Cônsul diz que pessoas com passaporte português retidas em cruzeiro estão bem de saúde

[dropcap]O[/dropcap] cônsul geral de Portugal em Macau e Hong Kong disse hoje que as sete pessoas com passaporte português retidas num cruzeiro em Hong Kong, devido ao novo coronavírus, estão bem de saúde.

“Foi-nos dito que todos eles foram submetidos a testes médicos e, até ontem [quinta-feira], não haviam sido detetados problemas de saúde, mantendo-se em quarentena”, escreveu Paulo Cunha-Alves, num e-mail enviado à Lusa.

“O Consulado Geral entrou ontem [quinta-feira] em contacto com a empresa proprietária do navio de cruzeiros a quem pediu mais informações sobre a identidade das sete pessoas, aguardando-se uma resposta”, explicou o diplomata.

Paulo Cunha-Alves frisou ainda que o consulado já solicitou à empresa que facultasse às sete pessoas com passaporte português os contactos do Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong.

Em conferência de imprensa, na quinta-feira, o chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença de Macau, Lam Chong, afirmou que se os portadores de passaporte português forem residentes de Macau, as autoridades de Hong Kong vão comunicar com as autoridades do território, caso contrário “vão comunicar com os serviços consulares” de Portugal. Há ainda 15 residentes de Macau a bordo do navio.

O Consulado Geral de Portugal estima que existam 170 mil portadores de passaporte português entre os residentes em Macau e em Hong Kong. Destes, apenas cerca de seis ou sete mil serão expatriados.

O Consulado geral de Portugal em Macau e Hong Kong pode ser contactado pelo telefone 00 853 2835 6660, pelo email macau@mne.pt ou através de mensagem na respetiva página da rede social Facebook.

Mais de 3.000 pessoas, entre tripulantes e passageiros, foram mantidas no navio de cruzeiro no porto de Hong Kong para serem submetidas a exames médicos, depois da confirmação de que três passageiros chineses, que haviam viajado anteriormente na embarcação, estavam infectados com o novo coronavírus.

Na manhã de quarta-feira, uma equipa das autoridades de saúde de Hong Kong embarcou no World Dream para realizar inspeções médicas a 1.800 passageiros e 1.800 tripulantes após o navio atracar no terminal Kai Tak, em Kowloon, ao qual chegou depois de ter sido recusado pelas autoridades de Taiwan.

7 Fev 2020

Hong Kong impõe quarentena a quem vier de Macau e tenha estado na China até 14 dias antes

[dropcap]H[/dropcap]ong Kong notificou Macau de que vai colocar sob quarentena todos aqueles que passarem a fronteira e que tenham estado na China continental nos 14 dias anteriores, foi hoje anunciado.

As autoridades do antigo território administrado por Portugal informaram hoje que receberam “uma notificação do Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong (…) de uma medida que impõe obrigatoriedade de quarentena para todas as pessoas que tenham estado na China interior nos 14 dias anteriores à sua chegada a Hong Kong, incluindo os cidadãos de Macau”.

A medida entra em vigor a partir deste sábado. Na mesma nota, o Governo de Macau “apela à população de Macau para aceitar bem esta medida e cooperar com os planos de prevenção da epidemia definidos” pelas autoridades de Hong Kong. Uma cooperação necessária “neste momento crucial de prevenção e controlo da doença”, sublinhou.

“O Governo [de Macau] entende que as duas regiões administrativas especiais devem solidarizar-se para, em conjunto com toda população chinesa, darem uma resposta científica à situação e obterem uma vitória na luta contra o coronavírus”, explicou.

Na quarta, a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, tinha anunciado que os visitantes entrados na região a partir do continente chinês seriam obrigados a um período de 14 dias de quarentena, período máximo de incubação do novo coronavírus, para conter a propagação da doença.

A medida é tomada através da invocação dos poderes especiais do cargo de chefe do Executivo sob a Ordem de Prevenção e Controlo de Doenças.

Carrie Lam acrescentou que dois terminais de cruzeiros, incluindo um onde se encontra actualmente um navio em quarentena, vão ser encerrados.

A região administrativa especial chinesa de Hong Kong anunciou na terça-feira a primeira morte devido ao novo coronavírus e fechou quase todos os postos fronteiriços.

As ligações marítimas com Macau foram também suspensas, mantendo-se apenas a travessia pela ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, neste momento o único acesso da população do território para chegar ao aeroporto internacional de Hong Kong.

Enquanto em Hong Kong já foi registada uma morte e mais de duas dezenas de infectados, em Macau as autoridades têm identificados nove casos.

7 Fev 2020

Fitch prevê perdas de 50% nos casinos no primeiro trimestre

[dropcap]O[/dropcap] sector do jogo em Macau deve registar perdas de 50 por cento no primeiro trimestre de 2020, avança a agência de rating norte-americana Fitch. A previsão vem no seguimento do anúncio do Governo de encerrar os casinos da região, numa medida sem precedentes para fazer face ao surto do novo tipo de coronavírus. No entanto, diz a Fitch, apesar das consequências negativas ao nível das receitas serem imediatas, as operadoras de jogo estão bem posicionadas para fazer face à situação.

“O encerramento dos casinos de Macau durante duas semanas, e a situação do coronavírus em geral, vão ter um impacto significativo e imediato nas receitas das operadoras de jogo de Macau. Em sentido positivo, as operadoras de jogo estão bem posicionadas para absorver as perdas por terem dinheiro em caixa, elevados níveis de liquidez e não terem dívidas para pagar a curto prazo”, afirmou o analista Colin Mansfield, através de um comunicado oficial emitido pela Fitch.

Caso o cenário de encerramento dos casinos venha a ser estendido depois dos 15 dias decretados pelo Governo, além da queda de 50 por cento prevista para o primeiro trimestre, a Fitch admite também, de acordo com um teste de stress feito às seis operadoras do sector, que pode vir a ser registada uma descida de 25 por cento das receitas de jogo no segundo trimestre do presente ano.

Sobre o impacto esperado para as próximas duas semanas, a Fitch, aponta para perdas de 1.500 milhões de dólares norte-americanos. Isto tendo em conta que, antes do surto da pneumonia de Wuhan, o sector do jogo em Macau estava a gerar receitas brutas diárias de 100 milhões de dólares norte-americanos.

Esperança no horizonte

Antecipando um cenário de estagnação antes do surto do novo tipo de coronavírus, a Fitch estima agora que, em 2020, as receitas registem um crescimento negativo, tendo em conta, as incertezas existentes em torno do coronavírus e factores externos como a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos.

No entanto, os analistas mantêm-se positivos acerca da evolução financeira do sector do jogo. “A longo prazo não prevemos impactos duradouros nos sectores do turismo e do jogo em Macau e esperamos que o impacto nas receitas seja temporário”, refere a Fitch. Também de acordo com analistas da Sanford C. Bernstein e da Co LLC citados pelo GGR Asia, o cenário a longo prazo deverá ser positivo, apontando para uma forte recuperação na segunda metade do ano, caso o coronavírus venha a ser controlado. Os analistas acreditam neste momento que “Macau deverá ter uma recuperação sólida na segunda metade do ano”, muita apoiada por medidas de estímulo económico lançadas pelo Governo da região.

7 Fev 2020

Casinos | Trabalhadores lusos admitem regressar a casa

[dropcap]O[/dropcap]s portugueses que estão a trabalhar em casinos de Macau, forçados a encerrar devido ao surto do novo coronavírus, afirmaram que vão regressar a Portugal.

Com taxas de ocupação nos hotéis a descerem dramaticamente e com as salas de jogo fechadas por determinação do Governo de Macau, os ‘resorts’ integrados incentivaram os trabalhadores de vários departamentos a anteciparem as férias.

Vários portugueses contactados pela agência Lusa, que pediram para não ser identificados por não estarem autorizados a falar, explicaram que os casinos ofereceram um sistema de bónus (dias adicionais) aos trabalhadores que marcassem férias para estas próximas semanas. No início da semana circularam informações de que os operadores estavam a enviar funcionários para casa sem vencimento, o que motivou uma reacção do Governo de Macau, que expressou a sua oposição e lembrou a obrigatoriedade de as empresas cumprirem a legislação laboral.

A falta de trabalho efectivo e os preços das viagens para Portugal, mais baratas do que é habitual, muito por causa da diminuição de procura de voos devido ao surto do novo coronavírus, convenceu os portugueses a optarem por um regresso temporário a Portugal.

Recorde-se que as receitas dos casinos em Macau já tinham descido 11,3 em Janeiro, em relação a igual período de 2019, um resultado explicado pelas autoridades pelo surto do novo coronavírus, que reduziu o fluxo de jogadores na capital mundial do jogo. Para ilustrar a dimensão da perda turística em Macau, o número de visitantes na região durante a chamada “semana dourada” do Ano Novo Lunar, de 24 a 31 de janeiro, desceu quase 80 por cento, em relação a igual período de 2019.

7 Fev 2020

Casinos | Trabalhadores lusos admitem regressar a casa

[dropcap]O[/dropcap]s portugueses que estão a trabalhar em casinos de Macau, forçados a encerrar devido ao surto do novo coronavírus, afirmaram que vão regressar a Portugal.
Com taxas de ocupação nos hotéis a descerem dramaticamente e com as salas de jogo fechadas por determinação do Governo de Macau, os ‘resorts’ integrados incentivaram os trabalhadores de vários departamentos a anteciparem as férias.
Vários portugueses contactados pela agência Lusa, que pediram para não ser identificados por não estarem autorizados a falar, explicaram que os casinos ofereceram um sistema de bónus (dias adicionais) aos trabalhadores que marcassem férias para estas próximas semanas. No início da semana circularam informações de que os operadores estavam a enviar funcionários para casa sem vencimento, o que motivou uma reacção do Governo de Macau, que expressou a sua oposição e lembrou a obrigatoriedade de as empresas cumprirem a legislação laboral.
A falta de trabalho efectivo e os preços das viagens para Portugal, mais baratas do que é habitual, muito por causa da diminuição de procura de voos devido ao surto do novo coronavírus, convenceu os portugueses a optarem por um regresso temporário a Portugal.
Recorde-se que as receitas dos casinos em Macau já tinham descido 11,3 em Janeiro, em relação a igual período de 2019, um resultado explicado pelas autoridades pelo surto do novo coronavírus, que reduziu o fluxo de jogadores na capital mundial do jogo. Para ilustrar a dimensão da perda turística em Macau, o número de visitantes na região durante a chamada “semana dourada” do Ano Novo Lunar, de 24 a 31 de janeiro, desceu quase 80 por cento, em relação a igual período de 2019.

7 Fev 2020

Taiwan | Estudantes de Macau antecipam viagens para evitar quarentena devido ao coronavírus

[dropcap]E[/dropcap]studantes de Macau estão a antecipar as suas viagens de regresso para Taiwan, com o objectivo de evitar o período de quarentena decretado no território e que obriga todos visitantes oriundos do continente chinês, Hong Kong e Macau a fazer quarentena durante 14 dias.

As informações são avançadas pelo canal chinês da TDM Rádio que relata o caso de um natural de Macau que estuda numa Universidade de Taiwan, afirmando ter antecipado a sua viagem de regresso ao país em mais de uma semana, depois de ter tomado conhecimento da medida.

De acordo com a mesma fonte existem mais estudantes de Macau a fazer o mesmo, até porque há estabelecimentos de ensino de Taiwan a pedir que os seus estudantes regressem ao território 14 dias antes do início das actividades lectivas, como forma de precaver o referido período de isolamento dos que vêm de fora, provenientes da China, Hong Kong e Macau.

7 Fev 2020

Taiwan | Estudantes de Macau antecipam viagens para evitar quarentena devido ao coronavírus

[dropcap]E[/dropcap]studantes de Macau estão a antecipar as suas viagens de regresso para Taiwan, com o objectivo de evitar o período de quarentena decretado no território e que obriga todos visitantes oriundos do continente chinês, Hong Kong e Macau a fazer quarentena durante 14 dias.
As informações são avançadas pelo canal chinês da TDM Rádio que relata o caso de um natural de Macau que estuda numa Universidade de Taiwan, afirmando ter antecipado a sua viagem de regresso ao país em mais de uma semana, depois de ter tomado conhecimento da medida.
De acordo com a mesma fonte existem mais estudantes de Macau a fazer o mesmo, até porque há estabelecimentos de ensino de Taiwan a pedir que os seus estudantes regressem ao território 14 dias antes do início das actividades lectivas, como forma de precaver o referido período de isolamento dos que vêm de fora, provenientes da China, Hong Kong e Macau.

7 Fev 2020

Consulado | Portugueses devem ponderar “rever família”

Paulo Cunha-Alves considera que os portugueses dispensados de comparecer ao trabalho por via das medidas decretadas pelo Governo de Macau, devem aproveitar para “rever a família em Portugal”. O Cônsul considera também que a comunidade portuguesa está a reagir “de modo calmo” dada a situação

 

[dropcap]O[/dropcap] cônsul geral de Portugal em Macau e Hong Kong disse ontem que os portugueses residentes nos dois territórios e que não estejam a trabalhar, devido ao surto do novo coronavírus, podem considerar rever a família em Portugal.

“Aqueles que presentemente não estão envolvidos numa actividade profissional contínua poderão ponderar deslocar-se até Portugal para rever família e amigos”, afirmou Paulo Cunha-Alves, citado pela agência Lusa.

O diplomata pediu ainda à comunidade portuguesa “que mantenha a calma e a serenidade e que procure seguir com clareza os conselhos e as orientações das autoridades locais, nomeadamente das autoridades de saúde, evitando assim os riscos de contágio”.

Na mesma nota, Paulo Cunha-Alves reforçou que “devem ser evitados quaisquer locais de forte afluência de público, devendo ficar em casa nos próximos dias todos aqueles que estejam dispensados do trabalho pelas autoridades e pelos empregadores”.

É preciso ter calma

“A comunidade portuguesa está a reagir de modo calmo” e está a respeitar “as orientações e os conselhos das autoridades”, considerou.

Paulo Cunha-Alves acrescentou ainda que o consulado tem recebido “alguns pedidos de informação e de esclarecimento”, na maioria dos casos, “relacionados com documentação de viagem e alguns pedidos de aconselhamento sobre a postura a tomar perante a crise de saúde atual”.

O Consulado geral de Portugal em Macau e Hong Kong pode ser contactado pelo telefone, email ou através de mensagem na respectiva página da rede social Facebook.

Apesar do encerramento dos serviços consulares, foi criado um piquete de atendimento para dar resposta aos casos mais urgentes. O Consulado geral de Portugal estima que existem 170 mil portadores de passaporte português entre os residentes em Macau e em Hong Kong. Destes, apenas cerca de seis ou sete mil serão expatriados.

Recorde-se que na passada terça-feira, depois de ter decretado o encerramento dos casinos de Macau durante duas semanas, o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, determinou também o encerramento dos serviços públicos básicos e a diminuição da frequência de transportes públicos. Além disso, também foi decretado o fecho de jardins públicos, cinemas, teatros, parques de diversão em recintos fechados, salas de máquinas de diversão e jogos de vídeo, cibercafés, salas de jogos de bilhar e de ‘bowling’, estabelecimentos de saunas e massagens, salões de beleza, ginásios de musculação, estabelecimentos de ‘health club’ e ‘karaoke’, ‘night clubs’, discotecas, salas de dança e ‘cabaret’”.

7 Fev 2020

Consulado | Portugueses devem ponderar “rever família”

Paulo Cunha-Alves considera que os portugueses dispensados de comparecer ao trabalho por via das medidas decretadas pelo Governo de Macau, devem aproveitar para “rever a família em Portugal”. O Cônsul considera também que a comunidade portuguesa está a reagir “de modo calmo” dada a situação

 
[dropcap]O[/dropcap] cônsul geral de Portugal em Macau e Hong Kong disse ontem que os portugueses residentes nos dois territórios e que não estejam a trabalhar, devido ao surto do novo coronavírus, podem considerar rever a família em Portugal.
“Aqueles que presentemente não estão envolvidos numa actividade profissional contínua poderão ponderar deslocar-se até Portugal para rever família e amigos”, afirmou Paulo Cunha-Alves, citado pela agência Lusa.
O diplomata pediu ainda à comunidade portuguesa “que mantenha a calma e a serenidade e que procure seguir com clareza os conselhos e as orientações das autoridades locais, nomeadamente das autoridades de saúde, evitando assim os riscos de contágio”.
Na mesma nota, Paulo Cunha-Alves reforçou que “devem ser evitados quaisquer locais de forte afluência de público, devendo ficar em casa nos próximos dias todos aqueles que estejam dispensados do trabalho pelas autoridades e pelos empregadores”.

É preciso ter calma

“A comunidade portuguesa está a reagir de modo calmo” e está a respeitar “as orientações e os conselhos das autoridades”, considerou.
Paulo Cunha-Alves acrescentou ainda que o consulado tem recebido “alguns pedidos de informação e de esclarecimento”, na maioria dos casos, “relacionados com documentação de viagem e alguns pedidos de aconselhamento sobre a postura a tomar perante a crise de saúde atual”.
O Consulado geral de Portugal em Macau e Hong Kong pode ser contactado pelo telefone, email ou através de mensagem na respectiva página da rede social Facebook.
Apesar do encerramento dos serviços consulares, foi criado um piquete de atendimento para dar resposta aos casos mais urgentes. O Consulado geral de Portugal estima que existem 170 mil portadores de passaporte português entre os residentes em Macau e em Hong Kong. Destes, apenas cerca de seis ou sete mil serão expatriados.
Recorde-se que na passada terça-feira, depois de ter decretado o encerramento dos casinos de Macau durante duas semanas, o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, determinou também o encerramento dos serviços públicos básicos e a diminuição da frequência de transportes públicos. Além disso, também foi decretado o fecho de jardins públicos, cinemas, teatros, parques de diversão em recintos fechados, salas de máquinas de diversão e jogos de vídeo, cibercafés, salas de jogos de bilhar e de ‘bowling’, estabelecimentos de saunas e massagens, salões de beleza, ginásios de musculação, estabelecimentos de ‘health club’ e ‘karaoke’, ‘night clubs’, discotecas, salas de dança e ‘cabaret’”.

7 Fev 2020

Vírus | Homem que cuspiu em máscaras sujeito a apresentações periódicas

[dropcap]O[/dropcap] homem que cuspiu sobre 320 máscaras, enquanto aguardava para trocar as 10 unidades que tinha comprado, teve de pagar uma caução e vai ficar a aguardar em liberdade a decisão sobre se precisa de ir a julgamento. Porém, vai ter de se apresentar de forma periódica às autoridades, devido à “natureza perversa” e “à gravidade” do comportamento, segundo um comunicado do Ministério Público.

“Realizado o interrogatório ao arguido, tendo em conta a natureza perversa e a gravidade da conduta supracitada, foi decretada pelo Juiz de Instrução Criminal, sob a promoção do Delegado do Procurador, a aplicação das medidas de coacção de prestação de caução e apresentação periódica à polícia”, foi anunciado ontem pelo MP.

O caso aconteceu a 3 de Fevereiro, segundo Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde, quando o homem comprava máscaras para a prevenção de epidemias no Posto de Saúde de Coloane. Como não gostou dos produtos que lhe foram vendidos tentou proceder à troca, o que lhe foi garantido. Contudo, não ficou agradado com a perspectiva de ter de esperar novamente e deu início a uma discussão.

O homem de 54 anos é residente e encontra-se desempregado. Está indiciado pelo prática do crime de dano, que é punido com uma pena de prisão que pode chegar aos três anos. No entanto tendo em conta as diferentes agravantes a pena máxima aplicável pode chegar aos 5 ou aos 10 anos.

Mais agravantes

O MP alerta ainda que a destruição de máscaras pode acarretar um dolo mais elevado do que em circunstâncias normais: “Actualmente, é grave a situação da epidemia da pneumonia provocada pelo novo tipo de coronavírus, pelo que existe grande procura de materiais de prevenção de epidemias, especialmente as máscaras sendo materiais essenciais de que os cidadãos necessitam urgentemente para combater a epidemia”, é defendido.

“Na altura em que é grave a situação da epidemia, o acto de danificação dos materiais fornecidos pelo Governo para a protecção da saúde dos cidadãos pode representar uma maior intensidade do dolo da conduta criminosa em causa”, é alertado.

Na mensagem, o MP condena “severamente o acto de danificação dolosa de materiais de prevenção de epidemias” e compromete-se a acelerar a investigação criminal.

7 Fev 2020

Vírus | Homem que cuspiu em máscaras sujeito a apresentações periódicas

[dropcap]O[/dropcap] homem que cuspiu sobre 320 máscaras, enquanto aguardava para trocar as 10 unidades que tinha comprado, teve de pagar uma caução e vai ficar a aguardar em liberdade a decisão sobre se precisa de ir a julgamento. Porém, vai ter de se apresentar de forma periódica às autoridades, devido à “natureza perversa” e “à gravidade” do comportamento, segundo um comunicado do Ministério Público.
“Realizado o interrogatório ao arguido, tendo em conta a natureza perversa e a gravidade da conduta supracitada, foi decretada pelo Juiz de Instrução Criminal, sob a promoção do Delegado do Procurador, a aplicação das medidas de coacção de prestação de caução e apresentação periódica à polícia”, foi anunciado ontem pelo MP.
O caso aconteceu a 3 de Fevereiro, segundo Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde, quando o homem comprava máscaras para a prevenção de epidemias no Posto de Saúde de Coloane. Como não gostou dos produtos que lhe foram vendidos tentou proceder à troca, o que lhe foi garantido. Contudo, não ficou agradado com a perspectiva de ter de esperar novamente e deu início a uma discussão.
O homem de 54 anos é residente e encontra-se desempregado. Está indiciado pelo prática do crime de dano, que é punido com uma pena de prisão que pode chegar aos três anos. No entanto tendo em conta as diferentes agravantes a pena máxima aplicável pode chegar aos 5 ou aos 10 anos.

Mais agravantes

O MP alerta ainda que a destruição de máscaras pode acarretar um dolo mais elevado do que em circunstâncias normais: “Actualmente, é grave a situação da epidemia da pneumonia provocada pelo novo tipo de coronavírus, pelo que existe grande procura de materiais de prevenção de epidemias, especialmente as máscaras sendo materiais essenciais de que os cidadãos necessitam urgentemente para combater a epidemia”, é defendido.
“Na altura em que é grave a situação da epidemia, o acto de danificação dos materiais fornecidos pelo Governo para a protecção da saúde dos cidadãos pode representar uma maior intensidade do dolo da conduta criminosa em causa”, é alertado.
Na mensagem, o MP condena “severamente o acto de danificação dolosa de materiais de prevenção de epidemias” e compromete-se a acelerar a investigação criminal.

7 Fev 2020

Hotel Fortuna | Trabalhadores forçados a assinar declaração acabam despedidos

O Hotel Fortuna pediu a 20 trabalhadores não residentes para assinar uma declaração onde tomam conhecimento do seu despedimento, fazendo-os acreditar que seriam dispensados de trabalhar apenas durante dois meses. Alguns funcionários já trabalhavam na empresa há 12 anos

 

[dropcap]N[/dropcap]ove trabalhadores não residentes de dois espaços de entretenimento localizados no interior do Hotel Fortuna acabaram despedidos, acreditando estar apenas dispensados de trabalhar pelo período de dois meses, após terem sido convencidos a assinar uma declaração redigida em chinês que não conseguiam ler.

Os trabalhadores, oriundos do Vietname, Filipinas e Indonésia, estavam empregados no Fortuna Night Club e no Supreme Sauna, localizados no interior do Hotel Fortuna, no ZAPE (Zona de Aterros do Porto Exterior), de acordo com informações avançadas ontem pelo Macau Daily Times. A tomada de posição da empresa responsável pela exploração dos dois espaços está relacionada com o anúncio do encerramento dos casinos e espaços de entretenimento durante duas semanas, decretado pelo Governo na passada terça-feira, como medida de contenção do surto do novo tipo de coronavírus.

De acordo com a mesma fonte, o Hotel Fortuna terá alegadamente dito aos trabalhadores que estariam dispensados de trabalhar durante dois meses devido ao encerramento anunciado pelo Governo de duas semanas e que para o efeito teriam de assinar uma declaração onde constava esse mesmo conteúdo. No entanto, de acordo com o Macau Daily Times que teve acesso ao documento redigido em chinês, contrariamente ao que a empresa disse aos trabalhadores, a declaração atesta que “a situação laboral terminou, tendo sido entregues todas as remunerações devidas”.

Alta pressão

Segundo um representante dos trabalhadores da instituição, que pediu para não ser identificado segundo a mesma fonte, nove dos funcionários que estiveram de serviço durante a noite de quarta-feira já assinaram a declaração, enquanto outros 20, todos não residentes, foram instruídos para fazer o mesmo até às 18 horas de ontem.
Uma das funcionárias afectadas confirmou ter sido induzida a assinar a carta por não saber ler caracteres chineses, afirmando que o documento foi apresentado ao mesmo tempo que os trabalhadores recebiam os salários de Janeiro. Alguns funcionários, avançou o Times, já trabalhavam para o Hotel Fortuna há 12 anos.

Recorde-se que todos os trabalhadores não residentes devem obrigatoriamente ter uma autorização de trabalho para exercer funções laborais em Macau, sendo que, em caso de cessação do contrato de trabalho, os ex-funcionários têm oito dias para sair da cidade antes de estarem em situação de incumprimento.

Ao saber o conteúdo que constava realmente no documento que foram induzidos a assinar, os trabalhadores procuraram obter ajuda junto da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). No entanto, não tiveram sucesso nem sabem agora como proceder, devido ao facto de a DSAL estar encerrada juntamente com outros serviços públicos, de acordo com as medidas decretadas pelo Governo.

O HM entrou em contacto com a DSAL para obter esclarecimentos acerca do caso mas, apesar de ter confirmado a situação, até ao fecho da edição não forneceu mais detalhes acerca dos trabalhadores do Hotel Fortuna.

7 Fev 2020

Hotel Fortuna | Trabalhadores forçados a assinar declaração acabam despedidos

O Hotel Fortuna pediu a 20 trabalhadores não residentes para assinar uma declaração onde tomam conhecimento do seu despedimento, fazendo-os acreditar que seriam dispensados de trabalhar apenas durante dois meses. Alguns funcionários já trabalhavam na empresa há 12 anos

 
[dropcap]N[/dropcap]ove trabalhadores não residentes de dois espaços de entretenimento localizados no interior do Hotel Fortuna acabaram despedidos, acreditando estar apenas dispensados de trabalhar pelo período de dois meses, após terem sido convencidos a assinar uma declaração redigida em chinês que não conseguiam ler.
Os trabalhadores, oriundos do Vietname, Filipinas e Indonésia, estavam empregados no Fortuna Night Club e no Supreme Sauna, localizados no interior do Hotel Fortuna, no ZAPE (Zona de Aterros do Porto Exterior), de acordo com informações avançadas ontem pelo Macau Daily Times. A tomada de posição da empresa responsável pela exploração dos dois espaços está relacionada com o anúncio do encerramento dos casinos e espaços de entretenimento durante duas semanas, decretado pelo Governo na passada terça-feira, como medida de contenção do surto do novo tipo de coronavírus.
De acordo com a mesma fonte, o Hotel Fortuna terá alegadamente dito aos trabalhadores que estariam dispensados de trabalhar durante dois meses devido ao encerramento anunciado pelo Governo de duas semanas e que para o efeito teriam de assinar uma declaração onde constava esse mesmo conteúdo. No entanto, de acordo com o Macau Daily Times que teve acesso ao documento redigido em chinês, contrariamente ao que a empresa disse aos trabalhadores, a declaração atesta que “a situação laboral terminou, tendo sido entregues todas as remunerações devidas”.

Alta pressão

Segundo um representante dos trabalhadores da instituição, que pediu para não ser identificado segundo a mesma fonte, nove dos funcionários que estiveram de serviço durante a noite de quarta-feira já assinaram a declaração, enquanto outros 20, todos não residentes, foram instruídos para fazer o mesmo até às 18 horas de ontem.
Uma das funcionárias afectadas confirmou ter sido induzida a assinar a carta por não saber ler caracteres chineses, afirmando que o documento foi apresentado ao mesmo tempo que os trabalhadores recebiam os salários de Janeiro. Alguns funcionários, avançou o Times, já trabalhavam para o Hotel Fortuna há 12 anos.
Recorde-se que todos os trabalhadores não residentes devem obrigatoriamente ter uma autorização de trabalho para exercer funções laborais em Macau, sendo que, em caso de cessação do contrato de trabalho, os ex-funcionários têm oito dias para sair da cidade antes de estarem em situação de incumprimento.
Ao saber o conteúdo que constava realmente no documento que foram induzidos a assinar, os trabalhadores procuraram obter ajuda junto da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). No entanto, não tiveram sucesso nem sabem agora como proceder, devido ao facto de a DSAL estar encerrada juntamente com outros serviços públicos, de acordo com as medidas decretadas pelo Governo.
O HM entrou em contacto com a DSAL para obter esclarecimentos acerca do caso mas, apesar de ter confirmado a situação, até ao fecho da edição não forneceu mais detalhes acerca dos trabalhadores do Hotel Fortuna.

7 Fev 2020

Vírus | Coutinho quer construção civil parada por completo

José Pereira Coutinho, deputado à Assembleia Legislativa, entende que, à semelhança do sector do jogo, também o da construção civil deveria parar por completo a fim de garantir a segurança dos trabalhadores. Associações reuniram com o Governo, tendo sido posta a hipótese de alargar prazos das obras caso faltem materiais e trabalhadores

 

[dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho defende que o Executivo deveria obrigar o sector da construção civil a parar por completo, uma vez que decretou o encerramento dos casinos por um período de duas semanas.

“Se o Chefe do Executivo fez, por diversas vezes, o apelo para que as pessoas fiquem em casa, tendo determinado o fecho dos casinos, não se percebe porque é que se excluem os trabalhadores das obras”, defendeu ao HM.

O deputado faz, assim, “um apelo ao Governo para repensar esta medida, porque o que está em causa é a saúde dos trabalhadores”. Questionada pelo HM, a presidente da Associação dos Arquitectos de Macau (AAM), Christine Choi, defendeu que, nesta altura, é necessária cautela.

“Esta é uma situação difícil para todos nós e devemos ser muito cautelosos em relação às nossas decisões. Há razões para o Governo querer adiar a data do início de novas obras e tentar minimizar ao máximo os riscos das travessias diárias nas fronteiras para os trabalhadores. Como uma associação profissional, respeitamos a sugestão do Governo e as empresas também devem considerar a sua responsabilidade social neste momento.”

Para Christine Choi, “as empresas necessitam de assumir mais responsabilidades e não podemos esperar que seja apenas o Governo a tomar a iniciativa”.

Esta segunda-feira Tommy Lau, ex-deputado e presidente da Associação de Construtores Civis e Empresas de Fomento Predial, disse à TDM Rádio Macau que alguns projectos, que “envolvem muito pessoal”, podem mesmo parar por completo, uma vez que o sector “depende dos trabalhadores da China”. “Pelo que consegui observar, a maioria dos projectos está ainda parada, não começou sequer”, frisou. Em relação aos projectos de pequena dimensão, “é possível que tenham trabalhadores locais suficientes”, ressalvou o empresário.

Em cima da mesa

Algumas obras em Macau continuam em andamento, ainda que a meio gás, mas o Governo já tem medidas caso os trabalhos sejam afectados pela falta de materiais de construção ou de trabalhadores. De acordo com um comunicado emitido pela AAM esta terça-feira, as empresas podem pedir a extensão do prazo de construção à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT).

“A DSSOPT sugeriu que os projectos de construção que estejam a enfrentar o problema da falta de materiais de construção e de trabalhadores podem considerar uma extensão razoável do prazo de construção, com os ajustamentos a terem como referência o tufão Hato”, pode ler-se.

Ficou ainda decidido que “cada estaleiro, empresa ou trabalhador deve evitar a passagem de trabalhadores nas fronteiras para minimizar o trânsito e o risco de infecção”. Desta forma, “os trabalhadores que estão em Macau de forma permanente devem ser prioridades e devem encorajar-se aos trabalhadores a que fiquem em Macau.”

No que diz respeito “aos trabalhos de construção já estão em andamento, o foco principal deve ser feito na situação de saúde dos trabalhadores e nas condições de higiene e de ventilação”.

Relativamente à situação laboral dos trabalhadores, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) deixou claro, segundo o comunicado da AAM, que “tendo em conta a actual situação (com trabalhadores que não podem regressar a Macau e que têm de ficar em casa), devem ser feitos diferentes acordos entre patrões e empregados”, sendo que estes devem ser feitos “por mútuo acordo”.

“No caso de saída e substituição de um trabalhador não residente, a DSAL vai adoptar medidas especiais para acelerar o processo”, adianta a nota emitida pela AAM.

7 Fev 2020

Vírus | Coutinho quer construção civil parada por completo

José Pereira Coutinho, deputado à Assembleia Legislativa, entende que, à semelhança do sector do jogo, também o da construção civil deveria parar por completo a fim de garantir a segurança dos trabalhadores. Associações reuniram com o Governo, tendo sido posta a hipótese de alargar prazos das obras caso faltem materiais e trabalhadores

 
[dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho defende que o Executivo deveria obrigar o sector da construção civil a parar por completo, uma vez que decretou o encerramento dos casinos por um período de duas semanas.
“Se o Chefe do Executivo fez, por diversas vezes, o apelo para que as pessoas fiquem em casa, tendo determinado o fecho dos casinos, não se percebe porque é que se excluem os trabalhadores das obras”, defendeu ao HM.
O deputado faz, assim, “um apelo ao Governo para repensar esta medida, porque o que está em causa é a saúde dos trabalhadores”. Questionada pelo HM, a presidente da Associação dos Arquitectos de Macau (AAM), Christine Choi, defendeu que, nesta altura, é necessária cautela.
“Esta é uma situação difícil para todos nós e devemos ser muito cautelosos em relação às nossas decisões. Há razões para o Governo querer adiar a data do início de novas obras e tentar minimizar ao máximo os riscos das travessias diárias nas fronteiras para os trabalhadores. Como uma associação profissional, respeitamos a sugestão do Governo e as empresas também devem considerar a sua responsabilidade social neste momento.”
Para Christine Choi, “as empresas necessitam de assumir mais responsabilidades e não podemos esperar que seja apenas o Governo a tomar a iniciativa”.
Esta segunda-feira Tommy Lau, ex-deputado e presidente da Associação de Construtores Civis e Empresas de Fomento Predial, disse à TDM Rádio Macau que alguns projectos, que “envolvem muito pessoal”, podem mesmo parar por completo, uma vez que o sector “depende dos trabalhadores da China”. “Pelo que consegui observar, a maioria dos projectos está ainda parada, não começou sequer”, frisou. Em relação aos projectos de pequena dimensão, “é possível que tenham trabalhadores locais suficientes”, ressalvou o empresário.

Em cima da mesa

Algumas obras em Macau continuam em andamento, ainda que a meio gás, mas o Governo já tem medidas caso os trabalhos sejam afectados pela falta de materiais de construção ou de trabalhadores. De acordo com um comunicado emitido pela AAM esta terça-feira, as empresas podem pedir a extensão do prazo de construção à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT).
“A DSSOPT sugeriu que os projectos de construção que estejam a enfrentar o problema da falta de materiais de construção e de trabalhadores podem considerar uma extensão razoável do prazo de construção, com os ajustamentos a terem como referência o tufão Hato”, pode ler-se.
Ficou ainda decidido que “cada estaleiro, empresa ou trabalhador deve evitar a passagem de trabalhadores nas fronteiras para minimizar o trânsito e o risco de infecção”. Desta forma, “os trabalhadores que estão em Macau de forma permanente devem ser prioridades e devem encorajar-se aos trabalhadores a que fiquem em Macau.”
No que diz respeito “aos trabalhos de construção já estão em andamento, o foco principal deve ser feito na situação de saúde dos trabalhadores e nas condições de higiene e de ventilação”.
Relativamente à situação laboral dos trabalhadores, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) deixou claro, segundo o comunicado da AAM, que “tendo em conta a actual situação (com trabalhadores que não podem regressar a Macau e que têm de ficar em casa), devem ser feitos diferentes acordos entre patrões e empregados”, sendo que estes devem ser feitos “por mútuo acordo”.
“No caso de saída e substituição de um trabalhador não residente, a DSAL vai adoptar medidas especiais para acelerar o processo”, adianta a nota emitida pela AAM.

7 Fev 2020

Hospital | Mulher confirmada como primeiro caso em Macau teve alta

A empresária de 52 anos estava internada desde 21 de Janeiro e viajou, durante a tarde de ontem, para Zhuhai. É o primeiro, dos 10 casos no território, a ultrapassar a doença

[dropcap]A[/dropcap] mulher que tinha sido confirmada como o primeiro caso do coronavírus de Wuhan no território recuperou e teve alta. Com 52 anos, empresária e natural da cidade na origem da epidemia, encontrava-se internada desde 21 de Janeiro, depois de ter entrado na RAEM, a 19 de Janeiro, e de ter ficado hospedada no Hotel Landmark. Na hora da saída, admitiu que foi uma sorte ter sido tratada em Macau.

“Queria ficar mais tempo [em Macau], mas não posso. […] A experiência em Macau foi uma sorte no meio do azar”, afirmou a mulher, que recusou ser identificada, em declarações ao Governo da RAEM. ““Ao longo do tratamento, senti-me no meio de uma família, pela forma como fui tratada em Macau. Estou muito grata”, acrescentou.

A mulher que teve alta ontem pelas 16h45, recordou ainda o choque de receber a notícia. “Quando soube que estava infectada tive medo e preparei-me para o pior. Informei a minha filha por SMS e ela disse-me para ficar calma e ser optimista. Só ela estava informada sobre a minha situação, porque de resto nem o meu marido avisei”, recordou.

Entre os factores que mais medo lhe causaram, a empresária apontou as notícias do Interior, que não eram muito claras a informar que as vítimas mortais eram principalmente grupos de risco, como idosos ou pessoas com doenças crónicas.

Já na RAEM, a mulher reconheceu que encontrou “um ambiente sempre calmo” e que os cuidados médicos foram “excepcionais”.

Com escolta policial

Após ter alta, a mulher foi deixada às 16h45 em Zhuhai, num percurso que foi feito com escolta policial. As autoridades desconhecem o que vai acontecer agora com a empresária de 52 anos, uma vez que nesta fase não há transportes para a cidade de origem. “Como não há transportes ela deve ficar por Zhuhai. Pode ficar nos hotéis destinados aos turistas de Wuhan, ou então escolher outro sítio onde possa ficar”, explicou Lam Chong, Chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença.

Na altura de sair, a mulher pediu para não ter de pagar a conta que lhe foi apresentada de 34 mil patacas. O processo está agora a ser analisado e a isenção até pode ser aceite. Na conferência de ontem, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, explicou que os não-residentes pagam o valor das despesas a dobrar, o que faz com que a despesa efectiva tenha sido de 17 mil patacas.

Lei deixou ainda garantias que a RAEM tem “vários meios” para forçar o pagamento da despesa a partir do Interior, mas não conseguiu nomear um único, nem se haverá lugar a recurso para os tribunais. Por sua vez, o representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública apontou que em caso de não haver pagamento, a mulher pode ser impedida de entrar na RAEM, numa próxima visita.

Mala de 20 mil patacas

Horas depois de se ter sabido que a mulher tinha pedido para ser dispensada do pagamento de 34 mil patacas com as despesas médicas, o caso gerou polémica nas redes sociais, uma vez que nas fotos de despedida de Macau aparece com uma mala da marca de luxo Bvlgari. O modelo em causa é o “Bvlgari Serpenti Forever” e, segundo o portal de Hong Kong da marca, tem um preço de 22.900 dólares de Hong Kong, o que equivale a 23.591 patacas.

7 Fev 2020

Hospital | Mulher confirmada como primeiro caso em Macau teve alta

A empresária de 52 anos estava internada desde 21 de Janeiro e viajou, durante a tarde de ontem, para Zhuhai. É o primeiro, dos 10 casos no território, a ultrapassar a doença

[dropcap]A[/dropcap] mulher que tinha sido confirmada como o primeiro caso do coronavírus de Wuhan no território recuperou e teve alta. Com 52 anos, empresária e natural da cidade na origem da epidemia, encontrava-se internada desde 21 de Janeiro, depois de ter entrado na RAEM, a 19 de Janeiro, e de ter ficado hospedada no Hotel Landmark. Na hora da saída, admitiu que foi uma sorte ter sido tratada em Macau.
“Queria ficar mais tempo [em Macau], mas não posso. […] A experiência em Macau foi uma sorte no meio do azar”, afirmou a mulher, que recusou ser identificada, em declarações ao Governo da RAEM. ““Ao longo do tratamento, senti-me no meio de uma família, pela forma como fui tratada em Macau. Estou muito grata”, acrescentou.
A mulher que teve alta ontem pelas 16h45, recordou ainda o choque de receber a notícia. “Quando soube que estava infectada tive medo e preparei-me para o pior. Informei a minha filha por SMS e ela disse-me para ficar calma e ser optimista. Só ela estava informada sobre a minha situação, porque de resto nem o meu marido avisei”, recordou.
Entre os factores que mais medo lhe causaram, a empresária apontou as notícias do Interior, que não eram muito claras a informar que as vítimas mortais eram principalmente grupos de risco, como idosos ou pessoas com doenças crónicas.
Já na RAEM, a mulher reconheceu que encontrou “um ambiente sempre calmo” e que os cuidados médicos foram “excepcionais”.

Com escolta policial

Após ter alta, a mulher foi deixada às 16h45 em Zhuhai, num percurso que foi feito com escolta policial. As autoridades desconhecem o que vai acontecer agora com a empresária de 52 anos, uma vez que nesta fase não há transportes para a cidade de origem. “Como não há transportes ela deve ficar por Zhuhai. Pode ficar nos hotéis destinados aos turistas de Wuhan, ou então escolher outro sítio onde possa ficar”, explicou Lam Chong, Chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença.
Na altura de sair, a mulher pediu para não ter de pagar a conta que lhe foi apresentada de 34 mil patacas. O processo está agora a ser analisado e a isenção até pode ser aceite. Na conferência de ontem, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, explicou que os não-residentes pagam o valor das despesas a dobrar, o que faz com que a despesa efectiva tenha sido de 17 mil patacas.
Lei deixou ainda garantias que a RAEM tem “vários meios” para forçar o pagamento da despesa a partir do Interior, mas não conseguiu nomear um único, nem se haverá lugar a recurso para os tribunais. Por sua vez, o representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública apontou que em caso de não haver pagamento, a mulher pode ser impedida de entrar na RAEM, numa próxima visita.

Mala de 20 mil patacas

Horas depois de se ter sabido que a mulher tinha pedido para ser dispensada do pagamento de 34 mil patacas com as despesas médicas, o caso gerou polémica nas redes sociais, uma vez que nas fotos de despedida de Macau aparece com uma mala da marca de luxo Bvlgari. O modelo em causa é o “Bvlgari Serpenti Forever” e, segundo o portal de Hong Kong da marca, tem um preço de 22.900 dólares de Hong Kong, o que equivale a 23.591 patacas.

7 Fev 2020

Comércio | Empresários portugueses enfrentam tempos difíceis 

Com as ruas vazias, os casinos e as lojas fechadas e um silêncio ensurdecedor por todo o território, também os empresários portugueses vivem tempos difíceis devido ao surgimento do coronavírus. Santos Pinto, proprietário do restaurante O Santos, na famosa Rua do Cunha, deixou praticamente de servir refeições e pondera fechar durante uns dias. Célia Ferreira e Manuela Salema lidam com a falta de pessoas e de encomendas

[dropcap]E[/dropcap]sta quarta-feira, à hora de almoço, quem entrasse no restaurante O Santos, na famosa e muito movimentada Rua do Cunha, na Taipa, deparava-se com uma cena inédita, observando o proprietário e os seus empregados sentados a olhar para a televisão. Um dos restaurantes portugueses mais conhecidos do território e muito procurado por turistas tem estado praticamente vazio desde que o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, decretou o encerramento dos casinos por um período de duas semanas devido ao novo coronavírus.

Santos Pinto é, nesta altura, um homem preocupado, estando a ponderar fechar o seu estabelecimento. “Não perdi um cliente, nem dois, nem três, perdi-os todos praticamente”, contou ao HM.

“Na Segunda-feira servi cinco almoços e dois jantares e hoje (Quarta-feira) servi apenas 12 almoços. A rua está vazia, não há animação nenhuma, não há pessoas. Mesmo antes de fecharem os casinos já era mau, e agora pior ficou. Neste momento estou a pensar seriamente o que vou fazer, tenho aqui o meu pessoal a olhar para mim e eu estou a olhar para eles, e acho que vou fazer o mesmo que toda a gente aqui na rua fez.”

Se as dificuldades no fornecimento de comida e mercadoria não existem, pois “existe tudo com fartura”, o mesmo não acontece a nível de lucros. “Não perdi 50 por cento do negócio, perdi 90 por cento”, assegura.

Santos Pinto, alentejano a viver há décadas em Macau, viveu os tempos da SARS e assegura que esta crise traz uma situação bem mais complicada. “Está a ser pior do que a SARS. Nessa altura, em 2003, eu já estava aqui e muita malta portuguesa vinha aqui, e eu chamava-lhe os solteiros, os divorciados e os mal- casados, pessoas que estavam sós. E não houve o pedido do Governo para as pessoas ficarem em casa e os casinos não fecharam. As coisas são diferentes, bateu no fundo em termos de clientes. Se calhar é melhor fechar e ir para casa descansar e esperar que a crise passe.”

Ainda na Taipa, mas na também turística zona da Taipa Velha, encontra-se a Cool-ThingzZ & Portuguese Spot, de Manuela Salema, que vende produtos tipicamente portugueses e que tem os turistas como os principais clientes. Manuela Salema conta ao HM que a crise provocada pelo coronavírus só veio somar-se às crises anteriores com os quais o negócio vinha sofrendo.

“Isto tem sido um embate um atrás do outro. A nossa loja abriu em Outubro de 2018 e logo a seguir aconteceu o conflito comercial entre a China e os EUA. A maior parte dos nossos clientes são turistas que passam todos por Hong Kong, cidadãos da Coreia, Japão. Essa foi a nossa primeira batalha, e a segunda foi os conflitos em Hong Kong. Deixámos de ter clientes nessa altura.”

“Quando finalmente tudo parecia estar a voltar ao normal acontece-nos isto”, acrescentou Manuela Salema, que se queixa do vazio total à sua volta. “Acarretamos todas as sugestões do Executivo e tentamos não andar nas ruas, mas temos tido a loja semi-abertas. Aproveitamos para fazer limpezas, rever stocks. Mas não entra aqui ninguém.”

Portugal devia ajudar

Manuela Salema elogia Ho Iat Seng pelo facto de ter decretado que a Administração não irá cobrar renda a comerciantes durante três meses. Mas para aqueles que alugam lojas no mercado privado de imobiliário, a empresária pede uma ajuda do Executivo mais efectiva.

“O Chefe do Executivo fez um apelo aos senhorios para procederem da mesma maneira e fazerem um desconto, e o que ele sugere é óptimo porque deu o exemplo, mas vamos envidar todos os esforços para que o nosso senhorio abata a renda da maneira que lhe for mais conveniente.”

Em condições normais, já são valores difíceis de suportar, assegura Manuela Salema. “O que salvava a situação era de facto a Administração fazer uns empréstimos a fundo perdido, porque dão-nos a possibilidade de fazermos uns empréstimos, mas temos de devolver o dinheiro e é mais um encargo mensal que vou ter, e não me ajuda.”

A fundadora da Cool-ThingzZ & Portuguese Spot deseja também que as autoridades venham a ajudar no transporte de mercadorias entre Portugal e Macau, uma vez que os custos são muito elevados. “O Governo poderia ajudar nos transportes de mercadorias que são caríssimos. São cerâmicas, arte, imensa coisa, divulgamos Portugal e a cultura portuguesa e não há uma ajuda que seja neste sentido.”

luz
FOTO: Victor Li

Import e Export parado

Apenas com um showroom montado num espaço físico, a AlmaViva Portuguese Heritage dedica-se sobretudo ao comércio de importação e exportação de produtos. Célia Ferreira, responsável pela empresa, assegura que está tudo parado neste momento devido ao fecho dos casinos e às medidas de quarentena.

“Fechámos na sexta-feira pois não fazia sentido estarmos abertos. Os nossos principais clientes são de Hong Kong, Japão, Coreia, Taiwan, que já não estão a viajar para Macau”, contou ao HM.

O panorama de crise começou a fazer-se notar antes do Ano Novo Chinês, algo que piorou depois das medidas adoptadas pelo Executivo. Mas se o presente é difícil, o futuro também se avizinha complicado.

“Além deste impacto directo teremos também grandes perdas em relação a negócios de distribuição. Os nossos clientes estão muito receosos e não temos novas encomendas. Temos o nosso negócio do café que também era afectado, pois sem pessoas a consumir os nossos clientes não vendem e nós também não”, frisou Célia Ferreira.

Com um showroom aberto há pouco mais de um mês, a crise do coronavírus foi uma espécie de presente envenenado. “Esta mudança implica um investimento e um aumento das despesas também. Iremos muda, mas ninguém consegue prever quanto é que o turismo ficará normalizado. Vendemos produtos gourmet, que não são bens de primeira necessidade, mas mesmo os clientes locais consomem menos, por existir este impasse e por terem receio”, rematou a empresária.

O impacto económico da epidemia no mundo

O sector de viagens e turismo tem sido prejudicado pela quarentena em dezenas de cidades na China e pela interdição de viagens organizadas de chineses para o estrangeiro para conter a epidemia.

Alguns países desaconselham os seus cidadãos a viajarem para a China e outros suspenderam as atividades provenientes do país. Várias companhias aéreas, incluindo a Air France, British Airways, Air Canada, Lufthansa ou Delta, suspenderam os voos para a China continental. Com sede em Hong Kong, a Cathay Pacific pediu a 27.000 funcionários para tirarem três semanas de licença sem vencimento.

Os casinos de Macau também encerraram, o mesmo sucedendo com parques da Disney em Xangai e Hong Kong. Em Paris, os efeitos em várias cadeias de lojas habitualmente frequentadas por turistas chineses também são visíveis. A indústria do turismo em Itália teme vir a registar uma perda anual de 4,5 mil milhões de euros, segundo o laboratório de ideias Demoskopika.

No sector dos cruzeiros, MSC Cruises, Costa Crociere e Royal Caribbean pediram aos seus navios para não fazerem escalas na China.

Da electrónica

As fábricas na China do grupo tecnológico com sede em Taiwan Foxconn vão ficar fechadas até meados de Fevereiro e alguns funcionários receberam a indicação de que devem tirar 14 dias suplementares para deixar passar o tempo de incubação do vírus.

Os fabricantes de ‘smartphones’, de ecrãs e de computadores que são clientes de componentes da Foxconn correm o risco de virem a ser afectados. A Apple indicou que está a trabalhar em planos para compensar a baixa produção dos seus fornecedores na China.

A sul-coreana LG Electronics cancelou a sua participação no Mobile World Congress, um evento sobre o ‘smartphone’ e a Huawei ainda não indicou se vai participar na mostra, que decorre em Barcelona de 24 a 27 de Fevereiro.

Da indústria

A cidade de Wuhan é uma placa giratória para os grandes construtores automóveis norte-americanos, europeus e asiáticos. A Hyundai Motor indicou que suspendeu toda a sua produção na Coreia do Sul devido às dificuldades no fornecimento de peças provenientes da China.

A fabricante de veículos eléctricos Tesla reconheceu que a epidemia pode afectar a produção na sua nova fábrica de Xangai, com potenciais efeitos nos resultados do primeiro trimestre.

No domínio da aeronáutica, a Airbus encerrou até nova ordem a sua linha de montagem do modelo A320 em Tianjin, perto de Pequim.

O conglomerado francês de equipamentos Safran também suspendeu a produção até 10 de Fevereiro nas várias instalações que tem em território chinês, com 2.500 trabalhadores.

Já afectada pela guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, a Caterpillar (máquinas, motores e veículos pesados) manifestou preocupação com um “possível período de incerteza económica mundial” ao longo deste ano.

Do consumo

A cadeia de cafés Starbucks, para a qual a China constitui o segundo mercado mundial, encerrou temporariamente metade dos 4.000 pontos de venda que tem no país. A McDonald’s indicou recentemente que decidiu fechar “várias centenas” de restaurantes na província de Hubei, cuja capital é Wuhan. Foi indicado que 3.000 outros restaurantes permanecem abertos.

Outras cadeias como a Pizza Hut ou KFC também decidiram fechar portas, devido às medidas impostas nas suas parcerias com empresas chinesas.

O fabricante de equipamento desportivo Nike, que receia “um forte impacto” nas suas operações na China e Taiwan, encerrou cerca de metade das suas lojas na China e constatou que há uma queda nas vendas das que continuam abertas. Neste panorama sombrio há também quem consiga tirar proveito, como o fabricante de máscaras de protecção 3M.

7 Fev 2020

Comércio | Empresários portugueses enfrentam tempos difíceis 

Com as ruas vazias, os casinos e as lojas fechadas e um silêncio ensurdecedor por todo o território, também os empresários portugueses vivem tempos difíceis devido ao surgimento do coronavírus. Santos Pinto, proprietário do restaurante O Santos, na famosa Rua do Cunha, deixou praticamente de servir refeições e pondera fechar durante uns dias. Célia Ferreira e Manuela Salema lidam com a falta de pessoas e de encomendas

[dropcap]E[/dropcap]sta quarta-feira, à hora de almoço, quem entrasse no restaurante O Santos, na famosa e muito movimentada Rua do Cunha, na Taipa, deparava-se com uma cena inédita, observando o proprietário e os seus empregados sentados a olhar para a televisão. Um dos restaurantes portugueses mais conhecidos do território e muito procurado por turistas tem estado praticamente vazio desde que o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, decretou o encerramento dos casinos por um período de duas semanas devido ao novo coronavírus.
Santos Pinto é, nesta altura, um homem preocupado, estando a ponderar fechar o seu estabelecimento. “Não perdi um cliente, nem dois, nem três, perdi-os todos praticamente”, contou ao HM.
“Na Segunda-feira servi cinco almoços e dois jantares e hoje (Quarta-feira) servi apenas 12 almoços. A rua está vazia, não há animação nenhuma, não há pessoas. Mesmo antes de fecharem os casinos já era mau, e agora pior ficou. Neste momento estou a pensar seriamente o que vou fazer, tenho aqui o meu pessoal a olhar para mim e eu estou a olhar para eles, e acho que vou fazer o mesmo que toda a gente aqui na rua fez.”
Se as dificuldades no fornecimento de comida e mercadoria não existem, pois “existe tudo com fartura”, o mesmo não acontece a nível de lucros. “Não perdi 50 por cento do negócio, perdi 90 por cento”, assegura.
Santos Pinto, alentejano a viver há décadas em Macau, viveu os tempos da SARS e assegura que esta crise traz uma situação bem mais complicada. “Está a ser pior do que a SARS. Nessa altura, em 2003, eu já estava aqui e muita malta portuguesa vinha aqui, e eu chamava-lhe os solteiros, os divorciados e os mal- casados, pessoas que estavam sós. E não houve o pedido do Governo para as pessoas ficarem em casa e os casinos não fecharam. As coisas são diferentes, bateu no fundo em termos de clientes. Se calhar é melhor fechar e ir para casa descansar e esperar que a crise passe.”
Ainda na Taipa, mas na também turística zona da Taipa Velha, encontra-se a Cool-ThingzZ & Portuguese Spot, de Manuela Salema, que vende produtos tipicamente portugueses e que tem os turistas como os principais clientes. Manuela Salema conta ao HM que a crise provocada pelo coronavírus só veio somar-se às crises anteriores com os quais o negócio vinha sofrendo.
“Isto tem sido um embate um atrás do outro. A nossa loja abriu em Outubro de 2018 e logo a seguir aconteceu o conflito comercial entre a China e os EUA. A maior parte dos nossos clientes são turistas que passam todos por Hong Kong, cidadãos da Coreia, Japão. Essa foi a nossa primeira batalha, e a segunda foi os conflitos em Hong Kong. Deixámos de ter clientes nessa altura.”
“Quando finalmente tudo parecia estar a voltar ao normal acontece-nos isto”, acrescentou Manuela Salema, que se queixa do vazio total à sua volta. “Acarretamos todas as sugestões do Executivo e tentamos não andar nas ruas, mas temos tido a loja semi-abertas. Aproveitamos para fazer limpezas, rever stocks. Mas não entra aqui ninguém.”

Portugal devia ajudar

Manuela Salema elogia Ho Iat Seng pelo facto de ter decretado que a Administração não irá cobrar renda a comerciantes durante três meses. Mas para aqueles que alugam lojas no mercado privado de imobiliário, a empresária pede uma ajuda do Executivo mais efectiva.
“O Chefe do Executivo fez um apelo aos senhorios para procederem da mesma maneira e fazerem um desconto, e o que ele sugere é óptimo porque deu o exemplo, mas vamos envidar todos os esforços para que o nosso senhorio abata a renda da maneira que lhe for mais conveniente.”
Em condições normais, já são valores difíceis de suportar, assegura Manuela Salema. “O que salvava a situação era de facto a Administração fazer uns empréstimos a fundo perdido, porque dão-nos a possibilidade de fazermos uns empréstimos, mas temos de devolver o dinheiro e é mais um encargo mensal que vou ter, e não me ajuda.”
A fundadora da Cool-ThingzZ & Portuguese Spot deseja também que as autoridades venham a ajudar no transporte de mercadorias entre Portugal e Macau, uma vez que os custos são muito elevados. “O Governo poderia ajudar nos transportes de mercadorias que são caríssimos. São cerâmicas, arte, imensa coisa, divulgamos Portugal e a cultura portuguesa e não há uma ajuda que seja neste sentido.”

luz
FOTO: Victor Li

Import e Export parado

Apenas com um showroom montado num espaço físico, a AlmaViva Portuguese Heritage dedica-se sobretudo ao comércio de importação e exportação de produtos. Célia Ferreira, responsável pela empresa, assegura que está tudo parado neste momento devido ao fecho dos casinos e às medidas de quarentena.
“Fechámos na sexta-feira pois não fazia sentido estarmos abertos. Os nossos principais clientes são de Hong Kong, Japão, Coreia, Taiwan, que já não estão a viajar para Macau”, contou ao HM.
O panorama de crise começou a fazer-se notar antes do Ano Novo Chinês, algo que piorou depois das medidas adoptadas pelo Executivo. Mas se o presente é difícil, o futuro também se avizinha complicado.
“Além deste impacto directo teremos também grandes perdas em relação a negócios de distribuição. Os nossos clientes estão muito receosos e não temos novas encomendas. Temos o nosso negócio do café que também era afectado, pois sem pessoas a consumir os nossos clientes não vendem e nós também não”, frisou Célia Ferreira.
Com um showroom aberto há pouco mais de um mês, a crise do coronavírus foi uma espécie de presente envenenado. “Esta mudança implica um investimento e um aumento das despesas também. Iremos muda, mas ninguém consegue prever quanto é que o turismo ficará normalizado. Vendemos produtos gourmet, que não são bens de primeira necessidade, mas mesmo os clientes locais consomem menos, por existir este impasse e por terem receio”, rematou a empresária.

O impacto económico da epidemia no mundo

O sector de viagens e turismo tem sido prejudicado pela quarentena em dezenas de cidades na China e pela interdição de viagens organizadas de chineses para o estrangeiro para conter a epidemia.
Alguns países desaconselham os seus cidadãos a viajarem para a China e outros suspenderam as atividades provenientes do país. Várias companhias aéreas, incluindo a Air France, British Airways, Air Canada, Lufthansa ou Delta, suspenderam os voos para a China continental. Com sede em Hong Kong, a Cathay Pacific pediu a 27.000 funcionários para tirarem três semanas de licença sem vencimento.
Os casinos de Macau também encerraram, o mesmo sucedendo com parques da Disney em Xangai e Hong Kong. Em Paris, os efeitos em várias cadeias de lojas habitualmente frequentadas por turistas chineses também são visíveis. A indústria do turismo em Itália teme vir a registar uma perda anual de 4,5 mil milhões de euros, segundo o laboratório de ideias Demoskopika.
No sector dos cruzeiros, MSC Cruises, Costa Crociere e Royal Caribbean pediram aos seus navios para não fazerem escalas na China.

Da electrónica

As fábricas na China do grupo tecnológico com sede em Taiwan Foxconn vão ficar fechadas até meados de Fevereiro e alguns funcionários receberam a indicação de que devem tirar 14 dias suplementares para deixar passar o tempo de incubação do vírus.
Os fabricantes de ‘smartphones’, de ecrãs e de computadores que são clientes de componentes da Foxconn correm o risco de virem a ser afectados. A Apple indicou que está a trabalhar em planos para compensar a baixa produção dos seus fornecedores na China.
A sul-coreana LG Electronics cancelou a sua participação no Mobile World Congress, um evento sobre o ‘smartphone’ e a Huawei ainda não indicou se vai participar na mostra, que decorre em Barcelona de 24 a 27 de Fevereiro.

Da indústria

A cidade de Wuhan é uma placa giratória para os grandes construtores automóveis norte-americanos, europeus e asiáticos. A Hyundai Motor indicou que suspendeu toda a sua produção na Coreia do Sul devido às dificuldades no fornecimento de peças provenientes da China.
A fabricante de veículos eléctricos Tesla reconheceu que a epidemia pode afectar a produção na sua nova fábrica de Xangai, com potenciais efeitos nos resultados do primeiro trimestre.
No domínio da aeronáutica, a Airbus encerrou até nova ordem a sua linha de montagem do modelo A320 em Tianjin, perto de Pequim.
O conglomerado francês de equipamentos Safran também suspendeu a produção até 10 de Fevereiro nas várias instalações que tem em território chinês, com 2.500 trabalhadores.
Já afectada pela guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, a Caterpillar (máquinas, motores e veículos pesados) manifestou preocupação com um “possível período de incerteza económica mundial” ao longo deste ano.

Do consumo

A cadeia de cafés Starbucks, para a qual a China constitui o segundo mercado mundial, encerrou temporariamente metade dos 4.000 pontos de venda que tem no país. A McDonald’s indicou recentemente que decidiu fechar “várias centenas” de restaurantes na província de Hubei, cuja capital é Wuhan. Foi indicado que 3.000 outros restaurantes permanecem abertos.
Outras cadeias como a Pizza Hut ou KFC também decidiram fechar portas, devido às medidas impostas nas suas parcerias com empresas chinesas.
O fabricante de equipamento desportivo Nike, que receia “um forte impacto” nas suas operações na China e Taiwan, encerrou cerca de metade das suas lojas na China e constatou que há uma queda nas vendas das que continuam abertas. Neste panorama sombrio há também quem consiga tirar proveito, como o fabricante de máscaras de protecção 3M.

7 Fev 2020

Pneumonia de Wuhan | Primeira infectada em Macau está curada

A empresária de 52 anos estava internada desde 21 de Janeiro e viajou, durante a tarde de ontem, para Zhuhai. É o primeiro, dos 10 casos no território, a ultrapassar a doença

 

[dropcap]A[/dropcap] mulher que tinha sido confirmada como o primeiro caso do coronavírus de Wuhan no território recuperou e teve alta. Com 52 anos, empresária e natural da cidade na origem da epidemia, encontrava-se internada desde 21 de Janeiro, depois de ter entrado na RAEM, a 19 de Janeiro, e de ter ficado hospedada no Hotel Landmark. Na hora da saída, admitiu que foi uma sorte ter sido tratada em Macau.

“Queria ficar mais tempo [em Macau], mas não posso. […] A experiência em Macau foi uma sorte no meio do azar”, afirmou a mulher, que recusou ser identificada, em declarações ao Governo da RAEM. ““Ao longo do tratamento, senti-me no meio de uma família, pela forma como fui tratada em Macau. Estou muito grata”, acrescentou.

A mulher que teve alta ontem pelas 16h45, recordou ainda o choque de receber a notícia. “Quando soube que estava infectada tive medo e preparei-me para o pior. Informei a minha filha por SMS e ela disse-me para ficar calma e ser optimista. Só ela estava informada sobre a minha situação, porque de resto nem o meu marido avisei”, recordou.

Entre os factores que mais medo lhe causaram, a empresária apontou as notícias do Interior, que não eram muito claras a informar que as vítimas mortais eram principalmente grupos de risco, como idosos ou pessoas com doenças crónicas.

Já na RAEM, a mulher reconheceu que encontrou “um ambiente sempre calmo” e que os cuidados médicos foram “excepcionais”.

Com escolta policial

Após ter alta, a mulher foi deixada às 16h45 em Zhuhai, num percurso que foi feito com escolta policial. As autoridades desconhecem o que vai acontecer agora com a empresária de 52 anos, uma vez que nesta fase não há transportes para a cidade de origem. “Como não há transportes ela deve ficar por Zhuhai. Pode ficar nos hotéis destinados aos turistas de Wuhan, ou então escolher outro sítio onde possa ficar”, explicou Lam Chong, Chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença.

Na altura de sair, a mulher pediu para não ter de pagar a conta que lhe foi apresentada de 34 mil patacas. O processo está agora a ser analisado e a isenção até pode ser aceite. Na conferência de ontem, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, explicou que os não-residentes pagam o valor das despesas a dobrar, o que faz com que a despesa efectiva tenha sido de 17 mil patacas.

Lei deixou ainda garantias que a RAEM tem “vários meios” para forçar o pagamento da despesa a partir do Interior, mas não conseguiu nomear um único, nem se haverá lugar a recurso para os tribunais. Por sua vez, o representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública apontou que em caso de não haver pagamento, a mulher pode ser impedida de entrar na RAEM, numa próxima visita.

Mala de 20 mil patacas

Horas depois de se ter sabido que a mulher tinha pedido para ser dispensada do pagamento de 34 mil patacas com as despesas médicas, o caso gerou polémica nas redes sociais, uma vez que nas fotos de despedida de Macau aparece com uma mala da marca de luxo Bvlgari. O modelo em causa é o “Bvlgari Serpenti Forever” e, segundo o portal de Hong Kong da marca, tem um preço de 22.900 dólares de Hong Kong, o que equivale a 23.591 patacas.

6 Fev 2020

Pneumonia de Wuhan | Primeira infectada em Macau está curada

A empresária de 52 anos estava internada desde 21 de Janeiro e viajou, durante a tarde de ontem, para Zhuhai. É o primeiro, dos 10 casos no território, a ultrapassar a doença

 
[dropcap]A[/dropcap] mulher que tinha sido confirmada como o primeiro caso do coronavírus de Wuhan no território recuperou e teve alta. Com 52 anos, empresária e natural da cidade na origem da epidemia, encontrava-se internada desde 21 de Janeiro, depois de ter entrado na RAEM, a 19 de Janeiro, e de ter ficado hospedada no Hotel Landmark. Na hora da saída, admitiu que foi uma sorte ter sido tratada em Macau.
“Queria ficar mais tempo [em Macau], mas não posso. […] A experiência em Macau foi uma sorte no meio do azar”, afirmou a mulher, que recusou ser identificada, em declarações ao Governo da RAEM. ““Ao longo do tratamento, senti-me no meio de uma família, pela forma como fui tratada em Macau. Estou muito grata”, acrescentou.
A mulher que teve alta ontem pelas 16h45, recordou ainda o choque de receber a notícia. “Quando soube que estava infectada tive medo e preparei-me para o pior. Informei a minha filha por SMS e ela disse-me para ficar calma e ser optimista. Só ela estava informada sobre a minha situação, porque de resto nem o meu marido avisei”, recordou.
Entre os factores que mais medo lhe causaram, a empresária apontou as notícias do Interior, que não eram muito claras a informar que as vítimas mortais eram principalmente grupos de risco, como idosos ou pessoas com doenças crónicas.
Já na RAEM, a mulher reconheceu que encontrou “um ambiente sempre calmo” e que os cuidados médicos foram “excepcionais”.

Com escolta policial

Após ter alta, a mulher foi deixada às 16h45 em Zhuhai, num percurso que foi feito com escolta policial. As autoridades desconhecem o que vai acontecer agora com a empresária de 52 anos, uma vez que nesta fase não há transportes para a cidade de origem. “Como não há transportes ela deve ficar por Zhuhai. Pode ficar nos hotéis destinados aos turistas de Wuhan, ou então escolher outro sítio onde possa ficar”, explicou Lam Chong, Chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença.
Na altura de sair, a mulher pediu para não ter de pagar a conta que lhe foi apresentada de 34 mil patacas. O processo está agora a ser analisado e a isenção até pode ser aceite. Na conferência de ontem, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, explicou que os não-residentes pagam o valor das despesas a dobrar, o que faz com que a despesa efectiva tenha sido de 17 mil patacas.
Lei deixou ainda garantias que a RAEM tem “vários meios” para forçar o pagamento da despesa a partir do Interior, mas não conseguiu nomear um único, nem se haverá lugar a recurso para os tribunais. Por sua vez, o representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública apontou que em caso de não haver pagamento, a mulher pode ser impedida de entrar na RAEM, numa próxima visita.

Mala de 20 mil patacas

Horas depois de se ter sabido que a mulher tinha pedido para ser dispensada do pagamento de 34 mil patacas com as despesas médicas, o caso gerou polémica nas redes sociais, uma vez que nas fotos de despedida de Macau aparece com uma mala da marca de luxo Bvlgari. O modelo em causa é o “Bvlgari Serpenti Forever” e, segundo o portal de Hong Kong da marca, tem um preço de 22.900 dólares de Hong Kong, o que equivale a 23.591 patacas.

6 Fev 2020

Vírus | Sociedade de Jogos de Macau doa 20 milhões de patacas a Hubei

[dropcap]A[/dropcap] Sociedade de Jogos de Macau (SJM), com 22 casinos no território, anunciou ontem que vai doar 20 milhões de patacas para combater o surto do novo coronavírus chinês.

Em comunicado, a SJM indica que a doação destina-se a comprar equipamento de proteção e material médico para ajudar nos esforços de prevenção e de combate à doença na província chinesa de Hubei, onde os primeiros casos de infeção foram detetados em Wuhan.

“Desejamos uma rápida recuperação a todas as pessoas e todas as economias afectadas pelo vírus”, disse a presidente do conselho de administração da SJM, Daisy Ho, filha do fundador do grupo Stanley Ho.

De acordo com a mesma nota, a concessionária indicou observar estritamente as medidas de prevenção definidas pelo Governo de Macau, mantendo-se unida com a comunidade na luta para evitar a propagação da doença.

A SJM é a terceira concessionária a fazer uma doação para a província de Hubei. Em 29 de Janeiro, a Melco Resorts tinha anunciado uma doação de 20 milhões de dólares de Hong Kong para Hubei. Em 2 de Fevereiro foi a vez do Galaxy Entertainment Group, com seis casinos, a anunciar também 20 milhões de patacas para a mesma província. Todas as doações foram feitas em coordenação com o Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau.

6 Fev 2020

Vírus | Sociedade de Jogos de Macau doa 20 milhões de patacas a Hubei

[dropcap]A[/dropcap] Sociedade de Jogos de Macau (SJM), com 22 casinos no território, anunciou ontem que vai doar 20 milhões de patacas para combater o surto do novo coronavírus chinês.
Em comunicado, a SJM indica que a doação destina-se a comprar equipamento de proteção e material médico para ajudar nos esforços de prevenção e de combate à doença na província chinesa de Hubei, onde os primeiros casos de infeção foram detetados em Wuhan.
“Desejamos uma rápida recuperação a todas as pessoas e todas as economias afectadas pelo vírus”, disse a presidente do conselho de administração da SJM, Daisy Ho, filha do fundador do grupo Stanley Ho.
De acordo com a mesma nota, a concessionária indicou observar estritamente as medidas de prevenção definidas pelo Governo de Macau, mantendo-se unida com a comunidade na luta para evitar a propagação da doença.
A SJM é a terceira concessionária a fazer uma doação para a província de Hubei. Em 29 de Janeiro, a Melco Resorts tinha anunciado uma doação de 20 milhões de dólares de Hong Kong para Hubei. Em 2 de Fevereiro foi a vez do Galaxy Entertainment Group, com seis casinos, a anunciar também 20 milhões de patacas para a mesma província. Todas as doações foram feitas em coordenação com o Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau.

6 Fev 2020

Vírus | Estimadas grandes quebras nas receitas do jogo de massas 

[dropcap]A[/dropcap] decisão do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, de encerrar os casinos por um período de duas semanas pode trazer um período negro ao sector do jogo. Analistas dizem ser cedo para fazer previsões, mas algumas estimativas apontam para perdas de 75 por cento nas receitas de Fevereiro, além do impacto nos ganhos anuais.

Ao HM, o economista Albano Martins destaca sobretudo as perdas para a economia e PME. “Tomando o ano passado [como referência], e se tudo se mantivesse constante, esses 15 dias representam uma perda de cerca de 4,7 mil milhões de patacas para os cofres públicos. Para a economia, uma perda de 12 milhões.”
Ainda assim, Albano Martins prevê que “o impacto será provavelmente muito maior na economia e no sector público”, uma vez que existe ainda “uma grande incógnita quanto ao tempo de impacto do vírus”.

De acordo com o portal informativo GGRAsia, a JP Morgan Securities (Asia Pacific) disse num comunicado emitido esta terça-feira que os custos de operação fixos consomem cerca de 19 por cento das receitas obtidas pelas operadoras de jogo, a maioria relacionadas com os funcionários. DS Kim, Derek Choi e Jeremy An, analistas da JP Morgan, falam de perdas na ordem dos 75 por cento em termos das receitas oriundas do jogo de massas em Fevereiro, e uma perda anual de seis por cento, sem esquecer uma quebra do EBITDA na ordem dos dez por cento.

A analista Roth Capital Partners LLC defendeu, também na terça-feira, esperar uma quebra anual de 14 por cento nas receitas, comparando com anos anteriores. “Enquanto existem muitas incertezas no que diz respeito ao coronavírus, antecipamos um declínio das receitas do jogo de massas na ordem dos 31 por cento na primeira metade de 2020”, escreveu o analista David Bain.

Ambrose So à espera

Ao Hong Kong Economist Journal, Ambrose So, vice-presidente e CEO da SJM, disse que o encerramento dos casinos coincide com um período que seria sempre “calmo”, por ser posterior ao Ano Novo Chinês. O empresário disse também que tudo depende das respostas rápidas que as autoridades de Macau apresentem para a crise de saúde pública. No entanto, a redução das despesas com o fecho dos casinos “não compensa completamente” as receitas perdidas.

No caso da analista Sanford C. Bernstein Ltd, espera-se uma recuperação das receitas oriundas das apostas de massas caso surja uma melhoria da situação causada pelo coronavírus.

“A questão chave em torno de Macau tem a ver com tempo de restituição da emissão de vistos e o regresso aos valores normais de entrada de turistas. A segunda metade do ano deveria constituir uma grande recuperação (a não ser que a situação médica piore)”, escreveram os analistas Vitaly Umansky, Eunice Lee and Kelsey Zhu.

6 Fev 2020