Hoje Macau EventosCinema | João Canijo diz que prémio de Festival de Berlim “significa uma nova vida” O realizador João Canijo disse hoje à Lusa que o prémio atribuído ao seu filme “Mal Viver” pelo Festival de Cinema de Berlim “significa uma nova vida” e “prova que o cinema português tem qualidade”. “Mal Viver” venceu no sábado o Urso de Prata para prémio do júri do 73.º Festival de Cinema de Berlim. À Lusa, o cineasta afirmou que a distinção “significa uma nova vida”. “Pelo menos tenho a certeza de que consigo fazer mais um filme”, assinalou, apontando “Mal Viver” como o seu “melhor filme”. Para João Canijo, o prémio recebido no Festival de Berlim foi a recompensa de um trabalho em equipa. “Foi uma equipa muito dedicada, deu tudo, o que tinha e não tinha, para fazer este filme, foram recompensados”, frisou, expressando que “a equipa está toda delirante” com a distinção. Depois do Urso de Prata, “mais um prémio que prova que o cinema português tem qualidade”, João Canijo admite “ter eventualmente melhores condições para fazer um próximo filme”. E o próximo, ainda em projeto, será sobre a encenação de uma peça de teatro, tendo como protagonistas mulheres, novamente. “Mal Viver” é, segundo a sinopse, “a história de uma família de várias mulheres de diferentes gerações, que arrastam uma vida dilacerada pelo ressentimento e o rancor, que a chegada inesperada de uma neta vem abalar, no tempo de um fim de semana”. O elenco conta com as atrizes Rita Blanco, Anabela Moreira, Madalena Almeida, Cleia Almeida, Vera Barreto, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Leonor Vasconcelos e Carolina Amaral, às quais se juntam os atores Nuno Lopes e Rafael Morais. O filme estreia nas salas portuguesas em 11 de maio. Com a longa-metragem “Sangue do Meu Sangue” (2011), que conta igualmente com Rita Blanco e Anabela Moreira no elenco, João Canijo ganhou diversos prémios em festivais de cinema europeus.
Hoje Macau EventosFestival de Cinema de Berlim | “Mal Viver”, de João Canijo, ganha prémio do júri O realizador português levou para casa o Urso de Prata para o prémio do júri pelo seu filme “Mal Viver”, uma distinção que já mereceu os parabéns dos principais dirigentes políticos portugueses. Canijo agradeceu à equipa que com ele trabalhou neste filme e não esqueceu o conflito na Ucrânia O filme “Mal Viver”, de João Canijo, venceu este sábado o Urso de Prata para o prémio do júri do 73.º Festival de Cinema de Berlim, anunciou o júri na cerimónia de palmarés. No seu discurso, Canijo agradeceu à equipa de produção e distribuição, assim como à equipa que consigo criou o filme, “composta quase completamente por mulheres”, nomeando em especial a directora de fotografia, Leonor Teles. “Para terminar, [agradeço] às mulheres que me deram a sua vida para este filme, as actrizes, são maravilhosas e deram-me a sua vida”, afirmou o realizador português. O realizador terminou a sua intervenção declarando “Slava Ukraini!” (“Glória à Ucrânia!”). João Canijo esteve na competição desta edição do festival com duas longas-metragens interligadas, que tiveram estreia em secções distintas: “Mal Viver” esteve na competição oficial e “Viver Mal” na secção Encontros. “Mal Viver” “é a história de uma família de várias mulheres de diferentes gerações, que arrastam uma vida dilacerada pelo ressentimento e o rancor, que a chegada inesperada de uma neta vem abalar, no tempo de um fim de semana”, lê-se na sinopse. “Viver Mal” segue em paralelo àquela história, focando-se nos hóspedes que passam pelo hotel. O elenco conta sobretudo com mulheres, com Rita Blanco, Anabela Moreira, Madalena Almeida, Cleia Almeida, Vera Barreto, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Leonor Vasconcelos e Carolina Amaral, às quais se juntam Nuno Lopes e Rafael Morais. A produtora Midas Filmes descreve as duas longas-metragens como “um dos mais ambiciosos empreendimentos artísticos dos anos mais recentes” no percurso de João Canijo. Ambos se estreiam nos cinemas portugueses a 11 de Maio. João Canijo já tinha estado presente noutros festivais de cinema de relevo, como Cannes, com “Noite Escura” (2004), Veneza, com “Mal Nascida” (2007), e San Sebastian, onde venceu dois prémios com “Sangue do meu Sangue” (2011). Leonor Teles, a directora de fotografia de “Mal Viver”, conquistou o Urso de Ouro do Festival de Berlim, em 2016, na competição de curtas-metragens, com “Balada de um Batráquio”. Costa e companhia Foram vários os dirigentes políticos portugueses que dirigiram os parabéns ao realizador português. O primeiro-ministro, António Costa, saudou a atribuição considerando um “merecido reconhecimento internacional” para o realizador português com uma “obra marcante e de grande maturidade”. “João Canijo está de parabéns pelo Urso de Prata Prémio do Júri atribuído ao filme “Mal Viver” na Berlinale. Merecido reconhecimento internacional para um cineasta português com uma obra marcante e de grande maturidade. O cinema nacional demonstra uma vez mais a sua excelência”, felicitou António Costa. O chefe de Governo divulgou esta mensagem através da rede social Twitter. Por sua vez, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, disse ser “um grande orgulho” a distinção, sendo “uma das provas da excelência” do cinema feito em Portugal. “É espectacular. O cinema português está de facto num momento muito, muito bom e é uma das provas da excelência do nosso cinema a todos os níveis”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa. Numa nota divulgada no ‘site’ da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que “o reconhecimento internacional do cinema vivido e intenso de Canijo, na sequência de outras nomeações e premiações de cineastas portugueses, muito diferentes entre si, tem feito prova do mérito” do cinema português, “bem como da sua diversidade e tenacidade”. O presidente da Assembleia da República salientou que o Urso de Prata atribuído a João Canijo “reconhece a coerência e valia da sua obra”, num momento “particularmente significativo para todo o cinema português”. “O Urso de Prata atribuído hoje, no Festival de Berlim, ao filme de João Canijo, reconhece a coerência e valia da sua obra. É também um momento particularmente significativo para todo o cinema português”, escreveu Augusto Santos Silva. Os outros premiados Na edição deste ano do Festival de Berlim, o Urso de Ouro de Melhor Filme, prémio principal do festival, foi para “Sur l’Adamant”, do realizador francês Nicolas Philibert. O troféu foi entregue aos produtores Céline Loiseau, Gilles Sacuto e Miléna Poylo. “Roter Himmel”, do realizador alemão Christian Petzold, recebeu o Urso de Prata do Grande Prémio do Júri. O Urso de Prata de Melhor Realizador foi para o cineasta francês Philippe Garrel, por “Le Grand Chariot”. Nome da ‘nouvelle vague’, criador de “O Sal das Lágrimas” e “Os Amantes Regulares”, Garrel dedicou o prémio a Jean-Luc Godard (1930-2022), o ‘patriarca’ do cinema novo com filmes como “O Acossado” e “Pedro, o Louco”. O Urso de Prata de Melhor Interpretação distinguiu a jovem Sofía Otero, pelo desempenho em “20.000 especies de abejas”, primeira longa-metragem da espanhola Estibaliz Urresola Solaguren. Otero interpreta a figura de Aitor, um rapaz de nove anos de uma pequena comunidade basca que se considera uma menina, e que como tal quer ser tratada. O Urso de Prata de Melhor Interpretação de Apoio (Secundária) foi atribuído a Thea Ehre, por “Bis ans Ende der Nacht”, do alemão Christoph Hochhäusler. Na competição de Curtas-Metragens, o Urso de Ouro foi para “Les chenilles”, dos irmãos libaneses Michelle e Noel Keserwany, que ficou automaticamente nomeado para os Prémios do Cinema Europeu, com esta vitória. Na secção Encontros, dedicada a “novas visões cinematográficas”, o prémio de Melhor Filme foi para “Here”, do belga Bas Devos, e o de Melhor Realização, para a cineasta salvadorenha de origem mexicana Tatiana Huezo, pelo filme “The Echo”, que também recebeu o prémio de Melhor Documentário do festival. Nesta secção, foi ainda atribuído o Prémio Especial do Júri ex-aequo a dois realizadores espanhóis: Paul B. Preciado, por “Orlando, My Political Biography” (igualmente menção honrosa nos documentários), e Lois Patiño, por “Samsara”. O júri da Competição Internacional da Berlinale deste ano foi presidido pela atriz norte-americana Kristen Stewart, e composto pela atriz iraniana Golshifteh Farahani, pela realizadora alemã Valeska Grisebach, pelo romeno Radu Jude, pela diretora de ‘casting’ norte-americana Francine Maisler, pela realizadora espanhola Carla Simón e pelo realizador de Hong Kong Johnnie To.
Hoje Macau EventosLivraria Portuguesa | Paul French fala da sua obra na próxima sexta-feira O autor britânico Paul French fala na próxima sexta-feira, dia 3, na Livraria Portuguesa, sobre a sua obra e sobre as “estranhas histórias da velha Macau”. O evento começa às 18h30. Segundo um comunicado, o autor promete explorar estórias intrigantes sobre a história de Macau ao longo do século XX, como é o caso do contrabando com Xangai nos anos 30 gerido por portugueses, cujo dinheiro seria investido no jogo, ou a possibilidade de o Japão ter tentado comprar Macau em 1936. Paul French é o autor de dois livros que viraram bestsellers, reconhecidos pelo jornal New York Times, intitulados “Midnight in Peking” e “City of Devils: The Two Men Ruled the Underworld of Old Shanghai”, os quais estão a ser adaptados para cinema. Além disso, acaba de lançar a primeira série de três livros sobre Macau, Hong Kong e o sul da China incluída na colecção “China Revisited”. Coordenada e anotada por Paul French, esta série vai buscar relatos de viajantes que passaram por esta região entre meados do século XIX e princípios do século XX. Paul French está ainda a trabalhar num livro sobre Wallis Spencer, a americana que casou em segundas núpcias com Eduardo VIII, que por esse casamento abdicou do trono britânico. O livro versa especificamente sobre os anos 1924 e 1925, quando Wallis esteve na China. A obra deverá ser lançada no próximo ano.
Andreia Sofia Silva EventosCinemateca Paixão | Estreia hoje “Império de Luz”, de Sam Mendes A Cinemateca Paixão exibe hoje o filme “Império de Luz”, realizado por Sam Mendes e tido como um dos favoritos aos Óscares. A película conta com a actriz inglesa Olivia Colman como protagonista. O cartaz dos filmes de Março inclui ainda duas produções asiáticas Olivia Colman tem vindo a tornar-se numa actriz cada vez mais conhecida do grande público sobretudo desde que interpretou o papel da rainha Isabel II na série “The Crown”. Mas a actriz inglesa tem vindo a dar cartas no cinema. O seu mais recente papel, como protagonista de “Império de Luz”, do realizador Sam Mendes, pode muito bem dar-lhe um novo Óscar. Para já, a actriz foi nomeada para a edição deste ano dos Globos de Ouro, cujos prémios foram entregues em Janeiro, mas não ganhou. “Império de Luz” estreia hoje na Cinemateca Paixão e terá uma segunda exibição no dia 1 de Março. O papel de Hilary, uma gerente de um cinema situado no litoral de Inglaterra, terá sido escrito especialmente para Olivia Colman, que se entregou totalmente à personagem. Hilary é uma mulher deprimida que inicia uma amizade especial com Stephen, funcionário do cinema, interpretado por Michael Ward, que sonha sair da pequena cidade onde se sente preso. “Império de Luz” promete, assim, ser um filme sobre diferentes estados emocionais e a complexidade e o poder das relações humanas. Ecrã asiático Com o mês de Fevereiro a terminar, a Cinemateca Paixão já tem também no cartaz de Março duas produções asiáticas. “GAGA”, produção taiwanesa de Laha Mebow, será exibido nos dias 5 e 23 de Março. O público poderá assistir a uma comédia dramática centrada em torno do regresso de uma mulher do estrangeiro e da forma como o retorno desta figura traz consigo uma série de eventos que mudará para sempre a história da sua família. Laha Mebow, conhecida por explorar no grande ecrã histórias contemporâneas e, sobretudo, as que contam a génese do povo indígena Atayal, de Taiwan, em “GAGA” aborda todos estes elementos num argumento com uma forte carga realista. A Cinemateca apresenta também, nos dias 4 e 13 de Março, o filme “A Man” [Um Homem], do realizador japonês Kei Ishikawa. Girando em torno das temáticas do drama e mistério, “A Man” conta a história do advogado Kido que se depara com um estranho pedido de Rie, uma antiga cliente, que pede que Kido averigue o misterioso caso da morte do seu ex-marido, Daisuke, uma vez que, no dia do seu funeral, o seu próprio irmão não o reconhece numa fotografia. É então que Rie percebe que esteve casada com uma outra pessoa, e se dedica a tentar desvendar o seu passado misterioso.
Hoje Macau EventosKun Iam | Inaugurada exposição sobre flores de lótus O Centro Ecuménico Kun Iam exibe até ao dia 30 de Junho deste ano uma exposição sobre flores de lótus, apresentando 19 peças ou conjuntos de trabalhos de caligrafia, pintura e arte digital que pertencem à colecção do Museu de Arte de Macau. A mostra, promovida e organizada pelo Instituto Cultural, permite, assim, conhecer de perto o trabalho de artistas como Jao Tsung-I, mestre em sinologia; Yuan Yunfu, director-geral da Direcção da Associação de Artistas da China; Situ Qi, um dos pintores mais experientes da Escola de Lingnan; e Lok Cheong, prestigiado artista de Macau. Segundo um comunicado, a exposição “reúne uma grande variedade de estilos criativos, permitindo ao público admirar diferentes formas de representar o lótus e as suas qualidades espirituais de paz e de pureza”. Na cultura chinesa tradicional, o lótus simboliza a bondade e encarna a verdade, a virtude e a beleza. Macau sempre foi conhecida como uma terra abençoada pelo lótus. Nesse sentido, esta mostra é especialmente organizada para “simbolizar a estabilidade, a paz e a prosperidade da RAEM, tal como uma flor de lótus plenamente aberta”. Além da exposição, haverá ainda espaço para a actividade familiar “Desenhar Flor de Lótus no Centro Ecuménico”.
Andreia Sofia Silva EventosCasas Museu | Anfiteatro da Taipa recebe três músicos no sábado Os amantes de música ao ar livre podem desfrutar este sábado de um espectáculo com três músicos de Macau, nomeadamente Ari Calangi, Tomás Ramos de Deus, vocalista da banda da Casa de Portugal em Macau, e ainda o duo Rita Portela, que promete revelar sonoridades jazzísticas O anfiteatro das Casas Museu da Taipa vai encher-se de música este sábado entre as 16h e as 18h. Num evento promovido pelo Instituto Cultural (IC) e organizado pela empresa local SmallWorldExperience, a trilogia de concertos apresenta o trabalho de nomes bem conhecidos do público local como é o caso de Ar Calangi, Tomás Ramos de Deus, músico e vocalista integrante do grupo da Casa de Portugal em Macau (CPM) e o duo Rita Portela, cantora de jazz que actua com o músico François Girouard. Este evento insere-se na iniciativa desenvolvida pelo IC intitulada “Espectáculos no âmbito da Excursão Cultural Profunda”, que decorre há alguns meses no espaço da Feira do Carmo e Casas Museu da Taipa, sempre aos fins-de-semana. A música acontece nestes locais até ao dia 25 de Março. Dia 4 de Março, o público poderá assistir a concertos sobre “Música e Danças de Macau”. Já no dia 11, actuam as “Bandas Originais de Macau”. Segue-se, dia 18, uma série de espectáculos com “Cantores e Músicos Folk de Macau” e ainda, dia 25, as bandas compostas por jovens ainda estudantes. Talentos locais No sábado, Ari Calangi actua a solo. Este artista nasceu e cresceu em Macau, numa família também ela ligada à música. Foi um músico precoce, pois aos sete anos já cantava, tendo começado a ter aulas de piano e bateria aos 13. Com 16 anos, já fazia parte da sua primeira banda. Ari Calangi recebeu uma bolsa para estudar no prestigiado Berklee College of Music, nos EUA, onde esteve até regressar à sua terra natal, em 2012. Ari é também compositor. Destaque ainda para a presença de Tomás Ramos de Deus, vocalista do grupo musical da CPM. Natural de Lisboa, Tomás estudou na Escola de Jazz do Barreiro e na Academia de Amadores de Música, bem como na Universidade Lusíada. Na CPM, juntamente com outros músicos, tem participado em diversos projectos musicais que homenageiam Macau e muitos escritores, como é o caso dos álbuns “Tributo a Macau” ou “Pessoa”. Além disso, Tomás Ramos de Deus é também docente nos cursos de guitarra clássica e canto na Escola de Artes e Ofícios da CPM. No caso de Rita Cerqueira Portela, a música faz-se de forma amadora, mas não menos apaixonada. Tendo já actuado como cantora em diversos bares e locais do território ao lado do músico francês François Girouard, Rita trabalha a tempo inteiro como arquitecta. Ao portal Macau LifeStyle, Rita confessou fazer parte de uma família com muitos músicos amadores. “Estive exposta ao jazz, bossa nova, música clássica e Fado desde pequena! Penso que crescer numa família onde os encontros eram preenchidos com música, e em que todos tocam um instrumento, teve uma forte influência em mim”, disse.
Hoje Macau EventosBairro da Horta da Mitra | Preces ao deus da terra voltam três anos depois A festa do deus da terra regressou ontem, pela primeira vez em três anos, a um dos templos mais representativos da divindade, no bairro da Horta da Mitra, em Macau. “Geralmente, os cidadãos que veneram o deus da terra não estão a pedir muito, estão a pedir uma entrada e saída seguras, bem-estar familiar e crianças para crescerem bem e depressa. As orações são todas muito comuns e esta crença une o bairro”, disse à Lusa o presidente da associação de beneficência Foc Tac Chi Tou Tei Mio de Macau. “A crença e os costumes do Tou Tei tiveram origem em Macau há algumas centenas de anos. Durante séculos, as pessoas adoraram Tou Tei e lentamente se tornou um costume estabelecido”, considerou Lo Seng Zung, que esteve presente na inauguração das festividades no bairro Horta da Mitra, no centro da cidade, onde fica o mais representativo templo da divindade. Tou Tei Kung é uma das divindades chinesas mais populares e é considerada pelos crentes como protetora da vida, da saúde e da riqueza dos residentes, entre outros aspetos. É no segundo dia do segundo mês do ano lunar chinês, que hoje ocorre, que os crentes costumam celebrar o nascimento deste deus com os vizinhos, mas a pandemia da covid-19 obrigou à suspensão das celebrações nos últimos três anos. Durante as festividades, entre orações e a queima constante de incenso, decorrem danças do leão, representações de ópera cantonesa de Foshan e também banquetes, que “trazem um ambiente animado às comunidades chinesas locais, para as quais esta é também uma importante festa religiosa”, indicou Lo. A ópera apresenta-se num palco improvisado junto ao templo, com músicos a tocar ao vivo, e atrai a atenção de moradores e de quem passa pela zona. O orçamento das celebrações neste templo na Horta da Mitra, ou Cheok Chai Un (em cantonês), é de mais de um milhão de patacas, num evento que se prolonga por cinco dias, de acordo com a organização. No último dia, realiza-se um banquete para os idosos, em que as mesas se espalham pelas ruas em redor do templo. Com cerca de 85 lugares, esta é “uma tradição chinesa de respeito filial pelos idosos”, explicou o presidente da associação. O mais popular A crença e os costumes de Tou Tei têm uma longa história em Macau, representada por cerca de 10 templos e mais de 140 altares dedicados a este deus, além de estar presente à entrada de numerosas residências, prédios e lojas. “Quantas pessoas em Macau acreditam no Tou Tei? É uma ‘quantidade astronómica’. Cada entrada de residências e lojas tem um pequeno altar [dedicado a] Tou Tei. Estimo que cerca de um quarto da população de Macau acredita no Tou Tei”, sublinhou Lo. Em 2017, a crença e os costumes dedicados a esta divindade foram inscritos na lista do Património Cultural Imaterial de Macau. Quatro anos depois, em 2021, a China incluiu este culto a um dos deuses chineses mais populares, nas mais diversas formas, refletindo uma tradição popular transmitida de geração em geração, na lista do Património Cultural Imaterial do país. Além desta, o Conselho de Estado chinês incluiu ainda mais duas manifestações de Macau: a Gastronomia Macaense, baseada no método de preparação dos alimentos da culinária portuguesa, integrando ingredientes e métodos culinários da Europa, Ásia e África, e o Teatro em Patuá, arte performativa apresentada pela comunidade macaense em patuá, sistema linguístico criado pelos imigrantes portugueses em Macau ao longo dos últimos quatrocentos anos.
Hoje Macau EventosWynn Palace | Excelência dos vinhos de Ningxia em prova na sexta e sábado O Wynn Palace vai dedicar dois dias às delícias vinícolas dos néctares de Ningxia na sexta-feira e sábado. Guiados pelo conhecimento de enólogos especialistas nos vinhos da região, serão organizadas uma masterclass, uma prova de vinhos na sexta-feira e um jantar de gala no sábado Ao longo das últimas três décadas a região autónoma de Ningxia Hui, na província de Gansu no noroeste da China, tem consubstanciado a expressão portuguesa do chão que deu e continuar a dar uvas. Ao contrário do sentido da expressão popular, a atractividade da indústria vinícola de Ningxia tem ganho visibilidade e prestígio a nível mundial, como uma região de excelência na produção de vinho. Os apreciadores e curiosos de Macau terão três oportunidades únicas para se familiarizarem com os néctares de Ningxia nos próximos dias 24 e 25 de Fevereiro, sexta-feira e sábado. Durante estes dois dias, estarão no menu mais de 50 vinhos de 17 das mais prestigiadas adegas da região. O primeiro evento, marcado para sexta-feira entre as 14h30 e as 15h30 no salão Wynn Palace Meeting Rooms, é uma masterclass intitulada “A prestigiada perfeição de Ningxia”, seguida por uma sessão de prova de vinhos guiada pelos enólogos Fongyee Walker e Li Demei. Fongyee Walker é uma das mais conceituadas “educadoras” e enólogas chinesas, enquanto Li Demei é professor de enologia na Universidade de Agricultura da China, em Pequim. Copo cheio O largo e fortemente irrigado vale entre o Rio Amarelo e a base da Montanha Helan transformou-se ao longo das últimas décadas numa das áreas vinícolas mais promissoras da China. A vasta gama de vinhos produzidos na região de Ningxia é feita a partir de castas como Cabernet Sauvignon, Cabernet Gernischt e Chardonnay. Apesar da região se estender por mais de 66 mil quilómetros quadrados, a maioria das vinhas estão situadas num vale com cerca de 150 quilómetros de comprimento no extremo norte da região, em que a paisagem árida é equilibrada pela irrigação natural fluvial e elevada altitude. Afastada dos tradicionais grandes palcos de apreciação enóloga, a produção do vale da Montanha Helan foi-se aprimorando até que em 2009 um cabernet da adega Helan Qingxue arrebatou um prémio os prestigiados Decanter World Wine Awards. A maioria dos vinhos feitos em Ningxia resulta de misturas de castas Bordeaux, Cabernet Sauvignon e Merlot. Entre estas, os Cabernet Sauvignon representam 70 por cento das uvas de vinho de tinto, enquanto os Merlot ocupam 15 por cento das vinhas. Além destas castas mais produzidas, encontram-se também na região vitivinícola de Ningxia vinhas de Syrah, Riesling e Chardonnay. Comes e bebes Para fechar em beleza os dias dedicados aos néctares de Ningxia, o Wynn Palace Grand Theater irá acolher um jantar de gala onde os vinhos da região serão a atracção principal, com as iguarias gastronómicas preparadas pelo chef Yun Peng Yu e o chef do restaurante Wing Lei, Tam Kwok Fung. Depois do cocktail, que será servido às 18h, às 19h começa o desfile de seis pratos que irão misturar pratos cantoneses e da região de Ningxia, acompanhados por vinhos, numa harmonização criteriosamente selecionada. Os bilhetes para o jantar de gala custam 1.288 patacas por pessoa. Em comunicado, a Wynn refere que o objectivo deste tipo de iniciativa é criar uma plataforma de intercâmbio entre indústrias, como a restauração e vinhos, “promovendo a rica cultura gastronómica da China e realçando o papel de Macau enquanto “Cidade Criativa de Gastronomia”.
Hoje Macau EventosNatália Correia homenageada em mostra de arte contemporânea portuguesa em Madrid A escritora e política Natália Correia vai ser homenageada numa exposição de arte contemporânea portuguesa em Madrid, numa iniciativa paralela à feira ARCOmadrid 2023, que decorre a partir de hoje e vai até 26 de Fevereiro na capital espanhola. A exposição tem como título “A Desordem Necessária” e curadoria de Ana Cristina Cachola, resultando de “um diálogo transfronteiriço entre duas colecções”, António Cachola (do Museu de Arte Contemporânea de Elvas) e Helga de Alvear (da galeria com o mesmo nome de Madrid), segundo a Embaixada de Portugal em Espanha, que organiza esta iniciativa. A mostra estará na residência oficial do embaixador de Portugal em Madrid e em exposição estarão 21 artistas contemporâneos portugueses e uma espanhola. A exposição insere-se na segunda edição da iniciativa “Artists Join the Embassy”, organizada pela Embaixada de Portugal em Madrid como evento paralelo à feira de arte contemporânea ARCOmadrid e pretende promover artistas portugueses. “À semelhança do que sucedeu em 2022, serão convidados programadores, curadores, coleccionadores e directores de instituições internacionais para descobrirem arte portuguesa ou concebida em Portugal por uma artista espanhola”, revelou a Embaixada de Portugal em Madrid. A edição do ano passado da iniciativa “Artists Join the Embassy” levou uma exposição de Ângela Ferreira à residência oficial do embaixador de Portugal em Madrid, “para a qual foram convidados, em parceria com a ARCOMadrid, coleccionadores e directores de museus internacionais que integram o programa VIP da feira” e “deste projecto resultou a aquisição de uma peça da artista pelo MACBA – Museu de Arte Contemporânea de Barcelona”, sublinhou a embaixada. Este ano, a propósito da ARCOmadrid, a embaixada de Portugal promove também o lançamento do “Mapa de Artistas Portugueses nas Galerias Espanholas”, um roteiro com 31 artistas nacionais que são representados por 26 galerias de dez cidades espanholas (A Coruña, Badajoz, Barcelona, Madrid, Palma de Maiorca, Santander, Santiago de Compostela, Saragoça, Sevilha e Valência). Arco redondo A Feira de Arte Contemporânea ARCOmadrid decorre este ano de 22 a 26 de Fevereiro, tem como tema “O Mediterrâneo: Um Mar Redondo” e regressa a níveis de participação pré-pandemia, com 211 galerias de 36 países, incluindo 17 portuguesas, segundo a organização. Há ainda 15 artistas nacionais expostos em galerias espanholas presentes na feira, segundo informação da Embaixada de Portugal em Madrid. Na 42.ª edição da ARCOmadrid são esperados cerca de 90 mil visitantes, um valor semelhante ao de 2020, a última edição sem impacto da pandemia de covid-19. Entre as 170 galerias do programa geral há 15 portuguesas: 3+1 Arte Contemporânea, Balcony, Bruno Múrias, Carlos Carvalho, Cristina Guerra Contemporary Art, Filomena Soares, Francisco Fino, Miguel Nabinho, Monitor, Uma Lulik, Pedro Cera e Vera Cortês, todas de Lisboa, e ainda a Kubikgallery, a Lehmann + Silva e a Quadrado Azul, do Porto. A Galeria Foco, de Lisboa, entrará na secção “Opening”, e a Madragoa, também da capital portuguesa, estará na secção “Nunca o mesmo. Arte latino-americana”, com curadoria de Mariano Mayer e Manuela Moscoso. Participa ainda no programa geral a Jahn und Jahn, que tem base em Munique, na Alemanha, e também um espaço em Lisboa. Mercado paralelo Com direcção de Maribel López Zambrana, a 42.ª ARCOmadrid tem também um programa paralelo aos expositores, incluindo um fórum de debate dedicado à região do Mediterrâneo. A ARCOmadrid, uma iniciativa com dupla natureza, sendo em simultâneo um espaço comercial e um espaço cultural, dedica os primeiros dois dias exclusivamente a profissionais e abre as portas ao público em geral a partir da tarde do dia 24, sexta-feira. O ministro português da Cultura, Pedro Adão Silva, estará em Madrid na próxima semana para visitar a feira, estar presente em iniciativas paralelas à ARCOmadrid organizadas pela embaixada de Portugal e para um encontro com o homólogo espanhol, Miguel Iceta. A Embaixada de Portugal participa ainda na Bienal de Cidadania e Ciência que decorre em Barcelona e Madrid de 21 a 26 de Fevereiro, com a instalação “Som palavras. Diálogos sonoros”, de João Ricardo Barros Oliveira, e o projecto Omiri “Inovação musical feita com memória”.
Hoje Macau EventosBAFTA | “A oeste nada de novo” e Cate Blanchett em destaque O filme “A oeste nada de novo”, do alemão Edward Berger, foi distinguido na noite de domingo com seis prémios BAFTA, incluindo o de Melhor Filme, galardões que foram entregues numa cerimónia em Londres. O drama épico alemão da plataforma Netflix sobre a Primeira Guerra Mundial foi o grande vencedor dos prémios da Academia Britânica de Cinema, triunfando nas categorias de Melhor Filme, Melhor Filme em Língua Não Inglesa, Melhor Realizador, Melhor Argumento Adaptado, Melhor Banda Sonora, Melhor Som e Melhor Fotografia. “A oeste nada de novo” estava nomeado em 14 categorias, tendo assim igualado “O tigre e o dragão” (2000), de Ang Lee, como o filme de língua não inglesa mais nomeado para estes prémios na história da Academia Britânica das Artes de Cinema e Televisão (BAFTA na sigla original). Com quatro máscaras douradas, “Elvis”, de Baz Luhrmann, foi o segundo filme mais premiado da noite, vencendo nas categorias de Melhor Actor, para Austin Butler, Melhor Elenco, Melhor Guarda-Roupa e Melhor Caracterização. Cate Blanchett venceu o Bafta de Melhor Actriz Principal, pela interpretação em “Tár”, e nas categorias secundárias de representação foram distinguidos Kerry Condon e Barry Keoghan, pelos papéis que interpretam em “Os Espíritos de Inisherin”. O grande perdedor da noite foi “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo”, que estava nomeado em dez categorias e levou para casa apenas uma máscara dourada, de Melhor Montagem. “Pinóquio”, de Guillermo del Toro, venceu na categoria de Melhor Filme de Animação e “Navalny”, de Daniel Roher, a de Melhor Documentário.
Andreia Sofia Silva EventosCCM | Coco Zhao, nome sonante do jazz de Xangai, actua sábado no Centro Cultural de Macau Sábado é dia de Macau receber um dos grandes nomes do jazz contemporâneo que se faz na China. Coco Zhao, artista com uma carreira internacional, que já actuou para o ex-presidente Bill Clinton e que foi o primeiro chinês a marcar presença no Festival Internacional de Jazz de Montreal, sobe ao palco do Centro Cultural de Macau para mostrar os êxitos de uma carreira já longa O seu rosto é singular, tal como a sua música, conhecida em toda a China por misturar de forma sublime o jazz mais contemporâneo com sonoridades mais tradicionais. Coco Zhao é músico de jazz, mas também poeta e compositor. Conhecido como um dos grandes nomes do jazz contemporâneo da China, actua este sábado no Centro Cultural de Macau (CCM). O programa do concerto deverá incluir músicas compostas desde os anos 90, como é o caso do disco “Dream Situation”, gravado em 2006 e que mistura as sonoridades mais antigas do jazz feito em Xangai com as mais modernas. A música de Coco Zhao é, aliás, conhecida por fazer esta fusão, sempre numa mistura do clássico com o novo, do ocidental com o oriental. Além de trabalhar muito em torno das composições clássicas do jazz, o músico é também capaz de pegar nas sonoridades mais folk, ou mesmo de ópera, e dar-lhe novas batidas. Coco Zhao é tão criativo que o seu nome há muito que ultrapassou fronteiras, mostrando o que de melhor se faz na cena musical chinesa contemporânea. O artista, logo no início da sua carreira, fez uma colaboração com Betty Carter no espectáculo que esta deu na edição de 1997 no Festival Internacional de Jazz de Xangai, tendo cantado ainda, no ano seguinte, para o então Presidente dos EUA, Bill Clinton, e família, quando estes visitaram Xangai. No bom caminho Desde que se formou em música clássica chinesa e ocidental no Conservatório de Música de Xangai que Coco Zhao tem, sobretudo, apostado na experimentação musical. Gravou com outros músicos e amigos numa altura em que não havia formação específica em jazz na China e, com isso, conseguiu ir trilhando o seu próprio caminho. Depois das primeiras actuações no final dos anos 90, Coco Zhao começou a estar presente nos grandes cartazes de música a nível internacional, nomeadamente o Festival de Jazz de Montreal, no Canadá, conhecido por acolher grandes nomes do jazz, tal como Nina Simone, entre outros. Com a actuação nesse evento, em 2006, juntamente com a banda “The Possicobilities”, tornaram-se no primeiro grupo chinês a estar no festival. Aí começaram as críticas positivas à música feita por Coco Zhao, nomeadamente do programa “La Boite de Jazz”. Foi nesse ano, à boleia da crítica, que lançou então aquele que viria a ser o seu primeiro álbum de estúdio, “Dream Situation”. A carreira internacional do músico prosseguiu em 2010 graças a uma bolsa de estudos do Conselho Cultural Asiático da Fundação Rockefeller, que o levou a estar seis meses numa residência artística em Nova Iorque e Nova Orleães, EUA, onde teve a oportunidade de trabalhar de perto com Jay Clayton e Theo Bleckmann. O público norte-americano teve então a oportunidade de conhecer de perto a música de jazz em chinês quando Coco Zhao actuou no Kennedy Arts Center, em Washington. Além desta residência artística nos EUA, Coco Zhao teve também a oportunidade de aprender mais num outro programa semelhante de três meses, em 2016, mas desta vez na Suíça, onde colaborou com artistas como Andreas Schaerer e Sonic Calligraphy & Rosconi. Nomes como Sinne Eeg, Stacey Kent ou Monique Klemann, entre outros, têm colaborado com Coco Zhao, que vive hoje entre Xangai e Amesterdão. Mantém um cartaz de concertos preenchido, sempre entre a Ásia e a Europa, estando já a trabalhar num novo álbum de estúdio, onde mais uma vez o folk chinês tradicional, o jazz e a poesia se misturam. Destaque ainda para o facto de, na próxima quinta-feira, decorrer, no CCM, um workshop vocal orientado por Coco Zhao, e que oferece aos músicos de Macau “uma oportunidade única de explorarem a articulação rítmica e o improviso vocal do jazz”.
Hoje Macau Eventos“Mensagem”, de Vhils e Manuel Cargaleiro, exposta em Portugal A diferença de 60 anos entre os dois artistas não impediu a criação de uma obra conjunta que reflecte os olhares distintos de duas gerações sobre o mundo Os artistas Alexandre Farto (Vhils) e Manuel Cargaleiro criaram juntos uma obra estará “brevemente” em exposição no Museu Cargaleiro, em Castelo Branco, Portugal, e que deu origem a uma litografia que poderá ser vista ainda este mês. “Mensagem” é o título da peça que, “construída em madeira – cortada, pintada, esculpida –, retrata as estéticas particulares de cada artista numa justaposição simbiótica, um contraste que oscila entre individualidade e comunhão”, de acordo com a Fundação Manuel Cargaleiro, em comunicado. A obra “encapsula e reflecte duas gerações, duas perspectivas, duas formas de ver e encarar o mundo”. Vhils e Manuel Cargaleiro nasceram com 60 anos de diferença, o primeiro em 1987 e o segundo em 1927. Em comum, além de uma carreira nas Artes, têm o concelho do Seixal, onde Vhils nasceu e cresceu e onde há uma escola secundária e uma Oficina de Artes baptizadas com o nome de Manuel Cargaleiro, que, apesar de ter nascido em Vila Velha de Ródão, no distrito de Castelo Branco, passou parte da infância naquele concelho. A Fundação Manuel Cargaleiro refere ainda que “Mensagem” “estabelece uma ponte entre diferentes movimentos e contextos artísticos, diferentes formas de fazer e criar”, mas “é também História, a História de uma relação entre artistas, de uma geração a inspirar outra, da proximidade entre dois criadores separados pelo significado do tempo, e unidos por ideias e valores que o transcendem”. A obra estará “brevemente” em exposição no Museu Cargaleiro, mas fonte daquela instituição, contactada pela Lusa, não soube precisar quando tal irá acontecer. Litografia a caminho Entretanto, no dia 22 de Fevereiro, a galeria Underdogs, da qual Vhils é um dos fundadores, lança uma litografia de edição limitada inspirada em “Mensagem”. De acordo com a galeria lisboeta, a litografia, “que apresenta a mesma composição e título da obra original, foi produzida na Idem”, gráfica especializada em litografia, fundada em 1880 em Paris. Manuel Alves Cargaleiro é autor de uma vasta obra, representada em colecções públicas e privadas em Portugal e outros países, como França e Itália. Nascido a 16 de Março de 1927, Manuel Cargaleiro iniciou estudos em 1946, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, mas abandonou aquela área para se dedicar às artes plásticas, iniciando-se como ceramista na Fábrica Sant’Anna, em Lisboa. Em 1952 fez a primeira exposição individual, na Sala de Exposições do Secretariado Nacional da Informação Cultura Popular e Turismo (SNI). Vhils, por sua vez, captou a atenção a ‘escavar’ muros com retratos, um trabalho que tem sido reconhecido a nível nacional e internacional, e que já levou o artista a vários cantos do mundo, nomeadamente Macau e Hong Kong, sem esquecer Tailândia, Malásia ou EUA, entre outros países e regiões.
Andreia Sofia Silva EventosCinemateca Paixão | Filme nomeado para os Óscares em cartaz A Cinemateca Paixão prossegue com a programação até Março com três novos filmes em cartaz. “Great Freedom”, filme de Sebastian Meise, exibido pela primeira vez no dia de São Valentim, pode ser visto até ao dia 26. Destaque ainda para as películas “My Small Land” e “The Whale” [A Baleia], um dos grandes nomeados para os Óscares Quem não perde a oportunidade de ver um filme fora da sala de estar, na grande tela, tem três opções de escolha na Cinemateca até Março, com histórias que prometem ser envolventes. “Great Freedom”, filme de 2021 do realizador Sebastian Meise, é uma delas. Eis um filme que se passa na Alemanha do pós-II Guerra Mundial. Hitler morre no bunker e termina o período de perseguições que marcou o nazismo, mas isso não significa que as minorias possam ter uma voz plena na sociedade, tal como os homossexuais. “Great Freedom” retrata, assim, a história de Hans, preso várias vezes por ser homossexual ao abrigo do parágrafo 175, uma lei que criminaliza os gays. Ao longo da trama, acaba por desenvolver uma forte ligação, improvável, com Viktor, o seu companheiro de cela. Depois de uma primeira exibição esta terça-feira, no Dia de São Valentim, as exibições continuam hoje, amanhã, no domingo e na próxima semana. Esta é uma co-produção austríaca e alemã, que venceu o prémio do júri “Un Certain Regard” no Festival de Cinema de Cannes em 2021, além de ter sido nomeada, no mesmo evento, para um “Queer Palm”. No mesmo ano, “Great Freedom” foi um dos filmes em cartaz no Festival Internacional de Cinema de Chicago, tendo ganho ainda dois prémios nos Prémios de Cinema Europeu. Ainda no cinema ocidental, a outra opção é “The Whale”, filme do ano passado que conta a história de Charlie, interpretado por Bredan Fraser, um professor de inglês, obeso, preso a uma cadeira de rodas e que tenta restabelecer uma ligação com a sua filha adolescente. “The Whale” é um dos grandes filmes para a edição deste ano dos Óscares, que poderá inclusivamente render o Óscar de Melhor Actor a Brendan Fraser. Este filme marca, aliás, o regresso do actor aos principais papéis e, pois desde “Perseguidos”, filmado em 2013, que Bredan Fraser não era protagonista. No cinema até já há um nome para esse fenómeno: “Brendanaissance”, algo como “o renascimento de Brendan”. Além da nomeação para o Óscar de Melhor Actor, o filme está também nomeado para Óscar de Melhor Actor Secundário e Melhor Caracterização. “The Whale” está ainda nomeado para os BAFTA, para o prémio “Melhor Argumento (Adaptado)”. A cerimónia decorre no próximo domingo. Lugar dos refugiados A trilogia de filmes seleccionados pela Cinemateca Paixão encerra-se com “My Small Land”, película japonesa de Emma Kawawada que nos revela mais uma história familiar intensa. Desta vez conta-se o percurso de Sarya, refugiada curda de 17 anos que vive no Japão com o pai e dois irmãos há muitos anos. Subitamente a vida muda de rumo quando o estatuto de refugiado do seu pai é rejeitado pelas autoridades japonesas. Com este filme, Emma Kawawada aborda o facto de o Japão não ser um país que acolhe refugiados de braços abertos. Segundo o Japan Times, em 2019 apenas 44 pessoas de um total de 10,375 candidatos conseguiram ficar no país ao abrigo deste estatuto. Esta não é a primeira vez que este tema é abordado no cinema, tendo sido escolhido por Akio Fujimoto em “Passage of Life”, filme de 2018, e por Thomas Ash no documentário “Ushiku”, de 2021, sobre a dura realidade dos centros de detenção no país.
Andreia Sofia Silva EventosCinema | Vincent Hoi prepara novo filme sobre liberdade e fuga “Sea of Exodus” é a nova curta-metragem do cineasta local Vincent Hoi que explora as ideias de liberdade individual e vontade de fugir de um lugar onde nos sentimos presos. A referência aos tempos de pandemia é clara num projecto cinematográfico que contou com um orçamento muito baixo Depois de três anos a sentir-se preso em Macau devido à pandemia, Vincent Hoi decidiu pegar nessa sensação e transformá-la em cinema. Filmado nas últimas semanas de Dezembro do ano passado, “Sea of Exodus”, a nova curta-metragem do cineasta de Macau, não é mais do que uma representação daquilo que representa a liberdade de cada um e a vontade de escapar de uma espécie de prisão. A conversa com Vincent Hoi aconteceu pouco tempo antes do levantamento de todas as restrições pandémicas, tendo o cineasta dado o exemplo “das pessoas de Macau e de Hong Kong que pensam emigrar para outras regiões devido às coisas sem sentido que têm acontecido aqui nos últimos anos, tal como a política da covid-19”. “No último ano foi tudo muito absurdo e muito sem sentido. Muitas pessoas deixaram a cidade, e o filme é sobre isso, embora não tenha abordado essa ideia de forma directa. Resolvi representar isso no filme de forma abstrata, onde as personagens têm comportamentos que vão revelando [essa vontade de fuga]”, adiantou. Vincent Hoi confessou que ele próprio se sentiu “encurralado e preso em Macau nos últimos três anos”. “Não saí do território para lado nenhum, nem mesmo para a China. Sobretudo no ano passado, quando se deu o surto no Verão, vivemos numa espécie de quarentena em que mal podíamos sair para a rua. Nessa altura pensei seriamente em ir embora de Macau.” Vincent Hoi é bastante crítico pela forma como as autoridades lidaram com a pandemia. “Em todo o mundo, a partir de certa altura, a pandemia deixou de ter um grande impacto nas pessoas, mas em Macau foi uma coisa enorme, absurda. Penso que foi uma forma do Governo controlar as pessoas. Senti que a minha liberdade me tinha sido tirada. É o sentimento de termos a liberdade pessoal controlada pelo Governo, que entende que o vírus é muito perigoso e depois já não é. Penso que são medidas de teor político e não têm nada a ver com a ciência.” Duas personagens Na primeira abordagem sobre a forma de realizar “Sea of Exodus”, Vincent Hoi pensou em desenvolver o projecto completamente sozinho, quase sem orçamento. Mas depressa percebeu que o filme estava a tomar outro rumo, tendo acabado por contratar dois actores, um director de fotografia e um produtor. “Decidi colocar apenas um actor e uma actriz no filme, e cada personagem representa algo. A personagem masculina representa a autoridade, enquanto a personagem feminina representa esse sentimento de vontade de fuga. No início do filme revelo a autoridade, com a personagem feminina a pensar em formas de escapar de tudo aquilo.” Vincent Hoi não sabe ainda quando é que o filme vai ser exibido, pois ainda falta terminar a edição e percorrer o habitual caminho dos apoios e candidatura a eventos para que este seja apresentado ao público. Acima de tudo, “Sea of Exodus” não é um filme para “grandes festivais de cinema”, mas sim para “festivais de cinema independentes de Hong Kong, Taiwan ou Japão” ou para o mercado cinematográfico local. Neste momento, o realizador está na fase de edição.
Andreia Sofia Silva EventosVenetian | Concerto “The Night of Stars” reúne a nata do cantopop Sammi Cheng sobe ao palco do Cotai Arena no próximo dia 18, juntando-se a cantores bem conhecidos de Taiwan e Hong Kong como William So, Pakho Chau, WeiBird, Dear Jane, Cloud Wan e Janees Wong. O espectáculo promete ser uma mistura de música com diversos elementos artísticos Actriz e cantora, tida como uma das mais bem pagas da indústria, Sammi Cheng Sau-Man é uma das estrelas do espectáculo “The Night of Stars”, que o Venetian oferece aos amantes do estilo cantopop no próprio dia 18, no CotaiArena. Sammi Cheng, nascida em Hong Kong em 1972, é, além de cantora, actriz, tendo feito um enorme sucesso na área da música, tendo atingido o estatuto de diva, com mais de 25 milhões de álbuns vendidos só na Ásia. Nos anos 90, Sammi Cheng passou a ser conhecida como a “nova rainha do cantopop”, tendo conseguido uma fortuna inimaginável de 100 milhões de dólares de Hong Kong em 2000, competindo com outro actor de Hong Kong conhecido no mundo inteiro, Jackie Chan, o homem das artes marciais que, à época, era o mais bem pago. Com “The Night of Stars”, o Venetian promete oferecer uma noite com o melhor da cantopop que se faz em Hong Kong e Taiwan. A Sammi Cheng junta-se nomes que contam já com alguma carreira feita neste estilo musical, como William So, Pakho Chau, WeiBird e Dear Jane, somando-se novos nomes do cantopop, como é o caso de Janees Wong. Todos estes artistas prometem apresentar em palco os grandes êxitos das suas carreiras, correspondendo assim às expectativas dos fãs do cantopop. Toda a produção do espectáculo está pensada para que este não seja um mero concerto, mas sim um espectáculo que combina também a coreografia com diversos outros elementos artísticos. E ainda… Em palco vai estar também William So Wing Hong, outro grande nome da indústria artística de Hong Kong, onde nasceu em 1967. Actor e cantor, William So enveredou pelo mundo da música em 1985, quando participou nos prémios “The New Talent Singing Awards”, vencendo a competição. Depois disso, não mais parou, tendo assinado contrato com a editora Capital Artists e lançado o seu primeiro EP. Também de Hong Kong, chega Pakho Chau que, além de cantor, é compositor e actor. Pakho, com 38 anos, é outro dos grandes nomes da indústria do cantopop, tendo chegado a assinar contrato com a importante editora discográfica Warner Music, de onde saiu em 2017. De Taiwan chega WeiBird, nome artístico de Wei Li-an, que envereda pelos estilos musicais de mandopop e folk-rock. Até à data, WeiBird já lançou seis álbuns de estúdio, um gravado ao vivo e dois EP. Em matéria de prémios, WeiBird venceu, em 2011, o prémio “Golden Melody Award”, quando estava a iniciar a carreira, tendo ganho também um prémio como melhor compositor em 2015. Mas nem só de artistas individuais se faz este espectáculo. Os Dear Jane são a banda presente no “The Night of Stars”, formada por Tim Wong, vocalista, Jackal Ng, baixista, Howie yung, guitarrista e responsável pela parte vocal, e ainda Nice Lai, baterista. Os Dear Jane surgiram em Hong Kong 2003 e, apesar de serem um grupo de cantopop, inspiram-se na música de bandas norte-americanas surgidas a partir dos anos 90, como é o caso dos Blink-182 e Green Day.
João Luz EventosClockenflap | The Cardigans e Wu-Tang Clan fecham o cartaz Após três anos de silêncio, o maior festival de música de Hong Kong está de volta ao Central Harbourfront de 3 e 5 de Março. A organização do Clockenflap anunciou este fim-de-semana nomes de peso que encerram o cartaz, com The Cardigans e Wu-Tang Clan a juntarem-se a Arctic Monkeys, Kings of Convenience, Mono, Moderat e Black Country New Road Marque na agenda o fim-de-semana entre 3 e 5 de Março porque o festival Clockenflap está de volta ao Central Harbourfront em Hong Kong, depois de três anos em que a música foi silenciada pelo covid-19. No sábado, a organização do festival anunciou as bandas que faltavam para fechar o cartaz com dois nomes de peso em destaque: Wu-Tang Clan e The Cardigans, que encerram as noites de domingo e de sábado, respectivamente, depois do primeiro dia do festival que conta com os Artic Monkeys como cabeça de cartaz. Com trinta anos de carreira, sete discos de estúdio e dezenas de outros tantos de projectos paralelos, os lendários Wu-Tang Clan apresentam-se ao público de Hong Kong pela primeira vez e logo para fechar o festival, no domingo, 5 de Maio. GZA, RZA, Method Man, Inspectah Deck, e companhia, formam um dos mais importantes colectivos de hip hop da costa leste dos Estados Unidos. Quando a banda lançou o primeiro disco em 1993, “Enter the Wu-Tang (36 Chambers)”, o mundo do hip hop norte-americano estava dividido numa guerra, que passou das palavras para violência, com sonoridades e temas bem distintos. Na Califórnia, o gangsta rap rebentava nos charts, com vendas astronómicas de discos como “The Chronic” de Dr. Dre e “Doggystyle” do à altura estreante Snoop Dogg. Se na costa oeste as produções de Dre emprestavam funk e soul às batidas, na costa leste o género musical era representado por bandas como A Tribe Called Quest, Beastie Boys, Public Enemy e rappers como Nas e The Notorious B.I.G.. Trinta anos depois, “Enter the Wu-Tang (36 Chambers)” continua a ser citado como um dos mais influentes discos dos anos 1990. Apaga e rebobina No polo oposto da crueza das batidas de Wu-Tang, está outra das bandas mais conhecidas do cartaz do Clockenflap: The Cardigans, que actuam no sábado à noite. À semelhança dos Wu-Tang, os The Cardigans também se formaram no início dos anos 1990. A banda sueca de pop-rock foi ganhando notoriedade de disco em disco, culminando com a aclamação mundial ao quarto registo, “Gran Turismo”, que inclui uma das mais conhecidas músicas da banda “Erase/Rewind”. Com seis discos na bagagem, os The Cardigans trazem a Hong Kong, pela primeira vez, o seu pop rock tranquilo e melódico. Para todos os gostos O restante menu musical que será servido ao longo dos três dias de festival é bastante variado, com bandas regionais, projectos novos e originais e bandas consagradas. Um dos principais destaques fora do grupo de cabeças de cartaz são os noruegueses Kings of Convenience, que treze anos depois regressam a Hong Kong para apresentar no sábado a sua irresistível mistura de folk-pop, com indie e bossa nova à mistura. Com mais de 20 anos de carreira, a dupla formada por Erlend Øye e Eirik Glambek Bøe lançou em 2021 “Peace or Love”, registo que terminou um hiato de mais de 12 anos sem discos. No domingo, o cartaz do Clockenflap apresenta um trio de bandas alternativas a não perder. Os japoneses MONO, o supergrupo alemão de música electrónica Moderat e os britânicos Black Country, New Road com o seu rock experimental que desafia categorizações. Também no último dia do festival, destaque para o inovador quinteto de jazz britânico Ezra Collective, o colectivo sul-coreano de hip-hop Balming Tiger e a banda sul-coreana alt-pop Leenalchi. A música local também ocupa uma parte considerável do cartaz do regressado festival de Hong Kong, entre sonoridades alternativas e a música mais comercial, em especial no segundo dia de festival. Nesse campo, é impossível não mencionar os gigantes do canto-rock KOLOR, o duo de pop Per Se, o pioneiro do rap local Tyson Yoshi e COLLAR x RubberBand, que actuarão em conjunto numa colaboração única. No domingo, é a vez do quinteto local de rock The Hertz tomarem conta do palco, assim como os veteranos The Lovesong, os Charming Way e Arches. A organização do festival anunciou ontem, através de uma publicação no Facebook que os bilhetes para sexta-feira e para os três dias já esgotaram. Entretanto, os ingressos para sábado também já desapareceram, restando apenas bilhetes para domingo. O bilhete para um dia custa 1.080 dólares de Hong Kong.
Hoje Macau EventosRevista de Cultura | 200 anos do jornal “A Abelha da China” é destaque O mais recente número da Revista de Cultura, publicação editada pelo Instituto Cultural (IC), é dedicado aos 200 anos do primeiro jornal de língua portuguesa editado em Macau, “A Abelha da China”. No nº 70 da revista podem ler-se vários artigos reunidos pelo académico Duarte Drumond Braga, que foi editor convidado da publicação. O leitor poderá, assim, fazer uma viagem pelos antecedentes, formação, contributo e extinção do jornal entre as datas de 12 de Setembro de 1822 e 27 de Dezembro de 1823. Este número da Revista de Cultura inclui ainda uma crítica ao livro “A Abelha da China nos Seus 200 Anos: Casos, Personagens e Confrontos na Experiência Liberal de Macau”, lançado no ano passado e coordenado por Duarte Drumond Braga e o jornalista Hugo Pinto, e que conta com contributos de autores como Tereza Sena, Cátia Miriam Costa, Jin Guoping, Jorge Arrimar e Pablo Magalhães. A obra conta com a chancela do Centro Científico e Cultural de Macau em parceria com a Universidade de Macau. Esta edição da Revista de Cultura aborda ainda a imprensa estrangeira na China ao incluir um artigo sobre o primeiro jornal em língua inglesa na costa da China, “The Canton Register”. Para assinalar os 400 anos sobre a invasão holandesa a Macau, pode também ler-se um artigo que fornece novas percepções sobre o fracasso da investida em 24 de Junho de 1622. Incluem-se ainda dois trabalhos de pesquisa também no campo historiográfico, nomeadamente o primeiro que examina referências toponímicas e posições geográficas de um pequeno arquipélago a leste de Zhuhai e, o segundo, que estuda as redes de comércio em Malaca na primeira metade do século XVI. Este ano a Revista de Cultura vai adoptar o processo de revisão por pares, usado no meio académico pelas principais revistas científicas, aceitando ainda a submissão de textos em português, chinês e inglês.
Nunu Wu EventosBailado Nacional da China apresenta Yimeng no Teatro do Venetian O espectáculo original Yimeng, do Bailado Nacional da China, sobe ao palco do Venetian nos dias 18 e 19 deste mês, pelas 20:00 horas. Com consultoria da coreógrafa Jiang Zuhui, e assistência da “primeira figurinista de bailado da China”, Li Keyu, o bailado conta com coreografia de Xu Gang, grande mestre de bailado e assistente da directora artística da companhia de bailado nacional da China. O enredo aborda os anos de guerra, quando um grande grupo de mulheres na zona montanhosa de Yimeng, conhecido por Irmãs Vermelhas de Yimeng arriscou a própria vida, ocupando-se em apoiar a frente de batalha, a costurar roupas, fazer sapatos, carregar macas, empurrar carrinhos, tratar dos feridos e cuidar dos filhos dos soldados. A peça tem como personagens principais Irmã Ying, o pelotão, Erni e Suonazinho. Baseada em factos verídicos, e com excelentes técnicas performativas e profundas tradições artísticas, Yimeng mostra aos espectadores a bondade e o amor desinteressado da Irmã Ying, que salvou um ferido de guerra com o seu próprio leite materno, bem como a resistência fiel e contribuições constantes de Erni, que amava o exército e apoiava a frente, descreve o IC em comunicado. Além disso, o espectáculo reproduz também o episódio em que as irmãs vermelhas saltaram para as águas frias do rio e ergueram tábuas de portas para formar uma ponte flutuante na linha de batalha, acontecimento que demonstra a sua coragem e espírito de sacrifício face à morte, acrescenta o IC. Já à venda Os bilhetes para Yimeng estão à venda desde ontem, na Bilheteira Online de Macau e na Bilheteira Cotai Online, aos preços de MOP400 e MOP300. Os portadores de Bilhete de Identidade de Residente de Macau, Cartão de Professor de Macau, Cartão de Estudante a Tempo Inteiro, Cartão de Idoso ou Cartão de Registo de Avaliação de Deficiência válidos podem usufruir de um desconto de 50 por cento durante todo o período de venda. Cada portador pode usar apenas um bilhete com desconto por espectáculo. A peça é organizada pelo Ministério da Cultura e Turismo e pela Secretaria para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau.
João Luz Eventos MancheteMúsica | Diva do Cantopop Joey Yung em residência no Studio City Joey Yung é a primeira estrela musical na constelação de residências de performances ao vivo no Studio City. Ao longo de quatro fins-de-semana consecutivos, que começam a 1 de Abril, a diva do cantopop de Hong Kong dará oito concertos intitulados ‘Eternity Joey Yung Live in Macau’ Uma das mais brilhantes estrelas do cantopop de Hong Kong, Joey Yung, vai dar oito concertos no Studio City a partir de 1 de Abril. Com uma carreira de mais de duas décadas, repletas de sucesso, recordes de venda de discos e aventuras no mundo da representação, Joey Yung é a primeira atracção da Asia’s First Ever Residency Concert Series, apresentada pela Melco. Cumprindo o desígnio de reforçar a aposta nos elementos não-jogo, a Melco apresenta uma série de residências musicais. Recorde-se que na altura do concurso para as concessões de jogo, Lawrence Ho sublinhou o pendor cultural e recreativo por detrás da empresa. “A Melco sempre teve o entretenimento no seu ADN, por isso tudo o que fazemos vai no sentido do entretenimento que é realmente a chave para atrair visitantes estrangeiros”, afirmou na altura o director-executivo da Melco Resorts. É neste contexto que o Studio City irá acolher oito concertos, ao longo de quatro fins-de-semanas, com o título ‘Eternity Joey Yung Live in Macau’, o primeiro capítulo da ‘Melco Residency Concert Series’. Em comunicado, a Melco descreve a iniciativa, que terá a duração de três anos, como “uma residência artística de classe mundial que irá apresentar um incrível alinhamento de super-estrelas que irão apresentar 90 espectáculos no Studio City”. Festim musical Com mais de 150 concertos e tournées com actuações um pouco por todo o mundo, a voz de “My Pride” e “Give Love a Break” regressa a Macau para brindar o público com os seus mais populares sucessos que ao longo de duas décadas rebentaram os charts de música em cantonense e mandarim. “No palco do Studio City será apresentado um festim musical excitante nunca antes visto pelos fãs de Joey Yung. Esta série de concertos sem precedentes é um acontecimento a não perder”, escreve a organização. O regresso de Yung ao Cotai marca o retorno da diva do cantopop ao activo depois de um hiato de inactividade. Desde a realização do concerto que celebrou o 20.º aniversário da sua carreira, o espectáculo ‘Pretty Crazy’ em 2019, passaram quatro anos desde que Joey Yung se apresentou perante os seus fãs. Próximos do coração Numa conferência de imprensa online sobre a residência musical em Macau recordou passagens anteriores pelo território. “Fiquei tão impressionada com o Studio City quando filmámos o meu vídeo musical na icónica roda gigante-8 “Golden Reel”. Foi uma experiência inesquecível. Muitas superestrelas internacionais deixaram a sua pegada no palco do Studio City, e estou muito ansiosa para que chegue Abril. Desde o espectáculo, design e decoração do palco, guarda-roupa, listas de canções até à coreografia – tudo é especialmente feito à medida do Studio City, como nunca antes foi visto”, afirmou a cantora em jeito de antecipação. “O design da sala de espectáculos do Studio City Event Center permite proximidade com os meus fãs. Espero conseguir surpreendê-los e criar uma atmosfera de intimidade com o público”, acrescentou a artista.
João Luz EventosRollout Dance Film Festival até amanhã no Alegria Termina amanhã o Rollout Dance Film Festival, a festa da sétima arte que celebra a dança no Cinema Alegria. Hoje é exibido “A Body in Fukushima”, um ensaio multidisciplinar de exploração de movimento no cenário desolador de Fukushima. O ciclo completa-se amanhã com “The Ferryman”, narrado pela lendária Marina Abramović e com música de Ryuichi Sakamoto O Rollout Dance Film Festival está a dar últimos passos com a exibição de dois filmes no Cinema Alegria hoje e amanhã. Depois das sessões na Casa Garden no início do mês, chega a vez de o velho cinema da Estrada do Repouso acolher sessões do evento dedicado à arte do movimento corporal. Hoje, às 19h30, será exibido “A Body in Fukushima”, realizado pelo coreógrafo japonês Eiko Otake. O artista conhecido pela abordagem multidisciplinar à dança visitou seis vezes a desolada Fukushima depois do desastre em três actos (sismo, tsunami e desastre nuclear) ter arrasado a cidade e expulso a população inteira. “A Body in Fukushima” resulta da colaboração do coreógrafo japonês com o fotógrafo William Johnston, que além do interesse pela à imagem é um académico dedicado à história do Japão. A obra exibida hoje no Cinema Alegria acabou por nascer da interacção destes elementos criativos, esculpido a partir de dezenas de milhares de fotografias e observações pessoais vertidas em texto. As paisagens surreais expostas à radiação tornam-se no cenário para a performance de Eiko Otake acompanhada por uma banda sonora composta especificamente para a obra. Otake dá corpo a um cocktail emocional onde dor, raiva e remorso interagem com o cenário pós-apocalíptico como um testemunho empático das falhas da humanidade, muito bem demonstradas por Fukushima. Todos a bordo Para fechar em beleza o Rollout Dance Film Festival, o Cinema Alegria exibe amanhã, também às 19h30, o filme “The Ferryman”, da autoria do francês Gilles Delmas. Com narração da icónica artista conceptual Marina Abramović, e banda sonora original do compositor japonês Ryuichi Sakamoto, “The Ferryman” apresenta ao público uma jornada coreografada plena de exuberância visual rumo às raízes espirituais e ritualísticas da dança. Dicotomias desfocadas e metafóricas estão na génese deste projecto contemporâneo, que alia dança e escultura personificada pelo bailarino e coreógrafo franco-belga Damien Jalet que representa em movimento um ser quase mitológico entre um veado e um caçador. Filmado nas deslumbrantes paisagens vulcânicas de Bali, no Japão e Escócia e dentro das secções mais antigas do Museu do Louvre em Paris, o filme procura retratar as ancestrais ligações espirituais entre Homem e natureza através da performance de Jalet. O coreógrafo aborda a forte componente cerimonial de rituais de cremação, sacrifícios e expressões de transe em preces erguidas aos vulcões de Bali, e também em ritos de adoração a montanhas japonesas. “The Ferryman” é um poderoso documento de beleza avassaladora, mas ao mesmo tempo uma obra crua e onírica sem uma linha clara entre o contemporâneo e o arcaico. A ganhar calo O Rollout Dance Film Festival foi inaugurado em 2016 como um evento bianual com o objectivo de apresentar obras premiadas internacionalmente e promover a interacção com o público e discussão através de palestras, workshops e colaborações artísticas. Organizado pela Associação de Dança Ieng Chi, a Concept Pulse Studio e a Point View Art Association, o festival procura contribuir para a construção de uma plataforma sustentável em Macau que encoraje a comunidade artística a juntar formas de expressões artísticas, como cinema e dança. O evento é financiado pelo Fundo de Desenvolvimento da Cultura e o apoio da Fundação Oriente.
Hoje Macau EventosProjecto ‘O Regiões’ reúne profissionais ligados a Macau Apesar de ser um jornal que vai apostar no interior de Portugal, o director promete não descurar “as diásporas portuguesas e os países da CPLP”. Na edição de ontem, apresentava alguns artigos sobre Macau O período pandémico, marcado por restrições e isolamento, resultou, no entanto, na criação de um jornal em Portugal. O projecto ‘O Regiões’ foi lançado ontem, em formato online, e tem como fundador Fernando Pires, jornalista português que passou pelo território, assim como várias pessoas também com ligações a Macau. À agência Lusa, Fernando Pires admitiu que o projecto foi pensado quando atravessou o isolamento da covid-19 e começou a contactar pessoas que tinha conhecido em Macau. “A ideia surgiu quando estive fechado aquando da covid-19 [pandemia]. Pensei o projecto e fui contactando pessoal do meu tempo em Macau”, afirmou o fundador d’O Regiões. Além da versão online, em finais de Abril vai também ser publicada uma edição semanal em papel e ainda uma revista mensal de encarte. Estão também pensados conteúdos de vídeos e podcast. Dos mais de 60 colaboradores, entre jornalistas, repórteres, fotojornalistas, cartoonistas, cronistas, comentadores, ‘designers’ e administrativos, surgem vários nomes com ligação a Macau. Nuno Silveira Ramos, Miguel Brandão, Angelina Ritchie, Joaquim Magalhães Castro, João Pedro Martins, António Mil-Homens, António Bondoso, Paulo Godinho, Isaías Rosário, Joaquim Correia são alguns dos jornalistas e colaboradores com ligações ao território. Atento à diáspora Fernando Pires realçou que, apesar de o plano ser pensado localmente, “este jornal não estratifica a temática informativa, procurando antes captar a atenção da generalidade do público leitor”. “A notícia é a essência do nosso trabalho”, vincou. O projecto assenta nos capitais próprios do director e tem um parceiro líder de mercado em publicidade. Sobre as práticas da casa, Fernandes Pires promete independência e um jornalismo de qualidade: “’O Regiões’ pauta-se pelo exercício de um jornalismo livre, exigente e de qualidade, recusando o sensacionalismo, as notícias não confirmadas e a banal comercialização do que se entende por informação”, explicou o director. Outro dos aspectos que o jornal promete não descurar, é a ligação com “as diásporas portuguesas e os países da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa]”. No entanto, este é um jornal que nasceu em Castelo Branco e que vai focar mais o interior do país.
Andreia Sofia Silva EventosCinemateca Paixão | Fevereiro com opções internacionais de qualidade Há filmes cujas exibições estão na recta final, outros que começam a ser apresentados ao público. No curto mês de Fevereiro, a Cinemateca Paixão apresenta um cartaz com filmes internacionais, onde se inclui o já esgotado Tár, protagonizado por Cate Blanchett, e a triologia de “O Padrinho” Aqueles que não perdem um bom filme na pequena, mas acolhedora, sala da Cinemateca Paixão tem, este mês, um leque alargado de opções. Fevereiro é o mês mais curto do ano, mas isso não significa que o cartaz da Cinemateca seja, também ele, curto. “Heavens Above”, filme de Srdjan Dragojevic que começou a ser exibido dia 26 de Janeiro, terá uma última exibição esta sexta-feira. O filme, uma co-produção da Sérvia, Alemanha, Eslovénia, Croácia e Bósnia e Herzegovina, é uma comédia de humor negro, com um pouco de drama à mistura, que conta três histórias de uma família passadas em três períodos distintos, 1993, 2001 e 2026, relacionadas com os conceitos de religião e de vivência numa sociedade pós-comunista. Este filme recebeu, em 2021, no conhecido Festival de Cinema de Locarno, o prémio “Junior Jury Award” na categoria Competição Internacional, além de ter sido nomeado para um Leopardo de Ouro para a categoria de “Melhor Filme”, sendo este considerado o prémio mais importante do mesmo festival. A partir do dia 15 deste mês, e até 2 de Março, será possível assistir ao filme “The Sacred Spirit”, de Chema García Ibarra, uma co-produção de Espanha, França e Turquia que, em 2021, também foi nomeado para um Leopardo de Ouro na categoria de “Melhor Filme”, sem esquecer as nomeações nos festivais internacionais de cinema de Atenas, Grécia, e São Paulo, Brasil. “The Sacred Spirit” revela-nos a história de José Manuel, proprietário de um bar que toma conta da sua mãe Carmina. O filme apresenta um argumento que mistura laivos de ficção científica e comédia, cujo enredo se torna mais denso quando José Manuel se transforma na única pessoa que conhece o segredo que pode alterar o destino da humanidade. Tudo isto depois da morte do líder de uma associação ligada ao mundo dos óvnis. Histórias de Singapura O único filme de produção asiática que pode ser visto na Cinemateca Paixão este mês, já a partir do dia 12 e até ao dia 21, é “Ajoomma”, de Singapura, com realização de Shuming He. Esta é a história de uma viúva de meia-idade coreana, natural de Singapura, que, pela primeira vez, viaja até Seul e se perde. É então que começa um interessante percurso de auto-descoberta sobre o seu lugar na vida além dos tradicionais papéis de mãe, mulher e esposa. Depois de um bom desempenho nos festivais de cinema de Busan e de Taiwan, no Festival de Cinema Cavalo de Ouro, “Ajoomma” recebeu uma nomeação na categoria de “Melhor Filme Estrangeiro” no Festival Internacional de Cinema de Palm Springs. “Summer Survivors”, uma história de 2018 oriunda da Lituânia, é o drama que completa o cartaz de Fevereiro, e que pode ser visto entre os dias 14 e 28 deste mês. A Cinemateca Paixão apresenta ainda, esta quarta-feira, a última exibição de Tár, protagonizado por Cate Blanchett, sendo que já não há bilhetes para esta sessão. Quem não teve a oportunidade de ver a triologia de “O Padrinho”, de Francis Ford Coppola, pode ainda rever estes três clássicos do cinema de Hollywood esta quinta-feira, domingo e sábado. Já há bilhetes esgotados.
Hoje Macau EventosMúsica | Beyoncé torna-se na artista mais premiada de sempre nos Grammys Harry Styles, Lizzo, Adele e Beyoncé foram os grandes vencedores da 65.ª edição dos Grammys, com Bonnie Raitt a animar a grande cerimónia da música na madrugada de segunda-feira em Los Angeles. Harry Styles viu o seu álbum “Harry’s House” ser distinguido com o prémio mais cobiçado da noite, Álbum do Ano, tendo também levado para casa a estatueta de Álbum Pop Vocal do Ano. “Isto não acontece muitas vezes a pessoas como eu”, disse o cantor britânico em palco, mostrando-se surpreendido pelo Grammy quando se previa que a vitória fosse de Beyoncé, com o álbum “Renaissance”. “Sinto-me um pouco arrebatado”, disse Harry Styles, mais tarde, aos jornalistas com a estatueta na mão. “Sinto que é uma validação de que estou no caminho certo”, considerou. “Porque quando entramos no estúdio para gravar um álbum, fazemos a música que queremos fazer”. Em contraste com as parcas palavras de Styles, Lizzo gritou motes entusiasmados e saltitou ao receber o Grammy por Gravação do Ano, com a sua canção “About Damn Time” do álbum “Special”. A cantora dedicou a vitória a um dos artistas que mais a inspirou, Prince, que morreu em 2016. “Quando perdemos o Prince, decidi dedicar a minha vida a fazer música positiva”, contou. “Isto foi numa altura em que música positiva (…) não era a corrente principal e senti-me muito incompreendida. Senti que estava do lado de fora a olhar para dentro”, descreveu. Lizzo emocionou-se ao referir-se a Beyoncé, uma das favoritas a ganhar esta categoria com “Break my Soul”. “Mudaste a minha vida”, afirmou, contando que quando andava no 5.º ano faltou às aulas para ir a um concerto da cantora. A grande vencedora Beyoncé foi uma das vencedoras da noite, conquistando quatro estatuetas e tornando-se na artista mais premiada de sempre, com 32 Grammys. No entanto, a cantora perdeu nalgumas das categorias mais cobiçadas e nas quais era uma das favoritas, incluindo Álbum do Ano, Gravação do Ano e Canção do Ano. Esta última categoria foi uma surpresa total, com a canção “Just Like That” de Bonnie Raitt a vencer contra nomeados como “As It Was” (Harry Styles), “Break my Soul” (Beyoncé) ou “All too Well” (Taylor Swift). “Estou tão surpreendida que não sei o que dizer”, disse Bonnie Raitt em palco, depois de murmurar: “estão a brincar comigo?” quando ouviu a Primeira-dama Jill Biden, que apresentou o prémio, anunciar o seu nome. Na sala de entrevistas, Raitt explicou que não esperava ter vencido, face a músicas que foram grandes sucessos. Nas performances pop, Adele venceu a categoria a solo com “Easy on me”, que dedicou ao filho Angelo, e Kim Petras e Sam Smith venceram dueto ou grupo com “Unholy”. Petras tornou-se na primeira mulher transexual a ser premiada nesta categoria. A revelação do ano foi Samara Joy, que bateu nomeados como a brasileira Anitta e a banda italiana Måneskin (vencedora da Eurovisão em 2021). Joy também ganhou a estatueta para Melhor álbum jazz vocal com “Linger Awhile”. Já o porto-riquenho Bad Bunny voltou a vencer o prémio de Melhor álbum de música urbana, com “Un Verano Sin Ti”, depois de ter ganho esta mesma categoria na edição do ano passado. A 65.ª edição dos prémios Grammy, entregues pela Academia de Artes e Ciências de Gravação, decorreu na Crytpo.com Arena, em Los Angeles, com apresentação do comediante Trevor Noah.
Andreia Sofia Silva EventosMúsica | Hon Chong Chan, músico de jazz de Macau, prepara um novo disco Chama-se Hon Chong Chan, é natural de Macau e conta já com um álbum de estúdio na sua curta carreira. “Traveling Coffee”, gravado em 2020 em Nova Iorque, ganhou o nome graças ao seu gato, mas é, acima de tudo, um trabalho virado para dentro, um projecto pessoal. O músico está neste momento a gravar um segundo trabalho discográfico Em pleno ano da pandemia, 2020, Hon Chong Chan, guitarrista de jazz, natural de Macau, teve a ousadia de lançar o primeiro disco. Formado na The Collective School of Music, em Nova Iorque, o músico conta ao HM que este álbum nasceu das muitas composições que já tinha na gaveta. Fazer música, aliás, sempre foi um “hábito” seu. “Quando quis fazer este álbum, escolhi algumas das composições que mais gostava para gravar. Gravei este trabalho no estúdio New Yorker Bunker com Bob Quaranta, Gregory M. Jones e Tobias Ralph. Fizemo-lo em apenas sete horas, com Chris Biesterfeldt a colaborar connosco como produtor executivo.” Agora, três anos depois, o músico local encontra-se a gravar um novo disco, mas não quer avançar, para já, grandes detalhes. “Descobri os melhores músicos do mundo com quem posso trabalhar. Nesta fase já gravámos cerca de metade do álbum”, adiantou. O gato viajante “Traveling Coffee” despertou a atenção do DJ Burnie, também de Macau, que recentemente remixou a faixa “Thursday Samba”, integrante do disco cujo nome tem, afinal, uma origem bastante simples. “Tenho um gato em Macau, que se chama Café. Quando fui estudar para Nova Iorque, o meu gato ficou a cargo de um amigo. Pensei que o Café era como eu, estava a viajar sozinho. Então decidi dar ao álbum o nome de ‘Traveling Coffee’ [Café Viajante].” O músico descreve este disco como tendo “muita improvisação”, em que “cada solo é muito longo”. Mesmo sendo um trabalho já com três anos de existência no mercado, Hon Chong Chan não está preocupado com vendas ou com o sucesso. “Não me preocupa a reacção do público, porque é um álbum muito virado para mim. Devido a este trabalho consegui muitas oportunidades de espectáculos e performances de jazz na China, o que me ajudou imenso como músico”, aponta. Ter ido para Nova Iorque estudar, deixando para trás um território pequeno e com poucas oportunidades para quem quer ser músico, não mudou assim muito a vida de Hon Chong Chan. Viver da música é difícil, mas não é algo exclusivo no território. “Tal como em muitas outras partes do mundo, os músicos de jazz enfrentam muitos dilemas de vida, mas acredito que ainda temos boas oportunidades de ter uma boa vida.” Questionado sobre o panorama do jazz em Macau, o músico considera que há cada vez mais pessoas a tocar. “Para mim não tem a ver com locais para actuar, mas simplesmente se um músico quer criar ou não. Claro que quanto mais criações houver, melhor. Se gostares de música não há qualquer conflito entre ser um músico profissional ou amador”, concluiu.