Salomé Fernandes Manchete SociedadeCasos de agiotagem diminuíram 88% no ano passado O crime associado ao jogo teve uma “descida notável” em 2020, que a Polícia Judiciária associa à quebra de turistas. Em sentido inverso, os casos de conflito familiar aumentaram, bem como os casos de pornografia de menores Num ano marcado por restrições fronteiriças e o impacto financeiro decorrente das quebras das receitas do jogo, o crime associado a este sector diminuiu. “A descida notável do número dos crimes relacionados com o jogo deve-se à redução significativa de visitantes”, explica o relatório anual da Polícia Judiciária (PJ) sobre 2020. No ano passado foram instaurados 413 inquéritos e denúncias relacionados com o jogo, o equivalente a uma descida de 80,9 por cento relativamente a 2019. Os dados estatísticos referentes revelam que se registaram 72 casos de agiotagem ligada ao jogo, o que representa uma descida de 88 por cento. Já os casos de sequestro associados à agiotagem fixaram-se em 32, traduzindo uma descida superior a 90 por cento. No entanto, as autoridades observam que com a recuperação gradual do turismo se verificou um aumento “considerável” das burlas com notas usadas para treino de contagem de dinheiro. A época de pandemia também gerou mudanças nos crimes relacionados com droga, com descidas registadas tanto nos processos de tráfico como de consumo. As autoridades detectaram mudanças no método de actuação dos grupos de narcotráfico: registaram-se mais 15 casos de passagem de droga através de encomendas. Violência na família No entanto, nem todas as áreas foram marcadas por uma descida de criminalidade. “Os casos de conflito familiar registaram uma subida, não estando excluída a possibilidade de que o aumento do tempo da estadia em casa dos membros da família devido à epidemia, os problemas económicos e outros factores negativos tenham causado este aumento. Em muitos casos, os suspeitos agiram por impulso e as circunstâncias foram as de menor gravidade”, diz a PJ. O volume de inquéritos relacionados com ofensas à integridade física entre familiares aumentou 8,4 por cento. Dos 116 inquéritos instaurados, 11 enquadram-se como violência doméstica e 70 foram classificados como ofensa à integridade física. Numa tendência inversa ao número de casos de violação e importunação sexual, deu-se um “aumento significativo” dos casos de abuso sexual de crianças e de pornografia de menor. O abuso de crianças aumentou 72,7 por cento para 19 casos. O relatório refere que muitos aconteceram em estabelecimentos educativos ou ambiente familiar, e que algumas das vítimas tiveram relações de forma voluntária. Em 2020 foram detectados 129 casos de pornografia de menor. As autoridades frisaram que desde o ano passado até ontem houve “dois casos em que as vítimas eram menores de Macau”. No entanto, é observado que a maioria do material não envolvia residentes, com os suspeitos “eram principalmente trabalhadores não residentes, muitos dos quais alegaram que não sabiam que a transmissão destas informações era um crime”. Ano de desafios A PJ descreve que o ano passado foi “cheio de desafios”. Com os trabalhos de prevenção da epidemia em destaque, as autoridades apontaram “rápidos progressos na criação de regimes jurídicos relativos à segurança nacional e à da RAEM”, um aumento da eficácia no combate ao crime, descrevendo que a segurança se manteve numa “situação estável e positiva”. No geral, no ano passado foram instaurados 9.291 processos criminais, uma descida de 40,38 por cento em relação a 2019. Perante conjunturas internas e externas “complexas e mutáveis” as autoridades preveem que depois da pandemia “a pressão externa será mais intensa e agravada”. A PJ descreve que se vai manter “alerta diante dos piores cenários” e frisa que vai estar “preparada para impedir a ingerência de forças externas e para o combate a eventuais acções, no sentido de tentar aproveitar Macau para atacar a segurança do Estado”. É também de destacar que o Centro de Alerta e Resposta a Incidentes de Cibersegurança detectou diariamente 1.600 alarmes preliminares.
Pedro Arede Manchete SociedadeDetido residente envolvido em empréstimos ilegais milionários Um residente de Macau envolvido num esquema de agiotagem foi ontem entregue à Polícia Judiciária pelas autoridades do Interior. Outros cinco suspeitos foram detidos em Junho de 2019. O grupo fazia parte de uma rede criminosa que operou durante quatro anos oferecendo empréstimos ilegais de mais 25 milhões de dólares de Hong Kong As autoridades do Interior da China entregaram ontem à Polícia Judiciária (PJ) um residente de Macau suspeito de fazer parte de uma rede criminosa que se dedicava à agiotagem através de uma plataforma de empréstimos ilegais. O homem foi detido em Zhuhai a 24 de Junho de 2020, depois de ter fugido de Macau a 12 de Maio de 2019. Ao todo, a rede criminosa que operou durante quatro anos, entre 2015 e 2019, ofereceu empréstimos ilegais de mais 25 milhões de dólares de Hong Kong. Numa conferência de imprensa realizada no posto fronteiriço das Portas do Cerco e onde foi possível assistir à entrega do suspeito às autoridades de Macau, a porta-voz da PJ revelou que o suspeito de 33 anos detido em Zhuhai é o autor moral dos crimes de usura, associação criminosa e branqueamento de capitais alegadamente cometidos pela rede que fazia empréstimos ilegais. De acordo com a PJ o suspeito aproveitava “diversos pretextos” para convencer as vítimas com condições de crédito rápidas, acabando, posteriormente por cobrar 10 por cento de juros por cada operação. Além disso, para materializar o processo, o suspeito exigia às vítimas que depositassem o dinheiro dos juros numa conta bancária aberta para o efeito. Contas feitas, terão sido oferecidos empréstimos ilegais a 61 pessoas, num valor de mais de 25 milhões de dólares de Hong Kong. No total, 200 pessoas terão pedido empréstimos à associação criminosa, revelou a PJ. Questionada sobre o facto de, durante a entrega, a identidade do suspeito não ter sido preservada como habitualmente, com o uso de uma máscara protectora, a porta-voz da PJ apontou que a decisão foi do próprio suspeito. A peça que falta Recorde-se que a detenção do suspeito entregue ontem às autoridades de Macau vem no seguimento da detenção de outros cinco suspeitos envolvidos na mesma rede criminosa, detidos no dia 24 de Junho de 2019 pela PJ. De acordo com um comunicado oficial, na altura, a PJ mobilizou 18 investigadores para deter quatro indivíduos locais em quatro apartamentos e em duas lojas situadas em diferentes zonas da cidade, incluindo o cabecilha e os elementos principais da rede. O quinto suspeito acabou por ser interceptado no Aeroporto Internacional de Macau, tendo sido também apreendidos vários instrumentos utilizados para a prática do crime e documentos referentes aos empréstimos. Segundo a mesma nota, a PJ começou a receber denúncias de residentes e de serviços públicos desde Junho de 2017, nomeadamente da Autoridade Monetária de Macau, da Direcção dos Serviços de Economia e do Instituto para os Assuntos Municipais, indicando que uma agência financeira estaria a oferecer serviços de empréstimos ilegais. Durante a conferência de imprensa de ontem, a PJ revelou ainda que uma pessoa envolvida no caso, continua a monte e que, por isso, a investigação prossegue. Caso se confirmem as acusações, o suspeito pode ser punido com pena de prisão entre 1 a 5 anos pelo crime de usura, entre 5 a 12 anos pelo crime de associação criminosa e de limite máximo superior a 3 anos pelo crime de branqueamento de capitais.
João Luz SociedadePJ | Detidos 76 suspeitos de pertencerem a rede de agiotagem [dropcap]U[/dropcap]ma operação conjunta da Polícia Judiciária (PJ) com as autoridades de Zhuhai levou à detenção de 76 indivíduos suspeitos de agiotagem, com operações especialmente incidentes nos casinos de Macau. Entre os detidos, contam-se 41 suspeitos da província de Jiangxi, onde estaria o centro de comando da organização. Segundo informações adiantadas ao HM, o grupo pode estar envolvido em mais de 40 casos de usura, num valor total que ascende aos 20 milhões de dólares de Hong Kong. No final de Outubro, a PJ destacou 120 investigadores criminais, que actuaram em parceria com as autoridades de Zhuhai, e prenderam 41 suspeitos em diferentes apartamentos localizados em Macau. No total, foram congeladas 13 contas em salas de jogo (no total de 5,5 milhões de dólares de Hong Kong). No interior da China, foram detidos 35 membros da organização, mas as autoridades revelaram que ainda são esperadas mais detenções relacionadas com esta investigação. A organização revelou conhecimento das investigações policiais e estava bem estruturada em termos hierárquicos, desde os membros que contactavam os jogadores, aos que aprovavam “empréstimos”, até às equipas que extorquiam as quantias em dívida recorrendo a violência. Os detidos são suspeitos de associação criminosa, usura para jogo, sequestro, entre outros crimes.
João Luz SociedadePJ | Detidos 76 suspeitos de pertencerem a rede de agiotagem [dropcap]U[/dropcap]ma operação conjunta da Polícia Judiciária (PJ) com as autoridades de Zhuhai levou à detenção de 76 indivíduos suspeitos de agiotagem, com operações especialmente incidentes nos casinos de Macau. Entre os detidos, contam-se 41 suspeitos da província de Jiangxi, onde estaria o centro de comando da organização. Segundo informações adiantadas ao HM, o grupo pode estar envolvido em mais de 40 casos de usura, num valor total que ascende aos 20 milhões de dólares de Hong Kong. No final de Outubro, a PJ destacou 120 investigadores criminais, que actuaram em parceria com as autoridades de Zhuhai, e prenderam 41 suspeitos em diferentes apartamentos localizados em Macau. No total, foram congeladas 13 contas em salas de jogo (no total de 5,5 milhões de dólares de Hong Kong). No interior da China, foram detidos 35 membros da organização, mas as autoridades revelaram que ainda são esperadas mais detenções relacionadas com esta investigação. A organização revelou conhecimento das investigações policiais e estava bem estruturada em termos hierárquicos, desde os membros que contactavam os jogadores, aos que aprovavam “empréstimos”, até às equipas que extorquiam as quantias em dívida recorrendo a violência. Os detidos são suspeitos de associação criminosa, usura para jogo, sequestro, entre outros crimes.
João Santos Filipe SociedadePJ deteve inspector que passou informações a rede de agiotas Um inspector da Polícia Judiciária foi detido durante o horário de trabalho, depois de ter fornecido por 23 vezes informações sobre uma investigação a um grupo criminoso. Esta é a segunda detenção dentro da PJ no âmbito da mesma investigação [dropcap]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) deteve um dos seus inspectores na quinta-feira, que alegadamente terá fornecido a uma rede de agiotagem informações sobre as investigações em curso. O caso foi revelado na sexta-feira, durante a realização de uma conferência de imprensa, e o homem de 36 anos foi detido quando se encontrava a trabalhar. Segundo a versão apresentada pelas autoridades, o homem estava ao serviço da PJ desde 2008 e através de vários equipamentos electrónicos recolhia dados sobre uma investigação a uma rede de agiotagem. No total, o homem terá trocado informação com a rede agiota sobre o andamento dos trabalhos de investigação em 23 ocasiões, entre Outubro de 2017 e Maio de 2018. As informações envolviam detalhes das operações e informações sobre os agentes envolvidos. Depois de ter sido confrontado com a acusação, o homem admitiu que tinha passado informações em troca do pagamento de refeições ou de contas em locais de divertimento nocturno, nomeadamente discotecas. Segundo o porta-voz da PJ, neste momento desconhece-se se o agente recebeu algum dinheiro, mas o assunto ainda está a ser investigado. Esta detenção surgiu na sequência de uma outra em Junho, que também envolveu um agente. Por isso, a PJ vai continuar as investigar para perceber se este agente agiu sozinho ou se há outros infiltrados, que abusam da sua posição para fornecerem informações a redes de criminosas em troca de benefícios ilegais. Um caso, dois agentes Foi em Junho deste ano que as autoridades tinham anunciado a detenção de um dos seus agentes, com a mesma idade, que estava indiciado pela prática dos crimes de “violação de segredo” e “favorecimento pessoal”, entre outros. As investigações continuaram e permitiram agora registar este segundo caso dentro da força de segurança. Após ter sido confrontado com a situação, o agente, detido na quinta-feira, mostrou-se arrependido. Por sua vez, o porta-voz da PJ reforçou que as autoridades não toleram este tipo de comportamentos e que as chefias têm a obrigação de supervisionar os seus subordinados. O mesmo representante da força de segurança prometeu ainda que os trabalhos de responsabilização do agente detido vão ser conduzidos de forma imparcial e que além da investigação criminal vai ser conduzido um processo interno. O caso foi reencaminhado para o Ministério Público (MP) na sexta-feira e o detido está indiciado pela prática dos crimes de corrupção passiva para acto ilícito, violação de segredo, obtenção, utilização ou disponibilização ilegítima de dados informáticos e do crime de associação criminosa, que são punidos com penas que podem chegar aos oito anos de prisão, três anos, dois anos e 12 anos, respectivamente.
Sofia Margarida Mota SociedadePJ | Investigador detido por dar informações a rede de agiotagem O agente da Polícia Judiciária detido ontem em serviço é suspeito de dar informações a rede de agiotagem desmantelada no passado mês de Fevereiro. O processo já seguiu para o Ministério Público e o detido pode ter que cumprir entre seis e dez anos de prisão [dropcap]F[/dropcap]oi ontem detido um investigador da Polícia Judiciária (PJ), de apelido Pun, por suspeita de associação criminosa. O detido, investigador criminal com 36 anos, trabalhava desde 2018 naquela força de segurança e é acusado dos crimes de violação de segredo e favorecimento pessoal do funcionário, apontou a porta voz da PJ em conferência de imprensa. A PJ já instaurou um inquérito disciplinar e enviou o processo para o Ministério Público e o suspeito incorre a uma pena de seis a dez anos de prisão. O funcionário do departamento de denúncias e intervenção foi detido ontem durante o serviço, na sequência da investigação que a PJ levou a cabo de um caso de agiotagem que terminou no desmantelamento de uma rede criminosa em Fevereiro passado. “Durante as operações de investigação, após o desmantelamento da rede, as autoridades descobriram que um investigador criminal da PJ estaria envolvido”, referiu a PJ. A função do suspeito era a de transmitir informações acerca da investigação aos operadores da rede criminosa, actos que ocorreram entre Outubro de 2018 e Janeiro deste ano. O suspeito terá fornecido informações aos agiotas “13 vezes e o objectivo era evitar que a organização criminosa fosse apanhada”, apontou. As autoridades ainda não sabem se o agente recebia algum tipo de recompensa pelo fornecimento de informação acerca da investigação. Após a detenção, o suspeito recusou-se a colaborar no processo de investigação. A porta voz da PJ, reiterou ainda o empenho das autoridades na política de tolerância zero para os elementos envolvidos em actividades criminosas, assegurando que vai continuar a acompanhar de perto as acções dos seus agentes. Caso mega Recorde-se que a 25 de Fevereiro, a PJ anunciou os resultados de uma mega operação que deu origem ao desmantelamento de uma rede de agiotagem envolvendo 71 pessoas e que gerou lucros de 32 milhões de dólares de Hong Kong, entre 2016 e 2018. A operação da PJ contou com 210 investigadores e decorria desde 2016. Os 71 envolvidos enfrentam acusações da prática dos crimes de associação ou sociedade secreta, usura para o jogo e branqueamento de capitais. No primeiro crime a moldura penal vai dos 5 aos 12 anos, para os membros, e entre 8 e 15 anos, para os chefes. No que diz respeito à usura para o jogo a pena varia entre os 2 e 10 anos de prisão, com pena acessória de 2 a 10 anos de proibição de entrada nos casinos. Já o crime de branqueamento de capitais tem como punição uma pena que pode chegar aos 8 anos de prisão.
Hoje Macau SociedadeGrupo que burlava agiotas detido após zaragata [dropcap]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) anunciou ontem a detenção de 12 pessoas por ligações a crimes de agiotagem, depois de uma autêntica batalha campal travada num casino no Cotai. Segundo a informação do canal chinês da Rádio Macau, primeiro foi detido um grupo de sete indivíduos, que se suspeita fazer parte de uma rede que recrutava pessoas para burlarem agiotas. Entre o grupo contam-se seis homens e uma mulher, todos provenientes do Interior da China. A PJ foi alertada para a situação quando na madrugada de ontem as pessoas se envolveram em altercações num casino no Cotai. Segundo as autoridades, quando os agentes da polícia chegaram ao local depararam-se com um cenário de “caos”. Suspeita-se que o grupo do Interior da China recrutava pessoas das províncias de Guangxi, Heilongjiang e Henan para pedirem empréstimos a agiotas e jogarem nos casinos. Antes de se deslocarem ao território, os recrutas tinham um treino específico para saberem lideram com as situações decorrentes desta actividade. No entanto, quando recusavam pagar gerava-se um cenário de confusão, que era utilizado por outros membros do grupo para fugirem com parte do dinheiro emprestado. Só ontem suspeita-se que tenham desaparecido 240 mil dólares de Hong Kong em fichas de jogo, no meio da confusão. Além dos burlões, a PJ procedeu igualmente à detenção de cinco agiotas e está a investigar o caso
Hoje Macau SociedadeAgiotagem | Líderes de rede em prisão preventiva [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s quatros líderes da alegada rede de agiotagem, que envolve 113 pessoas, ficaram em prisão preventiva, de acordo com a informação do Ministério Público. As medidas de coacção foram anunciadas na sexta-feira, depois do Juiz de Instrução Criminal ter optado por colocar os quatro cabecilhas em prisão preventiva. Quanto aos restantes 109 arguidos, ficaram sujeitos a termo de identidade e residência, assim como à proibição de entrada em casinos. Os arguidos são suspeitos de vários crimes, nomeadamente associação criminosa, usura, exigência ou aceitação de documentos e crime de sequestro.
Hoje Macau SociedadeCrime | PJ desmantela maior rede de agiotagem desde 1999 [dropcap style=’circle] A [/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) anunciou ontem ter detido 113 pessoas por suspeita da prática do crime de usura, desmantelando a maior rede de agiotagem desde a transferência do exercício de soberania, em 1999. As detenções foram feitas na sequência de operações policiais levadas a cabo na terça-feira a 21 apartamentos na zona do Cotai, onde foram apreendidos nomeadamente fichas de jogo com um valor facial de 100 mil dólares de Hong Kong, bem como dois milhões de dólares de Hong Kong em dinheiro vivo, além de documentos, como registos de empréstimos, relativos à alegada actividade ilícita. A PJ estima que a alegada rede de agiotagem, “muito bem organizada”, tenha concedido empréstimos ilegais de, pelo menos, 70 milhões de dólares de Hong Kong. Segundo a PJ, que actuou na sequência de uma pista em 2016, a suposta rede de agiotagem terá iniciado operações em 2011. Segundo o portal especializado em jogo GGRAsia, entre os 113 detidos figura um residente de Hong Kong que a polícia acredita tratar-se do cabecilha do grupo criminoso. A maioria dos membros é oriunda da China, mas há também um residente de Macau, de acordo com a Macau News Agency.
Hoje Macau MancheteCrime | PJ detém mais de 20 pessoas do continente por associação criminosa [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Polícia Judiciária (PJ) anunciou ontem ter detido 27 pessoas do interior da China na sequência de um caso de associação criminosa e de agiotagem, que envolveu pelo menos um sequestro, entretanto encaminhado para o Ministério Público. Os suspeitos, com idades entre os 20 e os 53 anos, em que se incluem quatro mulheres, da província chinesa de Fujian, foram detidos na sequência de uma operação policial no domingo, em diferentes zonas da cidade, para a qual foram mobilizados 80 agentes. A operação foi desencadeada depois de a PJ ter recebido, no início do ano, a informação de que um grupo de agiotagem estaria a operar nas zonas dos NAPE e da Taipa. O grupo terá começado a funcionar em meados de 2015 e só desde Abril último efectuou uma centena de empréstimos, envolvendo 20 milhões de dólares de Hong Kong, explicou Ho Chan Nam, porta-voz da PJ, em conferência de imprensa. O grupo teria aparentemente uma estrutura hierárquica bem definida: um cabecilha e membros de nível intermédio e de nível inferior. Aos últimos caberia a função de procurar clientes no interior e exterior dos casinos e apresentá-los, depois, aos do nível médio do grupo para discutirem as condições do empréstimo. Os empréstimos de valor inferior a cem mil patacas podiam ser autorizados e concedidos logo pelos membros de nível médio. Porém, se o montante desejado fosse superior teria então de ser autorizado pelo cabecilha, de acordo com a PJ. Os juros pelo empréstimo seriam cobrados em dois momentos: no início e por cada aposta ganha. Em ambos os casos a percentagem oscilaria entre os 10% e os 20%, segundo a PJ. Já se o cliente perdesse tudo na mesa de jogo a apreensão dos seus documentos de identificação ou o sequestro eram possibilidades. Aliás, de acordo com a PJ, no dia em que se desenrolou a operação policial, uma mulher foi libertada num hotel dos NAPE e os dois homens que a vigiavam detidos. Outras detenções ocorreram em apartamentos, como sucedeu com o cabecilha, um homem de 34 anos, mas também numa sala VIP de um casino na Taipa. A PJ apreendeu durante as rusgas uma série de objectos como documentos, talões de empréstimo ou telemóveis, fichas de jogo (avaliadas em cem mil dólares de Hong Kong) e dez mil dólares de Hong Kong em dinheiro vivo. O caso foi encaminhado para o Ministério Público e a PJ continua a investigar o caso face à possibilidade de haver membros do grupo que se encontram a monte.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadePJ | Crimes de Jogo voltam a aumentar Os crimes de Jogo, incluindo a agiotagem, voltaram a aumentar no primeiro semestre do ano. A Polícia Judiciária registou mais 108 inquéritos ou denúncias face a 2014 e diz ser necessário prestar mais atenção ao ajustamento do sector dos casinos [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]ados da Polícia Judiciária (PJ) ontem divulgados revelam que os crimes relacionados com o Jogo continuaram a subir no primeiro semestre do ano, face ao igual período do ano passado. De um total de 463 inquéritos ou denúncias a PJ recebeu um total de 571 nos primeiros seis meses, ou seja, mais 108. Só o crime de agiotagem levou a mais 37 inquéritos ou denúncias, para um total de 108 casos nesse período. Os dados foram divulgados no âmbito das celebrações do Dia da PJ, tendo o seu director, Chau Wai Kuong, chamado a atenção para a necessidade das autoridades prestarem mais atenção ao ajustamento do sector do Jogo. “Estes dados revelam que a segurança em Macau manteve-se estável e os crimes graves diminuíram. No entanto, os crimes relacionados com o Jogo, crimes informáticos e burlas mantiveram a tendência para subir. Isto significa que se torna necessário, para os órgãos policiais, prestar a máxima atenção aos reajustamentos no sector do Jogo, que poderão dar origem a impactos na segurança”, referiu Chau Wai Kuong no seu discurso. O director da PJ considerou ainda ser “necessário fazer o combate e prevenção eficaz no crime transfronteiriço praticado por não residentes e nos casos em que tanto as vítimas, como os autores do crime, não são de Macau”. Mais do mesmo Recorde-se que já em Fevereiro, no balanço anual da actividade criminosa referente a 2014, a PJ apresentou um aumento de 16,3% dos crimes relacionados com o Jogo, um total de 3023 crimes ao longo do ano. A PJ garantiu que esses números se devem “à fase de ajustamento” do sector, que tem vindo a sofrer quebras consecutivas nas receitas há vários meses. Olhando para o cenário fora dos casinos, o director da PJ concluiu que a segurança continua a existir no território. “Registaram-se diferentes níveis de queda noutros crimes graves, nomeadamente, narcotráfico, extorsão, fogo posto, furto e roubo, entre estes, houve uma descida de 38% nos casos de narcotráfico, assinalou-se uma descida de 30% nos casos de crime organizado e associação criminosa, uma redução de 18% no furto, uma queda de 28% no roubo, enquanto que a situação dos outros tipos de crime é semelhante à do ano anterior.” Apesar disso, os crimes de burla e ligados ao meio informático mantiveram a tendência de subida, alertou Chau Wai Kuong. “Foram registados 655 casos relativos aos processos (inquéritos) de burla em telecomunicações, os quais sofreram um aumento de mais de 10% em igual período do ano passado. Isto demonstra que o sentido de segurança na área cibernética e de prevenção das burlas continuam escassos, por isso se deve trabalhar neste aspecto.” Em relação aos crimes praticados por menores de 21 anos, os relacionados com a droga são os mais comuns, mas ainda assim diminuíram, de 12 casos para apenas nove no primeiro semestre. Houve menos três casos de furto, tendo ocorrido mais cinco casos de burla. Em relação aos crimes de teor sexual, os casos de violação tiveram uma ligeira subida, de nove para 12, enquanto que ocorreram apenas três casos de abuso sexual de crianças, número semelhante a 2014. Acusação no Sin Fong Garden “não é política” O procurador do Ministério Público (MP), Ip Son Sang, disse ontem à imprensa chinesa que a acusação feita a sete moradores do edifício Sin Fong Garden é “para manter as regras do Direito” e não é uma “acusação política”. Recorde-se que os moradores foram acusados do crime de desobediência qualificada por causa da manifestação realizada o ano passado em frente ao edifício.