Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteDroga | Técnica da PJ defende penas mais pesadas e menciona pena de morte Uma técnica superior da Polícia Judiciária defende num estudo que Macau deve aumentar as penas por consumo e tráfico de droga, destacando os exemplos do Interior da China, Taiwan e Singapura onde vigora a pena de morte. Para a autora, a actual legislação é “clemente” e deveria consagrar a reabilitação obrigatória Consumir droga em Macau é um crime punido com uma pena de prisão que pode ir de três meses a um ano ou aplicação de multa no valor máximo equivalente a 240 dias. No caso do tráfico, a pena de prisão pode ir dos cinco aos 15 anos. Porém, Connie Lok Cheng, técnica superior da Polícia Judiciária (PJ), defende que a moldura penal deve ser agravada, considerando que Macau tem penas baixas quando comparado com a China ou Hong Kong. A conclusão consta do estudo “Research on Optimization of Adolescent Drug Abuse Prevention Policies in Macao” [Investigação sobre a Optimização das Políticas de Prevenção da Toxicodependência na Adolescência em Macau], publicado recentemente no Asian Journal of Addictions (AJA). “Na perspectiva da prevenção da toxicodependência entre adolescentes, é necessário reforçar as penas para o tráfico, transporte e fabrico de drogas, de forma a reduzir a oferta de drogas no mercado e, assim, diminuir o risco de os adolescentes entrarem em contacto com as drogas”, lê-se. A autora vai mais longe e chega mesmo a comparar Macau com jurisdições onde se aplica a pena de morte para este tipo de crimes. “Em comparação com as regiões vizinhas, as penas para os crimes de droga são mais leves”, é referido, apresentando-se os exemplos do Interior da China, Taiwan ou Singapura onde “a pena máxima para o tráfico de droga é a pena de morte”. Pelo contrário, destaca a autora, “em Macau há apenas uma pena de prisão de duração determinada”. Para Connie Lok Cheng, “Macau implementa a reabilitação voluntária de toxicodependentes, o que reduz a severidade e a gravidade das penas”. A autora fala dos casos de Hong Kong e da China, onde se aplica “um modelo obrigatório de reabilitação de toxicodependentes para aumentar a severidade das penas”. A responsável acredita que “devido ao facto de os custos de cometer crimes serem mais baixos, Macau tornou-se num paraíso para os grupos internacionais de tráfico de droga”. Desta forma, “a sociedade deve discutir de forma colectiva e chegar a um consenso, reavaliando a necessidade da reabilitação compulsória”. A técnica da PJ sugere “um modelo de reabilitação faseada se a reabilitação voluntária não mostrar eficácia dentro de um determinado período, e depois fazer a transição para a reabilitação obrigatória para reforçar os efeitos do tratamento e da dissuasão”. Realidade escondida A moldura penal do consumo e tráfico de droga não é alterada desde 2009, embora as autoridades tenham vindo a acrescentar, em diplomas avulsos, novas drogas cujo consumo, tráfico e fabrico é criminalizado. A autora, que analisou dados oficiais do Sistema de Registo Central de Toxicodependentes do Instituto de Acção Social (IAS), bem como da PJ, descreve um decréscimo no número de consumidores notificados entre 2018 e 2022, nomeadamente de 424 para 85, sendo que os adolescentes representaram, em 2018, 5,7 por cento, enquanto em 2022 essa fasquia passou a 4,7 por cento. “De um modo geral, o número de toxicodependentes notificados e a percentagem de toxicodependentes notificados com menos de 21 anos de idade diminuíram nos últimos anos”, destaca Connie Lok Cheng, que alerta, contudo, para um cenário de consumo escondido. “É importante não esquecer a questão da natureza clandestina dos crimes de droga, que levou à redução no total do número de casos e detenções. Apesar de o número de adolescentes toxicodependentes registar uma tendência decrescente, isso não significa que o problema do consumo de drogas na adolescência tenha melhorado.” Quanto aos dados da PJ, “o número de pessoas enviadas ao Ministério Público por tráfico e consumo de droga também diminuiu nos últimos anos”, devido “à eficácia dos esforços antidroga”, mas também “ao facto de a pandemia ter impedido os departamentos antidroga conexos de aceder a novos casos entre 2020 e 2022”. A autora destaca que hoje a droga vende-se de várias formas, com novos tipos de embalagens, num fluxo de negócio cada vez mais digital. “Os adolescentes consomem mais frequentemente novos tipos de drogas, como cocaína, marijuana, metanfetamina (ice) e a ketamina. Estes novos tipos de drogas, em comparação com as drogas tradicionais como a heroína, têm uma natureza mais ‘dissimulada’, podendo ser simplesmente snifadas ou engolidas directamente, em vez de serem injectadas com uma seringa.” Quanto aos locais de consumo, continuam a ser sítios escondidos. Em 2022, 25 por cento dos adolescentes consumiam em casa de amigos, um ligeiro aumento face aos 24,3 por cento dos jovens que cometiam esses actos em 2018. Se em 2018 21,6 por cento consumia em casa, o valor baixou para zero em 2022, enquanto o consumo em discotecas ou bares de karaoke, que em 2018 representava 24,3 por cento, aumentou exponencialmente para 50 por cento em 2022, depois de baixar para zero no ano anterior, devido ao encerramento destes espaços por causa da pandemia. Nota-se ainda um grande aumento nos consumos em parques, na rua ou casas de banho públicas, pois a percentagem passou de 2,7 por cento em 2018 para 25 por cento em 2022. Os dados citados pela técnica da PJ são provenientes do Sistema de Registo Central de Toxicodependentes do IAS. Alerta nas fronteiras Segundo a visão de Connie Lok Cheng, o panorama tem tendência a piorar se pensarmos que Macau caminha a passos largos para a integração regional, graças aos projectos da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, Zona de Cooperação Aprofundada de Guangdong e Macau em Hengqin ou ainda devido ao aumento de fluxo na ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. “Em resposta ao aumento contínuo da população de jovens que atravessa as fronteiras, é possível que a tendência para a toxicodependência ou o comportamento criminoso entre os adolescentes se torne ‘transfronteiriço'”, é descrito, sendo classificado como “proeminente” o “problema dos adolescentes que atravessam as fronteiras para consumir drogas”. Connie Lok Cheng volta a citar dados oficiais que mostram que “antes da pandemia a situação dos adolescentes que atravessavam as fronteiras para consumir drogas era comum”, pois, segundo as estatísticas de 2018 e 2019, “de entre os toxicodependentes notificados com menos de 21 anos de idade, 33,3 e 58,3 por cento, respectivamente, foram para a China e Hong Kong para consumir drogas”. O estudo fala ainda na existência de cinco grandes desafios no combate ao consumo e tráfico de droga, nomeadamente “o enfraquecimento das funções familiares”, devido ao elevado número de trabalhos por turnos que os encarregados de educação têm na indústria do jogo e do turismo, “a distribuição de droga na Internet, a descentralização do quadro anti-droga” e ainda aquilo que a autora diz ser “a clemência das sanções penais para os crimes relacionados com a droga”. É também acrescentado o factor “dissimulação do consumo e do tráfico de droga”. Serviços confusos Quanto à “descentralização do quadro anti-droga”, Connie Lok Cheng refere-se ao modelo dentro da Administração para a fiscalização e o combate, dada a existência de um “mecanismo descentralizado na luta contra a droga que não favorece a eficácia da aplicação das políticas”, por ser do tipo “guarda-chuva, operado sob coordenação de vários departamentos governamentais”, nomeadamente a PJ, IAS e Direção dos Serviços de Assuntos Jurídicos. “A polícia, enquanto órgão de aplicação da lei, trata os crimes de droga como infracções públicas. Quando a polícia toma conhecimento de crimes de droga, intervém proactivamente e dá seguimento às investigações. Como resultado, a propaganda de prevenção do crime de droga conduzida pela polícia tende a inclinar-se para a aplicação da lei e a responsabilidade criminal. Por outro lado, para os assistentes sociais, o principal objectivo da sua acção é orientar os jovens no sentido de estabelecerem bons padrões de vida, procurarem ajuda atempadamente quando enfrentam problemas com drogas e aceitarem tratamento profissional. As diferentes orientações promocionais podem causar confusão aos jovens quando recebem mensagens de diferentes perspectivas”, ressalva. Isto porque “quando os jovens toxicodependentes tomam conhecimento das consequências legais dos crimes de droga, o receio de serem responsabilizados criminalmente pode diminuir a sua vontade de procurar ajuda de forma proactiva”. A autora dá ainda o exemplo da existência de “diferentes serviços de luta contra a droga, que criaram várias linhas directas para os serviços”, o que também pode confundir o consumidor que procura ajuda, remata.
João Luz Manchete SociedadeHengqin | Fundação Macau apoia excursões com vouchers A Fundação Macau lançou um apoio financeiro a associações que organizem visitas a Hengqin para residentes de Macau, que podem escolher entre cinco itinerários. Em troca, recebem dois vouchers de 50 patacas para gastar em restaurantes de Macau. As excursões incluem paragens no Novo Bairro de Macau, centros comerciais, serviços públicos e zonas ecológicas A Fundação Macau (FM) lançou um plano de apoio financeiro, intitulado “Amor por Macau e Hengqin”, que irá subsidiar associações que organizem visitas de um dia a Hengqin para residentes de Macau. Os excursionistas ganham dois vouchers electrónicos de 50 patacas que só podem ser usados em restaurantes de Macau, em dois consumos separados. As candidaturas para os apoios da Fundação Macau estão abertas até ao fim do mês. As associações interessadas em inscreverem-se devem ter sido “constituídas em Macau, de acordo com a legislação em vigor antes de 31 de Dezembro de 2020, com pelo menos um estabelecimento fixo para escritório ou serviços e com pelo menos um trabalhador”. O pedido de apoio deve ser feito para financiar, pelo menos, cinco grupos de visita, com 40 pessoas por grupo. “As associações financiadas podem organizar uma visita a Hengqin destinada aos residentes de Macau, entre 15 de Junho a 31 de Dezembro de 2024 (as despesas são calculadas com limite máximo de 200 patacas por participante)”, refere a Fundação Macau. As excursões serão operadas por nove agências de viagem sugeridas por representantes de associações de turismo numa reunião com a Direcção dos Serviços de Turismo. A Fundação Macau assinala que o lançamento do plano de apoio financeiro tem como objectivos promover a integração de Macau e Hengqin e estimular a economia comunitária de Macau. Hambúrgueres e noodles As autoridades acrescentam que as visitas vão permitir aos residentes conhecerem melhor a cultura, o desenvolvimento da Ilha de Hengqin e a vida da população. Os cinco roteiros do programa, disponíveis no portal da Fundação Macau, custam 220 patacas por pessoa, com um deles a chegar a 450 patacas e têm duração de seis horas. O primeiro roteiro inclui uma “visita ao Novo Bairro de Macau para compreender a futura vida dos residentes de Macau na Ilha de Hengqin, ao centro comercial de estilo Manuelino português, Lenda Pangdu e ao Parque Mangzhou onde se pode conhecer árvores do mangal e mais de 60 espécies de pássaros”. Este roteiro custa 220 patacas por pessoa. O segundo roteiro, com o mesmo preço, volta a levar os excursionistas ao Novo Bairro de Macau, uma visita ao Rio Tianmu, um passeio de bicicleta com aluguer pago à parte, e uma paragem no centro comercial Central Street. O terceiro itinerário incluiu paragens para apreciar a natureza e paisagens, num parque onde podem ser praticadas actividades náuticas, como remo, e visitas a “novas empresas e serviços competentes para a economia e o desenvolvimento na Ilha de Hengqin”. O itinerário mais caro, 450 patacas, tem como ponto alto uma passagem pelo Chimelong Spaceship, e inclui ainda uma “visita ao Central Street, centro comercial com gastronomia moderna, por exemplo: Luckin Coffee e Burger King”, descreve a Fundação Macau. O quinto itinerário inclui paragens em zonas ecológicas e ao centro comercial Novotown. Pelo meio, os residentes vão passar pelo parque Estação Shanhai Yi, pelo mangal Yi Cheng e o parque de campismo Sumlodol. Cada residente da RAEM poderá inscrever-se apenas uma vez e gastar os vouchers electrónicos 30 dias após a visita em restaurantes de Macau. As autoridades aconselham aos residentes verificarem previamente com os restaurantes se aceitam os vouchers electrónicos. A Fundação Macau realiza hoje, às 16h, um workshop de apresentação dos pormenores do plano, requisitos essenciais e formalidades, no 7º andar do Circle Square na Avenida Almeida Ribeiro, nº 61-75.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEstudo | Concentração de partículas PM2,5 está em queda Apesar da queda registada, e de Macau ser um exemplo na Grande Baía, os níveis de concentração de partículas finas, nos melhores meses, ultrapassam em mais de três vezes os valores considerados saudáveis pela Organização Mundial de Saúde Entre 2015 e 2019 os níveis de concentração de partículas PM2,5 em Macau registaram uma redução “notável”. A conclusão faz parte de um estudo publicado na revista científica Scientific Reports, com o título “Alterações nos Níveis de Concentração das Partículas PM2,5 e O3 e o Seu Impacto na Saúde Humana na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”. Elaborado pelos académicos Zhao Hui, da Universidade de Tecnologia de Jiangsu, Chen Zeyuan, da Universidade de Fudan, e Li Chen, da Universidade de Wuxi, o estudo conclui que na Zona da Grande Baía há uma redução dos níveis de partículas PM2,5. No entanto, no pólo mais alarmante, a concentração de ozono ao nível do solo está a aumentar. As partículas PM2,5, também conhecidas como partículas finas, são altamente perigosas, porque podem entrar no sistema respiratório e alojar-se nos alvéolos dos pulmões, contribuindo para o desenvolvimento de várias doenças, inclusive algumas doenças mortais. Por sua vez, o ozono, representado pelo símbolo químico O3, é benéfico quando situado na atmosfera superior, onde funciona como um filtro para a radiação ultravioleta. Todavia, quando detectado ao nível do solo é responsável por algumas doenças crónicas do sistema respiratório, como bronquite, asma e redução da função respiratória dos pulmões. Em relação a Macau, o estudo indica que a concentração de PM2,5 foi “relativamente baixa”, a variar mensalmente entre 17,4 e 29,3 microgramas por metro cúbico. Sobre Macau, ao longo dos cinco anos, o estudo indica que houve uma redução média anual de 2,8 micrograma por metro cúbico. No entanto, apesar da diminuição dos valores, as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que os níveis saudáveis de PM2,5 não devem ficar acima de uma média de 5 micrograma por metro cúbico ao longo de todo o ano. Além disso, indica a OMS, a exposição diária não deve ultrapassar durante mais de quatro dias o valor de 15 micrograma por metro cúbico. Como consequência destas alterações, os autores indicam que entre 2015 e 2019 a mortalidade relacionada com estas partículas em Macau teve uma redução de 60,9 por cento, o melhor valor registado na Grande Baía. Hong Kong teve a segunda maior redução a nível de mortes, na ordem dos 46,6 por cento. Cada vez mais ozono No pólo oposto, os autores reconhecem que os dados indicam existir uma maior concentração de ozono ao nível do solo. No que diz respeito à Grande Baía, os académicos indicam que desde 2013 o ozono substituiu as partículas finas como o principal poluente no ar da região. Em relação à concentração de ozono, entre 2015 e 2019 a média de Macau ficou entre os 90 e 100 micrograma por metro cúbico, um aumento anual entre 3 e 5 micrograma por metro cúbico. O estudo indica que devido à maior concentração de ozono na Grande Baía a mortalidade associada ao poluente registou um aumento. No entanto, em relação a Macau indicam que o crescimento da mortalidade foi de 1 por cento, semelhante a Zhuhai que foi de 3,1 por cento.
Hoje Macau Manchete PolíticaQuadros qualificados | Programa de captação valoriza português Os novos programas apresentados ontem pelo Governo foram justificados por Ho Iat Seng com a necessidade de implementar a “diversificação adequada da economia”. A aposta visa as áreas da farmacêutica, desporto e cultura O Governo anunciou ontem dois programas para captar “quadros altamente qualificados” e “profissionais de nível avançado” dos sectores farmacêutico, cultural e desportivo, cujos critérios valorizam o conhecimento da língua portuguesa. De acordo com os despachos do Chefe do Executivo, publicados no Boletim Oficial, os programas, que irão entrar em vigor na terça-feira, têm como objectivo “impulsionar o desenvolvimento das indústrias chave”. Nos despachos, Ho Iat Seng defendeu que o sector farmacêutico é “necessário à diversificação adequada da economia”. Os programas apontam para áreas como a investigação de medicamentos inovadores, o desenvolvimento de tecnologias médicas inteligentes e a investigação em medicina farmacêutica e em biologia. O despacho dá ainda prioridade aos membros da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia de Engenharia portuguesa, da Academia Brasileira de Ciências ou da Academia Nacional de Engenharia brasileira. No caso dos sectores cultural e desportivo, o Governo aponta como prioridades áreas como a “formação desportiva para participação em competições” e o desenvolvimento de “produtos culturais e desportivos”. Os candidatos aos programas têm de possuir pelo menos uma licenciatura, 21 anos ou mais e obter pelo menos 200 pontos numa lista de critérios que inclui a experiência profissional e as competências linguísticas. Um candidato pode obter até 10 pontos se “possuir boa capacidade de expressão em duas línguas de entre o chinês, português ou inglês”, de acordo com os critérios dos dois programas. Para inglês ver Estes dois programas surgem no âmbito de uma lei, que entrou em vigor a 1 de Julho, e que procura captar para Macau quadros qualificados, entre eles Prémio Nobel, nomeadamente com benefícios fiscais. Os quadros qualificados poderão gozar de isenção do imposto do selo sobre a transmissão de bens ou sobre aquisição de bens imóveis destinado ao exercício de actividade própria, assim como isenção da contribuição predial urbana. Terão também isenção do pagamento do imposto complementar de rendimentos, assim como benefícios para efeitos do imposto profissional, caso sejam contratados por empresas locais. Os primeiros programas a serem implementados no âmbito desta lei pretendiam captar peritos em tecnologia de ponta e no sector financeiro. O Governo de Macau definiu como aposta para os próximos anos o investimento em indústrias que podem absorver quadros qualificados, como é o caso do sector financeiro e das áreas de investigação e desenvolvimento científico e tecnológico. O plano de diversificação da economia até 2028 prevê uma aposta nos serviços comerciais e financeiros entre a China e os países de língua portuguesa.
João Luz Manchete PolíticaHabitação Económica | Au Kam San descrente na investigação do CCAC Au Kam San afirmou que já esperava que o Comissariado contra a Corrupção não encontrasse irregularidades na fixação dos preços da habitação económica. O ex-deputado revelou que na altura da entrega da carta ao CCAC alertou os queixosos para não terem expectativas elevadas Após quase um mês da entrega de uma carta ao Comissariado contra a Corrupção (CCAC) a pedir uma investigação aos preços dos imóveis de Habitação Económica, a resposta chegou e afastou qualquer tipo de irregularidade. Au Kam San, que acompanhou candidatos queixosos na entrega da queixa ao regulador, confessou numa publicação no Facebook que o desfecho era previsível. “O grupo de candidatos a Habitação Económica contactou-me e pediu apoio na entrega da carta ao CCAC. Apesar de concordar com a posição dos queixosos, disse-lhes para não terem grandes esperanças e que o mais provável era que o CCAC não instaurasse qualquer processo depois de receber a queixa”, contou o ex-deputado. “Estive na vida política mais de duas décadas e sempre apoiei os direitos civis e acção social”, acrescentou. Além disso, o antigo legislador sustentou que mesmo que o CCAC instaurasse um processo para averiguar os métodos para a fixação dos preços, que esta investigação dificilmente seria tratada com justiça. “O principal problema da reclamação dos queixosos prende-se com o facto de envolver os poderes discricionários da Administração, algo que é muito difícil desafiar”, justificou. Além disso, sublinhou que o CCAC é uma entidade subordinada ao Chefe do Executivo e mostrou-se descrente que o CCAC tivesse a coragem institucional para considerar a fixação dos preços ilegítima, mesmo que encontrasse irregularidades. Modo de repetição Outra questão apontada à decisão do CCAC, foi o facto de a questão principal, segundo o ex-deputado, não ter sido abordada, ou seja, as razões que levaram o Governo a aumentar o preço das fracções de habitação económica em mais de 70 por cento face ao concurso anterior. Au Kam San afirmou ainda que enquanto a legislação permitir ao Governo o uso de poderes discricionários será muito difícil aos residentes que se sintam lesados terem sucesso nas queixas apresentadas, a não ser que as decisões das autoridades sejam demasiado ultrajantes. Como tal, após as suas explicações, o ex-deputado ficou com a impressão de que os queixosos compreenderam as dificuldades em verem as suas pretensões atendidas. Ainda assim, reconheceu que o CCAC melhorou em termos de transparência por, pelo menos, ter notificado um dos queixosos acerca da instauração da investigação. Porém, o desfecho só podia ser um, na óptica de Au Kam San. “Apresentei ao longo dos anos imensas queixas ao CCAC, até fui acusado por um governante e fui suspeito durante quatro anos [até ao arquivamento do processo] devido a uma queixa, e nunca recebi qualquer notificação do CCAC”, lembrou. O ex-deputado referia-se à acusação do crime de difamação, apresentado por Raimundo do Rosário em 2017, depois de uma queixa relacionada com concessão de terrenos.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteTurismo | Viagens domésticas na China continuam a dominar face a 2019 Um relatório do Mastercard Economics Institute destaca que o turismo doméstico na China ultrapassou as viagens internacionais. Por outro lado, o Japão atingiu níveis históricos no turismo graças à desvalorização do iene, atraindo mais de três milhões de estrangeiros em Março. Aqui mais perto, Hong Kong conseguiu estadias mais prolongadas Depois de muito tempo com quarentenas prolongadas e fecho de fronteiras que impossibilitaram viagens internacionais, os cidadãos chineses habituaram-se a ir para fora cá dentro, uma vez que os dados relativos às viagens domésticas continuam a superar os das viagens internacionais. Segundo o mais recente relatório do Mastercard Economics Institute (MEI) sobre o sector global do turismo, divulgado na última quinta-feira, “a dinâmica de viagens da China continental mudou, com maior importância [do turismo] a nível interno, uma vez que há uma maior percentagem de passageiros da China que viaja no seu país”, lê-se. O relatório, intitulado “Travel Trends 2024: Breaking Boundaries” [Tendências de Viagem 2024: Quebrando Barreiras], que analisa 74 mercados e 13 só na região da Ásia-Pacífico, refere que um maior número de viagens domésticas constituiu “um impulso para as empresas locais da China”. No primeiro trimestre deste ano, as viagens domésticas estavam 15 por cento acima dos níveis registados em igual período de 2019, antes da pandemia, o que significa que o “tráfego doméstico de passageiros se normalizou totalmente”. O relatório do MEI conclui que “o tráfego internacional deverá recuperar mais tarde”, tendo em conta os dados fornecidos pela Administração da Aviação Civil da China. O tráfego turístico internacional “ainda não recuperou e está actualmente 19,7 por cento abaixo dos níveis de 2019”, também no que diz respeito ao primeiro trimestre deste ano. O MEI descreve que “a história do turismo doméstico [na China] é positiva, com a procura a exceder os níveis de 2019”. Este facto “pode atribuir-se parcialmente a uma mudança nas preferências por destinos domésticos à medida que o interesse no turismo local se expande”. Assim, “as quotas de tráfego de passageiros na China continental reformularam-se nos últimos anos, com ênfase no turismo interno”. A maior recuperação de viagens domésticas no país em relação a voos internacionais fez com que “mercados historicamente dependentes dos viajantes da China continental tenham registado uma mudança de quota correspondente a favor dos viajantes dos Estados Unidos, Europa e resto da Ásia-Pacífico”, lê-se no relatório. Estadias mais prolongadas O relatório, que não menciona Macau, dá ainda conta do aumento do número de estadias em algumas regiões da Ásia-Pacífico (APAC), nomeadamente Hong Kong. Nesta zona do globo, os turistas “estão a prolongar as viagens em média de 1,2 dias até um total de 7,4 dias, motivados por destinados baratos, climas quentes e taxas de câmbio favoráveis”. O MEI aponta que em 2019 a média de estadias era de 6,1 dias por viagem. No caso específico de Hong Kong, “os visitantes estrangeiros estão a permanecer [no território] uma média de 6,4 dias, um aumento, em média, de 1,1 dia em relação a 2019”. O relatório dá conta que, para este ano, é esperado um crescimento adicional em termos da média diária de estadias relacionado com as isenções de vistos na região da Ásia-Pacífico, “tal como um aumento da capacidade de voos internacionais que irão beneficiar destinos como Singapura, Malásia e Tailândia”. “Entre os destinos da APAC com um maior aumento da duração de viagens entre 2019 e 2024 foi a Índia, com mais dois dias, o Vietname, com dois dias mais, e Indonésia, com uma média de 1,9 dias”. Além disso, as estadias no Japão aumentaram, em média, 1,4 dias, “em grande parte devido à fraca inflação dos preços de quartos de hotel durante este período, em comparação com outros mercados”. Bendito iene Relativamente ao Japão, o país está a posicionar-se como um dos maiores destinos turísticos da APAC e do mundo. O fluxo de turistas tem atingido nos últimos meses números recorde devido, em grande parte, à desvalorização do Iene. O relatório descreve que “o Japão tem constituído uma das histórias mais interessantes no sector das viagens deste ano”, com “um fluxo recorde de passageiros impulsionados pelo iene historicamente fraco, o mais baixo registado desde Março de 1990″. Prova do impacto positivo da desvalorização do iene no turismo é o facto de o país do “sol nascente” ter recebido em Março mais de três milhões de turistas estrangeiros (3 081 600), o número “mais elevado de sempre”, tendo em conta que “nem sequer chegámos ao pico da época de viagens”, destaca o relatório. Pelo contrário, “as chegadas de visitantes da China ao Japão diminuíram cerca de 36,5 por cento em relação aos níveis registados em 2019”. Em termos globais, este ano arrancou “com um forte crescimento no sector das viagens”, não apenas “em termos de despesas [dos turistas], mas também do número de pessoas que viajam”. Registou-se, nos primeiros três meses do ano, “um máximo histórico de cerca de 15,9 milhões de americanos que viajaram internacionalmente”, além de que os grandes eventos “estão a impulsionar as tendências de viagem”, como concertos ou competições desportivas. Além do Japão, países como a Irlanda e Roménia “registaram o maior crescimento na percentagem de despesas de turistas em relação ao ano passado”. Estadias mais prolongadas Em todo o mundo verificou-se, nos últimos meses, que “os viajantes estão a prolongar as suas viagens em cerca de um dia, em média”, em relação “ao que era normal antes da covid-19”. Neste caso, as regiões do Médio Oriente e África são as que “mais têm beneficiado com esta tendência, ambas com cerca de dois dias extra incluídos no destino”. Já os Estados Unidos “têm beneficiado menos desta nova tendência, registando um aumento menor na duração das viagens prolongadas”. No que diz respeito ao panorama do consumo, é certo que “os preços [do turismo] continuam elevados, mas o sector das viagens está bem posicionado com um consumidor resiliente”. “Na indústria de viagens e lazer, os preços ao consumidor, especialmente na indústria hoteleira, permanecem elevados em relação aos níveis anteriores à pandemia. Com preços elevados, verificámos que há um número crescente de consumidores a procurar viagens mais económicas.” O MEI explica que os preços elevados se explicam por uma “combinação de capacidade limitada, escassez de oferta e custos laborais elevados”, com exemplos adicionais de “escassez de aviões, pilotos e o aumento generalizado do crescimento dos salários reais”. Há ainda o factor “pressão da procura”, quando há mais turistas a viajar do que a oferta disponível. Assim, o MEI estima, para este ano, que se continue a registar inflação no turismo “induzida pela procura ao longo do ano, em parte devido à economia baseada em experiências e grande extensão das intenções de viagem”. Na área da hotelaria, “os quartos vão continuar a estar totalmente reservados, o que constitui um alívio para hotéis e motéis que ficaram gravemente afectados pelos encerramentos prolongados nos anos de 2020 a 2022”. Em termos gerais, “os preços vão permanecer elevados no sector das viagens, lazer e hotelaria, mas não de forma preocupante”. Munique no top O turismo é, por sua vez, cada vez mais pautado por experiências. “Os viajantes a nível mundial continuam a dar prioridade às experiências. Gastaram mais em vida nocturna e menos em compras a retalho, sector que recuperou a um ritmo mais lento”, descreve-se no relatório. A análise do MEI traça ainda o top 10 dos destinos mais populares para este Verão, com base nos dados de marcações de hotéis e viagens. Munique, na Alemanha, será o destino mais popular para este Verão, tendo em conta que o país vai receber o campeonato europeu de futebol, o EURO 2024. O jogo de abertura será nesta cidade. Segue-se Tóquio, no Japão, tendo em conta “o iene historicamente fraco e um ano inteiro sem restrições” no contexto da pandemia. Em terceiro lugar surge Tirana, capital da Albânia, “que fica a uma curta distância de carro de muitos hotéis costeiros e é muito mais económica em comparação com os principais centros turísticos de outros países europeus”. No top 10 entram ainda Nice, Cancun, Bali, Banguecoque, a ilha de Corfu e Aruba, uma pequena ilha no mar das Caribe.
Hoje Macau Desporto MancheteFutebol | Estrelas portuguesas em Macau 22 anos depois Antigas estrelas do futebol português jogaram ontem em Macau, 22 anos depois de a selecção, uma das favoritas para o Mundial2002, ter chegado para um estágio que mudou a imagem de Portugal na região chinesa. Vítor Baía, Pauleta, Nuno Gomes e Luís Figo – acabado de conquistar a Liga dos Campeões pelo Real Madrid e um ano depois de ser o segundo português a vencer a Bola de Ouro, 35 anos depois de Eusébio – faziam parte dos convocados liderados por António Oliveira que participaram no Mundial realizado na Coreia do Sul e no Japão. Joseph Tam Lao San era na altura um jovem jornalista da televisão pública de Macau, a TDM, e não perdeu a oportunidade de tirar uma foto com Figo. “Aquela era vista como a ‘geração de ouro’ de Portugal”, disse Tam. Dois anos e meio depois da administração de Macau ter passado para a China, em 20 de Dezembro de 1999, o sentimento da população em relação a Portugal ainda era misto. Mas a passagem da selecção ajudou a mudar mentalidades. Joseph Tam não perdeu a oportunidade de mostrar a Figo a foto tirada há 22 anos. O antigo internacional português, de 51 anos, riu-se e não se fez rogado a autografar a imagem já meio amarelada. “Trouxe-me mesmo boas memórias”, disse Tam, que actualmente continua a trabalhar na TDM, mas que nas duas décadas que passaram teve uma segunda vida, ligada precisamente ao futebol. Tam foi o treinador que levou a equipa de futebol masculina de Macau – cuja estrela era o luso-sul-africano Nicholas Torrão – ao maior feito da sua história, a final da Taça da Solidariedade 2016, então a segunda principal competição para selecções da Ásia. Jornalistas de Hong Kong, da China continental e até do Japão vieram a Macau para acompanhar ontem o jogo contra uma equipa do sul da China e, no sábado, um treino com jovens futebolistas de Macau. Chui Man Hou, o pai de um deles, não perdeu um segundo do que se passava no treino, com uma camisola da seleção portuguesa ao ombro. “Ele só tem oito anos, é demasiado novo para saber quem são estes jogadores”, admitiu. Mas Chui recorda-se bem de 2002, da vitória por 2-0 num amigável em Macau contra a China – que desde então não voltou a qualificar-se para um Mundial – e de acompanhar os jogos de Portugal nesse Mundial, em que acabou por não passar da fase de grupos, face às derrotas com Estados Unidos (3-2) e Coreia do Sul (1-0). Pelo meio, a equipa das ‘quinas’ ainda venceu a Polónia (4-0). “O meu preferido era o Figo”, disse. Figo maduro O antigo Bola de Ouro foi a grande estrela durante o jogo de ontem, marcando dois dos golos com que a equipa portuguesa venceu, por 11-4, para satisfação dos milhares de pessoas presentes no Macau Dome, muitas com camisolas e cachecóis de Portugal. “Para nós, é uma alegria poder estar aqui, de volta a Macau, depois de tantos anos e podermos festejar com tanta gente local e também portuguesa”, disse Figo, referindo-se às comemorações dos 25 anos da transferência de soberania do território. Chui Sai On, o anterior líder do Governo, foi o convidado de honra do jogo de ontem.
João Luz Manchete SociedadeImobiliário | Vendas crescem no primeiro trimestre Durante os primeiros três meses do ano o número de imóveis vendidos aumentou 19 por cento face ao último trimestre de 2023. Em Abril, mês em que entraram em vigor as isenções fiscais, o volume de transacções quase duplicou face ao mês anterior A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelou na sexta-feira que no primeiro trimestre deste ano foram transacionadas 965 fracções autónomas e lugares de estacionamento, correspondendo a subidas de 19 e 26,6 por cento, respectivamente, face ao quarto trimestre de 2023. O volume de vendas atingiu um valor total de 4,76 mil milhões de patacas, revela a DSEC que salienta que os dados foram apurados com base no imposto de selo cobrado. No período em análise, foram vendidas 573 fracções autónomas habitacionais (+48, em termos trimestrais) pelo valor de 3,34 mil milhões de patacas (+16,7 por cento). Neste capítulo, 530 eram fracções autónomas habitacionais de edifícios construídos (+20,7 por cento) que se cifraram em 3,11 mil milhões de patacas (+27,6 por cento) e 43 eram fracções autónomas habitacionais de edifícios em construção (-50 por cento), cujo valor foi de 230 milhões de patacas (-45,7 por cento). A DSEC dá conta também da descida em termos trimestrais de 4,8 por cento do preço médio por metro quadrado (área útil) das fracções autónomas habitacionais globais, com a zona da Taipa a registar a maior quebra (-8,1 por cento). A quebra de preços também se fez sentir nos imóveis destinados a fins industriais e escritórios. Nos primeiros três meses de 2024, o preço médio por metro quadrado das fracções destinadas a escritórios foi de 70.620 patacas e o das fracções industriais cifrou-se em 43.353 patacas, valores que representaram descidas de 6,4 e 3,6 por cento, respectivamente, em termos trimestrais. Abril a abrir Quanto à construção privada, até ao final do primeiro trimestre de 2024 havia 6.645 fracções autónomas habitacionais em fase de projecto, 2.319 em construção e 60 estavam a ser vistoriadas. No trimestre em análise existiam 266 fracções autónomas habitacionais com licença de utilização emitida, das quais 75,9 por cento eram estúdios e 18,4 por cento tinham um quarto. Em relação ao mês passado, quando foram aprovadas e entraram em vigor as isenções fiscais para impulsionar o mercado imobiliário, a Direcção dos Serviços de Finanças dá conta de um aumento das transacções. Durante o mês de Abril, foram transaccionados 269 imóveis para habitação, total que contrasta com 143 transacções no mês de Março. Tendo em conta a altura em que entraram em vigor as isenções fiscais sobre a compra de imóveis, a 20 de Abril, na segunda metade do mês passado foram transmitidos 168 dos 269 imóveis no mês inteiro. No mês passado, as zonas onde se venderam mais imóveis para habitação foram “Cidade e Hipódromo da Taipa” (56 transacções), “Baixa da Taipa” (47 transacções), “ZAPE” (30 transacções) e Novos Aterros da Areia Preta (23 transacções).
João Santos Filipe Manchete SociedadeHengqin | Defendido subsídio de salário dos residentes O deputado da FAOM, Leong Sun Iok, considera que a Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin é um sucesso, mas defende que para atrair mais residentes é necessário subsidiar os salários do que se mudam, devido ao que diz ser as diferenças “no ambiente, na cultura e nas políticas” Para incentivar mais residentes a trabalhar na Zona de Cooperação Aprofundada entre Cantão e Macau na Ilha da Montanha, Leong Sun Iok defende que o Governo deve subsidiar os ordenados dos residentes. Numa interpelação escrita, o deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) considera que há cada vez mais residentes com vontade de trabalhar em Hengqin. No entanto, e apesar de considerar o projecto bem-sucedido, Leong indica que se houver subsídios para equilibrar a diferença de salários entre Macau e Hengqin, o processo vai ser acelerado. “Existem diferenças no ambiente, na cultura e nas políticas dos dois locais, especialmente em termos de cultura do local de trabalho e de pacotes de remuneração, pelo que espero que os serviços competentes introduzam rapidamente políticas de apoio ao emprego mais atractivas para facilitar o desenvolvimento da carreira dos residentes de Macau na Zona de Cooperação Aprofundada”, escreve o legislador. “Tendo em conta o desenvolvimento das indústrias na Zona de Cooperação Aprofundada, gostaria de perguntar se o Governo, para além do programa de estágios específicos, irá introduzir medidas políticas como subsídios de salário, de modo a encorajar os residentes de Macau a trabalhar na Zona de Cooperação Aprofundada?”, perguntou. Facilitar a circulação Leong Sun Iok aponta também que um dos grandes desafios para a população e as empresas deixarem Macau e mudarem-se para a nova zona de cooperação passa pelas restrições de circulação na fronteira. “Tenho recebido informações de cidadãos que se depararam com dificuldades logísticas durante a mudança e que, além de não estarem familiarizados com o processo de entregas de Macau para o Interior da China, descobriram também que não existem muitas empresas no mercado que prestem serviços de transporte transfronteiriço correspondentes, pelo que se deparam com vários tipos de inconvenientes e pressões adicionais”, admitiu. Face a esta situação, o deputado pretende que o Governo publique orientações claras e que parte das restrições para a entrada dos produtos no Interior sejam levantadas, para intensificar a circulação e a ida de pessoas e empresas de Macau para Hengqin. “Espera-se que o Governo se concentre na situação especial dos residentes de Macau que se deslocam para a Zona Cooperação Aprofunda e emita directrizes logísticas pormenorizadas, que incluam informações sobre os procedimentos pormenorizados de deslocação entre Macau e o Interior da China, a preparação dos documentos necessários, os possíveis problemas fiscais encontrados, bem como uma lista de empresas de logística”, afirmou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaCibersegurança | Ho Ion Sang pede aposta em “defesa activa” O deputado pretende que a Semana Nacional da Cibersegurança seja utilizada para alertar a população para a necessidade de defesa online, e apela ao Governo que se alinhe com as estratégias do Interior da China O deputado Ho Ion Sang pretende que o Governo explique os mecanismos de defesa para enfrentar ataques cibernéticos com recurso a Inteligência Artificial. O assunto foi abordado pelo deputado ligado à Associação dos Moradores, numa interpelação escrita, em que é pedida a adopção de uma “defesa activa”. Segundo Ho, com o “avanço tecnológico, as novas ameaças cibernéticas aumentam todos os dias”. Também “as formas dos ataques informáticos” estão a sofrer grandes alterações com a introdução de inteligência artificial, o que para o deputado exige “que todos os sectores da sociedade estejam sempre mais vigilantes” para o fenómeno. Neste sentido, quer saber o que está a ser feito para enfrentar os novos desafios: “Face às crescentes ameaças de ataques cibernéticos, a utilização da inteligência artificial vai tornar-se normal. Como vão as autoridades rever mecanismos de alerta, segurança e de emergência para lidar com as novas ameaças?”, pergunta. “E como actualizam regularmente as suas capacidades de resposta para lidar com este tipo de incidentes?”, acrescentou. Porém, o membro da Assembleia Legislativa também considera que a inteligência artificial não deve ser vista apenas como ameaça e que pode ser uma oportunidade para melhorar as defesas do território. “As autoridades vão estudar a aplicação da inteligência artificial para transformar a nossa defesa passiva numa defesa activa?”, questionou. Dia da Cibersegurança Para o deputado, também é importante que a cibersegurança seja um esforço colectivo da sociedade, e não apenas do Governo, numa estratégia que deve ser alinhada com as políticas seguidas no Interior da China. “Será que as autoridades vão lançar novas actividades para promover as necessidades de cibersegurança durante a Semana Nacional da Cibersegurança?”, perguntou, sobre o evento que diz decorrer sempre em Setembro. “E será que a Semana Nacional da Cibersegurança vai ser utilizada para aumentar a atenção da sociedade para a cibersegurança, alertar as várias indústrias para a necessidade de protecção, e alinhar a segurança da cibersegurança com o Interior?”, interrogou. Ainda no que diz respeito à ligação entre as autoridades e o sector privado da economia, Ho pretende que o Governo revele se tem planos para criar incentivos à formação nesta área, de forma a proteger as empresas de ataques externos. O deputado propõe também acções de formação para os trabalhadores da pequenas e médias empresas, de forma a proteger as suas tecnologias.
João Luz Manchete PolíticaExecutivo | Xia Baolong não discutiu eleições com Ho Iat Seng As eleições para Chefe do Executivo não estiveram na agenda da visita de Xia Baolong, que não falou sobre a reeleição com o líder do Governo da RAEM. Ho Iat Seng reafirmou que ainda não tomou nenhuma decisão sobre a sua recandidatura. Terminou ontem a visita do director do Gabinete para os Assuntos de Macau e Hong Kong Ho Iat Seng e o director do Gabinete para os Assuntos de Macau e Hong Kong junto do Conselho de Estado, Xia Baolong, não falaram sobre o elenco do próximo Governo, nem sobre a possibilidade de Ho Iat Seng se recandidatar a Chefe do Executivo, revelou ontem o líder do Governo. Numa conferência de imprensa de balanço sobre a visita de Xia Baolong, que terminou ontem, Ho Iat Seng sublinhou que estão a ser elaborados os trabalhos de preparação de acordo com a lei eleitoral para o Chefe do Executivo, nomeadamente os preparativos para selecção dos membros do colégio eleitoral que irá escolher o próximo líder do Governo. Após insistentes questões sobre a possibilidade de se recandidatar ao mais elevado cargo político de Macau, Ho Iat Seng reiterou que ainda não foi tomada qualquer decisão nesse sentido. Em relação à visita de Xia Baolong, o Chefe do Executivo indicou que o director avaliou e demonstrou apoio ao trabalho do Governo da RAEM, e também fez algumas sugestões em áreas em que terá identificado insuficiências em termos administrativos, legislativos e judiciais. O director do Gabinete para os Assuntos de Macau e Hong Kong afirmou ainda que os trabalhos desenvolvidos na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin nos últimos anos demonstram que a zona foi criada para Macau. Em comunicado, Ho Iat Seng assegura que o “Governo da RAEM irá implementar, de forma inabalável, o espírito transmitido nos importantes discursos e instruções do Presidente Xi Jinping e disposições fundamentais consagradas no relatório do 20.º Congresso Nacional”. Além disso, garante que “não vai defraudar a atenção elevada e expectativas depositadas pelas autoridades centrais em Macau” e que irá “liderar a equipa governativa e trabalhar com os sectores da sociedade, para melhor potenciar as seis vantagens de Macau, elogiadas pelo director Xia Baolong”, para que o “’cartão de visita dourado’ de Macau brilhe ainda mais como metrópole internacional”. Domínio partilhado O Chefe do Executivo relevou ainda que a indústria do jogo teve um peso de cerca de 36,2 por cento no Produto Interno Bruto (PIB) da RAEM no ano passado, enquanto os elementos não-jogo crescem de importância e a economia se diversifica. Citado pela TDM – Rádio Macau, Ho Iat Seng afirmou que o domínio económico da indústria do jogo tem sido revertido. No passado, o sector foi responsável por 63 por cento do PIB de Macau, números que o líder do Governo garante terem sido controlados para cerca de 40 por cento. Porém, o governante reconhece que este ano o peso do jogo no PIB irá crescer, depois de anos de crise devido à pandemia, mas espera que não ultrapasse os 40 por cento, seguindo na direcção da diversificação económica. No sector do turismo, o Chefe do Executivo referiu que as orientações de Xia Baolong apontaram a Hengqin e ao alargamento das águas territoriais de Macau como trunfos que Macau pode usar para aumentar a capacidade para acolher turistas para níveis acima dos 40 milhões de visitantes por ano. Ho Iat Seng mencionou ainda o papel da cultura e língua portuguesa no futuro de Macau e a importância da comunidade lusófona local para o território “brilhar ainda mais como metrópole internacional”. O último dia Antes de partir de Macau, Xia Baolong, acompanhado pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, e a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, deslocou-se ontem à Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental de Macau e ao adjacente Centro de Formação e Estágio de Atletas. Na Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental de Macau, o director Xia Baolong visitou as instalações desportivas e de convenções e exposições, onde assistiu a uma apresentação do presidente do Instituto do Desporto, Pun Weng Kun, sobre as funções dos diferentes pavilhões e as situações de uso diário, bem como os trabalhos preparatórios do local para a 15.ª edição dos Jogos Nacionais na Zona de Macau. De seguida, o director Xia Baolong deslocou-se ao Centro de Formação e Estágio de Atletas, e inspeccionou as instalações de treinos, inteirando-se ainda do regime de selecção e da formação dos atletas de elite, e conversou com treinadores e atletas sobre os treinos e a preparação para grandes eventos desportivos como a 15.ª edição dos Jogos Nacionais. Por volta das 10h da manhã, Xia Baolong regressou ao Interior da China através do Posto Fronteiriço da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Elogios à saúde Na sexta-feira, o director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong elogiou o desenvolvimento das actividades médicas de Macau. De acordo com um comunicado dos Serviços de Saúde divulgado no sábado à noite, Xia Baolong afirmou que, “com o apoio do país, o Governo da RAEM tem desenvolvido uma grande quantidade de trabalhos relacionados com a vida da população, optimizado constantemente os serviços médicos. O responsável salientou que “com a entrada em funcionamento do Hospital Macau Union, o nível dos serviços médicos irá atingir uma nova era e que o bem-estar da população poderá aumentar”. Além disso, o director voltou a usar o novo conceito que foi repetido ao longo da visita, afirmando que o Hospital Macau Union poderá ajudar a transformar Macau “numa metrópole internacional, com outro ‘cartão de visita dourado’”.
Hoje Macau Manchete SociedadeJockey Club | Governo anuncia recuperação de terreno Após a rescisão do contrato para a exploração das corridas de cavalos, o Governo recuperou o terreno com 363 mil metros quadrados onde se situa o Jockey Club O Governo anunciou ontem que recuperou o terreno com 363 mil metros quadrados onde se situa o hipódromo, após o fim das corridas de cavalos, em Março. Num despacho publicado no Boletim Oficial, o secretário para os Transportes e Obras Públicas declara a caducidade da concessão por arrendamento do terreno à Companhia de Corridas de Cavalos de Macau, S.A. No documento, Raimundo do Rosário sublinhou que a decisão, com efeitos retroactivos a 1 de Abril, foi tomada por força da rescisão do contrato com a empresa, conhecida como Macau Jockey Club (MJC). De acordo com o despacho, todos os edifícios e construções incorporadas no terreno na ilha da Taipa revertem “livre de quaisquer ónus ou encargos” e o terreno irá integrar o domínio privado da Região Administrativa Especial de Macau. Em 15 de Janeiro, aquando do anúncio do fim das corridas de cavalos, o porta-voz do Conselho Executivo tinha dito que o Governo não iria realizar um novo concurso público e lembrou que também Singapura anunciou o fim desta actividade, após Outubro deste ano. André Cheong prometeu a realização de estudos para o futuro aproveitamento do terreno, mas garantiu, no entanto, que a área não será usada para a construção de mais casinos. História de prejuízos Após mais de 40 anos, Macau acolheu a 30 de Março a última corrida de cavalos, após a MJC, que tinha vindo a acumular prejuízos desde 2002, ter pedido a rescisão da concessão por “dificuldades de exploração”. A concessão tinha sido prorrogada por mais 24 anos no final de 2018, dando o monopólio das corridas de cavalos até Agosto de 2042 à empresa, que se tinha comprometido a fazer investimentos até 3,4 mil milhões de patacas. A MJC tinha anunciado planos para avançar, até 2026, com um projecto turístico que previa pelo menos dois hotéis, zonas verdes, áreas desportivas, restaurantes, lojas, um museu e uma escola de equitação. A empresa ligada à Sociedade de Jogos de Macau (SJM), uma das seis operadoras de casinos do território, fundada pelo falecido magnata Stanley Ho, não pagou qualquer indemnização ao Governo. A MJC “comprometeu-se a pagar indemnização aos trabalhadores despedidos”, garantiu, também em Janeiro, o director dos Serviços para os Assuntos Laborais. Wong Chi Hong revelou que a empresa tinha 254 trabalhadores locais e 316 sem estatuto de residente. Em Julho de 2018, a região deixou de ter corridas de galgos, após o encerramento do canídromo, também ligado à SJM, num terreno com 40 mil metros quadrados, na península de Macau. Cinco anos depois, em Julho passado, o Governo anunciou que iria criar um parque desportivo, com uma pista de atletismo, no terreno do canídromo, que já incluía um campo de futebol. Em Novembro, as autoridades disseram que o novo parque desportivo deverá estar pronto na primeira metade de 2025.
João Luz Manchete SociedadePublicidade | Negócios 10% acima do registo antes da pandemia A Associação das Companhias e Serviços de Publicidade de Macau deu conta de um aumento de 10 por cento das receitas de publicidade no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo período de 2019. A recuperação do turismo impulsionou o sector que, apesar de abordagem mais conservadora do passado recente, adoptou novas ferramentas de marketing Com a economia de Macau a dar sinais contraditórios, lucros nos casinos e banca e dificuldades no pequeno comércio, o sector da publicidade voltou a apresentar resultados positivos no primeiro trimestre deste ano, com os negócios a subirem 10 por cento face ao mesmo período antes da pandemia. Os resultados foram revelados pela presidente da Associação das Companhias e Serviços de Publicidade de Macau, Chung Cheng Iu, em declarações ao jornal Ou Mun. A dirigente associativa interpretou a retoma do sector como consequência do crescente número de turistas que visita Macau e do aumento dos negócios que beneficiam do turismo. Efeito dominó que pode ser impulsionado, na óptica de Chung Cheng Iu, pelas várias medidas de incentivo à indústria do turismo, enquanto motor económico do território. A representante destacou o alargamento do leque de zonas do Interior da China integradas na política de vistos individuais para deslocações a Macau e Hong Kong como mais uma alavanca para a recuperação económica. As próprias campanhas da Direcção dos Serviços de Turismo, que promoveram Macau enquanto produto turístico nas cidades chinesas com vistos individuais e em mercados asiáticos, têm sido amplamente publicitadas com outdoors, anúncios nas redes sociais e com campanhas de rua. Estes esforços do Governo têm contado com a participação da indústria local de publicidade e marketing. Pequenos e graúdos A dirigente associativa sublinha que além do Governo, marcas internacionais e empresas de grande dimensão estão mais dispostas a investir em publicidade, mas que mesmos as pequenas e médias empresas começam a encarar as vantagens de publicitaram os seus produtos e serviços. Nesse aspecto, compreender as tendências do mercado e aumentar a exposição das marcas ou negócios online a offline pode ajudar a aumentar receitas, algo que Chung Cheng Iu testemunha em zonas do território com maior exposição a fluxos turísticos. “Com mais turistas e uma economia melhor, os comerciantes estão naturalmente dispostos a gastar mais dinheiro em publicidade”, indicou. Porém, a Chung Cheng Iu salienta que os orçamentos de publicidade têm sido mais conservadores do que antes da pandemia. Porém, desde o início deste ano, a representante dá conta de mais “ousadia” através de novos e inovadores métodos de publicidade, promoções e uso de influencers ou KOL. Como tal, Chung Cheng Iu prevê um aumento do mercado de publicidade entre o final do segundo trimestre e o terceiro trimestre.
João Luz Manchete SociedadeCanídromo | Jardim desportivo com 40.000 m2 e 490 estacionamentos O Governo divulgou ontem o planeamento da primeira fase de construção do Jardim Desportivo para os Cidadãos no Lote do Antigo Canídromo, que terá uma área de 40.425 metros e 490 lugares de estacionamento. Instalações desportivas e espaços de lazer e dedicados às crianças serão distribuídos por quatro pavilhões A Direcção dos Serviços de Obras Públicas divulgou ontem o plano para a empreitada de construção do Jardim Desportivo para os Cidadãos no Lote do Antigo Canídromo, que terá uma área de 40.425 metros quadrado, dividido em quatro partes e um campo de atletismo ao ar livre. O projecto, cuja elaboração que foi adjudicada à P&T(Macau) Limitada por 19,82 milhões de patacas, tem um prazo de execução de 465 dias, e contempla quatro pavilhões. O pavilhão n.º1 irá ficar no centro do lote e terá uma altura de quatro andares. Aí serão instaladas duas piscinas, uma para crianças, um campo de basquetebol, pista de corridas e ciclovia para crianças, entre outros equipamentos. No lado norte do lote ficará o pavilhão n.º 2, com seis andares de altura, onde será instalado um skatepark e campos de ténis de mesa, de voleibol e de badminton e escalada em parede. Ao lado deste edifício, ficará o pavilhão n.º 3, que terá um campo de futebol de cinco, sala polivalente, sala de actividades multi-funcionais e espaço para actividades ao ar livre. O pavilhão para crianças, que ficará na área sul do lote, tem quatro andares de altura, uma zona de actividades ao ar livre para crianças, parque infantil no espaço interior, sala de aula criativa e zona de leitura. Meio milhar de lugares O campo de atletismo ao ar livre vai ficar no lado leste do pavilhão n.º 1, e a cave destinar-se-á a um parque de estacionamento público de 1 piso, com cerca de 490 lugares de estacionamento para veículos ligeiros e motociclos. A DSOP acrescenta que como “o jardim desportivo para os cidadãos será construído no lote original, o projecto será desenvolvido faseadamente, e será considerada a área de execução da obra da primeira fase, na medida do possível, sem prejuízo da utilização do campo desportivo no lote original e do Centro Desportivo Lin Fong”.
Hoje Macau Manchete PolíticaConselho de Estado | Xia Baolong pede mais internacionalização O director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau pretende ver na RAEM um esforço maior de internacionalização e ligação ao exterior, para criar mais oportunidades comerciais No quarto dia da visita a Macau, o director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong, pediu “aos diversos sectores” para “potenciarem melhor o posicionamento e as vantagens inerentes a Macau” e “fazerem brilhar ainda mais o cartão de visita dourado de Macau como metrópole internacional”. As declarações de Xia Baolong terão sido prestadas num encontro com representantes da Associação Comercial de Macau e outros empresários e foram citadas por André Cheong, secretário para a Administração e Justiça, através de um comunicado. No âmbito de esforço de maior internacionalização, Xia destacou igualmente a necessidade de os empresários “contribuírem na promoção do desenvolvimento adequado e diversificado da economia”. Ao mesmo tempo, o responsável afirmou às elites locais que o futuro mais próximo terá de passar pela “optimização” do “sistema jurídico” e da implementação “princípio de Macau governado por patriotas”. Sobre as tarefas a realizar, Xia Baolong mencionou ainda a “melhoria da vida da população e da capacidade governativa e de gestão” e o “intercâmbio com o exterior”. Lista para cumprir Face às declarações do director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau, o secretário para a Administração e Justiça, afirmou que “irá cumprir rigorosamente as funções no âmbito da administração e justiça, contribuindo, conforme as directrizes de trabalho apresentadas por Xia Baolong, para um brilho ainda maior do cartão de visita dourado de Macau”. André Cheong prometeu ainda “implementar estritamente o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ e a Lei Básica de Macau, optimizar constantemente o regime jurídico e mecanismo executivo da Lei Básica de Macau, salvaguardar firmemente o poder pleno da governação do Governo Central, reforçar a implementação do princípio ‘Macau governado por patriotas’, garantir, no âmbito da lei e do regime jurídico, a implementação bem-sucedida, estável e duradoura do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’”. No mesmo sentido, o Governo prometeu “promover, com todo o esforço e persistência, a reforma administrativa, aprofundar a governação electrónica, simplificar os procedimentos administrativos, incrementar o desempenho administrativo, aumentar, de forma constante, a capacidade governativa e de gestão de modo a prestar serviços públicos mais personalizados e de melhor qualidade aos cidadãos”. Hengqin | Xia Baolong elogia escola Hou Kong Xia Baolong, director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, esteve ontem na Escola de Hengqin Anexa à Escola Hou Kong e destacou o trabalho desenvolvido pela instituição de ensino. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Iao Tun Ieong, director da escola Hou Kong, revelou que Xia Baolong reconheceu a qualidade do ambiente escolar e instalações, e incentivou a continuação do trabalho de formação de quadros qualificados em prol dos objectivos traçados pelo país e Macau. O director da escola destacou que a instituição, sob liderança do país e do Governo de Macau, pretende ensinar todo o tipo de alunos sem discriminação, pretendendo fomentar um ensino patriótico e ligado à tecnologia e ciência, sempre com perspectiva de internacionalização. Defendida tradição de amar a pátria O director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau, Xia Baolong, visitou na quarta-feira quatro associações e uma escola e defendeu “as vantagens da tradição de amar a pátria e amar Macau e as vantagens humanísticas na mistura das culturas chinesa e ocidental”. As visitas fizeram parte do terceiro dia da visita a Macau e foram relatadas pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, numa nota de imprensa emitida ontem. Segundo a secretária, Xia Baolong também terá dito que várias “políticas favoráveis” no território, como “a escolaridade gratuita, os serviços médicos gratuitos, e o regime da segurança social” dependem “do apoio de sectores que amam a pátria e amam Macau”. Nos encontros, indicou a governante, Xia Baolong terá ainda reconhecido “plenamente que as associações ajudam o Governo a governar, bem como o contributo dos chineses ultramarinos para a RAEM e a Pátria”. Xia Baolong afirmou também que “a diversidade de culturas, de religiões e de línguas” demonstra “as características e valores únicos de integração das culturas chinesa e ocidental de Macau”. O governante de Pequim mostrou também confiança no Governo da RAEM para “conseguir transformar Macau numa ‘cidade do espectáculo’ e ‘cidade do desporto’, cujos trabalhos são executados de uma forma cada vez melhor”.
Andreia Sofia Silva Entrevista MancheteNuno Fontarra, arquitecto: “Ocupamos o espaço que podemos” Nuno Fontarra, arquitecto principal da equipa da Mecanoo que tem em mãos o projecto da nova biblioteca central, apresenta uma palestra hoje, às 19h, no Centro Cultural de Macau. O arquitecto irá falar da filosofia de do trabalho do atelier e de como o escasso espaço interior do edifício do antigo Hotel Estoril foi projectado Vai hoje falar do projecto do Museu de História Natural que a Mecanoo está a desenvolver em Abu Dhabi. Até que ponto tem semelhanças com o projecto da Biblioteca Central? Vou abordar este projecto por ser o mais importante que estamos a fazer e porque tem algumas parecenças [com o projecto da Biblioteca Central], nomeadamente ao nível dos materiais. Trata-se de um museu, e nesse aspecto não tem muito a ver com o que estamos a fazer em Macau, mas é importante por ser um edifício público. É um museu icónico que vai interagir com a cidade. A maior parte dos museus não é muito interactiva com a população porque as pessoas vão uma vez e não usam o espaço, mas vou mostrar como o nosso projecto faz com que o museu interaja com a cidade à volta e qual a filosofia do atelier Mecanoo em relação a isso, para que não seja um objecto morto na cidade. Esta abordagem também foi pensada para a futura Biblioteca Central? A filosofia é a mesma: tem de interagir com a cidade o mais possível. É isso que é uma arquitectura moderna, não se tratando de um mero arquivo de livros, porque é o que se passa com a actual biblioteca [do Tap Seac]. A preocupação com a nova biblioteca não é apenas com os livros, mas sim construir uma interacção com a comunidade completamente diferente, com educação e cultura. E é assim que o Museu de História Natural vai funcionar também. Esta é talvez a primeira vez que a equipa da Mecanoo está no território, uma vez que o projecto da Biblioteca Central começou a ser feito à distância. Como está a ser este contacto presencial? A primeira fase do projecto foi toda feita à distância e depois fomo-nos adaptando. Deveríamos ter vindo a Macau. Até já estive em Shenzhen, mas os colegas chineses da minha equipa não conseguiram visto para ir para Macau, o que atrasou a visita. Mas agora já houve contactos com o Instituto Cultural (IC) e foram feitas visitas ao local. Dois terços da equipa está sediada em Macau e só eu ainda não tinha vindo. O meu nível de experiência permite-me perceber como a Praça do Tap Seac funciona. Por exemplo, teremos de mover umas árvores de sítio, e essa é uma parte importante do projecto, e perceber essas coisas e sentir a praça [é importante]. Na palestra vou também abordar isso, o facto de não existirem projectos feitos no abstracto, pois todas as coisas têm um contexto, funcionando de forma diferente em relação ao desenho. Esta palestra não é o momento oficial para apresentar o projecto, pois ainda está a ser feita essa preparação. Creio que o IC já tem uma data para começar a obra. Algumas particularidades do projecto que podem sobressair com esse contacto presencial com a Praça do Tap Seac e o espaço de construção? Sobressai a relação da piscina [com o espaço em redor], por exemplo, porque existe uma certa proximidade. [O Tap Seac] é a praça mais importante de Macau, bastante central, e é um sítio difícil para construir a biblioteca, pois não temos muito espaço. Mas esse é um problema geral em Macau. A falta de espaço obriga a que a biblioteca venha a servir o público de maneira bem mais flexível. Temos de aproveitar o máximo de espaço possível para a realização de actividades. É isso que a nova biblioteca vai ser. Em que fase concreta está o projecto? Têm enfrentado alguns desafios? Não tem sido muito complicado. Nesta fase começaram a ser retiradas peças do edifício que vão ser reutilizadas na biblioteca, nomeadamente o mural. Será necessário tratar o terreno, mas é importante frisar que precisamos um pouco mais de tempo pois estamos numa área complexa da cidade. O básico do projecto está pronto. Já começámos a trabalhar na execução, apesar de ainda não haver um dia definido para o arranque das obras. Até que ponto o projecto da biblioteca central se enquadra no espírito de trabalho da Mecanoo? A nossa filosofia tem por base a ideia de que os espaços funcionam para as pessoas. Durante muitos anos as bibliotecas eram arquivos de livros que só recebiam pessoas. Nos últimos anos têm sofrido uma transformação nesse sentido, e nós fazemos parte dessa transformação. Deixaram de ser apenas arquivos para serem activos dentro da cidade, com funções educativas ou apenas de entretenimento. A biblioteca central terá essa responsabilidade em relação a Macau, pois não havia condições para isso. O único senão é que há uma rua bastante dinâmica [Avenida Sidónio Pais], e não será fácil tirar o trânsito dali. Sei que a praça tem muitas actividades e a biblioteca pode ser um extra. Esse tipo de eventos não existe na biblioteca antiga e as pessoas do IC estão ansiosas para que haja na biblioteca nova. Ainda que em pequena escala, pois não será um edifício grande. Por exemplo, a biblioteca central em Xangai é uma coisa enorme. Mas na China os projectos de arquitectura têm outra escala. Na China cumprem-se objectivos. Não há propriamente uma necessidade das pessoas. Essa é a grande diferença. A nova biblioteca [em Macau] vai complementar as necessidades das pessoas, mas na China cumprem números. Uma biblioteca lá tem de ter um certo tamanho para cumprir determinada escala. É tudo mais matemático. Em Macau ocupamos o espaço que podemos. Pode avançar detalhes mais concretos de como será reaproveitado o interior do edifício? Vamos tentar abrir o mais possível o espaço do rés-do-chão ao público. Temos poucos metros quadrados, mas temos uma área grande de alçado que depois conecta com a rua. É isso que nos vai permitir ter um pequeno auditório com um pequeno café e uma zona com vista. Terá também umas escadas com ligação à zona de leitura. O que fazemos muito no nosso atelier é usar espaços de maneira dupla, a fim de os maximizar. Então essa zona poderá também servir para pequenas apresentações, pois há uma escadaria que serve de auditório. À medida que se vai para os pisos superiores os espaços vão tendo usos mais privados, para exposições, ou ainda salas para workshops, por exemplo. Haverá ainda uma sala que se pode alugar para uso da tecnologia que não se pode ter em casa, como é o caso das impressoras 3D. Este espaço pode ser usado por estudantes ou profissionais. Todo o espaço de circulação poderá ser aproveitado para mostras temporárias. Os pisos de baixo serão, de facto, zonas mais públicas. O último piso já terá uma sala de leitura mais calma, destinada a investigadores, por exemplo. Há um hall da biblioteca virada a parte de trás, em frente a uma escola [para a Estrada da Vitória] em que há uma área destinada à juventude, para crianças dos 12 aos 14 anos. Haverá ainda uma pequena parte para serviços administrativos, pois o IC preferiu destinar mais espaço do edifício para zonas públicas. O grande desafio foi, de facto, encontrar espaço. Poderíamos fazer uma biblioteca maior se estivesse na periferia, mas não estaria junto às pessoas. A localização da biblioteca central gerou bastante debate público e outras questões, como a concessão do projecto a um atelier estrangeiro. Sentiram pressão quando começaram a trabalhar? Não porque, em primeiro lugar, não somos holandeses, somos um escritório internacional. E depois a equipa não é apenas a Mecanoo, existindo um escritório local em Macau a colaborar connosco, a Joy Choi, e depois profissionais em Hong Kong. Os engenheiros são todos de Macau, da PAL AsiaConsult, e têm 33 por cento do projecto, somos sócios. Diria que 65 por cento, ou mais, da equipa é local. Depois temos pessoal na Holanda e chineses de Guangzhou e Shenzhen a colaborar connosco. Era importante maximizar o pouco espaço existente, pois a localização é perfeita. Isso é uma coisa que aprendemos com os holandeses, pois com eles o espaço muda com frequência. O IC parece estar a ser dinâmico o suficiente para que depois haja uma relevância em termos das actividades que são organizadas. Como vai funcionar a coordenação com a actual biblioteca e arquivo histórico? O actual edifício vai continuar a ter biblioteca como tem actualmente. A nova biblioteca vai complementar a antiga, mas não sei como será feita a gestão dessa coordenação. As necessidades administrativas do IC não interferiram nas necessidades das pessoas no que diz respeito à biblioteca, e é essa a parte interessante. Noutros casos temos situações terríveis, em que os clientes são bastante inflexíveis.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCrime | Dívida provoca ataque à faca que fez três feridos Uma dívida de 8 mil patacas esteve na origem do ataque com faca que levou três pessoas ao hospital, entre as quais uma em estado grave. A polícia deteve dois suspeitos, mas um terceiro terá fugido para o Interior Uma discussão entre dois grupos de trabalhadores não-residentes terminou à facada, com três feridos, um dos quais em estado grave. Na origem da altercação, que teve lugar no Parque do Templo de Lin Fong, esteve uma dívida de 8 mil patacas. De acordo com a versão da Polícia Judiciária (PJ), os dois grupos encontraram-se no domingo, para discutir a dívida, que estava por saldar há algum tempo. Num dos grupos, encontrava-se o devedor e mais três amigos. Este grupo trouxe consigo pelo menos três facas, que manteve guardadas durante grande parte das “negociações” sobre a forma de pagar a dívida. Do outro lado, estava a pessoa que tinha emprestado o dinheiro e outros três amigos. Todos os envolvidos eram naturais do Vietname e tinha idades entre os 20 e 30 anos. “Por não terem chegado a um acordo durante as negociações, os elementos do grupo devedor tiraram as facas que traziam escondidas, e começaram a atacar o outro grupo”, foi afirmado por Leng Kam Lon, porta-voz da PJ, citado pelo Canal Macau. “Durante as facadas, o grupo do credor acabou por fugir do local”, foi acrescentado. O ataque causou ferimentos em todos os intervenientes e um dos homens teve mesmo de ser operado de urgência, devido à gravidade das lesões, com uma fractura craniana. “Um dos três feridos foi esfaqueado na cabeça e chegou a correr perigo de vida. Por isso, foi submetido a uma cirurgia de urgência”, informaram as autoridades. Agressor em fuga Terminados os ataques, os agressores colocaram-se em fuga, mas deixaram para trás as armas do crime. No local, a PJ encontrou igualmente guarda-chuvas cobertos de sangue. “Segundo a investigação efectuada no local, nas imediações do jardim foram encontradas três facas, que terão sido utilizadas durante o ataque. As armas têm 10 centímetros, 17,5 centímetros e 30 centímetros de comprimento”, disse Leng Kam Lon. “Além disso, descobrimos dois guarda-chuvas com manchas de sangue e vários locais com manchas de sangue. Os agentes recolheram estas e outras provas encontradas no local, que agora faz parte da investigação”, foi indicado. Dois dos suspeitos foram detidos, um na zona do ZAPE, e outro no centro da cidade. O terceiro atacante está em fuga, depois de ter atravessado a fronteira para o Interior pelas Portas do Cerco. Na conferência de imprensa de apresentação do caso, a PJ indicou haver indícios de que o ataque com as facas tinha sido premeditado, mas que os dois detidos tinham recusado cooperar com as investigações.
João Luz Manchete SociedadeGalaxy | Subida de quase 50 por cento das receitas líquidas O grupo Galaxy Entertainment registou uma subida anual de 49,6 por cento de receitas líquidas no primeiro trimestre de 2024. Apesar da ligeira descida em termos trimestrais das receitas brutas do sector de massas, no segmento VIP as receitas brutas cresceram quase 43 por cento face ao último trimestre de 2023 O grupo Galaxy Entertainment voltou a apresentar bons resultados numa nota enviada na terça-feira à bolsa de valores de Hong Kong. As contas da concessionária de jogo indicam que nos primeiros três meses do ano os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, em inglês) chegaram quase a 2,84 mil milhões de dólares de Hong Kong (HKD), o que representa uma subida anual de 48,7 por cento e de 1 por cento face ao trimestre anterior. Em relação às receitas líquidas, a Galaxy apurou 10,55 mil milhões de HKD, montante que representa um crescimento de 49,6 por cento ao ano e 2,3 por cento face aos últimos três meses de 2023. Uma tendência demonstrada na nota enviada à bolsa foi a subida trimestral de quase 43 por cento das receitas brutas apuradas pelo segmento VIP, apesar de ainda estar longe dos registos antes da pandemia e do aperto regulatório ao sector dos junkets. “Ficámos particularmente encorajados com a performance do jogo durante a semana dourada de Maio, depois da reconfiguração do casino do Galaxy Macau”, indicou o CEO do grupo, Lui Chi Woo, citado pelo portal GGR Asia. Detalhes da operação Tendo em conta a contabilidade do grupo, no primeiro trimestre do ano as receitas brutas chegaram quase a 9,63 mil milhões de HKD, mais 58,7 por cento em relação ao mesmo período de 2023, e uma subida de 4,2 por cento face ao trimestre anterior. Ainda no capítulo das receitas brutas, a Galaxy Entertainment registou 7,73 mil milhões de HKD no segmento de jogo de massas, uma subida de 56,6 por cento face ao mesmo período de 2023, mas menos 1,3 por cento em relação aos últimos três meses do ano passado. Já nos jogos electrónicos, a concessionária apurou 600 milhões de HKD, mais 78 por cento em termos anuais e 18,1 por cento face ao trimestre anterior. Lui Chi Woo enquadrou que os resultados do grupo são particularmente importantes face “aos ajustes substanciais ao casino do Galaxy Macau” durante o período em análise. O CEO da Galaxy Entertainment aponta que, as remodelações, “a curto prazo, perturbaram as operações durante Janeiro e início de Fevereiro”, mas desde que as obras de renovação terminaram, a tempo do Ano Novo Lunar, “houve um aumento significativo do fluxo de jogadores no casino”. O líder do grupo sublinhou ainda que está em curso a implementação de mesas inteligentes nas zonas de jogo da Galaxy, e que os jogos de máquinas de slots estão a ser actualizados, assim como as operações no StarWorld, o primeiro hotel com casino do grupo no território.
João Santos Filipe Manchete PolíticaComissão Eleitoral | Mantidos locais de voto para escolher membros As eleições para a escolha de 348 dos 400 membros da futura Comissão Eleitoral vão decorrer a 11 de Agosto no Pavilhão Polidesportivo da Universidade Politécnica de Macau, Fórum de Macau e Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional O Pavilhão Polidesportivo da Universidade Politécnica de Macau, o Fórum de Macau e a Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional são os locais escolhidos para a selecção dos membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo. Em relação a 2019, a Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo (CAECE) optou por manter os mesmos locais. A decisão foi anunciada na terça-feira, pela presidente da CAECE, a juíza Song Man Lei, depois de realizada uma sessão de esclarecimento sobre a “Cronologia das Operações Eleitorais das Eleições dos Membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo”. De acordo com uma nota de imprensa, os três locais foram considerados “adequados” para voltar a receber as eleições dos membros da comissão eleitoral. Uma das principais considerações na escolha dos locais passou por avaliar o impacto no trânsito e a capacidade de estacionamento. A escolha de 348 dos 400 membros que integram a CAECE vai acontecer a 11 de Agosto, com as urnas a abrirem às 09h e a encerrar às 18h desse domingo. Segundo Song, a comissão considerou o período de votação “adequado” e “o tempo suficiente, podendo facilitar a deslocação das pessoas colectivas eleitoras dos diferentes sectores para votar”, foi referido. Também em relação a 2019, o horário para a votação, que apenas pode ser feita por alguns representantes das associações, não sofre alterações. Os 400 escolhidos As eleições de 11 de Agosto contribuem para que algumas associações locais escolham 348 representantes na comissão que selecciona o próximo Chefe do Executivo. O acto eleitoral para a comissão, como previsto na Lei Básica, é realizado de acordo com sectores e subsectores de diferentes áreas. No âmbito do primeiro sector, destinado às associações industriais, comerciais e financeiras, há 120 vagas disponíveis. No segundo sector, estão previstas 115 vagas, distribuídas pelas áreas da cultura (26 membros), educacional (29 membros), profissional (43), e desportivo (17). No terceiro sector, há 115 vagas, com 59 destinadas ao subsector do trabalho e 50 ao subsector dos serviços sociais. O terceiro sector ainda tem mais duas vagas para o subsector da religião, mas ao contrário de todos os outros lugares mencionados, não serão escolhidos a 11 de Agosto. Ao invés, são propostos pelas associações religiosas. No que diz respeito, às vagas para políticos, integradas no 4.º sector, estão reservadas 50 vagas. Estas não vão ser decididas no dia 11 de Agosto, dado que algumas já estão decididas, e outras dependem de outros procedimentos de selecção. As vagas em causa são 22 para representantes dos deputados à Assembleia Legislativa, 12 para os deputados de Macau à Assembleia Popular Nacional e 14 para representantes dos membros de Macau no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. Ainda neste sector, dois membros são escolhidos pelo órgão municipal.
Hoje Macau Manchete PolíticaConselho de Estado | Xia Baolong transmite carinho de Xi por Macau O director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado enalteceu o rumo da acção governativa da RAEM, elogiando o Executivo como pragmático e promissor. Além disso, Xia Baolong enalteceu o facto de Macau “ter sempre a defesa da segurança nacional como a sua maior prioridade”, reprimindo a interferência de forças externas O director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong, “reconheceu que a equipa do Governo da RAEM é pragmática e promissora, e concordou que o rumo da acção governativa do Governo da RAEM tem uma tendência de inovação activa, de revitalização da economia, e de empenho em melhorar o bem-estar da população”, indicou o Gabinete de Comunicação Social (GCS) na terça-feira à noite. Xia Baolong, que também dirige o Gabinete de Trabalho de Hong Kong e Macau do Comité Central do Partido Comunista da China, salientou que “Macau considera sempre a defesa da segurança nacional como a sua maior prioridade, acompanha a evolução do tempo para aperfeiçoar o respectivo regime jurídico e mecanismo de execução, persiste na prevenção e repressão da interferência de forças externas nos assuntos de Macau”. Na terça-feira, os líderes máximos do Executivo apresentaram o relatório dos trabalhos governativos. Ho Iat Seng indicou que “o director Xia Baolong transmitiu o carinho do Presidente Xi Jinping aos compatriotas da RAEM”, e que “o Governo Central tem dado apoio e atenção ao desenvolvimento de Macau e lançado atempada e eficazmente várias medidas favoráveis a Macau”. Neste aspecto, o Chefe do Executivo destacou a integração de mais de uma dezena de cidades chinesas na política de visto individual para visitar Macau e as medidas para facilitar a circulação de cidadãos e empresários. Volta a Macau Entre os vários pontos na agenda de visita de Xia Baolong ao território, destaque para o encontro com membros do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central e ao da Zona Norte, para se inteirar dos “assuntos cívicos e da vida da população daquelas zonas”, e ao Fórum Macau para visitar a Exposição sobre a Educação da Segurança Nacional”. O Governo indica que a passagem pela mostra permitiu ao director ficar a “conhecer o esforço e o contributo que a RAEM prestou à defesa da segurança nacional e sentir o amor pela pátria e por Macau da população local, que aumenta gradualmente”. A paragem seguinte foi à Associação Comercial de Macau, onde Xia Baolong garantiu que “o Presidente Xi Jinping dá elevada importância ao desenvolvimento de Macau, e está muito atento ao bem-estar dos compatriotas de Macau”. O director sublinhou a importância do princípio “Um País, Dois Sistemas”, que mantem inalterados o sistema de capitalismo e estilo de vida, beneficiando também do vasto mercado e as oportunidades de desenvolvimento do Interior da China. “Macau é a pérola na palma da mão da pátria. Se Macau pedir ajuda, a pátria responde sempre. A pátria é o forte apoio de Macau para sempre”, afirmou Xia Baolong. Num discurso fortemente carregado de significado nacionalista, o representante do Conselho de Estado enalteceu o desenvolvimento de Macau desde a fundação da RAEM e o destino partilhado com a China.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteTDM | O “problema” inicial e o sucesso das emissões, 40 anos depois A TDM nasceu a 13 de Maio de 1984. A data, coincidente com a celebração das primeiras aparições de Fátima, foi escolhida pelo Governador Almeida e Costa. Os 40 anos da TDM foram celebrados na segunda-feira em Lisboa, com uma palestra onde participaram algumas personalidades políticas que recordaram como o projecto da TDM foi “um problema” que acabou por se revelar um sucesso Há 40 anos, o panorama audiovisual local levou uma reviravolta com o nascimento da Teledifusão de Macau (TDM), a estação pública de televisão e de rádio que levou profissionais da RTP para o território para criar conteúdos informativos e de entretenimento sobre Macau, como até então não se tinha visto. A data do nascimento da TDM, celebrada oficialmente na segunda-feira, dia 13 de Maio, foi escolhida pelo Governador Almeida e Costa que, em 1984, liderava a Administração portuguesa, e que coincidia com o dia da efeméride religiosa das primeiras aparições de Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos. A ideia era fazer um canal bilingue que fosse o espelho de duas línguas e culturas. A transferência de administração portuguesa de Macau para a China estava a chegar e a criação do canal transformou-se num dossier diplomático complexo e parte integrante das negociações. A história da TDM foi recordada na segunda-feira em Lisboa no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) num evento que reuniu os profissionais da RTP que ajudaram a fazer o canal e a sua informação, mas também personalidades políticas portuguesas que testemunharam e participaram na criação da TDM. Todos destacaram as dificuldades de um projecto complexto que tinha tudo para nascer torto, mas que acabou por vingar. Disso deu conta Nicolau Santos, actual presidente do conselho de administração da RTP. “A TDM é um projecto notável que se afirmou em condições que não eram particularmente fáceis, com muitas pessoas que não falavam português. Esta é uma história de sucesso de que a RTP se orgulha particularmente. A TDM presta um serviço público moderno, eficaz e com forte impacto no território, sendo a defesa da língua portuguesa um dos objectivos estratégicos. Orgulhamo-nos muito do sucesso da TDM, que é a expressão do conhecimento e competências que a RTP possui na área do serviço público.” António Vitorino, figura do Partido Socialista (PS) e secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares do Governo português entre 1983 e 1985, com a tutela do audiovisual, foi mais claro quanto às dificuldades do nascimento da TDM. “A TDM era, na altura, um problema”, começou por dizer. “A TDM estava no coração de um dos temas mais delicados da Declaração Conjunta que era a questão dos direitos fundamentais como a liberdade de expressão e de imprensa, matéria a que a parte portuguesa era sensível. O mérito da intervenção sobre a TDM foi o meu colega de Governo, Carlos Monjardino, que persuadiu o Governador Pinto Machado a incluir a questão da TDM nas negociações sobre o contrato de jogo para garantir a sustentabilidade da televisão de Macau além da administração portuguesa do território”, recordou. Línguas de fora As primeiras emissões da TDM aconteciam apenas no horário das 18h às 23h e intercalavam entre chinês e português. Só mais tarde se criaram dois canais diferentes com conteúdos próprios, sendo que actualmente a TDM tem cinco canais, incluindo um com emissões em inglês. Desde cedo que a TDM se tornou numa questão diplomática, onde o bilinguismo era fundamental, destacou também António Vitorino. Não era apenas importante ter emissões locais em português, mas também em chinês. “O tema do bilinguismo era central nas negociações entre Portugal e a China. Este não era uma arma de arremesso, mas sim uma ferramenta forte utilizada pela parte chinesa para introduzir o chinês como língua corrente na Administração, que na sua maioria era composta por pessoas que tinham o português como língua de trabalho.” Além disso, recorda António Vitorino, Portugal “queria garantir que o português, que seria língua oficial [da RAEM], teria garantias de estabilidade”, sendo “imprescindível a garantia da manutenção de um canal bilingue” nas negociações para a Declaração Conjunta, assinada em Pequim em 1987. Segundo António Vitorino, a TDM com emissões bilingues constituía “um factor de confiança para a população de Macau e esse argumento foi muito bem aceite pela China”. “Um canal marcante” Maria de Belém Roseira, outra figura do PS, ex-candidata à presidência da República portuguesa e administradora da TDM entre 1986 e 1987, recorda que aceitou o cargo numa altura em que a empresa “atravessava problemas financeiros e de recursos humanos”. A responsável, que também classificou o nascimento da TDM como um “dossier complicado”, frisou que “nunca aceitaria ser presidente” e que veio para Macau para fazer os estatutos da empresa. “Quis vir-me embora, mas Pinto Machado achou que deveria continuar e fui ficando”. “Foi interessante perceber a importância estratégica da TDM e de como os chineses atribuíram à TDM uma atenção e sensibilidade que levaram a alguma alteração de comportamentos. Sentiu-se uma postura diferente até à assinatura da Declaração Conjunta e depois, porque as preocupações e princípios passaram a ser diferentes. A transição de Macau estava a prazo e era normal que os chineses tentassem ter uma presença mais marcante e de maior intervenção na gestão diária da empresa.” Maria de Belém falou ainda da polémica surgida em 1987 quando, já com Carlos Melancia como Governador, se tentou privatizar parcialmente a TDM com a entrada de um novo accionista, a Emáudio, ligada a Robert Maxwell. “Era apetecível do ponto de vista comercial um canal daquela natureza”, lembrou Maria de Belém. “Foi aí que surgiram as dificuldades com a Emáudio e Robert Maxwell e empresas que tiveram alguns problemas. Estavam a passar-se coisas que não me agradavam”, disse apenas, sem se prolongar em detalhes. Para a responsável, que também foi ministra da Saúde, a TDM “era realmente um canal muito marcante para a comunidade portuguesa que estava em Macau”, sendo que a língua tem hoje “um papel estratégico fundamental”. A prova de fogo Jorge Silva, um dos principais profissionais da TDM até hoje, recordou as primeiras emissões e os desafios em termos técnicos. “Na altura, a população de Macau via a TVB de Hong Kong e outros canais. A TDM foi uma pedrada no charco porque, pela primeira vez, Macau via-se a si própria, exibindo-se temas e reportagens sobre o território. O interesse da população no canal foi-se renovando e aumentando ao longo dos anos.” Assinada a Declaração Conjunta, começou-se a preparar a transição e a verdadeira prova de fogo da TDM em termos técnicos foi a transmissão em directo das cerimónias da transferência, a 20 de Dezembro de 1999. “A transferência de Hong Kong foi dois anos antes [1997] e aprendemos muito com essas transmissões. Eram muitos os convidados presentes, foram muitas horas no ar, cinco ou seis, e esse foi, talvez, o desafio mais marcante da TDM, tal como a chegada dos Governadores ao território. Tal implicava muitas horas de transmissão, desde o jetfoil até à chegada ao Palácio.” Se a TDM nasceu como projecto bilingue, será que se mantém na sua plenitude nos dias de hoje? Jorge Silva assegura que sim. “O espaço em língua portuguesa continua o mesmo. Com a separação dos canais continuamos a ter o mesmo espaço de emissão, formámos já jovens bilingues na redacção portuguesa, que dominam também o inglês e que são bastante úteis. A TDM está hoje muito virada para a troca de programas com o Interior da China e países de língua portuguesa.” O pivot de informação referiu também que “há o acordo entre a China e Portugal para a manutenção dos dois canais na TDM e seria bom que isso continuasse”. “Penso que a China vai honrar os seus compromissos como tem honrado. Os critérios editoriais são definidos pela própria empresa. Gostaria que esse espaço de liberdade e ideias continuasse na TDM e que Macau mantivesse essa autonomia e identidade própria, com ligação a Portugal, mas mantendo essa diferença no espaço e país em que estamos inseridos, que é a China”, concluiu. Carmen Amado Mendes, presidente do CCCM, destacou que “uma televisão de língua portuguesa em Macau tem, de facto, um papel essencial”. “Foi a televisão que foi dando a conhecer a realidade de Macau e todas as mudanças que foram ocorrendo ao longo de 40 anos. O crescimento da própria TDM é também inegável, tendo passado de um canal bilingue para ter cinco canais. Esperamos estar aqui daqui a 40 anos a falar sobre mais um aniversário e fazemos votos para que este crescimento se mantenha”, adiantou.
Hoje Macau Grande Plano MancheteEstudo conclui que nanoplásticos afectam células da pele de seres humanos e de peixes A exposição a nanoplásticos afecta as células da pele de seres humanos e de peixes, concluiu um estudo realizado por investigadores do Centro de Ciência do Mar (CCMAR) e da Universidade do Algarve (UAlg), hoje divulgado. Para chegar a esta conclusão, os investigadores “desenvolveram uma abordagem inovadora ‘in vitro’” para estudar os efeitos da absorção das minúsculas partículas de plástico nas principais células que compõem a derme, designadas por fibroblastos, explicou a academia em comunicado. O estudo, publicado na revista Science of the Total Environment, pretendeu compreender “como é que os nanoplásticos interagem com a pele”, um dos primeiros pontos de contacto com as partículas que estão em crescente presença no ambiente. De acordo com o investigador do CCMAR e da UAlg, Maoxiao Peng, citado na nota, “esta nova abordagem permite a utilização de linhas celulares da pele em ambiente laboratorial para recolher informação consistente e robusta sobre os efeitos dos nanoplásticos”. Esta utilização, refere o investigador, torna-a “mais ética e mais rápida porque evita a utilização de animais para o mesmo efeito”. A nova abordagem revelou que os nanoplásticos desencadeiam diferentes respostas fisiológicas nos vários tipos de células de fibroblastos, “acumulando-se de forma consistente em redor do núcleo e das membranas das células”. Segundo a investigadora Rute Félix, também citada na nota, foi constatado que os efeitos negativos nas células da pele variam conforme as características dos nanoplásticos, tais como o seu tamanho e a concentração. “Estes resultados sugerem que os nanoplásticos podem comprometer a saúde da pele”, alerta. Por seu turno, a investigadora Deborah Power realça que “este estudo abre caminho para uma melhor avaliação dos riscos e efeitos dos nanoplásticos a nível biológico e ecossistémico”. Face às conclusões do estudo, Deborah Power alerta para a “necessidade urgente” de se reduzir a presença de plásticos no ambiente, “dado o seu potencial para afetar a saúde humana e o biossistema em geral”. Os investigadores concluem que o estudo no contexto do Plastifish, um projecto com Macau e a China apoiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, representa “um importante avanço na compreensão dos impactos dos nanoplásticos na saúde da pele”.
João Luz Manchete SociedadeDia da Mãe | Vendas de restaurantes e floristas a piorar O Dia da Mãe costumava ser uma época “dourada” para os negócios da restauração e floristas. Porém, este ano as vendas pioraram em relação a 2023, apesar da baixa de preços e descontos especiais para comemorar o dia. O consumo do outro lado da fronteira e a falta de competitividade do comércio local foram motivos apontados A tradição já não é o que era. O Dia da Mãe, que costumava representar um acréscimo considerável de negócios para restaurantes e floristas, este ano foi uma desilusão. Vários donos de restaurantes chineses da Península de Macau deram conta de quebras anuais entre 10 e 20 por cento do volume de negócios durante o Dia da Mãe deste ano. Em declarações ao jornal Ou Mun, o responsável por um restaurante da zona centro de Macau previu um corte de receitas na ordem dos 20 por cento, mas apontou outras alterações no consumo, nomeadamente o desaparecimento das reservas de mesas para 12 pessoas, e a aposta em mesas de seis pessoas ou pratos individuais. O responsável indicou que mesmo com a introdução de descontos nos menus não conseguiu atrair mais clientela, em especial mesas para 12 pessoas, apesar de o menu para seis pessoas, que inclui Pato à Pequim e peixe-jaguar custar menos de 1.000 patacas, cerca de 150 patacas por pessoa, e o menu para 12 pessoas (com leitão, noodle de camarões com queijo e bucho de peixe) custar 2.600 patacas. Embora a afluência desse a impressão de bons negócios com a sala cheia, o gerente apontou que os clientes passaram a pedir menos pratos. Questionado sobre possíveis razões, apontou o dedo à possibilidade de viajar de automóvel para Guangdong, onde os restaurantes fazem preços incomparavelmente mais baixos, mesmo que ele faça descontos. Um outro dono de restaurante na zona norte justificou a quebra de receitas também com a concorrência desigual com restaurantes do outro lado da fronteira. Apesar de ter também baixado os preços este ano, clientes habituais contaram-lhe que os mesmos pratos no Interior da China custam menos de metade e os ingredientes são mais frescos. Flores murchas Também a venda de flores sofreu quebras de negócios em relação a anos anteriores, quando o Dia da Mãe significava esforços e lucros redobrados. Em declarações ao jornal Ou Mun, uma florista da zona norte da península afirmou que no ano passado vendeu cerca de 200 bouquets de flores, volume de vendas que este ano caiu para pouco mais de 100. A gerente relevou que é comum os clientes visitarem a loja só para perguntarem os preços para compararem com outras lojas no Interior da China. Porém, não pode competir com o custo de matéria-primeira e despesas com mão-de-obra. Como tal, resta-lhe apostar na qualidade e no profissionalismo no atendimento. Outra lojista ouvida pelo Ou Mun afirmou que é muito difícil manter portas abertas se depender exclusivamente de clientes individuais. Portanto, independentemente dos dias de celebrações que requerem flores, passou a focar-se no sector empresarial e na organização de workshops de arranjos florais.
Hoje Macau Manchete SociedadeFutebol | Lendas portuguesas jogam este fim-de-semana na Taipa Decorre este fim-de-semana o jogo de futebol e uma série de eventos desportivos que trazem a Macau grandes nomes portugueses deste desporto como é o caso de Luís Figo, que foi considerado Jogador do Ano pela FIFA e vencedor de uma Bola de Ouro, Pauleta, Nuno Gomes, Dimas, Maniche, Bosingwa, Tiago, Hélder Postiga e Ricardo Quaresma. O evento “Legends of Tomorrow” tem o patrocínio da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) e decorre este sábado num pequeno campo de futebol do Centro Desportivo Olímpico – Zona Multiusos, na Taipa. Esta iniciativa inclui um treino e interacção entre os antigos jogadores portugueses e os jovens a partir das 11h30. Depois, no domingo, acontece o jogo amigável de cinco “Portugal Icons vs. GBA Flying Dragons” às 16h no Dome. Na equipa portuguesa “Portugal Icons” jogam Luís Figo, Pauleta, Nuno Gomes, Dimas, Maniche, Bosingwa, Tiago, Helder Postiga e Ricardo Quaresma, enquanto na equipa adversária “GBA Flying Dragon” jogam nomes como Natalis Chan, Eddie Ng ou Frankie Lam. Além da SJM, o evento é apoiado e organizado pelo Instituto do Desporto e Associação de Futebol de Macau. A equipa “GBA Flying Dragons” é composta por jogadores de futebol da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau e da Associação Desportiva All Stars de Hong Kong. Antes do jogo de domingo será também realizado o evento “Legends of Tomorrow – Football Camp” para promover o desporto junto dos jovens.