Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauGP Motos | Só André Pires se classifica entre os portugueses para 50ª corrida [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Grande Prémio de Motos de Macau assinala este ano a 50ª edição mas, em ano de festa, a representação portuguesa na corrida de duas rodas mais emblemática do sudeste asiático é a mais pequena dos últimos anos. André Pires será o único motociclista luso à partida na edição deste ano, isto depois de Portugal ter estado representado por dois ou até três motociclistas em edições anteriores. A presença da representação lusitana está todos os anos pendente do número de convites que as entidades de Macau endereçam à Federação Motociclismo Portugal (FMP). Em Março, o Coronel Armando Vieira Marques, Director-Geral e Membro da Comissão de Velocidade da FMP, tinha afirmado ao HM que gostaria de manter a quota das edições passadas, de dois pilotos, algo que foi impossível. “Este ano a representação lusa fica apenas a cargo do André Pires pois é único piloto nacional que cumpre com os requisitos impostos pela organização do Grande Prémio de Macau”, esclareceu ao HM o Coronel Armando Vieira Marques. Pires e Nuno Caetano foram nos dois últimos anos os únicos motociclistas lusos na corrida. Porém, Caetano, que o ano passado se viu privado de participar na corrida do Circuito da Guia devido a uma lesão na clavícula, após se ter qualificado na 30ª posição, anunciou em Fevereiro o abandono das pistas. No regulamento do Grande Prémio de Motos de Macau existe um critério de selecção onde é considerada a experiência em corridas do mesmo estatuto do Grande Prémio em duas provas, nos dois anos anteriores, 2014 e 2015, “principalmente na North West 200 (NW200), na Isle of Man Tourism Trophy (IOM TT) e no Grande Prémio do Ulster (UGP)”. Sendo assim, após o abandono de Caetano, Pires é actualmente o único motociclista luso com currículo para alinhar na prova do território. “Será uma honra estar novamente no meio de grandes pilotos e numa prova de grande valor histórico como o 50º Grande Prémio de Macau”, escreveu o piloto apoiado pelo município de Vila Pouca de Aguiar na rede social Facebook. “Este ano tenho a oportunidade de ir com a fantástica Bimota BB3 pela Bimota UK”, salientou também Pires, que confirmou ter já “testado em Inglaterra”, considerando que esta é “sem dúvida uma grande mota com acabamentos de classe”. Robert Huff fora da Guia A Corrida da Guia 2.0T vai ser mais pobre este ano. Os regulamentos deixaram de fora o piloto recordista de vitórias na prova, Rob Huff, vencedor desta corrida por oito ocasiões, uma delas o ano passado. Huff viu a sua inscrição na prova recusada pela organização. O ex-campeão do mundo de carros e piloto oficial da Honda no Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC) não cumpriu o critério que obriga a que todos os pilotos inscritos na Corrida da Guia 2.0T tenham obtido uma classificação em pelo menos uma prova de carros de turismo com motorizações 2 litros turbo. As viaturas do WTCC usam motores 1.6 litros turbo. Huff, que nos fins-de-semana do WTCC conduz um Honda Civic TCR para convidados, ficou indignado com a decisão, até porque já tinha contrato com a equipa para correr novamente com um Honda, bilhetes de avião pagos e reservas de hotel. “É muito frustrante e uma situação tonta que eu nunca tinha ouvido antes”, disse Huff ao site anglo-sueco TouringCarTimes.
Hoje Macau Desporto Grande Prémio de Macau MancheteRosenqvist é cabeça de cartaz do Grande Prémio de F3 Felix Rosenqvist é o cabeça de cartaz da edição deste ano do Grande Prémio de Macau, que decorre entre 17 e 20 de Novembro. O piloto sueco volta para tentar bater um recorde e ser o primeiro tricampeão na Fórmula 3. Apesar da ausência do campeão europeu, a organização diz esta será uma das melhores corridas de sempre, indica a rádio Macau [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] edição deste ano do Grande Prémio Fórmula 3 de Macau soma já duas notícias de última hora. Além da passagem de testemunho para a Federação Internacional do Automóvel (FIA), esta semana soube-se que o campeão europeu de Fórmula 3, Lance Stroll, não vem a Macau por ter “outros compromissos”. A emissora frisa ainda que Frédéric Bretrand, director da FIA, garante que a corrida deste ano será tão boa ou até melhor do que as anteriores porque há mais carros do que nunca e os melhores entre os melhores marcam presença. “Em relação a Lance [Stroll], lamentamos que não esteja aqui. Mas julgo que tem outras questões para resolver e desejamos-lhe o melhor futuro. A lista de participantes é fantástica. Quando se vê o número de pilotos que estão a voltar depois de já terem ganho a corrida uma vez…Só querem estar aqui mais uma vez por causa deste título de Taça Internacional. Em cima disto, temos ainda os números 2,3, 4 e 5 do campeonato da Europa”, sublinha Frédéric Bretrand, citado pela rádio. Pela primeira vez, a prova rainha do Grande Prémio recebe a chancela da FIA, o que faz com que, também pela primeira vez, Macau receba, ao mesmo tempo, duas Taças do Mundo. Se vai ou não continuar a ser assim, é uma questão de esperar para ver: “Vamos dar um passo de cada vez. Fazemos este ano e vamos ver o que acontece no próximo. Mas é certo que, se for um sucesso, há uma forte hipótese de continuarmos para sempre”, indica a emissora. Na edição deste ano, Macau mantém a Taça do Mundo de GT. Além do actual campeão, Maro Engel, voltam a marcar presença Edoardo Mortara, que soma várias vitórias no circuito da Guia, e o piloto de Macau André Couto, que este ano compete com um Lamborghini. Nesta edição, assinalam-se também os 50 anos do Grande Prémio de Motos. Vão competir Peter Hickman, actual campeão, e os veteranos Michal Rutter, Stuart Easton, McGuinness e Ian Hutchinson. O piloto de Macau Rodolfo Ávila não participa nesta edição. De Portugal, regressa Tiago Monteiro. Três pilotos portugueses no Grande Prémio Macau Três pilotos portugueses vão participar na 63.ª edição do Grande Prémio de Macau, em Novembro, quando a Fórmula 3 passa, pela primeira vez, a contar para a Taça do Mundo da Federação Internacional Automóvel (FIA). Tiago Monteiro volta a Macau a uma nova versão da corrida Guia, a “Corrida da Guia Macau 2.0T”, depois de o Campeonato Mundial de carros de turismo, WTCC, ter deixado de se disputar na cidade. Na segunda Taça GT Mundial da FIA participa André Couto, que corre tradicionalmente com as cores de Macau, e o Grande Prémio de Motos conta novamente com a presença de André Pires (Bimota), foi ontem anunciado. Na Fórmula 3 não competem portugueses, mas a corrida conta com o sueco Felix Rosenqvist, que vai tentar vencer pela terceira vez consecutiva em Macau. Destaque ainda para pilotos de topo da lista do Campeonato Europeu de F3 da FIA, como o alemão Maximilian Günther, o neozelandês Nick Cassidy e os britânicos George Russel e Callum Ilott. Já o canadiano Lance Stroll, que se sagrou campeão do circuito europeu no passado fim de semana, cancelou a ida a Macau por motivos de agenda. Lista agrada “A lista de entrada é óptima. Quando vemos o número de pilotos que voltam depois de já terem vencido a corrida, é porque querem estar novamente cá devido a este título mundial. Além disso, temos o número três, quatro e cinco do campeonato europeu, a corrida vai ser difícil”, disse Fréderic Bertrand, director da Federação Internacional do Automóvel (FIA), em conferência de imprensa. Com a Taça do Mundo de F3, Macau passa a ser o único lugar do mundo que recebe simultaneamente duas Taças do Mundo, em termos de desporto motorizado, destaca a organização. A decisão de manter a competição mundial será um processo a determinar “passo a passo”. “Realizamos [a Taça] este ano e vemos o que se vai passar no próximo. Mas certamente que, se for bem-sucedido este ano, há uma boa oportunidade de continuar para sempre. Esperamos que seja pelo menos tão bom como antes e talvez um pouco melhor. Quando olhamos para o nível dos pilotos podemos esperar uma corrida muito dura”, afirmou Bertrand. Pirelli e o concurso O envolvimento da FIA fez mudar o fornecedor de pneus, passando da Yokohama para a Pirelli. “Essa é outra das diferenças de estar ligado à FIA, temos um processo muito justo de concurso para escolher o fornecedor. A Pirelli venceu. A Yokohama também concorreu mas não conseguiu”, explicou Bertrand. O Grande Prémio de Motos assinala este ano a 50.ª edição e, por esse motivo, os três primeiros classificados vão receber um prémio adicional. Marcam presença dos britânicos Peter Hickman (campeão do ano passado), Martin Jessopp (segundo classificado em 2015), Michael Rutter (campeão oito vezes e terceiro classificado no ano passado), Stuart Easton (três vezes campeão), John McGuiness e Ian Hutchinson. O Grande Prémio de Macau realiza-se entre 17 e 20 de Novembro.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauYokohama perde exclusivo de pneus do GP ao fim de 33 anos [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Conselho Mundial da Federação Internacional do Automóvel (FIA) comunicou na madrugada de quarta-feira que a Pirelli será o fornecedor exclusivo de pneus da Taça do Mundo FIA de Fórmula 3. O construtor italiano de pneus irá ocupar o lugar até aqui da Yokohama que desde a primeira edição, em 1983, assumia esse papel. A Pirelli, que fornece em exclusivo os pneus para a Fórmula 1, não tem na sua gama de pneus um exemplar para a Fórmula 3, apesar de fornecer as “borrachas” que equipam os monolugares dos campeonatos GP2 e GP3 Series. A Pirelli terá levado a melhor nesta adjudicação sobre a Yokohama e sobre a sul-coreana Kumho, dois construtores com maior experiência na Fórmula 3. Dado que as equipas e pilotos de Fórmula 3 não tiveram qualquer contacto com estes pneus até hoje, o comportamento destes poderá ser um factor decisivo em termos de resultados na tarde do dia 19 de Novembro. Para além da Fórmula 3, a Pirelli também manteve a exclusividade da Taça do Mundo FIA de GT, mas no caso dos carros de Grande Turismos a empresa milanesa tem um vasto historial. A empresa transalpina é fornecedora oficial de pneus das Blancpain GT Series, a maior competição da especialidade na Europa e que é gerida pela empresa SRO Motorsports Group, que este ano assume uma vez mais o papel de relações com os concorrentes na prova de GT da RAEM. Em Março de 2015, a Pirelli foi vendida à China National Chemical Corp (ChemChina) por 7,7 mil milhões de euros. Desde ai o quinto maior fabricante de pneus do mundo tem reforçado a sua presença em termos desportivos no continente asiático, particularmente na República Popular da China.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauF3 | Piloto de Macau Andy Chang vai para a terceira participação na prova [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ndy Chang Wing Chung vai sair do retiro temporário. O piloto de 19 anos da RAEM, que o ano passado fez meia temporada do Campeonato da Europa FIA de Fórmula 3, vai disputar as duas últimas provas do europeu – Imola e Hockenheim – como preparação para a refeita Taça do Mundo FIA de Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau. O piloto de Macau assinou um contrato para estes três eventos com a equipa inglesa T-Sport e irá tripular um Dallara-NBE. “Temos vindo a falar com o Andy há já alguns anos e estamos muito satisfeitos por colocarmos de pé este programa juntos”, afirmou Russell Eacott, o patrão da equipa T-Sport, que acredita que a experiência do jovem do território será uma mais valia na edição deste ano da prova. Concentrado nos estudos em Inglaterra, e sem apoios que lhe permitam competir na Fórmula 3 ao mais alto nível a tempo inteiro, Chang ainda não fez uma única corrida de monolugares esta temporada, tendo apenas participado numa prova de karts no início do ano para manter a forma. Depois de se ter estreado no Circuito da Guia na edição número sessenta na corrida da Formula Masters China Series com um 7º lugar, Chang irá para a sua terceira participação na prova de Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau. Em 2014, Chang classificou-se no 19º lugar e o ano passado terminou na 14ª posição. Ukyo Sasahara será o companheiro de equipa do jovem nesta aventura, no entanto o japonês irá utilizar um motor Tomei construído pela ThreeBond no Japão, ao passo que Chang terá à disposição um motor arquitectado no Reino Unido pela Neil Brown Engineering. Apesar de não ser uma das equipas de topo da Fórmula 3 internacional, a T-Sport conseguiu um surpreendente pódio na corrida do território em 2014 com o neo-zelandês Nick Cassidy. Contudo, sem o ritmo dos seus adversários, Chang não poderá almejar muito mais que um resultado dentro do 15 primeiros. Com a demissão de Barry Bland da co-organização da prova e a confusão que lhe seguiu, as inscrições para esta corrida apenas terminam no dia 30 de Setembro, sendo que a lista de inscritos só será conhecida no final de Outubro, aquando da tradicional conferência de imprensa de apresentação do evento.
Joana Freitas Desporto Grande Prémio de Macau MancheteGP | Corrida de F3 é Taça do Mundo de F3 da FIA [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Comissão do Grande Prémio de Macau anunciou ontem ao final da noite que a corrida do Grande Prémio de Fórmula 3 passa, nesta edição, a ter o estatuto de Taça do Mundo de F3 da Federação Internacional de Automóveis. A FIA autorizou Macau a organizar a Taça do Mundo de F3 em seu nome, passando assim o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 “oficialmente” a Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA. É a Federação quem vai agora liderar e coordenar todos os trabalhos técnicos da corrida desde os regulamentos das corridas, aos contactos e inscrição de pilotos. A notícia chega depois da polémica em torno da saída de Barry Bland da empresa organizadora do campeonato desde 1983, a Motor Racers Consultants. A Comissão do Grande Prémio de Macau dá a entender que a decisão de Bland está ligada à alteração do estatuto da corrida, apesar de ter sido dada a conhecer primeiramente a demissão do responsável. “Com o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 a passar de Taça Intercontinental a Taça do Mundo de F3, as especificações do evento diferem das edições dos anos anteriores e os trabalhos passam ser liderados pela FIA. A Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau respeita a decisão pessoal de Barry Bland perante a alteração do evento, reconhecendo os esforços e contributos feitos no passado”, escreve o Governo num comunicado. “O Grande Prémio de Macau tem sido bem acolhido por pilotos locais e estrangeiros e ainda por fãs e visitantes de todo o mundo, tendo alcançado também o reconhecimento ao mais alto nível da FIA.” A Comissão diz que os preparativos decorrem dentro da “normalidade e de forma gradual”. O programa provisório da edição deste ano contempla não menos de quatro corridas internacionais: Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 – Suncity Grupo – Taça do Mundo de F3 da FIA (Federação Internacional do Automóvel ), pelo segundo ano consecutivo a Taça GT Macau- Taça do Mundo de GT da FIA, a 50 ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau – Suncity Grupo, a Corrida da Guia de Macau 2.0T – Suncity Grupo. O programa de corridas de apoio incluirá a Taça de Carros de Turismo de Macau, o Macau Road Sport Challenge e a Taça da Corrida Chinesa – Suncity. As inscrições para a prova nobre do território terminam a 30 de Setembro. A informação sobre o programa e a lista de participantes serão divulgadas no início do mês de Outubro.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauGrande Prémio | FIA tranquiliza equipas e garante prova de Fórmula 3 Os responsáveis da Federação Internacional Automóvel (FIA) reuniram com os chefes de equipa para os tranquilizar e garantem que serão feitos todos os possíveis para que a prova da RAEM decorra dentro da normalidade e asseguram que o transporte está também em andamento. Segundo o que o HM apurou, a Federação Internacional, que terá mais peso na organização da prova a partir de agora, informou as equipas que tudo será organizado segundo os parâmetros habituais e que irá disponibilizar mais pormenores nos próximos dias às equipas. As reacções surgem depois da demissão de Barry Bland do cargo de coordenador da Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau, que foi obviamente assunto no paddock do Campeonato Europeu FIA de Fórmula 3 que se disputou no passado fim-de-semana no Circuito de Nurburgring, na Alemanha. Depois da inesperada notícia da semana transacta, a incerteza e preocupação reinavam no paddock da competição que mais carros fornece à prova da RAEM. Muitas das equipas aguardam impacientemente instruções para poderem preparar a prova e vários pilotos, que tinham já verbalmente acertado a sua presença na prova, vão ter agora que esperar por uma resposta final sobre a sua participação. “As equipas foram todas apanhadas desprevenidas. Até aqui, quando o assunto era o Grande Prémio de Macau, as equipas falavam com Barry Bland. Com a demissão ficamos todos à nora, pois não sabemos com quem falar, nem sequer como vai ser a prova”, explicou um Team Manager que preferiu ficar no anonimato. No entanto, apesar do oceano de dubiedades, em muito ajudado pela a incapacidade da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau em prestar um esclarecimento público rápido e assertivo, há um tom de esperança nos discursos. O transporte, que alegadamente estava atrasado em dois meses, estará a ser arranjado e não será fonte de preocupação. Recorde-se que a federação internacional tem vindo a estudar a possibilidade de mudar o estatuto da prova de Fórmula 3 de Macau, promovendo-a a Taça do Mundo à imagem da actual corrida de GT. Quem era o Sr Bland? Barry Bland foi quem em 1982 convenceu Rogério Santos, na altura o presidente do Leal Senado de Macau, a introduzir a Fórmula 3 no Circuito da Guia, quando a organização da prova considerava trazer a Fórmula 2 para substituir a decadente Fórmula Atlantic. Esta aposta foi a mais acertada, saltando o Grande Prémio para a ribalta internacional. Durante estes últimos trinta anos, o inglês, que sempre primou pela discrição, foi o elo de ligação entre as equipas de F3 que vêm a Macau. Era a Motor Race Consultants, a empresa de Barry Bland, que preparava toda a logística, tanto de carros, como das equipas. Bland, o “Ecclestone da F3”, como lhe chamou a imprensa inglesa a semana passada, foi também peça instrumental em acordos celebrados entre equipas e pilotos, pouco prováveis de acontecer sem a sua influência. Era também ele que fazia de elo de ligação entre a FIA e os delegados técnicos e as equipas. O capital de confiança que gozava o inglês junto do paddock permitiu que a prova mantivesse sempre o seu elevado estatuto de “grande evento de final de ano”, mesmo em períodos em que a F3 passou por maiores dificuldades.
Joana Freitas Desporto Grande Prémio de MacauGrande Prémio | ID garante normalidade apesar da saída de organizador Barry Bland, da empresa que coordena as corridas de F3 do território, bateu com a porta. Queixa-se de atrasos na organização e diz que não há ainda quem transporte as infra-estruturas para a corrida principal do Grande Prémio. O ID diz que está tudo a andar [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]stá tudo a decorrer normalmente. É que o garante o Instituto do Desporto (ID) ao HM, face à recente notícia da demissão de Barry Bland, responsável pela Motor Race Consultants, empresa que tem coordenado as corridas de F3 do Grande Prémio de Macau desde o seu início em 1983. O ID reage, dizendo que os preparativos continuam e que os padrões internacionais vão continuar a ser respeitados. A decisão de Bland foi dada a conhecer no final da semana passada. De acordo com a revista AutoSport, o responsável bateu com a porta devido a atrasos na organização da corrida, este ano pela primeira vez a cargo do ID. Até hoje, os regulamentos da prova não foram ainda entregues, sendo que a data limite para as inscrições das equipas era dia 9 de Setembro. De acordo com a Autosport, as normas costumavam ser divulgadas em Abril. Para Barry Bland, a forma como o processo está a decorrer “não é muito satisfatória” e “há muitas perguntas sem resposta”. Mas o ID diz que está tudo bem. “Continuam os preparativos para a edição do 63º Grande Prémio de Macau – Suncity Grupo deste ano e o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 será a atracção principal do programa, que integra sete corridas, e decorre de 17 a 20 de Novembro. A Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau (COGPM) reitera e garante, às equipas, pilotos, patrocinadores e público, que a corrida será organizada tendo por base os mesmos altos padrões internacionais, como nos anos anteriores”, começa por indicar o ID ao HM. Sobre datas, contudo, não há grandes avanços. “No momento, está-se a ultimar o programa provisório de corridas, que será divulgado oportunamente. Entretanto, como já é habitual, as listas provisórias de entrada serão publicadas no início de Outubro.” Mais problemas De acordo com a AutoSport existem ainda problemas com o transporte dos elementos necessários à prova da Guia. Segundo a publicação, não foi escolhida uma empresa para garantir o serviço, o que faz com que os atrasos rondem os “dois meses”. “Não quero colocar a nossa reputação em causa”, frisou Barry Bland. A Comissão deixa ainda uma nota sobre o responsável da Motor Race Consultants, que congratula pelo trabalho e “sucesso” que providenciou ao GP. “A Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau tem a mais elevada consideração por [Barry] Bland e respeita a sua decisão de se demitir, depois de 33 anos. A Comissão deseja expressar os seus sinceros agradecimentos e apreço pelo seus muitos anos de serviço leal e valioso. A AutoSport citava ainda, na edição do final da semana passada, Rene Rosin, da Prema Powerteam. O responsável diz que recebeu um email de Barry Bland com a notícia e que a reacção foi de “choque”. “Ele tem sido a peça fundamental em organizar tudo em Macau. Já tínhamos notado que algo se passava, porque é muito tarde para receber a informação. Estou a tentar ter mais informação para perceber o que se passa.”
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauGP | Stuart Easton e Michael Rutter juntos em Macau [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] BMW tem a particularidade de ser o único construtor que se pode gabar de ter vencido no Circuito da Guia tanto em carros como em motos. Depois de décadas em que a BMW coleccionou triunfos na Corrida de Guia e escreveu um pouco da história no automobilismo do Sudeste Asiático, o construtor alemão que tem as suas origens na indústria aeronáutica venceu pela primeira vez o Grande Prémio de Motos de Macau o ano passado, graças a uma performance imaculada do até aqui quase desconhecido inglês Peter Hickman. E este ano, altura em que a prova comemora o seu quinquagésimo aniversário, a BMW arrisca-se a repetir o feito. Isto porque, além da supremacia das suas máquinas, a BMW terá uma dupla de peso a representá-la que soma entre si, nada mais, nada menos, que doze triunfos na prova. Stuart Easton, quatro vezes vencedor da prova, assinou com a Bathams SMT BMW e fará com Michael Rutter uma das duplas mais fortes da 50ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau. Antes, Easton fará três provas do campeonato inglês Pirelli National Superstock, onde Rutter tem participado, como preparação para a duríssima prova de Macau. Aliás, antes mesmo da separação da ePayMe Yamaha, a sua antiga equipa, Easton já tinha acordado com a equipa de Robin Croft para correr na RAEM em Novembro. “Tendo um acordo para competir de Superbike desde o Grande Prémio de Macau do ano passado, eu mantive o contacto regular com o Robin e a equipa”, assegura o escocês, que reconhece que “precisa de milhas antes de Macau” e precisa de se habituar à BMW porque nunca conduziu uma antes. “Portanto competir nestas três provas em três dos meus circuitos favoritos é uma oportunidade para mim. Eu tenho visto o que o Michael tem andado a fazer na classe Superstock, portanto quando o Robin me colocou à frente esta oportunidade, eu pensei que seria algo de muito bom para mim e ajudará a voltar a colocar-me um sorriso na face”, frisa. Ironicamente, as BMW de Easton e “The Blade” vão ter pela frente, entre outras, a oposição da Kawasaki de Hickman. As inscrições para o Grande Prémio de Motos de Macau terminam esta sexta-feira, mas a lista oficial de inscritos só deverá ser dada a conhecer em Outubro. Nada de especial A BMW S 1000 RR é uma moto de sucesso em quatro continentes e não é por acaso que há 250 equipas em todo o mundo a utilizar as motas germânicas, tanto em provas de pista, como em provas de estrada. Sobre a presença em Macau em Novembro, fonte oficial da BMW Motorrad Motorsport afirmou ao HM que estar “muito orgulhosos do resultado do ano passado e, claro, ansiosos pela edição deste ano”. Contudo, o construtor da Baviera não tem planos para organizar qualquer evento especial durante o evento da RAEM, pois “não existe nenhum envolvimento da BMW Motorrad e, como tal, não há qualquer evento especial marcado para a prova”. Porém, o departamento de competição vai “apoiar, via os nossos engenheiros e técnicos do departamento BMW Motorrad Motorsport, as equipas privadas que competirem em Macau”. Pois para a casa alemã “isto faz parte da estratégia a longo prazo da competição-cliente”. Também nos GT Depois de uma aparição discreta em 2013, numa parceria com uma equipa privada de Taiwan que não correu tão bem como certamente gostaria, o ano passado a BMW não arriscou participar na Taça do Mundo FIA de GT. Porém, este ano a marca bávara irá regressar à RAEM. A equipa alemã ROWE Racing irá participar com dois BMW M6 GT3, graças ao patrocínio da empresa chinesa de sistemas de armazenamento de energia CATL. “Para nós (BMW), é particularmente especial aparecermos com um parceiro asiático tão forte na final de GT em Macau”, disse Jens Marquardt, director desportivo do braço automóvel da BMW. O construtor alemão não revelou ao público quem serão os seus dois pilotos, mas o construtor bávaro conta nas suas fileiras com dois especialistas lusófonos do Circuito da Guia, como são o português António Félix da Costa ou o brasileiro Augusto Farfus.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauSuper GT | Organizadores anunciaram corrida para 2017 [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]campeonato nipónico Super GT, onde corre o piloto de Macau André Couto, está a tentar colocar de pé uma corrida na China. Numa conferência de imprensa no passado fim-de-semana, em Okayama, quando questionado sobre quais os planos futuros para a internacionalização da competição japonesa, o presidente da empresa promotora do campeonato, Masaaki Bandoh, disse que há planos para a realização de uma corrida extra campeonato entre participantes da classe GT300 e concorrentes do Blancpain GT series. O dirigente máximo da GT Association afirmou aos jornalistas que a corrida será realizada na China, mais precisamente na cidade de Cantão, tendo apontado como data 1 de Fevereiro de 2017. Apesar da capital da província de Guangdong possuir um circuito permanente, situado na cidade de Zhaoqing, Bandoh disse que a prova será realizada num circuito montado numa base aérea. A corrida será co-organizada pela GT-Association e pela Stéphane Ratel Organisation (SRO), contando para isso com dez viaturas convidadas do Super GT, todas elas da classe GT300, e outras dez do campeonato Blancpain GT series. A organização de Stéphane Ratel, que coloca de pé as séries Blancpain na Europa, goza de uma relação privilegiada com os japoneses, pois as viaturas GT3 da classe GT300 correm com o “Balanço de Performance” dos campeonatos da SRO. A organização francesa, que tem escritórios em Londres, está hoje em dia também presente na Ásia, organizando as 12 horas de Sepang, na Malásia, onde os GT300 de construção japonesa são aceites, para além de ser instrumental na organização da Taça do Mundo FIA de GT do Grande Prémio de Macau. A SRO ainda não fez qualquer comentário público sobre este anúncio. Experiências falhadas O campeonato Super GT tem tentado por diversas vezes organizar uma corrida na República Popular China, mercado vital para os construtores automóveis nipónicos e fornecedores da indústria automóvel do país do Sol Nascente. Porém, todas as tentativas passadas para a realização de uma prova na China Continental não tiveram sucesso. Em 2004, a GT-Association planeou uma All-Star Race” para o circuito permanente da cidade Zhuhai que acabou por não se realizar. Em 2012, houve uma nova tentativa, com um resultado final idêntico. Dois anos depois, o campeonato Super GT, desta vez em parceria com o campeonato alemão DTM, anunciou novamente que pretendia organizar um evento conjunto na China Continental em 2015. Também este projecto não saiu do papel. Couto soma os primeiros pontos André Couto iniciou a sua participação na edição do campeonato nipónico Super GT no fim-de-semana passado com um oitavo lugar na ronda de abertura, realizada no circuito de Okayama. O campeão em título da classe GT300 fez uma corrida de recuperação, após ter largado da 17ª posição da grelha de partida. Depois das indicações dadas nos testes oficiais de pré-temporada, as dificuldades que o piloto português residente em Macau encontrou nesta corrida eram expectáveis, com o Nissan GT-R Nismo do Team Gainer, calçado pela Dunlop, a demonstrar dificuldades em voltas de qualificação. Contudo, Couto e Ryuichiro Tomita conseguiram com este oitavo lugar arrecadar valiosos pontos na categoria nesta primeira corrida. O campeonato continua com os 500km de Fuji, prova que tem a singularidade de ser disputada a uma quarta-feira, 4 de Maio, durante o período de férias da “Semana Dourada”.
Filipa Araújo Grande Prémio de Macau SociedadeGP | Comissão Organizadora é novamente criada. Desta vez sem remunerações [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Comissão Organizadora do Grande Prémio, anteriormente cancelada, está de volta, mas com diferenças: desta vez não há remunerações para os membros que dela fazem parte. Segundo publicação em Boletim Oficial, a Comissão voltará a ter a responsabilidade de coordenar a actividade dos vários serviços da Administração Pública e de várias entidades da sociedade no âmbito da organização do Grande Prémio de Macau, sem que no entanto, os principais membros recebam qualquer vencimento, seja em salário ou pagamento extra, como anteriormente acontecia. A nova Comissão volta a ser presidida pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, tendo ainda um coordenador, dois coordenadores-adjuntos e um secretário-geral, além de três representantes do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, cinco representantes da Direcção dos Serviços de Turismo e um membro de diversos organismos públicos, como os Serviços de Saúde, Bombeiros, Serviços de Alfândega e da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes. Na Comissão estará também um representante da Associação Geral de Automóvel de Macau-China e seis individualidades de “reconhecido mérito na área do turismo e do desporto de Macau”. Ainda não há nomes sobre quem vai tomar o lugar nestes cargos, ainda que ontem tenha já havido a primeira reunião oficial da Comissão. Alexis Tam vai designar os futuros membros em despacho no Boletim Oficial. Esta Comissão poderá ainda, tal como a anterior, constituir subcomissões. Os encargos com o seu funcionamento serão suportados pelo orçamento privativo do Fundo do Desporto.
Joana Freitas Desporto Grande Prémio de MacauCosta Antunes despede-se satisfeito e pede “boas ideias” para o futuro [dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi “um grande sucesso” e as bases para o futuro estão lançadas. Foi assim que João Costa Antunes se despediu da coordenação do Grande Prémio de Macau, que deixa após mais de uma década. No primeiro ano em que Macau recebe a Taça do Mundo de GT, o engenheiro assegurou que há muito potencial para se continuar com um programa de excelência. “Acho que foi um grande sucesso. Iniciámos este ano um novo programa, que teve realmente um nível desportivo bastante elevado. Todas as entidades envolvidas, em particular a FIA que esteve todo o tempo presente na preparação e na implementação, vieram ter connosco no final para dizer que foi realmente um bom começo”, disse, enquanto assinalava que, agora, é só andar para a frente. “Estão criadas condições para que seja analisado o trabalho feito até aqui, a grande parte das pessoas que fizeram parte deste sucesso vão continuar nele e portanto diria que é preciso boas ideias, ser criativo e continuar com as coisas boas.” Após 42 anos de trabalho na Administração, Costa Antunes admite que a sua função no Grande Prémio deixa algumas marcas. “O Grande Prémio vai deixar saudades na medida em que é um projecto de grande dimensão a que dedicamos muito empenho e paixão. Mas na minha vida profissional, eu diria que há sempre um momento em que e difícil começar e depois é com alegria que vemos os nossos esforços e o trabalho de conjunto de uma equipa a dar frutos. É sempre uma transição.” O ex-coordenador da Comissão que organiza o maior evento desportivo do território foi açambarcado pelos funcionários e membros da equipa antes de falar com os jornalistas, para estes coleccionaram fotografias com o homem que, disseram ao HM, “deu muito a Macau”. O engenheiro foi aplaudido com entusiasmo nos corredores do edifício do GP, logo após a última corrida do dia – de F3 – que o responsável faz questão de realçar, pela importância que traz à RAEM. “A corrida de F3 é sempre muito especial e vai assegurar com certeza os futuros campeões do mundo de F1. Convém lembrar que, este ano, entre os 20 corredores no campeonato [de F1], 13 estiveram em Macau. É muito provável que, dentro dos 28 deste ano, alguns se singrem no futuro campeões do mundo.” Acidentes | Quatro pilotos hospitalizados mas estáveis O coordenador da Comissão organizadora do Grande Prémio, João Costa Antunes, disse ontem que quatro pilotos tiveram de ser hospitalizados devido a acidentes, mas o estado clínico é considerado estável. Francisco Mora, o português de 19 anos que corria na Corrida da Guia, ficou ferido, depois de um piloto de Hong Kong, que partiu duas costelas, e de dois pilotos das motas, que tiveram aparatosos acidentes. O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, visitou no Hospital Conde de São Januário os pilotos e disse à equipa médica “para não poupar esforços” na ajuda prestada. Tam quis ainda conhecer o ponto de situação do tratamento, tendo dado indicações aos dirigentes do Hospital para “estudar cuidadosamente as formas de tratamento” , já que eles poderão ter de ficar hospitalizados depois do final do Grande Prémio.
Joana Freitas Desporto Grande Prémio de MacauAndré Couto e Álvaro Parente “frustrados”, mas com boas recuperações Álvaro Parente (Foto de Kelsey Wilhelm)[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]em Álvaro Parente, nem André Couto tiveram hipóteses de dar mais nas vistas durante o fim-de-semana. Os McLaren 650S GT3 acusaram o “Balanço de Performance” muito desfavorável e, apesar da sua aerodinâmica aprumada, nunca foram capazes de rivalizar com os outros carros presentes em termos de velocidade de ponta. Mas os dois portugueses conseguiram boas recuperações, dentro das dificuldades técnicas. Parente de volta Parente, que se estreava na Taça do Mundo de GT, ainda mostrou ser o mais rápido no segundo sector do circuito, aquele que engloba a zona mais sinuosa do Circuito da Guia. O portuense – que começou em 9º na grelha de partida e que ainda conseguiu subir até ao sexto lugar – perdeu o sexto posto para Darryl O’Young no início da segunda metade da prova, caindo para sétimo. Mas, Parente estava resignado com o seu resultado. Até porque quando o assunto é técnico, não há muito a fazer. “Não temos velocidade de ponta suficiente. O balanço do fim-de-semana em geral é muita frustração. Em todas as rectas não estamos a lutar de igual para igual. Na zona das curvas e contra-curvas tivemos muito fortes, tivemos bem. Mas, pronto, chegámos à recta e deixamos lá tudo. Não temos hipótese.” O balanço “geral” pode ser de frustração, mas o piloto do Porto também se mostrou contente “por ter terminado a corrida” e “ter feito o melhor” que conseguiu. “Terminámos no sexto lugar, não foi horrível. Dentro do que temos em termos de carro, diria que foi bom. Gostei muito de vir aqui, esta pista é um desafio. Estou satisfeito com a corrida”, disse, frisando que a pista de Macau é difícil, mas voltar 11 anos depois é “uma mistura de sentimentos”. Uma coisa é certa, Parente assegura poder voltar: tudo depende da McLaren. “Se eles me chamarem outra vez, eu venho com todo o gosto e muito contente.” Couto em “casa” André Couto (Foto de Kelsey Wilhelm)Depois do violento acidente de sexta-feira, Couto foi obrigado a abandonar devido a um problema do acelerador na Corrida de Qualificação de sábado. Largando do fim da linha da grelha de partida para o “prato principal” do fim-de-semana, o único piloto de Macau nesta corrida fez o que lhe competia: recuperar o máximo de posições possíveis. Sem nunca ter encontrado um bom compromisso com o McLaren, Couto subiu nove lugares e foi o 11º classificado no final, num fim-de-semana que foi “difícil”. “Consegui chegar ao fim em 11º, não é o melhor. [Os problemas com o carro] fizeram com que tivesse só de procurar um resultado, ainda que nada de especial. Positivo sim, para quem saiu em 20º e ficou em 11º. Em termos de performance não. O carro até estava em boas condições, mas Macau é assim, sempre difícil. Para o ano há mais e o piloto não desiste. “Acho que volto. Macau é a nossa casa.”
Joana Freitas Desporto Grande Prémio de MacauCorrida da Guia reduzida a sete pilotos entre 30. Ávila incólume [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Corrida da Guia teve 30 participantes este fim-de-semana, mas só sete, incluindo o piloto de Macau Rodolfo Ávila, viram a bandeira de xadrez na segunda corrida. Dois carros foram eliminados por problemas técnicos logo nos treinos, três concorrentes não foram autorizados a participar, por não obterem o mínimo tempo para se qualificarem, e quinze carros estiveram envolvidos em acidentes nas duas corridas de dez voltas de ontem, ambas pontuáveis para os campeonatos TCR International e Asia Series. O inglês Rob Huff foi o mais rápido ao longo do fim-de-semana, cumprindo o objectivo de ganhar pela oitava vez no Circuito da Guia. Saindo do primeiro lugar para a primeira corrida, após ter obtido a pole-position nos treinos de qualificação de sábado, Huff apenas viu a sua liderança ameaçada nos primeiros metros da primeira corrida por Stefano Comini e Pepe Oriola que ensanduicharam o inglês. O suíço e o espanhol que estavam na luta pelo título do TCR internacional acabaram superados por Jordi Gene que foi o segundo classificado no final, à frente do suíço de origens italianas. O quarto lugar deixou Pepe Oriola sob pressão para a segunda corrida. Stefano Comini Ávila foi o 12º classificado, ele que perdeu algumas posições ao travar bruscamente para evitar o carro desamparado do compatriota Francisco Mora à saída da Curva do Mandarim após a largada. A partida para a segunda corrida do fim-de-semana, que segundo o regulamento da prova é aquela que conta como a “Corrida da Guia”, será um sucesso nas redes sociais nos próximos tempos. Os experientes Huff e Gené foram os responsáveis pelo aparatoso acidente da segunda corrida que deixou de fora mais de metade do pelotão. Para além de ambos terem desistido, Gené ainda partiu duas costelas e foi multado em mil dólares americanos por alegadamente ter causado o acidente. Apesar de só nove carros terem voltado à pista, os espectadores tiveram muito com que vibrar. Comini e Pepe Oriola discutiram taco-a-taco a luta pela vitória, tendo ambos os carros se tocado por diversas vezes. E a três voltas do término, Comini, sob pressão do Oriola, travou cedo e o espanhol não hesitou em empurrar o suíço. No entanto, os vários toques que o espanhol deu no seu adversário danificaram o radiador do SEAT vermelho que viria a abandonar, abrindo as portas para o título de Comini. Ávila (Foto de Kelsey Wilhelm) A desaceleração de Pepe Oriola, quando viu o seu motor a fumegar, surpreendeu também o seu irmão, Jordi Oriola, que seguia de muito de perto a luta quente entre líderes no terceiro posto. Jordi não evitou um choque na traseira do carro de Pepe e também desistiu. Apesar de duas corridas anónimas, Andrea Belicchi e Mikhail Grachev completaram o pódio. Quem passou quase incólume ao massacre desta corrida foi Ávila, cujo SEAT apenas ficou com o pára-choques dianteiro danificado, o que não afectou a performance do carro espanhol. O piloto luso da RAEM optou por uma estratégia cautelosa que se revelou acertada e que lhe valeu dois triunfos na TCR Asia Series, ajudando a equipa local Asia Racing Team a vencer o título de equipas. Ávila foi o 5º à geral na sua estreia na Corrida da Guia. O que disse… Ávila “Não é por ficar nos primeiros, não acabou quase ninguém. Mas também diverti-me na [corrida] de qualificação e depois levei tudo mais devagarinho. O objectivo era acabar e foi o que fizemos. Aquilo foi complicado, já se estava à espera [dos acidentes], até levantei o pé do acelerador para não ficar lá, mas tive sorte também. Isto é Macau, sabemos que é assim, mas para nós que corremos uma vez por ano aqui, não nos interessa estar no meio deles. O que interessa para nós é acabar. Temos de trabalhar, para pelo menos assegurar-mos alguma ajuda para o ano. Logo vemos se voltamos a Macau ou não, não sei se vale a pena voltar. Não gosto de correr assim.” Mora e Ho azarados O jovem português Francisco Mora foi uma boa surpresa este fim-de-semana, rodando sempre próximo dos dez primeiros. Contudo, a participação do piloto luso no domingo foi bastante curta, visto que foi o SEAT Léon da Target Competition com a bandeira de Portugal que causou o primeiro grande acidente da corrida. Mora entrou demasiado depressa na Curva do Mandarim, batendo forte nos muros de protecção, acabando a sua viatura imobilizada do outro lado da pista, para segundos mais tarde ser colhida pelo Honda de Kenneth Lau. Henry Ho, o outro piloto de Macau em prova, teve problemas de motor no seu Honda cor-de-rosa na primeira corrida, sendo depois uma das vítimas da carambola inicial da segunda corrida ao ser atingido por Samson Chan.
Joana Freitas Grande Prémio de Macau49º Grande Prémio de Motos | Estreias para Hickman, que destrona Rutter McGuiness quer fazer mais duas voltas na Guia (Foto de Kelsey Wilhelm)[dropcap styçe=’circle’]O[/dropcap]49º Grande Prémio de Motos voltou a ser uma caixinha de surpresas. Quando todos os prognósticos apontavam para o triunfo de um ex-vencedor na prova deste ano, o britânico Peter Hickman, na sua segunda vez em Macau, superou a concorrência, naquela que foi a primeira vitória de sempre de uma moto da BMW nas ruas do território. O piloto de 28 anos, que para o ano vai conduzir uma Kawasaki, levou a melhor sobre os mais experientes Martin Jessop e Michael Rutter, obtendo a primeira vitória da sua carreira em provas de estrada. Jessop partiu da pole-position mas à quarta volta viu-se passado pelo seu rival na Curva do Lisboa. Assim na frente, Hickman impôs um ritmo forte, cimentando uma vantagem confortável até ao final da prova. No final da prova Hickman disse estar a sentir algo “absolutamente fantástico”. “Esta é a minha segunda vez em Macau. Eu não corria em estrada há muito tempo. Todos nós sabíamos desde os treinos e qualificações que o Jessopp era muito forte, e o andamento que ele tinha comparado com todos os outros parecia demais, para ser honesto. Estava com pneus Dunlop e o Jessop e o Rutter com diferentes, por isso sabíamos que íamos ser fortes na segunda metade da corrida, o que veio a acontecer”. Rutter, que ao longo do fim-de-semana mostrou que está longe de estar acabado, falhou o objectivo de vencer pela oitava vez entre nós, mas levou a melhor a luta pelo terceiro posto sobre Gary Johnson, Ian Hutchinson e o par da Honda Racing John McGuinness e Conor Cummins, ficando em terceiro. Hutchinson chegou a rodar em terceiro, mas acabou por destruir os pneus, descendo para sexto. McGuiness e Johnson foram o quarto e quinto classificado, respectivamente, isto depois do veterano piloto da Honda ter ultrapassado o seu adversário, com uma manobra arriscada, na Curva D. Maria. O vencedor do ano passado, Stuart Easton, que este ano teve uma passagem muito discreta pela RAEM, desistiu com problemas técnicos na sua Yamaha a cinco voltas do fim. Ao contrário dos treinos acidentados, na tarde de sábado assistiram-se a 12 voltas sem grandes sobressaltos. Portugueses cumpriram (Foto de Kelsey Wilhelm)Os dois portugueses em prova não desapontaram e rodaram no fim-de-semana nas posições esperadas para o material que têm à disposição. André Pires, em Yamaha, terminou na 20ª posição, subindo três posições ao longo da prova. (Foto de Kelsey Wilhelm)“Não podemos comparar o nível dos da frente. Eles têm motos de fábrica, Superbikes. Nós viemos com a mota que habitualmente usamos no campeonato nacional”, frisou, “satisfeito”. Nuno Caetano, a contas com dores de uma recente operação a uma clavícula que ao longo da semana o impossibilitou de conseguir fazer várias voltas consecutivas, muito fez para chegar até à corrida. Na sua quinta visita à RAEM, a Kawasaki de Caetano parou ainda na primeira volta, pois o motociclista luso “não estava em condições” de continuar. Caetano reconheceu que foi “frustrante”, mas considerou que fez “mais do que aquilo que esperava”. Uma última nota para o 15º posto obtido pelo sul-africano Allann-Jon Venter, com uma Honda da CF Racing Team 32, equipa liderada pelo ex-piloto local João Fernandes. O que disse… McGuiness “Fui rápido no início, conheço a pista e a mota, mas os outros apanharam-me. Não estou muito desapontado, gostava de ficar no pódio, mas estou feliz por ter acabado. Sou velho já! Volto, esta vez foi a 18ª participação e quero fazer 20 e depois talvez reformar-me. Mas gosto de Macau, gosto das pessoas e do ambiente aqui e fiquei feliz da forma como conduzi. Agora é relaxar e beber uma cerveja” O que disse… Easton “Foi um ano duro para nós, nova mota que nunca conduzi e estive lesionado durante quatro meses, este é o meu regresso. Estava enferrujado, mas consegui chegar ao sexto. Estou um pouco desapontado, mas quero voltar e vencer”
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauCTM Taça de Carros de Turismo de Macau | Tetra de Poon [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]aul Poon e Samson Fung, dois veteranos das provas locais e amigos de longa data, levaram os dois Peugeot RCZ do Teamwork ao triunfo. Esta foi a quarta vitória do veterano piloto-empresário Poon, campeão da especialidade de Hong Kong, no Circuito da Guia. O piloto dominou os acontecimentos desta prova desde o primeiro dia, obtendo tempos que o permitiriam alinhar na Corrida da Guia. O ex-vencedor do defunto Troféu Hotel Fortuna, Chou Keng Kuan, foi o terceiro classificado e o melhor de Macau, beneficiando de um erro cometido por Andrew Lo a duas voltas para o fim. Três macaenses terminaram nos dez primeiros. Sem motor no seu Chevrolet para acompanhar os Peugeot nas rectas, Filipe Souza foi o quinto classificado, enquanto Célio Alves Dias foi oitavo e Jerónimo Badaraco nono, recuperando desde o 15º posto à partida. Ainda no que respeita aos nomes portugueses participantes, Eurico de Jesus ficou em 17º lugar e Rui Valente ficou em 18º, Álvaro Mourato no 20º posto e Hélder Rosa em 21º. A corrida foi marcada pelo violento acidente do Peugeot de Andy Yan. O campeão chinês de turismos vinha a rodar entre Poon e Fung quando bateu forte nos muros, o que obrigou a entrada do safety-car e uma ida do piloto de Hong Kong ao hospital, onde lhe foram diagnosticadas duas costelas partidas.
Joana Freitas Desporto Grande Prémio de MacauPilotos mais jovens têm entre 17 e 19 anos [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]inda têm cara de adolescentes, mas são autênticos homens adultos com carros na mão. Os mais jovens pilotos do Grande Prémio correm na Fórmula 3 e contam apenas 17 anos. Naquela que foi a 62ª edição do maior evento desportivo do território, não se deixaram levar pela experiência nas corridas ou o posto da idade. Impressionaram quem se sentou nas bancadas e quem sentiu mais de perto a emoção do fim-de-semana. São os putos da Guia, que fazem o circuito de mais de seis quilómetros em pouco menos de dois minutos. São, entre outros tantos, Sérgio Sette Câmara, Callum Ilott e Charles Leclerc. “Quando tinha oito anos costumava ir à pista [de corridas] da minha cidade. Tive de experimentar. Depois, o meu pai comprou-me um kart e comecei aí”, conta-nos satisfeito Ilott. Nascido no mês em que acontece o Grande Prémio, em 1998, o jovem britânico esmerou-se naquela que foi a sua estreia no território. Desde que começou no kart oferecido pelo pai, não parou os treinos, todas as noites depois da escola – elemento que não vem à mente quando pensamos em pilotos que correm num GP como este, mas que é, como numa vida normal de adolescente, um elemento constante. “Gostava de dizer que a minha vida é correr, mas o meu pai – e a Red Bull (patrocinadora) querem que continue a ir à escola. Quando não estou a correr, estou na escola.” O caso é semelhante com Sérgio Sette Câmara. O brasileiro de 17 anos chegou a Macau pela primeira vez directamente de Belo Horizonte. Mas não sem antes por um 3o lugar no Zandervoort Masters of F3. Começou a correr “bem cedo”, quando tinha apenas seis anos. O kart foi também a via para um F3. “Comecei por brincadeira, como todos os pilotos. Depois, fomos começando a levar a coisa mais a sério, fiz algumas corridas de profissionais, comecei a correr na Europa e no ano passado fiz algumas corridas de F3. E agora Macau”, conta ao HM. Callum Ilott (Fotografia de Kelsey Wilhelm) O circuito da Guia “dá um pouco de medo”, principalmente nas primeiras voltas. “Assusta. Especialmente no primeiro treino… ‘não posso errar? Como assim?’”, conta, rindo. “Acostumei-me e consegui adaptar-me bem, acho.” Sette Câmara não tem uma vida adolescente “100% normal”, porque apesar de praticar um desporto com treinos “limitados” – já que não pode estar no carro todo o dia -, estar com amigos nem sempre é possível, ainda que o “ir à escola” tem de ser. “Gosto da minha vida, não é nada ruim. Gosto de correr.” Charles Leclerc é um ano mais velho que Ilott e Sette Câmara. Vem do local onde existe um dos circuitos mais famosos do mundo – Monte Carlo, no Mónaco – e ficou em 4º lugar no FIA Formula 3 Championship este ano. Estreou-se também em Macau, onde conseguiu subir ao segundo lugar do pódio. Para ele, não houve nada a temer. “O circuito não me assusta. Se tivermos medo, não conseguimos ser rápidos. Mas é uma pista espectacular, é muito raro ter uma pista de cidade como esta e o ambiente é espectacular”, atira o jovem, em conversa com o HM. Charles Leclerc (Fotografia de Kelsey Wilhelm) Ficámos a saber que corre desde os cinco anos, depois de, nesta idade, ter pregado uma peta ao pai: para não ir à escola disse sentir-se doente e acabou o dia a assistir a uma corrida com o pai e o melhor amigo dele. O pai do piloto Jules Bianchi, que tinha uma pista. “Eles ensinaram-me tudo sobre o que é correr e eu disse que queria fazer isto quando fosse mais velho. E daí, corri em karts e, agora, em F3.” A escola, os amigos e a Guia Na lista dos pilotos mais novos sobressaem os nomes de outros jovens. O canadiano Lance Stroll é um deles, bem como George Russell, ambos com 17 anos, e Andy Chang, que chegou aos 19 o mês passado. A família de Sette Câmara, diz-nos o piloto, é um dos seus mais fortes apoios, bem como o manager e a equipa restante. Se é difícil para a mãe e pai vê-lo a correr? “Eles já estão habituados” a que a sua vida seja atrás do volante. O brasileiro assegurou-nos que não se sente pressionado por estar a representar um país que venceu na Guia através de Ayrton Senna, mas a felicidade de correr aqui é um dos motivos que o faz querer regressar e vencer também. Sérgio Sette Câmara (Fotografia de Kelsey Wilhelm) O regresso ao Grande Prémio é desejo comum dos três jovens. Ilott, que se aventurou principalmente em campeonatos britânicos, chegou “bastante novo” aos internacionais e venceu a WSK Final Cup antes de por os pés na Guia, partilha o mesmo sentimento por Macau. E pelo rigor que o nosso circuito impõe. “Não tenho medo do circuito, mas ele choca. Quando corremos a primeira vez é chocante, é tão rápido e tão estreito em alguns sítios. E é tão longo. Parecemos destinados a fazer asneiras em algum ponto. Mas adoro”, diz-nos. A estreia na Guia foi prova de que conseguem fazer muito ao volante de um F3, apesar de juventude. A adrenalina com a corrida e até algumas experiências menos boas põe-lhes um sorriso na cara sempre que lhes perguntamos se vão voltar. “Com certeza.”
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauTaça do Mundo de GT poderá mudar de formato [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]primeira edição da Taça do Mundo FIA de GT apresentou-se com um formato diferente do que era a Taça GT Macau até aqui, isto porque a corrida em si teve uma Corrida de Qualificação, realizada no sábado, que não existia, e a corrida a valer foi no domingo. Christian Schacht, presidente da Comissão de GT da FIA, esteve presente na RAEM este fim-de-semana e afirmou à imprensa internacional que o formato da prova ainda poderá sofrer alterações no futuro. “Talvez um formato com dois pilotos por carro é algo que temos que considerar no futuro também, pois esse é o espírito das corridas de GT. Mas depois, a corrida terá que ser longa”, disse o responsável dos GT na federação internacional, que no entanto acrescentou que “em termos de comunicação, é melhor ter apenas um piloto como campeão do mundo. É algo que teremos que falar no futuro”, disse apenas. Apesar da FIA ter tentado um acordo a longo termo com Macau, após o território ter vencido o concurso lançado pelo Conselho Mundial da organização para a organização da provas, ambas as partes ainda terão que se sentar à mesa depois do evento deste fim-de-semana para discutir o futuro desta competição entre nós. Macau Road Sport Challenge | Piloto local leva vitória A primeira corrida do fim-de-semana teve um vencedor da casa. O piloto de Macau Leong Ian Veng, ao volante de um Mitsubishi Lancer EVO 9 de “outro campeonato”, confirmou o seu favoritismo, triunfando pela primeira vez na categoria que puxa pela criatividade dos preparadores locais de automóveis. Leong esteve intocável durante todo o fim-de-semana, acabando por levar a melhor na corrida de nove voltas – quatro delas atrás do safety-car – sobre o japonês Mitsuhiro Kinoshita, num Nissan GTR34 preparado na China continental. O terceiro a subir ao pódio foi Billy Lo, piloto residente em Hong Kong mas que corre com licença desportiva de Macau e que tripulou um Mitsubishi Lancer EVO 7. Luciano Castilho Lameiras, o único piloto de matriz portuguesa em prova, foi o 12º classificado da geral. A prova ficou marcada pela violenta colisão nos primeiros metros da corrida entre Wong Wan Long, vencedor desta corrida em 2014, e Choi Kei Lei, com este último a demorar algum tempo até abandonar a sua viatura antes de ser transportado para o hospital para ser observado. Suncity Lotus Celebrity Cup | Anónimos apagam estrelas A corrida de celebridades com os dezasseis Lotus Elise que se qualificaram teve um pódio sem uma única celebridade, sendo composto por três pilotos que conseguiram comprar lugares na grelha de partida. Sin Ling Fung de Hong Kong venceu a corrida, seguido dos conterrâneos Vincent Chao e Kevin Liu. O actor Fong Lik Sun foi a primeira celebridade na lista, vendo a bandeira de xadrez no sétimo posto da geral. Casinos discretos Os mais atentos terão certamente reparado na presença muito mais discreta este ano das operadoras de jogo do território nos placares de publicidade no circuito na edição deste ano. As limitações de publicidade e a quebra de receitas são as justificações mais plausíveis para esta descrição. No entanto, a Comissão do Grande Prémio afirmou que terá reunido apoios na ordem daqueles obtidos o ano passado. Polémico BOP A maior reclamação dos pilotos da prova do GT ao longo do fim-de-semana foi certamente o BOP (balanço de performance), a fórmula que a FIA aplica em todas as corridas desta categoria para equilibrar o andamento de carros tão diferentes. Edoardo Mortara, Earl Bamber, Kevin Estre e Álvaro Parente foram alguns dos pilotos que se mostraram desagradados com os BOP aplicados nos seus carros. Subaru TCR sem peças Alain Menu teve uma curta passagem pelo Circuito da Guia, visto que logo na quinta-feira o motor do seu Subaru Impreza TCR cedeu. A equipa italiana Top-Run não trouxe nenhum motor sobressalente e a concessionária de Macau só vende o motor 2.5 turbo em vez do 2000cc. Como mandar vir um novo motor de Hong Kong demorava dois dias a chegar a Macau, a equipa desistiu da prova. Yip Jr desinveste na Europa Teddy Yip Jr voltou este ano a estar presente no Grande Prémio, onde a sua Theodore Racing apoiou novamente a Prema PowerTeam. Porém, o sobrinho de Stanley Ho reduziu a sua operação europeia. Em 2016, a Status Grand Prix, abandonará a GP3 Series, categoria rival à Fórmula 3, para se concentrar na GP2 Series, a antecâmara da F1. Yip Jr comprou o ano passado a equipa de GP2 a Tony Fernandes, o patrão da Air Asia. 80 mil assistiram Cerca de 80 mil pessoas assistiram das bancadas ao GP. Nos dias de treinos, somaram-se 22.500 pessoas na assistência, com os dias de corridas a fazerem 60 mil lugares serem ocupados Taça da Corrida Chinesa | Finalmente Macau Michael Ho, em representação da Associação Geral de Automóvel Macau-China (AAMC), venceu a segunda edição da Taça da Corrida Chinesa, naquele que foi também o primeiro triunfo da AAMC nesta competição em duas épocas. Cui Ye, a correr pela Federação do Desporto Automóvel da República Popular da China (FASC), e Lo Ka Chun, a representar a federação de Hong Kong, completaram o pódio. Hélder Assunção teve um sábado infeliz, não tendo o seu BAIC Motor Senova D70 completado uma volta sequer.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de Macau MancheteTaça Intercontinental FIA de Fórmula 3 | Acidentes e emoção ao rubro. Vitória dupla para Rosenqvist [dropcap style=’circle’]F[/dropcap]elix Rosenqvist igualou o recorde de Edoardo Mortara e tornou-se ontem o segundo piloto a vencer por duas ocasiões a Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3. O sueco teve um fim-de-semana imaculado em Macau, dominando os dois treinos de qualificação, para além de ter triunfado na Corrida de Qualificação de sábado, apesar desta vitória decisiva ter acontecido na secretaria. O piloto da Prema Powerteam viu-se surpreendido por Charles Leclerc, que é por agora provavelmente mais conhecido pela cadeia de supermercados da família que pelas suas proezas em pista, na travagem para o Lisboa. O piloto do Mónaco surpreendeu e tonrou a corrida emocionante, já que estava decidido a obrigar Rosenqvist a um esforço suplementar. Depois do nórdico ter recuperado a primeira posição no Reservatório, Leclerc voltou a ultrapassá-lo no Lisboa. A corrida viria a ser interrompida à segunda volta, devido a um acidente na Curva dos Pescadores que deixou de fora Gustavo Menezes, Ryan Tveter e Mitsunori Takaboshi. No recomeço, Rosenqvist, que este fim-de-semana vestiu a camisola da Theodore Racing, não se deixou surpreender e Leclerc viu-se superado por Sam MacLeod. Leclerc só voltou ao segundo posto na sétima volta, enquanto que o escocês viria às boxes com problemas no seu monolugar, após um ligeiro toque no Ramal dos Mouros, regressando já no final para efectuar a melhor volta, mas para um mero 20º lugar. “Quando cheguei à curva, o carro escorregou completamente. Acho que havia cimento, óleo ou alguma porcaria na estrada. Não sei. Infelizmente bati contra a parede e parti o volante. Depois disso, mudei o volante e voltei mas já era tarde. Estou desiludido porque poderíamos ter dado cartas, com a posição em que estávamos”, frisou ao HM. Com Leclerc mais preocupado em segurar o segundo posto, Rosenqvist teve uma segunda parte de corrida tranquila rumo ao triunfo. Alexander Sims foi o terceiro classificado, usando a sua experiência para subir ao último lugar do pódio, apesar de ter terminado com Antonio Giovinazzi na sua traseira. O italiano da Carlin, que venceu em pista a Corrida de Qualificação, subiu seis posições ao longo da corrida. O único lusófono em pista, o brasileiro Sérgio Sette Câmara, era quinto quando o que o jovem terá tido uma disputa com dois outros carros, ao que o HM apurou, que o obrigou a ir às boxes por o que terá sido um furo no carro, terminando no último lugar da corrida. O espanhol Dani Juncadella não alinhou na corrida de domingo, porque a monocoque do Dallara-Mercedes da Fortec Motorsport ficou comprometida no acidente de sábado. O que disse… Rosenqvist ao HM Rosenqvist disse que poderia conduzir em GT no próximo ano (Foto de Kelsey Wilhelm)“É um sentimento especial vencer duas vezes seguidas. Só um piloto fez isso antes de mim. Rosenqvist disse que poderia conduzir em GT no próximo ano (Foto de Kelsey Wilhelm)[/caption]A corrida de hoje foi muito boa e tivemos a boa estratégia, defendi a minha posição”, frisou, dizendo que não sentiu que a corrida tinha sido mais competitiva do que no ano anterior. “Este ano tive de mais para cosnseguir, mas isso é sempre bom e nunca é fácil vencer aqui. Foi algo que me fez provar a mim mesmo que eu consegui. É a melhor demonstração de que merecemos, quando vencemos duas vezes.” Depois de ter vencido a Taça Intercontinental de F3 pela segunda vez, o sueco admitiu ao HM que poderia regressar à Guia para uma outra prova. “Não acho que vou voltar em Fórmula 3, mas em GT talvez. Nunca se sabe.” Andy Chang cumpriu Andy Chan (Foto de Kelsey Wilhelm)Antes do início do fim-de-semana Andy Chang Wing Chung apontava um lugar no “Top-10” como o ideal, mas sabia que se não terminasse dentro dos vinte primeiros a continuidade no desporto motorizado poderia estar seriamente comprometida. O piloto do território, tal como já acontecia nas provas de karting no Kartódromo de Coloane, voltou a dar-se bem com os ares da casa. Apesar de nunca ter andamento para os dez primeiros, ao longo do fim-de-semana, o jovem teve rasgos de competitividade terminando a corrida de domingo no 14º lugar, depois de partir do 18º lugar, superando muitos dos seus habituais adversários no europeu da especialidade. “Sinto-me bem, cumpri o objectivo dos top15. Estou feliz. Volto para o próximo ano. É difícil ter carro para os primeiros dez, mas tentamos sempre”, disse ao HM. Sábado polémico A primeira volta da Corrida de Qualificação de sábado acabou por ser um momento determinante no decorrer da prova de Fórmula 3. Isto porque Dani Juncadella e Antonio Giovinazzi colidiram entre o Lisboa e a subida para São Francisco, com o espanhol, que se tinha qualificado em segundo, a terminar a sua corrida nos muros. O italiano da Carlin, que partiu de terceiro no sábado, ultrapassou Rosenqvist e acabou mesmo por vencer a corrida em pista. Contudo, os Comissários Desportivos aplicaram-lhe uma penalização pela manobra que causou o acidente e que retirou de prova o vencedor do Grande Prémio de Macau de 2012, atirando-o para o 10º lugar final. Esta decisão polémica, pois pelas imagens televisivas é difícil culpar Giovinazzi pelo acidente, fez correr muita tinta na imprensa inglesa que não foi meiga com a decisão dos Comissários Desportivos. Estes, em vez de esperarem pelas imagens de vídeo do carro do piloto transalpino ou ouvirem a versão dos factos apresentada por Giovinazzi, como é habitual, mas não obrigatório nestas situações, tomaram a decisão no momento, não dando hipóteses à equipa Carlin de apelar. Portugueses em provas não será para breve Após praticamente uma década e meia representado na Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3, Portugal voltou este ano a não ter nenhum piloto presente na prova, algo que não deverá mudar nos anos mais próximos. “Actualmente não existe nenhum piloto português a competir em Formulas de iniciação com resultados de destaque, por isso não vejo a possibilidade de termos algum piloto português a participar em Macau na F3 nos próximos dois anos”, disse ao HM Nuno Pinto, fundador da WinWay – Intensive Driver Development Program, uma empresa portuguesa de gestão e treino de pilotos com vários sucessos além-fronteiras. O também ex-piloto relembra que nos últimos 15 anos Portugal obteve “primeiro a vitória do André Couto e depois a do António Félix da Costa, em 2012, um feito único para o desporto automóvel português”. A crise que atravessa Portugal e a falta de aposta na formação jogam contra a internacionalização dos jovens lusos e só um cenário radical poderá eventualmente mudar o actual panorama pouco animador. “É uma pena que a BMW não tenha motores na F3 pois assim talvez pudéssemos ter novamente a presença do António [Félix da Costa] em Macau para também ele tentar alcançar uma segunda vitória numa prova que acredito que é uma das suas preferidas”, refere Pinto.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauTCR pode ser possível para os locais no próximo ano [dropcap style=’circle’]F[/dropcap]O conceito TCR para as corridas de carros de turismo teve uma estreia auspiciosa em Macau, com a audiência a esquecer depressa a saída do WTCC da Corrida da Guia. Com um custo a rondar os cem mil euros por viatura, estes carros de turismo equipados com motores 2.0 turbo estão a tornar-se uma força viva no automobilismo mundial, com vários campeonatos nacionais e regionais a adoptarem a regulamentação lançada apenas este ano por Marcello Lotti, o antigo patrão do WTCC. Portugal, Itália, Alemanha e o Benelux vão avançar já com os seus campeonatos no próximo ano. Na Ásia, a Tailândia já aderiu e a República Popular da China poderá ser a seguinte, sendo que no caso chinês os carros do TCR serão integrados dentro de uma das três actuais categorias do Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC). Por agora, a Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC) terá eventualmente recusado esta aposta a curto prazo, mantendo a regulamentação 1.6 litros turbo vigente na sua categoria rainha, a “AAMC Challenge”, o que tem sido alvo de críticas de vários pilotos, dada a impossibilidade de usar estas viaturas fora dos campeonatos especialidade de Macau e Hong Kong, para além dos custos que têm subido em flecha. Por seu lado, segundo fonte bem posicionada junto da Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA), a aceitação das viaturas 2.0 litros turbo do TCR no campeonato de turismo do território em 2016 está ser ponderada, havendo a hipótese destes carros serem colocados numa das já existentes classes. SEAT, Honda, Volkswagen, Ford, Subaru, Opel e Alfa Romeo já aderiram a este novo conceito, sendo que a KIA, Peugeot e Audi poderão juntar-se no futuro.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauÀ conversa com…Nuno Pinto “Rosenqvist e Juncadella não têm nada a provar, tanto em Macau como na F3” O português Nuno Pinto, fundador da WinWay – Intensive Driver Development Program, é um dos treinadores de piloto da Prema Powerteam e tem a particularidade de ter trabalhado de perto com os dois ex-vencedores do GP Macau F3 que estarão novamente prova este fim-de-semana, Felix Rosenqvist e Dani Juncadella Tanto o Rosenqvist, como o Juncadella venceram a prova de F3 em Macau. Ao voltarem este ano, não têm mais a perder que a ganhar? É verdade que os dois já não têm nada a provar tanto em Macau como na F3, mas a verdade é que ambos voltam principalmente pela paixão que têm por esta prova e pela vontade de voltar a competir naquele que é o seu circuito e evento preferido. Claro que em termos de carreira não existe muito para ganhar, mas é bom perceber que alguns pilotos ainda correm pelo simples prazer de conduzir num dos circuitos mais desafiantes para um piloto e não deixa de ser um aliciante suplementar o facto de poderem tentar igualar o feito do Mortara. Para além disto, o Felix é o único piloto da Prema com experiência prévia de Macau e desde o início do acordo com a equipa que estava previsto que ele ia participar novamente na prova para servir de referência aos novos pilotos. O Rosenqvist é mesmo o piloto a bater este fim-de-semana? Sim, o Felix é o claro favorito para esta prova uma vez que é o piloto mais experiente do pelotão da F3 e vem de uma época em que finalmente conseguiu o seu grande objectivo de vencer o campeonato FIA F3, tendo demonstrado ser também o piloto mais rápido ao longo de todo o ano. Depois de cinco temporadas na F3, onde foi sempre rápido mas pouco regular de forma a poder lutar pelo campeonato, a verdade é que desde que ingressou na Prema, que tem sido a equipa a bater na F3. O Rosenqvist ganhou nova motivação e confiança e dominou totalmente os adversários, não tendo assegurado o título com maior antecedência apenas porque foi vítima de alguns infortúnios e incidentes causados por outros pilotos na primeira metade da temporada. Penso que ele chega agora a Macau ainda mais motivado para fechar com chave de ouro um ano memorável na sua carreira. O que fez o Juncadella voltar a Macau, sabendo à partida que, devido ao facto de ter estado afastado das provas de monolugares nos últimos anos, pode pecar por falta de ritmo? O Dani, depois de ter ganho em Macau em 2011, ter vencido o Masters de F3 e o Campeonato FIA F3 em 2012, tornou-se piloto profissional no DTM com a Mercedes e foi ainda 3º piloto da Force India na F1 em 2014, mas nunca deixou de afirmar que o GP de Macau tinha sido o momento mais especial da sua carreira e que desejava voltar a competir aqui. Tem nos últimos anos tentado regressar, mas devido a compromissos no DTM ou na F1 não foi possível. Este ano desde o início que sabia que não haveria coincidências de calendário e esteve o ano inteiro a “chatear”, passe a expressão, os responsáveis da Mercedes para correr na prova dos GT. Essa participação esteve perto de acontecer mas no final a marca propôs que ele competisse antes na F3 uma vez que duas das equipas Mercedes iriam alinhar apenas com pilotos “rookies” em Macau. Quando surgiu esta possibilidade, ele não hesitou e volta não só para representar a marca mas também para cumprir o sonho de voltar a correr em Macau. Claro que não vai ser fácil e falta-lhe ritmo de F3 mas o trabalho que fez na F1 nos últimos anos permitiu-lhe não estar três temporadas sem pilotar um monolugar. Ele rodou um dia com o F3 da Fortec em Silverstone antes dos carros partirem para Macau e participou na última corrida do EuroOpen F3 em Barcelona, o que não é suficiente para estar ao nível dos pilotos que competiram toda a temporada com estes monolugares. Mas a motivação do piloto está em alta e pode ser que consiga fazer alguma surpresa e dê trabalho aos favoritos.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauTaça Intercontinental FIA de Fórmula 3 [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Prema Powerteam de hoje não é a mesma equipa que André Couto correu de 1995 a 1998 de F3 em Macau. Hoje, a equipa da família Rosin, fundada nos anos oitenta do século passado como Prema Racing, está ainda mais forte. O investimento encapotado do empresário canadiano multi-milionário Lawrence Stroll, pai do seu piloto Lance Stroll, trouxe outra estabilidade e possibilidades de ir mais além, como investir em desenvolvimento e contratar este ano o “veterano” Felix Rosenqvist. Na sua quinta tentativa, o sueco venceu o europeu da especialidade, dando o quinto título consecutivo aos milaneses. Este ano, Rosenqvist vai tentar repetir o feito do ano passado e igualar o recorde de duas vitórias de Edoardo Mortara. Ao mesmo tempo o piloto nórdico continuará a servir de “tutor” dos seus companheiros de equipa Jake Dennis e Stroll, este último piloto da academia de pilotos da Ferrari e que para o ano poderá ter uma posição na Williams F1 Team. Rosenqvist admite o estatuto de favorito este ano, até porque a equipa transalpina goza de uma relação privilegia com a HWA Mercedes, mas também diz “que só é possível vencer em Macau com um pouco de sorte”. Como nos últimos três anos, a equipa italiana veste o traje da SJM Theodore Racing, trazendo à memória a antiga equipa do saudoso Teddy Yip, agora com o seu filho, Teddy Yip Jr, ao leme. “O René fornece-nos consistentemente os carros melhores preparados da grelha de partida e a nossa longa relação com a SJM assegura que a Theodore Racing esteja sempre na frente do clamor e excitação deste carnaval conhecido mundialmente da cidade”. Sob a bandeira da SJM Theodore Racing, a Prema Powerteam venceu esta corrida em 2013 com o inglês Alex Lynn. Mas enganam-se todos aqueles que pensem que esta vai ser uma caminhada fácil para o sueco. Antonio Giovinazzi será o ponta-de-lança da equipa Carlin, a poderosa formação britânica que conta com motores VW e que ajudou Félix da Costa a vencer aqui em 2012. O italiano venceu o Masters de Fórmula 3 em Zandvoort e foi o maior adversário de Rosenqvist ao longo do ano. “Macau é sempre Macau, nunca sabes o que pode acontecer. Saímos do Reino Unido 100% preparados para vencer. Veremos o que conseguiremos no domingo”, diz o simpático piloto que hoje está na esfera da Audi. Devido às medidas de contenção de custos impostas pela FIA, os carros são os mesmos: Dallara F312, iguais para todos, mas com motores diferentes – Mercedes-Benz, VW, Toyota, e Tomei. Se é da Europa que chegam a maior parte das equipas, do Japão aterra como é hábito em Macau uma equipa que todos respeitam. A Tom’s voltará a trazer os seus monolugares equipados com os badalados super-motores Toyota, este ano entregues ao campeão e vice-campeão japoneses, Nick Cassidy e Kenta Yamashita. Destaque igualmente para o regresso de Daniel Juncadella, o vencedor da edição de 2011, que aproveitou a vaga causada pela desistência do neto de Emerson Fittipaldi. O espanhol que tem estado empenhado no DTM só fez uma corrida de F3 este ano, mas como diz o povo, “quem sabe, nunca esquece…” O que esperar: Tudo o que não seja um triunfo de Rosenqvist será uma surpresa. Contudo, o Circuito da Guia é dado a surpresas e Giovinazzi já mostrou que ombrear o rival sueco em condições normais. O campeão japonês Nick Cassidy foi a revelação da corrida de 2014 e num evento onde a sorte conta mesmo, ninguém poderá ignorar a experiência de Juncadella ou Sims. Correr pela sobrevivência A incompreensível política de atribuição subsídios para as provas internacionais pode fazer este fim-de-semana várias vítimas, mas esta pode ser a mais pesada, pois trata-se do único piloto da RAEM com menos de 20 anos e com uma carreira internacional já lançada. Visto que é o único representante de Macau na corrida, Andy Chang Wing Chung terá que terminar nos “70% dos melhores resultados na classificação final” na corrida de domingo se quiser estar habilitado a receber o precioso “subsídio a pilotos locais participantes nas corridas no exterior em 2016”, isto, segundo o regulamento publicado em Julho passado. A estudar em Inglaterra e sem apoios para mais, Chang fez apenas cinco eventos do Campeonato da Europa FIA de Fórmula 3, tendo terminado no 18º posto em três ocasiões nas catorze corridas que completou. Para conseguir o seu objectivo primordial, Chang irá tripular um Dallara-Mercedes da equipa inglesa Fortec Motorsport, equipa que desapontou ligeiramente esta temporada, e espera “um lugar nos dez primeiros seria fantástico, mas não será fácil de obter porque a concorrência é muitíssimo forte este ano”. O ano passado Chang terminou no 19º lugar, um resultado que este ano “caía quem nem uma luva”.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauArranca primeiro dia, numa quinta-feira à maneira Com Joana Freitas [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]manhã as coisas são mais a sério, mas o dia de ontem não deixou de ser marcante por diversos aspectos no Grande Prémio de Macau. O dia foi de treinos-livres e cronometrados e foi também o dia das primeiras alegrias e desilusões. Como em todas as quinta-feiras de GP, o, pouco se decide, pois o fim-de-semana é longo e ainda há três dias pela frente. Mas, além deste ser o dia perfeito para tirar a temperatura do que será o fim-de-semana que aí vem, alguns casos mudaram de figura e apresentam intrigantes eventuais mudanças. Rosenqvist na F3 e McGuiness nas motas O sueco que venceu na prova rainha do ano passado, Felix Rosenqvist, conseguiu ontem a pole-position provisória para a corrida de qualificação de F3 no sábado. Mas, se Rosenqvist já conhece bem o Circuito da Guia, o mesmo não se pode dizer de Calum Ilott, estreante no circuito que conseguiu ser o segundo mais rápido, ficando a mais de oito décimas do sueco, que conseguiu percorrer a Guia em 2m11s841ms, depois de conseguir descer por duas vezes o tempo. Ilott, que tem apenas 17 anos, correu bem perto de Rosenqvist e deixou-se seguir por Antonio Giovanazzi, Sam McLeod e Daniel Juncadella, outro ex-vencedor da F3 em Macau. O piloto de Macau Andy Chang foi o último na sessão, muito devido aos problemas de caixa-de-velocidades no seu Dallara-Mercedes. Ao contrário do habitual, a corrida foi calma e sem interrupções. Mas sábado é que é a doer, já que é aqui que se decidem os lugares definitivos na grelha. Nas duas rodas, assistiu-se à surpreendente performance do veterano John McGuiness, que deixou atrás de si Michael Rutter e Martin Jessopp. McGuiness fez um tempo de 2m27s246ms, deixando o veterano Rutter muito, muito aborrecido. Easton surpreendeu, mas pela negativa, já que o piloto – titular do melhor tempo de sempre na Guia em motos – ficou-se pelo 15º lugar. Aspecto negativo foi ainda a queda aparatosa do estreante Russ Mountford, britânico, que teve de ser hospitalizado. Não corre risco de vida, mas não se sabe qual a condição em que se encontra. Os representantes da lusofonia, Nuno Caetano, que chegou a Macau lesionado, e André Pires, foram o 24º e o 29º na corrida que promete ser, como sempre, uma das mais emocionantes de amanhã. Ávila e Couto em bom plano Os dois pilotos portugueses do território, André Couto e Rodolfo Ávila, estiveram em bom plano, tanto na Taça FIA de GT, como na Corrida da Guia. No que respeita aos carros de Grande Turismo, a Mercedes-Benz colocou os seus dois automóveis nas duas primeiras posições, com Renger van der Zande a superar Maro Engel por apenas duas décimas. Eduardo Mortara e o seu novo Audi foram terceiros. Ainda na Taça do Mundo FIA de GT, André Couto foi o melhor dos Mclaren, batendo o compatriota Álvaro Parente, como o francês Kevin Estre. Parente ainda conseguiu estar mais rápido que Couto, mas o piloto da casa, que ainda se está a adaptar ao carro inglês, ficou a 2.5 segundos da marca do melhor Benz. Foi o sétimo da geral, mas as esperanãs continuam altas para a corrida que aí vem. Nos acidentados treinos da Corrida da Guia, Rob Huff pulverizou a concorrência, com o seu Honda a rodar em tempos impossíveis de acompanhar pelo resto do pelotão do TCR internacional ou asiático. Henry Ho, também em Honda, foi o melhor piloto local, tendo sido o quinto da geral, três décimas à frente de Rodolfo Ávila, que lamentou as dificuldades que os SEAT têm em acompanhar os carros nipónicos nas zonas sinuosas do traçado do território. Macau domina na Road Sport e Taça Chinesa A RAEM dominou os acontecimentos na Macau Road Sport, com cinco representantes no Top-5, liderados por Leong Ian Veng. Na Taça CTM, Paul Poon, veterano piloto de Hong Kong, foi o mais lesto. Entre os pilotos da casa, Chao Chong In foi o quarto da geral, tendo Filipe Souza obtido um motivante quinto “crono” e Célio Alves Dias o sétimo. Na Taça da Corrida Chinesa, Michael Ho fez o melhor tempo com o BAIC da AAMC, enquanto Helder Assunção posicionou o carro na 6ª posição. Mas, como lá diz o povo: “o primeiro milho é para os pardais…” e muito mais há a acontecer. As corridas continuam hoje e as emoções, essas, nem se fala.
José Simões Morais Desporto Grande Prémio de MacauGuia é o melhor circuito do mundo – ao volante com André Couto [dropcap style=’circle’]”C[/dropcap]ada piloto que correu em Macau diz que a Guia é o melhor circuito do mundo”, assim refere André Couto, vencedor no ano 2000 do Grande Prémio de Macau de F3 e o mais acarinhado piloto da população de Macau afecta ao automobilismo pois, foi o único residente a vencer esta prova no Circuito da Guia. Quem concorda plenamente com André Couto é Edoardo Mortara, que adita ter já corrido nos mais famosos circuitos do mundo como o Mónaco, Monza e SPA, mas para ele esta é a melhor pista do mundo. E continuando com o primeiro piloto a vencer por duas vezes a fórmula 3 do G.P. de Macau e que desde 2009 tem a volta mais rápida ao circuito com 2 minutos 10,732 segundo: “nenhum piloto chega a Macau com melhor conhecimento do circuito que os outros pois, facilmente pode ser apanhado desprevenido por troços de estrada refeitos.” O desafio é grande na preparação de um carro para conduzir num circuito urbano misto, de zonas rápidas e planas, com outras lentas, a contornar as encostas de montes. Segundo André Couto, o Circuito da Guia tem duas partes distintas: “as zonas sinuosas das colinas e as zonas baixas de alta velocidade” e “em Macau é fundamental ter um bom motor uma vez que as altas velocidades são muito importantes e na zona das subidas (na secção superior) foi onde ganhei parte do tempo.” Com uma enorme experiência no desporto automóvel, André Couto, nascido em Lisboa a 14 de Dezembro de 1976, veio de Portugal com a família e chegou a Macau com quatro anos. Tendo começado no karting, onde se sagrou campeão nas Filipinas em 1994, foi no ano seguinte correr para a Europa na fórmula Opel Lotus, competição realizada com carros iguais onde, no circuito de SPA-Francorchamps na Bélgica, em equipa com Manuel Girão, venceu a Taça das Nações. Em 1996 estava já no campeonato alemão de F3, seguindo para o italiano no ano seguinte. Participou por seis vezes no Grande Prémio de Macau de F3, onde venceu no ano de 2000, tornando-se o primeiro campeão local da História. Venceu ainda os 1000 km de Suzuka em 2005 e este ano, 2015, sagrou-se campeão no Japão da série Super GT. Dia de treinos e de qualificações Chegados à sexta-feira, o circuito traçado pelas ruas e avenidas da cidade fecha ao trânsito às seis da manhã para se realizar a limpeza total e a vistoria das vias usadas nas corridas. Sem ter terminar o mês de Outubro, já partes do traçado fora asfaltado e colocadas a maioria das barreiras metálicas ao longo da pista. Esse trabalho, que chegou a ser feito à noite, é actualmente realizado durante o dia para não incomodar o sono dos residentes. Deixam-se para serem fechadas nos dias que precedem o Grande Prémio as entradas de ruas importantes para o quotidiano trânsito, tal como a colocação das pilhas de pneus e os longos cilindros feitos de rota de protecção às curvas mais perigosas, assim como a montagem da passagem superior para peões em frente à Curva de S. Francisco. Desde que o Grande Prémio de Macau começou, o circuito manteve-se sempre o mesmo percurso, apenas com poucas transformações. Aqui deixamos a descrição do traçado apresentado do 1.º Grande Prémio de Macau. Com partida do Porto Exterior, frente à Ponte 2 da Capitania dos Portos, seguindo pela Estrada de S. Francisco, Estrada dos Parses, Cacilhas, Ramal dos Mouros, D. Maria, Rua dos Pescadores, Macau-Seac, vindo a acabar na Avenida Oliveira Salazar, no ponto da partida. Esta fidelidade a um traçado romântico de tempos antigos, que desperta uma emoção inigualável e apenas tem comparação com o do Mónaco, traz o fascínio a pilotos e equipas. Uma volta com André Couto Devido à enorme experiência de André Couto no Circuito da Guia, tanto na condução de um F3, como em Carros de Turismo, onde vem correr todos os anos, aproveitamos aqui para, usando as suas palavras registadas num placard que encontramos no edifício do Grande Prémio durante as provas de 2013, nos servir como condutor cicerone e dar uma volta ao circuito. Saindo da zona do ‘pit lane’, as máquinas aproveitando a parte plana e rápida do circuito vão acelerando pois a curva do Mandarim é suave e não traz grandes problemas. Segundo André Couto: “A Curva do Mandarim Oriental para os F3 é fácil podendo inclusivamente passar dois carros ao mesmo tempo. Mas com os Carros de Turismo é a curva mais difícil do circuito. Chega-se em sexta velocidade, com estabilidade e a cerca de 240 km/h, é preciso travar para reduzir um pouco a velocidade e aumentar o peso na frente da viatura, para ter um bom controlo na curva. Não é preciso reduzir. Não é de forma alguma plana para carros de Turismo e tem de se travar um pouco antes de virar, caso contrário, perde-se o controlo. O carro foge com facilidade, sendo empurrado para fora. Quando se sai, o carro passa realmente muito perto do muro.” Ganhando cada vez mais velocidade e já de frente para o Hotel Lisboa, aparece a apertada curva e as travagens nos limites, deixam as marcas dos pneus no asfalto. A bancada, nessa curva de ângulo recto, permite aos espectadores delirarem com a visão do espectáculo e não há prova alguma em que não haja emoção. Impressionante é o trabalho rápido com que a pista é desimpedida e limpa, muitas vezes permitindo não interromper a corrida. “A famosa Curva do Lisboa é uma curva com 90° e chega-se lá a alta velocidade. Entre a linha de Partida/Chegada e o Lisboa são cerca de trinta segundos em F3 com rotação máxima, o que é muito importante para o motor. É um pouco menos rápido em Carros de Turismo, pois é preciso usar o travão no Mandarim. Reduz-se da velocidade máxima para segunda, fazendo uma travagem brusca.” A pista afunila na pequena recta da Avenida de Lopo Sarmento de Carvalho e com a Curva de S. Francisco, semelhante à anterior, entra-se para a zona montanhosa, que engloba três das sete colinas da cidade. “Depois é necessário engrenar a terceira velocidade para fazer a Curva de São Francisco. É importante ir o mais rápido possível para nos mantermos em altas rotações até à colina. Pode realmente ganhar-se tempo, se se estiver empenhado e acelerar ao máximo.” A Estrada de S. Francisco começa na confluência entre a Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues e a Rua da Praia Grande, em frente das avenidas de Lisboa e de Lopo Sarmento de Carvalho, e termina na Estrada dos Parses. Subindo a encosta pela Estrada de S. Francisco, após passar entre o Miradouro de Nossa Senhora da Saúde, à direita, e o edifício do Hospital de S. Januário, esta muda de nome e fica a ser a Estrada dos Parses. Como continuação da Estrada de S. Francisco, a Estrada dos Parses termina em frente da Estrada do Engenheiro Trigo, entre a Calçada da Vitória e a Estrada de Cacilhas. Com outra curva de 90 graus, conhecida pela Curva da Maternidade, entra na Estrada de Cacilhas, onde está o miradouro de Nossa Senhora do Mar, onde se entra no Monte da Guia pela vertente Sueste. “Antes da Curva da Maternidade, está-se a cerca de 200 km/h, muito rápido e na quinta velocidade. No momento em que se tem de pôr o pé nos travões, está-se no cume de uma elevação e o carro no ar. É uma zona de travagem muito difícil, onde é fácil perder controlo do carro e cometer um erro. Na Curva da Maternidade tem de se reduzir para segunda para as curvas mais lentas, normalmente mais propícias para desvios de direcção.” Começa aí a Estrada de Cacilhas, que já foi conhecida pelo nome de Estrada da Solidão, por haver na margem esquerda da via uma fonte com esse nome, tendo esta três curvas rápidas conhecidas pelos esses da Solidão. “Depois, a descida em direcção aos esses da Solidão. Há três curvas muito interessantes em terceira, com um grande muro mesmo ali. Muito agradável para conduzir. É difícil, mas o piloto pode aqui fazer a diferença. Aceleramos à saída em terceira e seguimos para a próxima curva na mesma velocidade, rápido à entrada e saída. Na saída da curva, não se deve ficar muito longe da parede, pois estamos a ir para a parte mais acelerada da colina.” A ligar o Monte da Guia e a Colina de D. Maria II está o Ramal dos Mouros e a meio desta rua, cortando outra vez para a direita, passa-se para a Estrada de D. Maria II, que contorna a colina com a curva com o nome de uma Rainha de Portugal, D. Maria da Glória, que reinou entre 1834 até 1853 com o cognome A Educadora. “A abordagem da Curva Dona Maria, a descer chega-se a uma velocidade de 200 km/h, pisa-se os travões e reduz-se para a segunda velocidade. Se travarmos muito tarde, vamos definitivamente em frente e batemos. Nesta zona tem de se fazer tudo mais cedo do que se pensa que é possível, antes de se abordar o pequeno salto. Se reduzimos ou travamos tarde de mais, uma vez que o carro está no ar, não se consegue fazer mais nada.” Chega-se à parte mais estreita e lenta do circuito, o gancho, que numa rotação de 180 graus, dá entrada para a Rua dos Pescadores, para de novo chegar à parte rápida do circuito, construído sobre o aterro do Porto Exterior. “Então chegamos à Curva do Gancho MELCO. Não é muito difícil, mas é uma viragem muito técnica. Chega-se muito rápido e tem de se reduzir rapidamente para primeira. À entrada da curva, todos os carros fazem mais ou menos o mesmo. Mas à saída, assim que podemos, aceleramos ao máximo para atingirmos maior velocidade. Pode-se ganhar ou perder meio segundo entre a zona da Melco e a linha de partida/chegada. Vamos da primeira à quinta velocidade para, o mais rápido possível, se ter o máximo da potência à saída. O piloto precisa de pensar nas duas curvas, mas se o carro é veloz e nervosos, tudo será mais fácil. São rectas grandes e longas. Aqui há tempo para respirar novamente, já que se pode seguir a direito em quinta velocidade até aos Pescadores, onde entras em terceira e, usualmente, a pista tem muitos ressaltos.” A Rua dos Pescadores em descida, após duas rápidas curvas, continua numa recta até à Curva R e daí, já na Avenida da Amizade chega-se à recta da meta. “A saída dos Pescadores é importante para se ganhar mais velocidade de ponta até à curva, onde se chega na quinta velocidade e, à curva em terceira. A velocidade máxima da Curva R até ao Mandarim, no caso de Carros de Turismo (ou Curva do Lisboa em F3) depende muito da velocidade à saída daquela curva. Depois desse cotovelo, é tudo recta e, por isso, o carro e o piloto que sair dessa curva mais rápido pode atingir uma velocidade de ponta – consegue ser cinco quilómetros mais rápido.” Com o segundo dia de treinos realizados, regressam os carros às boxes. Meia hora após a realização da última prova do dia, volta o trânsito da cidade a poder usar as ruas e avenidas do circuito.
Sérgio Fonseca Grande Prémio de MacauGP | Francisco Mora vem à descoberta do GP Francisco Mora [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]urante vários anos consecutivos Portugal esteve representado na Corrida da Guia do Grande Prémio de Macau pelo portuense Tiago Monteiro. Contudo, o Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC) rumou a outras paragens e com ele levou Monteiro. Mas, a bandeira da República Portuguesa continuará a estar presente na prova, dado que o jovem Francisco Mora fará a sua estreia no Circuito da Guia na prova rainha de carros de turismo do Sudeste Asiático. O jovem português falou ao portal de automobilismo SportMotores.com pela primeira vez publicamente sobre esta sua participação na prova. O piloto de 19 anos disse que o objectivo principal passa por fazer duas boas corridas, sem erros. “Sei que Macau é uma das pistas mais difíceis e exigentes do mundo onde cometer um erro é fácil. Tenho que estar muito concentrado pois não há escapatórias e o mais pequeno erro significa um acidente”, explicou. Sabendo que a concorrência é forte e tem nomes sonantes como Gianni Morbidelli, Rob Huff, Alain Menu ou o compatriota Rodolfo Ávila, Mora é cauteloso quando se trata de falar de resultados. “Vamos ver como corre e onde terminamos, visto que esta será a primeira vez que vou correr [em Macau] e muitos dos meus adversários já lá andaram”, realçou. O jovem da Maia participou este ano em algumas corridas do Campeonato de Itália de GT com um dos Mercedes da Sports & You, mas na segunda metade da temporada virou-se para o Campeonato Nacional de Velocidade, sendo o único inscrito na categoria de Turismos, aos comandos de um SEAT Léon TCR da Veloso Motorsport, sagrando-se sem grandes dificuldades campeão nacional da especialidade. Antes disso, Mora também tinha alinhado nas duas corridas da TCR International Series no Autódromo Internacional do Algarve, com resultados expectativa dada a sua curta experiência ao volante deste tipo de viaturas. Mora está inscrito com um SEAT Léon TCR da Target Competition, fazendo equipa com Rafaël Galiana, Andrea Belicchi, Keith Chan, Jordi Oriola e Stefano Comini, o líder do Campeonato de Pilotos e que vai para a prova de Macau discutir o título da TCR International Series com Pepe Oriola e Jordi Gené. O piloto luso revelou também à mesma fonte que não irá ter qualquer oportunidade de testar pela equipa italiana antes da prova do Circuito da Guia. Audi com baixa pesada Entretanto a Audi sofreu uma baixa pesada. Lucas Vanthoor não marcará presença na Taça do Mundo FIA GT, devido às lesões que sofreu no acidente na prova de Misano do Blancpain Sprint Series. O piloto da Audi e quarto classificado na Taça GT Macau o ano transacto protagonizou um violento acidente na corrida italiana há um mês, tendo na altura lhe sido diagnosticado uma fractura numa perna e duas fracturas na anca. O belga esperava poder estar recuperado a tempo de participar na prova do território. Vanthoor foi submetido a exames pelos médicos da Audi na quarta-feira passada, tendo estes lhe negado a participação na corrida. “Os médicos da Audi disseram que se eu tivesse mais um acidente poderia magoar ainda mais a minha anca. Eu estava preparado para arriscar mas não fui autorizado e respeito a decisão”, escreveu Vanthoor na rede social Twitter. A marca de Ingolstadt, que estreia nas ruas de Macau o novo R8 LMS GT3, deverá nomeou o alemão René Rast, ex-vencedor das 24 horas de Spa-Francorchamps e 24 horas de Nurburgring, fazer parelha com Edoardo Mortara e Marchy Lee.