CCM | “Âmagos”, da Companhia de Dança Teatral Xie Xin, sobe aos palcos amanhã

O Centro Cultural de Macau recebe esta quarta e quinta-feira o espectáculo “Âmagos”, da Companhia de Dança Teatral Xie Xin, de Xangai. A coreografia está a cargo de Xie Xin e é interpretada por oito bailarinos que sobem ao palco “numa mostra frenética de contrastes”, onde a solidão e o Tai Chi se misturam

 

É já amanhã e depois de amanhã, dia 24 e 25, que é apresentado no palco do pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) o espectáculo “Âmagos” [From In], da autoria da Companhia de Dança Teatral Xie Xin, de Xangai.

Esta peça, coreografada por Xie Xin e interpretada por oito bailarinos, é descrita por um comunicado do CCM como uma “mostra frenética de contrastes”, que compõem um “enigmático e gracioso espectáculo” onde os bailarinos são “figuras magníficas que aparecem e desaparecem, como imagens que se desvanecem num filme”.

A coreógrafa explorou, em “Âmagos”, uma “multiplicidade de momentos em que os corpos são levados ao extremo, fluindo na sua elasticidade, produzindo uma estética de suprema elegância”. Apesar da presença em palco de oito bailarinos, o espectáculo assume-se como “ode à solidão e uma expressão emocional da nossa constante busca pelo outro”, ou então uma “descoberta suave que nos toca com a leveza de plumas e a força absoluta da beleza”, descreve o CCM, em comunicado.

Mas esta peça faz também lembrar “Cursivo”, tida como a obra prima de Lin Hwai Min, bailarino e coreógrafo de Taiwan, pela forma como explora um ponto de convergência entre as pinceladas dos caracteres chineses e as linhas do corpo humano.

Para isso é usado o caracter 人, que se desenha com um traço à esquerda e outro à direita, e que exprime “um sentido poético de solidão”. Em “Âmagos” o público poderá assistir a “movimentos extremamente tensos e explosivos”, que transmitem “uma teia de conotações profundas com a estética oriental”. A peça revela também “movimentos pacíficos e suaves de Tai Chi, a rotina coreografada cria uma aura calmante, mergulhando o público num mundo mágico”.

Dança desde sempre

Xie Xin fundou a sua própria companhia em 2014 e, desde então, que tem revelado o seu “estilo incomparável de bailarina e coreógrafa, enriquecido com colaborações com Sidi Larbi Cherkaoui e muitos outros criadores internacionais”. A coreógrafa de origem chinesa é descrita como uma artista “radical, cheia de talento e com espírito livre”.

Com 13 anos Xie Xin entrou no conservatório de dança, onde começou por estudar dança chinesa. Posteriormente, a coreógrafa acabaria por abraçar a expressão contemporânea na Escola de Dança de Guangdong, onde teve como professora Cao Chengyuan, uma das pioneiras da cena vanguardista chinesa.

Depois da universidade, Xie Xin viria a trabalhar em companhias de dança teatro como a Jin Xing, a Tao e a Dança de Pequim LDTX. Em 2013, ganhou a medalha de prata e o prémio para melhor desempenho do segundo Concurso Internacional de Ballet e Coreografia de Pequim. Com os fundos desse prémio prosseguiu os estudos em Nova Iorque, Paris e Berlim ao longo de quatro meses, período durante o qual se focou cada vez mais na coreografia.

Depois de “beber” das experiências de pioneiros da dança contemporânea com percursos diversos, Xie Xin alargou os seus horizontes, estimulando o desejo de aprender coisas novas, até fundar a companhia com o seu nome.

Desde 2014, o grupo de teatro-dança levou aos palcos peças como “Plus”, cuja primeira incursão no exterior obteve o ouro no Concurso Internacional de Dança de Roma, Itália, e prata em Hannover, na Alemanha. No leque de espectáculos incluem-se ainda “Desconhecido” e novas coreografias para o Ballet Boyz, um badalado e inovador grupo sediado em Londres.

Mas nem só de dança é feita a vida de Xie Xin, que noutra vertente estética criou a marca Vanguard Boy, uma linha de roupa confortável e individual e que aposta nos tecidos refinados e um design minimalista.

Como disse a coreógrafa, “quem ficar perplexo ao ler estas palavras deve esquecê-las e simplesmente reagir de forma sincera ao que sentir quando assistir ao espectáculo. Se se esquecerem de tudo o resto e se deixarem levar pelo bailado, ou se sentirem uma ligação emocional e física, poderão fazer a vossa própria leitura do nosso trabalho”.

Os espectáculos marcados para amanhã e quinta-feira têm início às 19h45, com a última data a ser culminada com uma tertúlia depois da performance. Os bilhetes estão à venda e custam 180 patacas.

23 Fev 2021

Literatura | Personalidades copiam poemas de Clepsydra em edição comemorativa

“Clepsydra – Poemas de Camilo Pessanha” é a nova obra editada em Portugal pela Associação Wenceslau de Moraes em parceria com a Sociedade de Geografia de Lisboa. Várias personalidades, desde escritores a amantes da poesia de Pessanha, escolheram um poema e copiaram-no, no que resultou num “livro bonito”. A edição ficou a cargo de Pedro Barreiros e Margarida Jardim

 

A Associação Wenceslau de Moraes acaba de lançar uma nova obra comemorativa dos 100 anos da primeira edição de Clepsydra, do poeta Camilo Pessanha. “Clepsydra – Poemas de Camilo Pessanha” foi lançado oficialmente esta sexta-feira em Lisboa, num evento online, e não é mais do que uma reunião de poemas copiados por aqueles que admiram Pessanha ou que sobre ele escrevem ou investigam.

Margarida Jardim, uma das editoras desta obra, descreveu-a como “um livro que tem outros livros dentro dele, e que é bonito por isso”. “É simples, mas quando se abre reparamos que tem muitos livros lá dentro”, frisou.

Editar os 500 exemplares disponíveis foi uma “viagem” e uma “aventura” que foi sendo adiada devido à pandemia. A obra deveria estar pronta o ano passado mas tal não foi possível. “Este livro revelou-se uma aventura por variadíssimas razões, porque a ideia do Pedro [Barreiros] convocou à edição inúmeras pessoas que foram copistas. Cada um acolheu um poema e copiou-o humildemente. Uns vieram pela internet, chegaram cópias pelo correio, algumas perderam-se.”

O lançamento do livro aconteceu na sexta-feira, dia 19, por forma a assinalar a data em que Camilo Pessanha foi para Macau, com 26 anos, onde trabalhou como jurista e advogado. “Macau foi muito importante para o desenvolvimento dos interesses de Camilo Pessanha, que recebeu muito de Macau, inclusivamente a sua grande informação sobre a cultura chinesa, a poesia e a língua. [Pessanha] chegou a traduzir muitos poemas chineses dos quais a maior parte se perderam”, descreveu Pedro Barreiros, também editor da obra.

Mas não foi apenas Pessanha que ganhou com o território, tendo-se estabelecido uma relação mútua. “Macau ganhou imenso com a presença de Camilo Pessanha, porque a sociedade era virada para o comércio e o dinheiro. A única coisa que se pensava em Macau nessa altura era sobre essas duas coisas e a intelectualidade estava muito rebaixada, incluindo o conhecimento sobre a cultura chinesa”, adiantou Pedro Barreiros.

“Um livro com muitos elementos”

O editor do livro, que considera Camilo Pessanha como um dos quatro grandes poetas portugueses, explicou que a ideia de convidar várias personalidades a copiar poemas de Pessanha foi também uma forma de recordar um método usado pelo poeta.

“Esta ideia que tivemos de fazer a Clepsydra com autógrafos de escritores, poetas ou outras pessoas interessadas em Pessanha, com os poemas copiados à mão, era uma técnica de Camilo Pessanha. Ele nunca pensou em escrever um livro com princípio, meio e fim, o que fazia era declamar os seus poemas. Sabia tudo de cor, como sabia de cor vários poemas de vários autores. As pessoas depois escreviam os poemas.”

Em Macau, além da sua veia poética, Pessanha destacou-se também pelo seu talento na área do Direito. “A primeira função [que teve em Macau] foi ligada à parte jurídica, como funcionário do Ministério Público e como advogado, onde foi muito célebre. Dizia-se que ‘acção defendida pelo doutor Pessanha era acção ganha” ‘, lembrou Pedro Barreiros.

Rui Zink, escritor, foi um dos participantes da sessão de lançamento. “Todo este ruído e sujidade da caligrafia, e ainda por cima são dezenas de caligrafias diferentes, enriquece o livro. É mesmo uma entrega, uma coisa que se fazia muito no século XIX, a prática da homenagem, transcrevendo, e é que muito bonita”, disse.

O autor português descreveu também esta obra como sendo “um objecto de valor, de prestígio”. “É um livro com muitos elementos mas é depois difícil vendê-lo. Este é um objecto que fica, que tem um valor autónomo. As pessoas interessadas vão aparecer, por isso é bom que haja poucos pontos de venda. Sei que vou querer enviar isto para vários interlocutores. É um objecto de valor, de prestígio.”

Dada a diferença horária, ficou a promessa de realizar uma outra sessão de lançamento online para Macau, ainda sem data marcada. Manuela Cantinho, ligada à Sociedade de Geografia de Lisboa, entidade que também se associou a esta edição, garantiu que será feito um lançamento presencial quando terminarem as medidas de confinamento em Portugal.

22 Fev 2021

Projecto de Álvaro Siza e Carlos Castanheira na China vence Prémio Edifício do Ano Archdaily

O Museu de Arte e Educação de Ningbo, na costa leste da China, do arquitecto Álvaro Siza com Carlos Castanheira, venceu o prémio Edifício do Ano 2021, na categoria Arquitectura Cultural.

O edifício de Álvaro Siza e Carlos Castanheira era finalista, na categoria de Arquitectura Cultural, com o Museu Audemars Piguet, em Le Brassus, na Suíça, o centro chinês de Arte de Qujiang, em Xi’an – Shanxi, o edifício Experimenta, em Heilbronn, na Alemanha, e com o MEETT – Centro de Congressos e Exposições de Toulouse.

A categoria Arquitetura Cultural é uma das 15 que compõem os prémios da plataforma internacional de arquitectura, e o projecto de Álvaro Siza e Carlos Castanheira foi o único de arquitectos portugueses entre os finalistas, nesta edição. Os vencedores foram escolhidos por votação dos membros registados na plataforma.

O museu projectado pelos arquitetos portugueses, situado junto ao Lago Dongqian, tem cerca de seis mil metros quadrados e foi inaugurado no passado mês de Novembro. Em vez de escadas, o edifício, com uma altura de 25 metros, tem uma rampa sem barreiras a ligar os cinco andares e é iluminado apenas por janelas situadas no rés-do-chão e no topo do museu.

O Museu de Arte e Educação de Ningbo é um projecto do grupo privado chinês Huamao Group. O presidente deste grupo, Xu Wanmao, convidou Álvaro Siza para a liderança da obra, depois de visitar o Museu de Serralves, que Prémio Pritzker desenhou, no Porto.

A primeira obra de Siza Vieia na China – um edifício de escritórios, desenhado também em parceria com o arquiteto Carlos Castanheira – foi inaugurado em agosto de 2014, no leste do país. Na Ásia, a dupla portuguesa também assinou projetos em Taiwan e na Coreia do Sul.

Os prémios Edifício do Ano da Archdaily são atribuídos em categorias de comércio, cultura, desporto, educação, hotelaria, saúde e indústria, em arquitetura de interiores, arquitectura paisagística e de espaços públicos, em edifícios de escritórios, de habitação, em moradias, edifícios religiosos e em projectos de pequena escala/pequenas instalações. É ainda distinguida a melhor aplicação de materiais.

Os 75 finalistas – cinco em cada categoria -, para esta 12.ª edição, foram escolhidos por votação dos membros da ArchDaily, entre 26 de Janeiro e 10 de Fevereiro, a partir dos 4.500 projectos submetidos e publicados na plataforma, ao longo de 2020. Os vencedores podem ser vistos em https://boty.archdaily.com/us/2021.

A ArchDaily – Plataforma, com base em Nova Iorque, foi criada em 2008, reúne profissionais das áreas da arquitetura, design, construção e meios de comunicação especializados, dos diferentes continentes.

19 Fev 2021

Exposição | José Basto da Silva estreia-se na pintura com “Catharsis”

José Basto da Silva, macaense e presidente da Associação dos Antigos Alunos da Escola Comercial Pedro Nolasco, estreia-se na pintura com a exposição “Catharsis”, que terá lugar na Fundação Rui Cunha (FRC) a partir de segunda-feira, dia 22, e até ao dia 6 de Março. Esta é a primeira exposição individual de José Basto da Silva, que começou a pintar em aguarela o ano passado, após o Governo decretar o confinamento no combate à covid-19.

O público poderá ver 40 obras que pretendem “passar uma mensagem de esperança e motivação em tempos de incerteza e instabilidade, mas que abrem portas a novos voos que nos levam a olhar o mundo de uma forma diferente e a redescobrirmo-nos a nós mesmos”, disse o autor, citado por um comunicado.

Esta exposição marca também os 50 anos de José Basto da Silva que, apesar de formado em engenharia, sempre teve o gosto pela pintura. No entanto, nunca desenvolveu esta aptidão nem prosseguiu estudos profissionais na área artística. Só em Fevereiro do ano passado é que o macaense decidiu apostar nesta vertente, frequentando cursos online e acompanhando o trabalho de mestres da aguarela como Alvaro Castagnet, Joseph Zbukvic e Shibazaki, entre outros. Desta forma, Basto da Silva “começou a descobrir e a aperfeiçoar as técnicas que lhe permitiram melhorar a qualidade das suas pinturas”. A cerimónia de inauguração da exposição começa às 18h30.

19 Fev 2021

D.Pedro V | “Lendas do Tango – Homenagem a Piazzolla” chega dia 6

Para celebrar os 100 anos do nascimento do compositor argentino Ástor Piazzolla, o Teatro D. Pedro V apresenta, a 6 de Março, pelas 20h, o espectáculo “Lendas do Tango – Homenagem a Piazzolla”, protagonizado pela Orquestra de Macau (OM). O programa do concerto será composto pelas obras “Libertango”, “Os Esquecidos” e excertos de “As Quatro Estações de Buenos Aires” de Piazzolla, bem como outras composições como “Tango Clandestino” de Goran Bregovic e “Por uma Cabeça” de Carlos Gardel. Os bilhetes têm um custo entre 100 e 120 patacas e estão à venda a partir de hoje, dia 19.

Ao longo do mês de Março a OM vai também apresentar vários espectáculos, sempre ao sábado. O primeiro é o concerto “Música no Património Mundial – Uma Jornada Musical”, que acontece dia 13 de Março na Casa Garden, às 14h30 e 17h. O espectáculo “O Futuro da Música Clássica” está marcado para o dia 20 e terá lugar na Aula Magna da Universidade de Macau às 20h. Estes dois espectáculos são gratuitos. O concerto “Quando a Música Fala – Descubra Mozart” acontece dia 27 de Março às 20h no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau. Este espectáculo é também gratuito.

19 Fev 2021

Fotografia | João Miguel Barros lança novo livro e planeia abrir uma galeria em Lisboa

É o primeiro fotógrafo português com trabalho na Photo London Academy Publication sobre o seu trabalho. “João Miguel Barros – A Photo London Academy Publication” é o nome do livro baseado nesta monografia e o lançamento acontece na Livraria Portuguesa na próxima terça-feira, dia 23. João Miguel Barros refere que este “é um momento cuja importância vai além dos prémios” que já ganhou. Na calha está a abertura da galeria de fotografia contemporânea Ochre Space

 

Há quatro anos João Miguel Barros, advogado, realizava a sua primeira exposição individual de fotografia no espaço Creative Macau. Mal sabia que estava lançado o primeiro passo para uma carreira alternativa à advocacia. As suas fotografias já foram premiadas em vários concursos internacionais, mas um novo reconhecimento chegou recentemente, com a publicação de uma monografia pela Photo London Academy sobre o seu trabalho.

É o primeiro fotógrafo português a ver o seu trabalho distinguido por esta entidade, o que levou João Miguel Barros a transformar esta monografia em livro. “João Miguel Barros – A Photo London Academy Publication” será lançado na próxima terça-feira, dia 23, na Livraria Portuguesa. No mesmo evento, intitulado “Prestação de contas”, será também inaugurada uma exposição com imagens do autor.

“Este é um momento cuja importância vai além dos prémios que ganhei nos últimos anos”, confessou ao HM. “O convite que me foi feito no ano passado para o meu trabalho ser incluído nas monografias da Photo London deixou-me surpreso, porque não conhecia a curadora deste projecto editorial, nem ninguém que especialmente me recomendasse. Soube depois que o meu trabalho foi reconhecido pela exposição que fiz no Museu Berardo, em Lisboa.”

O fotógrafo destaca o facto de a Photo London estar “num patamar muito elevado”, além de ter “uma enorme credibilidade no mercado da arte e fotografia em especial”. “É um sinal de reconhecimento que tenho de valorizar. Não posso esconder que é algo que me deixa orgulhoso e me responsabiliza ainda mais”, adiantou.

Lúcia Lemos, directora da Creative Macau, estará presente no lançamento do livro para assinalar a primeira exposição de João Miguel Barros. “Na altura disse, numa entrevista, que tinha dez anos para fazer coisas que pudessem ser significativas na fotografia. Dez anos não é muito tempo mas para mim, que comecei muito tarde, todo o tempo conta. Têm sido quatro anos de grande actividade, não só na criação mas também na curadoria. Levei a Portugal já quatro artistas chineses e um austríaco.”

Neste período, o fotógrafo assume ter vindo a construir “uma reputação, um caminho”. “Fico contente por perceber que muito do meu trabalho é já reconhecido, pelas temáticas e pelas características que tenho dado às fotografias, assentes num preto e branco bastante contrastado”, referiu.

Os novos projectos

João Miguel Barros tem novas ideias na manga. Uma delas é a exposição sobre o trabalho de Daido Moriyama, outra é a abertura de uma galeria de fotografia em Lisboa, adiada devido à pandemia.

“Comprei um espaço em Lisboa, junto ao Palácio da Ajuda, a que chamei Ochre Space, e onde pretendo instalar um pequeno centro de fotografia contemporânea. Esse espaço terá várias vertentes que se complementam: uma galeria de arte, uma livraria e uma editora especializadas em fotografia.”

A par disto será lançada a “Ochre Editions”, que terá o papel principal de publicar as imagens de Barros e de outros fotógrafos, tal como já acontece com a publicação Zine Photo. “Um dos projectos é o de estabelecer uma ligação privilegiada entre a criação e produção artística portuguesa e a asiática, em especial da China e do Japão, que são áreas geográficas que vou começando a conhecer. O projecto Ochre Space será a minha âncora institucional para tudo o que quero fazer”, concluiu.

A galeria Ochre Space será “um desafio enorme”, por se tratar não apenas de uma base para a produção artística e cultural mas também “uma aposta para criar uma marca que seja significativa no reconhecimento da fotografia como expressão artística e que possa servir de plataforma de afirmação de jovens artistas e de divulgação em Portugal de outros já consagrados”.

Mesmo com todas estas iniciativas, João Miguel Barros não esquece o trabalho fotográfico que começou no Gana. “Quero concluir a minha série Ghana Stories, que ocupou já 4 dos 5 números publicados da Zine Photo. E terminar o projecto do boxe com o Emmanuel Danso.”

19 Fev 2021

Exposição | Four Seasons recebe trabalhos de Tai Xiangzhou

O hotel Four Seasons acolhe, até ao dia 14 de Março, a exposição “Abode of Immortals – Tai Xiangzhou Ink Paintings”. A mostra conta com um total de 38 obras de Tai Xiangzhou, que representam “as minhas ideias criativas em torno da arte tradicional e cosmológica”, disse o artista, citado por um comunicado. “Espero que os visitantes possam fazer as suas próprias interpretações através dos meus traços e nuvens circulares”, acrescentou.

Tai Xiangzhou estudou literatura chinesa e caligrafia com os mestres Hu Gonshi e Wang Wenjun desde tenra idade. O artista concluiu ainda um doutoramento na Universidade Tsinghua sobre cosmologia e arte paisagística tradicional. No seu trabalho, Tai Xiangzhou utiliza materiais como pincéis, papel e seda para criações artísticas que combinam ciência, filosofia e arte, sempre numa exploração entre “o universo e a espiritualidade para definir a cosmologia contemporânea”.

As obras de Tai Xiangzhou focam-se muito no período da dinastia Song, em torno das representações das paisagens e da caligrafia, captando elementos da natureza como as rochas, árvores, nuvens e água. O artista chinês já protagonizou 30 exposições em todo o mundo, tendo as suas obras sido adquiridas por 22 museus e galerias de arte, tal como o Brooklyn Museum, Art Institute of Chicago e Yale University Art Gallery. A exposição tem entrada gratuita e pode ser visitada entre as 11h e 19h no espaço Grand Atelier do hotel Four Seasons, situado no sexto andar.

18 Fev 2021

Música | António Vale da Conceição lança novo trabalho em Março

“António Vale da Conceição – 4 Hand Pianos” é o nome do novo trabalho do músico macaense, que será lançado em Março em diversas plataformas digitais. António Vale da Conceição tem composto música para cinema e televisão e este lançamento é uma compilação das sonoridades que acabaram por não ser utilizadas em diversos projectos

 

Foto de Dóris Marcos

Depois de fazer música com os Turtle Giant, o macaense António Vale da Conceição está de regresso aos discos mas, desta vez, em nome próprio e com uma roupagem musical totalmente diferente. “António Vale da Conceição – 4 Hand Pianos” é o novo projecto que será lançado em várias plataformas digitais de música no próximo mês de Março.

Este trabalho é o resultado de várias composições feitas para cinema e televisão e que acabaram por não ser incluídas nos projectos. Ainda assim, o músico não quis perder o trabalho feito nos últimos anos.
“Fui trabalhando em alguns filmes e pondo de lado vários apontamentos que não funcionavam. São canções de que gosto, mas que não tinham utilidade”, contou ao HM.

António Vale da Conceição trabalhou sozinho neste projecto. “Todas as músicas são feitas para piano, mas eu não sou pianista. Este trabalho pretende espelhar mais a composição, a banda sonora, do que a técnica propriamente dita do piano.”

Sem instrumentos tocados ao vivo, “4 Hand Pianos” acaba por ter “uma componente expressiva bastante rica”. “Gostava que o álbum espelhasse um pouco as intenções da composição. Este é um álbum de tensão, porque os filmes assim o pedem, independentemente de serem cenas com mais ou menos drama, comédia ou acção. É a tensão que faz com que as coisas sigam para a frente e que exista um desenvolvimento”, acrescenta o músico.

Voz e linguagem

Para António Vale da Conceição, o “processo de compor é uma procura”, onde há sempre uma voz e “uma forma de abordar em uma linguagem”. Isso foi fundamental para escolher quais as composições que entravam nos projectos de cinema e televisão e as que ficavam de fora.

“É algo omnipresente, mas há subtilezas nessa linguagem. Quando se procura fazer coisas para filmes ou personagens, quando se procura o tom da história, uma pessoa tem de se atrever e a escrever algo que possivelmente possa encaixar. É isso que determina o critério daquilo que é ou não importante.”

Num processo cinematográfico, a música tem sempre o propósito de servir o filme, assegura o músico. “Os filmes nascem da contribuição de várias partes que são estritamente necessárias. Não é atirar com música épica que vai fazer com que o filme melhore, é nas subtilezas que encontramos algo especial, mas outras vezes não. Mas o critério é sempre servir o filme, fazer com que este fale mais alto, que a música não seja propriamente o centro da atenção, mas sim um veículo para que o filme seja melhor compreensível.”

Apesar de este ser o primeiro trabalho lançado em nome próprio, desde os Turtle Giant, a verdade é que para António Vale da Conceição não é uma novidade trabalhar sozinho. “Já tinha feito ‘O Monstro’ há uns anos atrás, mas são coisas diferentes. Já faço há algum tempo música para filmes e séries de televisão. Este processo de trabalhar sozinho não é novo, mas não tenho lançado em formato disco.”

De momento, os Turtle Giant não têm planos na agenda, uma vez que os três elementos estão a viver em três continentes diferentes. “Não estamos a gravar nada. Temos de admitir que a banda está um pouco parada, mas todos nós estamos activos a fazer música. O Fred [Ritchie] está em Los Angeles a produzir. Vamos estando atentos a cada um de nós. Todos participamos naquilo que cada um está a fazer.”

Documentário premiado

“4 Hand Pianos” inclui uma composição feita para o documentário “Beyond the Spreadsheet – The Story of TM1”, dirigido por António Vale da Conceição em parceria com Francisco Santos, e que ganhou recentemente o prémio de melhor documentário no festival internacional de cinema de Anatolia, na Turquia.

Este documentário conta a história de Manny Perez, cubano inventor da tecnologia de cálculo TM1, adquirida pela IBM e que “revolucionou o mundo de uma forma muito silenciosa, mas que foi extremamente importante para a sociedade”, considera António Vale da Conceição.

“Uma das coisas interessantes do filme é tornar mais evidente o impacto que isto tem nas nossas vidas. Espero que as pessoas estejam atentas e ganhem gosto por este mundo complexo, que é o mundo da informação e dos números, mundo financeiro e político. Esta é uma demonstração de como está tudo tão ligado e interdependente”, rematou.

18 Fev 2021

Arquitectura | Projecto de Siza Vieira e Castanheira na China finalista dos prémios Archdaily

O MoAE – Museu de Arte e Educação, projecto pelos arquitectos portugueses Álvaro Siza Vieira e Carlos Castanheira na cidade de Ningbo, China, inaugurado em Novembro, é um dos finalistas ao prémio Edifício do Ano 2021 da Archdaily

 

O Museu de Arte e Educação de Ningbo, na costa leste da China, do arquitecto Álvaro Siza Vieira com Carlos Castanheira, é um dos finalistas ao prémio Edifício do Ano 2021, anunciado pela Archdaily. O projecto encontra-se entre os cinco nomeados na categoria Arquitectura Cultural, uma das 15 que compõem os prémios da plataforma internacional de arquitectura, e é o único de arquitectos portugueses entre os candidatos, nesta edição. Os vencedores serão escolhidos por votação dos membros registados na plataforma, até ao próximo dia 18, e anunciados ‘online’ nesse mesmo dia.

O museu, situado junto ao Lago Dongqian, tem cerca de seis mil metros quadrados e foi inaugurado no passado mês de Novembro. Em vez de escadas, o edifício, com uma altura de 25 metros, tem uma rampa sem barreiras a ligar os cinco andares e é iluminado apenas por janelas situadas no rés-do-chão e no topo do museu.

Numa entrevista concedida ao HM em Dezembro do ano passado, o arquitecto Carlos Castanheira explicou como arrancou este projecto. “Recebemos um convite para fazer cinco vilas. O programa já existia, o senhor já tinha um outro museu no centro da cidade, onde tinha parte da sua colecção. Mas como ele está ligado à educação, pois tem uma série de colégios, queria que através da arte se fizesse educação, e daí o MoAE.”

O MoAE acabou por ser um projecto semelhante a um outro já feito por Siza Vieira no Brasil. “Neste caso era muito claro que o espaço existente era relativamente pequeno para o programa que o cliente pretendia, daí ser necessário colocá-lo em altura, com alguns pisos. Depois tivemos a sorte de ter uma colina com muita presença. Esse programa era muito parecido com um outro que o Siza Vieira já tinha feito no Brasil, e foi possível usar algumas dessas experiências neste projecto. Mas este não é o mesmo do Brasil”, disse Carlos Castanheira.

Outros museus na corrida

O MoAE concorre ao lado de espaços culturais como o Museu Audemars Piguet, em Le Brassus, na Suíça, um projecto conjunto dos ateliês BIG, Bjarke Ingels Group, Brückner e CCHE, com o centro chinês de Arte de Qujiang, em Xi’an – Shanxi, projetado pelo ateliê Gad, de Hangzhou, com o edifício Experimenta, em Heilbronn, na Alemanha, do ateliê Sauerbruch Hutton, de Berlim, e com o MEETT – Centro de Congressos e Exposições de Toulouse, projetado pelo gabinete OMA, de Rem Koolhaas, em Roterdão, que também concebeu o edifício da Casa da Música, no Porto.

O museu, situado junto ao Lago Dongqian, tem cerca de seis mil metros quadrados e é um projecto do grupo privado chinês Huamao Group. O presidente deste grupo, Xu Wanmao, convidou Álvaro Siza para a liderança da obra, depois de visitar o Museu de Serralves, que Prémio Pritzker desenhou, no Porto.

Os prémios Edifício do Ano da Archdaily são atribuídos em categorias de comércio, cultura, desporto, educação, hotelaria, saúde e indústria, em arquitetura de interiores, arquitectura paisagística e de espaços públicos, em edifícios de escritórios, de habitação, em moradias, edifícios religiosos e em projectos de pequena escala/pequenas instalações. É ainda distinguida a melhor aplicação de materiais.

Os 75 finalistas – cinco em cada categoria -, para esta 12.ª edição, foram escolhidos por votação dos membros da ArchDaily, entre 26 de Janeiro e 10 de Fevereiro, a partir dos 4500 projectos submetidos e publicados na plataforma, ao longo de 2020. Os finalistas podem ser vistos em https://boty.archdaily.com/us/2021. A ArchDaily – Plataforma, com base em Nova Iorque, foi criada em 2008, reúne profissionais das áreas da arquitectura, design, construção e meios de comunicação especializados, dos diferentes continentes.

17 Fev 2021

Food Truck | Canções e Poemas de Amor e Ódio este sábado

Sábado, dia 13 de Fevereiro, pelas 20 horas, juntam-se novamente num concerto acústico Fabrizio Croce e Luís Bento, para uma viagem musical. Local de partida, o Food Truck, na Rua dos Ervanários.

A “viagem” levará a audiência, de forma descontraída, por paisagens feitas canções, cantadas em português, italiano e inglês. Com paragens em autores como Paul Simon, Neil Young, Cat Stevens, Jorge Palma, Rui Veloso, Eros Ramazzotti, Toto Cutugno, Battisti, entre outros.

Domingo, 14 de Fevereiro, Ballantine’s Day. “Poemas de Amor e Ódio”, também no Food Truck, regados a vinho e outro álcool. Microfone aberto para quem quiser dizer um poema, relacionado com o amor, a paixão, o ciúme, o esquecimento, a inveja ou o ódio. A partir das 17 horas. Oferta de uma bebida.

11 Fev 2021

“Vitalina Varela” de Pedro Costa de fora da corrida aos Óscares

O filme “Vitalina Varela”, de Pedro Costa, ficou de fora dos 15 finalistas para uma nomeação para o Óscar de Melhor Filme Internacional, revelou ontem a Academia de Hollywood, nos Estados Unidos.

A longa-metragem de Pedro Costa tinha sido considerada elegível em Janeiro passado, quando a academia norte-americana revelou os 93 filmes candidatos a uma nomeação ao Óscar de Melhor Filme Internacional.

No entanto, “Vitalina Varela” já não chegou à lista de 15 filmes finalistas anunciada ontem, e que o comité da academia votou, com vista às nomeações da 93.ª edição dos Óscares, a anunciar a 15 de março.

De acordo com a organização dos Óscares, são finalistas os filmes “Another Round” (Dinamarca), “Quo Vadis, Aida?” (Bósnia Herzegovina), “La llorona” (Guatemala), “El agente topo” (Chile), “Charlatan” (República Checa), “Deux” (França), “Better days” (Hong Kong), “Sun children” (Irão), “Night of the kings” (Costa do Marfim), “Ya no estoy aqui” (México), “Hope” (Noruega), “Collective” (Roménia), “Dear comrades!” (Rússia), “A Sun” (Taiwan) e “The man who sold his skin” (Tunísia).

A academia anunciou ainda listas de finalistas de outras oito categorias aos Óscares, entre as quais de Melhor Documentário em longa e curta-metragem, Melhor Filme de Animação e Melhor Banda Sonora.

Apesar de anualmente submeter uma obra candidata aos Óscares, Portugal nunca teve qualquer filme entre os nomeados para o prémio de melhor filme estrangeiro, em língua não inglesa, categoria recentemente renomeada de Melhor Filme Internacional.

Percurso trilhado

“Vitalina Varela” teve estreia mundial em Agosto de 2019, no Festival de Cinema de Locarno (Suíça), onde arrecadou os principais prémios: Leopardo de Ouro e Leopardo de Melhor Interpretação Feminina para Vitalina Varela, a mulher que inspirou a história filmada por Pedro Costa.

Desde Locarno, o filme soma mais de 22 prémios, a maioria de melhor filme e melhor realização, integrou mais de 50 festivais e mostras internacionais de cinema e reúne críticas elogiosas, tendo integrado as listas de melhores filmes do ano (2020) por vários media especializados.

O documentário brasileiro “Babenco – Alguém tem de ouvir o coração e dizer: parou”, de Bárbara Paz, sobre o cineasta argentino radicado no Brasil, que dirigiu “O Beijo da Mulher Aranha”, também ficou fora da lista de candidatos.

De fora ficou também o candidato da Palestina, “Gaza, mon amour”, dos irmãos Tarzan Nasser e Arab Nasser, que contou com coprodução portuguesa. Os nomeados para a 93.ª edição dos Óscares serão anunciados a 15 de Março e a cerimónia acontecerá a 25 de Abril.

11 Fev 2021

Música | Free Yoga Mats aguardam melhores tempos para voltar aos palcos lá fora

Os Free Yoga Mats [Tapetes de Yoga Gratuitos] só têm este nome por brincadeira, e a música que fazem, muito ligada ao género rock, punk ou grunge, pretende igualmente transmitir boas vibrações a quem os ouve. Depois de alguns concertos e de uma demo gravada, a banda ensaia agora com um novo baixista e espera pelo fim da pandemia para voltar à estrada

 

Tudo começou quando um grupo de amigos se juntou num festival de música na Tailândia, mas a ideia de formar uma banda em Macau já há muito andava na cabeça de Pedro Domingues. O guitarrista dos Free Yoga Mats queria construir algo e, numa conversa com o vocalista, Hafiz Said, foi feita uma proposta.

“Aí dissemos que se ele voltasse para Macau que iríamos fazer uma banda. Voltamos e daí a uns meses ele arranjou trabalho cá. Depois começamos a trabalhar com o Marcio [Rios, baterista] e com o Bastiani [Bani, baixista]”, contou ao HM Pedro Domingues, guitarrista do grupo.

Já o nome foi ideia de Adam Cook, também ele guitarrista. “Tudo começou com uma piada do Adam, que disse ‘se pusermos free yoga mats [tapetes de yoga grátis]’, de certeza que vem gente, e vêm muitas raparigas [risos]. E as nossas mulheres fazem yoga, uma delas até é instrutora. Foi uma piada e gostamos porque é um nome que não é para levar muito a sério.”

O projecto dos Free Yoga Mats é recente e, para já, o grupo tem apenas uma demo tape gravada para reunir todas as canções que foram compondo e tocando nos últimos tempos. Mas essa demo tape servirá também para promover o projecto online numa altura em que os palcos estão fechados devido à pandemia da covid-19.

O último concerto da banda foi no espaço Live Music Association e, para trás, teve de ficar o plano de tocar fora de Macau. “Em Macau estamos optimistas porque temos seguidores e sítios onde tocar, mas já tocámos em todos. Mas facilmente podemos organizar um concerto. Mas a realidade é que este ano e até meados do próximo ano a situação vai estar comprometida, e não há garantias de que possamos andar a viajar.”

“O nosso plano para este ano, sem a covid, era tocar em Hong Kong, Singapura, Taiwan, em várias cidades da China. Olhamos para a realidade como ela é e esperamos que isto melhore, e aí estaremos prontos para ir para fora”, adiantou Pedro Domingues.

Músicas de intervenção

Os dias têm sido passados a ensaiar com o novo baixista que substituiu Bastiani Bani, que teve de voltar a Singapura, a sua terra natal, pelo facto de ter ficado numa situação de lay-off. No entanto, o projecto musical não está parado. A demo tape é, para já, uma ferramenta de promoção, mas já antes o grupo tinha gravado o EP “Made in Macau”, com músicas como “Tokyo”, “Go Robot” ou “War and Order”.

“O nosso espírito como banda e em palco é, sem dúvida, positivo e construtivo, de amizade. Mas as nossas letras são mais de intervenção, contra a sociedade e as coisas que não estão bem”, adiantou Pedro Domingues. Cabe a Hafiz Said a composição de todas as letras.

Para já, “não existe nada de concreto sobre a possibilidade de gravarmos um novo álbum”, frisou o guitarrista.
Questionado sobre as referências musicais da banda, Pedro Domingues assegura que são várias, embora quem os oiça associe de imediato o seu trabalho às sonoridades mais ligadas ao rock. “Dentro da banda temos o Adam que ouve mais rock e grunge, o Marcio também anda mais nessa onda, começou no punk hardcore, eu sou mais punk-rock, mas ouvimos um pouco de tudo. Mas diria que é o rock, grunge e o punk que são as grandes referências da banda.”

11 Fev 2021

Previsões por signos e por anos para 2021

As previsões aqui expressas são a ideia criada pela interpretação das escritas por Edward Li.

 

O Tai Sui (Deus do Ano) do ano lunar de 2021 é Yang Xin, general da dinastia Han do Oeste nascido na província de Shaanxi. Foi o oficial escolhido por Wudi (Imperador entre 140 e 87 a.n.E.) para o representar entre 116 a 111 a.n.E. (era Yuanding) nas negociações com os Xiong-nu, uma confederação de tribos do povo nómada das estepes do Norte. Temíveis guerreiros, fortes nas tácticas de guerra retiradas do arrebanhar gado, infligiam, nas incursões para Sul ao território dos sedentários chineses, constantes e pesadas baixas. Após cinco batalhas, para estudar as tácticas e armamento, em 121 a.n.E., a dinastia Han expulsou das suas fronteiras os Xiong-nu e por várias ocasiões se realizaram acordos de paz, através de casamentos. Com o propósito de tornar seguro o caminho terrestre para Oeste, a proposta do General Yang Xin era consolidar de novo a confiança por casamentos reais e daí, a troca de princesas entre ambos os lados, havendo assim um refém em caso de quebra de palavra. Logo no ano de 115 a.n.E. conseguiu integrar a actual província de Gansu e uma extensão de terra a Oeste do Rio Amarelo, onde o Imperador Wu Di estabeleceu quatro prefeituras. Para Ocidente, o deserto de Taclimacan e com oásis se permitiu dar os passos para em 101 a.n.E. a dinastia Han do Oeste se expandir pela bacia de Tarim, até ao vale de Fergana, na Ásia Central. Seguia-se o território dos Partos Arsácidas a ligar por comércio com o Império Romano.

O dia de ir ao templo oferecer sacrifícios ao General Yang Xin, Deus do Ano (Tai Sui), é o oitavo da primeira Lua, que ocorre a 19 de Fevereiro de 2021.

 

Búfalo

Como animal do ano, os nativos de Búfalo estão em Zhi Tai Sui (em confronto com o Tai Sui) a trazer forte ondulação e grande movimentação, logo ano de mudança.

Ano cheio de possibilidades para os nativos revelar os talentos, em especial os nascidos na Primavera e Verão. Contará com a poderosa estrela da sorte Hua Gai (华盖, bonito e poderoso guarda-sol real, pálio), que reconhece talento e habilidade, e dá protecção. Captará a atenção dos outros e por isso, é importante aproveitar todas as oportunidades para se mostrar. Se resolver realizar algo, os seus opositores afastam-se. Esta estrela para o masculino está ligada à carreira, mas para o elemento feminino amplifica o poder e leva-a a ficar só. Este ano sentirá terem-lhe retirado as amarras das charruas e ganhar independência do trabalho feito para os outros. Com acumulada energia de anos a andar à volta, por ser bastante sensível está pronto a explodir mas, esse longo sacrifício de interiorizado carregar, terá agora oportunidade de se expor e liberto, brilhar.

Está sob a influência de três más estrelas, Jian Feng (剑锋, ponta da Espada), Po Sui (破碎, separação) e Fu Shi (伏尸, Corpo Morto), e por isso, deverá acalmar o seu temperamento impulsivo e tranquilizar a disposição anímica pois, pelas suas qualificações, não há dúvida poder controlar tudo o que vier. Use bem este ano, poderá ser o início de uma nova vida.

Carreira: A estrela da sorte Hua Gai (华盖) eleva os nativos ao pódio dos três mais bafejados do ano quanto à carreira, os outros dois são os nativos de Serpente e Galo, bons aliados para se juntar. Não se esconda por trás dos outros, coloque-se à frente e mostre as suas qualificações e talentos. Claro, terá de entrar em competição e estar sob tensões, mas isto não retirará a hipótese de atingir uma posição cimeira.

Amor: Ofuscados pela carreira, os nativos de Búfalo, sem tempo para pensar em organizar família, ficam-se nas relações ocasionais. Para os casais, se a mulher for nativa de Búfalo, o homem terá de ser paciente e se não se controlar, facilmente a relação quebra.

Saúde: Ano propenso para lhe ocorrer acidentes e daí, deverá ir ao templo oferecer sacrifícios ao Deus do Ano. Preocupe-se com o seu fígado, pois poderá trazer-lhe problemas e por isso, trate-o bem. Caminhe com cuidado para não cair, não quebre nenhum membro. Evite, discussões e correr grandes riscos. Ao sentir-se com menos saúde, use roupa interior vermelha.

Os nativos de Búfalo nascidos em:

1973 – Serão de todos os nativos de Búfalo os mais bafejados do ano. Terá um impulso na carreira, contando com muita gente a ajudar, e também com a estrela An Lu (暗禄, Dinheiro Sombra, ou da Sorte), significando para além da carreira conseguir dinheiro fora das suas expectativas. Cada oportunidade apanhada trará como resultado ganhos e boas colheitas. É aproveitar as ondas criadas pelo Tai Sui e ‘surfar’.

1961 – Ano calmo, sem muita ondulação e com a ajuda de amigos poderá chegar a um novo patamar. Não se esqueça de oferecer sacrifícios ao Deus do Ano e celebrar o seu aniversário para trazer boas energias e sorte.

1949 – Vida social activa e com o suporte de pessoas competentes os seus planos realizam-se e encontrará um novo sentido para a vida.

1985 – Cheio de ideias e vontade para as realizar, deve tomar atenção pois encontrará detractores e assim, antes de fazer alguma coisa precisa de pensar melhor; dinheiro fácil não permanece muito tempo.

1997 – Ano para se começar a mostrar. Conseguirá um salário satisfatório. Trabalhe arduamente e o tentar encontrar novas direcções resultará, de repente, no reconhecimento.

Tigre

O ponto central este ano para os nativos de Tigre é o Amor. Estará mais atraente, apelativo ao olhar dos outros e conta com imensos adeptos e seguidores. Com a estrela Hong Luan (红鸾, Sorte no Amor) o ponto fulcral para os nativos solteiros é casar e para os casados, ter um filho, um descendente. Mas sendo a carreira para os nativos sempre o mais importante, não fazendo o amor parte das suas prioridades, perdem a oportunidade de desfrutar dum ano tão generoso e só os próprios saberão se será bom, ou mau para eles.

Carreira: Não conseguirá este ano puxar para cima a carreira, nem mesmo os projectos já planeados, pois de um momento para o outro sofrem uma mudança e perplexo, perceberá estar a ficar sem controlo, a colocá-lo numa posição difícil. Para conseguir daí sair contará com duas estrelas da sorte, Tian Yi Gui Ren, (天乙贵人) e Tai Ji Gui Ren, (太极贵人), significando ter poderosa e criativa ajuda de alguém qualificado. Já quanto às más estrelas, Gua Su (寡宿, arrogância), a levar a viver sozinho e Mo yue (陌越, estrela de mudança), colocando o ano a depender com quem se conjuga, se for boa estrela melhora a situação. Apesar de muito pensar não se consegue encontrar, ou perdeu a direcção e fraco, sem poder, também não acredita nos outros. Ano em que menos é mais e trabalhando menos, cometerá menos erros. Retorne à família e aos amigos, não é o material que conta.
Amor: Os solteiros descobrem parceiro, mas devido à má estrela Gua Su (寡宿, ficar sozinho) a relação só não ocorre se não quer, já que as suas expectativas são sempre muito altas. Quem destrói a relação é você mesmo, por prezar em demasia a sua liberdade. Não importa como, dê um ano para si, sem pensar na carreira e dinheiro, desfrute Amor.
Saúde: Terá duas más estrelas, Bing Fu (病符, sinaliza doença) e Fei Ren (飞刃, fio da lâmina) a levar a uma operação cirúrgica, mas poderá substitui-la por antecipação ao doar sangue, permitindo transferir essa má, numa boa energia. Faça um exame à sua saúde. Mantenha relaxada a vida, sem esquecer o exercício físico. Dê mais tempo à família e retire-se do trabalho árduo fora de horas, esse é o melhor tratamento a dar ao corpo.

Os nativos de Tigre nascidos em:

1974 – Terá o melhor desempenho quanto à carreira entre os nativos de Tigre. Trabalhe muito e bem e haverá possibilidade de ser promovido e ter reconhecimento na sua especialidade.
1962 – Ano ameno, mas com surpresas. Terá muita gente a ajudar e o dinheiro vai pingando, sem precisar de se preocupar. Deverá realizar uma festa de aniversário a trazer boas energias e sorte.
1986 – Para ganhar o que pretende terá de trabalhar arduamente, mas a boa notícia é ter alguém qualificado como suporte. Poderá usufruir de um estável rendimento.
1998 – Revela-se pelo bom trabalho, mas não o deixe ficar fora do seu controlo e das suas forças. Bom ano para estudar.
1950 – Activo ano social, não faltando encontros com muitos amigos, levando a descobrir novos interesses. Ano despreocupado, mas precisa de tomar cuidado com a saúde, em especial com o fígado.

Coelho

Se no ano passado os nativos de Coelho tiveram inúmeras ajudas e suporte, nem mesmo a pandemia criou problemas, para este ano o caso é completamente diferente. Deve preparar-se, pois os que o suportavam desaparecem e sem suporte, vai trabalhar sozinho. Assim, proteja-se a si mesmo e o tentar ajudar outros poderá trazer-lhe problemas. Evite relações complicadas.

Carreira: Sem ajudas, nem estrelas da sorte, coloque a vida simples, pois quanto mais faz mais problemas pode ter. A má estrela Gua Su (寡宿, arrogância) leva-o a não ter paciência e a fechar-se, desinteressando-se da vida social. Já Tian Gou, (天狗, Cão do Céu), fácil a provocar conflitos, leva a criar inimigos e perder dinheiro. Pelas más estrelas, Pi Tou (披头, deixar solto o cabelo) e Bao Wei (豹尾, cauda do leopardo), o querer ajudar o amigo, para além de só lhe trazer problemas, nem agradecimento recebe. Tenha cuidado ao assinar garantias. Ano para dar um passo atrás afim de conseguir discernir melhor o que se passa à volta, pois para a frente, poderá cair no precipício.

Amor: Este ano as relações serão complicadas e confusas, colocando os nativos de Coelho muito cansados. Os casais serão afectados pela estrela Gua Su (寡宿) e facilmente entram em guerra-fria. Sensível, seja inteligente e por isso não se coloque nas pontas dos cornos do búfalo, pretenda-se estúpido.

Saúde: A má estrela Diao Ke (吊客), relacionada com receber más notícias da família, coloca-o triste e desconsolado, a poder levar a facilmente ter um acidente. Por isso, no princípio do ano é melhor ir prestar sacrifícios ao Deus do Ano, a pedir protecção e na parte Leste da casa, ou escritório, coloque uma planta verde, para ajudar a abrir mais o seu coração. Ano em que o fígado e olhos podem dar-lhe problemas, por isso dê tempo a si e encontre mais maneiras para relaxar, como ouvir música, …

Os nativos de Coelho nascidos em:

1963 – São os mais bafejados de todos os nativos de Coelho para este ano em relação à carreira e dinheiro devido às duas estrelas da sorte, Fu Xing (福星) e An Lu (暗禄). Não se vanglorie, proteja-se e não o divulgue e assim poderá ter uma vida maravilhosa.
1975 – Ano para falar menos e trabalhar mais. Fuja de relações complicadas e terá menos problemas. As ondas este ano não lhe trazem perigo.
1951 – Regresse à vida simples e rejeite entrar em competições. Em conjunto com os amigos não fale sobre tópicos sensíveis. Necessário realizar uma festa de aniversário.
1987 – Este ano vai trabalhar só, ninguém o ajudará, levando-o a tornar-se mais flexível para tentar algo novo. Poderá ter surpreendentes resultados.
1999 – Ano trabalhoso. Precisa de aprender a ser independente. Quando mais forte lhe baterem, mais alto se vai erguer. Não é ano para ganhar muito, mas para muito aprender.

Dragão

Os nativos de Dragão viram a carreira a progredir e este ano continuará a ser promissora. Virada para a criação, tanto na carreira como no amor, o seu sonho torna-se realidade. À sua volta rodopiam possibilidades e o sucesso.

Carreira: Contará com três poderosas estrelas da sorte, Tian De (天德, Céu protector) a limpar o caminho, Long De (龙德, Dragão da Virtude), promissora para a carreira e Fu Xing (福星), significando ter ajuda para conseguir resolver todos os problemas e por isso, só terá de dar o seu melhor. Poderá expandir-se do local ao internacional devido a outra estrela da sorte, Ban An (板鞍, ligada à viagem), que representa boas novas vindas do exterior, a permitir poder tomar a iniciativa de sair e conseguir boa cooperação, ganhando nome no estrangeiro.

Quando o nativo de Dragão se encontra no ano de Búfalo, em Po Tai Sui (destruído por o Deus do Ano), significa ocorrer de repente alguns danos, que apenas o assustarão, sem trazer outros problemas. A má estrela Juan She (卷舌) alguém a falar mal de si por trás, também pouca mossa fará, pois é só por inveja. Não importa como, é ano para a sua vida chegar a um novo patamar.

Amor: Será activo nas suas relações sociais, fazendo boas amizades. Os solteiros podem encontrar a cara-metade durante uma viagem, ou reunião, a trazer alento emocional e permitir revolucionar a sua vida e mesmo casar. Com uma forte personalidade, centrado apenas em si mesmo, as discussões são imparáveis, este o único senão, a não dar ainda este ano a perfeição aos nativos de Dragão.

Saúde: Por causa de estar num ano Po Tai Sui haverá hipótese de ter problemas de saúde e apesar de contar com inúmeras estrelas da sorte, será bom ir ao templo e fazer sacrifícios ao Deus do Ano. Pratique mais exercício físico, mas com menos intensidade e varie nos exercícios e movimentos dos membros. Relaxe e ouça música, ou leia um livro. Os nativos nascidos no Outono e Inverno devem usar mais a cor verde, assim como o vermelho ajudará a defendê-lo do Metal, ou a balançá-lo.

Os nativos de Dragão nascidos em:

1964 – Ano cheio de novos projectos e com muito bons comentários, colocando-o em posições de topo, levando a sentir-se muito orgulhoso de si mesmo.
1952 – Cheio de suporte, a carreira navega num mar sem ondas e os rendimentos não param. Espera-lhe uma vida feliz, com boa saúde.
1976 – Tem uma base firme e este ano terá muitas oportunidades para livremente criar, por isso precisa de agarrar a oportunidade e promover a sua imagem.
1988 – De repente, a mente abre e descobre-se em muitas coisas que não sabia e cheio de energia encontra novos significados. Com qualificado suporte e ajuda poderá criar o seu próprio negócio. Apenas não leve a extremos o trabalho, para não magoar a saúde.
1940 – Terá energia para acompanhar a vida social, que será intensa e continue a procurar o que gosta. Será um ano interessante.
2000 – Oportunidade para construir uma boa relação de amizade, a substituir a criada em competição e aprender a relacionar-se com os outros. Mergulhe no estudo para criar uma base de conhecimentos com alicerces mais profundos.

Serpente

Mesmo em situação difícil como foi o ano anterior, os nativos continuaram a ter um bom progresso na carreira. Este ano, os nativos de Serpente e Galo combinam-se com Búfalo por aliança dos três animais (San He), significando amizade entre eles e tudo se poderá realizar. Ano de muitas oportunidades, mas ao mesmo tempo cheio de desafios, pois quanto melhor é, mais complicadas serão as dificuldades. Ultrapassadas, pode aspirar a um lugar de chefia, ou ser o melhor na sua área. Chegar aí, dependerá como coopera com a outra parte, sendo a melhor solução, ganhar e dar a ganhar, representado no He. Levar o outro a perder, só para conseguir ganhar, é para quem se presta a aí cair.

Os nativos de Serpente sofrem este ano da influência da Estrela de Conflito Beligerante, 3 Jade (San Bi) a trazer disputas, alertando-o para alguém lhe quer fazer mal. Assim, ofereça sacrifícios ao Deus do Ano.

Carreira: Terá a estrela da sorte Hua Gai (华盖, protecção real) a representar boa carreira, mas para as mulheres empurra-as a ficarem sozinhas. Esta estrela quando aparece representa o Rei, significando continuar a comandar firmemente na sua área e tudo o que faz, dá-lhe mais poder. As duas estrelas da sorte, Guo Yin Gui Ren (国印贵人) e Fu Xing (福星, protectora, a limpar caminho) significam, ter apoio de oficiais poderosos no que realiza. A estrela Ci Guan (词馆, perfeitas palavras) dá-lhe eloquência numa clara mente e coloca as pessoas a acreditar em si. Daqui, estar ao seu alcance conseguir uma muito boa reputação, após se distinguir por mérito. Mas o sucesso nunca se consegue facilmente e assim, deve contar com uma das fortes más estrelas, Bai Hu (白虎, Tigre Branco), a representar, facilmente entrar em problemas, a poder levá-lo à justiça e ser julgado em tribunal. Mas mais sério será uma disputa com violência física, para magoar. Significa ser o seu adversário muito poderoso e se com quem necessita de negociar é um ser feminino, mais difícil se tornará a tarefa. Assim reúna à sua volta os amigos, para conseguir resolver o conflito. Já as más estrelas Da Sha (大 煞, grande acidente) e Fei Lian (飞廉, calamidade) representam algo imprevisto e inesperado a perturbar os seus planos, sendo apanhado não preparado.

Amor: Os nativos de Serpente são sempre bem vindos quando aparecem na vida social e muito activos nas associações a que pertencem. Mas com a sua áurea e estatuto de perfeição, os outros têm receio de ir ter consigo. A nativa de Serpente, demasiadamente poderosa, leva a existir entre o casal imensas discussões e o marido terá de ser muito paciente e condescendente, pois ela é o Rei.

Saúde: Evite discussões, de outro modo irá ficar em perigo. As grávidas devem tomar cuidados para não perderem o bebé. Muita atenção ao viajar e conduza com redobrada precaução. Os nativos nascidos no Outono e Inverno precisam de se resguardar em Maio e Setembro.

Os nativos de Serpente nascidos em:
1953 – São os melhores para este ano entre os nativos de Serpente na carreira e dinheiro e mesmo enfrentando algum problema, é ele facilmente resolvido.
1965 – Mesmo a dar o seu melhor, encontrará resistências e maus comentários, mas isso só o surpreende, não trazendo grande perigo devido às inúmeras ajudas com que pode contar.
1977 – Experimente fora da sua área de trabalho, pois é ano para investir em outras matérias e conseguir ganhar mais experiência, conhecimentos e dinheiro.
1989 – Ano em que estará muito ocupado por ter de tratar de tudo, sem ninguém a ajudar, mas mostrará talento nos resultados das suas criações. O ser feminino deverá ter mais cuidado com a saúde.
1941 – Vida social activa, apenas precisará de cautela com a saúde do corpo.

Cavalo

O passado ano teve grandes oscilações, entre alegrias a tristezas, mas no de Búfalo, os nativos de Cavalo estão de parabéns, pois são o primeiro dos doze animais. Libertar-se-á do freio e com rédea solta, tem prados para correr. Poderá controlar e decidir o que pretende fazer, mas lembre-se ao investir deverá providenciar o continuar seguinte.

O carácter dos nativos é de rectidão e falar sempre de frente e por isso, facilmente ofendem as pessoas sem intenção. Assim, aja com tacto e flexibilidade. Crie bases para o desenvolvimento futuro.

Carreira: De cliente, este ano passará a patrão devido às estrelas da sorte Zi Wei (紫微, promoção) e Long De (龙德, Dragão da Virtude), boas para a carreira. Aproveite e use bem esta boa sorte, pois só daqui a doze anos a voltará a ter tão forte. A estrela Tian Yi Gui Ren, (天乙贵人, edificar) é promissora para começar algo de novo, investir e fazer negócios, o que trará bastantes proveitos. Mas por outro lado, este ano o Cavalo está em Hai Tai Sui (magoado pelo Deus do Ano), a representar poder ter problemas devido a amigos. Isso não o levará a perdas, apenas ficar zangado. Também poderão ocorrer obstruções e resistências, devido às más estrelas, Bao Bai (暴败, mudança sem controlo) e Tian E (天厄, Catástrofe do Céu) e por isso, em tudo o que fizer deve dar espaço para poder retornar, não siga até ao fim quando vê o caminho a afunilar e então, já não há volta a dar. Pense duas vezes antes de tomar uma decisão e faça um plano geral e detalhado dos objectivos que pretende alcançar.

Amor: Está no seu meio, como peixe na água, feliz e com fortes emoções. A flor do amor já abriu para os solteiros, está na altura de colher a fruta, prognosticando uma vida familiar. Os casais viverão em harmonia.
Saúde: Por ser um ano em Hai Tai Sui, é fácil ter pequenos acidentes, sobretudo os idosos. Os nativos estão propensos a facilmente se irritarem e daí, precisar de relaxar e abrandar a sua velocidade. Tudo o que está ligado ao fígado (como os olhos, os braços e pernas) levará a não se sentir bem, procure exercícios físicos calmos para evitar problemas.

Os nativos de Cavalo nascidos em:

1954 – Chegarão a um novo patamar, mas o sucesso vem do suporte do seu grupo de trabalho e por isso, uma boa relação retira-lhe trabalho e com menos esforço obtém melhores resultados.
1966 – A carreira está como o Sol ao meio-dia, tudo o que fizer terá pessoas qualificadas a ajudar e sem obstáculos, conseguirá ganhos, tantos quanto esperava ter.
1978 – Os seus planos podem realizar-se e terá bom desenvolvimento. Cuidado, pois trabalha arduamente e precisa de tempo para descansar. Realize uma festa de aniversário para trazer boa fortuna ao ano.
1990 – Bom para iniciar o próprio negócio, mas melhor é encontrar um parceiro para cooperar.
1942 – Continua em firme posição e respeitado, com bons resultados financeiros. Pense abrandar o ritmo de vida e coloque a saúde em primeiro lugar.
2002 – Ano fácil, com tudo aplanado.

Cabra

Está em ano Chong Tai Sui, em oposição ao Deus do Ano. Prepare-se bem para aceitar as mudanças, pois este ano será de confronto entre dois poderes energéticos de cargas diferentes. Os nativos nascidos no Outono e Inverno, num gelado mês, ao entrar no ano de Búfalo o frio encontra Terra húmida e afecta-lhes a saúde. Os nascidos no calor da Primavera e Verão fazem balança com a Terra yin e encontram-se com algo novo, a levá-los a ver pelo outro lado. Essa mudança propicia o trocar de emprego, casa, ou de parceiro, mas a saúde deve ser a sua principal prioridade.

Carreira: Sem estrelas da sorte para ajudar e sem conseguir uma clara imagem do que está à frente, terá de ser paciente e tolerante com o que se lhe apresenta. Coloque as aspirações num ponto mais baixo e assim reconhecerá ser menos difícil o ano. De más estrelas conta com Da Hao (大耗, despender fortuna), que a nível financeiro pressupõe gastar mais do que ganhará, no entanto, se for a investir não haverá prejuízo. Lan Gan (阑干, barreira) revela o aparecer sempre problemas a necessitar de serem resolvidos e a má estrela Bao Wei (豹尾, fraude, batido pela cauda do leopardo) a significar, facilmente cair na armadilha e ser enganado, mesmo por amigos. Daí, faça um pé-de-meia, evite dar garantias e primeiro que tudo, proteja-se.

Amor: No ano Chong Tai Sui facilmente os nativos de Cabra entram em discussões, por isso use o amor e não argumentos para resolver as questões. O nada ocorrer são boas notícias.

Saúde: No início do ano deverá prestar sacrifícios ao Deus do Ano e meditar sobre as suas preocupações e anseios. Para segurança faça um exame de saúde. Ao movimentar-se deverá ter cuidado pois está propenso a cair, ou ter um acidente. Quem nasceu no Outono e Inverno deverá trajar com cores quentes (vermelhos e amarelos) e evitar o preto e cores frias, para conseguir mais fogo a equilibrar.

Os nativos de Cabra nascidos em:

1955 – A carreira não será fácil, mas consegue ter ajudas. Não se exponha, pois o resultado será o contrário do que pretende. Cuide da saúde.
1967 – Mudança é o ponto principal do ano e se não encontrar um caminho para seguir, não fique no antigo percurso, pois está propenso ao divórcio. Tente diversificar e terá surpresas.
1979 – Ano para aprender a lidar com as mudanças; seja mais activo e com mais vida social. Desenvolva os seus interesses pessoais. Cuidado ao conduzir e evite desportos de alto risco.
1943 – Ano sem problemas, com ganhos estáveis, mas cuidado com o que faz. Sentir-se-á muito sozinho e por isso, deverá juntar-se com amigos e abrir o coração.
1991 – Vai ser confrontado com enorme competição, por isso mantenha-se silencioso e trabalhe arduamente, degrau a degrau é o caminho. Uma boa e amistosa relação com as pessoas poderá ajudar a resolver muitas resistências e problemas.

Macaco

No ano transacto, os nativos de Macaco, mesmo em tempos de epidemia, conseguiram evoluir na carreira e para o ano de Búfalo as boas notícias continuam. Terá ajuda da estrela da sorte Yue De (月德, Virtude da Lua), estrela da Paz e Harmonia, a colocá-lo esplendoroso e com brilho, atraindo os amigos. Pela auspiciosa super estrela da sorte Tian Xi (天喜, Alegria Celeste) contará com muitas celebrações e cerimónias para festejar e daí a Felicidade. Mas não se esqueça ter cuidado em controlar os custos, válido tanto para a saúde como monetariamente, pois extremos prazeres levam a gastos que o arruínam e o põem a pedir. Será um ano feliz pois esta estrela transforma pequenos infortúnios em bons acontecimentos e é propícia ao casamento e para o relacionamento entre pessoas.

Carreira: Com a estrela da sorte Ban An (板鞍, sela) a significar viajar e negócios no estrangeiro, agora com um novo significado por se poder vender on-line os produtos no mundo inteiro. Assim a popularidade neste virtual meio leva-o ao sucesso. A estrela da sorte Tian Guan (天官, oficial do Céu) permite continuar a receber ajuda, mas não a suficiente para favorecer a sua carreira. A má estrela Xiao Hao (小耗, pequenos gastos) indica ter contas de pequenos montantes a pagar em muitos lados e se não controlar bem, entrará em insolvência. Isto é, a carreira leva-o a conseguir maior reputação, mas não favorece no dinheiro.

Amor: Com a estrela da sorte Tian Xi (天喜, Alegria Celeste) não importa se for casado ou solteiro vai ter eventos felizes, muitas celebrações familiares para festejar como nascimentos, casamentos e aniversários, mas tenha atenção às despesas e não gaste o que não pode.

Saúde: Cuidado com os problemas de intestinos e diabetes. Conta duas más estrelas, Yang Ren (羊刃, fio da navalha, cirúrgica) e a Shi Fu (死符, sinal de morte) e para reverter isso, deverá tomar especial atenção aos alimentos que ingere, como excessos de carne e marisco, fritos e grelhados. Tenha um horário regrado, coma a horas certas e durma cedo. Viva menos à noite e mantenha tranquilas as suas emoções, evitando conflitos e zangas. É a maneira de ganhar saúde.

Os nativos de Macaco nascidos em:

1992 – Contarão com a estrela da sorte Jin Yu Lu (金舆禄, grande fortuna) a favorecer a carreira e finanças.
1980 – Deve contar com um mar revoltado e o sentido da sua vida vai dar uma volta e mudar de direcção. Não trabalhará sozinho pois terá pessoas a ajudar. Não se esqueça, em tudo o que fizer a segurança é o mais importante.
1968 – As suas criativas ideias encontram este ano espaço para serem apresentadas. Não terá via rápida e por isso será degrau a degrau. Preste muita atenção à saúde.
1956 – Para este ano a sua evolução desenvolve-se ordenadamente e poderá gozar a vida, pois não terá nenhum problema a incomodar.
1944 – Se continua a trabalhar, terá possibilidade de desenvolver muito o seu negócio. Se está reformada, procure novos interesses, mantenha-se activo.
2004 – Com a mente clara, consegue facilmente aprender e torna-se um bom aluno.

Galo

O ano anterior não foi muito difícil, mas também nada fácil e para este, o Galo combina-se com Búfalo, o animal do ano, no grupo dos três amigos, conjuntamente com Serpente. Não será um ano simples, mas para onde for terá suporte e estará rodeado de amigos. Pode chamar vento e chuva, tal é o seu poder e a sua qualificação e talento colocam-no num ano perfeito.

Carreira: Glorioso ano pois conta entre as seis estrelas da sorte, três poderosas para a carreira, San Tai (三台, Carimbo), Ba Zuo (八座, promoção) e Hua Gai (华盖, protecção, pálio), conseguindo com a ajuda deste arsenal energético positivo atingir o topo na sua área. Para resolver os problemas e quebrar todos os obstáculos, as estrelas da sorte Tian Jie (天解) e Jie Shen (解神), a levá-lo a poder voar à altura que quiser. Com a estrela da sorte Lu Shen (禄神) ganha reputação e rendimentos. Mas deve contar com um número igual de más estrelas. Previna-se, pois há pessoas a querer enganá-lo, a fazer-lhe mal pelas costas, ou a levá-lo a tribunal e tal é devido às três más estrelas, Wu Gui (五鬼, Cinco fantasmas), Guan Fu (官符) e Fei Fu (飞符, más notícias). Já as outras três más estrelas, Huang Fan (黄幡, danosa notícia) Xue Ren (血刃, corte de lâmina) e Chen fu (沉浮, grandes oscilações) colocam-no muito em baixo, desanimado. Quanto mais responsabilidade, mais pressão na carreira, a fazer-lhe lembrar que o custo para ganhar a medalha de ouro é o de precisar passar por tudo isto.

Amor: Ajudado pela relação dos seus amigos, Búfalo e Serpente, a vida social dos nativos de Galo é activa e tal como gosta, é o centro das atenções. Tem a estrela da sorte Hong Yan (红艳, emoção e amor) a promover uma vida emocionante e feliz, e não importa se casado ou solteiro, leva-o a estar cheio de pretendentes. Uma enchente de relações e por isso, deve tomar cuidado e não torne o que é bom em maus momentos. Este ano, as nativas de Galo facilmente entram em discussões com os seus parceiros.

Saúde: Sob grande pressão no trabalho, os nativos de Galo entrarão este ano facilmente em depressão e por isso, devem controlar o temperamento, sobretudo no Outono e Inverno. Dentro de casa, na parte Noroeste não coloque objectos cortantes e a Sudoeste, ponha uma lâmpada vermelha para o proteger das más estrelas voadoras.

Os nativos de Galo nascidos em:

1993 – Conseguirão ter suportes qualificados e boas relações, contando com a admiração dos outros pelo seu talento. Para a carreira e dinheiro, é entre os nativos de Galo quem terá o melhor ano.
1981 – Conte com grande competição, que virá não só dos seus inimigos, como de alguns amigos. Terá de trabalhar duplamente para sair do redemoinho e atingir a sua meta. Tome mais cuidado com a saúde de um parente idoso. É bom realizar uma festa de aniversário para limpar as más energias.
1969 – Altura de mostrar em diferentes áreas o seu lado criativo, mas cuide da saúde.
1957 – Invista em diferentes áreas, o que lhe trará um novo rumo e pode mesmo empurrar um passo para a frente o seu antigo negócio.
1945 – Ouvirá muitas acusações criadas pelos seus detractores por inveja de si; não precisa de se zangar e quanto mais calmo se mantiver, mais facilmente os cala. Faça exercício físico para se manter em forma.

Cão

Sem as grandes mudanças do ano passado, a principal função dos nativos de Cão para este ano é servirem de meio para se fazer a ponte nas negociações, porque Cão (戌, Xu) é Terra yang, o que balança a Água e o Fogo, levando-as a não se combaterem. Conta com a super estrela da sorte Tai Yin (太阴), a representar boas relações sociais, pois combina bem yin e yang, transformando o negativo em situações positivas, a permitir criar um negócio com o seu parceiro oposto. Excelente para relações públicas, ou enviado da paz.

Carreira: Não precisará de trabalhar muito, apenas criar boas relações pois, as três más estrelas, Tian Sha (天煞), Gou Jiao (勾绞) e Cu Bao (卒暴) significam catástrofe proveniente do Céu, fora do seu controlo. Encontrará resistência de onde menos espera, que destrói os seus muito bem preparados planos, sendo à última hora cancelados, ou adiados. De facto, a gentileza do nativo de Cão leva a facilmente os outros acreditarem nele e o acolherem. Estenderá o seu social campo de amizade e abrirá a mente para novos temas e fora da competição, resolve problemas aos outros. Ganha e dá a ganhar. Será um ano confortável.

Amor: A estrela da sorte Tai Yin (太阴), a representar boas relações sociais, permitirá encontrar o seu amor. Os nativos solteiros terão de tomar mais iniciativa, o que trará agradáveis surpresas. Os casais estarão em harmonia e encontram prazer na vivência familiar. Passivo na carreira, a emocional vida permite aos nativos estar todo o ano como se fosse Primavera, cheio de felicidade e esperança.

Saúde: Este ano não contará com grandes problemas de saúde, apenas coisas leves como, questões de pele, ou dor de ossos e músculos.

Os nativos de Cão nascidos em:

1982 – Não precisarão de se preocupar com as finanças, pois nos anos anteriores capitalizaram, assim este será para relaxar e desfrutar da vida, já que nada poderá fazer quanto à carreira.
1994 – Terá possibilidade de ser promovido. Ano criativo com novas ideias, a ajudar a encontrar uma nova área de trabalho. Precisa de celebrar o seu aniversário.
1970 – Activo ano na vida social, encontrará novas funções e outras maneiras de trabalhar. Conte com muita competição e resistências. Prepare um plano de longa duração. Regresse ao seio familiar e terá boas surpresas.
1958 – As suas boas relações continuarão a evoluir, precisando apenas de se controlar na bebida e comida e não abusar da nocturna vida. Dê mais tempo ao exercício físico.
1946 – Ano para tentar manter o que tem e não procurar mudança. Evite investir onde ninguém se mostra interessado.

Porco

Se no ano passado deitou foguetes, este é para apanhar as canas. Após o ribombar da pólvora e o seu brilho ao rebentar, para os nativos de Porco este ano vem o silêncio e preferem isolar-se das outras pessoas. Siga a sua ideia e não aceite as sugestões, e mesmo trabalhando arduamente é fácil ser apanhado por tristes emoções. A vida complica-se e insatisfeito protesta. Tudo isto, devido à má estrela Sang Men (丧门, de má sorte), a dar más notícias, que muito o entristecem. Ano para aprender a deixar de ter negativas emoções, pois estas ainda mais atraem más novas.

Carreira: A estrela da sorte Tai Ji Gui Ren (太极贵人) significa ter alguém a ajudá-lo e Jin Yu Lu (金舆禄, grande fortuna), receber dinheiro não proveniente do trabalho, mas da sorte. As más estrelas, Da Hao (大耗, gastar fortuna) e Bao Wei (豹尾, ser apanhado pela cauda do leopardo), significam ter à frente muitos problemas, colocando-o perdido. Deverá ser paciente e não perder a serenidade, pois está na altura de saber temperar-se e não explodir emocionalmente. Mas muito positivo nos nativos de Porco é nunca desistirem. Perdido e sob pressão, até chegar ao fim não saberá se ganhou ou perdeu, pois às vezes, a desgraça traz razões que levam a vantagens.

Amor: Terá de cuidar mais dos familiares e mostre-se paciente e condescendente, abrindo o coração, pois numa sociedade tão agitada é preciso descomprimir. Coloque dentro de casa, na sala a Nordeste, uma flor aberta de pessegueiro, o que ajudará a melhorar as relações com as pessoas. Boas energias levam-no a atrair boas situações.

Saúde: Antes de tudo o mais, primeiro deve ir oferecer sacrifícios ao Deus do Ano, devido à má estrela Fei Lian (飞廉, imprevista calamidade), pois será um ano de grandes e fortes emoções, a não lhe permitir mente limpa e visão clara. Cuidado com o coração e poderá ter problemas de sangue e com a uretra. Quando não se sentir com vontade, melhor descansar, ouvir música, ler um livro e fazer exercício físico. Atenção especial aos meses de Abril, Junho e Agosto.

Os nativos de Porco nascidos em:

1983 – Ano no topo na carreira e rendimentos de entre todos os nativos de Porco. Se controlar as suas emoções continuará a ser ganhador.
1971 – Vai parecer-lhe ter uma vida simples, mas ganhará vitalidade e conquista profundidade. Procure abrir-se para uma activa vida social e encontre-se mais com os amigos. Para os nativos masculinos devem tomar cuidado com a saúde e acidentes.
1959 – Tem já uma boa posição e este ano não precisa de viver em competição, o que lhe falta e precisa é fazer exercício físico e manter-se com saúde.
1947 – Vida estável e não haver notícias é a melhor notícia. Se conseguir manter-se calmo encontrará a Felicidade.
1995 – Se mantiver o que tem, já está a ganhar. Expectativas maiores é apenas para chamar problemas e meter-se em trabalhos, arriscando a sofrer maldosos comentários e apreciações.

Rato

No ano passado os nativos de Rato estavam em Zhi Tai Sui (confronto com o Deus do Ano) e daí terem ocorrido grandes mudanças, mas este ano encontra-se num grande barco sentado a pescar, pois Rato e Búfalo são um dos seis pares de animais que combinam (Liu He). Normalmente receosos, no ano de Búfalo a química que ocorre aos nativos de Rato leva-os a ficar mais confiantes e seguros, tornando-se corajosos. Terá as estrelas da sorte, Wen Chang (文昌), Deus dos Letrados) a levá-lo ao estudo, em especial à cultura e artes e Tian Chu (天厨, Cozinha do Céu), a permitir dedicar-se a ser cozinheiro e aperfeiçoar e saborear boa comida. Terá boas mudanças, tornando-se popular.

Carreira: A super Tai Yang (太阳, a estrela Sol) significa cheio de energia e se a colocar em tudo o que faz, nada nem ninguém o conseguirá deter. A estrela da sorte Yu Tang (玉堂) leva a ter suporte de pessoas competente a ajudá-lo a atingir uma alta posição, colocando-o como pessoa mais respeitável, a quem se presta homenagem. Ban An (板鞍, sela), a boa estrela de viagem, representa terem os nativos de Rato a possibilidade de desenvolver os negócios com o estrangeiro, ou emigrar, ou investir no comércio on-line. Tudo o que fizer terá sucesso. Já a má estrela Tian Kong (天空, Vazio Céu) leva os nativos a muito pensar e mesmo assim, não conseguir tomar uma decisão, mas tal não trará problemas à carreira. Ano para criar a sua própria marca, que aparecerá como poderosa imagem.

Amor: Especial para os nativos de Rato solteiros, pois facilmente irão descobrir a pessoa certa para se juntar, casar e ter filhos. A melhor altura para celebrar o casamento é no oitavo mês lunar. Quanto aos casados, muitas são as pessoas a sentirem-se atraídas por si, mas deverá transferir essa relação para o campo da amizade, a permitir ajudar na carreira, levando a muitas surpresas.

Saúde: A boa energia da estrela Tai Yang (太阳, Sol) coloca-o a sentir-se mais novo e traz-lhe boa saúde. Quem nasceu no Outono e Inverno deve nos meses de Maio e Novembro tomar cuidado ao nadar no mar, viajar de barco e em todos os desportos aquáticos. Os nativos de Rato ao sentirem-se doentes, devem vestir-se com roupa vermelha.

Os nativos de Rato nascidos em:

1972 – Terão um ano perfeito, não precisando de trabalhar arduamente para ganhar aplausos. Na carreira e nos rendimentos este ano será o melhor de todos os nativos de Rato.
1984 – Tudo seguirá a direcção que planeou, será promovido e a sua carreira entra num novo patamar. Terá possibilidade de comprar casa e abrir uma companhia.
1996 – Preste especial atenção ao desenvolvimento da sua carreira, pois conseguirá uma excelente resposta e com a ajuda de uma pessoa competente terá um futuro brilhante.
1960 – Uma activa vida social coloca-o cheio de amigos. Este ano com uma nova ideia terá hipóteses de arranjar um novo emprego, o qual já estava interessado, mas é apenas para trabalhar e não querer logo ser materialmente recompensado.
1948 – Vai ter um novo projecto e isso levará a uma mudança, sendo o trabalho completamente diferente do que até então já fez. Deite fora o antigo e invista no novo. Tal levará a ter de trabalhar muito, mas não estará só, pois será ajudado e lembre-se de o equilibrar com descanso.

Deixamos aqui votos de um Feliz Ano Novo – San Lin Fai Lok, em mandarim Xin Nian Kuai Le, e sobretudo com muito Boa Saúde – 身体健康 (Sun Tan Kin Hong, em mandarim Shen ti Jian Kang).

11 Fev 2021

Aniversário | Primeiro jogo do Clube de Râguebi de Macau foi há 25 anos

Começou como o passatempo de um grupo de amigos, mas 25 anos depois o Clube de Râguebi de Macau tem uma formação com mais de 100 crianças. Hoje a associação celebra o aniversário do primeiro jogo, um empate 12-12 com a secção do râguebi Hong Kong Football Club

 

Foi no campo que actualmente está a cargo dos Operários, nas Portas do Cerco, que há 25 anos o que o Clube de Râguebi de Macau se estreou em competição. Na altura, o Governo português disponibilizou o recinto, remodelado, e a formação de que fazia parte Luís Herédia não desiludiu, alcançou um empate por 12-12 contra a secção do râguebi Hong Kong Football Club.

“Foi um empate 12-12 contra a secção do râguebi Hong Kong Football Club. Na altura, eles jogavam juntos há muito tempo, e alguns eram atletas muito experientes, podemos dizer que já eram veteranos. Nós tínhamos uma equipa formada há pouco tempo”, recordou Luís Herédia, um dos fundadores do clube e jogadores do primeiro encontro.
Contudo, o percurso para o primeiro jogo não foi fácil e esteve longe de ser preparado nas melhores condições.

A ideia de formar um clube de râguebi em Macau começou a nascer com um grupo de amigos e aficionados do desporto, que pretendia ir apoiar a selecção de Portugal nas participações do Torneio de Sevens, em Hong Kong.

Só que o que poderia ter sido uma “claque” acabou por evoluir para algo mais: “Desde 1994 que a selecção portuguesa era convidada para ir ao Torneio Sevens de Hong Kong. Era um torneio que se realizava há uns anos e era um dos maiores do mundo”, contou Herédia. “Nós éramos alguns portugueses que estávamos em Macau e tínhamos praticado a modalidade em Portugal. Por isso, começámos a pensar em criar uma espécie de Clube dos Amigos do Râguebi para apoiar Portugal”, acrescentou. “Só que quando começamos a materializar a ideia, verificamos que tínhamos um grupo com muitas pessoas que tinham jogador râguebi, que ainda estavam em idade de jogar e que tínhamos um grupo para formar uma equipa”, recordou.

Aos portugueses e amigos locais juntaram-se vários emigrantes anglo-saxónicos, naturais de países com uma cultura mais desenvolvida deste desporto. Só que para jogar era preciso encontrar um adversário….

Treinos em asfalto

Com uma rede de contactos em Hong Kong, foi da região que se aproximava a passos largos de regressar à administração chinesa que chegou o primeiro adversário, ligado ao Hong Kong Football Club. “Como tínhamos contactos em Hong Kong, falámos com pessoas que conhecíamos para trazerem uma equipa para o primeiro jogo.

Eles perceberam muito bem a nossa situação, e colocaram-nos em contactou com esta equipa mais próxima do nosso nível…”, apontou Herédia, um dos jogadores. “E pelos vistos acertaram na muche com a equipa [secção do râguebi Hong Kong Football Club] que enviaram porque terminámos empatados”, lembrou.

Com o adversário escolhido, ficava a faltar um recinto para desempenhar o encontro. A questão foi resolvida com o contributo da administração portuguesa. “Antes de irmos com a ideia ao Instituto do Desporto que gostaríamos de fazer este jogo, o campo nas Portas do Cerco estava em muito mau estado. Só que eles tiveram o cuidado de fazer reparações e quando jogámos não podemos dizer que o campo estivesse novo, mas estava muito bem preparado, com os postes e todos os equipamentos necessários”, relatou.

Já os treinos para o desafio foram um desafio mais complicado, com parte a ser feita em superfícies de alcatrão. “Treinávamos em asfalto num campo polivalente, que era no Hyatt, e corríamos na rua. Nem sequer tínhamos tido ocasião de treinar como deve ser”, apontou.

Jantar de comemoração

O primeiro encontrou tornou-se um marco para o Clube de Râguebi de Macau e a partir desse momento foram realizados muitos jogos, com vitórias, derrotas e empates, como acontece no desporto. Mas o dia 10 de Fevereiro de 1996 não foi esquecido e esta noite vai ser celebrado com um jantar, em que vão estar presentes alguns membros da equipa original, como Anacleto Cabaça, Álvaro Duarte, Miguel Madaleno e Paulo Sá.

A história do Clube de Râguebi de Macau também não ficou parada e hoje, com 25 anos, houve sempre actividades e hoje são vários os jovens, mais de 100, que participam nos escalões de formação, através de um segundo clube.

E os desafios também não acabaram, com o principal a ser, como acontece com outros tipos de desporto em Macau, o acesso a locais para os treinos e jogos.

No caminho de 25 anos, um dos aspectos que mais deixa Luís Herédia, fundador do clube, satisfeito passa por uma maior adesão à modalidade dos locais, que contrasta com o início em que os praticantes eram mais portugueses e anglo-saxónicos. “Temos bastantes locais e foi sempre um dos nossos objectivos, que houvesse mais locais a praticar. E hoje em dia quando se vai aos treinos já há dias em que são bastantes mais locais que portugueses ou imigrantes”, admite. Mesmo assim, o clube não pára, nem com a pandemia: “Há sempre muito para fazer e não vamos parar”, promete.

10 Fev 2021

João Luís Barreto Guimarães vence prémio norte-americano de poesia Willow Run

A obra “Mediterrâneo”, de João Luís Barreto Guimarães, traduzida para inglês por Calvin Olsen, venceu o prémio Willow Run Poetry. João Luís Barreto Guimarães, 53 anos, é o primeiro autor português a ser distinguido com este galardão, e o terceiro poeta, sucedendo aos norte-americanos Roy Bentley, 67 anos, vencedor em 2019, e Carol Tyx, em 2018.

Em 2017, João Luís Barreto Guimarães foi o vencedor do Prémio de Poesia António Ramos Rosa, com “Mediterrâneo”, originalmente publicado em março de 2016, pela Quetzal.

Além do prémio pecuniário no valor de mil dólares, cerca de 830 euros, que o poeta vai receber, “Mediterrâneo” terá uma “publicação [ainda este ano] e distribuição no mundo anglo-saxónico, numa edição da Hidden River Press, de Filadélfia, dirigida pela escritora Debra Leigh Scott, que presidiu ao júri”, adianta a Quetzal Editores.

Ao Willow Run Poetry Book Award foram admitidos cerca 200 originais de poetas norte-americanos e de outras nacionalidades, em tradução para inglês, tendo sido selecionados 52 semifinalistas e 10 finalistas dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, África do Sul, Suíça, Japão, Índia, China e Portugal.

João Luís Barreto Guimarães, também tradutor e médico, arrecadou, em 2019, com a obra “Nómada”, o prémio de Melhor Livro de Poesia nos Prémios Bertrand. Em 2019, “Mediterrâneo” foi finalista do prémio literário italiano Camaiori Belluomini, à semelhança do seguinte do autor, “Nómada”, nomeado na categoria de Prémio Internacional. “Mediterrâneo” foi editado em Espanha, Itália, França e Polónia.

No final do ano passado, João Luís Barreto Guimarães foi o vencedor da primeira edição do Prémio Literário Armando da Silva Carvalho, instituído pelo município de Óbidos para premiar a poesia dos países lusófonos. Nascido no Porto, em 3 de Junho de 1967, João Luís Barreto Guimarães publicou o primeiro livro de poemas, “Há Violinos na Tribo”, em 1989, em edição de autor.

Seguiram-se “Rua Trinta e Um de Fevereiro” (1991), “Este Lado para Cima” (1994), “Lugares Comuns” (2000), a coletânea “3” (2001), “Rés-do-Chão” (2003), “Luz Última” (2006) e “A Parte pelo Todo” (2009), em editoras como a Quasi, Gótica e Lumiar. A “Poesia Reunida” (2011), já lançada pela Quetzal, congregou os primeiros sete livros originais do autor.

Em 2013 publicou “Você Está Aqui”, que a Quetzal definiu como “balanço poético e pessoal do homem e do poeta, aos 40 anos”, e que viria a ser publicado em Itália. A “Mediterrâneo” sucedeu-se “Nómada” (Quetzal, 2018), também publicado em Itália. Em 2019 publicou a antologia “O Tempo Avança por Sílabas”, obra igualmente publicada na Croácia, à qual se seguiu “Movimento” (Quetzal, 2020).

9 Fev 2021

Maria Monte, sobre EP “Laços”: “Este é um trabalho de grande serenidade e intensidade”

Há muito que a música fazia parte do mundo de Maria Paula Monteiro, mas em prol de uma carreira na área da produção e assessoria cultural foi ficando para trás. Os tempos de pandemia levaram-na, com o nome artístico de Maria Monte, a lançar o EP “Laços”, com produção do músico João Caetano e apoio do Instituto Cultural. Este é um trabalho onde o jazz é protagonista mas, acima de tudo, onde os afectos com Macau estão muito presentes

 

“Laços” será lançado no próximo dia 26 em várias plataformas digitais. Como chegou a este projecto?

Há muito que acompanho o músico João Caetano e eu própria sempre tive esta componente forte que é a parte artística. Vi um miúdo a crescer também com essa componente da música. [A música] sempre me interessou mas era difícil porque eu tinha uma carreira, e acabei por migrar este esforço para os outros. Isso aconteceu com o João [Caetano], ajudei-o na gestão da carreira. Ele em Londres é um músico muito reputado. A determinada altura estávamos a trabalhar e ele propôs-me voltar a fazer algo na música, e eu disse “porque não?”, sobretudo nesta fase de confinamento. Começamos o ano passado a trabalhar nas letras e nas músicas e houve uma arquitectura fabulosa entre três lugares, Macau, Reino Unido e Portugal. Nasceu este “Laços”, porque no fundo são laços de itinerância, de afecto, que nos comprometem a todos os que são itinerantes, que é o meu caso e o do João. Há um compromisso de afectos muitos firmes às cidades por onde passamos e onde registamos toda a nossa carga artística.

Este projecto é apenas um EP. Pretende avançar para um álbum, ou fazer espectáculos?

O projecto terá continuidade, queremos completar o registo para um espectáculo. O João foi buscar os melhores músicos de jazz com que trabalha, que são excepcionais e que têm uma carreira internacional. Trabalhou com um deles na área dos arranjos musicais. A gravação da voz foi feita em Portugal e aqui a parte digital fez uma grande diferença para que este projecto pudesse avançar. Tudo ficou na onda que queríamos, que era a do jazz cadenciado, que pudesse dar-nos a entender uma espécie de uma viagem, em que acabamos todos nós por estar de uma forma ou de outra.

No que diz respeito às letras, são apenas da sua autoria?

As letras sou eu que as faço. São quatro temas, e o último, “Concha”, tem o refrão inspirado num livro de poesia da minha mãe, que é poetisa e já tem uma série de livros lançados. “Macau” é minha, incluindo a música, e “Primavera” e “Concha” são dois temas que, na parte da música, são feitos com o João.

Porquê a escolha de “Primavera” para single de lançamento?

Esta é uma canção de esperança em tempos de pandemia. Na primeira quarentena que fomos obrigados a respeitar em Portugal tínhamos uns poucos minutos de liberdade, e no meu caso esses minutos eram passados a correr entre as seis e as sete da manhã, quando não havia vivalma perto do mar. Há essa ideia de esperança, de que o coração não pode morrer, não se pode estreitar nestes tempos de dor. Há um grito de esperança. No fundo a música é um grito de esperança que temos de ter no meio desta solidão, nem que seja ao correremos num paredão e voar como voam as gaivotas. Esses momentos, que podem ser meros segundos, já são os necessários para podermos ultrapassar tudo aquilo que será o nosso dia. E é a esses pequenos momentos a que temos de nos agarrar.

Este trabalho pretende também dar esperança a quem o ouve.

Através deste single, deste primeiro tema. É um tema de esperança, mas existe um outro, de grande afectividade [sentida] por todas as pessoas que viveram em Macau, sem excepção. Há uma afectividade que temos para com Macau e é quase uma relação apaixonada que não morre. Essa música é de facto uma canção apaixonada pela cidade, que se transmuta como um ser vivo. E aí estão patentes os laços de que falamos. Em “Concha” também há um pouco disso, é muito jazz, é um tema onde me recordo dos momentos que passava no Clube de Jazz de Macau. Tem todos aqueles sabores desse ambiente de amigos. Na década de 90 tínhamos estes cantos junto ao rio. Era ali que se reuniam os amigos e onde passávamos [bons momentos] e há ali qualquer coisa dessa atmosfera.

Como descreve este EP?

Este é um trabalho de grande serenidade e intensidade ao mesmo tempo, e é muito revelador de muitos estados. Há aqui de facto um calor que é a minha relação de afectos que espelha o meu núcleo de forças que ainda está em Macau. Há também um colete de forças das pessoas que já estão aqui em Lisboa, mas este é um trabalho também de itinerâncias. Houve uma série de pessoas que se juntaram para fazer este projecto e é uma coisa de vários locais, como África onde cresci e vivi durante muito tempo.

9 Fev 2021

Brasileiro Eddy Murphy ensina capoeira e português a crianças 

As aulas de capoeira do brasileiro Eddy Murphy estão a dar medalhas e a formar campeões em Macau, mas também estão a servir para ensinar português a crianças de mais de uma dúzia de países. À tarde, num ginásio num centro comercial na ilha da Taipa, há tradições, línguas e costumes que são convocados à reunião, para tocar, jogar e dançar, bem como cantar, nomear dos pés à cabeça partes do corpo e contar números, sempre em português.

“A capoeira é o maior veículo de divulgação da língua portuguesa”, sentencia Eddy Murphy, até porque está presente em centenas de países, salienta, enquanto os mais pequenos praticam ‘capoeiragem’, a expressão brasileira que o mestre quer que em Macau signifique que há mais vida para além da competição que a arte marcial arrasta.

Em Macau, são muitos os países que ‘habitam’ as aulas de capoeira do brasileiro e do Grupo Axé Capoeira, do mestre Barrão. Nas ‘t-shirts’ dos alunos está estampada a expansão, escrita a várias cores: Brasil-China-Macau-Hong-Kong. Tarzan, Formigão, Amarela, Tangerina, Amazonas, Eddy Murphy, Pensador, Luz e Açaí são alcunhas de algumas das crianças e jovens que representam também diferentes geografias, da Malásia ao Canadá e Japão, dos Estados Unidos a Singapura, da Tailândia e Indonésia até aos países lusófonos como Brasil e Portugal, e que se cruzam no antigo e multicultural território administrado pelos portugueses, agora região administrativa especial chinesa.

Passagem para a EPM

Caleb, que por ali, na ‘capoeiragem’ de Macau, é conhecido pela alcunha de Pensador, nasceu em Singapura, filho de pai canadiano e mãe norte-americana.

Mais expansivo que a irmã, descreve-se, atirando a idade e nome, bem como a alcunha de Katie (Luz). E explica o peso das aulas de capoeira na segurança e fluência no português que evidencia, orgulhoso: “Também [aprendemos] numa escola portuguesa, também aprendemos ali”.

Ao lado, Eddy Murphy, de 53 anos, acrescenta o ‘pormenor’: os mais pequenos chegaram primeiro, depois vieram os pais, e, com a necessidade de os filhos entenderem melhor as aulas de capoeira, acabaram por os fazer entrar na Escola Portuguesa de Macau. Eddy Murphy garante que a arte de ‘cozinhar’ esta fusão é simples de se entender pela integração social e construção de pontes, asseguradas pela arte marcial que vive da dança, da música e da cultura popular.

8 Fev 2021

Creative Macau | Exposição de escultura de Eloi Scarva e Chan Un Man abre hoje portas 

“Capsule Formation & Asymbiotic Seed Germination” é o nome da nova exposição da Creative Macau que é hoje inaugurada e que se mantém patente até ao dia 27 deste mês. Ambos residentes de Macau, mas com diferentes backgrounds culturais e artísticos, Eloi Scarva e Chan Un Man traçam na escultura a sua visão da cidade envolta numa pandemia, da natureza e dos objectos tradicionais

 

Eloi Scarva e Chan Un Man são os protagonistas da nova exposição do espaço Creative Macau e que abre hoje ao público. “Capsule Formation & Asymbiotic Seed Germination” é uma mostra de esculturas com estéticas completamente diferentes mas que acabam por se complementar.

De um lado, Eloi Scarva, jovem, de 27 anos, formado em escultura em Portugal, com uma visão muito própria de uma Macau fechada em si mesma devido à pandemia. Do outro, Chan Un Man com uma interpretação da natureza e de uma estética mais tradicional, apresentando peças trabalhadas em madeira.

Ao HM, Eloi Scarva, membro da Creative Macau desde 2017, contou que a ideia de Lúcia Lemos, responsável pela galeria, era precisamente criar um contraste nesta mostra, que revelasse os dois lados de que o território é feito. “Ele [Chan Un Man] é de Macau mas tem residência na China, e eu também sou de Macau, nasci cá mas tenho um lado português. A exposição tem esse contraste, com duas estéticas muito diferentes”, frisou.

Eloi Scarva resolveu abordar os actuais tempos de pandemia em que vivemos criando cápsulas, dentro das quais a cidade existe. “A minha estética é sempre muito industrial e achei que, neste caso, encaixavam bem estes materiais para representar a cidade. A primeira ideia era algo que tivesse objectos, muito na ideia daquilo que é a cidade de Macau, do espaço, de uma nova adaptação ao isolamento.”

O artista, que confessou não dar nomes conceptuais às suas obras, adicionou também o acrílico para que as pessoas possam ver de fora essa visão da cidade dentro da cápsula. Lá dentro foram depositados materiais que Eloi Scarva foi encontrando e coleccionando nas ruas.

“Há sempre coisas que se encontram pela cidade, nem que sejam pequenos objectos que as pessoas perdem. Decidi aliar as duas coisas, então as peças são uma colectânea enclausurada dentro de caixas, o que acaba por ser uma representação a vida aqui. São janelas para observarmos o que se passa”, frisou.

Natural e artesanal

Chan Un Man decidiu apresentar nesta mostra trabalhos esculpidos em madeira. “A primeira parte é composta por trabalhos meus anteriores e as ideias surgiram sobretudo de objectos tradicionais chineses, como mobiliário artesanal de madeira, mesas de jantar, cadeiras e armas antigas. Tentei combinar a memória desta percepção tradicional com os meus elementos criativos, e queria dar vida a estas peças com madeira natural”, descreveu ao HM.

A segunda parte da exposição contém peças novas, e exemplo disso é a obra intitulada “Seed Germination 1.2.3 Series”. “Esta ideia nasce da vitalidade da natureza e mostra a tensão no processo de germinação de sementes e do crescimento de raízes e folhas e essa experiência do ciclo de vida da natureza.”

Chan Un Man começou a trabalhar como artista quase de forma auto-didacta, pois em criança gostava de fazer desenhos nos livros que lia. Daí até comprar pincéis e começar a pintar foi um passo. Em 1988 estudou artes no Instituto Politécnico de Macau, tendo depois prosseguido os seus estudos na Guangzhou Academy of Fine Arts, finalizando um mestrado em escultura. Desde então que esta é a sua principal área de trabalho.

Para esta exposição na Creative Macau, Chan Un Man gostaria de ver, sobretudo, o reconhecimento de que “em Macau há alguns artistas que trabalham arduamente para fazer arte”. Comentando o trabalho do seu parceiro de exposição, Eloi Scarva, fala de alguém que “tem uma estética muito orgânica e que trabalha as peças de uma forma quase obsessiva, com detalhe”. O artista português prefere trabalhar as suas esculturas “de uma forma mais rústica e industrial”, remata.

8 Fev 2021

Literatura | António Lobo Antunes nomeado para o Prémio Literário Internacional de Dublin

O escritor português António Lobo Antunes é um dos 49 nomeados para o Prémio Literário Internacional de Dublin 2021, com o livro “Até que as pedras se tornem mais leves que a água”, anunciou a organização. O autor português faz parte da lista longa escolhida por bibliotecas de todo o mundo, da qual constam autores oriundos de 30 países.

Entre os primeiros finalistas daquele prémio encontram-se os já distinguidos “Rapariga, Mulher, Outra”, de Bernardine Evaristo (Prémio Booker), “Pátria”, de Fernando Aramburo (Prémio Nacional de Narrativa), e “Os Rapazes de Nickel”, de Colson Whitehead (Prémio Pulitzer de ficção).

Da lista constam ainda autores como Elif Shafak (“10 Minutos e 38 Segundos Neste Mundo Estranho”), Colum McCann (“Apeirogon”), Heather Morris (“A Coragem de Cilka”), Elizabeth Acevedo (“Clap when you land”), Fernanda Melchor (“Hurricane season”), Carina Sainz Borgo (“Cai a Noite em Caracas”), Ocean Vuong (“Na Terra Somos Brevemente Magníficos”), Brit Bennett (“The vanishing half”) e Daniel Kehlmann (“Tyll. O Rei, O Cozinheiro e O Bobo”).

Traduzido para o inglês com o título “Until Stones Become Lighter Than Water”, o livro de António Lobo Antunes foi editado em Portugal em 2017 pela D. Quixote e é um regresso do autor aos fantasmas da guerra de Angola.

Numa crónica com o mesmo título publicada em 2016 na revista Visão o autor escreveu: “O meu trabalho é escrever até que as pedras se tornem mais leves que a água. Não são romances o que faço, não conto histórias, não pretendo entreter, nem ser divertido, nem ser interessante: só quero que as pedras se tornem mais leves que a água”.

O Prémio Literário de Dublin é organizado pela autarquia da capital da Irlanda e gerido pelas bibliotecas públicas da cidade, com um valor monetário de 100 mil euros, a serem entregues na totalidade ao autor da obra vencedora, se esta for escrita em inglês, ou, no caso de tradução, a dividir entre escritor e tradutor, no valores de 75 mil euros e 25 mil euros, respectivamente.

A lista de finalistas do Prémio Literário Internacional de Dublin 2021 será conhecida no dia 25 de março e o vencedor será revelado a 20 de Maio. A escritora irlandesa Anna Burns foi a vencedora da edição de 2020, com o romance “Milkman” (que já antes vencera o Prémio Booker).

5 Fev 2021

Produções da Netflix dominam nomeados do sindicato de actores dos Estados Unidos

As séries “The Crown” e “Schitt’s Creek”, e os filmes “Ma Rainey: A mãe do blues” e “Minari” são os mais nomeados para os prémios do Sindicato de Actores dos Estados Unidos (SAG), ontem anunciados. De acordo com o sindicato, a plataforma de ‘streaming’ e produtora Netflix é a que soma mais nomeações — trinta –, entre produções de filmes e séries.

A série anglo-americana “The Crown”, inspirada na história da família real britânica e exibida na Netflix, e a série canadiana “Schitt’s Creek”, exibida no canal CBC, somam cinco nomeações cada, incluindo o prémio de melhor elenco em série dramática e de comédia, respetivamente.

Em cinema, com três nomeações cada, surgem “Ma Rainey: A mãe do blues”, de George C. Wolfe, e “Minari”, produção entre Estados Unidos e Coreia do Sul, realizada por Lee Issac Chung.

Os nomeados dos prémios do sindicato dos atores foram anunciados um dia depois de Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood ter revelado os nomeados para os Globos de Ouro, criticados pela imprensa especializada por falta de diversidade e representatividade de atores não-brancos.

Pelo conjunto do elenco, na categoria de cinema estão nomeados “Da 5 Bloods: Irmãos de armas”, de Spike Lee, “One night in Miami”, de Regina King, “Ma Rainey: A mãe do blues”, “Minair”, assim como “Os 7 de Chicago”, de Aaron Sorkin.

Na categoria de melhor série de comédia estão nomeados os elencos de “Dead to me”, “The flight attendant”, “Dead to me”, “The Great”, “Schitt’s Creek” e “Ted Lasso”, enquanto na de série dramática competem “The Crown”, “Better cal Saul”, Bridgerton”, “Lovecraft country” e “Ozark”.

Sobre categorias individuais, de representação principal e secundária, destaque para a dupla nomeação, a título póstumo, do ator Chadwick Boseman, pela prestação em “Da 5 Bloods: Irmãos de armas” e “Ma Rainey: A mãe do blues”.

O calendário de prémios da indústria cinematográfica também foi afectado pela pandemia da covid-19, pelo que os galardões deste sindicato dos atores, considerados um dos barómetros para os Óscares, serão entregues a 4 de Abril. A cerimónia dos Óscares também sofreu alterações, com os nomeados a serem conhecidos em março, e o anúncio dos vencedores re-agendado para 25 de Abril. Os vencedores dos Globos de Ouro serão conhecidos a 28 de Fevereiro.

5 Fev 2021

Fotografia | Dois portugueses distinguidos em Tóquio

Dois fotógrafos portugueses residentes de Macau foram distinguidos no Prémio Internacional de Fotografia de Tóquio. João Miguel Barros recebeu dois prémios (prata), foi ontem divulgado. O português garantiu, além de duas menções honrosas com o projecto “Jamestown”, dois prémios ‘silver’ (prata) com o trabalho “Akuapem”, em outras tantas categorias: Editorial/Desporto e Editorial/Ensaio Fotográfico.

“O meu trabalho voltou a ser distinguido este ano”, salientou João Miguel Barros, cujo trabalho “Akuapem” retrata “o Festival tradicional de Odwira (…) celebrado em Akuapem, Gana, integrando múltiplas atividades culturais, religiosas e tradicionais (…) entre elas, o boxe”, com o trabalho a incluir “dois conjuntos de imagens de vários combates que decorrem nessa ocasião numa praça pública cheia de gente”. Outro português, Gonçalo Lobo Pinheiro, obteve também duas menções honrosas pela reportagem fotográfica sobre lares de idosos em Macau durante a pandemia de covid-19.

4 Fev 2021

Air Macau | Orquestra local dá música a bordo

Um total de 11 obras de música clássica interpretadas pela Orquestra de Macau (OM) e pela Orquestra Chinesa de Macau vão passar a estar disponíveis para audição por parte dos passageiros dos voos da Air Macau. Trata-se do resultado de uma parceria com o Instituto Cultural, sendo que os passageiros podem aceder à música das orquestras através do programa “Cultura de Macau” na plataforma “Entretenimento Wi-Fi a bordo da Air Macau”.

Estão incluídas interpretações de obras como o Concerto para Piano “O Rio Amarelo” e o álbum “O Charme de Macau”. O Concerto para Piano “O Rio Amarelo” é uma adaptação, realizada por vários compositores entre 1968 e 1969, da “Cantata do Rio Amarelo” de Xian Xinghai e descreve a magnífica paisagem do Rio Amarelo. Este concerto foi estreado em 1970 e continua a ser uma obra sinfónica muito conhecida na China. A versão seleccionada é tocada pela pianista Ju Jin.

O álbum “O Charme de Macau” apresenta música interpretada pela Orquestra Chinesa de Macau, composta pelo compositor português Rão Kyao, com arranjos de Kuan Nai Chung.

4 Fev 2021

Tinta-da-China edita em Portugal obra sobre literatura de Macau

A editora portuguesa Tinta-da-China acaba de lançar a obra “Macau – Novas Leituras”, que reúne textos de autores como Fernanda Gil Costa, Jorge Arrimar ou Yao Feng. Ana Paula Laborinho, uma das coordenadoras da obra, fala de um livro que pretende, sobretudo, trazer uma visão mais abrangente sobre aquilo que é a literatura de Macau

 

Chama-se “Macau – Novas Leituras” e é o mais recente livro lançado pela editora portuguesa Tinta da China. Trata-se de uma obra que reúne vários escritos sobre a literatura de Macau e que tem coordenação de Ana Paula Laborinho, Gonçalo Cordeiro, Marta Pacheco Pinto e Ariadne Nunes.

Ao HM, Ana Paula Laborinho, explicou que este livro nasce das várias comemorações realizadas em 2019 por ocasião dos 20 anos da transferência de soberania de Macau. Uma das iniciativas aconteceu na Fundação Oriente (FO) e foi organizada pelo Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa, com o nome “Literatura de Macau Pós-1999”. Também um centro de investigação da Universidade de Paris-Nanterre, em parceria com o Instituto Camões, organizou a palestra “Macau em Perspectiva: 1999-2019”.

O livro conta, portanto, com “algumas participações interessantes, de pessoas que passaram por Macau ou que ainda se encontram lá”, dedicando-se não apenas à literatura de e sobre Macau e à questão da língua portuguesa. Autores como Fernanda Dias, Jorge Arrimar, Duarte Drummond Braga, Fernanda Gil Costa ou Yao Feng compôem as páginas deste livro.

Lembrar Estima de Oliveira

Ana Paula Laborinho explica que, com esta obra editada pela Tinta da China, se pretendeu também “fazer uma pequena reflexão de poesia recente” editada sobre Macau. “Temos poetas que ainda têm uma relação estreita com Macau, destacando um que já nos deixou, e que consideramos que merece uma justa homenagem, que é o Alberto Estima de Oliveira que viveu muitos anos em Macau e que tem uma obra quase toda editada lá, de grande interesse e substância.”

É também feita uma análise da presença de Macau no cinema, sem esquecer a literatura sobre Macau em inglês. “Não há dúvida que existe uma literatura de Macau que se faz em várias línguas, o que significa que há uma maior consciência desses cruzamentos que são da própria história de Macau.”

O objectivo, com esta edição, é “apresentar Macau como objecto de estudo, olhado com a distância que estes 20 anos trouxeram, uma distância crítica que é fundamental”. Fazer “uma reflexão sobre o que é a literatura e de que maneira as suas características estão presentes na escrita”, adiantou Ana Paula Laborinho.

A ex-directora do Instituto Português do Oriente e ex-presidente do Instituto Camões destaca ainda o facto de, nos dias de hoje, a literatura de e sobre Macau ser mais ampla. “Cheguei em Macau em 1988 e havia um preconceito em relação à literatura de Macau, porque considerava-se que era apenas escrita por macaenses. E o macaense também tinha uma definição muito restrita, o cruzamento de ocidente e China. Os escritores macaenses não chegavam a uma mão cheia. Ao longo de décadas foi feito um trabalho importante de que escrever Macau é muito mais do que a identificação dos seus autores como tendo ou não nascendo no território.” Nesse sentido, “este livro traz um olhar muito mais abrangente sobre o que é Macau e a sua escrita”, rematou.

4 Fev 2021

Fundação Rui Cunha | Verdi em destaque este fim-de-semana 

A Fundação Rui Cunha (FRC) recebe, esta quinta e sexta-feira, dois eventos que pretendem celebrar a música de Giuseppe Verdi. O caminho da imortalidade de Verdi será abordado quinta-feira, às 18h30, numa conversa intitulada “Giuseppe Verdi: Vida e Obra”, que contará com a presença de Raul Pissarra.

O orador irá mostrar como Verdi evoluiu na composição musical, ao longo da carreira, assim como as características que o levaram a ser eleito como o seu compositor predilecto. Na sexta-feira, dia 5 de Fevereiro, será a vez de Shee Vá apresentar a palestra “Giuseppe Verdi: O Coral da Unificação”, também pelas 18h30. Nesta conversa, Shee Vá irá abordar os corpos e as óperas que empolgaram os italianos e os uniram durante o período do ressurgimento.

Estes dois eventos inserem-se no ciclo “Conversas ilustradas com música”, que pretende celebrar “aqueles que ‘por obras valorosas se foram da lei da morte celebrando’”.

Giuseppe Verdi faleceu há 120 anos. “A população de Milão saiu para a rua para acompanhar o cortejo fúnebre que levaria os restos mortais do compositor para a sua derradeira morada”. Nesse dia, “amplificaram em ecos reverberantes a composição coral ‘Va pensiero’ da ópera Nabucco, acompanhando a orquestra do teatro Scala de Milão e o seu coro, composto por mais de 800 moralistas, dirigido por Arturo Toscanini”.

A FRC considera que “esta memória gloriosa é digna de ser recordada”, bem como “os feitos do compositor que tanto respeito e entusiasmo mereceu do público na época e na actualidade”.

3 Fev 2021