Ucrânia | Delegação paralímpica chegou a Pequim para participar nos Jogos de Inverno

Os atletas da Ucrânia que vão participar nos Jogos Paralímpicos de Inverno Pequim2022 chegaram ontem à China em total segurança, apesar da situação que se vive no seu país, anunciou o Comité Paralímpico Internacional (IPC).

“Estou satisfeito por poder anunciar que, há poucas horas, chegou a Pequim, sem qualquer incidente, a delegação ucraniana, composta por 20 atletas e nove técnicos”, anunciou Andrew Parsons, presidente do IPC.

A chegada da delegação ucraniana foi anunciada poucas horas depois do IPC ter informado que os atletas da Rússia e da Bielorrússia vão participar nos Jogos Paralímpicos de Inverno Pequim2022 sob bandeira neutra, e não serão incluídos no quadro de medalhas.

Na quinta-feira, o IPC juntou-se ao homólogo olímpico para criticar a quebra da trégua olímpica por parte da Rússia, que lançou uma ofensiva militar sobre território ucraniano.

A trégua começou em 04 de fevereiro, pouco antes do início dos Jogos Olímpicos de Inverno, e estende-se até 20 de março, e a sua quebra representa, declarou o presidente do IPC, Andrew Parsons, “uma situação verdadeiramente horrível”.

Pequim, que acolheu entre 04 e 20 de fevereiro os Jogos Olímpicos de Inverno, será palco da competição paralímpica entre sexta-feira e 13 de março.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

3 Mar 2022

Patinagem | Dupla chinesa campeã olímpica. Valieva falha pódio no individual

Sui Wenjing e Han Cong conquistaram o ouro na vertente de pares da patinagem artística, alcançando uma medalha que fugia à China desde 2010. No individual, a russa Anna Shcherbakova arrebatou o ouro, numa prova onde Valieva não chegou ao pódio

Com Lusa 

 

A dupla Sui Wenjing e Han Cong conquistou no sábado a medalha de ouro na vertente de pares da patinagem artística, fechando assim o programa da modalidade com uma vitória em casa, naquele que foi o penúltimo dia de competição dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022.

A consagração da dupla da casa chegou após Sui e Han alcançarem uma pontução total de 239.88, que resultou das notas máximas alcançadas tanto no deccorer do programa curto, como do programa livre. Depois de terem conquistado a prata em PyeongChang 2018 e no Mundial de 2021 e sucessivos pódios internacionais desde 2015, Sui Wenjing e Han Cong arrebataram finalmente o lugar mais alto do pódio.

A medalha de prata foi para a dupla do Comité Olímpico Russo, Evgenia Tarasova e Vladimir Morozov, que obtiveram uma pontuação de 239.25, tendo o bronze sido atribuído aos compatriotas Anastasia Mishina e Aleksandr Galliamov (237.71), invictos desde o mundial de 2021.

Com esta vitória, Sui Wenjing e Han Cong tornaram-se na segunda dupla chinesa na história dos Jogos Olímpicos de Inverno, a conquistar uma medalha de ouro na patinagem artística. Isto, após Shen Xue e Zhao Hongbo, terem sido campeões olímpicos em Vancouver 2010. Em declarações ao Olympic Chanel após a vitória, Sui Wenjing recordou o trabalho feito e as dificuldades.

“Passámos por muita coisa e, ao início, nem éramos tidos como favoritos. As pessoas diziam que éramos ‘zebras’, porque os nossos corpos não eram ‘feitos’ para a patinagem artística. Tradicionalmente, espera-se que os homens sejam altos e as mulheres pequenas”, disse Sui.

“Se não há um caminho, nós construímos o nosso próprio caminho e assim fazemos a nossa própria história”, completou a patinadora.

Vladimir Morozov, vice-campeão olímpico mostrou-se contente com a prata. “Não sentimos muito stress e acho que conseguimos patinar como um só. Trabalhámos muitos anos para conquistar esta medalha e, por isso, ela tem um significado muito grande”, afirmou.

Já Anastasia Mishina, medalha de bronze, afirmou estar já de olhos postos na próxima competição, com o objectivo de voltar a superar a dupla chinesa.

“Queremos a desforra, mas isso depende, claro, se nossos rivais vão continuar a competir”, apontou. Por sua vez, Aleksandr Galliamov, o seu par, exaltou os novos campeões olímpicos.

“Os que terminaram no primeiro e no segundo lugar, fizeram apresentações verdadeiramente fantásticas. São rivais de muito valor e nós estamos gratos por competir com estes atletas lendários”, disse.

Gelo fino

Na vertente individual, a russa Anna Shcherbakova sagrou-se campeã olímpica de patinagem artística, numa prova em que a sua compatriota Kamila Valieva, a favorita e figura central de uma polémica por doping, foi quarta.

Valieva, autorizada pelo Comité Olímpico Internacional (COI) a disputar o concurso individual depois de um problema com doping que suspendeu a entrega do ouro do concurso colectivo, não conseguiu segurar o primeiro lugar conseguido após o programa curto, e terminou o programa livre com uma pontuação total de 224,09, fora do pódio.

Aos 17 anos, Anna Shcherbakova juntou o título olímpico ao mundial, somando 255,95 pontos, à frente da compariota Alexandra Trusova (251,73) e da japonesa Kaori Sakamoto (233,13), medalhas de prata e bronze, respectivamente.

“Dei 100 por cento e deixei toda a minha energia no gelo. Ainda não caiu a ficha acerca do resultado. Preciso de tempo, porque estou feliz com a minha apresentação, mas ainda não assimilei que a competição acabou. Sinto-me como se ainda precisasse competir”, contou Anna Shcherbakova ao Olympic Chanel.

Kamila Valieva, que no programa de quinta-feira protagonizou vários desaires inesperados, tem estado no centro de uma polémica devido a um resultado positivo por doping que levou à sua suspensão, entretanto anulada, dos Jogos Pequim 2022.

A jovem russa, actual campeã europeia, testou positivo a trimetazidina no dia 25 de Dezembro, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno, mas a decisão foi mais tarde levantada.

No dia 11 de Fevereiro, a Agência Russa Antidopagem (RUSADA) decidiu abrir um inquérito interno a todos os treinadores e médicos em torno de Valieva, que é “menor de idade” e, portanto, passível de ter visto os seus interesses mal defendidos por pessoas com essas funções.

Depois de o COI ter suspendido a entrega de medalhas da prova coletiva, que a Rússia venceu e na qual Valieva participou, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) autorizou a jovem atleta a manter-se nos Jogos de Pequim 2022 e a poder participar na prova individual.

Comitiva portuguesa acredita num futuro promissor após resultados inéditos

O chefe da Missão de Portugal aos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, Pedro Farromba, afirmou na quinta-feira, à chegada a Lisboa, que foram cumpridos todos os objectivos e que se abriram muitas portas para o crescimento dos desportos de Inverno.

“Foi uma missão muito completa em termos de resultados, tivemos três atletas, participámos em cinco competições e em três delas melhorámos os resultados anteriores, que era o objectivo que tínhamos definido antes de partirmos”, começou por dizer Pedro Farromba.

Farromba falou das condições difíceis de Yangqiing, na China, com as temperaturas a chegarem aos 22 graus negativos e ainda dos constrangimentos relativos à covid-19, mas garantiu que “a equipa estava motivada” e que todos os atletas, apesar de estreantes em Jogos Olímpicos mostraram “uma vontade muito grande de representar” o país.

“Acho que, para além dos resultados que obtivemos, que foram realmente excepcionais tendo em conta aquilo que é a nossa escala e dimensão, temos aqui um futuro promissor e abrem-se aqui muitas portas para continuarmos a trabalhar nos desportos de Inverno”, assumiu.

Farromba destacou ainda o trabalho do Comité Olímpico de Portugal e da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, que abriu recentemente o Pavilhão de Gelo da Serra da Estrela.

“Independentemente das idades, todos têm ainda uma margem de progressão significativa. Acho que o gelo vai ter uma palavra importante no futuro, até pelo facto de a Federação ter aberto o Pavilhão de Gelo da Serra da Estrela, acho que vamos ter novidades interessantes nos próximos Jogos Olímpicos”, adiantou Farromba.

Trabalho e dedicação

Ricardo Brancal fez a sua estreia olímpica aos 25 anos e saiu de Pequim com o 37.º lugar na prova de slalom gigante e ainda com 39.º lugar na prova de slalom.

“Foi uma experiência única, foi a melhor experiência da minha vida e trabalhei para isso. A nível competitivo, o objectivo era melhorar as marcas anteriores, eu tinha dito que um top-50 seria muito bom e isso foi ultrapassado. Revela que houve trabalho e dedicação e que no momento certo as coisas correram bem. Podiam ter corrido muito mal, mas o apoio dos portugueses ajudou muito, ajudou-me a estar concentrado e focado no dia da prova e o resulto foi muito positivo para Portugal”, revelou o esquiador, que conseguiu melhorar o 66.º posto de Arthur Hanse em PeyongChang 2018 na disciplina.

Além de Brancal, Portugal contou com a participação de mais dois atletas. A esquiadora portuguesa Vanina Oliveira, de 19 anos, saiu de Pequim com um 46.º lugar na prova de slalom gigante e não terminou a prova de slalom, devido a um erro logo à saída da segunda manga.

Já José Cabeça, de 25 anos, terminou a prova de 15 km estilo clássico no esqui de fundo na 88.ª posição e tornou-se o melhor representante luso na disciplina nos Jogos Olímpicos.

Doping | Atleta ucraniana Lidiia Hunko testa positivo

A Agência Internacional de Testes (ITA) diz que a atleta ucraniana Lidiia Hunko testou positivo a um esteroide anabolizante nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022. A ITA disse o resultado foi apurado após a competição de bobsleigh, realizada na passada segunda-feira, na qual Lidiia Hunko terminou em 20.º lugar. Hunko é a terceira atleta a testar positivo para doping nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 e a segunda da Ucrânia, depois da esquiadora de fundo Valnetyna Kaminska.

Nos três casos foi detectada a presença de um esteroide. A jovem de 28 anos ficou em segundo lugar no concurso Mundial da Mulher Mais Forte de 2016, de acordo com a biografia oficial de atleta das olimpíadas de Inverno que decorrem na capital chinesa.

China | Eileen Gu faz história no esqui de estilo livre

A jovem chinesa Eileen Gu, de 18 anos, tornou-se na primeira atleta do esqui de estilo livre a conquistar três medalhas na mesma edição dos Jogos de Inverno, ao sagrar-se campeã olímpica de ‘halfpipe’.

Com origens chinesas e norte-americanas, Eileen Gu juntou o ouro conquistado na sexta-feira ao conseguido na prova de ‘big air’ e à prata no ‘slopestyle’, repetindo as medalhas conseguidas em 2020 nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude.

“Fiquei emocionada, e disse para mim própria que merecia isto. Foi um belo final para esta aventura olímpica. Estou exausta, mas feliz. Acabei de ter as melhores duas semanas da minha vida”, afirmou Eileen Gu, no final da prova, na qual a canadiana Cassei Sharpe, que defendia o título, foi segunda e a sua compatriota Rachael Karker, terceira.

Nascida na Califórnia, filha de pai norte-americano e mãe chinesa, Eileen Gu, que ainda chegou a competir pelos Estados Unidos, estuda na universidade de Stanford e brilha como modelo, tendo já sido capa de várias revistas de moda.

Também na sexta-feira, na patinagem de velocidade, o holandês Thomas Krol juntou o título olímpico dos 1.000 metros ao europeu e à prata que já tinha ganho na prova dos 1.500 metros, deixando o canadiano Laurent Dubreuil no segundo lugar e o norueguês Havard Holmefjord no terceiro.

Na competição que encerrou o programa de biatlo feminino, a francesa Justine Braisaz-Bouchet, que não estava no lote das favoritas, conquistou o ouro na prova de largada em massa de 12,5 quilómetros.

Numa prova disputada com 13 graus negativos e uma humidade de 41 por cento, as norueguesas Tiril Eckhoff e Marte Olsbu, ficaram com a prata e com o bronze, respectivamente.

21 Fev 2022

Pequim 2022 | Fillon Maillet entra para a história do biatlo. Su Yiming de ouro

Ao conquistar a quinta medalha nas estafetas, o francês Quentin Fillon Maillet tornou-se no atleta de biatlo mais medalhado numa só edição dos Jogos Olímpicos. Su Yiming, de 17 anos, alcançou o ouro para a China na prova de big air do snowboard. Valieva classificou-se na primeira posição do programa curto da patinagem artística
Com Lusa

 

O francês Quentin Fillon Maillet somou na terça-feira, a quinta subida ao pódio nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, tornando-se no atleta de biatlo mais medalhado na mesma edição da competição, ao alcançar a prata na estafeta masculina 4×7,5 km.

Fillon Maillet, que se junta a um restrito lote de 12 atletas com cinco subidas ao pódio numa mesma edição de Jogos de Inverno, venceu, em Pequim, mais duas pratas e duas medalhas de ouro, e vai ainda disputar uma prova amanhã.

Na prova que deu a prata a Maillet, Johannes Boe, que integrou o quarteto norueguês, alcançou o seu terceiro ouro e a quarta medalha nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022. A Rússia, que compete sob a bandeira do seu comité olímpico, alcançou o bronze.

“É incrível, não contava com isto. Mas hoje [terça-feira] não estava a lutar pelo recorde, mas sim pela equipa. Isso para mim é o mais importante porque somos amigos. Queria ter a oportunidade de partilhar um bom momento em equipa e isso aconteceu hoje. Uma medalha de prata, é um momento muito bom”, refletiu Fillon Maillet, ao Olympic Channel.

A competição que viria a ser marcada por um grande equilíbrio, foi liderada pela equipa russa quase até ao final. No entanto, estes, viriam a ser ultrapassado na última carreira de tiro pela Noruega e pela França. A partir daí, os noruegueses assumiram a liderança, assegurando assim o tricampeonato nos Jogos de Inverno, depois conquistarem o título de campeões olímpicos em Salt Lake City 2002 e Vancouver 2010, dado que em PyeongChang 2018 conquistaram a medalha de prata.

Voar para vencer

Na prova de big air, que encerrou o programa olímpico do snowboard, Su Yiming, de 17 anos, alcançou o ouro, que junta agora à prata conquistada em slopestyle, e deu à China o seu primeiro título olímpico na modalidade.
Su Yiming partilhou o pódio com o norueguês Mons Roisland, medalha de prata, e com o canadiano Max Parrot, que conquistou o bronze, dias depois de se ter sagrado campeão olímpico de slopestyle.

“Isto é insano. Nunca tinha sentido nada parecido antes desta vitória. Estou muito feliz por dividir o pódio com o Mons e o Max, porque eles são ídolos para mim. Hoje [terça-feira] no big air, tentei dar o meu melhor, desfrutar da competição e divertir-me“, disse Su sobre a medalha conquistada.

Quando questionado se já tinha pensado em ser campeão Olímpico, Su Yiming foi peremptório: “Sim. Todos os dias, dos últimos quatro anos”, rematou.

Ainda no snowboard, a austríaca Anna Gasser revalidou o título de big air, conquistado há quatro anos em PyeongChang, impondo-se à neozelandesa Zoi Sadowski Synott, que alcançou a prata, e à japonesa Kokoma Murase, que ficou com o bronze.

Na prova rainha do esqui alpino feminino, a descida, a suíça Corinne Suter juntou o título olímpico ao mundial, partilhando o pódio com as italianas Sofia Goggia e Nádia Delago, medalhas de prata e bronze, respectivamente.
Sofia Goggia, que defendia o título olímpico conquistado em 2018, chegou aos Jogos de Pequim depois de uma recuperação em tempo recorde de uma lesão ao joelho, que há cerca de três semanas a obrigava a utilizar muletas.

Na vertente de slopstyle do esqui estilo livre, a vitória foi para a suíça Mathilde Gremaud, deixando para trás a favorita Eileen Gu, da República Popular da China, que só garantiu a prata no seu terceiro salto. Kelly Sildaru, da Estónia, arrecadou o bronze.

Valieva resiste

Apesar de estar envolta numa polémica relacionada com o consumo de substâncias ilícitas, a russa Kamila Valieva não vacilou e classificou-se na primeira posição do programa curto da patinagem artística.

Na segunda posição ficou Anna Shcherbakova, também do Comité Olímpico Russo. Na terceira posição ficou a japonesa Sakamoto Kaori. Destaque ainda para a participação de Higuchi Wakaba (quinta classificada) que, ao executar um axel triplo se tornou na quinta patinadora da história a realizar a manobra durante uma edição dos Jogos Olímpicos de Inverno.

Valieva acabou com uma nota de 82.16, com Shcherbakova, actual campeã Mundial a obter uma nota de 80.20, e Sakamoto de 79.84.

Segundo o Olympic Channel, as actuações foram marcadas por um nível técnico “muito elevado”. Ao som de “In Memoriam” (Kirill Richter), apesar de aparentar estar “tensa”, Valieva mostrou estar em forma, tendo ficado durante 46 centésimos no ar no seu primeiro salto.

Mais para o fim da mostra, a russa viria mesmo a arriscar um axel triplo e outras manobras de difícil execução, que executou sem mácula, alcançando assim a primeiro lugar entre as classificadas para a próxima fase.

 

Portugal termina participação com 39.º lugar de Brancal no slalom

O esquiador Ricardo Brancal terminou ontem a participação portuguesa nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 com o 39.º lugar na prova de slalom, entre 88 participantes.

Na competição, que decorreu no Centro Nacional de Esqui Alpino, em Yanquing, o covilhanense, de 25 anos, terminou a primeira manga, mais exigente, na 46.ª posição, e melhorou o tempo na segunda descida, com um traçado mais directo e mais rápido, ficando a 22,22 segundos do novo campeão olímpico, o francês Clement Noel, que terminou as duas mangas em 1.44,09 minutos.

O austríaco Johannes Strolz juntou, ao ouro entretanto conquistado no esqui alpino combinado, a prata no slalom e o campeão do mundo, o norueguês Sebastian Foss-Solevaag, conquistou a medalha de bronze.

Na pista Ice River, Ricardo Brancal foi o 82.º atleta a entrar na prova que 43 esquiadores não terminaram, entre os quais o líder do ´ranking` mundial, o norueguês Lucas Braathen, o austríaco Manuel Feller ou o sueco Henrik Kristoffersen, o atleta em competição no slalom com melhor currículo. O timorense Yohan Gonçalves foi o último classificado, no 45.º lugar.

“No [slalom] gigante foram duas descidas estratégicas, para chegar ao fim. Agora no slalom arrisquei um pouco mais e as coisas correram bem, podiam ter corrido mal, mas felizmente estava sólido”, disse ontem Ricardo Brancal, em declarações à agência Lusa.

Depois de uma primeira manga que exigiu maior esforço físico, e que terminou “exausto”, na segunda “foi uma questão de acelerar em certos sectores e ter mais cuidado noutros”.

Resultado inesperado

Apesar de ter ultrapassado atletas na segunda descida e de estar “satisfeito com o resultado”, o esquiador da Covilhã definiu-se como “muito crítico” consigo próprio e referiu ter sentido que podia “ter feito um ou dois segundos melhor, o que iria alterar uma a duas posições na classificação”.

“Dei o meu melhor, mas acho sempre que falta qualquer coisinha”, frisou o atleta, que para já não pensa no futuro, depois de ano e meio de preparação.

Ricardo Brancal, que antes da partida para Pequim considerava um ‘top 50’ um excelente resultado, afirmou regressar a Portugal com resultados que não esperava, consequência da sua “dedicação” e de “uma ética de trabalho que deu frutos”.

“O 37.º lugar no slalom gigante e o 39.º em slalom eram resultados de que eu não estava à espera. Foram boas surpresas e, na minha estreia olímpica, levo dois grandes resultados para casa e para o nosso país”, acentuou o esquiador português.

Nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, Portugal esteve também representando no esqui alpino por Vanina Oliveira, 43.ª no slalom gigante e desclassificada no slalom, e por José Cabeça, que terminou no 88.º lugar nos 15 km estilo clássico no esqui de fundo.

Doping | Defesa de Valieva diz que contaminação provocou positivo por doping

O resultado positivo de doping de Kamila Valieva que levou à sua suspensão, entretanto anulada, dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, foi provocado pela contaminação involuntária de um medicamento do avô, alegou na terça-feira a defesa da patinadora russa.

“O argumento apresentado é de que houve uma contaminação com um produto que o seu avô toma [para tratar problemas cardíacos]”, afirmou Denis Oswald, membro do Comité Olímpico Internacional (COI), em Pequim.

A jovem russa testou positivo a trimetazidina a 25 de Dezembro último, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno, mas a decisão foi mais tarde levantada.

No dia 11 de Fevereiro, a Agência Russa Antidopagem (RUSADA) decidiu abrir um inquérito interno a todos os treinadores e médicos em torno de Valieva, que é “menor de idade” e, portanto, passível de ter visto os seus interesses mal defendidos por pessoas com essas funções.

Depois de o COI ter suspendido a entrega de medalhas da prova colectiva, que a Rússia venceu e na qual Valieva participou, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) autorizou a jovem atleta de 15 anos a manter-se nos Jogos de Pequim 2022 e a poder participar na prova individual de patinagem artística.

O caso ocorre numa altura em que os desportistas russos participam em Pequim debaixo da bandeira do comité russo, uma vez que a Rússia foi banida dos Jogos devido a um grande escândalo de doping de Estado, do qual Moscovo se defende denunciando um complô anti-russo.

 

Agenda para hoje

Bobsled (a partir das 9h40)
Combinado Nórdico (15h00) – Medalhas
Curling (a partir das 09h05)
Esqui Alpino (10h30 e 14h00) – Medalhas
Esqui Estilo Livre (a partir das 9h30) – Medalhas
Hóquei no Gelo (12h10) – Medalhas
Patinagem artística (18h00) – Medalhas
Patinagem de velocidade (16h30) – Medalhas

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa

17 Fev 2022

Beijing 2022 | Dupla francesa conquista ouro na dança do gelo

Ao som de “Elegie”, a dupla francesa Gabriella Papadakis e Guillaume Cizeron arrebatou o título olímpico na dança do gelo, batendo o recorde mundial de pontuação na patinagem artística (226.98). Nos saltos acrobáticos de esqui estilo livre, a medalha de ouro sorriu a Xu Mengtao, que conquistou assim o primeiro título olímpico na modalidade para a República Popular da China

 

Numa ode à sintonia, à cumplicidade e à técnica, a dupla francesa Gabriella Papadakis e Guillaume Cizeron conquistou na segunda-feira a medalha de ouro na dança do gelo da patinagem artística. Ao som de Elegie (Gabriel Faure), Papadakis e Cizeron, não só superaram a prata obtida em PyeongChang 2018, como bateram ainda o record mundial nesta vertente ao alcançar uma pontuação inédita (226.98).

A medalha de prata da competição foi para a dupla Victoria Sinitsina e Nikita Katsalapov, do Comité Olímpico Russo (ROC), ao passo que o bronze foi para os norte-americanos Madison Hubbell e Zachary Donohue (EUA).

Aplaudidos de pé no final da actuação que viria a garantir o ouro olímpico, Gabriella Papadakis e Guillaume Cizeron protagonizaram uma performance que roçou a perfeição pelo entrosamento, precisão de movimentos, execução técnica, sintonia e estética. Como resultado, a apresentação é já considerada uma das melhores de sempre da história da modalidade. Isto, para além de ter sido a primeira medalha de ouro conquistada pela França na vertente em mais de 20 anos.

“Acho que ainda não acredito. Honestamente é completamente surreal porque era algo que desejávamos há anos. Esta medalha é tudo o que queríamos. O meu cérebro ainda não compreende bem o que se está a passar”, disse Gabriella Papadakis durante a conferência de imprensa realizada após a cerimónia de entrega de prémios, segundo o Olympic Channel.

Sobre a dedicação que foi depositada nas últimas temporadas para que este objectivo se materializasse, a atleta frisou que a medalha de ouro “era a única desejada” e que os últimos quatro anos foram “muito difíceis e de muito trabalho”.

Por sua vez Guillaume Cizeron partilhou o que sentiu durante a apresentação que viria a ser histórica.
“Honestamente, não me lembro de muita coisa (risos)…não sei, é como se o tempo parasse. É como se entrasses num embalo que depois acaba de forma súbita”, apontou.

Já a dupla Victoria Sinitsina e Nikita Katsalapov (ROC) arrecadou a medalha de prata após uma apresentação que misturou suavidade e força, não registou falhas de maior e foi ovacionada pelo público. Ao som de Sergei Rachmaninov (concerto de piano número dois), música que começa de forma suave e vai crescendo, a dupla conseguiu, segundo o Olympic Channel, conduzir a performance com leveza, flexibilidade e elegância. Victoria Sinitsina e Nikita Katsalapov obtiveram 220.51 de nota final.

Quanto à performance que atribuiu o bronze a Madison Hubbell e Zachary Donohue (EUA), Drowning (por Anne Sila) foi a melodia escolhida que deu o mote para a dupla preencher praticamente todo o espaço no gelo de forma “espectacular”. Segundo o Olympic Chanel, Hubbell e Donohue foram irrepreensíveis na componente técnica, na interpretação e composição. Isto, além de terem ido “ao limite” nos elementos apresentados e sido “ousados”. Madison Hubbell e Zachary Donohue obtiveram 218.02 de nota final.

Ouro inédito

Memorável foi também a medalha de ouro conquistada por Xu Mengtao, na vertente de saltos acrobáticos do esqui estilo livre (aerials), tornando-se assim na primeira atleta da República Popular da China a subir ao lugar mais alto do pódio na modalidade em Jogos Olímpicos. A prata foi para Hanna Huskova (Bielorrússia), enquanto o bronze seria atribuído a Megan Nick (EUA).

“Estou muito feliz. Esta é a primeira medalha de ouro da China no aerials feminino e isso é simplesmente fantástico,” afirmou Xu Mengtao ao Olympic Channel, que viria a alcançar uma pontuação final de 108.61.

Numa final marcada por emoção e manobras arriscadas, a bielorrusa Hanna Huskova parecia estar encaminhada para renovar o título conquistado em PyeongChang 2018, depois de um primeiro salto impressionante onde obteve uma pontuação de 107.91. Contudo, Xu Mengtao estava decidida em ser ainda mais atrevida e, na última descida, acabou mesmo por superar Huskova e conquistar o ouro.

“Foquei-me apenas em executar as melhores manobras que estavam ao meu alcance e acabei por conseguir fazer isso mesmo” destacou a atleta da República Popular da China, que conquistou igualmente uma medalha de prata na prova de equipas mistas. Huskova, que tentava o bicampeonato Olímpico, pontuou 107.96 no salto final, e Megan Nick obteve uma nota de 93.76.

 

COI aguarda decisão final sobre Valieva para entregar medalhas

O Comité Olímpico Internacional (COI) vai aguardar por uma decisão sobre o controlo antidoping positivo da jovem patinadora russa Kamila Valieva para então entregar as medalhas das provas nas quais a atleta participou nos Jogos Olímpicos de Inverno.

Enquanto o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) autorizou a jovem atleta de 15 anos a manter-se nos Jogos de Pequim 2022 e a poder participar na prova individual de patinagem artística que aconteceu ontem, já depois de ter ajudado os russos a vencer a prova por equipas, o COI considera “inapropriado” organizar as cerimónias de entrega de medalhas sem que tudo esteja resolvido.

A instância olímpica defende que, “por uma questão de equidade entre os atletas”, vai aguardar para que a eventual violação das regras antidopagem por parte da atleta russa esteja ou não estabelecida, o que normalmente demora vários meses, para então determinar o pódio das provas por equipas, o mesmo sucedendo caso Valieva termine entre as três primeiras na prova individual.

Rússia confiante

Por seu lado, a Rússia rejubilou com a decisão do TAS de permitir que a jovem patinadora prossiga nos Jogos: “Todo o país a apoia, bem como todas as nossas patinadoras na prova individual”.

Em mensagem na sua conta Telegram, o Comité Olímpico Russo (ROC) qualifica a decisão do TAS “a melhor notícia da jornada”, enquanto o porta-voz do Kremlin Dmitri Peskov manifestou-se “contente” por a adolescente poder competir na prova individual de terça-feira: “Todo o país deseja que Kamila vença os Jogos”.

A jovem russa testou positivo a trimetazidina no dia 25 de Dezembro, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno, mas a decisão foi mais tarde levantada.

A 11 de Fevereiro, a Agência Russa Antidopagem (RUSADA) decidiu abrir um inquérito interno a todos os treinadores e médicos em torno de Valieva, que é “menor de idade” e, portanto, passível de ter visto os seus interesses mal defendidos por pessoas com essas funções.

A agência prometeu publicar os resultados desta investigação na sua página oficial na Internet.
O caso ocorre numa altura em que os desportistas russos participam em Pequim debaixo da bandeira do comité russo, uma vez que a Rússia, enquanto país, foi banida dos Jogos devido a um grande escândalo de doping de Estado, do qual Moscovo se defende denunciando um complô anti-russo.

Slalom | Ricardo Brancal encerra hoje participação portuguesa

O português Ricardo Brancal entra hoje em competição nos Jogos Olímpicos de Inverno na modalidade de slalom, naquela que será a última participação portuguesa em Pequim. Recorde-se que o esquiador português estreou-se no domingo nos Jogos Olímpicos com um 37.ª lugar na prova de slalom gigante do esqui alpino, tendo alcançado o objectivo de melhorar o 66.º posto de Arthur Hanse em PeyongChang 2018 na disciplina.

O esquiador, que tem preferência pelo slalom, competição marcada para as 10h15 de hoje, afirmou que, tendo em conta a performance já alcançada “talvez arrisque um pouco mais” na disciplina em que se sente mais confortável. “Eu nunca me senti tão bem fisicamente, fiz uma boa preparação. Tenho as condições necessárias para fazer uma boa prova, agora, é também preciso ter um bocado de sorte e as coisas saírem no dia, porque o slalom, ao mínimo erro, não perdoa”, frisou Ricardo Brancal, em declarações à agência Lusa.

 

Agenda para hoje

Biatlo (15h45) – Medalhas
Bobsled (a partir das 9h40)
Combinado Nórdico (15h00)
Curling (a partir das 09h05)
Esqui Alpino (10h15) – Medalhas
Esqui Cross-Country (a partir das 17h00) – Medalhas
Esqui Estilo Livre (a partir das 9h30) – Medalhas
Hóquei no Gelo (a partir das 12h10) – Medalhas
Patinagem de velocidade em Pista Curta (a partir das 19h30) – Medalhas

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa

16 Fev 2022

Biatlo | Fillon Maillet conquista ouro e aumenta contagem de medalhas para quatro

Num dia marcado por condições meteorológicas exigentes, o francês Quentin Fillon Maillet conquistou a medalha de ouro na prova de 12,5 km do biatlo, somando já quatro medalhas conquistadas nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022. Na vertente feminina, a norueguesa Marte Olsbu Roeiseland foi a grande vencedora nos 10 km da modalidade, somando um total de três medalhas na capital chinesa

 

Apesar de todas as adversidades impostas pelo clima extremo que se abateu no domingo em Pequim, o francês Quentin Fillon Maillet continuou a somar medalhas nos Jogos Olímpicos de Inverno no biatlo.

Depois de conquistar um ouro nos 20 km e duas pratas nas vertentes de sprint (10km) e estafetas mistas, Fillon Maillet subiu no domingo ao lugar mais alto do pódio, nos 12,5 km da vertente de perseguição. Tarjei Boe, da Noruega, ficou com a prata, e Eduard Latypov, em representação do Comité Olímpico Russo (ROC), conquistou o bronze.

“Nunca esperei conquistar quatro medalhas em quatro provas. O meu objectivo era alcançar uma nas estafetas e uma na prova individual, mas agora tenho quatro medalhas e isso é incrível,” partilhou o francês no final da prova, em declarações ao Olympic Channel.

O biatleta francês terminou o percurso com um tempo total de 39min07s5, não tendo acumulado qualquer falha nas quatro carreiras de tiro da prova, duas em pé e duas deitado. Já Boe acabou 28 segundos atrás do vencedor e após ter falhado apenas um dos alvos. Por sua vez, o atleta russo chegou 35 segundos depois de Maillet e registou também uma falha apenas nas carreiras de tiro.

“Estou muito orgulhoso de mim porque as condições foram muito duras” comentou Fillon Maillet fazendo referência ao vento e ao nevão que atingiram o Centro de Biatlo, em Zhangjiakou no domingo. “Foi uma batalha muito muito dura durante toda a corrida”, acrescentou.

O facto de Fillon Maillet ter sido 100 por cento eficaz nos disparos que executou acabou por ser determinante para conquistar a medalha de ouro. O francês chegou a ter problemas enquanto preparava a arma, mas no final viria a disparar de forma certeira sobre os cinco alvos.

“Permaneci muito concentrado em mim, não pensei na pressão, nem nos outros atletas”, partilhou.
Afastado das medalhas ficou Johannes Thingnes Boe. Considerado como um dos favoritos para ganhar o ouro, o norueguês acabaria por ficar na quinta posição após falhar sete tiros durante a prova.

“Foi uma corrida complicada por causa da neve. Foi uma batalha enorme. Havia vento, as pernas e a cabeça estavam cansadas, e o coração a bater fortemente. Não foi fácil, ” explicou Johannes Thingnes, irmão de Tarjei Boe, que tentava a sétima medalha Olímpica na carreira.

Fillon Maillet e Johannes Thingnes Boe terão a oportunidade disputar mais uma medalha de ouro no biatlo, na prova dos 15 km agendada para o dia 18 de Fevereiro.

Roeiseland, a implacável

A norueguesa Marte Olsbu Roeiseland, continua a fazer história no biatlo feminino em Pequim 2022 ao ter conquistado, no domingo, a sua terceira medalha de ouro na modalidade, desta feita na vertente de 10 km (perseguição). Antes disso, Roeiseland já tinha subido ao lugar mais alto do pódio nas provas de 7,5 km sprint e estafetas mistas.

Voltando aos 10 km, Elvira Oeberg, da Suécia, conquistou a prata, ao passo que o bronze ficou para a norueguesa Tiril Eckhoff.

“A minha preparação para estes Jogos Olímpicos foi muito boa e começou há muito tempo. Além disso, hoje [domingo] tive uma boa posição partida, o que ajuda muito. O tiro foi bom e foi divertido correr”, comentou Roeiseland em declarações ao Olympic Chnanel. “Todas as medalhas são especiais. Estou a tentar apenas estar aqui presente (…) e desfrutar do momento”, acrescentou.

Roeiseland terminou a prova com 1min36s5 de distância da sueca Elvira Oeberg, que manteve a segunda posição obtida no dia anterior durante a prova de sprint.

“Foi, acima de tudo, uma corrida muito dura. Provavelmente uma das perseguições mais duras que já fiz”, disse Oeberg. “As condições estavam muito lentas e a neve estava bem mais leve, então foi difícil”.

“Depois de dois erros [no tiro], não estava confiante. Senti que tinha desperdiçado a oportunidade de ganhar uma medalha, mas depois recuperei a confiança. Estou muito feliz por ter conseguido segurar as pontas”, partilhou.

Já o bronze da norueguesa Tiril Eckhoff foi uma surpresa, uma vez que a atleta partiu da sétima posição. No entanto, Eckhoff beneficiou dos erros de tiro da italiana Dorothea Wierer e do esgotamento físico da compatriota Ingrid Landmark Tandrevold para subir ao pódio. Com oito medalhas conquistas em Pequim, a Noruega segue soberana no biatlo.

China investe nos Jogos Olímpicos a pensar no turismo interno

A meta chinesa de desenvolver uma nova indústria de turismo no país centrada nos desportos de Inverno, estabelecida pelo Presidente Xi Jinping, justificou o investimento de milhares de milhões de dólares na organização dos Jogos Olímpicos de Inverno.

A preparação para os Jogos acarretou a construção de linhas ferroviárias de alta velocidade que são utilizadas para levar os atletas às novas estâncias de esqui fora de Pequim. A ideia é que nas próximas décadas, estas mesmas ligações levem turistas chineses para as montanhas.

Os Jogos “vão inspirar mais de 300 milhões de chineses a praticar desportos de Inverno se vencermos [a candidatura], o que contribuirá muito para o desenvolvimento da causa olímpica internacional”, disse Xi, em 2015.

A Rússia terá gasto 51 mil milhões de dólares nos Jogos de Sochi de 2014, um preço que deve permanecer como recorde olímpico por muitos anos.

Mas a motivação da China, como a Rússia em 2014, é um plano apoiado pelo Estado para criar sectores domésticos de lazer e turismo. Grande parte do orçamento é destinado a um sistema de transporte cidade – montanha.

A China destinou mais de 9 mil milhões de dólares para a construção de uma linha ferroviária de alta velocidade que liga Pequim a estâncias de esqui próximas, em Zhangjiakou e Yangqing, onde as pistas foram esculpidas em montanhas que recebem pouca neve natural.

Investir e reaproveitar

O orçamento para operações específicas para sediar os Jogos deverá ascender a cerca de 4 mil milhões de dólares. Os locais construídos em Pequim para os Jogos Olímpicos de 2008 foram reaproveitados. O Cubo de Água para natação é agora o Cubo de Gelo que tem estado a acolher modalidades dos Jogos de Inverno.

O investimento em desporto de Inverno tem sido significativo, desde que Pequim venceu a sua candidatura olímpica há sete anos.

O país tem agora mais de 650 pistas de gelo e 800 estações de esqui, informou o jornal oficial em língua inglesa China Daily, citando o Centro Administrativo Nacional de Desportos de Inverno. Estes números marcam aumentos de 317 e 41 por cento, respectivamente, face a 2015.

A China espera obter uma receita modesta de relativamente poucos visitantes internacionais para os Jogos de Inverno mesmo antes da pandemia tornar as viagens impossíveis. Os ingressos também não estão a ser vendidos para residentes na China, cortando outra fonte de receitas do anfitrião.

Patinagem | Erin Jackson faz história nos 500 metros

A norte-americana Erin Jackson conquistou a medalha de ouro nos 500 metros da patinagem de velocidade, naquela que foi a primeira vitória para o país nesta vertente desde 1994. Ao completar a distância em 37,05 segundos, Jackson ficou à frente da japonesa Miho Takagi, que cruzou a meta 0,08 centésimos depois da norte-americana e já conquistara outra prata na vertente de 1.500 metros. Já a medalha de bronze viria a ser conquistada por Angelina Golikova, representante do Comité Olímpico Russo (ROC).

A anterior campeã Olímpica, Nao Kodaira, do Japão, acabou por concluir a prova em 38,09s, ficando assim no 17.º lugar e longe dos 36,94s alcançados em PyeongChang 2018 que estabeleceram aquele que ainda é o recorde olímpico nos 500 metros da modalidade.

Doping | Tribunal Arbitral do Desporto decide que Valieva pode competir

A patinadora russa Kamila Valieva vai poder competir por uma segunda medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, apesar de ter testado positivo a um medicamento cardíaco proibido antes do evento.

O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) decidiu ontem que Valieva, de 15 anos, favorita ao ouro individual feminino, não deve ser suspensa de forma provisória antes de uma audiência completa sobre o teste positivo.

O painel de árbitros, presidido pelo italiano Fabio Iudica (presidente), e que incluiu o norte-americano Jeffrey Benz e a eslovena Vesna Bergant Rakocevic, defendeu que impedir a atleta de participar nos Jogos lhe causaria “danos irreparáveis”, segundo um comunicado publicado na página oficial do TAS.

A decisão apenas confirma que Valieva pode continuar a patinar até o caso ser resolvido e não decide o destino da medalha de ouro que já conquistou na prova por equipas da patinagem artística, cuja cerimónia de entrega de medalhas não se realizou.

A decisão do TAS permite assim à Rússia continuar a sonhar com a conquista de todas as medalhas de ouro na patinagem artística feminina, algo que seria um feito inédito nos Jogos Olímpicos de Inverno. O evento começa hoje com o programa curto e termina na quinta-feira com o programa livre, sendo que Valieva é a favorita ao ouro.

A jovem russa testou positivo a trimetazidina no dia 25 de Dezembro, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno, mas a decisão foi mais tarde levantada. O Comité Olímpico Americano (USOPC) disse estar “decepcionado” com a decisão.

“Os atletas têm o direito de saber que estão a competir de forma justa. Infelizmente, hoje [ontem] esse direito foi-lhes negado. Este parece ser um novo capítulo de desrespeito sistémico e generalizado pelo desporto”, escreveu a presidente do USOPC, Sarah Hirshland, num comunicado.

Agenda para hoje

Bobsled (a partir das 14h10) – Medalhas
Combinado Nórdico (a partir das 15h00) – Medalhas
Curling (a partir das 09h05)
Esqui Alpino (11h00) – Medalhas
Esqui Estilo Livre (a partir das 9h30) – Medalhas
Hóquei no Gelo (a partir das 12h10)
Patinagem Artística (18h00)
Patinagem de velocidade (a partir das 14h30) – Medalhas
Snowboard (a partir das 9h30) – Medalhas

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa

15 Fev 2022

Beijing 2022 | Ricardo Brancal e José Cabeça fazem história para Portugal no esqui

Com um 37.ª lugar na prova de slalom gigante, o estreante Ricardo Brancal obteve a melhor classificação de Portugal na modalidade. Na sexta-feira, José Cabeça classificou-se no 88º lugar da prova de 15 km estilo clássico no esqui de fundo, tornando-se assim também no melhor português nesta vertente

 

O esquiador português Ricardo Brancal estreou-se ontem nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 com o 37.ª lugar na prova de slalom gigante, a 28,05 segundos do vencedor, o suíço Marco Odermatt. Dois dias antes, também José Cabeça fez história para Portugal ao classificar-se no 88.º lugar da prova de 15 km estilo clássico no esqui de fundo, já que os dois atletas alcançaram os melhores resultados de sempre para o país nas respectivas modalidades.

Na sua primeira participação olímpica, na pista Ice River, em Yangqiing, Ricardo Brancal, de 25 anos e natural da Covilhã, conseguiu o objectivo de melhorar o 66.º posto de Arthur Hanse em PeyongChang 2018 na disciplina.

Numa prova em que 40 dos 86 atletas não terminaram, Ricardo Brancal foi 46.º na primeira manga, com um tempo de 1.16,83 minutos, e foi mais lento e cauteloso na segunda descida, adiada devido à queda de neve, que fez em 1.20,57, somando 2.37,40 no conjunto das duas contagens.

A competição de esqui alpino foi arrebatada pelo líder do ‘ranking’ mundial, o suíço Marco Odermatt, que conquistou o primeiro título olímpico, seguido de perto pelo esloveno Zan Kranjec, medalha de prata, e o actual campeão do mundo, o francês Mathieu Faivre, que ganhou o bronze.

Ricardo Brancal, que antes da partida para Pequim considerava um ‘top 50’ um excelente resultado, tendo em conta o nível competitivo, e ambicionava superar o melhor lugar de Arthur Hanse, 38.º no slalom e 66.º no slalom gigante em PeyongChang 2018, considerou que podia ter feito ainda melhor, mas salientou ser “um resultado muito bom para Portugal”.

“O meu objectivo era terminar. Fisicamente, senti-me muito bem, seguro, sólido. Podia ter tirado três ou quatro segundos em cada manga, mas corria o risco de sair [de pista] e nos Jogos Olímpicos o que conta é ver a bandeira no resultado”, disse, no final da prova, Ricardo Brancal, em declarações à agência Lusa.

O esquiador, que tem preferência pelo slalom, competição marcada para quarta-feira, afirmou que, tendo em conta ter conseguido um 37.º lugar, “talvez arrisque um pouco mais” na disciplina em que se sente mais confortável.

O chefe de missão, Pedro Farromba, salientou que “nunca antes um português tinha feito um resultado destes”, destacando que Vanina Oliveira, José Cabeça e Ricardo Brancal cumpriram o objectivo da comitiva de melhorar as classificações das anteriores edições, e afirmou-se “muito satisfeito” e com a obrigação de cumprir uma promessa.

“Agora, vamos desfrutar deste resultado antes do slalom. Tinha dito ao Ricardo que se ele melhorasse a classificação de Portugal, eu rapava a cabeça com uma lâmina… Vou ter de o fazer”, gracejou o também presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, Pedro Farromba.

Cabeça fria

O português José Cabeça terminou na sexta-feira a prova de 15 km estilo clássico no esqui de fundo em Pequim 2022 na 88.ª posição e tornou-se o melhor representante luso na disciplina nos Jogos Olímpicos.

O atleta, natural de Évora, de 25 anos, terminou a competição, realizada no Centro Nacional de Cross-Country, na zona de Zhangjiakou, em 49.12,0 minutos, ou seja, a cerca de 11 minutos e 17 segundos do vencedor, o finlandês Livo Niskanen, entre 99 participantes.

O atleta finlandês juntou à medalha de bronze obtida nos 30 km no esquiatlo o título nos 15 km estilo clássico, depois de ter vencido o ouro em Sochi 2014 na velocidade por equipas e em PeyongChang 2018 ter subido ao lugar mais alto do pódio nos 50 km estilo clássico.

O russo Alexander Bolshunov, medalha de ouro nos 30 km de esquiatlo, venceu a prata nos 15 km na prova de ‘cross-country’ e o norueguês Johannes Hoesflot Klaebo, campeão olímpico na velocidade também em Pequim2022, foi terceiro. O três vezes campeão olímpico na disciplina, o suíço Dario Cologna, terminou na 44.ª posição.

Na sua primeira experiência olímpica, José Cabeça, que começou a esquiar apenas há dois anos com o intuito de chegar aos Jogos Olímpicos, tinha como objectivo alcançar a melhor classificação de sempre de um português na disciplina, meta conseguida em Pequim 2022 pelo também triatleta, que almeja ser o primeiro atleta luso a marcar presença nas edições de Inverno e de Verão.

Antes de José Cabeça, participaram na competição de esqui de fundo, nos 15 km estilo clássico, Danny Silva, 94.º classificado em Turim 2006 e 95.º em Vancouver 2010, no estilo livre, enquanto Kequyen Lam, nascido em Macau, ficou no 113.º lugar em PyeongChang 2018, no estilo livre.

Em declarações à agência Lusa, o eborense sublinhou “a dureza” da prova e os efeitos “da altitude”, mas disse ter “evoluído tecnicamente” ao longo do percurso e salientou ter ficado “à frente de atletas que fazem isto quase desde que nasceram”.

“Cheguei muito exausto, porque a prova foi muito dura, mas acho que foi algo brilhante. Estou orgulhoso do trabalho que temos feito. Conseguimos em dois meses o que alguns não fazem em dois anos. Se em dois meses fiz isto, imagino o que posso fazer em quatro anos”, realçou o atleta olímpico, referindo-se aos dois meses de treino presencial com o treinador, o norueguês Ragnar Bragvin Andresen, com quem começou a ter contacto em Maio, via ‘online’.

José Cabeça vincou que conseguir a qualificação para Pequim 2022 “já era incrível” e o pensamento está nos próximos Jogos Olímpicos de Inverno, a realizar em 2026 nas cidades de Milão e de Cortina d’Ampezzo, nos quais tem a ambição de se apresentar como “um atleta competitivo”.

 

Doping | Tribunal Arbitral do Desporto recebe recursos por Valieva

O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) confirmou ter recebido os recursos do Comité Olímpico Internacional (COI) e da Agência Russa Antidopagem (RUSADA) sobre o levantamento da suspensão da patinadora russa Kamila Valieva. Valieva, de 15 anos, testou positivo a 25 de Dezembro de 2021, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno, mas essa decisão foi mais tarde levantada.

Durante os Jogos Olímpicos de Inverno, integrou a equipa russa que conquistou a medalha de ouro na prova por equipas da patinagem artística, tendo chamado a atenção ao executar um inédito salto quádruplo.

A cerimónia de entrega de medalhas não se realizou, com o TAS a confirmar agora ter recebido os dois recursos, nomeando em breve um painel de arbitragem para decidir sobre o caso durante Pequim 2022, ainda que não anuncie qualquer data para revelar a decisão.

Entretanto, a RUSADA decidiu abrir um inquérito interno a todos os treinadores e médicos em torno da jovem, que é “menor de idade” e, portanto, passível de ter visto os seus interesses mal defendidos por pessoas com essas funções.

Patinagem | Nathan Chen conquista ouro e impede “tri” de Yuzuru Hanyu

O norte-americano Nathan Chen sagrou-se na passada quinta-feira campeão olímpico de patinagem artística nos Jogos Pequim2022, numa prova em que japonês Yuzuru Hanyu falhou o objectivo de se tornar o primeiro patinador a conseguir três títulos consecutivos desde 1928.

Desta feita, Chen, de 22 anos, redimiu-se do quinto lugar alcançado nos Jogos Pyeongchang 2018, e partilhou o pódio com os japoneses Yuma Kagiyama e Shoma Uno, medalhas de prata e bronze, respectivamente. Yuzuru Hanyu, que sonhava igualar o feito do patinador sueco Gillis Grafstrom, que em 1928 conseguiu o terceiro título olímpico consecutivo, ficou em quinto lugar.

Na pista de Yanging, o austríaco Johannes Strolz, de 29 anos, sagrou-se campeão olímpico de combinado de esqui alpino, repetindo o feito alcançado pelo pai, Hubert, nos Jogos Calgary1988, e sucedendo ao compatriota Marcel Hirscher, recordista de vitórias em provas da Taça do Mundo.

Strolz, que aos 29 anos somava apenas um triunfo em taças do Mundo, partilhou o pódio com o norueguês Aleksander Aamodt Klide (prata) e com o canadiano James Crawford (bronze).

Nos 10 quilómetros de estilo clássico do esqui de fundo, a norueguesa Therese Johaug conquistou o ouro, que juntou ao conquistado na prova de esquiatlo, e aumentou para cinco a sua contagem de medalhas olímpicas.

Jaqueline Mourão, que na terça-feira se tornou a brasileira com mais participações em Jogos Olímpicos, com oito presenças, terminou a prova no 82.º lugar.

Aos 46 anos, Jaqueline Mourão soma três participações em Jogos de Verão, em provas de ciclismo de cross-country, e cinco em Jogos de Inverno.

Velocidade | Nils van der Poel de ouro e com recorde mundial nos 10.000 metros

O patinador de velocidade sueco Nils van der Poel melhorou na sexta-feira o seu próprio recorde mundial dos 10.000 metros, alcançando o ouro nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, cinco dias depois de ter estabelecido também o recorde olímpico nos 5.000 metros.

Depois de em Dezembro passado ter conseguido a melhor marca mundial dos 5.000 metros, o sueco, de 22 anos, estabeleceu há poucos dias o máximo olímpico da distância, e hoje melhorou a marca mundial dos 10.000, que lhe pertencia desde Fevereiro do ano passado.

Nils van der Poel patinou em 12.30,74 minutos, marca que retirou mais dois segundos ao anterior máximo (12.32,95) e deixou o holandês Patrick Roest a 13,85 segundos e o italiano Davide Ghiotto a 15,24, com as medalhas de prata e bronze, respectivamente. O canadiano Ted-Jan Bloemen, que defendia o título olímpico, foi sexto, a 30,65 segundos do sueco.

Nos 1.000 metros de patinagem em pista curta, a holandesa Suzanne Schulting alcançou o ouro, pouco depois de ter estabelecido novo recorde mundial nos quartos de final (1.26,514 minutos).

Na final, a holandesa cronometrou 1.28,391, impondo-se à sul-coreana Choi Minjeong, que foi prata, e à belga Hanna Desmet, medalha de bronze. A italiana Arianna Fontana, que na segunda-feira consolidou o estatuto de patinadora de velocidade mais medalhada nas provas de pista curta em Jogos Olímpicos de Inverno, ao revalidar o título de campeã dos 500 metros e somar o 10.º ‘metal’, foi desqualificada.

No biatlo, a norueguesa Marte Olsbu Roiseland alcançou a sua terceira medalha nos Jogos Pequim 2022, ao conquistar o ouro na prova de sprint de 7,5 quilómetros. Isto, depois de conquistar o ouro na prova de estafeta mista e o bronze na distância de 15 quilómetros.

Agenda para hoje

Bobsled (a partir das 09h30) – Medalhas
Combinado Nórdico (14h00)
Curling (a partir das 09h05)
Esqui Alpino (11h00)
Esqui Estilo Livre (a partir das 9h30) – Medalhas
Hóquei no Gelo (a partir das 12h10)
Patinagem Artística (09h15) – Medalhas
Saltos de Esqui (a partir das 18h00) – Medalhas
Snowboard (a partir das 9h30)

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa

14 Fev 2022

Pequim 2022 | Lindsey Jacobellis conquista ouro que lhe fugiu há 16 anos

Após ter falhado por pouco o título olímpico em Turim 2006, a norte-americana Lindsey Jacobellis conquistou, em Pequim, a medalha de ouro no snowboard cross 16 anos depois. “Se tivesse conquistado o título [em 2006], provavelmente teria deixado de competir”, confessou após a vitória. Dupla alemã Tobias Wendl e Tobias Arlt vencem no luge e sagram-se tricampeões olímpicos. Eslováquia estreia-se nas medalhas com vitória no esqui alpino

 

Com Lusa

A norte-americana Lindsey Jacobellis, de 36 anos, sagrou-se campeã olímpica na modalidade de snowboard cross, nos Jogos Olímpicos Pequim 2022, 16 anos depois de uma queda lhe ter “roubado” o lugar mais alto do pódio em Turim.

Nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2006, Lindsey Jacobellis, uma das grandes estrelas da modalidade, parecia ter tudo para alcançar o ouro na prova de snowboard cross, que se estreava no programa olímpico. No entanto uma queda no penúltimo salto deixou-a “apenas” com a prata.

Na quarta-feira, a pista de Zhangjiakou, na China, foi o palco da consagração da norte-americana, que partilhou o pódio com a francesa Chloe Trespeuch e a canadiana Meryeta O’Dine, medalhas de prata e bronze, respectivamente.

Desde a prata em Turim, aos 20 anos, no que era o seu único pódio olímpico até hoje, Lindsey Jacobellis foi somando sucessos, incluindo cinco títulos e 31 vitórias em provas da Taça do Mundo.

Na sua quinta participação em Jogos Olímpicos de Inverno, a atleta do Connecticut admitiu, depois do triunfo, que se tivesse conquistado o ouro há 16 anos, muito provavelmente, já não estaria a competir ao mais alto nível.

“Se tivesse conquistado o título [em 2006], provavelmente teria deixado de competir. Naquela altura, já não estava a divertir-me, havia muita pressão sobre os meus ombros, para me tornar a ‘menina de ouro’ e para uma jovem atleta é muito difícil lidar com isso”, explicou.

Em 2006, tudo foi fácil para Jacobellis, e até duas das principais adversárias deram uma ajuda ao caírem durante a final, quando no penúltimo salto uma espécie de comemoração antecipada a fez perder o equilíbrio, falhar a aterragem e ser ultrapassada pela suíça Tanja Frieden, que se sagrou campeã.

Na altura, a norte-americana justificou o gesto como “uma manobra necessária para recuperar o equilíbrio devido ao vento”, mas, mais tarde, acabou por contar outra versão.

“Deixei-me levar pelo momento. Nem sequer pensei duas vezes, estava a divertir-me e é isso que o snowboard deve ser. Estava na frente, quis partilhar o meu entusiasmo com o público, fiz asneira, acontece!”, reconheceu.

Não há duas sem três

Sem dar margem à concorrência ao longos dos anos, os alemães Tobias Wendl e Tobias Arlt conquistaram o tricampeonato Olímpico nas duplas de luge, ao arrecadarem o ouro nos Jogos de Inverno Pequim 2022, na quarta-feira. Isto, depois de a dupla ter vencido em Sochi 2014 e PyeongChang 2018. Toni Eggert e Sascha Benecken, também da Alemanha, ficaram com a prata, ao passo que os austríacos Thomas Steu e Lorenz Koller arrecadaram o bronze.

A vitória histórica foi garantida após Wendl e Arlt terem percorrido as duas descidas da estância de gelo de Yanqing com um tempo total de 1min56s554, ou seja, 0s099 à frente de seus compatriotas Eggert e Benecken, quatro vezes campeões mundiais e actuais detentores do título.

A conquista é histórica pois é primeira vez que a mesma dupla consegue ganhar consecutivamente por três ocasiões um evento dos Jogos Olímpicos de Inverno. De frisar ainda que Arlt e Wendl, nascidos com duas semanas de diferença entre si, competem juntos desde os 13 anos de idade.

“É difícil explicar o que estou a sentir neste momento, é simplesmente incrível. Mal podemos acreditar, é um sonho. Tivemos uma temporada complicada e um início difícil aqui. Neste momento, é inacreditável,” disse Arlt ao Olympic Channel.

“Precisamos de alguns dias para nos acalmar e reflectirmos sobre o que conseguimos alcançar”, acrescentou.

Wendl e Arlt começaram a confirmar o favoritismo desde o início da prova, terminando a primeira descida com 58s255, que se assumiu como novo recorde da pista em Yanqing. A diferença para os compatriotas Eggert e Benecken foi pequena (58s300), com os austríacos Steu e Koller a ficarem na terceira posição (58s426). No entanto, na segunda e decisiva descida, as posições mantiveram-se inalteradas, consagrando Wendl e Arlt como tricampeões olímpicos.

Com um total de cinco medalhas obtidas, três nas duplas do luge e mais duas nas estafetas por equipas, a dupla alemã entra também para a história dos Jogos Olímpicos de Inverno, como aquela que mais ouros conquistou na modalidade.

Estreia de ouro

A Eslováquia conquistou a sua primeira medalha nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, após Petra Vlhová, de 26 anos, ter vencido a medalha de ouro na modalidade de esqui alpino. Líder do ranking mundial ao longo da temporada, Petra Vlhová começou por executar uma primeira descida abaixo do esperado, mas acabou por não ceder à pressão na segunda tentativa, onde retirou 80 centésimos ao tempo estabelecido inicialmente (52s89). A austríaca Katharina Liensberger assegurou a medalha de prata, e a suíça Wendy Holdener conquistou o bronze.

“Dei tudo o que tinha e no final das contas sou campeã Olímpica”, comemorou Vlhová. “É difícil dizer o que significa para mim agora. Sonhei toda a minha vida em ganhar os Jogos Olímpicos”, confessou ao Olympic Channel.

Vlhová chegou a Pequim na sua melhor forma, naquela que foi a sua participação Olímpica e após ter alcançado como melhor resultado um quinto lugar em PyeongChang 2018. Nos últimos quatro anos a atleta conquistou quatro títulos nas competições da Taça do Mundo e cinco medalhas em Mundiais. “Nesta temporada conseguiu ser fui muito forte e hoje dei tudo”, acrescentou a campeã.

Patinadora russa Valieva testou positivo em Dezembro a substância proibida – ‘media’

A patinadora olímpica russa Kamila Valieva testou positivo para um medicamento cardíaco proibido, antes da chegada aos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, noticiaram vários meios de comunicação russos, segundo a agência Lusa.

A confirmar-se, fica em risco a medalha de ouro da equipa russa de patinagem artística que a jovem, de 15 anos, ajudou a conquistar na segunda-feira, na prova de estilo livre de equipas.

A substância detectada, segundo a imprensa russa, é um medicamento utilizado para tratar problemas cardíacos que não contribui para melhorar o desempenho desportivo. O teste foi alegadamente realizado em Dezembro.

A imprensa acrescentou que, devido ao teste positivo, a organização dos Jogos Olímpicos de Inverno decidiu suspender a cerimónia de entrega das medalhas do torneio de patinagem artística por equipas.

À espera de confirmação

Enquanto os treinadores e a federação russa recusaram adiantar quaisquer comentários, o Ministério do Desporto russo considerou prematuro denunciar um caso de “doping” antes de uma confirmação oficial.

“A posição da Federação Russa é a luta constante e consistente contra qualquer tipo de violação das regras desportivas e da ética olímpica”, afirmou.

A lendária treinadora Tatiana Tarasova recusou-se a acreditar que Valieva esteja envolvida num caso de doping: “Não acredito nisso. Não. Não acredito nesta loucura. Não pode ser. Ela é uma jovem (…) fantástica e uma atleta fantástica. Kamila não tomou nada”.

Neste momento, a Rússia tem 11 medalhas na tabela geral dos Jogos Olímpicos de Inverno: duas de ouro, três de prata e seis de bronze.

Valieva, campeã europeia, fez manchetes em todo o mundo quando realizou na capital chinesa pela primeira vez na história um salto quádruplo.

Os atletas russos estão em Pequim a competir como “Comité Olímpico Russo”, depois de o país ter sido banido devido a um enorme esquema de ‘doping’ patrocinado pelo Estado nos Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi (Rússia) de 2014.

Portugal | José Cabeça estreia-se hoje no esqui de fundo

O português José Cabeça entra hoje em competição nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 nos 15 Km clássicos no esqui de fundo, naquela que é a sua estreia olímpica. Após Vanina Oliveira se ter estreado nos Jogos Olímpicos de Inverno na segunda-feira, com um 43.º lugar no slalom gigante e de não ter terminado a prova de slalom dois dias depois após falhar uma porta, o chefe da missão portuguesa em Pequim disse que a comitiva estava “triste”, mas focada na participação de hoje no esqui. “É um desporto difícil, que tem destas coisas. Quando se erra, já não dá para recuperar nada. Agora, vamos focar-nos no Zé Cabeça”, referiu o chefe de missão, em declarações à agência Lusa. A competição de 15 Km clássicos no esqui de fundo está agendada para as 15h00.

Agenda para hoje

Biatlo (17h00) – Medalhas
Bobsled (a partir das 14h10)
Curling (a partir das 09h05)
Esqui Alpino (11h00) – Medalhas
Esqui Cross-Country (15h00) – Medalhas
Hóquei no Gelo (a partir das 12h10)
Patinagem de Velocidade (16h00) – Medalhas
Patinagem de Velocidade em Pista Curta (a partir das 19h00) – Medalhas
Saltos de Esqui (17h45 e 19h00)
Skeleton (a partir das 9h30) – Medalhas
Snowboard (a partir das 9h30) – Medalhas

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa

11 Fev 2022

Beijing 2022 | Nathan Chen encanta na patinagem. Eileen Gu conquista ouro inédito para a China

O norte-americano Nathan Chen bateu o record de pontuação alguma vez alcançado na patinagem artística (programa curto) numa performance sem erros e é favorito para o programa longo de hoje. Nascida nos EUA, Eileen Gu ofereceu à China o seu primeiro ouro no big air do esqui estilo livre, garantindo estar a viver “o melhor momento” da vida, depois de ter optado por competir pelo país. Itália surpreende no curling após bater a Noruega na final de duplas mistas

 

Ainda em busca de conquistar a sua primeira medalha olímpica individual, o norte-americano Nathan Chen bateu na terça-feira o recorde de pontuação alguma alcançado na patinagem artística (programa curto) durante uma apresentação isenta de erros. O tricampeão mundial obteve por parte do júri uma pontuação de113.97, superando assim a melhor marca anterior, alcançada pelo japonês Hanyu Yuzuru (111.82).

Ao alcançar o feito, Chen parece ter enterrado definitivamente os fantasmas que o assombraram em PyeongChang 2018, quando cometeu diversos erros no programa curto e acabou por se classificar no 17º lugar. Contudo, após a performance, o atleta de 22 assume-se agora como um dos favoritos para o programa longo a ser disputado hoje e que definirá, em conjunto com os resultados do programa curto, os vencedores das medalhas.

“Diria que esta performance esteve perto do meu melhor. Claro que há sempre algo a melhorar (…) mas no geral estou feliz”, disse Chen, ao Olympic Channel.

Por seu turno, o actual bicampeão Olímpico, Hanyu Yuzuro (Japão) terminou o programa curto no 8º lugar após algumas hesitações, colocando-se numa posição difícil para revalidar uma vez mais o título de campeão olímpico. Contudo, sobre o adversário, Nathan Chen mostra-se cauteloso.

“Não é possível descartar nenhum atleta deste gabarito. A competição não é composta apenas por um programa. O que aconteceu no programa curto não é indicativo do que vai acontecer no programa longo”, acrescentou. “Tenho mais uma oportunidade (…) e muito tempo de música para executar muitos saltos, e aí posso dar o meu melhor”, afirmou por sua vez o japonês sobre a chance de dar a volta por cima no programa longo.

Para a história

Contudo, o grande momento do quarto dia de competição dos Jogos Olímpicos de Inverno foi assinado por Eileen Gu, de 18 anos, que conquistou na terça-feira para a República Popular da China, uma inédita a medalha de ouro no big air do esqui estilo livre. Isto, após a atleta que nasceu em São Francisco e cresceu nos Estados Unidos, ter optado por representar a China nos Jogos Olímpicos de Pequim.

“Foi o melhor momento da minha vida. O momento mais feliz de toda a minha vida. Nem posso acreditar no que acabou de acontecer”, disse Eileen Gu emocionada segundo o Diário de Notícias, citando o Olympic Channel. Antes da sua participação nos Jogos Olímpicos, e devido ao contexto geopolítico, a atleta disse também que um dos seus grandes objectivos passava por “inspirar milhões de jovens” na China, terra onde nasceu a mãe, e “ajudar a promover o desporto” que ama.

A decisão do ouro ficou para a última ronda de saltos, com uma disputa acesa entre Eileen Gu, Tess Ledeux (França) e Mathilde Gremaud (Suiça). A chinesa foi a primeira a saltar e não vacilou, tendo executado uma rotação de 1620 graus (quatro voltas e meia) numa manobra inédita que a colocou de imediato na liderança (188,25 pontos) e transferiu uma enorme pressão às adversárias. A suíça falhou o último salto e a francesa não foi capaz de superar a sua performance anterior, consagrando assim a vitória de Eileen Gu. A prata acabou por ir para Tess Ledeux (187.50) e o bronze para Mathilde Gremaud (182.50).

De frisar ainda que Eileen chegou a representar os Estados Unidos em 2017 e 2018, mas ao aperceber não existiam grandes figuras no esqui da China, decidiu optar pela nacionalidade do país, muito devido ao facto de a sua mãe ser chinesa, da convivência que teve com a avó e das várias visitas que fez à China.

Questionada sobre a tópico da nacionalidade durante a sua participação nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude de Lausanne 2020, Eileen Gu desvalorizou qualquer polémica. “Quando estou na China, sou chinesa. Quando estou nos EUA, sou americana”, disse ao Olympic Channel.

Ouro sobre azul

No campo das surpresas, destaque para a vitória da Itália nas duplas mistas do curling. A dupla composta por Stefania Constantini e Amos Mosaner conquistou a medalha de ouro após bater a favorita Noruega, na final, por 8-5. Já a medalha de bronze foi para a Suécia, após bater o Reino Unido por 9-3 no “Cubo de Gelo”.

A campanha da equipa italiana na competição foi uma das mais inesperadas e empolgantes da história do curling nos Jogos Olímpicos. Com um quinto lugar no Mundial de 2021 como melhor resultado alcançado anteriormente, não era esperada sequer uma entrada no pódio olímpico, especialmente diante de conjuntos experientes como o Canadá, a Suécia, a Suíça e o Reino Unido.

“Este é um momento importante. Conseguimos ganhar uma medalha de ouro e isso é incrível. Mas acima de tudo, alcançámos 11 vitórias e nenhuma derrota, essa é a coisa mais linda”, disse Mosaner ao Olympic Channel.

Já Stefania Constantini espera que os italianos comecem a interessar-se mais pelo curling depois do resultado alcançado. “Muitos italianos (…) estão orgulhosos de nós. Conseguimos sentir todo o apoio deles”, afirmou a jogadora.

Snowboard | Max Parrot de ouro após vencer cancro

O canadiano Max Parrot venceu a medalha de ouro na modalidade de snowboard slopestyle nos Jogos Olímpicos de Inverno, que chegou a Pequim três anos após ter sido diagnosticado com um cancro, mais precisamente um linfoma de Hodgkin, que acabaria por superar em 2019.

“Sou hoje muito mais forte mentalmente. Passar por 12 sessões de quimioterapia em seis meses dá muita força”, garantiu Parrot ao Olympic Chanel, após a conquista da medalha de ouro na passada segunda-feira, onde obteve uma pontuação de 90.96.

A luta contra a doença começou em Dezembro de 2018, pouco tempo depois altura de o atleta ter vencido a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Pyeongchang.

“Há exactamente três anos, nesta data em particular, estava deitado na cama do hospital a passar por 12 tratamentos de quimioterapia. Já não tinha músculos, já não tinha energia. Quis desistir por vezes, porque era tão difícil chegar à manhã seguinte. Estar aqui, três anos depois, e ganhar o ouro é uma loucura total”, disse em declarações ao Olympic Chanel citadas pelo jornal Expresso.

A completar o pódio da final de snowboard slopestyle ficaram Su Yiming (China), que fez a sua estreia olímpica e obteve uma pontuação de 88.70 e Mark McMorris (Canadá) que alcançou uma pontuação de 88.53, numa disputa que ficou marcada pelo equilíbrio.

Portugal | Vanina Oliveira falha porta e não termina prova de slalom

A esquiadora portuguesa Vanina Oliveira falhou ontem uma porta no início da segunda manga e não terminou a prova de slalom nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, depois de ter sido 46.ª na primeira descida, entre 88 participantes.

Na disciplina em que se sente mais confortável, Vanina Guerillot Oliveira, de 19 anos, partiu para Pequim com o objectivo de ficar entre as 30 primeiras no slalom, mas o erro logo à saída da segunda manga na pista Ice River, em Yangqiing, gorou as expectativas da atleta lusa.

A eslovaca Petra Vlhová, número um do ´ranking` mundial e vice-campeã do mundo, conquistou o ouro olímpico, com um tempo de 1.44.98, depois de ter sido oitava na primeira descida e ter sido a melhor na segunda descida. Katharina Liensberger, austríaca, campeã do mundo, terminou em segundo e a suíça Wendy Holdener, prata em PeyongChang2018, conseguiu o bronze.

O chefe de missão, Pedro Farromba, sublinhou as condições da pista, “com a neve muito rija”, que atirou 38 atletas para fora de prova, e acentuou a frustração de Vanina Oliveira, após “uma boa primeira manga” que antevia cumprir “o que estava definido”.

“Estamos tristes. Esta era a prova onde ela é mais forte. A Vanina teve azar, acontece. É sempre frustrante. Ela está muito triste e desiludida, porque é muito tempo de treino e de trabalho para, num momento, não correr bem”, disse Pedro Farromba, em declarações à agência Lusa.

O responsável realçou que o esqui alpino tem a particularidade de não permitir recuperar quando se comete um erro e salientou o foco na comitiva já na próxima prova, os 15 Km clássicos no esqui de fundo de José Cabeça, na sexta-feira.

 

Agenda para hoje

Bobsled (a partir das 14h55)
Curling (a partir das 09h05)
Esqui Alpino (10h15 e 14h15) – Medalhas
Esqui Cross-Country (15h00) – Medalhas
Esqui Estilo Livre (a partir das 19h00) – Medalhas
Hóquei no Gelo (a partir das 12h10)
Luge (21h30) – Medalhas
Patinagem Artística (9h30) – Medalhas
Patinagem de Velocidade (20h00) – Medalhas
Saltos de Esqui (18h00)
Skeleton (9h30 e 11h00)
Snowboard (a partir das 9h30) – Medalhas

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa

10 Fev 2022

Pedro Farromba, chefe da missão portuguesa em Pequim 2022: “O grau de preparação dos nossos atletas é notável”

Traçado o objectivo de melhorar classificações de edições anteriores, o Chefe da Missão Olímpica nos Jogos Olímpicos de Pequim 2022 disse ao HM não ter dúvidas de que o grau de preparação dos atletas portugueses é “notável” e sublinha a importância da participação para o crescimento das modalidades de Inverno em Portugal. Pedro Farromba lamenta ainda as restrições impostas pela bolha olímpica mas salienta que a experiência está a ser “muito positiva”

 

Alcançado o primeiro objectivo da delegação portuguesa em Pequim, com a conquista do 43º lugar por Vanina Oliveira na prova de slalom gigante (suplantando assim o 59º alcançado por Camille Dias em Sochi 2014), o Chefe da Missão Olímpica nos Jogos Olímpicos de Pequim 2022 mostra-se confiante em relação às prestações que estão por vir em Pequim.

Ao HM, Pedro Farromba sublinhou que a evolução e a preparação, quer a nível físico, quer psicológico dos três atletas portugueses presentes em Pequim é “notável”. Até porque, acrescenta, uma qualificação para os Jogos Olímpicos “não está ao alcance de todos os atletas” e, por isso, estar no palco Olímpico é já de si “uma importante vitória” para um atleta português.

“Para se chegar a uns Jogos Olímpicos é preciso reunir um conjunto de condições de qualificação que realmente não estão ao alcance de todos os atletas. Em cada uma das modalidades aqui presentes, haveria com certeza muitos milhares de atletas que tentaram a qualificação e só algumas centenas conseguiram esse objectivo. E, portanto, é já de si uma importante vitória, um atleta português conseguir estar presente nos Jogos Olímpicos”, começou por dizer.

Recorde-se que nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, que decorrem entre 04 e 20 de Fevereiro, na China, Portugal está representando no esqui alpino por Vanina Oliveira e Ricardo Brancal e por José Cabeça, no esqui de fundo.

“Os objectivos são transversais aos três. O nosso objectivo é melhorar os resultados das últimas participações portuguesas. A Vanina já cumpriu esse objectivo e agora vamos aguardar, pois irá correr outra vez na quarta-feira [hoje]”, partilhou Pedro Farromba.

Para o responsável, que é também presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, a meta é perfeitamente alcançável dado que “o grau de evolução dos últimos tempos e o grau de preparação com que eles chegam a estas Olímpiadas é realmente notável”.

Falando mais concretamente de Vanina Oliveira e Ricardo Brancal, atletas que conhece melhor, Pedro Farromba aponta que ambos estão “muito bem” em termos físicos e psicológicos. Sobre José Cabeça, que em paralelo com esqui de fundo, tem também uma carreira desportiva no triatlo, o chefe de missão considera que está em “excelentes condições” de melhorar o 109º lugar nos 15 km de esqui de fundo alcançado em PyeongChang 2018 por Kequyen Lam, atleta nascido em Macau.

Segundo Farromba, o maior desafio está nos ombros de Ricardo Brancal, que vai tentar melhorar o 54º lugar obtido por Arthur Hanse em PyeongChang.

“As provas não são todas iguais e dependem de vários factores, mas vamos acreditar que o Ricardo vai conseguir obter uma boa classificação. O desafio é grande, mas ele está consciente disso e muito bem preparado”, apontou.

Ainda sobre a participação de Vanina Oliveira na prova de slalom gigante, o chefe de missão enalteceu aquele que foi “o melhor resultado de sempre de uma atleta portuguesa em Esqui Alpino”, numa prova realizada em condições “difíceis”. “A neve estava muito rija. Houve muitas quedas e saídas de prova”, explicou.

Bolha maldita

Há cerca de uma semana em Pequim, Pedro Farromba aponta a “experiência muito positiva” que a delegação portuguesa está a colher do evento, mas lamenta, apesar de compreender ser um mal necessário, a “bolha olímpica” a que todos os participantes estão sujeitos e que impede, entre outras, a presença de público nas competições e um maior contacto cultural.

“Se pudéssemos retirar da equação todas as questões inerentes à covid-19 teríamos uma organização perfeita e não é menos perfeita por causa do covid. É sim muito mais restritiva, ao ponto de impedir (…) que haja público nas competições ou confraternizar mais com os locais. Desde que chegámos até ao dia de hoje, vivemos numa bolha sem qualquer contacto. Mesmo nas deslocações que fazemos entre as diferentes aldeias olímpicas e até aos locais de competição, não saímos dos carros. Nem sequer os carros podem parar ou nos é permitido abrir os vidros das janelas. É realmente tudo muito restritivo, mas está a ser uma experiência muito positiva”, apontou.

Além disso, conta, para além do uso obrigatória de máscaras em todas as ocasiões, à excepção dos atletas no momento de competir, todos os participantes são sujeitos a testes PCR diários e existe uma enorme preocupação com a desinfecção e funcionamento dos espaços ao ponto de, por exemplo, no refeitório da Aldeia Olímpica só haver lugares individuais para tomar as refeições.

“Há realmente muitas restrições, mas são fruto do que estamos a viver nesta altura e, portanto, temos que conviver com elas. Claro que ajudaria sentirmos a animação do público e diria que toda a ligação cultural que podíamos ter tido num ambiente normal seria sempre muito mais interessante, mas não é possível e é o que é. As regras são iguais para todos e temos que viver como estamos”, acrescentou.

Futuro risonho

Inerente àquela que é a maior delegação de sempre de Portugal em Jogos Olímpicos de Inverno, está a importância que a visibilidade da presença lusa pode trazer em termos do desenvolvimento das modalidades de Inverno no país. Como exemplo, Pedro Farromba aponta o caso próprio José Cabeça, já que o atleta de esqui decidiu começar a prática da modalidade após assistir às olimpíadas anteriores pela televisão.

“Toda a visibilidade que nos traz esta presença é importante para conseguirmos desenvolver as modalidades. O atleta que hoje temos em esqui de fundo, o José Cabeça está aqui porque assistiu na televisão às provas das últimas olimpíadas onde estivemos com outro atleta na mesma modalidade e foi de alguma forma também isso que o inspirou a estar cá hoje e a trabalhar no sentido de se qualificar”, começou por vincar.

Além disso, acrescenta, o facto de dois dos três participantes residirem em Portugal demonstra que é possível residir no país e conseguir estar presente numa prova deste tipo.

Pedro Farromba está também confiante que a presença portuguesa será cada vez maior em futuras edições dos Jogos Olímpicos de Inverno, dado que está a ser feita uma aposta “muito grande nas modalidades de gelo” em Portugal.

“Estamos a fazer uma aposta muito grande nas modalidades de gelo em Portugal, nomeadamente no hóquei, na patinagem artística e de velocidade e também no curling e acredito sinceramente que vamos conseguir uma presença maior em próximas edições, nomeadamente juntando às modalidades de neve, que já temos, as modalidades de gelo”, referiu.

Vanina Oliveira volta a competir na amanhã, no slalom, prova em que se sente mais confortável e em que no Campeonato do Mundo de Are, na Suécia, terminou no 37.º lugar. Ricardo Brancal, entra em acção nos dias 13 (slalom gigante) e 16 (slalom) de Fevereiro. Por último, José Cabeça, entra em pista no dia 11 de Fevereiro, nos 15 Km clássicos do esqui de fundo.

Patinagem | Fontana reforça estatuto de mais medalhada em pista curta

A italiana Arianna Fontana consolidou na segunda-feira o estatuto de patinadora de velocidade mais medalhada nas provas de pista curta em Jogos Olímpicos de Inverno, ao revalidar o título de campeã dos 500 metros e somar ‘o ‘décimo metal.

Em Pequim, Arianna Fontana, que soma a sua quinta participação em Jogos Olímpicos de Inverno, arrecadou o ouro, ao impor-se à holandesa Suzanne Schulting e à canadiana Kim Boutin, medalhas de prata e bronze, respectivamente.

Na quinta-feira, a italiana, de 31 anos, tinha alcançado a prata na prova de estafetas mistas e tornou-se a atleta mais medalhada da patinagem de velocidade em pista curta dos Jogos Olímpicos, com nove pódios, superando o norte-americano Apolo Anton Ohno e o russo Victor An. Fontana, que é única patinadora e ter conquistado medalhas dos três metais, soma dois ouros, três pratas e cinco de bronzes.

Agenda para hoje

Combinado Nórdico (a partir das 15h00) – Medalhas
Curling (20h05)
Esqui Alpino (a partir das 10h15) – Medalhas
Esqui Estilo Livre (a partir das 11h00) – Medalhas
Hóquei no Gelo (16h40 e 21h10)
Luge (a partir das 09h30) – Medalhas
Patinagem de Velocidade em Pista Curta (a partir das 19h00) – Medalhas
Saltos de Esqui (18h00)
Skeleton (a partir das 12h40)
Snowboard (a partir das 9h30)

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30

9 Fev 2022

Pequim 2022 | Austrália e Nova Zelândia vivem dia para a história com três medalhas

Apesar de pouca tradição nos desportos de Inverno, a Austrália e a Nova Zelândia tiveram um dia fulgurante em Pequim. Zoi-Sadowski-Synnott, no Snowboard, ganhou a primeira medalha de sempre para a Nova Zelândia. Jakara Anthony (ouro) no Esqui e Tess Coady (bronze) no Snowboard foram as responsáveis por colocar a Austrália em lugar de destaque no medalheiro

 

Não é fácil associar neve e gelo a nações como Austrália e Nova Zelândia. Mas a verdade é que os dois países estiveram em destaque no segundo dia de competição dos Jogos de Inverno Pequim 2022, com direito a triunfos inéditos no feminino e uma medalha de ouro para cada. Além disso, a Austrália alcançou no mesmo dia, os primeiros triunfos na modalidade de curling.

A jornada começou com um surpreendente triunfo da Nova Zelândia no Snowboard, após Zoi-Sadowski-Synnott ter conquistado o primeiro ouro Olímpico de sempre para o país, no que toca a Olimpíadas de Inverno.

A atleta neozelandesa de 20 anos selou a conquista com um desempenho imaculado na terceira e última descida na estância de Zhangjiakou, com direito a dois saltos de 1080 graus. A americana Julia Marino conquistou a medalha de prata, ao passo que o bronze foi para australiana Tess Coady.

“É surreal! Estou muito orgulhosa pelo patamar que consegui alcançar com o meu Snowboard nos últimos quatro anos e por ter a oportunidade de mostrar ao mundo o que uma neozelandesa é capaz de fazer. Espero que o meu desempenho aqui inspire as crianças do meu país”, comentou Sadowski-Synott sobre a conquista, segundo o portal oficial dos Jogos Olímpicos Pequim 2022.

Com uma pontuação de 92.88, Zoi-Sadowski-Synnott, conquistou para a Nova Zelândia o primeiro ouro do país na história dos Jogos Olímpicos de Inverno. Coincidentemente, a vitória aconteceu no mesmo dia em que se celebra a assinatura do Tratado de Waitangi (6 de Fevereiro de 1840), evento que marca a fundação do território e que é tido como o dia nacional da Nova Zelândia.

Austrália para a história

Aos 23 anos, Jakara Anthony escreveu também o seu nome na história Olímpica dos desportos de Inverno australianos, ao ganhar a prova de Esqui (estilo livre), na estância de Zhangjiakou.

O ouro conquistado no domingo por Jakara Anthony foi o primeiro alcançado em provas femininas pela Austrália e a terceira medalha de sempre conquistada pelo país em Jogos Olímpicos de Inverno, após a prata de Matt Graham em PyeongChang 2018 e de Dale Begg-Smith, campeão em Turim 2006 e Vancouver 2010.

“É uma grande honra representar a Austrália aqui em Pequim e conquistar uma medalha de ouro. Não podia pedir mais nada”, afirmou Anthony.

Recorde-se que em PyoengChang 2018, Anthony ficou a um pequeno passo do pódio, terminando na quarta posição. Desta vez, contudo, a australiana liderou as quatro as descidas da competição, tendo obtido uma nota final de 83.09.

“É difícil não pensar muito quando se está à frente. Temos de estar constantemente focados naquele momento e em conseguir dar um passo de cada vez. Estou nas nuvens. Não tenho palavras. É um sentimento incrível”, desabafou.

A americana Jaelin Kauf conquistou a prata, tendo o bronze ficado para Anastasiia Smirnova em representação do Comité Olímpico Russo (ROC), de apenas 19 anos.

Emoções ao rubro

Também no curling, a Austrália fez história no domingo, apesar de não ter conquistado um lugar nas meias finas da vertente de duplas mistas. Isto porque, de equipa estreante afastada do evento por um dos seus elementos ter testado positivo para a covid-19, a dupla Tahli Gill e Dean Hewitt foi readmitida na competição e alcançou as primeiras vitórias de sempre para a Austrália na modalidade: 9-6 diante da Suíça e 10-8 contra o Canadá.

O resultado contra os suíços ganhou contornos ainda mais dramáticos porque, horas antes da partida, o Comité Olímpico Australiano estava a planear o regresso antecipado dos atletas depois de Gill ter testado positivo para a covid-19.

Entretanto, Comité Olímpico Australiano recebeu um documento oficial das autoridades de saúde da República Popular da China a anular a exclusão e a readmitir a dupla na competição (desde que cumprissem um protocolo específico) a poucas horas do início do primeiro embate, com a Suíça.

“Recebemos uma chamada oficial e lembro-me de pensarmos: ‘Será que isto é mesmo a sério?’. Precisávamos entrar no táxi em 15 minutos”, comentou Hewitt. “Foram, literalmente, as 24 horas mais loucas da minha vida, as minhas malas ainda estão feitas. Apenas deu tempo de tirar o uniforme”, comentou Gill, atentando para um pequeno detalhe:

“Tive de remexer na roupa toda para lá e para cá e acabei, inclusivamente, por jogar apenas com uma luva, e era a errada”, contou.

Apesar dos resultados obtidos, a Austrália não avançou para as meias-finais. Itália, Grã-Bretanha e Noruega estão entre os países apurados até ao momento.

Vanina Oliveira estreia-se com 43.º lugar no Slalom gigante

Vanina Oliveira, a primeira atleta portuguesa a competir nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, terminou ontem a prova de slalom gigante no 43.º lugar, entre 82 participantes, numa competição conquistada pela sueca Sara Hector.

Na prova, que decorreu em Yangqiing, Vanina Guerillot Oliveira, de 19 anos, estreante em Jogos Olímpicos, terminou a primeira manga na 55.ª posição e melhorou o tempo na segunda descida, ficando a 21,23 segundos da vencedora, que terminou as duas mangas em 1.55,69 minutos.

Depois da líder do ‘ranking’ mundial da disciplina, que conquistou o seu primeiro título olímpico, seguiu-se no pódio a italiana Federica Brignone, também medalha de prata em PyeongChang 2018, e a campeã do mundo, a suíça Lara Gut-Behrami, que foi terceira classificada.

A bicampeã olímpica e principal favorita, a norte-americana Mikaela Shiffrin, falhou uma porta na primeira descida e ficou fora da prova.

A esquiadora portuguesa cometeu um erro na fase final da primeira manga, que a fez perder algum tempo e a afastou do ‘top 40’ que tinha como objectivo para o slalom gigante, mas assegurou a melhor classificação lusa na disciplina, superando o 59.º lugar de Camile Dias em Sochi 2014, entre 90 participantes.

Sempre a subir

O chefe de missão, Pedro Farromba, salientou a dificuldade da pista e da prova, que 33 esquiadoras não conseguiram terminar, e manifestou-se “muito satisfeito” por ter sido atingido “o primeiro objectivo” da comitiva lusa.

“Estou muito satisfeito. Houve aquele percalço na primeira manga, já na parte final. Teríamos ganho ali uns quatro ou cinco segundos, o que nos tinha permitido fazer um ‘top 40’, mas era uma prova bastante difícil, como se percebeu pelo número de atletas que caíram, incluindo algumas de topo”, frisou Pedro Farromba, em declarações à agência Lusa.

“Cumprimos o que era o nosso primeiro objectivo, melhorar o resultado da última vez no slalom gigante. Estamos muito contentes. Para o slalom, as expectativas são mais elevadas, mas a Vanina está feliz e bastante animada”, referiu Pedro Farromba.

Vanina Oliveira volta a competir na quarta-feira, no slalom, prova em que se sente mais confortável e em que no Campeonato do Mundo de Are, na Suécia, terminou no 37.º lugar.

Patinagem artística | Kamila Valieva encanta com apenas 15 anos

Com apenas 15 anos, a patinadora Kamila Kalieva, representante do Comité Olímpico Russo (ROC), estreou-se nos Jogos Olímpicos de Inverno com uma prestação memorável no evento de patinagem artística por equipas, ao ter alcançado uma pontuação de 90.15, perto de seu recorde pessoal de 90.45 conquistado em Janeiro, no decorrer dos Campeonatos da Europa. A patinadora russa, foi a única a fazer um Axel triplo, elevando os braços acima da cabeça, depois mostrou um flip triplo e um triplo Lutz ao som de “In Memoriam”.

Com esta prestação, Valieva tornou-se na quarta mulher da história da modalidade a apresentar um Axel triplo nos Jogos Olímpicos. “Estava um pouco nervosa quando comecei a competição, mas assim que entrei no gelo, patinei bem. Consegui manter o controlo sobre aquilo que tinha programado e o resultado foi o que eu queria”, afirmou Valieva após a prova.

“Estou a patinar pela minha avó que faleceu, foi esse sentimento que me tomou”, acrescentou. A segunda colocada, a japonesa Higuchi Wakaba, obteve uma pontuação de 74.73 e a canadiana Madeline Schizas surpreendeu ao alcançar a terceira posição com 69.60.

Patinagem | Van der Poel conquista ouro para a Suécia e recorde olímpico

Na prova de masculina dos 5.000 metros de patinagem de velocidade, o sueco Nils van der Poel conquistou a medalha de ouro e conseguiu um novo recorde olímpico.

Van der Poel, que já era o recordista mundial, cumpriu a prova em 06.08,84 minutos, batendo assim o recorde que estava na posse do holandês Sven Kramer, com a marca de 06.09,76, conseguidos em Pyongyang em 2018. No segundo lugar ficou o holandês Patrick Roest, que levou a medalha de prata, enquanto o norueguês Hallgeir Engebraaten ficou com o bronze.

Na competição de esquiatlo masculino, o Comité Olímpico Russo foi o grande dominador, ao garantir os dois primeiros lugares do pódio. Alexander Bolshunov foi o vencedor da competição masculina dos 30 quilómetros de esquiatlo, prova de esqui de fundo, em que os esquiadores fazem 15 quilómetros em estilo clássico e 15 em estilo livre, deixando o segundo lugar para o seu compatriota Denis Spitsov. O finlandês Iivo Niskanen fechou o pódio e ficou com a medalha de bronze.

Nota ainda para o facto de o vento forte registado no domingo ter obrigado a organização a adiar a prova masculina de downhill dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, que acabou por ser disputada ontem.

Os ‘reis’ da velocidade do esqui alpino viram o início da prova ser adiado por três vezes, enquanto a organização aguardava por uma melhoria das condições meteorológicas, mas como tal não se verificou, a prova foi adiada em definitivo para segunda-feira.

 

Agenda para hoje

Biatlo (16h30) – Medalhas
Combinado Nórdico (15h30) – Medalhas
Curling (14h05 e 20h05) – Medalhas
Esqui Alpino (11h00) – Medalhas
Esqui Cross-Country (a partir das 16h00) – Medalhas
Esqui Estilo Livre (10h00) – – Medalhas
Hóquei no Gelo (a partir das 12h10)
Luge (a partir das 09h30)
Patinagem Artística (09h15)
Patinagem de Velocidade (18h30) – Medalhas
Skeleton (a partir das 12h40)
Snowboard (a partir das 10h40)

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30

8 Fev 2022

Pequim 2022 | Espanha quebra boicote diplomático

O ministro da Cultura e Desporto espanhol, Miquel Iceta, reuniu-se ontem, em Pequim, com o seu homólogo chinês, Gou Zhongwen, com quem confirmou o interesse dos dois países na cooperação bilateral no domínio do desporto. Iceta, que esteve na sexta-feira na capital chinesa para representar a Espanha na abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, manteve uma reunião que durou cerca de 30 minutos com Gou, durante a qual analisou as possibilidades de colaboração em diferentes áreas do desporto, segundo explicou o ministro à agência Efe.

Os dois países reiteraram o interesse em assinar “o mais rapidamente possível” um memorando para acordar mecanismos de cooperação bilateral no domínio do desporto. O memorando de intenções, cuja assinatura foi adiada devido à crise sanitária, poderia finalmente ser assinado no decurso deste ano, disse o ministro da Cultura e do Desporto espanhol.

As autoridades desportivas chinesas estão “muito interessadas” no futebol espanhol e o país ibérico está interessado em “outras disciplinas desportivas”, disse. Na reunião, os ministros espanhóis e chineses discutiram também o desporto feminino, uma prioridade para ambos, e concordaram em procurar mecanismos para promover conjuntamente a participação das mulheres em desportos competitivos e de elite.

Iceta explicou a Gou – que é também presidente do Comité Olímpico Chinês – o interesse de Espanha e o trabalho que está a ser realizado nesse país para acolher os Jogos Olímpicos de Inverno, em 2030.

A reunião contou igualmente com a presença do presidente do Comité Olímpico Espanhol (COE), Alejandro Blanco, e do secretário-geral da Cultura e do Desporto, Víctor Francos.

7 Fev 2022

Pequim 2022 | Cerimónia de abertura sóbria lança capital chinesa para a história

Apesar da pandemia e com apenas um terço da lotação possível, o espectáculo da autoria do realizador Zhang Yimou foi interpretado por cerca de 3.000 figurantes e procurou mostrar uma China “jovem, moderna e diversificada”. Governo de Macau aponta Jogos Olímpicos como fonte de patriotismo e aprendizagem sobre o desenvolvimento do desporto na China, numa altura em que as primeiras medalhas já foram entregues

 

Com Lusa 

Uma comedida cerimónia de abertura de Pequim 2022, comparativamente a 2008, fez da capital chinesa a primeira cidade a receber os Jogos Olímpicos de Inverno e Verão. Celebrada na passada sexta-feira, no estádio nacional de Pequim, baptizado de “Ninho de Pássaro” e construído especificamente para os Jogos Olímpicos de Verão, em 2008, as honras de abertura da cerimónia foram feitas pelo presidente chinês, Xi Jinping, e ficará marcada pelo boicote diplomático de alguns países, que alegam o desrespeito pelos direitos humanos na China.

“Declaro abertos os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim2022”, disse Xi Jinping, convidado pelo presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach, já depois de também ter discursado o presidente do comité organizador, Cai Qi.

Tal como sucedeu há 14 anos, o espetáculo foi concebido pelo realizador chinês Zhang Yimou e interpretado por cerca de 3.000 figurantes, um número muito inferior às 14.000 pessoas que participaram em 2008, devido à pandemia de covid-19 e às baixas temperaturas (-6º Celsius).

Zhang Yimou procurou mostrar uma China jovem, moderna e diversificada, apresentando os 56 grupos étnicos do país, durante a chegada da bandeira chinesa, antes da chama olímpica iluminar a noite cerrada de Pequim.

Os atletas chineses Zhao Jiamen e Dinigeer Yilamujiang foram os últimos portadores da chama olímpica, depositando-a numa estrutura que representava um floco de neve e que se erguia acima das bancadas. A chama brilhará agora ininterruptamente até à cerimónia de encerramento, ou seja, até 20 de Fevereiro.

Competir em paz

Como manda a tradição olímpica, a Grécia foi a primeira das 91 delegações a desfilar no estádio nacional de Pequim, cabendo à numerosa representação do país anfitrião entrar na pista de atletismo do ninho de pássaro, com as restantes a respeitarem a ordem do alfabeto chinês.

Recorde-se que o evento foi alvo de um boicote diplomático e político de vários países, entre os quais Portugal, recomendado, inclusive pelo Parlamento Europeu, provocado por violações dos direitos humanos na China. Neste contexto atribulado, durante o seu discurso, Thomas Bach fez questão de apelar à união, sublinhando que é possível competir com ferocidade e, ao mesmo tempo, viver em paz.

“Vocês, os atletas olímpicos, mostrarão como o mundo seria se respeitássemos as mesmas regras e uns aos outros. No nosso mundo frágil, onde grassa a divisão, o conflito e a desconfiança, mostraremos que é possível sermos ferozes rivais e, ao mesmo tempo, viver em paz e de forma respeitosa”, assinalou o presidente do COI.

António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas, e Vladimir Putin, Presidente da Rússia, foram duas das personalidades que assistiram à cerimónia mais curta do que em edições anteriores e com a presença de menos público, limitado a um terço da lotação do estádio.

Os porta-estandartes de Portugal, a 72.ª delegação a entrar no recinto, foram os atletas de esqui alpino Ricardo Brancal, de 25 anos, e Vanina Oliveira, de 19 anos, estreantes em Jogos Olímpicos, tal como sucede com José Cabeça, praticante de esqui de fundo, que completa a equipa lusa.

A cerimónia de abertura de Pequim 2022 foi a primeira nos Jogos Olímpicos de Inverno a contar com dois porta-estandartes, um homem e uma mulher, para assinalar uma competição organizada “sob o signo da igualdade de género”, como já tinha acontecido nos Jogos Olímpicos de Verão Tóquio 2020.

A XXIV edição dos Jogos Olímpicos de Inverno, que termina em 20 de Fevereiro, conta com a participação de quase 2.900 atletas, em 109 eventos, entre 15 disciplinas de sete desportos diferentes. Com 91 países presentes, incluindo as estreantes Arábia Saudita e Haiti, a competição vai dividir-se entre três áreas principais, estendendo-se, além de Pequim, às cidades de Yanqing e Zhangjiakou.

Reforçar o amor

Por ocasião de uma cerimónia para assinalar o início dos Jogos Olímpicos de Inverno em Macau, o presidente do Instituto do Desporto (ID) afirmou na sexta-feira que assistir à transmissão de Pequim 2022 vai permitir aos residentes conhecer o desenvolvimento dos desportos na China e reforçar o patriotismo.

“Os residentes de Macau podem assistir aos Jogos Olímpicos de Inverno na televisão para aprenderem sobre o desenvolvimento dos desportos nacionais e acelerar a promoção do patriotismo e do amor por Macau”, disse Pun Weng Kun citado pela agência Lusa. O responsável sublinhou ainda que Macau está a promover o espírito olímpico e a “contar a história chinesa”, com a transmissão de todos os eventos de Pequim 2022.

Recorde-se que os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022 vão ser disputados sob fortes restrições, de acordo com a estratégia chinesa de ‘zero casos’ de covid-19. Todos os elementos das comitivas, incluindo atletas e treinadores, assim como jornalistas são mantidos numa ‘bolha sanitária’, evitando contactos com a população local, que vai ser prolongada até aos Jogos Paralímpicos de Inverno, entre 04 e 13 de Março. Aos não vacinados, foi exigida uma quarentena de 21 dias à chegada a Pequim.

Além de uns Jogos seguros, Pequim prometeu organizar um evento “verde” e “limpo”, em que a electricidade consumida vai ter origem inteiramente renovável e 85 por cento dos veículos para transportes são movidos a energia elétrica ou a hidrogénio.

Zhangjiakou, cidade que co-organiza os Jogos a cerca de 180 quilómetros a noroeste de Pequim, instalou eólicas capazes de produzir 14 milhões de quilowatts, aproximadamente a mesma potência usada por um pequeno Estado como Singapura.

Noruega conquista primeiro pódio em dia com recordes

A norueguesa Therese Johaug conquistou no sábado a primeira medalha de ouro dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, no mesmo dia em que a alemã Claudia Pechstein igualou o recorde de oito presenças ‘olímpicas’ do japonês Noriaki Kasai.

A norueguesa dominou a competição feminina de esquiatlo, prova de esqui de fundo, em que as esquiadoras fazem 7,5 quilómetros em estilo clássico e 7,5 em estilo livre, superando a russa Natalia Nepryaeva, que ficou com a medalha de prata, e a austríaca Teresa Stadlober, que garantiu o bronze.

Já na prova dos 3.000 metros da patinagem de velocidade, a holandesa Irene Schouten conquistou a medalha de ouro e bateu o recorde olímpico, com o tempo de 3.56,93 minutos, superando a marca que pertencia à alemã Claudia Pechstein (3.57,70) desde os jogos de Salt Lake City, em 2002. No segundo lugar ficou a italiana Francesca Lollobrigida, enquanto a canadiana Isabelle Weidemann foi terceira.

Também na patinagem de velocidade, mas na vertente de estafetas de equipas mistas, a China estreou-se nas medalhas com um ouro, após vencer a Itália, por tangenciais 0,016 segundos. A Hungria conquistou a medalha de bronze.

Esta prova de velocidade ficou também marcada pelo igualar do recorde de participações em Jogos Olímpicos de Inverno da alemã Claudia Pechstein, que aos 49 anos cumpriu a sua oitava participação, as mesmas do japonês Noriaki Kasai. A alemã soma no seu currículo cinco títulos campeã olímpica e seis vezes campeã do mundo.

Guterres | Movimento olímpico como exemplo

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, destacou no passado sábado o compromisso da organização internacional que lidera com o movimento olímpico, apontando-o como exemplo de que a paz e a solidariedade são possíveis.

Guterres reuniu-se em Pequim, sede dos Jogos Olímpicos de Inverno, com o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, e explicou que o evento é importante para demonstrar que é possível ocorrer uma competição sem conflito.

“É possível competir de forma justa e confraternizar ao mesmo tempo. Quando vemos tantos conflitos ao redor do mundo, vemos também a grande importância de ter uns Jogos Olímpicos em que todos os países estejam representados, mesmo aqueles que infelizmente estão a passar por uma situação de guerra. Ter todos aqui em paz é possível, a unidade é possível e a solidariedade é possível”, salientou António Guterres, que esteve também presente na cerimónia de abertura na sexta-feira.

O secretário-geral das Nações Unidas considerou ainda a trégua olímpica como “o símbolo mais importante e mais antigo que existe da importância da paz”. Já o presidente do COI salientou que os dois organismos partilham os valores da “paz, compreensão e solidariedade”.

Recorde-se que os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, que começaram na sexta-feira e vão decorrer até 20 de Fevereiro, foram alvo de um boicote diplomático e político de vários países, entre os quais Portugal, a mando de violações dos direitos humanos na China.

Agenda para hoje

Biatlo (17h00) – Medalhas
Curling (9h05 e 20h05)
Esqui Alpino (10h15 e 13h45) – Medalhas
Esqui Estilo Livre (9h30-15h00)
Hóquei no Gelo (a partir das 12h10)
Luge (a partir das 16h00)
Patinagem Artística (a partir das 9h15) – Medalhas
Patinagem de Velocidade (16h30) – Medalhas
Patinagem de Velocidade em pista curta (a partir das 19h30)
Saltos de Esqui (a partir das 18h30) – Medalhas
Skeleton (a partir das 9h40)
Snowboard (a partir das 12h00)

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30

7 Fev 2022

Pequim 2022 | Jogos Olímpicos de Inverno arrancam hoje entre sonhos e temores

Os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 arrancam hoje ensombrados por questões políticas e pela pandemia de covid-19, mas com vários atletas à procura de fazer história na capital chinesa, que é a primeira na história a acolher os Jogos Olímpicos de Verão (2008) e de Inverno. Até 20 de Fevereiro são esperados cerca de 2.900 atletas, incluindo três portugueses, em 109 eventos. Ho Iat Seng estará na cerimónia de abertura

 

Os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022 arrancam hoje, com o plano desportivo ainda ‘tapado’ por questões de política internacional e pela pandemia de covid-19, mas com vários atletas à procura de fazer história na capital chinesa, a primeira cidade da história a sediar os Jogos Olímpicos de Verão (2008) e de Inverno (2022).

Naquela é a XXIV edição dos Jogos Olímpicos de Inverno estão previstos, até ao próximo dia 20 de Fevereiro, 109 eventos, entre 15 disciplinas de sete desportos diferentes, que terão o condão reunir 2871 atletas, entre os quais 1.581 participantes masculinos e 1.290 atletas femininas. Com 91 nações presentes, incluindo as estreantes Arábia Saudita e Haiti, as competições serão realizadas em três localidades distintas. Isto, porque além de Pequim, as cidades de Yanqing e Zhangjiakou estão escaladas para receber provas. ]

Entre os quase 2.900 atletas, estão três portugueses: Ricardo Brancal e Vanina de Oliveira Guerillot, no esqui alpino, e José Cabeça, no esqui de fundo [ver texto].

Em Pequim, serão realizados os desportos no gelo e de saltos, que irão decorrer numa plataforma de 60 metros de altura instalada sobre as ruínas de uma antiga siderúrgica.

A estância de Zhangjiakou, 180 quilómetros a noroeste de Pequim, recebe eventos nórdicos, como o biatlo, snowboard e esqui freestyle, e a cidade de Yanqing, 75 quilómetros a noroeste de Pequim, será palco de esqui alpino, luge e eventos de bobsleigh.

Apesar de a cerimónia de abertura do evento estar agendada para a noite de hoje, a competição arrancou na passada quarta-feira na modalidade de curling. Passavam cinco minutos das 20h00, quando as primeiras pedras foram lançadas na pista de gelo do pavilhão Ice Cube, antiga piscina olímpica de 2008, para dar início a quatro partidas da fase preliminar do torneio de duplas mistas, com destaque para o embate entre a China e a Suíça. Ao início do dia, a

Chama Olímpica entrou na capital chinesa. Sob uma temperatura de -5 graus, o vice-primeiro-ministro chinês Han Zheng acendeu a tocha vermelha e prata antes de a passar para os primeiros portadores, entre os quais o ex-jogador de basquetebol da NBA Yao Ming e o astronauta Jing Haipeng.

A marcar presença na cerimónia de abertura desta noite, a ter lugar no Estádio Nacional “Ninho de Pássaro”, estará o Chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng. Numa nota emitida pelo Gabinete de Comunicação Social, é ainda referido que, para corresponder às exigências de prevenção epidémica dos Jogos Olímpicos de Inverno, o Ho Iat Seng está sujeito a “medidas rigorosas”, tendo sido aplicada uma gestão de deslocação entre dois pontos e reduzidas actividades não necessárias para minimizar o número de contactos.

Encontros e desencontros

Se, por um lado, estão confirmadas as presenças de vários vultos do panorama internacional, incluindo a do secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres e dos representantes do Comité Olímpico de Taiwan, são as ausências a mando de um boicote diplomático evocado pelo desrespeito pelos direitos humanos na China e encetado pelos Estados Unidos e o Reino Unido, que estão a fazer maior mossa.

Estados Unidos e Reino Unido foram os mais proeminentes a anunciar o boicote diplomático, sem presença de qualquer representante nas cerimónias, a não ser a presença desportiva. Canadá e a Austrália, entre outros, seguiram-se na medida de retirar a presença diplomática e política, sem prejudicar a participação dos atletas desses países, e no dia 19 de Janeiro, foi a vez de o Parlamento Europeu ter recomendado também aos Estados-membros um “boicote diplomático e político”. Também Portugal não terá representação política nas cerimónias de abertura e encerramento, “por várias razões”, explicou no dia 24 de Janeiro o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, segundo a agência Lusa.

Desde “o momento político que se vive em Portugal” ao “sentido de unidade próprio da União Europeia” nas actuais “circunstâncias”, admitindo também o peso que tem o facto de os Jogos Olímpicos de Inverno não serem, “do ponto de vista desportivo, ‘o alfa e o ómega’ do desporto nacional”. As críticas à realização do evento não pararam por aí, dado que o desaparecimento da tenista Peng Shuai, que acusou um antigo governante de a violar, trouxe à baila a proximidade do Comité Olímpico Internacional (COI) ao Governo chinês.

Sobre a questão diplomática, o comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em Macau, afirmou que “politizar o desporto e interromper os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim não serão suportados”. “Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim têm conquistado amplo apoio da comunidade internacional. Politizar o desporto e interromper os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim não serão suportados”, sublinhou Liu Xianfa.

O responsável lembrou que a 76.ª sessão da Assembleia-geral da ONU adoptou “por consenso, a resolução sobre a trégua olímpica” para Pequim 2022, enquanto que o Comité Olímpico Internacional (COI) declarou, em reunião plenária, “o apelo da comunidade desportiva internacional para apoiar os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim e opor-se à politização do desporto”.

Liu Xianfa considerou ainda que os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 vão realizar-se numa altura em que “as grandes mudanças do mundo, sem precedentes no último século, e a pandemia ocorrem combinadas”, o que levou ao “apelo do fortalecimento da solidariedade e cooperação para enfrentar desafios comuns”.

Medidas apertadas

Quanto à covid-19, a pandemia volta a ensombrar uns Jogos Olímpicos, depois de Tóquio 2020, no verão passado, no país onde foram registados os primeiros casos e onde, no último domingo, a capital registou o maior número de novos casos positivos ao fim de 18 meses.

Mais elevada do que em Pequim, a braços com medidas muito restritivas para o controlo pandémico, está a “bolha” olímpica, que tem tido, em média, 32 casos diários, sobretudo entre atletas e equipas técnicas, preocupando a organização.

Do lado do público, que esteve arredado de Tóquio2020, a expectativa do COI é que os recintos possam ter entre 30 a 50 por cento da capacidade ocupada com convites, para compensar a decisão de desistir da venda de bilhetes ao público.

Entre convidados locais e expatriados, Pequim 2022 terá algum público entre a capital, Zhangjiakou e Yanqing, nuns Jogos em que as apertadas regras sanitárias terão de ser cumpridas para evitar a activação dos planos de contingência competitivos, que podem ir desde a ‘repescagem’ de atletas para finais, até à atribuição de múltiplas de medalhas, se estas não puderem ser disputadas devido a infecções por covid-19.

Estrelas da companhia

Depois de fazer história em PyeongChang 2018, ao ser a primeira campeã olímpica de dois desportos diferentes na mesma edição dos Jogos, a checa Ester Ledecka volta para a sua ‘especialidade’, o snowboard, mas também no esqui alpino.

Longe do seu melhor nível, não deixa de ser uma das principais figuras no snowboard, dividido em várias provas e outros nomes de destaque, como a norte-americana Chloe Kim, campeã olímpica há quatro anos, com apenas 17 anos, no ‘half pipe’, a austríaca Anna Gasser, conhecida pelos ‘perfeitos’ 100 pontos nos Mundiais de 2017, ou a heroína da casa, a chinesa Liu Jiayu.

Entre os fundistas, o norueguês Johannes Hösflo Kläbo chega a Pequim 2022 depois de três outros olímpicos na Coreia do Sul e inúmeros títulos mundiais, e aos 25 anos parece ser o principal nome de uma Noruega à procura de renovar o primeiro lugar no medalheiro final.

Nos saltos, o japonês Ryoyu Kobayashi deverá ser uma das grandes figuras, ao lado do polaco Kamil Stoch, tricampeão olímpico, e do alemão Karl Geiger, embora o nipónico seja considerado o favorito depois de em 2018 não ter somado qualquer pódio.

A norte-americana Mikaela Shiffrin é outro dos nomes que pode sair de Pequim 2022 com múltiplas medalhas, somando mais louros a um palmarés já de si histórico no esqui alpino.

Na patinagem no gelo, o japonês Hanyu Yuzuru procura um terceiro ouro olímpico consecutivo, depois de Sochi 2014 e Pyeongchang 2018, quando foi o primeiro desde Dick Button (1948 e 1952) a conseguir ouros sucessivos na artística.

TDM | Jogos Olímpicos em directo

A TDM anunciou que vai transmitir a partir de hoje, 120 horas de conteúdos em directo dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022. A cerimónia de abertura poderá ser vista a partir das 19h55 no canal TDM Desporto. Segundo a empresa, os direitos de transmissão das olimpíadas foram obtidos através do acordo de cooperação com o China Media Group (CMG), que permitirá aos residentes assistir à retransmissão do canal 16 da CCTV, canal olímpico, em mandarim, cantonês e português. O canal em língua portuguesa da TDM irá transmitir as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno todos os dias, entre as 10h00 e as 13h30, à excepção do Domingo, quando a transmissão dos Jogos é interrompida para a missa. Agendadas para amanhã estão competições de Curling, Esqui, Hóquei no Gelo, Luge, Patinagem de Velocidade, Saltos de Esqui e Snowboard.

Portugal | “Suar a camisola e honrar a bandeira”

Os três atletas que vão representar Portugal nos Jogos Olímpicos de Inverno já conquistaram “uma vitória” ao qualificarem-se para Pequim 2022, onde prometem “suar a camisola e honrar a bandeira”, garantiu o chefe de missão. Pedro Farromba assinalou que o objectivo dos estreantes Ricardo Brancal e Vanina de Oliveira, em esqui alpino, e José Cabeça, em esqui de fundo, não passa por medalhas, mas por consolidar o projecto de “melhorar edição após edição”, durante a apresentação da missão portuguesa, na sede do Comité Olímpico de Portugal (COP).

“Não prometemos medalhas, mas suar a camisola e honrar a bandeira. Há muitos milhares de atletas a praticar desportos de inverno em todo o mundo. O facto de três portugueses atingirem os mínimos é, já de si, uma vitória. O país tem as condições naturais que tem…”, lembrou.

Natural de Évora, José Cabeça tem “menos de cinco meses de neve na vida”: “Sou alentejano e a última vez que nevou em Évora foi em 2004 e foi só um bocadinho. Não dava para esquiar. Sou tão novo nisto que tenho apenas quatro provas internacionais”, observou.

Ricardo Brancal, também de 25 anos e com um passado ligado a outra modalidade, o ténis, aponta a um lugar no ‘top 50’ no maior evento mundial de desportos de inverno, entre 4 e 20 de Fevereiro, 14 anos depois de a capital chinesa ter recebido os Jogos Olímpicos de Verão.

Já Vanina de Oliveira, de 19 anos, reside em França, o que significa um convívio mais longo com desportos de neve. “Espero representar bem Portugal, mas também divertir-me e aproveitar o momento. O slalom é a minha disciplina favorita e na qual vou tentar um resultado melhor”, afirmou a atleta, cuja mãe é portuguesa.

Taiwan volta atrás

Taiwan reverteu a decisão de boicotar a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, anunciaram na passada terça-feira as autoridades da ilha, indicando que foram pressionadas a fazê-lo pelo Comité Olímpico Internacional (COI). O COI disse hoje que “o Comité Olímpico do Taipé Chinês confirmou a sua participação” nas cerimónias de abertura e encerramento dos Jogos de Inverno deste ano.

A declaração não abordou o papel da entidade olímpica no processo. Por sua vez, as autoridades em Taiwan disseram que o país vai “ajustar” o seu plano de não ter uma delegação na cerimónia de abertura em Pequim, após repetidos pedidos do COI para que cumprisse as obrigações da Carta Olímpica. Os atletas da ilha competem sob o desígnio “Taipé Chinês”, como parte de um acordo de décadas com a China e intermediado pelo COI. A equipa de Taiwan, que tem quatro atletas nos Jogos de Pequim, também apontou a covid-19 entre as razões para não querer enviar inicialmente atletas e funcionários para as cerimónias.

4 Fev 2022

Portugal sem representação política nos Jogos de Inverno de Pequim

Portugal não terá representação política nas cerimónias de abertura e de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, “por várias razões”, revelou ontem em Bruxelas o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

“Portugal não terá representação política na cerimónia de abertura ou na cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno, e estamos também a coordenar-nos com os demais Estados europeus nessa matéria, mas não teremos representação política na cerimónia de abertura ou na cerimónia de encerramento”, declarou o chefe da diplomacia portuguesa.

Santos Silva, que falava aos jornalistas após participar numa reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, justificou a ausência com “várias razões”, desde “o momento político que se vive em Portugal” ao “sentido de unidade próprio da União Europeia” nas atuais “circunstâncias”, admitindo também o peso que tem o facto de os Jogos Olímpicos de Inverno não serem, “do ponto de vista, desportivo «o alfa e o ómega» do desporto nacional”.

Depois de, na semana passada, o Parlamento Europeu ter apelado a um boicote diplomático e político dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, face às tentativas da China de “legitimar o seu sistema autoritário”, Santos Silva confirmou que “há uma coordenação que se está a fazer [entre os 27], respeitando evidentemente todos os interesses de cada Estado-membro”.

“Por exemplo, sei que alguns Estados europeus se farão representar ao nível de ministro do Desporto dada a dimensão da sua representação desportiva. Outros far-se-ão representar apenas ao nível de embaixador, e, como é habitual nestas coisas, mesmo quando a decisão é nacional, nós concertamos sempre posições e é isso que estamos a fazer”, disse.

Quanto à posição portuguesa, atribuiu-a então ao “sentido de unidade próprio da UE e também o que é típico da diplomacia não-confrontacional que Portugal pratica”, voltando a recordar o “momento político que se vive em Portugal, e que se viverá nas próximas semanas”, com a realização de eleições legislativas no próximo domingo, 30 de janeiro.

“Entendemos que uma representação ao nível ministerial ou de membro do Governo não seria a solução apropriada”, concluiu.

25 Jan 2022

Juntos para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Juntos por um futuro compartilhado

No seu discurso de ano novo de 2022, o Presidente Xi Jinping enfatizou que “Não pouparemos esforços para apresentar excelentes Olimpíadas ao mundo. O mundo está voltando os olhos para a China, e a China está pronta. ”A cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022 será revelada no dia 4 de Fevereiro, o dia do “Início da Primavera” no calendário lunar chinês, indicando que os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022 irão penetrar no Inverno frio da pandemia de COVID-19 que envolve o mundo e, iluminarão um futuro brilhante para a humanidade com o espírito olímpico deixar brilhar.

Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim apresentarão ao mundo uma gala simples, segura e maravilhosa. A China compromete-se a sediar uma Olimpíada “simples, segura e maravilhosa” com uma abordagem “verde, inclusiva, aberta e honesta”, estabelecendo um novo padrão para os Jogos Olímpicos. A China realiza preparativos gerais de maneira suave e ordenada contra a pandemia que tem estado a expandir-se pelo mundo. Entretanto, a China tira proveito do legado dos Jogos Olímpicos de Verão de Pequim 2008, modernizando vários locais desportivos para “Estádios Olímpicos Duplos”. Pela primeira vez na história das Olimpíadas, todos os estádios dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim serão sustentados de maneira totalmente verde. Tendo publicado duas versões de livro de instruções sobre contramedidas COVID-19 e aderido ao gerenciamento preciso e de circuito fechado da epidemia, a China coloca a saúde e a segurança dos participantes em primeiro lugar. Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim serão realizados conforme programado, demonstrando o espírito chinês de cumprimento de promessas, autoconfiança e abertura.

Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim envolveram mais de 300 milhões chineses em desportos de Inverno e, assim promoveram efectivamente a cultura olímpica e os intercâmbios e aprendizado mútuo entre as civilizações.

Nos últimos 6 anos , desde que Pequim ganhou a licitação para sediar esta Olimpíadas de Inverno, os desportes de Inverno na China têm continuado a aquecer nas regiões do sul, oeste e leste, dando forte impulso à China, com o objectivo de construir uma nação de potência desportiva e saudável, expandindo notavelmente o mercado global de desportos de inverno. A China, aproveitando os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim como uma oportunidade, adopta novas práticas para melhorar o ambiente ecológico, constrói novos modelos para o desenvolvimento de regiões e cidades e cria um novo ambiente para o progresso do ser humano e da sociedade. Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim coincidirão com o Ano Novo chinês. A China mostrará ao mundo uma civilização oriental antiga enquanto vigorosa, uma moral de grande país de abertura e inclusão, e reunirá a vontade e a força para construir conjuntamente um futuro compartilhado.

Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim têm conquistado amplo apoio da comunidade internacional. Politizar os desportos e interromper os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim não será suportado. Actualmente, as grandes mudanças do mundo sem precedentes no último século e a pandemia ocorrem combinadas, o apelo ao fortalecimento da solidariedade e cooperação para enfrentar desafios comuns está se tornando mais forte do que nunca. O slogan dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, “Juntos por um futuro compartilhado”, está alinhado com o lema olímpico “Mais rápido, mais alto, mais forte, juntos”, a tendência dos tempos de paz, desenvolvimento e cooperação, bem como as expectativas do mundo. A 76.ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas adoptou por consenso a resolução sobre a Trégua Olímpica para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, co-patrocinada por 173 estados membros. A 10ª Cimeira Olímpica, realizada pelo COI, declarou o apelo da comunidade desportiva internacional para apoiar os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim e opor-se à politização dos desportos.

Mecanismos multilaterais, incluindo o G20, Fórum de Cooperação China-África, Fórum China-CELAC e Organização para Cooperação de Xangai, juntamente com a maioria dos países,expressaram firme apoio aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, reflectindo plenamente a justiça e a aspiração da comunidade internacional. É de destacar, que mesmo a imprensa dos EUA admite, que a posição dos EUA sobre os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim foi seguida por somente 9 países, incluindo Reino Unido, Canadá, Austrália e Lituânia etc., demonstrando o fracasso do governo dos EUA em politizar o evento.

O desporto é a linguagem comum da humanidade que transcende as fronteiras e civilizações nacionais. O espírito olímpico é o melhor retrato do progresso contínuo e da autotranscendência da humanidade. Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim vão injectar um forte impulso na reparação das feridas da epidemia, aumentando a confiança no desenvolvimento, consolidando a solidariedade e a amizade no mundo e promovendo a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade. Vamos dar as mãos com toda a confiança e trabalhar juntos por um futuro compartilhado!

Por Liu Xianfa, Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da RPC na RAEM

24 Jan 2022

Pequim descarta confinamento durante Jogos Olímpicos de Inverno

O Comité Organizador de Pequim para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 disse hoje que não está a contemplar o confinamento da capital chinesa, devido aos recentes surtos de covid-19 detetados na China nos últimos dias.

O confinamento da cidade durante a realização dos Jogos “está descartado neste momento”, disse Huang Chun, funcionário do Comité Organizador de Pequim2022, citado pela imprensa local.

Segundo Huang, embora a variante Ómicron já tenha sido detetada em algumas cidades chinesas, como Tianjin, a cerca de 80 quilómetros de Pequim, a “situação está sob controlo”.

“Vamos manter as medidas de prevenção já descritas. A menos que haja um grande surto durante o evento, não há necessidade de ajustá-las. No momento, confinar Pequim não é uma opção, mas há espaço de manobra para mudar a política caso seja necessário”, apontou o funcionário.

Os Jogos vão ser realizados de acordo com a estratégia ‘zero covid’ da China e sob ameaça da variante altamente contagiosa Ómicron.

Por ocasião do evento, que se realiza na capital chinesa, participantes, atletas, voluntários, cozinheiros, motoristas e jornalistas vão ser mantidos num “circuito fechado”, para evitar qualquer contacto com a população local.

Esta “bolha sanitária” foi criada no início de janeiro e visa isolar os participantes do mundo exterior nas deslocações a pé, de carro ou de comboio. É ainda exigida uma quarentena de 21 dias após a chegada a Pequim para quem não estiver vacinado.

O sistema entrará oficialmente em operação em 23 de janeiro de 2022 (os Jogos serão realizados entre 04 e 20 de fevereiro) e terminará no final dos Jogos Paralímpicos de Inverno (de 04 a 13 de março), embora já haja funcionários a trabalhar dentro da bolha, desde a última terça-feira.

Pequim vai assim tornar-se na primeira cidade do mundo que recebeu ambos os eventos olímpicos de inverno e verão.

A atenção também está colocada no boicote diplomático aos Jogos anunciado pelos Estados Unidos e outros países que denunciaram abusos dos direitos humanos por parte da China.

A China espera tranquilizar a população e garantir que o evento olímpico não vai produzir mais surtos. A vida no país decorre com relativa normalidade, após ter praticamente extinguido a doença, no primeiro trimestre de 2020.

A ameaça da Ómicron ocorre também nas vésperas do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas e, tradicionalmente, a maior migração humana do planeta, embora este ano muitas cidades tenham recomendado aos residentes que passem as férias no local de residência habitual para minimizar os riscos.

11 Jan 2022

Polícia chinesa adverte população para se afastar de veículos dos Jogos Olímpicos

A polícia chinesa pediu aos residentes de Pequim que se afastem dos veículos oficiais dos Jogos Olímpicos de Inverno, no caso de acidentes no trânsito, visando proteger a “bolha sanitária” contra a covid-19 criada em torno da competição.

Por ocasião do evento, que se realiza na capital chinesa, participantes, atletas, voluntários, cozinheiros, motoristas e jornalistas vão ser mantidos num “circuito fechado”, para evitar qualquer contacto com a população local.

Esta “bolha sanitária” foi criada no início de janeiro e visa isolar os participantes do mundo exterior nas deslocações a pé, de carro ou de comboio.

“Em caso de acidente com um veículo oficial dos Jogos Olímpicos de Inverno é aconselhável manter uma distância de segurança, para garantir a sua proteção, e evitar qualquer contacto com o veículo e as pessoas a bordo”, disse a polícia de Pequim, em comunicado. “Deve-se aguardar a chegada dos profissionais”, apontou.

A China praticamente erradicou a covid-19 do seu território, desde a primavera de 2020. A vida no país decorre com normalidade, apesar do aparecimento de pequenos surtos esporádicos, que motivam uma reação imediata e localizada.

Este sucesso é o resultado de medidas fortes: testes em massa, medidas de confinamento nas áreas afetadas, quarentena centralizada na chegada ao país e rastreamento dos contactos via aplicações móveis. A mesma severidade será aplicada durante os Jogos de Pequim.

Isto constitui uma diferença com os Jogos Olímpicos de Tóquio, onde os organizadores permitiam certas entradas ou saídas de funcionários e voluntários na “bolha sanitária”. Em Pequim, cerca de 3.000 atletas estarão no “circuito fechado”.

Todas as pessoas que entrarem nesta bolha devem estar totalmente vacinadas ou passar por uma quarentena de 21 dias à chegada. Eles serão testados diariamente.

As autoridades estão a lutar contra surtos em várias cidades do país, que resultaram no confinamento de milhões de pessoas. O recente aparecimento da variante Ómicron na China provavelmente complicará a tarefa dos organizadores.

Os organizadores tiveram que negar, este fim de semana, um rumor que circulou nas redes sociais, segundo o qual um desportista espanhol com resultado positivo tinha escapado da “bolha” para ir ao centro de Pequim.

10 Jan 2022

Avanço da pandemia não cria “risco extra” para os Jogos Olímpicos de inverno

A forte disseminação global de casos covid-19 não constitui um “risco extra” à celebração dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, afirmou ontem a Organização Mundial de Saúde (OMS).

“As medidas tomadas pelas autoridades chinesas são muito restritas e neste momento não vemos um aumento do risco de transmissão”, justificou o diretor de Emergências Sanitárias da OMS, Mike Ryan.

O responsável recordou que a OMS está a apoiar a China no que toca às medidas de prevenção para Pequim2022, sendo que a evolução da situação pandémica está em “constante análise”.

A elucidar a postura da China no combate à covid-19 Mike Ryan citou a reação “contundente” do governo aos surtos surgidos no país nas últimas semanas, tendo mesmo colocado de quarentena cidades inteiras, de milhões de habitantes.

7 Jan 2022

China adopta mais restrições nas vésperas dos Jogos Olímpicos e Ano Novo Lunar

Várias cidades chinesas impuseram bloqueios ou restrições nas deslocações, depois de detetarem novos surtos de covid-19, nas vésperas de o país receber os Jogos Olímpicos de Inverno e celebrar o Ano Novo Chinês.

Além do confinamento da cidade de Xian, onde desde 23 de dezembro os residentes não podem deixar as suas casas, quarentenas parciais foram também decretadas nas cidades de Ningbo, província de Zhejiang, e Yuzhou, província de Henan.

Apenas um membro da família pode sair de casa a cada dois dias para comprar mantimentos, embora nas áreas mais afetadas pelos surtos o confinamento seja total, informou hoje o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista da China.

Henan diagnosticou apenas nove casos por transmissão local desde segunda-feira, o suficiente para as autoridades proibirem deslocações dentro da província e suspenderem eventos em locais públicos.

Na capital da província, Zhengzhou, com 10,3 milhões de habitantes, também foram decretados bloqueios em algumas áreas e serão realizados testes PCR em toda a população.

Autocarros e táxis estão proibidos de circular e locais como centros comerciais ou museus vão estar encerrados nos próximos dias como medida de precaução. Quem reside em áreas de risco não vai pode sair da cidade sem autorização.

Os surtos surgem a menos de um mês do início dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim, evento que o Governo chinês quer proteger a todo o custo.

Para entrar na capital chinesa é necessário apresentar um teste negativo para a doença, realizado até 48 horas antes de viajar.

A China vai ainda celebrar o Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao Natal nos países ocidentais e, tradicionalmente, a maior migração interna do planeta.

Os governos locais estão já a pedir, no entanto, que se evitem viagens que não sejam “estritamente necessárias”.

O país asiático adotou uma estratégia de tolerância zero contra o coronavírus, que envolve controlos rígidos de entradas no país, com quarentenas entre duas e quatro semanas, e campanhas de testes em massa e confinamentos em locais onde os surtos são detetados.

5 Jan 2022

Covid-19 | Pequim cria ‘bolha’ em redor dos locais dos Jogos Olímpicos de Inverno

A ‘bolha’ sanitária anti-covid-19 foi implantada esta terça-feira em torno dos locais dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, um mês antes do início do evento que promete ser o mais vigiado na era da pandemia.

A China, onde o coronavírus foi detetado pela primeira vez no final de 2019, erradicou amplamente a doença recorrendo a medidas de rastreio, contenção e vacinação muito rigorosas. As fronteiras chinesas foram praticamente fechadas em março de 2020 e os voos internacionais drasticamente reduzidos.

A fim de acomodar os 3.000 atletas e equipas de apoio para os Jogos Olímpicos de Inverno, a decorrer de 04 a 20 de fevereiro, foi estabelecida uma ‘bolha’ sanitária em torno dos locais que vão receber as provas, para evitar qualquer contacto com a população local.Esse circuito fechado foi oficialmente instituído, antes da chegada dos primeiros participantes estrangeiros.

As barreiras mantêm os transeuntes a uma distância segura das instalações previstas para os Jogos, como o Ninho de Pássaro, estádio Olímpico onde será realizada a cerimónia de abertura.

“Dentro do circuito fechado, vamos implementar medidas de saúde muito rígidas, incluindo testes diários, para garantir que os casos de contaminação sejam detetados rapidamente”, explicou à agência France-Presse o diretor de comunicação do evento, Zhao Weidong.

Todos os participantes estrangeiros devem ser vacinados e os demais sujeitos a quarentena de 21 dias.

“Também recomendamos o recebimento de uma dose de reforço”, disse Zhao Weidong, acrescentando que a organização está “a monitorizar de perto a nova variante Ómicron e o seu impacto global”.

O responsável adiantou que o comité organizador local está em estreita comunicação com o Comité Olímpico Internacional (COI), “para garantir que haja espaço de manobra na aplicação das contramedidas em função da situação epidémica”.

Os atletas e ‘staff’ chineses dentro da ‘bolha’ (voluntários, motoristas, cozinheiros) só partirão depois dos Jogos Paralímpicos (04 a 13 de março), após um período de quarentena. Só serão permitidos espectadores residentes na China, que não entrarão na ‘bolha’.

Nas deslocações de um local para outro, os participantes estrangeiros permanecerão separados da população local, por exemplo, com carruagens reservadas no comboio de alta velocidade que leva às pistas de esqui.

5 Jan 2022

Covid-19 | Vírus é “desafio número um” das Olimpíadas de inverno em Pequim, diz organização

A prevenção epidémica vai ser o “desafio número um” das Olimpíadas de Inverno de Pequim, disseram hoje os organizadores, quando faltam 100 dias para o início da competição. A capital chinesa é a primeira cidade do mundo a receber os jogos de verão (em 2008) e de inverno, que se realizam entre 04 e 20 de fevereiro.

As autoridades chinesas, que seguem uma política de “tolerância zero” contra o vírus, têm tomado várias medidas para erradicar um surto epidémico registado nos últimos dias no norte do país.

A China detetou 59 casos de covid-19, nas últimas 24 horas. Destes, 50 resultaram de contágios locais no município de Pequim (três), nas regiões autónomas da Mongólia Interior (32) e Ningxia (dois) e nas províncias de Gansu (quatro), Guizhou (cinco) e Shandong (quatro).

Lanzhou, a capital de Gansu, lançou uma campanha de testes de ácido nucleico e confinou complexos residenciais, dos quais só é possível sair para comprar alimentos, receber tratamento médico ou participar das tarefas de controlo e prevenção contra o coronavírus.

“A pandemia é o desafio número um para a realização dos jogos de inverno”, resumiu à imprensa o vice-presidente do comité organizador, Zhang Jiandong.

Uma dúzia de províncias, ou um terço do total, intensificaram as medidas de prevenção, incluindo a cidade de Pequim, onde 20 casos foram contabilizados na semana passada.

As medidas planeadas para os jogos “vão reduzir o risco e o impacto do coronavírus”, acrescentou Zhang, alertando que os participantes que não respeitarem as regras serão penalizados.

Os jogos de 2022 acontecerão numa “bolha”, destinada a eliminar qualquer risco de contaminação para o resto da China.

Os 2.900 atletas que participam nas competições vão ter que estar totalmente vacinados ou cumprir uma quarentena rigorosa de 21 dias ao chegar ao país. Apenas os espectadores já presentes na China vão poder assistir aos eventos.

As autoridades planearam 300 ambulâncias de pressão negativa para transportar possíveis pacientes, sem o risco de o ar contaminado sair para o exterior.

A China, onde os primeiros casos de covid-19 foram detetados, no final de 2019, conseguiu conter a doença na primavera de 2020, após a adoção de medidas drásticas de confinamento e bloqueio de cidades inteiras.

O país praticamente fechou as suas fronteiras com o resto do mundo. Desde o início da pandemia da covid-19, o país registou 96.899 casos da doença e 4.636 mortos.

27 Out 2021