João Luz Manchete SociedadeSuicídio | Caritas com quase 7.000 pedidos de ajuda Nos primeiros oitos meses deste ano, a linha de apoio da Caritas recebeu quase 7.000 chamadas ou contactos online com pedidos de ajuda, 179 em risco de cometer suicídio. No ano passado, o Hospital São Januário diagnosticou 200 pessoas com doenças mentais, número idêntico à média anual verificada no passado A linha de apoio de prevenção do suicídio e de apoio psicológico da Caritas Macau recebeu, desde o início do ano até ao final de Agosto, 6.947 chamadas e pedidos de ajuda online devido a doenças mentais, volume que representa quase 29 contactos diários. Deste universo, 527 foram motivadas por estados depressivos, enquanto 179 casos eram respeitantes a pessoas em risco de cometer suicídio. Os números foram avançados ontem pelo secretário-geral da Caritas Macau, Paul Pun, em declarações citadas pelo canal chinês da Rádio Macau. O responsável acrescentou que quem sofre de doenças mentais, como depressão, precisa de apoio e compreensão não só de familiares e amigos, mas também de toda a sociedade. Além disso, Paul Pun desarmou uma narrativa comum na forma como se comunica com alguém deprimido, quando é solicitado erradamente a quem sofre que “pense em coisas felizes”, ou “seja mais positivo”, expressões que podem ser contraproducentes. Também o presidente da Associação de Psicologia de Macau, Lei Seng Hang, apelou à tolerância e compreensão de familiares de amigos no relacionamento com quem tem problemas de saúde mental. Lei Seng Hang salienta que nos últimos anos, desde o início da pandemia, aumentaram os casos de ansiedade e depressão. O psicólogo esclarece que o tratamento deste tipo de patologias não é simples e que, por exemplo, a depressão pode resultar de um misto complexo de causas como factores genéticos e ambiente social. Para evitar males maiores, Lei Seng Hang recomenda o recurso a ajuda médica profissional para ser feito um diagnóstico o mais cedo possível se começarem a surgir sintomas como perda de apetite, alterações no padrão de sono, falta de motivação e recusa em contactar com o exterior. Dia de prevenção No passado domingo assinalou-se o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. Os Serviços de Saúde marcaram a efeméride com o lançamento de uma página electrónica, que para já só existe em versão chinesa, com o objectivo de eliminar os mal-entendidos e preconceitos do público em relação às doenças mentais e reforçar o conhecimento sobre a saúde mental. Segundo um comunicado emitido ontem em português pelos Serviços de Saúde, a página electrónica terá uma versão portuguesa, que se encontra em construção e será lançada dentro de um mês. Segundo as autoridades, no ano passado, a ala psiquiátrica do Centro Hospitalar Conde de São Januário diagnosticou um total de 200 pessoas com doenças mentais, um número semelhante aos verificados em anos anteriores. Entre estas, as mais comuns foram depressão, ansiedade e distúrbio bipolar. Caso tenha pensamentos suicidas e necessite de auxílio, pode ligar para o Serviço de Auxílio da Caritas Macau, através do número 2852 5222, em chinês, ou do número 2852 5777, em inglês.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCPSP | Turista acusa polícia de detenção arbitrária. PJ fala de difamação Após ter começado a cantar nas ruas de Macau, Oliver Ma afirma ter sido detido durante 13 horas sem acesso a um advogado, pressionado para desbloquear o telemóvel e questionado sobre a música Glory to Hong Kong. O CPSP confirmou a expulsão do músico do território, mas a PJ diz afirma estar a ser difamada e quer levar Ma a tribunal O turista de Hong Kong Oliver Ma acusa o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) de o ter detido durante 13 horas sem acesso a um advogado ou a comida, questionado sobre se pretendia cantar a música “Glory to Hong Kong” e pressionado para entregar as passwords de acesso ao telemóvel e redes sociais. O caso foi relatado no domingo, o CPSP confirma a expulsão da RAEM, mas a Polícia Judiciária acusa Oliver Ma de difamação. De acordo com na página pessoal de Oliver Ma na rede social Facebook, a 3 de Setembro o músico veio com a família ao território, onde chegou pelas 9h30. Mais tarde, dirigiu-se para o centro da cidade, na Rua de São Domingos, onde instalou o equipamento musical e, pelas 12h20, começou a cantar. Após a primeira música, que não foi identificada, Oliver Ma e a família foram abordados por agentes do CPSP, que lhe pediram para parar de cantar e lhe solicitaram o cartão de cidadão de Hong Kong. O cantor que se define como activista pró-democracia e a família foram depois levados para uma esquadra do CPSP. Com as explicações que para ser artista de rua em Macau é preciso uma autorização especial do Governo, Oliver e a família tiveram permissão para abandonar as instalações do CPSP, após assinarem um formulário, por volta das 14h. Onde é que vais? Segundo o relato do cidadão de Hong Kong, pouco depois voltou a ser chamado à esquadra e só voltou a sair para ser expulso do território 13 horas depois. “Tive de responder a todos os tipos de questões, tiraram-me todas as fotos de perfil possíveis e digitalizaram todas as minhas impressões digitais, antes de me aplicarem uma multa de 600 patacas. Quando pensava que era a altura de ir embora, devolveram-me a multa e detiveram-me por mais tempo”, relatou Ma a propósito da segunda detenção. “Depois fui instruído a dar-lhes o meu telemóvel desbloqueado. Só passado algum tempo é que me foi dado um formulário de consentimento [de acesso ao telemóvel], como se eu tivesse tido qualquer escolha”, completou. “Fiquei a pensar, por que é que este formulário não me foi entregue antes?”, acrescentou. Detido, Oliver foi conduzido para uma outra esquadra, onde, ao final da tarde, numa sala, pediu à polícia para que lhe fosse garantido acesso a uma refeição, o que lhe foi recusado: “Um deles [agentes] respondeu: claro [que podes comer]. Tens dinheiro contigo?’”, revelou. “Quando respondi que não tinha dinheiro, disseram-me: ‘desculpe, não fornecemos refeições, porque é domingo’”, relatou. Advogado de fora? Na descrição dos eventos, o activista pró-democracia admite que durante grande parte do tempo não se apercebeu que estava perante um interrogatório formal. Porém, quando conseguiu processar a situação, pediu para ter acesso a um advogado. “Foi só quando finalmente me apercebi que estava a ser interrogado pela polícia, que pedi para ter acesso a um advogado. E um agente respondeu-me com um sorriso: ‘Claro, é um advogado de Macau?’”, conta Oliver. “Quando disse que não, o agente bateu com as mãos na secretária e disse ‘Isto é Macau’, fixando o olhar nos meus olhos de forma agressiva”, frisou. Oliver Ma conta ter ficado aterrorizado e com medo de ser deportado para o Interior. “Nesta altura fiquei genuinamente a temer pela minha vida. Pensei, será que se não cooperar e responder a todas as restantes perguntas que vou ser espancado, porque ‘isto é Macau’? Ou pior, será que havia possibilidade de ser preso ou enviado para a China, porque ‘isto é Macau?’”, admitiu. Ma afirmou ainda ter respondido a todas as perguntas e diz que mais tarde percebeu a “hostilidade” da polícia, quando foi questionado sobre a música “Glory to Hong Kong”, que o Governo da RAEHK está a tentar tornar proibida nos tribunais. “Cantaste a música Glory to Hong Kong em Hong Kong? Estavas a planear cantar a música aqui? O que é que a música significa para ti?”, indica ter sido questionado pelo CPSP. Por volta das 3 da manhã de segunda-feira, 4 de Setembro, Ma foi informado de que tinha sido expulso de Macau e estava proibido de entrar, durante um ano. “De todas as minhas experiências em que fui arbitrariamente detido por cantar nas ruas, esta tem de ser a mais desumana”, resumiu o pró-democrata. “Senti que fui tratado não como um turista, nem como um ser humano, mas mais como um terrorista”, apontou. Confirmação e difamação Sobre o incidente, o CPSP emitiu ontem um comunicado a confirmar a expulsão do território. Segundo a mensagem enviada aos meios de comunicação social, o CPSP culpou Oliver Ma pelas suas acções em Hong Kong, onde “tocou de forma repetida músicas que incitaram outros ao separatismo”, um comportamento “suspeito de ameaçar a segurança nacional”. A polícia indicou ainda que o visto de turismo não permite tocar músicas nas ruas de Macau. “A Região Administrativa Especial de Macau dá as boas-vindas a todos os que querem viajar, visitar familiares, realizar actividades comerciais e intercâmbios culturais; no entanto, o Corpo de Polícia de Segurança Pública, na qualidade de departamento responsável pelos assuntos de imigração […] deve inspeccionar e controlar a situação das pessoas relevantes durante a sua permanência em Macau, em conformidade com a lei”, foi apontado. “Todos devem respeitar e cumprir as leis da região”, foi acrescentado. Face à publicação, a Polícia Judiciária, que nunca foi visada, afirmou que o caso foi tratado dentro da legalidade, e que o relato do turista se “desvia da realidade dos factos”. A PJ defendeu ainda que os seus agentes não foram mal-educados e insistiu que o acesso a um advogado foi permitido, mas que o turista desistiu de fazer os contactos necessários para o efeito. A PJ revelou ainda que instaurou um inquérito criminal contra Oliver Ma por suspeitas de “ofensa a pessoa colectiva que exerça autoridade pública”, que é punida com pena de prisão que pode chegar a seis meses.
Hoje Macau SociedadeSessão de intercâmbio na Alemanha procura promover sector MICE Na quarta-feira passada, realizou-se na cidade alemã de Munique a “Sessão de Intercâmbio sobre a Cooperação Económica e Comercial entre a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e a Europa”, evento organizado pelos governos das regiões administrativas especiais e pelo Governo da província de Guangdong. A sessão de intercâmbio para aprofundar a cooperação entre as cidades da Grande Baía e o país europeu reuniu “cerca de 500 personalidades do sector político e comercial, incluindo dirigentes dos organismos governamentais e do sector económico e comercial das nove cidades do Interior da China da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, bem como representantes do sector industrial e comercial da Alemanha. De acordo com um comunicado emitido ontem em português pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), e publicado em chinês na sexta-feira, as empresas de Macau assinaram acordos com empresas da União Europeia (EU) para introduzir projectos de exposições itinerantes digitais no Interior da China. A primeira paragem do percurso será nas cidades da Grande Baía. O IPIM acrescenta que algumas empresas de Macau destacaram representantes das suas sucursais em Portugal para participarem em negociações comerciais no local, ajudando as empresas da Grande Baía a expandir-se para o mercado da UE através da plataforma e da rede de Macau. Convite enviados Numa breve apresentação do ambiente de negócios da região, o presidente do IPIM, Vincent U, referiu que a Grande Baía tem mais de 86 milhões de habitantes, um PIB de mais de 1.3 mil milhões de RMB e uma classe média em constante crescimento, factores que elencou como ideais para investidores estrangeiros expandirem os seus negócios no mercado chinês. Além disso, Vincent U destacou o papel de Macau enquanto plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa. Foi também realizada uma sessão de bolsas de contactos, em que as empresas de Guangdong, Hong Kong e Macau trocaram opiniões com empresas europeias.
Hoje Macau SociedadePJ | Mostra-se nu na internet e acaba chantageado Um residente com 30 anos mostrou-se nu na Internet e acabou a pagar 163 mil patacas, para evitar que as suas imagens fossem divulgadas online. De acordo com o Jornal Ou Mun, o caso, ocorrido a 31 de Agosto, foi revelado pela Polícia Judiciária. Nesse dia o homem conheceu online alguém online que se fez passar por uma mulher, e realizou um strip com a webcam. Porém, minutos depois de ter acabado recebeu uma mensagem com dados bancários e a exigência de um pagamento de 8 mil patacas, para que as imagens não fossem divulgadas. A vítima aceitou pagar, mas do outro lado surgiu uma nova chantagem a exigir mais 155 mil patacas, que foram igualmente pagas. Mais tarde a vítima contou o sucedido a um amigo, e decidiu apresentar queixa na PJ.
Hoje Macau SociedadeAutocarros | Passageiro acusado de agredir condutor A Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) instruiu uma das companhias de autocarro a apresentar queixa contra um passageiro que atacou o condutor. A notícia foi revelada ontem, através de um comunicado. A agressão terá acontecido às 23h de sexta-feira. Segundo a DSAT, tudo terá acontecido quando o passageiro, em estado de embriaguês, se recusou a sair do autocarro, na paragem do Posto Fronteiriço do Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau. Nessa altura, o homem terá atacado com um chapéu-de-chuva os ombros, os pés e a barriga do condutor do autocarro. A DSAT instruiu a companhia a apresentar queixa, condenou a agressão, e sublinhou que “a segurança pessoal dos motoristas deve ser sempre garantida”. A DSAT destacou ainda que os motoristas são responsáveis pela segurança de todos os passageiros, pelo que ataques como este colocam em causa a segurança.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCorrupção | Kong Chi acusado. MP com segundo caso em oito anos Em Janeiro do ano passado, Ip Son Sang aprovou uma licença sem vencimento de longa duração para o colega Kong Chi, sem que houvesse qualquer justificação oficial. Mais de um ano e meio depois, ainda não há uma explicação pública, mas Kong Chi está preso e é acusado de vários crimes O procurador-adjunto do Ministério Público (MP) Kong Chi está formalmente acusado dos crimes de corrupção passiva para acto ilícito, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, violação de segredo de justiça e prevaricação. A informação foi divulgada no sábado, através de um comunicado do MP, que deixa vários aspectos por revelar. Na nota publicada, o MP não é claro se o procurador-adjunto também poderá responder pelo crime de associação criminosa. Contudo, aponta que o “referido arguido de apelido Kong terá criado uma associação criminosa, recebido subornos e praticado actos ilícitos contra a imparcialidade judicial em vários casos de investigação criminal”. A informação oficial indica igualmente que “na associação criminosa” estão envolvidos “um advogado de apelido Kuan e dois arguidos de apelidos Choi e Ng”. Segundo o HM apurou, “o advogado”, trata-se de uma advogada: Kuan Hoi Lon. A causídica ligada ao escritório K.N.L. está suspensa pela Associação dos Advogados desde o início de Agosto, tendo inclusive deixado de aparecer nas pesquisas no portal da associação. Foram emitidos mandados de detenção para os quatro arguidos, e, de acordo com o Jornal Ou Mun, todos estão detidos preventivamente na Prisão de Coloane. A investigação terá começado depois do MP ter recebido “um relatório de investigação do Comissariado contra a Corrupção”, embora a data do relatório não tenha sido revelada. Apenas é explicado que Kong Chi estava de “licença sem vencimento”, quando a investigação teve início. A licença sem vencimento do procurador-adjunto começou oficialmente a 7 de Fevereiro de 2022, apesar do despacho que a garantiu ter a data de Janeiro desse ano. Altas penas à vista Tendo em conta os crimes pelos quais Kong Chi está indiciado, caso o tribunal dê como provado a acusação do MP, o procurador-adjunto deverá enfrentar uma pena elevada. O crime de corrupção passiva para acto ilícito tem uma moldura penal que vai dos três aos oito anos de prisão, tal como o crime de prevaricação. Neste último, dependendo das circunstâncias, a pena máxima pode ser limitada a cinco anos. O favorecimento pessoal praticado por funcionário implica uma pena de um mês a cinco anos de prisão, enquanto os crimes de abuso de poder e violação de segredo penas máximas de três anos e dois anos de prisão, respectivamente. Finalmente, a associação criminosa, para membros tem uma pena máxima de 12 anos, mas no caso do “fundador” e das “chefias”, o limite máximo sobe para 15 anos. Dois casos desde 2016 A detenção de Kong Chi é o segundo caso de corrupção no seio do Ministério Público desde 2016. Nesse ano, Ho Chio Meng, ex-Procurador da RAEM, foi detido quando tentava fugir de Macau para Hong Kong. No ano seguinte, Ho Chio Meng, que liderou o MP desde 1999 até 2014, foi condenado a 21 anos de cadeia, por 1.092 crimes: 490 crimes de participação económica em negócio, 450 crimes de burla simples, 65 crimes de burla qualificada de valor elevado, 49 crimes de branqueamento de capitais agravado, 23 crimes de burla qualificada de valor consideravelmente elevado, dois crimes de inexactidão dos elementos de declaração de rendimentos, um crime de peculato de uso, um crime de peculato, um crime de destruição de objectos colocados sob o poder público, um crime de promoção ou fundação de associação criminosa e um crime de riqueza injustificada. Por explicar O anúncio da acusação contra Kong Chi pelo Ministério Público continua a deixar por explicar as razões que levaram o Procurador Ip Son Sang a aprovar a licença sem vencimento de longa duração para o procurador-adjunto. Desde que a licença foi anunciada, em Fevereiro do ano passado, o MP nunca respondeu às perguntas do HM, escudando-se de apresentar qualquer justificação sobre as causas da licença sem vencimento. As tentativas de contacto do HM com o MP sobre a existência de uma licença sem vencimento sem justificação oficial, caso único da história da RAEM, começaram em Março de 2022. Nessa altura o MP foi confrontado com a possibilidade de decorrer uma eventual investigação a Kong Chi. Os contactos ficaram sem qualquer resposta, tal como um mais recente, em finais de Junho deste ano. Apesar disso, no sábado, o MP alertou o HM para a existência de um comunicado sobre o “assunto anteriormente inquirido”.
Hoje Macau SociedadeFerries | Tarifas entre Macau e Hong Kong vão aumentar A TurboJet e a Cotai Water Jet anunciaram que vão aumentar as tarifas para as viagens de e para Hong Kong a partir da próxima sexta-feira. Depois do ajuste, os preços da classe económica vão passar a ser de 175 patacas nos dias de semana, 190 nos fins-de-semana e feriados públicos, e 220 patacas para travessias nocturnas. Em relação às viagens entre o terminal marítimo da Taipa e o Aeroporto de Hong Kong, os preços da classe económica vão-se fixar em 297 patacas para adultos, 226 patacas para crianças entre os dois e 12 anos e 165 patacas para crianças com menos de dois anos de idade. Ao mesmo tempo, a TurboJet vai lançar uma promoção, também a partir de sexta-feira, para as viagens entre Hong Kong e Macau. Quem comprar bilhetes de ida e volta pela internet terá um desconto de 10 por cento. A empresa indicou também ter a aprovação do Governo da RAEM para aumentar as tarifas, com a inflação dos preços a rondar valores entre 8,5 e 10 por cento. Além disso, a TurboJet vinca que este é o primeiro aumento de tarifas desde 2017.
João Luz Manchete SociedadeTSI | Agressores de caixa em liberdade após pena atenuada Os indivíduos condenados pelas agressões a uma funcionária de supermercado viram as suas sentenças reduzidas para menos de metade pelo Tribunal de Segunda Instância e foram libertados. O caso, que aconteceu em Outubro de 2021, foi espoletado pela recusa em mostrar códigos de saúde e usar máscaras O Tribunal de Segunda Instância (TSI) reduziu as penas de prisão de dois indivíduos condenados por agrediram uma funcionária de supermercado de três anos e três anos e três meses, para um ano e dois meses de prisão, decisão que acabaria por determinar a libertação dos indivíduos. Apesar de o gabinete do Presidente do Tribunal de Última Instância ter emitido na sexta-feira um comunicado sobre a decisão judicial, o acórdão do TSI é de 15 de Dezembro de 2022. O caso remonta a 10 de Outubro de 2021, quando dois indivíduos agrediram uma funcionária do supermercado Tai Fung, da Estrada dos Cavaleiros, depois de terem sido interpelados para apresentarem o código de saúde e usarem máscara, ao abrigo das medidas de prevenção à pandemia. O vídeo das agressões foi partilhado nas redes sociais, tornou-se viral, e foi amplamente noticiado nos órgãos de comunicação social do território, inclusivamente endereçado nas conferências de imprensa de actualização do combate à pandemia. Depois de os pedidos feitos pela funcionária, os dois indivíduos mostraram desagrado, e um deles agarrou o telemóvel da vítima. A funcionária recuperou o equipamento e usou-o para bater num dos clientes. Os dois homens responderam agredindo a funcionária com socos e arremessando uma cadeira de metal contra a mulher. As agressões continuaram no exterior do estabelecimento, onde agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública acabaram por deter os indivíduos. Idade da razão O TSI valorou o facto de os dois homens terem agredido a funcionária do supermercado, “depois do ataque feito pela mesma”, concluindo que “existe certa ‘razoabilidade’ entre a conduta e o motivo” dos agressores, “razoabilidade essa não significa que a conduta deles seja lícita ou incensurável”. Assim sendo, o TSI deu razão em parte aos argumentos apresentados pelos condenados no recurso, passando os crimes de que foram condenados na primeira instância de ofensa qualificada à integridade física a passar para ofensa simples à integridade física. Além disso, o TSI vincou que, “à altura, todas as pessoas da sociedade estavam a prevenir-se conjuntamente contra a pandemia e o Governo exigia que todas as pessoas usassem máscaras e exibissem os “Códigos de Saúde”, sendo este um assunto sério”.
Hoje Macau SociedadeSeac Pai Van | Estátuas e placas restauradas O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) anunciou a restauração e instalação da Estátua de Nossa Senhora, Estátua do Senhor dos Passos e placas de Via-Sacra na Rotunda de Seac Pai Van, em Coloane. A informação foi disponibilizada através de um comunicado, tendo os representes do IAM, em conjunto com o pessoal da Diocese, ido ao local para realizar uma inspecção na passada quinta-feira. “O IAM, sob a orientação da Diocese de Macau, colocou a Estátua de Nossa Senhora, Estátua do Senhor dos Passos e placas de Via-Sacra no lugar original, conforme o layout anterior”, foi garantido. As estátuas e as placas da via-sacra estiveram no centro da polémica em Julho, por inicialmente terem sido removidas, sem que se soubesse do seu paradeiro. O assunto levou à intervenção de alguns deputados como Lo Choi In e José Pereira Coutinho, numa altura em que se pensava que as estátuas tinham simplesmente sido removidas e que não voltariam àquele local. No entanto, horas mais tarde o IAM esclareceu que tinha havido um concurso público para restaurar as estátuas, cujo desgaste e os danos foram explicados com a passagem de tufões. Os trabalhos de restauro foram adjudicados, a 17 de Março, ao “Construtor Civil Lee Fat Kun” que se comprometeu a terminar o serviço dentro de 150 dias, por um montante de 645 mil patacas. Segundo IAM, esta empresa tem “experiência e domínio das técnicas na área do restauro”.
Hoje Macau Manchete SociedadeFogo-de-artifício | Chuvas torrenciais adiam concurso para hoje O Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau, que iria regressar no sábado, após um interregno de três anos, foi adiado para hoje devido às chuvas torrenciais que afectam o sul da China. Em Hong Kong e Shenzhen, as condições meteorológicas resultaram em cenários de completa destruição Num comunicado divulgado no sábado, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) confirmou o adiamento, “devido às condições atmosféricas”, do início do concurso, que não se realiza desde 2019 devido à pandemia de covid–19. Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) registaram cerca de 200 milímetros de precipitação na sexta-feira, dia em que choveu durante 10 horas consecutivas, levando à emissão o sinal vermelho de chuva intensa por duas vezes. Os SMG alertaram ainda para a possibilidade de ocorrerem inundações, nomeadamente nas zonas baixas da cidade, alerta que se manteve em vigor durante todo o fim-de-semana devido à influência de um vale depressionário. Apesar da chuva intensa que se fez sentir em Macau desde a tarde de quinta-feira, não se registaram danos de maior. Porém, o mesmo não se pode dizer nas regiões vizinhas, onde o caos se instalou com situações dignas de filme em Shenzhen e Hong Kong, que terão sofrido as chuvas mais intensas dos últimos 140 anos. Desde quinta-feira que Shenzhen tem sido atingida por chuvas torrenciais, as mais fortes desde que há registos meteorológicos, em 1952, segundo os meios de comunicação social estatais. A precipitação local atingiu 469 milímetros, um recorde para Shenzhen, de acordo com a agência de notícias Xinhua. Pelo menos duas pessoas morreram em Hong Kong devido às chuvas torrenciais, avançou a polícia do território, que disse ter encontrado dois corpos a flutuar nas águas junto ao porto de Victoria. Pelo menos 117 ficaram feridas, quatro das quais em estado grave, avançou o jornal de Hong Kong South China Morning, com as autoridades a dizerem que esta foi a maior tempestade desde que há registos, em 1884. Luzes no céu O Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau, que decorre até 7 de Outubro, vai contar com o espectáculo “Supernova”, da empresa portuguesa Macedos Pirotecnia, a 1 de Outubro, Dia Nacional da China. A empresa, com sede no concelho de Felgueiras, no distrito do Porto, vai participar pela quinta vez no concurso, tendo vencido em 2000, a 12.ª edição, a primeira realizada depois da transição de administração de Macau de Portugal para a China. Além de Portugal, a 31.ª edição vai contar com 10 espectáculos, cada um com uma duração de 18 minutos, a combinar fogo-de-artifício e música, de companhias vindas da Austrália, da Suíça, da Áustria, da Rússia, das Filipinas, do Japão, do Reino Unido, da Alemanha e da China.
Hoje Macau SociedadeHabitação | Índice global de preços com quebra ligeira Entre os passados meses de Maio e Julho, o índice global de preços da habitação caiu 0,5 por cento, em comparação com o período transacto (Abril a Junho), de acordo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Neste período, o índice de preços de habitações da Península de Macau (248,7) e o índice da Taipa e Coloane (257,4) diminuíram 0,4 por cento e 0,6 por cento. O índice de preços de habitações construídas (268,5) baixou 0,5 por cento, em relação ao período anterior, destacando-se que o índice da Península de Macau (258,4) e o índice da Taipa e Coloane (308,6) diminuíram 0,5 por cento e 0,7 por cento. Em termos do ano de construção dos edifícios, o índice de preços de habitações construídas pertencentes ao escalão superior a 20 anos e o índice do escalão dos 6 aos 10 anos baixaram 1,8 por cento e 1,1 por cento, respectivamente. O índice de preços de habitações em construção (296,2) aumentou 0,8 por cento, face ao período transacto.
Andreia Sofia Silva SociedadeTUI | Admitidas 22 propostas para construir superestrutura A Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP) admitiu 22 das 23 propostas submetidas no âmbito do concurso público para a construção da superestrutura do Tribunal de Última Instância (TUI), na avenida da Praia Grande. Segundo um comunicado, o acto público de abertura das propostas decorreu ontem, sendo que apenas uma proposta foi admitida de forma condicionada, faltando apenas à empresa concorrente “suprir as irregularidades no prazo fixado”. Os preços propostos para a realização da obra variaram entre 214 e 256 milhões de patacas, com prazos que variam entre os 530 e 550 dias de trabalho. Para a concretização do projecto, o terreno foi dividido em dois blocos, ou seja, o Edifício do Antigo Tribunal (bloco frontal) e o edifício da antiga sede da Polícia Judiciária (bloco traseiro), sendo que a obra do bloco frontal visa a consolidação e remodelação de interiores, com previsão de início em Janeiro. A obra do bloco traseiro visa a construção de um novo edifício com três pisos de altura e um piso na cave, bem como a remodelação dos interiores. Neste caso, a obra de construção das fundações, cave e suportes de paredes exteriores já está em curso, prevendo-se que o início da obra de superestrutura do bloco traseiro tenha lugar após a conclusão dos trabalhos acima referidos, prevista para Abril de 2024.
Hoje Macau SociedadeLusofonia | Festival entre 27 e 29 de Outubro O Festival da Lusofonia está agendado para o fim-de-semana entre 27 e 29 de Outubro, de acordo com a Rádio Macau. Este ano, o programa conta com o regresso à festa de artistas dos países lusófonos, estando prevista a actuação de três bandas vindas do exterior, que vão encerrar o programa de cada um dos três dias. Os nomes ainda não são conhecidos, e antes destas vão actuar os grupos e artistas lusófonos de Macau. No fim-de-semana seguinte, 4 e 5 de Novembro, o Instituto Cultural vai organizar espectáculos de música e dança tradicional em locais como a praça à frente da Igreja de Coloane, na Feira do Carmo, na Taipa, na escadaria das ruínas de S. Paulo e Jardim do Mercado de Iao Hon. Nestes espectáculos vão actuar grupos tradicionais dos países que integram o Fórum Macau, incluindo a Guiné Equatorial e da região de Goa, Damão e Diu e também um grupo chinês, oriundo de Shenzhen.
João Luz SociedadeCovid-19 | Seis pessoas infectadas em lares subsidiados pelo IAS Os Serviços de Saúde indicaram ontem que foram detectados na quarta-feira dois casos de infecção colectiva de covid-19 em duas instituições subsidiadas pelo Instituto de Acção Social. Um dos casos surgiu no Lar de Cuidados “Alegria de Viver” dos Serviços da Secção de Serviço Social da Igreja Metodista de Macau, que fica na Estrada Nordeste da Taipa, onde acusaram positivo à covid-19 três utentes e um trabalhador, com idades compreendidas entre os 32 e os 87 anos. O Lar de Cuidados “Alegria de Viver” presta serviços a idosos. O segundo caso foi detectado na Casa Luz da Estrela da Associação dos Familiares Encarregados dos Deficientes Mentais de Macau, localizada em Seac Pai Van, onde três utentes, com idades entre 26 e 51 anos, testaram positivo à covid-19. As autoridades garantem que todos os doentes se encontram em estado estável, sem complicações ou doenças graves, e que os resultados dos testes rápidos de antigénio efectuados aos outros utentes e trabalhadores do lar foram negativos. Além disso, os Serviços de Saúde indicaram que os doentes foram submetidos a isolamento.
João Santos Filipe Manchete SociedadeRua da Felicidade | IC espera abertura do Teatro Cheng Peng No âmbito da transformação da Rua da Felicidade, o Governo espera que o Teatro Cheng Peng, que é privado, abra ao público com elementos culturais e turísticos. O Instituto Cultural indicou que o local deveria voltar a ter a opera cantonense como principal atracção O Instituto Cultural (IC) espera que com a transformação da Rua da Felicidade numa zona pedonal, o Teatro Cheng Peng abra ao público com elementos culturais, turísticos e comerciais. A esperança foi deixada em resposta a uma interpelação escrita de Leong Hong Sai, deputado dos Moradores. De acordo com a informação de Cheong Lai San, vice-presidente do IC, a gestão privada do Teatro Cheng Peng apresentou em 2011 “um plano de revitalização” para “transformar o teatro num espaço de realização, exposição e formação de espectáculos da ópera cantonense e num centro de exposições culturais”. Tendo em conta o valor cultural do teatro, o gestor, que nunca é identificado, terá pedido auxílio ao Governo para a “prestação de apoio técnico para a revitalização”. Em 2014, o próprio IC, em comunicado, identificava o empresário William Kuan Vai Lal, como um dos responsáveis pela Companhia Centro Cultural Cheng Peng. William Kuan está preso desde Dezembro de 2021, e encontra-se a cumprir pena de 18 anos de prisão, por vários crimes, relacionados com o caso dos ex-directores das Obras Públicas Jaime Carion e Li Canfeng. No âmbito da solicitação, até 2015, segundo Cheong Lai San, o IC realizou “estudos sobre a história do teatro, mapeamento espacial, recolha de informações sobre a arquitectura do teatro”, assim como foi reunida informação sobre a ópera cantonense. O IC também terá feito “pareceres técnicos sobre os métodos de restauro” e sobre o “plano de revitalização”. Contudo, actualmente, o Teatro Cheng Peng ainda não terá condições de abertura ao público, com os novos elementos, pelo que a presidente do IC espera que a situação possa mudar, com as transformações na Rua da Felicidade. “Existem expectativas que sejam criadas mais condições favoráveis para impulsionar os proprietários da Rua da Felicidade e do Teatro Cheng Peng a acelerarem a revitalização e abertura ao público dos edifícios históricos”, apontou a presidente do IC. Plano conjunto Segundo o plano desenvolvido pela concessionária Wynn Macau, a zona entre a Rua da Felicidade, a Travessa do Mastro, a Travessa do Aterro Novo, a Rua do Matapau e a Travessa de Hó Lo Quai vão ser “transformadas em zonas pedonais” para criar “uma plataforma de exposições e espectáculos”, de forma a “enriquecer o ambiente cultural e turístico integral da zona da Rua da Felicidade”. A abertura da zona pedonal está prevista para 29 de Setembro, data de celebração do Festival do Bolo Lunar, com o encerramento ao trânsito a acontecer durante todo o dia, à excepção do período entre a 1h da manhã e as 11h. O Teatro Cheng Peng abriu em 1875 como um espaço dedicado à ópera cantonesa. Em 1925, de acordo com o portal “Cinema Treasures”, recebeu a primeira tela que permitiu que funcionasse como cinema até à década de 1950. O primeiro filme a ser transmitido foi a Irmã Branca, com a superestrela Lilian Gish. Contudo, na década de 60 voltou a ser reconvertido num espaço para a ópera cantonense.
Hoje Macau SociedadeTake-away | FAOM alerta para saúde mental dos trabalhadores A Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) publicou ontem um inquérito sobre a situação de trabalho dos distribuidores de comida em regime de take-away, apelando à necessidade de ser prestado maior apoio em matéria de saúde mental. O inquérito revela que cerca de 60 por cento dos trabalhadores inquiridos realiza este trabalho a tempo inteiro, enquanto 30 por cento faz distribuições por ter ficado no desemprego. Cerca de 25 por cento dos trabalhadores permanece nestas funções pela flexibilidade de horários. Muitas das queixas referidas pelos participantes no inquérito dizem respeito ao facto de não poderem recusar os pedidos feitos nas aplicações de take-away, além de que a ordem das distribuições é decidida pelas próprias plataformas. Assim, a FAOM pede maior supervisão governamental e transparência por parte das empresas que gerem as plataformas de take-away. Relativamente à questão da saúde mental dos trabalhadores, o deputado Leong Sun Iok pede uma maior cooperação entre o Governo e associações a fim de serem disponibilizados serviços de aconselhamento psicológico, entre outros. O inquérito foi realizado pela FAOM entre os meses de Fevereiro e Maio deste ano, tendo recolhido 134 opiniões.
João Luz Manchete SociedadeDados pessoais | Plataformas de entrega punidas por violarem lei Três empresas de entrega de comida e mercadorias foram penalizadas por violar a lei de protecção de dados pessoais. Duas das plataformas transferiram dados de clientes para fora da RAEM e uma prestou informações falsas ao GPDP. O organismo admite ter poderes limitados, não sabe se os dados foram “tratados indevidamente” e apela à “auto-disciplina” O Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais (GPDP) anunciou ontem que três plataformas de entrega de comida e mercadorias que operam em Macau foram penalizadas por violar a protecção de dados pessoais dos clientes. Segundo o comunicado divulgado ontem pelo GPDP, os trabalhos preliminares de coordenação e fiscalização das plataformas de entrega revelaram a “existência de alguns problemas de conformidade procedimental”, e duas empresas foram punidas com sanções acessórias de advertência. Duas das empresas, que não foram identificadas pelo GPDP, terão mesmo transferido “dados pessoais dos clientes para um local situado fora da RAEM” e não cumpriram a obrigação de notificar os clientes, nos termos da lei. Além disso, quando o GPDP interveio para pedir a correção e o cumprimento da obrigação de notificação, “uma das entidades responsáveis não prestou atenção aos trabalhos de conformidade e forneceu informações falsas no cumprimento da obrigação de notificação, induzindo o GPDP em erro”. Apesar das informações falsas prestadas por uma empresa, “o GPDP aceitou a sua explicação, considerando que a mesma constitui apenas uma infracção administrativa por negligência, não necessitando de seguir o procedimento criminal, no entanto, foi-lhe aplicada a correspondente sanção nos termos da lei”. Apelo à autodisciplina Admitindo ter pouco poder, o GPDP apela à boa-vontade das empresas de entrega de comida e encomendas no tratamento dos dados pessoais dos clientes. O organismo de supervisão refere também que devido à “não existência de indícios de que os dados dos clientes tenham sido tratados ilegalmente, não pode, por enquanto, tomar a iniciativa de investigar se os dados concretos foram tratados indevidamente pelas respectivas plataformas”. Trocado por miúdos, a não existência de indícios impede a investigação à forma como os dados pessoais dos clientes foram usados. Neste vazio de informação, o GPDP afirma acreditar “as três entidades podem proteger os dados pessoais dos clientes de acordo com o princípio de auto-disciplina comercial”, mas que “é inaceitável que não prestem atenção aos trabalhos de conformidade da protecção de dados pessoais”. O GPDP acredita também que “as entidades responsáveis podem retirar os devidos ensinamentos e proceder, atempadamente, a melhorias eficazes”. Apesar da fé revelada, o GPDP admite que as “infracções colocaram os direitos e interesses legítimos dos titulares dos dados em riscos desnecessários durante um longo período de tempo”. O organismo garante que vai “continuar a prestar atenção à situação de tratamento de dados pessoais das diversas plataformas, tomando como referência as experiências de supervisão do Interior da China e internacionais”. O HM contactou o GPDP para saber especificamente quais as plataformas envolvidas, as sanções aplicadas e perguntou se o organismo não considera que os consumidores merecem saber que empresas infringiram os seus direitos de no que diz respeito ao tratamento dos seus dados pessoais. O GPDP respondeu que o objectivo do comunicado a anunciar a penalização das plataformas de entrega era “chamar a atenção do público para a protecção dos dados pessoais”. O organismo acrescentou ao HM que “uma vez que os casos envolvidos com a sanção aplicada não atingiram o ponto de censura pública nos termos do artigo 43.º da Lei da Protecção de Dados Pessoais, não é aconselhável publicar os pormenores das plataformas de entrega envolvidas”.
Andreia Sofia Silva SociedadeGlobal Media | Kevin Ho continua no conselho de administração Kevin Ho, empresário local, mantém-se no conselho de administração do grupo Global Media que, em Portugal, detém jornais como o Jornal de Notícias ou o Diário de Notícias, bem como a rádio TSF, entre outros meios de comunicação social. Segundo um comunicado divulgado esta quarta-feira, foram nomeados novos membros para o conselho de administração, nomeadamente José Paulo Fernandes Fafe, Diogo da Cruz Agostinho e Filipe Queirós Nascimento. Marco Galinha continua a presidir ao conselho, que continua a contar com António Manuel Mendes Ferreira e Paulo César Martins Lima de Carvalho. Domingos Portela Andrade e António Manuel Frade Saraiva deixam o conselho de administração, a quem a Global Media agradece “todo o empenho e dedicação mostrados ao longo do período em que integraram este órgão”. Kevin Ho, sobrinho de Edmund Ho, ex-Chefe do Executivo, é presidente da KNJ Investment Limited, empresa que detém 35,25 por cento do capital do grupo Global Media.
Hoje Macau SociedadeAssistentes sociais | Candidatos preocupados com acreditação A incerteza relativa ao primeiro exame de acreditação para assistentes sociais, faz com que os candidatos estejam altamente preocupados. O exame realiza-se no sábado e as preocupações foram partilhadas ao Jornal All About Macau por Cheong Un Si, presidente da Federação dos Assistentes Sociais. Segundo Cheong, os candidatos estão às “escuras”, porque não há informações sobre o modelo do exame, o grau de dificuldade, nem a possibilidade de repetir a prova, em caso de reprovação. Além disso, a presidente da federação indicou que os candidatos a assistentes sociais só podem desempenhar funções menores se não passarem nas provas de admissão, como cargos de coordenação. Por isso, num cenário de incerteza, Cheong Un Si deseja que a entidade organizadora do exame, ou seja, o Conselho Profissional dos Assistentes Sociais, faça uma revisão do sistema actual, para aumentar a transparência do processo de acreditação e do funcionamento de todo o sistema. A prova era para ter sido realizada no passado sábado, mas devido à passagem do tufão Saola foi adiada uma semana. Actualmente, 1453 assistentes sociais estão inscritos em Macau. As pessoas que pretendem trabalhar como assistentes sociais precisam de passar o exame de acreditação, de acordo com a lei da Qualificação Profissional, aprovada pela Assembleia Legislativa e que entrou em vigor a 2 de Abril de 2020. Os assistentes sociais que estão no sector privado antes da entrada em vigor do diploma legal estão isentos de realizar o exame.
João Santos Filipe Manchete SociedadeHospital das Ilhas | Equipamentos vão custar 13 mil milhões O orçamento para comprar equipamentos para o futuro Hospital das Ilhas é de 13 mil milhões de patacas. O valor foi revelado pelo coordenador do Gabinete Preparatório do novo Hospital das Ilhas, Lei Wai Seng, que prometeu “preços razoáveis” na aquisição dos equipamentos “O orçamento para investimento em hardware e equipamentos é de 13 mil milhões de patacas. Sendo que o orçamento operacional futuro, será contado de acordo com o volume de serviço, mas vamos absolutamente desenvolver este hospital no princípio de preços razoáveis e económicos”, afirmou Lei Wai Seng, citado pela Rádio Macau. Em declarações prestadas à margem do programa Fórum Macau, da Ou Mun Tin Toi, Lei Wai Seng considerou ainda que o novo hospital até poderá estar a funcionar na sua plena capacidade antes do período estimado de 10 anos. “Se serão necessários 10 anos para que este hospital esteja em pleno funcionamento? De facto, este não é um dado absoluto. Temos de avaliar o desenvolvimento deste novo hospital e a procura da população por serviços. No geral, um hospital complexo, a partir da fase da operação experimental até à fase de funcionamento dos serviços completos deve levar cinco anos no mínimo”, respondeu. “É necessário observar as futuras necessidades de desenvolvimento”, acrescentou. O coordenador do Gabinete Preparatório do novo Hospital das Ilhas anunciou ainda que vai ser aberto um concurso em Outubro para a contratação de 200 funcionários para o novo complexo de saúde. Entre os funcionários a contratar estão médicos, enfermeiros e funcionários administrativos. Quase privado Apesar de ser construído com dinheiro do orçamento da RAEM, o Hospital das Ilhas vai funcionar principalmente como uma entidade privada, o que levou vários deputados a concluir que poderá vir a praticar os preços mais caros do território, como consta no parecer de análise à lei do hospital elaborado em sede de comissão da Assembleia Legislativa (AL). Também a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, afirmou na AL que o novo Hospital das Ihas vai ser essencialmente privado, com preços definidos pelo Peking Union Medical College Hospital, entidade responsável pela exploração, de acordo com os “princípios de mercado”. Apenas quando os residentes são encaminhados pelos centros de saúde públicos ou pelo Hospital Conde São Januário, os preços vão ser iguais aos praticados no serviço público. “Se os pacientes recorrerem aos futuro Centro Médico [Hospital das Ilhas] sem terem sido enviados pelos Centros de Saúde dos Serviços de Saúde nem pelas Urgências do Centro Hospitalar Conde São Januário, então vão ter de pagar os preços praticados pelos serviços médicos privados”, indicou Elsie Ao Ieong U. “Temos de perceber que o recurso ao Centro Médico, a pedido do paciente e sem encaminhamento dos Serviços de Saúde, prejudica o Centro Hospitalar Conde São Januário e a triagem feita dos pacientes, pelo sistema actual”, acrescentou.
Hoje Macau SociedadeCPSP | Wong Sio Chak reconhece erro “inaceitável” O secretário para a Segurança classificou como “inaceitável” a omissão pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) do envolvimento de uma viatura da corporação num acidente de trânsito. A declaração foi feita ontem, durante a apresentação da criminalidade na primeira metade do ano. Na segunda-feira, uma carrinha do CPSP passou um sinal vermelho e bateu numa moto. Na informação das autoridades sobre o acidente, o CPSP definia a sua carrinha como “uma viatura particular”. A versão foi desmentida horas mais tarde por um vídeo online, com imagens do acidente. Só depois, o CPSP confessou que se tratava de um dos seus veículos. Wong Sio Chak indicou que o caso ia ser analisado, na tarde de ontem, numa reunião interna e que ia exigir melhorias a todos os envolvidos. O secretário defendeu ainda que os casos sérios têm de ser relatados rigorosamente, cumprido o direito à informação da população, e contribuindo para a estabilidade social.
Andreia Sofia Silva SociedadeSuicídio | Registados 47 casos no primeiro semestre Macau registou 47 casos de suicídio no primeiro semestre deste ano, segundo dados divulgados ontem pelo gabinete do secretário para a Segurança. A maior incidência, com 12 casos, ocorreu nas pessoas dos 35 aos 44 anos, seguindo-se a faixa etária dos 45 aos 54 anos, com o registo de dez casos. O relatório que contém os dados da criminalidade relativos ao primeiro semestre do ano mostra ainda que houve 120 tentativas de suicídio registadas pelas autoridades, com maior incidência nos jovens dos 15 aos 24 anos, com um total de 44 casos. Seguem-se 23 casos contabilizados na faixa etária dos 25 aos 34 anos, enquanto nos jovens dos 5 aos 14 anos houve 18 tentativas de suicídio. Relativamente às violações, as autoridades registaram 20 casos nos primeiros seis meses do ano, um aumento anual de 42,9 por cento face a 2022, mas uma quebra de 13 por cento face ao primeiro semestre de 2019. O relatório dá conta de que “quase 70 por cento dos suspeitos e das vítimas não eram residentes de Macau, sendo que alguns crimes ocorreram em quartos de hotel”, não se afastando a hipótese de “alguns dos casos terem ocorrido após relações sexuais consentidas”. Quanto ao crime de abuso sexual de crianças totalizaram-se 18 casos, o que representa uma subida de um caso e de 5,9 por cento face a 2022. No que diz respeito à violência doméstica, foram recebidas 71 queixas, sendo que apenas oito correspondiam, de facto, à prática desse crime. Trata-se do aumento de dois casos face a igual período de 2022. Todos aqueles que estejam emocionalmente angustiados ou considerem que se encontram numa situação de desespero devem ligar para a Linha Aberta “Esperança de vida da Caritas” através do telefone n.º 28525222 de forma a obter serviços de aconselhamento emocional.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeJogo | Crimes aumentam, mas são menos de metade de 2019 Macau registou um aumento de 25,4 por cento de crimes face a 2022 graças ao fim das restrições covid-19, mas os números são ainda inferiores aos verificados antes da pandemia. Um dos crimes mais comuns foi a troca ilegal de dinheiro, mas a “situação de segurança é ainda estável”, garante o Governo Dados divulgados ontem pelo gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, relativos ao primeiro semestre deste ano, revelam o aumento da criminalidade em termos anuais graças ao fim das restrições transfronteiriças impostas durante a pandemia. Nos primeiros seis meses do ano, registaram-se 422 inquéritos criminais na sequência de delitos registados em casinos, um aumento de 224 processos em comparação com os 198 casos no mesmo período de 2022, o que representa uma subida de 113,1 por cento. No entanto, uma vez que no primeiro semestre de 2019 se registaram 968 inquéritos criminais, os dados da primeira metade deste ano ficaram apenas a 56,4 por cento dos níveis registados no período pré-pandemia. As autoridades assumem, num documento que incide sobre a criminalidade associada aos casinos, que com a reabertura de fronteiras e o regresso do turismo em força “as actividades ilegais relacionadas registaram, inevitavelmente, um certo aumento”. A quebra registada na grande maioria dos crimes de jogo face a 2019 prova que “as medidas e os reforços anteriormente adoptados, focados na aplicação da lei pela polícia, alcançaram reconhecido êxito na redução das actividades ilegais associadas”, lê-se. Assim, apesar do aumento da criminalidade na primeira metade de 2023, esta “é ainda menos de metade do número total de crimes relacionados com o jogo no mesmo período de 2019”, o que leva o Governo a concluir que “a actual situação de segurança é estável”. O crime de burla em contexto de jogo foi o mais frequente, com 95 casos, mais 41 face ao primeiro semestre de 2022, o que representa um aumento de 75,9 por cento. No entanto, a quebra face a 2019 foi de 37,5 por cento. O relatório dá conta que, dentro do cenário de burla, a troca ilegal de dinheiro para o jogo foi a actividade criminal mais comum. “As actividades de troca ilegal de dinheiro há muito que influenciam a situação de segurança nos casinos e as zonas periféricas, derivando, por vezes, em crimes graves, como burla, sequestro, ofensas corporais graves e homicídio.” Um dos exemplos descritos no relatório é o do homicídio ocorrido no início de Maio deste ano, em que a vítima se dedicava à troca ilegal de dinheiro. A Polícia Judiciária conseguiu travar um total de 8.124 “burlões de troca de dinheiro”, o que constitui um aumento de 5.399 ocorrências face aos 2.725 interceptados no mesmo período de 2022, um aumento de 198,1 por cento. Foram ainda reportados dados de 488 “burlões de troca de dinheiro” à Direcção de Supervisão e Coordenação de Jogos (DICJ) para que estes sejam proibidos de entrar nos casinos do território. As autoridades descrevem que a grande parte das pessoas interceptadas pela polícia são oriundas do Interior da China, deslocando-se “frequentemente a Macau disfarçados de turistas” para desenvolverem esta actividade. Desta forma, “a actividade de ‘troca ilegal’ [de dinheiro] aumentou em sintonia com a subida rápida e acentuada de turistas”. Desemprego sem consequência A criminalidade mais comum associada ao jogo incluiu ainda furtos, com 77 casos registados no primeiro semestre, um aumento de 492,3 por cento face a igual período de 2022, mas que constitui uma quebra de 19,8 por cento face ao primeiro semestre de 2019. Seguem-se situações de desobediência, como a violação da interdição de entrada nos casinos que totalizaram 56 casos, verificando-se um aumento de 38 casos e de 211,1 por cento em comparação com o período homólogo do ano anterior. Face ao primeiro semestre de 2019, o aumento foi de 19,1 por cento. Quanto ao crime de usura (agiotagem), totalizou 31 casos, representando um aumento de 11 casos e de 55%, em comparação com o mesmo período do ano anterior, e um decréscimo de 264 casos e de 89,5%, em comparação com o mesmo período do ano 2019. O relatório divulgado pelo gabinete de Wong Sio Chak dá ainda conta que o panorama de desemprego registado em Macau não está associado ao aumento dos crimes de jogo, algo que “preocupava a sociedade”. Além disso, “não há actualmente sinais de que os funcionários do jogo se voltem para actividades criminosas devido ao desemprego”. No primeiro semestre “não se detectou qualquer movimento anómalo de sociedades secretas ou dos seus membros relacionado com o sector do jogo”, é apontado no documento. Em termos gerais, a criminalidade aumentou, no primeiro semestre, 25,4 por cento, enquanto a criminalidade violenta subiu 47 por cento, com os maiores aumentos a registarem-se nos roubos (240 por cento) e sequestros (200 por cento). “Acredita-se que esta mudança dos números registados [de 2022 para 2023] está relacionada com o aumento de turistas, com a recuperação económica e com o abrandamento da situação pandémica”, sublinhou Wong Sio Chak. Por outro lado, o governante salientou que “nos últimos anos, tem-se registado uma tendência de aumento dos casos de burla nas telecomunicações e ‘online’, uma tendência que se explica, argumentou, “com a mudança do modo de vida das pessoas e a dependência crescente da internet”.
Hoje Macau SociedadeMP | Preso por atirar chaves de mota para o lixo Um homem com 60 anos foi preso, após ter sido acusado de roubar um ex-colega de trabalho, com quem tinha um historial de discussões. O caso foi apresentado ontem pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública e o suspeito foi encaminhado para o Ministério Público (MP). Segundo a versão citada pelo Jornal Ou Mun, no dia 29 de Agosto a vítima estacionou a sua mota na rua, perto do Mercado de São Domingos. No entanto, esqueceu-se das chaves na viatura. Com as chaves deixadas para trás, o suspeito passou no local, reconhecendo a moto do ex-colega de trabalho e verificando que as chaves se encontravam no veículo. Com a oportunidade à frente para se vingar de discussões antigas, o homem, de 60 anos, atirou as chaves para o lixo. Mais tarde, quando o dono da mota voltou para o local reparou que as chaves tinham desaparecido. Por isso, assumiu que tinha sido roubado. Contudo, quando foi a casa buscar as chaves sobresselentes e abriu a mala da mota, reparou que mais nada tinha sido roubado. A vítima apresentou queixa na polícia, que com recurso às câmaras de videovigilância identificou o suspeito. Por sua vez, este admitiu ter atirado as chaves para o lixo, como vingança contra o ex-colega. Foi encaminhado para o Ministério Público, por roubo das chaves e de um porta chaves, que a vítima diz estar avaliado em 10 mil patacas.