João Luz Manchete SociedadeDST | Macau não descrimina turistas “pobres” Helena de Senna Fernandes garante que todos os tipos de turistas são bem-vindos a Macau, incluindo os que não gastam uma pataca no território. A directora dos Serviços de Turismo defende que os desafios de redução dos gastos dos turistas devem ser combatidos com novos produtos turísticos e experiências culturais Depois do fim das restrições fronteiriças devido ao combate à pandemia, nasceu na China um fenómeno intitulado “turista de forças especiais”, que designa os visitantes que “picam o ponto” no maior número de pontos turísticos no mais curto espaço de tempo possível. O principal objectivo das “operações” é alimentar as redes sociais, gastando o mínimo possível de dinheiro. A directora dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes, endereçou o tema, numa série de entrevistas de representantes do Governo a uma comitiva de jornalistas da Grande Baía. Em declarações citadas pelo portal HK01, a responsável admitiu que face à retração económica, as estimativas de consumo dos turistas foram revistas em baixa, mas garantiu que Macau recebe todos os visitantes de igual forma, independentemente da capacidade de compra. Porém, para contornar os desafios actuais, Senna Fernandes sublinha que são necessárias novas ideias, que incentivem os turistas, mesmo que os visitam Macau só por algumas horas, a levar uma lembrança do território. “Temos de proporcionar opções a todos os tipos de turistas, desde produtos das pequenas lojas de bairro, até às experiências de luxo, e oferecer vários cenários de consumo para todas as bolsas”, defendeu a responsável. A líder da DST aponta à área cultural como via para impulsionar o consumo dos turistas, com a organização de concertos e promoção de produtos de indústrias criativas para turistas, como lembranças. Dormir aqui e ali O turismo de “forças especiais” originou polémica em Hong Kong, com a divulgação de fotografias de turistas a pernoitar nos Macdonald’s da região vizinha, assim como no aeroporto. O mesmo aconteceu em Macau, com a partilha nas redes sociais de turistas a dormir nos relvados adjacentes ao Wynn Palace. Apesar da tendência, Helena de Senna Fernandes salientou que o sector do turismo mostra uma boa evolução. No ano passado, mais de 34,9 milhões de pessoas visitaram Macau, cerca de 90 por cento do nível antes da pandemia. Nos primeiros cinco meses deste ano, mais de 16 milhões de turistas visitaram o território, com a ocupação hoteleira a rondar 90 por cento. Em termos anuais, a directora da DST espera que o número de visitantes deste ano chegue aos 39 milhões. No primeiro trimestre deste ano, os gastos médios dos turistas que visitaram Macau voltaram a cair, com uma redução de 13,2 por cento em termos anuais, parte devido ao aumento dos excursionistas, que representaram quase 60 por cento das entradas no território nos primeiros três meses do ano.
Andreia Sofia Silva SociedadeDesemprego | Mais residentes com trabalho em três meses Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que há mais residentes empregados no espaço de três meses, além de que a percentagem de residentes desempregados à procura do primeiro emprego baixou. Estes números, ontem divulgados, dizem respeito aos meses de Março a Maio, em comparação com o trimestre correspondente a Fevereiro a Abril deste ano. Assim, de Março a Maio, havia em Macau 282.200 residentes empregados, mais 300 pessoas, tendo-se verificado que “o número de residentes empregados do ramo da construção cresceu”. Porém, “o número de residentes empregados do ramo das actividades financeiras decresceu”. Além disso, o número de residentes desempregados à procura do primeiro emprego representou 8,4 por cento de todos os residentes desempregados, menos 1,8 pontos percentuais, face ao período precedente. Já o número de residentes desempregados, foi de 7.200, sendo que “a maioria dos que estavam à procura de um novo emprego trabalhou antes nos ramos do comércio a retalho, construção e lotarias ou outros jogos de aposta”. Em termos gerais, a taxa de desemprego nos meses de Março a Maio foi de 1,9 por cento, enquanto a taxa de desemprego dos residentes foi de 2,5 por cento, “ambas idênticas às do período passado (Fevereiro a Abril)”. A população activa, incluindo residentes e trabalhadores não residentes, era de 380.200 pessoas, menos 400; além de que a população empregada, 373.000, baixou em 200 pessoas, ambos os casos em comparação com os meses de Fevereiro a Abril.
Hoje Macau SociedadeMICE | Governo e CPSP organizam palestra Na passada quinta-feira, o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM), a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) realizaram uma palestra sobre a contratação e gestão de pessoal para o sector de convenções e exposições (MICE) de Macau. A palestra, que reuniu mais de 120 representados do sector, serviu para esclarecer “dúvidas e aprofundar conhecimentos sobre as normas legais aplicáveis à contratação de pessoal e os aspectos a observar durante os eventos de convenções e exposições”. Um dos pontos fulcrais prendeu-se com as exigências legais da contratação de trabalhadores não-residentes (TNR), assim como a proibição de trabalho ilegal. A palestra foi organizada cerca de duas semanas depois da polémica sobre a situação legal de dezenas de trabalhadores na zona de merchandising de um concerto de G-Dragon, que originou uma operação conjunta da DSAL e CPSP. Estiveram presentes na palestra representantes do IPIM, da DSAL e do CPSP, operadores do sector de convenções e exposições de Macau, assim como participantes de resorts integrados, entidades organizadoras e montadoras de convenções e exposições, agências de viagens e empresas de serviços de relações públicas.
Hoje Macau Manchete SociedadeEmprego | Macau com mais 3.000 TNR em 12 meses Nos últimos 12 meses, o número de trabalhadores não-residentes registou um aumento de 3 mil, segundo os dados revelados ontem pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) As empresas e famílias de Macau contrataram mais de três mil trabalhadores não residentes nos últimos 12 meses, foi ontem divulgado. De acordo com dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), no final de Maio, Macau tinha 183.783 trabalhadores sem estatuto de residente, mais 3.006 do que no mesmo mês de 2024. A mão-de-obra vinda do exterior, incluindo da China continental, atingiu em Maio o valor mais elevado desde Junho de 2020, no início da pandemia de covid-19. Desde o pico máximo de 196.538, atingido no final de 2019, antes da pandemia, e até Janeiro de 2023, a cidade perdeu quase 45 mil não-residentes, que correspondiam a 11,3 por cento da população activa. Em Janeiro de 2023, quando foi decretado o fim da política ‘zero covid’, que esteve em vigor em Macau e na China continental durante quase mais de três anos, Macau tinha menos de 152 mil migrantes, o número mais baixo desde Abril de 2014. As estatísticas, divulgadas pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, revelam que, desde o fim da política ‘zero covid’, o número de trabalhadores não-residentes aumentou em 31.905. O sector da hotelaria e da restauração foi o que mais contratou nos últimos 12 meses, ganhando 3.379 trabalhadores não-residentes, seguido do dos empregados domésticos (mais 1.553). A área da hotelaria e a restauração tinha sido precisamente a mais atingida pela perda de mão-de-obra durante a pandemia, tendo despedido mais de 17.600 funcionários não-residentes desde Dezembro de 2019. Visitantes em alta A cidade recebeu, em 2024, 34,9 milhões de visitantes, mais 23,8 por cento do que no ano anterior, mas ainda longe do recorde, 39,4 milhões, fixado em 2019, antes da pandemia. Já os estabelecimentos hoteleiros, acolheram mais de 14,4 milhões de hóspedes, um novo recorde histórico. A crise económica criada pela pandemia levou a taxa de desemprego a atingir 4 por cento no terceiro trimestre de 2022, o valor mais alto desde 2006. Apesar da subida do número de trabalhadores não-residentes, a taxa de desemprego manteve-se em 1,9 por cento no período entre Fevereiro e Abril. Ainda assim, vários deputados pediram ao Governo que obrigue as seis concessionárias de jogo a despedir parte da mão-de-obra vinda do exterior, para garantir o emprego dos 5.600 trabalhadores locais que trabalham nos 11 casinos-satélite que irão encerrar até ao final de 2025. Três das seis concessionárias – SJM, Galaxy e Melco – comunicaram às autoridades em 9 de Junho, que vão terminar até 31 de Dezembro a exploração dos 11 ‘casinos-satélite’ existentes no território. Os ‘casinos-satélite’ são geridos por outras empresas, sendo uma herança da administração portuguesa, que já existia antes da liberalização do jogo, em 2002.
Hoje Macau SociedadeTurismo | DST promoveu Macau em Hong Kong no fim-de-semana A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) fez uma acção de promoção em Hong Kong, no sábado e domingo, para atrair turistas da região vizinha. Nos dois dias, foram organizadas duas zonas de exibição com espectáculos de palco e jogos interactivos, no átrio do primeiro andar do centro comercial East Point City que contou com a presença de várias caras conhecidas do entretenimento de Hong Kong. O evento de abertura foi conduzido pela actriz e apresentadora de televisão e rádio Kitty Yuen, e contou com a participação dos cantores Jeremy Lee e Stanley Yau, membros do grupo MIRROR e artistas de cantopop Windy Zhan. Os atletas de ténis de mesa, Ng Wing Nam e Lee Ho Ching também participaram na apresentação. Os membros da popular banda MIRROR “partilharam sugestões para explorar Macau, destacando pontos fotogénicos imperdíveis e recomendações gastronómicas”. Além de ter actuado ao vico, Windy Zhan fez uma apresentação sobre “as vibrantes actividades artísticas e culturais de Macau”, enquanto os atletas de ténis de mesa destacaram os “eventos desportivos de classe mundial que Macau acolhe”. Na campanha, foram também promovidos os recursos turísticos de Hengqin, permitindo que os residentes de Hong Kong conheçam a nova forma de viagem com itinerários “multi-destinos”.
Hoje Macau Manchete SociedadeDST | Quatro cidades brasileiras participam em festival de gastronomia Quatro cidades brasileiras, Florianópolis, Belém, Paraty e Belo Horizonte, vão participar na Festa Internacional da Cidades de Gastronomia, em Macau, entre 11 e 20 de Julho. O evento, que irá reunir 56 cidades de 21 países, irá decorrer na Doca dos Pescadores No Brasil existem “apenas quatro cidades” reconhecidas como Cidades Criativas em Gastronomia da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês) e “todas elas vão estar aqui”, sublinhou a directora dos Serviços de Turismo (DST). Numa conferência de imprensa, Maria Helena de Senna Fernandes, disse que “o evento reunirá 34 das 56 Cidades Criativas da UNESCO em Gastronomia oriundas de 21 países distribuídos por seis continentes”. A dirigente lamentou que a cidade de Santa Maria da Feira, em Portugal, tenha decidido não se juntar ao festival. As cidades participantes irão enviar ‘chefs’ para realizar demonstrações culinárias para o público na Praça do Coliseu Romano e no Legend Boulevard da Doca dos Pescadores. A edição deste ano vai ter como tema “Especiarias e Ervas Aromáticas” e irá centrar-se no papel das especiarias e ervas aromáticas como ingredientes essenciais nas culinárias de todo o mundo. “Haverá mais de 100 bancas, das quais 25 do Interior da China (incluindo de Chengdu, Shunde, Yangzhou, Huai’an e Chaozhou), nove da Ásia (incluindo de Phuket, da Tailândia; Hatay, da Turquia; Buraidah, da Arábia Saudita, e Iloilo, das Filipinas) e 52 de Macau com gastronomia local”, disse a DST. Unidos pelo paladar Além disso, as palestras do Fórum Internacional de Gastronomia realizar-se-ão no dia 14, sob o tema “O Sabor da Vida: Conexões Culinárias de Macau”. O evento tem um orçamento de 27,8 milhões de patacas. A RAEM é reconhecida como Cidade Criativa da Gastronomia pela UNESCO desde 2017. Na altura, a organização sublinhou a “experiência importante” que Macau tem na realização de eventos de grande escala relacionados com a gastronomia, como “o Festival de Gastronomia de Macau; um evento marcante que reúne chefes locais e internacionais e as principais partes interessadas do sector de toda a Ásia e Europa”. “Outros festivais importantes são o Festival da Lusofonia, que promove e troca conhecimentos culturais entre os países e regiões de língua portuguesa, e o Festival de Cozinha e Cultura de Myanmar e do Sudeste Asiático”, referiu a UNESCO.
Andreia Sofia Silva SociedadeFronteiras | Continua a aumentar circulação automóvel Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) mostram que não pára de crescer o movimento automóvel entre fronteiras. Em Maio deste ano, circularam entre Macau e os diversos postos fronteiriços 934.175 automóveis, o que representa um aumento anual de 23,1 por cento. No que diz respeito ao movimento de automóveis ligeiros de passageiros nos postos fronteiriços, equivaleu a 886.954, mais 25,5 por cento face a Maio de 2024, dos quais 190 milhares de entradas e saídas foam de automóveis com matrícula única de Macau que circularam entre Macau e Hengqin, um aumento anual de 49 por cento. Enquanto isso, 140 milhares de entradas e saídas foram de automóveis a circular ao abrigo da “Circulação de veículos de Macau na província de Guangdong”, o que representa um aumento de 14,5 por cento. Se olharmos para os primeiros cinco meses do ano, o movimento de automóveis nos postos fronteiriços foi de 4.370.042 viaturas, um aumento de 23,1 por cento em termos anuais.
Hoje Macau SociedadeFinanças | Citibank deixa de operar em Macau A sucursal do Citibank de Macau vai encerrar as portas a partir de amanhã. A informação foi divulgada pela sucursal do banco na sexta-feira. Apesar deste encerramento, o banco diz que vai seguir as leis em vigor e a servir os clientes a partir de Hong Kong. “O Citigroup continuará a prestar serviços aos clientes de Macau a partir de Hong Kong sempre que possível, de acordo com as leis e regulamentos de Macau”, pode ler-se no comunicado. De acordo com a AMCM, citada pelo Canal Macau, o pedido formal do Citibank para deixar a RAEM foi feito em 2023, tendo sido nomeados administradores para garantirem a liquidação completa de dívidas em aberto. A AMCM assegura também que foram adoptadas medidas para que o encerramento não cause prejuízos aos clientes.
Hoje Macau SociedadePJ | Negado envolvimento de Space Oil em caso de detenção A Polícia Judiciária (PJ) confirmou que a droga envolvida num caso de detenção na quinta-feira não é, afinal, “Space Oil”, sendo que os testes realizados deram falso positivo para a substância de etomidato, a base desta nova droga. A detenção de um homem, descrita inicialmente como a primeira em Macau envolvendo “Space Oil”, ocorreu por suspeita de tráfico, sendo o homem de nacionalidade vietnamita. Um novo comunicado da PJ, veio agora dizer que o resultado de testes rápidos efectuados a estupefacientes não constituem uma referência para a classificação final do tipo de droga envolvida, sendo que, depois de realizada a prova material por parte do Departamento de Ciências Forenses, ficou concluído, em relatório, que o resultado do primeiro teste rápido deu um falso positivo à presença do etomidato. A PJ diz estar agora a comunicar com as entidades envolvidas sobre a discrepância de resultados, tendo pedido desculpas publicamente pela falsa informação divulgada e referindo que continua a investigar os casos de forma científica, bem como actuar de forma justa no futuro.
João Luz Manchete SociedadeBurla | Polícias de Macau e HK desmantelam rede criminosa Uma operação conjunta de Macau e Hong Kong desmantelou uma rede criminosa que se dedicava a burlas telefónicas. Foram detidas sete pessoas que alegadamente burlaram, pelo menos, 168 pessoas em mais de 20 milhões de dólares de Hong Kong. Os burlões fingiam pertencer ao apoio do cliente da Alipay As polícias de Macau e Hong Kong detiveram sete pessoas suspeitas de pertencerem a uma rede de burlas telefónicas, que terão alegadamente defraudado, pelo menos, 168 vítimas nos dois territórios em mais de 20 milhões de dólares de Hong Kong. Numa conferência de imprensa realizada na sexta-feira, a Polícia Judiciária (PJ) de Macau revelou ter detido ao longo da semana três suspeitos, dois homens oriundos da Malásia e uma mulher indonésia. A operação conjunta foi anunciada menos de um mês depois uma operação, que atravessou sete jurisdições na Ásia, resultando na detenção de 1.858 pessoas ligadas a redes de fraudes e burlas. A operação, que envolveu autoridades de Hong Kong, Macau, Coreia do Sul, Tailândia, Singapura, Malásia e Maldivas, interceptou verbas com origem nos esquemas das redes no valor de 150 milhões de dólares de Hong Kong. Segundo a PJ, a rede liderada por indivíduos da Malásia fazia chamadas em que se faziam passar por funcionários de uma linha de apoio ao cliente da Alipay. As autoridades adiantaram que os burlões trabalhavam com aparelhos que usam o Sistema Global para Comunicações Móveis para fazer chamadas para telemóveis, ocultando a origem da chamada. No terreno Em Macau, as autoridades deram conta da existência de 35 residentes burlados em valores que variaram entre 500 mil e 2.68 milhões de patacas. Segundo as autoridades, os dois homens instalaram os equipamentos para fazer chamadas telefónicas em dois apartamentos, um na zona norte da península, e outro na zona central no bairro San Kio. Um dos suspeitos trabalhava num posto de abastecimento de gasolina, o outro indivíduo de nacionalidade malaia estava desempregado, enquanto a mulher da Indonésia trabalhava como empregada doméstica. O papel desta última seria receber em três contas bancárias o dinheiro das vítimas. Entre os dias 13 e 14 de Junho, as contas da suspeita terão recebido cerca de 1 milhão de patacas. A PJ revelou ter começado a receber queixas de vítimas a partir de meados de Abril. No passado dia 21 de Junho, um dos suspeitos entrou em Macau através do posto fronteiriço das Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e dirigiu-se ao bairro San Kio onde se encontrou com o outro suspeito, a quem terá entregue um saco, que as autoridades suspeitam conter os equipamentos para esconder a origem das chamadas. No dia seguinte, os dois homens foram detidos, um deles no aeroporto quando se preparava para sair do território. A mulher oriunda da Indonésia, foi detida na passada quinta-feira. Os três detidos foram transferidos para o Ministério Público, por suspeitas da prática dos crimes de burla, lavagem de dinheiro, associação criminosa e utilização de dispositivo informático para simular estação de serviços de telecomunicações móveis.
João Luz Manchete SociedadePJ | Primeira detenção por uso de “space oil” A Polícia Judiciária anunciou ontem a primeira detenção por tráfico de etomidato, a droga vulgarmente conhecida como “space oil”. O suspeito detido é um cidadão vietnamita, que foi apanhado com 635 gramas, cujo valor no mercado negro é de cerca de 37.000 patacas A Polícia Judiciária (PJ) fez a primeira detenção por suspeitas de tráfico de etomidato, a droga conhecida como “space oil” desde a revisão da legislação que passou a incluir a substância na lista de estupefacientes cuja venda e consumo constitui crime. Em conferência de imprensa, as autoridades revelaram que o detido é um homem vietnamita e que durante a operação policial, que ocorreu na quarta-feira, foram apreendidas várias garrafas contendo etomidato e líquido para cigarros electrónicos, com um peso total superior a 635 gramas. A PJ estima que as substâncias apreendidas tenham um valor de 37 mil patacas no mercado negro. Segundo o relato das autoridades divulgado pelo canal chinês da Rádio Macau, a investigação ao suspeito começou com uma denúncia. Uma equipa de agentes da PJ dirigiu-se ao domicílio do suspeito, na zona central da península, onde encontrou parafernália necessária para fazer os cigarros electrónicos com a droga. O material estava escondido no quarto do suspeito, nas escadas do prédio e até na caixa de correio. Após a realização de um teste rápido, a polícia identificou a substância como sendo “space oil”. As autoridades indicaram ainda, apesar da falta de cooperação do suspeito na investigação, que os clientes do homem detido eram conterrâneos do Vietname, que compravam cada cigarro electrónico com “space oil” por 1.000 patacas. Teste do ácido O director da PJ, Sit Chong Meng, revelou ontem que as autoridades da RAEM compraram nas regiões vizinhas testes rápidos que detectam em cerca de três minutos se uma pessoa consumiu “space oil”. O responsável indicou que a PJ tem estado atenta ao possível consumo da droga em campus universitários, mas também na comunidade, e que tem organizado programas de sensibilização para os perigos do consumo. O etomidato, um anestésico de curta acção, administrado por via intravenosa, utilizado principalmente em serviços de urgência, unidades de anestesia, salas de cirurgia e unidades de cuidados intensivos. A substância entrou no radar das forças policiais da região depois da morte de, pelo menos três pessoas em Hong Kong, situação que levou a região vizinha a aumentar as penas para quem produz e trafica “space oil”. Em Macau, antes da entrada do etomidato na lista de substâncias proibidas, foram encontrados cinco casos de consumo, um deles envolvendo dois adolescentes com 16 e 18 anos.
Hoje Macau SociedadeDSAMA | Afastado perigo da água do rio Liujiang As autoridades chinesas detectaram uma elevada concentração de antimónio na água do rio Liujiang da província de Guangxi, mas segundo uma nota ontem divulgada pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA) não há perigos para Macau. Isto porque “após comunicação com os serviços de recursos hídricos e as entidades abastecedoras de água do Interior da China, verificou-se que a distância entre o canal de Modaomen, a principal captação de água de Macau, e o rio Liujiang é de cerca de 700 quilómetros”. Além disso, descreve a mesma nota, “o volume de água do rio Xijiang é suficiente, podendo desempenhar eficazmente o papel purificador em relação aos poluentes de antimónio”. Foi feita uma avaliação preliminar ao caso, concluindo que “não há impacto no abastecimento de água de Macau”, além de que “os reservatórios de Zhuhai Zhuyin e Zhuxiandong, que abastecem actualmente a Macau, possuem capacidade de armazenamento suficiente, garantindo a segurança no abastecimento de água a Macau nos próximos tempos”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeImobiliário | Pedidas políticas para atrair investidores Os presidentes de duas associações ligadas ao sector imobiliário pedem ao Executivo de Sam Hou Fai que siga os exemplos de Hong Kong e do Interior, para trazer capitais de fora que invistam nas compras e arrendamentos de habitações Face à contracção do mercado imobiliário, alguns dirigentes de associações locais defendem que o Governo deve lançar medidas para atrair investidores de fora. As ideias foram defendidas por Ip Kin Wan, presidente da Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau, e Lok Wai Tak, presidente da Associação Comercial de Fomento Predial de Macau, em declarações ao jornal Ou Mun. Na perspectiva de Ip Kin Wan, Macau atravessa uma grave crise ao nível do sector imobiliário, pelo que deve seguir os exemplos do Interior e de Hong Kong, na forma como lidaram com as dificuldades neste sector e nos mercados bolsistas, através de medidas de estímulo. Ip realçou que as notícias mais recentes são negativas para o imobiliário, uma referência implícita ao encerramento dos casinos-satélite, pelo que considera que o Governo deve pensar em outras formas de promover a procura neste mercado. Uma das sugestões do dirigente da associação passa pela adopção de medidas para atrair quadros qualificados com uma forte capacidade financeira, assim como investidores de fora. “Actualmente, as cidades de primeira e segunda categorias do Interior e Hong Kong estão a atrair activamente quadros qualificados e fundos mundiais”, referiu o dirigente. “Só através da atracção destes quadros qualificados e investidores é possível impulsionar o consumo, gerar mais vendas de habitação, contratos de arrendamento e outras necessidades de alojamento. Se o sector imobiliário estiver mais activo, também os sectores bancário, jurídico, construção, engenharia de decoração, entre outros vão ser beneficiados, o que vai estimular toda a economia”, acrescentou. Copo meio vazio Por sua vez, Lok Wai Tak, presidente da Associação Comercial de Fomento Predial de Macau, lamentou a situação actual, ao destacar que até ao final do ano os preços dos imóveis vão cair mais 30 por cento. Lok admitiu que a suposta recuperação do mercado do imobiliário “é mais lenta do que era esperado” e que “a oferta de imóveis supera a procura”. Ao mesmo tempo, o presidente da Associação Comercial de Fomento Predial de Macau reconheceu que nesta fase não existem razões no mercado para que se evitem maiores quebras dos preços porque a procura não existe como no passado. Neste sentido, Lok reconheceu que a expectativa é para que os preços continuem em quebra nos próximos meses. Como forma de destacar a fragilidade do mercado, Lok Wai Tak também indicou que um dos sinais mais evidentes é o facto de o número de transacções não estar aumentar, apesar dos preços continuarem a cair.
Andreia Sofia Silva SociedadeTurismo | Registada quebra nas excursões da China Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) mostram que nos cinco primeiros meses deste ano Macau recebeu 855 mil turistas em excursões, o que representa um aumento muito ligeiro de 0,7 por cento em termos anuais. Já os excursionistas do Interior da China, foram 732 mil, menos 2,2 por cento em termos anuais. Porém, no que diz respeito a visitantes internacionais, contabilizaram-se 99 mil, mais 12,4 por cento, com destaque para os turistas oriundos da Coreia do Sul, um total de 46 mil, o que representa uma subida de 24,2 por cento. Se olharmos apenas para o mês de Maio, o número de turistas em excursões foi de 128 mil pessoas, menos 21 por cento em termos anuais, “devido principalmente ao número de entradas de visitantes em excursões do Interior da China (101.000) ter diminuído 27,9 por cento”, explica a DSEC. Porém, “o número de entradas de visitantes internacionais em excursões (22.000) cresceu 22,8 por cento face a Maio de 2024, destacando-se que os visitantes em excursões da República da Coreia (8.000) ascenderam 20,5 por cento”, lê-se na nota oficial.
Hoje Macau SociedadeInvestimentos | Residentes apostam na Ásia e América Na hora de investir as suas poupanças, os residentes de Macau procuraram sobretudo fundos e entidades sediados na Ásia, em primeiro lugar, e depois nos Estados Unidos ou Canadá. É o que revelam as mais recentes estatísticas da Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) sobre a Carteira de Investimentos relativas ao fim do ano passado. Assim, e em termos de distribuição geográfica, “a região asiática deteve a maior fatia da carteira de investimentos externos de residentes de Macau, com 44 por cento do total, sendo a restante aplicada principalmente na América do Norte”, com 22,9 por cento. A Europa surge em terceiro lugar com 17,6 por cento dos investimentos feitos, seguindo-se o Atlântico Norte e Caraíbas e a Oceânia. Estes investimentos dizem respeito a pessoas, Governo e entidades colectivas, excluindo-se as reservas cambiais. Segundo os cálculos feitos a preços de mercado de 31 de Dezembro de 2024, os investimentos tiveram um valor global de 1.204,3 mil milhões de patacas, mais 2,7 por cento em relação a Junho de 2024, e mais 14,3 por cento face a finais de 2023. A AMCM descreve que o “investimento em títulos emitidos por entidades no Interior da China continuou a ser predominante, representando 28,4 por cento do total da carteira de investimentos externos aplicados pelos residentes de Macau”. Além disso, o investimento dos residentes em títulos emitidos por entidades americanas foi de 250,6 mil milhões de patacas, uma subida de 33,6 por cento face ao final de 2023, tendo o respectivo peso na carteira de investimentos no exterior crescido de 17,8 para 20,8 por cento.
Hoje Macau Sociedade“929 Challenge” cria prémio para ‘startups’ de PALOP e Timor-Leste A quinta edição da competição “929 Challenge” em Macau vai incluir um prémio para a melhor ‘startup’ dos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP) e de Timor-Leste, anunciou ontem a organização. Marco Duarte Rizzolio, co-fundador da 929 Challenge, disse à Lusa que o prémio ‘Future Builders’ (Criadores do Futuro) foi criado para encorajar os participantes dos países lusófonos menos desenvolvidos. “Temos uma língua em comum, mas o patamar de desenvolvimento económico de cada um dos países é completamente diferente”, explicou Rizzolio, à margem de uma conferência de imprensa. A última edição da competição para ’startups’ chinesas e dos países de língua portuguesa registou um novo máximo, com mais de 1.600 participantes em mais de 320 equipas. No entanto, em 2024, a 929 Challenge não recebeu quaisquer projectos de Timor-Leste ou de São Tomé e Príncipe. Com o novo prémio, Rizzolio disse esperar que na edição deste ano haja ‘startups’ de todos os nove países lusófonos. “O objectivo é isso, incentivar, mas também é ajudar (…). Se eles conseguem ganhar aquele prémio, já é algo de motivador para eles, para poderem desenvolver o projecto”, explicou. A ‘startup’ portuguesa Iplexmed, que desenvolve dispositivos de diagnóstico genético rápido, venceu a edição do ano passado, enquanto a também portuguesa NS2, que fornece soluções inteligentes para monitorizar a qualidade da água para uma aquicultura sustentável, ficou em terceiro. A primeira vez A única vez que uma equipa dos PALOP e de Timor-Leste chegou aos finalistas foi logo na primeira edição, lançada em 2021, então apenas direccionada a estudantes universitários. Um projecto da Universidade Lusófona da Guiné-Bissau para instalar painéis solares na região de Gabu, no leste do país, ficou em segundo lugar. “No final, quem ganha muitas vezes são equipas que têm já produtos maduros, serviços maduros”, explicou Rizzolio. As inscrições estão abertas até 30 de Setembro, tanto para empresas como para equipas de alunos universitários. Rizzolio, também professor da Universidade Cidade de Macau, recordou que a competição tem novos parceiros, incluindo a StartupPorto, a Cabo Verde Digital e a Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique. Os melhores 16 planos – oito de empresas e oito de universitários – terão 10 minutos para convencer o júri da 929 Challenge e potenciais investidores na final, em Novembro. O outro cofundador da competição, José Alves, sublinhou que a competição “ainda não é um sucesso” porque até agora não conseguiu atrair projectos para abrir portas em Macau. “Precisamos de identificar as melhores ‘startups’, investir nelas e trazê-las para o mercado da China continental, ou levá-las da China para os países lusófonos”, explicou o docente. O concurso é coorganizado pelo Fórum Macau e por várias instituições da região, incluindo todas as universidades. O secretário-geral adjunto do Fórum de Macau, Danilo Afonso Henriques, reiterou na conferência de imprensa que “estabelecer ‘startups’ em Macau requer apoio continuado”. “Sem esforços colectivos e sustentados, esta visão corre o risco de permanecer por realizar, tornando redundante os esforços e trabalho árduo de tantos”, alertou o timorense.
Hoje Macau SociedadeSMG | Sinal 1 de tempestade içado Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) emitiram ontem às 16h30 o sinal 1 de tempestade tropical devido a uma área de baixa pressão na parte norte do Mar do Sul da China que se intensificou para uma depressão tropical, mas apontaram que a possibilidade de elevar o alerta para sinal 3 era “relativamente baixa”. As autoridades estimavam ontem que a tempestade, que estava a cerca de 800 quilómetros de Macau, se iria deslocar para as áreas entre a costa oeste de Guangdong e a ilha de Hainan, nos próximos dias. Como tal, será de esperar a partir de hoje e nos próximos dias céu gradualmente nublado, a intensificação do vento, assim como aguaceiros e trovoadas ocasionais. Como é normal nestas circunstâncias, os SMG aconselham a população a manter-se actualizada sobre as últimas informações meteorológicas. Porto Interior | Apelos à protecção de barcos e ponte-cais Após a emissão do sinal 1 de tempestade tropical, ontem à tarde, a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) apelou a embarcações de pesca, pontes-cais do Porto Interior e ao público para estarem atentos às alterações climatéricas e tomarem medidas de protecção com antecedência. As autoridades acrescentam que “os itinerários do transporte marítimo de passageiros serão suspensos tendo em conta a deterioração das condições no mar”, e que cidadãos e turistas devem fazer planos cuidados para que as suas viagens não sejam afectadas. “Com a aproximação da tempestade tropical, as condições meteorológicas de Macau vão piorar faseadamente, pelo que as embarcações de obras devem tomar as medidas de protecção o mais cedo possível, sendo necessário retirar-se da zona de obras quando estiver içado o sinal 3 de tempestade tropical. As embarcações de pesca devem regressar a Macau o mais rápido possível para se abrigarem.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJustiça | Património de Isabel Chiang em hasta pública A empresária, ligada a várias burlas, foi declarada falida em Outubro de 2019, e mais de 200 credores, entre os quais o empresário Chan Meng Kam, esperam ver as suas dívidas pagas com a venda de 23 imóveis avaliados em pelo menos 147,28 milhões de patacas Cerca de 23 imóveis pertencentes à empresária Isabel Chiang foram colocados em hasta pública, para pagar as dívidas a mais de 200 credores, de acordo com o portal dos Tribunais da RAEM. A empresária, que se encontra em lugar incerto, foi acusada, em 2019, por vários empresários, inclusive Chan Meng Kam de ter pedido empréstimos e promover esquemas de investimento sem ter a intenção de devolver o dinheiro. Os imóveis, que não se limitam a apartamentos, e incluem pelo menos um edifício na sua totalidade, foram avaliados com um valor base de venda de cerca de 147,28 milhões de patacas. O valor mais elevado dos bens à venda é de 28,96 milhões de patacas e diz respeito a um centro comercial com rés-do-chão e três andares na Rua dos Ervanários. Entre os bens mais valiosos, encontram-se ainda um apartamento com dois pisos num prédio na Avenida de Sagres, avaliado em 21,72 milhões de patacas, e também uma cave no Pátio de São Lázaro, avaliada em 15,16 milhões de patacas. Os imóveis estão a ser vendidos através da apresentação de propostas por carta fechada, e com dois processos de venda diferentes, embora ambos tenham como data limite 17 de Julho. Entre os credores consta o nome de Chan Meng Kam, mas também de membros ligados à comunidade portuguesa, como Armando de Jesus, ex-conselheiro das comunidades. No entanto, na lista consta também a RAEM, a empresa de fornecimento de electricidade CEM e vários bancos, como o Banco Nacional Ultramarino, sucursal de Macau do Banco da China, ICBC ou Tai Fung. Terra prometida Em 2019, quando o escândalo com Isabel Chiang rebentou, a empresária foi acusada de pedir empréstimos ou promover investimentos com retornos elevados no desenvolvimento da Rua dos Ervanários, perto das Ruínas de São Paulo, e também no pátio Chon Sau ou na Rua da Nossa Senhora do Amparo. Até 2015, a empresária terá gasto pelo menos 100 milhões de patacas para comprar lojas nessa zona. Parte do dinheiro utilizado para essas compras, terá tido como origem Chan Meng Kam, que reconheceu ter emprestado dinheiro à empresária, tendo recebido como garantia dois imóveis. No entanto, mais tarde, quando o dinheiro ficou por devolver, Chan apercebeu-se de que os imóveis tinham sido utilizados como garantia para outros empréstimos. O caso levou a uma investigação da Polícia Judiciária que em 2019 reconhecia que haveria mais de 30 vítimas da burla, com os prejuízos avaliados em pelo menos 200 milhões de patacas. Isabel Chiang foi declarada insolvente a 3 de Outubro de 2019, de acordo com um aviso publicado no Boletim Oficial.
Hoje Macau SociedadeArbitragem | Assinado novo acordo sino-lusófono Foi assinado esta terça-feira um novo acordo de cooperação na área da arbitragem jurídica, nomeadamente entre o Centro de Arbitragem do Centro de Comércio Mundial Macau, a funcionar no World Trade Center, e o Instituto de Certificação e Formação de Mediadores Lusófonos. Segundo um comunicado do WTC, trata-se de um acordo que visa “aprimorar o profissionalismo dos serviços de mediação e optimizar a eficiência na resolução de conflitos transfronteiriços”. O memorando foi assinado por Jackson Tui, presidente do centro de arbitragem do WTC, e por Ana Coimbra Trigo, presidente do Instituto de Certificação em Macau. No seu discurso, Jackson Tsui referiu que este acordo reforça “ainda mais o papel de Macau como ponte de ligação na cooperação jurídica sino-lusófona”. Já Ana Coimbra Trigo, afirmou que esta parceria pretende “promover o reconhecimento mútuo e a interoperabilidade dos padrões de mediação sino-lusófonos, consolidando a função de Macau como ‘centro de resolução de conflitos entre a China e os países lusófonos'”.
Hoje Macau Manchete SociedadeReserva financeira | Registado valor mais alto desde 2021 Os activos da reserva financeira de Macau atingiram no final de Abril 632,6 mil milhões de patacas, o valor mais elevado desde o final de 2021. Nos primeiros quatro meses de 2025, a reserva cresceu 16,3 mil milhões de patacas, mais de metade desse valor foi acrescentado em Abril De acordo com um balanço publicado ontem no Boletim Oficial pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM), a reserva está no nível mais alto desde o registado em Dezembro de 2021: 643,2 mil milhões de patacas. Ainda assim, permanece longe do recorde histórico de 663,6 mil milhões de patacas, atingido no final de Fevereiro de 2021, apesar de o território estar em plena pandemia de covid-19. A reserva começou 2025 em alta, com o valor dos activos a subir 16,3 mil milhões de patacas nos primeiros quatro meses. Mais de metade deste valor (8,99 mil milhões de patacas) foi ganho só no mês de Abril. Os dados oficiais mostram que é o melhor arranque de ano desde os primeiros quatro meses de 2021, período em que a reserva se valorizou em 42,7 mil milhões de patacas. De acordo com a AMCM, a reserva tinha registado em 2024 o melhor ano desde a pandemia, ao ganhar 35,7 mil milhões de patacas. Este foi o aumento anual mais elevado desde 2019, quando o valor da reserva aumentou em 70,6 mil milhões de patacas. O valor da reserva extraordinária no final de Abril deste ano era de 459,7 mil milhões de patacas e a reserva básica, equivalente a 150 por cento do orçamento público de Macau, era de 164,2 mil milhões de patacas. Pano de fundo O orçamento inicial do território para 2025 prevê uma subida de 7 por cento nas despesas totais, para 109,4 mil milhões de patacas. A Assembleia Legislativa está actualmente a discutir uma proposta apresentada pelo Governo para um novo orçamento, que inclui um aumento extra de 2,86 mil milhões de patacas nas despesas. A reserva financeira de Macau é maioritariamente composta por 257,8 mil milhões de patacas em investimentos subcontratados, depósitos e contas correntes no valor de 252,9 mil milhões de patacas e até títulos de crédito no montante de 116,6 mil milhões de patacas. Em 2024, os investimentos renderam à reserva financeira quase 31 mil milhões de patacas, correspondendo a uma taxa de rentabilidade de 5,3 por cento, disse a AMCM no final de Fevereiro.
João Santos Filipe Manchete SociedadeUPM | Empresa de investigação com prejuízo de 47 mil patacas No ano de início de actividade, a Inovação Tecnológica da Universidade Politécnica de Macau (UPM) registou um prejuízo de 47,2 mil patacas. Contudo, a administração prevê lucros no corrente ano, devido a um contrato que pode atingir o valor de 640 mil patacas Nos primeiros dois meses de operação, a Inovação Tecnológica da Universidade Politécnica de Macau (UPM) teve um prejuízo de 47,2 mil patacas. Os resultados da empresa de investigação da UPM de 2024 foram divulgados ontem, através do portal da Direcção dos Serviços da Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos (DSSGAP). Segundo o relatório anual de actividades, em dois meses de 2024 a empresa registou receitas de 10.522 patacas, sendo que a despesa atingiu 57.771 patacas, o que levou a um prejuízo final de 47.249 patacas. A principal despesa, no valor de 55 mil patacas, prendeu-se com gastos com a contratação de “serviços profissionais. Além disso, houve despesas administrativas relacionadas com o pessoal da empresa de 2.771 patacas. “Uma vez que a empresa ainda se encontra na fase inicial de operações, as despesas prenderam-se essencialmente com as despesas para estabelecer e iniciar as operações”, foi explicado sobre os montantes gastos. Apesar das perdas, Marcus Im Sio Kei, presidente do conselho de Administração da empresa e reitor da UPM, mostra-se confiante em relação ao futuro. “O ano de 2024 foi o de fundação da empresa. Apesar dos desafios iniciais, foram lançadas fundações sólidas para o desenvolvimento futuro”, justificou Im. Perspectivas optimistas O relatório deixa ainda uma mensagem optimista para o futuro, uma vez que no final de 2024 a empresa assinou um contrato de cooperação que se espera que possa gerar receitas de 640 mil patacas. O documento não adianta pormenores sobre este contrato, como partes envolvidas, nem as condições variáveis que podem afectar as receitas. Contudo, o conselho de administração acredita que o novo projecto vai garantir que a empresa consegue obter lucros no final deste ano. Em termos dos objectivos da empresa para o ano em curso, Marcus Im Sio Kei definiu o contributo para o desenvolvimento económico e social do território e a diversificação da economia. “Em 2025, a empresa vai desempenhar a sua actividade com base nos recursos académicos e a força inovadora da Universidade Politécnica de Macau e focar-se no desenvolvimento tecnológico para alcançar os dois objectivos de contribuir para o desenvolvimento económico e social e injectar uma nova vitalidade à diversificação económica de Macau”, é apontado. A Inovação Tecnológica da Universidade Politécnica de Macau (UPM) é detida a 100 por cento pela UPM e tem um capital social de 200 mil patacas. A empresa foi criada no final do ano passado para desenvolver “actividades nas áreas de investigação profissional, serviços profissionais, inovação tecnológica, científica e educação contínua”. Os serviços disponibilizados incluem ainda actividades de “consultoria, aconselhamento, transferência de tecnologia e assistência”, “gestão de financiamento comercial em outras empresas, testes de engenharia” e “disponibilização de cursos de formação”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEstreito de Ormuz | Encerramento pode fazer disparar inflação O presidente da Associação da União dos Fornecedores de Macau, Ip Sio Man, avisa que em caso de bloqueio o impacto deve começar a ser sentido dentro de dois a três meses. Alguns preços podem subir até 10 por cento A possibilidade de o Irão avançar com o encerramento do Estreito de Ormuz pode fazer disparar a inflação em Macau. O cenário foi traçado pelo presidente da Associação da União dos Fornecedores de Macau, Ip Sio Man, em declarações ao jornal Ou Mun. Após os bombardeamentos norte-americanos e israelitas contra o Irão foi adiantada a possibilidade de o país encerrar o Estreito de Ormuz. Ip Sio Man reconheceu que os efeitos negativos do encerramento vão afectar a RAEM ao nível dos preços dos bens de consumo e que deverão começar a sentir-se mais intensamente cerca de dois a três meses após o bloqueio. O presidente da associação estimou que o encerramento vai levar ao “aumento inevitável dos preços” de cerca de 5 a 10 por cento. O crescimento dos preços vai demorar cerca de dois a três meses a fazer-se sentir, porque muitos dos importadores e distribuidores têm reservas dos produtos que podem vir a ser afectados, pelo que podem ser vendido aos preços actuais. No entanto, quando forem importados novos produtos mais caros, os preços em Macau também vão reflectir esse aumento. Ip Sio Man também indicou que depois do início da guerra entre Israel, os EUA e o Irão, o custo dos seguros para o transporte marítimo aumentou 50 por cento. Os preços do petróleo subiram cerca de seis por cento. O presidente da associação indicou ainda que com o bloqueio do Estreito de Ormuz, o transporte marítimo que actualmente demora três meses vai passar a demorar quatro a cinco meses. Face a esse cenário, Ip acredita que o impacto a nível do transporte de mercadorias entre e Ásia e a Europa vai ser semelhante ao que aconteceu durante a pandemia. China mais protegida Apesar do panorama negativo, Ip Sio Man destacou ainda que a China está mais bem preparada para enfrentar o impacto do que regiões como o Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Macau ou outras do Sudeste Asiático. O presidente destacou que o transporte ferroviário entre a China e a Europa pode ser uma alternativa para o transporte de alguns produtos e que actualmente já é utilizado para bens mais consumidos pela classe média-alta, como vinhos, licores, produtos lácteos, doces, chocolates e bolachas. Uma área em que Macau deverá sofrer pouco impacto é ao nível dos bens de primeira necessidade, como cereais, óleo alimentar e outros alimentos, dado que estes produtos têm como origem o Interior da China e os países do Sudeste Asiático. O artigo do jornal Ou Mun cita também um fornecedor anónimo que indica que a Europa não é uma fonte de importações em Macau e que por isso o impacto não deve ser muito sentido. A mesma fonte anónima indicou que desde a pandemia, Macau começou a diversificar o destino de origem das importações, procurando alternativas no sudeste Asiático. Este fornecedor indicou ainda esperar um impacto moderado a nível da inflação, porque o consumo no Interior da China está em retracção, devido à crise do emprego no outro lado da fronteira.
João Luz Manchete SociedadeTáxis | Infracções quase triplicam entre Janeiro e Maio Entre Janeiro e Maio de 2025, foram registadas mais irregularidades praticadas por taxistas do que em todo o ano passado. O número de acidentes diminuiu, excepto os que envolveram peões. Foram bloqueados mais veículos em vias públicas, mas o valor total das multas de trânsito diminuiu ligeiramente Nos primeiros cinco meses deste ano, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) registou 993 irregularidades cometidas por taxistas, volume que suplantou as 870 irregularidades detectadas em todo o ano passado, e mais 162,7 por cento face ao mesmo período de 2024. Entre as infracções mais praticadas por taxistas, salta à vista nos dados estatísticos do trânsito a “recusa de transporte”, que aumentou anualmente 63 por cento no período em análise. Mas o lugar cimeiro deste tipo de infracções é “não aguardar por ordem de chegada pelos clientes em praças de táxis”, que mais do sextiplicou com um aumento meteórico de 515 por cento em termos anuais. De um total de quase mil infracções detectadas, 229 foram entregues à Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego para acompanhamento, menos de um quarto, mas que ainda assim representou uma subida de quase 75 por cento. No cômputo geral, os dados estatísticos do trânsito revelam estabilidade, com um ligeiro aumento de 0,37 por cento das infracções às regras rodoviárias para um total de 306.304, com uma larga fatia a dizer respeito a estacionamento ilegal (quase 270 mil infracções nos primeiros cinco meses de 2025). Cavalos e peões Nos primeiros cinco meses de 2025, as autoridades deram conta de 6.069 acidentes de viação, menos 5,3 por cento face ao mesmo período do ano passado, sem registo de mortes e com o número de feridos a cair 7,4 por cento para 2.159. A nível dos acidentes, a estatística mais preocupante foi a referente a acidentes a envolver peões, que aumentaram 27,3 por cento para um total de 261. No período em análise, as autoridades passaram multas num valor superior a 81,2 milhões de patacas, menos 1,1 por cento em termos anuais. Um dos factores responsáveis por grande parte das multas passadas, foi o estacionamento ilegal, que apesar da ligeira quebra de 0,65 por cento, acumulou quase 270 mil infracções. Apesar da descida dos estacionamentos ilegais, as autoridades revelam que nos primeiros cinco meses do ano o bloqueamento de veículos em vias públicas aumentou 29 por cento, com um total de 1.100 veículos bloqueados, a larga maioria automóveis. Outro tipo de infracções que passou a ter destaque nos últimos anos, diz respeito a peões que atravessam as vias sem cumprirem regras de trânsito, capítulo onde foram detectadas 3.949 irregularidades, total que representou uma descida de 3,2 por cento. Já os casos de não cedência de prioridade a peões em passadeiras, aumentou 17,1 por cento para 253 casos. Também os casos de excesso de velocidade aumentaram 13,7 por cento, para um total de 6.158. Neste capítulo, destaque para o excesso de velocidade grave que aumentou 61 por cento, para 135 casos.
Hoje Macau SociedadeGestão de auto-silos | Aceites 9 de 12 propostas entregues A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) aceitou, esta sexta-feira, 9 de 12 propostas submetidas a concurso público organizado para a gestão de vários parques de estacionamento públicos, nomeadamente o Auto-Silo do Edifício da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, do Auto-Silo do Edifício Fai Fu, do Auto-Silo do Lido, do Auto-Silo do Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa, do Auto-Silo do Edifício do Lago e do Estacionamento Público da Residência para Idosos da Avenida do Nordeste. Segundo um comunicado da DSAT, foram apresentadas propostas de retribuição de base trimestral entre 1,088 milhão de patacas e 2,038 milhões de patacas, sendo que as três sociedades foram excluídas por terem desistido voluntariamente do concurso, é explicado. O prazo de concessão para a gestão é de seis anos e abrange 2188 lugares de estacionamento para automóveis ligeiros e 1858 para motociclos e ciclomotores. A DSAT explica que a entidade concessionária será responsável “não apenas pela gestão e exploração quotidiana dos auto-silos, mas também pela optimização do sistema de pagamento electrónico e sem contacto dos auto-silos, pelo reforço dos sistemas de vigilância de segurança” e “implementação de equipamentos ecológicos e energeticamente eficiente, e pela melhoria das instalações existentes”.