João Luz SociedadeFestival de Gastronomia | Chan Chak Mo lamenta quebras de receitas O Festival de Gastronomia de Macau encerrou a edição deste ano no passado domingo com quebras de afluência entre 20 e 25 por cento, em relação ao ano anterior, de acordo com declarações do organizador e deputado Chan Chak Mo. As más condições meteorológicas, aliadas às restrições impostas pelo combate à pandemia e o Campeonato do Mundo de Futebol foram algumas das explicações para a descida de visitantes e quebras de receitas apontadas pelo deputado. No entanto, Chan Chak Mo congratulou-se pelo facto de o festival de gastronomia ter prosseguido ao longo dos 17 dias previstos sem alarme de maior em relação à possibilidade de se tornar num evento propício à propagação de covid-19. Recorde-se que um jovem de 14 anos que foi diagnosticado como caso positivo teve no seu itinerário o Festival de Gastronomia. Além disso, não faltaram opiniões partilhadas nas redes sociais a apontar dualidade de critérios das autoridades de saúde face ao cancelamento anterior de eventos, como foi o caso do Festival da Lusofonia. Chan Chak Mo confessou ainda que foram ponderados convites a empresas estrangeiras, como da Malásia e Japão, para tornar o evento mais atractivo, mas que as restrições impostas pela luta à pandemia impediram que tal se materializasse.
João Luz Manchete SociedadeLevo Chan em silêncio na primeira sessão de julgamento Arrancou ontem o julgamento do processo que tem como arguido o CEO do Tak Chun Group, Levo Chan, e oito outros arguidos ligados às operações do extinto grupo junket, reunindo um rol de acusações da prática de crimes como actividades de jogo ilegal, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Na sua primeira aparição no Tribunal Judicial de Base, Levo Chan foi o único arguido presente e pouco falou. O silêncio de Levo Chan contrastou com as alegações do Ministério Público (MP) de que a Tak Chun teria um esquema montado, nos últimos seis anos, de apostas ilícitas que terão movimentado perto de 34,9 mil milhões de dólares de Hong Kong (HKD). De acordo com a Macau Business, Chan não falou sobre os crimes de que é acusado e apenas quebrou o silêncio para responder a questões pessoais colocadas pelo magistrado que preside ao colectivo de juízes, Lam Peng Fai. Questionado sobre o seu rendimento, o arguido indicou que receberia mensalmente uma média de 300 mil patacas, salário de que necessitava para tomar conta de seis membros da família, incluindo o pai, mulher e quatro filhos. No capítulo das habilitações, Levo Chan afirmou ter desistido do ensino secundário após dois anos de estudos, e que não prosseguiu formação depois desse período. Por outro lado Por seu turno, o MP apresentou sete testemunhos escritos, na sua maioria jogadores, que foram lidos em tribunal atestando a tese de que o grupo junket operava, de facto, jogo ilícito com apostas “debaixo da mesa”. A acusação exibiu também documentos com orientações para funcionários que alegadamente faziam referências a apostas “debaixo da mesa”, apostas telefónicas e por intermédia pessoa. Segundo a acusação, as práticas de jogo ilegal renderam ao grupo junket ganhos na ordem dos 1,5 mil milhões de HKD, que por sua vez lesaram os cofres do Governo em mais de 500 milhões de patacas em impostos, assim como perdas às concessionárias de jogo. Recorde-se que das seis concessionárias, cinco constituíram-se assistentes no processo, à excepção da Melco.
João Luz Manchete SociedadeJogo | JP Morgan estima retorno a resultados pré-pandemia em 2024 Os analistas da JP Morgan consideram que a indústria do jogo pode voltar a registar resultados de níveis pré-pandémicos em 2024. O colapso do mercado junket, aliado ao número de mesas que podem operar nos casinos do território são factores que podem potenciar o crescimento do mercado de massas A indústria do jogo de Macau não voltará a ser como era antes de 2019. Porém, um dos conceitos temporais mais citados e transversais a todos os sectores económicos e sociais é o “retorno a níveis pré-pandemia”, em especial nas actividades económicas ligadas ao turismo. Na óptica dos analistas do banco de investimento JP Morgan, a recuperação irá começar a sentir-se no próximo ano e em 2024 os casinos podem registar resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações [EBITDA] que ficam a 95 por cento dos níveis pré-covid-19. Numa nota emitida no fim-de-semana, os especialistas da JP Morgan descrevem as razões que justificam algum alívio para os investidores de empresas que gerem casinos em Macau, assim como para os cofres do Governo da RAEM. Com a atribuição das licenças para operar casinos a afastar a incerteza no mercado, os analistas não descartam a possibilidade de as empresas beneficiarem de um alívio fiscal se conseguirem atrair jogadores estrangeiros. Também o limite de mesas de jogo fixado pelo Executivo é interpretado pelos analistas como um factor que irá beneficiar o sector. À primeira vista, a redução de 6.739 mesas de jogo para 6.000 já para o próximo ano poderia significar um corte no negócio. No entanto, face ao colapso do mercado junket, a diminuição de mesas pode não ter impacto. “O limite de mesas de jogo é menos significativo do que aparenta ser. O número de mesas permanecerá num total de 6.000. No entanto, isso não significa que o crescimento será também limitado”, aponta DS Kim. Alinhamento das estrelas “Estimamos que em 2019, durante o pico máximo do mercado de massas, apenas 4.000 mesas eram directamente operadas pelos casinos (excluindo junkets e casinos-satélite). Portanto, um limite de 6.000 mesas significa mais espaço de manobra, podendo aumento em cerca de 50 por cento a capacidade para servir o mercado de massas”, indicam os analistas da JP Morgan. A nota, citada pelo portal Inside Asian Gaming, salienta também que “a procura reprimida é uma realidade na maioria dos mercados”, não existindo razões para que o mesmo não se verifique em Macau para o segmento de massas e elementos não-jogo, mesmo tendo em conta a situação pandémica no Interior da China e os impactos das restrições fronteiriças. Neste contexto, DS Kim afirma que “tudo se resume a acessibilidade e uma série de acontecimentos recentes aumentam a confiança de que a circulação de pessoas na China irá ser aliviada”. “Encaramos este aspecto como a peça que falta para a recuperação de Macau, tendo em conta a retoma da emissão de vistos electrónicos”, é acrescentado. A JP Morgan aponta para o regresso aos lucros ao nível do EBITDA já no primeiro trimestre de 2023, graças à progressiva recuperação do sector de massas e elementos não-jogo para níveis a rondar os 35 por cento dos registados antes da pandemia. Nos segundo e terceiros trimestres de 2023, os analistas estimam que a procura se fixe em 50 por cento da verificada antes da pandemia e, empurrada pelo reajustamento da procura do segmento de massas, a recuperação completa em 2024. No entanto, os analistas apontam que o segmento VIP dificilmente recuperará na sequência dos profundos danos estruturais que sofreu.
João Luz SociedadeAMCM | Depósitos de residentes aumentaram em Outubro A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) revelou ontem que durante o mês de Outubro, os depósitos feitos por residentes cresceram 0,2 por cento em comparação com o mês anterior, atingindo um valor total de 660,8 mil milhões de patacas. O crescimento dos depósitos feitos por não-residentes foi mais significativo, aumentando 3,6 por cento em relação a Setembro, para um total de 327,1 mil milhões de patacas. No que diz respeito aos depósitos do sector público na actividade bancária, a AMCM dá conta de um crescimento de 1 por cento, para um total de 254,2 mil milhões de patacas. No total, conjugando todos os segmentos, os depósitos da actividade bancária registaram um crescimento de 1,2 por cento face ao mês anterior, para um total de 1.242,1 mil milhões de patacas. Em relação aos empréstimos internos ao sector privado aprovados em Outubro, a AMCM dá conta de um decréscimo de 0,2 por cento em relação a Setembro, para um total de 565,9 mil milhões de patacas. Já os empréstimos ao exterior diminuíram 2 por cento, atingindo 726,9 mil milhões de patacas. Como tal, os empréstimos ao sector privado decresceram 1,2 por cento em relação ao mês anterior, para um valor total de 1.292,7 mil milhões de patacas.
João Luz SociedadeMoeda | Renovado acordo “Swap” com Banco Popular da China O Conselho de Estado deu luz verde à renovação do Acordo de “Swap” de Moedas entre a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) e o banco central chinês. O acordo com o Banco Popular da China entrou ontem em vigor, tem um prazo de três anos, mantendo o limite máximo em 30 mil milhões de renminbis ou em 34 mil milhões de patacas. A AMCM celebrou, pela primeira vez em 2019 o “Acordo” com o Banco Popular da China, tendo como objectivo proporcionar um suporte de liquidez em renminbis, a título de reserva, ao mercado financeiro de Macau, contribuindo para a estabilidade financeira e o desenvolvimento estável das operações em renminbis “offshore” realizadas em Macau. A AMCM indica que o “mecanismo pode ser accionado pela AMCM para reforçar o nível de liquidez, logo que se verifique a falta desta em renminbis no mercado financeiro local”, e que o “mecanismo de “Swap” tem natureza meramente preventiva”. A renovação do acordo com o banco central chinês é também descrita como uma ferramenta para cumprir os objectivos da “expansão da indústria financeira de Macau, o desenvolvimento em Macau das operações em renminbis, e o reforço da construção da “Plataforma de Prestação de Serviços Financeiros entre a China e os países de língua portuguesa”.
Nunu Wu Manchete SociedadePME | Esperança no fim da política de zero casos de covid-19 O presidente da associação Comercial Federal Geral de PME encara com esperança o alívio de medidas de combate à pandemia no Interior da China, e considera que podem ser um sinal para a retoma da economia local, em especial no sector da restauração. Fong Kin Fu entende que os jovens de Macau devem considerar trabalhar na restauração como uma alternativa às primeiras escolas A recente inversão na abordagem ao combate à pandemia pelas autoridades de saúde nacionais, com o alívio de algumas restrições, deixou o presidente da Associação Comercial Federal Geral das Pequenas e Médias Empresas de Macau com um sentido de renovado optimismo, depois de tempos complicados para o tecido empresarial do território. Em declarações ao jornal Ou Mun, Fong Kin Fu destacou o papel da cidade de Guangzhou na vanguarda da mudança de abordagem e demonstrou esperanças de que o fim da política de zero casos de covid-19 leve à retoma da economia. Outro aspecto positivo, elencado pelo dirigente, foi a possibilidade de a alteração de paradigma levar ao aumento da confiança dos consumidores e ao ressurgimento do mercado de trabalho, com melhores salários, empurrados pelo crescimento económico. Focado no sector da restauração, Fong Kin Fu interpretou as quebras reportadas na procura de mão-de-obra e salários como fenómenos naturais que espelham o mau momento do sector. Como tal, os candidatos a postos de trabalho não têm poder de escolha e aceitam cargos com salários mais baixos. Na semana passada, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos indicou que no terceiro trimestre de 2022 os “restaurantes e similares” empregavam 22.658 trabalhadores a tempo completo, total que representou uma quebra anual de 3,7 por cento. Os salários médios também caíram 1,1 por cento para 9.700 patacas por mês. Face a este cenário, as vagas por preencher no sector tornaram-se uma realidade incontornável. Cair na real O presidente da associação fez um balanço de 2022 no sector da restauração afirmando estar a ser um ano sem grandes alterações face ao ano anterior, com os empresários numa posição expectante, reservada, uma vez que nunca se sabe quando os seus estabelecimentos podem ficar envolvidos num surto. Outra mudança óbvia, é o foco na clientela local, tendo em conta a crise no turismo. Neste aspecto, Fong Kin Fu não deixou de apontar que a última metade do ano está a ser muito fraca para os negócios, tendência que só foi minorada pelo alívio trazido por mais uma ronda de cartão de consumo, que trouxe alguma estabilidade ao sector. Em relação à mão-de-obra, o dirigente sugeriu aos jovens de Macau que apostem na restauração caso não encontrem os empregos de sonho que projectaram para o futuro na área da sua formação. Neste domínio, mencionou as oportunidades como chef de cozinha, uma área onde são sempre precisos quadros qualificados.
Andreia Sofia Silva SociedadePensões | Rita Santos reúne com Secretário de Estado Rita Santos, representante do Conselho Regional da Ásia e Oceânia do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) reuniu, no passado dia 29 de Novembro, com Gabriel Bastos, Secretário de Estado da Segurança Social. O encontro ficou marcado pelo caso dos pensionistas portugueses da Caixa Geral das Aposentações (CGA) a residir no estrangeiro que não vão receber o complemento social de meia pensão por não viverem em Portugal. Segundo uma nota de imprensa, Gabriel Bastos “ficou sensibilizado pelas preocupações manifestadas pelos cerca de 9.000 aposentados e pensionistas da CGA, residentes no estrangeiro, prometendo que iria transmitir à Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Dra. Ana Maria Mendes Godinho, no sentido de ser estudada, e proposta, uma solução”. Neste momento está a ser elaborado um abaixo-assinado por parte de todas as associações de reformados que residem no estrangeiro, e que será endereçado ao primeiro-ministro português, António Costa, sobre este assunto. Rita Santos pediu ainda a Gabriel Bastos que, em Janeiro, “se compensem os pensionistas pela antecipação que não receberam em Outubro, na forma de uma pensão actualizada, conforme a inflação, e completa, sem redução da meia pensão que não chegaram a receber”.
Hoje Macau SociedadeSSM | Alvis Lo diz que prevenção é feita de forma científica O director dos Serviços de Saúde garantiu que os trabalhos de prevenção pandémica são realizados de forma científica de forma a serem altamente eficientes e não perturbarem a população. Citado pelo jornal Ou Mun, Alvis Lo explicou que as autoridades tentam ao máximo não cancelar eventos, não lançar mais rondas de testes em massa, e minorar os impactos das classificações de zonas de risco dentro da cidade. Recentemente, as autoridades de Zhuhai abriram a hipótese de pessoas de contacto próximo poderem cumprir quarentena em casa. Questionado se haveria abertura para Macau implementar uma medida semelhante, Alvis Lo respondeu que, apesar das medidas locais seguirem as nacionais, é sempre necessária uma ponderação para ver se é possível a aplicação em Macau. O director dos SSM vincou que Macau continua a seguir a política dinâmica de zero casos, e que a coexistência com o covid-19 não é apropriada. Ainda assim, o responsável garantiu que a circulação nas fronteiras não será afectada mesmo que se verifiquem surtos nas cidades vizinhas.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | Infecção do taxista já gerou 32 casos numa semana Já são 32, os casos detectados de covid-19 só na última semana, muitos deles associados à infecção de um taxista revelada na passada segunda-feira. No sábado, foram descobertos oito casos nas zonas de controlo, um deles na comunidade, e ontem mais quatro, três deles importados Não pára de aumentar o número de casos de covid-19 associados ao primeiro episódio descoberto há exactamente uma semana, no passado dia 28 de Novembro, sendo agora um total de 32. No sábado, foram detectadas oito infecções, sete delas nas chamadas zonas de controlo e um na comunidade, enquanto ontem o Centro de Coordenação e de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus detectou mais quatro casos de covid-19, três deles importados e um associado ao caso do taxista. Uma das ocorrências diz respeito a uma mulher de 25 anos, cidadã chinesa, que chegou a Macau oriunda de Cantão, vinda das Portas do Cerco, no sábado, tendo testado positivo logo nesse dia. A mulher apresentou ainda sintomas ligeiros de covid-19 como dores de cabeça, fadiga e sinais de desconforto. Depois de ter almoçado num restaurante na Rua de Pequim, entre as 13h e 14h de sábado, a mulher esteve ainda no casino do Grand Lisboa. Este caso foi confirmado como sendo importado. O segundo caso descoberto ontem, diz respeito a um homem de 37 anos, também cidadão chinês, que viajou de comboio de Jinan para Zhuhai via Changsha, tendo chegado a Macau na quinta-feira. Na tarde de sábado testou positivo, sendo considerado um caso importado assintomático. Em Macau, o homem esteve em vários casinos e casas de massagens e saunas, sendo que, numa delas, onde marcou presença na sexta-feira, entre as 19h e as 22h, não usou máscara. No sábado, entre as 11h10 e as 11h40, o homem esteve num restaurante na Rua de Nagasaki. A investigação sobre este caso e o percurso do homem não está ainda concluída. Dentro deste grupo, cabe ainda mais um caso de um homem de 52 anos, cidadão chinês, que voou de Pequim para Macau na sexta-feira, tendo testado positivo à covid-19 no sábado. Jantou no restaurante da Torre Eiffel, entre as 18h e 22h, na sexta-feira, tendo estado no sábado num bar do St.Regis à 1h. Nesse dia, o homem esteve ainda no restaurante do primeiro andar do hotel Four Seasons entre as 12h30 e as 14h. Por sua vez, o caso local está relacionado com uma residente de 45 anos, enfermeira, que teve um contacto curto, na última terça-feira, com um dos casos positivos associado à infecção do taxista. Mesmo usando máscara, a mulher testou positivo na noite de sábado, sem apresentar sintomas. Novas regras Entretanto, os resultados da medida de “três testes nos cinco dias”, que vigora desde quarta-feira, e que terminou ontem, mostram que, das 82.307 amostras recolhidas de testes, se registaram apenas três casos positivos. As pessoas em questão já foram submetidas a isolamento ou observação médica. O centro de coordenação e de contingência do novo tipo de coronavírus emitiu ontem novas regras para a classificação das zonas vermelhas. Segundo uma nota, caso sejam detectados dois ou mais casos num só edifício este fica designado como “edifício com código vermelho”, o que obriga os moradores a ficarem em casa. Se houver apenas um infectado num agregado familiar, o edifício passa a ter a classificação de código amarelo, devendo os restantes moradores fazer quatro testes em cinco dias. O prédio com código vermelho só passa a amarelo quando os testes derem negativo no dia seguinte ao fim do período de bloqueio.
Hoje Macau Manchete SociedadeAnálise | Patacas e política anti-covid “menos rígida” atenuam ressentimento Analistas ouvidos pela Lusa defendem que as manifestações na China contra as restrições pandémicas dificilmente farão eco em Macau, onde uma estratégia “menos rígida”, apoiada pela distribuição de dinheiro e subsídios, tem conseguido “atenuar o ressentimento público” Uma vaga de protestos alastrou-se, nos últimos tempos, a várias cidades chinesas contra as rigorosas medidas de confinamento impostas pelas autoridades nacionais. A contestação intensificou-se após a morte de dez pessoas num incêndio, num edifício alvo de confinamento em Urumqi, capital da região autónoma de Xinjiang. Macau, que registou seis mortes desde o início da pandemia, também segue a política de ‘zero covid’, apostando em testagens em massa, confinamentos de zonas de risco e quarentenas de cinco dias para quem chega ao território – com excepção de quem vem da China continental. “Temos cada vez mais pessoas a queixarem-se que se seguirmos a política do Interior da China vamos gerar mais problemas em Macau, mas parece-me que o ressentimento público ainda não alcançou aquele nível”, começou por dizer o cientista político Eilo Yu. O professor da Universidade de Macau observou, porém, que a estratégia em Macau é “menos rígida” do que no Interior da China, estando, além do mais, amparada por “subsídios e dinheiro”, na forma, por exemplo, de várias rondas de distribuição de cartões de apoio ao consumo no valor de oito mil patacas. Protesto a solo Em solidariedade com as vítimas de Urumqi e os protestos na China, um estudante da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST), oriundo do interior da China, manifestou-se no início desta semana nas instalações do estabelecimento de ensino. Apesar da imagem do episódio ter aparecido nas redes sociais, o jovem, que aparecia a segurar um papel A4 branco – já um símbolo de resistência no país – pediu à Lusa para não ser identificado pelo nome, por receio de sofrer represálias. “Vi muitos estudantes universitários, um pouco por todo o país, a serem suficientemente corajosos para se levantarem e erguerem papéis brancos em defesa dos compatriotas, e soube nessa altura que podia fazer algo, mesmo que a uma escala menor”, explicou. O manifestante solitário contou que esteve uma hora no local, “até ser persuadido por um professor a ir-se embora” e que um segurança “impediu pessoas de fotografarem” o acto de contestação. Questão de sensibilidade Para um sociólogo entrevistado pela Lusa, “a acção na MUST” tratou-se de um acto isolado, não existindo “uma dinâmica em Macau que motive as pessoas a saírem para a rua”. O docente, uma das várias pessoas entrevistadas para este trabalho que não quis divulgar a identidade – “este é um tema muito sensível” – apontou diferenças entre a população de Macau e de Hong Kong, onde, na segunda-feira, estudantes protestaram contra as medidas de contenção da pandemia na China. “A população [de Hong Kong] está mais cansada do que a de Macau e algumas pessoas são mais sensíveis do que aqui”, disse. “Ao receber-se dinheiro do Governo, existe a obrigação de não se ter voz”, concretizou. Também o silêncio da comunicação social local pode justificar o alheamento da população de Macau, reforçou o politólogo Eilo Yu. Mas ressalvou: “Se a situação piorar e for feito barulho junto da comunidade internacional, então acredito que mais residentes de Macau se apercebam da campanha e das manifestações e isso poderá gerar algum tipo de empatia”, referiu. No mesmo sentido, o deputado português José Pereira Coutinho considerou que os média em Macau estão a falhar: “Muitas vezes nem sequer relatam questões que os deputados levantam bastante sérias”. E completou, referindo-se aos protestos: “Quanto mais aquilo que está no interior do continente”. O também presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública, para quem a situação em Macau “não está tão mal ao ponto de as pessoas saírem à rua”, defendeu ainda que não é com manifestações “que se resolvem os problemas”. Lei da rolha A Lusa contactou outros dois académicos para este trabalho, mas sem sucesso. Num email, uma outra docente universitária disse não acreditar que as manifestações se alastrem a Macau, porque além de as medidas de prevenção pandémica não serem “tão duras”, em comparação com o outro lado da fronteira, “para a maior parte das pessoas em Macau a mobilidade não é tão importante”. “A passagem fronteiriça para Zhuhai [cidade adjacente a Macau] continua a ser frequente apesar dos inconvenientes e para aqueles que pensam que a mobilidade internacional é importante provavelmente já deixaram Macau nos últimos dois anos ou estão tristemente a pensar deixar”, indicou. A académica, que também não quis ver o nome referido neste texto, lamentou que a instituição para a qual trabalha “desencoraje os professores a falarem com a comunicação social”. Antes, “o nosso contributo com conhecimento e perspectivas era considerado um serviço à comunidade e à sociedade de Macau. Sinto-me bastante chateada e enfraquecida”, concluiu.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | Contabilizados 18 casos mas perigo de surto descartado As autoridades divulgaram ontem mais três casos diagnosticados na quarta-feira, somando assim um total de 18 casos de covid-19 desde o início da semana. Todos os resultados dos testes de ácido nucleico nas zonas alvo, bem como os testes rápidos, deram, até agora, negativo Subiu para 18 o número de casos de covid-19 detectados em Macau desde segunda-feira, sendo que ontem foram divulgados três casos locais associados ao caso do taxista detectado na segunda-feira. Ainda assim, é mantida a premissa, da parte das autoridades, de que é baixo o risco de infecção na comunidade. Um dos casos diz respeito a um homem de 74 anos, residente, que tomou o pequeno-almoço no café Tong Kei entre as 7h e as 8h no último sábado e domingo, dias 26 e 27. O homem teve o mesmo itinerário que o taxista diagnosticado com covid-19 na segunda-feira, mas como já se encontrava a cumprir as medidas de controlo desde segunda-feira, o “risco de transmissão comunitária é relativamente baixo”. O residente, que já está em isolamento em Coloane, realizou dois testes de ácido nucleico na segunda e terça-feira, com resultado negativo, mas o teste desta quarta-feira deu positivo. As autoridades apontam que, com base no valor de CT, “sendo considerado como uma infecção precoce” e uma “infecção assintomática relacionada com o caso importado”. Os restantes dois casos, ontem divulgados ao longo da tarde, estão também sob controlo, pelo facto de as pessoas já estarem em isolamento desde segunda-feira. Um deles diz respeito a um homem de 54 anos, residente, instrutor de segurança no Aeroporto Internacional de Macau. No domingo, este homem foi jantar, perto das 19h, ao restaurante de mariscos Sang Kei, tendo tido o trajecto semelhante ao do taxista já referido. O teste só deu positivo na noite de quarta-feira, tendo sido classificado como um caso detectado sob controlo. No mesmo dia, o paciente começou a ter dores de garganta, estando em isolado no centro clínico de saúde pública do Alto de Coloane. Este é um “caso confirmado relacionado com o caso importado”. O outro caso positivo divulgado ontem é o de uma trabalhadora não residente (TNR) de 37 anos que trabalha no café Tong Kei, localizado na Estrada do Repouso. Também esta mulher teve um trajecto semelhante ao do taxista. Só esta quarta-feira o seu teste deu positivo e também ela sentiu dores de garganta nesse dia. De frisar que, na quarta-feira, foram detectados mais oito casos positivos, sendo que seis das pessoas circulavam na comunidade. Tudo negativo Entretanto, pouco depois das 18h de ontem, foram divulgados mais sete casos importados detectados pelas autoridades por volta da meia-noite de quinta-feira. Todos estes casos negaram o histórico de infecções anteriores, tratando-se de dois homens e cinco mulheres com idades compreendidas entre os 21 e os 73 anos, que viajaram de países como a Austrália, Vietname, Tailândia, Filipinas e da Região Administrativa Especial de Hong Kong. Entretanto, na quarta-feira, foram recolhidas mais de 96 mil amostras de testes de ácido nucleico realizados por pessoas que vivem nas chamadas zonas alvo, tendo todos os resultados sido negativos. Relativamente à obrigatoriedade da população de realizar um teste rápido, um total de 589.547 pessoas carregou, até quarta-feira, o seu resultado no código de saúde. As autoridades relembram a população residente nas zonas alvo de que têm de realizar, até domingo, “três testes nos cinco dias”, uma medida em vigor desde quarta-feira.
João Luz Manchete SociedadeTáxis | Condutores querem carros próprios para códigos vermelhos Uma associação de taxistas quer que o Governo providencie serviços de táxi especiais para pessoas com código de saúde vermelho, como acontece em Hong Kong, na sequência do surto originado pela infecção de um taxista. Face ao risco de exposição à covid-19, os motoristas sentem que foram abandonados pelo Executivo No passado mês de Julho, as autoridades estipularam que as pessoas com código de saúde vermelho podem apanhar táxis, apesar de ser permitido ao motorista negar prestar esse serviço, ao contrário do que se passa, por exemplo, com os autocarros públicos. Este foi um dos factores que levou à situação actual, de um surto de covid-19 que parece ter tido como fonte de contágio um taxista de 74 anos. Face a esta situação, o presidente da Associação dos Comerciantes e Operários de Automóveis de Macau, Leng Sai Vai, defende que o Governo deveria criar condições para haver táxis específicos para transportar pessoas com código vermelho, à semelhança do que acontece em Hong Kong. O representante do sector, em declarações ao jornal Exmoo, argumenta que a medida é essencial para contornar os riscos de contágio de covid-19 a que os taxistas estão expostos. No passado dia 11 de Novembro, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego estipulou que os taxistas podem recusar o transporte de passageiros com código vermelho sem incorrerem em qualquer infracção. Porém, o dirigente associativo confessou que nos dias que correm os motoristas não se podem dar ao luxo de pensar em riscos de saúde, mas apenas em sustentar a família. Questionado se entende que entre a classe a vontade de transportar visitantes do Interior da China diminuiu, Leng Sai Vai sublinhou que os taxistas não estão em condições para recusar serviços face à crise que afecta o sector desde que começou a pandemia. Esquecidos pelo sistema Leng Sai Vai considera que o Governo não compreende os riscos que os profissionais do sector enfrentam no seu dia-a-dia e que as medidas de combate à pandemia dirigidas aos taxistas não passam de slogans, sem acções concretas. O representante deu como exemplo do abandono das autoridades o facto de nunca terem sido facultados aos motoristas desinfectantes básicos, apesar das exigências de desinfecção dos veículos a cada viagem. Aliás, a única atenção que os profissionais tiveram aconteceu com este último surto que afecta actualmente Macau, com a distribuição de 10 testes rápidos antigénio por cada motorista. Leng Sai Vai destaca que mesmo esta medida se destina apenas a saber se os profissionais estão infectados e não a prevenir a infecção.
Hoje Macau SociedadeUM | Criado prémio Henrique de Senna Fernandes Henrique de Senna Fernandes, conhecido escritor macaense, dá nome ao mais recente prémio académico criado pela Universidade de Macau (UM). Segundo disse à TDM Rádio Macau o vice-reitor da instituição, Rui Martins, a distinção visa reconhecer as melhores teses de mestrado e doutoramento na área do Direito e Estudos Portugueses, tendo um valor de dez mil patacas. No primeiro ano de funcionamento do prémio, foram escolhidas uma tese de doutoramento defendida no departamento de português da UM e uma tese de mestrado da Faculdade de Direito. Para esta edição foram seleccionadas teses dos últimos dois anos, embora este prémio seja anual.
Hoje Macau SociedadeMacau Legend | So Ka Man é o novo representante da empresa A Macau Legend tem um novo secretário e representante, desde ontem. De acordo com um documento apresentado pela empresa à Bolsa de Valores de Hong Kong, So Ka Man passa a ser o representante da Macau Legend. O responsável conta no currículo com duas décadas de experiência executiva, e é “actualmente director de serviços corporativos da Tricor Services, empresa especializada em planeamentos integrados de negócios e serviços de investimento”, é indicado no documento. So Ka Man ocupa o lugar deixado em aberto pela saída de Tsang Ka Hung, anterior secretário e representante da empresa, que levou a Macau Legend a anunciar no início de Outubro não estar em condições de respeitar os regulamentos da Bolsa de Valores de Hong Kong. No passado mês de Setembro, foi revelado que a empresa responsável pelo hotel Legend Palace e pela Doca dos Pescadores estaria em situação de incumprimento perante créditos nos bancos Luso e CMB Wing Lung.
Hoje Macau SociedadeObras públicas | Li Canfeng negou dar cobro a interesses ilegítimos O antigo diretor da Direcção dos Serviços de Solos e Obras Públicas (DSSOP), Li Canfeng, negou ontem em tribunal ter dado cobro a quaisquer interesses legítimos ao aprovar projectos ou na tomada de decisões. Em mais uma sessão de julgamento, foi abordada a transferência dos bens que estavam em nome de Li Canfeng antes deste assumir o cargo. A acusação afirma que o antigo dirigente passou para o nome da companheira a maioria dos bens, bem como para Li Han, também arguida no processo. No entanto, após ter-se tornado director da DSSOP, Li Canfeng adquiriu 11 casas a, precisamente, Li Han e à sua companheira. O jornal Ou Mun escreve que Li Canfeng negou dar cobro a interesses porque, quando adquiriu as casas, fê-lo sem nenhum desconto no valor. Questionado sobre se enganou o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, e o ex-Chefe do Executivo, Chui Sai On, na aprovação dos projectos para os lotes TN20 e TN24, na zona da Taipa Grande [próximo da avenida Dr. Sun Yat-sen], Li Canfeng disse que não, uma vez que os membros do Conselho do Planeamento Urbanístico não se mostraram contra o projecto em causa. Mais tarde, quando já decorria a investigação, Chui Sai On emitiria um despacho de confirmação do projecto, tendo Li Canfeng acrescentado que Raimundo do Rosário, por ser muito profissional, jamais poderia ter sido enganado por ele. A sessão de ontem ficou ainda marcada pelas explicações do antigo director da DSSOP sobre a venda de acções. Li Canfeng adiantou que era necessário desfazer-se das acções que detinha em cinco empresas por estar prestes a assumir um cargo público, e que vendeu algumas das participações que detinha, sem intenção de esconder dados ou detalhes do processo.
João Luz Manchete SociedadeJogo | Receitas de Novembro caíram 55,6% em termos anuais As receitas brutas dos casinos de Macau durante o mês de Novembro atingiram menos de 3 mil milhões de patacas, registo que representou uma quebra de 23,1 por cento em relação a Outubro e 55,6 por cento face a Novembro de 2021. Em termos acumulados, as receitas caíram para menos de metade em comparação com o ano passado Continuam os resultados desastrosos na principal indústria de Macau. A Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) divulgou ontem que durante o mês de Novembro as receitas brutas apuradas pelos casinos de Macau não chegaram a 3 mil milhões de patacas (2,999 mil milhões de patacas). O registo representa uma quebra de 23,1 por cento face ao anterior mês de Outubro, quando as receitas totalizaram 3,899 mil milhões de patacas, impulsionadas pelos feriados da Semana Dourada. Face a Novembro de 2021, quando o sector do jogo apurou receitas brutas de 6,749 mil milhões de patacas, a quebra atingiu 55,6 por cento. A DICJ aponta ainda que em termos de receita bruta acumulada, ao longo do ano até ao final de Novembro, o sector do jogo contabilizou receitas acumuladas de 38,7 mil milhões de patacas, valor 50,9 cento inferior ao verificado no mesmo período de 2021, quando se registaram 78,9 mil milhões de patacas. Ainda assim, bem longe dos valores apurados antes da pandemia e das restrições fronteiriças entrarem em vigor. Choque com a realidade Forçado a rever sucessivamente as estimativas do sector do jogo, o Governo de Ho Iat Seng chegou a prever para este ano receitas na ordem dos 130 mil milhões de patacas, mais do triplo a apenas um mês do fim do ano. Aliás, a meta voltou a ser contemplada para o próximo ano no Orçamento da RAEM para 2023. Recorde-se que as concessionárias de jogo têm acumulado desde 2020 prejuízos sem precedentes e o Executivo tem sido obrigado a recorrer à reserva extraordinária para responder à crise, porque cerca de 80 por cento das receitas governamentais provêm dos impostos sobre o jogo.
Hoje Macau SociedadeCovid-19 | Número de casos continua a aumentar A dinâmica de infecções de covid-19 acelera em Macau. Ontem, foram detectados mais seis casos positivos que se juntam aos noticiados anteriormente aquando do episódio do taxista. Além da descoberta de uma mulher de 62 anos que trabalha no restaurante onde o taxista tomava o pequeno-almoço, foram anunciados pelo Centro de Contingência, durante a noite, mais seis ocorrências. O primeiro caso foi detectado numa mulher de 68 anos, residente em Macau, esposa do homem de 69 anos com resultado positivo no teste de ácido nucleico, anunciado na madrugada de quarta-feira. O segundo caso diz respeito a um homem de 77 anos, residente em Macau, aposentado, e que reside no Edf. Tim Yee, situado na Calçada Central de S. Lázaro. O doente em causa tomou pequeno-almoço no Estabelecimento de Comidas “Tong Kei” e teve o mesmo itinerário que o taxista com resultado positivo. Outro caso anunciado, diz respeito a um homem de 36 anos, residente do Interior da China, que reside no Bloco 3 do Edf. Cerese, situado na Avenida do Coronel Mesquita, e é operador na Ponte-cais n.º 5 do Porto Interior. A esposa, de 29 anos, funcionária do Departamento de Recursos Humanos do Casino Wynn, foi igualmente diagnosticada como positiva. Alem disso, foram diagnosticados dois casos relacionados com os casos importados nas zonas sob controlo (os dois estão sob controlo desde o dia 28 de Novembro), daí o risco de transmissão comunitária ser relativamente baixo, afirma o Centro de Contingência.
João Luz SociedadeReserva Financeira | 100 mil milhões perdidos desde 2021 A reserva financeira de Macau perdeu valor pelo nono mês consecutivo, registando uma queda de mais de 17 mil milhões de patacas em Setembro, indicam dados divulgados ontem pelas autoridades. A reversa financeira da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) cifrou-se em menos de 563 mil milhões de patacas no final de Setembro, de acordo com a informação publicada no Boletim Oficial pela Autoridade Monetária de Macau. É o valor mais baixo registado pela reserva financeira desde Abril de 2020, altura em que a China passou a impor quarentena obrigatória a pessoas vindas de Macau, afectando a indústria do jogo. Na primeira metade deste ano, a reserva financeira perdeu 17 mil milhões de patacas só em investimentos, devido a oscilações no mercado internacional, de acordo com o Governo. Tendo em consideração o passado recente, o valor da reserva financeira caiu mais de 100 mil milhões de patacas em relação a Fevereiro de 2021, mês em que atingiu o valor mais elevado, quando totalizou 663,5 mil milhões de patacas. Mesmo no cenário de crise económica criada pela pandemia, a reserva financeira de Macau tinha crescido em 2020 e 2021, apesar de o Governo ter injectado mais de 90 mil milhões de patacas no orçamento. As autoridades da região concederam já este ano mais de 20 mil milhões de patacas à população, ao abrigo de dois planos de apoio pecuniário e ainda 5,92 mil milhões de patacas para dar a cada residente oito mil patacas, para efectuar pagamentos, sobretudo no comércio local, desde 28 de Outubro. A Assembleia Legislativa aprovou, este mês, o orçamento da região para 2023, prevendo voltar a recorrer à reserva financeira em 35,6 mil milhões de patacas.
João Santos Filipe SociedadeEPM | DSEDJ abdica de construção de novo pólo A Direcção de Serviços de Edução e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) admite que a construção de um novo pólo para a Escola Portuguesa de Macau (EPM) nos novos aterros deixou de estar nos planos daquele organismo. As declarações foram prestadas ontem por Kong Chi Meng, director da DSEDJ, à Rádio Macau, depois de ter participado no fórum da Ou Mun Tin Toi. “A EPM está a fazer uma avaliação [da situação], tendo em conta os últimos anos, a taxa de natalidade e as necessidades de ensino. Também acontece que a EPM está a pensar na ampliação das suas instalações”, afirmou Kong Chi Meng, citado pela Rádio Macau. “Estamos em contacto com a EPM, através de várias formas”, garantiu. No entanto, e depois da promessa feita, o futuro desenvolvimento da EPM passará apenas pela expansão das instalações locais. A decisão terá sido tomada tendo em conta que “as circunstâncias mudaram” face ao contexto de 2019. As declarações de Kong Chi Meng deixam também a entender que a decisão de abdicar do novo pólo terá partido da Escola Portuguesa de Macau, que se prefere concentrar na ampliação do espaço existente. Novos tempos O anúncio do novo pólo da EPM tinha sido feito a 1 de Maio, durante a visita do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, a Macau. Depois de um encontro com o então Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, na sede do Governo, Marcelo anunciou que lhe tinha sido prometido a EPM ia ter um pólo novo nos aterros. “O Chefe do Executivo [de Macau] anunciou há pouco que vai haver apoio do Governo a um novo pólo da Escola Portuguesa de Macau (EPM)”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, durante a visita, e após a reunião com Chui. Na mesma visita, o Presidente português tinha também deixado elogios ao sistema de ensino local, ao destacar que em 2019 se falava mais português em Macau, do que quando o território estava sob administração portuguesa. Apesar dos planos e elogios de 2019, a intenção deixada pelo Governo de Fernando Chui Sai On parece agora abandonada, numa altura em que Ho Iat Seng lidera o Executivo local.
Hoje Macau SociedadeHotelaria | Ocupação até Outubro abaixo dos 40% Até ao final de Outubro deste ano, a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos estabelecimentos hoteleiros de Macau foi de 37,9 por cento, menos 12,0 pontos percentuais, relativamente ao mesmo período de 2021, indicou ontem a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) No total, durante os primeiros 10 meses do ano, os hotéis de Macau hospedaram 4.248.000 indivíduos, menos 22,5 por cento, face a idêntico período de 2021. A duração média das estadias manteve-se em 1,8 noites. Olhando apenas para o mês de Outubro, a DSEC indicou que a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes foi de 41,8 por cento (-3,0 pontos percentuais, em termos anuais). No total, fizeram check-in em hotéis de Macau 494.000 pessoas, mais 11,3 por cento em termos anuais. Neste universo, destaque para o aumento de hóspedes do Interior da China que subiu 15 por cento para 390.000, enquanto os hóspedes locais desceram 11,1 por cento para 70.000. Os maiores decréscimos em termos anuais verificaram-se nos hotéis de 4 estrelas e nos de 2 estrelas, com quebras de 20 e 18,6 por cento, respectivamente.
João Luz Manchete SociedadeCovid-19 | Mais casos positivos e testes rápidos a toda a população Ontem foi anunciada a descoberta de mais um caso positivo de covid-19, que se junta aos dois identificados na noite de terça-feira. Toda a população terá até amanhã de fazer três testes rápidos de antigénio e os moradores de zonas dos Três Candeeiros, do Hospital Kiang Wu e do Cemitério Miguel Arcanjo terão de fazer três testes de ácido nucleico até 4 de Dezembro Prossegue aquilo que a médica Leong Iek Hou caracterizou como o normal quotidiano de Macau durante o combate “dinâmico” à pandemia. Testagem contínua à covid-19, testes para entrar em serviços públicos e participar em actividades e detecção de novos casos positivos. Ontem à tarde, foi anunciada a descoberta de mais uma infecção conexa ao caso positivo do taxista de 74 anos. Trata-se de uma residente de 62 anos que trabalha em part-time no restaurante Tong Kei, na Estrada do Repouso, onde o taxista tomava diariamente o pequeno-almoço. A residente trabalha também no Jardim Infantil da Escola Tong Nam, que fica na esquina da Rua de Jorge Alvares e da Rua do Almirante Costa Cabral O local de residência da senhora que testou ontem positivo num teste rápido antigénio, edifício Vang Son, 12º da Calçada das Verdades, foi selado e declarado zona vermelha. Exames e mais exames Desde ontem que toda a população de Macau está obrigada a fazer três testes rápidos antigénio até amanhã. Quem mora, trabalha, tenha tomado refeições em restaurantes e permanecido mais de meia hora nas duas zonas-alvo entre o passado sábado e o dia de ontem fica isento da necessidade de fazer testes rápido, pois terá de fazer três testes de ácido nucleico em cinco dias que acabam no domingo. Até à hora do fecho ainda não era conhecido o número de pessoas abrangidas pelo alargamento das zonas-alvos. A primeira zona-alvo é delimitada pela Avenida de Horta e Costa, Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida / Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida / Rua do Conselheiro Ferreira de Almeida, Estrada de Adolfo Loureiro, Rua da Barca, Travessa de Martinho Montenegro, Travessa da Barca, Travessa do Lago, Rua de Brás da Rosa, Travessa do Bem-Estar, Rua de Tomé Pires, e pela Rua do Rebanho. A segunda zona-alvo compreende a área delimitada pela Rua de Sacadura Cabral, Estrada de Coelho do Amaral, Rua de Coelho do Amaral, Rua dos Currais, Rua do Patane / Rua do Muro, Praça de Luís de Camões, Largo de Santo António, Largo do Lar / Jardim de Santo António, Pátio do Espinho, Calçada de S. Paulo, Rua de D. Belchior Carneiro, Rua dos Artilheiros, Calçada Central de S. Lázaro, Rua do Brandão, Rua de Ferreira do Amaral, e pela Avenida de Sidónio Pais. Entrada condicionada Entretanto, foi anunciado ontem que “os cidadãos e trabalhadores que entram nos serviços públicos, devem exibir o resultado negativo do teste rápido de antigénio realizado no mesmo dia ou do teste de ácido nucleico cuja validade permanece durante as 24 horas após o dia de amostragem”. A medida, que irá durar até ao dia 9 de Dezembro, foi justificada com o facto de terem sido “detectados em Macau sucessivamente vários novos casos positivos de infecção do novo tipo de coronavírus nos últimos dias”. A mesma medida foi implementada para entrar nas instalações desportivas afectas ao Instituto do Desporto.
Andreia Sofia Silva SociedadeDSEC | Mais veículos matriculados e menos voos em Outubro No final do mês de Outubro havia 248.679 veículos matriculados em Macau, o que representa um crescimento de 0,9 por cento, face ao período homólogo. Os dados oficiais foram revelados ontem pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC). No mês passado, o número de automóveis ligeiros (113.882) e o de motociclos (107.564) subiram 1,1 por cento e 2,3 por cento, respectivamente, face a Outubro de 2021. Ainda em Outubro deste ano, houve 853 veículos com matrículas novas, dos quais 258 eram eléctricos. Nos primeiros dez meses deste ano, o número de veículos com matrículas novas foi de 8.276, menos 18,8 por cento, face ao mesmo período de 2021. No entanto, houve 1.080 acidentes de viação, o que representa um aumento de 21,5 por cento dos sinistros. Também em comparação com os primeiros dez meses de 2021, 2022 regista mais duas mortes, três contra cinco, e quase o triplo dos feridos, 3.484 em 2021 contra 9.287, este ano. Em relação ao sector da aviação, em Outubro deste ano realizaram-se 893 voos comerciais, mais 17,0 por cento, em termos anuais. No período de Janeiro a Outubro deste ano, efectuaram-se 8.044 voos comerciais, menos 32,0 por cento, relativamente ao período homólogo de 2021 e o peso bruto da carga aérea situou-se em 42.539 toneladas, mais 12,9 por cento.
João Santos Filipe SociedadeTestes | Pedida redução do preço para trabalhadores O deputado Nick Lei queixa-se do preço do teste de ácido nucleico, que considera elevado, e pede que seja seguido o exemplo de Zhuhai, onde os custos dos testes individuais são de 13,5 renminbis Nick Lei considera que está na altura de o Governo voltar a reduzir o preço dos testes, que diz continuar a ser muito mais caro do que no Interior. A posição foi tomada numa interpelação escrita, divulgada ontem pelo Jornal do Cidadão. Segundo o legislador ligado a Fujian, além dos testes serem um mecanismo de prevenção da covid-19, tornaram-se num “bem necessário”, uma vez que são exigidos para que os residentes possam atravessar as fronteiras. Por isso Nick defende que esta medida, “depois de quase três anos de pandemia”, está a aumentar o custo de vida dos residentes, principalmente daqueles que vivem em Zhuhai e trabalham ou estudam em Macau. “Afectadas por diferentes surtos, Zhuhai e Macau estão repetidamente a encurtar o prazo de validade dos resultados do teste de ácido nucleico, o que faz com os cidadãos tenham de fazer cada vez mais testes, o que aumenta ainda mais a pressão sobre o seu custo de vida”, justificou. Lei critica ainda o Governo de Macau, porque não acompanha o exemplo da cidade vizinha, onde o preço foi novamente reduzido. “Um teste com uma amostra individual em Zhuhai não custa mais do que 13,5 yuan, e se for uma amostra com várias pessoas, o preço não vai além dos 2,8 yuan por pessoa”, indicou. “Em contraste com Macau, apesar do preço do teste ter sido reduzido de 180 patacas, no início da epidemia, para as actuais 45 patacas, o custo continuar a ser muitas vezes mais caro do que em Zhuhai”, acrescentou. Melhor controlo Neste contexto, Nick Lei perguntou ao Governo quais são os planos para reduzir o preço dos testes de covid-19 e qual a margem para diminuir os mesmos. O deputado quer ainda saber se as empresas que fornecem os testes vão aumentar o número de amostras individuais misturadas em amostras múltiplas, de forma a se poder reduzir ainda mais o preço do teste. Em vez de analisarem as amostras individuais uma a uma, os laboratórios misturam cerca de 10 amostras individuais de uma vez, para aumentarem a velocidade dos resultados dos testes. Em caso de haver algum positivo, todos os 10 testados são chamados novamente para um novo teste individual, que permite detectar quem está verdadeiramente positivo. Face às constantes exigências da realização de testes, Nick Lei apelou ainda ao Governo para montar mais pontos de testes que funcionem 24 horas, por considerar que os actuais são insuficientes e que trazem demasiados inconvenientes à população.
Hoje Macau SociedadeCovid-19 | Novo caso positivo relacionado com taxista Um novo caso de infecção positiva de covid-19 relacionado com o taxista que se crê esteja na origem das últimas infeccões detectadas em Macau, foi ontem anunciado pelas autoridades de saúde. Segundo o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, no dia 29 foi registado um novo caso relacionado com o caso importado da COVID-19 em Macau, sendo considerado como um caso detectado sob controlo. A pessoa afectada é um jovem de 17 anos de idade, residente de Macau mais um neto que mora com o caso confirmado, do taxista de 74 anos de idade, anunciado no dia 28. O infectado foi classificado como contacto próximo anteriormente, já está sujeito a observação médica em isolamento desde a manhã do dia 28 de Novembro, informa o Centro de Contingência. Após dois testes de ácido nucleico negativos, na manhã do dia 29 de Novembro, o jovem começou a sentir um desconforto na garganta. O resultado do teste de ácido nucleico foi positivo. O valor do CT mostra uma infecção na fase inicial. Este caso foi detectado sob controlo, e foi considerado como caso relacionado com o caso importado da COVID-19. A pessoa em apreço foi encaminhada para tratamento médico em isolamento no Centro Clínico de Saúde Pública no Alto de Coloane, sendo o risco de transmissão comunitária relativamente baixo, remata o Centro de Contingência.