Hoje Macau SociedadeTurismo | Congresso da APAVT arranca na próxima semana [dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] já no próximo dia 23 que Macau acolhe o 43º congresso da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT), em parceria com a Direcção dos Serviços de Turismo, que decorre até ao dia 27. O lema desta edição do evento é “Turismo: A Oriente, tudo de novo!”. Segundo um comunicado oficial, participam este ano cerca de 650 delegados. Haverá ainda lugar a um debate entre Jaime Gama, ex-presidente da Assembleia da República portuguesa e Jaime Nogueira Pinto, politólogo e empresário. Esta conversa será moderada pelo jornalista José Manuel Fernandes. A lista de oradores de Portugal inclui ainda o antigo ministro da Economia e consultor, Augusto Mateus, empresário e actual administrador da TAP Air Portugal, Diogo Lacerda Machado, académico e empresário, Paulo Amaral, consultor internacional, Jeff Archambault, director-geral para a região da Grande China da Travelport, Ming Foong, entre outros. Na cerimónia de abertura participam o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, a secretária de Estado do Turismo de Portugal, Ana Mendes Godinho, e o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira. O mesmo comunicado aponta que “as sessões de trabalho do congresso irão debruçar-se sobre temas como Portugal e as relações com o oriente, as oportunidades trazidas para o turismo pela transformação digital, o papel do turismo na reinvenção do crescimento económico em Portugal, entre outros”. Será ainda realizado um workshop e uma bolsa de contactos para “promover oportunidades de negócios em turismo entre o Interior da China e Portugal, tirando partido do papel de Macau como plataforma de relações entre a China e os países de língua portuguesa”.
Andreia Sofia Silva SociedadeAutocarros | Nova Era obrigada a pagar indemnização [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Tribunal de Última Instância condenou a concessionária Nova Era e um condutor da empresa a pagar uma indemnização superior a dois milhões de patacas a um outro condutor que sofreu um acidente de viação em contexto de trabalho. A seguradora chegou a ser condenada pelo Tribunal Judicial de Base ao pagamento da indemnização, mas o TUI considerou que apenas a Nova Era e o condutor (que causou o acidente) devem fazê-lo. O caso remonta a Agosto de 2012, quando um acidente de viação entre dois autocarros da Nova Era (à data, Reolian) causou uma incapacidade permanente de 38 por cento a um dos condutores, pelo facto de este ter ficado “preso entre dois autocarros” após uma má travagem, explica o acórdão. Por esta razão, o lesado recebeu “a título de indemnização por incapacidade permanente, proveniente do acidente de trabalho”, um valor superior a 528 mil patacas. Em 2015 o lesado havia deduzido um pedido de indemnização civil contra o condutor do autocarro, a própria Reolian e a seguradora, tendo o Tribunal Judicial de Base decidido absolver apenas a seguradora, pelo facto do lesado “não estar coberto pelo seguro de responsabilidade civil automóvel da sua entidade patronal”. A Nova Era recorreu da sentença, mas perdeu a causa. O TUI considerou que, “no que concerne aos empregados do segurado, a lei, ao excluí-los da garantia do seguro automóvel obrigatório, teve certamente em atenção que eles beneficiam, em regra, do seguro por acidentes de trabalho, pelo que não faria sentido uma duplicação de indemnizações”.
Victor Ng Manchete SociedadeTrânsito | Associações criticam confusão nas Portas do Cerco O Centro da Política da Sabedoria Colectiva publicou um relatório onde propõe melhorias no planeamento das paragens de autocarro das Portas do Cerco. Uma das propostas passa pela unificação das informações das três concessionárias e a mudança do terminal provisório para perto do posto fronteiriço [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma das situações mais problemáticas do trânsito local, evidenciada pelo tufão Hato, é o acesso aos transportes públicos na zona das Portas do Cerco. Nesse sentido, o Centro da Política da Sabedoria Colectiva elaborou um relatório onde procurou soluções para os problemas de quem usa as paragens da zona. Tendo em conta a confusão existente na atribuição de informações sobre os novos arranjos das carreiras, Chan Ka Leong, vice-presidente do Centro da Política da Sabedoria Colectiva, considera que a confusão se deve ao facto de as informações fornecidas serem dadas pelas três concessionárias de forma distinta. Uma situação que o Governo devia coordenar, por exemplo, usando cores diferentes para distinguir as respectivas companhias e juntando fotos com os sítios das paragens das várias carreiras. Relativamente às medidas de melhorias para o trânsito na zona, o relatório apontou que o lado oeste da Praça das Portas do Cerco é o sítio mais adequado para o terminal provisório de autocarros. A escolha do local tem a ver com a proximidade do posto fronteiriço e com o tamanho que deve ser suficiente para acolher e centralizar até 60 por cento das carreiras que ficavam no Terminal das Portas do Cerco antes de este fechar. Além disso, o estudo sugere que, após a consulta feita aos profissionais na área de engenharia, se recupere parcialmente o terminal de autocarros fechado para poder ser aberto ao público enquanto as obras estão em curso. Estudo engavetado Em conferência de imprensa, o vice-presidente do Centro falou também do relatório recentemente divulgado sobre o Plano Conceptual de Intervenção Urbanística da Zona do Posto Fronteiriço das Portas do Cerco e Envolvente. “O Governo, em 2010, fez um concurso público e utilizou nove milhões num estudo que não saiu da gaveta até a ocorrência do tufão Hato, depois da pressão popular”. Chan Ka Leong espera que o Governo dê alguma utilização ao referido estudo. No que diz respeito ao anúncio das LAG, o vice-presidente do Centro espera boas novas por parte do Governo relativamente à resolução para o trânsito das Portas do Cerco. Nomeadamente que as obras sejam rápidas e que o terminal tenha instalações com uma qualidade satisfatória. A presidente da Associação de Assistência Mútua dos Moradores do Bairro Artur Tamagnini Barbosa, Leong Kuan I, denuncia a falta de coberturas nas paragens de autocarros.
Hoje Macau SociedadeDavid Chow | Landmark vendido por 4,6 mil milhões [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] empresário David Chow finalizou o acordo para vender o edifício Landmark, por 4,6 mil milhões de dólares de Hong Kong. Os termos do negócio foram comunicados, na sexta-feira, à bolsa de Hong Kong, pela empresa Macau Legend, detida por Chow, e envolve a transferência do espaço e da gestão do casino. As empresas compradoras são todas de Macau, sendo que a Dong Lap Hong Property Investment vai tornar-se a maior accionista, com uma participação de 58 por cento. Esta é a única empresa das envolvidas que não foi criada no dia anterior ao comunicado à bolsa. As restantes são a Tong Lap Tak Real Estate Limited, Tong Hong Wan Real Estate Limited e Tong Tak Cheng Real Estate Limited e foram todas constituídas a 9 de Novembro, em Macau. Os proprietários não são identificados. Como o negócio envolve a gestão do casino, está ainda pendente da aprovação da Sociedade de Jogos de Macau, detentora da licença com que o casino é operador, e da Direcção de Inspecção e Coordenação dos Jogos. Tap Seac | Exposição deu início ao Grande Prémio [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma exposição de dois dias, na Praça do Tap Seac, deu início ao 64.º Grande Prémio de Macau, numa cerimónia que contou com a participação de motociclistas, como o português André Pires, vencedor das últimas duas edições, Peter Hickman e Michael Rutter, recordista de vitórias na prova. Durante dois dias os moradores puderam ver de perto alguns dos carros e das motos que vão participar nas provas, assim como o Mercedes Dallara de Fórmula 3 com que António Félix da Costa venceu o Grande Prémio, pela segunda vez, no ano passado. A cerimónia de início do Grande Prémio contou ainda com a presença do secretário para a os Assuntos Socais e Cultura, Alexis Tam.
Hoje Macau SociedadeDoca dos Pescadores | Dezoito turistas feridos em acidente [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m total de 18 turistas ficou ferido no sábado, após um acidente de viação que envolveu dois autocarros turísticos e um ligeiro de sete lugares. A colisão aconteceu na Avenida da Amizade, à frente da Doca dos Pescadores, e os envolvidos que necessitaram de ser transportados para o hospital já tiveram alta. O choque terá acontecido quando o condutor da viatura privada tentava evitar atingir as pessoas que atravessavam a passadeira e acabou atingido por trás por um dos autocarros. Por sua vez, o condutor do segundo autocarro não conseguiu evitar a colisão, acabando por acertar, também por trás, no outro veículo pesado. Segundo a informação das autoridades, os 18 feridos são todos do Interior da China e têm idades entre os 25 e 68 anos. Entre as pessoas transportadas para o Serviço de Urgência do Hospital Conde de São Januário, apenas uma era do sexo masculino. O caso mais grave aconteceu com uma turista do sexo feminino, a quem ainda foi feita uma radiografia ao crânio. No entanto, os resultados não mostraram qualquer anormalidade pelo que a pessoa encontrando-se em “estado clínico considerado bom” não necessitou de ser internada e teve alta clínica no sábado. Além das queixas ao nível da cabeça, a pessoa em causa sofreu um corte no braço direito. Os restantes turistas tiveram lesões mais leves, com hematomas e cortes superficiais. Segundo as autoridades todos tiveram “alta após tratamento e exames”. O acidente aconteceu mais de um ano depois do acidente na Rua de Entena. Na altura o condutor do autocarro turístico esqueceu-se de travar a viatura, e o veículo embateu num edifício. Na altura, 32 pessoas ficaram feridas, das quais uma turista ficou em estado muito grave com lesões na cabeça.
Victor Ng SociedadeHato | Proprietários de carros inundados querem compensações [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s proprietários dos carros inundados com a passagem do tufão Hato pelo território querem medidas de reembolso e de ajuda nas despesas de cancelamento de matrícula. A ideia foi deixada ontem em conferência de imprensa dada pela recente aliança de vários grupos que, em comum, têm o facto de serem constituídas por pessoas que perderam os seus veículos devido às inundações. A conferência contou com a presença do deputado Sulu Sou, que criticou o Governo por ainda não ter apresentado medidas satisfatórias sobre a prevenção de catástrofes, e, pior ainda, não ter resolvido alguns dos problemas deixados pela passagem do Hato, nomeadamente o seguimento dado aos casos que envolvem os carros danificados e a falta de medidas para compensar os proprietários afectados. Stanley Ip, membro da união recém-formada, queixa-se da medida do Governo em que só os proprietários que adquirirem novos automóveis podem obter apoios. “Será que os lesados que não querem comprar novo veículo não são lesados ou não foram afectados?”, interroga. O mesmo representante criticou ainda os procedimentos relativos ao cancelamento de matrículas dos veículos inundados. Leong Kin Keong, outro representante da união, pede que sejam devolvidos aos lesados os impostos já pagos, e, tendo em conta que o Governo começou a vender em hasta pública os veículos com matrículas canceladas, o dinheiro obtido deveria ser deduzido nas despesas administrativas e voltar para os próprios lesados. De acordo com Sulu Sou, os lesados vão reunir-se na terça-feira com o director da Direcção dos Serviços de Economia (DSE) e com a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) para apresentar as suas queixas.
Hoje Macau SociedadeDroga | Consumo de metanfetaminas aumentou entre os mais jovens Os jovens de Macau consumiram mais cristal de metanfetamina, conhecido localmente por “ice”, em relação ao ano passado. Também os custos mensais para sustentar o vício aumentaram 36,4 por cento no primeiro semestre deste ano [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s consumidores de estupefacientes inscritos no Sistema de Registo Central dos Toxicodependentes do Instituto de Acção Social (IAS), gastam mensalmente cerca de 10 mil patacas em droga. Os dados foram revelados pelos serviços de acção social que acompanham os casos dos consumidores de drogas. A despesa mensal com drogas aumentou 36,4 por cento no primeiro semestre deste ano, para uma média de 10.218 patacas, comparativamente ao período entre Janeiro e Junho do ano passado, em que a média despendida era de 7.489 patacas. Este valor corresponde aos consumos reportados por 311 pessoas inscritas no registo central, menos 63 do que em igual período de 2016, segundo dados apresentados após uma reunião plenária da Comissão de Luta Contra a Droga. O número resulta do registo voluntário de pessoas, e de informações fornecidas por 18 entidades, incluindo polícia judiciária, polícia de segurança pública e organizações não-governamentais, “mas não reflecte a população toxicodependente de Macau”, disse em conferência de imprensa a chefe do departamento de Prevenção e Tratamento da Dependência do Jogo e da Droga do IAS, Hoi Va Pou. Cristal boémio Apesar de se manter como a droga mais consumida, o “ice” representou 30,4 por cento do consumo total de estupefacientes, uma valor menor 4,6 pontos percentuais comparativamente aos 35 por cento no primeiro semestre de 2016. O “ice”, ou cristal de metanfetamina, manteve-se como a droga mais consumida pelos jovens em Macau, aumentando para 55,6 por cento no primeiro semestre deste ano, mais oito pontos percentuais em relação aos 47,4 por cento entre Janeiro e Junho de 2016. O consumo de droga entre os jovens (16 a 20 anos) representou 5,5 por cento do total (17 pessoas entre 311), quando nos primeiros seis meses de 2016 representava 4,8 por cento (18 pessoas entre 374). Macau tem em vigor uma nova lei da droga desde o final de Janeiro, que aumentou as penas para o consumo, de um máximo de três meses para um ano.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeErro médico | Serviços de Saúde condenados por falha em diagnóstico O Tribunal Administrativo condenou os Serviços de Saúde ao pagamento de uma quantia superior a 120 mil patacas aos pais de um menor. Em causa está um mau diagnóstico efectuado nas urgências do hospital Conde de São Januário após uma queda que resultou numa fractura. Sem uma solução, o menor teria ficado com uma deficiência permanente no braço [dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]udo começou em Março de 2010 quando um jovem português, menor de idade, caiu na escola e magoou o braço. As dores intensas e o inchaço fizeram com que os pais o levassem às urgências do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) para um diagnóstico que se revelou errado: havia uma fractura e o médico da urgência não soube detectar o problema através do raio-X realizado. Além disso, não encaminhou o jovem para uma consulta de ortopedia. Os pais decidiram levar o caso à justiça e a decisão do Tribunal Administrativo (TA) foi conhecida no passado dia 6 de Outubro: os Serviços de Saúde (SS) vão ter de pagar mais de 120 mil patacas aos pais do jovem por danos patrimoniais e não patrimoniais, segundo o acórdão a que o HM teve acesso. O TA decidiu-se por este valor uma vez que os pais do menor acabaram por se deslocar a Hong Kong para a realização de uma operação cirúrgica, que custou cerca de 90 mil patacas, além de despesas adicionais. O TA considerou que o médico dos serviços de urgência do CHCSJ “não tomou as medidas necessárias para assegurar a precisão e certeza do diagnóstico do paciente, violando as regras de ordem técnica e prudência comum exigível ao exercício de função médica”. “Atendendo a que o diagnóstico feito pelo médico de Hong Kong envolve pouca complexidade, sendo acessível a qualquer médico médio, significa que o exame da ferida do braço necessita de algum conhecimento técnico de ortopedia, pelo que o [médico da urgência do CHCSJ] deveria socorrer-se de um especialista no serviço para consulta de imediato, ou pelo menos encaminhar o menor para uma consulta posterior da especialidade.” Além disso, o médico em questão “chegou a praticar um acto ilícito”, ao tirar “uma conclusão precipitada e incorrecta com dados facultados na altura, o que, conducente à qualificação de ‘simples’ da situação do menor e à adopção do tratamento ‘errado’, ainda que o tratamento prescrito não se tenha revelado lesivo para a saúde ou vida do menor”. “Foi de modo inadequado e não imediato”, revela o acórdão. Ainda assim, o TA entendeu que a negligência não foi “grave ou grosseira”, porque o médico “seguiu o procedimento normal para o exame do paciente e foi por falta de conhecimento técnico e experiência na especialidade de ortopedia que fez um diagnóstico errado da lesão do menor”. “Não é de considerar que essa falha foi resultado directo da sua diligência e zelo manifestamente inferiores àqueles a que se achava obrigado em razão do cargo”, acrescenta o TA. O HM sabe que decisão do TA foi tomada após a constituição de uma junta médica composta por três médicos, dois deles do hospital Kiang Wu e pedidos das três entidades envolvidas no processo: os pais do menor, o CHCSJ e o tribunal. Com base nos documentos e exames apresentados, foi decidido por unanimidade que o jovem tinha fracturado o braço. Privado com diagnóstico A primeira ida do menor às urgências revelou-se infrutífera: nos dias seguintes as dores não paravam, apesar da prescrição do médico do CHCSJ, que lhe receitou meia ampola de Diclofenac, “bem como de pomadas e medicamentos”. Na urgência colocaram-lhe ainda uma “ligadura no braço direito”, “sem marcação de encaminhamento ou consulta posterior na especialidade de ortopedia”. Apesar do médico ter pedido o raio-X, “não reconheceu que o cotovelo do braço direito do menor foi dobrado no ângulo de noventa graus, com inchaço e dores”. Os pais decidiram então recorrer a um médico no sector privado, que verificou de imediato que a existência de fractura no braço magoado. “Foi no dia seguinte a fractura observada na consulta do médico especialista exercida no sector privado na RAEM, através do exame do novo raio-X tirado nesse dia”, lê-se no acórdão do TA. Em Hong Kong, os médicos iriam decidir-se pela operação, pois, caso contrário, o jovem menor poderia ficar com uma pequena deficiência permanente: não poderia voltar a estender o braço na totalidade. “Foi diagnosticada a fractura do côndilo medial do braço direito na consulta junto da ortopedista em Hong Kong alguns dias posteriores à queda, o que levou [o pai do menor] a aceitar a recomendação de se realizar a cirurgia imediata em Hong Kong, para reduzir os riscos da não reunião ou deformação do osso.” Os juízes afirmaram ainda compreender o facto dos pais do menor se terem deslocado a Hong Kong para resolver este caso quando o seu filho tem direito a cuidados de saúde gratuitos no serviço público de saúde em Macau. “É compreensível e não fora de expectativa que os pais, face às queixas continuadas de dores do filho menor, tenham recorrido a outro pessoal médico para opiniões técnicas. É também compreensível que se tenham preocupado com a situação do menor diagnosticada pelo médico de Hong Kong e que tenham aceite a sugestão de se realizar a cirurgia imediata em Hong Kong, para reduzir os riscos da não união ou deformação do osso.” É referido, neste contexto, que os pais do menor “perderam a sua confiança na adequação e eficácia do tratamento oferecido ao seu filho junto do serviço de saúde pública”.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeSARS | Doente zero da epidemia detectado em Hong Kong há 15 anos Foi em Março de 2003 que o primeiro doente com a Síndrome Respiratória Aguda foi descoberto na zona de Kowloon Bay, em Hong Kong. Era o início da presença da epidemia que matou 299 pessoas na região vizinha e 800 em todo o mundo. Em Macau as fronteiras fecharam, houve poucos doentes e nenhuma morte. Rui Furtado, médico, recorda: “tivemos sorte, porque, se tivéssemos tido muitos doentes, as instalações que tínhamos não chegavam” [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m homem de 33 anos dormia no apartamento do seu irmão, localizado no Bloco E do edifício Amoy Gardens em Kowloon Bay, Hong Kong, depois de mais uma sessão de diálise. Nessa noite teve diarreia e voltou depois para Shenzen, sem saber que, já aí, era portador da Síndrome Respiratória Aguda (SARS). Em Março de 2003 a SARS chegou a Hong Kong e depois a Macau, após já estar no mundo inteiro. As fronteiras fecharam e accionaram-se os mecanismos possíveis de prevenção e tratamento para uma epidemia da qual se sabia muito pouco. Rui Furtado, médico, recorda que, à época, as instalações disponíveis no Centro Hospitalar Conde de São Januário não eram suficientes caso a RAEM tivesse tido a má sorte que atingiu Hong Kong, com a morte de 299 pessoas. “Era uma situação nova, mas Macau seguiu os padrões para doenças infecciosas e epidemias. Criaram-se enfermarias próprias para receber esses doentes e felizmente houve poucos casos, mas tivemos sorte, porque se tivéssemos tido muitos doentes as instalações disponíveis não chegavam” contou ao HM. Para Rui Furtado, a SARS deixou alertas para o futuro, a que não é alheio o facto do Governo estar a construir uma nova unidade para doenças infecto-contagiosas, a ser inaugurada em 2019. “Criaram-se planos para evitar novas epidemias que ainda hoje estão em vigor. A construção da nova unidade para doenças infecto-contagiosas vem na sequência dessa situação.” O médico português, que entretanto deixou de exercer funções no serviço público, recorda o grande desconhecimento que existia, não só junto da comunidade médica, mas também junto da população. “Era uma epidemia de difícil controlo. As pessoas não sabiam como se tratava, foram tomadas medidas e o que resultou para o futuro é que passou a haver mais cuidado com as epidemias e com os cuidados primários. Houve mais atenção aos primeiros sinais epidémicos, passou a haver o controlo nas fronteiras. Depois da SARS houve outros casos. Criaram-se guias para se fazer a prevenção.” Conferência em chinês Paulo Azevedo, director-geral da empresa de media De Ficção Multimédia, era na altura chefe de redacção do diário Ponto Final e protagonizou um momento de revolta quando os SS decidiram, no âmbito da SARS, organizar uma conferência de imprensa sem tradução do chinês para português, deixando parte da população sem acesso a informações vitais sobre a epidemia. “O Jornal Tribuna de Macau chegou a colocar esse caso na primeira página”, recordou Paulo Azevedo ao HM. “Houve uma conferência de imprensa dos SS no hospital Conde de São Januário e foi apenas em chinês. Eu ouvi os senhores, nem sequer havia tradução, levantei-me e disse que assim não valia a pena [estar ali], que não respeitavam a Lei Básica e que não estava ali a fazer nada, e fui-me embora.” Na altura, “havia departamentos que utilizavam o português, e outros usavam umas vezes, outras não. Não era algo intencional. Era um pouco baldas, e ainda hoje é assim”, explicou Paulo Azevedo. O residente em Macau recorda um período de medo em que todos se tentavam preparar para aquilo que viesse a acontecer. O desconhecimento era generalizado e os SS também tinham as suas falhas, como lembrou o jornalista. “Estávamos todos preocupados, porque falava-se que podia ser uma peste tão grande como a peste espanhola que, no século XIX, dizimou centenas de milhares de pessoas. Era algo bastante novo. Estávamos a ver no que ia dar, a esperar que ninguém do nosso círculo mais próximo fosse atingido.” “Havia notícias de mortes em todo o lado e não sabíamos mais nada. Tenho pena de o dizer, mas os nossos SS não são propriamente de topo mundial. Estávamos um pouco preocupados porque eram muitos mortos, em muitos países. Mas fazer o quê?”, referiu ainda. Maior preparação Mesmo que Macau esteja no caminho da integração regional, dado a existência de planos como da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, que vai representar um maior fluxo de pessoas e de comunicações, Rui Furtado acredita que haverá medidas preventivas suficientes em casos como o da SARS. “A OMS tem guias para estas situações e Macau o que tem de fazer é seguir isso e saber alguma coisa além desses guias”, disse, sem esquecer que “nenhum território está preparado para responder a uma epidemia deste género”. “Estas doenças não são todas iguais, tudo depende do número de casos. Se forem 20 casos, Macau está preparado, se forem 50 casos, Macau está mais ou menos preparado, mas se forem 500 ninguém está preparado. Se houver duas unidades de internamento cheias com este tipo de doentes, para onde vão as pessoas? Nunca se está plenamente preparado.” Contudo, “para uma primeira fase para encarar uma epidemia, Macau está preparado”, frisou Rui Furtado. Também o jornalista Paulo Azevedo acredita que hoje há uma maior resposta a situações como a de há 15 anos atrás. “A OMS agora está mais atenta a estes vírus e epidemias. Primeiro foi a SARS, depois houve a febre das galinhas, por exemplo, e há uma maior atenção. A directora-geral é de Hong Kong (Margaret Chan). Há um outro tipo de alertas mais rápidos para os governos e direcções de saúde”, disse. Num artigo recente sobre os 15 anos do paciente zero da SARS, a revista Time Out de Hong Kong lembrou que o hábito de usar máscaras na rua, tão comum em Pequim por causa da poluição, tem uma outra origem em Hong Kong e Macau. Todos tinham medo da SARS e essa era a primeira forma de protecção. Depois da saída do paciente zero para Shenzen, 200 pessoas que viviam no edifício Amoy Garden foram hospitalizadas e diagnosticadas com a SARS. Só no final do mês de Março de 2003 é que o Governo decidiu implementar uma ordem de quarentena para todos aqueles que viviam no mesmo bloco de apartamentos onde tinha estado o infectado. No total, Hong Kong registou 1755 ocorrências, e os casos do bloco Amoy Gardens representaram 20 por cento do total. No mundo houve mais de oito mil infectados. A Time Out lembra ainda que a SARS começou a espalhar-se a partir da província de Guangdong, que demorou a comunicar o registo dos primeiros doentes com as autoridades de Hong Kong. Em Macau, o Governo fez de tudo para evitar o contágio e a propagação. Chegaram a ser instalados detectores térmicos infra-vermelhos “para acelerar os trabalhos de despistagem de pessoas com sintomas suspeitos da doença, à entrada e saída das fronteiras do território”, referiam os comunicados oficiais da altura. Em Abril de 2003, surgiu o primeiro caso de suspeita de contágio da SARS, que veio a revelar-se infundado. “Os SS acreditam, todavia, após averiguação detalhada e cuidadosa, que a notícia teve a ver com duas situações observadas: um toxicodependente de 26 anos de idade, que mora no Bairro da Areia Preta, com um abcesso pulmonar, e uma criança de 6 anos de idade, com nedio otitis”, refere um outro comunicado oficial.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeWebSummit | Participante queixa-se do fraco apoio do IPIM Macau esteve representada naquele que é considerado um dos maiores eventos da área tecnológica e de plataformas digitais com uma pequena comitiva. A KNJ Investment, nova accionista do grupo Global Media, é uma das empresas participantes. Katya Maia, fundadora do website Macau Lifestyle, participa a título individual e alerta para a falta de apoio do IPIM [dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]obots que falam, carros voadores da Uber. Estas foram algumas das últimas novidades do mundo da tecnologia reveladas na WebSummit, a conferência mundial sobre tecnologia e plataformas digitais que decorreu até ontem em Lisboa. Macau fez-se representar com uma comitiva composta por Irene Lau e Steve Chan, responsáveis do Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM), e o empresário Bernardo Alves, da A & P Holdings. Outra empresa local que também marcou presença foi a KNJ Investment, através de Philip Yip. A empresa é, no entanto, liderada por Kevin Ho, que recentemente adquiriu 30 por cento do grupo Global Media. Outra empresa de Macau que participou na WebSummit foi a Macau Lifestyle Media, liderada por Katya Maia e Sally Victoria Benson, e que detém o website “Macau Lifestyle”. Ao HM, a partir de Lisboa, Katya Maia falou da estreia neste evento mundial. “Macau é um território afastado e tudo isto parece irrelevante, mas isto já não é o futuro. É o presente e atinge toda a gente, desde Governo a empresas ou até indivíduos. Como participantes queremos aprender, conhecer pessoas e ganhar inspiração. Queremos levar para Macau aquilo que aprendemos aqui.” Katya Maia decidiu participar na WebSummit por sua livre iniciativa, sem qualquer apoio do IPIM. “Tudo partiu da nossa vontade, porque achamos importante participar devido às oportunidades de negócio.” Da frustração A empresária da área dos media não deixa de apontar o dedo ao IPIM. “Contactámos o IPIM várias vezes e não se mostraram muito cooperantes connosco. Tivemos uma reunião com eles mas não funcionou, não sei porque razões. Talvez porque tenhamos um website em inglês, uma área que não tem qualquer tipo de regulação em Macau, ao nível de media digital. Temos o registo e a licença mas não somos reconhecidos como media. Isto é muito frustrante.” Katya Maia considera “frustrante” o facto do IPIM não dar apoio a projectos como o Macau Lifestyle. “Acreditamos que o nosso projecto pode promover Macau no mundo e é frustrante que não seja reconhecido pelo IPIM ou outras entidades, quando é suposto apoiarem as Pequenas e Médias Empresas (PME).” A empresária tentou mesmo estabelecer contacto com os dois representantes do IPIM em Lisboa, mas afirmou nunca ter obtido uma resposta. Num evento que conta com a presença de várias startups e empresas do género de Hong Kong, da China e de toda a Ásia, Kátia Maia lamenta que haja uma certa “estagnação” na forma como as PME são promovidas neste tipo de eventos. E lamenta que haja pouca promoção numa altura em que as relações entre Portugal e China estão numa boa fase. “É incrível que não haja aqui mais PME de Macau da área da tecnologia. O IPIM está aqui representado mas não tem tido uma postura muito activa. Há aqui muitas empresas de Hong Kong, desde startups a investidores, por exemplo”, explicou. Katya Maia considera que a falta de uma maior comitiva em Lisboa não se prende com a ausência de startups em Macau. “Há muita publicidade para as PME, e muito apoio. Reconheço que recebemos apoios para jovens empresários, mas não cobre sequer a totalidade das despesas iniciais. Acreditamos que temos mais empresas inovadoras em Macau que optam por trabalhar exclusivamente online e que continuam a recusar aparecer numa ‘versão impressa’”, concluiu.
João Luz SociedadeAlimentação | Aprovadas normas para o uso de corantes [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Lei da Segurança Alimentar tem um novo regulamento administrativo, o oitavo, que traz novas regras para o uso de corantes industriais em comidas e bebidas. As regras aplicam-se a produtos fabricados e colhidos em Macau. Antes deste regulamento não havia controlo ou avaliação de segurança nesta matéria. Para a elaboração da regulamentação foram tidos em conta os padrões nacionais dos países de origem dos produtos importados para Macau, como o Interior da China. É de referir que Pequim tem na última década legislado medidas apertadas de segurança alimentar depois de casos graves de comida contaminada como, por exemplo, arroz com quantidades alarmantes de metais pesados. Uma das responsáveis do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) explicou que não houve nenhum incidente específico na génese da elaboração do presente regulamento administrativo, mas que se trata de um normal complemento à Lei da Segurança Alimentar, como já havia sido feito com os aditivos de sabor. A técnica adiantou que um dos produtos que requer atenção neste domínio é a carne de bovino seca. Fica a ser proibido o uso de corantes em aves de capoeira e caça, peixe, hortaliças e frutas, assim como preparados para lactantes, num total de 17 substâncias.
Hoje Macau SociedadeCasinos | Receitas da Galaxy subiram 23% no terceiro trimestre [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s receitas do Grupo Galaxy Entertainment registaram uma subida de 23 por cento no terceiro trimestre face ao período homólogo do ano passado. Em comunicado enviado à bolsa de valores de Hong Kong, o grupo indica que as receitas totais atingiram 15,9 mil milhões de dólares de Hong Kong, traduzindo uma subida de 10 por cento comparativamente ao trimestre anterior. Já o EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) do grupo ascendeu a 3,5 mil milhões de dólares de Hong Kong, reflectindo um aumento de 31% em termos anuais e uma subida de 7% em termos trimestrais. Só as receitas de jogo do grupo Galaxy Entertainment cifraram-se em 14,9 mil milhões de dólares de Hong Kong – mais 24% em termos anuais homólogos e mais 12% em termos trimestrais -, contribuindo para mais de 90% do total arrecadado pelo grupo entre Julho e Setembro. As receitas de jogo procedentes do segmento de massas subiram 14% em termos anuais para 6,1 mil milhões de dólares de Hong Kong, enquanto as do mercado VIP cresceram 34% até 8,2 mil milhões de dólares de Hong Kong. No mesmo comunicado, o Grupo Galaxy Entertainment reafirma estar “posicionado de forma única para um crescimento a longo prazo”. “Vamos continuar a avançar com os nossos planos para as fases 3 e 4, e esperamos anunciá-los formalmente no futuro”, indica o grupo, referindo-se à expansão do Galaxy Macau no Cotai.
Hoje Macau SociedadeCasinos | Receitas da MGM China diminuíram 6% no terceiro trimestre [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s receitas da MGM China atingiram 471 milhões de dólares norte-americanos entre Julho e Setembro, traduzindo uma diminuição de 6% em termos anuais homólogos. Já face ao trimestre anterior, as receitas registaram uma subida de 5%, indicou a MGM China em comunicado. O EBITDA ajustado diminuiu de 1,27 mil milhões para 1,05 mil milhões de dólares de Hong Kong em termos anuais homólogos, mas subiu ligeiramente em relação ao trimestre anterior. “Estamos na fase final de preparação para a abertura do MGM Cotai em 29 de Janeiro de 2018”, destaca a operadora em comunicado, referindo-se ao novo resort-integrado que vai marcar a entrada da MGM na ‘strip’ do Cotai. A manter-se o calendário, a abertura do MGM Cotai vai ter lugar mais de um ano depois do inicialmente previsto. “Estamos confiantes nas perspectivas de Macau a longo prazo. Vamos continuar a contribuir para a sua evolução rumo a um ‘centro mundial de turismo e lazer’ com a abertura do nosso segundo resort-integrado, o MGM Cotai, em Janeiro do próximo ano. Esperamos expandir a nossa presença e agarrar as crescentes oportunidades neste dinâmico mercado”, afirmou o director executivo da MGM China, Grant Bowie.
Victor Ng Manchete SociedadeTransplantes | Ex-vice-ministro chinês diz que Macau precisa de médicos Huang Jiefu, ex-vice-ministro da saúde da China, defende que Macau tem todas as condições para realizar transplantes de órgãos, mas necessita de mais médicos. Para isso, está a ser ultimada uma cooperação com a Universidade Sun-Yat Sen, de Cantão [dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]ealizou-se ontem um fórum com académicos sobre a transplantação de órgãos nas regiões de Hong Kong e Macau. Nele participou, entre outras individualidades, Huang Jiefu, ex-vice-ministro da saúde da China e membro da comissão permanente do comité nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC). À margem do evento, Huang Jiefu confessou ao HM que Macau apenas precisa de mais médicos para a concretização dos transplantes de órgãos nos hospitais, mas que é necessária a cooperação do interior da China. “O mais essencial é o pessoal [médico], não vejo que haja problemas com os equipamentos e os hospitais em Macau, que são bons. É necessário formar quadros qualificados que saibam fazer transplantes, mas isso vai demorar algum tempo”, confessou. Huang Jiefu lembrou que a legislação sobre a matéria já está pronta há alguns anos, sendo que, com a ajuda da Universidade Sun-Yat Sen, localizada em Cantão, vai ser possível formar mais médicos e enviá-los para o território. Neste sentido, o director dos Serviços de Saúde (SS), Lei Chin Ion, disse, segundo o canal chinês da Rádio Macau, que este ano foram enviados três grupos de pessoal médico para fazer formação na Universidade Sun Yat-Sen. Lei Chin Ion considerou também que os médicos de Macau têm capacidade para fazer transplantes renais, e que o hospital Kiang Wu já pediu uma autorização oficial para a realização de transplantes renais. Em Novembro do ano passado o hospital Conde de São Januário realizou o primeiro transplante renal em Macau com o apoio do Primeiro Hospital Afiliado à Universidade Sun Yat Sen, divulgou Huang Jiefu. O ex-vice-ministro chinês disse que os residentes podem deslocar-se ao continente para fazerem transplantes. Só em 2010, foram 50 aqueles que se deslocaram até à China para realizar este tipo de operação, além dos 23 estão em lista de espera actualmente. Huang Jiefu referiu ainda que houve, nos últimos anos, um enorme avanço nesta área na China. O também presidente da Fundação para o Desenvolvimento de Transplantação de Órgãos da China acredita que, tendo em conta a tendência de aumento, a China é capaz de ultrapassar os Estados Unidos nesta área no ano de 2020, tornando-se líder mundial ao nível da transplantação de órgãos. Mais de cem à espera Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o director dos Serviços de Saúde adiantou, à margem de um outro evento, que existem em Macau 750 pessoas a fazer tratamentos de diálise e 300 aguardam por um transplante de rim. Um total de 147 pessoas já estão inscritas no sistema de atribuição de órgãos da China para terem acesso a um rim. Lei Chin Ion alertou que, devido ao facto de existirem muitos cidadãos chineses na lista, os residentes de Macau poderão ter de esperar muito tempo por um transplante. Por essa razão o Governo está já a discutir com as autoridades do continente uma solução para encurtar o tempo de espera.
João Santos Filipe SociedadeGoverno arrenda espaço de 500 m2 à Nam Yue com renda de 24 mil patacas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Nam Yue vai pagar uma renda mensal de 24 mil patacas pelo arrendamento de uma sede com 500 m2, no Novo Mercado Abastecedor de Macau, na Ilha Verde. O proprietário do espaço é o Governo e o preço de 48 patacas por metro quadrado foi revelado ontem, com a publicação de parte do contrato no Boletim Oficial. A sede da empresa vai ficar no novo mercado abastecedor, que também vai ser explorado pela Nam Yue. Assim, do total de 15 pisos do edifício, a empresa com ligações ao Interior da China vai ficar com a gestão de quatro pisos. Um dos andares será a sede e os outros três vão ser destinados ao mercado. Pelo espaço concedido para a exploração da actividade abastecedora, a Nam Yue vai pagar dois por cento sobre as facturas cobradas aos grossistas que forem abastecidos. Os outros andares, que não a sede da empresa, vão ser utilizados para abastecer os comerciantes grossistas com produtos de origem vegetal e ovos. Esta é uma actividade que a Nam Yue desenvolve em regime de exclusividade. O contrato para a exploração do mercado abastecedor revelado ontem termina a 15 de Abril de 2022. A partir do momento em que o espaço puder entrar em funcionamento, a Nam Yue compromete-se a abandonar as instalações actuais que ocupa, localizada no Canal dos Patos e que tem uma área de 7.433 m2. Com a assinatura do contrato a Nam Yue tem igualmente de pagar uma caução no valor de 500 mil patacas, para garantir que a empresa cumpre as obrigações assumidas. Esta será devolvida posteriormente. 860 milhões em ajuste directo O restante edifício será ocupado com instalações do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). Os dois pisos subterrâneos vão ser utilizados para lugares de estacionamento. Já o espaço entre os pisos quatro e sete vai ser usado para vendas por grosso e câmara de frio, e será explorado e mantido pelo IACM. Os restantes pisos, à excepção do sete, vão ser utilizados para as instalações do organismo liderado por José Tavares. O novo mercado abastecedor de Macau também foi construído pela Nam Yue, num trabalho com o custo de 860 milhões de patacas e que foi atribuído por ajuste directo. A obras fazem parte do reordenamento desta zona da cidade, que é conhecida como Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau.
João Santos Filipe Manchete SociedadeHabitação Pública | Mais de 1.400 inscrições em menos de duas horas Pela primeira vez desde 2013, o Governo abriu ontem um concurso para a atribuição de fracções sociais. Na sede do IH, na Ilha Verde, por volta das 9h00 já havia fila para recolher os boletins de inscrição [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro concurso para a atribuição de habitação pública desde 2013 começou ontem e, às 10h30 da manhã, mais de 1.400 pessoas já tinham ido buscar os boletins de inscrição. Os interessados têm agora até 7 de Fevereiro para se deslocarem à sede do Instituto de Habitação Social, na Ilha Verde, e entregarem as candidaturas. Apesar do processo ter começado ontem, os responsáveis do IH ainda não conseguem fazer uma previsão sobre quando é que os candidatos escolhidos vão poder começar a receber as fracções. Um procedimento que vai depender do número de candidaturas, explicou Arnaldo Santos, presidente do IH. “Agora estamos a fazer o concurso e depois vamos analisar as candidaturas. Primeiramente vai ser elaborada uma lista provisória, que depois passará a definitiva. Só quando os candidatos forem organizados de acordo com a pontuação é que vamos começar a distribuir as fracções”, disse Arnaldo Santos. “A lista definitiva é o mais importante, mas este é um processo que leva o seu tempo, normalmente demora mais de um ano. Mas todos os candidatos que cumprem os requisitos vão poder arrendar uma habitação social”, acrescentou. Neste momento, o Governo tem disponíveis 1.346 fracções de habitação social, algumas das quais precisam de ser renovadas. Além disso, estão actualmente em construção 1.278 habitações na Rua Central do Tói San e na segunda fase do projecto de Monga Há. Também o projecto na Avenida Venceslau Morais, onde está a estação da CEM, vai receber 1500 fracções de habitação pública. De acordo com Arnaldo Santos, o concurso público para a fase da construção deve começar no próximo ano. O responsável explicou ainda que o Governo não fez estimativas sobre o número de candidatos, ficando à espera do fim do concurso. Esta é a primeira vez desde 2013 que o Executivo abre um procedimento para a atribuição pública. O concurso é lançado depois de todos os processos que estavam na lista de espera de 2013 terem sido resolvidos. Assim, entre as cerca de 6.100 candidaturas entregues na altura, 3.800 foram admitidas, e, após as desistências, cerca de 2.500 candidatos passaram a viver numa habitação social. Condições de acesso Durante o lançamento do concurso, no IH, o Chefe do Departamento de Habitação Pública, Chan Wa Keong, clarificou que os candidatos precisam de ter mais de 18 anos, serem portadores do bilhete de identidade de residente e habitarem em Macau há pelo menos sete anos. Além disso, para que a candidatura seja bem sucedida, os pretendentes têm de cumprir os limites ao nível do património e dos rendimentos. No caso de famílias com três elementos, os rendimentos não podem ultrapassar as 23.430 patacas e o património não pode estar avaliado em mais de 506 100 patacas. Quando o agregado é de quatro pessoas, os rendimentos não podem ser superiores a 25 680 patacas e o limite patrimonial é de 554 700. Se o agregado for constituído por duas pessoas, os rendimentos estão limitados as 17 360 patacas e o limite patrimonial é de 375 mil patacas. Neste momento, está a ser discutida na Assembleia Legislativa uma nova lei para a atribuição de casas sociais. Arnaldo Santos explicou que a nova lei apenas vai afectar as assinaturas dos contratos, com condições mais exigentes. Os candidatos deste concurso terão igualmente prioridade face a futuras candidaturas. Distribuição de afectos Após a abertura do concurso, o presidente do IH, Arnaldo Santos, esteve na sede a acompanhar a distribuição dos boletins e o trabalho dos funcionários na clarificação das dúvidas. Arnaldo Santos não se coibiu mesmo de agarrar a mão a um dos residentes durante alguns minutos e explicar-lhe alguns dos procedimentos necessários: “Estava a esclarecer umas dúvidas sobre as candidaturas, as condições, coisas que os funcionários também vão explicar. O fundamental é que devem trazer todos os documentos para sabermos qual é a situação, os rendimentos, etc..”, disse, posteriormente, sobre esse momento.
João Luz Manchete SociedadeEstudo | Inquérito sobre a saúde pouco conclusivo e sem graus de comparação Os Serviços de Saúde apresentaram o Inquérito sobre a Saúde com dados de 2016, dez anos depois ter sido feito um estudo semelhante. Porém, diferenças de metodologia e padrões distintos de medição não permitem tecer muitas considerações [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]ntem à tarde os Serviços de Saúde (SS) convocaram uma conferência de imprensa onde foram apresentados os resultados do Inquérito de Saúde de Macau referente a 2016, o primeiro estudo do género feito desde 2006. Porém, devido às diferenças de método e standards de aferição não foi possível, para vários indicadores, ter uma noção evolutiva dos problemas de saúde que afectam os cidadãos. Depois de uma conferência de imprensa, onde a língua portuguesa foi severamente massacrada, foi apresentada ao HM a possibilidade de voltar a falar directamente com o responsável do Centro de Prevenção e Controlo da Doença, Lam Chong. Aí foi-nos dito que “o relatório ainda está a ser melhorado, ainda não está traduzido, mas que a investigação está pronta”. De acordo com o chefe responsável pelo estudo, há margem para melhoria “alterando o conteúdo para que o público consiga compreender o relatório”. O responsável sob dependência dos Serviços de Saúde adjectivou a apresentação feita como “sumária” e com margem para melhorias quanto à substância. De acordo com Lam Chong, o relatório completo será tornado público entre Dezembro e Janeiro. Ainda assim, o responsável revelou que os resultados são mais ou menos iguais aos indicadores de 2006. Isto depois de explicar que muitos dos indicadores tiveram metodologias diferentes. Por exemplo, nos números do tabagismo relativos ao ano passado foram avaliados cidadãos com idade superior a 18 anos, enquanto que em 2008, 2009 e 2011 avaliou-se o consumo de tabaco a partir dos 15 anos. Ou seja, duas medidas incomparáveis. Os números Um dos indicadores mais alarmantes prende-se com a falta de informação de doentes. Entre os portadores de hipertensão com idade inferior a 60 anos, menos de 70 por cento tinha consciência de estarem doentes. Aliás, o caso torna-se mais chocante se tivermos em conta que 10,9 por cento dos inquiridos assumiu nunca ter medido a tensão arterial. No ano passado, os residentes com mais de 18 anos que sofrem de hipertensão situou-se nos 25,5 por cento, uma ligeira melhoria em relação a 2006 quando a doença afligia 28,8 por cento. Em relação aos diabetes, 32 por cento dos doentes inquiridos não estavam conscientes da sua doença. De acordo com os dados revelados pelo inquérito, a taxa de incidência da diabetes situava-se nos 7,1 por cento no ano passado. Um aparente decréscimo em relação a 2006, quando se situava nos 5,3 por cento. Mas, também aqui, Lam Chong “tem algumas dúvidas se os standards de medição foram os mesmos”, daí não ter sido apresentada comparação. Quanto ao consumo de tabaco, os dados do inquérito dos SS revelam que 16,6 dos inquiridos fumavam. Um número melhor em relação ao verificado em 2006, quanto a taxa de tabagismo se situava nos 18,36 por cento, de acordo com os dados fornecidos por Lam Chong. O responsável pelo estudo explicou esta diminuição com o facto de este ser um fenómeno que “se pode controlar com vários tipos de políticas. Consumos perigosos No capítulo do consumo de álcool, o estudo mostra que os maiores de idade que beberam pelo menos três vezes por semana no ano passado eram 6,6 por cento. Em 2016, 7,5 por cento dos inquiridos beberam todos os dias mais de cinco doses de álcool, uma subida comparativamente com 4,7 pontos percentuais registados em 2006. Em relação aos casos de hepatite B, Lam Chong assegura que a campanha de vacinação deu frutos, resultando no declínio das taxas de infecção, que no ano passado se situava nos 7,6 por cento. É de salientar que o programa de vacinação foi implementado em 1989. No que toca à hepatite C, o número de infectados situou-se, no ano de 2016, em 0,3 por cento. Não nos foram facultados números referentes a 2006 de forma a aferir da evolução das taxas de incidência da doença crónica no território ao longo da última década. No capítulo do excesso de peso, entre os inquiridos no ano transacto a taxa de sobrepeso situou-se nos 25,5 por cento, enquanto que a obesidade afectava 5,1 por cento da população. Resultados preocupantes, tendo em conta que em 2006 o sobrepeso se situava nos 22,4 por cento e a obesidade nos 3,9 por cento. Chan Tan Mui, uma das autores do estudo não tem meias palavras e afirma que “em Macau há um problema de obesidade”. Quanto à dislipidémia, uma doença provocada por níveis anómalos de lípidos no sangue, a taxa de incidência em 2016 situava-se nos 24,3 por cento. Quando questionado sobre a comparação com o estudo feito em 2006, Lam Chong disse que a percentagem se situava nos 44,7 por cento. Mais uma vez, um número “que não se pode comparar porque é muito diferente”. O responsável pelo Centro de Prevenção e Controlo da Doença explicou que teria de verificar de novo os padrões usados há dez anos atrás.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadePlano director | Agnes Lam diz que há falta de transparência A deputada Agnes Lam promoveu ontem um debate sobre o plano director do território na Universidade de Macau onde falou da falta de transparência no processo. O também deputado Wu Chou Kit alerta para a necessidade de integração do sistema de transportes [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ois deputados à Assembleia Legislativa (AL) debateram ontem a futura concepção urbanística do território no Centro de Estudos sobre Macau na Universidade de Macau (UM). Agnes Lam, também directora do centro, organizou a iniciativa que contou com a presença de várias figuras do meio urbanístico. Ao HM, a deputada considerou que tem existido falta de transparência no processo, actualmente em fase de realização do concurso público. “Concordo [que há falta de transparência]. Temos o exemplo do plano elaborado para a zona das Portas do Cerco, que nunca foi alvo de consulta. Foi gasto muito dinheiro, mas nunca foi apresentado ao público. Não temos transparência suficiente e não sabemos o que o Governo está a fazer”, disse ao HM. Agnes Lam lembrou que o futuro plano director de Macau, elaborado no âmbito da lei de planeamento urbanístico, implementada em 2013, deve ter em conta a preparação do território para catástrofes naturais. “Devido à passagem do tufão Hato temos de pensar na melhor forma de planear a cidade. Temos de garantir o planeamento de todas as zonas do território. Há que assegurar a segurança e a qualidade de vida e perceber como podemos proteger o património cultural, e não apenas os edifícios”, apontou Agnes Lam. Também Francisco Vizeu Pinheiro, arquitecto convidado para o painel, alertou para a necessidade da existência de um “plano director transparente”. “Deve ter zonas de consulta pública e ser do conhecimento público o quanto antes. Já aconteceu anteriormente haver zonas da cidade que estavam bem definidas, com planos parciais, como a zona do NAPE ou Praia Grande, e que depois viram os planos cancelados para se dar uma maior densidade de construção”, acrescentou. Wu Chou Kit, deputado nomeado e presidente da Associação de Engenheiros de Macau, falou sobre a importância de se estabelecer um sistema de transportes interligado com Hong Kong e o continente. “Sugiro ao Governo que promova o desenvolvimento de Macau ao nível do trânsito. Um outro aspecto fundamental é o nosso sistema de transportes públicos, como o metro ligeiro. É importante que haja uma ligação com cidades como Pequim ou Fujian. Macau deve ter um sistema de transporte ligado com a China e com a nova ponte”, disse ao HM. Olha a integração Vizeu Pinheiro defendeu ainda que é importante olhar para o plano director de Macau com base em três vectores. “Um deles versa sobre as características de Macau a preservar, nomeadamente o património, o nível de vida num ambiente mediterrânico, e os desafios que Macau enfrenta, como a falta de transportes públicos.” Há também que olhar para os “possíveis cenários”. “Face à falta de terrenos de Macau, que hipótese é que temos para desenvolver? Temos os novos aterros em Coloane ou uma hipótese mais rápida, que seria estabelecer uma ligação com a Ilha da Montanha e construir aí zonas de habitação, em paralelo com o que foi feito com a Universidade de Macau. É possível, depende da vontade política”, frisou Vizeu Pinheiro. O arquitecto deixa o alerta para os cuidados que se devem ter com o “cancro” que não pára de crescer: a construção de habitação. “Não é um produto turístico que atraia pessoas. Tem de haver regras”, considerou. Francisco Vizeu Pinheiro disse ainda que não se pode elaborar um plano director sem pensar na integração regional. “Macau está a enquadrar-se na zona do delta do Rio das Pérolas e vamos ter mais comunicação com a nova ponte, que está quase pronta, e com Zhuhai. Macau não pode fazer um planeamento isolado, temos de estar mais integrados e este plano director tem de ser abrangente”, concluiu.
Hoje Macau SociedadeDSEC | Preços da habitação sempre a subir [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] índice dos preços de habitação cresceu em média 14,7 por cento no território durante o terceiro trimestre do ano, face ao mesmo período do ano passado. Os dados foram revelados, ontem, pela Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC). A maior subida foi registada nas habitações da Península de Macau, onde os aumentos foram de 14,8 por cento em comparação com o terceiro trimestre do ano passado. Quando se compara o terceiro trimestre deste ano com o trimestre imediatamente anterior, a subida foi de 1,3 por cento. Em relação às Ilhas da Taipa e Coloane, os preços subiram de forma mais ligeira, ao ritmo de 14,4 por cento face ao mesmo trimestre do ano passado. Em comparação com o segundo trimestre deste ano, a subida dos preços das habitações foi de 1,1 por cento. A revelação dos dados mostra que o abrandamento no preço das habitações chegou ao fim nos primeiros três meses de 2015. A partir desse momento, os preço das habitações estiveram sempre a subir, mesmo em contraciclo com as receitas do jogo, que só a partir de Agosto de 2016 registaram números positivos. Ao nível da área útil das habitações, o maior aumento dos preços registou-se nas habitações com uma área de 75 m2 e 99,9 m2, em que o aumento anual foi de 20,8 por cento. A nível de crescimento trimestral, este segmento do mercado registou mesmo um aumento de 4,7 por cento, muito superior face aos restantes. O menor aumento, ao nível da comparação anual, foi nas habitações com mais de 100 m2 com o aumento a ser de 13,7 por cento. Autocarros | 18B entra em circulação amanhã [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] novo autocarro, o 18B entra em circulação amanhã. A ideia com a criação da nova carreira que vai circular entre a Rua da Serenidade e a Barra é, de acordo com o comunicado oficial, “facilitar a deslocação dos cidadãos”. O novo trajecto tem como base a carreira 18 que percorre actualmente várias zonas residenciais e comerciais incluindo a Zona Norte, Rua do Campo, Praia Grande, Barra, Hospital Kiang Wu e a Avenida do Coronel Mesquita. O número de passageiros a utilizar a carreira 18, de Janeiro a Setembro, atingiu as 12 000 pessoas por dia. No entanto, dado o o trajecto incluir a passagem por ruas estreitas, o autocarro 18B será de médio porte.
Victor Ng SociedadeIlha Verde | Convento da Casa do Retiro à espera de reparações [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Convento Casa Retiro vai ser reparado conforme as indicações do Instituto Cultual, mas só depois de existir um plano consensual com o Governo acerca do planeamento daquela zona, e mais, depois de concluído o processo referente ao direito de administrar o local. A ideia foi deixada ontem em conferência de imprensa pelo representante da Companhia de Desenvolvimento Wui San, empresa que reclama a propriedade do terreno na Ilha Verde onde está o convento da Casa do Retiro. De acordo com Jack Fu, a empresa recebeu, no mês passado, “uma carta do Instituto Cultural (IC) que incluía o relatório da vistoria dos serviços das obras públicas e uma petição que apelava à responsabilização da Companhia de Desenvolvimento Wui San para que procedesse aos trabalhos de restauração, o mais cedo possível”. O IC, na referida missiva, aponta ainda que, nas obras a efectuar, a empresa deve ter em conta a manutenção do exterior da Casa Retiro de acordo com a concepção original. A Companhia de Desenvolvimento Wui San garante que irá cumprir com os requisitos pedidos, mas é necessário que termine o processo judicial e ser definitivamente considerada a proprietária e administradora do local. Bico-de-obra Para o representante, é altura de acabar com “as confusões perante a leitura de sentença”, dada pelo Tribunal de Última Instância no passado mês de Março, que anunciou que a Companhia de Desenvolvimento Wui San possui a propriedade da Colina da Ilha Verde. No entanto, no que respeita à administração da propriedade decorre ainda um processo de recurso entre a empresa e o antigo administrador, cujo resultado ainda não se conhece. Jack Fu está confiante de que desta vez o administrador será obrigado a sair do terreno, visto já ser uma decisão de recurso. Para o representante da Wui San, o impasse criado pela luta pela propriedade da Colina tem tido consequências graves. “Além de colocar barreiras em propriedade privada, esta pessoa arrenda quartos a não residentes dentro do convento”, referiu. Jack Fu lamentou ainda que, devido ao processo de recurso ainda estar em curso e não existir decisão final, a empresa que representa nada pode fazer neste momento para evitar o que se está a passar. No que respeita aos veículos depositados no terreno, Jack Fu admite que a ideia é da companhia que representa. O objectivo, afirmou é o de “prevenir mais ocupações ilegais por parte de trabalhadores”. No entanto, é intenção da Wui San proceder à retirada destes veículos assim que exista um consenso com o Governo no que respeita ao planeamento da Colina.
Hoje Macau SociedadeNovo Banco Ásia passa a chamar-se Banco Well Link [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]stá concluído o processo de venda do Novo Banco Ásia, entidade que restou depois da queda do Banco Espírito Santo em Portugal e consequente mudança de nome para Novo Banco. O Grupo Well Link investiu 183 milhões de euros na compra de 75 por cento do Novo Banco Ásia, o que levou à adopção do nome Banco Well Link. Zhang Shengman, nascido em Xangai, é o novo presidente do conselho de administração, sendo que o economista José Morgado continua a fazer parte da comissão executiva. Segundo a Rádio Macau, o Banco Well Link quer abrir balcões em Macau, apesar de ainda estar a analisar o mercado. “Temos de ver qual a velocidade da nossa expansão, porque tem de ser consistente com a procura, mas também com análise dos custos/benefícios”, afirma. Passo a passo Zhang Shengman acrescentou que a estabilização da instituição bancária é um dos principais objectivos, além da intenção de ser uma ponte para os países de língua portuguesa e China. “Temos sede em Macau e é em Macau que começa a nossa oferta de serviços. Reconhecemos que Macau é pequeno e que é uma ponte para os países de língua portuguesa. Queremos operar daqui, mas fazer ligações com a Grande Baía, e esperamos que com a China e o resto do mundo. Mas não quero induzir em erro – não vamos para já apostar no mundo inteiro. Vamos começar por Macau e pelo que existe aqui e depois pensar na expansão para lá de Macau”, acrescentou. Em comunicado, o banco assume ainda querer “providenciar aos clientes serviços mais modernos”, “trazer novos conceitos de banca inteligente ao sector bancário de Macau e providenciar aos clientes serviços financeiros de qualidade”. O Novo Banco em Portugal continua a deter 25 por cento do Banco Well Link. Após a compra dos 75 por cento de acções, estas foram distribuídas pela família Ma, que passa a deter 15 por cento, e pelo Grupo KingKey de Shenzhen, que tem também 15 por cento. O próprio Zhang Shengman detém dez por cento das acções, sendo que as restantes estão distribuídas por outros investidores. O Banco Well Link detém um capital social de 200 milhões de patacas, valores que devem aumentar nos próximos anos. Segundo a Rádio Macau, prevê-se que, nessa altura, o Novo Banco, em Portugal, reduza a sua posição accionista.
João Santos Filipe SociedadeÁgua | Autonomia de abastecimento passa para 12 horas A passagem do Tufão Hato colocou a nu as fragilidades do abastecimento de água em Macau e agora a Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau está a trabalhar para preparar uma resposta mais eficaz em caso de desastres naturais [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] território vai passar a ter uma autonomia de 12 horas no abastecimento de água, quando ocorrerem desastres naturais que danifiquem a rede. Actualmente a autonomia é de quatro horas, mas a Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (SAAM) está a proceder a um estudo para expandir as instalações. O documento, que deve ficar pronto no próximo ano, vai depois ter de ser aprovado pela Direcção de Serviços dos Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA). O andamento dos trabalhos foi explicado, ontem, por Nacky Kuan, directora-executiva da SAAM, à margem de um seminário organizado pela empresa sobre “abastecimento de água e plano de contingência durante catástrofes naturais”. “Queremos aumentar a autonomia dos serviços de água de quatro para 12 horas. Consideramos que 12 horas são suficientes para termos tempo de fazer as reparações necessárias e implementar o sistema de resposta em casos de emergências”, afirmou Nacky Kuan. Quando o tufão Hato passou por Macau, houve zonas do território que estiveram mais de 12 horas sem terem fornecimento de água. No entanto, a directora-executiva da SAAM frisou que os atrasos na reposição do abastecimento de água se ficaram a dever às dificuldades de acesso às instalações da empresa, que ficaram inundadas. “A autonomia de 12 horas tem como referência a legislação de países da União Europeia, como o Reino Unido. Os problemas e atrasos na reposição do serviço durante o tufão Hato não tiveram a ver com as obras de reparação da rede”, apontou. “Os principais problemas foram o transporte dos técnicos para a estação de abastecimento da Ilha Verde. Foi um processo que demorou cerca de quatro horas. Depois a estação estava inundada, tivemos de pedir ajuda aos bombeiros para resolver essa questão, porque não tínhamos electricidade para fazer com que as nossas bombas removessem a água da estação”, acrescentou. Nacky Kuan afirmou também que a empresa já implementou medidas para resolver esses problemas e aumentou a capacidades dos geradores para bombear águas. “Instalámos comportas nas nossas estações para prevenir as cheias. Claro que se a subida da maré for muito muito elevada ainda podem ocorrer inundações, mas se a altura for 1,5 metros, estamos bem preparados. Foram medidas temporárias que agora estamos a reforçar para serem permanentes”, clarificou. DSAMA à espera No evento esteve também presente o vice-director da DSAMA, Chou Chi Tak. O responsável explicou que o Governo está neste momento a aguardar pela proposta da SAAM sobre as medidas a adoptar para aumentar a capacidade. “A autonomia vai ser aumentada com a instalação de tanques elevados, por isso precisamos de esperar que a SAAM façam um estudo sobre todas as instalações do fornecimento de água e sugestão de futuras localizações para os tanques. Podem optar por construir os tanques novos ou expandir os actuais”, disse Chou Chi Tak. “Nesta altura temos dois tanques: um fica situado na Colina da Guia o outro na Colina da Taipa Grande. Só temos essas duas localizações e vamos ter de aguardar pela proposta da SAAM”, explicou sobre uma eventual abertura para instalar os tanques em áreas verdes, como Coloane. Chou Chi Tak sublinhou também que na preparação do mecanismo de resposta a situações de catástrofes, que o Governo está a trabalhar para alargar o âmbito da cooperação com as autoridades do Interior da China. Este é um trabalho que deve demorar tempo, mas Chou considerou haver uma boa base com o mecanismo utilizado durante o tufão Hato, quando Zhuhai enviou camiões cisterna para abastecimento de águas nas zonas afectadas.
Sofia Margarida Mota Manchete SociedadeGlobal Media | Kevin Ho quer internacionalizar grupo português Demorou, mas foi. Está finalizada a entrada da KNJ, do sobrinho de Edmund Ho, no capital social da Global Media, empresa portuguesa que detém jornais e uma estação de rádio. Kevin Ho quer internacionalizar os títulos e diz que os receios que existem em Portugal, face ao negócio, são “hiper-sensibilidades” [dropcap style≠’circle’]K[/dropcap]evin Ho quer ajudar a Global Media a crescer. A ideia é dada pelo responsável da KNJ, Kevin Ho, ao HM. A empresa de investimento local assinou ontem o contrato com o grupo português, e vai proceder à injecção de 15 milhões de euros (mais de 139 milhões de patacas) na empresa que detém meios de comunicação social como o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias e ou a TSF. Kevin Ho passa assim a ter uma participação de 30 por cento no grupo português. “É uma companhia que já mostrou, ao longo dos anos, que tem bons produtos”, começa por dizer o responsável da KNJ. A ideia é, agora, apostar, com todo um plano de inovação, na internacionalização da Global Media. O objectivo é contrariar os resultados financeiros negativos que a empresa tem vindo a acumular e que estão na origem das restruturações recentes que implicaram, entre outras medidas, o despedimento de pessoal. A participação da KNJ na Global Media está assinada, mas ainda há muito a fazer. “Isto é apenas o início e ainda é cedo para dizer quando é que vamos crescer mas acho, que dado o passado do grupo, podemos, devagar, implementar novas estratégias e planos de modo a iniciar o processo de crescimento”, sendo que, salienta, a KNJ vai fazer parte deste processo. As fragilidades financeiras do grupo de media português não assustaram Kevin Ho. “Nos últimos anos, os maus resultados financeiros não se resumem apenas à Global Media mas a toda a indústria do sector em Portugal, que tem estado num processo de reconstrução”, afirma. Por outro lado, e dadas as circunstâncias, a escolha do investimento da KNJ “tem que ver com o facto de ser uma oportunidade de ajudar a reconstruir a estrutura global da empresa”. No entanto, o processo vai acontecer sem que sejam mudadas as bases da Global Media, garante Kevin Ho. “Não vamos mudar as fortes fundações que a Global media já tem, só queremos ajudar a que, com o peso que já tem, possa ser ainda maior. Queremos que as marcas a ela associadas tenham vitalidade e um forte potencial outra vez”, diz ao HM. Investimentos maiores Os países de língua portuguesa são a aposta da KNJ na Global Media. “Estamos a olhar para os países de expressão portuguesa porque ainda não existe nenhuma empresa de media a fazer isso até à data, e queremos desenvolver essa área”, aponta o responsável. Para Kevin Ho, países de língua portuguesa como o Brasil, Angola e Moçambique e claro a região de Macau, já estão a trabalhar no sentido de não se resumirem ao próprio país. “O mesmo se pode passar com a Global Media que penso tem de evoluir rumo a um nível internacional”, refere. Mas Portugal é, para já, o alvo a considerar principalmente como destino de conteúdos referentes ao território. “Ao ser uma empresa de Macau a investir numa companhia portuguesa, esperamos, claro, afirmar o território com mais evidência em Portugal”. Actualmente o semanário Plataforma Macau já é distribuído semanalmente com o DN. Custou, mas foi Há meses que se fala na assinatura deste contrato entre Global Media e KNJ. A demora, contido, parece não ter sido consequência de obstáculos no acordo entre as partes. Kevin Ho esclarece: “Não existiram obstáculos. É sempre preciso muito tempo para conseguir aquilo que realmente queremos e no que respeita à KNJ, há uma série de coisas que pretendemos fazer no futuro e levou algum tempo a conseguir colocar tudo junto num projecto e chegar a um acordo”. Em resposta às vozes que se manifestaram reticentes ao investimento chinês numa empresa de media local, Kevin Ho considera que são passam de “hiper-sensibilidades”. “Somos apenas uma empresa de investimento que está a investir numa outra ligada aos media e o que queremos fazer, como sempre, é procurar e conseguir bons investimentos em qualquer área e em qualquer lugar”, esclarece. Por outro lado, trata-se de uma aliança óbvia para o empresário, sobrinho do ex-Chefe do Executivo Edmund Ho. “Este investimento faz todo o sentido até por ser em Portugal com quem Macau tem tido uma boa relação ao longo dos anos, considera. Para que não restem dúvidas: “Para nós não tem nada que ver com a China ou com investimento chinês ou com o povo chinês. As pessoas têm sempre reticencias quando se trata num investimento na área dos media principalmente se for chinês, mas para nós é apenas um investimento”, sublinha Kevin Ho. Em declarações à Rádio Macau, Paulo Rego, director do semanário Plataforma e mediador do negócio, explicou que, desde o início, a estratégia era que não existisse qualquer accionista maioritário na Global Media. “Já era assim antes e vai continuar. Não há um accionista maioritário e a estratégia é de participação. Mas, claro, há um accionista, até por ser novo e ter entrado com capital e uma nova estratégia de modernização, que não manda, mas que é muito influente. Falo do Kevin Ho.”
João Santos Filipe Manchete SociedadePME | Governo aponta gestão moderna para ultrapassar desafios O director da Direcção de Serviços de Economia diz que o Executivo está atento ao possível aumento das rendas e promete um Governo a trabalhar para ajudar as pequenas e médias empresas a ultrapassarem esses obstáculos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo aposta em criar condições para que as pequenas e médias empresas possam ser mais competitivas e, dessa forma, ultrapassar a questão dos elevados custos das rendas. A estratégia foi apontada, ontem, pelo director da Direcção de Serviços de Economia (DSE), Tai Kin Ip, quando questionado sobre os efeitos do crescimento do jogo. “O Governo está atento e acompanha de perto o andamento da economia e os efeitos que podem recair sobre as pequenas e médias empresas. Os custos com as rendas também acontecem em outros locais e zonas com elevado nível de vida. Mas as empresas desses locais conseguem sobreviver porque apostam no aumento da produtividade”, disse Tai Kin Ip. “Temos a responsabilidade como Governo de criar as condições e apoiar as pequenas e médias empresas para que possam aperfeiçoar as respectivas técnicas de produção ou as estratégias de marketing e gestão da empresa”, acrescentou. O director da DSE sublinhou igualmente que mesmo entre os negócios familiares existe uma maior tendência para que haja uma gestão mais moderna e corporativa, ao invés da gestão tradicional familiar. No que diz respeito aos negócios tradicionais de Macau, o Executivo lançou ontem o “Grupo de Apoio a Lojas Antigas Típicas” com o objectivo de ajudar este tipo de negócios a modernizar-se e expandir as operações. No futuro, os estabelecimentos comerciais que forem classificados “lojas antigas típicas” vão receber apoios do Executivo. A cerimónia de lançamento do grupo de trabalho decorreu ontem com a assinatura do protocolo entre a Direcção de Serviços de Economia e a Associação Macau Chain Stores and Franchise. “O nosso objectivo nesta primeira fase passa por fazer um inventário das lojas antigas que podem e pretendem ser classificadas. Depois vamos lançar uma série de medidas de apoio a estes estabelecimentos comerciais. No entanto, as medidas de apoio ainda estão a ser estudadas”, afirmou Tai Kin Ip. Por agora, o Governo ainda está a trabalhar para definir os critérios que vão ser utilizados na classificação. Esta é uma tarefa em que a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST) também vai auxiliar. Orçamento de 800 mil Na mesma cerimónia, a DSE assinou com Federação da Indústria de Comércio de Guangdong e Macau, presidida pelo deputado Si Ka Lon, uma parceria para a criação de um “Centro de Serviços de Orientação para o registo dos Assuntos Comerciais no Interior da China”. Estas são políticas que fazem parte do Plano Quinquenal definido pelo Executivo para o desenvolvimento da região e têm como objectivo aprofundar a integração de Macau no Interior do Continente e facilitar a entrada das empresas locais na Ilha da Montanha. O centro em questão está situado no edifício China Civil Plaza e entrou em funcionamento ontem. “Queremos que as empresas de Macau acompanhem o desenvolvimento e também sejam beneficiadas com a criação da Grande Baía. Com estes serviços poupa-se muito trabalho em burocracias para a entrada no mercado da Ilha da Montanha”, explicou Si Ka Lon, na condição de presidente da Federação da Indústria de Comércio de Guangdong e Macau. De acordo com a informação avançada por Tai Kin Ip estas parcerias vão ter um custo de 800 mil patacas, na primeira fase, sendo que cerca de 500 mil patacas são para o Centro de Serviços, montado em cooperação com a federação presidida por Si Ka Lon.