Canídromo | Eventual aproveitamento do subsolo para reservatório em foco no CPU

O plano para o aproveitamento do terreno do Canídromo agrada à maioria dos membros do Conselho do Planeamento Urbanístico. Menos consensual é a possibilidade de os espaços subterrâneos serem utilizados para instalações de prevenção contra inundações, como um reservatório

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]possibilidade de os espaços subterrâneos do terreno do Canídromo serem aproveitados para instalações de prevenção de catástrofes, como inundações, foi um dos pontos que mais despertou a atenção dos membros do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU) na reunião de ontem. Essa hipótese –recentemente avançada pelo Chefe do Executivo – foi abordada após uma breve apresentação do estudo do plano de intervenção urbanística e aproveitamento do terreno do Canídromo, um dos pontos da ordem de trabalhos.

“É uma medida muito importante e pertinente. É uma das soluções para resolver o problema das inundações”, afirmou Vong Kuoc Ieng, numa opinião secundada por outros vogais, como Rui Leão. Lee Hay Ip até fez as contas ao volume de água que o eventual reservatório teria capacidade para aguentar, apontando para o equivalente “a 25 piscinas olímpicas”. “Creio que é suficiente para aliviar o problema das cheias”, sublinhou o mesmo responsável.

Já Chan Tak Seng manifestou-se contra: “Não deve ser construído nesta área. Por que não constrói noutra? Devíamos aproveitar a parte subterrânea para aliviar a pressão do trânsito”. Ieong Tou Hong puxou pelo mesmo argumento e foi claro ao afirmar que a escolher entre a oferta de lugares de estacionamento e a criação um reservatório está “mais inclinado” para a primeira opção.

Manuel Iok Pui Ferreira foi mais moderado, ao defender que, em primeiro lugar, deve ser feito um estudo de viabilidade, o qual ficou prometido pelo director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), Li Canfeng, que deu conta de que também é preciso recolher informações sobre os níveis de pluviosidade na zona.

O que diz o plano

Em termos genéricos, o futuro gizado para o terreno do Canídromo, com uma área de 40.425 metros quadrados, granjeou o apoio da maioria dos membros do CPU. À luz do plano de aproveitamento, a fatia de leão vai para instalações desportivas (quase dois terços da área total ou 26.500 metros quadrados), que incluem a construção de uma piscina, um pavilhão desportivo e um campo para atletismo e futebol, a juntar ao actual Centro Desportivo Lin Fong.

Seguem-se as instalações educativas. Desconhecem-se quantas, mas sabe-se que as escolas vão ocupar quase um quinto da área total (8.000 metros) do terreno. Em paralelo, será reservado ainda espaço para instalações de serviços sociais e governamentais (9,7 por cento ou 3.900 metros quadrados) e para zonas pedonais (5 por cento ou 2.000 metros quadrados). Habitação e comércio ficam assim completamente descartados.

“Creio que vai contribuir bastante para o desenvolvimento da zona norte de Macau”, observou Vong Kuoc Ieng, antecipando, à semelhança de outros vogais, “um grande problema” no trânsito. Com efeito, o plano propõe que a Avenida do General Castelo Branco passe a ter três faixas de rodagem no sentido sul e que sejam disponibilizados, pelo menos, 400 lugares de estacionamento públicos”, “tendo em conta a actual capacidade rodoviária e de utilização das vias envolventes”.

Se a primeira medida foi qualificada “indispensável”, com a única ressalva de que são precisas também mais passagens pedonais aéreas na zona, a bitola de 400 lugares de estacionamento levantou reservas por ser considerada insuficiente para responder às necessidades. Li Canfeng tentou “descansar” os membros do CPU. “É o requisito mínimo. No futuro, vamos aproveitar o [espaço] subterrâneo ao máximo e a Ilha Verde também irá ter mais parques”.

Já Mak Soi Kun pediu datas. “Suponhamos que tudo corre bem. Quando vão ser lançadas e concluídas as obras?” Uma pergunta que lhe valeu um raspanete do director da DSSOPT: “É apenas um plano. Sabe o que é um plano? Ainda vai ter uma PCU [Planta de Condições Urbanísticas] e de passar por aqui. “É impossível [fazer uma previsão]”.

30 Ago 2018

Acidente | Autoridade de Aviação investiga aterragem em Shenzhen

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) vai cooperar com a Administração da Aviação Civil da China para investigar o incidente que levou a uma paragem abrupta em Shenzhen de um voo da Capital Airlines, quando este se dirigia a Macau. Depois do contacto com o solo, parte do trem de aterragem ficou destruído e atingiu o motor esquerdo. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, o director da Direcção de Licenciamento e Operações da AACM, Pun Wa Kin, referiu que arrancou o processo de recolha de provas, mas que, devido à falta de informações, a AACM não consegue, para já, prever quando estará concluída. Espera-se, contudo, que o relatório preliminar esteja pronto dentro de um mês. De acordo com informação da publicação Airlive, cinco passageiros ficaram ligeiramente feridos na sequência da aterragem de emergência e a pista do Aeroporto de Shenzhen onde a aeronave aterrou foi encerrada.

30 Ago 2018

TSI obriga IH a manter contrato de arrendamento

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Tribunal de Segunda Instância (TSI) deu razão a uma moradora de uma habitação social a quem o Instituto de Habitação (IH) decidiu rescindir o contrato de arrendamento por alegar que a residente esteve ausente de Macau por um longo período de tempo. Contudo, o TSI deu razão ao Tribunal Administrativo (TA), que já tinha considerado que o IH não cumpriu os prazos na resposta aos requerimentos apresentados pela residente.

O acórdão conta que, em Março de 2014, a moradora “apresentou ao IH um requerimento de ausência temporária de habitação social, alegando que ia sair de Macau em 23 de Março para continuar curso universitário, até à sua conclusão em Julho”. Só em Maio desse ano é que o IH respondeu que “ia rescindir o contrato de arrendamento de habitação social, se a arrendatária conservar o fogo desabitado por mais de quarenta e cinco dias ou não tiver nela residência permanente, habite ou não outra habitação. Tal ofício foi devolvido em 3 de Julho do mesmo ano por ninguém o receber.”

A 26 de Maio, a moradora enviou um email ao IH questionando “a forma de requer o prolongamento do período de ausência temporária da habitação social, mas não obteve nenhuma resposta”. Só em Agosto é que o IH faria uma reunião com a moradora, tendo o presidente do organismo emitido um despacho onde afirmou que esta não tinha razão e que era necessário rescindir o contrato de arrendamento.

O TA considera que a “forma de tratar o caso [por parte do IH] defraudou manifestamente a confiança e expectativas nela depositadas por A [moradora], violando o princípio da boa-fé previsto no Código do Procedimento Administrativo”. Por sua vez, o TSI entendeu que “o direito conferido a arrendatários pelo contrato de arrendamento de habitação social não pode ser privado ou diminuído”. Além disso, “quando se verificar algum facto que dê, ou possa dar, origem à rescisão do contrato, a Autoridade [o IH] procede à notificação do arrendatário para que este lhe preste esclarecimento. O contrato de arrendamento nunca rescinde automaticamente”.

30 Ago 2018

Pearl Horizon | Proprietários aceitam proposta do Governo para troca de casa

A maioria dos proprietários do Pearl Horizon aceita o plano de habitação para troca do Governo e está disposta a comprar um apartamento no projecto pensado para o terreno na Areia Preta, onde estava a ser construído o empreendimento de luxo

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]informação, avançada ontem plo canal de rádio da TDM, foi dada pelo director dos Serviços de Provedoria de Justiça, Lam Chi Long, um dos responsáveis pelo a proposta do regime de habitação temporária e para troca, que se encontra em consulta pública até ao próximo dia 20. A maioria dos proprietários que compraram fracções do Pearl Horizon concorda com o plano de troca apresentado pelo Executivo.

“No geral, os proprietários do Pearl Horizon aceitam este programa. Mas o presidente da Associação de Proprietários não”, distinguiu Lam Chi Long, ao defender que a decisão é individual. “Aceitar ou não depende da vontade dos proprietários. Se entenderem que este programa é razoável vão comprar as habitações para troca”, frisou.

O preço das fracções vai ser decidido pelo Chefe do Executivo, tal como acontece em relação à habitação económica, estando ainda por esclarecer se o Governo vai ter como referência o valor das primeiras ou das últimas aquisições.

Os pequenos investidores do Pearl Horizon são os primeiros destinatários deste programa, que o Governo insere num projecto amplo de renovação urbana, ainda por definir.

Alternativas possíveis

A ideia é oferecer alternativas ao pagamento de uma indemnização aos moradores afectados pelas demolições.

O arrendamento subsidiado é uma das medidas previstas, nos casos em que os proprietários têm a hipótese de voltar a morar no prédio, depois de reconstruído. Nesta fase de consulta pública, são muitas as perguntas sobre o valor do subsídio da renda e a capacidade financeira dos moradores dos bairros antigos para arrendar uma casa a preços de mercado.

Lam Chi Long reitera que a empresa pública, responsável pela renovação urbana, vai ser justa: “A sociedade terá de pagar um subsídio suficiente, caso contrário o proprietário da fracção antiga não aceita. O pressuposto deste programa de renovação é ser atractivo e o proprietário confirmar que o subsídio é suficiente para encontrar uma habitação adequada para morar enquanto o prédio está a ser reconstruído”.

O plano em consulta pública exclui os moradores que são arrendatários.

Lam Chi Long falou à rádio, depois de participar no programa “Fórum Macau” da Ou Mun Tin Tou.

30 Ago 2018

Fundo de Pensões | Gastas 30 mil patacas para guardar arte japonesa em cofre do BNU

Trinta mil patacas em trinta anos. Foi quanto o Fundo de Pensões pagou para guardar nos cofres do BNU a colecção de arte japonesa que detém

 

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]anter a colecção de arte japonesa, composta por 84 gravuras datadas dos séculos XVIII e XIX, guardada nos cofres do Banco Nacional Ultramarino (BNU) há 30 anos representou uma despesa total na ordem das 30 mil patacas. A informação foi facultada ao HM pelo Fundo de Pensões que deu conta de que o valor do aluguer foi entretanto aumentado para 5.000 patacas por ano.

A pergunta tinha sido suscitada no seio da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas da Assembleia Legislativa (AL) a propósito do retorno do investimento nas obras de arte, adquiridas entre finais de 1987 e 1989. “Contando as despesas com o depósito das gravuras , é provável que a taxa de retorno seja quase zero”, estimaram os deputados no relatório, publicado em meados do mês, assinalando que o Governo não chegara a revelar, porém, o montante das despesas com o depósito no cofre ao longo dos 30 anos.

Adquirido na sequência da crise bolsista de 1987, por 13,6 milhões de patacas, o conjunto foi avaliado, 30 anos depois, em Março último, pela empresa Castle Fine Arts em sensivelmente 16 milhões de patacas. Trata-se de um aumento na ordem dos 2,6 milhões de patacas ou de 0,6 por cento ao ano. Se, por um lado, os deputados entendem que a compra das obras de artes foi feita “num momento oportuno”, por outro, observam que “o desempenho do investimento deixou o público bastante desiludido”. “A taxa de retorno é inferior à taxa de juro dos depósitos a prazo, sem sequer superar a inflação”, diz o documento.

Além de duas gravuras avulsas de Kitagawa Utamaro (1754-1806) e Suzuki Harunobu (1724-1770), o conjunto inclui duas colecções: uma da autoria de Katsushika Hokusai (1760-1849), formada por 46 gravuras; e outra de Ando Hiroshije (1797-1858), composta por 36, sob a temática “As Trinta e seis vistas do Monte Fuji”.
A primeira figura, aliás, como “a mais aclamada série de gravuras originais Ukiyoe de Katsushika Hokusai”, segundo escreveu, em 1993, na Revista Cultura, Tetsuya Noda, à época professor de Gravura da Universidade Nacional de Belas Artes e Música de Tóquio.

Exibição quase descartada

A possibilidade de o conjunto de arte japonesa ser exibido parece uma carta fora do baralho. O Fundo de Pensões “necessita de proceder a um estudo profundo sobre a viabilidade da sua exposição ao público” para “garantir a qualidade e o valor das gravuras, afirmou, em resposta a uma interpelação escrita apresentada por Mak Soi Kun, datada de Julho.
O Fundo de Pensões defende que, como o objectivo que presidiu à aquisição do conjunto de obras arte foi o investimento, “o mais desejável é mantê-lo no seu estado original”. “Se essas gravuras forem exibidas ao público, será necessário proceder ao seu envio para o Japão para molduragem, resultando em elevados custos no transporte, molduragem, seguros, etc.”, observou o Fundo de Pensões, na réplica ao deputado que preside, aliás, à Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas da AL. Em paralelo, não só “os coleccionadores perdem em geral interesse na compra das gravuras com molduras”, como há a possibilidade de sofrerem danos e ver o seu valor afectado caso sejam posteriormente retiradas das molduras, argumentou o Fundo de Pensões.

30 Ago 2018

Jogo | Receitas da Macau Legend subiram 19,7 por cento

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s receitas de jogo da Macau Legend aumentaram 19,7 por cento no primeiro semestre para 674,2 milhões de dólares de Hong Kong, anunciou ontem a empresa que opera casinos em Macau sob a bandeira da SJM.

Já as receitas o segmento extra-jogo diminuíram 5,2 por cento, atingindo 277,4 milhões de dólares de Hong Kong. As receitas totais do grupo liderado por David Chow ascenderam assim 951,2 milhões de dólares de Hong Kong, traduzindo uma subida 11,2 por cento face a igual período do ano passado.

Em comunicado, a Macau Legend revela ainda ter registado lucros de 2,8 mil milhões, atribuídos sobretudo à alienação do Landmark em Abril. O sentimento relativamente ao desempenho do grupo na segunda metade do ano é, no entanto, misto.

“A abertura da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau deve ser um factor positivo para o turismo de Macau e ajudar a melhor ligar a cidade ao aeroporto em Hong Kong”, mas “há incertezas em torno da situação geral da economia regional, algo que não está a ser ajudado pelas actuais disputas comerciais”, afirmou o CEO do grupo.

29 Ago 2018

Ambiente | Petição que exige redução do uso do plástico entregue amanhã

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]residente Annie Lao entrega amanhã a “Petição sobre o Desperdício de Plástico e Poluição em Macau”, que chegou às cinco mil assinaturas nos últimos dias. O documento, que exige medidas para reduzir o uso de sacos de plásticos, é endereçada a Raymond Tam, director dos Serviços de Protecção Ambiental, e a Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas.

Na petição, Annie Lao defende a acção “imediata” do Executivo. Uma das propostas é a proibição “dos sacos de plástico, do plástico descartável e das embalagens desnecessárias de produtos nos supermercados, incluindo frutos e legumes”. Tudo para que “seja implementada uma taxa ou que esse tipo de plásticos passe a ser cobrado, como forma de dissuadir as pessoas do seu uso, levando-as a procurar alternativas mais amigas do ambiente”.

A petição pede também “regras rigorosas e multas para o uso do plástico descartável”. “É importante que as empresas, os restaurantes, os cafés, as lojas e os supermercados assumam a responsabilidade social que têm. Reciclagem e incineração não são a solução. O caminho tem de ser feito no sentido da redução do desperdício”, reforçou.
Ao invés do recurso aos plásticos, Annie Lao considera que a DSPA deve “encontrar melhores alternativas, como o papel ou outros materiais biodegradáveis, assim como sensibilizar o público para o não-desperdício”.

29 Ago 2018

Protesto | Condutores de riquexós querem saber destino dos apoios dados pelo Turismo

Um grupo de condutores de riquexós quer saber onde pára o apoio entregue pelos Serviços de Turismo à associação do sector

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]erca de dez condutores de riquexó queixaram-se ontem da falta de transparência nos apoios concedidos pelos Serviços de Turismo para promover a actividade. Verbas que, segundo os queixosos, foram entregues à associação do sector. Num encontro com os jornalistas, que teve lugar junto ao Hotel Lisboa, o grupo acusou a Associação de Condutores de Triciclos de Macau de estar a esconder há meses o destino das verbas atribuídas pelo Governo.

Segundo Chang Chong Tou, que conduz um riquexó desde a década de 1980, foram pedidas explicações à associação que os representa, mas em vão. Um dos projectos que desconheciam está relacionado com a renovação e reparação de um total de cinco riquexós que entraram em funcionamento a 1 de Janeiro. “Cerca de 95 por cento dos membros da associação não sabia”, garantiu.

Aliás, segundo o mesmo responsável, viriam a descobrir mais tarde que entre os condutores escolhidos estava o presidente da associação. “Ho Wa Fok utilizou o nome da associação. A associação deve ser para todos em vez de para ele próprio”, enfatizou. Os condutores de riquexó apontam ainda que querem que seja explicada por que razão foram escondidas informações.

“Ele depois de receber os projectos deveria conversar com os condutores da associação”, sustentou Chang Chong Tou, alegando que, apesar da insistência, o presidente da associação ainda não foi capaz de revelar o montante que a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) deu à entidade.

Segundo o porta-voz dos queixosos, entre 2011 e 2017, os condutores de riquexó receberam da DST apoios que oscilavam entre 60 a 80 mil patacas por mês. Assim, cada um auferia mensalmente entre duas e três mil patacas por quatro ou seis dias de trabalho, explicou. Contudo, relativamente a 2018, a Associação de Condutores de Triciclos de Macau terá dito aos seus membros para esperarem por mais informações, uma vez que estava ainda a comunicar com a DST. Segundo Chang Chong Tou, após protelar as respostas, a associação viria a divulgar informações sobre os apoios da DST, mas apenas parcialmente. “Pedimos para divulgar quanto dinheiro a DST nos deu, mas não revelou”, lamentou ainda o porta-voz dos condutores de riquexó.

29 Ago 2018

Sem novidades no Japão, Lawrence Ho concretiza no Chipre

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]concessionária de jogo Melco Crown divulgou ontem os resultados financeiros relativos aos primeiros seis meses deste ano. De acordo com um comunicado, a Melco Crown “teve resultados financeiros e operativos na primeira metade do ano, apesar dos desafios do mercado de jogo de Macau”. Na prática, os lucros triplicaram em relação ao igual período de 2017. Se nos primeiros seis meses do ano passado os lucros foram de 355,4 milhões de dólares de Hong Kong, esse valor cifrou-se nos 1,1 mil milhões de dólares de Hong Kong, ou seja, um aumento de 200 por cento. As receitas liquidas da operadora foram 19,8 mil milhões de dólares de Hong Kong.

Apesar do Japão se manter “o foco principal do grupo a longo prazo”, e da abertura de um escritório em Osaka no primeiro semestre deste ano, a verdade é que a Melco Crown tem vindo a concretizar mais projectos na Europa, nomeadamente no Chipre.

“No Chipre, enquanto o City of Dreams Mediterranean está em desenvolvimento, todas as atenções estão voltadas para outro projecto de grande escala que é a pré-abertura dos casinos Cyprus, em Junho. No horizonte estão também três casinos satélite que deverão arrancar as suas operações em Nicósia, Larnaca e Paphos este ano, enquanto que o casino satélite em Famagousta deverá arrancar as operações na primavera de 2019”, aponta o comunicado ontem divulgado.

Lawrence Ho, CEO da Melco Crown, prevê a conclusão do primeiro resort integrado do Chipre, o City of Dreams Mediterranean, em 2021.

Em relação ao Japão, é, para já, “um mercado com um enorme potencial dentro dos grandes destinos de jogo da Ásia, ficando em segundo lugar apenas em relação a Macau”.
No que diz respeito ao sector do jogo, Lawrence Ho revela-se optimista. “A nossa estratégia de crescimento de longo prazo passa pelo mercado de massas, o qual acreditamos que nos irá levar a um crescimento sustentável e a mais lucros para a nossa indústria. Vamos continuar a investir tanto no segmento VIP como no mercado de massas e a diversificar o nosso portfólio para atrair mais turistas para a nossa área de entretenimento e lazer.”

29 Ago 2018

Renovação urbana | Associações pedem edifícios reconstruídos com mais altura

Os edifícios que possam ser reconstruídos no âmbito do projecto de renovação urbana devem ter mais altura de modo a albergarem mais fracções. A sugestão foi feita por várias associações numa sessão de consulta pública sobre o regime jurídico de habitação para alojamento temporário e de habitação para troca

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ssociações locais sugerem que o projecto de reconstrução urbana considere a construção de prédios mais altos. A ideia foi deixada na passada segunda-feira na sessão de consulta pública destinadas às associações sobre o regime jurídico de habitação para alojamento temporário e de habitação para troca no âmbito da renovação urbana. “Na construção e planeamento das habitações para alojamento temporário e para troca, algumas opiniões apontam no sentido da demolição dos edifícios antigos e da reconstrução dos mesmos para edifícios mais altos”, lê-se no comunicado emitido pelo Gabinete de Estudo das Políticas do Governo. De acordo com as sugestões dos dirigentes associativos, o objectivo é “alargar o leque de oferta de habitações”.

Por outro lado, os trabalhos de renovação urbana devem ter em conta as negociações com os implicados em vez de serem “desenvolvidos mediante demolição à força nem pelo despejo obrigatório”.

No que respeita às rendas das habitações temporárias, as associações querem que os habitantes dos bairros antigos admitidos para realojamento temporário, durante o período em que decorem as respectivas obras de renovação, não paguem de qualquer renda.

No que respeita ao processo de troca e compra de habitação, as associações consideram que o Governo deve esclarecer a se existe a possibilidade futura de aquisição de casas de alojamento temporário.

Promover para implicar

As associações mostraram-se ainda a favor de uma melhor promoção do projecto de renovação urbana “com objectivos bem definidos e lançamento de medidas de incentivo e com divulgação dos dados sobre os diversos bairros antigos”, bem como o papel da própria sociedade no projecto.

A proposta de lei em consulta pública inclui disposições especiais referentes aos lesados que adquiriram fracções do “Pearl Horizon” e que preveem a possibilidade de compra de casa nas instalações do empreendimento que pertencem agora ao Governo. Neste sentido, as associações estão preocupadas com os compradores não residentes e querem saber claramente se estas pessoas vão ou não estar qualificadas no processo de aquisição de habitação para troca, sendo que ressalvam que esta situação deve “ser encarada com uma extraordinária excepção”.

Esclarecimentos vagos

O Governo apenas esclareceu que os terrenos destinados a habitação pública não serão considerados no âmbito do planeamento e construção de habitações para alojamento temporário e para troca, mantendo-se “para todos os efeitos, inalterado o plano original e andamento dos projectos para habitação pública”, lê-se no comunicado oficial.

No âmbito da habitação temporária, o Executivo reiterou que o terreno do projecto “Pearl Horizon” poderá reunir condições para construir as habitações necessárias ao realojamento e troca previsto no âmbito da renovação urbana. A definição deste tipo de habitações será feita depois de aprovada a proposta de lei.

A consulta pública termina a 20 de Setembro.

 

29 Ago 2018

Juiz norte-americano arquiva processo de Steve Wynn contra agência noticiosa

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m juiz do estado do Nevada arquivou o processo de difamação do magnata do jogo Steve Wynn contra a agência noticiosa Associated Press, que divulgou relatórios policiais que denunciavam assédio sexual contra duas mulheres.

O juiz do Tribunal Distrital do Condado de Clark emitiu um comunicado na quinta-feira argumentando que a divulgação dos relatórios foi uma decisão correta por parte da Associated Press (AP).

O advogado de Wynn, Lin Wood, disse na sexta-feira que vai apelar para a Suprema Corte do Nevada.

Wood argumentou que informações adicionais deveriam ter sido incluídas na reportagem da AP para permitir que os leitores chegassem às suas próprias conclusões sobre a verdade.

Contudo, o juiz do Tribunal Distrital do Condado de Clark afirmou que na altura em que os relatórios foram divulgados, fevereiro, era impossível saber a identidade das mulheres porque essa informação tinha sido ocultada pela polícia de Las Vegas que se recusou a fornecer mais detalhes.

As acusações de assédio sexual por parte de Steve Wynn começaram após uma investigação do jornal norte-americano Wall Street Journal, que denunciou casos de assédio sexual a muitas mulheres.

Desde então, grupos de acionistas, bem como funcionários atuais e antigos da empresa, apresentaram ações judiciais contra o bilionário e contra o conselho de administração.

Steve Wynn negou veementemente as acusações que o jornal relatou, tendo renunciado ao cargo de presidente da empresa a 06 de fevereiro.

O multimilionário que começou como proprietário de um pequeno grupo de salas de bingo no nordeste dos Estados Unidos e construiu um império do jogo com o seu nome, em que se incluem os casinos Mirage e Bellágio, em Las Vegas, e dois casinos Wynn, em Macau.

O conselho de administração da Wynn Resorts nomeou Matt Maddox como novo presidente.

28 Ago 2018

Substâncias perigosas | Protesto marcado para 9 de Setembro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s moradores de Seac Pai Van vão organizar um protesto no próximo dia 9 de Setembro contra a construção do depósito centralizado de substâncias perigosas na zona do Cotai, onde se pede que os participantes usem roupas pretas. Vários deputados da Assembleia Legislativa vão dar apoio à iniciativa, um deles José Pereira Coutinho, que considera que existem riscos para a construção do referido projecto, apesar do Cotai ser, essencialmente, uma zona de casinos e de turismo.
“Já há milhares de famílias a viver perto do Cotai”, adiantou. “Os moradores são unânimes em afirmar que não querem que o projecto seja feito naquele local [Cotai], e não estão, de maneira nenhuma, interessados em questões de segurança do depósito de produtos inflamáveis. A questão preponderante é a escolha de local”, rematou. O encontro terá lugar na praça do Tap Seac a partir das 14h30.
O protesto foi um dos pontos na agenda na reunião que Coutinho teve com os conselhos distritais de Hong Kong na sede da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), da qual é presidente. De acordo com um comunicado, “foram explicadas as razões da próxima manifestação contra a construção do centro de depósitos de produtos altamente inflamáveis na zona habitacional de Seac Pai Van”.

28 Ago 2018

Auto-silos| Novas regras ditam encerramento de 16 parques uma hora após sinal 8

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]ezasseis parques de estacionamento vão encerrar um hora após ser içado sinal de tempestade tropical igual ou superior a 8. O mesmo vai suceder quando for emitido o aviso de ‘storm surge’ igual ou superior ao nível 3 (laranja). As novas regras, que entram hoje em vigor, constam de um despacho do Chefe do Executivo, publicado ontem em Boletim Oficial, que altera o regulamento de utilização e exploração de 16 auto-silos. Em causa: o do Edifício Fai Tat, o do Pak Lok (Terminal Marítimo), o da Rua de Malaca, o da Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, o da Praça Ferreira do Amaral, o do Jardim das Artes, o do Edifício Cheng I, o do Jardim de Iao Hon, o do Parque Central da Taipa, o da Rua da Tranquilidade, o do Lido, o da Rua do Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa, o do Edifício do Bairro da Ilha Verde, o do Centro de Ciência, bem como os auto-silos Oeste e Este do Posto Fronteiriço da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. A passagem do tufão Hato, o mais forte a atingir Macau em mais de meio século, fez dez vítimas mortais, quatro delas encontradas em parques de estacionamento.

28 Ago 2018

Incêndios | Amélia António não faz queixa sobre alegadas irregularidades

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM), afirmou ao HM que não vai apresentar qualquer queixa sobre alegadas irregularidades cometidas no processo de atribuição de donativos financeiros para reconstrução de casas na zona de Pedrógão Grande, que foi muito afectada pelos incêndios do ano passado. O caso foi denunciado pelo canal de televisão TVI, numa reportagem que originou a abertura de um processo de investigação no Ministério Público.
Recorde-se que a CPM angariou cerca de 50 mil euros, que foram doados ao fundo Revita. “Só com uma reportagem temos poucas informações neste momento. Mesmo que haja alguma irregularidade acho que não se deve pôr em causa o que se está a fazer [no apoio às vítimas]. Não há informação suficiente para fazer uma reacção desse tipo, como apresentar queixas ou fazer algum alarido. Isso porque gera-se má vontade nas pessoas quando é mesmo preciso ajudar. É preciso muita cautela a tratar desses processos”, contou.
De acordo com a reportagem, intitulada “Compadrio”, o dinheiro doado foi investido em casas de segunda habitação que não eram habitadas há décadas, pertencentes a amigos e familiares do presidente da Câmara Municipal de Pedrógão Grande, Valdemar Alves. Tal aconteceu através da mudança da morada fiscal das casas. Enquanto isso, pessoas que ficaram com as casas parcialmente destruídas, ou sem sítio onde morar, continuam à espera da realização das obras.

28 Ago 2018

IC | Chefe do Departamento de Gestão de Bibliotecas Públicas com processo disciplinar

 

Foi instaurado um processo disciplinar à chefe do Departamento de Gestão de Bibliotecas Públicas do Instituto Cultural na sequência do arrasador relatório de auditoria

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]chefe do Departamento de Gestão de Bibliotecas Públicas do Instituto Cultural (IC), Tang Mei Lin, vai ser alvo de um processo disciplinar. O anúncio foi feito ontem pela presidente do IC, Mok Ian Ian, ao jornal Exmoo News. Mok Ian Ian explicou que, para garantir a imparcialidade e justiça, encomendou a uma instituição independente o inquérito, que está em curso a nomeação dos instrutores do processo, etapa que deve demorar 45 dias. A presidente do IC espera que a investigação seja concluída até ao final do ano.
O processo disciplinar foi instaurado após sugestão do IC na sequência da publicação, em meados de Maio, de um relatório pelo Comissariado de Auditoria (CA) que arrasou a gestão da rede de bibliotecas públicas, a cargo do IC. O documento descrevia um cenário generalizado e persistente de desordem e descuido, com as falhas sinalizadas a abrangerem a catalogação, a conservação do acervo bibliográfico e mesmo a ausência de critérios na aquisição de livros.

Relatório para Alexis

Na sequência dos resultados da auditoria, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, pediu ao IC um “relatório circunstanciado” sobre as medidas de melhoria adoptadas na gestão da rede de bibliotecas públicas. O IC assumiu, a 1 de Janeiro de 2016, a gestão exclusiva das bibliotecas públicas, uma função que dividia anteriormente com o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), tendo actualmente sob sua alçada 17 bibliotecas públicas, incluindo uma itinerante.

28 Ago 2018

Migração | Macau ganhou 6.171 trabalhadores não residentes num ano

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]acau contava com 183.010 trabalhadores não residentes no final de Julho, mais 6.171 do que em igual período do ano passado, indicam dados da Polícia de Segurança Pública (PSP) publicados no portal da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Em termos mensais, ou seja, face a Junho, o universo de mão-de-obra importada também aumentou (menos 1.511 pessoas). A maioria dos trabalhadores não residentes é proveniente da China (114.533 ou quase dois terços do total), seguindo-se, a larga distância, as Filipinas (30.239), com o pódio a completar-se com o Vietname (14.950). O sector dos hotéis, restaurantes e similares (com 51.518 trabalhadores não residentes) absorve grande parte da mão-de-obra contratada ao exterior, seguida do ramo da construção (29.729).

28 Ago 2018

Cooperação | Guangdong vai abrir 386 postos para pedido de residência

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Departamento de Segurança Pública da Província de Guangdong vai criar 386 postos para receber pedidos de residência no Interior da China de cidadãos oriundos de Macau, Hong Kong e Taiwan. De acordo com a Rádio Macau, que faz referência às informações noticiadas pelo canal chinês, os postos para apresentar o pedido de residência serão distribuídos pelos 21 municípios da província de Guangdong, sendo que em Zhuhai serão criados 30 postos. Os pedidos podem ser feitos já a partir de sábado. Os requerentes são obrigados a apresentar provas em como vivem na China há, pelo menos, seis meses. Quanto aos menores de 16 anos, podem candidatar-se à residência através dos seus tutores. Os cartões de residência deverão ficar prontos no prazo de 20 dias úteis, e vão ter validade de cinco anos com hipótese de renovação. Com esta medida os residentes de Macau, Hong Kong e Taiwan, passam a ter os mesmos direitos sociais que aqueles que habitam no continente.

28 Ago 2018

Desemprego |Taxa de 1,8 por cento entre Maio e Julho

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]taxa de desemprego em Macau foi de 1,8 por cento entre Maio e Julho, traduzindo uma descida de 0,2 pontos percentuais face a igual período do ano passado. Segundo dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a população desempregada era composta por 7.100 indivíduos, mais 200 face ao período anterior (Abril a Junho).
Os desempregados à procura do primeiro emprego constituíam 16,1 por cento do total da população desempregada, ou seja, mais 5,3 pontos percentuais, dado que entraram no mercado de trabalho novos graduados, indica a DSEC.
Entre Maio e Julho, a população activa totalizou 392.600 indivíduos, com a taxa de actividade a corresponder a 71,1 por cento. A população empregada fixou-se em 385.500 indivíduos, com o número de residentes empregados a atingir 284.300 pessoas – mais 100 em ambos os casos em comparação com o período precedente (Abril a Junho).
Em termos de ramos de actividade económica, a DSEC assinala um aumento do número de empregados das actividades imobiliárias e serviços prestados às empresas e, em contrapartida, uma descida do universo de empregados do comércio por grosso e a retalho.

28 Ago 2018

Redução do IRS | Coutinho e Amélia António criticam medida de Costa

 

O semanário Expresso noticiou no último sábado que os emigrantes que regressem a Portugal irão pagar metade do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares. O conselheiro José Pereira Coutinho e Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau, consideram que a medida não é suficientemente atractiva

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo português, liderado por António Costa, quer criar uma nova medida de incentivo para que os emigrantes portugueses regressem ao país. De acordo com o semanário Expresso, os emigrantes que voltem a Portugal irão pagar metade do Imposto sobre Rendimento das Pessoas Singulares (IRS), além de que vão ser deduzidas despesas com viagens e habitação.
Contudo, a medida não terá grande efeito prático junto da comunidade portuguesa residente em Macau, apontou ao HM José Pereira Coutinho, conselheiro do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP).
“É uma medida clara para atrair pessoas, porque Portugal precisa de recursos humanos para se valorizar e ser mais competitivo. Mas não creio que seja um dos motivos mais importantes para que os portugueses regressem a Portugal. Penso que não é uma medida muito atractiva que faça as pessoas regressarem.”
José Pereira Coutinho, que é também deputado à Assembleia Legislativa, lembrou que há outros factores a ter em causa na hora de ponderar um regresso, como as condições salariais e estabilidade profissional.
“Há muitas condicionantes em causa. Há muitas questões familiares e profissionais e não vejo que essa redução de 50 por cento faça com que os melhores talentos regressem a Portugal. A vida aqui é mais estável, a carreira profissional e a família são factores que levam as pessoas a tomar uma decisão.”
Também Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM), considera que a medida não irá ter grande receptividade por parte dos portugueses residentes no território. “Não acho que seja uma medida que vá facilitar a vida das pessoas, porque para regressarem precisam de ter condições de trabalho. Não é só pelo desconto do IRS que vão, sem terem meios de trabalho e de subsistência. Penso que poderá ser útil para algumas famílias, mas não me parece que seja uma medida com impacto.”

Oposição contesta

A medida consta no Orçamento de Estado para 2019 e, de acordo com o Expresso, estará praticamente finalizada. A ideia é que os jovens qualificados que emigraram no período de maior crise económica do país regressem, mas o Governo português decidiu incluir a medida de redução a todas as pessoas que começaram a trabalhar no estrangeiro entre 2015 e que decidam regressar em 2019 ou 2020.
Entretanto, o Partido Social-Democrata já veio atacar esta medida, afirmando que causa discriminação em relação aos restantes emigrantes que saíram do país fora dos prazos propostos.
Maria Antónia Almeida Santos, porta-voz do Partido Socialista [que forma Governo com o Partido Comunista Português e Bloco de Esquerda], disse não entender estas acusações. “Não consigo entender quais são os fundamentos para essa crítica. Vai cumprir todas as normas do parlamento europeu e, obviamente, os princípios de igualdade da nossa Constituição”, garantiu a porta-voz.

28 Ago 2018

Videojogos | Do uso lúdico à dependência

A Organização Mundial de Saúde adicionou, no final do ano passado, a dependência de videojogos no manual de diagnóstico de doenças mentais CID-11. Entre os jogadores, há quem modere com sucesso o tempo de jogo, mas há também quem perca o controlo. A psicóloga Nadia Chan entende que é necessário agir preventivamente e perceber que transtornos estão por detrás da dependência

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ntónio (nome fictício) tem 20 anos. Terminou em Julho o 12º ano e passou parte da adolescência trancado no quarto a jogar videojogos. Começou, com tenra idade, na companhia do pai. Nessa altura, conseguia separar a vida jogada da vivida e saía com a família, ia ao cinema e ao teatro, brincava com amigos na rua e jogava frequentemente à bola com o pai. Tudo normal.

A adolescência chegou e com ela o intercalar entre consolas e outras actividades foi-se tornando mais raro. Os dias começaram a ser passados no quarto e os jogos passaram a ser a única ocupação. Amigos, namoradas e família passaram para segundo plano e o tempo para a escola também começou a ser cada vez menos, o que lhe valeu dois chumbos. As noites eram pouco ou mal dormidas. “Começou a jogar a noite toda e a ter os horários trocados, dormia com o computador ligado. Alterou a vida toda à conta do jogo”, contou o pai de António ao HM.

De manhã dormia. As refeições eram quando a mãe aparecia para as preparar e pôr na mesa. Caso os pais estivessem a trabalhar fora, ficava sem comer. “Alimentava-se quando as pessoas lá em casa lhe davam comida e muitas refeições ficavam para trás”, acrescentou o pai.

As chamadas telefónicas muitas vezes ficavam por atender porque o jogo não podia ser interrompido. “Eles jogam online em equipas que dependem uns dos outros e estão a jogar ao mesmo tempo, e ás vezes queria falar com ele e não podia”, explicou o pai.

No computador faziam-se os amigos e a vida social existia entre cognomes e aventuras comuns. Lá fora, na rua não havia nada de interessante.

Ao contrário de colegas que também jogam mas que não deixaram de fazer outras coisas, como “sair, ir ao cinema, estar com amigos”, exemplifica o progenitor, António personifica os sintomas que a Organização Mundial de Saúde, no início do ano, classificou como integrantes de um novo distúrbio mental, a dependência de jogos. A patologia consta agora do manual da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, CID-11, da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em Macau, não há pesquisa a incidência da dependência e das suas consequências, mas a consideração dentro do espectro clinico é vista com bons olhos até por quem vive desta actividade.

Prevenção interna

Para Frederico Susano, membro da direcção da “Grow uP eSports”, a organização multinacional de jogos electrónicos com sede em Macau e Portugal, a incorporação da dependência de videojogos na CID-11 é “absolutamente justificável, até porque tudo o que é em excesso tem as suas consequências”, referiu ao HM.

É por isso que a organização também se empenha em iniciativas de prevenção da adição. “Para já, temos feito mais coisas em Portugal com a realização de vários workshops, conduzidos por profissionais de áreas diferentes para sensibilizar pais e jogadores, alguns mesmo que já jogam a nível profissional, para terem certos cuidados”.

Descanso, horas de sono e mesmo lições de nutrição fazem parte dos conteúdos partilhados nestas actividades com pais e jogadores. “Em causa está a garantia de que quem joga tem o tempo de descanso necessário diário, que tem uma alimentação conveniente e que mantem a saúde. Mesmo para quem joga, a nível profissional ou não, é necessário um certo regime que tem de ser saudável”, disse.

Para Frederico Susano, apesar do videojogo funcionar essencialmente a nível psicológico e não precisar de esforço físico, é necessário cuidar do corpo.

Além dos cuidados com a saúde física, a “Grow uP eSports”, promove ainda alerta e apoio para outras actividades que, entretanto, acontecem online. A título de exemplo, Susano refere o bullying virtual.

Benefícios colaterais

Se por um lado os videojogos em excesso podem trazer isolamento e a interrupção da vida funcional, por outro podem também ser uma ajuda no tratamento de certos síndromas sociais e mesmo no desenvolvimento de funções cognitivas. “Existem diversos estudos a esse respeito e que mostram a eficácia dos videojogos em termos terapêuticos”, avança. Além disso, Frederico Susano acrescenta que “está provado que os videojogos também facilitam o desenvolvimento de determinadas capacidades, nomeadamente a capacidade de concentração”. O também jogador explica que “o foco de um “gamer” [expressão utilizada pelos jogadores de videojogos] casual acaba por ser muito superior do de pessoas que tenham outro tipo de actividades, porque o cérebro durante o jogo está a receber muita informação que exige rapidez a filtrar essa informação sem perder a concentração e o objectivo”.

No que respeita às capacidades sociais, os jogos virtuais também ajudam no contacto com outras pessoas de diferentes partes do mundo, aprofundando competências linguísticas e outros benefícios, considera o dirigente da “Grow uP eSports”.

A história de Frederico Susano foi particularmente influenciada por esta realidade. Foi um jogo que o trouxe à China e que o levou a licenciar-se em tradução e interpretação de mandarim/português. “Este gosto pelo oriente foi desencadeado por um jogo, que falava dos três reinos, uma história chinesa. A maneira como era fiel à história deixou-me curioso para perceber a cultura, quem eram estes heróis. Fui estudar chinês e agora estou cá”, conta.

Sem problemas

“Há jogos que valem a pena que se viva para eles”. Esta é a opinião de Rui Pita. A qualidade, os desafios que impõem, o raciocínio e a destreza mental que exigem são factores que têm feito com que o designer gráfico viva intermitentemente entre períodos em que joga quase sem parar e outros em que não joga, como actualmente.

Para Rui Pita “estas coisas dos jogos já tem uns anos”, confessa. “Penso que já foram bem mais problemáticas do que aquilo que são”, diz recordando que cresceu em salas de jogo e que “o momento mais feliz da vida” foi quando teve o seu primeiro Spectrum.

Mais tarde comprou um PC e descobriu os RPG (Role-Playing Game), “um outro mundo que não tem fim”, diz.

Para Rui Pita, que tem hoje 44 anos, o jogo é mais do que um hobby, é uma presença diária. A caminho do trabalho levava dezenas de páginas impressas, tiradas de fóruns online, com explicações para os jogos do momento.

Os prazos para cumprir missões faziam com que a vida tivesse de ser programada. “Tínhamos, por exemplo, uma semana para chegar a determinado lugar. Isto implicava um trabalho de equipa em que ninguém podia faltar e se faltasse uma pessoa já não se conseguia. O resultado, [quando se joga em equipa], é que todos dependem de todos e cria-se uma espécie de elite em que se sabe com quem se pode contar”, explica ao HM.

Mas Rui Pita nunca deixou de trabalhar, nem de sair ou ir a festas. Mesmo nos períodos em que só pensava e falava em jogos, os amigos continuaram a existir. Por isso, refere sem dúvidas, que “jogar, na realidade não é um vício”. Aliás, no seu caso pessoal e tendo em conta que neste momento praticamente não joga, os tempos que passou a faze-lo são recordações que não vai esquecer. “Mesmo não jogando estou sempre a pensar no jogo, até porque faz parte de uma fase muito boa da minha vida”, revela.

Para ilustrar esta “idade de ouro”, Rui recorda uma altura em que jogava Lineage: “Foram uns três anos em que não tinha outro assunto de conversa. Estava sempre com o jogo na cabeça. Costumava parar num café com amigos e tínhamos um manual, com cerca de 3000 páginas, com a descrição dos bichos do jogo e com o que tínhamos de explorar”, recorda.

Por outro lado, e visto ter feitos amigos também dentro do ecrã, Rui considera que “estes jogos são uma forma de pôr os miúdos a socializar”, até porque, “amigos existem sempre e se uma pessoa se fecha em casa a jogar pode ter outro problema de fundo que deve ser resolvido.” Nesse sentido, “o escape do jogo pode ser bom e uma forma de crescer de outra maneira”, refere.

Diagnósticos paralelos

A classificação da dependência de videojogos no manual de diagnóstico psiquiátrico é bem vista pela psicóloga Nadia Chan, que aponta que o condicionamento da vida pelos jogos muitas vezes traduz a presença de outros problemas. “Se uma pessoa sofre deste tipo de desordem, enquanto profissionais, temos de estar atentos a muitas outras coisas”, começa por dizer ao HM.

Em causa, considera, “podem estar subjacentes quadros clínicos que apontem para a depressão ou transtornos de ansiedade”, pelo que “para perceber o que se está a passar realmente é necessário ter acompanhamento clínico”.

Ainda assim, a psicóloga sublinha que a adição a videojogos é um comportamento problemático que suscita a necessidade de mais investigação, nomeadamente no contexto de Macau.

Entretanto, é preciso prevenir, diz, admitindo que se trata de uma situação que não é fácil de resolver. Os pais actualmente não podem privar o acesso dos filhos à tecnologia até porque as actividades que se fazem hoje têm todas alguma ligação com o mudo digital. “Combinar encontros sociais é através da internet, fazer trabalhos de casa também, e por aí fora”, acrescenta.

No entanto, cabe aos adultos questionaram se o seu comportamento enquanto pais são exemplo para os seus filhos, especialmente no uso da tecnologia. “Muitas vezes os pais são os primeiros a proibir o uso do telefone, mas será que também deixam os seus dispositivos para passar tempo com os filhos?”, questiona retoricamente.

Para a psicóloga é importante que estas coisas se equilibrem e que os pais disponham de mais tempo para estar com as suas crianças.

“A questão não se é o fácil acesso à tecnologia é bom ou mau, mas a forma e o tempo como a utilizamos”, refere.

Quanto a medidas preventivas, a psicóloga é clara sublinhando que são medidas não só aplicáveis aos problemas relacionados com os videojogos mas com todo um espectro que interfere com a saúde mental.

“Em primeiro lugar deve existir uma maior promoção da saúde mental e do que lhe diz respeito em todas as vertentes. Não só com problemas mentais já considerados mas na ajuda a dificuldades do dia-a-dia e que precisam de solução ou alívio que deve ser feito tanto a nível familiar como comunitário.”

Por outro lado, tanto os pais como as escolas deveriam informar sobre o uso apropriado e equilibrado da tecnologia. “A solução não passa pelo evitar a tecnologia, mas pelo acompanhamento da exposição dos mais novos a isso”, remata.

Atentos mas sem dados

Em Macau a dependência de jovens à internet e aos videojogos é colocada no mesmo saco. É de referir que o assunto é acompanhado pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude ainda que de uma forma formativa.

Neste sentido, e de acordo com a informação fornecida pelos serviços ao HM, os currículos escolares incluem disciplinas sobre o bom uso da internet e cibersegurança de modo promover “a compreensão de matérias ligadas aos perigos dos jogos online para a saúde física e mental”.

No que respeita a acções de formação, a DSEJ destaca que existe um departamento para o aconselhamento individual de estudantes com problemas de dependência da internet de modo “a que reconstruam a sua vida normal”, lê-se.

No ano lectivo de 2016/102017, as acções de formação promovidas pela DSEJ chegaram a mais de 185 mil estudantes. Quanto ao número de casos detectados ou pedidos de ajuda respondidos, a DSEJ não especificou.

28 Ago 2018

Ambiente | Qualidade do ar insalubre na Taipa e em Ká-Hó

[dropcap style=’circle’]T[/dropcap]rês das seis estações voltaram ontem a registar elevados níveis de poluição. O índice mais elevado (127) foi registado na estação Ambiental da Taipa, segundo a informação disponível pelos Serviços Meteorológicos e Geofísicos. A estação Berma da Estrada de Ká-Ho indicou um valor de 125. Já na estação Ambiental de Coloane o índice foi de 107. Os serviços liderados por Raymond Tam indicam que esta informação foi actualizada às 18h30 de ontem. A qualidade do ar é considerada moderada entre o índice 51 até 100. Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos já tinham alertado que o ar pode estar insalubre até amanhã.

27 Ago 2018

Wushu | Alexis Tam encoraja atletas de Macau

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, parabenizou Huang Junhua depois de ter conquistado uma medalha de prata nos Jogos Asiáticos em Jacarta, Indonésia, na modalidade de Wushu. De acordo com um comunicado, Alexis Tam disse encorajar “os atletas de Macau a manterem o espírito combativo e desportivo, por forma a alcançar melhores resultados”. O secretário lembrou que, durante a competição, os atletas locais encontraram “adversários fortes” mas “demostraram um extraordinário empenho para alcançar resultados muito significativos, designadamente, Li Yi, que conquistou uma medalha de prata, e vários atletas de natação que bateram recordes de Macau”.

27 Ago 2018

Renovação urbana | Processo legislativo para criação de empresa “em curso”

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo iniciou o processo legislativo relativo à criação da empresa “Macau Renovação Urbana SA”, que inclui os seus estatutos. A informação consta num comunicado oficial, que explica que a empresa será responsável “pela coordenação, promoção e realização das intervenções de renovação urbana”. A entidade será “uma sociedade de capital exclusivamente público, que tem por objecto social realizar, incentivar, divulgar e promover intervenções no âmbito da renovação urbana, bem como intervir na regeneração urbana e na requalificação dos equipamentos comunitários”.

27 Ago 2018

Ponte Y | Divulgados preços das portagens

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oram divulgados os preços das portagem para os veículos que passam pela ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. De acordo com a conta oficial do Wechat de divulgação de informação sobre a ponte, os preços afixados foram aprovados pelo Governo da província de Guangdong e fixam-se nos 150 renminbis para os automóveis ligeiros e para os táxis, 200 para os autocarros, 300 para shuttle-bus, 60 para camiões sem reboque e 115 para os camiões com reboque. O comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), Ma Io Kun, afirmou ainda que não há data para a entrada em funcionamento da ponte. Entretanto, a fronteira entre Macau e Zhuhai já se encontra pronta, acrescentou Ma Io Kun, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau.

27 Ago 2018