João Santos Filipe Manchete PolíticaNovo Bairro | Macau Renovação Urbana defende criação de oligopólio A empresa com capitais públicas considera que seguiu os procedimentos normais e os “princípios de justiça” ao autorizar que apenas cinco agências imobiliárias possam participar na venda de apartamentos construídos com dinheiro da RAEM A Macau Renovação Urbana considera ter actuado de acordo com os “procedimentos normais”, na criação de um oligopólio em que apenas cinco agências imobiliárias estão autorizadas a vender os apartamentos no Novo Bairro de Macau, na Ilha da Montanha. As declarações foram prestadas por Chan Ion Kei, responsável do projecto da Macau Renovação Urbana, na terça-feira, quando foram entregues as primeiras fracções a residentes. A questão tem sido alvo de controvérsia em Macau, por dois motivos: várias agências imobiliárias no território sentem-se discriminadas por parte do Governo da RAEM, e também porque as vendas através dos agentes imobiliários, que cobram uma comissão, são concluídas mais rapidamente do que as realizadas directamente junto da Macau Renovação Urbana. Questionado sobre estes dois aspectos, segundo o relato do jornal All Aout Macau, Chan Ion Kei afirmou que a escolha das cinco agências para a vendas dos apartamentos foi feita “com base nos princípios de justiça” e de acordo “com os procedimentos normais”. No entanto, Chan não indicou quais os procedimentos adoptados nem sem existe a possibilidade de no futuro haver uma liberalização do mercado de venda dos apartamentos dos agentes. Liberdade no mercado Apesar da criação do imobiliário, Chan Ion Kei não se coibiu de defender que existe liberdade no mercado, uma vez que os residentes podem sempre escolher não comprar as fracções. Por outro lado, o responsável pelo projecto reconheceu que a venda feita através das agências imobiliárias é mais rápida do que as realizadas directamente pela companhia. Segundo as explicações de Chan, as agências imobiliárias têm mais pessoal para verificar os documentos entregues pelos potenciais compradores, assim como custos mais baixos com o pessoal. Chan reconheceu ainda que no caso da empresa Macau Renovação Urbana receber directamente muitos pedidos pode não ter condições de satisfazê-los. De acordo com os dados divulgado na terça-feira, desde 28 de Novembro, dia em que os apartamentos no Novo Bairro de Macau em Hengqin começaram a ser vendidos, apresentaram-se mais de 1.000 candidatos para adquirirem fracções. No mesmo sentido, foi indicado que não houve ainda qualquer residente a perder o sinal pago com a promessa de compra e venda das fracções, devido a desistência do negócio.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaDSAMA | Incentivada promoção de negócios de cruzeiros Dirigentes da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e da Água sugeriram ontem no programa matinal do canal chinês da Rádio Macau que empresas e concessionárias de jogo devem desenvolver mais negócios relacionados com passeios temáticos em cruzeiros para o desenvolvimento das zonas costeiras do território Kuok Kin, subdirector da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), disse ontem no Fórum Macau, programa matinal do canal chinês da Rádio Macau, que existe um incentivo para que empresas e concessionárias de jogo desenvolvam mais passeios temáticos com cruzeiros em torno das zonas costeiras de Macau, no contexto da consulta pública sobre a gestão das áreas marítimas em curso. A informação foi avançada depois de um ouvinte sugerir a realização de mais passeios de cruzeiro no programa que debatia os conteúdos sobre as propostas do Governo relativas ao Zoneamento Marítimo Funcional, o Plano das Áreas Marítimas e a Lei de Uso das Áreas Marítimas. “Estimulamos a que haja uma maior cooperação com empresas ligadas à área da navegação, bem como empresas de jogo. Os passeios de cruzeiro em Macau podem ter características próprias, e temos, por exemplo, a zona histórica do Porto Interior com a ligação à pesca como actividade tradicional. Temos também zonas de turismo e lazer modernas na parte traseira do Canal de Macau”, disse. Esta zona, situada entre os canais da Taipa e do Porto Exterior, é também conhecida como o canal de acesso ao Porto Interior, estando perto de vários resorts. Saber aproveitar Kuok Kin apontou ainda que as paisagens situadas entre a Zona de Cooperação Aprofundada e Macau podem ser aproveitadas, com as empresas a terem “várias oportunidades” de exploração dos negócios ligados aos cruzeiros. Estas podem “apostar na diversificação dos sectores da restauração e entretenimento” através dos cruzeiros, apontou o dirigente da DSAMA. Uma vez que a presença de cruzeiros ou a realização de regatas acontecem a curto prazo, não envolvendo uma utilização permanente das zonas marítimas, Kuok Kin assegura que há uma maior facilidade de utilização desses locais pois não é necessário pedir uma licença. “O Zoneamento Marítimo Funcional e o Plano das Áreas Marítimas [são propostas] que pensam nestas questões, delimitando as zonas para fins turísticos, culturais e desportivos para projectos de turismo e lazer”, explicou ainda. Recorde-se que a consulta pública em curso diz respeito à gestão dos 85 quilómetros de área marítima atribuídos pelo Governo Central a Macau. Kuok Kin aponta que as propostas do Executivo neste âmbito visam o bem-estar da população e o futuro desenvolvimento do território. A consulta pública termina dia 16 de Fevereiro. Ilha ecológica só em 2040 Kuok Kin, subdirector da DSAMA, adiantou também, no contexto da sua ida ao programa radiofónico Fórum Macau, que a ilha ecológica pensada para servir de aterro a resíduos de construção urbana só deverá ser uma realidade em 2040. Segundo a TDM Rádio Macau, o dirigente frisou que o objectivo da ilha artificial é solucionar o problema do actual aterro em Coloane que praticamente já não tem capacidade para acolher mais resíduos.
Hoje Macau China / Ásia MancheteAirbus envia especialistas a Tóquio para investigação sobre colisão de aviões A Airbus anunciou o envio de uma equipa de especialistas para participar nas investigações sobre a colisão de um A350 da companhia Japan Airlines hoje, no aeroporto de Tóquio, com uma aeronave da Guarda Costeira, vitimando cinco ocupantes. Num comunicado, o construtor aeronáutico europeu explicou que esses especialistas ajudarão as autoridades encarregadas da investigação sobre o acidente, a Comissão de Segurança nos Transportes do Japão (JTSB) e o Gabinete de Investigações e Análises para a Segurança da Aviação Civil de França (BEA). Um Airbus de Japan Airlines com 379 ocupantes procedente de Sapporo, no norte do Japão, embateu, ao aterrar no aeroporto de Tóquio Haneda, com um avião da Guarda Costeira japonesa, um DHC-8, de cujos seis ocupantes apenas sobreviveu o piloto, ferido com gravidade. Todos os passageiros e tripulantes do Airbus foram retirados em segurança da aeronave em chamas numa das pistas do aeroporto. O fabricante europeu indicou que, por enquanto, não são conhecidas as circunstâncias exatas do que aconteceu. A Airbus tinha entregado ao Japão esse A350, registado com o número JA13XJ, a 10 de novembro de 2021, ao sair da linha de montagem. Os seus motores são reatores do tipo Trent XWV da Rolls-Royce.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCEM | EDP vende participação a China Three Gorges A Energias de Portugal vai vender a sua participação na Companhia de Electricidade de Macau, e desfazer-se das suas acções na subsidiária Energia Ásia Consultoria por 889 milhões de patacas A Energias de Portugal (EDP) vendeu a sua participação na Companhia de Electricidade de Macau (CEM) à empresa estatal China Three Gorges, por 100 milhões de euros (889 milhões de patacas). A informação foi divulgada sexta-feira, através de um comunicado da empresa com sede em Portugal, que tem como maior accionista a própria China Three Gorges. A participação de 21,2 por cento da EDP na CEM era detida através da Energia Ásia Consultoria, uma subsidiária da eléctrica portuguesa que tem como único activo a participação na empresa de Macau. “A Energia Ásia é uma subsidiária detida a 50 por cento pela EDP […] cujo único activo é a participação de 21,2 por cento na Companhia de Electricidade de Macau – CEM, S.A., que atua como concessionária exclusiva nas actividades de transmissão, distribuição e comercialização de electricidade em Macau desde 1985”, foi esclarecido, através do comunicado enviado pela EDP à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O negócio por parte da EDP foi justificado com a “realocação do capital” para as suas actividades principais: “Esta transação está totalmente alinhada com o Plano de Negócio 2023-2026 da EDP, permitindo a realocação do seu capital nas suas atividades principais”, foi indicado. “A transação está sujeita ao cumprimento de condições precedentes regulamentares e outras condições usuais para uma transação desta natureza”, foi acrescentado. História que se repete A venda pela EDP ao seu principal accionista segue a linha de um outro negócio, concluído em Dezembro de 2014, também com a China Three Gorges que se tinha tornado a maior accionista da empresa portuguesa. Na altura, a EDP detinha 100 por cento da Energia Ásia, então denominada EDP Ásia, que por sua vez tem a participação de 21,2 por cento na CEM. Em 2014, o comprador foi igualmente a China Three Gorges, indirectamente, através da empresa ACE Asia. O preço acordado foi cifrado em 94 milhões de euros, semelhante aos valores que agora foram praticados. Os dois negócios significam que a China Three Gorges passa a deter totalmente a participação de 21,1 por cento na CEM. Apesar das mudanças na estrutura accionista, a eléctrica local continua a ter como maior accionista outra empresa estatal chinesa, a Nam Kwong, com uma participação de 42 por cento. Segue-se a China Three Gorges, através da Energia Ásia Consultoria, Polytech Industrial Limites (10,9 por cento), Asiainvest – Investimentos e Participações (10,1 por cento), a RAEM (7,8 por cento), a China Power International Holding (6 por cento) IAM (0,4 por cento), Caixa Económica Posta de Macau (0,02 por cento) e outros investidores (1,4 por cento).
Hoje Macau Manchete SociedadeJogo | Receitas de Dezembro com segundo valor mais alto de 2023 As receitas do jogo chegaram aos 18,6 mil milhões de patacas em Dezembro, o que contribuiu para que em 2023 o número se tenha fixado nas 183,1 mil milhões de patacas As receitas do jogo atingiram em Dezembro 18,6 mil milhões de patacas, o segundo valor mais elevado desde o início da pandemia, segundo os dados divulgados na segunda-feira. De acordo com a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), os casinos arrecadaram cinco vezes mais do que em igual mês de 2022. O recorde pós–pandemia, 19,5 mil milhões de patacas, foi fixado em Outubro, graças à chamada Semana Dourada do 1.º de Outubro, quando se assinala o aniversário da implementação da República Popular da China. Apesar da recuperação em termos anuais, as receitas da indústria do jogo em Dezembro representaram apenas 81,3 por cento do montante contabilizado em igual período de 2019 (22,8 mil milhões de patacas), antes do início da pandemia. O ano de 2023 fechou com receitas totais de 183,1 mil milhões de patacas nos casinos, quatro vezes mais do que no ano anterior. Este valor ultrapassou o previsto no orçamento de Macau para 2023, que era de 130 mil milhões de patacas. Além disso, de acordo com os dados do regulador do jogo, a receita acumulada em 2023 representa apenas 62,6 por cento do montante registado no mesmo período de 2019. Falta de infra-estruturas Confrontado com os resultados, o analista da consultora de jogo IGamix Ben Lee, considerou que os números estão a ser afectados pela falta de infra-estruturas. “Estamos a ver hoje exactamente a mesma coisa que em 2013 e em 2019: ocupação hoteleira muito elevada, seguida de custos de alojamento muito elevados e, mais importante, falta de transporte público ou privado para os turistas se movimentarem em Macau”, afirmou Lee, em declarações à Agência Lusa. Apesar disso, o analista não deixou de reconhecer que o número está acima do esperado: “É provavelmente mais do que as pessoas estariam à espera no início do ano”, admitiu. Ben Lee indicou também que “a maioria da recuperação” foi gerada pelo mercado de massas, composto por pequenos apostadores, que não recorrem a crédito das operadoras de casinos. Lee destacou também que o segmento de massas “está muito perto dos valores de 2019”. Em relação ao novo ano, o analista afasta o cenário de regressarem os montantes de 2019, porque tal “não seria aceitável politicamente” para o Governo Central, de onde provém a esmagadora maioria dos apostadores. “Há uma estratégia deliberada para limitar, tanto a exposição [dos turistas chineses] ao jogo em casino no exterior como, potencialmente, os fluxos de capitais para fora da China”, disse o analista. Ainda assim, Lee reconheceu que o mercado de massas “pode crescer mais 10 ou 15 por cento em termos anuais”.
Hoje Macau Manchete SociedadePalestina | Imã diz que medo de retaliação é limitação a protesto Ding Shaojie aponta que os fiéis não-residentes, principalmente da Indonésia, temem retaliações, como a expulsão do território, se fizerem manifestações de apoio à Palestina O imã da única mesquita de Macau disse à Lusa estranhar a inacção da população local em relação à guerra na Palestina, sublinhando que o medo de retaliação pode estar a limitar acções de protesto da comunidade muçulmana. No escritório de Ding Shaojie, duas bandeiras de mesa estão pousadas sobre uma montra de vidro: a bandeira chinesa e a palestiniana. A guerra entre Israel e Palestina, agravada desde que o grupo islamita Hamas, que governa a Faixa de Gaza, lançou o ataque de 7 de Outubro, é seguida diariamente pelo imã da única mesquita de Macau. As duas bandeiras, unidas pelo mesmo mastro, reflectem a visão chinesa sobre este histórico conflito no Médio Oriente. Apesar de ter relações estáveis com Israel, Pequim apoia a causa da Palestina, considerando-a um Estado soberano e defendendo a solução de “dois Estados”. Na sequência do ataque do Hamas, que matou 1.200 pessoas em Israel e fez 240 reféns, a resposta de Telavive causou a morte pelo menos a mais de 21 mil palestinianos e deslocou quase todos os 2,3 milhões de habitantes da Faixa de Gaza. “Como muçulmanos, temos de estar com o povo palestiniano. Por isso, todos os dias acompanhamos as notícias e é doloroso para nós, tantas crianças mortas”, começa por dizer Ding Shaojie em entrevista à Lusa. Ding é também Mohammed Ramadan. É originário de Hohhot, capital da região autónoma chinesa da Mongólia Interior, onde cresceu no seio de uma família Hui, um dos maiores grupos étnicos da China, predominantemente muçulmano. Referindo-se “a esta matança” que está a “pôr o mundo em ebulição”, Ding questiona por que razão permanece Macau em silêncio. “Pergunto, porquê?”, interroga o líder religioso, notando que, até ao momento, não foi questionado por ninguém sobre o que se passa em Gaza. “É estranho, a população não tomou nenhuma atitude, incluindo a comunidade muçulmana”, constata. Sem dados Em Macau, não há dados oficiais sobre o número de muçulmanos, mas o imã estima que, antes da pandemia da covid-19, este se situasse entre os cinco e os dez mil fiéis. Com a crise do coronavírus, Macau perdeu milhares de estrangeiros com estatuto de trabalhador migrante, incluindo da Indonésia, país com a maior população muçulmana do mundo. A vulnerabilidade deste estatuto laboral, que implica menos direitos em relação aos residentes, pode estar a condicionar possíveis movimentações de protesto por parte dos praticantes islâmicos locais, defende o líder espiritual. “[Fiéis indonésios] têm medo que talvez ao se manifestarem sejam expulsos e enviados de regresso ao país. Existe essa preocupação. No primeiro dia que aqui cheguei, fui aconselhado a não fazer nada relacionado com manifestações. Somos avisados que Macau é uma cidade pacífica, daí ser melhor não fazer nada”, conta. A última manifestação pública local ocorreu antes de Macau fechar portas ao mundo devido à covid-19, em 2020. Durante a pandemia, as forças de segurança recusaram-se a aprovar o percurso de qualquer protesto, invocando razões de “ordem e segurança” ou saúde públicas. As restrições levantaram-se, mas os protestos não voltaram às ruas da cidade. Apesar do silêncio à volta da Faixa de Gaza, Ding admite haver espaço de discussão na mesquita: “Não há como evitar, não podemos ficar calados. Todos os líderes muçulmanos, os imãs das mesquitas do mundo, falam disso, invocam Alá para que proteja as pessoas na Palestina. Por isso, nós também falamos. A matança deve ser interrompida”, reforça. Há mais que se pode fazer, conclui. Seja via doações a Gaza ou através da própria comunidade muçulmana, a quem Ding sugeriu, desde o primeiro dia, “escreverem aos seus países e consulados para apoiarem a Palestina”. Construção de nova mesquita pode arrancar este ano O imã Ding Shaojie avançou que ao longo deste ano poderá começar a ser erguida a nova mesquita em Macau, cidade onde considera haver ainda muito desconhecimento sobre o Islão. As declarações foram prestadas à Agência Lusa. “A nova mesquita vai provavelmente ser construída muito brevemente. (…) Esperamos ter muito em breve a aprovação do Governo para iniciar a construção”, afirmou Ding Shaojie, salientando que as obras poderão arrancar este ano. A futura mesquita, a erguer no mesmo local, onde também existe um cemitério islâmico, vai ter uma área de 1.250 metros quadrados e uma capacidade para 600 fiéis, segundo avançaram já as autoridades locais. Ding destaca a dimensão reduzida do espaço actual, que não consegue dar resposta às necessidades. Menciona, além disso, “a extrema pobreza” da estrutura, “comparando com outras associações e igrejas” do território. Numa tenda gigante e improvisada, onde mulheres costumam ler o Alcorão aos domingos, as orações fazem-se no Verão sob intenso calor. A tenda, com luzes penduradas em estruturas metálicas, armazena vários objectos: mesas, baldes, caixotes, chinelos, mais uma bicicleta para ali atirada. “Temos dois grandes feriados, a primeira celebração é o Eid. Depois do jejum [do Ramadão], reunimo-nos aqui para rezar. Todos os anos chove, mas o que é que podemos fazer? Temos de rezar no exterior, porque há sempre muita gente, então temos duas sessões, uma sessão com à volta de 1.500 pessoas”, conta. Saber receber Em Macau, avalia Ding, sabe-se ainda muito pouco sobre a comunidade muçulmana local: “Talvez as pessoas reconheçam pela aparência quando olham para uma mulher indonésia de ‘hijab’, sabem de onde vem, que não come carne de porco, mas mais do que isso…”. Foi para fazer face a esse desconhecimento que o Governo, juntamente com a associação islâmica, começou a organizar seminários para operadores turísticos. A ideia das autoridades passa por diversificar a origem dos visitantes, que chegam sobretudo da China, e receber, por exemplo, mais pessoas do Médio Oriente. “Quem trabalha na área tem de saber receber turistas muçulmanos, na preparação do quarto de hotel, por exemplo. Alguns visitantes não gostam de ter vinho no quarto, em respeito aos ensinamentos do Islão”, explica. “Os ‘workshops’ têm sido bem recebidos. As pessoas estão muito interessadas, porque não conhecem a cultura árabe, a história árabe. Só conhecem o Islão, grosso modo. Mas qual é a história do Islão?”, reflecte. Apesar disso, o líder religioso considera Macau uma sociedade inclusiva” no que respeita à convivência de diferentes religiões. “Eu próprio vou comer ao templo budista”, nota.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAno Novo | Ho Iat Seng promete manter “estabilidade social” A manutenção da segurança nacional é o principal objectivo para o próximo ano, e o Governo promete fazer tudo para manter a “estabilidade social” no território. Ho Iat Seng prometeu ainda um “futuro brilhante” A defesa da segurança nacional e a manutenção da estabilidade social são os dois grandes objectivos para este ano, de acordo com a mensagem do Chefe do Executivo para 2024, partilhada no domingo. “Iremos defender com firmeza a segurança nacional e a estabilidade social mantendo sempre a nossa atenção e identificaremos proactivamente as insuficiências, bem como devemos reforçar a elaboração de estratégias para a consolidação da barreira em prol da segurança nacional”, afirmou Ho, de acordo com a mensagem partilhada pelo Gabinete de Comunicação Social. O caminho para este ano foi traçado, depois do Chefe do Executivo se ter comprometido com os “importantes discursos e as instruções do Presidente Xi Jinping”, os “planos estratégicos consagrados no relatório do 20.º Congresso Nacional”, e os tradicionais princípios “um país, dois sistemas” e “Macau governada pelas suas gentes”, este último completado com a inovação mais recente, “Macau governada por patriotas”. Além disso, Ho Iat Seng promete ainda “consolidar a tendência positiva da recuperação económica” e “implementar proactiva e eficazmente o Plano 1+4 e promover novos avanços no desenvolvimento da diversificação adequada da economia”. Ao mesmo tempo, o Chefe do Executivo destacou que no que diz respeito ao desenvolvimento da Ilha da Montanha, promete unir “os esforços de todas as partes de forma a concretizar aceleradamente as metas da primeira fase do Projecto Geral de Construção da Zona de Cooperação Aprofundada”. A promessa foi deixada numa altura em que vários residentes ainda precisam de vistos do Governo Central para se poderem deslocar a uma região que é gerida conjuntamente entre Macau e as autoridades de Cantão. Celebrar o sucesso Ho realçou também a necessidade de assinalar com sucesso o “75.º aniversário da implantação da República Popular da China e o 25.º aniversário do retorno de Macau à pátria”, para dar “novos e maiores contributos para a construção de um país forte e a revitalização da nação chinesa, mediante a modernização com características chinesas”. Sobre o ano que terminou, aquele em que chegaram ao fim as restrições de circulação justificadas com a pandemia, o líder da RAEM deixou um balanço positivo. “O ano de 2023 foi um ano inesquecível, mas também produtivo. Conjugámos esforços para acelerar a recuperação económica, esforçámo-nos para promover novos progressos em todas as vertentes e trabalhámos juntos para a prosperidade e estabilidade de Macau a longo prazo”, indicou Ho. “Ao longo do último ano, tivemos um desempenho consciente e proactivo das nossas funções, agarrámos as oportunidades depois da pandemia para conseguirmos uma rápida recuperação económica e mantermos uma conjuntura social estável e harmoniosa”, completou.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGrande Prémio | F4 tem os ingredientes para constar no menu Uma semana após ter revelado um calendário provisório com o Grande Prémio de Macau como uma das provas da temporada 2024, o organizador do Campeonato da China de Fórmula 4, que no próximo ano terá um monolugar da última geração, publicou uma nova versão do calendário já sem o evento do Circuito da Guia. Todavia, esta alteração não significa que os monolugares de Fórmula 4 deixarão de ser vistos no mundialmente famoso circuito citadino de Macau Esta alteração no calendário do Campeonato da China de Fórmula 4 não foi explicada, mas não é uma situação inédita, pois este ano o Grande Prémio permaneceu no calendário da competição promovida até meados de Outubro. Recorde-se que o Campeonato da China de Fórmula 4 visitou a RAEM de 2020 a 2022, quando a pandemia impediu a realização da prova de Fórmula 3. Contudo, este ano, a Corrida de Fórmula 4 de Macau foi realizada com os monolugares da última geração do revitalizado Campeonato do Sudeste Asiático de Fórmula 4 e não com os carros da competição nacional chinesa. Com o retorno do Grande Prémio ao seu formato habitual de um fim de semana num cenário pós-pandemia, o regresso da Fórmula 4 ao Circuito da Guia em 2024 é uma incógnita, embora haja um certo consenso sobre a relevância desta corrida no evento do Circuito da Guia. “Acho que a Corrida de Fórmula 4 proporcionou um bom espetáculo este ano na 70.ª edição do evento. É sempre bom termos mais categorias oficiais da FIA, como é este o caso, em que vemos jovens que aproveitaram a oportunidade para dar o salto do karting para as corridas de monolugares”, explicou Rodolfo Ávila, o chefe de equipa da local Asia Racing Team, ao HM, equipa que no mês de Novembro passado colocou em pista dois jovens estreantes do território, Tiago Rodrigues e Markus Cheong. Charles Leong Hon Chio, piloto que venceu o Grande Prémio de Macau de Fórmula 4 em 2020 e 2021, partilha da mesma opinião de Ávila. “Vamos ver se eles quererão incluir uma outra corrida de fórmula no programa do Grande Prémio de Macau daqui em diante. Acho que o deveriam fazer porque beneficia os pilotos juniores. Seria bom dar mais oportunidades aos pilotos mais jovens e ajudá-los a aprender a pista única de Macau”, salientou o piloto que este ano terminou no pódio na corrida de Fórmula 4. Bom para indústria local Com a Fórmula 3 actual restrita às dez equipas que participam a tempo inteiro no Campeonato da FIA e com um nível de exigência elevadíssimo para os pilotos, a presença da Fórmula 4 no Grande Prémio poderá ser benéfica para a relativamente pequena indústria do automobilismo local. “Só pelo facto de ser o Grande Prémio de Macau, esta corrida atrairá sempre os melhores do mundo na categoria, o que permitirá os jovens pilotos locais competirem com os próximos talentos mundiais do automobilismo”, refere Ávila, que acrescenta que “também para o lado das equipas locais e asiáticas, esta é um prova que a voltar a repetir-se ajudará bastante no crescimento das mesmas, pois ao medirmos forças com as equipas internacionais, que também têm os melhores engenheiros e mecânicos, aumentaremos a nossa competitividade.” Um horário apertado e um paddock limitado não permitem hoje em dia que o programa do Grande Prémio tenha muito mais que seis corridas, no entanto, várias outras disciplinas de monolugares para jovens talentos fizeram parte do evento ao longo das sete décadas do evento. “Penso que é possível a F4 regressar”, acredita Leong, relembrando que “quando houve uma corrida de Fórmula BMW ou de Fórmula Renault, utilizaram o paddock do parque de estacionamento subterrâneo e funcionou bem”. No mês passado, o piloto da Red Bull Academy, Arvid Lindblad, venceu a Corrida de Fórmula 4 de Macau, enquanto que Tiago Rodrigues, que se sagrou campeão chinês de F4 esta temporada, foi o sexto classificado, e Marcus Cheong foi o 12º.
Andreia Sofia Silva Eventos MancheteConcerto | Lia Sophia traz sons da Amazónia na passagem de ano Pela primeira vez em Macau e na China, a cantora brasileira Lia Sophia traz ao território um “show especial” na noite de passagem de ano junto à Torre de Macau. Conhecida por cantar o carimbó, género musical típico da região da Amazónia, povoado por influências africanas, Lia Sophia promete apresentar um concerto que homenageia essa região brasileira em risco de deflorestação Tudo começou por acaso, porque, na verdade, Lia Sophia queria ser psicóloga. Mas o facto de estar ligada à música desde cedo e a necessidade de ganhar dinheiro fê-la começar a tocar em bares, e daí até construir uma carreira musical foi um passo. A artista brasileira, conhecida por cantar géneros musicais brasileiros tão diversos, assume-se como a mensageira das sonoridades do Carimbó, um estilo nascido na floresta da Amazónia, zona em risco de extinção pela intensa desflorestação de que tem sido vítima nos últimos anos. Desta forma, o concerto de Lia Sophia em Macau, agendado para a noite de passagem de ano entre as 22h e as 00h10, junto à Torre de Macau, na praça do Lago Sai Van, promete chamar a atenção para a musicalidade tão própria dos povos indígenas que habitam este lugar. “Esta é a primeira vez que actuo em Macau e fico muito feliz. Estou muito empolgada por poder levar um pouco da música que fazemos na Amazónia, com todas as referências afro, sobretudo neste momento em que se fala tanto da Amazónia e da preservação da floresta, e também dos povos indígenas que vivem neste lugar”, contou ao HM. Lia Sophia diz ter preparado um “show especial” para Macau. “Vai ser um momento muito especial e levo comigo uma história, referências importantíssimas destes povos na música. Levo referências ao nível da repercussão, tendo escolhido músicas do meu repertório para que o povo de Macau entenda de onde eu venho.” A cantora brasileira, que ficou surpreendida ao saber que no território persiste uma pequena comunidade brasileira, disse ainda que “Macau vai ser um momento especial” na sua carreira. “Fico feliz em saber que existe essa semelhança, pois parte da população fala português. Vai ser bom demais encontrar compatriotas.” Mescla de ritmos Lia Sophia lançou o primeiro disco em 2005, “Livre”, seguindo-se “Castelo de Luz”, em 2009 e, mais recentemente, “Não Me Provoca”, com participações especiais de Ney Matogrosso, Paulinho Moska e Sebastião Tapajós. O single “Ai Menina”, de um outro álbum, fez parte da banda sonora da telenovela da Rede Globo “Amor, Eterno Amor”, catapultando a artista ainda mais para a fama. “Nunca foi um projecto ou influência embarcar na música como profissão”, confessa. O violão começou a ser tocado aos nove anos de idade, mas depois foi tudo fruto do acaso. “Sou formada em psicologia na Universidade Federal do Pará, mas precisei de trabalhar, pois venho de uma família humilde e pobre, e comecei a tocar em bares, algo comum no Brasil. De repente, em 2005, lancei o meu primeiro álbum, que foi um sucesso. A minha vida seguiu esse rumo e sou muito feliz.” A cantora descreve o Carimbó como “um ritmo tradicional com raiz no Belém do Pará, onde me situo”, e que mistura música africana com indígena. “Na dança desta música os pés arrastam-se como nas coreografias indígenas, usa-se um tambor enorme onde se senta em cima para tocar, batem-se palmas, mistura-se a dança, estilos de roupa e de vida. É uma cultura muito presente na Amazónia profunda”, descreveu. O carimbó é ainda “uma dança em que as mulheres usam saias festivas, e quando se toca é irresistível em qualquer lugar”. “Estou levando um pouco do carimbó para Macau, tal como outros ritmos, como o brega, muito típico da região norte [do Brasil], ou a guitarrada. É importante que o povo de Macau conheça um pouco sobre estes géneros musicais e que eu possa projectar imagens da Amazónia, da sua exuberância e riquezas natural e humana.” Lia Sophia diz esperar que, com este concerto, internacionalize mais a sua carreira, que já contou com espectáculos em Londres ou Nova Iorque. “É fantástico ter a chance de poder levar a nossa cultura para um lugar tão diferente de onde você vive”, rematou.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEdifício Hoi Pan Garden | Polícia intervém em assembleia de condóminos A legitimidade para constituir uma nova administração no Edifício Hoi Pan Garden levou a conflitos físicos e verbais entre os moradores. A polícia foi chamada ao local para manter a ordem A reunião de quarta-feira à noite do condomínio do Edifício Hoi Pan Garden, na Areia Preta, obrigou à intervenção do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). Em causa, esteve uma disputa entre diferentes grupos de moradores sobre a legitimidade para eleger e formar a “administração” do edifício. O encontro começou por volta das 19h de quarta-feira, na zona recreativa do Edifício Hoi Pan Garden, hora para a qual estava marcada uma assembleia geral do condomínio, organizada por um grupo que defendia representar a administração do edifício. Contudo, de acordo com o canal televisivo Lotus TV, apareceram igualmente na reunião outras pessoas que interromperam o desenrolar dos trabalhos, e que questionaram a legitimidade do outro grupo para se intitular como nova administração e conduzir os trabalhos. O ambiente aqueceu quando os organizadores da reunião começaram a pedir os bilhetes de identidade às outras pessoas que chegaram depois e que questionavam a legitimidade da reunião. O objectivo passava por expulsar do local do encontro aqueles que não fossem os proprietários registados das fracções. O pedido dos BIR não foi bem recebido por muitos dos presentes, e além das agressões verbais, sugiram também confrontos físicos, que obrigaram a que o CPSP fosse chamado ao local e tivesse de intervir, para manter a ordem. Segundo os dados sobre gestão predial do Instituto de Habitação, a última administração do Edifício Hoi Pan Garden tinha começado o mandato a 22 de Dezembro de 2020 e este tinha terminado a 21 de Dezembro deste ano. Trabalho dificultado No local, a equipa da Lotus TV assinalou que o organizador da reunião de condomínio tentou impedir que os acontecimentos fossem alvo de cobertura noticiosa. Só com a chegada do CPSP foi possível que os repórteres da estação fizessem o seu trabalho. Horas mais tarde, por volta das 23h, o CPSP divulgou a informação sobre a intervenção, e apontou que apesar dos desacatos a assembleia geral do condomínio tinha terminado de forma pacífica. Um dos presentes na reunião foi o presidente da Associação dos Armadores de Ferro e Aço, Wong Wai Man, que em declarações ao HM confirmou os acontecimentos e lamentou que a reunião tivesse sido interrompida. “A reunião foi marcada com um mês de antecedência e corria de forma harmoniosa”, começou por descrever. “É impressionante como é que estas pessoas puderam interromper uma reunião que decorria no espaço próprio e com toda a legitimidade. Tentaram impedir a eleição de uma nova administração, e isso não é correcto, pois não?”, acrescentou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaJockey Club | Deputado questiona investimento em elementos não jogo Quando, em 2018, o Governo anunciou a renovação do contrato por 24 anos com a Companhia de Corridas de Cavalos de Macau, a empresa comprometeu-se a realizar um investimento de 1,5 mil milhões de patacas até ao fim deste ano O deputado Leong Sun Iok quer saber como é que a concessionária Companhia de Corridas de Cavalos de Macau está a cumprir a obrigação contratual de investir 1,5 mil milhões de patacas até ao final do presente ano no Macau Jockey Club. O assunto foi abordado ontem através de uma interpelação escrita, em que Leong diz estar seriamente “preocupado” com o investimento e a fiscalização do contrato. No documento, o legislador ligado a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) recorda que até ao final deste ano havia a obrigação contratual de investir até 1,5 mil milhões de patacas em “instalações comunitárias” e em elementos não jogo, para diversificar o espaço. No entanto, nesta fase, os investimentos não são conhecidos: “O secretário [para a economia e finanças] mencionou na Assembleia Legislativa que haveria uma supervisão rigorosa das operações do Jockey Club, de acordo com a lei e o contrato assinado. Mas, quais são os elementos não jogo que estão a ser desenvolvidos pela concessionária?”, questiona Leong. “Qual é o plano de desenvolvimento para aquele espaço? Como é que vão optimizar aquela área para criar elementos não jogo que possam servir a comunidade?”, acrescenta. Além das perguntas, Leong Sun Iok mostra-se preocupado com a situação à volta das corridas de cavalos, que têm sido afectadas “por vários factores e condições desfavoráveis”. O deputado dá o exemplo da pandemia, que limitou as actividades do espaço, mas também das perdas acumuladas e as dificuldades em trazer cavalos para o território, que têm “afectado os eventos e actividades” no espaço. Aposta no turismo? Sobre os investimentos não jogo, Leong Sun Iok aponta que o Governo tem o objectivo de tornar Macau numa cidade de desporto. Nesse sentido, defende que o espaço do Jockey Club devia ser utilizado para promover eventos ligados ao “ciclismo, futebol” e outras modalidades. “Se a pista de corridas for transformada de forma bem- sucedida numa atracção icónica, e dado que está numa zona com vários meios de transporte, vai fazer com que seja mais fácil atrair as pessoas e alcançar o objectivo de transformar Macau num centro de turismo desportivo”, argumenta. O deputado pergunta também como é que com a construção da cidade de desporto, o Governo pode fazer com que o Jockey Club gere mais “benefícios económicos e socais” e se transforme “numa parte integrante e importante” do centro mundial de turismo em lazer em Macau. A Companhia de Corridas de Cavalos de Macau, visada pelas perguntas, é liderada por Ângela Leong, que também é deputada.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaMetro | Relatório aponta “omissões evidentes” na gestão do GIT Foi ontem divulgado um relatório do Comissariado de Auditoria que aponta “omissões evidentes” na gestão do antigo Gabinete de Infra-estruturas de Transportes. Em causa, estão as avarias num cabo eléctrico que levaram à paragem de cinco meses da linha da Taipa e que se deveram a falhas na verificação de padrões técnicos O Comissariado de Auditoria (CA) entende que o antigo Gabinete de Infra-estruturas de Transportes (GIT), extinto em Outubro de 2019, praticou “omissões evidentes de gestão” na aquisição do cabo eléctrico para a linha da Taipa do metro ligeiro. Esta foi feita “sem correspondente verificação” relativamente a padrões técnicos de funcionamento, o que levou a 18 avarias em menos de dois anos, a partir de 13 de Janeiro de 2020, e à suspensão do metro ligeiro por cinco meses, em 2021, para a substituição do cabo. O relatório do CA aponta que “a causa directa da falha no cabo se deveu a um enrugamento na blindagem de fita de cobre, defeito este que vem de origem, levando à danificação da blindagem ao fim de um certo tempo, originando a ruptura da camada de isolamento e, consequentemente, falhas no cabo eléctrico”. O CA entende ainda que as “especificações técnicas da camada de blindagem da fita de cobre foram pouco exigentes, fazendo com que esta camada não fosse capaz de resistir ou reduzir o problema dos danos causados pelo seu enrugamento que, consequentemente, levou à ruptura da camada de isolamento”. Pouca fiscalização O CA alerta também para falhas cometidas pelo antigo GIT na hora de adoptar padrões e especificações técnicas, pois o concurso público determinava que os cabos deveriam estar em conformidade com a norma IEC, que estabelece os requisitos técnicos mínimos para a estrutura dos cabos eléctricos. Contudo, quanto à blindagem dos cabos, a norma em questão não “estabelece quaisquer requisitos, deixando, assim, à legislação nacional a regulação do tipo de material a usar, o tamanho e método de enrolamento da blindagem”. Desta forma, “as especificações técnicas podiam ser definidas pelo fornecedor”. Assim sendo, quanto à blindagem da fita de cobre, “o fornecedor apenas propôs especificações técnicas quanto ao método de enrolamento e à sua espessura, que o GIT aceitou”, além de que “as especificações adoptadas pelo fornecedor não são tão exigentes como as do padrão nacional”. O CA conclui, neste contexto, que o GIT, relativamente à escolha das normas técnicas, “devia ter tido em consideração o contexto concreto em que Macau se encontra inserido”, pois “o cabo efectivamente utilizado no sistema de metro ligeiro foi instalado sem ser sujeito aos ensaios conforme previsto na norma IEC e no contrato de fornecimento”, bem como “sem a correspondente certificação, o que reflecte a existência de omissões evidentes na gestão do GIT”. De destacar que tanto o consultor do projecto como o GIT alertou o fornecedor para a questão do cabo, mas depois “não se insistiu junto do fornecedor o envio do relatório” sobre esse material, não sendo possível avaliar “se o fornecedor fez ou não os ensaios requeridos ao tipo de cabo que foi utilizado no sistema do metro ligeiro, e se estavam em conformidade com a norma IEC”. O relatório alerta ainda que, na área das obras públicas, o trabalho não termina com a adjudicação e a contratação de entidades externas de fiscalização, tendo o Governo de ser “responsável pela salvaguarda dos interesses da RAEM”. Deve, por isso, “tomar as devidas medidas de correcção e regulação”.
Hoje Macau Manchete SociedadeUM | 2024 pode marcar regresso da economia a níveis pré-pandemia Previsões feitas pelo Centro de Estudos e pelo Departamento de Economia da Universidade de Macau indicam que no próximo ano pode acontecer o que há muito se espera na economia local: a recuperação a níveis de 2019. Prevê-se, assim, um crescimento económico entre 8,3 e 21 por cento A Universidade de Macau (UM) estima que a economia do território poderá crescer até 21 por cento em 2024, permitindo que o produto interno bruto (PIB) recupere até níveis atingidos antes da pandemia, anunciou ontem a instituição. Num comunicado, o Centro de Estudos e o Departamento de Economia da UM disse prever que “o crescimento económico de Macau em 2024 será entre 8,3 e 21 por cento”, dependendo do número de visitantes vindos da China continental. Os turistas chineses “continuam a ser o principal factor a afectar o desenvolvimento da economia” do território, até porque “a recuperação nas chegadas de visitantes de outras regiões tem sido mais lenta”, referiram os economistas. Num cenário mais optimista traçado pelos académicos, a região deverá receber no próximo ano um número de turistas próximo dos 39,6 milhões registado em 2019, o que permitiria ao PIB atingir 96,1 por cento do nível registado nesse mesmo ano. No entanto, a UM avisa que “Macau enfrentará incertezas quanto ao desenvolvimento económico do interior da China em 2024”. “A contracção do mercado imobiliário, bem como a dívida pública local e empresarial, irão afectar os rendimentos dos residentes, levando a uma diminuição do seu interesse e poder de compra em viajar” para o território, referiu o comunicado. Diferentes cenários O investimento em imobiliário na China continental caiu 9,4 por cento nos primeiros 11 meses do ano, revelou a 15 de Dezembro o Gabinete Nacional de Estatística chinês, devido a uma crise que deixou casas inacabadas e levou à queda dos preços por metro quadrado. No segundo cenário, o mais cauteloso, Macau irá ter um aumento de 5 por cento no número de visitantes em comparação com 2023 – o que corresponderia a 29,4 milhões, segundo previsões do Governo –, com a economia a recuperar até 85,9 por cento do registado em 2019. Com o turismo em retoma, a UM previu que as exportações de serviços, o motor da economia da cidade graças ao sector dos casinos, deverão crescer entre 10,3 e 26,7 por cento, ajudando a taxa de desemprego a cair dos actuais 2,4 por cento para entre 2,1 e 1,9 por cento. Por outro lado, os economistas acreditam que as receitas do Governo de Macau deverão fixar-se entre 95,3 mil milhões e 109,6 mil milhões de patacas. No orçamento para 2024, o Executivo prevê um aumento de 1,8 por cento nas receitas, para 107,1 mil milhões de patacas, sobretudo graças ao imposto sobre o jogo, que deverá atingir 75,6 mil milhões de patacas. Entre Janeiro e Novembro, as receitas do jogo em Macau mais que quadruplicaram em comparação com igual período de 2022, atingindo 164,5 mil milhões de patacas. A indústria do jogo, o motor da economia da cidade, representava, em 2019, 51 por cento do PIB [Produto Interno Bruto] de Macau e, apesar da crise durante a pandemia, dá actualmente trabalho a cerca de 71 mil pessoas, ou seja, 19,2 por cento da população empregada.
Hoje Macau Manchete SociedadeFinanças | Fim de pagamentos por multibanco A partir de Janeiro, os cidadãos deixam de poder pagar os impostos através da rede de máquinas multibanco. A decisão da Direcção de Serviços de Finanças (DSF), que passa por levar os cidadãos a instalarem nos seus telemóveis a aplicação Conta Única, foi revelada ontem. “A Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) tem promovido, de forma activa, o governo electrónico e, para uma distribuição eficaz dos recursos administrativos, após a revisão e integração das diversas formas de pagamento de impostos, será cessado, a partir do dia 1 de Janeiro de 2024, o serviço de pagamento de impostos através das máquinas ATM da rede JETCO”, foi anunciado. Apesar de falar de uma “distribuição eficaz dos recursos administrativos”, o comunicado não revela como é que a distribuição é mais eficaz, nem se a medida vai permitir poupar recursos financeiros da RAEM. “Com a crescente generalização da aplicação de telemóvel, actualmente, os contribuintes podem proceder ao pagamento de impostos online, na comodidade de sua casa, através da aplicação móvel Macau Tax ou Conta Única de Macau e, sem limite de tempo, sendo a experiência dos utilizadores cada vez mais completa, como por exemplo, a obtenção imediata de informações fiscais, recibos, etc.”, foi acrescentado. Caso não queiram instalar as aplicações do governo para pagar os impostos, a alternativa passa agora a limitar-se às deslocações aos bancos, ou através do sistema ebanking, das mesmas instituições.
Hoje Macau Manchete SociedadeNatal | Recebidos mais de 679,5 mil turistas Só no sábado, a cidade acolheu 133.603 visitantes, embora a média diária entre 20 de Dezembro e terça-feira, dia 26, tenha sido de 97 mil turistas. As Portas do Cerco foram o principal ponto de entrada Macau recebeu quase 679.600 turistas na época de Natal, entre o aniversário do estabelecimento da RAEM, a 20 de Dezembro, e terça-feira, dez vezes mais do que em igual período de 2022. Os dados oficiais foram divulgados ontem, e a comparação é feita com um período em que ainda vigorava as restrições de circulação e era exigida quarentena a quem vinha de fora. De acordo com a Polícia de Segurança Pública (PSP), a cidade acolheu perto de 93 mil visitantes na terça-feira, elevando o número total para 679.584 no espaço de sete dias. Um valor mais de dez vezes maior do que o registado no Natal de 2022 (65.138), altura em que tanto Macau como o Interior – o principal mercado de origem dos turistas que visitam a cidade – ainda impunham restrições às viagens devido à pandemia da covid-19. O pico foi sentido no sábado, dia em que Macau acolheu 133.603 visitantes, tendo a cidade registado uma média diária de cerca de 97 mil turistas neste período. Durante a chamada Semana Dourada do Dia da China, 01 de Outubro, um dos picos turísticos do país, a cidade recebeu em média 116.546 turistas por dia. Isto apesar de nem o solstício de Inverno (22 de Dezembro) nem o dia de Natal serem feriados no Interior. Só na vizinha região de Hong Kong, a segunda principal fonte dos visitantes de Macau, é que 25 e 26 de Dezembro são feriados. Correrias nas portas Os dados divulgados pela PSP não indicaram a origem dos turistas, mas referiram que quase dois terços entraram ou pelas Portas do Cerco (33,2 por cento), a principal fronteira com o Interior, ou pela Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (29,8 por cento). Aliás, a ponte de 55,5 quilómetros, inaugurada em Outubro de 2018, registou na segunda-feira a passagem de mais de 16 mil veículos no terminal de Zhuhai, um novo recorde máximo, de acordo com o portal de notícias estatal China Media Group. Entre Janeiro e Novembro deste ano chegaram a Macau 25,3 milhões de visitantes, quase cinco vezes mais do que em igual período do ano passado, de acordo com dados oficiais divulgados na semana passada. O secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, disse a 10 de Dezembro esperar que Macau termine o ano com 28 milhões de turistas, um valor que seria cinco vezes maior do que 2022 e cerca de 71 por cento do registado em 2019 (39,6 milhões), antes do início da pandemia. Ocupação de 90,8% Dados da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) revelam que entre os dias 23 e 26 de Dezembro, ou seja, no período de férias de Natal, registou-se uma taxa de ocupação hoteleira na ordem dos 90,8 por cento, um aumento de 2,7 por cento face à média de ocupação registada em Novembro, na ordem dos 88,1 por cento. De frisar que estes são dados preliminares. Enquanto isso, Macau recebeu nestes dias cerca de 114 mil pessoas por dia, mais de 456 mil visitantes, o que representa um aumento de 1,3 por cento face ao período homólogo de 2019. Segundo a DST, “os resultados mostram que o número de visitantes durante os feriados ultrapassou o período pré-pandémico, assinalando uma retoma do turismo satisfatória”, continuando-se “a registar uma tendência de crescimento contínuo”. Tendo em conta a chegada do Ano Novo e do Ano Novo Chinês, no início do próximo ano, a DST promete continuar a “cooperar com outros serviços públicos, operadores turísticos, empresas e associações para melhorar os produtos turísticos e elevar a qualidade dos serviços prestados”. Promete-se ainda fomentar o conceito de “Turismo +” em parceria com outros sectores económicos, a fim de “promover a diversificação, inovação e desenvolvimento sustentável da indústria turística de Macau”.
João Santos Filipe Manchete PolíticaCreches | IAS recebeu queixas sobre ferimentos em crianças O IAS relatou ontem ter recebido 26 queixas durante o ano relativas a creches. Algumas delas, diziam respeito a ferimentos em crianças. Deputada pede sistema de licenciamento de cuidadores Ao longo deste ano o Instituto de Acção Social (IAS) recebeu 26 queixas relativas a creches, que estiveram principalmente relacionadas com lesões em crianças. A revelação foi feita por Lao Kit Im, chefe da Divisão de Serviços para Crianças e Jovens do IAS, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau. Neste capítulo, o ano ficou marcado pela morte de uma bebé de quatro meses, que frequentava a creche de Fong Chong da Taipa. Como consequência, o espaço foi encerrado. No entanto, Lao Kit Im revelou que houve mais queixas e algumas delas relacionadas com ferimentos em crianças, provocados durante o tempo que passavam nesses espaços. Face a este número, a responsável garantiu que todas as queixas foram investigadas e que os pais foram informados sobre a forma como as suas queixas estavam a ser tratadas, assim como das conclusões. Também presente no programa Fórum Macau, a deputada Wong Kit Cheng defendeu um reforço da formação das cuidadoras das crianças, e sugeriu que o Governo adopte um sistema de licenciamento para esta profissão. Actualmente, quem tiver cumprido o sexto ano do ensino básico pode desempenhar as funções de cuidador de crianças. Segundo os dados do IAS, é recomendado a existência de pelo menos um cuidador por cada turma nas creches, ao qual se junta um assistente de educador de infância. Sem planos Por sua vez, Lao Kit Im respondeu que apesar do IAS estar sempre disponível para ouvir as opiniões da sociedade, não há planos para introduzir o sistema de acreditação para as cuidadoras de crianças. Apesar da nega, Wong Kit Cheng considerou que a introdução do sistema de licenças pode vir a ser uma realidade, porque actualmente as pessoas que desempenham estas tarefas são cada vez mais qualificadas. “[A licença para os cuidadores] é uma tendência, como mostram os cuidadores mais recentes das creches locais, que têm habilitações académicas cada vez mais elevadas, em comparação com o passado. Temos a esperança que as suas competências profissionais possam ser cada vez melhores”, afirmou a deputada. “Devemos incentivar os responsáveis das creches a criar um sistema de avaliação para que os cuidadores tenham motivos para continuarem a apostar na sua formação,” completou. A deputada, que faz parte da Associação das Mulheres, mencionou também que, nos últimos anos, o IAS tem realizado formações para cuidadores em conjunto com as associações locais. “Acho impressionante que no passado os cuidadores apenas tivessem como habilitações académicas o ensino primário”, reconheceu. “Como agora as habilitações dos cuidadores são mais elevadas e há mais formações, as competências profissionais são melhores e os pais têm mais confiança nas creches”, acrescentou. Por outro lado, Wong Kit Cheng considerou que os subsídios atribuídos pelo Governo às creches podem ser aumentados, para melhorar as instalações existentes e haver uma maior retenção dos trabalhadores.
João Santos Filipe Manchete PolíticaHabitação Económica | Singulares sem hipótese de comprar T2 Apesar da nova realidade económica, o Governo não planeia alterar os escalões de rendimentos que permite o acesso ao concurso de compra de habitação económica O Governo recusa a possibilidade de permitir que os residentes singulares possam adquirir habitações económicas com dois quartos. A posição foi tomada por Kuoc Vai Han, presidente substituta do Instituto de Habitação (IH), na resposta a uma interpelação do deputado Leong Sun Iok. Nas perguntas enviadas ao Executivo, o deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) mostrava-se preocupado com o que considera a falta de habitação em Macau, e principalmente com a decisão do governo de “suspender” a construção de habitação intermédia, também conhecida como sanduíche, na Avenida Wai Long. Face às limitações no mercado de habitação, Leong Sun Iok pretendia saber se o Executivo estava disponível para flexibilizar os critérios, e permitir que os agregados familiares com uma única pessoa pudessem adquirir apartamentos com dois quartos. A resposta foi negativa: “A Lei da Habitação Económica vigente já define que a dimensão do agregado familiar corresponde à tipologia de habitação que pode ser escolhida, reflectindo, principalmente, a justiça e a razoabilidade na utilização dos recursos públicos, pelo que, neste momento, não está a ser ponderada a sua alteração”, foi respondido pela presidente. Actualmente, a lei apenas permite aos residentes singulares comprarem habitações económicas do estilo T1. Quando um agregado é constituído por duas ou mais pessoas, pode comprar habitações T1 ou T2. Se o agregado familiar tiver três ou mais membros pode comprar apartamentos com um quarto, dois quartos ou três quartos. Limites sem mudanças Por outro lado, o Governo recusa também avançar com uma revisão dos limites monetários de candidatura à compra de habitação económica. Leong Sun Iok perguntou na interpelação escrita se havia planos para reduzir o actual limite mínimo do rendimento mensal que permite aos residentes candidatarem-se à compra de uma habitação económica. Na origem deste pedido, estava o desejo de tornar menor o fosso entre aqueles que podem arrendar habitações sociais e os que podem comprar habitação económica, assim como uma maior atenção para a situação económica pós-pandemia. Contudo, Kuoc Vai Han respondeu negativamente: “Na fixação do limite mínimo de rendimento para a habitação económica, foi tido como referência o limite máximo de rendimento para a habitação social, com o objectivo de alcançar uma articulação contínua entre a habitação social e a habitação económica, pelo que não existe qualquer consideração sobre o seu ajustamento”, foi justificado.
Hoje Macau China / Ásia ManchetePassageiros vindos de Moçambique detidos em Hong Kong com 33,5 quilos de droga A polícia de Hong Kong anunciou no sábado à noite ter detido dois passageiros que voaram de Moçambique para a região chinesa com 33,5 quilos de metanfetamina, no valor de 1,9 milhões de euros. Num comunicado, a Alfândega de Hong Kong revelou que detectou na sexta-feira um homem de 29 anos e uma mulher de 27 anos que chegaram ao aeroporto do território vindo de Moçambique através de Doha, no Qatar. Os agentes encontraram, no interior das malas de porão dos dois viajantes, 10 pinturas a óleo e 54 peças de artesanato, usadas para esconder um total de 33,5 quilos de metanfetamina, no valor de 16,5 milhões de dólares de Hong Kong. Os dois passageiros foram detidos e a polícia sublinhou que a investigação está ainda a decorrer. As autoridades sublinharam que, “após a retoma das viagens e trocas normais com o interior [da China] e outras partes do mundo, o número de visitantes em Hong Kong tem aumentado constantemente”. Desde Dezembro de 2022 que a metrópole abandonou a política chinesa de ‘zero covid’, com a restrição das entradas no território, aposta em testagens em massa, confinamentos de zonas de risco e quarentenas. A Alfândega de Hong Kong prometeu “continuar a aplicar uma abordagem de avaliação de risco e concentrar-se na seleção de passageiros de regiões de alto risco”. Mão pesada O crime de tráfico de droga é punido na região chinesa com uma multa de até 5 milhões de dólares de Hong Kong e uma pena de prisão que pode ser perpétua. Em Agosto, a polícia da cidade chinesa deteve um passageiro vindo do Brasil com 700 gramas de cocaína, no valor de quase cem mil euros, no interior do corpo. Em Junho, a polícia de Hong Kong deteve uma passageira que voou do Brasil para a cidade com quase um quilo de cocaína, no valor de 124 mil euros, escondida dentro de latas de perfumes. Em Maio, a polícia do território deteve, em dois dias consecutivos, três passageiros que voaram do Brasil para a região com um total de 1,6 quilos de cocaína, no valor de 1,3 milhões de dólares de Hong Kong, no interior do corpo. Em Setembro de 2022, a polícia anunciou a apreensão de 16,5 quilos de cocaína, com um valor de mercado de 14 milhões de dólares de Hong Kong, no interior de contentores, vindos do Brasil, com fibras de algodão.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEdifício do Lago | Azulejos voltam a soltar-se e a cair O diferendo entre os moradores e o empreiteiro do projecto de habitação económica mantém-se com a proposta para substituir os azulejos por mosaicos e tinta a ser recusada Os azulejos instalados no Edifício do Lago, um dos projectos locais de habitação económica, voltaram a soltar-se e a cair. Este tem sido um problema crónico de uma construção marcada por vários defeitos. A queda aconteceu no dia 24 de Dezembro de manhã, em alguns andares do bloco 2 do Edifício do Lago. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, vários moradores deixaram a esperança de que seja possível um acordo entre o empreiteiro e os condóminos, para avançar com um plano de recuperação das partes danificadas. “Quando cheguei à porta da minha casa, todos os azulejos do corredor do espaço comum estavam no chão, partidos, e só vi o reboco na parede. Desejo que o empreiteiro possa recuperar o espaço, de acordo com a aparência do prédio na altura em que começamos a ocupar as casas”, afirmou um morador de apelido Ng. O residente recordou ainda que no final do ano passado, face à queda crónica dos azulejos, que o empreiteiro propôs uma alternativa: a substituição dos azulejos por mosaicos e por uma parte da parede simplesmente pintada com tinta. Porém, o condomínio recusa este plano, por considerar que o espaço ficaria com uma qualidade menor do que a inicial. Por seu turno, outra moradora, de apelido Wong, também pretende ver a situação resolvida e sublinhou que este tipo de ocorrências coloca em risco a saúde de todos, principalmente dos idosos e das crianças. “A queda de azulejos aconteceu à meia noite no meu bloco. É um acontecimento perigoso, principalmente se houver crianças ou idosos a passarem pelos corredores quando acontecem as quedas de azulejos”, indicou Wong. Segundo as informações da Direcção dos Serviços de Obras Públicas, entre Dezembro do ano passado e Março, as administrações de todos os seis blocos do Edifício do Lago recusaram as propostas de reparação dos azulejos apresentadas pelo empreiteiro. Deputados reagem Por sua vez, os deputados Leong Hong Sai e Ron Lam reagiram ao incidente, ao defender que deve ser o Governo a assumir um papel mais activo na negociação entre os proprietários do Edifício do Lago e empreiteiro. Ron Lam criticou o Executivo porque apesar de um relatório do Comissariado contra a Corrupção sobre o prédio ter indicado ser necessário uma “colaboração activa” do Governo, na prática, o resultado é muito diferente. Lam indicou que o Governo tem tido uma postura passiva, sem apontar grandes soluções para o problema dos moradores. O legislador indicou também que no caso das negociações recusadas, o Governo fez uma única proposta para instalação de novos mosaicos, que cobririam uma altura de 1,5 metros das paredes com azulejos, e que aos proprietários só era dada a opção de escolher a cor e o padrão de mosaicos. Já Leong Hong Sai, considerou que a queda de azulejos se deveu à mudança da temperatura nos últimos dias. O também engenheiro apontou que se os moradores querem manter a instalação de azulejos, o tamanho de azulejos pode ser reduzido e o desenho para a distância de lacuna entre azulejos deve ser melhorado.
Hoje Macau Manchete SociedadeHovione | Distinção reflecte “história longa e bem-sucedida” Com 180 trabalhadores, a empresa portuguesa é a maior unidade farmacêutica de Macau. Para o director-geral, Eddy Leong a distinção é igualmente um sinal de confiança para o futuro A Hovione considera que a atribuição de uma medalha de Mérito Industrial e Comercial pelo Governo é “uma grande honra” e reflecte a “longa e bem-sucedida” história da farmacêutica no território. Foi desta forma que a empresa reagiu à atribuição anunciada a 19 de Dezembro pelo Executivo. “É para nós uma grande honra ter recebido esta medalha de mérito”, começou por reagir o director-geral da empresa em Macau, Eddy Leong, em declarações à Lusa, expressando “gratidão ao Governo” e a “todos os sectores da sociedade pelo reconhecimento dos quase 40 anos de trabalho” local. “Na Hovione, gostamos de dizer que estamos ‘nisto para a vida’ e sinto que este prémio reflecte não só a nossa longa e bem-sucedida história em Macau, mas também aponta para o nosso futuro de sucesso aqui”, acrescentou, numa resposta por email. A medalha, continuou o director-geral, reflecte, além disso, o compromisso da empresa portuguesa em trabalhar com as “organizações parceiras para criar oportunidades de carreira gratificantes nas ciências da vida”. Na apresentação dos medalhados deste ano, o executivo de Ho Iat Seng sublinhou em comunicado a “equipa forte” da Hovione dedicada “à investigação e à qualidade” e que “tem obtido diversos êxitos”. “A empresa tem-se empenhado em melhorar e desenvolver de forma constante e estrategicamente a operação com segurança, trazendo para o mercado mundial medicamentos não patenteados e produtos sintéticos personalizados, seguros, eficazes, especializados e de qualidade elevada, o que lhe granjeou o reconhecimento mundial”, afirma-se na nota de apresentação. Papel na Montanha Por outro lado, o Governo referiu que a expansão do negócio da Hovione “no mercado asiático está já a aproveitar as oportunidades proporcionadas pelo desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”, contribuindo para o desenvolvimento da indústria de ‘big health’ de Macau e, consequentemente, para o desenvolvimento da diversificação económica local. A Hovione começou a operar em Macau em 1986 e em 1987 foi pela primeira vez inspeccionada e certificada pela FDA [Food and Drug Administration – agência federal americana de saúde nos medicamentos e comida]. A empresa “produz activos farmacêuticos não patenteados, distribuídos no mercado global”. Tem 180 funcionários e segundo a própria empresa “é a maior unidade farmacêutica de Macau”. Além disso, “presta aconselhamento ao Departamento Económico sobre o desenvolvimento da indústria farmacêutica” no território.
João Santos Filipe Manchete PolíticaHengqin | Autoridades esperam atrair 120 mil residentes de Macau Dentro de pouco mais de 10 anos, cerca de 20 por cento da população local deve mudar-se para Hengqin, de acordo com os planos do Governo Central para Macau. Além disso, 80 mil residentes vão ter de encontrar trabalho no outro lado da fronteira Até 2035, cerca de 120 mil residentes de Macau têm de estar a viver na Zona de Cooperação Aprofundada na Ilha da Montanha. Segundo a Macau News Agency, a meta faz parte do Plano Geral do Desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, apresentado pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, o principal órgão de planeamento económico do país, na semana passada. O “Plano Hengqin” apresentado pelas autoridades centrais, visa que a zona com 106 quilómetros quadrados seja um motor de crescimento do “corredor” de ciência e inovação tecnológica Guangzhou-Zhuhai-Macau, e que ao mesmo tempo contribua para “promover a diversificação adequada” da economia do território. Além do objectivo de realojar 120 mil residentes de Macau na Ilha da Montanha, o plano passa também por levar cerca de 80 mil residentes a trabalharem no outro lado da fronteira. No final de 2022, segundo os dados mais recentes, a população local era de 570,7 mil pessoas, o que significa que o plano implica a deslocação para a Ilha da Montanha de cerca um quinto da população local, ou seja 21 por cento. A primeira meta está definida na celebração do 25.º aniversário da RAEM, em Dezembro do próximo ano, é esperado que nessa altura haja 5 mil residentes locais a trabalhar na Ilha da Montanha e que 20 mil fixem residência fora da RAEM, no outro lado da fronteira. Ho agradece Após o plano ter sido divulgado, o Governo da RAEM emitiu um comunicado onde se pode ler que Ho Iat Seng vê o plano como o “apoio” e o “carinho” do Governo Central pela RAEM. O comunicado sublinha também que a medida vai integrar ainda mais Macau no Interior: “A construção da Zona de Cooperação Aprofundada é uma importante estratégia do Governo Central para apoiar a diversificação adequada e o desenvolvimento sustentável da economia de Macau […] e um caminho indispensável para a integração de Macau no desenvolvimento nacional”, foi visado. A mensagem aponta ainda que a maior integração e aproximação vai enriquecer a prática de ‘um país, dois sistemas’, embora não apresente como. O Governo de Ho Iat Seng considerou também que o plano vai melhorar a vida da população: “O Plano Hengqin apresenta uma série de medidas de incentivo e de apoio em prol da coordenação entre Macau e Hengqin e de uma maior facilidade para Macau, as quais irão impulsionar a articulação de regras e mecanismos entre as duas zonas, o avanço da diversificação industrial local e a melhoria da qualidade de vida dos residentes”, foi vincado.
Hoje Macau Manchete PolíticaTerramoto | Macau doa 30 milhões para zonas afectadas O terramoto que deixou quase 150 mortos tem mobilizado a elite de Macau no sentido de financiar as operações de resgate e construção. Além do governo, também os deputados dos órgãos legislativo e consultivo centrais deram um apoio de 4 milhões de patacas O Governo anunciou no sábado à noite a doação de 30 milhões de patacas para apoiar as zonas do noroeste da China atingidas por um sismo na segunda-feira passada. De acordo com um comunicado, o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, frisou que Macau “vai envidar todos os esforços para apoiar as operações de salvamento e espera que a vida da população nas zonas atingidas regresse à normalidade o mais breve possível”. O líder do Governo da RAEM manifestou também “a sua solidariedade para com as vítimas do sismo e a população afectada”. “Quando um lugar sofre, a ajuda vem de todos os lados”, reiterou Ho. O Chefe do Executivo sublinhou ainda que “personalidades de todos os sectores da sociedade, instituições, empresas e associações estão a alocar (…) a doação de dinheiro e de materiais de salvamento para garantir o reforço necessário nas operações de socorro e de resgate”. Anteriormente, a TDM havia noticiado que os deputados de Macau à Assembleia Popular Nacional chinesa e os membros locais do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês irão doar quatro milhões de patacas em ajuda humanitária. Também as seis concessionárias do jogo em Macau – Wynn, MGM, Sands, Melco, SJM e Galaxy – anunciaram um donativo de 10 milhões de patacas cada, totalizando 60 milhões de patacas. A Cruz Vermelha de Macau anunciou na terça-feira o envio de 200 mil patacas à congénere da província de Gansu. Em contacto O governo prometeu igualmente que “vai acompanhar de perto a situação de ajuda humanitária e manter contacto com os serviços competentes do interior da China”. As autoridades mostraram confiança em que, graças à “união e esforços conjuntos dos governantes e da população das regiões afectadas, as consequências e as dificuldades desta tragédia irão ser ultrapassadas, assim como as condições de vida da população serão recuperadas”. O sismo de magnitude 6,2 atingiu uma região montanhosa, um minuto antes da meia-noite local de segunda-feira na fronteira entre as províncias de Gansu e Qinghai e a cerca de 1.300 quilómetros a sudoeste de Pequim. A CCTV informou que 117 pessoas morreram em Gansu e 31 outras morreram na vizinha Qinghai, enquanto três pessoas continuam desaparecidas. Cerca de mil pessoas ficaram feridas e mais de 14 mil casas foram destruídas. O Governo Central chinês e o ministério da Gestão de Emergências alocaram 200 milhões de yuan para os esforços de socorro e recuperação.
João Santos Filipe Manchete SociedadeGP Macau | Revista anuncia desactivação de terminal do Porto Exterior Uma publicação britânica de automobilismo indica que o terminal marítimo do Porto Exterior poderá desaparecer para dar lugar a instalações do Grande Prémio. A Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água recusa fazer comentários por “desconhecer o assunto” e o Instituto do Desporto diz “não estar ciente” de planos do género No balanço do Grande Prémio de Macau, a revista britânica Racecar Engineering avança que o Terminal Marítimo do Porto Exterior pode ser desactivado, e que o espaço deverá ser ocupado para expandir as instalações do Edifício do Grande Prémio de Macau. A informação foi publicada como um dos “rumores” mais recentes nos meados do automobilismo de Macau, mas, ao HM, a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) e o Instituto do Desporto dizem desconhecer os planos. De acordo com um editorial publicado na revista britânica, na sua mais recente edição, a falta de espaço do auto-silo junto do Terminal Marítimo do Porto Exterior para receber as equipas e os outros envolvidos nas corridas representa cada vez mais um problema de segurança. Na edição deste ano, aponta a revista, o espaço atribuído à Pirelli, fornecedora de pneus, foi tão reduzido que os procedimentos de segurança ficaram comprometidos. Um funcionário da empresa italiana acabou mesmo por se lesionar, com um dedo partido e outra lesão num pulso, quando um pneu que estava a ser montado rebentou e acabou por atingir o profissional, depois de bater no tecto. Na sequência do incidente, a Pirelli viu o seu espaço aumentar, por cedência de parte do espaço da Kumho, outra fornecedora de pneus. Face a estes problemas, a revista aponta que o Terminal Marítimo do Porto Exterior pode ser demolido para dar lugar um novo Centro de Controlo das Corridas. O espaço do actual controlo seria assim utilizado para expandir o paddock, no que é uma medida muito bem vista pelas equipas, principalmente do TCR, que normalmente ficam alojadas no auto-silo. Aposta na ponte A desactivação do Terminal Marítimo do Porto Exterior é ainda justificada com a aposta das autoridades de Macau na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, face ao grande investimento e pouco utilização. As autoridades insistem em manter reduzidas as ligações marítimas entre Macau e o aeroporto de Hong Kong a três barcos por semana, com partidas às 10h, quando as ligações para a Europa, em Hong Kong, acontecem na maioria depois das 22h. A cada vez mais reduzida utilização do porto marítimo, pode assim contribuir para a desactivação do mesmo. Face à informação, o HM contactou a DSAMA sobre esta possibilidade. A autoridade responsável recusou comentar. “Como não conhecemos o assunto mencionado nas suas perguntas não estamos em condições de comentar”, foi respondido. Por sua vez, o ID aponta não conhecer os planos: “Gostaríamos de informar que o Instituto do Desporto não está ciente de quaisquer planos para utilizar o Terminal Marítimo do Porto Exterior como instalações do Grande Prémio de Macau”, foi respondido. As mesmas perguntas foram feitas à Associação Geral do Automóvel de Macau-China, que até ontem ao fecho da edição não se pronunciou sobre o assunto, apesar do contacto ter sido feito na manhã de terça-feira.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeConservatório | CCAC alerta para excesso de TNR em escola de dança O Comissariado contra a Corrupção alerta para o excesso de professores não-residentes na Escola de Dança do Conservatório de Macau, que ocupam uma percentagem de 80 por cento. O Instituto Cultural promete estar atento às contratações feitas pelas suas subunidades A Escola de Dança do Conservatório de Macau tem um excesso de professores não-residentes contratados no Interior da China, que representam 80 por cento de todo o corpo docente, o que levou o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) a alertar o Instituto Cultural (IC) sobre a questão, a fim de se salvaguardar o emprego de residentes. Numa nota divulgada pelo CCAC na terça-feira, é referido que o caso foi investigado após uma queixa apresentada “por um indivíduo”, tendo o IC prometido analisar melhor as contratações feitas pelas entidades que dele dependem. “O IC aceitou as opiniões do CCAC e comprometeu-se a rever a organização e programação dos cursos, no sentido de reduzir a dependência dos professores não-residentes, concretizar o mecanismo de saída de trabalhadores não-residentes, garantindo, assim, o emprego dos residentes locais”. Na mesma nota é também referido que o IC promete “proceder à contratação de professores locais através da realização de concursos externos nos termos da lei”. O CCAC descreve que o IC tem vindo a contratar, “ao longo dos anos, trabalhadores não-residentes, em regime de contrato individual de trabalho, para o exercício de funções de professor de dança na Escola de Dança do Conservatório de Macau, o que prejudica os direitos e interesses laborais dos residentes qualificados de Macau”. O organismo considera mesmo que foram colocadas em causa “a legalidade e a razoabilidade do respectivo acto”. A presidente do IC, Deland Leong Wai Man, explicou que já foi feita uma revisão do sistema de contratação na escola de dança, respeitando as sugestões do CCAC. A responsável disse que já se foram afastados muitos docentes não-residentes, existindo actualmente apenas três na instituição. Concursos foram feitos O CCAC esclarece na mesma nota que o Conservatório de Macau contratou trabalhadores não-residentes (TNR) apesar de terem sido “realizados procedimentos de concurso público para a admissão de professores de dança locais”. A entidade diz reconhecer que a escola “tem como missão importante a formação dos talentos locais na área da dança”, sendo que o curso de técnica de dança, em tempo integral, “já foi lançado há mais de dez anos desde a sua primeira edição em 2005, o que significa que os talentos que concluíram a formação já devem reunir condições para satisfazer as necessidades locais relativas à constituição do corpo docente”. Assim, foi pedido ao IC “que faça seriamente uma revisão completa das suas subunidades, especialmente no que respeita à política e orientação aplicáveis no âmbito do recrutamento dos professores de dança do Conservatório de Macau”, a fim de ponderar “de forma equilibrada, as necessidades de funcionamento das subunidades e a imagem global do Governo da RAEM”. Estacionamento e CSR-Macau geram queixas Além do caso relativo à Escola de Dança do Conservatório de Macau, o CCAC investigou também, ao longo deste ano, três outros processos decorridos de queixas de residentes. Um deles diz respeito a uma multa de estacionamento na zona da Rua do Comandante Mata e Oliveira, tendo o queixoso questionado o sistema de monitorização do estacionamento por parte do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). No fim de contas, o CCAC concluiu que a multa foi devidamente aplicada. Ainda sobre a actuação do CPSP, o CCAC recebeu várias queixas, a partir de Junho de 2022, sobre o estacionamento junto ao Mercado do Patane. O CCAC concluiu, no entanto, não existirem “ilegalidades ou irregularidades administrativas na actuação do CPSP”. Outro caso diz ainda respeito aos recursos utilizados pela Companhia de Sistemas de Resíduos, Lda. (CSR-Macau) na “organização dos trabalhos das suas filiais”, alegadamente do Governo, sendo que a denúncia apontava para ausência de fiscalização por parte da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA). O CCAC “verificou que a DSPA necessita de reforçar as medidas de supervisão, uma vez que a mera apresentação de fotografias e esclarecimentos relativos às reuniões por parte da CSR-Macau não é suficiente para conhecer a raiz dos problemas”. Destaque ainda para uma queixa sobre a ausência de pagamento a formadores de uma escola que tinha sido financiada pelo Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia.