Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Pequim reforça campanha contra fraudes A China está a intensificar o combate contra fraudes ‘online’ conduzidas por grupos criminosos a partir das zonas fronteiriças do Myanmar (antiga Birmânia), através de operações que incluíram tiroteios e transmissões televisivas de detenções de suspeitos. As fraudes, conduzidas por telefone ou via Internet, geram dezenas de milhares de milhões de dólares de receitas por ano. No Verão, a China anunciou operações conjuntas com países vizinhos que levaram ao resgate de milhares de pessoas, muitas atraídas pela promessa de empregos bem remunerados. Estas pessoas foram mantidas em cativeiro e forçadas a executar esquemas. Em 18 de Novembro, o ministério da Segurança Pública da China anunciou que as autoridades no norte do Myanmar capturaram cerca de 31.000 suspeitos de organizar fraudes. Entre eles, segundo a polícia, 63 eram líderes de diferentes organizações. A Zona Auto-Administrada de Kokang e a Divisão Auto-Administrada de Wa partilham uma fronteira com a China e são fortemente influenciadas pelo gigante asiático. As pessoas que vivem em ambos os locais partilham a língua e a cultura com a China. As pessoas que vivem em Kokang são etnicamente chinesas. A elite política dos Wa, que têm o seu próprio Partido Comunista, tem ligações antigas ao regime chinês. Em meados de Novembro, a polícia chinesa emitiu mandados de captura contra quatro pessoas, todas de apelido Ming, por suspeita de fraude, homicídio e detenção ilegal. A família é uma das mais poderosas de Kokang, com membros no governo e na polícia local. A televisão estatal CCTV mostrou depois imagens da polícia a levar três dos quatro suspeitos para o outro lado da fronteira, na província de Yunnan, sudoeste da China. De acordo com órgãos locais, os esforços renovados para acabar com as redes seguiram-se a um violento tiroteio ocorrido a 20 de Outubro em Kokang, num complexo pertencente à família Ming. Agentes da polícia militar da China morreram durante o tiroteio. Poucos dias antes de os chineses emitirem os mandados de captura contra os Ming, Wei Qingtao, membro de uma outra poderosa família Kokang, foi visto num vídeo que circulou nas redes sociais chinesas a exortar os seus familiares a libertarem as pessoas forçadas a participarem em esquemas fraudulentos. No final de Outubro, a China emitiu mandados de captura para dois homens que ocupavam altos cargos governamentais na divisão de Wa. Um deles era director do ministério da Construção de Wa. O outro era chefe de uma vila. Poucos dias depois, o Partido Comunista de Wa informou que os dois tinham sido expulsos da organização. A polícia de Wa entregou 194 cidadãos chineses às autoridades chinesas em 28 de Novembro, segundo a imprensa estatal de Wa. Crime compensa Nas últimas semanas, Kokang enviou cerca de 26.000 pessoas de volta para a China, disse Yin Masan, chefe do gabinete administrativo de Kokang. A campanha tornou-se um factor no conflito em curso no Myanmar. Em 27 de Outubro, três grupos étnicos armados lançaram uma nova ofensiva contra o exército no norte do Estado de Shan. Designados por Aliança das Três Irmandades, incluem combatentes do Exército Arakan, do Exército da Aliança Democrática Nacional do Myanmar (MNDAA) e do Exército de Libertação Nacional de Ta’ang. O MNDAA declarou que a ofensiva tem dois objectivos: derrotar as forças apoiadas pela junta militar que controlam Kokang e eliminar os grupos criminosos. A ofensiva exerceu pressão sobre o governo de Kokang. “No mínimo, eles perceberam muito bem para que lado o vento soprava na China”, disse Richard Horsey, um conselheiro do International Crisis Group que acompanha o Myanmar. Embora possa ter-se tornado mais difícil executar as fraudes, os grupos ainda podem tirar partido da instabilidade e da corrupção que prevalecem nas zonas fronteiriças. “Tornou-se mais arriscado”, disse Horsey. No entanto, “há um enorme incentivo financeiro para continuar a fazer isto” e “as recompensas continuam a existir”, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | Wang Yi defende que cessar-fogo é prioridade máxima em conversa com Blinken O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, disse ontem, em conversa por telefone com o homólogo norte-americano, Antony Blinken, que a prioridade “máxima” no conflito Israel – Hamas deve ser o cessar-fogo. “A prioridade máxima é o cessar-fogo para acabar com os combates o mais rapidamente possível”, afirmou Wang Yi, segundo um comunicado emitido pelo ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “Os principais países (…) devem manter a objectividade e a imparcialidade e demonstrar calma e racionalidade”, acrescentou o chefe da diplomacia chinesa, que apelou a “todos os esforços” para que “evitem uma catástrofe humanitária em grande escala”. No mês passado, o Presidente chinês, Xi Jinping, apelou ao fim imediato das hostilidades, numa cimeira virtual extraordinária do bloco de economias emergentes BRICS. O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, reiterou a Wang Yi o “imperativo de todas as partes trabalharem para evitar que o conflito se alastre”, segundo o serviço diplomático de Washington. A China tem boas relações com Israel, mas apoia a causa palestiniana há várias décadas e considera que a Palestina é um Estado soberano. Pequim tem defendido tradicionalmente a solução de “dois Estados”. Wang Yi deslocou-se a Nova Iorque no final de Novembro para uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o conflito entre Israel e o Hamas.
Hoje Macau China / ÁsiaUE | Pequim diz que restrições nas exportações de tecnologia “não fazem sentido” O Governo chinês disse ontem que as restrições impostas pela União Europeia (UE) no fornecimento de alta tecnologia à China “não fazem sentido” e causam desequilíbrios comerciais, na véspera de uma cimeira em Pequim. “Se a UE impõe restrições rigorosas à exportação de produtos de alta tecnologia para a China, por um lado, e espera aumentar significativamente as suas exportações para a China, por outro, receio que não faça sentido”, disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático. Os presidentes do Conselho e da Comissão Europeia, Charles Michel e Ursula von der Leyen, e o principal diplomata do bloco, Josep Borrell, vão reunir-se hoje e amanhã com as autoridades do país asiático, retomando um encontro anual que foi suspenso durante os três anos da pandemia. A relação comercial entre a UE e a China é uma das mais importantes do mundo. Em 2022, o comércio bilateral ascendeu a 865 mil milhões de euros, um montante recorde. No entanto, o défice comercial para a UE nas trocas com a China aumentou de 154,7 mil milhões de euros, em 2018, para 396 mil milhões de euros, no ano passado, suscitando fortes reclamações por parte de Bruxelas, que acusa o país asiático de práticas comerciais “injustas”. Von der Leyen afirmou na terça-feira que “os líderes europeus não vão tolerar um desequilíbrio no comércio a longo prazo”. “A China é um parceiro fiável e indispensável para a UE”, reagiu Wang em conferência de imprensa regular. “A gestão adequada das diferenças através do diálogo e da consulta é importante para o desenvolvimento das relações entre a China e a UE”, sublinhou. “Esperamos que a parte europeia colabore com a China para encontrar um meio-termo, crie uma atmosfera positiva para que a reunião entre os líderes da China e da UE tenha sucesso e envide esforços conjuntos para o desenvolvimento saudável e estável das relações”, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Emenda à lei de contra-espionagem não afecta ambiente empresarial O ministério da Segurança do Estado da China defendeu ontem que a emenda à lei de contra-espionagem “não afecta as actividades comerciais normais e o investimento e operações legítimas” das empresas estrangeiras na China. Num comunicado publicado através da sua conta oficial na rede social WeChat, o organismo afirmou que a emenda tornou a lei “mais precisa, clara e transparente”, o que “reflecte o progresso do sistema jurídico chinês”. A nota surge em resposta a alguns “mal-entendidos” sobre a lei, que suscitou a preocupação entre alguns setores empresariais estrangeiros de que poderia ser utilizada para restringir actividades ou dar acesso às autoridades a segredos comerciais. O ministério afirmou que a segurança é “indispensável para o desenvolvimento” e “a base para a manutenção de um ambiente empresarial aberto e estável”. “É prática comum e legítima” os países aplicarem leis contra actividades de espionagem, afirmou. Aqueles que “exageram” e afirmam que “a lei prejudica o ambiente empresarial” na China “têm segundas intenções” e “procuram distorcer a realidade”, segundo o organismo. Segurança apertada No Verão, o ministério apelou à mobilização de “toda a sociedade” para “prevenir e combater a espionagem” e anunciou uma série de medidas para “reforçar a defesa nacional” contra “actividades de serviços secretos estrangeiros”. Em Abril, a China alterou a sua Lei Contra – Espionagem para incluir a “colaboração com organizações de espionagem e seus agentes” na categoria de espionagem. A legislação, que entrou em vigor em Julho, passou a proibir a transferência de qualquer informação relacionada com a segurança nacional e alargou a definição de espionagem, à medida que o Presidente chinês, Xi Jinping, enfatiza a necessidade de construir uma “nova arquitectura de segurança”. Todos os “documentos, dados, material e itens relacionados com a segurança e interesses nacionais” passaram a estar sob o mesmo grau de protecção que os segredos de Estado, de acordo com a emenda. As investigações efectuadas nos últimos meses a empresas de consultadoria e empresas estrangeiras na China suscitaram preocupações entre o sector e potenciais investidores estrangeiros.
Hoje Macau China / ÁsiaNuclear | Primeiro reactor mundial de quarta geração do mundo começa a operar na China A China dá um salto em frente em matéria energética com a entrada em funcionamento da primeira central do mundo de quarta geração. A central já está a produzir electricidade em Shandong A primeira central nuclear de quarta geração do mundo entrou ontem em funcionamento comercial na Baía de Shidao, província de Shandong, leste da China, informou a imprensa estatal chinesa. Segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, a central nuclear de alta temperatura está agora a produzir electricidade para uso comercial, após ter completado com êxito um teste de funcionamento contínuo de 168 horas. A Corporação Nacional Nuclear da China (CNNC) disse que esta etapa marca um “feito histórico” para os projectos científicos e tecnológicos do país asiático e sublinhou que foram realizados com “direitos de propriedade intelectual completamente independentes”. A central, que foi desenvolvida conjuntamente pela Huaneng Energy Company, a Universidade de Tsinghua e a CNNC, começou a ser construída em Dezembro de 2012 e foi ligada à rede pela primeira vez em Dezembro de 2021. A central tem uma capacidade instalada de 200 megawatts e utiliza reactores nucleares de alta temperatura arrefecidos a gás (HTGR), reconhecidos internacionalmente como um tipo avançado de quarta geração com “segurança intrínseca”, disse Zhang Zuoyi, engenheiro-chefe do projecto. “Sem quaisquer medidas de intervenção, o reactor pode manter-se num estado seguro caso perca toda a capacidade de arrefecimento, e não haverá fusão do núcleo nem fuga de substâncias radioativas”, acrescentou. Mudança de energia O primeiro reactor nuclear totalmente desenvolvido na China, o Hualong-1, começou a funcionar comercialmente em Janeiro de 2022 na central eléctrica de Fuqing, no sudeste da China. A China estabeleceu o objectivo de aumentar a sua capacidade de produção de energia nuclear em 50 por cento até 2025 e de produzir entre 100.000 e 200.000 toneladas de hidrogénio a partir de energias renováveis no mesmo ano. Estes objectivos fazem parte dos planos do Governo chinês para atingir a neutralidade das emissões de dióxido de carbono até 2060. A energia nuclear e o hidrogénio são duas fontes de energia limpas e renováveis que podem ajudar a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | Japão apela a nova pausa humanitária O Governo japonês pediu ontem a Israel e ao Hamas que negoceiem um novo cessar-fogo para conseguir uma pausa humanitária que permita a entrada de ajuda na Faixa de Gaza. As forças israelitas avançaram para o sul da Faixa de Gaza na segunda-feira e bombardearam o enclave, elevando para 15.899 o número total de vítimas palestinianas desde que o conflito começou, a 7 de Outubro. O porta-voz do Governo, Hirokazu Matsuno, manifestou a preocupação do Japão com o agravamento da situação, que descreveu como “crítica, especialmente do ponto de vista humanitário”. “O Japão continua a envidar esforços diplomáticos junto dos países relacionados e das organizações internacionais para exigir o respeito pela lei e pela resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, com o objectivo de tomar medidas concretas para melhorar a situação humanitária e libertar imediatamente os reféns”, afirmou. Para Matsuno, é “necessário” que todas as partes envolvidas tomem medidas para evitar vítimas civis. O Japão, actual presidente rotativo do Grupo dos Sete (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia), tem apelado a este cessar-fogo juntamente com outros países do G7. No início de Novembro, os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 também assinaram uma declaração conjunta na qual apelavam ao respeito pelo direito internacional e se comprometiam a empenhar-se na procura de “uma solução estável em Gaza, a fim de alcançar uma paz duradoura”.
Hoje Macau China / ÁsiaSudeste Asiático | Degelo dos glaciares tibetanos pode ter impacto inédito Investigadores alertam para o efeito devastador que o degelo de glaciares tibetanos poderá ter em países como Vietname, Tailândia, Indonésia, Laos ou Malásia O degelo dos glaciares no planalto tibetano resultante das alterações climáticas pode vir a surtir um impacto inédito, nos últimos mil anos, na região densamente povoada do Sudeste Asiático, alertou ontem um grupo de investigadores. Ao reconstruir o registo histórico dos rios com origem no Tibete, os especialistas descobriram uma forte correlação entre os caudais de água e a vegetação da estação seca em toda a Península da Indochina. Isto revela a “importância da fonte de água tibetana para o funcionamento e a produtividade dos sistemas ecológicos e sociais do Sudeste Asiático”, observaram. A vasta região inclui Vietname, Tailândia, Indonésia, Laos ou Malásia. A equipa composta por investigadores oriundos da Argentina, Reino Unido, Chile, China, República Checa, Alemanha, Suíça e Estados Unidos, afirmou que as nações precisam de reforçar a cooperação entre si para melhorar as estratégias de preservação dos recursos hídricos. “Os extremos de fluxo de água coincidem com mudanças distintas nas populações locais que ocorreram durante a época medieval”, escreveu a equipa, num artigo publicado na revista científica Nature Geoscience. “As nossas projecções sugerem que as futuras alterações nos caudais atingirão, ou mesmo excederão, os intervalos históricos até ao final deste século, colocando riscos sem precedentes para o Sudeste Asiático”, lê-se no artigo. O planalto tibetano é conhecido como a “torre de água asiática” porque os rios alimentados por glaciares que fluem da região são a principal fonte de água para grande parte do Sul e Sudeste Asiático. Esse abastecimento é vital para gerar alimentos – desde o cultivo de arroz à apanha de peixe. Rios de influência No estudo, a equipa reconstruiu o caudal dos rios Mekong, Salween e Yarlung Tsangpo desde o ano 1000 até 2018. Isto foi feito através da recolha e identificação de amostras de árvores com centenas de anos de idade no sul do planalto tibetano. O Mekong é o rio mais longo do Sudeste Asiático, atravessando a China, Myanmar (antiga Birmânia), Tailândia, Laos, Camboja e Vietname. O Salween corre da China para o Myanmar e Tailândia, enquanto o Yarlung Tsangpo (a corrente superior do rio Brahmaputra) atravessa a China, a Índia e o Bangladesh. Segundo a equipa, entre as décadas de 1050 e 1190, um forte aumento dos caudais foi acompanhado por um rápido crescimento socioeconómico e cultural na região. Isto incluiu a ascensão da dinastia Bagan, a primeira dinastia da história do Myanmar. Também coincidiu com a ascensão do império Khmer, no actual Camboja, e com a construção do complexo de templos de Angkor Wat, entre as décadas de 1110 e 1150. Mas a diminuição do fluxo de água entre o início do século XIII e o final do século XV coincidiu com a “intervenção de forças externas” e “vários desafios importantes para os sistemas socioeconómicos, políticos e culturais do Sudeste Asiático”, segundo o estudo. Entre 1280 e 1340, o fraco abastecimento de água coincidiu com uma grande crise na dinastia Bagan. “Esta crise caracterizou-se por deslocações económicas, tumultos políticos e a divisão do Myanmar”, afirmaram os autores. O período mais prolongado de baixo caudal dos últimos mil anos, entre 1360 e 1500, coincidiu também com o colapso do império Khmer. “Embora as nações prósperas possam ser mais resistentes e potencialmente mais adaptáveis aos fenómenos climáticos extremos, a influência de factores ambientais adversos a longo prazo pode afectar esta resistência e os extremos hidrológicos podem desencadear mudanças sociais graduais”, afirmaram os autores. “O degelo dos glaciares é uma fonte crucial de água para os rios do planalto tibetano. À medida que o aquecimento global se intensifica, a produção de água pode aumentar, atingindo mesmo o nível elevado da era medieval”, afirmou. Embora Chen tenha afirmado que tal poderia conduzir a mais catástrofes naturais relacionadas com as inundações provocadas pelo degelo, o estudo advertiu também que o aumento “provavelmente não compensará o rápido (…) crescimento [da população] no Sudeste Asiático, o que significa que os problemas de escassez de água continuarão provavelmente a intensificar-se”.
Hoje Macau China / ÁsiaMoody’s | Perspectiva do ‘rating’ da China baixa para negativa A agência de notação financeira Moody’s baixou ontem a perspectiva do ‘rating’ da China de “estável” para “negativo”, devido aos altos níveis de endividamento da segunda maior economia do mundo. “A alteração para perspectiva negativa reflecte os indícios crescentes de que o governo e o sector público vão prestar apoio financeiro aos governos regionais e às empresas públicas em dificuldades”, afirmou a Moody’s, em comunicado. Isto “gera riscos significativos (…) para a solidez orçamental da China”, face ao abrandamento da economia do país e às dificuldades no sector imobiliário, acrescentou. Na sequência do relatório, o ministério das Finanças chinês declarou-se “desiludido” com a decisão da Moody’s. Durante muito tempo, o sector imobiliário representou um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) da China, assegurando a subsistência de milhares de empresas e de trabalhadores pouco qualificados. Nos últimos 20 anos, o sector registou um crescimento fulgurante, mas os problemas financeiros de grupos imobiliários emblemáticos estão agora a alimentar a desconfiança dos compradores, num contexto de casas inacabadas e de queda dos preços por metro quadrado. O colapso da Evergrande, cujo passivo ascende a 328 mil milhões de dólares, é o caso mais emblemático desta crise, que tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o sector concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70 por cento, segundo diferentes estimativas. A crise afectou nos últimos meses outro peso pesado do sector: a Country Garden, até há pouco vista como uma empresa financeiramente sólida. Para relançar o mercado imobiliário e estimular a actividade, o Governo intensificou o seu apoio ao sector nos últimos meses. Mas os resultados continuam a ser inconclusivos.
Hoje Macau China / ÁsiaUrsula Von der Leyen espera cimeira “de escolhas” entre UE e Pequim A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considera que a cimeira entre a União Europeia (UE) e a China, no final da semana, será feita “de escolhas”, avisando que Bruxelas “não tolerará” mais desequilíbrios comerciais. “Penso que esta é uma cimeira de escolhas. Temos uma relação muito complexa com a China […] e esta cimeira trata-se de múltiplas escolhas que podem ser tomadas, em primeiro lugar, nas nossas relações comerciais e desequilíbrios UE-China”, disse a líder do executivo comunitário em entrevista ao projecto European Newsroom. De acordo com Von der Leyen, será também abordado “o posicionamento” chinês relativamente à invasão russa da Ucrânia e à guerra crise no Médio oriente. Além disso, serão abordadas “as escolhas que estão em cima da mesa para unir forças no combate às alterações climáticas e na protecção da biodiversidade”, elencou Ursula von der Leyen. No âmbito comercial, a responsável reconheceu que a UE “é um importante parceiro comercial da China e vice-versa”, mas ainda persiste “um crescente desequilíbrio comercial” que duplicou nos últimos dois anos, atingindo um défice de quase 400 milhões de euros. Por essa razão, Bruxelas vai pedir nesta cimeira “equidade na relação comercial”. Ursula von der Leyen avisou: “Os líderes europeus não tolerarão, ao longo do tempo, desequilíbrios nas relações comerciais e temos ferramentas para proteger o nosso mercado, embora tenhamos preferência por soluções negociadas”. “O desequilíbrio é visível, por exemplo, quando olhamos para as exportações da China para a União Europeia, que são três vezes superiores […] ou, por outras palavras, se tiver três contentores que vão da China para a Europa, dois destes contentores regressam vazios, regressando a casa”, pelo que “é do nosso interesse reequilibrar as relações comerciais e é do nosso interesse que tenhamos um comércio sustentável entre a União Europeia e a China”, vincou. “Acho importante que não vejamos apenas a China como parceiro comercial e potência industrial, mas também como concorrente tecnológico no poder militar e como um actor global que tem visões distintas e divergentes sobre a ordem global. Olhando para o défice comercial, vemos isso e vamos discutir a […] falta de acesso ao mercado chinês para as empresas europeias”, disse ainda Ursula von der Leyen. Pressão exterior A UE vai também apelar para que Pequim “use a sua influência sobre a Rússia” para parar a guerra contra a Ucrânia, afirmou ontem a presidente da Comissão Europeia, realçando “a sua responsabilidade”. “Em primeiro lugar, congratulo-me vivamente com o envolvimento chinês nos assuntos globais porque a China desempenha um papel importante. Olhando especificamente para a Ucrânia, a China é membro do Conselho de Segurança da ONU [Organização das Nações Unidas] e, com isso, tem uma responsabilidade específica” apontou Von der Leyen. De acordo com a presidente da Comissão Europeia, a UE vai salientar que “é importante que a China use a sua influência sobre a Rússia”. “Ainda não fizeram, mas este é o nosso pedido, para que usem a sua influência sobre a Rússia também para defender a Carta das Nações Unidas, que assenta na integridade territorial e na soberania de um país”, a Ucrânia, salientou Ursula von der Leyen. Para Ursula von der Leyen, também “é uma preocupação” a evasão da Rússia às sanções adoptadas pela Rússia. “Temos um diálogo muito intenso com a China, mostrando casos diferentes, e pedimos […] à China que aja sobre esses casos”, assinalou a responsável. Ursula von der Leyen vai, juntamente com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o Alto Representante da União, Josep Borrell, representar o bloco europeu nesta cimeira, que se traduz num diálogo ao mais alto nível sobre as relações UE-China e também sobre questões internacionais. Previstos estão encontros destes altos funcionários da UE, à margem da cimeira, com o Presidente chinês, Xi Jinping, e com o primeiro-ministro, Li Qiang, em duas sessões separadas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina/Europa | MNE apela ao “diálogo” em cimeira com embaixadores europeus Em contagem decrescente para o primeiro encontro presencial de alto nível após a pandemia, entre responsáveis chineses e europeus, os intervenientes apelam a um diálogo construtivo e pragmático O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, apelou ontem aos embaixadores dos países da União Europeia para darem prioridade ao “diálogo”, em vez da “confrontação”, durante uma reunião em Pequim, nas vésperas da Cimeira China – UE. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês sublinhou a importância da cooperação entre a China e UE e apelou às duas partes para que “escolham o diálogo e a cooperação para evitar o confronto entre blocos, uma nova Guerra Fria e obstáculos para o desenvolvimento e prosperidade globais”. “Se a China e a Europa escolherem o diálogo e a cooperação não surgirá a confrontação entre blocos; se escolherem a paz e a estabilidade, não acontecerá uma nova Guerra Fria; se escolherem a abertura e a cooperação vantajosa para ambas as partes, haverá esperança para o desenvolvimento e a prosperidade globais”, afirmou Wang, citado pelo jornal oficial Global Times. Wang Yi sublinhou a importância de as duas partes se respeitarem mutuamente, manterem a calma e o pragmatismo e pensarem de forma estratégica. O mesmo responsável reafirmou ainda a posição da China de que a Europa é um actor-chave para a construção de um mundo multipolar e que apoia a integração estratégica e a autonomia da Europa. A 24.ª Cimeira China – UE, que se realiza a 7 de Dezembro, é a primeira presencial, após a pandemia da covid-19. O Presidente chinês, Xi Jinping, vai reunir com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. A cimeira visa aumentar a confiança mútua, enfrentar desafios globais como a guerra na Ucrânia, as alterações climáticas e a segurança alimentar, e reforçar a cooperação mutuamente benéfica em áreas como a economia, comércio, ambiente e saúde, disse na segunda-feira a delegação da UE na China. A reunião coincide com o 20.º aniversário da parceria estratégica global entre os dois blocos e o 25.º aniversário do mecanismo da cimeira China – UE. Destino de eleição Desde que a China abriu as fronteiras no início do ano seguiu-se uma série de visitas europeias de alto nível ao país, incluindo de Ursula von der Leyen, do Presidente francês, Emmanuel Macron, do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, do vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pelo Comércio, Valdis Dombrovskis, ou da Comissária Europeia da Energia, Kadri Simson. As autoridades chinesas, que se opõem à decisão de Bruxelas de classificar a China como “concorrente e rival sistémico”, devem abordar o tratamento “discriminatório” em relação às suas empresas na Europa, especialmente após o lançamento de uma investigação sobre os subsídios atribuídos aos fabricantes de veículos eléctricos pelo país asiático. As sanções contra a Rússia e uma solução para a guerra sob os termos da Ucrânia devem ser os principais temas abordados pelas autoridades europeias.
Hoje Macau China / ÁsiaIndonésia | Vulcão Marapi volta a entrar em erupção As autoridades indonésias interromperam ontem as buscas por 12 alpinistas após o vulcão Monte Marapi entrar novamente em erupção, com uma explosão de cinzas quentes de até 800 metros de altura, segundo as autoridades. Os corpos de 11 alpinistas foram recuperados no início do dia, enquanto se procuravam os desaparecidos, mas as tentativas de os deslocar foram dificultadas pela nova actividade vulcânica, disse o chefe da Agência de Busca e Salvamento de Sumatra Ocidental, Abdul Malik. A operação de busca será retomada assim que as condições melhorem, acrescentou. Um vídeo divulgado pela agência mostrava os socorristas a retirar da montanha um alpinista ferido numa maca e a colocarem-no numa ambulância que o esperava para ser levado para o hospital. O vulcão manteve-se no terceiro nível de alerta mais elevado (de quatro) desde 2011, um nível que indica actividade vulcânica acima do normal, proibindo alpinistas e habitantes num raio de três quilómetros do pico, disse o chefe do Centro de Vulcanologia e Mitigação de Desastres Geológicos, Hendra Gunawan. “Isto significa que não deve haver escalada até ao pico”, afirmou Gunawan, acrescentando que os alpinistas só eram autorizados a escalar abaixo da zona de perigo, “mas por vezes muitos deles quebram as regras para satisfazerem a sua satisfação de escalar mais longe”. Cerca de 75 alpinistas tinham começado a subir a montanha de quase 2.900 metros no sábado e ficaram retidos. As autoridades resgataram 52, incluindo três alpinistas que foram retirados ontem. O Monte Marapi entrou em erupção no domingo, expelindo espessas colunas de cinzas de até 3.000 metros de altura e as nuvens de cinzas quentes espalharam-se por vários quilómetros. O Marapi está activo desde uma erupção em Janeiro que não causou vítimas. É um dos mais de 120 vulcões activos na Indonésia, que é uma região propensa a perturbações sísmicas devido à sua localização no “Anel de Fogo” do Pacífico, um arco de vulcões e linhas de falha que circundam a bacia do Pacífico.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Ataques israelitas provocam 316 mortes num só dia Os ataques de Israel contra Gaza causaram pelo menos 316 mortos e 664 feridos no domingo, informou ontem o ministério da Saúde do enclave palestiniano às Nações Unidas, quando a distribuição de ajuda humanitária foi novamente restringida. O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza é controlado pelo grupo islamita Hamas, que governa esta região. A província de Rafah foi a única na Faixa Gaza em que houve entrega de ajuda à população nas últimas horas [especialmente farinha e água], mas a entrega de outros bens de sobrevivência, destinado à zona de Khan Younis foi interrompida devido ao aumento das hostilidades, segundo um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação da Ajuda Humanitária (OCHA, sigla em inglês). O acesso limitado à zona norte do território, que se verificou durante as tréguas Gaza, onde dezenas de milhares de civis continuam a viver, foi interrompido novamente. O OCHA indicou que as forças militares israelitas designaram no domingo uma área que equivale a 20 por cento de toda a cidade de Khan Younis para “evacuação imediata”, apesar de ser uma região onde, além dos 117.000 residentes antes do início da guerra, estão 21 instalações onde se refugiaram 50 mil deslocados do norte. A ONU observou que a ordem é para que estas dezenas de milhares de pessoas se desloquem agora para três áreas em direcção a Rafah [na fronteira com o Egipto], “que já estão mais do que saturadas”, segundo a ONU. “Não é ainda clara, a quantidade de pessoas que estão a deslocar-se para as áreas do sul”, reconhece a ONU, cujo pessoal continua a trabalhar para ajudar a população vítima da guerra.
Hoje Macau China / ÁsiaDescobertos destroços de aeronave dos EUA que se despenhou no Japão Mergulhadores norte-americanos e japoneses descobriram destroços e restos mortais de membros da tripulação duma aeronave dos EUA que se despenhou na semana passada ao largo do sudoeste do Japão, anunciou ontem a Força Aérea. A aeronave, um V-22 Osprey, despenhou-se na quarta-feira passada ao largo da ilha de Yakushima durante uma missão de treino. De acordo com a Guarda Costeira nipónica, a aeronave tinha uma tripulação de seis pessoas, apesar da estimativa inicial ser de oito tripulantes norte-americanos a bordo. O corpo de uma vítima já tinha sido recuperado e identificado. Os mergulhadores da marinha japonesa e das forças armadas americanas avistaram ontem o que parecia ser a secção dianteira do Osprey, juntamente com possíveis cinco dos membros da tripulação desaparecidos, informou a televisão pública japonesa NHK e outros meios de comunicação social. Os oficiais da marinha japonesa recusaram-se a confirmar os relatos, dizendo que não podiam divulgar pormenores sem o consentimento dos EUA. O Comando de Operações Especiais da Força Aérea (AFSOC) disse que os restos mortais estavam a ser recuperados e que as suas identidades ainda não tinham sido determinadas. “A principal prioridade é trazer os aviadores para casa e cuidar dos seus familiares. O apoio e a privacidade das famílias e dos familiares afectados por este incidente continuam a ser a principal prioridade do AFSOC”, afirmou num comunicado. Pouco fiável O aparelho descolou da base norte-americana de Iwakuni, na prefeitura de Yamaguchi, e dirigia-se para a base de Kadena, no arquipélago de Okinawa, onde se situa a maioria das instalações militares dos Estados Unidos no Japão. A Guarda Costeira japonesa recebeu o alerta às 14:47 de quarta-feira de um barco de pesca sobre o incidente, que ocorreu ao largo da província japonesa de Kagoshima. No sábado, o exército norte-americano identificou a única vítima confirmada até ao momento como o sargento Jacob Galliher, da Força Aérea de Pittsfield, Massachusetts. O Bell-Boeing V-22 Osprey, fabricado nos EUA, é uma aeronave híbrida que descola e aterra como um helicóptero, mas durante o voo pode rodar as suas hélices para a frente e voar mais depressa como um avião. Os Ospreys já sofreram vários acidentes, incluindo no Japão, onde são utilizados em bases militares americanas e japonesas, e o último acidente reacendeu as preocupações com a segurança. Devido a este incidente, o Japão suspendeu todos os voos da sua própria frota de 14 Ospreys.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Folgada vitória do partido no poder nas eleições locais O partido no poder na Índia derrotou por uma larga margem a oposição nas eleições em três dos principais Estados centrais, segundo resultados anunciados no domingo, a poucos meses das legislativas no país mais populoso do mundo. As vitórias em três dos cinco Estados que votaram em Novembro reforçam o partido de direita BJP (Bharatiya Janata Party) e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que continua muito popular após dez anos no poder e é favorito para ganhar um terceiro mandato consecutivo no próximo ano. O BJP retirou à oposição o controlo dos Estados de Chhattisgarh e Rajasthan e manteve o de Madhya Pradesh. Estes resultados são considerados um novo revés para Rahul Gandhi, de 53 anos, líder do partido Congresso Nacional Indiano (CNI), o principal partido da oposição de centro-esquerda, que realizou uma campanha agressiva contra Modi. O pai, a avó e o bisavô de Rahul Gandhi foram primeiros-ministros e políticos que dominaram o panorama político indiano durante décadas. O CNI, outrora a força política dominante da Índia, perdeu, no entanto, as duas últimas eleições nacionais, em 2014 e 2019, em derrotas históricas contra o BJP. O CNI conquistou, contudo, o Estado de Telangana, no sul do país, a um partido regional. “A vitória de hoje é histórica”, declarou Narendra Modi no seu discurso de vitória, proferido na sede do BJP em Nova Deli. Agradecendo “ao povo pelo seu apoio”, o primeiro-ministro atribuiu-o à “política de boa governação e de desenvolvimento da Índia” do seu partido.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Sismo de 6,9 registado, afastado risco de tsunami Um sismo de 6,9 graus de magnitude na escala de Richter atingiu na passada madrugada a ilha de Mindanao, no sul das Filipinas, mas as autoridades descartaram o risco de tsunami. O sismo é a mais forte réplica registada até agora desde o terramoto de magnitude 7,6 que atingiu a costa da província de Surigao del Sur e Davao Oriental, no leste de Mindanao, na noite de sábado, indicou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). A agência norte-americana, que regista a actividade sísmica em todo o mundo, localizou o hipocentro do terramoto a 30 quilómetros abaixo do fundo do mar e o epicentro a cerca de 35,6 quilómetros a leste da cidade de Aras-asan e a cerca de 49 quilómetros de Tandag. O Instituto de Vulcanologia e Sismologia filipino excluiu a ameaça de um tsunami. Desde o forte sismo de sábado, que levou as autoridades a activar um alerta de tsunami para as costas das províncias de Surigao del Sur e Davao Oriental, no leste de Mindanao, registaram-se mais de 500 réplicas e sismos de menor dimensão. Os terramotos causaram alguns danos materiais, embora até à data as autoridades não tenham registado quaisquer vítimas mortais ou feridos. As Filipinas situam-se no chamado “Anel de Fogo” do Pacífico, uma zona de grande actividade sísmica e vulcânica onde se registam anualmente cerca de 7.000 sismos, a maioria dos quais moderados.
Hoje Macau China / ÁsiaFronteiras | Equipas de Timor-Leste e Indonésia terminam marcação terrestre Grupos de especialistas terminaram a delimitação do território dos dois países na área de Oecusse. Xanana Gusmão considerou o acordo, que demorou mais de 20 anos a ser alcançado, uma “grande vitória” As equipas técnicas de Timor-Leste e da Indonésia terminaram a marcação da fronteira terrestre numa zona no enclave timorense de Oecusse, informou ontem o Conselho de Delimitação Definitiva das Fronteiras Terrestres e Marítimas timorense. “Resolver as nossas fronteiras terrestres não é apenas importante para fortalecer a amizade entre as comunidades que vivem próximas da linha de fronteira, mas também para estabelecer uma vida pacífica e próspera entre os dois países”, disse o embaixador Roberto Soares, chefe da equipa técnica timorense, citado numa nota divulgada na rede social Facebook. As duas equipas, a timorense e a indonésia, estiveram no terreno a semana passada para terminar o processo de negociação dos segmentos de fronteiras terrestre não resolvidos no enclave de Oecusse, nomeadamente em Noel Besi – Citrana, em Oecusse. Durante a semana, as equipas legais de ambos os países também analisaram o acordo ou tratado a ser assinado no futuro. “Timor-Leste cumpriu a sua posição de resolver as fronteiras de acordo com o direito internacional. É muito importante que ambas as equipas encontrem uma solução justa e consistente”, afirmou o embaixador Roberto Soares. O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, considerou sexta-feira a delimitação da fronteira, que durou mais de 20 anos, uma “grande vitória”, que vai “salvaguardar a soberania nacional, aumentar a segurança” e trazer benefícios socioeconómicos a ambos os países. Para continuar O chefe da equipa técnica indonésia, o embaixador Abdul Kadir Jailani, disse que, finalizados os trabalhos no terreno, o Estado da Indonésia espera que o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, realize uma visita oficial a Jacarta em 2024 para assinar o acordo formal. “Esperamos a visita do primeiro-ministro em Jacarta para finalizar o acordo formal”, afirmou o embaixador indonésio. Timor-Leste e a Indonésia reuniram-se em Outubro em Bali, Indonésia, para continuar as discussões sobre o segmento ainda não resolvido da fronteira terrestre Noel Besi – Citrana, em Oecusse. No encontro de Bali, os dois países tinham concordado em continuar com os preparativos técnicos e práticos com o objectivo de concluir a demarcação da fronteira terrestre até final deste ano, segundo o Governo timorense.
Hoje Macau China / ÁsiaChina/União Europeia | Sanções, guerra e comércio devem preencher cimeira O encontro entre responsáveis europeus e chineses acontece esta semana em Pequim, após o adiamento prolongado devido à política de zero casos covid-19 que vigorou no país nos últimos três anos As sanções contra a Rússia, uma solução para a guerra sob os termos da Ucrânia e fricções comerciais deverão ser os principais tópicos abordados durante a cimeira China – União Europeia, que decorre esta semana, em Pequim. Os Presidentes do Conselho e da Comissão Europeia, Charles Michel e Ursula von der Leyen, e o principal diplomata do bloco, Josep Borrell, vão reunir nos dias 7 e 8 de Dezembro com as autoridades do país asiático, retomando um encontro anual que foi suspenso durante os três anos da pandemia. As autoridades chinesas, que se opõem à decisão de Bruxelas de classificar a China como “concorrente e rival sistémico”, devem abordar o tratamento “discriminatório” em relação às suas empresas na Europa, especialmente após o lançamento de uma investigação sobre os subsídios atribuídos aos fabricantes de veículos eléctricos pelo país asiático. Isto surge após a adopção de um quadro regulamentar que restringe o investimento chinês em sectores estratégicos. A estratégia de reduzir riscos no comércio com a China, delineada por Ursula von der Leyen, é outro factor de preocupação para Pequim, que acusa o Ocidente de tentar conter o desenvolvimento da China. A liderança chinesa deve assim repetir o apelo para que a Europa adopte uma “autonomia estratégica”. Durante uma visita a Pequim, em Outubro passado, Borrell apelou à China para que não considere os seus laços com a UE através da lente das relações do bloco “com outros”, numa referência aos Estados Unidos. Borrell advertiu que a confiança política mútua entre Bruxelas e Pequim foi “minada” pela posição de Pequim sobre a guerra na Ucrânia e que o conflito tornou a UE uma “potência geopolítica”. “Isto significa que, na nossa visão do mundo, temos muito mais em consideração o poder militar e estratégico”, realçou. A China afirmou ser neutra no conflito, mas mantém uma relação “sem limites” com a Rússia e recusou-se a criticar a invasão da Ucrânia. Pequim acusou o Ocidente de provocar o conflito e “alimentar as chamas” ao fornecer à Ucrânia armas defensivas. Rodopio de visitas Desde que a China abriu as suas fronteiras no início do ano seguiu-se uma série de visitas europeias de alto nível ao país, incluindo de Ursula von der Leyen, do Presidente francês, Emmanuel Macron, do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, do vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pelo Comércio, Valdis Dombrovskis ou da Comissária Europeia da Energia, Kadri Simson. Durante a cimeira, os funcionários da UE devem pedir ao Presidente chinês, Xi Jinping, que impeça as empresas chinesas de ajudarem a Rússia a contornar as sanções impostas na sequência da invasão da Ucrânia. A UE calcula que cerca de 70 por cento dos produtos sensíveis e de alta tecnologia de origem europeia que chegam às Forças Armadas russas passam pela China. O jornal de Hong Kong South China Morning Post avançou que, em causa, estão 13 empresas chinesas, que as autoridades europeias optaram por excluir da última ronda de sanções, preferindo abordar directamente o assunto com a liderança do país asiático. Um outro objectivo das autoridades europeias é conseguir que a China adira à fórmula de paz do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Pequim enviou o seu enviado especial Li Hui a uma segunda reunião com mais de 40 países para discutir a guerra na Ucrânia, na Arábia Saudita, em Agosto. No entanto, Li Hui faltou à reunião de acompanhamento em Malta e, com nova ronda de conversações prevista para as próximas semanas, Bruxelas quer ver a China na mesa das negociações. A relação comercial entre a UE e a China é uma das mais importantes do mundo. Em 2022, o comércio bilateral ascendeu a 865 mil milhões de euros, um montante recorde. No entanto, o défice comercial para a UE nas trocas com a China aumentou de 154,7 mil milhões de euros, em 2018, para 396 mil milhões de euros, no ano passado.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Xi Jinping volta a receber Lukashenko Os líderes da China e Bielorrússia, Xi Jinping e Alexander Lukashenko, reuniram-se ontem, em Pequim, para discutir “questões comerciais, económicas, de investimento e de cooperação internacional”, o segundo encontro este ano, informou a imprensa estatal. Vídeos publicados pela agência noticiosa oficial bielorrussa mostram a chegada de Lukashenko à capital chinesa num avião oficial bielorrusso. De acordo com a agência, a visita de Lukashenko à China inclui “questões comerciais, económicas, de investimento e de cooperação internacional”. Lukashenko foi recebido pelo vice-ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Ma Chaoxu. Isolado na Europa e no resto do Ocidente devido à sua governação autoritária, o governo de Lukashenko voltou-se para parceiros como Pequim e Moscovo. Em Março, o líder bielorrusso visitou Pequim. Na altura, Xi declarou que a amizade entre Pequim e Minsk é “forte e inquebrável”. Há um ano, o ministro dos Negócios Estrangeiros bielorrusso, Vladimir Makei, anunciou que a Bielorrússia iria reduzir significativamente a presença diplomática nos países ocidentais e aumentá-la na Comunidade de Estados Independentes (CEI), na China e noutras nações. Durante uma visita a Minsk do então ministro da Defesa chinês, Li Shanfu, o líder bielorrusso disse que China e Bielorrússia “partilham a mesma visão da ordem mundial”. “Defendemos absolutamente um mundo multipolar, a integridade territorial e a unidade das fronteiras e territórios formados após a Segunda Guerra Mundial”, afirmou o líder bielorrusso. “Em suma, toda a base na qual a política externa da China está assente é idêntica à nossa. Há mais de 30 anos que apoiamos a China em todas as suas aspirações, porque consideramos a política interna e externa da República Popular da China absolutamente justa e voltada para a resolução pacífica de quaisquer disputas e conflitos”, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Pequim acusa navio dos EUA de “entrar ilegalmente” na região As Forças Armadas da China acusaram ontem um navio da marinha norte-americana de “entrar ilegalmente” em águas próximas do Segundo Recife Thomas, cuja soberania é disputada entre Pequim e Manila. Uma força naval chinesa foi mobilizada para seguir o USS Gabrielle Giffords durante a operação, de acordo com um comunicado do Teatro Sul do Exército de Libertação Popular. Nos últimos meses, navios das marinhas e das guardas costeiras da China e das Filipinas têm-se confrontado repetidamente em torno do Segundo Recife Thomas, numa altura em que a China tenta impedir as Filipinas de reabastecer e reparar um navio de guerra enferrujado que encalhou intencionalmente em 1999 para servir de posto militar avançado. A China acusou os EUA de se imiscuírem em águas distantes da sua costa e aumentarem as tensões regionais, na sequência da navegação do USS Giffords, um navio de combate litoral concebido para operar em zonas costeiras. “Os Estados Unidos perturbaram deliberadamente a situação no Mar do Sul da China, violaram seriamente a soberania e a segurança da China, prejudicaram seriamente a paz e a estabilidade regionais e violaram gravemente o direito internacional e as normas básicas que regem as relações internacionais, demonstrando plenamente que os Estados Unidos são a maior ameaça à paz e à estabilidade no Mar do Sul da China”, lê-se no comunicado emitido pelo Teatro do Sul das Forças Armadas chinesas. A China reivindica a soberania de praticamente todos os recifes e outros afloramentos no Mar do Sul da China e transformou alguns deles em ilhas com pistas de aterragem que podem ser utilizadas pelas Forças Armadas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Autoridades de Guizhou e Shaanxi acusadas de falsificarem dados económicos A agência de estatísticas da China acusou ontem algumas áreas administrativas em Guizhou e Shaanxi de falsificarem ou interferirem na recolha de dados económicos, numa altura em que os governos locais enfrentam problemas por excesso de endividamento. Em declarações publicadas no seu portal oficial, o Gabinete Nacional de Estatística (GNE) atribuiu os alegados problemas de fraude e interferência na recolha de dados a cidades e vilas em Guizhou e Shaanxi, embora não tenha revelado os nomes específicos das áreas em causa nem se foram propostas punições. Durante o Verão, o GNE efectuou inspecções em muitas províncias – incluindo Guizhou e Shaanxi – para garantir que os dados económicos que recebe das autoridades locais são fiáveis e não foram inflacionados por funcionários. No mês passado, o GNE iniciou nova ronda de inquéritos em seis outras províncias e também em dois ministérios, o do Comércio e o dos Recursos Naturais, para além do recenseamento económico quinquenal que está a ser preparado para avaliar a situação do país, após três anos de política de ‘zero casos’ de covid-19. Bases instáveis O jornal de Hong Kong South China Morning Post recordou que os analistas há muito que manifestam dúvidas sobre a exactidão e a veracidade dos dados económicos da China, devido à falta de transparência, enquanto, a nível interno, Pequim precisa de números fiáveis para delinear eficazmente as suas políticas. “Dados fiáveis são de importância fundamental para a elaboração de políticas racionais, bem como para a tomada de decisões empresariais. É, sem dúvida, do interesse do governo garantir a máxima fiabilidade dos dados”, afirmou Chen Zhiwu, professor de finanças na Universidade de Hong Kong, citado pela The Economist. O GNE também acusou alguns funcionários da província de Henan de “não compreenderem como é extremamente crucial” a fiabilidade dos dados, após alguns órgãos de comunicação social terem avançado que eles atrasaram a correcção de dados falsificados. Os funcionários locais tendem a inflacionar os dados económicos para aumentarem as hipóteses de promoção ou devido à pressão que sofrem para cumprir objectivos de crescimento económico. O governo central está a tentar resolver o problema da dívida das administrações regionais, que acumularam grandes quantidades de “dívida oculta” através de canais de financiamento informais conhecidos como “veículos financeiros da administração local” (LGFV).
Hoje Macau China / ÁsiaInfecções | Surto na China deve-se a agentes patogénicos conhecidos A Comissão Nacional de Saúde garante que o surto de infecções respiratórias detectado nas últimas semanas tem origem em bactérias ou vírus já conhecidos, não havendo nada de novo a assinalar As autoridades sanitárias da China reafirmaram no domingo que a alta incidência de doenças respiratórias nas últimas semanas deve-se a agentes patogénicos conhecidos, segundo os dados recentes de monitorização de casos. A Comissão Nacional de Saúde do país afirmou que, até agora, não detectou nenhuma infecção causada por novos vírus ou bactérias e assegurou que está em comunicação directa com a Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a situação. A OMS solicitou à China, em Novembro, informações pormenorizadas sobre o recente aumento de casos de doenças respiratórias e de surtos de pneumonia infantil, tendo a China explicado que o surto deve-se a “agentes patogénicos conhecidos”, como a gripe sazonal, bem como o rinovírus, o ‘mycoplasma pneumoniae’, o vírus sincicial respiratório e o adenovírus. O porta-voz da Comissão, Mi Feng, referiu que as autoridades estão a acompanhar e a avaliar activamente os surtos e que já estão em vigor medidas para optimizar os recursos de saúde, melhorar os processos de tratamento e reforçar o papel da medicina tradicional chinesa na luta contra estas doenças. Mi Feng reafirmou também o reforço das unidades pediátricas em todos os níveis de cuidados de saúde, incluindo nomeadamente o alargamento do horário de funcionamento, o aumento das camas hospitalares e a simplificação dos processos de registo e de consulta. O porta-voz da Comissão sublinhou que os fornecimentos médicos estão “garantidos”, assim como as vacinas contra a gripe e outros vírus sazonais, com o intuito de imunizar precocemente os grupos vulneráveis, como os idosos e as crianças. Falso alarme O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da China comunicou esta semana que “não há necessidade de ficar alarmado com o aumento das doenças respiratórias, que são comuns nesta altura do ano”. “A China encontra-se actualmente num período de elevada incidência de doenças respiratórias, com uma coexistência ou alternância de vários agentes infecciosos”, frisou a instituição, referindo que a gripe e a infecção pela bactéria ‘mycoplasma pneumoniae’ estão “numa fase de elevada transmissão”. O Centro emitiu várias recomendações para “locais fechados com má circulação de ar”, como escolas ou infantários, que registam “uma elevada incidência de doenças respiratórias”. Muitas autoridades sanitárias locais aconselharam os pais a levarem os seus filhos às clínicas locais numa fase inicial da doença, uma vez que estas podem aliviar a pressão sobre os grandes hospitais. Por enquanto, as autoridades não divulgaram números sobre as infecções a nível nacional, embora centros como o primeiro Hospital Afiliado da Universidade de Medicina Chinesa de Henan tenham registado 2.000 visitas diárias ao seu departamento pediátrico, 70 por cento das quais relacionadas com infecções respiratórias, de acordo com um representante do hospital citado pelo jornal local Global Times. Por outro lado, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, garantiu que “não há razão para preocupação” com o crescente surto de infecções respiratórias, salientando que “viajar e fazer negócios na China é seguro”.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Pyongyang ameaça abater satélites americanos A Coreia do Norte ameaçou sábado abater satélites espiões norte-americanos em resposta a “qualquer ataque” contra o satélite colocado por Pyongyang em órbita a 21 de Novembro, informou a agência de notícias oficial norte-coreana. Pyongyang afirmou que uma operação do género seria considerada uma “declaração de guerra”, indicou a KCNA. De acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), a declaração surge depois de um responsável norte-americano ter explicado que Washington dispõe de vários “meios reversíveis e irreversíveis” para “privar um adversário das suas capacidades espaciais e contrariá-las”. Depois de duas tentativas falhadas, em Maio e Agosto, Pyongyang conseguiu a 21 de Novembro colocar um satélite espião em órbita. A Coreia do Sul confirmou na quinta-feira que o lançamento foi bem-sucedido. “Se os Estados Unidos tentarem violar o território legítimo de um Estado soberano”, Pyongyang “considerará a possibilidade de adoptar medidas de autodefesa para enfraquecer ou destruir a viabilidade dos satélites espiões americanos”, alertou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano. A Coreia do Norte garantiu esta semana que o satélite espião captou imagens da Presidência dos EUA, a Casa Branca, do Pentágono e de outras importantes instalações da defesa norte-americana. De acordo com a Coreia do Sul, a Rússia ajudou a Coreia do Norte a lançar este satélite.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Marcos Jr. acusa “terroristas estrangeiros” de ataque durante missa O atentado, durante uma cerimónia católica na Universidade de Mindanau, fez quatro mortos e mais de 40 feridos O Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., acusou “terroristas estrangeiros” de terem levado a cabo ontem um ataque com explosivos durante uma missa católica, no sul do país, que deixou pelo menos quatro mortos e 42 feridos. “Condeno com a maior veemência possível os actos insensatos e mais atrozes perpetrados por terroristas estrangeiros na Universidade de Mindanau, em Marawi, este domingo de manhã”, declarou o dirigente na rede social X (antigo Twitter). O chefe de Estado filipino não indicou, porém, a nacionalidade ou a filiação em grupos armados dos alegados atacantes. “Os extremistas que exercem violência contra os inocentes serão sempre considerados inimigos da nossa sociedade. Apresento as minhas mais sinceras condolências às vítimas”, sublinhou Marcos Jr., assegurando que apelou ao reforço da segurança na região. “Podem ter a certeza de que levaremos a tribunal os autores deste ato impiedoso”, afirmou. Em choque A explosão ocorreu por volta das 07:00 horas locais num ginásio da Universidade Estatal de Mindanau, onde se realizava um evento religioso. Um primeiro balanço, avançado pela agência de notícias France-Presse, dava conta de três mortos e sete feridos, na sequência do atentado. A Universidade está “profundamente entristecida e chocada com o acto de violência que ocorreu durante uma reunião religiosa”, declarou o estabelecimento de ensino superior num comunicado publicado na rede social Facebook. “Condenamos inequivocamente e nos termos mais fortes possíveis este ato horrível e sem sentido”, sublinhou o organismo ao anunciar a suspensão das aulas até novo aviso. Em 2017, Marawi foi palco de um confronto sangrento, depois de grupos fundamentalistas alinhados com o Estado Islâmico (EI) terem tomado parcialmente a cidade a 23 de Maio, onde entraram com bandeiras do EI. Durante cinco meses, o exército filipino combateu os extremistas até a cidade ser libertada, numa batalha que fez mais de 1.200 mortos – 978 fundamentalistas islâmicos, 168 soldados e 87 civis. A ilha de Mindanau, onde cerca de 20 por cento da população é muçulmana, tem sido palco de décadas de conflito entre o Governo e vários grupos extremistas, incluindo a organização Abu Sayaf e o Grupo Maúte, ambos associados ao EI. A explosão em Marawi ocorreu poucos dias depois de mais de uma dezena de alegados membros do grupo terrorista Dawlah Islamiyah terem sido mortos em operações militares numa área montanhosa da província de Maguindanao del Sur, no sudoeste de Mindanau.
Hoje Macau China / ÁsiaAlfândega | Revisão das taxas sobre vinho australiano O ministério do Comércio da China vai começar “imediatamente” a rever as taxas alfandegárias impostas sobre o vinho australiano em 2020, num novo sinal de normalização das relações económicas e políticas entre os dois países. A revisão, que vai durar até 30 de Novembro de 2024, determinará se as taxas são necessárias e pode culminar em alterações com base na evolução do mercado, segundo o jornal oficial Global Times. O anúncio surge também depois de a Associação Australiana do Vinho e da Vinha ter pedido oficialmente ao ministério chinês uma revisão das taxas, dado que a “situação mudou muito”, segundo um comunicado do ministério. A porta-voz do ministério, Shu Jueting, disse que o resultado da revisão vai ser “objectivo”, “justo” e baseado em provas fornecidas por ambas as partes. No final de Outubro, a China e a Austrália chegaram a um consenso no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) para resolver os seus diferendos comerciais, entre os quais os direitos aduaneiros sobre o vinho australiano. “A China e a Austrália iniciaram consultas amigáveis no âmbito da OMC sobre os seus diferendos relativos ao vinho e às turbinas eólicas e chegaram a um consenso para os resolver de forma adequada”, declarou o ministério do Comércio no dia 22 de Outubro. A revisão surge pouco depois de o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, ter concluído uma visita à China, na qual se reuniu com o Presidente chinês Xi Jinping e o homólogo Li Qiang. Albanese descreveu a visita como um “passo importante para a estabilização das relações” com o “parceiro comercial mais importante” da Austrália. Antes da imposição das taxas alfandegárias punitivas sobre o vinho australiano, este representava 35,5 por cento do mercado de vinho importado pela China, mas dois anos mais tarde já nem sequer figurava entre os 10 principais países exportadores de vinho para a segunda maior economia mundial.