Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCriminalidade | Burlas com trocas ilegais de dinheiro dominam No primeiro semestre, os crimes de burla associados a trocas ilegais de dinheiro dominaram a criminalidade no território. Dados ontem divulgados mostram um aumento de 267 casos face a igual período do ano passado, num tipo de crime controlado por não residentes. Mais de dois mil burlões ligados à troca de dinheiro foram interceptados pelas autoridades A criminalidade associada ao jogo registou um “certo aumento” em relação a igual período do ano passado, destacam as autoridades no relatório sobre o balanço da criminalidade no primeiro semestre do ano, ontem divulgado. E neste cenário, destacam-se os casos de burla associados a troca ilegal de dinheiro. Dentro do rol de crimes ligados ao jogo, surge o crime de burla com 159 casos registados nos primeiros seis meses do ano, representando 23,3 por cento da criminalidade, seguindo-se 22 casos de usura, vulgo agiotagem. Relativamente aos “burlões de troca de dinheiro” contabilizaram-se 351 casos, um aumento de 267 casos em relação ao primeiro semestre de 2023 e de 262 face a igual período de 2019, antes da pandemia. O documento explica que, por norma, estes burlões apresentam “falsos comprovativos de transacção bancária, alegando que houve atrasos na remessa ou que o montante de transacção da vítima é suspeito de ser fruto de crime, levando esta a crer que a sua conta bancária do Interior da China foi congelada”. Os burlões costumam ter bastante dinheiro vivo consigo para efectuar a troca, “sendo vulneráveis a actos de furto, roubo, ofensas à integridade física e, até, homicídio, perturbando o ambiente de segurança dos casinos e das zonas periféricas”. As autoridades explicam o aumento do número de crimes ligados ao jogo com o “aumento substancial do número de turistas e com a recuperação da indústria do jogo”. Porém, as autoridades entendem não haver motivo para alarme. “Devido aos esforços de prevenção e combate da polícia, especialmente as acções de combate às actividades ilegais de troca de dinheiro nos casinos e seus arredores, a segurança é salvaguardada eficazmente e o número de crimes relacionados com o jogo, no primeiro semestre deste ano, ainda foi significativamente inferior ao do mesmo período de 2019, antes da epidemia.” Casa cheia No primeiro semestre deste ano, a Polícia Judiciária (PJ) e o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) interceptaram 2.215 burlões deste tipo, tendo sido repatriados ou impedidos de entrar no território 2.072 não residentes envolvidos nestes crimes. No total da criminalidade associada ao jogo, foram identificados 123 residentes e 639 cidadãos do interior da China, bem como 44 residentes de Hong Kong, apenas quatro de Taiwan e 16 pessoas de nacionalidades estrangeiras, o que demostra que “a proporção de residentes face a não residentes é de cerca de 1 por 5,7”. Também nas vítimas existe um domínio de não residentes, registando-se apenas, em seis meses, 71 residentes face a 420 cidadãos do interior da China. Destaque ainda para o combate ao jogo ilegal online, pois, segundo o gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, “os websites de jogo ilegal fazem-se passar, muitas vezes, pelos portais das operadoras de jogo de Macau”. Com a ajuda de um mecanismo de comunicação interdepartamental foram bloqueados, no primeiro semestre, mais de 36.000 websites de jogo ilegal. Outros processos Nos primeiros seis meses do ano, as autoridades policiais instauraram 7.160 inquéritos criminais, mais 912 casos, numa subida de 14,6 por cento face a igual período de 2023. Em relação a 2019, contudo, o aumento foi de apenas 3,5 por cento. Só na Polícia Judiciária registaram-se 683 inquéritos criminais, um aumento de 261 processos em comparação com o período homólogo de 2023, representando uma subida de 61,8 por cento. Dominam, com 4.418 casos, os crimes contra o património, mais 17,8 por cento em relação aos primeiros seis meses de 2023, onde se incluem todos os casos de burla, com e sem ligação ao jogo, num total de 1.394 ocorrências; bem como furto, roubo, usura ou extorsão. Dentro dos casos de burla não associada ao jogo, registaram-se 188 casos de burla telefónica, mais 29 casos face a 2023 e mais 152 face a 2019. Cerca de 80 por cento dos burlões fizeram-se passar por funcionários de serviços públicos. Registaram-se ainda 408 casos de burla online, sendo mais frequentes os casos de aliciação para investimento, venda de bilhetes para espectáculos e compras online. Foram ainda detidos, e presentes ao Ministério Público (MP), 2.743 indivíduos, o que reflecte um aumento de 787 indivíduos, mais 40,2 por cento comparando com o mesmo período do ano 2023. Ainda assim, face a 2019, houve menos 525 pessoas apresentadas ao MP, menos 16,1 por cento. Mais violações No que diz respeito à criminalidade geral, ficam em segundo lugar os crimes contra pessoas, com 1.191 casos, destacando-se os 546 crimes de ofensa simples à integridade física e 34 casos de violação. Neste ponto, as autoridades alertam para um “aumento em comparação com os períodos homólogos de 2023 e 2019”. “Mais de 60 por cento das vítimas não eram residentes de Macau, sendo que os crimes ocorreram em quartos de hotel, não sendo de afastar a hipótese de que alguns dos casos tenham ocorrido num contexto de relações sexuais consentidas”, aponta o relatório. No caso de violações envolvendo residentes, as autoridades pensam que “alguns casos tiveram lugar após o consumo de bebidas alcoólicas em bares, sendo que, noutros casos, vítimas e suspeitos conheciam-se”. No primeiro semestre, foram ainda registados 13 crimes de abuso sexual de crianças, uma redução de 27,8 por cento em relação a 2023, “mas, ainda assim, mais do que em 2019, situação que deve merecer a atenção da sociedade”, pode ler-se.
Hoje Macau SociedadeDSEC | Actividades culturais com maior participação da população No segundo trimestre deste ano, mais de metade da população participou em eventos culturais, de acordo com os números revelados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), no âmbito do “inquérito à participação dos cidadãos em actividades culturais referentes ao segundo trimestre de 2024”. A taxa de participação entre Abril e Junho foi de 54 por cento, dado que 253,2 mil residentes estiveram presentes em eventos culturais que decorreram em Macau. Esta percentagem representa um aumento de 1,9 pontos percentuais em comparação com o segundo trimestre do ano passado. A actividade cultural mais popular durante o segundo trimestre foi o cinema, dado que 146 mil residentes declaram ter ido pelo menos uma vez ver filmes, no que representou um aumento de 0,9 por cento face ao ano passado. Ao mesmo tempo, 126,8 mil residentes acederam às bibliotecas online, no que significa uma subida de 1,3 por cento em comparação com o ano anterior. Os números da DSEC apontam igualmente que 91,8 mil pessoas assistiram a espectáculos em Macau, um aumento de 82,8 por cento face ao ano passado, com a taxa de participação da população a ser de 19,6 por cento, um aumento de 8,8 pontos percentuais. Entre as 91,8 mil pessoas que assistiram a espectáculos, em média, cada pessoa assistiu a 2,5 espectáculos. Os espectáculos musicais ou de dança atraíram 70,5 mil residentes, quase o dobro do número registado no mesmo trimestre do ano passado, o que se traduz num crescimento de 99,9 por cento. Os espectáculos de teatro atraíram 39.600 residentes, mais 60,4 por cento.
João Santos Filipe Manchete SociedadeVeículos Eléctricos | Che Sai Wang defende reforço da segurança As viaturas eléctricas são cada vez mais populares, porém, o deputado ligado à ATFPM alerta para a necessidade de aumentar as medidas de segurança na utilização dos postos de carregamento. O aviso foi deixado depois de recentemente uma moto se ter incendiado durante o carregamento O deputado Che Sai Wang defende que o Governo deve apostar mais na segurança dos veículos eléctricos e dos postos de carregamento. A opinião é expressa através de uma interpelação escrita, em que o legislador ligado à Associação de Trabalhadores de Função Pública (AFTPM) reage a um incêndio ocorrido recentemente, quando uma moto eléctrica estava a ser carregada num parque de estacionamento. Segundo o deputado, o objectivo de promover a utilização de eléctricos vai permitir que a cidade emita menores níveis de carbono. No entanto, como a tecnologia ainda é recente, “há vários desafios” com os quais é necessário lidar. E um destes desafios é o facto de haver riscos de incêndio durante os carregamentos, e o facto deste tipo de incêndios exigir medidas especiais de combate. “As autoridades devem reforçar a supervisão da qualidade dos equipamentos de carregamento de veículos eléctricos, da tecnologia de instalação dos postos, e melhorar as medidas de resposta a incêndios dos veículos eléctricos”, alertou. Por outro lado, Che avisa que é necessário realizar uma adaptação a esta nova realidade, a nível da cobertura dos seguros face a estes acidentes, mas também perceber se os preços das medidas de segurança para estes veículos estão ao alcance dos proprietários. “As autoridades devem continuar a optimizar e a rever as medidas de protecção existentes, tais como a cobertura do seguro, o preço dos materiais de combate a incêndios, para garantir que correspondem às necessidades do público”, vincou. “Isto não só protegerá a segurança dos condutores dos veículos eléctricos, mas também aumentará a confiança do público na utilização destes veículos”, acrescentou. Mais acção Ao mesmo tempo, o deputado pretende saber se o Governo vai apertar a fiscalização aos postos de carregamento e realizar inspecções periódicas, para reduzir este tipo de ocorrências. “Actualmente, o funcionamento dos veículos eléctricos em Macau é inseparável da utilização de postos de carregamento. No entanto, com a instalação dos postos pode haver problemas de qualidade ou utilização inadequada, o que pode provocar incêndios”, aponta. “Como podem as autoridades reforçar a segurança e a garantia de qualidade dos postos de carregamento?”, questionou. “Poderão as autoridades considerar a possibilidade de contratar pessoal qualificado para efectuar regularmente a manutenção mensal das instalações de alimentação eléctrica nos locais de carregamento, de modo a evitar a ocorrência de acidentes com incêndios?”, acrescentou. Para evitar os perigos, o legislador quer saber se existe a possibilidade de se recorrer às tecnologias mais recentes para evitar fogos. Com este objectivo, Che pergunta ao Governo se pode utilizar sistemas de videovigilância e inteligência artificial para detectar precocemente os incêndios e activar os mecanismos de segurança.
Andreia Sofia Silva SociedadeHotelaria | Número de trabalhadores subiu quase 30% No ano passado, o número de trabalhadores na indústria hoteleira registou um aumento de 27,8 por cento, em comparação com 2022, de acordo com as estatísticas divulgadas pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC), no âmbito do “Inquérito aos Hotéis e Similares referente a 2023”. Em relação ao número de hotéis e alojamentos de baixo custo em actividade, entre 2022 e 2023 houve um aumento de 12 unidades, que no final do ano passado totalizavam 145 estabelecimentos. As receitas do sector hoteleiro cifraram-se em 37,93 mil milhões de patacas, aumentando 136,4 por cento, em termos anuais, o que a DSEC justificou com o crescimento do número de hóspedes. Foi entre o final de 2022 e o início de 2023 que o Governo levantou as várias restrições de circulação de pessoas, justificadas com a pandemia da covid-19. As despesas do sector foram de 29,84 mil milhões de patacas, um crescimento de 41,1 por cento, em termos anuais. O excedente bruto do sector hoteleiro passou de deficitário em 2022 para superavitário em 2023, cifrando-se em 8,18 mil milhões de patacas. O valor acrescentado bruto, que reflecte o contributo económico do sector, fixou-se em 20,35 mil milhões de patacas, mais 302 por cento. Em termos da classificação dos hotéis, observou-se que as receitas dos hotéis de 4 estrelas aumentaram cerca de 70 por cento, face a 2022, as dos hotéis de 5 e 3 estrelas cresceram mais de 100 por cento e as dos hotéis de 2 estrelas subiram mais de 300 por cento.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCrime | Turista detido por fazer gravações de menores O homem foi apanhado em flagrante por uma estudante menor que estava a ser gravada. Para dissimular as gravações, o turista colocava a câmara dentro de uma mala, o que lhe permitia obter ângulos de debaixo das saias das vítimas Um turista japonês foi detido quando tentava deixar o território, através do Aeroporto Internacional de Macau, depois de ter sido descoberto a captar imagens de debaixo da saia de uma estudante menor. O caso foi apresentado na sexta-feira pela Polícia Judiciária (PJ), após a detenção. Segundo o relato das autoridades, o homem terá circulado por vários locais da cidade durante a estadia em Macau, a captar imagens de estudantes menores, com recurso a uma câmara que estava escondida numa mala e que lhe permitia gravar imagens por baixo das saias das estudantes. No entanto, na segunda-feira, por volta das 18h, quando tentava captar mais imagens de outra menor, junto de uma paragem de autocarros, na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues, o homem acabou por tocar com a mala na perna da jovem. Face ao insólito da situação, a estudante ficou desconfiada e baixou-se para perceber o que se tinha passado. Foi dessa forma que conseguiu ver que a mala tinha um buraco onde estava instalada a lente de uma máquina. Por sua vez, o homem percebeu que a estudante tinha ficado desconfiada e fugiu do local, para evitar ser apanhado. A situação levou a menor a contactar as autoridades para relatar o sucedido. Parado no aeroporto Depois de ter sido apresentada a queixa, as autoridades conseguiram identificar o suspeito, embora nessa altura ainda não soubessem do seu paradeiro. Contudo, no dia seguinte, de manhã, o homem tentou deixar o território, para voar de regresso ao Japão. Nessa altura, foi identificado e a polícia foi chamada ao local, para lidar com o caso, e interrogar o homem. Questionado pelas suas acções no dia anterior, o turista confessou que tinha entrado em Macau no dia 7 de Setembro e que desde essa data tinha utilizado o mesmo método para fotografar as partes privadas de várias mulheres, uma prática que confessou ser recorrente, não só em Macau. Além disso, as buscas realizadas ao telemóvel do suspeito permitiram às autoridades detectarem a existência de cerca de 30 vídeos gravados em Macau, entre os quais também se encontrava o realizado no dia anterior na paragem de autocarros da Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues. O caso do turista que afirmou ser um empresário foi entregue ao Ministério Público, e o homem está indiciado pela prática do crime de devassa da vida privada, punido com uma pena de prisão que pode chegar aos dois anos.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadePlacas toponímicas | IAM suspeita de burla de empresa O Instituto para os Assuntos Municipais suspeita que a empresa responsável pela renovação de algumas placas toponímicas usou materiais errados, o que fez com que os nomes das ruas tenham começado a cair. O Governo passou o caso para a polícia para se apurarem as responsabilidades da empresa O Governo tem investido, nos últimos meses, na substituição de cerca de 400 placas toponímicas com os nomes das ruas. Porém, parece que a empresa contratada para levar a cabo o projecto não cumpriu os critérios necessários, levando o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) a suspeitar de burla e a encaminhar o assunto para as autoridades policiais. O caso foi denunciado nas redes sociais, com a publicação de imagens de placas com os nomes a descolarem-se como acontece com adesivos de fraca qualidade. As imagens divulgadas dão conta de estragos em placas na Avenida do Vale das Borboletas, perto da zona de Seac Pai Van, por exemplo. Numa nota divulgada na quinta-feira, o IAM diz ter realizado uma inspecção e percepcionado de que algo não foi cumprido no processo de renovação das placas. “O pessoal do IAM detectou problemas de qualidade num lote de placas toponímicas recém-substituídas, tendo verificado que as técnicas de fabrico não correspondem às exigências”. Desta forma, “suspeita-se [da ocorrência] de burla, pelo que o IAM apresentou denúncia à polícia para apurar responsabilidades da empresa em causa”, descreve-se na mesma nota. O IAM promete ainda “tomar medidas, o mais rápido possível, para substituir as placas toponímicas com problemas de qualidade”. Vidrado de fora? No comunicado divulgado na última quinta-feira, momentos depois da divulgação de imagens das placas nas redes sociais, o IAM denotou também que “tem vindo a garantir, com rigor, a qualidade das obras sob sua tutela, não tolerando, de modo algum, actos fraudulentos praticados por empresas adjudicatárias”. Já há algum tempo que o IAM vinha coordenando o trabalho de reparação de placas por estas terem sofrido “danos de diferentes graus devido à exposição solar, chuva ou outros motivos”. Assim, o IAM “procedeu, nos últimos meses, à substituição de cerca de 400 placas, cujas obras ainda não foram examinadas e aceites”. Ter-se-á, assim, verificado problemas com os materiais utilizados. “De acordo com os documentos de obra, as placas toponímicas devem ser fabricadas segundo o método ‘vidrado’, e são especificadas claramente as regras de fabrico a seguir. No entanto, durante a inspecção, o pessoal do IAM verificou que, nos últimos dias, após a exposição solar, as placas toponímicas apresentavam graves problemas de qualidade”, concluindo-se que “as mesmas não foram fabricadas de acordo com as regras”. Desta forma, “suspeita-se de irregularidades na utilização de materiais”. O IAM promete “continuar a acompanhar estreitamente o caso e, em caso de negligência ou outras condutas indevidas por parte do pessoal envolvido, será instaurado um processo disciplinar interno”, é referido.
Andreia Sofia Silva SociedadeFebre de dengue | Inspecções não confirmaram casos suspeitos Os Serviços de Saúde (SS) terminaram as acções de inspecção e combate à febre de dengue realizadas na zona norte da península nos últimos dias. As acções ocorreram após a recepção de notificações por parte “dos departamentos de saúde das regiões vizinhas quanto à ocorrência de casos confirmados de febre de dengue que envolvem os itinerários de actividade em Macau, entre os dias 9 e 10 de Setembro”. Assim, as inspecções realizaram-se na Rua da Erva e zonas periféricas, bem como na praça “Sun Star” situada na Praça das Portas do Cerco, incluindo zonas periféricas. Foram inspeccionadas duas mil famílias nas suas casas, situadas em mais de 80 edifícios, bem como 180 lojas situadas no rés-do-chão. Foram identificados cinco casos suspeitos de febre de dengue, e mesmo com a realização de testes de sangue, os resultados foram negativos, acabando por não se confirmar. Desde Maio que se registam vários casos locais de febre de dengue em várias regiões da província de Guangdong, nomeadamente nas cidades de Foshan, Zhuhai, Guangzhou (Cantão) e Jiangmen.
João Luz Manchete SociedadeJogo | Croupier denuncia pressão para não usar casa de banho Uma croupier de um casino local queixou-se de uma regra que limita idas à casa de banho durante o horário de trabalho a seis vezes por mês. Cloee Chao refere que a regra não é novidade, que as concessionárias são cada vez mais exigentes, em particular com os croupiers cujo volume de trabalho aumentou significativamente depois da pandemia As condições de trabalho dos croupiers voltaram ontem à ordem do dia, com uma croupier de um casino local (não identificado) a denunciar a aplicação de uma regra que limita idas à casa de banho durante o horário de trabalho a seis vezes por mês. Se o trabalhador exceder as seis vezes, é chamado a explicar-se ao supervisor. “Esta regra coloca-nos numa posição de grande stress. Só devemos ir à casa de banho durante os intervalos, que fazemos de duas em duas horas. Mas por vezes surgem necessidades urgentes. Esta regra faz com que tenhamos receio de beber muita água, o que acaba por afectar a saúde”, afirmou ontem Lao no programa Fórum da Ou Mun Tin Toi. A presidente da Associação Novo Macau pelos Direitos dos Trabalhadores do Jogo, Cloee Chao, não se mostrou surpreendida com esta regra, que não é novidade na indústria do jogo de Macau. “Esta regra foi lançada no passado, antes da pandemia, mas acabou por ser cancelada depois da intervenção da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) num caso específico de um casino-satélite”, recordou a dirigente ao HM. Apesar de considerar credível o relato de Lao, Cloee Chao aponta a possibilidade de esta prática se cingir a apenas uma empresa de jogo, uma vez que a sua associação não recebeu queixas recentes desta natureza. Porém, revelou que as empresas do jogo são cada vez mais exigentes com os funcionários, em particular com os croupiers que viram o volume de trabalho aumentar consideravelmente desde a recuperação do turismo, sem que as empresas tenham contratado mais trabalhadores. Tratar da saúde A croupier indicou ainda que quando um funcionário é chamado a explicar-se à chefia por ter usado a casa de banho mais de seis vezes num mês, a conversa pode dirigir-se para a sua capacidade de cumprir funções. “O chefe pode citar os registos e contar as vezes que usamos a casa de banho e depois perguntar se temos algum problema de saúde e se precisamos de ir ao médico”. No segundo trimestre deste ano, trabalhavam na indústria do jogo cerca 70.300 trabalhadores, uma redução de cerca de 1.100 face aos primeiros três meses do ano. No mesmo período, havia em Macau 6.600 desempregados, mais de um quarto provenientes do sector do jogo.
João Santos Filipe SociedadeConselheiros das Comunidades esperam retracção pública de Acácio de Brito Os Conselheiros das Comunidades Portuguesas esperam “uma retracção pública” do director da Escola Portuguesa de Macau (EPM) que qualificou “como falsas” as alegações contidas num ofício enviado pelos conselheiros ao ministro da Educação, Ciência e Inovação de Portugal. O pedido de retracção consta de um comunicado divulgado ontem. “As afirmações do director da EPM são consideradas difamatórias do bom nome dos Conselheiros e da sua função, antecipando que, no mínimo, proceda a um pedido de retractação pública, devendo assumir a responsabilidade pelas suas declarações”, pode ler-se na mensagem divulgada ontem. “As alegações apresentadas no ofício foram fundamentadas e posteriormente respaldadas por uma investigação realizada pelos meios de comunicação social de Macau, que corroborou as preocupações expressas pelos pais e professores da comunidade escolar”, foi vincado. “É importante salientar que os Conselheiros agiram em conformidade com as suas funções como órgão consultivo do Estado Português, respondendo a apelos legítimos de cidadãos que, temendo represálias, optaram por esta via de intervenção”, vou acrescentado. Actualmente, os cargos de Conselheiros das Comunidades Portuguesas são ocupados por Rita Santos, Carlos Marcelo e Marília Coutinho. Professores integrados No ofício contestado por Acácio de Brito, os conselheiros alertam o ministro para o facto de os docentes recontratados estarem a ser transferidos para outras escolas, apesar de um despacho de Portugal, onde constava que esses docentes tinham de ser mantidos na EPM. “Eu tenho ouvido. Não são inverdades, são mentiras. Okay? Nós cumprimos, obviamente, integralmente o despacho do ministro da Educação”, afirmou Acácio de Brito, à TDM, nas declarações encaradas pelos conselheiros como difamatórias. “Aquilo que tenho ouvido falar revela má fé ou ignorância. Sejamos claros, a escola cumpriu integralmente aquilo que vem no despacho. Outra coisa não seria de esperar. Não faltava mais nada que um director de uma escola, a administração de uma escola não cumprisse um despacho, do senhor ministro”, vincou. “São falsas questões, de quem não sabe do que está a falar”, acrescentou. Apesar do pedido de retracção pública, os conselheiros afirmam estar disponíveis para “dialogar e colaborar” com todas as partes.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEPM | Queixa na DSEDJ motivou regresso de docentes A intervenção da DSEDJ terá sido essencial para que os professores da Escola Portuguesa de Macau colocados fora da instituição tivessem de regressar. O protocolo para a transferência dos docentes exige a concordância destes Uma queixa feita junto da Direcção de Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) terá levado a Escola Portuguesa de Macau (EPM) a integrar os três professores que tinham sido colocados em outras instituições. A informação foi adiantada na quarta-feira pelo Canal Macau. Segundo a emissora, que cita fontes próximas do processo, o regresso à EPM dos docentes terá sido motivado por uma queixa sobre a transferência dos professores para a Escola Zheng Guanying e a Escola Luís Gonzaga Gomes. A reclamação terá levado a DSEDJ a realizar uma averiguação e a intervir, o que forçou a direcção da escola de matriz portuguesa a voltar atrás e a reintegrar os professores. De acordo com as explicações da DSEDJ, a mobilidade entre as escolas com o objectivo de melhorar a aprendizagem do português é possível, mas os critérios exigem a concordância dos professores. Este aspecto não foi valorizado nem cumprido pela direcção da escola, que apenas comunicou a colocação fora da EPM aos docentes no dia em que distribuiu os horários para o novo ano lectivo. “A mobilização de pessoal tem de ser discutida entre a escola e o pessoal [a transferir], dependendo das necessidades do projecto, das qualificações desse pessoal, dos recursos humanos das escolas e da vontade dos funcionários [envolvidos]”, esclareceu a DSEDJ, ao Canal Macau. “As negociações têm de ser feitas entre a escola [EPM] e os funcionários”, foi acrescentado. Verão quente A reintegração dos docentes poderá ser o fim de um “Verão Quente” na Escola Portuguesa de Macau, que começou no final de Maio, quando o director da instituição, Acácio de Brito, anunciou uma vaga de dispensas de docentes residentes, ao mesmo tempo que afirmava estar a contratar não residentes em Portugal. A vaga de dispensas gerou insatisfação entre os professores, encarregados de educação e autoridades, incluindo os conselheiros das comunidades portuguesas, o que levou a que, após uma inspecção à escola, o ministro da Educação de Portugal emitisse um despacho a obrigar a direcção a prolongar o contrato dos dispensados para o novo ano lectivo. No entanto, no início deste ano lectivo, o caso acabou por ter mais um capítulo, dado que três dos professores recontratados acabaram por ser colocados fora da instituição. A decisão foi agora revertida.
Hoje Macau SociedadeEspecialistas avisam que lei antidesflorestação na UE pode causar escassez A entrada em vigor, no final do ano, da chamada lei antidesflorestação pode causar a escassez de produtos como cacau e madeira ou aumentar os preços na UE. O aviso foi deixado por especialistas à Agência Lusa, à margem do Fórum Global de Madeira Legal & Sustentável 2024, que decorreu em Macau. O Regulamento Europeu para Produtos Livres de Desflorestação (EUDR, na sigla em inglês) foi aprovado em 2023 e vai entrar em vigor, para a maioria das empresas, a 30 de Dezembro, com regras mais apertadas para tentar criar cadeias de abastecimento mais transparentes. Mas o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente, Ivan Tomaselli, avisou que “existe um risco, especialmente a curto prazo, de escassez de certas mercadorias e produtos na Europa”. Tomaselli falava à Lusa à margem do segundo e último dia do Fórum Global de Madeira Legal & Sustentável 2024, a decorrer em Macau. As novas regras impedem a entrada no mercado europeu de produtos provenientes de terras alvo de desflorestação ou degradadas. Os principais produtos afectados serão o óleo de palma, o gado, a soja, o café, o cacau, a madeira, a borracha e derivados. Sem cacau Rupert Oliver, especialista da Organização Internacional da Madeira Tropical, apontou o cacau como um dos produtos mais vulneráveis e lembrou que, devido a factores como a guerra na Ucrânia e a subida do preço do petróleo, o chocolate já se tornou “60 por cento a 70 por cento mais caro” na UE. Ivan Tomaselli disse acreditar que a madeira poderá ser a mais afectada, uma vez que, ao contrário de produtos como a soja ou a carne, produzidos sazonalmente nos mesmos terrenos, a gestão florestal implica uma rotação constante de terras. Ou seja, todos os anos os produtores terão de repetir os mesmos procedimentos para comprovar que a madeira não veio de terras alvo de desflorestação, que em alguns casos podem significar “documentos com mais de 300 páginas”, sublinhou o brasileiro.
Andreia Sofia Silva SociedadeCasa de Macau | Obras em Lisboa já arrancaram Já tiveram início as obras no edifício que serve de sede à Casa de Macau em Lisboa, situada na avenida Almirante Gago Coutinho. Segundo uma nota enviada aos sócios, “está em curso o início das obras de recuperação do nosso edifício, prevendo-se que possam prolongar-se até finais de Outubro, ou mesmo, início de Novembro”. Tal irá obrigar ao cancelamento de algumas actividades habituais, como é o caso da realização do Chá Gordo no período da Festa da Lua “Chong Chao” no dia 17. “Ao longo destes dois meses iremos tentar atenuar este condicionalismo com a realização de actividades de interior e outras passíveis de serem executadas sem causar transtorno a quem venha a participar”, é ainda referido. A informação de que a Casa iria para obras, depois de vários anos já em estado de alguma degradação, foi dada pelo HM em Junho. “Iniciámos, após aprovação da Fundação Casa de Macau (FCM), a recuperação do anexo multiusos onde se realizam a maior parte dos nossos eventos, estando prevista para este ano a pintura do edifício principal”, disse, na altura, Carlos Piteira, presidente da instituição.
Hoje Macau SociedadeÍndice Subsistência | Académico contra revisão constante Chan Kin Sun, director do programa de mestrado em Administração Pública da Universidade de Macau, defendeu ao canal chinês da Rádio Macau que o Índice Mínimo de Subsistência não deve ser revisto com frequência, pois pode levar a população a duvidar da credibilidade desse mecanismo de apoio social. Esta declaração surge depois do Instituto de Acção Social ter confirmado que vai rever novamente o Índice depois da revisão dos valores realizada a 1 de Janeiro de 2020. O Índice Mínimo de Subsistência foi o tema central do programa matinal de ontem do canal chinês da Rádio Macau, onde um ouvinte defendeu uma revisão anual do mesmo, tendo em conta que serve de base à actualização de muitos subsídios. Foi então que Chan Kin Sun defendeu uma revisão a cada cinco anos, pois é necessário criar tempo suficiente para a acumulação de dados e pesquisa, além de olhar para outros exemplos de países estrangeiros. Porém, o académico admitiu que os dados do Governo podem não espelhar as dificuldades financeiras sentidas por muitas famílias em comparação com os anos anteriores, pois a economia e hábitos mudaram. Um dos exemplos apontados é o maior hábito de fazer compras online, em plataformas como o Taobao, ou um maior consumo no interior da China.
João Luz Manchete SociedadeHospital das Ilhas | App para marcar consultas só no fim do ano O Hospital das Ilhas vai ter uma aplicação móvel para marcar consultas, aceder a relatórios e informações hospitalares, no último trimestre do ano. Em 2025, grupos de médicos, enfermeiros e técnicos clínicos locais vão receber formação em Pequim O Hospital das Ilhas (ou Hospital Macau Union) está a planear o lançamento de uma aplicação móvel exclusiva para fornecer várias funções como “marcação prévia online, consulta de relatórios e consulta de informações hospitalares”, revelou o director dos Serviços de Saúde (SS), Alvis Lo, em resposta a uma interpelação escrita de Leong Hong Sai. O director dos SS revelou a aplicação tem lançamento previsto para o último trimestre deste ano, “para aumentar a conveniência e a eficiência dos serviços de saúde”. O responsável recordou também que o Hospital Macau Union aderiu à “Plataforma do Registo de Saúde Electrónico” e que “os residentes precisam de utilizar a função ‘A minha saúde’ na Conta Única” para consultar informações de saúde do Hospital Macau Union. Em relação à gestão de recursos humanos de saúde, Alvis Lo indicou que está previsto o envio no próximo ano de grupos de “médicos, enfermeiros e técnicos clínicos para Pequim ou outros locais para receber formação”, para que “mais profissionais de saúde locais possam receber formação em serviço de alta qualidade”. O envio de profissionais em 2025 para adquirir novas competências surge na sequência a avaliação positivo “e bom feedback” dos cinco clínicos que completaram no ano passado a “Formação pré-ingresso de médicos especialistas” no “Peking Union Medical College Hospital” de Pequim. O curso teve a duração de um ano. Formar equipa A longa duração dos processos de formação profissional foi uma das razões apontadas por Alvis Lo para explicar que ainda não estão reunidas as condições necessárias para o Hospital Macau Union prestar os serviços de urgência e de primeiros socorros. O âmbito abrangente dos serviços prestados na nova unidade hospitalar e a complexidade dos equipamentos de emergência médica foram as outras duas explicações avançadas pelo director dos SS. Quanto à criação de uma equipa de especialistas, Alvis Lo indica que serão contratados, através de concurso, profissionais para residência médica nas instituições e estabelecimentos de saúde públicos, com um total de 59 vagas. Em relação à formação de pessoal de enfermagem, o Governo refere que as duas instituições de ensino superior de enfermagem aumentaram o número de vagas de mais de uma centena para as actuais 300 vagas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEnsino | Depois de dispensados, docentes voltam à EPM Os três professores da Escola Portuguesa de Macau dispensados e colocados noutras instituições de ensino no território voltaram à Escola Portuguesa e já estão a dar aulas. Depois de trocas e dispensas, de um despacho do Governo português e uma carta dos conselheiros das comunidades, o ano lectivo arranca na instituição de matriz portuguesa Dispensados, recontratados, transferidos para outras escolas e agora retornados à Escola Portuguesa de Macau (EPM). A vida de três professores da EPM durante as últimas férias de Verão foi recheada de avanços e recuos e muita incerteza. Os professores Alexandra de Aragão Domingues, que tem mais de três décadas de casa, Dora Coelho, Carlos Botão Alves, Elsa Botão Alves e a psicóloga Isabel Dias Marques foram dispensados e, após um processo que incluiu um inquérito realizado pela Inspecção-Geral da Educação e Ciência, viram as suas licenças especiais renovadas por um ano através de um despacho assinado pelo ministro da Educação, Ciência e Inovação de Portugal, Fernando Alexandre. No despacho, assinado a 7 de Agosto, Fernando Alexandre fez questão de referir que renovava as licenças especiais para que se possam “manter na EPM com serviço docente/tarefas distribuídas no próximo ano lectivo”. Porém, passado menos de um mês, três dos docentes em causa deixaram de ter horário distribuído na EPM e acabaram por ser colocados noutras escolas do território, incluindo a Escola Zheng Guanying e a Escola Luís Gonzaga Gomes. Em mais um volte-face, e com o ano lectivo a começar, os três professores em questão voltaram à EPM para dar aulas e os docentes que os iriam substituir, por troca com as escolas mencionadas, regressaram também às instituições de proveniência. Para trás e para a frente Antes do regresso dos professores dispensados, os Conselheiros das Comunidades Portuguesas do Círculo da China enviaram um ofício ao Ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, a expressar “crescente preocupação” com a gestão do corpo docente da EPM. Entre vários reparos e críticas, os conselheiros acusavam a direcção da escola de incumprimento do despacho assinado pelo ministro da Educação, Ciência e Inovação e apelar à intervenção do Governo português. A acusação de incumprimento foi negada pelo director da EPM, Acácio de Brito, que referiu em declarações ao Canal Macau da TDM que “a escola cumpriu integralmente aquilo que vem no despacho”. “Não faltava mais nada que um director ou uma administração de uma escola não cumprisse um despacho do senhor ministro”, acrescentou o director da EPM.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Imobiliárias pedem medidas para relançar mercado A Associação Comercial e Profissional de Desenvolvimento Predial de Macau espera que o futuro Chefe do Executivo adopte medidas para revitalizar o mercado do imobiliário. A posição foi tomada pela presidente da associação, Sou Hao Chan, em declarações ao Jornal do Cidadão. Segundo a dirigente, nos últimos cinco anos verificou-se uma tendência contínua de queda do número de transacções e dos preços da venda do imobiliário, que, ao contrário do esperado, não foi invertida pelas isenções fiscais aprovadas em Abril deste ano. Sou Hao Chan considera ainda que as únicas boas notícias esperadas no sector é a possibilidade de uma redução do valor dos juros, no final de Setembro, nos Estados Unidos, o que indirectamente vai fazer com que os empréstimos em Macau fiquem mais baratos. Neste ambiente, além de pedir ao novo Governo medidas de incentivo à compra de imobiliário, Sou Hao Chan espera uma maior aposta na diversificação económica, para desenvolver as Pequenas e Médias Empresas. Na perspectiva da presidente da associação, se as PME estiverem numa situação melhor, haverá mais confiança na procura de casa e de outros espaços comerciais. Ainda entre as medidas consideradas importantes para o futuro, a presidente da associação apelou ao Executivo para permitir a entrada de um maior número de trabalhadores não-residentes, por considerar que há uma falta generalizada de mão-de-obra.
Andreia Sofia Silva SociedadeMetro ligeiro | Circulação só depois do sinal 3 de tempestade A empresa gestora do Metro Ligeiro emitiu ontem uma nota onde esclarece que este sistema de transporte só pode voltar ao funcionamento quando for içado o sinal 3 de tempestade tropical. Esta informação surge em resposta à queixa de um ouvinte difundida no programa matinal do canal chinês da Rádio Macau, o Ou Mun Tin Toi que se queixou que, aquando da passagem do “Yagi” pelo território, teve de apanhar o metro para ir trabalhar, mas a primeira carruagem partiu apenas duas horas depois da retirada do sinal 8 de tempestade. A mesma nota dá conta de que “a maior parte das instalações do Sistema de Metro Ligeiro de Macau está exposta ao ar livre”, sendo “susceptível de ser danificada por objectos estranhos em condições atmosféricas adversas, tais como tufões”. Nesse contexto, a empresa “só pode enviar [os funcionários de inspecção] após ser baixado o sinal 8 para 3”, a fim de se verificar o estado dos sistemas e equipamentos. “Com base na experiência de inspecção nos tufões anteriores, a inspecção na Linha da Taipa demorou pelo menos duas horas, mesmo que não se tenha verificado zonas danificadas”, é referido.
João Santos Filipe Manchete SociedadeExposições e Convenções | Alerta para falta de mão-de-obra O presidente da Federação Comercial de Macau das Associações das Indústrias de Convenções e Exposições afirma que é preciso encontrar quadros qualificados para as áreas do planeamento de eventos e da digitalização Com o território a atravessar a época alta convenções e exposições, o presidente da Federação Comercial de Macau das Associações das Indústrias de Convenções e Exposições, Che Fok Sang, alertou para a falta de mão-de-obra no sector. Em declarações ao Jornal Ou Mun, Che indicou que a carência é mais sentida ao nível dos trabalhadores especializados no planeamento dos eventos e nas áreas da digitalização. De acordo com o cenário traçado por Che Fok Sang, actualmente o número de eventos registados indica uma recuperação para os níveis pré-pandemia de 2019. É esperado que ao longo do ano seja realizados cerca de 1.500 exposições e convenções, um aumento de 50 por cento face ao ano passado e um regresso aos valores de 2019, quando foram realizados 1.536 eventos. Todavia, com a recuperação em curso as empresas estão a sentir dificuldades para conseguir contratar trabalhadores para posições específicas. Segundo Che, no que diz respeito aos recursos humanos, o sector está a funcionar aos níveis de 70 ou 80 por cento do que acontecia antes da pandemia. Com base nos relatos das empresas ligadas à Federação Comercial de Macau das Associações das Indústrias de Convenções e Exposições, o responsável indicou que há pelo menos uma falta de 20 trabalhadores, a nível do planeamento dos eventos e da vertente digital dos mesmos. Para responder à falta de mão-de-obra, as empresas começaram a aumentar os salários, para evitarem a saída dos trabalhadores, mas também para atraírem quadros qualificados a curto prazo. Segundo uma fonte anónima citada pela publicação, em algumas empresas os aumentos atingiram 30 por cento. Outra das medidas tem passado pela realização de formações, porém, o responsável reconheceu que esta opção demora mais tempo a surtir efeito, até porque muitas vezes a prática acaba por ser fundamental. Competição apertada O presidente da associação deixou também o aviso para que se este problema não for resolvido a expansão da indústria pode estar ameaçada. Esta informação foi complementada por outra fonte anónima, citada pelo Ou Mun, que indicou que com a competição internacional pelas exposições e convenções a ser cada vez mais apertada, a falta de mão-de-obra pode ser o calcanhar de Aquiles num sector que se pretende pujante e a contribuir para a diversificação económica, além jogo. Em relação à recuperação pós-pandemia, Che Fok Sang comentou que os eventos realizados têm uma natureza diferente do que acontecia até 2019. Segundo o responsável, actualmente as exposições tendem a ser mais internacionais e viradas para o segmento de luxo. Anteriormente, os eventos eram mais orientados para o consumo e vendas. Recentemente, a cidade de Macau foi nomeada pelo segundo ano consecutivo como o melhor destino da Ásia para a organização de Exposições e Convenções, uma distinção atribuída pela M&C Asia Stella Awards.
Hoje Macau SociedadeCPSP | Detidos por conduzirem com excesso de álcool O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) deteve duas pessoas por condução sob os efeitos do álcool, em casos separados. A informação foi divulgada ontem pelas autoridades e citada pelo jornal Ou Mun. Num dos casos, ocorrido no domingo, as autoridades foram chamadas à Taipa. Na Avenida de Cantão, encontraram um homem a dormir no passeio ao lado da mota, rodeado de garrafas de álcool. Após investigarem a situação, as autoridades deram como provado que o homem tinha conduzido até ali, quando já se encontrava visivelmente alcoolizado. Os polícias obrigaram também o detido a fazer o teste do álcool, o que resultou numa taxa de 2,7 gramas de álcool por litro de sangue, acima do limite de 0,5 gramas de álcool por litro. O outro caso, ocorrido por volta das 10h30 de sexta-feira, aconteceu igualmente na Taipa, mas foi detectado porque o condutor do veículo alcoolizado esteve envolvido num acidente de viação. Os detalhes da colisão não foram adiantados, mas as autoridades foram chamadas ao local, porque um dos condutores cheirava a álcool. Quando realizaram o teste do álcool, o condutor acusou a existência de 2,09 gramas de álcool por litro de sangue, uma taxa igualmente acima do valor permitido por lei.
Hoje Macau SociedadeTáxis | Associação pede a turistas para não saírem à rua durante tufão O presidente da Associação Geral de Condutores de Táxi de Macau, Tony Kuok, pediu ao Governo que melhore a comunicação com os turistas que visitam o território para que evitem deslocações e saídas para a rua enquanto estiver emitido o sinal 8 de tufão. O apelo do dirigente associativo foi a resposta perante as queixas de taxistas terão alegadamente cobrado tarifas abusivas durante a passagem do tufão Yagi, no final da semana passada. Em declarações ao jornal Cheng Pou, Tony Kuok afirmou que as autoridades devem conter a procura por serviços de táxis enquanto estiverem içados sinais 8, uma vez que é impossível pedir aos motoristas para trabalharem durante tempestades severas. Ainda assim, o responsável estima que durante o sinal 8 do tufão Yagi cerca de 200 táxis estiveram em operação, apesar de os seguros não cobrirem danos provocados por incidentes de natureza meteorológica. O somatório destas situações, na óptica de Tony Kuok, explica as cobranças abusivas e ilegais, uma vez que os motoristas ponderam os riscos e possíveis custos de trabalhar durante tufões.
João Santos Filipe Manchete SociedadeContrabando | Líder de rede condenado a 12 anos de prisão A rede criminosa transportava bebidas alcoólicas de Macau para o Interior. As vendas terão gerado lucros de 42,84 milhões de renminbis O cabecilha de uma rede de contrabando de bebidas alcoólicas que operava entre Gongbei e as Portas do Cerco foi sentenciado ao cumprimento de 12 anos de prisão e ao pagamento de uma multa de 321,24 milhões de renminbis (362,50 milhões de patacas), após ter sido condenado pelos crimes de contrabando e branqueamento de capitais. A informação foi divulgada ontem, num comunicado emitido pelo Tribunal Popular Intermédio de Zhuhai. De acordo com a informação disponibilizada, o cúmulo jurídico de 12 anos de prisão e a multa de 321,24 milhões de renminbis resultou da aplicação de uma pena de 10 anos de prisão e a uma multa de 316,98 milhões de renminbis (357,70 milhões de patacas) pelo crime de contrabando de produtos comuns e de outra condenação a uma pena de 4 anos e 11 meses de prisão e ao pagamento de uma multa de 4,29 milhões de renminbis (4,84 milhões de patacas) pelo crime de branqueamento de capitais. No âmbito da decisão do tribunal, o cabecilha da rede de contrabando viu ainda confiscadas 2.754 garrafas de bebidas alcoólicas, como licores ou vinho, que tinham sido levadas para o interior por outros membros do grupo. De Macau com amor De acordo com os detalhes do caso partilhados pelo tribunal, entre Janeiro de 2022 e Março de 2023, o condenado foi responsável pela entrada de forma ilegal no Interior de várias bebidas alcoólicas, como vinhos, licores ou a bebida branca chinesa baiju. As bebidas eram contrabandeadas de Macau para Zhuhai, por várias pessoas que atravessavam a fronteira e escondiam as garrafas na bagagem ou que declaravam entrar com quantiadas inferiores às que efectivamente transportavam. Uma vez em Zhuhai, as bebidas eram vendidas à rede de tráfico, que depois tratava da distribuição no Interior e arrecadava os lucros. Segundo o tribunal, entre Agosto de 2022 e Março de 2023, a rede criminosa movimentou mais de 310 milhões de renminbis (349,81 milhões de patacas) e obteve lucros de 42,84 milhões de renminbis (49,34 milhões de patacas). Para ocultarem a origem do dinheiro, os valores eram enviados para várias contas bancárias de outros envolvidos na rede, que eram ainda utilizadas para pagar aos “fornecedores”. No comunicado, as autoridades alertam os cidadãos que esconder, transportar ou enviar por correio produtos que têm de ser declarados é uma prática criminosa que será “severamente punida”. As autoridades alertaram também os cidadãos para não disponibilizarem as suas contas bancárias para a movimentação de dinheiro.
Hoje Macau SociedadeRotary de Macau organiza corrida para angariar fundos contra a poliomielite Macau vai acolher uma caminhada e corrida para angariar fundos contra a poliomielite, anunciou o Rotary Club local, uma semana depois da Faixa de Gaza ter registado o primeiro caso da doença em 25 anos. Num comunicado divulgado no domingo, os oito clubes Rotary da região semiautónoma chinesa disseram que o evento vai decorrer na manhã de 20 de Outubro, no Parque Natural da Barragem de Hac Sá, na ilha de Coloane. Os organizadores disseram esperar, até à data final de 04 de Outubro, a inscrição de pelo menos 400 participantes, que terão de doar um mínimo de 150 ou 300 patacas, dependendo da escolha entre a caminhada ou a corrida. Todos os fundos serão transferidos para o fundo PolioPlus, do movimento internacional Rotary, que ajuda a financiar a compra de vacinas e campanhas de vacinação de crianças em todo o mundo. O comunicado referiu que os membros do Rotary já contribuíram mais de 1,2 mil milhões de dólares para proteger três mil milhões de crianças desta doença em 122 países e territórios. O Rotary assinala anualmente o Dia Mundial de Combate à Poliomielite, a 24 de Outubro, homenageando o nascimento de Jonas Salk (1914–1995), que desenvolveu uma das primeiras vacinas contra a poliomielite. Risco vivo O movimento diz que, desde 1979, pressionou os governos mundiais a comprometerem-se a investir mais de dez mil milhões de dólares para erradicar a doença no planeta. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a poliomielite continua a ser endémica apenas no Afeganistão e no Paquistão, depois de a Nigéria ter declarado a sua erradicação em 2020. A poliomielite é uma doença altamente contagiosa, transmitida principalmente por via fecal e oral, através de água contaminada, e que afecta sobretudo crianças até aos 5 anos, podendo causar paralisia ou morte, referiu a OMS. Em 31 de Agosto, a OMS lançou uma campanha de vacinação contra a poliomielite de todas as crianças até aos 5 anos na Faixa de Gaza, após ter sido detectado o primeiro caso da doença em 25 anos, num bebé de dez meses que ficou paralisado numa perna. O Rotary Club de Macau disse que este caso “sublinha a importância de continuar os esforços para manter outros países livres de poliomielite”. “Se todos os esforços de erradicação terminassem hoje, a poliomielite poderia paralisar até 200 mil crianças por ano no espaço de uma década”, sublinhou a organização. “Todos os países continuam a enfrentar o risco da poliomielite até que a doença seja erradicada do mundo”, concluiu o Rotary Club de Macau.
Hoje Macau SociedadeRon Lam critica a construção “forçada” do viaduto entre Zona A e Zona B O deputado Ron Lam criticou as “explicações vazias” do Instituto Cultural (IC) sobre a construção “forçada” do viaduto entre Zona A e Zona B e apresentou uma queixa junto da Administração do Património Cultural Nacional. O projecto é tido como controverso devido ao impacto para o corredor visual para o Farol da Guia, mas obra foi adjudicada em Junho, e deve arrancar até ao final do ano. Num artigo publicado no jornal Son Pou, Lam indicou que as explicações do IC não abordaram o impacto do viaduto para o corredor visual das proximidades, nem sequer foi justificado de maneira transparente o motivo que levou o organismo liderado por Deland Leong a considerar que a construção não viola o Despacho do Chefe do Executivo nº 83/2008, documento que define o limite para as construções em altura naquela zona. “Segundo as informações fornecidas pelo Governo, no caso de a obra ser executada, receio que o viaduto vá acabar por gerar uma repetição dos debates anteriores sobre a construção em altura junto do Farol da Guia, e o ‘cartão de visita dourado’ do património mundial de Macau vai ficar prejudicado”, escreveu o deputado. Ron Lam contestou também o argumento do IC, que insiste que o Despacho do Chefe do Executivo n.º 83/2008 não se aplica a viadutos, mas apenas a edifícios construídos em altura. Segundo o deputado, o argumento não faz sentido porque o Regime Jurídico de Construção Urbana define claramente o conceito de “edificações” com construção em altura limitada. Ron Lam justifica que, de acordo com o regime, edificação “é qualquer construção que se incorpore no solo com carácter de permanência”, o que faz com que o viaduto tenha de ser abrangido pelos limites da construção em altura. Rom Lam admitiu também ter apresentado uma queixa junto da Administração do Património Cultural Nacional, para tentar suspender a construção.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogo | Ruído com regulação e índices de receitas retrai investidores A possibilidade de Xi Jinping se deslocar a Macau no final do ano e as mais recentes declarações de Sam Hou Fai sobre a imposição de diversificar a economia, contribuem para que o interesse dos investidores na indústria do jogo se mostre “moderado” O banco de investimento Morgan Stanley Asia considera que os investidores estão a adoptar uma postura moderada face à possibilidade de apostarem nas concessionárias do jogo, devido a vários factores considerados negativos. O ambiente foi traçado no relatório mais recente do banco de investimos, citado pelo portal GGR Asia. “O ruído contínuo à volta da regulação, a desaceleração anual das receitas brutas do jogo e o sentimento mais fraco dos consumidores chineses não estão a ajudar”, indica o relatório de sexta-feira, assinado pelos analistas Praveen Chaudhury e Gareth Leung. “O interesse dos investidores é moderado, principalmente devido ao desempenho das acções e ao ruído em torno da regulamentação e da recente repressão das trocas de dinheiro”, é acrescentado, no que diz respeito à proposta de criminalização das trocas ilegais de dinheiro dentro dos casinos. Na perspectiva do banco de investimento, também as mais recentes declarações de Sam Hou Fai, candidato a Chefe do Executivo, sobre a imposição de Pequim para a diversificação da economia além do jogo fazem com que haja mais cautela do que no passado. “Os recentes comentários do aspirante a Chefe do Executivo sobre a diversificação e a repressão das trocas ilegais de dinheiro prejudicaram o sentimento [entre os investidores] nos últimos dois meses”, foi argumentado. O preço do aniversário A possibilidade de Xi Jinping se deslocar a Macau em Dezembro, durante as celebrações do 25.º aniversário do estabelecimento da RAEM e a tomada de posse do novo Governo, também é encarada como um desafio para os investidores. Apesar de não haver confirmação oficial da deslocação, se esta se confirmar haverá um grande aparato ao nível da segurança, que tende a afastar da RAEM os grandes apostadores e turistas. O relatório da Morgan Stanley foi publicado depois de os analistas terem estado em Macau, onde se reuniram com investidores de fundos internacionais. Esta visita levou o banco de investimento a considerar que Macau “não está completamente imune à fraca situação macroeconómica da China”. “O nosso contacto na junket e alguns operadores notaram uma menor frequência de visitas por parte dos grandes jogadores. Também observámos apostas mais baixas enquanto passeavamos pelo piso VIP dos junket” nos casinos, acrescentam. Apesar do abrandamento, o relatório considera que o mercado de Macau continuar a ter “bases fortes” e que as receitas do jogo para os meses de Julho e Agosto mostram uma tendência de recuperação superior à que se verifica no Interior.