Hoje Macau SociedadeIncêndio | Cerca de 40 pessoas retiradas de edifício Cerca de 40 pessoas tiveram ontem de ser retiradas do Centro Comercial Costa, na Avenida Horta e Costa, devido a um incêndio que deflagrou por volta as 9h30 da manhã. Segundo a informação do Corpo de Bombeiros, citada pelo Jornal Ou Mun, as chamas sugiram num ar-condicionado no quarto andar, num espaço utilizado como centro de yoga. Como consequência, cerca de 40 pessoas tiveram de ser retiradas do edifício, sem que nenhuma tenha apresentado qualquer tipo de ferimento. Na origem do incêndio, terá estado um curto-circuito no ar-condicionado. Os bombeiros deslocaram-se rapidamente ao local e apagaram as chamas sem dificuldades, contando com a ajuda do sistema de sprinkles, que também foi activado.
Hoje Macau SociedadeCPSP | Empregada detida por roubar 58 mil patacas O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) anunciou a detenção de uma empregada doméstica, acusada de ter roubado cerca de 58 mil patacas aos patrões. A queixa original foi feita a 26 de Julho, pelos patrões, quando verificaram que tinham desaparecido de um armário 1.000 yuan em notas e ainda joias avaliadas em 56 mil patacas. Inicialmente, a família confrontou a empregada de nacionalidade filipina, que admitiu ter empenhado os bens, em duas ocasiões diferentes, por ter uma urgência familiar e precisar de enviar dinheiro para o país de origem. A mulher, de 32 anos, afirmou ainda que já tinha entregue a quantia a compatriotas que voaram para as Filipinas. Na sequência da queixa e da confissão, que foi repetida diante das autoridades, a mulher foi presa, encaminhada para o Ministério Público, e está indiciada pelo crime de roubo agravado.
João Luz Manchete SociedadeJustiça | Condenado por denunciar partilha de vídeo “íntimo” de crianças Um ex-professor da Escola Xin Hua foi condenado a um ano de prisão, com pena suspensa, e a pagar 80 mil patacas de multa depois de ter sido considerado culpado pelo crime de publicidade e calúnia. No final de Março do ano passado, o homem revelou que mais de 20 professores da Escola Xin Hua teriam difundido vídeos de alunos sem roupa Na segunda-feira, um ex-professor da Escola Secundária Xin Hua, de apelido Kuok, foi condenado no Tribunal Judicial de Base a pena de um ano de prisão, suspensa por dois anos, e ao pagamento de uma indemnização no valor de 80 mil patacas ao estabelecimento de ensino. As penas foram aplicadas depois de o juiz ter considerado Kuok culpado do crime de publicidade e calúnia, na sequência da denúncia que fez no final de Março do ano passado. Tudo começou quando Kuok divulgou no Facebook que mais de 20 professores da Escola Xin Hua teriam partilhado e difundido entre si, imagens de comportamentos desviantes de alunos do ensino primário do estabelecimento, onde são facilmente identificáveis e aparecem sem roupa. A publicação tornou-se viral e ganhou dimensões que levaram à investigação por suspeitas da prática do crime de pornografia infantil, depois de o ex-docente ter enviado uma carta ao Ministério Público, e levou também a reacções do Governo. Segundo o jornal All About Macau, um dos argumentos usados para a condenação foi o juiz duvidar das razões que levaram Kuok a denunciar o caso um ano depois de os factos se terem revelado. Além disso, o tribunal decidiu que o docente agiu com intenção de prejudicar intencionalmente a reputação da escola. Factos e conceitos Um dos pontos basilares que levaram à condenação de Kuok foi o facto de o juiz não ter considerado que a denúncia correspondia ao que realmente se passou. Um dos exemplos dados pelo magistrado foi a afirmação do ex-docente de que o vídeo partilhado mostraria seis crianças a mostrar as partes íntimas. Tese que difere da realidade considerada pelo tribunal, que corrige a versão de Kuok firmando que o vídeo mostrava dez alunos da escola a brincar ao “pedra, papel e tesoura”, com as regras do jogo a determinarem que os derrotados teriam de mostrar os genitais, situação que apenas se verificou uma vez, com um aluno. Este desfasamento foi usado pelo tribunal para concluir que a descrição de Kuok não foi factual. Além disso, durante o julgamento houve uma troca de argumentos sobre a definição de pornografia, com o juiz a afirmar que o vídeo não era pornográfico por não haver toque ou apalpação de órgãos genitais, ou beijos e intimidade. O magistrado afirmou ainda que é necessário ter em conta o cenário em que o vídeo é filmado e se existem movimentos corporais que transmitam pensamentos sexuais. Como tal, mais uma vez, as alegações de que o vídeo teria cariz sexual foram negadas. Também a partilha do vídeo num grupo de conversação entre docentes não foi encarada negativamente pelo tribunal, que considerou o acto natural num contexto de trabalho e para decidir que rumo disciplinar a escola deveria seguir para punir os alunos. O All About Macau indicou que o ex-docente irá recorrer da sentença.
Hoje Macau SociedadeDST | Promoções turísticas na Indonésia e Malásia A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) tem promovido o turismo de Macau na Indonésia e Malásia através de várias acções. Uma delas, prende-se com o convite feito a 19 operadores turísticos oriundos da Indonésia que visitaram o território, entre os dias 25 e 29 de Julho, tendo sido realizada uma bolsa de contactos para esses operadores e “representantes de agências de viagens, hotéis, companhias aéreas e empresas de lazer de Macau”, com vista à troca de informações. Além disso, a DST estará presente este mês numa feira de turismo na Indonésia, tendo marcado presença também na Feira Internacional de Turismo da Malásia, que decorreu entre os dias 28 e 30 de Julho. O Governo está apostado em promover o turismo local nas regiões e países do Sudeste Asiático tendo em conta “o aumento gradual dos voos directos” entre Macau e esta zona. Dados estatísticos citados pela DST, em comunicado, mostram que, em relação ao número de visitantes de Janeiro a Junho deste ano, “a Indonésia ocupa o quinto lugar entre os dez maiores mercados de visitantes e o segundo lugar entre os mercados de visitantes internacionais de Macau”. Além das actividades já mencionadas, a DST participa, dia 31, na “ASTINDO Travel Fair”, em Jacarta, Indonésia, através da instalação do Pavilhão de Macau, prevendo-se a atracção de um fluxo de mais de 28 mil visitantes.
João Luz Manchete SociedadeJogo | Julho volta a bater recorde de receitas As receitas do jogo em Macau atingiram 16,66 mil milhões de patacas em Julho, o valor mais alto desde Janeiro de 2020. Desde o início do ano até ao final de Julho, as receitas brutas apuradas pelos casinos do território quase quadruplicaram o registo do ano passado Julho voltou a ser o melhor mês para os cofres dos casinos do território, que amealharam cerca de 16,66 mil milhões de patacas em receitas brutas, desde o início da pandemia, de acordo com dados oficiais divulgados ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). A performance da indústria conseguiu ultrapassar o registo de Maio, que detinha o recorde de maior volume de receitas desde o início da pandemia, quando os casinos amealharam 15,56 mil milhões de patacas. Em termos anuais, o mês passado trouxe receitas mais de 40 vezes superiores (+4082.9 por cento) às verificadas em Julho de 2022 quando a indústria do jogo teve receitas de abaixo dos 400 milhões de patacas. Importa contextualizar que o mês de Julho do ano passado foi marcado pela total paralisia da cidade, depois do surto de covid-19 descoberto a 18 de Julho, com as fronteiras e ligações à China e ao mundo encerradas. Como consequência, registou-se o pior mês para a indústria, que contabilizou as mais baixas receitas desde, pelo menos, 2003. Face a este cenário comparativo, e apesar da recuperação, a performance dos casinos do território durante o mês passado foi cerca de 31 por cento inferior aos montantes contabilizados antes da pandemia de covid-19. Panorama geral Tendo em conta o período entre Janeiro e o final de Julho, as receitas da indústria do jogo cresceram 263 por cento, em comparação com igual período de 2022, alcançando quase 96,8 mil milhões de patacas, segundo os dados avançados ontem pela DICJ. Porém, em comparação com os tempos antes da pandemia, as receitas foram quase metade quando comparadas com os 174 mil milhões de patacas arrecadados em igual período de 2019. Feitas as contas às receitas apuradas até ao momento, o sector do jogo já cumpriu quase 74,5 por cento da meta estimada pelo Governo para 2023. A indústria do jogo, a principal fonte de receita via impostos do Governo, representava mais de metade do produto interno bruto (PIB) de Macau em 2019 e dava trabalho a quase 68 mil pessoas no final de 2022, ou seja, a quase 20 por cento da população empregada. Com Lusa
Hoje Macau SociedadeTroca de dinheiro | Detidos por burla de 370 mil yuan Dois homens, com 29 e 25 anos de idade, foram detidos por terem burlado uma mulher em cerca de 370 mil yuan, de acordo com a informação divulgada ontem pela Polícia Judiciária. Segundo o jornal Ou Mun, que citou a PJ, no sábado um dos homens e a mulher combinaram uma troca de dinheiro ilegal, através de uma aplicação móvel, para um quarto de hotel no Cotai. Nesse dia, a mulher do Interior, encontrou os dois homens e estes apresentaram-lhe vários maços de notas. Em troca, a mulher tinha de fazer uma transferência online de yuan para uma conta indicada, o que fez. Contudo, a jogadora insistiu que os homens a acompanhassem a uma caixa do casino, para confirmar a veracidade das notas. Apesar de aguardarem pela oportunidade para fugirem, os homens do Interior acabaram por ser detidos no casino quando foi confirmado que as notas eram falsas.
Hoje Macau SociedadeCPSP | Casal detido por suspeita de casamento falso Um homem e uma mulher oriundos do Interior da China foram detidos por suspeita de casamento falso. Segundo o jornal Ou Mun, que refere informação fornecida pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), o casal esteve casado sete anos, até se divorciar em 2005, altura em que contraíram ambos matrimónio com residentes de Macau, alegadamente com mediação de um agente a quem pagaram 50 mil dólares de Hong Kong. Cinco anos depois, o homem e a mulher obtiveram o Bilhete de Identidade de Residente de Macau (BIR), tendo pedido também a residência para um dos filhos de ambos. Os divórcios dos segundos companheiros aconteceram em 2012 e 2013. O CPSP apontou que os dois casais falsos nunca tiveram uma vida em comum, sendo que o homem e a mulher viviam em Zhuhai ao mesmo tempo que decorria o seu processo de atribuição do BIR nos serviços de imigração.
João Santos Filipe Manchete SociedadePJ | Autoridades desmantelam rede de tráfico de droga A polícia anunciou a detenção de um homem e duas mulheres que se dedicavam ao tráfico de droga. As duas detidas estavam em excesso de permanência no território e as drogas apreendidas tinham um valor de mercado de 78.540 patacas A Polícia Judiciária (PJ) anunciou ter desmantelado uma rede constituída por três indivíduos que se dedicavam à prostituição e ao tráfico de estupefacientes. O balanço da operação foi apresentado ontem numa conferência de imprensa. O caso apresentado envolve um homem com 42 anos e duas irmãs, de 42 anos e 37 anos. Os três foram presos por alegado tráfico de droga, após terem sido interceptados na posse de 23,62 gramas de metanfetaminas em cristal e dois comprimidos da mesma substância. Segundo as autoridades, os estupefacientes têm um valor no mercado de 78.540 patacas. A investigação terá começado depois de ter sido recebida uma denúncia sobre a existência de uma rede de tráfico de droga que trazia estupefacientes do Interior para vender em Macau. A informação levou os investigadores a identificarem um indivíduo do Interior, que passou a ser seguido quando entrou no território. Foi dessa forma que a polícia conseguiu descobrir que estava hospedado num hotel da zona norte da cidade. Durante a investigação, as autoridades aperceberam-se que o homem estaria acompanhado no quarto por uma mulher. Numa das saídas para a rua, a mulher foi abordada pelas autoridades e na revista foram encontrados três pacotes pequenos de metanfetaminas e um comprimido da mesma substância, dentro de uma mala. De seguida, a polícia entrou no quarto do hotel, onde estava o arguido, e encontrou uma outra mala, com mais 21,72 gramas de metanfetaminas e outro comprimido. Foram ainda encontradas balanças electrónicas, sacos de plástico e outras ferramentas para o consumo de droga. Venda local Segundo as autoridades, o principal suspeito admitiu que comprava drogas no Interior para vender em Macau. O homem afirmou ainda consumir parte do produto e utilizar a mulher para fazer as vendas no território. A versão avançada foi corroborada pela detida. O indivíduo também admitiu ter arrendado um apartamento em Macau. Nesse local foi encontrada outra mulher, que admitiu ser irmã da suspeita que já estava detida. A mulher reconheceu ainda que traficava droga naquele local e que fazia transacções com vários clientes. Segundo as autoridades, a mulher de 37 anos afirmou também dedicar-se à prostituição e indicou estar em excesso de permanência há mais de três anos, desde Março de 2020. A irmã mais velha também estava em excesso de permanência, mas apenas por dois meses. Os três foram encaminhados para o Ministério Público e estão indiciados pela prática dos crimes de tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas e detenção indevida de utensílio ou equipamento.
Hoje Macau SociedadeComércio | Exportações lusófonas subiram 59,9% As exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para Macau subiram 59,9 por cento no primeiro semestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2022, segundo dados oficiais ontem divulgados. Os países lusófonos exportaram mercadorias no valor de 754 milhões de patacas, de acordo com a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Já o valor exportado por Macau para os países de língua portuguesa foi apenas de 490 mil patacas, registando um decréscimo de 43,7 por cento. O montante total do comércio externo de mercadorias nos primeiros seis meses do ano em Macau correspondeu a 78,03 mil milhões de patacas e desceu 3,6 por cento, face aos 80,92 mil milhões de patacas registados em idêntico período de 2022.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeEstudo | Só 10% dos universitários locais querem viver em Hengqin Um estudo da Associação Geral de Estudantes Chong Wa conclui que apenas dez por cento dos jovens locais que frequentam o ensino superior desejam mudar-se para a Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin para viver e trabalhar. Mais de 60 por cento diz desconhecer as políticas elaboradas para a Ilha da Montanha Só dez por cento dos estudantes universitários de Macau desejam mudar a sua residência e encontrar trabalho na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin. É o que revela um inquérito realizado pela Associação Geral de Estudantes Chong Wa, que conclui ainda que 63 por cento dos inquiridos desconhecem as políticas criadas para aquela zona em matéria de fixação de negócios, moradores e recursos humanos. O inquérito, cujos resultados foram divulgados no domingo, mostra também que cerca de 60 por cento dos entrevistados nunca visitaram, estudaram ou realizaram estágios em Hengqin, pelo que desconhecem o ambiente laboral, as perspectivas em matéria de emprego ou o nível salarial praticado pelas empresas aí estabelecidas. Em termos concretos, 36 por cento dos jovens dizem não saber o montante dos salários pagos do outro lado da fronteira, enquanto cerca de 20 por cento entendem que a Zona não disponibiliza mais oportunidades de carreira. Bairro sem procura Relativamente ao projecto do Novo Bairro de Macau, construído em Hengqin, e cuja venda de casas arranca no próximo mês, o interesse dos mais jovens também não é muito elevado. Isto porque 23 por cento diz não ter certezas se quer, de facto, viver neste complexo de empreendimentos habitacionais, enquanto 33 por cento mostram alguma vontade de lá viver. O inquérito realizou-se entre os dias 1 e 10 de Julho através de entrevistas a alunos do ensino superior de Macau, tendo sido validadas 405 respostas. Segundo um comunicado da associação, o seu vice-presidente, Mio Man Lap, defende que as autoridades devem reforçar a divulgação de políticas e medidas destinadas à Zona de Cooperação através das redes sociais e meios de comunicação social. Além disso, o responsável entende que as autoridades podem disponibilizar mais ofertas de estágios e visitas para atrair a atenção dos jovens.
Hoje Macau Manchete SociedadeCurso de Verão de português da UM “excelente”, mas aquém de níveis pré-covid O curso de Verão de língua portuguesa da Universidade de Macau (UM) voltou este ano ao formato presencial, após três edições ‘online’, com um balanço “excelente”, mas números distantes dos níveis pré-pandemia. Antes de ingressar no ensino superior, Elio, de Xangai, não sabia que língua se falava em Portugal. Mas já conhecia Fernando Pessoa. A poesia, aliás, teve responsabilidades na decisão de começar a aprender português, há cerca de meio ano, na Universidade de Estudos Internacionais de Xangai. “Os poemas de Portugal, gosto do carácter que têm, do romantismo. Não escolhi espanhol porque é muito extrovertido”, disse aos jornalistas, numa entrevista que começou em português e terminou em inglês, na sexta-feira, à margem da cerimónia de encerramento do curso de Verão de língua portuguesa da UM. Elio, inscrito no nível elementar, foi um dos participantes na formação da UM que, este ano, regressou ao formato presencial após três edições ‘online’ motivadas pela pandemia da covid-19. Mas não é o único que se apaixonou pela criação pessoana. Helena, nome português de Huang Xin Yi, de Pequim, subiu ao palco para dizer versos de Pessoa, num espectáculo que associou poesia e movimento. “Usamos gestos quando falamos e fazemos contacto visual com o público, acho que foi uma experiência muito boa”, disse à Lusa, elegendo o preferido dos poemas: “É o Mar Português”. O curso de Verão da UM, na 37.º edição, decorreu entre 10 e 28 de Julho, com as manhãs destinadas à língua portuguesa e a módulos temáticos, em áreas como tradução, história de Macau ou relações internacionais, e as tardes passadas em clubes, nomeadamente de capoeira, folclore ou enologia. Com 280 alunos, de Macau, China continental e Coreia do Sul, esta edição ficou aquém, em termos de inscrições, dos cursos anteriores em formato presencial – o último tinha sido em 2019, quando participaram cerca de 500 alunos. Entre 2020 e 2022, já em modo ‘online’, foram “à volta de 300”, disse à Lusa um dos coordenadores do projecto. Vítor Silva acredita que, com este hiato de três anos, “se perdeu um pouco o ritmo” a que as instituições de ensino e estudantes estavam habituados. “Alunos do Vietname este ano não apareceram, da Malásia também costumávamos ter alguns, mesmo da Coreia, normalmente eram grupos de 20 ou 40, e foram muito menos, do Japão nem veio ninguém”, notou. “Esperamos que toda esta dinâmica que teve este ano acabe por projectar a imagem do curso e que volte a retomar os números pré-pandemia”, disse. Os descobrimentos Vítor Silva, que fez um balanço “excelente” do curso de Verão, salientou que para a iniciativa da UM contribui o “ambiente muito favorável” de Macau – português é uma das línguas oficiais – para “aprender muitos aspectos novos da cultura, além da componente linguística”. “Vêm para Macau envolver-se em actividades que certamente não estão disponíveis no contexto onde eles vivem e aprendem a língua portuguesa, [e contribui] o facto de Macau ser uma cidade muito dinâmica em termos de divulgação da promoção da língua portuguesa. Encontram-se em qualquer parte restaurantes portugueses”, exemplificou. Celina, nome português escolhido por Zhou Jun, concorda: “Macau é um lugar muito especial, com um ambiente muito bom para estudar português, as placas [na rua] estão sempre escritas em chinês e português.” A aluna, de Xiantan, cidade da província central de Hunan, estuda há quatro anos português na Universidade Jiaotong, em Pequim. Aconteceu por um mero acaso, quando, finalizado o secundário, folheava uma publicação à procura de cursos e universidades para se candidatar. “Descobri o português num livro”, admitiu. Deste curso que agora terminou, leva “muito sobre os conhecimentos, culturas e artes dos países de língua portuguesa”.
Hoje Macau SociedadeArtes marciais | Macau conquista seis medalhas em Chengdu Wong Sam In conquistou ontem a primeira medalha de ouro para a delegação de Macau nos Jogos Mundiais Universitários que decorrem desde sábado em Chengdu, província de Sichuan. Segundo a TDM Rádio Macau, a atleta terminou a prova da modalidade “nanquan”, de Kung Fu, com um total de 9.643 pontos, mais dez do que a segunda classificada, uma atleta do Uzbequistão. No sábado, Wong Sam In conquistou a medalha de bronze na modalidade “nandao” com o resultado de 9.506 pontos. Também ontem Cheung Loi Chit, outro atleta da delegação de Macau, ganhou a medalha de prata na modalidade de Kung Fu com sabre, onde também foi distinguida a atleta Wong Weng Ian, com uma medalha de prata. Segundo um comunicado do gabinete da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U parabenizou a delegação de Macau “que tudo dão para competir, agradecendo também pelo empenho das equipas de treinadores e pelos contributos e esforços de todos os colegas da área desportiva”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCaso IPIM | Liberdade condicional negada a Miguel Ian Cumpridos mais de dois terços de uma pena de prisão de quatro anos, Miguel Ian Iat Chun tentou sair em liberdade condicional, mas a pretensão foi recusada. Os fundamentos do Tribunal de Segunda Instância, que confirmam uma decisão anterior, ainda não foram tornados públicos Foi recusado o pedido de liberdade condicional apresentado por Miguel Ian Iat Chun, ex-director-adjunto do Departamento Jurídico e de Fixação de Residência por Investimento do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM). O ex-funcionário público foi condenado a quatro anos de prisão efectiva em Outubro de 2020, pela prática de sete crimes de falsificação de documento, no âmbito do julgamento do caso IPIM. Após o primeiro pedido ter sido recusado, Miguel Ian Iat Chun apresentou recentemente recurso para o Tribunal de Segunda Instância (TSI). Contudo, a análise feita pelos juízes Chan Kuong Seng, como relator, Tam Hio Wa e Chao Im Peng foi igualmente desfavorável a Miguel Ian Iat Chun. A liberdade condicional pode ser autorizada quando o condenado cumpriu dois terços da pena, desde que tenha cumprido sempre seis meses da pena de prisão efectiva. Além disso, para garantir a liberdade condicional, o tribunal tem de considerar que “o condenado, uma vez em liberdade, conduzirá a sua vida de modo socialmente responsável, sem cometer crimes” e que a liberdade se revela “compatível com a defesa da ordem jurídica e da paz social”. A liberdade condicional não é concedida quando faltem mais de cinco anos para o cumprimento total da pena. Os fundamentos para a recusa do pedido de liberdade condicional ainda não foram tornados públicos, uma vez que a decisão do TSI foi tomada na manhã de quinta-feira. Semelhanças com o passado Miguel Ian está a cumprir a pena de prisão desde Outubro de 2020, tendo sido colocado em prisão preventiva, logo após ter sido conhecida primeira decisão do caso. Na primeira vez que o Tribunal Judicial de Base se pronunciou sobre o caso, Miguel Ian foi o ex-funcionário público condenado com a pena mais pesada. Ian, que na altura tinha deixado o IPIM e cumpria funções no Fundo de Segurança Social como chefe de Departamento do Regime de Aposentação e Sobrevivência, foi condenado por ajudar a associação criminosa liderada por Ng Kuok Sao a falsificar documentos. Esta não foi a primeira vez que Ian vê recusado um pedido de liberdade. Logo em Outubro de 2020, o então arguido tentou aguardar em liberdade pelo trânsito em julgado da condenação, mas a pretensão foi recusada. Em comum as duas decisões têm o facto de terem a participação das juízas Tam Hio Wa e Chao Im Peng. No entanto, nessa decisão de Dezembro de 2020, o colectivo de juízes era também constituído por Choi Mou Pan.
Andreia Sofia Silva SociedadeTurismo comunitário | Candidaturas a apoios começam hoje A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) começa hoje a receber candidaturas para a concessão de apoio financeiro para dinamização do turismo comunitário nas secções “Viajar por Macau”, “Sabores de Macau”, onde se faz promoção gastronómica, e “Diversões na Orla Costeira”, que aposta no turismo marítimo. As candidaturas decorrem até ao dia 11 de Setembro e visam apoiar associações locais no desenvolvimento de programas e actividades que consigam atrair turistas para os locais menos visitados do território, além de se promoverem “novas ideias” nesta área, a fim de “proporcionar experiências turísticas ricas e inovadoras”. A ideia é financiar actividades para o próximo ano. A DST espera que os candidatos apresentem propostas no âmbito do conceito de “Turismo+”, que incluam “experiências de passeios costeiros, actividades de cultura gastronómica e vinhos, ou ainda projectos de extensão de eventos turísticos de marca”. Prevê-se que, no próximo ano, as actividades venham a atrair a participação de cerca de dois milhões de pessoas, estando envolvidos cerca de três mil estabelecimentos comerciais. Relativamente a este ano, o programa de turismo comunitário atraiu entre Abril e Junho 480 mil visitantes, num total de 40 actividades, que visitaram 332 estabelecimentos comerciais dos bairros comunitários, “impulsionando o consumo”.
Hoje Macau Manchete SociedadeDesemprego | Taxa entre os residentes mais baixa desde a pandemia Com o fim da política de zero casos de covid-19 e das várias restrições de circulação, que isolaram Macau e o Interior da China do resto do mundo, a economia começa a recuperar e o desemprego a mostrar sinais animadores A taxa de desemprego entre os residentes caiu para 3,5 por cento no segundo trimestre de 2023, o valor mais baixo desde o início da pandemia de covid-19, foi anunciado sexta-feira. De acordo com dados oficiais divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a taxa de desemprego entre os residentes diminuiu 0,4 pontos percentuais em comparação com o primeiro trimestre deste ano. O desemprego entre a população em geral de Macau caiu 0,3 pontos percentuais para 2,8 por cento, a taxa mais baixa desde o final de 2020, ano durante o qual as empresas despediram quase 18.900 trabalhadores sem estatuto de residente. Apesar da queda do desemprego, a taxa de actividade da população caiu para 67,7 por cento, o valor mais baixo desde 2007, numa cidade que está em acelerado processo de envelhecimento, sobretudo devido a uma das mais baixas taxas de natalidade do mundo. No período entre Abril e Junho, estavam registados em Macau cerca de 10.400 desempregados, menos 100 do que no período entre Março e Maio, segundo os dados oficiais da DSEC. Entre os desempregados, a maioria tinha sido despedida ou da construção civil ou do jogo, o sector dominante da economia de Macau e o mais atingido pela crise económica provocada pela pandemia. No início de 2020, a indústria do jogo no território atingiu um máximo histórico de 87.500 funcionários. Em três anos de pandemia, um em cada quatro trabalhadores (24,1 por cento) do sector perdeu o emprego. Dores da pandemia As receitas dos casinos de Macau atingiram 80,1 mil milhões de patacas na primeira metade de 2023, mais 201,5 por cento em comparação com igual período do ano passado, mas menos 46,4 por cento do que no mesmo período de 2019. Macau, que à semelhança da China continental seguia a política ‘zero covid’, anunciou, em Dezembro do ano passado, o cancelamento da maioria das medidas de prevenção e contenção, depois de quase três anos das rigorosas restrições. Com o alívio das medidas, a cidade registou na primeira metade deste ano 11,6 milhões de turistas, três vezes mais do que no mesmo período de 2022. Em Julho, o Centro de Estudos e o Departamento de Economia da Universidade de Macau previram que a taxa de desemprego vai cair para 2,6 por cento e que o salário mediano vai subir 9,6 por cento até ao final de 2023. Governo diz que vagas em feiras correspondem à procura Dados da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) revelam existirem actualmente 7.400 vagas de emprego disponíveis nas feiras de emprego organizadas pelo Governo, envolvendo 250 tipos de trabalho, sendo estas “suficientes para responder à procura”. Além disso, nos primeiros sete meses do ano foi dado apoio a 7.527 pessoas no acesso ao emprego, número “superior ao total de pessoas colocadas pela DSAL em todo o ano passado (6.288 pessoas), correspondendo a cerca de 2,6 por cento da população activa residente”, aponta a DSAL em comunicado. Os números avançados pela DSAL baseiam-se nos dados do inquérito ao emprego realizado entre Março e Maio deste ano. A DSAL tem realizado, juntamente com a Federação das Associações dos Operários de Macau, sessões de emparelhamento para residentes que não conseguiram ainda encontrar trabalho. Este ano já se realizaram 91 sessões para empregos específicos e 30 sessões de emparelhamento de emprego para empresas de lazer, sendo que, até ao momento.
Hoje Macau SociedadeAMCM | Esperada “subida robusta” do PIB este ano O Produto Interno Bruto (PIB) de Macau deverá registar uma “subida robusta” este ano, sendo que, no primeiro trimestre, cresceu 38,8 por cento. É o que revelam os dados divulgados ontem pela Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM). Na mais recente revisão sobre o panorama económico do território, a AMCM aponta que a economia “está a ganhar dinamismo devido à forte recuperação da procura externa”, tendência que se deverá manter nos próximos seis meses. Espera-se que essa procura se deva à “recuperação económica das regiões vizinhas”, o que pode levar a uma grande procura pelo turismo. Por sua vez, a AMCM espera que a inflação continue a aumentar este ano, embora o mercado de trabalho venha a registar melhorias graduais. A previsão da AMCM aponta para uma maior procura por mão-de-obra em conjunto com a recuperação gradual da economia.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Macau volta a registar mais de um milhão de hóspedes Os hotéis receberam 1,14 milhões de hóspedes em Junho, confirmando a tendência de crescimento desde que foram levantadas, no início do ano, as medidas antipandémicas, segundo dados oficiais divulgados ontem. Em Junho foram contabilizados 1.142.000 hóspedes nos 43 mil quartos disponíveis dos 131 hotéis, registando um crescimento de 168,3 por cento, em termos anuais, informou a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Desde o levantamento das medidas de covid zero, Macau já tinha ultrapassado um milhão de hóspedes nas unidades hoteleiras em Abril (1.101.000) e Maio (1.104.000). Em Junho de 2019, o último ano antes da pandemia, Macau acolheu 1.119.000 hóspedes, com a taxa de ocupação média hoteleira a fixar-se nos 89,5 por cento, contra os 84,3 por cento de Junho deste ano. No primeiro semestre de 2023, foram registados 6.049.000 hóspedes e a taxa de ocupação média hoteleira fixou-se em 78 por cento, informou ainda a DSEC.
João Santos Filipe Manchete SociedadeSuicídio | Youtuber local acusa ex-colegas da empresa Manner de bullying Jane Lao, antiga gestora da empresa de conteúdos online Manner, suicidou-se depois de alegadamente ter sido vítima de bullying de vários ex-colegas e internautas. Entre o grupo visado consta um ex-namorado. O caso está a levar a vários pedidos de boicote a produtos e conteúdos promovidos pela empresa Uma youtuber local suicidou-se e o caso despoletou uma onda de choque, com várias acusações de bullying contra a empresa de conteúdos online Manner e seus trabalhadores, e vários apelos de boicote a espalharem-se nas redes sociais. Na tarde de quarta-feira, por volta das 16h40, Jane, de 29 anos, foi encontrada sem sinais vitais em casa, depois de ter incendiado uma lata com carvão e fechado a porta do quarto. O caso, como acontece nestas situações, foi relatado pela Polícia Judiciária (PJ), sem que a identidade da vítima tivesse sido revelada. Na informação oficial, era referido que a mulher tinha deixado uma carta de suicídio. Horas depois, a identidade de Jane Lao foi revelada, através das redes sociais e dos órgãos de comunicação social de Hong Kong, onde a empresa Manner desenvolve parte das suas actividades. As revelações do suicídio pelos órgãos de comunicação de Hong Kong trouxeram também a público as publicações mais recentes da youtuber na rede social Instagram, no dia anterior à morte. De acordo com uma publicação de Jane, na terça-feira tinha havido uma primeira tentativa de suicídio, com comprimidos. No texto que serviu como nota de suicídio, antes de alegadamente ter sido levada para o hospital, a youtuber reconheceu que lutava contra uma depressão desde 2021, altura em que deixou a empresa Manner, e se tornou alvo de ameaças online. A jovem recordou ainda um episódio do passado, depois de deixar a Manner, em que seis ex-colegas fizeram emissões online a gozar com ela. Recorrendo a um filtro no vídeo, para criar a impressão de que estariam todos a chorar, os ex-colegas pediam de forma irónica à ex-gestora para não deixar a empresa. Nesse dia de Setembro de 2021, apesar de ter sido gozada publicamente pelos colegas, Jane admitiu ter-lhes pedido desculpa. “Foi o dia em que actuei de forma mais errada”, escreveu a youtuber, na publicação de terça-feira. De acordo com o relato da jovem, as publicações dos ex-colegas terão ainda motivado várias críticas online de vários internautas, a quem reconheceu ter pedido desculpas, e telefonemas com ameaças alegadamente de pessoas ligadas à gestão da empresa. Além disso, a vítima indicou que os ex-colegas da Manner terão produzido um vídeo e uma música a criticá-la, conteúdos que não terão sido partilhados publicamente. Na publicação constava ainda uma fotografia de uma caixa de comprimidos e um texto onde a youtuber afirmava ter tomado 40 unidades. “Espero não acordar”, escreveu. “Vou fazer justiça pelos meus próprios meios”, acrescentou. Horas mais tarde depois da publicação, a youtuber acabaria por comentar que se encontrava bem, embora nessa altura alguns amigos tivessem partilhado publicações afirmando que a jovem teria sido mesmo enviada para o hospital. Aborto e depressão Além de problemas profissionais, a relação de Jane Lao com a Manner foi ainda mais complicada, devido ao namoro com um ex-colega de trabalho, o mágico local Nathan Lam. Quando deixou a empresa, o namoro com Lam também terminou. No entanto, a relação ficou marcada por uma gravidez indesejada e um aborto, que terá sido uma dos factores que contribuiu para a depressão. No início, o namorado terá recusado acreditar na história da gravidez, e só encarou o assunto a sério quando foi confrontado com uma ecografia. O episódio terá criado grande pressão a Jane, e segundo uma prima da ex-gestora, a escolha pelo aborto só foi tomada por pressão de Nathan Lam. Lam, reagiu às acusações no ano passado, quando estas se tornaram públicas, e negou ter forçado a ex-namorada a interromper a gravidez, embora tivesse admitido que nunca queria o filho, como lhe terá dito em várias conversas. “Quando ela me perguntou se eu queria a criança, eu respondi que não queria, mas que ia respeitar a decisão dela”, afirmou o, ex-namorado. “No final ela decidiu não ter a criança, e foi uma decisão dos dois. Mas, eu nunca a forcei a tomar a decisão, embora não estivesse pronto para ser pai”, acrescentou. Reacções em cadeia Ontem, foram várias as reacções online com críticas à conduta não só da empresa, mas também dos colegas que fizeram os vídeos a ironizar a saída da ex-gestora. Face aos pedidos de boicote e críticas, a Manner cancelou um evento de celebração do 10.º aniversário, que estava agendado para 12 de Agosto em Hong Kong. A companhia fez também um comunicado a lamentar a morte da ex-funcionária e a negar ser complacente com uma cultura de bullying. “A empresa foi informada recentemente da morte trágica de uma ex-empregada na tarde de hoje. Estamos profundamente tristes com este acontecimento e expressamos as nossas condolências à família”, foi comunicado. “Desde que a trabalhadora deixou a empresa, há cerca de dois anos, não houve qualquer tipo de cooperação com a Manner. No entanto, em relação às dificuldades que ela encontrou durante a vida, e em especial quando foi ameaçada por telefone, a Manner reitera que esse tipo de comportamentos não fazem parte da nossa cultura” foi acrescentado. A companhia admitiu ainda levar o caso para os tribunais, se for descoberto que alguém se fez passar pela empresa nas ameaças feitas a Jane Lao. “Caso seja apurado que alguém fez ameaças em nome da Manner, reservamos o direito de agir judicialmente”, foi indicado. Por sua vez, a youtuber Sinam, uma das envolvidas no vídeo polémico das lágrimas, fez um directo online para recusar ter cometido qualquer tipo de bullying, contra Jane Lao. “Nem sei o que dizer sobre este caso”, afirmou durante um directo, que conseguiu uma audiência de mais de 15 mil pessoas, antes de ter desligado a transmissão Sinam terá ainda dito ser imune às críticas. Também Puinam, outra das youtubers do vídeo polémico e funcionária da empresa, recusou ter praticado bullying. Além destas reacções, houve ainda outros membros da Manner que fizeram comunicados sobre a morte de Jane Lao. Pedidos de boicote Apesar da reacção da empresa, o caso tornou-se num pesadelo de relações públicas, com vários pedidos de boicote por parte de internautas e comentários de condenação nas diferentes páginas da companhia e dos trabalhadores desta. Ontem ao longo do dia, circularam também nas redes sociais várias imagens das marcas mais conhecidas ligadas à Manner, ou que promove os seus promovem os seus produtos através desta, como a Coca-Cola, Sasa, 7 Eleven, ou o Instituto dos Assuntos Municipais e o Turismo de Hong Kong, entre outras. Em resposta, as empresas 24 Storage e 247 Fitness terminaram ou suspenderam as colaborações com a Manner. As ligações com a Administração de Macau não se ficaram pelo IAM, e também o Fundo de Desenvolvimento da Cultura foi visado, porque em 2017 decidiu subsidiar a empresa, com mais de três milhões de patacas, para que fosse elaborado um programa a promover a Grande Baía. A Manner terá recebido quase 10 milhões de patacas de apoios, entre empréstimos e subsídios, do orçamento da RAEM desde 2017. O boicote foi iniciado através de uma carta assinada “por um grupo anónimo de amigos e familiares de Jane Lao” que apelou ao Governo e às marcas para ponderarem bem o tipo de empresas que apoiam. Na missiva partilhada online, são deixadas várias críticas à empresa, pela forma como terá tratado a youtuber com ameaças, quando esta decidiu deixar de gerir o canal da Manner. Linha de Apoio Caso tenha pensamentos suicidas e necessite de auxílio pode ligar para o Serviço de Auxílio da Cáritas, através do número 28522 5222, em chinês, ou para o número 2852 5777, com apoio em inglês.
Hoje Macau SociedadeOcupação hoteleira cresceu no primeiro semestre, mas ficou abaixo de 2019 A taxa média de ocupação hoteleira do primeiro semestre nos empreendimentos de três a cinco estrelas foi de 82 por cento, ficando 10,3 por cento abaixo do registo dos primeiros seis meses de 2019, ou seja, antes da pandemia. Nesse primeiro semestre, a taxa de ocupação dos quartos de hotel foi de 92,3 por cento. Segundo dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), a taxa média de ocupação hoteleira, no primeiro semestre do ano passado, foi de apenas 40,2 por cento. Na primeira metade deste ano, a taxa de ocupação mais elevada registou-se nos hotéis de três estrelas, segmento de baixo custo, com 88,7 por cento. Os dados baseiam-se em 44 estabelecimentos ligados à Associação de Hotéis de Macau. Estrela a estrela Relativamente ao preço dos quartos, a tarifa média, no primeiro semestre, foi de 1.247 patacas, um montante oito por cento mais baixo face às 1.354 patacas registadas no primeiro semestre de 2019. Quanto aos hotéis de três estrelas, do segmento de baixo custo, apresentaram uma tarifa média, por quarto, de 937,8 patacas. A maior subida anual dos preços dos quartos verificou-se nos hotéis de quatro estrelas, com um aumento de 117,5 por cento para 937,1 patacas, tendo-se registado ainda uma taxa de ocupação de 77,4 por cento. Por sua vez, as tarifas nos hotéis de cinco estrelas registaram o menor aumento face a 2022 (49,1 por cento), com um valor médio por quarto de 1.408 patacas. Nesta categoria, a taxa de ocupação hoteleira foi de 81,7 por cento no primeiro semestre. Importa referir que Helena de Senna Fernandes, directora da DST, previu, no início deste mês, que a taxa de ocupação hoteleira poderá atingir uma média “superior a 80 por cento”, com a possibilidade de chegar aos “90 por cento” até Agosto.
Hoje Macau SociedadeImobiliário | JLL prevê quebra de 5% nos preços A agência imobiliária Jones Lang LaSalle (JLL) prevê que o preço das casas em Macau possa registar, este ano, uma quebra de cinco por cento. Segundo o portal Macau News Agency (MNA), que cita a análise intercalar do mercado efectuada pela JLL, o valor das habitações de média e grande dimensão, bem como das residências do segmento de luxo, aumentou apenas, em termos anuais, quatro e 1,3 por cento, respectivamente. Tendo em conta estes valores, a JLL apela ao Governo para reduzir algumas das restrições existentes no mercado imobiliário, tendo em conta o menor crescimento da economia chinesa e também a nível mundial. Oliver Tong, director-geral da JLL para os mercados de Macau e Zhuhai, disse que “embora os preços das casas tenham registado um crescimento moderado no primeiro semestre de 2023, os actuais indicadores de mercado não são favoráveis ao mercado imobiliário, e os preços das casas caíram mais de dez por cento em relação ao que eram antes da pandemia”. O responsável frisou ainda que “nas actuais condições de mercado, os preços da habitação vão estar sob pressão devido à subida das taxas de juro, à flutuação do mercado de acções, à fraca economia global e a uma recuperação económica na China continental abaixo do esperado, o que vai afectar a recuperação económica de Macau”, acrescentou.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAnimais | Abate de gatos atinge número mais alto desde 2007 Seis meses chegaram para tornar 2023 no ano mais negro desde 2007 no que diz respeito ao abate de gatos, com 105 mortes. A juntar à trágica estatística, enquanto a captura de gatos sobe, a adopção diminui Na primeira metade deste ano, o número de gatos abatidos pelos serviços do Instituto para os Assuntos Municipais superou todos os registos anuais desde 2007. Os dados constam da página electrónica da inspecção sanitária animal de Macau, e mostram uma tendência de crescimento de abates de animais em comparação com o passado mais recente. Ao nível do abate de gatos, este ano está a bater todos os recordes desde 2007, com a morte de 105 felinos em seis meses, número que contrasta com o verificado no ano passado, quando o número de gatos mortos tinha ficado abaixo da centena, com 79 casos. Março deste ano foi o mês mais mortal para os felinos, com um total de 29 abates. Este valor é mais elevado do que o total de abates dos anos de 2018 (24 abates), 2017 (21), 2016 (11), 2015 (24), 2014 (19), 2013 (26), 2012 (11), 2010 (10) e 2009 (6). Em Abril e Maio também foram registados vários abates com 25 e 27 ocorrências, respectivamente. Os números deste ano apenas são comparáveis a 2007, quando houve um total de 124 gastos abatidos. As estatísticas oficiais apresentam os dados até 2003, mas não discriminam entre as mortes de cães e gatos, pelo que impedem mais comparações. Este nível de abates acontece numa altura em que também o número de gatos capturados pelo IAM está a subir. Nos primeiros seis meses deste ano foram apanhados 253 gatos, entre os quais cinco com chips, ou seja, com dono registado. No ano passado por esta altura, tinham sido apanhados 225 gatos, entre os quais dois com chips. No pólo oposto, a adopção de felinos está a diminuir. Na primeira metade do ano passado, tinham sido adoptados 161 animais, porém, este ano houve menos 40 adopções, ou seja, 121. As eternas vítimas Também o número de cães abatidos está a registar uma tendência de crescimento, com 88 abates em seis meses. Em comparação, no ano passado até Junho tinha havido 63 abates caninos. Ao contrário do que normalmente acontece, 2023 está a ser um ano atípico, porque na primeira metade do ano houve mais gatos abatidos do que cães. Caso a média actual de abates caninos se mantenha até ao final do ano, deverá haver cerca de 176 mortes, o que significaria o valor mais elevado desde 2015, quando foram mortos 336 cães. Este número está muito longe do recorde, que foi registado em 2010, quando foram abatidos 718 cães no território, uma média de quase 60 abates por mês. O aumento do número de abates reflecte a tendência do aumento de cães capturados. Até ao final de Junho foram capturados 206 cães, entre os quais nove com chips. No ano passado, pela mesma altura, o número de caninos capturados tinha totalizado 125, entre os quais 11 com chip. Quanto ao número de adopções, na primeira metade do ano 94 animais encontraram famílias novas, mais 21 caninos do que no ano passado, quando foram adoptados 73 cães.
Hoje Macau SociedadeFundação Macau | Candidaturas a apoios abrem terça-feira Arranca na próxima terça-feira, 1 de Agosto, o processo de candidaturas aos três planos de atribuição de apoio financeiro da Fundação Macau (FM), destinados a projectos académicos, actividades comunitárias e intercâmbios. O prazo para entregar candidaturas termina a 3 de Setembro, mas os candidatos podem apresentar documentação ainda até 15 de Setembro. No âmbito dos projectos académicos incluem-se “estudos académicos, edições académicas ou conferências e acções de formação”. Relativamente às actividades comunitárias, são aceites propostas para “palestras, workshops, colóquios, acções de formação, exposições, concursos, publicações, actividades integradas e festivais de grande escala em bairros comunitários”. A FM poderá conceder ainda apoio financeiro à realização de “visitas de intercâmbio ao Interior da China, Hong Kong, Taiwan e outros países ou regiões”.
João Luz Manchete SociedadeSugerida inovação a comerciantes de bairros comunitários O presidente da Associação Económica de Macau recomenda aos pequenos comerciantes dos bairros comunitários, onde faltam atracções turísticas, que inovem na abordagem ao cliente e criem características próprias que os diferenciem. As recomendações são apontadas como um remédio para a sangria de residentes que saem de Macau ao fim-de-semana Seguindo a sede infinita pela “viralidade” e hashtags potenciadores de negócios, que tem preenchido o léxico do Governo, deputados e associações com expressões como “lojas com características próprias”, o presidente da Associação Económica de Macau, Lau Pun Lap, aponta à inovação como o caminho para o pequeno comércio dos bairros comunitários. O ex-coordenador do Gabinete de Estudo das Políticas argumenta que as lojas e negócios, que estão fora do alcance das multidões dos circuitos turísticos, devem diferenciar-se em antecipação das férias de Verão e como forma de equilibrar a perda de negócio gerada pela saída do território de residentes, em particular durante os fins-de-semana. Novos produtos e mentalidade fresca para atrair novos clientes, características inovadoras e originais podem ser trunfos para os negócios que estão a sofrer, em particular desde que foi implementada a política de circulação de veículos de Macau na província vizinha de Guangdong. Em declarações ao jornal Ou Mun, Lau Pun Lap considera que a perda de procura doméstica pode também ser mitigada por elementos inovadores proporcionados pela iniciativa do Governo, com actividades organizadas nos bairros comunitários para injectar vitalidade comercial fora dos locais de turismo. Conjugação de factores O facto de estas serem as primeiras férias de Verão desde o fim das restrições fronteiriças e do pânico da covid-19 é um factor que pode potenciar a saída das famílias de Macau para fora. Nesse contexto, e como a economia local ainda não recuperou totalmente, o Interior da China é um destino barato, mais aliciante desde a depreciação do yuan, e conveniente desde que começou a política de circulação de veículos de Macau em Guangdong. Além disso, o consumo transfronteiriço online tornou-se ainda mais popular durante a pandemia, factor que já desviava para norte muitos consumidores locais. O especialista considera que as pequenas e médias empresas têm de encarar a realidade de que parte do consumo doméstico mudou para norte, mas continuam a entrar muitos turistas no território. O mercado de turistas de Hong Kong é destacado pelo dirigente associativo pelo grande potencial para as pequenas e médias empresas fora dos mais populares circuitos turísticos, pela abertura para experimentar novos produtos e sabores. Outra via, é a promoção online e a optimização das operações através de meios tecnológicos, reduzindo custos e chegando a um leque mais alargado de clientela.
Nunu Wu SociedadeLimpezas | Associação pede aumentos realistas O presidente da Associação Geral da Indústria de Limpezas de Serviço de Macau, Chan Kin Ieng, defende que o aumento do salário mínimo deve ter em conta a situação económica do território, as opiniões dos consumidores e a situação da indústria. Face à possibilidade de os salários poderem aumentar para 36 patacas por hora, face às actuais 32 patacas, Chan Kin Ieng reconheceu o esforço do Governo e considerou ser um comportamento socialmente responsável. No entanto, o dirigente associativo apontou que o sector atravessa uma situação difícil, com cada vez mais despesas e procura menor, relacionada com o facto de o negócio ainda não ter recuperado no período pós-covid. De acordo com o cenário traçado, como as receitas do jogo tendem a demorar a chegar à sociedade, com a circulação de carros de Macau para Guangdong a afectar os negócios locais, o consumo é menor, o que acaba por influenciar a procura por serviços de limpeza e os preços praticados. Chan Kin Ieng exemplificou que a maioria dos clientes recusam aumentos no preço pelo serviço e que só estão disponíveis para aceitar os preços com descontos especiais, praticados durante a pandemia. Por isso, o responsável pediu ao Governo que actue com moderação, para não prejudicar as empresas de limpezas, e alertou para a possibilidade do aumento excessivo do ordenado mínimo aumentar o desemprego no sector.