Estacionamento | Mulheres querem tarifas de meia hora

A Associação Geral das Mulheres de Macau defende que mais parques de estacionamento devem possibilitar aos condutores pagarem apenas meia hora de estacionamento, em vez de serem obrigados a pagar uma hora, mesmo quando não utilizem esse período.

Segundo um comunicado do organismo, Hui Ho Chi, adjunto-chefe administrativo do departamento de assuntos políticos e protecção de direitos da associação, considera que o novo modelo pode aumentar a taxa de utilização dos estacionamento. O responsável indicou que dados da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) mostram que actualmente a utilização de estacionamentos públicos por motociclos é reduzida.

Porém, com pagamentos mais baratos, a utilização pode aumentar. Ao mesmo tempo, Hui elogiou a decisão de transformar vários lugares para veículos pesados em espaços de estacionamento para motociclos.

Os comentários do representante da associação tradicional surgem numa altura em que o Parque de Estacionamento Público ao Ar Livre da Estrada Governador Albano de Oliveira vai adoptar a possibilidade de efectuar o pagamento por períodos de apenas meia hora. Hui Ho Chi sugere também o aumento do desconto para estacionamento nocturno.

26 Fev 2025

Dia da Mulher | Sam Hou Fai promete igualdade

Sam Hou Fai destacou a vontade do Executivo de assegurar mais igualdade entre homens e mulheres em Macau, durante um jantar da tomada de posse de mais uma equipa de dirigentes da Associação Geral das Mulheres de Macau, e que serviu também para comemorar antecipadamente o Dia da Mulher, celebrado no próximo dia 8 de Março.

No seu discurso, o Chefe do Executivo disse ser “inspirador ver que, em Macau, há cada vez mais mulheres que ultrapassam as limitações impostas pela tradição, ingressando activamente em diferentes sectores e ramos de actividade”, constituindo “uma força indispensável para o desenvolvimento da economia e da sociedade de Macau”.

O Chefe do Executivo admitiu também o facto de que “muitas mulheres ainda enfrentam vários desafios e dificuldades”, referindo “o compromisso do Governo na defesa dos direitos das mulheres e da igualdade de oportunidades para ambos os sexos”.

Sobre os novos corpos dirigentes e os seus 75 anos de existência, Sam Hou Fai declarou que a associação sempre manteve “a bela tradição do patriotismo e cuidado com mulheres e crianças”. Espera-se que continuem “a promover os valores fundamentais do patriotismo e do amor a Macau”, além de “apoiarem políticas e acções do Governo da RAEM”.

26 Fev 2025

LAG | Ho Ion Sang alertou para riscos económicos da baixa natalidade

Sam Hou Fai reuniu com os membros de Macau do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, e ouviu de Lao Nga Wong um pedido para aprofundar a implementação do nacionalismo, principalmente entre funcionários públicos

 

O desenvolvimento sustentável da sociedade e da economia está em causa devido à quebra da natalidade. O alerta foi dado por Ho Ion Sang, deputado e membro de Macau no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), num encontro com o Chefe do Executivo para discutir as Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano.

No âmbito da elaboração das LAG, na segunda-feira, Sam Hou Fai recebeu os membros de Macau no Comité Nacional da CCPPC. Durante a reunião com o líder do Governo o deputado local e também membro da associação tradicional dos Moradores alertou o Executivo para as consequências da queda da natalidade.

Segundo um comunicado do Gabinete de Comunicação Social, Ho Ian Sang terá dito que o “envelhecimento da população e a redução da taxa de natalidade já se tornaram num grande desafio que põe em causa o desenvolvimento sustentável da sociedade e da economia”. Por isso, defendeu que o Governo deve avançar com “o alargamento da licença de maternidade remunerada e da licença de paternidade, o aumento do subsídio de natalidade, a introdução de políticas favoráveis à família e à habitação, para reduzir os encargos com as crianças”.

Ho Ion Sang referiu igualmente que em Macau é difícil tomar conta de recém-nascidos, porque essa tarefa é feita pelos pais que continuam a ter de trabalhar. No sector privado, a licença de maternidade é de 70 dias úteis, enquanto a licença de paternidade é de cinco dias úteis.

Mais patriotismo

Na opinião de Lao Nga Wong, outro dos membros permanentes do Comité Nacional da CCPPC presentes na reunião, a prioridade do Governo deve passar pelo reforço do nacionalismo, porque só dessa forma se podem resolver os problemas da população.

Lao Nga Wong pediu ao Executivo para “aperfeiçoar o sistema de formação de políticos patrióticos de Macau e esforçar-se em criar uma equipa de trabalhadores da função pública com carácter e moral política, competentes e de alta qualidade, proporcionar quadros qualificados políticos suficientes para suportar a implementação estável e duradoura do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’”.

Durante o encontrou Zhang Zongzhen sublinhou a necessidade de estabelecer uma escola técnico-profissional em Hengqin, para apoiar a construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin e a formação de mais quadros qualificados.

26 Fev 2025

Associação de PME considera encerramentos situação “urgente”

O presidente da Associação de Pequenas e Médias Empresas de Macau, Stanley Au Chong Kit, considera que o Governo deve ter como principal prioridade nas Linhas de Acção Governativa responder à onda de encerramentos de negócios. As declarações foram prestadas depois de um encontro com o Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, na segunda-feira.

“A situação mais urgente e actual é o encerramento das empresas. Acredito que a população viu muitas lojas encerradas em diferentes bairros do território. Às vezes, na mesma rua, há mais lojas encerradas do que abertas. Além disso, o maior problema é que Macau está a enfrentar um abrandamento económico contínuo”, afirmou Stanley Au, à saída do encontro, de acordo com o Canal Macau. “Se não resolvermos este problema, a sociedade não melhora”, acrescentou.

O empresário e dono do Banco Delta Ásia avisou também que a economia de Macau está a perder competitividade, e que a contínua redução do sector do jogo vai contribuir para agravar essa realidade. “Macau já perdeu competitividade. No passado, o território dependia muito do sector do jogo. De facto, desde a pandemia, em 2019, que a dimensão da indústria do jogo começou a diminuir”, justificou.

“No futuro acredito que o sector do jogo vai recuar de forma ainda mais rápida, devido aos novos casinos. Além disso, com a digitalização do renminbi, os pagamentos em Hong Kong e Macau vão ser cada vez mais digitalizados. Vai fazer com que menos dinheiro vivo entre nos casinos”, alertou.

Grandes adjudicações

Em termos dos problemas que afectam o território, de acordo com o Canal Macau, Stanley Au indicou também que a economia está a sofrer com a excessiva utilização de adjudicações directas de obras públicas. Nos últimos anos, este forma tem sido cada vez mais utilizada para adjudicar grandes contratos a empresas estatais com sede no Interior da China.

O bancário mostrou-se ainda preocupado com a queda contínua dos preços da habitação, uma tendência mais recente.

26 Fev 2025

ASEAN | Sam Hou Fai prometeu maior cooperação

Sam Hou Fai prometeu aprofundar a cooperação entre Macau e os países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla inglesa). A promessa do Chefe do Executivo foi deixada na recepção a Chiu Tat Cheong, presidente da associação para a promoção de cooperação de desenvolvimento industrial China-ASEAN.

Segundo um comunicado de Gabinete de Comunicação Social, Sam Hou Fai disse ainda a Chiu que o Governo da RAEM vai “aproveitar bem o posicionamento de desenvolvimento ‘Um Centro, Uma Plataforma e Uma Base’ e as políticas favoráveis delineadas pelo país, e desempenhar activamente a força e vantagens dos chineses ultramarinos e seus familiares que regressaram a Macau”.

O Chefe do Executivo deixou também o desejo que a associação “participe e ajude, de forma activa, na promoção conjunta e com qualidade de ‘Uma Faixa, Uma Rota’, com o objectivo de contribuir para construir Macau como uma plataforma de abertura ao exterior de nível mais elevado”.

26 Fev 2025

Metro ligeiro | Obras na Linha Leste vão arrancar

A Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP) anunciou ontem que as obras de construção das entradas e saídas de duas estações do segmento norte da Linha Leste do Metro Ligeiro vão começar “em um curto período de tempo”, pelo que serão feitas algumas alterações na circulação de veículos e pessoas.

Segundo um comunicado, “será necessário ocupar uma parte do passeio e vedar a zona das instalações desportivas, no sentido de garantir a passagem segura dos peões”, mas a construção das entradas e saídas das estações será feita de forma faseada.

A obra de construção do segmento norte da Linha Leste do Metro Ligeiro teve início em Agosto de 2023, sendo que as estações onde serão feitas as obras localizam-se ao longo da Avenida Norte do Hipódromo e da Avenida da Ponte da Amizade.

A estação ES1 terá duas entradas e saídas para o atravessamento de rua e acessos que se localizam na Avenida da Longevidade e na Praceta do Bom Sucesso; enquanto a estação ES2 também terá três entradas e saídas para o atravessamento de rua e acessos que se situam na Rua 1.º de Maio, na Rua Central da Areia Preta e na Zona de Lazer da Rua da Pérola Oriental.

25 Fev 2025

Droga | Pedida criminalização e sensibilização sobre etomidato

Hoi Sun San, da Comissão de Luta Contra à Droga, quer que o Governo criminalize o etomidato, também conhecido como “óleo espacial”. A responsável pela Clínica dos Operários entende que as autoridades devem combater a popularidade da droga com uma campanha de sensibilização dirigida aos mais novos

 

A intercepção de uma mulher, vinda de Macau, no terminal de ferries de Sheung Wan em Hong Kong com um cigarro electrónico com etomidato, a droga anestésica conhecida como “óleo espacial”, fez soar alarmes em Macau. A Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) divulgou ontem um comunicado sobre o tema, em que a chefe da Clínica dos Operários e membro da Comissão de Luta Contra à Droga, Hoi Sun San, pediu a criminalização da droga, à semelhança do que acontece em Hong Kong e no Interior da China.

Hoi Sun San argumenta que o caso despertou a preocupação de todos os sectores da sociedade e serviu como um alerta para a necessidade de regulamentação das drogas emergentes em Macau. A responsável espera que o Governo intensifique esforços no combate aos crimes de droga e na educação dos residentes para reconhecerem e se manterem afastados dos efeitos nocivos das drogas, especialmente de novos tipos de substâncias e nas consequências legais do tráfico de estupefacientes.

O etomidato é um anestésico hipnótico administrado em cirurgias que chegou a ser um dos componentes químicos usados na execução de uma pena de morte por injecção letal no Estado norte-americano da Florida.

Apanhar o comboio

A advogada Loi I Man, citada pelo mesmo comunicado da FAOM, salientou que o etomidato foi incluído na lista de substâncias psicotrópicas sob controlo do Interior da China em Outubro de 2023, estabelecendo a criminalização da droga.

Em Hong Kong, a lei passou a criminalizar o “óleo espacial” no passado dia 14 de Fevereiro. O tráfico e fabrico passou a ser punido com uma pena máxima de prisão perpétua e multa até 5 milhões de dólares de Hong Kong, enquanto posse e consumo são punidos com uma pena máxima de sete anos de prisão e uma multa de 1 milhão de dólares de Hong Kong.

O “óleo espacial” ganhou popularidade e passou a ser a terceira droga mais consumida em Hong Kong, depois da cocaína e canábis, levando o Governo de John Lee a actuar. A chefe da Clínica dos Operários salientou que as autoridades não podem ignorar os danos que as novas drogas podem causar na sociedade, em especial entre os mais novos que são mais susceptíveis a más influências. Além disso, do ponto de vista médico, Hoi Sun San afirmou que as novas drogas, como o “óleo espacial”, são altamente viciantes, causando não só incapacidade funcional, mas também danos permanentes.

Contudo, a membro da Comissão de Luta Contra à Droga entende que é preciso ir além da legislação, combatendo o fenómeno através da intensificação do trabalho de educação preventiva e de sensibilização da população, em especial dos jovens.

25 Fev 2025

ATFPM | Falta de visão política dificulta escolha de cursos superiores

A Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) organizou no sábado o seminário “Emprego e Desenvolvimento Futuro dos Jovens”, que contou com a participação de cerca de 100 pessoas.

O presidente da associação, o deputado Pereira Coutinho, destacou que a actual incerteza sobre o futuro de Macau e a ausência de uma visão perspectiva nas políticas têm levado à falta de planeamento racional nos cursos universitários. Esta situação, segundo o responsável, dificulta a compreensão dos jovens locais sobre as reais necessidades de talentos da sociedade, e gera “grande ansiedade entre os jovens quanto ao seu futuro”.

Tendo em conta que Macau é uma “economia voltada para o exterior”, Coutinho realçou que o território é impactado com a instabilidade política e económica a nível global, favorecendo apenas as indústrias tradicionais.

Neste contexto, Coutinho incentivou os jovens a acompanharem o “desenvolvimento actual das indústrias e a intensificarem o estudo de disciplinas emergentes e promissoras, como inteligência artificial, big data, matemática e línguas”.

Também a presidente da Assembleia Geral da ATFPM, Rita Santos, destacou a deterioração do ambiente de emprego em Macau, referindo que “a associação recebe diariamente uma média de 50 casos, na sua maioria relacionados com preocupações de emprego, stress mental excessivo e planeamento de carreira”.

24 Fev 2025

Consumo | Nova ronda de Grande Prémio em Março

O Governo anunciou uma nova ronda do Grande Prémio do Consumo, o programa que distribuiu cupões de desconto para estimular a economia nos bairros comunitários. O valor da redução mais elevada subiu para 200 patacas e os idosos vão ter um cartão Macau Pass com descontos imediatos

 

Exactamente daqui a um mês, no dia 24 de Março, começa o “Grande prémio para o consumo nas zonas comunitárias 2025”, que se irá prolongar durante 10 semanas até 1 de Junho. A nova versão do programa, orçamentada em 295 milhões de patacas, foi apresentada no sábado, e tem como objectivos “impulsionar o ambiente de consumo local, aumentar a confiança no mercado de consumo e melhorar ainda mais a exploração dos estabelecimentos comerciais nas zonas comunitárias”.

A apresentação da nova edição do programa de descontos esteve a cargo da Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) e da Associação Comercial de Macau.

A nova ronda traz algumas alterações face às anteriores. Para quem usa plataformas de pagamento electrónico, como o MPay e apps de bancos, os moldes do programa mantêm-se, com três sorteios semanais de cupões de desconto, depois de ser feito um pagamento superior a 50 patacas, para gastar ao fim-de-semana. Porém, foram acrescentadas duas novidades. O valor máximo do cupão de desconto subiu para 200 patacas, “para estimular o consumo em grande valor no sentido de elevar os sentimentos de obtenção e de participação dos consumidores”, indicou a DSEDT. A nova ronda irá também permitir que o consumidor utilize vários cupões de desconto numa única transacção, aumentando “a flexibilidade de uso dos benefícios”, e “simplificar a operação dos estabelecimentos comerciais”.

Exclusão e inclusão

Neste programa, que arranca no fim de Março, aumentou o número de superfícies comerciais excluídas. As lojas e restaurantes que estão dentro de hotéis ou “resorts integrados” não vão aceitar cupões de desconto. Na conferência de imprensa que apresentou o programa, o director da DSEDT, Yau Yun Wah, sintetizou a alteração referindo que “em termos simples, desta vez, o público não pode usar os cupões no Cotai”, acrescentando que também não podem ser usados em locais como o Starworld Hotel ou MGM Macau. O objectivo é “focar a aplicação do programa nos bairros comunitários”.

A outra novidade reflecte uma das críticas feitas aos programas anteriores: a exclusão de idosos que não sabem usar plataformas de pagamento online.

Assim sendo, os titulares do “Cartão da Macau Pass para Idosos” vão poder participar no programa, com benefícios a vários níveis, como um “desconto imediato para consumo no valor de 300 patacas mediante carregamento do cartão”.

Ao contrário dos cupões nas plataformas de pagamento online, os descontos do cartão sénior podem ser usados durante toda a semana, dando descontos imediatos de 50 por cento. Além disso, os idosos que usem o Macau Pass para o Grande Prémio do Consumo podem também obter cupões através das plataformas de pagamento electrónico.

Para participar no programa, os idosos têm de usar a nova versão do cartão Macau Pass, que pode ser pedido em mais de 100 postos de serviços.

O Instituto de Acção Social, em coordenação com várias instituições de serviço social e seis associações civis, irá prestar apoio aos idosos nos primeiros dez dias de Março para substituir o cartão e informar como funciona o plano de descontos.

Em relação aos descontos propriamente ditos, os idosos beneficiam de 50 por cento, metade da transacção feita, com a quantia a ser deduzida no saldo do Cartão da Macau Pass para Idosos. Por outras palavras, durante o Grande Prémio do Consumo, “os idosos podem comprar mercadorias ou serviços no valor total de 600 patacas com 300 patacas do seu próprio dinheiro”. Os benefícios não estarão sujeitos ao limite máximo de utilização diária. A nova edição do plano irá, mais uma vez, culminar com um sorteio final.

Questão de perspectiva

A Associação Comercial de Macau (ACM) e o Governo consideram que a economia local atravessa um período de crescimento. Durante a conferência de imprensa que apresentou o novo Grande Prémio do Consumo, o presidente da ACM, Frederico Ma Chi Ngai, afirmou que Macau é “uma cidade repleta de prosperidade”, como ficou patente durante o Ano Novo Lunar.

Assim sendo, os estímulos ao consumo têm como objectivo “dar continuidade a esta boa tendência de crescimento”. Também o director dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico, Yau Yun Wah, disse que “na consequência da implementação das medidas de curto prazo sobre a promoção do consumo, do aproveitamento das medidas de apoio a Macau lançadas pelo Governo Central e do efeito dos feriados do Ano Novo Chinês, o mercado de consumo local mantém uma tendência de crescimento positivo”.

Porém, “face à evolução mais recente da economia mundial e da economia das regiões periféricas, ocorreram alterações aos cenários de consumo comunitário de Macau”.

24 Fev 2025

Salário mínimo | Lei Chan U quer melhorar sistema de revisão

O deputado Lei Chan U defende que deve ser alterado o sistema de revisão dos valores do salário mínimo, à semelhança do que ocorreu em Hong Kong. Num comunicado divulgado pelo gabinete do deputado, é explicado que as autoridades da região vizinha sugeriram aumentar o salário mínimo de 40 dólares de Hong Kong por hora para cerca de 42 dólares.

O deputado, ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau, disse que ambas as regiões têm mecanismos de revisão salarial que devem actuar de dois em dois anos, mas apenas Hong Kong cumpre, aumentando o valor. No caso de Macau, o deputado lembrou que o Governo opta sempre por recolher dados e elaborar um relatório sobre o valor a adoptar, que é discutido na Assembleia Legislativa.

Os vários passos acrescentam incerteza à calendarização dos novos valores do salário mínimo. Assim, Lei Chan U sugere que o Executivo acelere o processo de actualização do salário mínimo.

24 Fev 2025

Ultramarinos pedem criação de Academia sobre “Uma Faixa, Uma Rota”

A Associação Geral dos Chineses Ultramarinos de Macau defende a criação no território de uma “Academia Uma Faixa, Uma Rota”, durante uma reunião de recolha de opiniões para a elaboração das Linhas de Acção Governativa (LAG) do Executivo liderado por Sam Hou Fai. O pedido foi deixado pelo presidente da assembleia-geral da associação, Lao Nga Wong, que indicou a necessidade de atrair mais quadros qualificados para Macau.

De acordo com o comunicado oficial do encontro, Lao Nga Wong “a criação de uma academia de ciências ‘Uma Faixa, Uma Rota’ em Macau para atrair quadros qualificados de todo o mundo e construir uma equipa internacional de investigação científica”.

O empresário defendeu ainda a necessidade de explorar “os recursos turísticos da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau”, para criar aquilo que considerou ser uma grande atracção tanto para os turistas como para os residentes.

Lao Nga Wong defendeu ainda a necessidade de o Governo apoiar a entrada em bolsas de valores de empresas de Macau que têm actividade no âmbito do desenvolvimento tecnológico.

Por sua vez, o presidente da direcção da associação, Bi Chi Kin, apelou ao Governo para “promover a inteligência artificial” de forma a criar mais ferramentas de auxílio da tomada de decisões.

Bi vincou também que Macau tem de assumir a “responsabilidade de difusão bidireccional das culturas chinesa e ocidental” e que devem organizar as “festividades tradicionais” do território no exterior, para “difundir o poder brando cultural”.

Mais grupos de trabalho

No âmbito da preparação das Linhas de Acção Governativa, Sam Hou Fai também recebeu a União Geral das Associações dos Moradores de Macau. Os dirigentes associativos pediram ao Executivo para criar um novo grupo de trabalho, para coordenar a realização de obras viárias nas estradas do território.

Chan Ka Leong, presidente da associação, solicitou ainda ao Governo que adopte orientações públicas para “tornar mais claros e aperfeiçoados” os planos de desenvolvimento das áreas da saúde e da investigação científica, tidas actualmente como chave para a diversificação da economia.

De acordo com um comunicado do Governo, a reunião com os Moradores, grupo que tem três deputados na Assembleia Legislativa, ficou igualmente marcada pelos agradecimentos e elogios da presidente da associação, Ng Siu Lai, à actuação do Governo e à distribuição de apoios sociais.

24 Fev 2025

Diplomacia | RAEM classificada como adversária externa pelos EUA

O documento assinado por Donald Trump faz várias acusações à China, justificadas com a segurança nacional norte-americana. Entre as consequências do memorando, destaque para a proibição de empresas de Macau investirem em certas indústrias americanas

 

A Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) foi classificada como “adversária externa” dos Estados Unidos da América (EUA), no memorando “América Primeiro: Política de Investimento”, assinado na sexta-feira por Donald Trump. A nova política tem como consequência a restrição a nível dos investimentos realizados nos EUA por companhias de Macau em áreas como desenvolvimento tecnológico, energia e agricultura.

A integração de Macau, assim como de Hong Kong, deve-se ao facto de fazerem parte da República Popular da China (RPC). Além das três jurisdições chinesas, Trump definiu igualmente como adversários externos Cuba, Irão, Coreia do Norte, Rússia e Venezuela.

O documento revelado na sexta-feira justifica as restrições ao investimento com a necessidade de assegurar o “interesse nacional” do país norte-americano: “O investimento a todo o custo nem sempre é do interesse nacional. Certos adversários estrangeiros, incluindo a República Popular da China, dirigem e facilitam sistematicamente o investimento em empresas e activos dos Estados Unidos para obter tecnologias de ponta, propriedade intelectual e influência em indústrias estratégicas”, acuso o documento. “A República Popular da China prossegue estas estratégias de diversas formas, tanto visíveis como ocultas, e muitas vezes através de empresas parceiras ou fundos de investimento em países terceiros”, é acrescentado. Em nenhum momento do memorando surgem especificados quaisquer investimentos acusados de roubo de propriedade intelectual ou obtenção da tecnologia de ponta.

No documento consta ainda que a “segurança económica é segurança nacional” e que como a “RPC não permite que as empresas dos Estados Unidos se apoderem das suas infra-estruturas críticas, os Estados Unidos não devem permitir que a RPC se apodere das infra-estruturas críticas dos Estados Unidos”.

Obstáculos à economia

Até ontem, o documento e a classificação da RAEM como adversária externa dos EUA não tinha resultado em nenhum tipo de reacção por parte do Executivo local. No entanto, o Ministério do Comércio alertou que a nova situação vai criar vários obstáculos à cooperação internacional. “A decisão dos EUA de publicar o memorando ‘América Primeiro: Política de Investimento’ afecta seriamente a cooperação económica e comercial normal entre empresas chinesas e norte-americanas”, afirmou um porta-voz não identificado do Ministério do Comércio chinês, numa mensagem publicada através da Agência Estatal chinesa Xinhua e do Diário do Povo.

A mesma fonte referiu que as novas políticas afectam seriamente o ambiente de negócios para as empesas chinesas investirem nos Estados Unidos e que são “discriminatórias”.

De acordo com a Lei Básica, as relações externas da RAEM são um assunto da responsabilidade do Governo Central. Todavia, a RAEM pode “manter e desenvolver, por si própria, relações, celebrar e executar acordos com os países e regiões ou organizações internacionais” em áreas como a economia, comércio, finanças, transportes marítimos, comunicações, turismo, cultura, ciência, tecnologia e desporto”.

24 Fev 2025

Bairros comunitários | Governo quer instalar desenhos animados

O Governo está a negociar com diferentes empresas a autorização para instalar diferentes figuras com desenhos animados nos bairros comunitários, para atrair para estes locais mais turistas.

A revelação foi feita ontem pelo secretário pelos Transportes e Obras Públicas, depois de ter sido questionado sobre as medidas para embelezar os bairros e os tornar mais atractivos para os turistas.

Na resposta ao deputado Wang Sai Man, Raymond Tam explicou também que o Governo tem como objectivo, no âmbito do embelezamento da cidade, remover os cabos aéreos da cidade. No entanto, a lentidão do processo valeu algumas críticas ao Executivo, como fez a deputada Lo Choi In, que até deu como exemplo o caso do Japão, onde os cabos eléctricos aéreos foram todos removidos.

21 Fev 2025

Trânsito | Deputado defende uso de carros eléctricos

O deputado Zheng Anting defendeu que a substituição de veículos a combustão por eléctricos vai levar a uma redução das temperaturas nas ruas de Macau, o que considerou positivo para o turismo.

As declarações foram prestadas ontem na Assembleia Legislativa, no âmbito de uma pergunta ao Executivo que pedia os planos para apostar numa maior adopção de veículos eléctricos no território.

Por sua vez, Raymond Tam, secretário para os Transportes e Obras Públicas, defendeu o trabalho do Governo no incentivo aos veículos eléctricos e explicou que 90 por cento dos autocarros dos complexos de entretenimento e hotéis utilizam veículos híbridos, que utilizam em parte energias alternativas e que houve vários incentivos para que os cidadãos optassem por comprar veículos eléctricos.

21 Fev 2025

Habitação | Raymond Tam garante construção de T2 e T3

O secretário admite que o objectivo do governo passa por criar um mecanismo de candidatura permanente para a compra de habitação económica e permitir que as famílias com casas pequenas possam mudar-se para outras maiores

 

O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam, garantiu ontem que a política de habitação pública vai ter como prioridade a construção de apartamentos T2 e T3. A promessa foi deixada, ontem, na Assembleia Legislativa, onde esteve a responder às questões dos deputados.

“Na futura política de habitação pública vamos considerar a construção de mais habitações T2 e T3”, afirmou Raymond Tam, depois de ter sido confrontado com o facto de estes serem o tipo de habitação mais procurado pela população.

O secretário reconheceu que actualmente parte da população a viver em habitações económicas tem de lidar com o facto de os apartamentos vendidos se terem tornado demasiado pequenos com o crescimento das famílias. A habitação económica é um tipo de habitação vendida às pessoas a preços mais acessíveis face aos praticados no mercado.

Todavia, antes de se poder avançar com a construção de mais casas, Raymond Tam reconheceu que a solução de curto prazo vai ter de passar por criar um mecanismo em que as famílias a viverem num T1 ou T2 vão poder trocar para apartamentos com mais quartos. “No curto prazo, para resolver o problema, o podemos permitir a troca das fracções por outras maiores. É uma medida que pode ser tomada no curto prazo e que esperamos possa melhorar as condições habitacionais tanto nas habitações sociais como nas económicas”, indicou Tam.

As habitações sociais são um outro tipo de habitação pública para as famílias desfavorecidas, que são arrendadas pela Administração Pública com preços mais acessíveis do que os praticados no mercado privado.

Mudanças no preço

Ao longo da sessão, e com as mudanças no mercado privado, onde os preços são cada vez mais baratos, deputados como Leong Sun Iok, ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), sugeriu uma redução dos preços da habitação económica.

“Actualmente, o preço da habitação privada e pública é praticamente igual, e isso influencia a vontade de comprar”, afirmou Leong. “A habitação económica só pode ser vendida no mercado ao fim de 16 anos, e com preços limitados, por isso deve ter preços acessíveis. Peço ao Governo para fazer uma avaliação sobre os preços actualmente praticados”, solicitou.

Um pedido semelhante foi apresentado pelo deputado Ron Lam: “temos de ter em conta a situação do mercado imobiliário que também está a sofrer mudanças”, vincou.

Por sua vez, Raymond Tam respondeu que a oferta de habitação na Zona A dos Novos Aterros vai ter em conta as mudanças no mercado, e garantiu que eventuais alterações estão “a ser analisadas”.

Sobre a possibilidade de haver um mecanismo permanente de compra de habitação económica, em vez dos residentes estarem limitados à abertura de concursos pelo Governo, Tam prometeu que essa vai ser a situação no futuro. No entanto, os planos devem demorar a ser implementados, devido à falta de casas disponíveis.

21 Fev 2025

APN | Sam Hou Fai reuniu com representantes de Macau

O Chefe do Executivo organizou um jantar para pedir aos representantes de Macau nos órgãos nacionais que sejam a “boa voz” do território. Em termos de política interna, solicitou a participação dos representantes na elaboração das Linhas de Acção Governativa

 

 

Sam Hou Fai pediu aos deputados de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN) e aos membros de Macau no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) que sejam a “boa voz” do território nas Duas Sessões, que deverão ocorrer próximas semanas. As Duas Sessões são as reuniões anuais da APN e do CCPPC e servem para apresentar as políticas para o corrente ano, em áreas como economia, defesa, comércio ou diplomacia.

O pedido do Chefe do Executivo foi feito durante um jantar com os representantes de Macau nos órgãos nacionais, que decorreu na noite de quarta-feira. No discurso Sam Hou Fai apelou aos representantes que apresentem as vantagens e necessidades de Macau “no novo desenvolvimento” para darem um “maior contributo para a construção de um país forte”, “revitalização da nação” e “progresso de Macau”.

O líder do Governo local insistiu igualmente na necessidade de promover o “desenvolvimento de Hengqin” bem como garantir “uma vida melhor dos residentes de Macau”.

Sam Hou Fai assegurou ainda que o Governo da RAEM presta “elevada homenagem a todos os deputados de Macau à APN e membros de Macau no Comité Nacional da CCPPC pela participação na governação do país, pela promoção do desenvolvimento de Macau, pela reflexão sobre os sentimentos e opiniões do povo e pela congregação do amor patriótico”.

Candidato com memória

De acordo com o comunicado oficial do Governo, Sam Hou Fai agradeceu a “atenção e apoio” dos representantes locais durante a “candidatura ao cargo do Chefe do Executivo” e “na organização do novo Governo”.

A nível interno, o governante apelou aos representantes que contribuam com “sugestões valiosas e apoio forte” para a elaboração das “linhas de acção governativa para o corrente ano”, as primeiras deste Executivo, que deverão ser apresentadas nas próximas semanas.

Em relação às LAG, Sam afirmou que o Governo “está a concentrar esforços para a elaboração” e que tem como objectivo “assegurar um bom começo [de governação] em todos os aspectos”.

O Chefe do Executivo revelou igualmente que “ao longo dos últimos tempos” tanto ele como a sua equipa “têm vindo a ouvir, de forma contínua e extensa, as opiniões e sugestões de todos os sectores da sociedade de Macau”. Sam Hou Fai considerou ainda que o processo dos encontros com as “associações e organizações” para elaboração das LAG tem sido “muito frutuoso e profundamente inspirador”. No entanto, deixou claro que só vai ouvir “associações patrióticas que amam Macau”.

21 Fev 2025

Burla | PJ alerta para falsos anúncios com deputados

A Polícia Judiciária (PJ) informou ontem o público sobre a existência de falsos anúncios de investimento nas redes sociais envolvendo figuras públicas, nomeadamente do meio empresarial e político, como Kevin Ho, membro de Macau à Assembleia Popular Nacional e sobrinho de Edmund Ho; Angela Leong, deputada e empresária ligada à Sociedade de Jogos de Macau, e ainda o deputado Chui Sai Peng.

Segundo uma nota da PJ divulgada ontem, esses falsos anúncios recorrem a estas personalidades para publicitar a obtenção de lucros fáceis “através de certas plataformas de investimento, induzindo os cidadãos a clicar em links que os levam a plataformas de investimento falsas para registar contas”. Desta forma, os burlões acabam por roubar os dados pessoais e retirar dinheiro das contas das vítimas.

A PJ alerta ainda para o “aumento de casos de fraude em investimentos nos últimos anos, em que os burlões recorrem a plataformas de redes sociais para atrair as vítimas”. Assim, com “diversas estratégias, promovem planos de investimento publicitando retornos elevados”.

No início, “algumas vítimas conseguem obter pequenos lucros e fazer levantamentos desses ganhos com sucesso, mas ao aumentarem o valor do investimento, descobrem que deixam de conseguir levantar o dinheiro, percebendo que foram enganadas”, descreve a PJ.

21 Fev 2025

Economia | Crescimento da China é oportunidade para PLP

O secretário-geral do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (PLP) defendeu ontem que o crescimento económico chinês vai criar oportunidades para o bloco lusófono.

“A China continua a ser um importante motor de crescimento económico mundial com boas perspectivas de cooperação com os países de língua portuguesa”, defendeu Ji Xianzheng, na recepção de Ano Novo Lunar do Fórum de Macau.

O crescimento económico da China atingiu em 2024 a meta de 5 por cento fixada por Pequim, mas alguns analistas afirmam que a economia está a expandir-se a um ritmo mais lento do que o indicado nas estimativas oficiais.

Num relatório divulgado em 16 de Janeiro, o Banco Mundial previu que a economia mundial deve crescer 2,7 por cento em 2025 e 2026 e disse que a desaceleração nos Estados Unidos e na China está a pesar no crescimento global.

Num discurso, Ji Xianzheng disse que “os esforços de Macau” na abertura ao exterior “trarão certamente novas oportunidades para a China e os países de língua portuguesa perante o aprofundamento da cooperação em vários domínios”. Em Abril do ano passado, o Fórum de Macau realizou a sexta conferência ministerial, durante a qual foi aprovado um novo plano acção até 2027, concentrado em novas áreas de cooperação, como a economia digital e a economia azul.

Apesar do optimismo, Ji Xianzheng sublinhou que “a promoção de uma cooperação abrangente de benefícios mútuos com os países de língua portuguesa está pendente dos esforços conjuntos dos dez países” que fazem parte do Fórum de Macau. A organização tem como membros Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, Timor-Leste, São Tomé e Príncipe (desde 2017) e Guiné Equatorial (desde 2022).

Governo alinhado

O Fórum de Macau foi estabelecido em 2003, o mesmo ano em que Pequim designou a cidade como plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa.

Na mesma cerimónia, o chefe do Executivo da região prometeu “apoiar plenamente” a organização, para aproveitar “as vantagens únicas” da cidade e “potenciar efectivamente Macau como interlocutor entre a China e os países de língua portuguesa”.

Sam Hou Fai garantiu que Macau irá “reforçar a abertura bilateral com os países lusófonos”, assim como “tomar uma postura mais aberta e inclusiva para intensificar os laços internacionais e aumentar a projeção e a atratividade globais”. Sam Hou Fai, que tomou posse em 20 de Dezembro, é o primeiro líder do Governo de Macau que domina a língua portuguesa.

20 Fev 2025

Economia | CE alerta para riscos de instabilidade internacional

O Chefe do Executivo (CE) alertou ontem para o perigo económico das tarifas impostas pela Casa Branca à China e o efeito na economia de Macau, muito exposta ao exterior. Numa reunião do Conselho para o Desenvolvimento Económico, Sam Hou Fai diz serem precisas respostas para os desafios que a economia chinesa atravessa

 

O líder da RAEM, Sam Hou Fai, lançou ontem um alerta para os tempos difíceis que se avizinham para a economia de Macau, durante a primeira reunião do ano do Conselho para o Desenvolvimento Económico. O Chefe do Executivo começou por afirmar que o mundo está a enfrentar o aceleramento de “grandes mudanças não vistas num século”, com a entrada “num novo período de mudanças turbulentas”.

O agravamento significativo do unilateralismo e proteccionismo dos últimos anos acrescentaram instabilidade e incerteza na economia global, especialmente em Macau enquanto “micro-economia altamente aberta ao exterior”, que “não pode ficar imune”. Além de destacar a crescente concorrência internacional ao principal sector do território, o turismo, Sam Hou Fai salientou o aumento das taxas aduaneiras impostas este mês pelos Estados Unidos (EUA) às importações chinesas. “A estratégia internacional do novo governo dos EUA e a incerteza das políticas em relação à China trazem-nos um novo impacto negativo”.

Também a nível nacional o panorama não é o mais optimista. “O funcionamento económico do nosso país continua a enfrentar muitas dificuldades e desafios, continuando a confrontar com certas pressões respeitantes nomeadamente à insuficiência de procura doméstica, às dificuldades de produção e exploração de algumas empresas, ao emprego e aumento do rendimento dos residentes”, indicou o líder do Governo.

Rol de dependências

Tendo em conta as fragilidades apontadas, Sam Hou Fai afirmou ser essencial “atenção redobrada e resposta adequada, uma vez que a economia de Macau tem como pilar a indústria de turismo e lazer integrado e está altamente dependente do mercado de visitantes do Interior da China”.

O governante voltou a apontar o dedo aos desequilíbrios estruturais da economia local com o “desenvolvimento exclusivo do sector de jogo como um único sector da economia”, admitindo que durante “um determinado período de tempo” será difícil alterar “substancialmente” esse cenário. Até lá, “os velhos problemas como escassez de recursos, estrutura única das fontes de turistas, desequilíbrio das receitas financeiras e insuficiência da capacidade de inovação, persistirão por resolver mais efectivamente”.

O Chefe do Executivo salientou também que a economia de Macau está “numa fase crucial de transição de um desenvolvimento de recuperação para um desenvolvimento de alta qualidade” e pediu a contribuição dos membros do Conselho para o Desenvolvimento Económico.

Porém, Sam Hou Fai mostra-se confiante que “a longo prazo a economia do Interior da China e o navio da economia do país irá certamente navegar no vento e quebrar as ondas para um futuro mais brilhante”. Para contornar as dificuldades económicas, o governante apontou para o cumprimento dos objectivos traçados pelo Governo Central para a RAEM, não defraudando as expectativas do Presidente Xi Jinping para o território.

“A grande pátria é, desde sempre, o nosso firme respaldo e, o ‘apoio do país e interligação com o mundo’ constituem, sem dúvida nenhuma, as maiores vantagens da RAEM”, afirmou Sam Hou Fai.

20 Fev 2025

IPIM | Macau ajudou três empresas de capitais lusos em Hengqin

O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM) de Macau disse à Lusa que ajudou três empresas de capitais portugueses a estabelecer negócios na zona económica especial da vizinha Hengqin. “Actualmente, existem três casos de investidores portugueses que obtiveram licenças comerciais na Zona de Cooperação [Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin]”, acrescentou o IPIM.

Numa resposta a questões enviadas pela Lusa, o instituto revelou que as três empresas de capitais portugueses estão a operar em “áreas como a consultoria jurídica e a gestão de projectos”. O IPIM disse que as empresas de Macau com investimento estrangeiro, de Portugal, Alemanha, República Checa e Austrália, representam cerca de 7 por cento dos pedidos recebidos para registo em Hengqin.

Em 6 de Fevereiro, o IPIM disse, em comunicado, que tinha recebido 100 pedidos de empresas de Macau, através de um serviço transfronteiriço de registo comercial na zona económica especial, com quase 90 já aprovados. O instituto disse à Lusa que os restantes processos ainda não foram aprovados porque “incluem casos em acompanhamento, à espera de documentos adicionais ou em que houve ajustamentos efectuados pelos próprios requerentes”.

As empresas de Macau com capitais estrangeiros “estão optimistas” quanto a aproveitar a zona económica especial para uma expansão no mercado do Interior da China, referiu o IPIM, no comunicado de 6 de Fevereiro.

Mais de 40 por cento das empresas de Macau que já apostaram em Hengqin estão envolvidas em indústrias de turismo e lazer integrados, saúde e bem-estar, finanças modernas, tecnologias de ponta, convenções e exposições, comércio, cultura e desporto, acrescentou o instituto.

20 Fev 2025

IAM | Tam Wai Fong nomeada para o Conselho de Administração

Tam Wai Fong, que era subdirectora dos Serviços de Planeamento e Construção Urbanos da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, foi nomeada para integrar o conselho da Administração do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM).

A decisão do Chefe do Executivo foi publicada ontem no Boletim Oficial e entra em vigor na próxima quarta-feira. Tam é licenciada em arquitectura pela Universidade Huaqiao, em Fujian, e ingressou na Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes em 2010.

Desempenhou também as funções de técnica superior do Gabinete do secretário para os Transportes e Obras Públicas, entre 2012 e 2014, técnica superior do então Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, entre 2014 e 2018, tendo chegado à posição de chefe da Divisão de Manutenção do Departamento de Vias Públicas e Saneamento do Instituto para os Assuntos Municipais.

Além da nomeação para o IAM, foi exonerada da Direcção dos Serviços de Planeamento e Construção Urbanos da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin.

20 Fev 2025

AL | Kou Hou In quer mais articulação entre leis de Macau e do Interior

O presidente da Assembleia Legislativa pretende que os deputados se inspirem na forma como Shenzhen utiliza novas tecnologias para facilitar a governação e fornecer serviços mais convenientes aos cidadãos

 

O presidente da Assembleia Legislativa defendeu a necessidade de se avançar com medidas que melhorem a articulação das leis, regras e sistemas entre Macau e as cidades da Grande Baía. As declarações de Kou Hoi In foram citadas pelo jornal Ou Mun, após a visita de uma delegação de deputados a Zhuhai e Shenzhen.

Em jeito de balanço, o também empresário considerou que a visita oficial às cidades do Interior foi muito produtiva e que serviu para alargar os horizontes dos deputados, ao mesmo tempo que lhes permitiu ficar a conhecer melhor os feitos alcançados pela cidade de Shenzhen nos últimos 40 anos.

Sobre a cidade vizinha de Hong Kong, Kou Hoi In explicou que mostrou aos legisladores o “desenvolvimento pelo sector privado nas tecnologias de ponta”, assim como aplicação destas tecnologias aos serviços sociais, o que defendeu dever servir como inspiração para o desenvolvimento da RAEM.

Kou Hoi In defendeu assim um reforço da cooperação com Interior da China e sejam tidos como exemplos os feitos alcançados a nível das novas tecnologias de ponta para impulsionar o desenvolvimento da RAEM, melhorar a governação local, aumentar o nível dos serviços prestados, e tornar os serviços mais convenientes para os residentes.

O político recordou também que o Presidente Xi Jinping apontou a necessidade de continuar a promover a construção da Grande Baía, através de uma maior articulação das regras e dos sistemas em vigor tanto no Interior, como em Macau e Hong Kong.

Desafios em Hengqin

Sobre a Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin, o presidente da Assembleia Legislativa reconheceu que existem desafios para as empresas de Macau, que decorrem do facto de se aplicarem nesta zona o sistema e as regras do Interior da China. Kou Hoi In deu como exemplo os produtos alimentares que são desenvolvidos por empresas de Macau em Hengqin, mas que têm de ser identificados como “feitos na China”, em vez de “feito em Macau”.

O presidente da Assembleia Legislativa destacou ainda que esta foi a primeira vez que uma delegação da actual Legislatura visitou oficialmente Zhuhai e Shenzhen. Todavia, deixou o desejo que Macau e as cidades da Grande Baía se estudem mutuamente, e que as vantagens de Macau no âmbito do princípio “Um País, Dois Sistemas” sejam melhor entendidas. Neste capítulo, o político expressou a esperança que a Ilha Montanha possa ser aproveitada como um projecto experimental.

Na deslocação ao Interior, a delegação da AL visitou algumas das empresas mais conhecidas de alta tecnologia chinesas, como a BYD, Huawei e a empresa de drones DIJ. A delegação visitou ainda o cento de serviços municipais para conhecer as medidas digitais mais convenientes para os residentes, também participou numa actividade de intercâmbio com as autoridades legislativas de Zhuhai e Shenzhen.

20 Fev 2025

IAM | Ron Lam critica inoperância face a venda de produto estragado

O deputado Ron Lam a actuação do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) por inacção devido a uma etiqueta falsa com o prazo de validade de um produto alimentar, depois de um residente ter denunciado a venda de uma caixa de bombons que tinha passado da validade, mas com uma nova etiqueta por cima.

Segundo a publicação de Ron Lam no Facebook, a nova etiqueta tinha a data de Janeiro deste ano, mas era possível ver que a verdadeira data de validade do produto tinha terminado em Novembro de 2023.

O homem que denunciou o caso diz ter registado um odor estranho, considerando que a venda do produto pode ter violado a lei de segurança alimentar. O deputado destacou que o indivíduo denunciou o caso ao IAM, mas a entidade apenas inspeccionou o supermercado e fez avisos.

O deputado submeteu também uma carta a pedir acompanhamento para este tipo de assuntos. “O IAM limitou-se a fazer um aviso, não pedindo explicações sobre a venda de produtos alimentares com problemas, não investigou a sua origem, fabricante e representante comercial. É difícil assegurar a segurança alimentar do público e garantir que o problema não se irá repetir”, acrescentou.

19 Fev 2025

Metro Ligeiro | Deputado pede divulgação de planos da Linha Oeste

Leong Sun Iok defende a necessidade aumentar a rede de transportes numa zona da cidade onde residem cerca de 250 mil pessoas. Além disso, salienta que as zonas por onde irá passar a Linha Oeste do Metro Ligeiro ficam perto de locais turísticos

 

O deputado Leong Sun Iok apelou ao Governo para apresentar o planeamento para a construção da Linha Oeste do Metro Ligeiro, que vai fazer a ligação entre a Barra e as Portas do Cerco. A opinião do legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) foi partilhada ontem em comunicado.

No entendimento do deputado, a necessidade de completar a Linha Oeste é evidente, uma vez que a Zona Interior da Península de Macau tem cerca de 250 mil residentes, mas não está coberta por aquele que pode ser um dos meios de transporte mais convenientes.

“Se olharmos para a zona do Porto Interior, que seria coberta pela Linha Oeste do Metro, percebemos que é uma alternativa a uma das principais estradas de Macau, que serve uma população de cerca de 250 mil pessoas, situada num raio de 500 metros”, justificou o deputado. “Não só é uma área residencial tradicional, como também fica perto de várias atracções turísticas. Pelo que é óbvio que durante as horas de ponta e os feriados os grandes congestionamentos são uma constante”, acrescentou.

Leong Sun Iok indicou também que faz cada vez mais sentido avançar com o planeamento detalhado da Linha Oeste do Metro Ligeiro, dado que há cada vez mais passageiros neste meio de transporte. Além disso, destaca que com a cidade a fazer a transição para um período em que há cada vez mais espectáculos e eventos desportivos, é necessário ter meios para a deslocação dos milhares de pessoas que assistem ou participam nesses eventos.

Mais utilizadores

O deputado também defende que a expansão da linha a lugares com mais população tem levado ao aumento do número de passageiros.

Segundo Leong Sun Iok, em 2023, antes da abertura da Estação da Barra, que permitiu ligar a Península de Macau àLinha da Taipa, a média diária de passageiros do Metro Ligeiro era de 6 mil por dia. Contudo, após a abertura dessa linha, conjugada com as novas linhas de Seac Pai Van e da Ilha da Montanha, a média diária de passageiros subiu para 23,1 mil por dia.

Leong Sun Iok recordou ainda que as estimativas do Governo apontavam que até 2030 houvesse uma média diária de 137 mil passageiros. Todavia, sem a abertura da Linha Oeste, o deputado duvida que a meta seja alcançada, mesmo com a abertura da Linha Leste, que vai fazer a ligação entre as Portas do Cerco com a Taipa, através do Zona A dos Novos Aterros.

O deputado apelou ainda ao Governo para modernizar o sistema de pagamentos no Metro Ligeiro, para permitir pagamentos através das aplicações móveis mais popular no território. Segundo o deputado, este é um dos factores que tornam pouco prático o uso do Metro Ligeiro.

19 Fev 2025