All About Macau | Jornal anuncia fim das operações

O encerramento acontece numa altura em que o jornal tem sido sistematicamente impedido de entrar em eventos oficiais. Três jornalistas estão a ser visadas pelo Ministério Público. Duas tentaram assistir a uma reunião do plenário da AL, aberto a toda a população

O jornal All About Macau anunciou ontem o fim das operações, devido ao aumento dos “riscos e pressões”. A decisão do jornal mensal com versão online foi divulgada ontem, através de um comunicado. “Confrontado com crescentes pressões e riscos, e depois de uma ponderação cautelosa, este meio de comunicação decidiu terminar as operações com a publicação de Outubro, que será publicado num formado especial”, consta da mensagem divulgada ontem.

Além do fim da publicação em papel, o jornal vai igualmente desactivar o portal online a partir de 20 de Dezembro, deixando assim de disponibilizar um arquivo acumulado de mais de 15 anos.

“Desde Outubro do ano passado, o acesso dos jornalistas do All About Macau a alguns eventos oficiais começou a ser restringido”, é relatado. “Em Abril deste ano, este meio de comunicação teve novamente a entrada negada na Assembleia Legislativa e três jornalistas estão indiciados de crimes, pelo que podem enfrentar processos criminais como resultado do incidente”, foi acrescentado.

Os episódios de bloqueio por parte das autoridades de Macau ao jornal tornaram-se frequentes no final do ano passado. Inicialmente, as autoridades utilizaram como desculpa a falta de capacidade de vários locais onde decorriam os eventos, mesmo se os locais estavam praticamente vazios.

No entanto, a dimensão do bloqueio escalou para um nível diferente, quando a Assembleia Legislativa começou a impedir o acesso dos jornalistas da publicação à sala do Plenário, que em teoria devia ser aberta a toda a população. O episódio levou a que duas jornalistas fossem detidas.

Cancelado pelo GCS

Na mensagem de ontem, foi também tornado público que o Gabinete de Comunicação Social deixou de reconhecer o All About Macau como uma publicação registada.

A decisão terá sido justificada com o facto de o GCS ter passado a considerar que o All About Macau “deixou de cumprir os requisitos legais” para ser reconhecido como órgão de comunicação social, apesar de ter uma publicação mensal. O registo foi assim cancelado.

Com o encerramento, chega ao fim uma publicação que foi montada em 2010 e que teve sempre como objectivo sobreviver sem qualquer tipo de subsídio de entidades públicas. Na mensagem de despedida, o All About Macau deixou ainda a garantia que sempre se orientou pelos valores da integridade jornalística, o trabalho de investigação e pela defesa das liberdades de informação e de expressão, garantidas pela Lei Básica.

31 Out 2025

Hengqin | Leong Sun Iok lança apelo a profissionais de Macau

O deputado Leong Sun Iok apelou aos profissionais de Macau para que aproveitem as oportunidades na Ilha de Hengqin. Estas declarações surgem depois de as autoridades da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin terem publicado uma lista que facilita o reconhecimento das qualificações profissionais em Hengqin, pelo que o deputado, em declarações ao jornal Exmoo, lembrou que, das 87 qualificações profissionais abrangidas, 49 dizem respeito a Macau.

Leong Sun Iok lembrou ainda que, nos últimos anos, as autoridades de Hengqin e Macau lançaram várias medidas de incentivo para atrair os residentes para a Zona de Cooperação, tal como o plano de apoio aos jovens para se deslocarem e trabalharem na Grande Baía, lançado recentemente, onde se atribuem subsídios de emprego de cinco mil patacas aos recém-licenciados, com menos de 35 anos, que trabalhem nas empresas aderentes ao programa.

O deputado sugeriu ainda que o Governo reforce as funções da plataforma da Conta Única de Macau, a fim de os utilizadores poderem, através da aplicação, conhecer as vagas de emprego disponíveis em Hengqin, bem como acções de formação, certificações necessárias e estágios, para que os profissionais se possam melhor adaptar ao ambiente de Hengqin.

31 Out 2025

AL | Kou Hoi In despediu-se do hemiciclo com louvores

Na hora da despedida, o ex-presidente da Assembleia Legislativa decidiu louvar os 120 trabalhadores com quem trabalhou nos seis anos em que desempenhou o cargo

Antes de deixar a presidência da Assembleia Legislativa, a 16 de Outubro, Kou Hoi In atribuiu 120 louvores aos trabalhadores que o acompanharam ao longo dos seis anos no cargo. O texto com os louvores aos vários trabalhadores da AL foi publicado ontem no Boletim Oficial.

“Ao cessar as minhas funções de Presidente da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China, desejo louvar todos os trabalhadores dos Serviços de Apoio à Assembleia Legislativa que ao longo dos seis anos em que tive a honra de exercer a presidência desta Instituição me acompanharam sempre com grande empenho, zelo, competência, lealdade e excepcional dedicação”, pode ler-se. “Todos, no âmbito das respectivas funções, serviram a Assembleia Legislativa […] com elevado sentido de responsabilidade, grande disponibilidade, exemplar abnegação e sentido de pertença a esta Instituição. Merecem, por isso, ser louvados pelo seu inigualável empenho no serviço da causa pública e da importante contribuição que ao longo destes anos prestaram em prol do prestígio da Assembleia Legislativa e do progresso da RAEM”, foi acrescentado.

Kou Hoi In indicou ainda que todos os trabalhadores “sem excepção”, “puseram o melhor do seu saber no desempenho das suas funções”, pelo que considerou os louvores atribuídos “de inteira justiça”

Lista dos contemplados

Na lista de louvores constam, entre outros os nomes de Sílvia Barradas, Luís Pessanha, Liu Dexue, Arnaldo Vilas, Paulo Henriques, Ana Correia, Rosa Neves, Simone Maria Martins, Erica Leong In Peng, André Lai Kin Meng, Gabriela do Espírito Santo, Luís Batalha, Manuela Borges, Luís Lopes, Graça Kong Sales Ritchie, Madalena Cardoso, Bruno Brazão, Manuela Rodrigues, Ana Luísa de Moura, Manuela Rosa da Costa, Alberto Xeque do Rosário, Carolina Fernandes, Margarida Fátima da Silva ou Joaquim da Silva Leong.

Kou Hoi In foi eleito presidente da Assembleia Legislativa em 2019, depois da posição ter sido deixada vaga por Ho Iat Seng, que abandou o hemiciclo para se candidatar a Chefe do Executivo.

O início do mandato foi atribulado, com Kou Hoi In a precisar de repetir o juramento, depois de na primeira ocasião se ter esquecido de mencionar numa das três a palavra Macau. A repetição não acabou com a controvérsia, uma vez que na altura o juramento correu num ambiente fechado, o que fez com que o carácter público da cerimónia fosse questionado.

Apesar disso, Kou voltou a assumir o cargo na última Legislatura, fazendo com que tivesse ocupado as funções durante seis anos. No passado dia 16 de Outubro, André Cheong assumiu o cargo

31 Out 2025

Governo | Wong Sio Chak visitou serviços públicos

Tendo assumido funções muito recentemente como secretário para a Administração e Justiça, Wong Sio Chak visitou recentemente diversos serviços públicos da sua tutela, a fim de se inteirar do funcionamento dos mesmos.

Desde o dia 16 de Outubro, quando tomou posse, que visitou a Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), a Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) e a Imprensa Oficial (IO), “tendo trocado opiniões com o pessoal de direcção e chefia e os trabalhadores da linha da frente”, destaca uma nota oficial.

No caso da DSAJ, a visita aconteceu no passado dia 21, tendo o secretário “tomado conhecimento da situação dos trabalhos em virtude da fusão da DSAJ com a IO”, que se formaliza a partir desta sexta-feira. Outra visita, decorreu na tarde de segunda-feira, tendo o governante, na companhia da directora dos SAFP Leong Weng In, e outros dirigentes, visitado “os gabinetes de trabalho desse serviço e reunido com o pessoal de direcção e chefia, para conhecer melhor os trabalhos de promoção da reforma da Administração Pública, os assuntos relativos ao recenseamento eleitoral e o atendimento ao público na linha da frente do Centro de Informação ao Público”, entre outras tarefas.

Wong Sio Chak deixou várias notas nestas visitas, nomeadamente “o reforço da união e cooperação” entre trabalhadores e a promoção “da comunicação horizontal e positiva, no sentido de unir a sinergia da equipa”, devendo apostar-se também “no espírito reformista e inovador e a assumir as suas responsabilidades”.

30 Out 2025

Qinghai | Sam Hou Fai destaca atractividade turística

Sam Hou Fai destacou os recursos “eco-turísticos abundantes” da província de Qinghai, que afirmou ser um dos locais procurados pelos residentes. As declarações constam de uma nota de imprensa, na sequência de um encontro entre o Chefe do Executivo e o vice-secretário do comité provincial do Partido Comunista Chinês (PCC) e governador da província de Qinghai, Luo Dongchuan, na Sede do Governo, que aconteceu na passada segunda-feira.

Além de destacar a atractividade turística da província que tem como capital Xining, Sam Hou Fai também apontou que as duas regiões chinesas devem reforçar a aposta no turismo ao “trabalhar em conjunto na exploração de mais produtos turísticos para concretizar a complementaridade mútua das vantagens e o desenvolvimento comum”.

No encontro, Sam Hou Fai indicou que Macau é um “interlocutor de precisão” entre a China e os Países de Língua Portuguesa e que pode “desempenhar activamente o papel de plataforma de serviços para a cooperação comercial”. O Chefe do Executivo mostrou assim a RAEM como uma plataforma para “ajudar os produtos característicos de Qinghai a explorar mais canais de promoção e venda dentro dos países lusófonos”.

30 Out 2025

HK / Eleições | John Lee elogia modelo de Macau e promete segui-lo

O Chefe do Executivo da região vizinha confirmou que enviou representantes a Macau para aprenderem com a experiência das Legislativas de Setembro. John Lee confirmou também ter enviado cartas aos funcionários públicos a indicar que a votação é uma prova de lealdade à Lei Básica e à RAEHK

O Chefe do Executivo de Hong Kong prometeu seguir o modelo de Macau nas próximas eleições para o Conselho Legislativo. John Lee elogiou as medidas de Macau, onde os funcionários públicos foram avisados que a abstenção nas Legislativas poderia ser entendida como falta de patriotismo, e alguns chefes dos departamentos da Administração Pública elaboraram questionários sobre a intenção de votar dos subordinados.

“Já pedi a todos os serviços públicos para tomarem todas as medidas possíveis para que os funcionários que precisam de trabalhar no dia de votação possam deslocar-se aos locais de voto, de forma conveniente”, afirmou o líder do Governo de Hong Kong. À semelhança de Sam Hou Fai, John Lee admitiu que também enviou uma carta aos funcionários públicos a indicar que a participação nas eleições é tida como uma prova de lealdade à Lei Básica e à RAEHK.

Ao contrário do que aconteceu em Macau, num primeiro momento, a carta de John Lee foi divulgada publicamente. Na missiva, o Chefe do Executivo indica que os funcionários públicos precisam de ser um exemplo de responsabilidade cívica, o que devem fazer ao votar. No entanto, John Lee não esclareceu, à imagem do que aconteceu em Macau, se vai penalizar os funcionários públicos que optem por não ir às urnas.

Recados às empresas

O líder do Governo de Hong Kong reconheceu também publicamente que como forma de preparar as Legislativas, vários representantes do seu Governo estiveram em Macau, onde se encontraram com governantes locais, para conhecerem o modelo. John Lee fez um balanço muito positivo deste intercâmbio, que explicou com o facto de considerar que as eleições na RAEM foram “realizadas com sucesso”.

No entanto, o esforço do Governo da RAEHK não se fica apenas pela mobilização dos funcionários públicos. Tal como aconteceu em Macau, em que algumas concessionárias e empresas estatais questionaram os trabalhadores sobre a intenção de votar e arranjaram transportes, em Hong Kong pretende-se que as empresas privadas também mobilizem os trabalhadores. “Apelo também a todas as entidades, organizações e empresas privadas e públicas a incentivarem os seus funcionários a votar, com medidas convenientes”, pode ler-se na carta tornada pública.

Apesar deste plano, o Chefe do Executivo de Hong Kong não traçou uma meta a nível da participação dos eleitores. “Não temos quaisquer indicadores rígidos, mas vamos fazer o melhor. É esse o nosso indicador”, indicou John Lee. Nas Legislativa de Macau, a taxa de participação foi de 53,35 por cento, a terceira mais baixa desde a transição da soberania.

30 Out 2025

Administração | Nick Lei acusa dirigentes de incompetência

O deputado Nick Lei acusou vários dirigentes dos serviços públicos de não terem “conhecimentos” para as funções que desempenham e tratarem os seus cargos como “estados feudais”. A acusação do deputado ligado à comunidade de Fujian foi feita durante a intervenção antes da ordem do dia do plenário da Assembleia Legislativa.

Numa intervenção em que pediu uma reforma das leis que regulam a Administração Pública, Nick Lei indicou que “face às mudanças internas e externas, aos desafios do desenvolvimento económico e às crescentes necessidades da sociedade no âmbito dos serviços públicos” é necessário implementar mudanças, para alcançar “resultados práticos e viáveis para os residentes”.

Lei defendeu depois que “a falta de clareza quanto às competências e responsabilidades dos serviços públicos, a falta de coordenação interdepartamental, a complexidade dos procedimentos administrativos, a atitude irresponsável dos serviços, a actuação de cada um à sua maneira e a desactualização de algumas leis e regulamentos”, mostra que “muitos dirigentes não têm conhecimentos suficientes sobre os serviços que prestam, e que, a par disso, a burocracia e “estados feudais” continuam a constituir obstáculos à elevação da eficiência governativa e à promoção do desenvolvimento socioeconómico”.

Neste sentido, o deputado pediu que se sigam os discursos de Xi Jinping e que o Governo avance com mudanças face aos obstáculos que impedem o seu próprio desenvolvimento.

30 Out 2025

Direitos Laborais | Leong Pou U estreia-se com pedidos

O deputado Leong Pou U estreou-se no hemiciclo a apelar ao Executivo para actualizar vários direitos laborais, que há mais de 30 anos não sofrem qualquer alteração.

“Na realidade, os padrões laborais de Macau estão sempre atrasados em relação aos países e regiões vizinhos, apesar de terem um desenvolvimento socioeconómico semelhante ao de Macau, […] e alguns padrões laborais não são actualizados há dezenas de anos”, começou por afirmar o deputado ligado aos Operários. “Por exemplo, as horas de trabalho e as férias anuais não são alteradas desde 1984, ou seja, há 41 anos; os feriados obrigatórios não são ajustados há 36 anos, desde 1989”, apontou.

Com base nestes dados, o deputado eleito pela via indirecta apelou ao Executivo para avançar o mais depressa possível com a “revisão e aperfeiçoamento sistemáticos das leis e regulamentos laborais e, tendo em conta a situação real e a tendência de desenvolvimento do mercado de trabalho de Macau”.

Apesar deste pedido, Leong Pou U defendeu a necessidade de existir um consenso entre as entidades patronais e trabalhadoras para implementar mudanças, o que raramente acontece, mesmo no seio do Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS).

30 Out 2025

AL | Definidas lideranças das comissões de trabalho

José Chui Sai Peng vai assumir a presidência da Comissão de Regimento e Mandatos, uma das comissões mais importantes. O português José Pereira Coutinho é o deputado mais experiente, mais velho e foi o “rei dos votos” no sufrágio directo, mas nem assim foi escolhido para qualquer cargo de liderança

Os deputados escolheram na terça-feira as composições e presidências das comissões de trabalho da Assembleia Legislativa. O legislador e empresário José Chui Sai Peng vai assumir a presidência da Comissão de Regimento e Mandatos, que assume especial importância por ter o poder para sugerir as alterações às regras de funcionamento do órgão legislativo.

Para o primo do ex-Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, a presidência de uma comissão não é novidade, dado que na Legislatura anterior liderava a Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas. Em relação ao secretário da Comissão de Regimento e Mandatos, a escolha dos deputados recaiu sobre o advogado e académico Iau Teng Pio.

No que diz respeito às comissões permanentes de trabalho, a 1.ª Comissão vai ser liderada por Wong Kit Cheng, enfermeira de formação e deputada das Mulheres. O secretário vai ser Nick Lei Leong Wong. Wong também tem experiência na condução dos trabalhos de comissões, dado que na Legislatura anterior liderava a Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas.

Na 2.ª Comissão, a presidência foi entregue a Ip Sio Kai, vice-presidente do Banco da China (Macau), enquanto a vice-presidência ficou para Lam Lon Wai, dos Operários. Na 3.ª Comissão, o escolhido para presidente foi Leong Sun Iok, igualmente deputado dos Operários, enquanto o secretário vai ser Leong Hong Sai, ligado aos Moradores.

Muito acompanhamento

Quanto às comissões de acompanhamento, sofreram também várias alterações. Na Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas, a presidência foi atribuída a Ella Lei Cheng I. Na Legislatura anterior a deputada dos Operários era a presidente da 1.ª Comissão Permanente. O secretário vai ser Joey Lao Chi Ngai, regressado ao hemiciclo, depois de ter sido preterido como legislador nomeado pelo Chefe do Executivo por Ho Iat Seng.

Na Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas, Song Pek Kei vai assumir a presidência, enquanto Ngan Iek Hang fica com as funções de vice. Finalmente, a nível da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos da Administração Pública, o empresário Ma Chi Seng vai ficar responsável pela presidência, sendo Kou Kam Fai o secretário.

A presidência do Conselho Administrativo da Assembleia Legislativa, que trata de assuntos como o orçamento do hemiciclo, foi entregue a Ângela Leong On Kei. As escolhas das comissões confirmam também que José Pereira Coutinho foi excluído de qualquer posição de liderança apesar de ser o deputado mais experiente do hemiciclo, o mais velho e também aquele que foi o “rei dos votos” no sufrágio directo.

30 Out 2025

Kiang Wu | Associação recebeu 234,14 milhões de patacas

A Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu recebeu quase 9 em cada 10 patacas distribuídas em apoios pelos Serviços de Saúde no terceiro trimestre. No total, foram atribuídos 270,35 milhões de patacas em subsídios

A Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu recebeu 234,14 milhões de patacas em subsídios pagos pelos Serviços de Saúde, que no terceiro trimestre deste ano totalizaram 270,35 milhões de patacas. Os dados foram revelados na semana passada, e significam que por cada 10 patacas distribuídas pelos SS em apoios, praticamente nove acabam depositadas nas contas do hospital privado.

Os principais apoios foram declarados como “subsídio para o serviço de internamento”, referentes a diferentes meses do ano, num total de quatro subsídios. Todos estes apoios para o serviço de internamento foram superiores a 40 milhões de patacas, com o montante mais elevado a ser alcançado em Maio, com uma tranche de 43,04 milhões de patacas. Em Março, o montante foi de 41,74 milhões de patacas, em Julho baixou para 41,36 milhões de patacas e em Abril foi de 40,21 milhões de patacas.

Estas transferências representaram 166,35 milhões de patacas do total de 234,14 milhões recebidos pela instituição.

O segundo maior tipo de apoios atribuídos pelos Serviços de Saúde ao Kiang Wu deveu-se ao “subsídio protocolar para financiamento das despesas médicas dos doentes do foro cardíaco”. No âmbito deste apoio, registou-se o pagamento de quatro tranches monetárias, correspondentes a quatro meses.

Em Março, o financiamento das despesas médicas dos doentes do foro cardíaco atingiu o valor elevado mais alto, com um total de 12,70 milhões de patacas. Em Maio, o valor tinha sido de 9,87 milhões de patacas, enquanto em Abril foi de 7,68 milhões de patacas e em Junho de 7,48 milhões de patacas.

Outros apoios de dimensão mais reduzida, envolveram o subsídio do funcionamento do Centro Hong Ling, despesas com serviços de exame para o rastreio do cancro do colo do útero, consultas externas para vacinação e subsídio das despesas de auditoria da Escola de Enfermagem de Kiang Wu do ano de 2023. 

Clientes habituais

Quanto às associações apoiadas pelos SS, a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) recebeu 18,37 milhões de patacas, com a grande fatia dos subsídios a visar os serviços de enfermagem de reabilitação do Centro de Recuperação.

Os SS atribuíram ao centro três tranches de 4,57 milhões patacas, pelo funcionamento do centro nos meses de Julho, Agosto e Setembro. Outros apoios à FAOM, visaram a “prestação de serviços de consulta externa”, cujos apoios mensais ficaram pouco acima de 1 milhão de patacas.

No pódio das instituições mais apoiadas, surge também a Associação de Beneficência Tong Sin Tong, ao receber 9,48 milhões de patacas. Entre estes apoios, a maior fatia foi justificada com a “prestação de serviços de consulta externa e tratamento” nos meses de Setembro, Agosto e Julho. Em todos os períodos houve um subsídio fixo de 3,08 milhões de patacas. No entanto, registaram-se ainda outros apoios menores, com subsídios de cerca de 50 mil patacas justificados oficialmente com um “programa de selantes de fissura”.

Lista de instituições

A distribuição pelos SS dos 270,35 milhões de patacas abrangeu 12 instituições locais. Na lista, é possível encontrar outras associações como a Santa Casa da Misericórdia de Macau, que recebeu cerca de 103 mil patacas, e a Cáritas de Macau, a quem foram distribuídas 315 mil patacas. No caso destas duas instituições, os apoios deveram-se à prestação de cuidados médicos em asilos locais.

Entre os nomes das instituições apoiadas surge também a Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau que recebeu 5,17 milhões de patacas, para apoiar o centro de recuperação a prestação de consultas externas ou o rastreio do cancro. Esta associação recebeu também um subsídio de 160 patacas, o mais baixo dos atribuídos, relacionado com testes de despistagem do vírus do HIV.

28 Out 2025

Dirigente associativo diz que HK aprende com eleições de Macau

Hong Kong vai a eleições para o Conselho Legislativo (LegCo), o parlamento local, a 7 de Dezembro e a propósito desse acontecimento, Lo Man-tuen, presidente da associação China Peaceful Development General Summit of Hong Kong-Macao-Taiwan Diaspora, afirmou que os governantes de Hong Kong já foram a Macau para aprender com as experiências do último acto eleitoral, que elegeu os deputados pela via directa e indirecta para a Assembleia Legislativa (AL).

Esta informação foi expressa num artigo de opinião publicado pelo jornal Ming Pao, onde o dirigente destaca a elevada afluência dos eleitores de Macau às urnas, com uma taxa de participação de 53,35 por cento. Lo Man-tuen lembrou ainda que a taxa de participação nas eleições por parte dos funcionários públicos foi muito elevada, pelo que o político entende que a aprendizagem da experiência eleitoral de Macau serve de exemplo para a mobilização nas eleições de Hong Kong, recorrendo-se a “todos os esforços”.

“Todas as associações e entidades de Hong Kong vão organizar actividades eleitorais. Acredito que vai haver uma grande mobilização sem precedentes e que a sociedade de Hong Kong vai aparecer [para votar]. Claro que a taxa de afluência vai subir e ultrapassar os números das eleições anteriores”, lê-se no artigo de opinião.

Posições concordantes

Esta opinião de Lo Man-tuen surge depois de o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau ter publicado um artigo na semana passada onde destacou a importância da realização das eleições em Hong Kong, alertando para as forças anti-China que podem perturbar o território, interferindo ou mesmo interrompendo o acto eleitoral.

Lo Man-tuen faz referências a esse artigo, relatando que recentemente surgiram “várias teorias bizarras que interrompem as eleições”, como a “falsa alegação fabricada de que há ‘interferência do Governo Central nas eleições”, ou quando foi divulgada a “lista de bençãos [de candidatos aceites pelo Governo Central]”. O autor do artigo dá também o exemplo de discursos que boicotam as eleições.

Recorde-se que as eleições para a VIII AL de Macau terminaram a 14 de Setembro, registando-se uma participação eleitoral de mais 11 por cento face às eleições anteriores, em 2021, tendo votado 175 272 eleitores. Este número de eleitores bateu o recorde histórico depois de 1999, quando a administração do território passou de Portugal para a China.

O porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau discursou no dia a seguir às eleições, falando da realização bem-sucedida das eleições, algo que consistiu numa “conquista marcante quanto à implementação plena do princípio de ‘Macau governado por patriotas’ e na promoção de uma democracia de alta qualidade que se adapta às condições reais de Macau”.

28 Out 2025

Waldo e Emperor | Governo coordena mudanças de 182 trabalhadores

Os casinos-satélite Waldo e Emperor Palace, ligados à Galaxy e Sociedade de Jogos de Macau, respectivamente, encerram esta semana o que vai obrigar a mudanças nas mesas de jogo e nas funções de 182 trabalhadores. A Direcção dos Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos diz estar a coordenar a situação com as operadoras

Os casinos Waldo e Emperor Palace fecham definitivamente portas esta semana. No caso do Waldo, ligado ao grupo Galaxy, o fecho está marcado para sexta-feira, 31, às 23h59, enquanto que o casino Emperor, ligado à Sociedade de Jogos de Macau (SJM), o encerramento acontece na quinta-feira, 30. O fecho destes dois espaços de jogo ocorre no contexto do fim dos casinos-satélite até ao final do ano, 31 de Dezembro.

Em comunicado, a Direcção dos Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) promete “supervisionar de forma rigorosa os procedimentos de encerramento dos referidos casinos, de forma a assegurar que decorram de forma estável e ordenada e que todos os procedimentos legais estejam a ser devidamente cumpridos”.

Em causa, estão mudanças nas mesas de jogo e nas funções de 182 trabalhadores, 71 do casino Emperor Palace e 111 do Waldo. Em comunicado, a Galaxy determinou que as mesas de jogo do Waldo “serão realocadas para outros casinos” sob operação do grupo, estando “empenhada em salvaguardar o emprego local”.

Em termos concretos, “os membros que actualmente trabalham no Waldo Casino serão transferidos para outros casinos ou funções não relacionadas com o jogo, com base nas necessidades operacionais, mantendo-se inalterados todos os termos contratuais de emprego”.

A Galaxy promete ainda disponibilizar a estes trabalhadores “uma série de programas de formação profissional para apoiar a sua transição para novos ambientes de trabalho e garantir a continuidade da estabilidade profissional”.

Já no que diz respeito ao Emperor Palace, fica também a mesma promessa da “protecção do emprego local”. Todos os funcionários “permanecerão empregados, sendo transferidos para outros casinos da empresa para desempenhar funções relacionadas com jogos, de acordo com as necessidades operacionais”, destaca a SJM numa nota.

No caso dos residentes que trabalham para o Emperor e que não são directamente contratados pela SJM Resorts, “serão convidados a candidatar-se a vagas relacionadas dentro do grupo, com prioridade na contratação em circunstâncias iguais, e receberão o apoio necessário, dependendo da situação real, para facilitar uma transição suave”, é referido.

A DICJ promete, com conjugação com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, “assegurar o cumprimento rigoroso dos compromissos assumidos pela SJM e Galaxy, no que respeita à recolocação dos mesmos trabalhadores, bem como às garantias efectivas quanto à remuneração, regalias e condições de trabalho”.

Dinheiro por traçar

No que diz respeito ao resgate de fichas de jogo, a partir do dia 1 de Novembro, sábado, “as fichas válidas com o logótipo Galaxy Waldo poderão ser resgatadas nos balcões designados no Galaxy Macau Casino ou no StarWorld Casino”.

No caso do casino Emperor Palace, a SJM descreve que todas as máquinas e mesas de jogo “serão transferidas para outros casinos da empresa, a fim de continuar a servir os nossos estimados clientes”, enquanto que “os clientes que possuírem fichas, depósitos ou descontos em dinheiro acumulados no casino Emperor Palace, e que não tenham sido resgatados após o seu encerramento, poderão visitar outros casinos operados pela SJM Resorts a partir de 31 de Outubro para acordos de acompanhamento”, pode ler-se.

Sobre este aspecto, a DICJ promete “designar funcionários para fiscalizar, ‘in loco’, o processo formal de encerramento, assegurando a conformidade dos procedimentos no que respeita ao tratamento adequado dos numerários e fichas de jogo guardados na tesouraria”, entre outras matérias.

28 Out 2025

Educação | Defendida criação de vales de aprendizagem

Chan Lai Kei, deputado ligado à comunidade de Fujian, interpelou o Governo sobre a ideia de criar vales de aprendizagem, fora do sistema de ensino, que seriam atribuídos anualmente aos alunos com dificuldades económicas, a fim de aliviar os encargos das famílias.

Segundo uma interpelação escrita, o deputado argumentou que, actualmente, os subsídios atribuídos pelo Governo acontecem em contexto escolar, mas os cursos existentes nas escolas podem não corresponder às necessidades de todos os alunos. Por sua vez, o Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Contínuo, virado para cursos fora do sistema escolar, apenas se destina a residentes com mais de 15 anos, pelo que quem tem entre 6 e 14 anos tem de pagar cursos fora da escola na totalidade, sem qualquer apoio.

Segundo Chan Lai Kei, a ausência de apoio financeiro neste âmbito faz com que haja limitações ao desenvolvimento do potencial dos alunos, dificultando também a melhoria em termos de diversidade social e a concretização de uma maior equidade educativa a longo prazo.

27 Out 2025

Fórum Macau | Promovida economia digital em colóquio

Terminou na sexta-feira o “Colóquio sobre Economia Digital entre a China e os Países de Língua Portuguesa”. O evento arrancou no dia 13 de Outubro e foi promovido pelo Fórum Macau, tendo o secretário-geral, Ji Xianzheng, referido que o evento visou promover “as novas tecnologias, como a inteligência artificial e a economia digital, tendo por objectivo a promoção da digitalização do comércio e investimento nos países participantes do Fórum Macau”.

Além disso, no seu discurso, Ji Xianzheng salientou a importância de “fomentar a inovação tecnológica e a modernização de cooperação industrial transfronteiriça”.

O Fórum Macau destaca ainda, na mesma nota, que este colóquio “permitiu agilizar e incentivar as partes envolvidas a explorarem conjuntamente as oportunidades proporcionadas pela economia digital, superando riscos e desafios, apoiando o desenvolvimento empresarial e alcançando benefícios mútuos”.

Ensa Indjai, na qualidade de representante rotativo do colóquio, “expressou que a China tem mostrado ao mundo a força da sua estratégia de integração digital, inteligência artificial e das novas tecnologias, abrindo caminhos para o fortalecimento das relações com os Países de Língua Portuguesa”.

27 Out 2025

Água Reciclada | Estabelecida meta de 10 por cento

O governo pretende que “a longo prazo” cerca de 10 por cento da água consumida em Macau seja reciclada. A meta foi reiterada no dia de ontem, através de um comunicado do gabinete do secretário para os Transportes e Obras Públicas.

“A meta a médio prazo é que o consumo de água reciclada represente 5 por cento do consumo total de água de Macau, sendo a meta a longo prazo ultrapassar os 10 por cento”, foi divulgado. Esta é vista como uma via para “economizar ainda mais os preciosos recursos hídricos, criar maior valor para o seu desenvolvimento sustentável e construir uma cidade de Macau mais orientada para a poupança de água”.

De acordo com o mesmo comunicado, “Macau enfrenta uma escassez significativa de água doce” e 99 por cento da água bruta consumida provém do Interior. Os mesmos dados indicam que desde o final de 1999, “a procura de água tem registado um crescimento acentuado, o volume de água bruta abastecida a Macau em 2024 atingiu cerca de 105 milhões de metros cúbicos, o que representa um aumento superior a 83 por cento”.

27 Out 2025

Economia | Nick Lei pede novo cartão do consumo

Numa interpelação escrita, o deputado Nick Lei pediu ao Governo que estude a possibilidade de atribuir mais uma ronda do cartão do consumo, à semelhança do que aconteceu durante a pandemia.

Segundo o legislador ligado à comunidade de Fujian, os idosos e deficientes têm grandes dificuldades para utilizar o modelo actual de incentivo ao consumo, que adopta uma política de descontos.

Anteriormente, o cartão atribuía um montante que podia ser utilizado, independentemente de qualquer gasto dos idosos. Segundo o deputado, no caso de o Governo não conseguir atribuir o cartão de consumo a todos os cidadãos, pelo menos deve apoiar os grupos vulneráveis, como idosos, deficientes e pessoas com menores rendimentos. Lei pede também ao Executivo que realize um estudo sobre a eficácia do modelo em vigor.

27 Out 2025

Plano Quinquenal | Chan Meng Kam defende aposta em Hengqin

Com o início do 15.º Plano Quinquenal nacional no próximo ano, o empresário e ex-deputado Chan Meng Kam veio a público defender a necessidade de apostar mais na Ilha da Montanha, para promover a diversificação da economia de Macau.

Em declarações citadas pelo jornal Ou Mun, Chan Meng Kam destacou as vantagens da diversificação da economia e da exploração de Hengqin, apontando que desde que foi adoptada a política de circulação de veículos de Macau em Guangdong, a vida quotidiana dos residentes deixou de estar limitada à RAEM e passou a englobar um raio de deslocações de uma hora, dentro do projecto nacional da Grande Baía.

Por sua vez, o empresário e agora deputado Kevin Ho elogiou os esforços da política económica dos governos dos últimos anos, com o que indicou ser uma redução da proporção do sector do jogo no Produto Interno Bruto (PIB) para menos de 40 por cento. Esta é uma redução que poderá acentuar-se a partir de Dezembro, altura em que vários casinos-satélite vão encerrar as portas, por decisão do Governo e dos deputados.

Kevin Ho também abordou o 15.º Plano Quinquenal nacional, para afirmar que é cada vez mais claro o papel que a RAEM deve assumir no âmbito do desenvolvimento do país. O empresário deixou assim a esperança que se concretizem cada vez mais os esforços de diversificação em áreas como o turismo de lazer, medicina chinesa tradicional e finanças modernas.

27 Out 2025

Salários | Proposto aumento de uma pataca por hora

Em cima da mesa, estava a discussão de um aumento do salário mínimo entre uma e três patacas por hora. O Executivo liderado por Sam Hou Fai optou pelo montante mais reduzido. A decisão foi justificada com “o equilíbrio de um conjunto de factores”

Após a discussão do Conselho Executivo, o Governo propõe um aumento de uma pataca por hora do salário mínimo. Em cima da mesa, estava a possibilidade de aumentar entre uma e três patacas, e os governantes optaram pelo crescimento mais reduzido. A proposta foi revelada na sexta-feira, através de uma conferência de imprensa do Conselho Executivo, que tem como novo porta-voz Wong Sio Chak, agora secretário para a Administração e Justiça.

De acordo com a proposta, o salário por hora vai subir das 34 patacas para 35 patacas, o que representa um crescimento de 2,9 por cento. No que diz respeito ao cálculo diário, Conselho Executivo apresentou o aumento como um crescimento de 272 patacas para 280 patacas, tendo em conta oito horas de trabalho. Em termos semanais, o actual salário de 1.632 patacas vai aumentar para 1.680 patacas, enquanto a nível mensal o crescimento é de 7.072 patacas para 7.280 patacas.

Segundo o Executivo, a proposta teve por base “o equilíbrio de um conjunto de factores, designadamente o ambiente de negócios dos empregadores, a garantia dos direitos e interesses dos trabalhadores e a capacidade de aceitação dos consumidores”. As estimativas oficiais apontam para que o aumento vá abranger “cerca de 18.200 pessoas”, o que significa 4,4 por cento do total dos trabalhadores, excluindo os trabalhadores domésticos.

Exclusão defendida

Na conferência de imprensa, o Governo de Sam Hou Fai defendeu também a necessidade de os trabalhadores domésticos terem um ordenado abaixo do salário mínimo. A posição mostra que Sam não vai alterar esta política, mantendo as opções de Ho Iat Seng.

A posição foi explicada pelo director dos Serviços para os Assuntos do Trabalho (DSAL), Chan Un Tong: “Quando a lei foi estabelecida, a principal premissa foi a ‘natureza única’ do trabalho doméstico e a necessidade de o trabalhador se ‘integrar’ na vida familiar do empregador”, justificou Chan Un Tong. “No entanto, mesmo que esta legislação não se lhes aplique, isso não significa que os seus direitos não estejam protegidos”, defendeu.

Actualmente, a DSAL permite a contratação de trabalhadores não-residentes como trabalhadores domésticos, desde que haja um ordenado mínimo de 3.200 patacas. No entanto, Chan apontou que o salário mediano ronda as 3.800 patacas. Face a este valor, o director da DSAL considerou que a prática mostra que mesmo para estes trabalhadores “existem mecanismos que garantem uma remuneração razoável”. JSF / Lusa

27 Out 2025

TDM | Inês Chan deixa empresa ao fim de três meses

Depois de cinco anos como directora do Gabinete de Comunicação Social, Inês Chan assumiu o cargo de administradora na TDM. Passados três meses, o mandato chegou agora ao fim. Vários administradores da TDM têm os mandatos expirados desde o final de Agosto

Cerca de três meses após ter assumido as funções de membro do Conselho de Administração da TDM – Teledifusão de Macau, Inês Chan Lou deixou a empresa. De acordo com o apurado pelo HM, a saída deve-se ao facto de a funcionária pública ter optado por se reformar.

Nomeada em Julho deste ano para a TDM, depois sair do Gabinete de Comunicação Social (GCS), onde era directora e onde ainda não tem substituto, Inês Chan deixou agora de constar como administradora da empresa no portal da Direcção dos Serviços da Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos (DSSGAP). Este é o portal que divulga as informações sobre as empresas com capitais da RAEM.

Anteriormente, Inês surgia na lista com as remunerações dos membros dos órgãos nomeados pelo Chefe do Executivo, com um salário de 1,36 milhões de patacas por ano, o segundo mais elevado da empresa, apenas atrás de Lo Song Man, vice-presidente da empresa que tem um salário de 1,40 milhões de patacas. Inês Chan tinha contrato até Agosto de 2026.

No entanto, esta não foi a única alteração, o nome de Inês Chan Lou deixou igualmente de estar presente no portal da TDM, na zona dedicada aos contactos dos administradores que integravam a Comissão Executiva.

O HM contactou Lo Song Man para obter esclarecimentos sobre a saída de Chan, mas até ao fecho da edição não recebeu uma resposta ao email enviado. O Gabinete de Comunicação Social também foi contactado, uma vez que Inês Chan tinha sido nomeada por Chefe do Executivo, para perceber os contornos de uma saída que acontece cerca de três meses após a nomeação, mas também não recebeu uma resposta antes da hora do fecho.

Por renovar

Em relação às nomeações para a TDM – Teledifusão de Macau, o portal da DSSGAP mostra que os mandatos de vários membros do Conselho de Administração chegaram ao fim em Agosto deste ano.

Os mandatos do presidente, António José de Freitas, vice-presidente, Lo Song Man, e dos administradores Cristina Ho Hoi Leng, Vong Hin Fai, Ma Kam Keong, Un Weng Kuai, Vong Vai Hung e Cheang Kong Pou expiraram no final de Agosto. No entanto, os membros do Conselho de Administração podem continuar a exercer funções, porque de acordo com os estatutos da empresa quando não há uma nova nomeação, ou os administradores podem optar por manter-se no cargo. Além de administradores, Lo Song Man, Ma Kam Keong, Un Weng Kuai, Vong Vai Hung e Cheang Kong Pou são igualmente membros da Comissão Executiva.

O HM questionou o Gabinete de Comunicação Social sobre as razões que fizeram com que o Chefe do Executivo ainda não tivesse renovado os mandatos dos membros, ou nomeados novos membros, mas até á hora do fecho também não recebeu uma resposta.

24 Out 2025

Governo em fase de estudos para novas medidas de apoio a empresas

A Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) garantiu ao deputado Ngan Iek Hang que as medidas anunciadas para a criação de novos fundos de apoio a empresas e empreendedorismo estão na fase de estudos.

Numa interpelação escrita entregue ao Governo, o deputado questionou em que fase estariam os trabalhos de criação “de um fundo para as indústrias do Governo, de um fundo para a transformação e orientação dos resultados científicos e tecnológicos” e ainda a criação do “parque industrial de investigação e desenvolvimento das ciências e tecnologias de Macau”. Tudo promessas feitas nas Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano.

Na resposta da DSEDT, lê-se que este parque “é um projecto importante para promover o desenvolvimento da indústria tecnológica de Macau”, tendo sido criado “um grupo de trabalho interdepartamental para coordenar o projecto” e encomendado, a “uma equipa profissional de investigação”, um “estudo aprofundado e análise da posição, plano de construção e instalações de apoio do parque, de modo a garantir que o projecto corresponda às necessidades reais de desenvolvimento de Macau”.

O Governo assegura que este parque vai ter em conta os exemplos de “vários parques tecnológicos na China continental, em Hong Kong e no estrangeiro”.

Com cuidado

Quanto à criação de dois novos fundos de apoio, a DSEDT assegurou ao deputado que “foi formado um grupo de trabalho interdepartamental para impulsionar esse trabalho”, tendo sido contratada “uma equipa de investigação independente para realizar um estudo aprofundado, analisando-se de forma cuidada a direcção a tomar nesses possíveis fundos”.

A ideia é que esses apoios se “concentrem mais na base industrial local e promover o desenvolvimento económico diversificado, de forma moderada, em Macau”. Na mesma resposta, salienta-se outros apoios que têm sido dados à investigação científica por parte do Fundo de Desenvolvimento para as Ciências e Tecnologia (FDCT) em conjugação com Hengqin, nomeadamente os 25 projectos de “I&D” [Investigação e Desenvolvimento] que foram “aplicados ou transformados em Hengqin”, sendo que “dez são projectos-chave, abrangendo áreas como design de chips, células estaminais, digital ou energia”, entre outras.

24 Out 2025

Construção | Apelos à não instalação de gaiolas

O deputado Leong Hong Sai apelou à população para que não instale gaiolas metálicas nas casas. Segundo o jornal Exmoo, o também engenheiro destacou que muitos residentes instalam gaiolas nas janelas para proteger as crianças e evitar furtos, mas aponta que as grades também têm a mesma função e, ao contrário das gaiolas, são legais.

As declarações do deputado surgem depois de ter sido publicitada, nas redes sociais, a instalação ilegal de gaiolas metálicas, o que levou a uma denúncia por parte do Governo. Leong Hong Sai considerou essa publicidade ridícula, tendo então feito o apelo para a não instalação de gaiolas.

O deputado, ligado à União Geral das Associações de Moradores de Macau, lembrou também que o Regime Jurídico da Construção Urbana, em vigor desde Agosto de 2022, reforça as penalizações contra obras ou instalações ilegais, além de que o Executivo tem reforçado a divulgação de informações sobre obras ilegais, pelo que os residentes sabem claramente quais as regras do Governo sobre esta matéria.

24 Out 2025

Administração | Pedida transição suave na reforma governativa

Pang Kung Hou e Tong Wai Kit, presidentes da Federação das Associações dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, defenderam uma transição suave a propósito da mais recente reformulação governamental, com a saída de André Cheong da pasta da Administração e Justiça, sendo substituído por Wong Sio Chak. Já Chan Tsz King, assumiu a pasta da Segurança.

Segundo o jornal Ou Mun, os dois dirigentes apelam a uma mudança estrutural, no sentido de o Governo evitar interromper trabalhos em curso ou levar a cabo uma má coordenação de trabalhos entre departamentos públicos no contexto dessa reformulação governativa.

Pang Kung Hou e Tong Wai Kit lembraram também que os funcionários públicos da camada de base podem ter mais trabalho neste processo de reformulação, revelando também preocupação quanto aos funcionários públicos mais antigos, que podem ter dificuldades de adaptação a novas funções.

Assim, foi sugerido pelos dirigentes da associação que a Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública possa criar uma plataforma interdepartamental para a coordenação de trabalhos neste período de transição, tendo em conta que o Executivo precisa de proporcionar formação profissional aos funcionários públicos para que estes se adaptem às novas posições e funções.

24 Out 2025

AL | Deputados indirectos dominam Comissão de Regimento e Mandatos

A proposta de deliberação para distribuir os deputados pelas diferentes comissões da Assembleia Legislativa foi divulgada ontem. Entre os sete deputados propostos para a comissão responsável pelas regras do hemiciclo, quatro são eleitos pela via indirecta

Os deputados eleitos pela via indirecta estão em maioria entre os nomes da lista sugerida para a Comissão de Regimento e Mandatos, divulgada ontem no portal da Assembleia Legislativa. A proposta de deliberação vai ser votada na terça-feira pelo Plenário do hemiciclo.

José Chui Sai Peng, Iau Teng Pio, Leong On Kei e Ip Sio Kei são os deputados eleitos pela via indirecta sugeridos para a comissão que tem o poder de propor as alterações às regras do hemiciclo. Entre os sete, constam ainda dois deputados eleitos pela via directa, Wong Kit Cheng e Song Pek Kei, e um deputado nomeado, Lei Wun Kong. Este último legislador, advogado de profissão, é o único membro da comissão sem experiência parlamentar.

Embora com uma actividade mais reduzida, a Comissão de Regimento e Mandatos assume especial importância por ter o poder para sugerir as alterações às regras de funcionamento da Assembleia Legislativa. No entanto, o deputado mais votado no sufrágio directo, José Pereira Coutinho, é deixado de fora da proposta. Também nenhum membro da sua lista é incluído. Os lugares de deputados directos são assim atribuídos às associações de Fujian e das Mulheres.

À imagem das Legislaturas anteriores, a oitava Legislatura Assembleia Legislativa vai manter três comissões de acompanhamento. Para a Comissão para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas está proposta uma constituição com 10 deputados: Ella Lei Cheng I, Joey Lao Chi Ngai, José Chui Sai Peng, Lam Fai Iam, Lei Wun Kong, Che Sai Wang, Wong Chon Kit, Kevin Ho King Lun, Wong Kit Cheng e Nick Lei Leong Wong.

A Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas deverá ter 10 deputados: Song Pek Kei, Ngan Iek Hang, Vou Hou Piu, Kou Ngon Seng, Lee Koi Ian, Chao Ka Chon, Chan Hao Weng, Wong Ka Lon, Ip Sio Kai e Lam Lon Wai. A Comissão de Acompanhamento para os Assuntos da Administração Pública terá 11 membros: Ma Chi Seng, Kou Kam Fai, Si Ka Lon, Leong On Kei, José Pereira Coutinho, Leong Pou U, Iau Teng Pio, Chan La Kei, Loi I Weng, Leong Sun Iok e Leong Hong Sai.

Novas presidências

Em relação às comissões permanentes, a proposta divulgada no portal da Assembleia Legislativa permite saber que, pelo menos, em duas comissões haverá mudança de presidente. A escolha é feita na primeira reunião das respectivas comissões.

Após a longa presidência do ex-deputado Chan Chak Mo, a 2.ª Comissão apresenta uma constituição diferente. Ip Sio Kai, Lam Lon Wai, Vong Hou Piu, Kou Ngon Seng, Lee Koi Ian, Chao Ka Chon, Chan Hao Weng, Wong Ka Lon, Song Pek Kei e Ngan Iek Hang são os deputados propostos para este grupo.

A 3.ª Comissão também vai mudar, dado que Vong Hin Fai não surge entre os nomes propostos. Este grupo de deputados vai assim incluir: Leong Sun Iok, Leong Hong Sai, Si Ka Lon, Leong On Kei, José Pereira Coutinho, Leong Pou U, Iau Teng Pio, Chan Lai Kei, Loi I Weng, Ma Chi Seng e Kou Kam Fai. Finalmente, a 1.ª Comissão tem como nomes propostos: Wong Kit Cheng, Nick Lei Leong Wong, José Chui Sai Peng, Lam Fat Iam, Lei Wun Kong, Che Sai Wang, Wong Chon Kit, Kevin Ho King Lun, Ella Lei Cheng I e Joey Lai Chi Ngai.

24 Out 2025

MIF / Portugal | Dificuldades na venda de produtos agrícolas à China

João Moura, secretário de Estado da Agricultura de Portugal, fala em “muitas” dificuldades na altura de Portugal vender produtos agrícolas na China. No sentido inverso, reconhece que há muito interesse dos empresários chineses em investir no sector agrícola português

O secretário de Estado da Agricultura indicou ontem, em Macau, que Portugal tem produtos de excelência e um “interesse muito significativo” no mercado chinês, embora enfrente adversidades que limitam a entrada no país asiático.

“As dificuldades são muitas, e tantas vezes, ao nível das relações diplomáticas, das exportações, das importações – alguns acertos que é necessário fazer”, admitiu aos jornalistas João Moura, que se encontra em Macau em representação do Governo na 30.ª Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla em inglês) e na 2.ª Exposição Económica e Comercial China–Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX), que decorrem simultaneamente.

Em paralelo, é organizada, pela primeira vez, a Expo Internacional Agrícola China-Países de Língua Portuguesa.

Estes eventos, salientou o responsável, são “uma grande janela de oportunidades” para se limarem “algumas arestas”. “Estamos numa interpretação tantas vezes diferenciada entre mercados tão distintos como Portugal e China, em que a análise e o controlo alimentar têm as suas diferenças, têm as suas valências e, portanto, nada melhor do que conversarmos, sentarmos à mesa para tentar aqui esgrimir algumas dessas dificuldades e adversidades”, acrescentou.

Portugal, referiu o secretário de Estado, tem “várias ideias” e “vários produtos com grande potencial”, nomeadamente frutos secos, carne de porco, azeite e vinho. “Temos muita oportunidade de produtos portugueses com grande aceitação na China”, adiantou. “Temos produtos com grande capacidade de exportação, com grande aceitação mundial e, portanto, o mercado da China é um mercado que tem para nós um interesse muito significativo, afirmou.

Interesse sínico

No sentido inverso, declarou que sentiu em Macau “um grande interesse da China” em Portugal, não apenas ao nível das exportações, mas também no que diz respeito à “internacionalização de algumas empresas” chinesas. Empresas do ramo da tecnologia, maquinaria ou equipamento na área da agricultura, referiu João Moura, sem fornecer detalhes adicionais sobre estas empresas.

“Estão muito interessadas no desenvolvimento de alguns sectores da nossa agricultura e nós estamos de braços abertos para receber”, concluiu. Num discurso proferido durante a Mesa Redonda das Pequenas e Médias Empresas da China e dos Países de Língua Portuguesa, o representante português sublinhou o “papel crucial” de Macau como plataforma de ligação, notando que a posição geográfica e cultural do território o torna “um ponto de convergência entre o Oriente e o Ocidente”, facilitando comércio e investimento.

“Por sua vez, Portugal possui, no contexto global, uma posição estratégica que interliga o mundo oriental e o continente americano, sem esquecer o continente africano. Estas plataformas mais ágeis e integradoras fomentam e proporcionam trocas comerciais e o crescimento de novas empresas”, disse.

22 Out 2025