Sai Van | Governo decide futuro do corredor de motas no próximo ano

O Executivo deverá decidir no próximo ano se o corredor exclusivo para motas da Ponte Sai Van acaba ou passa a definitivo. Raimundo do Rosário disse que o corredor é seguro e que as motas não vão passar na Nobre de Carvalho, apesar dos pedidos do hemiciclo

[dropcap style=’circle’]J[/dropcap]á são seis os despachos assinados pelo Secretário para as Obras Públicas e Transportes para garantir a continuação do corredor de motas na Ponte Sai Van, mas Raimundo do Rosário disse ontem na Assembleia Legislativa (AL) que a decisão final sobre o corredor exclusivo deverá ser conhecida em breve.
“Quanto à circulação de motas em Sai Van, autorizei a prorrogação do corredor, tratando-se da sexta prorrogação. Espero que esse seja o último despacho. Espero que depois de seis meses seja tomada uma decisão, para que o corredor seja eliminado ou seja tornado definitivo. No início do próximo ano é que devemos decidir isso, porque não faz sentido fazerem-se prorrogações definitivas”, apontou o Secretário.
Na resposta às questões do deputado Zheng Anting, Raimundo do Rosário garantiu que a segurança rodoviária aumentou com a criação do corredor de motas. “No ano passado ocorreram 249 acidentes que envolveram motas na Ponte Sai Van, menos 7,8% face a 2013, o que nos permite concluir que a criação do corredor exclusivo contribuiu para a melhoria da segurança rodoviária nessa ponte.” Cerca de 13 mil motociclos circularam no corredor no primeiro semestre deste ano, o que representa 17% do total de veículos que circularam na Ponte Sai Van.
Numa interpelação oral, o deputado directo Zheng Anting exigiu ao Governo que abra a ponte Nobre de Carvalho à circulação de motas, algo que Raimundo do Rosário recusou.
“Não temos intenções de alterar a curto prazo para a introdução de motas nesta ponte”, referiu. “A Ponte Nobre de Carvalho está reservada aos transportes públicos e em média cerca de cem mil passageiros de autocarros e táxis atravessam diariamente a ponte, pelo que a sua transformação num corredor exclusivo para motas implicaria a utilização de outras pontes por 18 carreiras de autocarros. Essa opção complicaria o trânsito das outras duas pontes e aumentaria o tempo de deslocação diária dos cem mil utilizadores de transporte público”, adiantou ainda o Secretário.
Quanto à circulação de motas na Ponte da Amizade, deverá ser uma medida para continuar. Só no primeiro semestre do ano circularam 9200 motociclos nesta travessia. “A proibição de circulação de motas na Ponte da Amizade chegou a ser proposta no passado. No entanto, a medida não reuniu consenso social, pelo que não há condições para a sua implementação”, explicou Raimundo do Rosário.
O deputado José Pereira Coutinho foi o primeiro de muitos membros do hemiciclo a pedir a utilização do tabuleiro inferior na Ponte Sai Van fora das épocas de tempestade. “Que medidas terão de ser introduzidas para que o tabuleiro inferior possa ser aberto? No tabuleiro superior devem circular motociclos”, defendeu.
Contudo, o Executivo pouco ou nada adiantou quanto a essa possibilidade. “Depois de ouvir as opiniões da população os serviços já procederam a estudos. E segundo esses estudos há que proceder a obras complementares no sistema de ventilação. Devido às obras do metro ligeiro essa solução foi suspensa”, referiu um membro do Governo.

“Não temos capacidade para tanta coisa”

Os deputados questionaram ainda Raimundo do Rosário sobre a capacidade das três pontes entre Macau e Taipa e a necessidade da construção de uma quarta travessia. O deputado Tsui Wai Kwan pediu que seja construída “uma ponte irmã” ao lado da ponte Governador Nobre de Carvalho. Raimundo do Rosário disse concordar com essa necessidade, mas pediu mais tempo. “Não temos capacidade para tanta coisa, devo dizer. Todos concordam com a construção de mais um túnel ou ponte, mas não temos essa capacidade. Vamos trabalhar numa solução e depois vamos ver a nossa capacidade”, referiu o Secretário para as Obras Públicas e Transportes.

12 Ago 2015

Sin Fong | Governo desconhece consenso porque moradores não assinam autorização

O consenso está atingido, mas agora são os proprietários que querem alargar o prazo para que se faça algo ao Sin Fong Garden. É que falta saber da acusação do MP e, por isso, ninguém assina o papel de autorização até se saber se os moradores vão ou não ter de ir a tribunal

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s proprietários do Sin Fong Garden já entraram em consenso, optando pela reconstrução do edifício, mas ainda não deram a decisão a conhecer ao Governo. Ontem, o HM avançava que havia consenso, mas que os moradores iriam esperar pela conclusão da acusação do Ministério Público face a sete moradores acusados de desobediência qualificada. Contudo, ao questionar o Governo, este disse desconhecer que já tinha sido atingido consenso.
“Em relação à questão do Sin Fong Garden, o Gabinete está a aguardar o consenso dos proprietários”, disse na resposta o Gabinete do Secretário para Transportes e Obras Públicas ao HM.
O porta-voz dos moradores, Chao Ka Cheong, explicou já haver concordância de todos os proprietários para a reconstrução do edifício, incluindo o proprietário de uma loja. No entanto, Chao também informou o HM que estes só vão oficializar a decisão depois da conclusão da acusação do Ministério Público. A acusação surgiu após um incidente no ano passado, quando os moradores ocuparam a via pública durante um protesto.
Segundo a mesma resposta da tutela das Obras Públicas ainda não foi realizada qualquer reunião com os moradores do Sin Fong depois do último encontro, a 12 de Maio passado.
O representante dos proprietários frisou que o anúncio do consenso só acontece depois de findo o processo de acusação. “Para algumas pessoas, a reconstrução e a acusação são duas coisas, mas para as pessoas envolvidas no caso são uma mesma coisa. Os moradores são acusados por quê? Por causa da luta pela reconstrução. Nós só assinamos o documento a confirmar o consenso depois de ser conhecida a decisão do MP”, confirmou ontem o porta-voz, em declarações ao HM.
O Sin Fong, recorde-se, foi evacuado em Outubro de 2012, por estar em risco de ruína, depois de terem sido descobertas fendas nos pilares do prédio. O Governo já disse que a culpa é da empresa construtora e do fiscal da obra, mas estes não podem ser responsabilizados porque já passaram mais de cinco anos desde a construção do prédio. Assim, os proprietários teriam de optar por reconstruir o prédio ou repará-lo, algo possível segundo especialistas contactados pelo Executivo.

12 Ago 2015

Assistentes Sociais | Especialistas concordam com separação de Código Deontológico da lei

O Código Deontológico para os assistentes sociais não irá estar contemplado na lei. Esta é a decisão do Governo, que parece ir ao encontro das opiniões de especialistas da área social. Estes defendem ainda que o documento deve ser revisto periodicamente

[dropcap style=’circle’]“[/dropcap]Não é necessário.” Assim começa por defender Paul Pun, Secretário-geral da Caritas, quando questionado sobre a decisão do Instituto de Acção Social (IAS) em não incluir na proposta de lei sobre o Regime de Credenciação e Inscrição para o Exercício de Funções de Assistente Social a obrigatoriedade da criação de um Código Deontológico para os Assistentes Sociais. Como o especialista, também outros defendem que esta é uma boa solução.
Para Paul Pun, os assistentes sociais seguem uma espécie de função social, um determinado papel na sociedade de prática do bem. “É bom separar o Código da lei. Parte-se do princípio que os assistentes sociais querem praticar o bem e assim o fazem e não estão contra as pessoas, antes pelo contrário”, defende.
A proposta de lei, diz o responsável da Cáritas, servirá para punir aqueles que não respeitam a máxima da profissão e vão contra os interesses dos que mais necessitam.
“Claro que temos ter um código ético, mas este não pode estar especificado na lei porque cada lei tem a sua especificidade. Por exemplo, os assistentes sociais ouvem a opinião e os casos de muitas partes – do Governo, dos jovens – e sabem como devem agir em cada situação. Cada caso é um caso, uma lei é geral”, argumentou Paul Pun, também vogal da Comissão Especializada para a revisão da proposta de lei.

Espaço para mudança

A necessidade de alteração constante ao Código foi um dos argumentos mais mencionados pelos especialistas, sendo que o próprio IAS justificou a não inclusão do Código na lei em causa para criar uma maior facilidade em “eventuais emendas ao código”. Ideia também defendida por Paul Pun. “Normalmente não andamos a alterar a nossa conduta, mas se tivermos de o fazer, é preciso abertura e facilidade para que isso aconteça”, rematou.
Também Jacky Ho, docente da área na Universidade de Macau (UM), acredita que esta é a melhor solução. “Partindo do princípio que a proposta de lei será entregue este ano, não me parece que fosse bom incluir [o Código], tendo em conta que ainda não está criado e para isso é preciso tempo”, começa por anotar.
O Código, diz, deve ser revisto pelo menos de três em três anos, algo que poderá complicar os processos burocráticos se o mesmo estiver incluído na proposta de lei.
“Temos que perceber se o Código funciona como guia ou como uma lei a ser implementada no futuro. Tomo-o como apenas um guia de trabalho e por isso não existirá necessidade de colocá-lo na lei. Mas se o Governo quiser implementá-lo no seu trabalho legislativo, acho que deve ser introduzida uma cláusula na legislação que dite que os assistentes sociais sejam guiados por um conjunto de critérios e, aí, no caso de os violarem, sejam punidos”, argumentou o professor que também está incluído na lista dos vogais da Comissão Especializada para a revisão da proposta de lei.

Protecção aos profissionais

Para o professor do curso de Serviço Social do Instituto Politécnico de Macau (IPM) Leung Kai Yin há falta de informação para a elaboração de um Código a curto prazo. Leung considera que não existe “conteúdo detalhado suficiente”, mas admite que é algo a criar depois de ser implementado o regime em causa. “Este pode ser o próximo passo”, disse ao HM.
A segurança e protecção dos assistentes sociais é uma prioridade, diz, que o Governo deve ter em conta. “Quando os utentes, por exemplo, acusarem os assistentes sociais – porque às vezes existem estes casos – e colocarem um processo no tribunal pedindo uma indemnização, creio que existe pouca protecção para os profissionais, sobretudo os que trabalham nos lares de idosos. Por exemplo em Hong Kong, normalmente, os profissionais optam por fazer um seguro de responsabilidade para acusações de não cumprimento de funções”, defendeu.
O Código, diz, poderá trazer uma “arbitragem jurídica” que permita esclarecer a responsabilidade do que pode correr mal. “Assim estão protegidos tantos os utentes, como os profissionais, evitando situações de conflitos”, remata.

12 Ago 2015

Património | Mak Soi Kun questiona critérios sobre consultas públicas

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ak Soi Kun considera “estranhos” os critérios que o Governo tem para levar a cabo consultas públicas sobre o património e coloca até em causa se eles existem. O deputado diz não entender a razão que leva o Executivo a fazer uma auscultação pública face ao antigo Hotel Estoril, mas não o ter feito aquando das obras de extensão do Quartel de São Francisco.
Mak Soi Kun relembra que o Hotel Estoril não é património, enquanto que o Quartel de S. Francisco é e questiona se há realmente critérios para as consultas públicas.
Numa interpelação escrita, Mak Soi Kun apontou que o Quartel de S. Francisco já tem mais de 400 anos de história e foi um dos primeiros edifícios a integrar a lista do património cultural protegido. No entanto, recorda, na semana passada um residente mostrou-se preocupado sobre a possibilidade da obra de extensão do edifício da Direcção dos Serviços das Forças de Segurança poder destruir a arquitectura do Quartel de S. Francisco.
O deputado acha confuso como é que um património pode ser estendido sem nenhuma consulta pública, mas, ao mesmo tempo, se realizam várias auscultações para a reutilização do antigo Hotel Estoril, que não foi confirmado como património cultural.
“O Governo já tem uma série de regulamentos ou critérios para decidir quais casos precisam de ser sujeitos a consultas públicas, ou apenas depende da consciência subjectiva para decidir isso?” questiona.

11 Ago 2015

Médica macaense inexplicavelmente recusada pelos Serviços de Saúde. Chumbo está em tribunal

Macaense, médica, licenciada com 19,6 valores pela Universidade de Coimbra. Desrespeitada e chumbada quando pretendeu entrar para o hospital público da RAEM. De boas intenções está Alexis Tam cheio mas, no inferno do São Januário, continua a pôr e a dispor o director dos Serviços de Saúde, que se recusa a comentar mais este caso, que vai chegar à barra do tribunal

 

São 13 anos de formação e experiência e uma média final – na especialidade de Medicina Interna – de 19,6 valores, numa escala de zero a 20. Foram estágios nos Cuidados Intensivos Polivalentes, Neurologia e Dermatologia. É uma médica, nascida e criada em Macau, com estudos em Portugal. Não chega. Não é suficiente para ser médica na RAEM, território que, segundo palavras do Governo, precisa de pelo menos 529 profissionais de Saúde até 2016. Alguns deles iriam, até, ser contratados em Portugal.

Foi em Junho do ano passado que Ana Silva (nome fictício) regressou a Macau, depois de ter conhecimento da intenção do Governo em contratar médicos. “Fui para Portugal porque em Macau não existe a possibilidade de tirar o curso de Medicina. Fiz todo o meu percurso, mas sempre consciente que um dia voltaria”, começou por contar ao HM.

Também a contratação de colegas do seu serviço para os Serviços de Saúde (SS), enquanto Ana estava a concluir a especialidade, acentuou a sua vontade de voltar.

Aqui estou eu

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A 1 de Julho, a médica escreveu uma carta dirigida ao director dos SS, Lei Chin Ion, demonstrando a vontade e disposição para trabalhar no hospital Conde de São Januário. Dois meses decorridos sem qualquer resposta por parte do director, Ana entrou em contacto com os SS, que lhe disseram que esta teria de fazer um exame de equiparação à sua especialidade médica. Para isso teria de submeter o pedido formal de novo ao director dos SS, coisa que fez de imediato.

É nesta altura que surge a primeira surpresa: Ana Silva recebe uma resposta do departamento dos recursos humanos dos SS a dizer que “não dispunham de qualquer posto de trabalho adequado e que não precisavam de profissionais especializados”.

“Achei tudo estranho. Então o Governo diz que precisa e que vai contratar e agora eu estava a ali a oferecer o meu trabalho, a achar que estava a fazer a coisa certa, e eles dizem-me que não”, argumentou.

Inconformada com a situação, Ana Silva voltou a insistir, tendo-lhe sido dito que iria ser reunido um grupo de júri adequado à sua área, para assim se fazer o exame.

A história começa a não bater certo desde o início. “Comecei a questionar-me porque é que o Governo quer contratar médicos portugueses e a mim, com BIR, [bilhete de identidade de residente] e natural de Macau – algo que eu achava que iria facilitar o processo – me obrigam a fazer um exame”, indagou.

É de notar que o Regime de Credenciação dos Profissionais de Saúde, que vem propor a realização de um exame de reconhecimento e equiparação, ainda está em discussão. Actualmente, o decreto-lei que está em vigor é o nº8/99/M de 15 de Março que, no ponto sete do artigo 64º diz: “o grau obtido nos internatos complementares realizados em Portugal considera-se equiparado ao obtido nos internatos complementares regulados no presente diploma”.

Uma leitura da Lei Básica permite-nos ainda saber que “o Governo da RAEM determina, por si próprio, o sistema relativo às profissões”, mas, apesar da soberania, a forma como a competência é regulada está definida na lei específica, neste caso no decreto supra mencionado.

Questionados sobre o assunto, os SS, assumindo o conhecimento do caso, não quiseram prestar qualquer esclarecimento.

Onze meses depois

“Não queria acreditar. O júri não estava preparado para o meu exame. Fizeram-me perguntas do género: como prova que o seu diploma é verdadeiro? Eu tinha os documentos que o provavam”

“Foi finalmente marcado o exame, depois de problemas com a tradução, porque obrigaram-me a entregar cinco exemplares do meu currículo – com mais de 50 páginas – em Inglês. Disseram-me que se eu quisesse, eles poderiam traduzir, mas que o exame ficaria suspenso até terem a tradução pronta. Preferi ser eu a traduzir para não demorar. Entreguei e o exame foi marcado para os dias 14 e 15 de Maio deste ano, portanto 11 meses depois de ter contactado o director dos SS pela primeira vez”, relembra Ana Silva.

Tal como prevê a lei, os examinandos podem requerer à entidade de avaliação que o exame seja feito numa das duas línguas oficiais da RAEM, língua Chinesa ou Língua Portuguesa. Chegado o dia do exame, Ana Silva entra na sala e, depois de feitas as apresentações, percebe que ninguém falava Português para além da intérprete escolhida pelos SS.

“A área de Medicina tem nomes muitos específicos é difícil fazer a tradução de certos termos. Quer dizer, se o Português é uma das línguas oficiais, como é que ninguém falava Português?”, questiona-se.

Depois de dois dias intensos de exames, teóricos e práticos, falados em Cantonês e Inglês, Ana Silva achou que tudo aquilo não passava “de uma espécie de praxe”. “Não queria acreditar. O júri não estava preparado para o meu exame. Fizeram-me perguntas do género ‘como prova que o seu diploma é verdadeiro?’ Eu tinha os documentos que o provavam. Também me perguntaram porque é que eu tinha voltado para Macau e porque é que fiz um estágio em Dermatologia por opção, pois em Macau é obrigatório. Percebi que não estavam a par da regras portuguesas. Um dos membros era de Hong Kong e estava a comparar sistemas de saúde completamente diferentes. O de Macau é parecido com o de Portugal, mas o de Hong Kong é baseado nas regras inglesas. São diferentes”, argumenta.

Divididos em duas partes – teórica e prática – os exames a que Ana Silva foi submetida foram “tudo menos normais”. “Uma má tradução, uma cara de gozo, tudo me pareceu estranho”, conta ao HM.

Ana não queria acreditar quando, depois de insistir com os serviços, teve acesso à sua nota: 9,5 para a prova prática e 9,3 para a prova teórica. “O meu curriculum vale 9,7 em Macau? Quando no meu exame em Portugal tive 19,6? (…) Nem eu faço isso aos meus alunos, mas fizeram-me isso, de colega para colega”, assinala.

Silêncio doente

Chumbada e indignada, a médica não desistiu e, como permite a lei, recorreu da decisão do júri, tendo oito dias para o fazer. Para submeter o recurso, Ana Silva teria de apresentar todo o seu processo, algo que não lhe foi facultado no período de tempo previsto, devido à “confusão de papéis e demora na tradução”.

“Para minha surpresa, a 1 de Julho, um ano depois de todo este processo exaustivo, vejo uma publicação em Boletim Oficial, assinada pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, da minha classificação final. Estava oficialmente chumbada. Senti-me desolada. Além de todas as vicissitudes relativas ao exame em si, manifestamente injustas, ainda me cortam o direito de recorrer e reclamar”, relembra.

Feitas as contas, o processo traduzido para pedido de recurso chegou às mãos da médica a 23 de Junho, sendo que Alexis Tam assinou o acto final de homologação a 12 do mesmo mês. “É manifestamente ilegal porque só podia ser praticado após o decurso de oito dias dado pela lei”, alega a médica. “Eu própria desconhecia, a 12 de Junho, ainda quais as razões materiais da minha classificação final”, conta.

Ana Silva expõe, então, toda a situação a um advogado e é colocada uma acção judicial contra os SS e apresentada uma carta expositiva, dirigida a Alexis Tam, relatando todas as “ilegalidades que aconteceram”.

“A minha dignidade pessoal e profissional são muito mais importantes que qualquer avaliação truncada, sabe-se lá por que razões. Fui formada, académica e profissionalmente numa unidade reconhecida internacionalmente pelo seu mérito, (…) levarei este caso até às últimas consequências para exemplo de todos os jovens locais como eu, que saíram de Macau à procura de qualificações que aqui não existem e quando pretendem regressar não são aceites, sobretudo desta forma injusta”, termina.

O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, em declarações ao HM, disse que não tinha “qualquer conhecimento da situação”, não lhe tendo chegado qualquer carta às mãos. Alexis Tam afirmou ainda que iria colocar-se a par de toda a situação. Mas da parte da assessoria do próprio Alexis Tam, o HM recebeu a informação de que o caso foi “reencaminhado para os SS”.

11 Ago 2015

Sin Fong | Todos concordam com reconstrução, depois de ser conhecida acusação do MP

Todos os proprietários concordam com a reconstrução do edifício Sin Fong Garden mas, agora que acabou a polémica em torno deste problema, os moradores dizem que só vão reatar as negociações depois de saberem resultados da acusação do MP face a sete moradores

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]stá decidido: todos os proprietários de fracções no Edifício Sin Fong Garden concordam com a reconstrução do prédio. Contudo, nada se poderá fazer ainda, uma vez que sete dos proprietários ainda esperam pelo desfecho da acusação do Ministério Público.
Depois do último encontro entre os moradores do Sin Fong Garden e o Secretário para Transportes e Obras Públicas – há três meses -, ainda não tinha sido revelada a decisão sobre o que fazer ao prédio, evacuado em 2012 por estar em perigo de ruína. O Governo deu, em Abril deste ano, um mês aos moradores para decidirem se queriam avançar com reconstrução ou reparação do edifício.
Chao Ka Cheong, porta-voz dos moradores, revelou ontem ao HM que todos os proprietários já concordaram com a reconstrução. Contudo, o responsável explica que as negociações para esse fim só regressam depois de se saber se sete dos moradores que ocuparam a via pública em frente ao Sin Fong, em jeito de manifestação, vão a tribunal ou não.
“A nossa ideia é apenas avançar com a questão da reconstrução do edifício depois de estar concluído o caso de acusação no Ministério Público”, começa por dizer Chao ao HM. “Até o dono da loja já mostrou que concorda com a reconstrução e quer que o trabalho esteja pronto. Mas falta saber dos sete moradores acusados”, acrescentou, sem querer, contudo, comentar face à acusação.
O caso andava num impasse devido ao facto de duas pessoas não concordarem com a reconstrução do prédio, sendo que mais recentemente faltava apenas a concordância do lojista do rés-do-chão. O impasse acabou agora.
O prédio de 30 andares abrigava mais de uma centena de famílias. O Governo revelou já em 2014 um relatório técnico no qual atribuía a culpa das deficiências na construção em quatro pilares do edifício ao director da obra e ao construtor, mas reconheceu não poder sancionar os dois responsáveis por já ter passado o prazo de cinco anos que permitia atribuir responsabilidades.
Só se podia avançar com a reconstrução ou demolição do prédio se 100% dos proprietários concordassem, devido à legislação em vigor.
Chao Ka Cheong referiu ontem ao HM que, como os sete moradores foram acusados pelo Ministério Público do crime de desobediência qualificada por causa da manifestação realizada na estrada em frente ao edifício no ano passado – e uma vez que a decisão só sai a 15 de Setembro – as negociações para a reconstrução só vão recomeçar depois dessa data.
O HM tentou saber mais pormenores do caso junto do Gabinete do Secretário para os Transportes e Obras Públicas, mas até ao fecho desta edição não foi possível obter qualquer resposta.

11 Ago 2015

Macau não suporta aumento anual de 5% de veículos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]O Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, disse ontem aos deputados que será muito difícil Macau continuar a suportar um aumento de anual de veículos na ordem dos 5%. “De Janeiro a Junho, comparando com o ano passado, houve um aumento de 5% de motas e veículos ligeiros. Se continuamos com este aumento não sei se o problema do trânsito pode ser resolvido. Está cada vez mais complicada a situação do trânsito”, revelou o Secretário ontem na Assembleia Legislativa (AL). Num debate em que os deputados voltaram a pedir medidas concretas para resolver o excesso de tráfego no território, Raimundo do Rosário referiu que o maior problema ao nível dos transportes públicos é a falta de recursos humanos.
“Os condutores têm uma idade média de 50 anos, e se a situação continuar teremos autocarros mas sem condutores, e o serviço de autocarros será afectado. Esperamos emitir mais carreiras, mas isso também vai afectar as outras carreiras por falta de condutores. Há falta de jovens a ingressar na profissão”, frisou. Lam Hin San, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), garantiu que serão criadas quatro novas carreiras de autocarros e prometeu “para breve” novidades sobre a negociação contratual com as operadoras de autocarros. “Estamos a negociar com duas companhias concessionárias quanto a um novo modelo, para que possam aumentar o número de frequência Esperamos muito em breve poder chegar a um consenso das carreiras. Recebemos um pedido para a criação de uma carreira entre a zona do edifício Dinasty e a Taipa, a qual vamos estudar e apreciar o quanto antes”, rematou.

11 Ago 2015

Jockey Club | Angela Leong negoceia renovação do contrato

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]vice-presidente do Jockey Club de Macau está a negociar a renovação do contrato do espaço com o Governo. Anglea Leong, que está à frente dos negócios da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), afirmou estar a pedir ao Executivo a renovação da concessão de exclusividade, ainda que possa haver algumas mudanças nas cláusulas contratuais.

O contrato de concessão do Jockey Club termina a 31 de Agosto deste ano, depois do Executivo ter renovado o contrato de exclusividade com a Companhia de Corridas de Cavalos em Setembro de 2005.

Segundo o Jornal do Cidadão, Angela Leong revelou que já está a negociar com o Governo nova extensão do contrato, admitindo algumas alterações nas cláusulas de forma a que estas correspondam à diversificação económica almejada pelo Governo.

A Companhia de Corridas de Cavalos de Macau perdeu mais de 50 milhões de patacas em 2014, mas, no relatório de contas relativo ao ano passado, já tinha manifestado intenção de ver o seu contrato renovado. A empresa, que recebeu a primeira concessão em 1978, já escolheu Thomas Li, director-executivo, como o elo de negociação com o Governo. Questionada sobre se tem confiança que conseguirá ganhar a renovação do contrato, Angela Leong disse que, mesmo que o negócio das corridas de cavalos esteja a cair nos últimos anos, “deverá haver mais actividades com a renovação do contrato, já que as cláusulas vão ser alteradas, para desenvolver a diversificação do sector” do Jogo.

10 Ago 2015

Iec Long | Chui promete explicações sobre permuta de terrenos. Secretários no escuro

Depois de dois Secretários do Governo dizerem que desconhecem o caso de permuta de terrenos com empresa da Fábrica, Chui Sai On promete explicações

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Secretários para os Assuntos Sociais e Cultura e para os Transportes e Obras Públicas desconhecem as informações sobre a permuta de terrenos com o responsável pela Fábrica de Panchões Iec Long, mas Chui Sai On garante pôr tudo em pratos limpos.
O Chefe do Executivo assegurou ontem que “os serviços competentes vão certamente esclarecer o público”, ainda que não antes de “estudar e averiguar o assunto”.
Alexis Tam e Raimundo do Rosário admitiram ao Jornal do Cidadão que não podiam comentar o caso, por desconhecerem as negociações.
A preservação da antiga Fábrica de Panchões Iec Long foi conseguida pelo Governo através da permuta de mais de 150 mil metros quadrados de terreno. A ideia do Governo em transformar a antiga Iec Long num parque temático custou os lotes onde estão actualmente os empreendimentos Once Central, Mandarim Oriental e MGM, além de que ainda falta ao Governo ceder 133 mil metros quadrados para concluir a troca. A permuta foi feita com a Sociedade de Desenvolvimento Predial Baía da Nossa Senhora da Esperança, da qual é administrador o empresário Sio Tak Hong, também membro do Conselho Executivo e delegado de Macau no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.
Segundo o jornal, Alexis Tam referiu que, tanto ele como o Instituto Cultural (IC), “não sabem do assunto da troca dos terrenos”, pelo que o responsável não teve informações para dar aos jornalistas, quando questionado sobre o facto. “O IC apenas ajudou na reparação e salvaguarda dos edifícios dentro da antiga fábrica de panchões, evitando a demolição”, acrescentou ainda o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura.
Também Raimundo do Rosário mostra não saber do assunto. “Até ao momento, nenhum terreno desocupado foi recuperado, nem tenho as informações respectivas à permuta do terreno, mas tenho vontade de explicar a questão na Assembleia Legislativa(AL)”, disse Raimundo do Rosário ao mesmo jornal depois de uma reunião plenária da AL.
O Secretário frisou que só soube do assunto depois de ler a notícia, mas ainda não investigou os detalhes do assunto. Contudo, Raimundo referiu que “tem vontade de falar de todas as questões na AL” e que, se for convidado, vai comparecer.
O presidente da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas, Ho Ion Sang, mostrou-se aberto a convidar o Governo a explicar a situação. O Chefe do Executivo disse que isso vai acontecer.
“O Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, está actualmente a trabalhar com os colegas dos serviços competentes e após inteirar-se e estudar o processo irá reportar ao Chefe do Executivo. Pelo que, na altura serão efectuados os devidos esclarecimentos públicos, mas sublinhou que por enquanto não há mais informação”, indica um comunicado do Gabinete do Chefe do Governo.
Por outro lado, Sio Tak Hong, que assinou o acordo de permuta de terrenos, admitiu à publicação All About Macau que era proprietário da antiga fábrica de panchões. Quando questionado se for pedir lotes nos novos aterros para recuperar os 133 mil metros quadrados em falta, o empresário afirmou que o assunto “é normal e se compara a dívidas que devem ser pagas”, ainda que diga que não pode ser nos novos aterros, por já existirem “muitos terrenos em Coloane que podem ser desenvolvidos”.
Ao que o HM apurou sobre o assunto, ainda o mês passado, o Executivo ainda não anunciou quaisquer planos para mais trocas de terrenos, tendo dito há pouco tempo que já foi iniciado um estudo que pretende transformar a antiga Iec Long num parque temático, mas que ainda estava com dificuldades no que ao domínio dos lotes diz respeito, uma vez que estes “estariam divididos em proprietários e regimes jurídicos diferentes”. O Governo disse até que ainda estava a negociar uma indemnização.

10 Ago 2015

Urbanismo | Conselho de profissionais em funcionamento ainda este ano

O Conselho Executivo anunciou na passada sexta-feira o Regulamento que legisla o novo Conselho de Arquitectura, Engenharia e Urbanismo. Este deve entrar em funcionamento ainda este ano e serve para assegurar a acreditação e registo destes profissionais, tarefa que cabe ainda à DSSOPT

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]recentemente criado Conselho de Arquitectura, Engenharia e Urbanismo entra em funcionamento ainda este ano e vem servir de agente de acreditação e registo de todos os profissionais desta área. Actualmente, estas funções cabem à Direcção de Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT).
De acordo com declarações de Leong Heng Heng, porta-voz do Conselho Executivo, na passada sexta-feira, o CAEU começa “de certeza [a funcionar] ainda este ano”. O referido Conselho vai ser constituído por 13 elementos, sete deles representantes da Administração Pública e seis profissionais do sector privado. Todos eles serão em breve nomeados pelo Chefe do Executivo e os seus mandatos têm a duração de dois anos.
O regulamento respeitante ao CAEU entra em vigor após data de publicação em Boletim Oficial, mas é possível que demore mais alguns meses até que o Conselho comece a exercer funções efectivas relativamente a quatro pontos. O primeiro está relacionado com procedimentos de acreditação e registo, no qual se enquadram as normas de um exame e estágio obrigatórios para os novos profissionais, da escolha do orientador do estágio, entre outras.
O Conselho vai ainda ser responsável pela promoção e criação de acções de formação contínua e especial e pela emissão de uma cédula profissional. “Adicionalmente, a inscrição de técnicos na DSSOPT depende da obtenção de cédula profissional emitida pelo CAEU”, lê-se no documento relativo ao Conselho. Assim, o CAEU deverá funcionar mediante apoio financeiro e técnico da DSSOPT.

Mais de mil

Até hoje e de acordo com os dados anunciados na semana passada por Leong Heng Teng, estão 1500 profissionais registados na DSSOPT, o que pode não traduzir o número efectivo de arquitectos, urbanistas e engenheiros em funções em Macau. Em média, são entre 150 e 200 os profissionais inscritos por mês.
De acordo com Lei Hon Kei, Chefe da Divisão de Apoio Técnico da DSSOPT, hoje em dia só os profissionais que assinam ou submetem projectos àquela entidade têm que estar obrigatoriamente registados na sua base de dados. Assim, todos os outros arquitectos, engenheiros ou urbanistas que cumpram estas funções, mas não estejam aptos para assinar projectos, estão livres de registo.
De acordo com as informações disponíveis no website oficial do CAEU, quem não estiver registado não poderá apresentar ou submeter projectos oficialmente. “A qualificação para o exercício de funções profissionais é obtido através de inscrição na DSSOPT, não podendo as pessoas que não possuem qualificação legal, exercer funções no âmbito da elaboração de projectos, da direcção e fiscalização de obras”, frisa o Conselho no website.

10 Ago 2015

Hotel Estoril | IC, acusado de consultas públicas falsas, critica “injustiça”

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]lexis Tam já garantiu que não há ainda qualquer decisão sobre o que fazer ao Hotel Estoril, mas o Instituto Cultural continua a ser acusado de estar a levar a cabo consultas públicas falsas. Residentes que estiveram presentes em mais uma sessão de auscultação do novo projecto reclamam que o Governo já sabe bem o que quer fazer ao espaço, ainda que o IC garante que essas acusações são injustas.
“Onde está o espaço para o nosso debate? Se o Governo quer as opiniões de pessoas sobre este projecto por que é que consideram demolir o edifício inteiro logo à partida?”, começou por apontar uma residente, citada pelo canal português da TDM.
Membros do Conselho para as Indústrias Culturais e do Conselho de Curadores do Fundo das Indústrias Culturais defenderam também a preservação da fachada do antigo hotel e do mural, “em nome da memória de Macau”, numa altura em que se acredita que o espaço vai ser totalmente demolido. Isto porque, apesar do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura ter assegurado que não há decisão, o facto de ser Álvaro Siza Vieira o mentor do projecto para o hotel leva a população a acreditar que o Estoril vem mesmo todo abaixo, como já foi defendido pelo profissional português. Algo que não agrada.
“Não me interessa se o arquitecto português diz que o Hotel Estoril não tem interesse cultural, ele é português e não faz ideia do que é importante para as pessoas de Macau. A decisão deve ser feita pelo povo de Macau”, atirou na sessão de sexta-feira outro residente.
Citado pelo canal português da televisão, o ainda presidente da Associação Novo Macau, Sou Ka Hou, criticou o Governo por ter destruído “o pavilhão polidesportivo do Tap Seac no passado, de modo a construir um ponto de interesse em Macau, como fez na zona de São Paulo e São Lázaro”. O activista diz que “no entanto, o resultado é que a zona do Tap Seac continua na mesma.”
Face às acusações de que estaria a fazer uma consulta pública de fachada, o IC respondeu, criticando as declarações. “Fizemos tantas consultas públicas, que isso significa que queremos mesmo discutir este projecto com a comunidade e claro que temos em conta a opinião dos cidadãos. Acho injusto que as pessoas digam que estamos a fazer consultas públicas falsas, isso é muito injusto para com toda a equipa e trabalhadores e não é verdade”, frisou Chan Peng Fai, vice-presidente do IC.
Na sessão, os membros do Conselho para as Indústrias Culturais e do Conselho de Curadores do Fundo das Indústrias Culturais apoiaram o projecto do Governo para o antigo Hotel Estoril, mas nem todos estão de acordo com a ideia de deitar a fachada abaixo.
Segundo a Rádio Macau, Angela Leong, um dos membros, considera “uma pena se todo o edifício for demolido”. A também deputada considera que “pode ser injusto quer para as gerações anteriores, quer para as gerações futuras”. Também James Chu defende que a fachada seja mantida em nome da memória histórica de Macau. O artista entende que, “em termos de estilo arquitectónico não é muito especial, mas tem um estilo próprio e constituí uma memória da população de Macau”.
Lok Hei saiu em defesa do mural do antigo edifício, da autoria do arquitecto italiano Oseo Acconci. “Em termos artísticos, acho que não podemos negligenciar. No futuro complexo vamos formar e desenvolver jovens. Considero que o Governo pode tolerar as coisas antigas para fazer coisas novas”, argumentou, citado pela rádio.

10 Ago 2015

Marcas | Restaurante acusado de violar direito de propriedade intelectual

Um restaurante que usava produtos falsificados da marca Rilakkuma fechou portas depois da detenção do proprietário, por violação da propriedade intelectual

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m restaurante temático foi acusado de violar o direito de propriedade intelectual e industrial de uma marca de um desenho animado do Japão. A investigação ao dono e a uma funcionária do espaço hoteleiro, pelos Serviços de Alfândega (SA), já levaram à apreensão de mais de mil peças.
Segundo um comunicado do organismo, foi recebida uma denúncia do titular da marca Rilakkuma, indicando que um restaurante, na zona norte, utilizava a imagem do desenho animado sem a devida autorização.
No dia 6 de Agosto, o Departamento da Propriedade Intelectual dos Serviços de Alfândega realizou uma investigação ao restaurante, onde foram descobertas uma série de peças para investigação. Também o dono e uma funcionária daquele restaurante foram levados para interrogatório.
“Durante a investigação, o proprietário da marca apoiou-nos e as autoridades conseguiram apreender 1318 peças que violavam o direito de propriedade intelectual e industrial da Rilakkuma”, frisa um comunicado dos SS. Nestes objectos incluíam-se talheres, folhetos, outdoors, pratos e até um fato do urso que dá o nome à marca. “Depois da verificação preliminar do titular da marca através das cores dos produtos e da proporção das figuras, percebeu-se que os produtos não correspondiam aos verdadeiros, o que confirma que são peças falsificadas”, pode ler-se num comunicado dos SA.
O documento acrescenta ainda que foram detidos o dono do restaurante, de 26 anos – com apelido Lou e residente de Macau – e uma trabalhadora não residente – de 37 anos e com apelido Ng – , que podem vir a ser acusados de crimes de “contrafacção, imitação e utilização ilegal de marca” e “venda, circulação ou ocultação de produtos ou artigos”, segundo o Regime Jurídico da Propriedade Intelectual. Os suspeitos podem ser alvo de uma pena máxima de três anos de prisão, mas também o antigo dono poderá ser acusado no processo, caso as autoridades considera que este também praticou o crime.

10 Ago 2015

Iec Long | Preservação da fábrica custou terrenos do MGM, Mandarim e One Central

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]preservação da antiga Fábrica de Panchões Iec Long foi conseguida pelo Governo através da permuta de mais de 150 mil metros quadrados de terreno. O espaço onde estão construídos os empreendimentos One Central, Mandarim Oriental e MGM foram alvo dessa troca, que foi feita por Sio Tak Hong. A notícia foi ontem avançada pela publicação All About Macau.
De acordo com um despacho de 2001, assinado pelo antigo Secretário para os Transportes e Obras Públicas Ao Man Long e analisado pelo HM, o Governo assinou um acordo de permuta de terrenos com a Sociedade de Desenvolvimento Predial Baía da Nossa Senhora da Esperança, S.A., “na qualidade de representante dos titulares do terreno da antiga Fábrica de Panchões Iec Long”. Os administradores desta empresa são Sio Tak Hong, membro de Macau no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e presidente-fundador da Associação dos Conterrâneos de Kong Mun de Macau – que levou da Fundação Macau, no segundo trimestre, mais de cinco milhões de patacas como primeira prestação para o maior encontro mundial de naturais deste local em Macau – e Tat Choi Kong, membro do quadro da Universidade de Macau e da Câmara de Comércio.
O acordo iria permitir ao Governo a construção, no local, de um parque temático, sendo que a sociedade cedeu o lote da Iec Long à RAEM. Em troca, recebeu um terreno localizado na Baía de Nossa Senhora da Esperança, junto à Avenida da Praia, na ilha da Taipa, com pouco mais de 152 mil metros quadrados, para a construção de um complexo turístico e habitacional. Mas, a empresa pediu a divisão deste terreno e concedeu duas parcelas de 99 mil metros quadrados à Shun Tak.
Contudo, “por força do desenvolvimento” do Cotai, a empresa de Pansy Ho decidiu abdicar deste lote, tendo feito um pedido em 2005, em conjunto com a Propriedades Sub F, S.A., de Daisy Ho, do terreno nos NAPE onde ficam hoje o MGM, o One Central e o Mandarim Oriental.
Subtraído o espaço que estes empreendimentos ocupam, de cerca de 19 mil metros quadrados, ainda faltam 133 mil metros quadrados para a empresa de Sio Tak Hong desenvolver.
O Executivo ainda não anunciou quaisquer planos para mais trocas de terrenos, tendo dito há pouco tempo ao HM que já foi iniciado um estudo que pretende transformar a antiga Iec Long num parque temático, mas que ainda estava com dificuldades no que ao domínio dos lotes diz respeito, uma vez que estes estariam divididos em proprietários e regimes jurídicos diferentes. O Governo disse até que ainda estava a negociar uma indemnização.
“O terreno onde se encontram construídas as antigas instalações da Fábrica de Panchões Iec Long é composto por várias parcelas de terreno com diferentes situações jurídicas, os quais compreendem os terrenos em regime de propriedade perfeita e por aforamento. Assim sendo, devido à complexidade desta questão, acrescido ainda pelo facto da Administração não ser a única proprietária dos terrenos, até hoje não foi concretizado o projecto do Parque Temático da Fábrica de Panchões Iec Long”, disse o Executivo ao HM. A Administração diz que tem vindo “ao longo destes anos” a manter contacto com os proprietários do espaço, mas confirma que já desde antes do estabelecimento da RAEM se deu início às negociações. “Existe ainda alguma divergência entre ambas as partes, pelo que no momento está ainda por se resolver a questão da propriedade destes terrenos”, dizia ainda a DSSOPT.
O HM tentou pedir um esclarecimento sobre o assunto, mas devido ao avançado da hora, não foi possível.

* com Joana Freitas

7 Ago 2015

Larry So contra transferência de idosos para a Ilha da Montanha

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]ex-professor de Administração do Instituto Politécnico de Macau (IPM) Larry So considera que o Mecanismo de Protecção dos Idosos pode vir a causar uma ainda maior dependência dos hospitais e lares, agravando a pressão no sector da saúde e a falta de recursos humanos especializados.
O Governo está a realizar consultas públicas em relação a este mecanismo, no qual se prevê que o envelhecimento da população cresça gradualmente até 2036. Larry So disse ao Jornal do Cidadão que o conteúdo do documento é muito rico, devido à sua composição de quatro diferentes áreas – serviços médicos e de assistência social, garantia de direitos, participação social e ambiente de vida –, incluindo um plano de actividades para até daqui a dez anos. No entanto, o também comentador de assuntos sociais acha que o mecanismo apenas se foca no sector da saúde e dos cuidados de geriatria, mas não cobre questões como “cuidados na comunidade” e a necessidade de “passar os momentos de velhice onde se nasceu e viveu uma vida inteira”, descreve o jornal em língua chinesa.
“É mais prático ajudar os idosos a ter dignidade num ambiente que lhes é familiar, até porque vivem de forma mais autónoma. É também importante transferir ou ligar os serviços de idosos de hospitais com a comunidade e o documento não é muito claro acerca disso, referindo-se apenas a um estudo futuro da matéria”, continuou.
Larry So acrescentou que a execução de todas as medidas prometidas no documento é um factor positivo para os idosos, mas duvida da capacidade de mão-de-obra e infra-estruturas por parte do Governo para o efeito. So argumentou que será preciso investir muito mais recursos para depender dos hospitais e dos lares como o documento indica. No entanto, as ideias de “cuidados em comunidade” e de passar a velhice no local onde se nasceu e viveu só exige investimento em recursos de instituições de serviços sociais, que têm já um suporte.
O comentador criticou a proposta de cooperação com outras regiões na “exportação de idosos” para a Ilha da Montanha ou para Jiangmen. Considera que se trata de uma medida irresponsável, não fazendo para si sentido criar lares de idosos longe de casa. Larry So justificou que “eles preferem passar os momentos de velhice onde nasceram e viveram” e assim se sentirem confortáveis e seguros.

Membro de comissão quer plataforma de entreajuda de voluntários

O membro da Comissão para os Assuntos do Cidadão Sénior, Leong Wai Fong sugere que seja criada uma plataforma de voluntários remunerados destinada a acolher e apoiar os idosos. De acordo com o Jornal do Cidadão, Leong propõe que as instituições ofereçam cursos de formação para cuidar, visitar e entregar refeições a outros idosos que não estejam em tão boa condição física. Esta actividade, explica Leong, teria carácter voluntário, mas seria paga. Quando forem executadas determinadas horas de serviço, serão oferecidos descontos de compras e viagens como remuneração pelo trabalho. Além disso, Leong concorda com Larry So, ao referir que deve ser valorizado o apoio comunitário e dos familiares.

7 Ago 2015

Hotel Estoril | Siza Vieira é o arquitecto do projecto

Alexis Tam convidou Siza Vieira para comandar o projecto do Hotel Estoril e o arquitecto aceitou. Com opinião de não manter a fachada, Siza Vieira deverá visitar Macau em Outubro. Alexis Tam garante que ainda não há decisão sobre o edifício

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap]da boca do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, que sai a confirmação: Álvaro Siza Vieira será o arquitecto responsável pelo projecto do Hotel Estoril. “Estive em Portugal, no Porto, visitei o arquitecto Siza Vieira e no fim trocámos impressões sobre o desenvolvimento da cidade de Macau (…). Abordei a possibilidade de o arquitecto nos ajudar a fazer o projecto de design para um novo centro de actividades criativas e artísticas para os jovens e ele aceitou o convite”, confirmou o Secretário.
Foi na visita oficial de Alexis Tam a Portugal que o encontro – e o convite – aconteceu. “[No encontro] falámos sobre o projecto do Hotel Estoril uma vez que o Executivo quer tornar aquele hotel abandonado num centro de actividades criativas e artísticas para os jovens. Perguntei a sua opinião, se vale a pena manter a fachada ou não”, relatou o Secretário.
A obra dos anos 60 muita polémica tem trazido à praça pública. O arquitecto já se mostrou a favor da demolição da fachada do hotel, opinião também partilhada pelo arquitecto Souto de Moura, como confirmou ao HM esta semana, mas muito contestada por arquitectos locais.

Em aberto

Ainda assim, Alexis Tam garante que nada está decidido. “Será uma decisão difícil”, disse aos jornalistas, reforçando que nunca nenhuma decisão irá agradar a todos. “Seja o que for, as pessoas vão criticar, isso sem dúvida, já estou preparado”, disse, salientando que a única coisa que é importante é o “interesse público”.
Só depois do arquitecto cumprir os seus compromissos agendados em Nova Iorque é que virá a Macau. Algo que, segundo Alexis Tam, deverá acontecer no início de Outubro.
O Governo diz que vai analisar os prós e contras e só depois tomar uma decisão. “A posição do Governo é aberta. Todas as associações de educação, incluindo professores e directores das escolas, não querem a manutenção da fachada. Ontem [quarta-feira], Souto de Moura também disse que não. Ainda não está tomada a decisão. Vamos ver”, reforçou.

7 Ago 2015

Tabaco | Consulta pública poderá ditar regras para salas de fumo

Os resultados da consulta pública da AL poderão ditar a posição do Governo quanto à permissão das salas de fumo nos casinos. Alexis Tam diz que decisões só depois dos resultados

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo não admite que abandonou a postura da “proibição total do fumo” nos casinos, mas avança que, caso as opiniões da consulta pública – que decorre no momento –, mostrem que a população quer manter as salas de fumo dos casinos, isso poderá mesmo acontecer.
“A posição do Governo é de total abertura”, explicou Chan Chak Mo, presidente da 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL). Ainda assim, mesmo que isso aconteça, as operadores terão que mostrar ter condições para o fazer, mantendo sempre a saúde como prioridade.
Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, reforçou a afirmação do presidente da Comissão que analisa na especialidade as alterações ao Regime de Prevenção e Controlo do Tabagismo, admitindo que a “posição do Governo é aberta”.
“Se os casinos, ou se a AL, tiverem um outro resultado, nesta consulta pública, isto é, se a maioria das opiniões indicarem para o não cancelamento das salas de fumo, e satisfeita a exigência de atingir um nível do patamar da segurança do controlo do fumo [por parte das operadoras], então o Governo pode ponderar esta situação [de manter as salas]”, disse o Secretário no fim da reunião que aconteceu ontem. “Se os trabalhadores acharem que não é necessário cancelar as salas de fumo, então o Governo tem de preparar melhor o que virá no futuro”, assinalou.
Assumir qual será o rumo é ainda “cedo de mais” para o Secretário porque, segundo o mesmo, é necessário esperar pelos resultados da consulta pública que termina a 30 de Setembro.

Operadoras preparadas

Questionado sobre os critérios que poderão avaliar as operadoras – quanto à possibilidade da existência das salas de fumo – Alexis Tam explicou que falou com todos os deputados e que depois de serem conhecidos os resultados da consulta pública – feita pela AL – é preciso saber se os trabalhadores e os residentes de Macau acham adequado o não cancelamento das salas de fumo nos casinos. “Vamos então ouvir quais as propostas por parte das operadoras dos casinos em relação ao critérios”, diz, sendo que, o “Governo também irá discutir [com as operadoras] esses mesmos critérios”.
Ainda assim, mantém-se em cima da mesa a proibição total do fumo nos casinos, ideia que Alexis Tam continua a defender. “Discutimos isto porque o Governo tem sempre uma posição de assegurar a saúde dos residentes e turistas. É por isso que gostaríamos de implementar a proibição total do fumo nos casinos”, reforçou.
Sobre a avaliação às condições das operadores, Alexis Tam afirma que o Governo ainda não sabe como tudo irá acontecer e que só tomará decisões depois da consulta pública terminar.
Confrontado com os resultados de um estudo encomendado pelas operadoras, em Junho deste ano, que dava conta que a maioria de funcionários e clientes concorda com a criação de salas de fumo nos casinos, o Secretário volta a desvalorizar adiantando que confia mais no estudo levado a cabo pela própria Administração, que indicava número bem mais inferiores.
Ainda assim, Alexis Tam admite que os tempos são outros e a tendência poderá também ser diferente. “Este estudo foi efectuado há um ano mas, como sabem, a situação económica agora é diferente. Por isso, vamos ver qual é o resultado do próximo estudo”, assinalou.
Em discussão esteve ainda a proibição das salas de fumo no aeroporto e no Estabelecimento Prisional de Macau (EPM). “Atendendo a alguns exemplos internacionais, algumas cidades proibiram o fumo nos aeroportos, como por exemplo Pequim. Achamos que futuramente o número de aeroportos que vão cancelar as salas de fumo vai aumentar, contudo vamos acompanhar a situação. Temos abertura em relação à instalação e montagem ou manter ou não manter as salas de fumo no aeroporto de Macau”, esclareceu Alexis Tam.

7 Ago 2015

SS | Tribunal confirma punição a enfermeira que falsificou documentos

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma enfermeira do Centro Hospitalar Conde de S. Januário perdeu um recurso no Tribunal de Segunda Instância (TSI), que lhe confirmou uma acção disciplinar e aposentação compulsiva, além do pagamento da indemnização.
De acordo com um acórdão ontem tornado público, o caso remonta a 2011, quando a mulher se terá “aproveitado do mecanismo de cálculo de compensação por trabalho extraordinário adoptado pelo CHCSJ (compensação essa é calculada com base na hora em que conclui a consulta do último utente registada no sistema informático, acrescida de 20 minutos para arrumações)” para pedir pagamentos por horas que não teria feito. “Agiu repetidamente durante um longo período de tempo a furtar senhas de acesso ao sistema de informação clínico dos médicos para activar o referido sistema depois dos médicos concluírem as consultas e saírem do gabinete de consulta, lendo os registos clínicos dos utentes sem autorização e alterando as horas de armazenamento dos registos clínicos, para que recebesse as compensações pecuniárias de trabalho extraordinário por meio fraudulento”, pode ler-se no acórdão.
A 20 de Julho de 2012, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, proferiu um despacho, determinando a instauração de um processo disciplinar contra a enfermeira. Também o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, na altura Cheong U, proferiu um despacho no ano de 2013, determinando a aplicação de pena de aposentação compulsiva à profissional e a reposição das quantias de compensação por trabalho extraordinário indevidamente recebidas.
A mulher, contudo, interpôs recurso contencioso para o Tribunal de Segunda Instância, alegando vícios e falta de fundamentação nas decisões dos responsáveis.
O TSI, contudo, não admitiu as alegações. Todos os factos foram, segundo o tribunal, apurados para a punição e “foi demonstrada a falsificação dos registos de trabalho extraordinário pela recorrente”. A mulher alegou ainda violação da lei porque nem o relatório, nem o acto administrativo, indicaram as quantias exactas indevidamente recebidas que deveriam ser restituídas, mas o TSI considera que “embora o acto administrativo não mencionasse as quantias exactas, verificava-se do aludido acto que este remetia a liquidação para a Direcção dos Serviços de Saúde em conformidade com as informações da causa, cálculo que posteriormente foi efectuado, de que a recorrente foi notificada, não havendo, portanto, desrespeito” à lei. O TSI negou, então, provimento ao recurso, mantendo as decisões dos responsáveis da Saúde.

6 Ago 2015

Cabo Verde | Activistas contra casino-resort de David Chow

Cerca de 40 activistas estão a ocupar o espaço onde será erguido o novo empreendimento do empresário de Macau David Chow e asseguram que este é apenas o primeiro passo contra a construção. O presidente da Câmara da Praia já pediu ajuda às autoridades

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]presidente da câmara da Praia, Ulisses Correia e Silva, apelou ontem às autoridades para que desocupem o ilhéu de Santa Maria, onde cerca de 40 activistas estão acampados para impedir a construção do empreendimento turístico de David Chow.
“Era o que faltava as pessoas agora decidirem fazer a ocupação dos espaços públicos, espaços que pertencem ao património de toda a comunidade e do país”, disse Ulisses Correia e Silva, apelando para a intervenção das autoridades para desocupar o ilhéu de Santa Maria.
Cerca de 40 elementos do movimento “Korrenti di Ativista” estão, desde o início desta semana, acampados no ilhéu de Santa Maria, defronte à Cidade da Praia, em protesto contra a construção do empreendimento.
Os activistas, que se dizem dispostos a permanecer na ilha o tempo que for necessário para impedir o início das obras, defendem que o empreendimento irá servir sobretudo para trazer para Cabo Verde “lavagem de capitais, prostituição e turismo sexual”.
“Não está demonstrado, nem é intenção criar ali nenhum fenómeno de turismo sexual ou de turismo de droga ou de jogos que possam levar a situações de crime para o país”, sustentou Ulisses Correia e Silva, citado pela Rádio de Cabo Verde.
O presidente da câmara da Praia e líder do maior partido da oposição, o Movimento para a Democracia (MpD), defendeu as vantagens do empreendimento, alertando para o risco de, com estas acções, se “afugentarem investidores”.
“Não devemos criar quadros no nosso país que afugentem investidores, que conotem negativamente investidores, que criem estigmas”, disse Correia e Silva. “Posicionámo-nos favoravelmente a investimentos que possam trazer para a cidade da Praia e para Cabo Verde criação de riqueza, crescimento económico, emprego e rendimento, que é o que o país precisa”, sublinhou.
O empreendimento, cujo projecto foi recentemente apresentado na Praia e representa um investimento de 250 milhões de euros, ocupará uma área de 152.700 metros quadrados, que inclui o ilhéu de Santa Maria e parte da praia da Gamboa.
O complexo, que inaugurará a indústria de Jogo em Cabo Verde, prevê a construção de um hotel-casino a instalar no ilhéu de Santa Maria, uma marina, uma zona pedonal com comércio e restaurantes, um centro de congressos, infra-estruturas hoteleiras e residenciais na zona da Praia da Gamboa e uma zona de estacionamento.
Segundo o contrato assinado entre o Governo e a Legend Development Company, de David Chow, a concessão será de 75 anos prorrogáveis por mais 30 e prevê ainda a construção de um hotel na Ilha do Maio. Chow terá ainda o monopólio do Jogo.

Sem desistir

O empresário chinês David Chow, que é também cônsul honorário de Cabo Verde em Macau, diz que o projecto está pronto a arrancar e deverá estar concluído dentro de três anos. Estima-se que venha a criar mil postos de trabalho.
Apesar de não haver ainda data prevista para o arranque das obras, o movimento “Korrenti di Ativista” adianta que é preciso começar a mobilizar as pessoas contra o que consideram “um investimento para ricos”
O movimento “Korrenti di Ativista” é uma organização não- governamental cabo-verdiana que junta associações que intervêm junto das crianças e jovens dos bairros mais desfavorecidos da Cidade da Praia.
Os activistas estão acampados no ilhéu de Santa Maria.
“Estamos a ocupar a ilha. A ilha está abandonada e o Governo quer vendê-la e não podemos aceitar que um pedaço de terra de Cabo Verde seja vendido”, disse à agência Lusa João Monteiro, mais conhecido por UV, da Associação Pilorinhu, uma das que apoia crianças e jovens em risco.
“Nós, os pobres não temos nada a ganhar com isso”, sublinhou João Monteiro, que considera as perspectivas de emprego que o novo empreendimento pode gerar “muito fracas em relação às consequências sociais gravíssimas que daí advêm”.
João Monteiro alertou ainda para as consequências ambientais que a construção do complexo turístico terá em algumas espécies existentes na zona, que, acredita, irão desaparecer.
Os activistas adiantam que a ocupação da ilha é a primeira fase da estratégia de luta contra a construção do complexo turístico e apelam para a mobilização e o apoio da população para esta causa.
O HM tentou obter um comentário junto da Macau Legend de David Chow, mas não foi possível até ao fecho desta edição.

6 Ago 2015

Studio City abre a 27 de Outubro. Melco Crown espera 400 mesas

O projecto Macau Studio City abre portas no Cotai a 27 de Outubro com a estreia do filme “The Audiction”, filmado no resort. Lawrence Ho continua a querer mais do que 150 mesas de Jogo e considera o pedido de 400 mesas “realista”, face à concorrência

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Melco Crown Entertainment anunciou ontem oficialmente a data de abertura do seu empreendimento no Cotai. O Studio City abre portas a 27 de Outubro e a festa de inauguração contará com a estreia mundial do filme de Hollywood “The Audiction”, dirigido por Martin Scorsese e com a presença dos actores Leonardo DiCaprio, Robert de Niro e Brad Pitt.
Os jornalistas foram ontem convidados a visitar as obras do futuro resort da operadora detida pelo filho de Stanley Ho. Haverá nove salas de fumo dentro do casino, cerca de 600 quartos e ainda uma espécie de teleférico giratório no centro do edifício, intitulado “Golden Reel”, que vai permitir uma vista privilegiada do Cotai, a 130 metros de altura. Os visitantes poderão ainda experienciar a simulação do voo do Batman ou visitar a “Warner Bros. Fun Zone”, com personagens de desenhos animados.
Em conferência de imprensa, Lawrence Ho, director-executivo da Melco Crown, garantiu que o Studio City se trata de um projecto diferenciador. “De um modo geral queremos, com este resort, fazer a diferença. No Studio City esperamos que as componentes não Jogo possam ser rentáveis e precisamos de depender dos elementos de Jogo, que funcionarão como elementos de apoio financeiro.”
O responsável da Melco Crown continua à espera que o Executivo tome uma decisão quanto ao pedido de 400 mesas de Jogo. Recorde-se que o Deutsche Bank, citado pelo website GGRAsia, revelou que a operadora teria apenas direito a 150 mesas, mas Lawrence Ho continua a desejar mais.
“Sempre falámos em 400 mesas de Jogo e esperamos que o Governo de Macau retribua os nossos esforços feitos nos últimos anos. Não fizemos pedidos ridículos como as outras operadoras, de 600 ou mil mesas. Neste momento a questão está nas mãos do Governo. Estamos bastante preocupados com a questão da alocação das mesas e esperamos ter mais do que 150 mesas de jogo e 400 é um número realista.”

Um projecto diferente

Revelando uma postura optimista face ao futuro do sector, apesar da quebra das receitas, Lawrence Ho não deixou de comparar a actual fase de ajustamento da economia de Macau com o período de construção do City of Dreams (COD), inaugurado em 2009, após a crise do subprime dos Estados Unidos.
“Penso que há algumas semelhanças entre a abertura do COD, durante a crise financeira e a abertura do Studio City na fase em que a economia de Macau se encontra. Ultrapassámos esse processo e continuámos a crescer”, apontou.
O empresário do Jogo considera que o Studio City tem uma “localização privilegiada”, a qual será “capitalizada” com a inauguração da nova ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e do metro ligeiro.
“A nova ponte ficará concluída no futuro e não será necessário mais do que alguns minutos até chegar ao Studio City. Esta é uma das vantagens da nossa localização. A capacidade de Macau para os turistas vai ser muito maior. Em termos à nossa posição e diferenciação no mercado, estamos muito confiantes, porque isto vai ser um resort integrado diferente e único.”
Para Lawrence Ho Macau vai continuar a ter dificuldades em atrair turistas de países ocidentais. “A penetração do mercado do continente em Macau ainda é muito baixa, porque o grande tráfego de turistas tem vindo da província de Guangdong. Em termos geográficos isso não é muito distante. Haverá a capacidade para atrair mais visitantes da China que possam ficar mais noites e Macau será sempre um mercado chinês, mas vamos ver mais países asiáticos a visitar.”
Prevendo “uma fase difícil” nos próximos meses, devido ao ajustamento do mercado, Lawrence Ho não deixou de reagir ao cenário de uma possível crise económica vinda da China.
“O Produto Interno Bruto (PIB) da China está fortemente ligado a Macau e vemos que a queda das receitas está relacionada com a China. Como concessionária só podemos apoiar o Governo e temos estado a preparar-nos para a mudança”, disse, garantindo que o futuro do mercado passa pelo crescimento do jogo de massas e não do sector VIP. Para responder a isso, a operadora “espera que Macau tenha mais infra-estruturas”.

6 Ago 2015

Fundação Macau | Universidade Cidade de Macau com metade de apoios

A universidade ligada ao deputado Chan Meng Kam recebeu quase metade dos apoios fornecidos no segundo trimestre pela Fundação Macau, com mais de 200 milhões a servirem para despesas de ensino e outros 90 para obras de renovação do campus

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Universidade Cidade de Macau, instituição ligada ao deputado Chan Meng Kam, recebeu 46,2% dos quase 272 milhões de patacas distribuídos pela Fundação Macau em apoios no segundo trimestre do ano, foi ontem anunciado.
De acordo com a lista de apoios da Fundação Macau publicada no Boletim Oficial, a Fundação da Universidade Cidade de Macau recebeu dois apoios financeiros. Um primeiro de seis milhões de patacas para “despesas com o apoio ao ensino e aprendizagem, actividades académicas, estudos e investigação científica, subsídios de propinas e bolsas de estudo aos alunos” e, depois, 89,68 milhões de patacas para “obras de renovação do novo campus e a aquisição dos equipamentos pedagógicos”.
Apesar das obras no novo campus, a Universidade Cidade de Macau recebeu este ano, recorde-se, parte das instalações antigas da Universidade de Macau. Esta foi a única instituição privada a conseguir um espaço no local e ficou com uma parte considerável, com mais de 37.600 metros quadrados – o edifício administrativo e outros sete blocos, entre eles o centro cultural.  
Tudo somado, os apoios concedidos à Fundação perfazem 125,68 milhões de patacas, 46,2% dos quase 272 milhões de patacas distribuídos pela Fundação Macau entre Abril e Junho do corrente ano.

Outros premiados

Além da Universidade Cidade de Macau, dezenas de outras instituições foram contempladas com apoios financeiros, entre as quais a Universidade de Ciência e Tecnologia, que recebeu 50 milhões de patacas para actividades do seu plano anual, incluindo o “hospital Universitário, da Escola Internacional de Macau, e o Centro de Formação Médica para o Desenvolvimento Profissional, da Faculdade das Ciências de Saúde da Universidade”.
A Associação dos Conterrâneos de Chon Kong de Macau recebeu 5,4 milhões de patacas para organizar o grande encontro mundial dos conterrâneos de Chon Kong e as actividades das comemorações dos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Estes mais de cinco milhões são apenas a primeira prestação, indica ainda a rádio.
Entre as entidades beneficiadas estão também a Associação de Jovens Macaenses, a Santa Casa da Misericórdia de Macau, Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas ou a Associação dos Trabalhadores da Função Pública.

6 Ago 2015

São Lázaro | Filipinos detidos por pinturas em edifício classificado

A Polícia Judiciária (PJ) deteve cinco cidadãos de nacionalidade filipina por alegada pintura de grafittis em edifícios no bairro de São Lázaro. “A nossa investigação concluiu que o caso envolvia sete pessoas e cinco filipinos foram detidos no passado dia 3 [de Agosto]”, informou a PJ. “Quatro dos detidos admitiram ter cometido o crime e foram acusados de ‘dano qualificado’ e a polícia acredita que o quinto também está envolvido”, acrescentou a autoridade.
O caso remonta há cerca de duas semanas, quando o Instituto Cultural (IC) disse ter havido uma violação da Lei de Salvaguarda do Património Cultural com a pintura de grafittis nas fachadas de um edifício na Rua de Sanches de Miranda e outros prédios próximos do bairro de São Lázaro.
De acordo com a PJ, alguns dos acusados defenderam-se, justificando o acto com o facto de estarem alcoolizados, concluindo que se tratava de uma brincadeira. “Alegaram que foi uma brincadeira. O seu comportamento provocou danos no património cultural. Apelamos aos cidadãos que tenham cuidado com o comportamento e não adoptem atitudes que possam violar a lei”, afirmou o porta-voz da PJ, Chan Cho Man, segundo notícia da Rádio Macau.
O caso seguiu já para o Ministério Público. O IC disse criticar “fortemente os comportamentos desadequados”, frisando que a execução de pinturas ou inscrições em paredes exteriores de edifícios protegidos constitui uma violação a um dos artigos da legislação em vigor. A eventual danificação permanente dos edifícios pintados pode mesmo constituir ilícito criminal. De acordo com o canal chinês da rádio, o IC despendeu cerca de 21 mil patacas para recuperar os locais danificados.

5 Ago 2015

GIF | Transacções ilegais aumentaram 14%

O Gabinete de Informação Financeira confirma: as transacções ilegais aumentaram 14% no ano passado e a maioria é proveniente do sector do Jogo

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]número de queixas de transacções suspeitas, durante o ano passado, aumentou 14% comparativamente ao ano de 2013. Os números surgem no relatório anual de 2014 do Gabinete de Informação Financeira (GIF), tornado público no final do mês passado.
O Gabinete indica que este aumento no número de relatórios das transacções suspeitas (STRs, na sigla inglesa) “é demonstrativo de uma tendência de melhoria dos sectores, designadamente do sector da indústria do Jogo, traduzido, neste caso, por uma preocupação crescente relativamente ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo”.
Segundo os dados publicados no relatório, 1375 queixas referem-se ao sector do Jogo, perfazendo um total de 75% do número total das queixas recebidas. O GIF indica ainda que 441 dizem respeito ao sector financeiro, menos 3,5% do que no ano de 2013, “o que demonstra que o aumento do número de relatórios tem origem maioritariamente no sector do Jogo”.
Comparando com o ano de 2013, este sector manifestou um aumento de 20,4%, subida que está relacionada, defende o GIF, pela adopção, por parte das concessionárias de Jogo de “novas políticas directamente relacionadas com a implementação de medidas de diligência relativas à identificação dos seus clientes e ao controlo das transferências de capitais”.
Relativamente às queixas de transacções ilegais em que não é possível a identificação do cliente, o GIF indica que existe um decréscimo que se tem registado de forma contínua.

Fichas em cima da mesa

Quanto à tipologia dos casos, o GIF indica que é a “conversão de fichas sem actividade de jogo significativa” que mais recolheu queixas (766), seguindo-se as “transferências electrónicas suspeitas”, com 346 queixas e “uso de cheques/notas promissórias/transferências bancárias para a transferência de fundos”, com 274.
Superando as 150 cada, estão as queixas sobre “actividades de obtenção dos elementos de identificação”, os “levantamentos de quantias excepcionalmente elevadas” e os “depósitos em numerário de quantias elevadas impossível de verificação da origem dos fundos”.
Ao Ministério Público (MP) foram entregues 163 relatórios, correspondendo a um aumento de 10,9%, comparativamente aos 147 remetidos em 2013. O aumento, justifica o GIF, está “relacionado com o aumento de casos instruídos em que a informação suplementar foi facultada ao MP”. Relativamente ao número de novos casos de participação “efectivamente remetidos” ao MP, este registou, indica o relatório, um “ligeiro decréscimo”.

5 Ago 2015

Hotel Estoril | Souto de Moura também defende demolição do edifício

O arquitecto Eduardo Souto de Moura diz preferir um “projecto novo” para o espaço onde se encontra o Hotel Estoril. Detentor de um prémio Pritzker, tal como Álvaro Siza Vieira, Souto de Moura diz que “a fachada não tem grande interesse”, por comparação à modernidade que se pode vir a obter com a nova concepção

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]debate de ideias sobre o destino a dar ao novo edifício do velho Hotel Estoril tem sido intenso, sobretudo desde que o arquitecto Álvaro Siza Vieira, detentor de um prémio Pritzker e futuro autor do novo projecto para a zona do Tap Seac, defendeu a total demolição da fachada e edifício que alberga o hotel.
O HM contactou o arquitecto Eduardo Souto de Moura, também galardoado com o Pritzker em 2011, por forma a saber a sua opinião sobre o projecto. E também ele concorda com as ideias avançadas por Siza Vieira.
“Entre um projecto dos anos 60, cuja fachada considero que não tem grande interesse, do que me lembro e pelas fotos que enviou, e um projecto do arquitecto Álvaro Siza, do século XXI, prefiro um projecto novo”, disse Souto de Moura numa resposta enviada por email.
O desenho da fachada data de 1964 e foi elaborado pelo arquitecto italiano Osco Acconci, também autor de outros projectos em Macau.
Foi no mês passado que o Governo anunciou, através de um comunicado oficial, ter reunido com Álvaro Siza Vieira, por ocasião de um encontro entre o arquitecto português e o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, no Porto.
Nesse encontro Siza Vieira terá feito as suas sugestões, sendo que só em Setembro é que a tutela de Alexis Tam tomará a decisão final. Segundo o comunicado, “Alexis Tam disse que o arquitecto propôs o desenvolvimento de um novo projecto, ou seja, não manter a fachada, porque considera que esta não integra o importante património cultural de Macau”. Isto porque “caso a fachada seja preservada, será necessário uma obra maior com um período de construção mais longo, para que o espaço se transforme num centro de actividades recreativas e culturais para os jovens, onde haverá áreas preparadas para acolher várias actividades juvenis e um parque de estacionamento subterrâneo”.
O HM tentou contactar o arquitecto Álvaro Siza Vieira para maiores esclarecimentos sobre a sua posição, mas até ao fecho desta edição – e quase uma semana depois do contacto – não foi obtida qualquer resposta.

[quote_box_left]“Entre um projecto dos anos 60, cuja fachada considero que não tem grande interesse (…) e um projecto do arquitecto Álvaro Siza, do século XXI, prefiro um projecto novo” – Eduardo Souto de Moura, arquitecto[/quote_box_left]

Opiniões opostas

Em Macau, arquitectos e especialistas têm mostrado posições divergentes quanto ao futuro de um edifício icónico para a zona do Tap Seac. O primeiro sinal de que a demolição total estava em cima da mesa chegou no mês passado, no âmbito de uma reunião do Conselho do Património Cultural (CPC). Três membros defenderam a demolição do prédio e fachada, incluindo o deputado nomeado e empresário Lau Veng Seng.
“Se pudéssemos coordenar com outras instalações à volta seria muito bom, uma vez que a área utilizada não é muito grande. Como uma área tão pequena acho que vai ser difícil [recuperar], era bom conseguir aproveitar os recursos do solo. Se o mural deve ser conservado? Temos de ouvir as opiniões, mas a minha é que é melhor demolir e depois reconstruir.”
Carlos Marreiros, em declarações ao HM, defendeu a demolição do edifício, mas não quis avançar a sua opinião sobre o destino a dar à fachada do antigo hotel.
“Preservar o edifício? Nunca fui apologista disso, seria um esforço com preços elevados e os espaços poderiam não ser adequados para as novas funções do edifício”, concluiu o arquitecto.
Em artigos de opinião publicados no HM, vários arquitectos locais têm mostrado a sua indignação perante a posição de Siza Vieira. “Esta declaração pública, da ausência de qualidade arquitectónica do velho Hotel e da sua insignificância destrutível, é agressiva, cruel e ofensiva”, escreveu Eduardo Flores no artigo “Olhem de novo”. Também Maria José de Freitas escreveu uma carta aberta ao “mestre” da arquitectura. “A notícia caiu como uma bomba sobre todos nós, colegas e cidadãos aqui em Macau. Somos agora postos perante a circunstância de o ter a projectar para Macau, o que é sem dúvida uma honra, mas que traz consigo uma novidade: para haver construção terá de ocorrer a destruição do antigo Hotel Estoril! Ora, esse hotel que vai ser destruído tem um rosto, representa uma história e essa história tem relevo no panorama da arquitectura modernista na cidade”, defendeu a arquitecta.

5 Ago 2015

Caso colectivo de gastroenterite devido a sandes

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde (SS) detectaram esta segunda-feira um caso colectivo de gastroenterite, com residentes de Macau a sentirem os sintomas após terem consumido sanduíches oriundas de Taiwan, da marca “Horng Ryen Jen”. Segundo o comunicado, “foram adquiridas duas caixas, cada uma possuindo oito sandes. As caixas foram adquiridas por amigos dos doentes directamente de Taiwan e levados para Hong Kong”, sendo que uma das caixas foi trazida para Macau.
“Duas famílias com cinco pessoas consumiram separadamente as respectivas sandes durante a manhã dos dias 28 e 29 de Julho. Entre sete a vinte horas após o consumo, duas pessoas manifestaram indisposição sendo que um deles, no dia 31 de Julho, teve choque séptico, necessitando de ser submetido a um tratamento de monitorização, devido à sua situação caso grave, no Hospital Kiang Wu”. Actualmente, o homem está em estado considerado clinicamente estável mas ainda necessita de internamento. O outro doente encontra-se em estado normal, explicam os SS. Os três amigos que consumiram o produto em Hong Kong também mostraram sinais de gastroenterite, com “indisposição como febre, dores abdominais, vómitos e diarreia”, tendo recorrido a tratamento médico.
Os SS já analisaram o caso, com amostras laboratoriais, e confirmam que “existe uma enorme probabilidade de este incidente ser considerado uma infecção colectiva de gastroenterite” por salmonela. O Governo da RAEHK já baniu as sandes, depois de outras 46 pessoas terem também sido afectadas. Em Macau, segundo a Rádio não há destas sandes à venda.

5 Ago 2015