Covid-19 | Governo anunciou a recuperação de uma mãe e filho

Com os resultados apresentados ontem, sobem para cinco os casos curados na RAEM de pacientes infectados pelo coronavírus de Wuhan. Até agora, todos os recuperados são da província de Hubei, uma vez que os três casos locais continuam internados

 

[dropcap]O[/dropcap] número de infectados com o coronavírus e de recuperados no território subiu para cinco, após uma mãe, de 39 anos, e um filho, de 21 anos, terem tido alta. Nesta altura, permanecem cinco pessoas internadas devido ao vírus, entre as quais três residentes, e contabilizam-se cinco casos curados.

Apesar dos resultados positivos, ontem na conferência de imprensa, Lo Iek Lon, médico do Centro Hospitalar Conde São Januário, avisou que a epidemia ainda está longe de ter chegado ao fim e pediu às pessoas para ficarem em casa o maior tempo possível.

“O facto de não haver novos casos há 12 dias dá-nos grande satisfação. É o resultado das medidas do Governo e do esforço da população”, afirmou o médico. “Mas não podemos relaxar. As pessoas não devem ir jantar juntas e conviver porque há risco de contágio […] Às vezes parece que se fala como se a epidemia tivesse chegado ao fim. Mas não chegou ao fim”, acrescentou.

Em relação aos casos com alta ontem, ambos os pacientes estavam internados desde 25 de Janeiro, depois de terem chegado à RAEM no dia 21 do mesmo mês. A mãe foi a primeira a apresentar sintomas e acabou mesmo por ser internada, o que levou a que o filho também fosse, por ser uma pessoa de contacto próximo. Posteriormente, confirmou-se que ambos estavam infectados.

O tratamento dos dois casos cifrou-se em 43.400 patacas e 22.300 patacas, para mãe e filho, respectivamente, e o pagamento ficou adiado uma vez que os afectados não tinham dinheiro suficiente para efectuar o mesmo. Além disso, pediram para ser isentos das quantias em causa, tal como já havia acontecido com outras duas vítimas.

Até este momento, o hospital público apresentou uma despesa conjunta a todas as vítimas de 176,7 mil patacas, das quais apenas uma mulher fez o pagamento, no caso de 52 mil patacas. Os não-residentes pagam as despesas do hospital a dobrar, pelo que o valor verdadeiro das despesas de todas as afectadas foi de cerca de 88,4 mil patacas, até ao momento.

Quarentena para cruzeiros

Além dos cinco casos recuperados, há outros cinco internados, entre os quais três residentes. Ontem, Lo Iek Lon afirmou que entre as pessoas internadas houve uma situação mais grave, que precisou de assistência para respirar, mas que mesmo assim as autoridade estão confiantes que todos vão ter alta.

Já em relação aos residentes de Macau que se encontram em cruzeiros infectados como o Diamond Princess, no Japão, e o Westerdam, que está atracado no Camboja, estes terão de cumprir um isolamento de 14 dias assim que regressarem à RAEM.

“Todos os residentes de Macau que estiverem nesses cruzeiros vão ter de cumprir um período de 14 dias de quarentena”, explicou Inês Chan, Chefe do Departamento de Licenciamento e Inspecção da Direcção dos Serviços de Turismo (DST).

Segundo os números do Executivo, neste momento há dois passageiros no Westerdam e cinco no Diamond Princess. A forma como vão regressar à RAEM ainda não é conhecida, mas será revelada posteriormente.

Mais de 14 milhões de máscaras

Outro dos assuntos abordados durante a conferência de imprensa diária sobre a epidemia, foi a situação da venda de máscaras.

Segundo o números revelados por Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença: “Nesta terceira fase de venda de máscaras, que ainda está em curso, já vendemos cerca de quatro milhões de máscaras. No total vendemos 14,6 milhões de máscaras, desde o início da venda”, revelou.

Por outro lado, há ainda máscaras em stock e mais deverão ser recebidas. Porém, o Executivo não sabe se serão suficientes para garantir uma quarta e quinta fases da venda. “Temos encomendas feitas, mas as máscaras ainda não chegaram. Do nosso lado a aquisição de máscaras nunca parou”, disse Leong. “Quanto a uma quarta ronda vamos ter em conta o desenvolvimento da situação, mas haverá uma comunicação atempada”, indicou.

Mesmo se uma quarta fase não está garantida, para já o Executivo sublinha que as diferentes entidades podem impedir a entrada em espaços fechados, se as pessoas não estiverem a utilizar a máscara. “O responsável por uma entidade pode impedir a entrada das pessoas sem máscara em espaços fechados”, vincou.

17 Fev 2020

Covid-19 | Governo anunciou a recuperação de uma mãe e filho

Com os resultados apresentados ontem, sobem para cinco os casos curados na RAEM de pacientes infectados pelo coronavírus de Wuhan. Até agora, todos os recuperados são da província de Hubei, uma vez que os três casos locais continuam internados

 
[dropcap]O[/dropcap] número de infectados com o coronavírus e de recuperados no território subiu para cinco, após uma mãe, de 39 anos, e um filho, de 21 anos, terem tido alta. Nesta altura, permanecem cinco pessoas internadas devido ao vírus, entre as quais três residentes, e contabilizam-se cinco casos curados.
Apesar dos resultados positivos, ontem na conferência de imprensa, Lo Iek Lon, médico do Centro Hospitalar Conde São Januário, avisou que a epidemia ainda está longe de ter chegado ao fim e pediu às pessoas para ficarem em casa o maior tempo possível.
“O facto de não haver novos casos há 12 dias dá-nos grande satisfação. É o resultado das medidas do Governo e do esforço da população”, afirmou o médico. “Mas não podemos relaxar. As pessoas não devem ir jantar juntas e conviver porque há risco de contágio […] Às vezes parece que se fala como se a epidemia tivesse chegado ao fim. Mas não chegou ao fim”, acrescentou.
Em relação aos casos com alta ontem, ambos os pacientes estavam internados desde 25 de Janeiro, depois de terem chegado à RAEM no dia 21 do mesmo mês. A mãe foi a primeira a apresentar sintomas e acabou mesmo por ser internada, o que levou a que o filho também fosse, por ser uma pessoa de contacto próximo. Posteriormente, confirmou-se que ambos estavam infectados.
O tratamento dos dois casos cifrou-se em 43.400 patacas e 22.300 patacas, para mãe e filho, respectivamente, e o pagamento ficou adiado uma vez que os afectados não tinham dinheiro suficiente para efectuar o mesmo. Além disso, pediram para ser isentos das quantias em causa, tal como já havia acontecido com outras duas vítimas.
Até este momento, o hospital público apresentou uma despesa conjunta a todas as vítimas de 176,7 mil patacas, das quais apenas uma mulher fez o pagamento, no caso de 52 mil patacas. Os não-residentes pagam as despesas do hospital a dobrar, pelo que o valor verdadeiro das despesas de todas as afectadas foi de cerca de 88,4 mil patacas, até ao momento.

Quarentena para cruzeiros

Além dos cinco casos recuperados, há outros cinco internados, entre os quais três residentes. Ontem, Lo Iek Lon afirmou que entre as pessoas internadas houve uma situação mais grave, que precisou de assistência para respirar, mas que mesmo assim as autoridade estão confiantes que todos vão ter alta.
Já em relação aos residentes de Macau que se encontram em cruzeiros infectados como o Diamond Princess, no Japão, e o Westerdam, que está atracado no Camboja, estes terão de cumprir um isolamento de 14 dias assim que regressarem à RAEM.
“Todos os residentes de Macau que estiverem nesses cruzeiros vão ter de cumprir um período de 14 dias de quarentena”, explicou Inês Chan, Chefe do Departamento de Licenciamento e Inspecção da Direcção dos Serviços de Turismo (DST).
Segundo os números do Executivo, neste momento há dois passageiros no Westerdam e cinco no Diamond Princess. A forma como vão regressar à RAEM ainda não é conhecida, mas será revelada posteriormente.

Mais de 14 milhões de máscaras

Outro dos assuntos abordados durante a conferência de imprensa diária sobre a epidemia, foi a situação da venda de máscaras.
Segundo o números revelados por Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença: “Nesta terceira fase de venda de máscaras, que ainda está em curso, já vendemos cerca de quatro milhões de máscaras. No total vendemos 14,6 milhões de máscaras, desde o início da venda”, revelou.
Por outro lado, há ainda máscaras em stock e mais deverão ser recebidas. Porém, o Executivo não sabe se serão suficientes para garantir uma quarta e quinta fases da venda. “Temos encomendas feitas, mas as máscaras ainda não chegaram. Do nosso lado a aquisição de máscaras nunca parou”, disse Leong. “Quanto a uma quarta ronda vamos ter em conta o desenvolvimento da situação, mas haverá uma comunicação atempada”, indicou.
Mesmo se uma quarta fase não está garantida, para já o Executivo sublinha que as diferentes entidades podem impedir a entrada em espaços fechados, se as pessoas não estiverem a utilizar a máscara. “O responsável por uma entidade pode impedir a entrada das pessoas sem máscara em espaços fechados”, vincou.

17 Fev 2020

Covid-19 | Empresário lança nova campanha de apoio à comunidade chinesa em Portugal 

A imagem da Torre de Belém e o título “Força China” são o mote da mais recente campanha de apoio à comunidade chinesa promovida pelo empresário Han Zheng e apoiada por Y Ping Chow, presidente da Liga dos Chineses em Portugal. O objectivo da campanha é explicar aos portugueses que as lojas e restaurantes geridos por empresários chineses estão livres do novo coronavírus, numa altura em que a quebra nos negócios se faz sentir cada vez mais

 

[dropcap]O[/dropcap] surto do novo coronavírus, que recentemente ganhou o nome oficial de Covid-19, tem vindo a afastar cada vez mais portugueses dos espaços comerciais geridos por chineses em Portugal. A fim de explicar aos clientes portugueses que é seguro frequentar restaurantes e lojas, o empresário Han Zheng lançou ontem uma nova campanha intitulada “Força China! – A China precisa do apoio do povo português”, que será divulgada nas redes sociais. O lançamento oficial foi feito na tarde de ontem, na zona do Parque das Nações. Han Zheng tem um negócio de produção de rebentos de soja, que fornece depois a restaurantes e supermercados chineses.

Junto à imagem da Torre de Belém, em Lisboa, surge um texto que tenta desmistificar ideias que têm afastado os portugueses dos negócios geridos por chineses. “Nos restaurantes e nas lojas que temos e gerimos em Portugal, os bens alimentares e os artigos comerciais são adquiridos em Portugal e os nossos trabalhadores também são pessoas saudáveis residentes em Portugal”, pode ler-se.

A mensagem diz ainda que vários membros da comunidade chinesa que regressaram recentemente da China têm cumprido um período de quarentena voluntária, além de terem adoptado outras medidas de protecção.

“O nosso Governo e o novo povo estão a esforçar-se activamente por adoptar todo o tipo de providências para controlar a doença. Aos compatriotas que voltaram recentemente da China para Portugal, a comunidade chinesa também está a tomar a iniciativa de apelar e promover com empenho o isolamento profilático durante 14 dias.”

Sem discriminação

Esta não é a única campanha de sensibilização a decorrer em Portugal, uma vez que há várias mensagens de apoio a circular nas redes sociais, sobretudo através da plataforma WeChat. Ao HM, o empresário Han Zheng explicou porque decidiu criar esta campanha.

“Tomei esta decisão por se tratar de uma iniciativa urgente, após ter constatado que os negócios da comunidade chinesa em Portugal estão a ser gravemente prejudicados. Estou ciente de que Portugal é um país amigo e tolerante e compreendo perfeitamente a frequência reduzida dos portugueses aos estabelecimentos comerciais dos chineses.”

Para Han Zheng, a campanha “Força China!” tem como objectivo o fim da discriminação que se tem verificado em relação à comunidade chinesa a residir em Portugal.

“Esta epidemia, apesar de acontecer numa certa zona, é um problema que toda a humanidade deve enfrentar. Mais tarde poderão ocorrer outras desgraças a acontecer com outros países ou outros povos. Espero que toda a humanidade esteja unida para combater este surto. Ele deve ser encarado com justiça, tolerância e compreensão, nada de discriminação nem preconceito.”

O empresário, que tem uma filha já nascida em Portugal, diz que os portugueses começaram a ter medo dos chineses.

“Os chineses que vivem em Portugal dedicam-se, na sua maioria, aos negócios. Agora, por causa do coronavírus, alguns portugueses começam a ter medo dos chineses. O coronavírus é terrível e até nós, os próprios chineses, temos medo dele e, naturalmente, os portugueses também.”

Han Zheng não tem dúvidas de que “o que podemos fazer, neste momento, é adoptarmos, activa e empenhadamente, todas as medidas anti-vírus sem deixarmos que o vírus ataque residentes em Portugal”.

O empresário destaca ainda de forma positiva o papel que as autoridades portuguesas têm desempenhado neste processo. “Estamos gratos à carta de solidariedade que o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou ao nosso Presidente Xi Jinping. As autoridades portuguesas de saúde estão a promover medidas de prevenção e controlo do vírus, incluindo o controlo sanitário no aeroporto. Os chineses que viajam da China para Portugal estão a colaborar activamente para cumprir essas medidas”, adiantou ao HM.

“Quebra generalizada”

Y Ping Chow, presidente da Liga dos Chineses em Portugal, diz concordar com esta campanha de sensibilização. “Temos feito tudo através do WeChat porque temos muitos grupos de trabalho que lançam estes apelos.”

“A quebra [nos negócios] é generalizada e não está directamente ligada ao coronavírus, mas pode haver alguma influência. Há uma quebra, mas não gostaria muito de a ligar com o coronavírus. Nós próprios aconselhamos a comunidade a não fazer festas ou reuniões com grandes grupos em restaurantes chineses, para não gerar receios nos frequentadores portugueses e estrangeiros.”

Com ou sem culpa do Covid-19, a verdade é que na área da restauração tem havido uma quebra na ordem dos 30 por cento. “Aconselhamos as pessoas que vieram há pouco tempo da China a não frequentarem os restaurantes, e isso leva logo a uma quebra dos clientes chineses. Os restaurantes trabalham muito com os turistas, e também se reflecte a quebra dos clientes que são turistas orientais.”

Y Ping Chow não quer relacionar esta quebra de lucros nos restaurantes chineses apenas com a clientela portuguesa. “Não gostaria de dizer que os clientes portugueses são os principais porque também temos o apoio dos turistas. Não queremos dar essa má imagem dos clientes habituais portugueses.”

Além das campanhas de sensibilização em prol da segurança dos negócios da comunidade, também têm sido angariados fundos para a compra de máscaras e outro material médico, dinheiro esse enviado para a China.

Nota- O artigo contou com a ajuda na tradução da docente da Universidade de Aveiro Wang Suoying

17 Fev 2020

Covid-19 | Empresário lança nova campanha de apoio à comunidade chinesa em Portugal 

A imagem da Torre de Belém e o título “Força China” são o mote da mais recente campanha de apoio à comunidade chinesa promovida pelo empresário Han Zheng e apoiada por Y Ping Chow, presidente da Liga dos Chineses em Portugal. O objectivo da campanha é explicar aos portugueses que as lojas e restaurantes geridos por empresários chineses estão livres do novo coronavírus, numa altura em que a quebra nos negócios se faz sentir cada vez mais

 
[dropcap]O[/dropcap] surto do novo coronavírus, que recentemente ganhou o nome oficial de Covid-19, tem vindo a afastar cada vez mais portugueses dos espaços comerciais geridos por chineses em Portugal. A fim de explicar aos clientes portugueses que é seguro frequentar restaurantes e lojas, o empresário Han Zheng lançou ontem uma nova campanha intitulada “Força China! – A China precisa do apoio do povo português”, que será divulgada nas redes sociais. O lançamento oficial foi feito na tarde de ontem, na zona do Parque das Nações. Han Zheng tem um negócio de produção de rebentos de soja, que fornece depois a restaurantes e supermercados chineses.
Junto à imagem da Torre de Belém, em Lisboa, surge um texto que tenta desmistificar ideias que têm afastado os portugueses dos negócios geridos por chineses. “Nos restaurantes e nas lojas que temos e gerimos em Portugal, os bens alimentares e os artigos comerciais são adquiridos em Portugal e os nossos trabalhadores também são pessoas saudáveis residentes em Portugal”, pode ler-se.
A mensagem diz ainda que vários membros da comunidade chinesa que regressaram recentemente da China têm cumprido um período de quarentena voluntária, além de terem adoptado outras medidas de protecção.
“O nosso Governo e o novo povo estão a esforçar-se activamente por adoptar todo o tipo de providências para controlar a doença. Aos compatriotas que voltaram recentemente da China para Portugal, a comunidade chinesa também está a tomar a iniciativa de apelar e promover com empenho o isolamento profilático durante 14 dias.”

Sem discriminação

Esta não é a única campanha de sensibilização a decorrer em Portugal, uma vez que há várias mensagens de apoio a circular nas redes sociais, sobretudo através da plataforma WeChat. Ao HM, o empresário Han Zheng explicou porque decidiu criar esta campanha.
“Tomei esta decisão por se tratar de uma iniciativa urgente, após ter constatado que os negócios da comunidade chinesa em Portugal estão a ser gravemente prejudicados. Estou ciente de que Portugal é um país amigo e tolerante e compreendo perfeitamente a frequência reduzida dos portugueses aos estabelecimentos comerciais dos chineses.”
Para Han Zheng, a campanha “Força China!” tem como objectivo o fim da discriminação que se tem verificado em relação à comunidade chinesa a residir em Portugal.
“Esta epidemia, apesar de acontecer numa certa zona, é um problema que toda a humanidade deve enfrentar. Mais tarde poderão ocorrer outras desgraças a acontecer com outros países ou outros povos. Espero que toda a humanidade esteja unida para combater este surto. Ele deve ser encarado com justiça, tolerância e compreensão, nada de discriminação nem preconceito.”
O empresário, que tem uma filha já nascida em Portugal, diz que os portugueses começaram a ter medo dos chineses.
“Os chineses que vivem em Portugal dedicam-se, na sua maioria, aos negócios. Agora, por causa do coronavírus, alguns portugueses começam a ter medo dos chineses. O coronavírus é terrível e até nós, os próprios chineses, temos medo dele e, naturalmente, os portugueses também.”
Han Zheng não tem dúvidas de que “o que podemos fazer, neste momento, é adoptarmos, activa e empenhadamente, todas as medidas anti-vírus sem deixarmos que o vírus ataque residentes em Portugal”.
O empresário destaca ainda de forma positiva o papel que as autoridades portuguesas têm desempenhado neste processo. “Estamos gratos à carta de solidariedade que o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou ao nosso Presidente Xi Jinping. As autoridades portuguesas de saúde estão a promover medidas de prevenção e controlo do vírus, incluindo o controlo sanitário no aeroporto. Os chineses que viajam da China para Portugal estão a colaborar activamente para cumprir essas medidas”, adiantou ao HM.

“Quebra generalizada”

Y Ping Chow, presidente da Liga dos Chineses em Portugal, diz concordar com esta campanha de sensibilização. “Temos feito tudo através do WeChat porque temos muitos grupos de trabalho que lançam estes apelos.”
“A quebra [nos negócios] é generalizada e não está directamente ligada ao coronavírus, mas pode haver alguma influência. Há uma quebra, mas não gostaria muito de a ligar com o coronavírus. Nós próprios aconselhamos a comunidade a não fazer festas ou reuniões com grandes grupos em restaurantes chineses, para não gerar receios nos frequentadores portugueses e estrangeiros.”
Com ou sem culpa do Covid-19, a verdade é que na área da restauração tem havido uma quebra na ordem dos 30 por cento. “Aconselhamos as pessoas que vieram há pouco tempo da China a não frequentarem os restaurantes, e isso leva logo a uma quebra dos clientes chineses. Os restaurantes trabalham muito com os turistas, e também se reflecte a quebra dos clientes que são turistas orientais.”
Y Ping Chow não quer relacionar esta quebra de lucros nos restaurantes chineses apenas com a clientela portuguesa. “Não gostaria de dizer que os clientes portugueses são os principais porque também temos o apoio dos turistas. Não queremos dar essa má imagem dos clientes habituais portugueses.”
Além das campanhas de sensibilização em prol da segurança dos negócios da comunidade, também têm sido angariados fundos para a compra de máscaras e outro material médico, dinheiro esse enviado para a China.
Nota- O artigo contou com a ajuda na tradução da docente da Universidade de Aveiro Wang Suoying

17 Fev 2020

Covid-19 | Mais dois pacientes com alta em Macau

[dropcap]D[/dropcap]ois casos confirmados de coronavírus Covid-19 em Macau tiveram hoje alta hospitalar, anunciaram os Serviços de Saúde locais em conferência de imprensa.

Os dois pacientes, quarto e sextos casos importados registados no território, são uma mulher de 39 anos residente em Wuhan e o filho de 15 anos. A mulher tinha dado entrada no Centro Hospitalar Conde S. Januário (CHCSJ) em 25 de Janeiro. O sexto caso foi anunciado no dia 27 de Janeiro. Dos 10 casos registados em Macau, metade já teve alta, continuando internadas outras cinco pessoas.

O território conta ainda 1.345 casos suspeitos e 1.325 casos excluídos, com 10 à espera de resultados de análises, disse o médico adjunto da direção do CHCSJ, Lo Iek Long.

Além destes, 41 pessoas saíram do isolamento, acrescentou o responsável, no 12.º dia sem novos casos no território. “Estamos muito confiantes em que todos os pacientes terão alta”, afirmou Lo Iek Long.

Já a responsável dos Serviços de Turismo, Inês Chan, indicou que os sete residentes de Macau em navios de cruzeiros, no Camboja e no Japão, vão ficar sob quarentena de 14 dias quando regressarem ao território.

Dois residentes estão no navio Westerdam, no Camboja, e cinco no Diamond Princess, no Japão. Neste último, foram já detetadas 355 pessoas infectadas com o coronavírus Covid-19. Os cinco residentes que estavam no Diamond Princess chegam a Macau no dia 19 de Fevereiro, indicou.

Na conferência de imprensa diária do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) indicou que entre 27 de Janeiro e sábado passaram pelas fronteiras de Macau 2,08 milhões de pessoas, o que representa uma queda de 81% comparativamente a igual período do ano anterior.

As entradas de turistas caíram cerca de 90%, adiantou o responsável do CPSP, Lei Tak Fai. As autoridades de Macau reiteraram o apelo à população para que se mantenha em casa e evite a concentração de pessoas, sublinhando que “a vida normal ainda não regressou e a epidemia ainda não terminou”.

O número de mortes na China causadas pelo coronavírus subiu para 1.665, depois de a Comissão Nacional de Saúde daquele país ter anunciado hoje mais 142 casos fatais nas últimas 24 horas.

Já o número de infectados na China continental (que exclui Macau e Hong Kong) é agora de 68.500, verificando-se um aumento de 2.009 casos nas últimas 24 horas.

Com estes números, o total de mortes a nível mundial é de 1.669. Além dos 1.665 mortos na China continental, há a registar um morto na região especial administrativa chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão e um em França.

As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.

Em Portugal, surgiram até agora sete situações suspeitas, mas nenhum caso se confirmou. Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), há 44 casos confirmados na União Europeia e no Reino Unido.

16 Fev 2020

Covid-19 | Mais dois pacientes com alta em Macau

[dropcap]D[/dropcap]ois casos confirmados de coronavírus Covid-19 em Macau tiveram hoje alta hospitalar, anunciaram os Serviços de Saúde locais em conferência de imprensa.
Os dois pacientes, quarto e sextos casos importados registados no território, são uma mulher de 39 anos residente em Wuhan e o filho de 15 anos. A mulher tinha dado entrada no Centro Hospitalar Conde S. Januário (CHCSJ) em 25 de Janeiro. O sexto caso foi anunciado no dia 27 de Janeiro. Dos 10 casos registados em Macau, metade já teve alta, continuando internadas outras cinco pessoas.
O território conta ainda 1.345 casos suspeitos e 1.325 casos excluídos, com 10 à espera de resultados de análises, disse o médico adjunto da direção do CHCSJ, Lo Iek Long.
Além destes, 41 pessoas saíram do isolamento, acrescentou o responsável, no 12.º dia sem novos casos no território. “Estamos muito confiantes em que todos os pacientes terão alta”, afirmou Lo Iek Long.
Já a responsável dos Serviços de Turismo, Inês Chan, indicou que os sete residentes de Macau em navios de cruzeiros, no Camboja e no Japão, vão ficar sob quarentena de 14 dias quando regressarem ao território.
Dois residentes estão no navio Westerdam, no Camboja, e cinco no Diamond Princess, no Japão. Neste último, foram já detetadas 355 pessoas infectadas com o coronavírus Covid-19. Os cinco residentes que estavam no Diamond Princess chegam a Macau no dia 19 de Fevereiro, indicou.
Na conferência de imprensa diária do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) indicou que entre 27 de Janeiro e sábado passaram pelas fronteiras de Macau 2,08 milhões de pessoas, o que representa uma queda de 81% comparativamente a igual período do ano anterior.
As entradas de turistas caíram cerca de 90%, adiantou o responsável do CPSP, Lei Tak Fai. As autoridades de Macau reiteraram o apelo à população para que se mantenha em casa e evite a concentração de pessoas, sublinhando que “a vida normal ainda não regressou e a epidemia ainda não terminou”.
O número de mortes na China causadas pelo coronavírus subiu para 1.665, depois de a Comissão Nacional de Saúde daquele país ter anunciado hoje mais 142 casos fatais nas últimas 24 horas.
Já o número de infectados na China continental (que exclui Macau e Hong Kong) é agora de 68.500, verificando-se um aumento de 2.009 casos nas últimas 24 horas.
Com estes números, o total de mortes a nível mundial é de 1.669. Além dos 1.665 mortos na China continental, há a registar um morto na região especial administrativa chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão e um em França.
As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.
Em Portugal, surgiram até agora sete situações suspeitas, mas nenhum caso se confirmou. Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), há 44 casos confirmados na União Europeia e no Reino Unido.

16 Fev 2020

Covid-19 | Sobe para 1.665 número de mortos na China continental, mais 142 em 24 horas

[dropcap]O[/dropcap] número de mortes na China causadas pelo coronavírus Covid-19 subiu para 1.665, depois de a Comissão Nacional de Saúde daquele país ter anunciado hoje mais 142 casos fatais nas últimas 24 horas. Já o número de infectados na China continental (que exclui Macau e Hong Kong) é agora de 68.500, verificando-se um aumento de 2.009 casos nas últimas 24 horas.

No mesmo período em análise, 1.323 pessoas receberam alta hospitalar na China continental. Só na província chinesa de Hubei registaram-se mais 139 mortes, elevando para 1.596 os casos fatais naquela região, foco da epidemia detetada no final e 2019.

A comissão de saúde daquela província contabilizou ainda 1.843 novos casos, aumentando o número de infectados na região para 56.249.

Com estas números, o total de mortes a nível mundial é de 1.669. Além dos 1.665 mortos na China continental, há a registar um morto na região especial administrativa chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão e um em França.

As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.

Das últimas 139 mortes na província de Hubei, 110 ocorreram na sua capital, Wuhan, que está em quarentena desde 23 de janeiro. Em Portugal, surgiram até agora sete situações suspeitas, mas nenhum caso se confirmou.

Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), há 44 casos confirmados na União Europeia e no Reino Unido.

16 Fev 2020

Covid-19 | Sobe para 1.665 número de mortos na China continental, mais 142 em 24 horas

[dropcap]O[/dropcap] número de mortes na China causadas pelo coronavírus Covid-19 subiu para 1.665, depois de a Comissão Nacional de Saúde daquele país ter anunciado hoje mais 142 casos fatais nas últimas 24 horas. Já o número de infectados na China continental (que exclui Macau e Hong Kong) é agora de 68.500, verificando-se um aumento de 2.009 casos nas últimas 24 horas.
No mesmo período em análise, 1.323 pessoas receberam alta hospitalar na China continental. Só na província chinesa de Hubei registaram-se mais 139 mortes, elevando para 1.596 os casos fatais naquela região, foco da epidemia detetada no final e 2019.
A comissão de saúde daquela província contabilizou ainda 1.843 novos casos, aumentando o número de infectados na região para 56.249.
Com estas números, o total de mortes a nível mundial é de 1.669. Além dos 1.665 mortos na China continental, há a registar um morto na região especial administrativa chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão e um em França.
As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.
Das últimas 139 mortes na província de Hubei, 110 ocorreram na sua capital, Wuhan, que está em quarentena desde 23 de janeiro. Em Portugal, surgiram até agora sete situações suspeitas, mas nenhum caso se confirmou.
Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), há 44 casos confirmados na União Europeia e no Reino Unido.

16 Fev 2020

Epidemia | Loja de artigos coreanos passou a vender máscaras

Uma loja de artigos coreanos tirou o que tinha nas prateleiras e passou exclusivamente a vender máscaras “Made in Korea” equivalentes às do tipo N95 ou superior. Segundo os responsáveis e as próprias autoridades coreanas, as máscaras cirúrgicas não oferecem a protecção necessária contra a transmissão do novo tipo de coronavírus

[dropcap]T[/dropcap]irámos tudo o que estava aqui e começámos a vender máscaras fabricadas na Coreia. Normalmente temos muitos artigos nas prateleiras como ambientadores, velas e malas, mas achámos que, neste momento, importante era ajudar a população de Macau”. As palavras são de Nancy Lee, funcionária da David´s Selection, uma pequena loja de artigos sul-coreanos situada na Calçada de Santo Agostinho.

Na vitrine, avisos afixados em folhas amarelas e vermelhas para chamar a atenção de quem passa. Entre recomendações impossíveis de compreender e máscaras cirúrgicas rasuradas com cruzes vermelhas, surge a mensagem “Don´t waste your money! This is for dust and common flu, not coronavirus”. No interior alguns clientes curiosos pegam em embalagens que descansam agora, onde há semanas atrás estava exposta uma distinta panóplia de fragrâncias e outros artigos para o lar. “A maior parte das pessoas que entra está só curiosa e acaba por não comprar porque desconhece e considera o preço caro”, partilhou com o HM a funcionária da loja. “Sinto-me preocupada e triste, porque os residentes de Macau não estão conscientes das vantagens da utilização de máscaras do tipo KF94. As únicas máscaras que conhecem são as máscaras cirúrgicas, acreditando que são capazes de os proteger completamente em todas as situações”, rematou.

Detalhando um pouco, “KF” é a abreviatura para “Korean Filter” (filtro coreano), sendo o número que é indicado de seguida (KF94, KF99, por exemplo) diz respeito à percentagem de pequenas partículas que determinado modelo é capaz de bloquear. Os modelos KF94 são o equivalente coreano das máscaras comumente vendidas de protecção reforçada do tipo N95, que geram normalmente maior desconforto na respiração do utilizador pelo facto de praticamente não terem aberturas para o exterior, gerando maior calor.

Na Coreia do Sul, e segundo informações do The Korea Herald, jornal em língua inglesa daquele país, as autoridades de saúde emitiram inclusivamente um comunicado onde aconselham a população a “usar sempre máscaras com uma capacidade de filtragem KF94 ou superior”.

De papel?

Sobre as máscaras cirúrgicas, as mesmas que estão a ser vendidas através do plano de fornecimento do Governo de Macau, Nancy Lee disse ao HM que são uma protecção adequada apenas para partículas de tamanho considerável e que, por permitirem ter muitos espaços abertos junto ao nariz e boca, oferecem uma protecção reduzida contra o contágio de infecções como o novo tipo de coronavírus. Os receios da funcionária são corroborados por um especialista citado no sábado passado pelo Business Insider, apontando que as máscaras cirúrgicas são aconselháveis apenas para impedir quem já está doente de passar a infecção para outras pessoas.

“Pequenas partículas infecciosas não conseguem ser filtradas pelas máscaras cirúrgicas”, defendeu Hyo-Jick Choi, professor assistente de Engenharia Química e dos Materiais da Universidade de Alberta, nos Estados Unidos. “Simultâneamente (…) as máscaras cirúrgicas não possuem a função de eliminar o vírus, por isso, se as partículas concentradas na sua superfície estiverem infectadas, conseguem lá sobreviver algumas horas ou até mesmo uma semana”, explicou o especialista àquela publicação.

Entretanto, enquanto mais um residente de Macau sai pelas portas do estabelecimento de mãos a abanar, Nancy Lee partilha que o problema do fornecimento de máscaras é tão grande que na Coreia do Sul o tipo de máscaras que está a vender em Macau já está esgotado. A sul-coreana que vive em Macau há mais de 10 anos acredita que a pequena empresa que tem mais dois estabelecimentos, “está a dar o seu melhor para ajudar a população”, até porque, ao contrário daquilo que está a acontecer no seu país natal, os preços não estão a ser inflaccionados.

“Na Coreia é impossível encontrar estas máscaras porque estão esgotadas em todo o lado e, mesmo que estejam à venda, iriam custar qualquer coisa como 40 patacas cada. Aqui estamos a vendê-las por 30 patacas. Ofercemos por isso um preço mais baixo, com pouca margem para ajudarmos as pessoas de Macau”, apontou Nancy Lee. “O Governo da Coreia já proibiu a exportação deste tipo de máscaras por isso deverão acabar em breve”, acrescentou.

Em Macau já foram vendidas 10 milhões de máscaras cirúrgicas ao fim das duas rondas de fornecimento, ou seja, metade da encomenda total feita pelo Governo de 20 milhões de unidades, confirmaram esta semana os Serviços de Saúde de Macau.

14 Fev 2020

Epidemia | Loja de artigos coreanos passou a vender máscaras

Uma loja de artigos coreanos tirou o que tinha nas prateleiras e passou exclusivamente a vender máscaras “Made in Korea” equivalentes às do tipo N95 ou superior. Segundo os responsáveis e as próprias autoridades coreanas, as máscaras cirúrgicas não oferecem a protecção necessária contra a transmissão do novo tipo de coronavírus

[dropcap]T[/dropcap]irámos tudo o que estava aqui e começámos a vender máscaras fabricadas na Coreia. Normalmente temos muitos artigos nas prateleiras como ambientadores, velas e malas, mas achámos que, neste momento, importante era ajudar a população de Macau”. As palavras são de Nancy Lee, funcionária da David´s Selection, uma pequena loja de artigos sul-coreanos situada na Calçada de Santo Agostinho.
Na vitrine, avisos afixados em folhas amarelas e vermelhas para chamar a atenção de quem passa. Entre recomendações impossíveis de compreender e máscaras cirúrgicas rasuradas com cruzes vermelhas, surge a mensagem “Don´t waste your money! This is for dust and common flu, not coronavirus”. No interior alguns clientes curiosos pegam em embalagens que descansam agora, onde há semanas atrás estava exposta uma distinta panóplia de fragrâncias e outros artigos para o lar. “A maior parte das pessoas que entra está só curiosa e acaba por não comprar porque desconhece e considera o preço caro”, partilhou com o HM a funcionária da loja. “Sinto-me preocupada e triste, porque os residentes de Macau não estão conscientes das vantagens da utilização de máscaras do tipo KF94. As únicas máscaras que conhecem são as máscaras cirúrgicas, acreditando que são capazes de os proteger completamente em todas as situações”, rematou.
Detalhando um pouco, “KF” é a abreviatura para “Korean Filter” (filtro coreano), sendo o número que é indicado de seguida (KF94, KF99, por exemplo) diz respeito à percentagem de pequenas partículas que determinado modelo é capaz de bloquear. Os modelos KF94 são o equivalente coreano das máscaras comumente vendidas de protecção reforçada do tipo N95, que geram normalmente maior desconforto na respiração do utilizador pelo facto de praticamente não terem aberturas para o exterior, gerando maior calor.
Na Coreia do Sul, e segundo informações do The Korea Herald, jornal em língua inglesa daquele país, as autoridades de saúde emitiram inclusivamente um comunicado onde aconselham a população a “usar sempre máscaras com uma capacidade de filtragem KF94 ou superior”.

De papel?

Sobre as máscaras cirúrgicas, as mesmas que estão a ser vendidas através do plano de fornecimento do Governo de Macau, Nancy Lee disse ao HM que são uma protecção adequada apenas para partículas de tamanho considerável e que, por permitirem ter muitos espaços abertos junto ao nariz e boca, oferecem uma protecção reduzida contra o contágio de infecções como o novo tipo de coronavírus. Os receios da funcionária são corroborados por um especialista citado no sábado passado pelo Business Insider, apontando que as máscaras cirúrgicas são aconselháveis apenas para impedir quem já está doente de passar a infecção para outras pessoas.
“Pequenas partículas infecciosas não conseguem ser filtradas pelas máscaras cirúrgicas”, defendeu Hyo-Jick Choi, professor assistente de Engenharia Química e dos Materiais da Universidade de Alberta, nos Estados Unidos. “Simultâneamente (…) as máscaras cirúrgicas não possuem a função de eliminar o vírus, por isso, se as partículas concentradas na sua superfície estiverem infectadas, conseguem lá sobreviver algumas horas ou até mesmo uma semana”, explicou o especialista àquela publicação.
Entretanto, enquanto mais um residente de Macau sai pelas portas do estabelecimento de mãos a abanar, Nancy Lee partilha que o problema do fornecimento de máscaras é tão grande que na Coreia do Sul o tipo de máscaras que está a vender em Macau já está esgotado. A sul-coreana que vive em Macau há mais de 10 anos acredita que a pequena empresa que tem mais dois estabelecimentos, “está a dar o seu melhor para ajudar a população”, até porque, ao contrário daquilo que está a acontecer no seu país natal, os preços não estão a ser inflaccionados.
“Na Coreia é impossível encontrar estas máscaras porque estão esgotadas em todo o lado e, mesmo que estejam à venda, iriam custar qualquer coisa como 40 patacas cada. Aqui estamos a vendê-las por 30 patacas. Ofercemos por isso um preço mais baixo, com pouca margem para ajudarmos as pessoas de Macau”, apontou Nancy Lee. “O Governo da Coreia já proibiu a exportação deste tipo de máscaras por isso deverão acabar em breve”, acrescentou.
Em Macau já foram vendidas 10 milhões de máscaras cirúrgicas ao fim das duas rondas de fornecimento, ou seja, metade da encomenda total feita pelo Governo de 20 milhões de unidades, confirmaram esta semana os Serviços de Saúde de Macau.

14 Fev 2020

Covid-19 | Governo anuncia pacote de medidas de apoio económico

Secretário para a Economia e Finanças anunciou ontem um conjunto de medidas anti-crise no valor estimado de 20 mil milhões de patacas destinados às empresas e à população para fazer face à situação do novo coronavírus. Além de isenção do pagamento de água e electricidade durante três meses, os residentes de Macau vão ter direito a vales de consumo no valor de três mil patacas

 

[dropcap]É[/dropcap] um verdadeiro cabaz de apoio económico que o Governo pretende injectar tanto nas empresas como na população, para fazer face às consequências provocadas pelo surto do novo tipo de coronavírus. Além de medidas de apoio directo à população, o secretário para a Economia e Finanças Lei Wai Nong anunciou ainda uma linha de empréstimos destinada às pequenas e médias empresas (PME) e medidas de apoio social para minimizar o impacto da situação nos que se encontram numa situação mais desfavorecida.

“O Governo sabe das incertezas sentidas pela população durante esta epidemia e a melhor solução para o problema é fazer face à situação. Por isso vamos lançar algumas medidas para atenuar as pressões sentidas”, começou por dizer Lei Wai Nong por ocasião da conferência de imprensa diária, promovida Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. O secretário não perdeu tempo em enumerar as cinco grandes áreas de acção deste pacote de medidas excepcionais e que passam pela isenção ou diminuição de impostos, pela abertura de uma linha de empréstimo com juros bonificados para as PME, pelo reforço do apoio social, desenvolvimento das competências profissionais dos trabalhadores e ainda pelo lançamento de vales de consumo electrónico.

O pacote de medidas excepcionais, orçamentado no valor estimado de 20 mil milhões de euros, irá ser implementado de forma faseada e de acordo com a apreciação da Assembleia Legislativa, explicou o secretário para a Economia e Finanças. Lei Wai Nong estabeleceu ainda uma fronteira com a situação vivida na altura do tufão Hato, afirmando que desta vez todos os sectores da sociedade têm de ser apoiados, sem lugar para particularizações.

“Espero que todos compreendam que esta epidemia é diferente do tufão Hato, que foi um ciclone tropical que envolveu dificuldades com estabelecimentos e áreas bem localizadas. Esta situação epidémica envolve dificuldades para todos os quadrantes da sociedade, desde cidadãos, até pequenas e médias empresas e foi por isso que adoptámos medidas de alto nível, onde não é possível fazer arranjos a pensar em casos especiais”, explicou.

Sobre as medidas de alívio fiscal, o Governo anunciou que ao nível do imposto profissional irá proceder-se ao aumento da devolução da colecta para 70 por cento, até ao limite de 20 mil patacas, bem como um aumento da dedução fixa ao rendimento colectável para os 30 por cento. Lei Wai Seng anunciou ainda que os residentes irão ficar isentos do pagamento da contribuição predial urbana das unidades habitacionais referente ao ano de 2019. Os residentes de Macau vão ainda ficar isentos do pagamento das tarifas da electricidade e da água durante três meses, entre Março e Maio.

Injecção de dois milhões

Destinado a “acelerar a recuperação económica da sociedade”, outra das novidades do novo pacote de medidas é o lançamento de vales de consumo no valor de três mil patacas. Os vales serão desenvolvidos pela Macau Pass, têm um prazo de validade de três meses poderão ser gastos em estabelecimentos comerciais da cidade. “O Governo de Macau vai atribuir aos residentes de Macau vales de consumo electrónico no valor de três mil patacas, que podem ser utilizadas nos restaurantes, no retalho, entre outras despesas. Têm a validade de três meses e esperamos que com esse apoio os residentes possam ultrapassar este momento difícil e promover o consumo local. Queremos desta forma investir 2,2 mil milhões de patacas no mercado”, explicou Lei Wai Nong.

Questionado sobre quais das medidas seriam aplicáveis a trabalhadores não residentes (TNR), o secretário confirmou que as medidas se destinam apenas aos residentes de Macau. “A cobrança dos impostos, as respectivas taxas e até alguns apoios para as PME e ajudas aos mais carenciados destinam-se exclusivamente a residentes de Macau. Quanto aos TNR vamos adoptar as suas complementaridades segundo a lei das relações de trabalho”, esclareceu Lei Wai Nong.

A nível social, para os mais carenciados é acrescentada uma nova atribuição dos vales de saúde no valor de 600 patacas e a atribuição dos dois subsídios extra aos agregados que já beneficiavam de apoio económico.

Apoio às empresas

Quanto aos apoios destinados às PME, o destaque vai para o facto de as empresas poderem beneficiar de um crédito com juros bonificados até um montante máximo de dois milhões de patacas, com uma taxa máxima de juros de 4 por cento, durante um período de três anos. Isto para as PME que obtenham empréstimos bancários motivados pela escassez de fundos operacionais relacionados com da epidemia.

Simultaneamente, será lançado um plano de apoio especial para as PME criadas há menos de dois anos, podendo estas solicitar um apoio de 600 mil patacas, isento de juros, ficando obrigado a pagar a dívida nos oito anos seguintes.

Quanto ao restante apoio destinado às empresas, no que respeita ao Imposto Complementar de Rendimentos, a colecta referente ao ano de 2019 vai sofrer uma dedução máxima de 300 mil patacas. Já a contribuição predial urbana para propriedades destinadas ao comércio e industrial referente ao ano de 2019 terá uma dedução de 25 por cento. O Governo anunciou também a isenção por seis meses do imposto de turismo, que corresponde a uma taxa de cinco por cento do consumo feito nos estabelecimentos do sector dos serviços turísticos.

Lei Wai Nong anunciou igualmente que o Governo irá proceder à devolução do imposto de circulação dos veículos comerciais referente ao ano de 2020, bem como para a isenção ou devolução do valor do imposto de selo para alvarás e licenças administrativas referentes a 2020.

 

Fronteiras | Mais rigor

Lei Wai Nong, secretário para a Economia e Finanças, admitiu ontem que o Governo pode vir a implementar medidas de controlo mais rigorosas na fronteira, numa altura em que continuam a cruzá-la diariamente mais de 10 mil pessoas. “O controlo do fluxo de pessoas é uma medida necessária, mas não podemos implementar esta medida somente através de uma ordem administrativa, temos de fazer uma avaliação geral, recorrendo a informações suficientes para tomar esta decisão. Se o risco aumentar vamos tomar medidas mais rigorosas”, referiu Lei Wai Nong. Numa altura em que a concentração de residentes nas ruas parece estar a aumentar, o secretário deixou ainda um alerta. “Todos precisam de ter consciência. O surto na comunidade é um preço altíssimo que nós não podemos pagar e por isso espero que os cidadãos compreendam que temos de escolher uma maneira de viver mais segura”.

Função pública /Casinos | Compasso de espera

Sobre a possível reabertura dos casinos terminado o prazo de encerramento de 15 dias decretado pelo Governo, Lei Wai Nong referiu que a decisão depende da deliberação administrativa e da avaliação de risco. “A suspensão terminará no dia 19 de Fevereiro mas será prolongada ou não dependendo da decisão administrativa e também da avaliação do risco. Só se avaliarmos a situação como segura é que vamos abrir os estabelecimentos. Temos estado em comunicação estreita com as concessionárias e respectivas entidades.” Já sobre o regresso à actividade da função pública, a secretária para os Assuntos Sociais Ao Leong U referiu que a decisão será “anunciada em breve” e que actualmente o Governo está “a estudar e a avaliar a situação epidemiológica para ver se na próxima semana irão recomeçar as actividades”. Todas as medidas tomadas pelo Governo são para poder iniciar o mais rapidamente possível as actividades”, acrescentou Ao Leong U.

14 Fev 2020

Covid-19 | Governo anuncia pacote de medidas de apoio económico

Secretário para a Economia e Finanças anunciou ontem um conjunto de medidas anti-crise no valor estimado de 20 mil milhões de patacas destinados às empresas e à população para fazer face à situação do novo coronavírus. Além de isenção do pagamento de água e electricidade durante três meses, os residentes de Macau vão ter direito a vales de consumo no valor de três mil patacas

 
[dropcap]É[/dropcap] um verdadeiro cabaz de apoio económico que o Governo pretende injectar tanto nas empresas como na população, para fazer face às consequências provocadas pelo surto do novo tipo de coronavírus. Além de medidas de apoio directo à população, o secretário para a Economia e Finanças Lei Wai Nong anunciou ainda uma linha de empréstimos destinada às pequenas e médias empresas (PME) e medidas de apoio social para minimizar o impacto da situação nos que se encontram numa situação mais desfavorecida.
“O Governo sabe das incertezas sentidas pela população durante esta epidemia e a melhor solução para o problema é fazer face à situação. Por isso vamos lançar algumas medidas para atenuar as pressões sentidas”, começou por dizer Lei Wai Nong por ocasião da conferência de imprensa diária, promovida Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. O secretário não perdeu tempo em enumerar as cinco grandes áreas de acção deste pacote de medidas excepcionais e que passam pela isenção ou diminuição de impostos, pela abertura de uma linha de empréstimo com juros bonificados para as PME, pelo reforço do apoio social, desenvolvimento das competências profissionais dos trabalhadores e ainda pelo lançamento de vales de consumo electrónico.
O pacote de medidas excepcionais, orçamentado no valor estimado de 20 mil milhões de euros, irá ser implementado de forma faseada e de acordo com a apreciação da Assembleia Legislativa, explicou o secretário para a Economia e Finanças. Lei Wai Nong estabeleceu ainda uma fronteira com a situação vivida na altura do tufão Hato, afirmando que desta vez todos os sectores da sociedade têm de ser apoiados, sem lugar para particularizações.
“Espero que todos compreendam que esta epidemia é diferente do tufão Hato, que foi um ciclone tropical que envolveu dificuldades com estabelecimentos e áreas bem localizadas. Esta situação epidémica envolve dificuldades para todos os quadrantes da sociedade, desde cidadãos, até pequenas e médias empresas e foi por isso que adoptámos medidas de alto nível, onde não é possível fazer arranjos a pensar em casos especiais”, explicou.
Sobre as medidas de alívio fiscal, o Governo anunciou que ao nível do imposto profissional irá proceder-se ao aumento da devolução da colecta para 70 por cento, até ao limite de 20 mil patacas, bem como um aumento da dedução fixa ao rendimento colectável para os 30 por cento. Lei Wai Seng anunciou ainda que os residentes irão ficar isentos do pagamento da contribuição predial urbana das unidades habitacionais referente ao ano de 2019. Os residentes de Macau vão ainda ficar isentos do pagamento das tarifas da electricidade e da água durante três meses, entre Março e Maio.

Injecção de dois milhões

Destinado a “acelerar a recuperação económica da sociedade”, outra das novidades do novo pacote de medidas é o lançamento de vales de consumo no valor de três mil patacas. Os vales serão desenvolvidos pela Macau Pass, têm um prazo de validade de três meses poderão ser gastos em estabelecimentos comerciais da cidade. “O Governo de Macau vai atribuir aos residentes de Macau vales de consumo electrónico no valor de três mil patacas, que podem ser utilizadas nos restaurantes, no retalho, entre outras despesas. Têm a validade de três meses e esperamos que com esse apoio os residentes possam ultrapassar este momento difícil e promover o consumo local. Queremos desta forma investir 2,2 mil milhões de patacas no mercado”, explicou Lei Wai Nong.
Questionado sobre quais das medidas seriam aplicáveis a trabalhadores não residentes (TNR), o secretário confirmou que as medidas se destinam apenas aos residentes de Macau. “A cobrança dos impostos, as respectivas taxas e até alguns apoios para as PME e ajudas aos mais carenciados destinam-se exclusivamente a residentes de Macau. Quanto aos TNR vamos adoptar as suas complementaridades segundo a lei das relações de trabalho”, esclareceu Lei Wai Nong.
A nível social, para os mais carenciados é acrescentada uma nova atribuição dos vales de saúde no valor de 600 patacas e a atribuição dos dois subsídios extra aos agregados que já beneficiavam de apoio económico.

Apoio às empresas

Quanto aos apoios destinados às PME, o destaque vai para o facto de as empresas poderem beneficiar de um crédito com juros bonificados até um montante máximo de dois milhões de patacas, com uma taxa máxima de juros de 4 por cento, durante um período de três anos. Isto para as PME que obtenham empréstimos bancários motivados pela escassez de fundos operacionais relacionados com da epidemia.
Simultaneamente, será lançado um plano de apoio especial para as PME criadas há menos de dois anos, podendo estas solicitar um apoio de 600 mil patacas, isento de juros, ficando obrigado a pagar a dívida nos oito anos seguintes.
Quanto ao restante apoio destinado às empresas, no que respeita ao Imposto Complementar de Rendimentos, a colecta referente ao ano de 2019 vai sofrer uma dedução máxima de 300 mil patacas. Já a contribuição predial urbana para propriedades destinadas ao comércio e industrial referente ao ano de 2019 terá uma dedução de 25 por cento. O Governo anunciou também a isenção por seis meses do imposto de turismo, que corresponde a uma taxa de cinco por cento do consumo feito nos estabelecimentos do sector dos serviços turísticos.
Lei Wai Nong anunciou igualmente que o Governo irá proceder à devolução do imposto de circulação dos veículos comerciais referente ao ano de 2020, bem como para a isenção ou devolução do valor do imposto de selo para alvarás e licenças administrativas referentes a 2020.
 

Fronteiras | Mais rigor

Lei Wai Nong, secretário para a Economia e Finanças, admitiu ontem que o Governo pode vir a implementar medidas de controlo mais rigorosas na fronteira, numa altura em que continuam a cruzá-la diariamente mais de 10 mil pessoas. “O controlo do fluxo de pessoas é uma medida necessária, mas não podemos implementar esta medida somente através de uma ordem administrativa, temos de fazer uma avaliação geral, recorrendo a informações suficientes para tomar esta decisão. Se o risco aumentar vamos tomar medidas mais rigorosas”, referiu Lei Wai Nong. Numa altura em que a concentração de residentes nas ruas parece estar a aumentar, o secretário deixou ainda um alerta. “Todos precisam de ter consciência. O surto na comunidade é um preço altíssimo que nós não podemos pagar e por isso espero que os cidadãos compreendam que temos de escolher uma maneira de viver mais segura”.

Função pública /Casinos | Compasso de espera

Sobre a possível reabertura dos casinos terminado o prazo de encerramento de 15 dias decretado pelo Governo, Lei Wai Nong referiu que a decisão depende da deliberação administrativa e da avaliação de risco. “A suspensão terminará no dia 19 de Fevereiro mas será prolongada ou não dependendo da decisão administrativa e também da avaliação do risco. Só se avaliarmos a situação como segura é que vamos abrir os estabelecimentos. Temos estado em comunicação estreita com as concessionárias e respectivas entidades.” Já sobre o regresso à actividade da função pública, a secretária para os Assuntos Sociais Ao Leong U referiu que a decisão será “anunciada em breve” e que actualmente o Governo está “a estudar e a avaliar a situação epidemiológica para ver se na próxima semana irão recomeçar as actividades”. Todas as medidas tomadas pelo Governo são para poder iniciar o mais rapidamente possível as actividades”, acrescentou Ao Leong U.

14 Fev 2020

Covid-19 | Número de infectados em Macau desce para sete após nova alta hospitalar

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Saúde de Macau anunciaram hoje que deram alta hospitalar a mais um paciente contaminado com o coronavírus Covid-19, passando para sete o número de infectados no território.

À semelhança dos dois casos anteriores que receberam alta, trata-se de uma mulher e também da cidade chinesa de Wuhan, foco do Covid-19, que deu entrada num hospital do território a 23 de Janeiro.

Na conferência de imprensa diária, as autoridades de saúde do território indicaram que nas últimas 24 horas foram testadas 387 amostras no Laboratório de Saúde Pública, um número que continua a crescer em relação a dias anteriores, uma vez que a despistagem tem sido alargada a grupos definidos como de maior risco.

No total, nas últimas semanas foram realizados 1.111 testes na capital mundial do jogo, cujos casinos encerraram por determinação governamental há uma semana. Dos 1.111 testes já foram descartados 1.077 casos suspeitos. Vinte e quatro pessoas continuam a aguardar o resultado das análises, enquanto 27 já saíram do isolamento imposto pelas autoridades de saúde.

O número de mortos na China continental devido ao coronavírus supera já os 1.300 casos. Só na província de Hubei, epicentro do surto, nas últimas 24 horas, morreram 242 pessoas e foram diagnosticados cerca de 15 mil novos casos.

O balanço ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.

O novo vírus, que provocou um morto em Hong Kong e outro nas Filipinas, afeta também o território de Macau (com oito infectados) e mais de duas dezenas de países, onde os casos de contágio superam os 350.

A situação motivou a marcação de uma reunião de urgência de ministros da Saúde dos países da União Europeia para hoje, em Bruxelas, enquanto a Organização Mundial de Saúde enviou uma equipa de especialistas para a China para acompanhar a evolução.

13 Fev 2020

Covid-19 | Número de infectados em Macau desce para sete após nova alta hospitalar

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Saúde de Macau anunciaram hoje que deram alta hospitalar a mais um paciente contaminado com o coronavírus Covid-19, passando para sete o número de infectados no território.
À semelhança dos dois casos anteriores que receberam alta, trata-se de uma mulher e também da cidade chinesa de Wuhan, foco do Covid-19, que deu entrada num hospital do território a 23 de Janeiro.
Na conferência de imprensa diária, as autoridades de saúde do território indicaram que nas últimas 24 horas foram testadas 387 amostras no Laboratório de Saúde Pública, um número que continua a crescer em relação a dias anteriores, uma vez que a despistagem tem sido alargada a grupos definidos como de maior risco.
No total, nas últimas semanas foram realizados 1.111 testes na capital mundial do jogo, cujos casinos encerraram por determinação governamental há uma semana. Dos 1.111 testes já foram descartados 1.077 casos suspeitos. Vinte e quatro pessoas continuam a aguardar o resultado das análises, enquanto 27 já saíram do isolamento imposto pelas autoridades de saúde.
O número de mortos na China continental devido ao coronavírus supera já os 1.300 casos. Só na província de Hubei, epicentro do surto, nas últimas 24 horas, morreram 242 pessoas e foram diagnosticados cerca de 15 mil novos casos.
O balanço ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.
O novo vírus, que provocou um morto em Hong Kong e outro nas Filipinas, afeta também o território de Macau (com oito infectados) e mais de duas dezenas de países, onde os casos de contágio superam os 350.
A situação motivou a marcação de uma reunião de urgência de ministros da Saúde dos países da União Europeia para hoje, em Bruxelas, enquanto a Organização Mundial de Saúde enviou uma equipa de especialistas para a China para acompanhar a evolução.

13 Fev 2020

Covid-19 | China reporta 15.152 novos casos de Covid-19 num dia com novo método de contagem

[dropcap]A[/dropcap] China reportou hoje 254 novas mortes e 15.152 novos infectados em 24 horas pelo novo coronavírus, designado Covid-19, num aumento recorde que resulta de uma alteração na metodologia da contagem. O número total de mortes pelo surto, inicialmente detectado em dezembro passado, fixou-se hoje em 1.367, enquanto o número de casos confirmados ascendeu a 59.804, em toda a China continental.

Para além do continente chinês, Hong Kong e as Filipinas reportaram um morto cada um. A Comissão Nacional de Saúde da China detalhou que, entre os pacientes, há 8.030 casos graves e que 5.911 pessoas foram curadas e tiveram alta.

A província de Hubei, de onde o vírus é originário, registou, nas últimas 24 horas, 242 mortos, mais do dobro em relação ao dia anterior.

Também o número de infectados ultrapassou em quase dez vezes os casos reportados na quarta-feira. Foram registados mais 14.840 novos casos da infeção na província, fixando o total em mais de 48 mil.

O novo método de contagem inclui “casos clinicamente diagnosticados”, mas que não foram ainda sujeitos a exame laboratorial e, portanto, ausentes até agora das estatísticas.

Os atrasos no diagnóstico do vírus podem ser significativos, já que muitos pacientes aguardam até uma semana pelos resultados dos exames em laboratório, que são enviados para Pequim.

Permitir que os médicos diagnostiquem diretamente os pacientes permitirá que mais pessoas recebam tratamento, inclusive em vários hospitais construídos de raiz em Wuhan especificamente para o tratamento de infectados com o Covid-19.

13 Fev 2020

Covid-19 | China reporta 15.152 novos casos de Covid-19 num dia com novo método de contagem

[dropcap]A[/dropcap] China reportou hoje 254 novas mortes e 15.152 novos infectados em 24 horas pelo novo coronavírus, designado Covid-19, num aumento recorde que resulta de uma alteração na metodologia da contagem. O número total de mortes pelo surto, inicialmente detectado em dezembro passado, fixou-se hoje em 1.367, enquanto o número de casos confirmados ascendeu a 59.804, em toda a China continental.
Para além do continente chinês, Hong Kong e as Filipinas reportaram um morto cada um. A Comissão Nacional de Saúde da China detalhou que, entre os pacientes, há 8.030 casos graves e que 5.911 pessoas foram curadas e tiveram alta.
A província de Hubei, de onde o vírus é originário, registou, nas últimas 24 horas, 242 mortos, mais do dobro em relação ao dia anterior.
Também o número de infectados ultrapassou em quase dez vezes os casos reportados na quarta-feira. Foram registados mais 14.840 novos casos da infeção na província, fixando o total em mais de 48 mil.
O novo método de contagem inclui “casos clinicamente diagnosticados”, mas que não foram ainda sujeitos a exame laboratorial e, portanto, ausentes até agora das estatísticas.
Os atrasos no diagnóstico do vírus podem ser significativos, já que muitos pacientes aguardam até uma semana pelos resultados dos exames em laboratório, que são enviados para Pequim.
Permitir que os médicos diagnostiquem diretamente os pacientes permitirá que mais pessoas recebam tratamento, inclusive em vários hospitais construídos de raiz em Wuhan especificamente para o tratamento de infectados com o Covid-19.

13 Fev 2020

TDM | Preocupações com falta de isolamento de 14 dias

As medidas de protecção na TDM para os trabalhadores que estiveram no Interior da China têm gerado preocupação entre os funcionários, mas Manuel Pires garante que a empresa está a cumprir as exigências do Governo. O presidente da Comissão Executiva desmente a existência de licenças sem vencimento forçadas

 

[dropcap]S[/dropcap]egundo a política da Teledifusão de Macau (TDM), os trabalhadores que estiveram durante o período do Ano Novo Chinês no Interior da China não ficaram dispensados de se apresentar ao trabalho, para cumprirem um período de quarentena de 14 dias. Contudo, foi-lhes exigido que utilizassem sempre máscara na redacção. Esta situação terá causado algum mal-estar na empresa junto de alguns trabalhadores, que preferiam que os colegas tivessem sido enviados para casa, porém, Manuel Pires, presidente da Comissão Executiva da e empresa, defende a opção tomada.

“Nós estamos a seguir todas as instruções do Chefe do Executivo. E desde 25 de Janeiro que todos os trabalhadores que se deslocaram ao Interior para gozarem férias no âmbito do Ano Novo Chinês sabem que têm sempre de utilizar máscara de protecção quando estão a trabalhar”, afirmou Manuel Pires, ao HM.

“Infelizmente não nos podemos dar ao luxo de ter esses trabalhadores isolados durante 14 dias, porque termos um serviço que nunca pára. Mas as chefias estão instruídas para no caso dessas pessoas apresentarem tosse, febre ou outros sintomas, serem imediatamente mandados para os cuidados médicos”, explicou.

O presidente da Comissão Executiva da TDM apontou ainda que desde o início a máscara foi exigida aos trabalhadores que tivessem estado no Interior da China, independentemente da província, mesmo numa altura em que, em geral, as medidas de protecção só visavam as pessoas que tivessem estado na província de Hubei, que tem como capital Wuhan.

Sem licenças forçadas

Com a epidemia do coronavírus foi ainda pedido pelo Governo às empresas que arranjassem soluções para evitar que os trabalhadores que vivem no Interior tenham de atravessar a fronteira. Nas redes sociais circularam informações que alguns destes trabalhadores na TDM tinham sido obrigados a tirar licenças sem vencimento. O cenário é desmentido por Manuel Pires: “Não há situações de licença sem vencimento impostas aos trabalhadores. Admito que tenha havido pedidos por parte dos trabalhadores para gozarem de licença sem vencimento, mas eu não me recordo de nenhum caso. E garanto que a empresa não pediu a ninguém para tirar férias sem vencimento”, sublinhou.

O HM contactou a Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) para perceber se tinha havido queixas devido à imposição de licenças sem vencimento na TDM, mas até à hora do fecho não teve resposta.

Contudo, Manuel Pires reconhece que houve chefias a pedir aos trabalhadores que vivem no Interior que tirem dias de férias, enquanto não podem ir trabalhar. “Admito que haja casos em que as chefias combinaram com os trabalhadores para eles tirarem dias de férias durante esta situação. Mas na TDM os trabalhadores têm 22 dias de férias úteis, portanto estamos a falar de um benefício que não é propriamente inferior ao oferecido no Governo”, apontou.

Distribuição de máscaras

Numa altura em que o acesso a máscaras e a soluções desinfectantes à base de álcool tem sido limitado, esta questão tem sido igualmente debatida no seio da empresa. Entre os trabalhadores, existe quem sinta que os materiais disponibilizados, como a cobertura dos microfones, não são suficientes.

Face a este cenário, o presidente da Comissão Executiva da TDM admite as limitações, mas frisa que tudo foi feito para comprar os materiais disponíveis.

“A preocupação com as máscaras [por parte dos trabalhadores] é razoável e não posso dizer que não tenha havido trabalhadores que numa certa situação não tenham tido acesso às máscaras”, começou por clarificar em relação a este aspecto. “Mas sabemos que o fornecimento de máscaras não é fácil para ninguém e desde que esta situação se colocou que a empresa tentou sempre adquirir máscaras, assim como o gel desinfectante e outros materiais necessários de protecção”, vincou.

Ainda em relação à distribuição do material de protecção da empresa, Manuel Pires sublinha que a prioridade no acesso é para os repórteres que vão a locais com riscos e que nesses casos, o material disponibilizado não é apenas máscaras, mas também toucas, óculos, luvas e batas.

Desporto 24 horas por dia

Como medida especial neste período em que as pessoas estão em casa de quarentena, o canal de desporto da TDM começou a emitir 24 horas por dia, numa medida especial. “Nós temos de entreter as pessoas, elas estão à casa e precisam de mais algo para se entreter, além da informação, como é óbvio”, explicou Manuel Pires sobre o carácter da medida.

13 Fev 2020

TDM | Preocupações com falta de isolamento de 14 dias

As medidas de protecção na TDM para os trabalhadores que estiveram no Interior da China têm gerado preocupação entre os funcionários, mas Manuel Pires garante que a empresa está a cumprir as exigências do Governo. O presidente da Comissão Executiva desmente a existência de licenças sem vencimento forçadas

 
[dropcap]S[/dropcap]egundo a política da Teledifusão de Macau (TDM), os trabalhadores que estiveram durante o período do Ano Novo Chinês no Interior da China não ficaram dispensados de se apresentar ao trabalho, para cumprirem um período de quarentena de 14 dias. Contudo, foi-lhes exigido que utilizassem sempre máscara na redacção. Esta situação terá causado algum mal-estar na empresa junto de alguns trabalhadores, que preferiam que os colegas tivessem sido enviados para casa, porém, Manuel Pires, presidente da Comissão Executiva da e empresa, defende a opção tomada.
“Nós estamos a seguir todas as instruções do Chefe do Executivo. E desde 25 de Janeiro que todos os trabalhadores que se deslocaram ao Interior para gozarem férias no âmbito do Ano Novo Chinês sabem que têm sempre de utilizar máscara de protecção quando estão a trabalhar”, afirmou Manuel Pires, ao HM.
“Infelizmente não nos podemos dar ao luxo de ter esses trabalhadores isolados durante 14 dias, porque termos um serviço que nunca pára. Mas as chefias estão instruídas para no caso dessas pessoas apresentarem tosse, febre ou outros sintomas, serem imediatamente mandados para os cuidados médicos”, explicou.
O presidente da Comissão Executiva da TDM apontou ainda que desde o início a máscara foi exigida aos trabalhadores que tivessem estado no Interior da China, independentemente da província, mesmo numa altura em que, em geral, as medidas de protecção só visavam as pessoas que tivessem estado na província de Hubei, que tem como capital Wuhan.

Sem licenças forçadas

Com a epidemia do coronavírus foi ainda pedido pelo Governo às empresas que arranjassem soluções para evitar que os trabalhadores que vivem no Interior tenham de atravessar a fronteira. Nas redes sociais circularam informações que alguns destes trabalhadores na TDM tinham sido obrigados a tirar licenças sem vencimento. O cenário é desmentido por Manuel Pires: “Não há situações de licença sem vencimento impostas aos trabalhadores. Admito que tenha havido pedidos por parte dos trabalhadores para gozarem de licença sem vencimento, mas eu não me recordo de nenhum caso. E garanto que a empresa não pediu a ninguém para tirar férias sem vencimento”, sublinhou.
O HM contactou a Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) para perceber se tinha havido queixas devido à imposição de licenças sem vencimento na TDM, mas até à hora do fecho não teve resposta.
Contudo, Manuel Pires reconhece que houve chefias a pedir aos trabalhadores que vivem no Interior que tirem dias de férias, enquanto não podem ir trabalhar. “Admito que haja casos em que as chefias combinaram com os trabalhadores para eles tirarem dias de férias durante esta situação. Mas na TDM os trabalhadores têm 22 dias de férias úteis, portanto estamos a falar de um benefício que não é propriamente inferior ao oferecido no Governo”, apontou.

Distribuição de máscaras

Numa altura em que o acesso a máscaras e a soluções desinfectantes à base de álcool tem sido limitado, esta questão tem sido igualmente debatida no seio da empresa. Entre os trabalhadores, existe quem sinta que os materiais disponibilizados, como a cobertura dos microfones, não são suficientes.
Face a este cenário, o presidente da Comissão Executiva da TDM admite as limitações, mas frisa que tudo foi feito para comprar os materiais disponíveis.
“A preocupação com as máscaras [por parte dos trabalhadores] é razoável e não posso dizer que não tenha havido trabalhadores que numa certa situação não tenham tido acesso às máscaras”, começou por clarificar em relação a este aspecto. “Mas sabemos que o fornecimento de máscaras não é fácil para ninguém e desde que esta situação se colocou que a empresa tentou sempre adquirir máscaras, assim como o gel desinfectante e outros materiais necessários de protecção”, vincou.
Ainda em relação à distribuição do material de protecção da empresa, Manuel Pires sublinha que a prioridade no acesso é para os repórteres que vão a locais com riscos e que nesses casos, o material disponibilizado não é apenas máscaras, mas também toucas, óculos, luvas e batas.

Desporto 24 horas por dia

Como medida especial neste período em que as pessoas estão em casa de quarentena, o canal de desporto da TDM começou a emitir 24 horas por dia, numa medida especial. “Nós temos de entreter as pessoas, elas estão à casa e precisam de mais algo para se entreter, além da informação, como é óbvio”, explicou Manuel Pires sobre o carácter da medida.

13 Fev 2020

Máscaras | Nova ronda começa com longas filas nos pontos de venda

O primeiro dia de mais uma ronda do plano de fornecimento de máscaras ficou marcado por longas filas de residentes em busca de obter as unidades a que têm direito. No dia da estreia de venda de máscaras infantis alguns tiveram medo que estas pudessem esgotar. Mais de 100 mil residentes já adquiriram máscaras, revelaram as autoridades

 

[dropcap]“D[/dropcap]ecidi vir hoje [ontem] porque tenho medo que as máscaras esgotem”, confessou ao HM uma mulher na casa dos 20 anos residente de Macau, que tinha chegado há poucos minutos à longa fila que percorria quase na totalidade a rua de São Lourenço até fazer a esquina, continuando pela Rua Inácio Baptista. “Na segunda ronda não vim levantar as máscaras e agora queremos garantir que levantamos as 10 unidades a que tenho direito antes que cheguem ao fim os 10 dias para o levantamento”, explicou.

Contrariando o apelo feito no dia anterior por Lei Wai Seng, responsável dos Serviços de Saúde (SS), no sentido de evitar uma “corrida às farmácias” e “criar ajuntamentos de pessoas que podem aumentar o risco de infecções”, o HM constatou que se formaram longas filas nalguns pontos de venda, nomeadamente nos centros de saúde do Tap Seac e de São Lourenço. Uma agente da polícia destacada para garantir a segurança junto ao centro de saúde de São Lourenço, estimou estarem reunidas cerca de uma centena de pessoas às 14h30. “Não sei porque é que as pessoas decidiram vir todas no primeiro dia”, partilhou.

Num dia que ficou também marcado pelo início do fornecimento de máscaras infantis, sendo estas vendidas exclusivamente nos centros de saúde, foi possível verificar que muitos compareceram propositadamente à sua procura. “Vim porque amanhã [hoje] vou viajar para Hong Kong e tenho um filho com cinco anos”, afirmou uma mulher residente de Macau, de apelido Cheong, enquanto esperava na fila para adquirir máscaras no centro de saúde de São Lourenço. “Penso que o número de máscaras que estão a fornecer destinadas às crianças é suficiente”, acrescentou. De opinião contrária é outra residente de Macau que à sua compra pretendia juntar a compra de máscaras para a irmã mais nova. “Cinco máscaras não é suficiente”, partilhou com o HM.

Recorde-se que as máscaras infantis disponíveis a partir de ontem são destinadas a crianças entre os três e os oito anos, podendo ser adquiridas cinco máscaras por cada criança e de cada vez. “Com base no princípio da justiça, as crianças desta faixa etária também podem ter acesso a cinco máscaras para adultos, ao mesmo tempo, ou podem em alternativa ter 10 máscaras para adultos”, pode ler-se numa nota divulgada ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. Nesta terceira fase de fornecimento foram colocadas à disposição da população, um milhão de máscaras infantis que o Governo adquiriu.

“Devido à falta de máscaras para crianças em todo o mundo, no plano de fornecimento foi estabelecida uma faixa etária”, justificou o Governo em comunicado.

O funcionário de um hotel dispensado de trabalhar por estes dias que também se encontrava na fila para comprar máscaras revelou ao HM que tem passado a última semana em casa “a jogar jogos e a navegar na internet”. “Em casa tento usar o mínimo possível para poupar as máscaras e só volto ao trabalho no dia 19”, partilhou o homem de apelido Kim. Já Cheong, que continuava à espera que chegasse a sua vez para comprar máscaras para o filho, diz estar a aproveitar o tempo em casa “para ensinar sobre alguns assuntos” o filho de cinco anos.

Mais um milhão

No total, já tinham sido vendidas, ao final da tarde de ontem 1,14 milhões de máscaras, revelaram dados oficiais do Serviços de Saúde, por ocasião da conferência de imprensa diária sobre o novo tipo de coronavírus. Assim, no primeiro dia da terceira ronda, os SS confirmaram que foram mais de 100 mil os residentes que se deslocaram aos 87 pontos de venda de máscaras em Macau, entre as farmácias convencionadas e os 21 pontos de serviço das associações cívicas que participam no plano. Quanto ao número de máscaras infantis vendidas no primeiro dia da terceira ronda de fornecimento, foram vendidas 19 unidades.

Acerca do stock total de máscaras actualmente disponível, as autoridades de saúde confirmaram na terça-feira já terem sido vendidas 10 milhões de máscaras ao fim das duas rondas de fornecimento, ou seja, metade da encomenda total feita pelo Governo de 20 milhões de unidades. “O Governo está a dar o seu melhor para adquirir mais máscaras em todo o mundo e é assim que vamos garantir o fornecimento de máscaras aos residentes de Macau”, explicou na altura, Lei Wai Seng.

13 Fev 2020

Máscaras | Nova ronda começa com longas filas nos pontos de venda

O primeiro dia de mais uma ronda do plano de fornecimento de máscaras ficou marcado por longas filas de residentes em busca de obter as unidades a que têm direito. No dia da estreia de venda de máscaras infantis alguns tiveram medo que estas pudessem esgotar. Mais de 100 mil residentes já adquiriram máscaras, revelaram as autoridades

 
[dropcap]“D[/dropcap]ecidi vir hoje [ontem] porque tenho medo que as máscaras esgotem”, confessou ao HM uma mulher na casa dos 20 anos residente de Macau, que tinha chegado há poucos minutos à longa fila que percorria quase na totalidade a rua de São Lourenço até fazer a esquina, continuando pela Rua Inácio Baptista. “Na segunda ronda não vim levantar as máscaras e agora queremos garantir que levantamos as 10 unidades a que tenho direito antes que cheguem ao fim os 10 dias para o levantamento”, explicou.
Contrariando o apelo feito no dia anterior por Lei Wai Seng, responsável dos Serviços de Saúde (SS), no sentido de evitar uma “corrida às farmácias” e “criar ajuntamentos de pessoas que podem aumentar o risco de infecções”, o HM constatou que se formaram longas filas nalguns pontos de venda, nomeadamente nos centros de saúde do Tap Seac e de São Lourenço. Uma agente da polícia destacada para garantir a segurança junto ao centro de saúde de São Lourenço, estimou estarem reunidas cerca de uma centena de pessoas às 14h30. “Não sei porque é que as pessoas decidiram vir todas no primeiro dia”, partilhou.
Num dia que ficou também marcado pelo início do fornecimento de máscaras infantis, sendo estas vendidas exclusivamente nos centros de saúde, foi possível verificar que muitos compareceram propositadamente à sua procura. “Vim porque amanhã [hoje] vou viajar para Hong Kong e tenho um filho com cinco anos”, afirmou uma mulher residente de Macau, de apelido Cheong, enquanto esperava na fila para adquirir máscaras no centro de saúde de São Lourenço. “Penso que o número de máscaras que estão a fornecer destinadas às crianças é suficiente”, acrescentou. De opinião contrária é outra residente de Macau que à sua compra pretendia juntar a compra de máscaras para a irmã mais nova. “Cinco máscaras não é suficiente”, partilhou com o HM.
Recorde-se que as máscaras infantis disponíveis a partir de ontem são destinadas a crianças entre os três e os oito anos, podendo ser adquiridas cinco máscaras por cada criança e de cada vez. “Com base no princípio da justiça, as crianças desta faixa etária também podem ter acesso a cinco máscaras para adultos, ao mesmo tempo, ou podem em alternativa ter 10 máscaras para adultos”, pode ler-se numa nota divulgada ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. Nesta terceira fase de fornecimento foram colocadas à disposição da população, um milhão de máscaras infantis que o Governo adquiriu.
“Devido à falta de máscaras para crianças em todo o mundo, no plano de fornecimento foi estabelecida uma faixa etária”, justificou o Governo em comunicado.
O funcionário de um hotel dispensado de trabalhar por estes dias que também se encontrava na fila para comprar máscaras revelou ao HM que tem passado a última semana em casa “a jogar jogos e a navegar na internet”. “Em casa tento usar o mínimo possível para poupar as máscaras e só volto ao trabalho no dia 19”, partilhou o homem de apelido Kim. Já Cheong, que continuava à espera que chegasse a sua vez para comprar máscaras para o filho, diz estar a aproveitar o tempo em casa “para ensinar sobre alguns assuntos” o filho de cinco anos.

Mais um milhão

No total, já tinham sido vendidas, ao final da tarde de ontem 1,14 milhões de máscaras, revelaram dados oficiais do Serviços de Saúde, por ocasião da conferência de imprensa diária sobre o novo tipo de coronavírus. Assim, no primeiro dia da terceira ronda, os SS confirmaram que foram mais de 100 mil os residentes que se deslocaram aos 87 pontos de venda de máscaras em Macau, entre as farmácias convencionadas e os 21 pontos de serviço das associações cívicas que participam no plano. Quanto ao número de máscaras infantis vendidas no primeiro dia da terceira ronda de fornecimento, foram vendidas 19 unidades.
Acerca do stock total de máscaras actualmente disponível, as autoridades de saúde confirmaram na terça-feira já terem sido vendidas 10 milhões de máscaras ao fim das duas rondas de fornecimento, ou seja, metade da encomenda total feita pelo Governo de 20 milhões de unidades. “O Governo está a dar o seu melhor para adquirir mais máscaras em todo o mundo e é assim que vamos garantir o fornecimento de máscaras aos residentes de Macau”, explicou na altura, Lei Wai Seng.

13 Fev 2020

Trabalho | Lacunas da lei laboral expostas com a crise da epidemia 

Licenças sem vencimento forçadas, viagens de regresso ao país de origem que não são pagas pelos empregadores, despedimentos fora da lei. Muitos têm sido os casos de ilegalidades cometidas pelas empresas de Macau desde que o surto do coronavírus roubou clientes e turistas ao território. Analistas afirmam que o Governo deveria promover uma revisão de uma lei laboral que favorece os empresários e não os trabalhadores. António Katchi defende a implementação de uma lei de emergência que garanta direitos laborais em alturas de crise

 

[dropcap]D[/dropcap]esde que as ruas de Macau ficaram vazias que o sector económico se tem visto a braços com uma crise sem precedentes. Empresas de grande e pequena dimensão estão a fechar portas por tempo indeterminado, o que tem levado à ocorrência de situações que violam a lei das relações laborais. Analistas ouvidos pelo HM exigem mesmo uma revisão do diploma.

Eric Sautedé, analista político ligado à organização não governamental China Labour Bulletin em Hong Kong, “as leis laborais estão profundamente ultrapassadas e concebidas, em ambas as regiões administrativas especiais, para permitir uma maior ‘flexibilidade’ ao invés de uma ‘protecção’”. “A flexibilidade é óptima se tivermos numa situação de pleno emprego e se não se pertencer a grupos vulneráveis da força laboral (trabalhadores informais, expatriados ou perto da idade da reforma).”

Para o ex-professor de ciência política da Universidade de São José, “em períodos de crise actual, todos percebem que estas leis estão claramente contra os interesses dos trabalhadores”. Eric Sautedé destaca ainda o facto de, em Macau, não existir ainda uma lei sindical, apesar de tal estar contemplado na Lei Básica da RAEM. Como exemplo, o analista aponta o caso recente de redução salarial promovido pelo grupo Shun Tak, semanas antes da crise do coronavírus começar.

“Se existissem sindicatos em Macau, os trabalhadores estariam melhor protegidos. O que aconteceu com a TurboJet, e com as licenças sem vencimento não negociáveis, indicam claramente que mesmo em Hong Kong há importantes conflitos de interesses. Só a Federação dos Sindicatos de Hong Kong levou a cabo uma primeira acção, para depois ficar quieta. E questiono-me porquê? Talvez porque a federação não tenha em conta os interesses dos trabalhadores.”

Fonte ligada ao Direito de Macau garante que o coronavírus revelou o que sempre lá esteve lá, mas que tem sido ignorado. Além de se viver uma situação nova que nem patrões nem empregados sabem como lidar.
“Não há nada na lei de Macau que nos permita definir procedimentos para esta situação em concreto. Esta situação acontece porque não se sabe o que se pode ou não fazer. O mais próximo que temos são regras para alturas de tufão, no caso de as empresas deverem ou não pagar aos empregados se estes não se apresentarem ao trabalho, ou se as faltas são ou não justificadas.”

“Se o contrato de trabalho tiver de ser suspenso, os trabalhadores estão em casa, devem ser pagos ou não? É culpa deles? Não é, é por culpa da empresa? Gera-se uma série de questões que são muito delicadas e para as quais não há resposta na lei”, acrescentou a mesma fonte.

O erro de Ho Iat Seng

Para o jurista António Katchi, a primeira falha de todo este processo foi cometida pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, quando este sugeriu que as empresas marcassem férias aos trabalhadores neste período de quarentena.

“Com efeito, a lei do trabalho vigente permite ao empregador marcar as férias do trabalhador sem o consentimento deste, tendo simplesmente em conta os interesses da própria empresa. Assim, parece mesmo ser legalmente admissível que as empresas cujo funcionamento é agora suspenso obriguem os trabalhadores a gastar os seus dias de férias anuais pagas durante este período. Só que isto seria, a meu ver, ilícito, pois constituiria um abuso daquele direito que a lei, infelizmente, confere ao empregador (o direito de marcar unilateralmente as férias do trabalhador).”

Para Katchi, há duas razões para que, neste caso específico, haja um abuso da lei. “Primeiro, porque, durante este período, os trabalhadores já estão dispensados do trabalho em consequência do encerramento administrativo temporário dos seus locais de trabalho, o que significa que a dispensa por motivo de férias nada lhes acrescentaria para efeitos de descanso”, disse.

Além disso, “na conjunctura actual, os trabalhadores, como a população em geral, estão extremamente limitados na possibilidade de desfrutarem os seus tempos livres, o que frustraria a finalidade social do próprio direito a férias (por exemplo, os 35 mil trabalhadores do sector do jogo que vivem em Zhuhai nem sequer poderiam regressar a casa para junto da sua família, pois, se o fizessem, ficariam depois sujeitos a quarentena quando retornassem a Macau).”

“Em suma, se os empregadores seguissem a sugestão do Chefe do Executivo, estariam verdadeiramente a roubar aos trabalhadores o direito a férias deste ano”, acrescentou António Katchi.

Problemas em cadeia

Outro problema verificado neste período de quarentena passa pelas reduções salariais. A revisão feita em 2008 decretou que a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) apenas tenha de receber uma notificação do acordo celebrado entre patrões e empregados no prazo de dez dias, acordo esse que nunca é de mútuo acordo, denota António Katchi.

Gera-se, no entanto, uma reacção em cadeia. “Uma vez que o empregador pode despedir independentemente da justa causa, o trabalhador fica na prática sem qualquer possibilidade de recusar esse ‘acordo’”.

Mais uma vez, a ausência de sindicatos deita tudo a perder no que à protecção de direitos diz respeito. “Este encadeamento causal poderia ser rompido pelos trabalhadores se estivessem organizados em estruturas de classe (sindicatos e comissões de trabalhadores), capazes de impôr ao patronato a negociação colectiva e a greve, mas também isso, como sabemos, é inexistente em Macau.”

Neste sentido, a crise gerada pelo coronavírus trouxe “alguns dos problemas mais candentes da legislação laboral de Macau”. Os exemplos apresentados pelo jurista são vários e passam pela permissão de despedimento sem justa causa e a possibilidade de redução salarial sem autorização administrativa nem sujeição a quaisquer pressupostos materiais ou circunstanciais definidos na lei, sem esquecer a ausência de lei regulamentadora da liberdade sindical, da liberdade de negociação colectiva e do direito à greve.

Quanto à obrigatoriedade de assinatura de cartas de demissão por parte de empregadores, um caso ocorrido no Hotel Fortuna, “o problema não parece estar na lei [laboral]”. Isto porque, defende António Katchi, “à luz do Código Civil, aplicável neste ponto aos contratos de trabalho, uma declaração assinada sob coacção moral é inválida – mais precisamente, é anulável, por via judicial”. “É claro que isto levanta uma dificuldade prática ao trabalhador: para obter a sua anulação, ele teria que intentar uma acção judicial e, nesta, provar que houve coacção”, explicou ainda.

Agir com má-fé

Para Eric Sautedé, há patrões a agir “de má-fé”, defendendo a aplicação de sanções para as grandes empresas. “Os empregadores deveriam ser sancionados, especialmente nos casos que ocorrem em empresas influentes. Felizmente, até agora, ouvimos falar de poucos casos, ainda que seja preocupante ouvir que os trabalhadores questionam até que ponto os casos foram verdadeiramente resolvidos pelos departamentos laborais.”

Outro ponto diz respeito às licenças sem vencimento forçadas, assinadas “sob o argumento não negociável de que os trabalhadores têm de aceitar as condições impostas ou simplesmente podem perder o seu emprego porque a empresa vai fechar em breve”.

“As licenças sem vencimento, por comum acordo, são legais, mas o que constitui ‘um argumento’ nestes casos? Será que os trabalhadores têm escolha? Será que todos estão sujeitos às mesmas regras? Há algum ‘limite temporal’ e vão ser pagas compensações se os negócios voltaram ao normal?”, questiona Eric Sautedé.

Os trabalhadores não residentes (TNR) também têm sido vítimas destas lacunas laborais. Várias associações de trabalhadoras domésticas em Macau denunciaram à Lusa casos de exploração laboral, desde cortes nos salários à obrigação de ficarem em casa dos patrões, desde que foram adoptadas medidas excepcionais devido ao novo coronavírus.

Para além da redução nos vencimentos acordados e da obrigatoriedade de permanecer em casa dos patrões em condições pouco dignas, as empregadas domésticas dão conta de um número crescente de outros casos que configuram exploração laboral.

A presidente da União Progressista dos Trabalhadores Domésticos de Macau, Jassy Santos, falou de despedimentos, horas extraordinárias sem o respectivo pagamento e o facto de não serem disponibilizadas máscaras ou produtos desinfectantes às trabalhadoras, forçadas a ficar em casa dos patrões sem direito a quarto ou mesmo uma cama.

DSAL pouco pode fazer

Na hora de apoiar os trabalhadores, o analista político acredita que, na prática, entidades como a DSAL, ou a sua congénere em Hong Kong, pouco podem fazer. “Os departamentos laborais devem garantir que a lei é respeitada, mas o problema é que as leis são extremamente favoráveis aos interesses empresariais, e não o são verdadeiramente em relação aos trabalhadores.”

Igual argumento tem António Katchi. “Os capitalistas, a começar desde logo pelas grandes empresas – como se vê em Hong Kong com a Cathay Pacific -, aproveitam qualquer oportunidade que a lei e as autoridades públicas, pelas suas acções e omissões, lhes facultem para ‘sacudirem’ para cima dos trabalhadores as consequências económicas de qualquer crise. Está na sua natureza. Perante isto, é imperioso exigir aos órgãos do poder político que intervenham para proteger os trabalhadores e, em geral, os sectores mais desfavorecidos da população”, concluiu.

13 Fev 2020

Trabalho | Lacunas da lei laboral expostas com a crise da epidemia 

Licenças sem vencimento forçadas, viagens de regresso ao país de origem que não são pagas pelos empregadores, despedimentos fora da lei. Muitos têm sido os casos de ilegalidades cometidas pelas empresas de Macau desde que o surto do coronavírus roubou clientes e turistas ao território. Analistas afirmam que o Governo deveria promover uma revisão de uma lei laboral que favorece os empresários e não os trabalhadores. António Katchi defende a implementação de uma lei de emergência que garanta direitos laborais em alturas de crise

 
[dropcap]D[/dropcap]esde que as ruas de Macau ficaram vazias que o sector económico se tem visto a braços com uma crise sem precedentes. Empresas de grande e pequena dimensão estão a fechar portas por tempo indeterminado, o que tem levado à ocorrência de situações que violam a lei das relações laborais. Analistas ouvidos pelo HM exigem mesmo uma revisão do diploma.
Eric Sautedé, analista político ligado à organização não governamental China Labour Bulletin em Hong Kong, “as leis laborais estão profundamente ultrapassadas e concebidas, em ambas as regiões administrativas especiais, para permitir uma maior ‘flexibilidade’ ao invés de uma ‘protecção’”. “A flexibilidade é óptima se tivermos numa situação de pleno emprego e se não se pertencer a grupos vulneráveis da força laboral (trabalhadores informais, expatriados ou perto da idade da reforma).”
Para o ex-professor de ciência política da Universidade de São José, “em períodos de crise actual, todos percebem que estas leis estão claramente contra os interesses dos trabalhadores”. Eric Sautedé destaca ainda o facto de, em Macau, não existir ainda uma lei sindical, apesar de tal estar contemplado na Lei Básica da RAEM. Como exemplo, o analista aponta o caso recente de redução salarial promovido pelo grupo Shun Tak, semanas antes da crise do coronavírus começar.
“Se existissem sindicatos em Macau, os trabalhadores estariam melhor protegidos. O que aconteceu com a TurboJet, e com as licenças sem vencimento não negociáveis, indicam claramente que mesmo em Hong Kong há importantes conflitos de interesses. Só a Federação dos Sindicatos de Hong Kong levou a cabo uma primeira acção, para depois ficar quieta. E questiono-me porquê? Talvez porque a federação não tenha em conta os interesses dos trabalhadores.”
Fonte ligada ao Direito de Macau garante que o coronavírus revelou o que sempre lá esteve lá, mas que tem sido ignorado. Além de se viver uma situação nova que nem patrões nem empregados sabem como lidar.
“Não há nada na lei de Macau que nos permita definir procedimentos para esta situação em concreto. Esta situação acontece porque não se sabe o que se pode ou não fazer. O mais próximo que temos são regras para alturas de tufão, no caso de as empresas deverem ou não pagar aos empregados se estes não se apresentarem ao trabalho, ou se as faltas são ou não justificadas.”
“Se o contrato de trabalho tiver de ser suspenso, os trabalhadores estão em casa, devem ser pagos ou não? É culpa deles? Não é, é por culpa da empresa? Gera-se uma série de questões que são muito delicadas e para as quais não há resposta na lei”, acrescentou a mesma fonte.

O erro de Ho Iat Seng

Para o jurista António Katchi, a primeira falha de todo este processo foi cometida pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, quando este sugeriu que as empresas marcassem férias aos trabalhadores neste período de quarentena.
“Com efeito, a lei do trabalho vigente permite ao empregador marcar as férias do trabalhador sem o consentimento deste, tendo simplesmente em conta os interesses da própria empresa. Assim, parece mesmo ser legalmente admissível que as empresas cujo funcionamento é agora suspenso obriguem os trabalhadores a gastar os seus dias de férias anuais pagas durante este período. Só que isto seria, a meu ver, ilícito, pois constituiria um abuso daquele direito que a lei, infelizmente, confere ao empregador (o direito de marcar unilateralmente as férias do trabalhador).”
Para Katchi, há duas razões para que, neste caso específico, haja um abuso da lei. “Primeiro, porque, durante este período, os trabalhadores já estão dispensados do trabalho em consequência do encerramento administrativo temporário dos seus locais de trabalho, o que significa que a dispensa por motivo de férias nada lhes acrescentaria para efeitos de descanso”, disse.
Além disso, “na conjunctura actual, os trabalhadores, como a população em geral, estão extremamente limitados na possibilidade de desfrutarem os seus tempos livres, o que frustraria a finalidade social do próprio direito a férias (por exemplo, os 35 mil trabalhadores do sector do jogo que vivem em Zhuhai nem sequer poderiam regressar a casa para junto da sua família, pois, se o fizessem, ficariam depois sujeitos a quarentena quando retornassem a Macau).”
“Em suma, se os empregadores seguissem a sugestão do Chefe do Executivo, estariam verdadeiramente a roubar aos trabalhadores o direito a férias deste ano”, acrescentou António Katchi.

Problemas em cadeia

Outro problema verificado neste período de quarentena passa pelas reduções salariais. A revisão feita em 2008 decretou que a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) apenas tenha de receber uma notificação do acordo celebrado entre patrões e empregados no prazo de dez dias, acordo esse que nunca é de mútuo acordo, denota António Katchi.
Gera-se, no entanto, uma reacção em cadeia. “Uma vez que o empregador pode despedir independentemente da justa causa, o trabalhador fica na prática sem qualquer possibilidade de recusar esse ‘acordo’”.
Mais uma vez, a ausência de sindicatos deita tudo a perder no que à protecção de direitos diz respeito. “Este encadeamento causal poderia ser rompido pelos trabalhadores se estivessem organizados em estruturas de classe (sindicatos e comissões de trabalhadores), capazes de impôr ao patronato a negociação colectiva e a greve, mas também isso, como sabemos, é inexistente em Macau.”
Neste sentido, a crise gerada pelo coronavírus trouxe “alguns dos problemas mais candentes da legislação laboral de Macau”. Os exemplos apresentados pelo jurista são vários e passam pela permissão de despedimento sem justa causa e a possibilidade de redução salarial sem autorização administrativa nem sujeição a quaisquer pressupostos materiais ou circunstanciais definidos na lei, sem esquecer a ausência de lei regulamentadora da liberdade sindical, da liberdade de negociação colectiva e do direito à greve.
Quanto à obrigatoriedade de assinatura de cartas de demissão por parte de empregadores, um caso ocorrido no Hotel Fortuna, “o problema não parece estar na lei [laboral]”. Isto porque, defende António Katchi, “à luz do Código Civil, aplicável neste ponto aos contratos de trabalho, uma declaração assinada sob coacção moral é inválida – mais precisamente, é anulável, por via judicial”. “É claro que isto levanta uma dificuldade prática ao trabalhador: para obter a sua anulação, ele teria que intentar uma acção judicial e, nesta, provar que houve coacção”, explicou ainda.

Agir com má-fé

Para Eric Sautedé, há patrões a agir “de má-fé”, defendendo a aplicação de sanções para as grandes empresas. “Os empregadores deveriam ser sancionados, especialmente nos casos que ocorrem em empresas influentes. Felizmente, até agora, ouvimos falar de poucos casos, ainda que seja preocupante ouvir que os trabalhadores questionam até que ponto os casos foram verdadeiramente resolvidos pelos departamentos laborais.”
Outro ponto diz respeito às licenças sem vencimento forçadas, assinadas “sob o argumento não negociável de que os trabalhadores têm de aceitar as condições impostas ou simplesmente podem perder o seu emprego porque a empresa vai fechar em breve”.
“As licenças sem vencimento, por comum acordo, são legais, mas o que constitui ‘um argumento’ nestes casos? Será que os trabalhadores têm escolha? Será que todos estão sujeitos às mesmas regras? Há algum ‘limite temporal’ e vão ser pagas compensações se os negócios voltaram ao normal?”, questiona Eric Sautedé.
Os trabalhadores não residentes (TNR) também têm sido vítimas destas lacunas laborais. Várias associações de trabalhadoras domésticas em Macau denunciaram à Lusa casos de exploração laboral, desde cortes nos salários à obrigação de ficarem em casa dos patrões, desde que foram adoptadas medidas excepcionais devido ao novo coronavírus.
Para além da redução nos vencimentos acordados e da obrigatoriedade de permanecer em casa dos patrões em condições pouco dignas, as empregadas domésticas dão conta de um número crescente de outros casos que configuram exploração laboral.
A presidente da União Progressista dos Trabalhadores Domésticos de Macau, Jassy Santos, falou de despedimentos, horas extraordinárias sem o respectivo pagamento e o facto de não serem disponibilizadas máscaras ou produtos desinfectantes às trabalhadoras, forçadas a ficar em casa dos patrões sem direito a quarto ou mesmo uma cama.

DSAL pouco pode fazer

Na hora de apoiar os trabalhadores, o analista político acredita que, na prática, entidades como a DSAL, ou a sua congénere em Hong Kong, pouco podem fazer. “Os departamentos laborais devem garantir que a lei é respeitada, mas o problema é que as leis são extremamente favoráveis aos interesses empresariais, e não o são verdadeiramente em relação aos trabalhadores.”
Igual argumento tem António Katchi. “Os capitalistas, a começar desde logo pelas grandes empresas – como se vê em Hong Kong com a Cathay Pacific -, aproveitam qualquer oportunidade que a lei e as autoridades públicas, pelas suas acções e omissões, lhes facultem para ‘sacudirem’ para cima dos trabalhadores as consequências económicas de qualquer crise. Está na sua natureza. Perante isto, é imperioso exigir aos órgãos do poder político que intervenham para proteger os trabalhadores e, em geral, os sectores mais desfavorecidos da população”, concluiu.

13 Fev 2020

Epidemia | Mulher de 21 anos recuperou e teve alta na tarde de ontem

O número de vítimas que recuperaram da infecção do coronavírus de Wuhan subiu para dois, de acordo com as informações oficiais. A jovem teve alta depois de um tratamento de 16 dias

 

[dropcap]O[/dropcap] número de pessoas curadas em Macau que tinham sido infectados com o coronavírus subiu para dois, após uma paciente de 21 anos, uma mulher de Wuhan, ter tido alta hospitalar. A informação foi avançada, ontem, na conferência de imprensa diária sobre a epidemia, por Chang Tam Fei, coordenador dos Serviços de Urgência do Centro Hospitalar Conde São Januário.

“Aquele que tinha sido identificado como o quinto caso em Macau, uma mulher com 21 anos de Wuhan teve alta esta tarde”, foi revelado por Chang. “A alta da mulher foi aprovada depois de um tratamento de 16 dias. Já apresentava uma situação estável e depois de dois testes rigorosos negativos foi considerado que estava apta para ter alta”, acrescentou.

Segundo as declarações do coordenador dos Serviços de Urgência do Centro Hospitalar Conde São Januário, a mulher que estava em Macau desde 23 de Janeiro tem uma conta de 25 mil patacas para pagar e fez entrar um pedido de isenção. Uma vez que a mulher afirmou não ter dinheiro consigo em quantidade suficiente nem cartão de crédito disponível, comprometeu-se a fazer o pagamento no espaço de um mês, caso o pedido de isenção não seja aceite.

Segundo as regras em vigor, os não-residentes têm de pagar as despesas que causam ao hospital público a dobrar, ou sejam a mulher de 21 anos vai ter de pagar 25 mil patacas, mas a despesa efectiva para o hospital terá sido de 12,5 mil patacas.

Com esta alta, dos 10 casos confirmados na RAEM há ainda oito pessoas que se encontram isoladas, sendo que as autoridades previram que algumas poderiam ter alta nos próximos dias. Anteriormente, já uma empresária de Wuhan, que tinha sido confirmada como o primeiro caso, tinha tido alta.

Corrida às máscaras

Ontem começou o primeiro dia da terceira fase de vendas de máscaras e foram comercializadas cerca de 1,14 milhões de unidades para cerca de 114 mil pessoas (ver página 5). Entre este número de máscaras cerca de 19 mil foram vendidas para crianças.

No entanto, e ao contrário dos apelos, verificou-se uma corrida às máscaras, pelo que foi deixado o alerta às pessoas para que evitem as longas filas e concentrações: “Temos máscaras suficientes para toda a população, as pessoas não precisam de entrar em pânico e se não precisarem delas imediatamente podem ir buscá-las um ou dois dias depois”, aconselhou Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância de Doença.

Leong admitiu ainda que há menos máscaras para crianças, mas que mesmo estas podem utilizar os produtos para adultos. Porém, reforçou que não há motivo para as crianças saírem de casa, onde devem permanecer: “Ao contrário dos adultos que precisam de sair de casa, não há motivo para as crianças saírem, por isso não precisam de tantas máscaras. As crianças devem ficar em casa”, sublinhou.

A procura foi tanta que as actualizações da aplicação disponibilizada pelo Governo não acompanharam a realidade, fazendo com que fosse indicado que havia máscaras disponíveis em certos locais, o que já não correspondia à realidade.

Especulação na rua

Também ontem, as autoridades receberam queixas de que, perto do mercado do Iao Hon, um homem estaria a vender as máscaras que tinha comprado junto do o Governo.

Segundo as denúncias recebidas, o homem tinha comprado as 10 máscaras por 8 patacas e estava a vender cada por 12,5 patacas.

As autoridades foram investigar o caso, mas quando chegaram ao local não conseguiram encontrar o homem em causa.

Este comportamento foi fortemente criticado pelos representantes do Governo, que frisaram várias vezes que as máscaras são adquiridas para “proteger” a população e não para “lucrar”. Porém, os representantes do Executivo não conseguiram apontar as infracções e penalizações para quem aproveite as máscaras para fazer negócio.

Fim das borlas

Até ontem os hospitais e clínicas locais dos Serviços de Saúde disponibilizavam máscaras gratuitas para os utentes. No entanto, a medida foi revogada depois de ter havido abusos por parte dos cidadãos. Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância de Doença, revelou que havia mesmo portais online a explicar as técnicas para que os residentes se aproveitassem do sistema.

30 casos de uso indevido de BIR

Até terça-feira, o Corpo de Polícia de Segurança Pública tinha registado 30 casos de uso indevido do Bilhete de Identidade de Residente para a compra de máscaras. Segundo as autoridades, entre as 30 ocorrências, dois casos ficaram resolvidos e ainda há 12 a serem investigados. Finalmente, 14 casos foram identificados como inserção incorrecta do número de BIR.

12 Fev 2020

Epidemia | Mulher de 21 anos recuperou e teve alta na tarde de ontem

O número de vítimas que recuperaram da infecção do coronavírus de Wuhan subiu para dois, de acordo com as informações oficiais. A jovem teve alta depois de um tratamento de 16 dias

 
[dropcap]O[/dropcap] número de pessoas curadas em Macau que tinham sido infectados com o coronavírus subiu para dois, após uma paciente de 21 anos, uma mulher de Wuhan, ter tido alta hospitalar. A informação foi avançada, ontem, na conferência de imprensa diária sobre a epidemia, por Chang Tam Fei, coordenador dos Serviços de Urgência do Centro Hospitalar Conde São Januário.
“Aquele que tinha sido identificado como o quinto caso em Macau, uma mulher com 21 anos de Wuhan teve alta esta tarde”, foi revelado por Chang. “A alta da mulher foi aprovada depois de um tratamento de 16 dias. Já apresentava uma situação estável e depois de dois testes rigorosos negativos foi considerado que estava apta para ter alta”, acrescentou.
Segundo as declarações do coordenador dos Serviços de Urgência do Centro Hospitalar Conde São Januário, a mulher que estava em Macau desde 23 de Janeiro tem uma conta de 25 mil patacas para pagar e fez entrar um pedido de isenção. Uma vez que a mulher afirmou não ter dinheiro consigo em quantidade suficiente nem cartão de crédito disponível, comprometeu-se a fazer o pagamento no espaço de um mês, caso o pedido de isenção não seja aceite.
Segundo as regras em vigor, os não-residentes têm de pagar as despesas que causam ao hospital público a dobrar, ou sejam a mulher de 21 anos vai ter de pagar 25 mil patacas, mas a despesa efectiva para o hospital terá sido de 12,5 mil patacas.
Com esta alta, dos 10 casos confirmados na RAEM há ainda oito pessoas que se encontram isoladas, sendo que as autoridades previram que algumas poderiam ter alta nos próximos dias. Anteriormente, já uma empresária de Wuhan, que tinha sido confirmada como o primeiro caso, tinha tido alta.

Corrida às máscaras

Ontem começou o primeiro dia da terceira fase de vendas de máscaras e foram comercializadas cerca de 1,14 milhões de unidades para cerca de 114 mil pessoas (ver página 5). Entre este número de máscaras cerca de 19 mil foram vendidas para crianças.
No entanto, e ao contrário dos apelos, verificou-se uma corrida às máscaras, pelo que foi deixado o alerta às pessoas para que evitem as longas filas e concentrações: “Temos máscaras suficientes para toda a população, as pessoas não precisam de entrar em pânico e se não precisarem delas imediatamente podem ir buscá-las um ou dois dias depois”, aconselhou Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância de Doença.
Leong admitiu ainda que há menos máscaras para crianças, mas que mesmo estas podem utilizar os produtos para adultos. Porém, reforçou que não há motivo para as crianças saírem de casa, onde devem permanecer: “Ao contrário dos adultos que precisam de sair de casa, não há motivo para as crianças saírem, por isso não precisam de tantas máscaras. As crianças devem ficar em casa”, sublinhou.
A procura foi tanta que as actualizações da aplicação disponibilizada pelo Governo não acompanharam a realidade, fazendo com que fosse indicado que havia máscaras disponíveis em certos locais, o que já não correspondia à realidade.

Especulação na rua

Também ontem, as autoridades receberam queixas de que, perto do mercado do Iao Hon, um homem estaria a vender as máscaras que tinha comprado junto do o Governo.
Segundo as denúncias recebidas, o homem tinha comprado as 10 máscaras por 8 patacas e estava a vender cada por 12,5 patacas.
As autoridades foram investigar o caso, mas quando chegaram ao local não conseguiram encontrar o homem em causa.
Este comportamento foi fortemente criticado pelos representantes do Governo, que frisaram várias vezes que as máscaras são adquiridas para “proteger” a população e não para “lucrar”. Porém, os representantes do Executivo não conseguiram apontar as infracções e penalizações para quem aproveite as máscaras para fazer negócio.

Fim das borlas

Até ontem os hospitais e clínicas locais dos Serviços de Saúde disponibilizavam máscaras gratuitas para os utentes. No entanto, a medida foi revogada depois de ter havido abusos por parte dos cidadãos. Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância de Doença, revelou que havia mesmo portais online a explicar as técnicas para que os residentes se aproveitassem do sistema.

30 casos de uso indevido de BIR

Até terça-feira, o Corpo de Polícia de Segurança Pública tinha registado 30 casos de uso indevido do Bilhete de Identidade de Residente para a compra de máscaras. Segundo as autoridades, entre as 30 ocorrências, dois casos ficaram resolvidos e ainda há 12 a serem investigados. Finalmente, 14 casos foram identificados como inserção incorrecta do número de BIR.

12 Fev 2020