xi chegou a Liangjiahe em 1969, seguindo um fluxo de jovens urbanos para as aldeias do interior, para “aprenderem com os camponeses”, parte de uma radical campanha de massas lançada pelo fundador da República Popular, Mao Zedong. Tinha 15 anos.
A China estava então mergulhada no caos e violência, com dezenas de milhões de pessoas a serem perseguidas, presas e torturadas sob a acusação de serem reaccionárias ou “inimigos de classe”. Mais de um milhão morreu.
Filho de um general, Xi estudava até então num liceu de Pequim, que passou a ser considerado um “berço para mimar os filhos dos altos quadros do partido e gerador de uma classe sucessora da burguesia”. O seu pai, classificado de “revisionista infiltrado”, foi enviado para trabalhar numa fábrica de tractores, antes de ser preso. A sua irmã mais velha, Xi Heping, suicidou-se.
Nas ruas da capital chinesa, Xi passou a ser vítima dos abusos dos guardas vermelhos, os jovens radicais que constituíam “a vanguarda da Revolução Cultural”, antes de ser enviado para Liangjiahe.
“Toda a gente no comboio estava a chorar, mas eu sorria”, recordou o líder chinês numa entrevista, em 2004, sobre a sua partida. “Se eu não deixasse Pequim, não sei se sobreviveria”.
Ao longo da sua vida, Xi continuou a visitar a aldeia, ilustrando a importância do local na sua formação.
“Como se costuma dizer: a faca afia-se contra a pedra; as pessoas fortalecem-se nas adversidades”, comentou, anos mais tarde. “Aquele período na aldeia deu-me forças para reagir perante os obstáculos”.
Todos os funcionários que diariamente acorrem a Liangjiahe – no ano passado a aldeia recebeu mais de um milhão de visitantes – envergam um crachá com a inscrição “em formação”. Mas Zhan, um taxista local de 27 anos, desmistifica: “Na verdade, eles só vêm para aqui divertir-se”.
Às 11 da noite, o mercado noturno de Yan’an enche-se de jovens membros do PCC, oriundos de vários pontos da China. Nas mesas das esplanadas, que acomodam baldes de cinco litros de cerveja e espetadas de carne, eles brindam e festejam.

19 Jun 2018

China | Banco Central mantém taxa de juros

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] banco central da China deixou ontem inalteradas as taxa de juros para empréstimos interbancários, uma decisão inesperada que coincide com o aperto da política monetária nos Estados Unidos e foi tomada juntamente com a divulgação de dados que mostram que a segunda maior economia do mundo perdeu mais força do que o esperado.
A decisão do Banco Popular da China destacou a incerteza sobre as perspectivas económicas no momento em que as autoridades tentam enfrentar o desafio de uma disputa comercial com os Estados Unidos e a batalha do governo contra a dívida.
A taxa para operações de recompra reversa de sete dias foi mantida em 2,55 por cento, a de 14 dias permaneceu em 2,70 por cento e a de 28 dias ficou em 2,85 por cento, disse o banco central em comunicado em seu site. As recompras reversas são uma das ferramentas mais usadas do banco central para controlar a liquidez no sistema financeiro.
Analistas esperavam que o banco central chinês acompanhasse o Federal Reserve e elevasse o juros, como tem a tendência de fazer, para manter estável o spread entre os rendimentos dos títulos chineses e norte-americanos, reduzindo os riscos de potencial saída de capital que poderia pressionar o yuan.
“Mas parece agora que o banco central chinês não precisa mais estabilizar a moeda”, disse Ken Cheung, estrategista sénior do Mizuho Bank. “Os dados económicos de Maio mostraram fraqueza na economia. Acredito que eles escolheram não elevar os juros agora para manter o ímpeto de crescimento económico.”
A China divulgou dados de actividade mais fracos do que o esperado para Maio, ampliando a visão de que a economia está finalmente a começar a desacelerar sob o peso do prolongado combate aos empréstimos mais arriscados que eleva os custos do empréstimo a empresas e consumidores. Na quarta-feira o Fed elevou a taxa de juros nos EUA em 0,25 ponto percentual pela segunda vez no ano, e deve fazer mais dois aumentos em 2018.

15 Jun 2018