Venezuela | Caritas Macau e Portuguesa ajudam grávidas e crianças

Da visita do presidente da Caritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, a Macau resultou uma parceria com a Caritas Macau que visa ajudar grávidas e crianças com fome na Venezuela. A organização liderada por Paul Pun vai ajudar com os custos de transporte de medicamentos e outros bens de apoio

 
[dropcap]A[/dropcap] Caritas Portuguesa e de Macau vão enviar nutrientes e medicamentos para ajudar parturientes e crianças subnutridas venezuelanas, disse à Lusa o presidente da instituição de Portugal.
Foi acordado o “envio de nutrientes e também de medicamentos para crianças subnutridas e para parturientes”, afirmou Eugénio Fonseca, após uma reunião com a Caritas Macau no último dia da visita que realizou ao território.
“Os medicamentos foram-nos doados em Portugal e é preciso fazer chegar lá [Venezuela]”, acrescentou, explicando que “a forma mais segura”, por indicação da Caritas venezuelana “é por via postal”, precisou. A Caritas de Macau “vai ajudar a suportar o custo”, acrescentou o responsável da Caritas Portuguesa. Esta é uma das medidas concretas que resultou da visita desta semana a Macau.
“Vamos conseguir apoio financeiro da Caritas de Macau para realizar em Portugal uma acção de formação em empreendedorismo social para pelo menos 40 colaboradores”, numa “área que é importante, face aos novos desafios em termos sociais, resultantes até da crise que vivemos há anos”, declarou.

Mais partilhas

A Caritas Portuguesa e a de Macau vão igualmente avançar com a partilha de experiências na área da reintegração social de reclusos e no intercâmbio de colaboradores.
“Queremos diversificar o protocolo já assinado na área de apoio a reclusos (…) com a Direcção-geral de Reinserção e Serviços Prisionais em Portugal” e “dos projectos que tenham a ver com a preparação dos reclusos para a sua reintegração social”.
A ideia passa por apresentar um projecto. “E partilharmos experiências que vamos tendo em Portugal para replicar” em Macau, até porque a Caritas local “é a única que faz voluntariado e apoia em termos sociais os reclusos na cadeia em Macau”, esclareceu, adiantando que haverá ainda “intercâmbio entre colaboradores”, estando ainda por acertar “em que moldes”.
Das reuniões resultou ainda um acordo para se estabelecer uma parceria entre as duas Caritas e a Universidade de São José para que seja criado um prémio que passe a distinguir “a melhor tese de mestrado”, com direito a publicação em Macau através da Editorial Caritas.
Quanto ao desenvolvimento de projectos conjuntos em países como São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné-Bissau, no âmbito da qualificação de quadros qualificados, por exemplo, Eugénio Fonseca explicou à Lusa que a definição destes ficará dependente da reunião interministerial do Fórum Macau agendada para este ano e que vai juntar representantes ao mais alto nível dos países lusófonos. A visita começou na última segunda-feira e serviu para reactivar a colaboração com a congénere de Macau. A Caritas foi fundada em 1945 em Portugal e em 1951 em Macau.

13 Jan 2020

Centro pagou a idosos por inscrições falsas para obter subsídios


A directora de um centro educativo convenceu, com presentes e lai sis, vários idosos a inscreverem-se ficticiamente nas aulas para poder obter subsídios do programa de educação contínua. A PJ suspeita que a instituição terá lucrado em 869 mil patacas com o esquema

 

[dropcap]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) deteve a directora de um centro educativo na Areia Preta por suspeitas de ter montado um esquema que lhe permitiu receber 869 mil patacas, através do recebimento ilegal de subsídios do programa de educação contínua. O caso foi revelado pelas autoridades na sexta-feira e de acordo com o canal chinês da Rádio Macau a mulher terá confessado a prática do crime.

De acordo com a informação revelada pela PJ, a suspeita terá convencido várias pessoas com mais de 60 anos a inscreverem-se nas aulas disponibilizadas pelo centro. O objectivo da directora, de 51 anos, não era que as pessoas de idade fossem às aulas, mas antes que o centro pudesse receber os subsídios disponíveis no âmbito do programa.

De acordo com a versão das autoridades, o centro educativo oferecia pelas inscrições fictícias presentes e lai sis, os tradicionais envelopes vermelhos com dinheiro.

A investigação começou em Maio do ano passado, após a Direcção de Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) ter verificado que todos os 16 cursos disponibilizados tinham esgotado as vagas. Por esse motivo, houve uma inspecção ao local para verifica a veracidade da informação.

Contudo, quando os representantes da DSEJ se dirigiram ao centro verificaram que o número de alunos a frequentar as aulas era muito inferior aos declarados para o fim do subsídio. Além disso, havia aulas com presenças fantasmas em que o número de alunos a assistir não ultrapassava os quatro ou cinco.

Cerca 370 alunos envolvidos

No total, a polícia suspeita de irregularidades em 16 cursos com 370 alunos, que terão resultado em subsídios indevidos no valor de 869 mil patacas. Os cursos focavam áreas principalmente relacionadas com a saúde.

“Há provas claras que as assinaturas nas folhas de presença não eram dos estudantes. Também descobrimos que o centro educativo subornava com presentes e lai sis as pessoas, para fazer com que se inscrevessem nos cursos”, afirmou Lai Man Vai, porta-voz da PJ, na sexta-feira, citado pelo Canal Macau.

“Com os subornos, o centro educativo podia receber os subsídios do Governo”, foi acrescentado.
A directora de 51 anos foi detida e reencaminhada para o MP, com a PJ ainda a investigar se existe envolvimento de algum dos professores do centro educativo no caso.

13 Jan 2020

Hotel Lisboa | Alan Ho recorre de condenação a oito anos de prisão

Depois do Tribunal de Segunda Instância ter agravado a condenação do sobrinho de Stanley Ho de um ano e um mês para oito anos de pena de prisão, a defesa vem agora recorrer para o Tribunal de Última Instância a pedir a absolvição de todos os crimes

 

[dropcap]A[/dropcap]lan Ho, ex-director do Hotel Lisboa e sobrinho de Stanley Ho, apresentou recurso da condenação a 8 anos de prisão pela prática de um crime de fundação e chefia de associação criminosa e de 58 crimes de exploração de prostituição. A informação foi revelada ontem pela Rádio Macau, que cita a defesa do condenado.

Segundo a explicação avançada, a defesa de Alan Ho não se conforma com a decisão do Tribunal de Segunda Instância (TSI), tomada em Dezembro do ano passado, e pretende a absolvição do arguido da prática de todos os crimes pelos quais foi condenado.

O recurso de Alan Ho surge depois do TSI ter agravado a pena com que tinha sido condenado. Na primeira decisão sobre o caso, tomada a 17 de Março de 2016 pelo Tribunal Judicial de Base (TJB), o ex-director do Hotel Lisboa tinha sido absolvido do crime de fundação e chefia de associação criminosa. No entanto, Alan Ho foi considerado culpado pela prática de um crime de exploração de prostituição, na pena de um ano e um mês. Na altura da primeira decisão, o sobrinho de Stanley Ho já havia estado em prisão preventiva por um período superior à pena que lhe tinha sido aplicada, o que lhe permitiu sair em liberdade.

A primeira pena não convenceu o Ministério Público, que recorreu e exigiu a condenação pela prática do crime de fundação e chefia de associação criminosa, que acarreta pena mais pesada. Além disso, o TSI entendeu, ao contrário do TJB, que os diferentes casos de prostituição corresponderam a crimes diferentes, em vez de um único crime continuado ao longo do tempo. Esta aspecto explica o aumento de um para 58 crimes de exploração de prostituição a que Alan Ho foi condenado.

Penas agravadas

Alan Ho não foi o único arguido do caso da passadeira do Hotel Lisboa a ver a condenação a ser agravada pelo TSI. Kelly Wang, a mulher responsável pela escolha das prostitutas para a zona de circulação do Hotel Lisboa, foi condenada pelo TSI a 6 anos de prisão pela prática dos crimes de associação criminosa e 58 de exploração de prostituição. Na primeira decisão Wang tinha sido condenada a 2 anos e 5 meses pela prática de um crime de exploração de prostituição.

Quanto aos restantes envolvidos, Lun, Mak e Qiao foram agora condenados pela prática do crime de associação criminosa e 58 de exploração de prostituição, que resultarem em penas de 5 anos para cada um dos envolvidos. Finalmente, o sexto arguido com o apelido Pun foi considerado culpado de um crime de associação criminosa e 3 de exploração de prostituição com uma pena de 4 anos e 8 meses.

O caso da prostituição nos corredores do Hotel Lisboa rebentou em Janeiro de 2015, poucos dias depois do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, ter assumido o cargo. A operação resultou na detenção de Alan Ho e de mais 101 pessoas, embora apenas sete tenham sido levadas ao julgamento.

10 Jan 2020

Hotel Lisboa | Alan Ho recorre de condenação a oito anos de prisão

Depois do Tribunal de Segunda Instância ter agravado a condenação do sobrinho de Stanley Ho de um ano e um mês para oito anos de pena de prisão, a defesa vem agora recorrer para o Tribunal de Última Instância a pedir a absolvição de todos os crimes

 
[dropcap]A[/dropcap]lan Ho, ex-director do Hotel Lisboa e sobrinho de Stanley Ho, apresentou recurso da condenação a 8 anos de prisão pela prática de um crime de fundação e chefia de associação criminosa e de 58 crimes de exploração de prostituição. A informação foi revelada ontem pela Rádio Macau, que cita a defesa do condenado.
Segundo a explicação avançada, a defesa de Alan Ho não se conforma com a decisão do Tribunal de Segunda Instância (TSI), tomada em Dezembro do ano passado, e pretende a absolvição do arguido da prática de todos os crimes pelos quais foi condenado.
O recurso de Alan Ho surge depois do TSI ter agravado a pena com que tinha sido condenado. Na primeira decisão sobre o caso, tomada a 17 de Março de 2016 pelo Tribunal Judicial de Base (TJB), o ex-director do Hotel Lisboa tinha sido absolvido do crime de fundação e chefia de associação criminosa. No entanto, Alan Ho foi considerado culpado pela prática de um crime de exploração de prostituição, na pena de um ano e um mês. Na altura da primeira decisão, o sobrinho de Stanley Ho já havia estado em prisão preventiva por um período superior à pena que lhe tinha sido aplicada, o que lhe permitiu sair em liberdade.
A primeira pena não convenceu o Ministério Público, que recorreu e exigiu a condenação pela prática do crime de fundação e chefia de associação criminosa, que acarreta pena mais pesada. Além disso, o TSI entendeu, ao contrário do TJB, que os diferentes casos de prostituição corresponderam a crimes diferentes, em vez de um único crime continuado ao longo do tempo. Esta aspecto explica o aumento de um para 58 crimes de exploração de prostituição a que Alan Ho foi condenado.

Penas agravadas

Alan Ho não foi o único arguido do caso da passadeira do Hotel Lisboa a ver a condenação a ser agravada pelo TSI. Kelly Wang, a mulher responsável pela escolha das prostitutas para a zona de circulação do Hotel Lisboa, foi condenada pelo TSI a 6 anos de prisão pela prática dos crimes de associação criminosa e 58 de exploração de prostituição. Na primeira decisão Wang tinha sido condenada a 2 anos e 5 meses pela prática de um crime de exploração de prostituição.
Quanto aos restantes envolvidos, Lun, Mak e Qiao foram agora condenados pela prática do crime de associação criminosa e 58 de exploração de prostituição, que resultarem em penas de 5 anos para cada um dos envolvidos. Finalmente, o sexto arguido com o apelido Pun foi considerado culpado de um crime de associação criminosa e 3 de exploração de prostituição com uma pena de 4 anos e 8 meses.
O caso da prostituição nos corredores do Hotel Lisboa rebentou em Janeiro de 2015, poucos dias depois do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, ter assumido o cargo. A operação resultou na detenção de Alan Ho e de mais 101 pessoas, embora apenas sete tenham sido levadas ao julgamento.

10 Jan 2020

Estudo | Mais de metade dos residentes tem “confiança total” no Governo Central

Cerca de 8 em cada 10 residentes tem um grau de confiança “alta” ou “total” nas capacidades do Governo Central. Quando a análise é sobre o Executivo local, 7 em cada 10 residentes mostram um grau de confiança “alta” ou “total”

 

[dropcap]M[/dropcap]ais de metade dos residentes locais tem uma “confiança total” no Governo Central, segundo os resultados de um estudo sobre a utilização dos novos média, apresentado ontem pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (conhecida pelo acrónimo em inglês MUST). Quando somado o número de pessoas de Macau com níveis de “confiança total” e “confiança alta” no Governo Central a percentagem sobe para 78 por cento, ou seja 8 em cada 10 residentes.

De acordo com os resultados da pesquisa, que contou com a participação de 1.223 residentes, o Governo Central consegue um nível de confiança superior ao Executivo da RAEM. No que diz respeito ao Governo local, a “confiança total” alcança os 41,70 por cento e o nível de “confiança alta” chega aos 30,58 por cento. Estes números significam que 7 em cada 10 residentes tem um elevado nível de confiança no Governo da RAEM.

No que diz respeito ao desenvolvimento futuro do princípio “Um País, Dois Sistemas”, 74 por cento dos inquiridos estão “muito confiantes”, enquanto 72,28 por cento responderam estar confiantes no desenvolvimento da RAEM. Entre estes, 47 por cento dizem mesmo estar “muito confiantes” com as perspectivas para os próximos anos. A confiança é ainda mais alta quando se trata das perspectivas sobre o futuro da China, em que 78,25 por cento dos inquiridos dizem estar muito confiantes.

O reino do WeChat

O principal objectivo da pesquisa, elaborada em Outubro com o apoio da Fundação Macau, foi analisar actos de consumo dos novos meios de comunicação dos residentes.

A aplicação móvel mais popular em Macau para comunicar e consumir notícias é o WeChat, utilizada por 95,83 por cento dos residentes inquiridos, seguida pelo Facebook, usada por 71,30 por cento dos residentes.

A plataforma chinesa Weibo surge no terceiro lugar, com uma taxa de utilização de 65,66 por cento. Em relação às aplicações de vídeo como TikTok e YouTube a utilização é de 60 por cento.

Já no que concerne aos residentes mais jovens de Macau, as aplicações mais utilizadas são o Facebook, Instagram, Twitter e Youtube. Apesar de ser a aplicação mais popular, o WeChat não é tão utilizado pelos jovens. Quanto às pessoas com um maior elevado grau de qualificação, a tendência é para recorrerem mais ao Twitter e YouTube e a páginas de Facebook com conteúdos locais.

Sobre os objectivos da utilização das aplicações em causa, 80 por cento admitem que as plataformas citadas são o principal meio de socialização com os amigos e ainda a principal fonte de informação.

10 Jan 2020

Estudo | Mais de metade dos residentes tem “confiança total” no Governo Central

Cerca de 8 em cada 10 residentes tem um grau de confiança “alta” ou “total” nas capacidades do Governo Central. Quando a análise é sobre o Executivo local, 7 em cada 10 residentes mostram um grau de confiança “alta” ou “total”

 
[dropcap]M[/dropcap]ais de metade dos residentes locais tem uma “confiança total” no Governo Central, segundo os resultados de um estudo sobre a utilização dos novos média, apresentado ontem pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (conhecida pelo acrónimo em inglês MUST). Quando somado o número de pessoas de Macau com níveis de “confiança total” e “confiança alta” no Governo Central a percentagem sobe para 78 por cento, ou seja 8 em cada 10 residentes.
De acordo com os resultados da pesquisa, que contou com a participação de 1.223 residentes, o Governo Central consegue um nível de confiança superior ao Executivo da RAEM. No que diz respeito ao Governo local, a “confiança total” alcança os 41,70 por cento e o nível de “confiança alta” chega aos 30,58 por cento. Estes números significam que 7 em cada 10 residentes tem um elevado nível de confiança no Governo da RAEM.
No que diz respeito ao desenvolvimento futuro do princípio “Um País, Dois Sistemas”, 74 por cento dos inquiridos estão “muito confiantes”, enquanto 72,28 por cento responderam estar confiantes no desenvolvimento da RAEM. Entre estes, 47 por cento dizem mesmo estar “muito confiantes” com as perspectivas para os próximos anos. A confiança é ainda mais alta quando se trata das perspectivas sobre o futuro da China, em que 78,25 por cento dos inquiridos dizem estar muito confiantes.

O reino do WeChat

O principal objectivo da pesquisa, elaborada em Outubro com o apoio da Fundação Macau, foi analisar actos de consumo dos novos meios de comunicação dos residentes.
A aplicação móvel mais popular em Macau para comunicar e consumir notícias é o WeChat, utilizada por 95,83 por cento dos residentes inquiridos, seguida pelo Facebook, usada por 71,30 por cento dos residentes.
A plataforma chinesa Weibo surge no terceiro lugar, com uma taxa de utilização de 65,66 por cento. Em relação às aplicações de vídeo como TikTok e YouTube a utilização é de 60 por cento.
Já no que concerne aos residentes mais jovens de Macau, as aplicações mais utilizadas são o Facebook, Instagram, Twitter e Youtube. Apesar de ser a aplicação mais popular, o WeChat não é tão utilizado pelos jovens. Quanto às pessoas com um maior elevado grau de qualificação, a tendência é para recorrerem mais ao Twitter e YouTube e a páginas de Facebook com conteúdos locais.
Sobre os objectivos da utilização das aplicações em causa, 80 por cento admitem que as plataformas citadas são o principal meio de socialização com os amigos e ainda a principal fonte de informação.

10 Jan 2020

Taiwan | Três candidatos disputam amanhã votos com Pequim à espreita

Tsai Ing-wen do partido democrata, Han Kuo-yu do Kuomitang, e James Soong do People First Party. São estes os três nomes que vão amanhã a votos na Ilha Formosa numa altura em que a relação com Pequim está longe de ser pacífica. Jorge Tavares da Silva, professor da Universidade de Aveiro e investigador sobre Taiwan, faz a análise de umas eleições especiais, tendo em conta os acontecimentos de Hong Kong

 

O que poderemos esperar destes candidatos?

Primeiro de tudo, importa dizer que, embora as eleições em Taiwan sejam sempre importantes para a região, estas particularmente revestem-se de um enorme interesse devido às duradouras manifestações em Hong Kong. De facto, o que se está a passar na antiga colónia inglesa é o factor que mais condiciona e influencia este acto eleitoral.

Em termos de base eleitoral, os dois candidatos principais representam a divisão tradicional entre os que são mais cooperantes com a China continental, ligados ao Kuomintang (KMT), e o Partido Democrático Progressista (PDP), com tendências mais pró-independência, embora não o tenha feito de forma explícita. Han Kuo-yu, o candidato do KMT, tem seguido pela via das promessas eleitorais, em grande escala, algumas com polémica. Estando ligado ao partido mais tradicional, é na geração mais nova que encontra mais dificuldades de penetração. Lembro as manifestações de 2014, conhecido como o Movimento Girassol, que foi destrutivo para a governação do antigo presidente Ma Ying-jeou. Na verdade, os jovens eram pouco adeptos das políticas de excessiva aproximação à China, que lhes prejudicava as aspirações socio-económicas.

Como é que o novo candidato pode mudar esse paradigma?

Han, para captar este eleitorado, promete pagar os estudos aos estudantes no estrangeiro, uma medida algo irrealista. Também promete aumentar o número de visitantes estrangeiros na ilha, o que não foi recebido nada bem na opinião pública. Taiwan tem tido um aumento exponencial de turistas. Só em 2018 foram cerca de 11 milhões. Estas e outras propostas só o estão a prejudicar. É quase certo que perderá as eleições, como mostram as últimas sondagens. O que se poderia esperar dele é uma política de maior aproximação à China continental, agregada aos interesses de uma elite económica que defende uma abertura cada vez maior. O lóbi pró-China é forte em Taiwan e é através deste partido que encontra o seu maior apoio.

Por outro lado, Tsai Ing-wen leva alguma vantagem?

Nas eleições de 2016 tinha a seu favor o desgaste da governação anterior e o facto de ser a primeira mulher a governar a ilha. Mas em pouco tempo também se desgastou, o seu estilo brando não foi capaz de segurar o eleitorado, em queda livre em 2018. Nas eleições para o poder local, neste ano, sofreu uma enorme derrota. O que, de alguma forma, representa uma tradição no sistema político de Taiwan.

Em que sentido?

Há uma enorme volatilidade nas tendências voto em Taiwan, se calhar por ser uma democracia recente. O jornal Liberty Times até lhe chama ao eleitorado taiwanês uma “amante inconstante”, devido à sua imprevisibilidade de ano para ano. As governações do KMT e do PDP governam de forma alternada, se nada interferir no processo. Ora, é o que está a acontecer desta vez, com o “factor Hong Kong”. Desde então, o PDP tem revitalizado, e deverá ganhar as eleições com grande margem.

Caso vença as eleições, o que se pode esperar de Tsai num novo mandato?

Espera-se continuidade no estilo de governação moderada em relação à China. O que parece estar a mudar é que as questões de política interna começam a ser mais decisivas que as relações no estreito de Taiwan, o que também indicia uma maior maturidade do sistema político. Tsai é uma defensora de políticas progressistas, particularmente o casamento de pessoas do mesmo género e outras da mesma natureza. É aqui que reside parte substancial do seu eleitorado.

Depois destas eleições, como será traçado o futuro de Taiwan no que diz respeito à relação com Pequim, e também com Washington?

Com estes dois candidatos não deveremos ter grande hostilidade com a China, o que no máximo quereria dizer a implementação de políticas de tendência pró-independência. Han seguiria pela via da maior cooperação, encontros directos e outras políticas e iniciativas da linha de Ma Ying-jeou. Este, naturalmente, é o candidato preferido de Pequim. Tsai é uma candidata não cooperante, mas também não hostil, como foi o antigo Presidente Chen Shui-bian. No entanto, para os EUA, uma candidata como Tsai é um activo mais interessante, mais valioso no jogo político com a China. De alguma forma, Tsai Ying-wen melhora a posição negocial americana no quadro de jogos políticos e interesses na região. Frontalmente não será bom explorar muito esta via – sensível para a China – mas implicitamente todos sabem que aquela governante estará sempre mais aberta a explorar políticas alinhadas com os interesses de Washington. A venda de armamento americano também tem estado a aumentar, numa altura que o porta-aviões chinês Liaoning cruza as águas junto à ilha. Em cada acto eleitoral há sempre estas tensões. Não será nada de estranhar que perante uma nova vitória de Tsai, nestas eleições, volte a receber uma saudação directa por telefone do Presidente Trump. Pequim não ficará nada agradado.

Há alguma ligação que se possa estabelecer entre Hong Kong e este acto eleitoral?

Antes de responder directamente à questão, importa dizer só que Taiwan tem uma democracia consolidada e que comparar Hong Kong com Taiwan é um erro. Hong Kong tem uma democracia limitada, dirigida por Pequim. Taiwan é um país de facto, não o é de jure, mas com todos os ingredientes de um Estado. A opinião pública é real, há uma sociedade civil em acção, um sistema multipartidário e eleições livres e directas. Hong Kong tem muito menos do que isto.

Pensando na vitória de Tsai, os resultados, no caso de Hong Kong, servirão de apoio à perpetuação das reivindicações políticas. Diga-se que o que alimenta, em ambos os casos – Taiwan e Hong Kong – as acções de rua e o dinamismo político, são precisamente os partidos. São as incubadoras de ideias e de debate. Taiwan não só serve de modelo político para Hong Kong – e não o contrário, como foi planeado no modelo “Um País, Dois Sistemas” – mas de motivador e inspirador para a continuação das reivindicações políticas.

E em relação a Macau?

No caso de Macau, diria que não tem efeito nenhum, o território tem um habitat político muito específico, de acomodação. Macau dorme neste processo.

 

Principais candidatos trocaram ataques durante a campanha

Durante a campanha eleitoral o conceito de “Um País, Dois Sistemas”, levou a uma troca de galhardetes entre os dois principais candidatos, Tsai Ing-wen e Han Kuo-yu. De acordo com a agência Reuters, a líder do PDP chegou a afirmar que o voto no Kuomitang seria a escolha desse modelo para a ilha Formosa, algo que o candidato rejeitou.

Han tem vindo a queixar-se dos “truques sujos” que estão a ser usados para o acusar de se sujeitar à China, sobretudo no que diz respeito às revelações feitas pelos media australianos de que um auto-proclamado espião chinês que disse que a China apoiava Han, algo que o candidato rejeitou.

“Suplico ao povo de Taiwan que, nas eleições presidenciais e parlamentares de 2020, abra os olhos. Espero que a população de Taiwan possa ver estas manchas maliciosas para me pintarem de negro, vermelho e amarelo e tome uma decisão racional”, disse na terça-feira.

Os tempos são de especulação, tendo em conta que não só a população da Formosa parece não aceitar o modelo de integração proposto pelas autoridades chinesas como o parlamento taiwanês aprovou no início do mês uma lei anti-infiltração que visa impedir doações políticas e outros tipos de influências de forças estrangeiras no território. O diploma reflecte a crescente preocupação de Taiwan de que Pequim possa tentar interferir na sua governação.

Hong Kong e EUA

Numa das últimas acções de campanha, Tsai Ing-wen publicou, esta segunda-feira, um vídeo na sua página de Facebook a comparar a liberdade de Taiwan com o que se passa em Hong Kong, com imagens de Xi Jinping e Carrie Lam. “A alguns quilómetros daqui, muitos jovens estão a usar o seu sangue e lágrimas para defender a liberdade”, escreveu a candidata.

Citado pela Reuters, Liu Jieyi, director do Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado escreveu no jornal oficial do Partido Comunista Chinês que a população em Taiwan estava a “explorar de forma positiva” o modelo, sem oferecer provas disso.

Mas um oficial chinês, que regularmente reúne com membros do Exército de Libertação Popular, disse à Reuters que os protestos de Hong Kong “aumentaram a dificuldade de fazer Taiwan voltar atrás”. “O que está a acontecer lá [em Hong Kong] está a assustar Taiwan”, disse o oficial, que falou sob anonimato.

Zhou Bou, director do Centro para a Cooperação de Segurança do Ministério da Defesa da China disse ser “claro” que o país quer resolver “a questão de Taiwan” de forma pacífica. Mas, afirmou, a China não pode ficar à espera enquanto Taiwan faz as suas tentativas para se afastar do país, enquanto os EUA deveriam estar alerta. “Não sei se os EUA estão preparados para pagar o preço militar por Taiwan”, disse.

Carlos Gaspar, presidente do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa, defendeu ao HM que, no caso da eleição de Tsai Ing-wen os EUA podem “passar a estar mais empenhados em defender a democracia pluralista de Taiwan”.

“Se se confirmarem as sondagens, a reeleição da Presidente Tsai Ing-wen terá beneficiado do ressurgimento do movimento democrático em Hong Kong nos últimos meses e não vai ter nenhum impacto particular em Hong Kong. Pelo contrário, pode reforçar as relações com os Estados Unidos, num momento em que a estratégia de Washington tende a passar de um registo defensivo, dominado pela defesa dos equilíbrios regionais na Ásia Oriental perturbados pela ascensão da China, para um registo ofensivo, em que o objectivo principal é conter, ou travar, a projecção hegemónica da China como a principal potência asiática.”

Newman Lam, especialista em ciência política e ex-professor da Universidade de Macau, lembrou que Tsai Ing-wen vai, muito provavelmente, ganhar, “porque o que tem acontecido em Hong Kong assustou as pessoas em Taiwan e a posição do Kuomitang face à China tornou-se uma responsabilidade”. “Se Tsai ganhar, a China pode reconsiderar a sua estratégia de reunificação e adoptar uma aproximação mais moderada, o que iria obviamente beneficiar o movimento democrático de Hong Kong”, acrescentou.

Ainda assim, Newman Lam acredita que Pequim pode, pelo contrário, adoptar “uma linha mais dura e esse será o caminho para um conflito militar que pode desestabilizar o mundo inteiro, se é que Donald Trump não fez já estragos suficientes. O que Xi Jinping e o Partido Comunista vão fazer a seguir é um elemento muito importante”.

 

Taiwan pede a Pequim para não fazer segundas leituras dos resultados

Joseph Wu, ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, deu uma entrevista à Reuters onde defendeu que a China não deve olhar para os resultados das eleições no território como uma derrota ou vitória para o país. “Penso que a China não deveria olhar para as eleições como uma vitória ou derrota. Se a China fizer uma leitura muito profunda das nossas eleições… pode ser um cenário propenso a mais intimidação militar ou isolamento diplomático, ou podem ser usadas medidas económicas como punição contra Taiwan.”

Tsai Ing-wen tem falado dos receios que existem face às pressões da China nestas eleições, mas Joseph Wu quis estabelecer um distanciamento na entrevista à Reuters. “Estas são as nossas eleições. Esta não é uma eleição da China. São os taiwaneses que vão fazer o julgamento de qual o candidato ou partido político que é melhor para eles. Se a China quer tanto jogar com as democracias de outros países, talvez possam tentar, a certa altura, fazer algo com as eleições do seu próprio país”, frisou.

10 Jan 2020

Taiwan | Três candidatos disputam amanhã votos com Pequim à espreita

Tsai Ing-wen do partido democrata, Han Kuo-yu do Kuomitang, e James Soong do People First Party. São estes os três nomes que vão amanhã a votos na Ilha Formosa numa altura em que a relação com Pequim está longe de ser pacífica. Jorge Tavares da Silva, professor da Universidade de Aveiro e investigador sobre Taiwan, faz a análise de umas eleições especiais, tendo em conta os acontecimentos de Hong Kong

 
O que poderemos esperar destes candidatos?
Primeiro de tudo, importa dizer que, embora as eleições em Taiwan sejam sempre importantes para a região, estas particularmente revestem-se de um enorme interesse devido às duradouras manifestações em Hong Kong. De facto, o que se está a passar na antiga colónia inglesa é o factor que mais condiciona e influencia este acto eleitoral.
Em termos de base eleitoral, os dois candidatos principais representam a divisão tradicional entre os que são mais cooperantes com a China continental, ligados ao Kuomintang (KMT), e o Partido Democrático Progressista (PDP), com tendências mais pró-independência, embora não o tenha feito de forma explícita. Han Kuo-yu, o candidato do KMT, tem seguido pela via das promessas eleitorais, em grande escala, algumas com polémica. Estando ligado ao partido mais tradicional, é na geração mais nova que encontra mais dificuldades de penetração. Lembro as manifestações de 2014, conhecido como o Movimento Girassol, que foi destrutivo para a governação do antigo presidente Ma Ying-jeou. Na verdade, os jovens eram pouco adeptos das políticas de excessiva aproximação à China, que lhes prejudicava as aspirações socio-económicas.
Como é que o novo candidato pode mudar esse paradigma?
Han, para captar este eleitorado, promete pagar os estudos aos estudantes no estrangeiro, uma medida algo irrealista. Também promete aumentar o número de visitantes estrangeiros na ilha, o que não foi recebido nada bem na opinião pública. Taiwan tem tido um aumento exponencial de turistas. Só em 2018 foram cerca de 11 milhões. Estas e outras propostas só o estão a prejudicar. É quase certo que perderá as eleições, como mostram as últimas sondagens. O que se poderia esperar dele é uma política de maior aproximação à China continental, agregada aos interesses de uma elite económica que defende uma abertura cada vez maior. O lóbi pró-China é forte em Taiwan e é através deste partido que encontra o seu maior apoio.
Por outro lado, Tsai Ing-wen leva alguma vantagem?
Nas eleições de 2016 tinha a seu favor o desgaste da governação anterior e o facto de ser a primeira mulher a governar a ilha. Mas em pouco tempo também se desgastou, o seu estilo brando não foi capaz de segurar o eleitorado, em queda livre em 2018. Nas eleições para o poder local, neste ano, sofreu uma enorme derrota. O que, de alguma forma, representa uma tradição no sistema político de Taiwan.
Em que sentido?
Há uma enorme volatilidade nas tendências voto em Taiwan, se calhar por ser uma democracia recente. O jornal Liberty Times até lhe chama ao eleitorado taiwanês uma “amante inconstante”, devido à sua imprevisibilidade de ano para ano. As governações do KMT e do PDP governam de forma alternada, se nada interferir no processo. Ora, é o que está a acontecer desta vez, com o “factor Hong Kong”. Desde então, o PDP tem revitalizado, e deverá ganhar as eleições com grande margem.
Caso vença as eleições, o que se pode esperar de Tsai num novo mandato?
Espera-se continuidade no estilo de governação moderada em relação à China. O que parece estar a mudar é que as questões de política interna começam a ser mais decisivas que as relações no estreito de Taiwan, o que também indicia uma maior maturidade do sistema político. Tsai é uma defensora de políticas progressistas, particularmente o casamento de pessoas do mesmo género e outras da mesma natureza. É aqui que reside parte substancial do seu eleitorado.
Depois destas eleições, como será traçado o futuro de Taiwan no que diz respeito à relação com Pequim, e também com Washington?
Com estes dois candidatos não deveremos ter grande hostilidade com a China, o que no máximo quereria dizer a implementação de políticas de tendência pró-independência. Han seguiria pela via da maior cooperação, encontros directos e outras políticas e iniciativas da linha de Ma Ying-jeou. Este, naturalmente, é o candidato preferido de Pequim. Tsai é uma candidata não cooperante, mas também não hostil, como foi o antigo Presidente Chen Shui-bian. No entanto, para os EUA, uma candidata como Tsai é um activo mais interessante, mais valioso no jogo político com a China. De alguma forma, Tsai Ying-wen melhora a posição negocial americana no quadro de jogos políticos e interesses na região. Frontalmente não será bom explorar muito esta via – sensível para a China – mas implicitamente todos sabem que aquela governante estará sempre mais aberta a explorar políticas alinhadas com os interesses de Washington. A venda de armamento americano também tem estado a aumentar, numa altura que o porta-aviões chinês Liaoning cruza as águas junto à ilha. Em cada acto eleitoral há sempre estas tensões. Não será nada de estranhar que perante uma nova vitória de Tsai, nestas eleições, volte a receber uma saudação directa por telefone do Presidente Trump. Pequim não ficará nada agradado.
Há alguma ligação que se possa estabelecer entre Hong Kong e este acto eleitoral?
Antes de responder directamente à questão, importa dizer só que Taiwan tem uma democracia consolidada e que comparar Hong Kong com Taiwan é um erro. Hong Kong tem uma democracia limitada, dirigida por Pequim. Taiwan é um país de facto, não o é de jure, mas com todos os ingredientes de um Estado. A opinião pública é real, há uma sociedade civil em acção, um sistema multipartidário e eleições livres e directas. Hong Kong tem muito menos do que isto.
Pensando na vitória de Tsai, os resultados, no caso de Hong Kong, servirão de apoio à perpetuação das reivindicações políticas. Diga-se que o que alimenta, em ambos os casos – Taiwan e Hong Kong – as acções de rua e o dinamismo político, são precisamente os partidos. São as incubadoras de ideias e de debate. Taiwan não só serve de modelo político para Hong Kong – e não o contrário, como foi planeado no modelo “Um País, Dois Sistemas” – mas de motivador e inspirador para a continuação das reivindicações políticas.
E em relação a Macau?
No caso de Macau, diria que não tem efeito nenhum, o território tem um habitat político muito específico, de acomodação. Macau dorme neste processo.
 
Principais candidatos trocaram ataques durante a campanha
Durante a campanha eleitoral o conceito de “Um País, Dois Sistemas”, levou a uma troca de galhardetes entre os dois principais candidatos, Tsai Ing-wen e Han Kuo-yu. De acordo com a agência Reuters, a líder do PDP chegou a afirmar que o voto no Kuomitang seria a escolha desse modelo para a ilha Formosa, algo que o candidato rejeitou.
Han tem vindo a queixar-se dos “truques sujos” que estão a ser usados para o acusar de se sujeitar à China, sobretudo no que diz respeito às revelações feitas pelos media australianos de que um auto-proclamado espião chinês que disse que a China apoiava Han, algo que o candidato rejeitou.
“Suplico ao povo de Taiwan que, nas eleições presidenciais e parlamentares de 2020, abra os olhos. Espero que a população de Taiwan possa ver estas manchas maliciosas para me pintarem de negro, vermelho e amarelo e tome uma decisão racional”, disse na terça-feira.
Os tempos são de especulação, tendo em conta que não só a população da Formosa parece não aceitar o modelo de integração proposto pelas autoridades chinesas como o parlamento taiwanês aprovou no início do mês uma lei anti-infiltração que visa impedir doações políticas e outros tipos de influências de forças estrangeiras no território. O diploma reflecte a crescente preocupação de Taiwan de que Pequim possa tentar interferir na sua governação.
Hong Kong e EUA
Numa das últimas acções de campanha, Tsai Ing-wen publicou, esta segunda-feira, um vídeo na sua página de Facebook a comparar a liberdade de Taiwan com o que se passa em Hong Kong, com imagens de Xi Jinping e Carrie Lam. “A alguns quilómetros daqui, muitos jovens estão a usar o seu sangue e lágrimas para defender a liberdade”, escreveu a candidata.
Citado pela Reuters, Liu Jieyi, director do Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado escreveu no jornal oficial do Partido Comunista Chinês que a população em Taiwan estava a “explorar de forma positiva” o modelo, sem oferecer provas disso.
Mas um oficial chinês, que regularmente reúne com membros do Exército de Libertação Popular, disse à Reuters que os protestos de Hong Kong “aumentaram a dificuldade de fazer Taiwan voltar atrás”. “O que está a acontecer lá [em Hong Kong] está a assustar Taiwan”, disse o oficial, que falou sob anonimato.
Zhou Bou, director do Centro para a Cooperação de Segurança do Ministério da Defesa da China disse ser “claro” que o país quer resolver “a questão de Taiwan” de forma pacífica. Mas, afirmou, a China não pode ficar à espera enquanto Taiwan faz as suas tentativas para se afastar do país, enquanto os EUA deveriam estar alerta. “Não sei se os EUA estão preparados para pagar o preço militar por Taiwan”, disse.
Carlos Gaspar, presidente do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa, defendeu ao HM que, no caso da eleição de Tsai Ing-wen os EUA podem “passar a estar mais empenhados em defender a democracia pluralista de Taiwan”.
“Se se confirmarem as sondagens, a reeleição da Presidente Tsai Ing-wen terá beneficiado do ressurgimento do movimento democrático em Hong Kong nos últimos meses e não vai ter nenhum impacto particular em Hong Kong. Pelo contrário, pode reforçar as relações com os Estados Unidos, num momento em que a estratégia de Washington tende a passar de um registo defensivo, dominado pela defesa dos equilíbrios regionais na Ásia Oriental perturbados pela ascensão da China, para um registo ofensivo, em que o objectivo principal é conter, ou travar, a projecção hegemónica da China como a principal potência asiática.”
Newman Lam, especialista em ciência política e ex-professor da Universidade de Macau, lembrou que Tsai Ing-wen vai, muito provavelmente, ganhar, “porque o que tem acontecido em Hong Kong assustou as pessoas em Taiwan e a posição do Kuomitang face à China tornou-se uma responsabilidade”. “Se Tsai ganhar, a China pode reconsiderar a sua estratégia de reunificação e adoptar uma aproximação mais moderada, o que iria obviamente beneficiar o movimento democrático de Hong Kong”, acrescentou.
Ainda assim, Newman Lam acredita que Pequim pode, pelo contrário, adoptar “uma linha mais dura e esse será o caminho para um conflito militar que pode desestabilizar o mundo inteiro, se é que Donald Trump não fez já estragos suficientes. O que Xi Jinping e o Partido Comunista vão fazer a seguir é um elemento muito importante”.
 

Taiwan pede a Pequim para não fazer segundas leituras dos resultados

Joseph Wu, ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, deu uma entrevista à Reuters onde defendeu que a China não deve olhar para os resultados das eleições no território como uma derrota ou vitória para o país. “Penso que a China não deveria olhar para as eleições como uma vitória ou derrota. Se a China fizer uma leitura muito profunda das nossas eleições… pode ser um cenário propenso a mais intimidação militar ou isolamento diplomático, ou podem ser usadas medidas económicas como punição contra Taiwan.”
Tsai Ing-wen tem falado dos receios que existem face às pressões da China nestas eleições, mas Joseph Wu quis estabelecer um distanciamento na entrevista à Reuters. “Estas são as nossas eleições. Esta não é uma eleição da China. São os taiwaneses que vão fazer o julgamento de qual o candidato ou partido político que é melhor para eles. Se a China quer tanto jogar com as democracias de outros países, talvez possam tentar, a certa altura, fazer algo com as eleições do seu próprio país”, frisou.

10 Jan 2020

Crime | Autoridades detectaram prostituição no Iao Hon e Taipa

Onze mulheres, com idades entre os 20 e 30 anos, cobravam até 200 patacas pelos serviços prestados em três apartamentos no Bairro do Iao Hon. Num outro caso, na Taipa, um homem foi detido por gerir um esquema de prostituição em hotéis

 

[dropcap]N[/dropcap]o espaço de quatro dias as autoridades detectaram dois casos de prostituição, um na zona norte da península, no Bairro de Iao Hon e outro num hotel situado na Taipa. Os casos foram revelados ontem pelo jornal Exmoo.

No caso registado na Península de Macau, a Polícia Judiciária procedeu à detenção de 11 mulheres do Interior, com idades entre os 20 e 30 anos, que se suspeita trabalhavam como prostitutas. As jovens ofereciam serviços sexuais a baixo custo em edifícios antigos do Bairro Iao Hon e cobrava entrem 150 e 200 patacas.

Nos últimos tempos têm-se intensificado as queixas por parte de associações locais face à oferta de serviços sexuais no Iao Hon, o que chega a acontecer durante o dia, perto de escolas. Ontem, às 17h30, a PJ identificou três mulheres apanhadas na rua a atrair clientes.

Na sequência da operação foram inspeccionados três apartamentos e detidas mais oito prostituas. Um cliente que se encontrava dentro de um dos apartamentos foi igualmente levado para interrogatório, mas acabou libertado. O mesmo não aconteceu com um portador de bluecard, proveniente do Interior, que as autoridades suspeitam ser o responsável pelos apartamentos onde as prostitutas forneciam os seus serviços.

Além das detenções, foram ainda apreendidos preservativos e lubrificantes. Segundo o Exmoo, as autoridades não excluem a hipótese de haver um grupo organizado a controlar os serviços das 11 jovens.

Prazer no hotel

Num outro caso ocorrido num hotel da Taipa, a 4 de Janeiro, as autoridades prenderam um homem e três mulheres, que trabalhariam como prostitutas, oferecendo serviços de quarto em quarto.

O caso foi denunciado pela segurança do hotel que suspeitou do comportamento do indivíduo que procurava clientes para as três mulheres. Segundo a PSP, o homem confessou depois de detido que tinha chegado a Macau no final de Dezembro e que recebia todos os dias 1000 dólares de Hong Kong para levar as mulheres a quartos de hotel, que depois ofereciam os serviços sexuais a potenciais clientes.

O caso foi entregue ao Ministério Público e o homem está indiciado pela prática do crime de lenocínio, que é punido com uma pena de 1 a 5 anos de prisão.

9 Jan 2020

Crime | Autoridades detectaram prostituição no Iao Hon e Taipa

Onze mulheres, com idades entre os 20 e 30 anos, cobravam até 200 patacas pelos serviços prestados em três apartamentos no Bairro do Iao Hon. Num outro caso, na Taipa, um homem foi detido por gerir um esquema de prostituição em hotéis

 
[dropcap]N[/dropcap]o espaço de quatro dias as autoridades detectaram dois casos de prostituição, um na zona norte da península, no Bairro de Iao Hon e outro num hotel situado na Taipa. Os casos foram revelados ontem pelo jornal Exmoo.
No caso registado na Península de Macau, a Polícia Judiciária procedeu à detenção de 11 mulheres do Interior, com idades entre os 20 e 30 anos, que se suspeita trabalhavam como prostitutas. As jovens ofereciam serviços sexuais a baixo custo em edifícios antigos do Bairro Iao Hon e cobrava entrem 150 e 200 patacas.
Nos últimos tempos têm-se intensificado as queixas por parte de associações locais face à oferta de serviços sexuais no Iao Hon, o que chega a acontecer durante o dia, perto de escolas. Ontem, às 17h30, a PJ identificou três mulheres apanhadas na rua a atrair clientes.
Na sequência da operação foram inspeccionados três apartamentos e detidas mais oito prostituas. Um cliente que se encontrava dentro de um dos apartamentos foi igualmente levado para interrogatório, mas acabou libertado. O mesmo não aconteceu com um portador de bluecard, proveniente do Interior, que as autoridades suspeitam ser o responsável pelos apartamentos onde as prostitutas forneciam os seus serviços.
Além das detenções, foram ainda apreendidos preservativos e lubrificantes. Segundo o Exmoo, as autoridades não excluem a hipótese de haver um grupo organizado a controlar os serviços das 11 jovens.

Prazer no hotel

Num outro caso ocorrido num hotel da Taipa, a 4 de Janeiro, as autoridades prenderam um homem e três mulheres, que trabalhariam como prostitutas, oferecendo serviços de quarto em quarto.
O caso foi denunciado pela segurança do hotel que suspeitou do comportamento do indivíduo que procurava clientes para as três mulheres. Segundo a PSP, o homem confessou depois de detido que tinha chegado a Macau no final de Dezembro e que recebia todos os dias 1000 dólares de Hong Kong para levar as mulheres a quartos de hotel, que depois ofereciam os serviços sexuais a potenciais clientes.
O caso foi entregue ao Ministério Público e o homem está indiciado pela prática do crime de lenocínio, que é punido com uma pena de 1 a 5 anos de prisão.

9 Jan 2020

Esquema fraudulento de 55 milhões no Interior recorreu à marca Wynn Macau

[dropcap]A[/dropcap] Polícia da cidade de Qingzhen, na província de Guizhou, desmantelou uma rede criminosa que no espaço de 15 dias burlou mais de 200 pessoas num montante superior a 55 milhões de yuan, ou seja 63,5 milhões de patacas. A informação foi avançada ontem pela agência estatal China News e a marca Wynn Macau foi utilizada para cometer o crime.

De acordo com a informação da polícia do Interior, um grupo liderado por sete indivíduos criou uma aplicação móvel para investimentos online denominada Wynn Macau, a imitar a concessionária da RAEM. Porém, a empresa identificada como proprietária da aplicação em nada estava associada a Macau.

Apesar desse aspecto, mais de 200 pessoas foram enganadas em pouco mais de 15 dias, o que gerou perdas superiores a 63,5 milhões de patacas. As vítimas eram convidadas para este investimento através de grupos de conversação na aplicação WeChat. Às pessoas que abrissem uma conta na aplicação móvel Wynn Macau eram prometidos retornos avultados e rápidos.

Segundo o relato de uma das vítimas, após o primeiro investimento os retornos prometidos foram cumpridos. Este facto fez com que a vítima não só aumentasse o seu investimento como ainda levasse outras pessoas a aderirem à aplicação móvel.

Operação em vários sítios

Na sequência do convite, o grupo de quatro pessoas fez um investimento superior a 250 mil yuan. No entanto, após terem depositado o montante na aplicação começaram a sentir problemas a iniciar a sessão e ficaram impedidos de levantar o montante depositado. Foi por isso que apresentaram queixa junto das autoridades.

Ontem, e depois de uma investigação com alguns meses, a polícia procedeu à detenção dos sete líderes do grupo e à apreensão de 250 mil yuan roubados e duas viaturas das marcas Volkswagen e BMW.

Após serem detidos, os cabecilhas admitiram ter cometido o crime e explicaram que a estratégia para atrair montantes elevados passava por pagar retornos rapidamente nos primeiros investimentos também de forma a conseguir a confiança das vítimas.

A China News avança ainda que a investigação foi altamente complexa uma vez que a diferente proveniência das vítimas levou a buscas em várias locais da China além de Guizhou, como Cantão, Hunan, Shenzhen, entre outros.

9 Jan 2020

Pneumonia de Wuhan | Governo garante poderes para forçar quarentena

Leong Iek Hou, médica, pediu à população para não ficar nervosa uma vez que ainda não existem provas que a pneumonia de Wuhan se possa transmitir entre humanos

 

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades têm poderes para forçar qualquer turista a ser colocado de quarentena, mesmo que este se oponha. A garantia foi deixada por Leong Iek Hou, médica e coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças, na manhã de ontem em entrevista ao canal chinês da Rádio Macau.

Segundo a profissional dos Serviços de Saúde, o Governo já tem as leis necessárias para exigir que turistas, ou mesmo residentes, façam exames médicos caso se desconfie de infecções contagiosas. Leong Iek Hou explicou igualmente que as pessoas que apresentem sintomas de febre e tenham estado nos últimos 14 dias na cidade de Wuhan vão ser obrigadas a fazer todos os testes necessários de forma a garantir a segurança pública.

Os responsáveis do Governo estiveram no programa da manhã da TDM a responder às dúvidas dos ouvintes e explicar as diferenças entre a legislação da RAEM e da RAEHK. No caso de Hong Kong, o Executivo não tem ainda mecanismos para forçar os pacientes a serem colocados de quarentena, o que gerou preocupação entre os residentes de Macau.

No entanto, o coordenador do Centro de Controle de Doenças, Lam Chong, clarificou que a lei local permite que as medidas de quarentena e exames forçados sejam adoptadas no caso de se registarem “situações susceptíveis de pôr em risco ou causar prejuízos à saúde individual ou colectiva”.

Sobre as medidas de prevenção, Lam Chong desvalorizou a utilização de máscaras por considerar que a maior parte das que se encontra à venda não permitir evitar a contaminação. O profissional de saúde admitiu que máscaras do tipo N95 podem ser eficazes, mas que estas se destinam principalmente à utilização médica. Ainda em relação a medidas de prevenção, Lam Chong apontou que face às máscaras, a limpeza dos espaços e a lavagem das mãos podem ser mais eficazes.

Sem provas

Por sua vez, o jornal Exmoo cita a médica Leong Iek Hou a pedir à população para não ficar nervosa uma vez que não há provas que a pneumonia de Wuhan seja transmissível entre humanos.

A profissional de saúde afirmou também que as pessoas com boa saúde não precisam de utilizar máscaras, a não ser no caso de se deslocarem a zonas de “alto risco”.

Segundo os dados das autoridades do Interior citados pelo Centro de Controlo de Doença até domingo tinham sido registados 59 casos da pneumonia de Wuhan, entre os quais sete eram graves. A maioria dos pacientes tinham apresentado melhorias, apesar de se desconhecer a origem da doença.

Também ontem foi revelado pelo Grupo de Trabalho Interdepartamental para a Pneumonia de Origem Desconhecida que a mulher que se encontrava em quarentena com sintomas de gripe teve alta. De acordo com as informações, a mulher não apresentava febre há dois dias, apenas tosse.

Desde o início do ano foram registados oito casos de pessoas em Macau com sintomas de febre que tinham estado em Wuhan. Todas acabaram por ter alta, depois de se excluir a relação com a pneumonia.

Governo nega que máscaras estejam esgotadas

Os Serviços de Saúde emitiram ontem um comunicado a negar que as máscaras estejam esgotadas nas farmácias do território, depois de começar a circular um rumor nesse aspecto. De acordo com os números apresentados, a maioria das 294 farmácias tinha máscaras consideradas em número “suficiente” e apenas oito por cento tinham esgotado este produto, ou seja, cerca de 24 estabelecimentos. O Governo enfatizou também que as pessoas sem complicações de saúde não necessitam de utilizar máscara e que o cuidado principal é prestarem atenção à higiene pessoal.

9 Jan 2020

Pneumonia de Wuhan | Governo garante poderes para forçar quarentena

Leong Iek Hou, médica, pediu à população para não ficar nervosa uma vez que ainda não existem provas que a pneumonia de Wuhan se possa transmitir entre humanos

 
[dropcap]A[/dropcap]s autoridades têm poderes para forçar qualquer turista a ser colocado de quarentena, mesmo que este se oponha. A garantia foi deixada por Leong Iek Hou, médica e coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças, na manhã de ontem em entrevista ao canal chinês da Rádio Macau.
Segundo a profissional dos Serviços de Saúde, o Governo já tem as leis necessárias para exigir que turistas, ou mesmo residentes, façam exames médicos caso se desconfie de infecções contagiosas. Leong Iek Hou explicou igualmente que as pessoas que apresentem sintomas de febre e tenham estado nos últimos 14 dias na cidade de Wuhan vão ser obrigadas a fazer todos os testes necessários de forma a garantir a segurança pública.
Os responsáveis do Governo estiveram no programa da manhã da TDM a responder às dúvidas dos ouvintes e explicar as diferenças entre a legislação da RAEM e da RAEHK. No caso de Hong Kong, o Executivo não tem ainda mecanismos para forçar os pacientes a serem colocados de quarentena, o que gerou preocupação entre os residentes de Macau.
No entanto, o coordenador do Centro de Controle de Doenças, Lam Chong, clarificou que a lei local permite que as medidas de quarentena e exames forçados sejam adoptadas no caso de se registarem “situações susceptíveis de pôr em risco ou causar prejuízos à saúde individual ou colectiva”.
Sobre as medidas de prevenção, Lam Chong desvalorizou a utilização de máscaras por considerar que a maior parte das que se encontra à venda não permitir evitar a contaminação. O profissional de saúde admitiu que máscaras do tipo N95 podem ser eficazes, mas que estas se destinam principalmente à utilização médica. Ainda em relação a medidas de prevenção, Lam Chong apontou que face às máscaras, a limpeza dos espaços e a lavagem das mãos podem ser mais eficazes.

Sem provas

Por sua vez, o jornal Exmoo cita a médica Leong Iek Hou a pedir à população para não ficar nervosa uma vez que não há provas que a pneumonia de Wuhan seja transmissível entre humanos.
A profissional de saúde afirmou também que as pessoas com boa saúde não precisam de utilizar máscaras, a não ser no caso de se deslocarem a zonas de “alto risco”.
Segundo os dados das autoridades do Interior citados pelo Centro de Controlo de Doença até domingo tinham sido registados 59 casos da pneumonia de Wuhan, entre os quais sete eram graves. A maioria dos pacientes tinham apresentado melhorias, apesar de se desconhecer a origem da doença.
Também ontem foi revelado pelo Grupo de Trabalho Interdepartamental para a Pneumonia de Origem Desconhecida que a mulher que se encontrava em quarentena com sintomas de gripe teve alta. De acordo com as informações, a mulher não apresentava febre há dois dias, apenas tosse.
Desde o início do ano foram registados oito casos de pessoas em Macau com sintomas de febre que tinham estado em Wuhan. Todas acabaram por ter alta, depois de se excluir a relação com a pneumonia.

Governo nega que máscaras estejam esgotadas

Os Serviços de Saúde emitiram ontem um comunicado a negar que as máscaras estejam esgotadas nas farmácias do território, depois de começar a circular um rumor nesse aspecto. De acordo com os números apresentados, a maioria das 294 farmácias tinha máscaras consideradas em número “suficiente” e apenas oito por cento tinham esgotado este produto, ou seja, cerca de 24 estabelecimentos. O Governo enfatizou também que as pessoas sem complicações de saúde não necessitam de utilizar máscara e que o cuidado principal é prestarem atenção à higiene pessoal.

9 Jan 2020

Solidariedade | Caritas Macau vai financiar formação em Portugal

Eugénio Fonseca, presidente da Caritas Portuguesa, visitou ontem as instalações de Caritas Macau e discutiu o protocolo entre as duas entidades para a formação de recursos humanos em Portugal

 

[dropcap]A[/dropcap] Caritas Macau vai ajudar a congénere de Portugal através de uma parceria que vai permitir a formação de recursos humanos para atingir os padrões internacionais da Caritas Internacionalis. A revelação foi feita ontem pelo presidente da Caritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, que se encontra em visita ao território até sábado.

“Vai ser o primeiro financiamento que a Caritas de Macau vai fornecer à Caritas de Portugal para capacitação na área das relações humanas em contexto profissional”, começou por explicar Eugénio Fonseca. “Estamos a preparar uma formação para melhorar o entrosamento entre os colaboradores da Cáritas, que se espalham por 20 Caritas Diocesanas, ou seja por Portugal inteiro, e é preciso financiar os formadores. A Caritas de Macau vai ajudar-nos com uma verba inicial”, acrescentou.

Os detalhes do financiamento ainda não estão definidos, mas devem ficar concluídos até sexta-Feira, altura em que poderá ser entregue o financiamento do programa.

Por sua vez, Paul Pun destacou o trabalho que a Caritas de Portugal tem feito com os países de língua oficial portuguesa e a forma como os benefícios deste apoio se podem estender. “A Caritas Internacionalis tem um padrão internacional de gestão em que a Caritas Portuguesa está a ter um bom desempenho. Mas querem ajudar outros Países de Língua Portuguesa, por isso vamos ajudá-los”, justificou Paul Pun.

“Sabemos que a Caritas de Portugal ajuda os outros países de língua portuguesa e após a formação vão poder ajudá-los ainda mais. […] Eles [Caritas Portuguesa] fazem a maior parte do trabalho, mas nós também queremos contribuir”, frisou.

No campo da cooperação entre as instituições, Eugénio Fonseca não excluiu a hipótese de também a Caritas de Portugal enviar formadores para Macau, em áreas que a instituição local sinta necessidade de aprofundar. Contudo, esta é apenas uma possibilidade.

Prioridade aos locais

Além do financiamento para a formação, a Caritas Macau vai igualmente encontrar professores para darem aulas de mandarim em Portugal. Este acordo já tinha sido apalavrado durante a visita de Paul Pun a Portugal, em Outubro do ano passado, e voltou agora a ser discutido.

Segundo Paul Pun, o objectivo passa por encontrar alunos de Macau que estejam a estudar em Portugal para darem aulas. “Queremos encontrar pessoas para ensinarem em Portugal. Mas não é só dizeres-lhes que têm de dar aulas… Temos de pagar-lhes honorários e escolher pessoas com uma boa capacidade de ensino”, afirmou Paul Pun. “Ainda não sabemos quantos professores são necessários, mas sabemos que queremos dar prioridade a residentes de Macau que estejam em Portugal. O ideal era encontrar alunos ou pessoas que trabalham lá e que podem assumir a posição de professor em regime de part-time”, reconheceu.

Sobre este programa, Eugénio Fonseca explicou que tem como objectivo permitir que as pessoas num contexto desfavorecido e em escolas públicas possam aprender mandarim, uma língua que disse ser cada vez mais importante.

8 Jan 2020

Solidariedade | Caritas Macau vai financiar formação em Portugal

Eugénio Fonseca, presidente da Caritas Portuguesa, visitou ontem as instalações de Caritas Macau e discutiu o protocolo entre as duas entidades para a formação de recursos humanos em Portugal

 
[dropcap]A[/dropcap] Caritas Macau vai ajudar a congénere de Portugal através de uma parceria que vai permitir a formação de recursos humanos para atingir os padrões internacionais da Caritas Internacionalis. A revelação foi feita ontem pelo presidente da Caritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, que se encontra em visita ao território até sábado.
“Vai ser o primeiro financiamento que a Caritas de Macau vai fornecer à Caritas de Portugal para capacitação na área das relações humanas em contexto profissional”, começou por explicar Eugénio Fonseca. “Estamos a preparar uma formação para melhorar o entrosamento entre os colaboradores da Cáritas, que se espalham por 20 Caritas Diocesanas, ou seja por Portugal inteiro, e é preciso financiar os formadores. A Caritas de Macau vai ajudar-nos com uma verba inicial”, acrescentou.
Os detalhes do financiamento ainda não estão definidos, mas devem ficar concluídos até sexta-Feira, altura em que poderá ser entregue o financiamento do programa.
Por sua vez, Paul Pun destacou o trabalho que a Caritas de Portugal tem feito com os países de língua oficial portuguesa e a forma como os benefícios deste apoio se podem estender. “A Caritas Internacionalis tem um padrão internacional de gestão em que a Caritas Portuguesa está a ter um bom desempenho. Mas querem ajudar outros Países de Língua Portuguesa, por isso vamos ajudá-los”, justificou Paul Pun.
“Sabemos que a Caritas de Portugal ajuda os outros países de língua portuguesa e após a formação vão poder ajudá-los ainda mais. […] Eles [Caritas Portuguesa] fazem a maior parte do trabalho, mas nós também queremos contribuir”, frisou.
No campo da cooperação entre as instituições, Eugénio Fonseca não excluiu a hipótese de também a Caritas de Portugal enviar formadores para Macau, em áreas que a instituição local sinta necessidade de aprofundar. Contudo, esta é apenas uma possibilidade.

Prioridade aos locais

Além do financiamento para a formação, a Caritas Macau vai igualmente encontrar professores para darem aulas de mandarim em Portugal. Este acordo já tinha sido apalavrado durante a visita de Paul Pun a Portugal, em Outubro do ano passado, e voltou agora a ser discutido.
Segundo Paul Pun, o objectivo passa por encontrar alunos de Macau que estejam a estudar em Portugal para darem aulas. “Queremos encontrar pessoas para ensinarem em Portugal. Mas não é só dizeres-lhes que têm de dar aulas… Temos de pagar-lhes honorários e escolher pessoas com uma boa capacidade de ensino”, afirmou Paul Pun. “Ainda não sabemos quantos professores são necessários, mas sabemos que queremos dar prioridade a residentes de Macau que estejam em Portugal. O ideal era encontrar alunos ou pessoas que trabalham lá e que podem assumir a posição de professor em regime de part-time”, reconheceu.
Sobre este programa, Eugénio Fonseca explicou que tem como objectivo permitir que as pessoas num contexto desfavorecido e em escolas públicas possam aprender mandarim, uma língua que disse ser cada vez mais importante.

8 Jan 2020

AL | Rejeitado debate sobre legalidade de reconhecimento facial

O Presidente da Assembleia Legislativa, Kou Hoi In, rejeitou o projecto de interpretação submetido por Sulu Sou para esclarecer se a actual lei permite ou não que a videovigilância recorra à tecnologia de reconhecimento facial. Ao HM, o deputado revelou desconfiar dos motivos da decisão

 

[dropcap]O[/dropcap] projecto enviado a 28 de Novembro de 2019 pelo deputado Sulu Sou que questionava a base legal do sistema de videovigilância assente na tecnologia de reconhecimento facial, foi rejeitado por Kou Hoi In, presidente da Assembleia Legislativa (AL).

As informações foram reveladas ontem pelo próprio Sulu Sou nas redes sociais, onde reafirma que não existe base legal para que seja efectuada a recolha e o processamento das imagens de vídeo das câmaras públicas de CCTV.

Kou Hoi In rejeitou assim categoricamente o projecto de interpretação da lei, aprovada em 2012, que regula a videovigilância nos espaços públicos afirmando que o diploma em causa envolve a política do Governo e que por isso é necessária prévia autorização escrita do Chefe do Executivo para a iniciativa ser admitida para votação em plenário. “O diploma implica uma política completa do Governo, logo precisa de autorização prévia do Chefe do Executivo para ser admitido na AL”, foi esta a justificação de Kou Hoi In sobre o assunto.

Contactado pelo o HM, Sulu Sou não rejeita a posição do presidente da AL. “Quero expressar o meu desacordo com a decisão do presidente da AL, porque o meu projecto tem como único objectivo esclarecer o conteúdo da lei da videovigilância que foi aprovada pela AL há oito anos atrás. Por isso acho que os legisladores têm a responsabilidade de clarificar e explicar a lei aprovada por nós próprios”, defendeu Sulu Sou.

O deputado foi mais longe e mostrou-se mesmo desconfiado relativamente às “verdadeiras razões” que estiveram, na base da decisão anunciada por Kou Hoi In. “Acho que a decisão do presidente de permitir a polícia de utilizar o sistema de videovigilância sem qualquer base legal é bastante perigosa. Não quero adivinhar qual a verdadeira razão que está na base desta decisão, mas parece que é uma tentativa de proteger a polícia para que possa utilizar o sistema de CCTV”, acrescentou o deputado.

“Limitei-me a clarificar a lei”

“Submeti o projecto para a aprovação do Chefe do Executivo porque este é um problema que já tem vindo a ser discutido há muito tempo. Não achamos que seja um assunto relacionado com a política do Governo porque desta vez não propus qualquer alteração ao regime jurídico da lei nem me referi a qualquer artigo.

Limitei-me a submeter o projecto de interpretação com o objectivo único de clarificar a lei”, disse ao HM Sulu Sou quando confrontado sobre a necessidade de pedir aprovação do Chefe do Executivo.
Sulu Sou vai agora recorrer da decisão de Kou Hoi In para a mesa da AL, o orgão de direcção do hemiciclo.

8 Jan 2020

AL | Rejeitado debate sobre legalidade de reconhecimento facial

O Presidente da Assembleia Legislativa, Kou Hoi In, rejeitou o projecto de interpretação submetido por Sulu Sou para esclarecer se a actual lei permite ou não que a videovigilância recorra à tecnologia de reconhecimento facial. Ao HM, o deputado revelou desconfiar dos motivos da decisão

 
[dropcap]O[/dropcap] projecto enviado a 28 de Novembro de 2019 pelo deputado Sulu Sou que questionava a base legal do sistema de videovigilância assente na tecnologia de reconhecimento facial, foi rejeitado por Kou Hoi In, presidente da Assembleia Legislativa (AL).
As informações foram reveladas ontem pelo próprio Sulu Sou nas redes sociais, onde reafirma que não existe base legal para que seja efectuada a recolha e o processamento das imagens de vídeo das câmaras públicas de CCTV.
Kou Hoi In rejeitou assim categoricamente o projecto de interpretação da lei, aprovada em 2012, que regula a videovigilância nos espaços públicos afirmando que o diploma em causa envolve a política do Governo e que por isso é necessária prévia autorização escrita do Chefe do Executivo para a iniciativa ser admitida para votação em plenário. “O diploma implica uma política completa do Governo, logo precisa de autorização prévia do Chefe do Executivo para ser admitido na AL”, foi esta a justificação de Kou Hoi In sobre o assunto.
Contactado pelo o HM, Sulu Sou não rejeita a posição do presidente da AL. “Quero expressar o meu desacordo com a decisão do presidente da AL, porque o meu projecto tem como único objectivo esclarecer o conteúdo da lei da videovigilância que foi aprovada pela AL há oito anos atrás. Por isso acho que os legisladores têm a responsabilidade de clarificar e explicar a lei aprovada por nós próprios”, defendeu Sulu Sou.
O deputado foi mais longe e mostrou-se mesmo desconfiado relativamente às “verdadeiras razões” que estiveram, na base da decisão anunciada por Kou Hoi In. “Acho que a decisão do presidente de permitir a polícia de utilizar o sistema de videovigilância sem qualquer base legal é bastante perigosa. Não quero adivinhar qual a verdadeira razão que está na base desta decisão, mas parece que é uma tentativa de proteger a polícia para que possa utilizar o sistema de CCTV”, acrescentou o deputado.

“Limitei-me a clarificar a lei”

“Submeti o projecto para a aprovação do Chefe do Executivo porque este é um problema que já tem vindo a ser discutido há muito tempo. Não achamos que seja um assunto relacionado com a política do Governo porque desta vez não propus qualquer alteração ao regime jurídico da lei nem me referi a qualquer artigo.
Limitei-me a submeter o projecto de interpretação com o objectivo único de clarificar a lei”, disse ao HM Sulu Sou quando confrontado sobre a necessidade de pedir aprovação do Chefe do Executivo.
Sulu Sou vai agora recorrer da decisão de Kou Hoi In para a mesa da AL, o orgão de direcção do hemiciclo.

8 Jan 2020

Segurança | Wong Sio Chak quer prisão nova pronta o mais depressa possível

O secretário para a Segurança compreende as dificuldades encontradas pelos colegas das Obras Públicas em relação à nova prisão, mas admite que está sempre à espera que os trabalhos avancem

 

[dropcap]W[/dropcap]ong Sio Chak admitiu que está sempre à espera que haja avanços nos trabalhos da futura prisão em Ká Hó, cujas obras começaram há quase 10 anos, em Agosto de 2010. “Enquanto secretário para a Segurança presto mais atenção [às obras de construção] do que as outras pessoas. E espero sempre que haja avanços nos trabalhos”, respondeu aos jornalistas, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau.

Wong Sio Chak revelou igualmente que tem encontros regulares com o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, para discutir diferentes temas e que neste caso compreende as dificuldades encontradas no andamento dos trabalhos.

O assunto foi igualmente mencionado por Cheng Fong Meng, director dos Serviços Correccionais (DSC), que fez um balanço da situação. Segundo Cheng, a terceira das quatro fases deve ficar concluída em Maio de 2021, mas o concurso público para a atribuição da obra ainda não arrancou. Já a quarta fase ainda está a ser desenvolvida e só depois poderá ser feito o respectivo concurso público.

Em relação aos principais problemas encontrados ao longo do processo, o director da DSC mencionou o impacto da qualidade dos materiais utilizados, dos grandes tufões e a instabilidade da estrutura e solo da zona de construção.

Enquanto se aguarda pela nova prisão, a actual, em Coloane, tem uma taxa de ocupação de 95 por cento, na ala masculina, e de 75 por cento na feminina. Por isso, a DSC vai fazer mais obras de renovação, avaliadas em 15 milhões de patacas, para aumentar a capacidade em 100 vagas.

Culpas da Sociedade do Metro

Quanto à polémica gerada pela falta de aviso do Corpo de Bombeiros aos órgãos de comunicação social sobre o terceiro incidente no Metro Ligeiro, Wong Sio Chak atirou as responsabilidades para a Sociedade do Metro Ligeiro de Macau.

Segundo o secretário para a Segurança, ficou combinado com Raimundo do Rosário que os acidentes sem feridos nem mortos seriam comunicados pela empresa. Por isso, Wong Sio Chak nega que tivesse havido falha da parte da sua tutela. O secretário defendeu ainda que as autoridades não têm de comunicar todos os incidentes no território. “Diariamente há mais de 100 casos sem feridos, será que precisamos de notificar os órgãos de comunicação social sobre todos estes casos?”, questionou. “Vocês têm problemas de recursos humanos, mas nós também”, apontou, de acordo com as declarações citadas pelo canal chinês da Rádio Macau.

Quando surgiram as primeiras informações sobre o último acidente, o Corpo de Bombeiros não atendeu as chamadas telefónicas dos órgãos de comunicação social. Wong admitiu ter existido um problema, mas frisou que a situação está resolvida e que foi alocado um funcionário só para os contactos com a imprensa.

Detenção de iranianos é “situação nova”

Wong Sio Chak considerou que o caso dos seis iranianos que foram detidos no Aeroporto Internacional de Macau com passaportes falsos é uma situação nova para a RAEM: “Estará este caso relacionado com a migração económica? Depende do julgamento. Considero que é uma nova situação para Macau. Algumas pessoas utilizam o território para emigrar de forma ilegal”, afirmou, de acordo com a Rádio Macau. Segundo os relatos das autoridades, o objectivo dos indivíduos passaria por depois viajarem para a Europa, onde pretendiam que lhes fosse cedido o estatuto de refugiados. Sobre os procedimentos para este caso, o secretário para a Segurança admitiu que se o Ministério Público não aplicar a medida de coacção de prisão preventiva que os seis vão ser expulsos da RAEM.

8 Jan 2020

Segurança | Wong Sio Chak quer prisão nova pronta o mais depressa possível

O secretário para a Segurança compreende as dificuldades encontradas pelos colegas das Obras Públicas em relação à nova prisão, mas admite que está sempre à espera que os trabalhos avancem

 
[dropcap]W[/dropcap]ong Sio Chak admitiu que está sempre à espera que haja avanços nos trabalhos da futura prisão em Ká Hó, cujas obras começaram há quase 10 anos, em Agosto de 2010. “Enquanto secretário para a Segurança presto mais atenção [às obras de construção] do que as outras pessoas. E espero sempre que haja avanços nos trabalhos”, respondeu aos jornalistas, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau.
Wong Sio Chak revelou igualmente que tem encontros regulares com o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, para discutir diferentes temas e que neste caso compreende as dificuldades encontradas no andamento dos trabalhos.
O assunto foi igualmente mencionado por Cheng Fong Meng, director dos Serviços Correccionais (DSC), que fez um balanço da situação. Segundo Cheng, a terceira das quatro fases deve ficar concluída em Maio de 2021, mas o concurso público para a atribuição da obra ainda não arrancou. Já a quarta fase ainda está a ser desenvolvida e só depois poderá ser feito o respectivo concurso público.
Em relação aos principais problemas encontrados ao longo do processo, o director da DSC mencionou o impacto da qualidade dos materiais utilizados, dos grandes tufões e a instabilidade da estrutura e solo da zona de construção.
Enquanto se aguarda pela nova prisão, a actual, em Coloane, tem uma taxa de ocupação de 95 por cento, na ala masculina, e de 75 por cento na feminina. Por isso, a DSC vai fazer mais obras de renovação, avaliadas em 15 milhões de patacas, para aumentar a capacidade em 100 vagas.

Culpas da Sociedade do Metro

Quanto à polémica gerada pela falta de aviso do Corpo de Bombeiros aos órgãos de comunicação social sobre o terceiro incidente no Metro Ligeiro, Wong Sio Chak atirou as responsabilidades para a Sociedade do Metro Ligeiro de Macau.
Segundo o secretário para a Segurança, ficou combinado com Raimundo do Rosário que os acidentes sem feridos nem mortos seriam comunicados pela empresa. Por isso, Wong Sio Chak nega que tivesse havido falha da parte da sua tutela. O secretário defendeu ainda que as autoridades não têm de comunicar todos os incidentes no território. “Diariamente há mais de 100 casos sem feridos, será que precisamos de notificar os órgãos de comunicação social sobre todos estes casos?”, questionou. “Vocês têm problemas de recursos humanos, mas nós também”, apontou, de acordo com as declarações citadas pelo canal chinês da Rádio Macau.
Quando surgiram as primeiras informações sobre o último acidente, o Corpo de Bombeiros não atendeu as chamadas telefónicas dos órgãos de comunicação social. Wong admitiu ter existido um problema, mas frisou que a situação está resolvida e que foi alocado um funcionário só para os contactos com a imprensa.

Detenção de iranianos é “situação nova”

Wong Sio Chak considerou que o caso dos seis iranianos que foram detidos no Aeroporto Internacional de Macau com passaportes falsos é uma situação nova para a RAEM: “Estará este caso relacionado com a migração económica? Depende do julgamento. Considero que é uma nova situação para Macau. Algumas pessoas utilizam o território para emigrar de forma ilegal”, afirmou, de acordo com a Rádio Macau. Segundo os relatos das autoridades, o objectivo dos indivíduos passaria por depois viajarem para a Europa, onde pretendiam que lhes fosse cedido o estatuto de refugiados. Sobre os procedimentos para este caso, o secretário para a Segurança admitiu que se o Ministério Público não aplicar a medida de coacção de prisão preventiva que os seis vão ser expulsos da RAEM.

8 Jan 2020

Vítor Sereno ganha prémio de diplomata económico do ano em Portugal

Vítor Sereno, ex-cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong, actualmente a desempenhar funções de embaixador no Senegal, ganhou o prémio de diplomata económico do ano de 2019. Para Sereno, o prémio representa “uma mudança de paradigma geracional”

 

[dropcap]O[/dropcap] embaixador Vitor Sereno recebeu ontem o Prémio da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) para o diplomata económico do ano, premiando o trabalho em sete países da África Ocidental, incluindo Costa do Marfim e Senegal.

“É uma honra e uma responsabilidade, sou o mais novo de sempre a receber este prémio, é uma responsabilidade acrescida receber o Prémio Francisco de Melo e Torres enquanto embaixador responsável pelo Senegal, Gâmbia, Guiné-Conacri, Serra Leoa, Burkina Faso e Libéria”, disse Vítor Sereno, em declarações à Lusa.

Para o diplomata, a entrega do prémio mostra “uma mudança de paradigma geracional” e o reconhecimento do trabalho de “lóbi” feito pela embaixada.

“Nós trabalhamos o lóbi institucional, nós, representações internacionais de Portugal, não temos de ter medo de dizer que fazemos lóbi todos os dias pelas empresas portuguesas na região”, defendeu Vítor Sereno, que antes de ir para Dacar, em Setembro de 2018, já esteve destacado nas missões portuguesas em Roterdão, Macau e Hong Kong e Estugarda, entre outras.

A relação comercial entre Portugal e estes países africanos aumentou significativamente nos últimos anos, segundo o diplomata, que destaca as “enormes oportunidades para as empresas portuguesas” que queiram apostar na região.

“Entre 2018 e 2019, o investimento directo português nestes países passou de 74 milhões de euros para 180 milhões de euros, representando um aumento de 143 por cento, e o volume de negócios aumentou de 80 milhões de euros em 2018 para 190 milhões no ano passado, ou seja, subiu 237 por cento”, destacou o diplomata.

Os riscos

Apesar de destacar as oportunidades, Vítor Sereno não esconde os riscos existentes nos países para onde foi destacado. “Há quatro grandes riscos na minha zona, desde logo a presença em força de grandes economias, como a China, a Turquia e a França, que é incontornável, as dificuldades aduaneiras em certos produtos, como o vinho, o elevado preço do crédito bancário e um desconhecimento generalizado destes mercados pelas empresas portuguesas.”

Vítor Sereno pretende melhorar este aspecto com a organização de missões empresariais e a presença em feiras e exposições de carácter comercial.

Sobre o Senegal, país onde reside, o embaixador destaca que é um país muito apetecível, sendo uma das economias em mais rápido crescimento e com estabilidade política e segurança jurídica.

“A Costa do Marfim e o Senegal são das economias mais fortes do continente, o Senegal em 2019 foi a quinta maior a crescer em África e vai entrar no top 3 de certeza”, disse, destacando que “como diz o ministro dos Negócios Estrangeiros local, no Senegal vota-se ao domingo e trabalha-se normalmente à segunda-feira”.

Além da estabilidade política, Vítor Sereno salienta ainda os 12 mil milhões de euros em investimentos ao abrigo do plano Senegal Emergente, “que são oportunidades para os empresários portugueses na construção e obras públicas, agro-indústria, metalomecânica, energia e infra-estruturas logísticas”.

7 Jan 2020

Associação Novo Macau volta a pedir lei para regular capitais públicos

Na primeira petição submetida pela Novo Macau ao novo Governo, Sulu Sou pediu a Ho Iat Seng que cumpra o que foi dito sobre a utilização cautelosa do erário público e que sejam dadas explicações sobre o novo Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos

 

[dropcap]A[/dropcap] Associação Novo Macau (ANM) entregou ontem uma petição endereçada ao novo Governo a pedir legislação destinada a controlar e regular os gastos das empresas de capitais públicos e de fundos com autonomia administrativa e financeira.

Com o objectivo de optimizar a “eficácia e a gestão” destas empresas, Sulu Sou, deputado e vice-presidente da associação, recordou as palavras de Ho Iat Seng quando venceu as eleições e mais tarde, no primeiro dia em funções (26 de Dezembro), quando se referiu à necessidade “de controlar as despesas da Admininstração”, e deu o exemplo “despesista” do ex-secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam.

“Acho que o novo Chefe do Executivo deve ter presente o que disse quando venceu as eleições. Na altura, disse que devemos usar os recursos financeiros do Governo de forma cautelosa porque além do caso de Singapura não há mais casos de sucesso referentes à criação de fundos de investimentos”, explicou o deputado.

Para justificar a necessidade de fiscalização das empresas de capitais públicos, Sulu Sou fez ainda referência à polémica proposta do anterior Governo, entretanto retirada, que previa transferir 60 mil milhões de patacas para um fundo soberano sem divulgar qualquer informação acerca do assunto. “O nosso pedido é muito simples: queremos supervisionar a questão relativa às empresas de capital público. Isto porque em Agosto do ano passado o Governo foi forçado a retirar a lei que previa o financiamento de um fundo de investimento no valor de 60 mil milhões de patacas”, esclareceu Sulu Sou.

Sulu Sou defendeu ainda que, nesta fase, antes de avançar para a criação do Fundo de Investimento e Desenvolvimento, o Governo deve interromper a criação de outras empresas de capital público enquanto não for criada a devida legislação específica. “É importante ter a legislação pronta o quanto antes porque o Governo tem vindo a criar desde 2011 inúmeras empresas de capital público e, até hoje, não existe nenhuma lei específica para as monitorizar. Estas são empresas que consomem todos os anos uma enorme quantidade de dinheiro ao erário público. Acho que esta é uma oportunidade para o novo Governo resolver a questão rapidamente”, explicou Sulu Sou.

Sobre a legislação específica dedicada a empresas de capital público, Sulu Sou lembrou ainda que até hoje a sua criação continua a ser uma “promessa por cumprir” feita em 2019 pelo ex-secretário para a Economia e Finanças Lionel Leong. “Eu e outros deputados pedimos esta legislação mais de três vezes, na Assembleia Legislativa – mas ainda não obtivemos resposta”, sublinhou.

Gabinete levanta dúvidas

O vice-presidente da ANM referiu ainda que a petição entregue na manhã de ontem visava também apelar à maior transparência do novo Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos anunciado pelo Governo de Ho Iat Seng no passado dia 20 de Dezembro.

Coordenado pela ex-secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, o novo organismo visa precisamente fiscalizar as empresas de capitais públicos e de fundos com autonomia administrativa e financeira, mas, segundo Sulu Sou, carece ainda de muitos esclarecimentos, nomeadamente sobre os seus poderes e âmbito de actuação. “Esperamos que o novo Chefe do Executivo possa dar mais explicações assim que possível sobre os princípios e a missão do novo Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos”, referiu.

7 Jan 2020

Pneumonia em Wuhan | Nível de alerta de emergência sobe para “Grave”

Aumento do número de casos da doença respiratória não identificada levou o Governo a elevar o alerta de emergência para o nível 3, considerado “Grave”. Dos cinco casos suspeitos em Macau, apenas um continua em observação

 

[dropcap]D[/dropcap]epois de garantirem estar preparados “para responder às diversas doenças infecciosas” que surgiram no seguimento do número de casos de pneumonia viral de origem desconhecida em Wuhan, capital da província de Hubei, ter subido de 27 para 44 em poucos dias, os Serviços de Saúde (SS) decidiram elevar ontem o alerta de emergência para o nível 3, considerado “Grave”. Este é um grau de risco médio numa escala com 5 patamares. Segundo as autoridades, o aumento do nível de alerta visa apenas agilizar a coordenação entre serviços.

Segundo o Director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, o nível de alerta foi elevado na sequência de uma reunião promovida ontem pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, onde foi activado o mecanismo de operação interdepartamental. Segundo o responsável, o mecanismo permite o reforço das acções de prevenção e coordenação entre vários serviços públicos, como a Saúde, Educação, Turismo, Acção Social, Instituto de Assuntos Municipais, polícia, bombeiros e alfândegas.

“Desde o dia 31 de Dezembro que estamos muito atentos à situação em Macau pois, por existir muita população para um espaço tão pequeno, a transmissão de casos pode vir a ter um impacto muito grande. Por isso é necessário reforçar a prevenção e solicitámos isso mesmo a todos os serviços competentes. A elevação do nível de alerta é apenas para aumentar o grau de colaboração entre os serviços”, esclareceu Lei Chin Ion.

Apesar de não existir nenhum caso confirmado da doença em Macau até à data, uma mulher de 44 anos foi ontem colocada em isolamento por ter febre. A medida, asseguraram os SS, é apenas de precaução, uma vez que os exames entretanto realizados confirmarem que a paciente não tem pneumonia, um dos sintomas determinantes para o rastreio dos casos. Até agora, as autoridades de saúde de Macau registaram cinco casos provenientes de Wuhan em que houve febre. Dos cinco, quatro eram residentes e já tiveram alta.

As autoridades de saúde de Macau sublinharam também que, pelo facto de a causa da doença ser ainda desconhecida, “mantêm contacto próximo com a Comissão Nacional de Saúde da China” e asseguraram a existência de stock suficiente de medicamentos, equipamentos, instalações e número de camas na região.

Depois de no primeiro dia do ano as autoridades de saúde terem começado a realizar inspecções no Aeroporto Internacional de Macau e nos postos fronteiriços, a vigilância permanente tem sido o foco principal dos SS, motivo pelo qual, na passada quinta-feira foram reforçadas também, com o apoio de pessoal do Corpo de Polícia de Segurança Pública, medidas de quarentena de saúde em todos os portos fronteiriços por via terrestre, nomeadamente, controlos de temperatura, a partir da madrugada do dia quatro, a todos os condutores e turistas.

Segundo revelaram as autoridades de saúde, também os casinos vão passar a controlar a temperatura dos visitantes e dos funcionários em todas as entradas das suas instalações, acrescentando ainda que, caso sejam identificadas pessoas com febre, estas devem ser inquiridas para saber se estiveram na província de Wuhan nos 14 dias anteriores à manifestação dos sintomas.

Vigilância alargada

Dos 44 casos registados em Wuhan, de acordo com um comunicado da Comissão Municipal de Saúde de Wuhan citado pela agência Lusa, 11 pessoas encontram-se em estado grave, sendo que todos os doentes foram colocados sob quarentena e, no total, são seguidas de perto 121 pessoas que estiveram em contacto próximo com os afectados. Todas as análises deram negativo para gripe, gripe aviária, infeções por adenovírus “e outras doenças respiratórias comuns”, não se confirmando também o contágio entre pessoas, indicou o mesmo comunicado.

As autoridades chinesas continuam a procurar identificar o agente da doença, embora as primeiras investigações apontem apenas no sentido de existir uma relação com o mercado grossista da cidade, capital da província de Hubei, onde residem 11 milhões de pessoas.

Em Hong Kong as autoridades de saúde deram também ontem conta da existência de mais seis casos suspeitos, sendo já 14 no total. Segundo informações da TDM – Rádio Macau também Taiwan anunciou estar a investigar a existência de casos relacionados com a doença, enquanto Singapura anunciou ter detectado o primeiro caso suspeito na região.

Sulu Sou preocupado

Acusando o Governo de não ser proactivo perante uma situação que considera “extraordinária”, o deputado Sulu Sou mostrou-se preocupado numa interpelação escrita enviada ao Executivo, onde pergunta se as autoridades consideram enviar pessoal a Wuhan para investigar a situação epidemiológica em primeira mão, numa altura em que considera que “a China continental não revelou ainda os resultados dos testes realizados”.

Apesar de um dos pontos da interpelação do deputado sobre trabalhadores dos casinos ter ficado esclarecido após a conferência de imprensa realizada ontem, Sulu Sou questiona ainda o Governo se irá implementar medidas de prevenção dirigidas especificamente aos trabalhadores da área da saúde. Com o aproximar da época festiva do Ano Novo Chinês, Sulu Sou espera também que o Governo tome medidas urgentes para acautelar o maior fluxo de turistas vindos da China continental na altura das celebrações.

6 Jan 2020

Pneumonia em Wuhan | Nível de alerta de emergência sobe para “Grave”

Aumento do número de casos da doença respiratória não identificada levou o Governo a elevar o alerta de emergência para o nível 3, considerado “Grave”. Dos cinco casos suspeitos em Macau, apenas um continua em observação

 
[dropcap]D[/dropcap]epois de garantirem estar preparados “para responder às diversas doenças infecciosas” que surgiram no seguimento do número de casos de pneumonia viral de origem desconhecida em Wuhan, capital da província de Hubei, ter subido de 27 para 44 em poucos dias, os Serviços de Saúde (SS) decidiram elevar ontem o alerta de emergência para o nível 3, considerado “Grave”. Este é um grau de risco médio numa escala com 5 patamares. Segundo as autoridades, o aumento do nível de alerta visa apenas agilizar a coordenação entre serviços.
Segundo o Director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, o nível de alerta foi elevado na sequência de uma reunião promovida ontem pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, onde foi activado o mecanismo de operação interdepartamental. Segundo o responsável, o mecanismo permite o reforço das acções de prevenção e coordenação entre vários serviços públicos, como a Saúde, Educação, Turismo, Acção Social, Instituto de Assuntos Municipais, polícia, bombeiros e alfândegas.
“Desde o dia 31 de Dezembro que estamos muito atentos à situação em Macau pois, por existir muita população para um espaço tão pequeno, a transmissão de casos pode vir a ter um impacto muito grande. Por isso é necessário reforçar a prevenção e solicitámos isso mesmo a todos os serviços competentes. A elevação do nível de alerta é apenas para aumentar o grau de colaboração entre os serviços”, esclareceu Lei Chin Ion.
Apesar de não existir nenhum caso confirmado da doença em Macau até à data, uma mulher de 44 anos foi ontem colocada em isolamento por ter febre. A medida, asseguraram os SS, é apenas de precaução, uma vez que os exames entretanto realizados confirmarem que a paciente não tem pneumonia, um dos sintomas determinantes para o rastreio dos casos. Até agora, as autoridades de saúde de Macau registaram cinco casos provenientes de Wuhan em que houve febre. Dos cinco, quatro eram residentes e já tiveram alta.
As autoridades de saúde de Macau sublinharam também que, pelo facto de a causa da doença ser ainda desconhecida, “mantêm contacto próximo com a Comissão Nacional de Saúde da China” e asseguraram a existência de stock suficiente de medicamentos, equipamentos, instalações e número de camas na região.
Depois de no primeiro dia do ano as autoridades de saúde terem começado a realizar inspecções no Aeroporto Internacional de Macau e nos postos fronteiriços, a vigilância permanente tem sido o foco principal dos SS, motivo pelo qual, na passada quinta-feira foram reforçadas também, com o apoio de pessoal do Corpo de Polícia de Segurança Pública, medidas de quarentena de saúde em todos os portos fronteiriços por via terrestre, nomeadamente, controlos de temperatura, a partir da madrugada do dia quatro, a todos os condutores e turistas.
Segundo revelaram as autoridades de saúde, também os casinos vão passar a controlar a temperatura dos visitantes e dos funcionários em todas as entradas das suas instalações, acrescentando ainda que, caso sejam identificadas pessoas com febre, estas devem ser inquiridas para saber se estiveram na província de Wuhan nos 14 dias anteriores à manifestação dos sintomas.

Vigilância alargada

Dos 44 casos registados em Wuhan, de acordo com um comunicado da Comissão Municipal de Saúde de Wuhan citado pela agência Lusa, 11 pessoas encontram-se em estado grave, sendo que todos os doentes foram colocados sob quarentena e, no total, são seguidas de perto 121 pessoas que estiveram em contacto próximo com os afectados. Todas as análises deram negativo para gripe, gripe aviária, infeções por adenovírus “e outras doenças respiratórias comuns”, não se confirmando também o contágio entre pessoas, indicou o mesmo comunicado.
As autoridades chinesas continuam a procurar identificar o agente da doença, embora as primeiras investigações apontem apenas no sentido de existir uma relação com o mercado grossista da cidade, capital da província de Hubei, onde residem 11 milhões de pessoas.
Em Hong Kong as autoridades de saúde deram também ontem conta da existência de mais seis casos suspeitos, sendo já 14 no total. Segundo informações da TDM – Rádio Macau também Taiwan anunciou estar a investigar a existência de casos relacionados com a doença, enquanto Singapura anunciou ter detectado o primeiro caso suspeito na região.

Sulu Sou preocupado

Acusando o Governo de não ser proactivo perante uma situação que considera “extraordinária”, o deputado Sulu Sou mostrou-se preocupado numa interpelação escrita enviada ao Executivo, onde pergunta se as autoridades consideram enviar pessoal a Wuhan para investigar a situação epidemiológica em primeira mão, numa altura em que considera que “a China continental não revelou ainda os resultados dos testes realizados”.
Apesar de um dos pontos da interpelação do deputado sobre trabalhadores dos casinos ter ficado esclarecido após a conferência de imprensa realizada ontem, Sulu Sou questiona ainda o Governo se irá implementar medidas de prevenção dirigidas especificamente aos trabalhadores da área da saúde. Com o aproximar da época festiva do Ano Novo Chinês, Sulu Sou espera também que o Governo tome medidas urgentes para acautelar o maior fluxo de turistas vindos da China continental na altura das celebrações.

6 Jan 2020

MNE | Ho Iat Seng pede apoio perante “incerteza da conjuntura internacional”

Num encontro com a comissária do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Shen Beili, o Chefe do Executivo pediu apoio a Pequim para “contar bem a história de Macau” perante a complexidade e incerteza da actual conjuntura internacional

 

[dropcap]H[/dropcap]o Iat Seng esteve reunido no passado dia 3 de Janeiro na Sede do Governo da RAEM com a comissária do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) da China, Shen Beili, “tendo trocado opiniões sobre assuntos inerentes às relações externas da Região Administrativa Especial de Macau”.

Segundo uma nota do Gabinete de Comunicação Social sobre o encontro, após sublinhar a boa comunicação existente entre as duas partes, Ho Iat Seng, considerou que o Governo deve continuar a colaborar com o Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em Macau, uma vez que “precisa do apoio do Comissariado e da comissária nos assuntos inerentes às relações externas e consulares, perante a complexidade e incerteza da conjuntura internacional”.

Fazendo votos para que as duas partes continuem as estreitas ligações tendo em vista a continuação dos trabalhos relativos às relações externas, Ho Iat Seng considerou também que, “para se contar bem a história de Macau, é necessário concentrar as atenções na promoção no exterior e interior”, sendo, para isso, inevitável o apoio contínuo dado pelo Comissariado.

Cooperação e eficácia

Por seu turno, a comissária do MNE destacou “o enorme apoio do Governo da RAEM, nos últimos 20 anos” e a boa colaboração com os serviços públicos locais como principais pilares para o estabelecimento de um “mecanismo de trabalho eficaz”. Shen Beili assegurou que o Comissariado continuará a apoiar o Governo da RAEM nos trabalhos relacionados com as relações externas da região, que deverá estar preparada para agarrar as oportunidades que surgirem no futuro.

“Com o apoio do Governo Central, Macau pode aproveitar bem as oportunidades de desenvolvimento e, no futuro, o Comissariado continuará a cumprir as suas funções, cooperando com o Governo da RAEM para se proceder bem aos trabalhos relativos aos assuntos externos de Macau”, pode ler-se na nota do Gabinete de Comunicação Social do Governo.

Recorde-se que a questão das relações externas de Macau tem estado na ordem do dia, após a visita do Presidente chinês Xi Jinping no passado mês de Dezembro por ocasião das celebrações dos 20 anos da RAEM, onde os distúrbios sociais que têm assolado Hong Kong nos últimos meses foram referidos por diversas ocasiões por contraponto com a situação de Macau.

Há dias, também Zhang Xiaoming, director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado em Pequim, recordou as palavras do Presidente chinês por altura da sua visita à região, através de um artigo divulgado numa publicação do Partido Comunista Chinês, intitulada Qiushi, onde escreveu que existem “forças externas” a tentar penetrar na sociedade de Macau, tal como ocorreu em Hong Kong, sem especificar que tipo de forças externas estão em causa.

“Estes comentários feitos pelo secretário-geral Xi Jinping constituíram um golpe para eles e pretendem servir de encorajamento para nós na nossa legítima luta e contra-reacções quando as forças externas estão profundamente envolvidas nos tumultos relacionados com a lei da extradição, tomando parte da questão e manobrando o caos em Hong Kong, e também estão a tentar infiltrar-se em Macau”, escreveu na altura Zhang Xiaoming citado pelo South China Morning Post.

6 Jan 2020