Iao Hon | Wong Kit Cheng sugere aproveitamento de mercado

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] deputada Wong Kit Cheng quer saber qual é o aproveitamento que o Governo vai fazer do segundo e terceiro andares do mercado Iao Hon, na Zona Norte da cidade.

De acordo com a legisladora, estes dois andares estão a ser subaproveitados há mais de seis anos, apesar de se encontrarem numa das zonas mais densamente habitadas de Macau. Ainda de acordo com Wong Kit Cheng um dos andares está a ser utilizado como armazém e o outro está simplesmente vazio.

Por esta razão, a deputada quer saber o que o Governo vai fazer com os andares em causa e se há um calendário para a implementação de eventuais medidas.

10 Jul 2018

AL | Ho Iat Seng dá prazo para analisar lei de bases da organização judiciária

Diz o ditado que depressa e bem não há quem. No entanto, o presidente da Assembleia Legislativa quer a lei de bases da organização judiciária analisada na especialidade em pouco mais de um mês. A data limite é 15 de Agosto

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente da Assembleia Legislativa, Ho Iat Seng, deu até 15 de Agosto para os deputados da 3.º Comissão Permanente terminarem a análise da lei de bases da organização judiciária. A situação foi revelada ontem por Vong Hin Fai, presidente da comissão, após a primeira reunião para analisar o diploma.

“O presidente da Assembleia Legislativa emitiu um despacho para concluir o parecer até 15 de Agosto. Vamos fazer todos os esforços para concluir o trabalho dentro desta data”, afirmou Vong Hin Fai, em conferência de imprensa. “Quando o presidente [da AL] emite um despacho normalmente temos dois meses para concluir os trabalhos. Mas agora há menos tempo porque esta sessão legislativa termina a 15 de Agosto [altura em que os deputados vão de férias]”, acrescentou.

Porém, é o próprio presidente da comissão a reconhecer que o tempo é limitado. Em causa está o facto deste grupo de deputados ter outros quatro diplomas para analisar até à data limite.

“A comissão também tem outros trabalhos. Vamos fazer um esforço para concluir o relatório, mas só esta semana temos reuniões todos os dias. Se até lá não for possível, podemos pedir uma prorrogação do prazo. Mas vamos fazer o esforço, hoje já analisámos quatro ou cinco artigos”, frisou.

Caso o prazo de 15 de Agosto seja ultrapassado, o documento pode continuar a ser discutido na comissão, sem haver necessidade de voltar ao plenário para ser novamente votado na generalidade. Este cenário só se colocaria se depois das férias começasse uma nova Legislatura, ou seja depois da realização de eleições.

Cascata de processos

Também o deputado José Pereira Coutinho se mostrou preocupado com o prazo definido, devido à complexidade do documento e pelos impacto que pode implicar noutros diplomas.

“É uma cascata de leis. É evidente que as comissões não vão ter tempo para se debruçarem com cuidado sobre todas as leis. Um dos exemplos mais caricatos é a lei de base da organização judiciária. Acho que não temos tempo para analisar o impacto das alterações. Pelo menos sete diplomas legais vão sofrer impactos com esta lei”, admitiu o deputado, ao HM.

“Precisamos de mais tempo e espero que com tudo isto não se repita o caso da Lei de Terras. Na altura, os deputados votaram tudo à pressa, houve 28 deputados que votaram tudo a favor, se não me falha a memória só houve uma abstenção, mas agora dizem que a lei não presta”, recordou.

Consulta pública

Ontem, os deputados debruçaram-se sobre a acumulação de funções dos deputados e o sistema de remuneração para tarefas extra. Vong Hin Fai esclareceu que a comissão concorda com a proposta do Governo no que diz respeito ao sistema.

Contudo, os legisladores mostraram-se preocupados com o facto da acumulação de funções pelos magistrados em diferentes juízos, que podem colocar em causa a especialização.

Outro dos assuntos em questão foi o pagamento da acumulação de funções, que poderá variar entre o mínimo de 5 e o máximo de 30 por cento do ordenado base anual. Porém, o modelo adoptado não é claro para os deputados: “A acumulação de funções vai ser determinada pelo Conselho de Magistratura. São eles que vão escolher os juízes que acumulam mais funções. Assim vamos ter juízes a ganhar mais 5 por cento do salário anual base, outros 15 por cento e alguns 30 por cento. Isto cria uma certa situação de selecção de juízes. Também a forma como são escolhidas as percentagens não é clara. A lei não explica como é feito”, indicou José Pereira Coutinho.

Além destes assuntos, a comissão da AL abriu ontem uma sessão de consulta pública para todos os cidadãos e pessoas do sector, que termina a 9 de Agosto. Foi igualmente pedido acesso aos documentos de consulta do Governo sobre a lei, nomeadamente os pareceres do Conselho dos Magistrados Judiciais, o Conselho dos Magistrados do Ministério Público e a Associação dos Advogados de Macau.

10 Jul 2018

Agências de emprego | AL preocupada com transmissão das licenças em caso de morte

Os deputados estão preocupados com a forma de transmissão da licença de funcionamento de uma agência de emprego no caso de falecimento do seu titular, uma vez que o herdeiro pode não reunir condições para continuar essas funções. Governo prometeu estudar a matéria e fazer alterações na proposta de lei de actividade das agências de emprego

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] 3ª comissão permanente da Assembleia Legislativa (AL) reuniu na sexta-feira para analisar a proposta de lei que regula a actividade das agências de emprego. De acordo com o deputado que preside à comissão, Vong Hin Fai, há preocupações do hemiciclo relativamente à forma como será transmitida a licença da agência em caso de morte do seu titular, uma vez que, no caso dos herdeiros serem funcionários públicos, não poderão operacionalizar uma agência de emprego. Há também a necessidade, aos olhos da lei, do novo titular da licença da agência ter “idoneidade moral”.

“Este caso pode acontecer no caso de ocorrer a morte de um dos sócios ou de um titular. Alertamos o Governo para a necessidade de prestar atenção a isto, pois um falecimento é uma questão muito complexa”, disse Vong Hin Fai.

Os deputados estão preocupados com questões práticas como, por exemplo, se a burocracia associada à transmissão da licença deve ser feita antes ou depois da morte do seu titular. Mas não só.

“Temos de respeitar o direito de sucessão. Se o pai é o titular da licença terá de ser examinada a idoneidade do herdeiro, porque este pode não reunir condições e pode haver a perda da licença. Se o herdeiro for funcionário público, não pode usufruir do direito de sucessão. O Governo prometeu fazer estudos sobre esta questão e disse que no novo texto de trabalho vai tentar resolver isto”, adiantou Vong Hin Fai.

Os deputados levantaram também a questão da necessidade de pagamento a dobrar das taxas caso a licença chegue ao fim do prazo ou seja cancelada, estando em causa uma situação de injustiça. “O cancelamento de uma licença de agências de emprego não confere o direito a ter o reembolso das taxas pagas. A maioria dos membros da comissão prestou atenção a este assunto, porque, caso a caducidade ou o cancelamento da licença não se puderem imputar ao titular da licença, as taxas serão ou não devolvidas?”, apontou o presidente da comissão.

Agências em suspenso

Outro ponto que ficou definido no encontro prende-se com o período de renovação da licença, uma vez que os deputados pretenderam saber qual o estatuto da empresa quando a sua licença chega ao fim mas o processo junto da Administração ainda está em curso. Esta questão está ausente do diploma em análise na AL. O Governo garantiu que, enquanto a agência de emprego aguarda pela renovação do documento, não pode abrir portas.

“Segundo a proposta de lei, os agentes devem apresentar um pedido de renovação da licença 45 a 90 dias antes do seu fim. Fora deste prazo há que pagar uma multa, e de acordo com a proposta de lei é o dobro do valor da taxa inicial. No caso do titular da licença apresentar o pedido de renovação da licença no último dia, o que vai acontecer à agência?. Ele tem o direito a renovar e paga o dobro, mas, e no dia seguinte? Isto porque o Governo precisa de tempo para aprovar a renovação da licença”, frisou Vong Hin Fai.

9 Jul 2018

Visita oficial | Ministro da cultura português quer aprofundar relações com a China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro da Cultura de Portugal, Luís Castro Mendes, manifestou a disponibilidade do Governo português para aprofundar as relações culturais com a China, destacando “as mais valias” que a diversidade cultural pode oferecer aos dois países.

Luís Castro Mendes discursava na inauguração do “Fórum Cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, um conjunto de seminários de intercâmbio e o principal motivo da visita oficial de dois dias a Macau que terminou sábado. “Os resultados [deste fórum] irão permitir reforçar a relação especial da China com a língua portuguesa e com as culturas que são transmitidas pela língua portuguesa em todo o mundo”, sublinhou.

No caso de Portugal, “é incomensurável o potencial ainda por explorar no quadro das excelentes relações históricas com a China”, países que celebram, em 2019, quatro décadas de relações diplomáticas.

Na sexta-feira, o ministro afirmou que Xi Jinping vai estar em Lisboa no início de Dezembro, numa antecipação do ‘ano da China em Portugal’. Neste sentido, o Governo português “está disponível para promover o aprofundamento das relações culturais” com os homólogos chineses, “procurando estabelecer pontos de diálogo entre Estados e povos”, disse.

Noutro patamar

Por sua vez, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, considerou que o intercâmbio cultural também eleva “a outro patamar” as cooperações multilaterais entre a China e os países lusófonos em áreas como o “turismo, comércio e investimento”.

De acordo com o responsável, Macau vai facultar aos países lusófonos “oportunidades de estudo, formação e estágios destinados aos profissionais na área turística, de convenções e exposições”.

No campo do ensino, Alexis Tam também garantiu aumentar as bolsas de estudo, “tanto para os estudantes lusófonos que aprendem chinês”, mas também para “os alunos chineses que aprendem português”.

O fórum cultural sino-lusófono é um dos quatro eventos da primeira edição do “Festival de Artes e Cultura entre a China e os países de Língua Portuguesa”, um ‘novo capítulo’ no intercâmbio cultural entre estes países, na opinião do Instituto Cultural (IC), que organiza o certame.

9 Jul 2018

Lei Chan U quer saber se quarta ligação entre Macau e Taipa está pronta em 2020

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado eleito pela via indirecta, Lei Chan U, quer que o Governo esclareça se o prazo apontado para a abertura da quarta ligação entre a península de Macau e a Taipa continua com data de funcionamento prevista para 2020, tal como foi apontado nas Linhas de Acção Governativa de 2017 e de 2018.

De acordo com a interpelação escrita pelo tribuno, as três vias que ligam a Taipa à península não são suficientes. “Com o rápido desenvolvimento da economia local, da sociedade e a crescente número de habitantes nos últimos anos, o número de veículos entre a península de Macau e as ilhas aumentou e as três pontes marítimas existentes estão sobrecarregadas há muito tempo”, lê-se no documento.

Dadas as circunstâncias, o deputado aponta que a população “anseia” pela entrada em funcionamento de uma quarta via de modo a aliviar o trânsito.

“A quarta ponte de travessia marítima é uma parte importante da construção do sistema global de transportes de Macau no futuro” refere.

Ao problema de escoamento do trânsito acrescem ainda os naturais congestionamento que se esperam após a abertura da ilha artificial que recebe a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau.

Projectos invisíveis

O relatório do estudo de viabilidade do projecto para construção da quarta ponte foi concluído em Novembro de 2016 e em Julho do ano passado o Governo Central exigiu pesquisas adicionais sobre as condições de segurança na infra-estrutura.

De acordo com Lei Chan U, já foi apresentado o relatório com as alterações requeridas que foi aprovado por Pequim no passado mês de Abril.

No entanto, a dois anos da data prevista de entrada em funcionamento da quarta ligação entre Macau e as ilhas, o projecto ainda se encontra em fase preliminar de produção o que, de acordo com o deputado, está a levar a população a duvidar se o Governo consegue manter a promessa.

Na opinião de Lei Chan U, eleito pelo sector do trabalho, se a construção da quarta ponte não avançar, os problemas de tráfego vão continuar a piorar.

9 Jul 2018

IPIM | Deputado reitera necessidade de fiscalização dos pedidos de residência

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais rigor, padrões rígidos e claros e um mecanismo de fiscalização e supervisão dos procedimentos dos pedidos de residência por investimento ou por cargo de técnico especializado são os pedidos do deputado Leong Sun Iok ao Executivo.

Ainda na sequência do relatório divulgado na semana passada pelo Comissariado contra a Corrupção (CCAC) que denunciava vários casos fraudulentos de atribuição de residência pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), o deputado admite a necessidade tanto de técnicos especializados como de investimento no território.

Leong concorda com a atribuição de residência por estes dois motivos, no entanto os processos têm de ser legais e os procedimentos não podem admitir falhas. Para o efeito, o deputado reitera o pedido que tem sido apresentado por outros colegas legisladores: o Executivo tem de estabelecer medidas claras e criar um mecanismo de fiscalização que acompanhe os pedidos de residência de modo a não admitir fraudes.

9 Jul 2018

Habitação | Ella Lei quer escrituras de fracções de habitação económica assinadas

Os processos foram entregues em 2013 e as casas no ano seguinte, mas até agora ainda há residentes sem escritura assinada. Ella Lei pede ao Executivo para finalizar os procedimentos relativos à habitação económicas do edifício Ip Heng o mais breve possível

 

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m grupo de moradores dos apartamentos de habitação económica do edifício Ip Heng ainda não tem a escritura das suas casas assinada depois de quatro anos a viver nas fracções que lhes foram atribuídas para venda pelo Governo.

De acordo com a deputada Ella Lei a demora está a preocupar a população o que a leva a pedir ao Governo que avance com os procedimentos necessários.

“O processo de candidatura teve lugar em 2013, os habitantes já vivem nas casas económicas há quatro anos, desde meados de 2014 mas, até agora, ainda não têm as escrituras formalizadas”, lê-se na interpelação da deputada dirigida ao Executivo.

Entre as preocupações deste grupo de pessoas está uma possível alteração do agregado familiar que pode ocorrer durante este período de espera e que possa condicionar a elegibilidade das famílias.

De acordo com os dados fornecidos pelo Instituto da Habitação, no final do mês passado, das 19 mil famílias à espera de habitação económica, 6919 assinaram contrato de promessa de compra e venda e foram emitidas 6528 licenças de habitação. Destas, 6257 finalizaram os procedimentos e assinaram a escritura. Os dados indicam que a grande maioria dos proprietários já tem a escritura concluída. No entanto, para Lei não se justifica que ainda existam pessoas à espera, a não ser que as casas estejam a ser alvo de alterações.

Neste sentido, a deputada exige ao Governo que finalize os procedimentos de assinatura de escritura o quanto antes e que cumpra com as suas obrigações.

Polémica antiga

Em Maio do ano passado, um relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) criticava o Instituto de Habitação (IH) por ter indeferido pedidos de candidatos à habitação económica para excluir do agregado familiar os cônjuges, muitos com casa própria. A investigação foi motivada por queixas de promitentes-compradores e na sequência de uma mudança na prática do IH que, em última instância, pode fazer com que deixem de reunir as condições para ser elegíveis e percam o direito às frações.

Segundo o CCAC, desde Fevereiro de 2017, “o IH alterou a sua posição e prática habitual, passando a indeferir pedidos apresentados pelos candidatos que contraíram matrimónio durante a fase de espera para que os cônjuges não façam parte do agregado familiar.” A alteração visou contemplar a situação em que “os cônjuges de alguns candidatos possuem habitação própria em Macau” e com vista a “um melhor aproveitamento dos limitados recursos da habitação pública”.

O organismo anticorrupção entendeu que o IH deve aceitar os referidos pedidos apresentados pelos candidatos, “devendo emitir-lhes o termo de autorização para a celebração da escritura pública de compra e venda das frações de habitação económica quando as demais condições legais estejam reunidas”.

O CCAC reconheceu, no entanto, que se um candidato casar durante o período de espera por uma fracção e o cônjuge tiver habitação própria e não fizer parte do agregado familiar, “isso certamente afecta a distribuição razoável das habitações públicas”. Neste âmbito, defendeu que o regime “deve ser aperfeiçoado em tempo útil”, para que “os recursos da habitação pública sejam aproveitados de forma justa, razoável e eficiente”.

9 Jul 2018

Análise | O papel de Edmund Ho na vida política de Macau enquanto vice-presidente da CCPPC

Saiu do lugar de Chefe do Executivo em 2009, mas nunca deixou de estar presente na vida política de Macau. Edmund Ho não se intromete nas questões internas do Governo liderado por Chui Sai On, mas a última visita que realizou a Portugal mostra que está atento aos temas que vão marcar o futuro da RAEM. Analistas dizem que é o papel que, por ora, lhe cabe na qualidade de vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, lugar que poderá ser de Chui Sai On após 2019

 

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] tido como carismático, “um político sofisticado”, “inteligente”, que percebe o lugar que ocupa e como o deve fazer. Edmund Ho deixou de ser Chefe do Executivo da RAEM em 2009, mas a verdade é que não mais parou de estar ligado ao território que governou durante dez anos. Desde 2010 que o faz na qualidade de vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), cargo para o qual foi reeleito em Março deste ano.

Além de ter marcado presença nas cerimónias de celebração dos 15 anos de criação do Fórum Macau, estabelecido em 2003, Edmund Ho esteve em Portugal no mês passado, liderando uma comitiva que reuniu com entidades chave da economia portuguesa, como é o caso do Banco de Portugal e Bolsa de Valores de Lisboa. Isto numa altura em que se fala do desenvolvimento do sector financeiro em Macau, no âmbito do projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. Na capital portuguesa, Edmund Ho reuniu com o primeiro-ministro português, António Costa, e Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros.

Analistas encaram o papel do ex-Chefe do Executivo como um actor político que opera nos bastidores, a quem a China recorre para melhorar as suas relações diplomáticas com Portugal e os restantes países de língua portuguesa, dados os seus conhecimentos. Não interfere nas políticas locais, mas está atento e tem uma ligação próxima à capital chinesa.

“É uma personalidade importante para acompanhar os assuntos da RAEM, não propriamente em Macau mas em Pequim, onde tem excelentes relações e é um conselheiro objectivamente ouvido sempre que há orientações do presidente Xi Jinping e do Governo Central em relação a Macau”, defendeu Arnaldo Gonçalves, especialista em ciência política e relações internacionais e ex-assessor do Governo.

A última visita oficial protagonizada por Edmund Ho foi, por isso, mais uma cartada diplomática da China relativamente ao importante posicionamento de Portugal. Pequim “vê Portugal com um papel muito importante nas relações com os países de língua portuguesa, e percebe que não chega Macau para fazer essa triangulação. Portugal criou a CPLP, tem as relações históricas com esses países. Macau tem um papel importante mas limitado, dada a sua pequenez, a limitação de recursos e o afastamento geográfico em relação a esses países, à excepção de Timor-Leste”.

Neste sentido, Edmundo Ho serviu de peça-chave para “estimular as relações” entre os dois países. Na visão de Arnaldo Gonçalves, há aspectos que também contribuem para a importância que o ex-Chefe do Executivo ainda tem neste campo, sendo eles a sua personalidade, “a amizade que tem com várias pessoas ligadas ao Partido Socialista [actualmente no Governo português] e outros quadros portugueses de destaque”.

Camões Tam, analista político, considera que o papel que Edmund Ho tem vindo a desempenhar nos últimos anos “é normal” na qualidade de vice-presidente da CCPPC, além deste “ter a responsabilidade de ser o representante da China para lidar com assuntos externos com outros países”.

“Nos últimos dez anos, pelo que tenho observado, Edmund Ho tem estado mais ligado aos assuntos que ligam China e Portugal, tem a responsabilidade de ajudar a China a resolver os problemas que surjam com os países de língua portuguesa”, lembrou Camões Tam, que acrescentou que este assunto não compete à figura que lidera o cargo de Chefe do Executivo da RAEM.

“O actual Chefe do Executivo não tem nenhum poder para lidar com este dossier, não está sequer incluído nos poderes de que dispõe à luz da Lei Básica. Então não podemos afirmar que o ex-Chefe do Executivo ainda tem alguma influência nos assuntos políticos internos de Macau, porque só participa nos assuntos externos da China, sobretudo ligados a Portugal”, frisou o analista.

Gabinete de Ligação mais atento

Para Camões Tam, há outra entidade que estará mais próxima dos assuntos da Administração. O académico retrata Ho como “uma pessoa muito inteligente e que tem tido muito cuidado para não interferir em certas questões, sobretudo se dizem respeito a assuntos internos de Macau”. “Talvez o Gabinete de Ligação esteja mais ligado aos assuntos internos de Macau do que propriamente Edmund Ho. Pelo que sei, ele tem tido muito cuidado em não se envolver, porque sabe que não é a coisa certa a fazer neste momento, é um político muito sofisticado”, acrescentou.

Na perspectiva de Bill Chou, especialista em ciência política e docente da Universidade Chinesa de Hong Kong, a visita que Edmund Ho fez a Lisboa, em Junho, “não terá quaisquer implicações significativas para Macau”. “Do exemplo que temos com o primeiro Chefe do Executivo de Hong Kong, Tung Chee-Hwa, que teve uma posição de mediador entre a China e os Estados Unidos, ao estabelecer uma fundação para as relações entre os dois países, penso que Edmund Ho poderá ter um papel semelhante para a China, devido às suas ligações com Lisboa”, referiu ao HM.

Rita Santos, actual conselheira das Comunidades Portuguesas e ex-secretária-geral adjunta do Fórum Macau, é alguém que está habituada a cruzar-se com Edmund Ho em viagens oficiais desde que este é vice-presidente da CCPPC.

“Estas visitas são importantes porque também é importante ele aparecer nesta fase do campeonato tendo em conta as políticas de Macau, porque ele tem estado a acompanhar a evolução política sobretudo no que diz respeito ao papel de Macau como plataforma entre a China e os países de língua portuguesa. Foi ele que criou o Fórum Macau em 2003, e é normal que siga a evolução dessa plataforma”, defende a conselheira.

Neste tipo de visitas oficiais, seja em Portugal ou em qualquer outro país de língua portuguesa, “qualquer dirigente chinês é importante”. “O Gabinete de Ligação também participa nessas actividades. Não vejo uma interferência dele nos assuntos mas a sua presença serve para elevar a posição de Macau.”

Chui Sai On é o próximo

O actual posicionamento político de Edmund Ho explica-se também pelo papel que a própria CCPPC tem, uma vez que é um órgão de consulta do Governo Central e do Partido Comunista Chinês. Arnaldo Gonçalves lembra que foi um órgão que nasceu “aquando da revolução de 1949, para criar uma certa consensualização política com as personalidades que não eram comunistas”.

“No período de Jiang Zemin houve uma abertura do país ao capitalismo e a empresários e esse órgão foi potenciado para incluir pessoas que, na linguagem comunista, não são operários, não são da vanguarda da revolução, mas sim seus amigos, e que por isso não podem ser comunistas dada a sua origem social e classe. Nos últimos anos a CCPPC passou a ser usado como forma de passagem, através dos ex-Chefes do Executivo, das políticas do Governo Central para Hong Kong e Macau. Tung Chee-Hwa e Edmund Ho tiveram esse papel”, explicou Arnaldo Gonçalves.

Para o académico, a CCPPC é uma espécie de “gaiola dourada para antigos Chefes do Executivo”, e uma possibilidade de futuro para Chui Sai On depois de deixar o cargo de Chefe do Executivo.

“A posição de Edmund Ho nunca foi muito clara, porque é um dos muitos vice-presidentes do organismo. Pareceu-me sempre uma figura muito baça, muito institucional, muito apagada, porque sempre olhei para aquilo como uma gaiola dourada para reunir os antigos Chefe do Executivo. Prevejo que depois de 2019 Chui Sai On vá ser também vice-presidente da CCPPC, a menos que haja uma tragédia.”

Essa tragédia aconteceu a Donald Tsang, ex-Chefe do Executivo de Hong Kong, quando foi condenado a 20 meses de prisão por conduta indevida durante o período em que liderou o Governo da RAEHK.

Também Bill Chou acredita que o próximo passo político de Chui Sai On será a vice-presidência da CCPPC. “Penso que Chui Sai On será apontado como o próximo vice-presidente. Isto significa que Pequim consegue, assim, prevenir uma especulação desnecessária quanto ao estatuto de Chui Sai On e à política de Pequim para Macau”, frisou.

Camões Tam revela uma postura bem mais cautelosa face ao futuro de Chui Sai On depois de sair do Governo. “Tudo dependerá da decisão de Xi Jinping. [Chui Sai On] Talvez tenha alguma influência junto dos líderes do Governo Central, mas a decisão final será sempre de Xi Jinping. Só no próximo ano é que poderemos perceber, com maior clareza, qual será o próximo Chefe do Executivo de Macau”, lembrou.

9 Jul 2018

Especulação | Deputados preocupados com lei da locação financeira

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s deputados estão preocupados que o diploma que estabelece o regime do benefícios fiscais para a locação financeira abra a porta para o aumento da especulação no mercado imobiliário.

De acordo com a proposta de lei, as sociedade de locação financeira ficam isentas de pagar o imposto de selo, no âmbito da compra da primeira unidade de imobiliário destinada a escritórios. Porém, a lei não deixa muito claro se o imobiliário se cinge a uma fracção ou a um edifício completo.

Ontem, segundo o canal chinês da Rádio Macau, Chan Chak Mo, presidente da 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) apresentou este problema ao Executivo. Por sua vez, os representante do Governo prometeram pensar em formas de aperfeiçoar o mecanismo de isenção fiscal e lidar com as preocupações dos deputados.

6 Jul 2018

Deputado Si Ka Lon quer mais comunicação entre Governo e associações

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado Si Ka Lon entregou uma interpelação escrita ao Governo onde defende uma melhor comunicação com as associações locais, no sentido destas terem acesso antecipado a planos de políticas a implementar para as discutirem com as autoridades.

Si Ka Lon pede, por isso, maior divulgação dos relatórios das consultas públicas realizadas, juntamente com os inquéritos sobre as opiniões dos cidadãos. É também pedido que haja uma comunicação com as associações locais antes do anúncio das consultas públicas.

A interpelação surge dias depois do Governo ter suspendido o projecto de construção do crematório na Taipa e o aumento das multas com a revisão da lei do trânsito rodoviário, medidas que originaram bastantes críticas entre a população. Esta última medida motivou mesmo um protesto.

6 Jul 2018

Aborto espontâneo | SAFP prometem rever sistema de faltas para funcionárias

Agnes Lam pediu e o Governo prometeu rever. Os Serviços de Administração e Função Pública garantem que vão analisar a possibilidade de aumentar o número de dias de férias para as funcionárias que tenham sofrido um aborto espontâneo

 

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]inco meses depois da intervenção da deputada Agnes Lam na Assembleia Legislativa que referiu à necessidade de mais regalias para funcionárias públicas que sofram abortos espontâneos, os Serviços de Administração e Função Pública de Macau (SAFP) responderam que há a possibilidade de alterar as actuais regras.

Numa resposta enviada à deputada, que a própria partilhou ontem nas redes sociais, os SAFP referem que as licenças de maternidade e faltas por doença estão abrangidas pelo regime de faltas constante no Estatuto dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ETAPM). Uma vez que este diploma está a ser revisto, os SAFP assumem que vão ter em conta a opinião da deputada e ponderar alargar o número de dias de falta disponíveis para funcionárias públicas que sofram abortos espontâneos, caso seja adequado e viável, pode ler-se.

Agnes Lam, também professora do departamento de comunicação da Universidade de Macau, enviou uma carta ao organismo público em Fevereiro deste ano, lembrando que, de acordo com o ETAPM em vigor, as funcionárias públicas poderem gozar de 90 dias de licença de maternidade após o parto. Contudo, no caso de sofrerem um aborto espontâneo, ou caso dêem à luz um nado-morto, dispõem apenas de sete a 30 dias de faltas justificadas autorizadas pelo médico.

A resposta dos SAFP frisa ainda que o ETAPM define que os funcionários públicos têm direito a 18 meses de baixa médica caso sofram de problemas do foro físico ou psíquico. Nos casos de doenças oncológicas ou mentais, os SAFP concedem até cinco anos de faltas justificadas.

“Um bom primeiro passo”

Na sua página oficial de Facebook, a deputada mostrou-se satisfeita com esta resposta, que garantiu ser “um bom primeiro passo”. “Mesmo que seja um aborto, independentemente do corpo ou da pessoa, o tempo de recuperação não deve ser menor do que o tempo de licença de maternidade normal. Contudo, actualmente as funcionárias públicas não têm este direito, e esta lacuna é ainda maior na lei das relações laborais. É necessário que o Governo faça estas melhorias”, escreveu Agnes Lam.

6 Jul 2018

Câmaras | Wong Sio Chak já prepara videovigilância para novo aterros

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] videovigilância tem produzidos resultados “positivos” nas investigações criminais em Macau e o Governo já prepara planos para a instalação de mais câmaras de vídeo nos novos aterros. O anúncio foi feito, ontem, pelo secretário para a Segurança, na cerimónia de abertura da Exposição de Artesanato dos Reclusos e dos Jovens Internados 2018.

Segundo um comunicado do Governo, actualmente estão em funcionamento no território 820 câmaras de videovigilância, que foram instaladas em três fases diferentes. Ainda assim vão ser instaladas mais 800 câmaras, referentes à quarta fase do programa de videovigilância que deverão entrar em funcionamento até ao primeiro trimestre de 2020. Nessa altura, e contabilizando os actuais 30 quilómetros quadrados de Macau, o território vai ter uma média de 54 câmaras por quilómetro quadrado.

Contudo, os planos para a instalação dos sistema de CCTV em Macau não se ficam por aqui. As quinta e sexta fases já estão a ser elaboradas e têm como foco, essencialmente, os aterros e serão divulgadas “em tempo oportuno”.

O responsável pela segurança do território defendeu ainda que “o sistema de vigilância contribui significativamente para a investigação de casos criminais” e deu o exemplo de um roubo a uma joalharia, no início do ano. Neste caso, o suspeito foi identificado em menos de 24 horas, devido à captação de imagens. O secretário disse também acreditar que “o aperfeiçoamento do sistema poderá elevar ainda mais a eficácia da investigação de casos”.

Ao mesmo tempo, Wong Sio Chak recordou que para que o sistema possa ser utilizado é necessária “uma delegação de competências para o efeito” e que a recolha de informações vai ser feita “de acordo com a lei”.

Pak Lei à espera

O secretário abordou igualmente o caso da explosão dentro de um restaurante no Edifício Pak Lei, na Areia de Preta, e explicou que a investigação está a aguardar pelos depoimentos das vítimas.

“A Polícia Judiciária fez pesquisas no local e encontra-se actualmente a proceder aos trabalhos de investigação noutros aspectos. A par disso, como parte dos feridos ainda se encontra a receber tratamento hospitalar, a PJ não conseguiu, por enquanto, recolher os seus depoimentos, uma tarefa que tem de concluir para depois poder submeter o relatório de investigação ao Ministério Público”, explicou.

Em relação à Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, Wong Sio Chak explicou que os equipamentos têm sido instalados na Zona de Administração da Ilha Fronteiriça Artificial e que os mesmos estão a ser experimentados. Porém, garantiu que assim que for necessário abrir a ponte, que os recursos humanos e materiais vão estar prontos.

6 Jul 2018

Segurança do Estado | Revisão da lei finalizada até ao início de 2019

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] versão preliminar da Lei da Defesa da Segurança do Estado, que regula o artigo 23 da Lei Básica, está finalizada e encontra-se em processo de melhoria e “aperfeiçoamento de algumas disposições”.

A informação foi avançada, ontem, por Wong Sio Chak, que disse ainda esperar ter a versão final até ao fim do corrente ano ou ao início do próximo. Por outro lado, admitiu a possibilidade de haver uma consulta pública sobre o diploma “se houver essa necessidade”.

Em relação ao “Regime Jurídico de Intercepção e Protecção de Comunicações”, o objectivo passa por lançar a consulta pública ainda no terceiro trimestre. Caso tal não seja possível, a auscultação das opiniões deverá acontecer até ao final do ano.

5 Jul 2018

Residência | FAOM quer normas definidas e investigações na atribuição de BIR

Deputados ligados à FAOM afirmaram ontem, em conferência de imprensa, que são necessárias políticas claras para aceitação de pedidos de residência por investimento. Quando à residência para técnicos especializados, Ella Lei quer que esta categoria incida apenas sobre “talentos raros”

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) quer que os pedidos de residência por investimento e por título de técnico especializado sejam investigados. Em causa estão as denúncias dadas a conhecer recentemente pelo relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC). O documento revelou negligências por parte do Instituto de Promoção do Comércio e Investimento (IPIM) no que respeita à aceitação de pedidos de residência.

Ella Lei ressalvou que na origem dos problemas registado está, acima de tudo, a falta de políticas claras. A deputada dá exemplos: “A lei não define claramente em que termos é que se pode considerar um investimento relevante para que possa ser atribuída residência”.

Na conferência de imprensa de ontem, em que também participaram outros três deputados ligados à FAOM, Leong Sun Iok, Lam Lon Wai e Lei Chan U, Ella Lei explicou ainda que, apesar de existirem instruções internas relativas aos valores de referência, que rondam investimentos de um montante mínimo de certa de 13 mil patacas, resta saber se este montante é relevante. Por outro lado, alerta, há casos fraudulentos com referência a outros montantes e em que o IPIM não cumpriu os requisitos exigidos antes de aprovar os pedidos.

Raridades

No que respeita aos pedidos de residência tendo em conta o cargo de técnico especializado, Ella Lei considera que só devem ser aprovados quando se tratarem de “talentos de elite, difíceis de encontrar na região”.

A deputada considera que os requisitos exigidos são “demasiado leves” tendo em conta que as condições se limitam a ter uma licenciatura, um contrato de trabalho e um salário dentro da média local. Para Ella Lei é inaceitável que pessoas que apenas apresentaram o certificado do ensino secundário tenham visto os seus pedidos de residência aprovados pelo IPIM.

O deputado Lam Lon Wai considerou que o Governo deve investigar os pedidos registados nos últimos sete anos, para esclarecer se constam casos em que estão envolvidas irregularidades.

5 Jul 2018

Fong Soi Kun | Chefe do Executivo aceita decisão do Tribunal de Segunda Instância

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Chefe do Executivo não vai recorrer da decisão do Tribunal de Segunda Instância (TSI), que aceitou a providência cautelar para que o ex-director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos receba a pensão por completo, até haver uma decisão final sobre a sanção que lhe foi aplicada, após a passagem do tufão Hato.

“O Chefe do Executivo, após consulta jurídica, não questiona os fundamentos do Acórdão do Tribunal de Segunda Instância que decidiu a suspensão de eficácia requerida pelo Senhor Fong Soi Kun”, afirmou o Gabinete do Porta-Voz, em comunicado.

 

5 Jul 2018

Zona A precisa de mais estruturas complementares na primeira fase de construção, defendem deputados

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s deputados da comissão de acompanhamento para os assuntos de terras e concessões públicas entende que as estruturas complementares à habitação pública prevista para a zona A dos novos aterros, devem estar prontas antes da fase inicial de ocupação das habitações. A ideia é sugerida no relatório de acompanhamento da situação das obras dos novos aterros e do seu planeamento.

O plano urbano da zona A prevê a construção de dois mercados na área norte que se inserem na primeira fase do plano de construção de habitação pública. Esta primeira fase abrange oito lotes de terreno, sendo que setes são destinados à construção de sete mil fracções e apenas um, às execução de um mercado “onde se prevê a edificação em cima do mesmo de algumas instalações sociais”, refere o documento.

De acordo com o Governo, a construção do “Bairro das Escolas” enquanto estrutura de apoio também não irá “esperar pela conclusão da 2º, 3º e 4º fases dos planos de habitação pública destinado àquela zona”.

No entanto, para a comissão estas medidas podem não ser suficientes. Os deputados argumentam com a lição que se deveria ter tirado depois dos problemas revelados pelo projecto de Seac Pai Van.

Segundo o relatório da comissão, a primeira fase de ocupação do projecto de habitação pública exige instalações complementares para satisfazer as necessidades de sete mil famílias, o que em termos de número de habitantes pode corresponder a mais de 20 mil pessoas.

Neste sentido, e com a planta ainda por elaborar, os deputados sugerem que o Executivo tenha em conta um melhor aproveitamento das áreas de rés-do-chão dos edifícios destinados a habitação para “aí haver instalações de comes e bebes e de lazer, além da construção dos respectivos mercados ou outros centros comerciais”.

O objectivo, refere o documento, é “facilitar a vida da população, criar uma vida de lazer e promover o desenvolvimento de PME”.

Reuniões crescentes

Os trabalhos referentes às plantas da primeira fase do plano de habitação pública para a zona A dos novos aterros tiveram início no ano passado e precisam agora de análise por parte do Conselho de Planeamento Urbanístico (CPU) num processo que pode ser moroso e contribuir para mais atrasos. Neste sentido, a comissão sugere que seja encurtado o espaço de tempo entre as reuniões do CPU.

O Governo, por seu lado, concorda com a sugestão e mostra disponibilidade na convocação de reuniões destinadas especificamente à discussão das plantas de condições urbanísticas de habitação pública.

Ainda de acordo com o Governo “uma vez emitida a planta de condições urbanísticas, poder-se-á então, de imediato, divulgar a calendarização para a concepção e as obras”.

5 Jul 2018

Instituto Assuntos Municipais | Lei vai ser votada antes de 15 Agosto

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Segunda Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) espera que o documento que vai criar o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) seja votado em plenário na especialidade.

Segundo o canal chinês da TDM, esta foi a principal conclusão da reunião de ontem, na qual o Executivo manteve a posição de não legislar a possibilidade das pessoas se auto-proporem para serem nomeadas para o Conselho Consultivo para os Assuntos Municipais. Porém, os representantes do Governo admitiram que vai ser anunciado um sistema específico para esse efeito, posteriormente.

5 Jul 2018

Metro Ligeiro | Atraso na lei pode atrasar entrada em funcionamento da infra-estrutura

O Governo insiste que o Metro Ligeiro vai entrar em funcionamento em 2019. Mas para que isso aconteça é necessário que os processos legislativos sejam concluídos atempadamente. De acordo com a comissão de acompanhamento para os assuntos de terras e concessões públicas, a inexistência de uma proposta de lei a este respeito e os atrasos na criação da empresa de gestão do projecto podem resultar no atraso na circulação do metro ligeiro

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s deputados da comissão de acompanhamento para os assuntos de terras e concessões públicas temem que os atrasos do processo legislativo sobre a lei do sistema de transporte do Metro Ligeiro (ML) impeçam a entrada em funcionamento da estrutura, prevista para 2019.

A informação é dada pelo relatório da comissão de acompanhamento. “Quanto ao ponto da situação do processo legislativo relativo às respectivas leis e regulamentos, por enquanto, [os elementos do Governo] não avançaram à comissão nenhuma calendarização para o referido efeito”, lê-se no documento.

No entender dos deputados da comissão, os regimes jurídicos que vão regulamentar o ML devem estar em articulação com o funcionamento da própria empresa. No entanto, a ausência de datas para finalizar as leis e criar a empresa de gestão pode comprometer a entrada em funcionamento do transporte.

A consulta pública referente ao regime jurídico da lei do sistema de transporte de ML terminou em Abril do ano passado. Em Julho foi publicado o relatório e produzido um ante-projecto da proposta de lei que foi entregue para análise aos serviços técnicos. O documento, refere a comissão, tem sido alvo de constantes aperfeiçoamentos pelo que não tem ainda uma versão para ser apresentada e votada na generalidade na Assembleia Legislativa.

Empresa atrasada

Simultaneamente, e dada a necessidade de criação de uma empresa com fundos públicos responsável pela exploração do ML, o Governo apontou que “iria envidar todos os esforços para criar a empresa de exploração do sistema até ao segundo trimestre deste ano”. A meta já foi ultrapassada e, até agora, não existe informação acerca da criação da referida empresa.

Entretanto, e de acordo com o mesmo documento, o Governo “aclarou” que a linha da Taipa vai mesmo entrar em funcionamento no próximo ano, apesar das ligações a Seac Pai Van e à península de Macau não terem ainda datas apontadas. De acordo com o Executivo, não será com certeza para o próximo ano.

Problemas sem solução

A comissão apontou também alguma preocupações quanto à sustentabilidade financeira do projecto dada a sua dependência exclusiva da venda de bilhetes de transporte. Para os deputados seria uma mais valia a instalação de estabelecimentos comerciais dentro das estações de metro. Mas, “segundo a explicação do Governo, tendo em conta a limitada área de construção de terreno, já não há, nesta fase solução”, refere o relatório.

O Executivo admite que “vai enfrentar grandes desafios e dificuldades aquando do seu funcionamento”, até porque se trata de uma situação em que não há rendimentos comerciais, “a que acrescem ainda os elevados custos com a reparação e manutenção do ML com a contratação de pessoal”, admite.

 

 

Metro para todas as ocasiões

De acordo com o relatório da comissão de acompanhamento para os assuntos de terras e concessões públicas relativo ao Metro Ligeiro (ML), há deputados que sugerem o funcionamento destas infra-estrutura nos dias de tufão. “Em Macau enquanto cidade turística que funciona 24h por dia e sob qualquer condição climatérica, é já muito comum ver os cidadãos terem de ir trabalhar nos dias de tufão e assim sendo [os deputados] propuseram às autoridades para ponderar a manutenção dos serviços do ML nos dias de tufão”, lê-se. Segundo o mesmo documento, caso seja impossível assegurar este transporte, há elementos da comissão que pediram ao Executivo para ponderar a continuidade da circulação de autocarros. Em resposta, o Governo argumenta que “por razões de segurança, em situações desnecessárias, os cidadãos não devem fazer deslocações nos dias de tufão”. O Executivo salienta ainda o facto dos seguros poderem não abranger os acidentes ocorridos nestes dias de mau tempo, por isso, nem o ML nem autocarros públicos circulam quando é içado o sinal 8 de tufão.

5 Jul 2018

Grande Baía | Mais uma visita do Chefe do Executivo entre os dias 9 e 11 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, vai liderar uma comissão do Governo da RAEM que vai visitar várias cidades da zona da Grande Baía, nomeadamente Zhaoqing, Foshan, Huizhou e Dongguan, entre 9 e 11 de Julho.

A informação foi avançada, ontem, pelo Governo em comunicado. Esta viagem acontece poucos dias depois de Chui Sai On ter feito uma semelhante, a outras cidades da Grande Baía.

Além de Macau e Hong Kong, Guangzhou, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing são as cidades que integram a Grande Baía.

 

4 Jul 2018

Deputado pró-democrata Sulu Sou voltou ontem à Assembleia Legislativa

[dropcap style≠’circle’]À[/dropcap]s 10h15 da manhã de ontem Sulu Sou recebeu a notificação da Assembleia Legislativa (AL) a informar que a sua suspensão estava terminada. “A AL notifico-me de que tinha recebido o documento do tribunal a confirmar que o meu caso estava fechado”, disse aos jornalistas depois da reunião da terceira comissão da qual já fez parte. “Foi uma emergência para mim, porque foi apenas 15 minutos antes da reunião”, disse.

Mas o deputado já estava na AL desde as 9h30 e “já tinha preparado o material para discussão do tema em sede de comissão na noite anterior”, apontou Sou.

A satisfação por voltar ao trabalho legislativo era visível, até porque se sentiu bem-vindo no regresso a funções. “Gostei de ver que houve deputados que se mostraram satisfeitos com o meu regresso. Penso que o presidente Vong Hin Fai já sabia, até antes de mim, do meu regresso porque quando entrei não o notei surpreendido”, revelou. Mas o deputado não pensou apenas nos colegas aquando do seu regresso às lides legislativas. “Penso que muitos dos meus apoiantes ficaram contentes com esta notícia de última hora”, afirmou.

Transparência em vista

Ao saber que podia regressar ao trabalho, Sulu Sou partilhou um vídeo no Facebook em que mostrou o percurso, agora já no exercício das suas funções, do seu gabinete à sala de reuniões da 3ª comissão permanente.

O deputado, que antes da suspensão, defendia a abertura das reunião de comissão ao público para uma maior transparência reafirmou ontem esta posição. “Espero que um dia possa transmitir ao vivo estas reuniões”, até porque a “AL sempre pediu ao Governo transparência  e nós ainda temos muito espaço para melhorar a nossa transparência também”, sublinhou.

Hoje Sulu Sou entrega um pedido de debate na AL numa iniciativa conjunta com o deputado José Pereira Coutinho. “Vou cooperar com o deputado Coutinho no que respeita ao pedido de debate acerca da construção do crematório e espero que possamos submeter o debate em conjunto”, rematou.

4 Jul 2018

Kaifong | Chefe do Executivo presente em escola ligada a Ho Ion Sang

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Chefe do Executivo realizou ontem uma visita à Escola dos Moradores do Bairro do Patane, ligada à União Geral das Associações de Moradores de Macau (UGAMM, ou Kaifong), a que pertence o deputado Ho Ion Sang.

O encontro serviu, de acordo com um comunicado oficial, para “a troca de impressões acerca do aperfeiçoamento do ensino”. O Chefe do Executivo referiu que, nos últimos anos, houve uma “grande” evolução no sistema de ensino, uma vez que “o Governo vem aumentando gradualmente os recursos atribuídos a esta área, desde o ensino básico ao superior”. Ho Ion Sang, também assessor da comissão da escola, esteve presente no encontro, que serviu para apresentar o projecto de expansão do campus da instituição de ensino, “articulando as necessidades de admissão de mais alunos com o aumento das instalações de ensino, servindo, deste modo, a população”.

Foi pedido apoio ao Governo, mas o Chefe do Executivo advertiu para eventuais problemas que possam ocorrer. “Chui Sai On alertou para a necessidade de conhecer bem a regulamentação de construção no espaço circundante à escola, [tendo sugerido] que a expansão do campus seja planeada através de uma visão a longo prazo, seguindo as exigências educativas actuais e salvaguardando ainda as condições e qualidade do ensino”, lê-se no comunicado.

4 Jul 2018

Deficiência | Lei de benefícios fiscais segue para votação na especialidade

Apesar das críticas, o parecer da proposta de lei sobre o benefício fiscal à contratação de pessoas com deficiência foi assinado por todos os deputados da 3ª comissão permanente. O documento vai ser agora submetido ao presidente da AL para, depois, seguir para votação na especialidade

 

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi ontem assinado, pela totalidade dos deputados da 3ª comissão permanente, o parecer da proposta de lei sobre o benefício fiscal à contratação de pessoas com deficiência. A diploma vai agora ser apresentado à Assembleia Legislativa para votação na especialidade, apesar de ter sido alvo de críticas dos deputados ao longo do processo legislativo.

De acordo com o parecer, o Governo deveria definir, consoante os graus de deficiência e o salário auferido, diferentes níveis no montante dedutível no valor do imposto. O objectivo seria conceder um maior benefício fiscal às entidades empregadoras que contratem pessoas com um grau e deficiência grave ou para um posto de trabalho com salários mais elevados.

O Executivo não aceitou a sugestão. “A administração considera que não há uma relação proporcional entre grau de invalidez e a facilidade ou dificuldade de uma pessoa portadora de deficiência ser contratada e a sua capacidade de trabalho”, refere o parecer.

No entender do Governo, o factor que vai influenciar a produtividade de um trabalhador com deficiência é a conciliação entre o tipo de trabalho para que é contratado e a incapacidade que tem. “Uma pessoa com deficiência auditiva extrema grave pode ser qualificada para trabalhos físicos”, exemplifica o Executivo. Sobre o mesmo ponto, a Administração deu novamente como referência o caso do cientista Stephen Hawkings que, apesar de ter sido “portador de uma deficiência motora muito grave”, a incapacidade “não afectou o seu trabalho e sucessos alcançados como cientista”, lê-se no parecer.

Salário de parte

Quanto à questão de proporcionalidade, o Governo considera que o nível salarial não reflecte a capacidade de trabalho nem o desempenho das pessoas portadoras de deficiência. “Classificar o benefício fiscal a obter a partir dos diferentes níveis salariais é inadequado para fomentar a contratação de mais pessoas portadoras de deficiência por parte dos empregadores”, aponta o documento.

Apesar da aceitação por parte dos deputados da proposta que agora vai ser apresentada ao hemiciclo para votação na especialidade, o presidente da 3ª comissão permanente, Vong Hin Fai, não deixou de expressar que as preocupações se mantêm.

“Com isto, os empregadores podem querer contratar apenas pessoas com menor grau de deficiência e com salários mais reduzidos”, apontou o presidente da comissão.

De acordo com a proposta, para terem acesso ao benefício fiscal, as empresas têm de contratar trabalhadores com cartão de registo de avaliação de deficiência, que já é atribuído pelo Governo, e com um horário que complete, pelo menos, 128 horas mensais.

Patrões excluídos

No que respeita aos empregadores, apesar dos pedidos da comissão para que, no caso de também serem deficientes, fossem incluídos nos beneficiários da proposta de lei, o Governo manteve a sua exclusão. “Para que este benefício seja aplicado é necessário que exista uma relação de empregador/trabalhador”, argumentou a Administração.

A proposta prevê uma dedução fiscal de 5000 patacas no imposto complementar de rendimento do empregador por cada trabalhador com deficiência que tenha a seu cargo.

No documento inicial, este benefício seria dado por despacho do Chefe do Executivo. No entanto, depois da discussão da proposta na sessão parlamentar que a aprovou na generalidade, e ouvidas as opiniões dos deputados da comissão, a dedução passa a constar do próprio diploma. “A versão final da proposta de lei estabelece agora, inequivocamente, o montante máximo da dedução fixado em 5000 mil patacas”, referiu Vong In Fai após a reunião de ontem.

4 Jul 2018

AL | Subsídio permanente de invalidez aprovado por unanimidade

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi ontem aprovada na especialidade a proposta da alteração ao regime da segurança social que prevê que o subsídio provisório de invalidez se transforme numa medida de longo prazo.

O diploma reuniu a unanimidade de votos dos deputados e entra em vigor a 1 de Outubro, apesar do Governo ter anteriormente apontada a data de 1 de Julho. Questionado sobre as consequências que este atraso poderá acarretar, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam afirmou que ninguém vai sair prejudicado.

“Este mês vamos atribuir o terceiro trimestre do subsídio provisório e depois entra em vigor este novo regime que sendo também trimestral não prejudica ninguém”, disse, assegurando que “nenhum dos beneficiários vai sair afectado”, sublinhou.

3 Jul 2018

Pearl Horizon | Deputados voltam a reunir com Sónia Chan

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]eis deputados – Chan Hong, Ho Ion Sang, Si Ka Lon, Ella Lei, Wong Kit Cheng e Song Pek Kei – encontraram-se ontem com a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, bem como com o deputado Ip Sio Kai, vice-director-geral do Banco da China.

Foram discutidas as solicitações dos lesados do caso Pearl Horizon, tendo sido pedido que a Polytex, antiga concessionária do terreno na zona da Areia Preta, devolva de uma só vez o investimento feito por aqueles que pediram empréstimos e que reforce a sua comunicação com o Governo relativamente à proposta que já foi apresentada.

Em comunicado, a deputada Ella Lei explicou que muitas pessoas estão preocupadas com o facto de, até ao momento, ainda não terem recebido o montante do investimento que a Polytex prometeu devolver, além de não terem conhecimento dos pormenores do desfecho do processo.

Os deputados entendem que o Governo deve inteirar-se do montante que a Polytex deve devolver, sendo que Sónia Chan pediu às pessoas para não confiarem em informações falsas. A secretária prometeu avançar com mais informações na plataforma que o Governo recentemente criou nas redes sociais.

3 Jul 2018