Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Wang Yi conversa com Secretário de Estado Americano [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]e acordo com a Rádio Internacional da China (CRI), o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, conversou nesta quarta-feira por telefone com o Secretário de Estado Norte-americano, John Kerry, a propósito de questões relativas ao Mar do Sul da China. Wang Yi disse que a China e os Estados Unidos mantêm boas relações bilaterais e que os dois lados continuam a focar-se na cooperação e a tratar das divergências de forma adequada, para impulsionar a criação de um novo modelo de relação entre grandes países. Wang Yi reforçou a ideia de que a arbitragem sobre o Mar do Sul da China não possui suporte legal nem sequer provas. “O Tribunal de Arbitragem não possui jurisdição acerca do caso. Seja qual for o resultado, a decisão não apresenta efeitos vinculativos à China nem irá afectar a soberania chinesa e os seus direitos e interesses no Mar do Sul da China. A não aceitação da arbitragem por parte da China corresponde às leis internacionais, incluindo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. Esta farsa política da arbitragem ilegal deve terminar”. Wang Yi disse ainda que a China espera agora que os Estados Unidos cumpram o seu compromisso de não tomar posição nas disputas territoriais e não prejudicar os interesses chineses. Em nome da paz Wang Yi ressaltou que, seja qual for o resultado da arbitragem ilegal das Filipinas, a China possui o direito de salvaguardar a sua soberania e os interesses legítimos e possui a capacidade e confiança para continuar defendendo a paz e a estabilidade regional. A China persiste em tratar as divergências através do diálogo e de resolver as disputas através de negociações. Ainda segundo a informação divulgada pela CRI, John Kerry afirmou que os Estados Unidos compreendem a posição da parte chinesa na questão da arbitragem e afirmou que os dois lados possuem interesses comuns na manutenção da paz no Mar do Sul, e que os EUA apoiam a resolução das disputas através de negociações.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong sem acordo para transferência de fugitivos [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades de Hong Kong frisaram ontem não haver qualquer acordo com as entidades congéneres da China para a transferência de fugitivos à justiça, noticia o jornal South China Morning Post. A garantia surge na sequência do pedido das autoridades da China para que o livreiro Lam Wing-kee, que esteve desaparecido durante meses, deixasse a Região Administrativa Especial chinesa e regressasse ao interior da China, onde está a ser investigado por alegada venda de livros proibidos no país “Como toda a gente certamente sabe, Hong Kong e o interior da China não têm acordos de transferência de fugitivos”, afirmou o secretário para a Segurança da antiga colónia britânica, Lai Tung-kwok, um dia depois de regressar de Pequim, onde se encontrou com o ministro da Segurança Pública. “No decorrer das nossas conversações, a outra parte não fez qualquer tipo de sugestão relativamente a este pedido. De todo”, disse Lai Tung-kwok, quando questionado sobre o retorno do livreiro ao interior da China. As autoridades de segurança da China alegam que o livreiro violou as condições de fiança que lhe foram impostas ao decidir permanecer em Hong Kong e não regressar à China. Um vídeo mostrando confissões e a vida de Lam sob detenção foi exibido na presença dos ‘media’ de Hong Kong. O secretário para a Justiça, Rimsky Yuen Kwok-keung, afirmou, após a visualização das imagens, que a polícia de Hong Kong deveria continuar a investigar. “Achamos que há áreas que a polícia precisa de acompanhar como a discrepância entre o que é dito no vídeo e a versão pública do senhor Lam Wing-kee, feita publicamente ou de outro modo em Hong Kong”, disse. “Nós ainda esperamos continuar a tentar descobrir a verdade”, afirmou, acrescentando que as autoridades de Hong Kong não tinham conhecimento prévio do vídeo divulgado na terça-feira. Pacto para notificações As autoridades de Hong Kong e da China acordaram informar-se mutuamente, num período de 14 dias, quando detiverem residentes da outra jurisdição para investigações criminais, anunciou ontem o líder do Governo de Hong Kong. Leung Chun-ying, citado pelo South China Morning Post, afirmou que a decisão foi tomada após uma revisão conjunta do sistema de notificação recíproco transfronteiriço, que se considera ter falhado após o caso dos cinco livreiros de Hong Kong que desapareceram no ano passado e reapareceram meses depois sob custódia das autoridades da China. Em declarações à imprensa ontem, o chefe do Executivo disse que foi acordado que o sistema “deve ser melhorado, à luz da mudança de circunstâncias e das expectativas das pessoas”. As autoridades dos dois lados acordaram ainda passar a disponibilizar mais informação sobre as investigações e comunicar “por canais adicionais”. O sistema vai abranger todas as agências de segurança na China.
Manuel Nunes China / Ásia MancheteHK | Mudança de atitude de CE pode ser passo para a “reeleição” A semana passada, o Chefe do Executivo de Hong Kong recusava falar em reforma política até às eleições. Esta semana disse que ter “um sufrágio universal o mais rapidamente possível é um desejo de cidadãos, governo da RAEHK e de Pequim”. A corrida eleitoral já começou, Pequim pediu-lhe a emenda, ou estará a desviar atenções quando este assunto estava na gaveta? As análises são diversas [dropcap style=’circle’]“[/dropcap]Por mais que quisesse retomar o processo de desenvolvimento político, não acho que vá ter tempo nos próximos 12 meses e não acho que temos o consenso necessário na sociedade (…). Sei que Pequim não vai rever a Lei Básica, não é realista recomeçar o processo.” Assim falava CY Leung, Chefe do Executivo de Hong Kong no final do mês passado. Em Abril do ano passado, antes da votação para o novo regime eleitoral que viria a falhar e a provocar as eleições intercalares que aí vêm em Setembro para o LegCo (hemiciclo), Leung dizia que “o lançamento de um processo de reforma eleitoral não é fácil. Se desta vez for rejeitada, uma nova ronda só acontecerá após vários anos.” Mas o discurso mudou. Na terça-feira passada, ao apresentar o relatório anual da actividade do governo, CY Leung disse que “eleger o líder de Hong Kong por sufrágio universal o mais rapidamente possível é um desejo comum dos cidadãos, bem como dos governos tanto da cidade como Central”. Estas declarações surgiram na sequência de outras efectuadas durante o fim-de- semana pela número dois do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, que afirmou ter uma “esperança sincera” que a próxima administração possa colocar o processo em andamento de novo e que os cidadãos de Hong Kong possam escolher o seu líder num sistema “uma pessoa, um voto”. Confrontado com esta ideia, CY Leung considerou uma aspiração comum “dos Hongkongers, do governo e de Pequim”. Um homem, um voto daria ao Chefe do Executivo “maior legitimidade”, acrescentou. Quando nada o fazia prever e quando as atenções têm estado viradas para o caso dos livreiros, esta nova tomada de posição do líder da RAEHK vem trazer de novo para a ribalta a questão da reforma política do território vizinho. “Ele tem uma notória má reputação, portanto nem tudo o que ele diz pode ser levado a sério”, começa por dizer Jason Chao, da Associação Novo Macau. Uma opinião partilhada pelo analista político Eric Sautedé. “A realidade é que ninguém confia nele em Hong Kong, basta ver as sondagens. O nível de confiança no governo é muito baixo”, frisa, adiantando ainda que as declarações de Leung não são uma contradição no sentido literal da palavra, tendo em conta que a mudança de opinião é algo normal para o líder. “Ele diz uma coisa hoje e outra amanhã e depois as pessoas que peguem no quiserem. Age como não tendo qualquer direcção, portanto não me choca que se contradiga.” A questão terá a ver, isso sim, com as eleições que aí vêm. “Temos de olhar para o quadro geral”, diz Jason Chao, “a corrida para o novo Chefe do Executivo já começou. Portanto ele está a tentar ganhar suporte público.” Sautedé também não tem dúvidas sobre o assunto. “Está a tentar mostrar boa vontade porque, como desde 2014 as posições estão extremadas, mesmo conflituosas, está a tentar criar espaço de manobra, ou uma área cinzenta, paras próximas eleições”, diz o analista. “Basicamente é uma preparação para o debate para estar pronto para tudo”, acrescenta ainda Sautedé, explicando que “o lado pró-Pequim está muito mais dividido do que em Macau, como é o caso do DAB (Democratic Alliance for the Betterment and Progress of Hong Kong), um movimento muito próximo da população. Portanto, CY tem de servir estas clientelas. Naturalmente, existem outros grupos pró-Pequim que não querem saber e só fazem o que lhes mandam.” Recados de Pequim? Larry So, sociólogo e ex-docente de Administração Pública do Instituto Politécnico de Macau, tem uma visão diferente. Para o académico, “o Governo Central, ou o Gabinete de Ligação Hong Kong-Macau deu-lhe algum tipo de instruções para continuar a reforma política num futuro próximo mas, claro, dentro da linha deles”. A motivação de So tem a ver com uma necessidade de “acalmar a população” mas não acredita que a política “uma pessoa, um voto vá avante” a menos que “a eleição seja controlada e os candidatos restritos a um grupo. Não irão tão longe”, diz. Sautedé, por seu lado, tem dúvidas sobre a intervenção de Pequim, pois “é sempre um processo de negociação”, adicionando ainda que só se sabe que Pequim intervém quando existem fugas de informação das reuniões. “Por isso, estas acontecem cada vez mais em Shenzhen, ou noutros locais do continente, e à porta fechada. Praticamente já não ocorrem em Hong Kong porque havia sempre fugas de informação”, explica. Todavia, o analista concede que “o que pode estar a acontecer é Pequim começar a perceber que a linha dura não é a única possível e que não consegue resolver todos os problemas dessa forma. E Hong Kong já está suficientemente radicalizado.” Joshua Wong, líder do movimento “Scholarism” de Hong Kong, que estava em Pequim quando contactado pelo HM, tem uma visão diferente. Para o activista, “são dois tempos diferentes. Ele disse não haver tempo até às eleições mas isso não quer dizer que não apoie a reforma política depois”, pelo que não vê “qualquer tipo de contradição”, adiantando ainda em relação às declarações de Carrie Lam ser “algo para o próximo governo”. A verdade, para Jason Chao, é que não vale a pena falar de reforma política agora. “Não faz sentido. Está apenas a desviar as atenções das questões essenciais como o caso dos livreiros. O próximo Chefe do Executivo vai ser eleito segundo o velho sistema por isso é absurdo ele vir agora chamar o assunto.” No fundo, para Sautedé, “o facto de virem aí as eleições e a pressão do movimento indígena pode estar a fazer com que adopte uma posição mais próxima da Lei Básica que é ter um alto grau de autonomia para Hong Kong e Macau.” Macau passa ao largo A medida do impacto para Macau das posições de CY Leung parece, todavia, ser nula. Para Jason Chao, os governantes de Macau “até resistiram à ideia de um sufrágio falso como o proposto pela China para Hong Kong há dois anos, por isso não acredito que isto tenha qualquer impacto por aqui.” Recorde-se que, o “sufrágio falso” a que Chao se refere é, de facto, uma eleição “uma pessoa, um voto” mas apenas com um grupo restrito de três ou quatro candidatos aprovados por Pequim. Eric Sautedé vai mais longe na sua análise ao caso de Macau começando por comparar o tecido social local com o de Hong Kong. “A sociedade local, em termos de desenvolvimento, de modernidade, no sentido em que olha para política é diferente. Estamos num nível diferente. Não quer dizer que em Hong Kong não existam sectores tradicionais mas aqui é praticamente toda”, explica. “O debate de 2008, por exemplo, quando finalmente se passou o artigo 23, lembro-me de ouvir mentes liberais intelectuais de Macau dizerem que Hong Kong é muito mais um último recurso, uma rede de segurança para a mudança política em Macau”, conclui. Maioria de dois terços As eleições de Setembro afiguram-se, portanto, como cruciais para este processo porque a alteração do sistema existente requer o apoio de dois terços do Conselho Legislativo, o que significa que o governo precisa do apoio de vários pró-democratas, pelo menos. Também exigirá a aprovação do Comité Permanente do Congresso Nacional do Povo. Para além disso, as eleições de Setembro parecem também ser fundamentais para Leung decidir se avança, ou não, para a candidatura a segundo mandato cujas eleições realizam-se em Março do próximo ano. Em declarações recentes ao South China Morning Post, disse que iria esperar até depois de Setembro para decidir. Após as declarações sobre a reforma política continuou a apresentar o relatório anual da actividade do governo, com 39 páginas – o último antes das eleições para Chefe do Executivo – notando-se ter colocado uma tónica forte no progresso e realizações do seu governo, mencionando a iniciativa comercial “Uma Faixa, Uma Rota” 17 vezes. A líder dos democratas, Emily Lau Wai-hing, disse, por seu lado, não ter ficado nada convencida com as garantias de Leung sobre reforma política, pois “ele nunca mostrou qualquer tipo de entusiasmo para a fazer avançar”. “Mas é melhor tarde do que nunca”, disse ainda, apesar de suspeitar que era apenas conversa para reeleição.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio com PLP caiu 14,55% até Maio As trocas comerciais entre o gigante asiático e os países de língua portuguesa seguem em linha descendente nos primeiros cinco meses deste ano, a exemplo do que tem vindo a acontecer desde 2015 [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]comércio entre a China e os países de língua portuguesa caiu 14,55% entre Janeiro e Maio, face ao período homólogo de 2015, indicam dados oficiais ontem divulgados. Segundo as estatísticas dos Serviços da Alfândega da China, publicadas no portal do Fórum Macau, as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa totalizaram 32,73 mil milhões de dólares nos primeiros cinco meses do ano. Pequim comprou aos países de língua portuguesa bens avaliados em 22,31 mil milhões de dólares – mais 2,37% – e vendeu produtos no valor de 10,42 mil milhões de dólares – menos 36,89% comparativamente aos primeiros cinco meses de 2015. O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com o volume das trocas comerciais bilaterais a cifrar-se em 24,05 mil milhões de dólares, valor que traduz uma queda de 9,88% em termos anuais homólogos. As exportações da China para o Brasil atingiram 7,65 mil milhões de dólares, traduzindo uma diminuição de 39,19%, enquanto as importações chinesas totalizaram 16,40 mil milhões de dólares, reflectindo, em sentido inverso, uma subida de 16,25%. Com Angola, o segundo parceiro chinês no universo da lusofonia, as trocas comerciais caíram 33,93%, para 5,80 mil milhões de dólares. Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 611,6 milhões de dólares – menos 67,95% face aos primeiros cinco meses de 2015 – e comprou mercadorias avaliadas em 5,19 mil milhões de dólares, ou seja, menos 24,49%. Com Portugal, terceiro parceiro da China no universo lusófono, o comércio bilateral ascendeu a 2,09 mil milhões de dólares – mais 19,80% –, numa balança comercial favorável a Pequim, que vendeu a Lisboa bens na ordem de 1,56 mil milhões de dólares – mais 36,60% – e comprou produtos avaliados em 536 milhões de dólares, menos 11,80%. Em 2015, as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa caíram 25,73%, atingindo 98,47 mil milhões de dólares, a primeira queda desde 2009. Os dados divulgados incluem São Tomé e Príncipe, apesar de o país manter relações diplomáticas com Taiwan e não participar directamente no Fórum Macau. A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como a sua plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau (Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa), que reúne ao nível ministerial de três em três anos. A próxima conferência ministerial – a quinta desde 2003 – realizar-se-á este ano, mas ainda não há data marcada.
Hoje Macau China / ÁsiaApreendidos 880 quilos de barbatanas de tubarão martelo [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades alfandegárias de Hong Kong apreenderam 880 quilos de barbatanas de tubarão de uma espécie ameaçada na terça-feira, noticia ontem o jornal South China Morning Post. Os 880 quilos de barbatanas de tubarão martelo foram a segunda maior apreensão na cidade, tendo sido descobertos numa embarcação oriunda do Panamá. A mercadoria foi avaliada em 100 mil dólares. Activistas ligados à defesa da vida selvagem consideram que a apreensão demonstra que as barbatanas de espécies de tubarões listadas em acordos internacionais estão a ser escondidas dentro de remessas de outras barbatanas legais, de aspecto semelhante. O transporte por navio constituiu 92% de todas as importações de barbatanas de tubarão de Hong Kong – 5.717 toneladas – no ano passado, de acordo com dados oficiais. As importações de barbatanas de tubarão para Hong Kong caíram 42% entre 2010 e 2015. Durante esse período registou-se também uma queda de 72% nas importações por via área, para 450 toneladas. As transportadoras HK Express, Cathay Pacific e Dragonair anunciaram recentemente que iriam suspender todo o transporte de barbatanas de tubarão. Para os activistas, é claro que ainda há muitas empresas a facilitar o transporte ilegal. “Algumas empresas continuam a facilitar o que é claramente comércio ilegal. Esta apreensão prova que nenhum navio de carga ou companhia aérea pode assegurar que barbatanas ilegais não estão a ser escondidas no meio de outras barbatanas, não ilegais, de aspecto idêntico”, disse Alex Hofford, da WildAid.
Hoje Macau China / ÁsiaPCC urge Pequim a preparar-se para conflito no Mar do Sul [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m jornal oficial do Partido Comunista chinês (PCC) defendeu ontem que Pequim deve preparar-se para confrontos militares no Mar do Sul da China. “As disputas no Mar do Sul da China têm sido bastante complicadas depois da forte intervenção dos Estados Unidos. Agora um tribunal internacional também está envolvido, colocando mais ameaças à integridade marítima e soberania territorial da China”, escreve na sua edição em inglês o Global Times, jornal do grupo Diário do Povo, órgão central do PCC. Em causa está a decisão, aguardada para 12 de Julho, do Tribunal Permanente de Arbitragem (TPA), com sede em Haia, sobre a disputa entre a China e as Filipinas pela soberania do arquipélago das Spratly, ilhas no Mar do Sul da China disputadas, total ou parcialmente, também pela Malásia, Taiwan, Vietname e Brunei. “A China deve acelerar a construção das capacidades militares de dissuasão estratégica. Mesmo que a China não possa acompanhar militarmente os EUA a curto prazo, deve ser capaz de fazer os EUA pagar um custo que não podem suportar se interferirem na disputa do Mar do Sul da China pela força”, acrescenta o jornal. O editorial do Global Times termina com a declaração de que “a China é uma nação que ama a paz e que trata das suas relações internacionais com discrição, mas que não vai recuar se os EUA e o seu restrito grupo invadirem os seus interesses” no que consideram ser o seu território. “A China espera que as disputas sejam resolvidas através do diálogo, mas deve estar preparada para qualquer confronto militar. Isto é senso comum nas relações internacionais”, conclui o editorial. Controlo apertado A China anunciou no domingo que vai proibir até segunda-feira da próxima semana o acesso às águas à volta das ilhas Paracel, igualmente no Mar do Sul da China, controladas por Pequim e reclamadas também pelo Vietname e Taiwan, enquanto leva a cabo manobras militares. Pequim tomou o controlo das Paracel em 1974, depois de vencer uma batalha naval contra o então denominado Vietname do Sul. O conflito das Paracel remonta aos anos 1970, mas aumentou de intensidade nos últimos anos, coincidindo com uma maior implicação dos Estados Unidos nesta disputa.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jingping condena declínio do fervor ideológico no PCC No primeiro discurso feito num aniversário importante do partido, Xi Jingping apelou ao reavivar das tradições marxistas sob pena do “partido perder a sua alma e direcção”. O discurso surge quando o recrutamento de novos membros caiu para os valores mais baixos de sempre e aparenta um esforço para reinventar a legitimidade do Partido numa sociedade onde a população é cada vez mais próspera e exigente [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]um discurso feito na sexta-feira em Pequim, durante as comemorações do aniversário do Partido Comunista Chinês (PCC), o presidente Xi Jinping destacou a importância de preservar a legitimidade do órgão no poder. Xi destacou a ortodoxia ideológica como vital para garantir a legitimidade do Partido Comunista no poder, marcando o 95º aniversário do órgão governante com um forte apelo à disciplina política. “O relaxamento da fé idealista é a forma mais perigosa de relaxamento”, disse Xi na sexta-feira, durante uma reunião de dirigentes e membros do partido no Grande Salão do Povo, em Pequim. “O declínio de um partido político frequentemente começa com a perda ou a falta de fé idealista.” No discurso, que foi televisionado para todo o país, Xi defendeu veementemente as raízes marxistas do partido e seu sucesso na condução do crescimento económico da China, mas disse que qualquer desleixo no fervor ideológico do órgão pode ameaçar sua permanência de quase sete décadas no poder. “Virar as costas ou abandonar o marxismo significa que nosso partido perderia sua alma e direcção”, disse. Desde que assumiu o poder, no final de 2012, Xi tem vindo a revigorar o Partido Comunista com uma disciplina inflexível e um senso de propósito nacionalista destinados a combater a corrupção e a atrofia burocrática, face ao receio da liderança de que estes dois males destruam a legitimidade moral do exercício do poder. Os esforços tornaram-se mais prementes nos últimos 12 meses, em face da desaceleração económica chinesa, que abalou a confiança na liderança económica de Xi. Ao mesmo tempo, a política externa cada mais assertiva aguçou a resistência dos países vizinhos à China. “O discurso de Xi foi uma celebração e um alerta”, diz Jude Blanchette, investigador em Pequim que está a escrever um livro sobre o legado de Mao Tsé-Tung. É “um lembrete de que a visão de Xi para a China não pode ser divorciada de um Partido Comunista forte, organizado e altamente disciplinado”. Reaprender a cartilha É comum os líderes chineses usarem discursos nos principais aniversário do partido — comemorados a cada cinco anos — para salientarem as suas prioridades políticas. Alguns analistas dizem que este primeiro discurso de Xi indica que a disciplina ideológica continua a ser uma prioridade, à medida que se aproxima um importante congresso do partido, em 2017. A educação ideológica ganhou força nos meses anteriores ao aniversário do partido, com uma campanha que encorajou os membros a escreverem à mão a constituição do partido, que tem 15 mil caracteres, pagar as taxas de filiação no prazo e testar conhecimentos dos assuntos do partido. Só nesta semana, o partido lançou novas regras disciplinares para responsabilizar autoridades por negligência ou baixo desempenho. “A ênfase na ideologia é puramente uma questão para fazer todos rezarem pela mesma cartilha”, diz Blanchette. “É bom para a coesão da organização.” Alguns analistas dizem que as iniciativas de Xi representam uma aposta ambiciosa para reinventar as bases da legitimidade do Partido Comunista, com o objectivo de criar uma burocracia ágil e capaz de lidar com os desafios económicos do país e as exigências crescentes de uma população mais próspera. Ressuscitar de fantasmas No processo, Xi tem vindo a promover o moralismo tradicional confucionista e a combater as influências ocidentais, recorrendo a uma rigorosa campanha contra a corrupção para punir autoridades recalcitrantes. Também exortou membros, académicos e jornalistas a manifestarem fidelidade à liderança central. De permeio com medidas disciplinares, o crescimento do número de membros do partido caiu para o ritmo mais lento em quase 30 anos, aumentando apenas 1,1% em 2015, para quase 89 milhões, segundo dados do partido. Alguns membros do partido e cidadãos chineses temem que os métodos severos de Xi e invocações do discurso maoísta sejam sinais de um retorno a um governo mais ditatorial, à custa da tendência, hoje dominante no órgão, de uma liderança colectiva e consensual. No discurso de sexta-feira, porém, Xi sinalizou que não haverá pausa nos métodos disciplinares, dizendo que a sobrevivência do partido está em jogo. “Se não pudermos administrar o partido bem e governar o partido com rigidez”, disse, “então nosso partido vai acabar perdendo o direito de governar e, inevitavelmente, ser relegado à história”. Não nos vergam Em comentários que pareceram dirigidos aos seus adversários geopolíticos, como os Estados Unidos, Xi disse que a China “nem cria problemas, nem teme problemas” e que nunca “vai abrir mão dos seus principais interesses”. A afirmação foi feita dias antes do tribunal internacional de Haia decidir sobre o caso de arbitragem aberto pelas Filipinas contra as reivindicações territoriais chinesas no Mar da China Meridional. Recorde-se que as autoridades chinesas já afirmaram que o tribunal é ilegítimo e prometeram ignorar suas decisões. Os EUA instaram o governo chinês a aceitar o resultado da arbitragem. Wall Street Journal
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Vídeo tenta provar alegados crimes de livreiro [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades da China divulgaram ontem um vídeo para tentar provar alegados crimes do livreiro de Hong Kong Lam Wing-kee, que esteve desaparecido durante meses e disse ter sido detido por agentes chineses e mantido incontactável. A versão dos chineses sobre o desaparecimento do livreiro a uma delegação de Hong Kong foi divulgada num vídeo que dizem documentar a vida de Lam durante o período que esteve sob a sua custódia, noticia o jornal South China Morning Post. A delegação do Governo de Hong Kong está em Pequim para discutir a notificação de detenções de residentes na cidade por autoridades chinesas, depois de cinco livreiros da região, que vendiam e publicavam livros críticos de Pequim, terem desaparecido durante meses e reaparecido sob custódia das autoridades chinesas. De acordo com o vídeo, a que o jornal de Hong Kong teve acesso, Lam violou as condições da sua fiança ao recusar regressar à China, onde estava a ser investigado por vender livros proibidos. Lam regressou a Hong Kong no mês passado, mas só tinha sido autorizado a ficar por um curto período. Segundo o próprio, as autoridades chinesas queriam que lhes levasse um disco rígido com dados dos clientes da livraria onde trabalhava. Foi neste regresso a Hong Kong que, numa conferência de imprensa, contou a forma como foi detido e mantido em cativeiro e disse que não voltaria à China, como lhe tinha sido pedido. O Ministério da Segurança Pública disse que Lam é responsável pelo crime de negócio ilegal envolvendo 368 transacções de livros proibidos na China. As autoridades chinesas afirmam que as condições da fiança de Lam o obrigam a permanecer na cidade de Shaoguan. “Se ele se recusar a regressar, o departamento [de segurança pública] vai ter de rever as medidas de coacção de acordo com a lei”, indica um comunicado do departamento, citado pelo jornal. A medida mais grave pode implicar prisão. Da confissão O vídeo de 15 minutos mostra Lam a confessar ter violado as leis da China. “Porque violei as disposições legais da China, tenho muitos remorsos. Espero que o Governo chinês seja complacente comigo após este incidente porque estou certo que não voltarei a cometer o mesmo acto”, diz Lam no vídeo. No vídeo, o livreiro surge ainda a assinar uma declaração, poucos dias depois de ser detido: “Eu, Lam Wing-kee, não preciso de me encontrar com a minha família e, por enquanto, não irei contratar um advogado”. Imagens de uma câmara de videovigilância mostram Lam a “confessar pormenores dos crimes”, como, por exemplo, que era abordado por compradores da China através de uma rede social, que lhes dava uma lista de títulos e que a partir daí era efectuada a venda através de uma conta no Banco da China. Em Hong Kong, Lam revelou que foi vendado e algemado depois de ser travado e detido na fronteira, que foi levado para Ningbo, na província de Zhejiang, onde foi mantido num pequeno quarto e interrogado, tendo sido proibido de contactar familiares e um advogado.
Hoje Macau China / ÁsiaAssessor de Hu Jintao condenado a prisão perpétua [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]’braço direito’ do antigo Presidente da China Hu Jintao foi condenado a prisão perpétua por corrupção, obtenção ilegal de segredos de Estado e abuso de poder, anunciou ontem a televisão estatal chinesa CCTV. Ling Jihua, de 59 anos, decidiu não recorrer da sentença, acrescenta a agência de notícias oficial Xinhua. O assessor de Hu Jintao era uma figura proeminente da política chinesa até ter sido expulso do Partido Comunista Chinês (PCC), acusado de “grave violação da disciplina” e de ter “trocado poder por sexo”. Ling Jihua caiu em desgraça quando o seu filho morreu ao volante de um Ferrari, em Março de 2012, num episódio que abalou a liderança chinesa e coincidiu com o período de transição na cúpula do poder na China. Quase quatro anos depois daquele acidente, muitos pormenores continuam a ser segredo de Estado. As acusações contra Ling são “extremamente sérias”, referiu a 13 de Maio a Procuradoria-Geral da China, num comunicado. “Abusou do seu poder” enquanto director do Departamento Geral do Comité Central do Partido Comunista Chinês, em que trabalhou sob as ordens de Hu Jintao, “para receber uma larga quantia em propriedades e obter segredos de Estado”, segundo a mesma nota. Os casos de corrupção envolvendo altos quadros do PCC expulsos do partido resultam invariavelmente em pesadas penas de prisão. O caso mais mediático atingiu Zhou Yongkang, o ex-chefe da Segurança da China, condenado à prisão perpétua no ano passado, tornando-se o mais alto líder chinês preso condenado por corrupção desde a fundação da Republica Popular da China, em 1949. A campanha anti-corrupção lançada pelo actual Presidente chinês, Xi Jinping, que sucedeu a Hu Jintao, em Novembro de 2012, já resultou na prisão de mais de 130 quadros com a categoria de vice-ministro ou superior.
Hoje Macau China / ÁsiaTsai Ing-wen promete reformas militares em Taiwan [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, prometeu ontem profundas reformas militares durante uma cerimónia na Academia Militar de Kaohsiung. Depois de uma série de incidentes militares este ano, que culminaram na sexta-feira com o disparo acidental de um míssil na direção da China, que atingiu uma traineira taiwanesa e levou Pequim a pedir explicações, Tsai disse que estes “desafios apresentam oportunidades”. A chefe de Estado reconheceu que o exército de Taiwan “não está bem como está” e que “precisa de reformas, que devem ser drásticas e decisivas”. Tsai assegura que desde que assumiu o cargo a 20 de Maio tem dedicado especial atenção a questões como a orientação estratégica, as prioridades de recursos e o tamanho das forças armadas, bem como o equipamento e armamento necessários. Agora é o momento de promover uma reforma real da cultura militar que acabe com a ineficácia, porque “apenas as reformas trazem dignidade” e estas “só podem ser realizadas com disciplina”, assinalou a presidente taiwanesa. Insistiu que o investimento na defesa nacional deve ser um motor para a inovação industrial, defendendo a necessidade de maior ligação entre os militares e a indústria do sector. Taiwan possui um importante dispositivo militar perante a ameaça da China, que não renuncia ao uso da força para conseguir a unificação e impedir a independência formal da ilha. As relações entre Pequim e Taiwan, que a China considera parte do seu território, esfriaram consideravelmente após a eleição em Janeiro para a presidência taiwanesa de Tsai Ing-Wen, originária do Partido Democrático Progressista, tradicionalmente independentista.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan dispara míssil contra a China por engano [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a sexta-feira, um navio de guerra de Taiwan lançou por engano um míssil “destruidor de porta-aviões” na direcção da China e atingiu uma traineira taiwanesa, anunciou a marinha da ilha. O incidente, que causou um morto, ocorreu cerca das 8:10 locais durante um exercício, numa altura em que as relações entre a ilha nacionalista e Pequim se têm vindo a deteriorar. O míssil Hsiung-feng III, desenvolvido em Taiwan e com um alcance de 300 quilómetros, atingiu o navio de pesca ao largo de Penghu, arquipélago controlado por Taiwan no estreito da Formosa, tendo morto o capitão e ferido três outros tripulantes. O míssil atravessou a traineira sem explodir e sem a afundar e a marinha deu a entender que poderá tratar-se de erro humano. O porta-voz do Ministério da Defesa Chen Chung-Chi apresentou desculpas e condolências às famílias das vítimas. O Conselho dos Assuntos Continentais de Taiwan, encarregado da política em relação à China, recusou dizer se o incidente tinha sido comunicado a Pequim. Relações pouco estreitas As relações entre Pequim e Taiwan, que a China considera parte do seu território, esfriaram consideravelmente após a eleição em Janeiro para a presidência taiwanesa de Tsai Ing-Wen, originária do Partido Democrático Progressista, tradicionalmente independentista. Na quarta-feira, três dias depois de a China ter anunciado a suspensão de todas as comunicações com Taiwan, Tsai Ing-wen declarou que a manutenção da paz no estreito “representa uma parte muito importante na segurança regional”, independentemente do partido que governe a ilha. “Vamos continuar a dialogar com a China, apesar de neste momento, temporariamente, os canais de negociações oficiais se encontrarem interrompidos. Todavia, ainda existem outras opções de comunicação e diálogo”, disse durante uma visita ao Paraguai.
Hoje Macau China / ÁsiaSegurança alimentar preocupa presidente da ANP Zhang Dejiang, apresentou um relatório de inspecção à aplicação da nova Lei de Segurança Alimentar e os resultados não foram brilhantes. Muitos produtores “carecem de sentido de responsabilidade e alguns deles só procuram o lucro”, disse. De locais de processamento imundos, a adulteração de alimentos, ou fertilizantes químicos mal aplicados, os inspectores descobriram de tudo um pouco [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] mais alto legislador da China disse na quinta-feira que a segurança alimentar na China continua “severa” e pediu para melhorar a supervisão e os padrões de segurança. Foram descobertos locais de processamento de alimentos imundos, fraudes e adulteração na produção de alimentos, além de irregularidades no transporte, indicou o presidente do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Zhang Dejiang, ao apresentar um relatório aos legisladores sobre a inspecção da implementação da Lei de Segurança Alimentar. O país tem mais de 11,85 milhões de empresas de alimentos licenciadas, disse Zhang. O relatório foi elaborado após o Comité Permanente da ANP terminar a inspecção nacional sobre o cumprimento da lei em Abril e Maio. Falta de escrúpulos Liderados por Zhang e quatro vice-presidentes do Comité Permanente da ANP, cinco grupos de inspecção foram a 10 regiões provinciais, incluindo Tianjin, Mongólia Interior, Hubei, Guangxi e Chongqing. Os grupos visitaram centros de criação, mercados de produtos agrícolas, produtores de alimentos, negócios de catering e outras unidades. Os inspectores descobriram que alguns produtores de alimentos carecem de um firme sentido de responsabilidade e que alguns deles só procuram obter lucros. Além disso, descobriu-se ainda que na fase de plantação, os pesticidas e os fertilizantes químicos não são utilizados de maneira apropriada, explicou Zhang. Embora tenham sido criados quase 683 padrões de segurança alimentar e mais de 4.000 limites para os níveis de pesticidas, a supervisão da segurança alimentar é fraca em algumas áreas, afirmou Zhang. No entanto, a situação geral da segurança alimentar na China melhorou e a qualificação de amostras de alimentos foi de 96,8% em 2015, uma alta de 2,1 pontos percentuais em relação ao nível de 2014. Milhões em multas Foi estabelecido um mecanismo de cooperação interdepartamental de segurança alimentar, acrescentou Zhang, que assinalou que as sanções severas contra os infractores tiveram um efeito dissuasivo. Em 2015, a Administração Geral da Supervisão de Alimentos e Medicamentos supervisionou a investigação de 364 importantes casos de segurança alimentar e as autoridades de administração de alimentos e medicamentos em todos os níveis investigaram mais de 240 mil casos e emitiram multas no valor de 1,165 mil milhões de yuans. Desde que a revisão da Lei de Segurança Alimentar foi promulgada, a polícia descobriu 15 mil casos criminosos relacionados com os assuntos de segurança alimentar, com mais de 26 mil suspeitos investigados. Zhang sugeriu o reforço da publicidade da lei da segurança alimentar, o impulso da supervisão ao cultivo e a necessidade de um sistema de padrões consistente com as condições internacionais e chinesas. O presidente do Comité Permanente da ANP também sugeriu melhorar as agências de provas de alimentos. A sessão semanal do Comité Permanente da ANP terminou no sábado mas antes, na quinta-feira, Zhang Dejiang presidiu ainda a uma reunião de líderes do Comité Permanente do organismo onde foram apresentados relatórios sobre diversos temas, nomeadamente propostas de revisão às leis relacionadas com protecção de animais selvagens, poupança de energia e a própria qualificação de alguns dos membros da ANP.
Hoje Macau China / ÁsiaTribunal expande acusação contra Ng Lap Seng [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]egundo a Reuters em Nova Iorque, foi deduzida uma nova acusação contra Ng Lap Seng, o empresário de Macau acusado de subornar John Ashe, o ex-presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), e de ter proporcionado benefícios a um, ou mais, membros do Programa de Desenvolvimento da ONU (PDNU) para construir um centro de conferências em Macau. A acusação foi agora expandida: o período de tempo dos alegados crimes foi expandido para Setembro de 2015, quando Ng e Yin foram presos num caso separado de 2014. Esta ampliação do período temporal sobrepõe-se com as actividades desenvolvidas na ONU pela empresa de Ng Lap Seng, a Sun Kian Ip Group, cuja fundação em Maio de 2015 proporcionou um milhão e meio de dólares ao gabinete da ONU de cooperação Sul-Sul, um departamento focado na promoção da cooperação entre países em desenvolvimento. Uma auditoria à PDNU divulgada em Maio reporta que os fundos foram parcialmente utilizados para cobrir os custos de uma conferência em Macau, em Agosto de 2015, co-patrocinada por uma fundação ligada ao Sun Kian Ip Group. Ashe foi incluído na brochura como presidente adjunto da Fundação Sun Kian Ip Group. Na mesma altura, o PDNU referiu que os participantes no evento insistiram na criação de um centro de conferências patrocinado pela ONU em Macau. Em silêncio Questionados pela imprensa, nem os advogados de Ng Lap Seng nem os de Yin quiseram fazer quaisquer comentários a estes novos desenvolvimentos. Antes, tanto um como outro declararam-se inocentes. Os representantes do PDNU também ainda não fizerem qualquer comentário a esta nova acusação. A revisão da acusação surge após a morte de Ashe, antigo embaixador da Antígua e Barbuda junto da ONU, que serviu como presidente da Assembleia Geral do organismo entre 2013 to 2014, e que faleceu no passado dia 22 de Junho num acidente de halterofilismo.
Hoje Macau China / ÁsiaEmpresas chinesas ascendem no palco internacional Boston Consulting Group publicou ontem um relatório onde lista as 100 maiores “competidoras globais” verificando-se que mais de uma quarto são chinesas. Por outro lado, ficou-se também a saber que as empresas das economias emergentes já ocupam mais de 40% de participação no mercado industrial [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s empresas com rápido crescimento em vários sectores na China e outras economias emergentes estão a ascender no palco internacional, de acordo com um relatório do Boston Consulting Group (BCG). O relatório, publicado na segunda-feira, lista 100 empresas consideradas como “competidoras globais”, as empresas de desenvolvimento contínuo em direcção ao mercado global com desempenhos excelentes. Daquele total, 28 empresas são chinesas, ou seja, mais de um quarto. “As empresas chinesas são o maior grupo da lista. Por isso, pelo tamanho absoluto da posição, terão mais impacto do que qualquer outra”, disse Dinesh Khanna, co-autor e líder da prática de Vantagem Global do BCG. Entre as empresas chinesas listadas estão Alibaba Group, Citic Group, Dalian Wanda Group Co., Xiaomi Corp. e China Eastern Airlines Corp. “Acreditamos que estas empresas representam a próxima força do crescimento económico”, disse Khanna. Emergentes em força De acordo com o relatório, as empresas das economias emergentes já ocupam mais de 40% de participação no mercado industrial, dos electrodomésticos à construção e bens imobiliários. “Há dez anos, a lista de competidores globais era dominada pelas empresas de recursos e mercadorias industriais competindo em termos de custo. Muitos competidores de hoje dependem do consumo da classe média nos mercados emergentes e outros lugares,” disse Michael Meyer, co-autor e parceiro com base em Singapura. Apesar da turbulência económica em diferentes países, o rendimento e os lucros de 100 empresas mantiveram-se num nível estável. No total, entre 2005 e 2014, conseguiram quadruplicar os rendimentos no exterior para 944 mil milhões de dólares. Estas empresas, nos seus processos de desenvolvimento, também se envolveram na aquisição de empresas estrangeiras para expandir escala, explorar novos mercados ou procurar melhoria de tecnologia, indicou o relatório. Fundado em 1963, o BCG é uma das principais consultorias no mundo em relação à estratégia comercial com 85 escritórios em 48 países.
Hoje Macau China / ÁsiaMaior grupo de terra rara chinês é formado para impulsionar indústria [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] aquisição e a integração da empresa para formar o Grupo de Terra Rara do Sul da China foram autorizadas por um painel de especialistas, disseram as autoridades na quarta-feira. O grupo foi estabelecido pelo Grupo de Terra Rara de Ganzhou, Grupo de Cobre de Jiangxi e Grupo de Terra Rara e Metais Raros de Tungsténio de Jiangxi em Abril de 2015 em Ganzhou, Província de Jiangxi, como parte das medidas para promover a integração de recursos ao integrar empresas para formar entidades maiores. Segundo Li Zhuxing, vice-presidente de Grupo da Terra Rara de Ganzhou, o trabalho de fusão do grupo passou pela avaliação de especialistas durante uma conferência de inspecção organizada pela Comissão de Indústria e Tecnologia da Informação de Jiangxi na segunda-feira. Com um investimento de mil milhões de yuans, o grupo realizou a fusão de 24 empresas de terra rara e formou uma cadeia industrial completa incluindo exploração, fundição, processamento, comércio e pesquisa. O grupo impulsiona a capacidade de explorar 43.600 toneladas de terra rara crua por ano e fundir e separar 59.200 toneladas dos minerais anualmente. Zhang Fengkui, funcionário da Associação de Indústria de Terra Rara da China, disse que a formação do grupo pode reestruturar a indústria e melhorar a eficiência da utilização de recursos. Na frente A China é o maior produtor e exportador de terra rara do mundo. Estima-se mesmo que cerca de 97% destas terras sejam produzidas na China mas a indústria tem uma série de problemas, tais como mineração ilegal, contrabando e falta de competitividade devido a fraca pesquisa e desenvolvimento. A exploração excessiva também causou danos ambientais mas, devido à diminuição das quantidades exportadas, outros países têm vindo a incrementar a extracção de terras raras. Em 2011, o Conselho de Estado da China emitiu uma directriz para melhorar a gestão da indústria, incluindo o combate à mineração ilegal e o incentivo de fusões. As terras raras ou metais de terras raras são um grupo relativamente abundante de 17 elementos químicos. As principais fontes económicas de terras raras são os minerais monazite, bastnasite, xenótimo e loparite e as argilas lateríticas que absorvem iões. As suas propriedades químicas e físicas são utilizadas numa grande variedade de aplicações tecnológicas e estão incorporadas em supercondutores, magnetos e catalisadores, entre outros. Foram também muito usadas em tubos de raios catódicos para televisores e computadores.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Esperados 100 mil em marcha do aniversário da transição [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Frente Civil dos Direitos Humanos, que organiza a marcha anual em Hong Kong, pelo aniversário da transição para a China, a 1 de Julho, estima a participação de 100.000 pessoas na manifestação de sexta-feira, segundo a imprensa local. A marcha vai ser liderada pelo livreiro Lam Wing-kee, que esteve desaparecido e regressou recentemente a Hong Kong, e por outros dois residentes da antiga colónia britânica – Ching Cheong e Lau Shan-ching – que no passado também estiveram presos na China, escreve a Hong Kong Free Press (HKFP). Ligado a uma editora que publicava em Hong Kong livros críticos do regime chinês e sobre a vida privada de líderes chineses, Lam Wing-kee esteve oito meses detido e diz ter sido sequestrado por “forças especiais” do interior da China após ter passado a fronteira de Hong Kong para a cidade de Shenzhen no ano passado. Ching Cheong foi detido em 2005 por cerca de mil dias por alegados crimes de espionagem enquanto trabalhava para o jornal de Singapura The Straits Times, e o ativista Lau Shan-ching foi preso em 1981, pelo período de dez anos, por ajudar activistas chineses na cidade de Guangzhou, acrescenta a HKFP. “Os três trabalharam durante muito anos pela democracia, liberdade e direitos humanos, e foram encarcerados e privados das suas liberdades porque foram corajosos o suficiente para falar [contra o regime chinês]”, disse Jimmy Sham Tsz-kit, da Frente Civil dos Direitos Humanos. Guerra ao número O tema da marcha deste ano é “At war with 689” [Em guerra com o 689], em alusão ao número de votos com que o actual chefe do Executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, foi eleito em 2012, escreve o South China Morning Post. O chefe do Governo de Hong Kong é escolhido por um colégio eleitoral formado por 1.200 membros, representativos dos vários setores da sociedade, dominado por elites pró-Pequim. A China prometeu sufrágio directo nas próximas eleições para o chefe do executivo em 2017, mas condicionadas a uma triagem, ou seja, a população poderia escolher o seu representante máximo mas apenas entre o universo de candidatos escolhidos numa pré-seleção por um comité, uma reforma política que viria a ser chumbada pelo Conselho Legislativo de Hong Kong em junho do ano passado. Uma marcha sai para as ruas anualmente na antiga colónia britânica a 1 de Julho, data da transferência de soberania de Hong Kong para a China. Os manifestantes, que partem às 15:00 locais (08:00 em Lisboa) do Parque Victoria, na zona de Causeway Bay, até à sede do Governo, em Admiralty, vão também reivindicar o sufrágio universal, um plano de pensões de reforma universal, assim como a definição padronizada das horas de trabalho, e o fim de ‘elefantes brancos’ nos projectos de infra-estruturas da cidade. No mesmo dia da marcha, os grupos ‘localists’ Hong Kong Indigenous, Hong Kong National Party e Youngspiration vão realizar uma concentração junto ao Gabinete de Ligação, pelas 19:00 locais. Heróis dos livros Estes grupos enaltecem o livreiro Lam Wing-kee como um herói, pela coragem em falar contra o regime chinês, e instam a população a aparecer e a agir contra “os raptos das pessoas de Hong Kong pelo Governo chinês”. Antiga colónia britânica, Hong Kong foi devolvida à República Popular da China em 1997, sob a fórmula “um país, dois sistemas”, que promete manter os sistemas sociais e económicos da cidade durante 50 anos, detendo o estatuto de Região Administrativa Especial. Nos últimos anos têm aumentado os receios quanto à erosão das liberdades de Hong Kong, tendo o desaparecimento, no final de 2015, de cinco livreiros, que trabalhavam para a mesma livraria e editora, incluindo Lam Wing-kee, contribuído para o aumento dos receios.
Hoje Macau China / ÁsiaPaz no estreito de Taiwan é importante para segurança regional [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] manutenção da paz no estreito de Taiwan “representa uma parte muito importante na segurança regional”, independentemente do partido que governe a ilha, disse na terça-feira a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, em visita ao Paraguai. “Independentemente do partido que esteja no poder em Taiwan, temos sempre um único e comum objectivo que é manter a paz e a estabilidade no estreito”, destacou Tsai Ing-wen, do Partido Democrata Progressista (PDP). Nesse sentido, explicou estar “certa” de que todas as partes interessadas na manutenção da paz no estreito de Taiwan “vão ajudar, de uma outra forma”, a prosseguir esse objectivo. “Todas as partes vão trabalhar de forma comum, tendo em conta que a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan representa os máximos interesses para todas as partes pertinentes”, afirmou a chefe de Estado. Canais entupidos Tsai Ing-wen, que se encontra de visita oficial no Paraguai até quinta-feira, também falou sobre a recente suspensão de comunicações oficiais entre Taipé e Pequim. “Vamos continuar a dialogar com a China, apesar de neste momento, temporariamente, os canais de negociações oficiais se encontrarem interrompidos. Todavia, ainda existem outras opções de comunicação e diálogo”, disse. Neste sentido, sublinhou que Taiwan vai utilizar todos os recursos disponíveis “para que essa diferença de posturas se possa manter no caminho da paz”. A China justificou a sua decisão, anunciada no domingo, de suspender todas as comunicações com Taiwan com a recusa, por parte de Tsai Ing-wen de aceitar o chamado “Consenso de 1992”, que foi a base política das relações bilaterais nos últimos anos. Ao abrigo do “Consenso de 1992”, as duas partes reconhecem que existe apenas uma China, mas cada um dos lados faz a sua própria interpretação desse princípio. Taipé disse, em reacção, que irá manter as portas do diálogo abertas e fez um apelo para que “ambas as partes cooperem na protecção dos direitos e bem-estar” dos cidadãos de ambos os lados do estreito de Taiwan. O anúncio da suspensão das comunicações teve lugar quando a Presidente de Taiwan viajava para o Panamá, onde participou, no fim de semana, na abertura da ampliação do Canal, donde seguiu depois para o Paraguai. O Paraguai é o único país da América do Sul que mantém laços diplomáticos com o Governo de Taipé, e o primeiro país onde Tsai se desloca enquanto chefe de Estado, depois de ter tomado posse no passado dia 20 de Maio, numa cerimónia que contou com o Presidente paraguaio, Horacio Cartes. A América Latina e o Caribe constituem o principal ‘bastião’ diplomático de Taiwan na sua disputa de soberania com a China, já que 12 dos 22 aliados diplomáticos da ilha pertencem a essa região do mundo, incluindo o Paraguai.
Hoje Macau China / ÁsiaBrexit | Díli em diálogo com Lisboa e Londres sobre luso-timorenses [dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]imor-Leste está em contactos preliminares com as autoridades portuguesas e inglesas para acompanhar a situação dos luso-timorenses no Reino Unido, na sequência do referendo de saída da União Europeia, disse ontem o chefe da diplomacia timorense. “Estamos em contacto com as autoridades inglesas sobre o processo que vai decorrer até 2018. E estamos em contacto com Portugal para ver quais são os passos, em caso de haver uma alteração da lei laboral na Inglaterra em relação aos cidadãos da UE”, disse Hernâni Coelho. “Estamos a antecipar possíveis acontecimentos depois desta decisão do referendo. Mas neste momento ainda é cedo demais para especular sobre o que vai acontecer. Estamos em contactos preliminares, mas temos que ver como decorrem agora as negociações e se implementa esta decisão”, sublinhou. O ministro dos Negócios Estrangeiros timorense disse que os dados indicam que residam no Reino Unido cerca de 16 mil cidadãos portugueses naturais de Timor-Leste. Remessas de peso Anualmente milhares de timorenses, beneficiando da lei da nacionalidade portuguesa, deslocam-se ao consulado em Díli para obter nacionalidade portuguesa que usam, na maioria dos casos, para ir trabalhar para o Reino Unido. As remessas que enviam para Timor-Leste, como ocorre com emigrantes timorenses noutros locais, são significativas para muitas famílias timorenses. As contas do Governo indicam que os luso-timorenses no Reino Unido podem mandar em média para Timor-Leste cerca de 30% do seu salário, que rondará um valor aproximado de 2.000 dólares. Isso implicaria que, mensalmente, chegariam a Timor-Leste remessas do Reino Unido de milhões de dólares, valor que Hernâni Coelho admite ser difícil estimar com certeza. Mais claro, por exemplo, são os dados das remessas dos cerca de 2.000 trabalhadores timorenses que estão na Coreia do Sul – no âmbito de um programa bilateral – e que enviam para Timor-Leste anualmente entre 10 e 12 milhões de dólares. Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido deve sair da UE, depois de o ‘Brexit’ (nome como ficou conhecida a saída britânica da União Europeia) ter conquistado 51,9% dos votos no referendo de quinta-feira. Logo na sexta-feira, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou a sua demissão, com efeitos em outubro, e os líderes da UE defenderam uma saída rápida do Reino Unido. O Conselho Europeu reúne-se na terça e quarta-feira em Bruxelas para analisar os cenários pós-Brexit.
Hoje Macau China / ÁsiaEditor adjunto da revista do Partido Comunista Chinês suicidou-se Deprimido por causa dos embates ideológicos no seio do Partido, Zhu Tiezhi, de 56 anos, enforcou-se no parque de estacionamento do edifício da revista. As ligações a um antigo assessor, caído em desgraça, de Hu Jintao, podem também estar na origem da tragédia [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] editor adjunto da revista do Partido Comunista da China (PCC) suicidou-se, informou ontem a imprensa chinesa, na qual circulam inúmeras hipóteses sobre as razões da morte, que incluem lutas políticas internas, liberdade de expressão e corrupção. Zhu Tiezhi, 56 anos, reputado ensaísta das teorias do PCC e editor adjunto da publicação periódica Qiushi (“A busca pela verdade”) enforcou-se no parque de estacionamento do edifício que alberga os escritórios da publicação periódica do PCC, de acordo com informações publicadas ontem pelos órgãos de comunicação social chineses. Segundo a revista Caixin, que cita um amigo da vítima, Zhu estava deprimido com os conflitos ideológicos no seio do partido entre reformistas e os defensores, cada vez mais virulentos, de uma linha conservadora. Se o PCC não puder resolver os verdadeiros problemas, “os debates ideológicos tornar-se-ão conversas vazias e irão minar a confiança mútua entre o partido, o Governo que lidera e as pessoas”, disse, citando um artigo de Zu. Cerco maior Desde a chegada ao poder do Presidente chinês, Xi Jinping, no final de 2012, as autoridades restringiram o espaço para debate tanto no seio do partido como na sociedade em geral. Zhu acreditava, porém, que, como académico, deveria preservar a sua integridade, a sua forma independente de pensar e as suas opiniões únicas, indicou a mesma revista, citando o amigo não identificado. Mas, sublinha a Caixin, “essa preocupação não se coaduna com o apelo do partido para que os seus membros se unam atrás da linha do partido”. O portal no Diário do Povo, órgão oficial do PCC, publicou no domingo um curto artigo sobre a morte de Zhu sem entrar, contudo, em detalhes sobre as causas para o suicídio, cometido no passado dia 25. O texto foi visto por inúmeros órgãos de comunicação, mas a maioria apenas o referiu ontem. Órgãos de comunicação social chineses no estrangeiro especularam que Zhu se matou em parte por causa das suas ligações a Ling Jihua, um antigo assessor do antecessor de Xi Jinping, Hu Jintao, caído em desgraça. O antigo ‘braço direito’ do ex-Presidente chinês Hu Jintao foi acusado, em Maio, de ter aceitado subornos e obter ilegalmente segredos de Estado. Ling Jihua, 59 anos, era uma figura proeminente política chinesa até ter sido expulso do Partido Comunista Chinês (PCC), acusado de “grave violação da disciplina” e de ter “trocado poder por sexo”.
Hoje Macau China / ÁsiaHK | Para CY Leung “não é realista” recomeçar a reforma política O Chefe de Hong Kong recusa pensar em reforma política até ao final do mandato, ou seja daqui a um ano. “Não há tempo”, assegura o governante que garante Hong Kong como uma “sociedade plural” com “leis de difamação muito liberais” e, em relação ao “segundo sistema”, diz estar vivo e de boa saúde. Recandidatura? Ainda não decidiu [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]Y Leung, líder do Governo de Hong Kong, não pretende, no ano que lhe resta até ao fim do mandato, retomar o processo da reforma política, alegando que “não tem tempo”, “não é realista” e não há consenso na sociedade. “Por mais que quisesse retomar o processo de desenvolvimento político, não acho que vá ter tempo nos próximos 12 meses e não acho que temos o consenso necessário na sociedade (…). Sei que Pequim não vai rever a Lei Básica, não é realista recomeçar o processo”, disse, em entrevista ao South China Morning Post. Em 2014, Pequim avançou com uma proposta de reforma política que previa a introdução de voto universal para o líder do Governo, mas só depois de os candidatos (dois a três) serem pré-seleccionados por uma comissão de 1.200 membros, vista como próxima de Pequim. A proposta, que esteve na origem do movimento Occupy Central, que durante 79 dias bloqueou as ruas da cidade, foi rejeitada pelo Conselho Legislativo. Na mesma entrevista, CY Leung garantiu que Hong Kong permanece uma cidade plural e livre, apesar dos receios de um maior controlo de Pequim, particularmente após o caso dos cinco livreiros de Hong Kong que desapareceram, sendo meses depois conhecido que tinham sido detidos pelas autoridades da China. “Somos uma sociedade plural. Permitimos que se façam todo o tipo de sondagens. Permitimos que as pessoas desenhem todo o tipo de cartoons. Temos leis de difamação muito liberais em Hong Kong. Não pomos pessoas atrás das grades porque atacam o chefe do executivo. É parte da vida em Hong Kong”, afirmou. Apesar disso, e mesmo tendo em conta o caso dos livreiros, que gerou receios de uma ameaça ao princípio ‘Um país, dois sistemas’, o governante admitiu que a diplomacia com a China é feita com cuidado. “Entre governos de países soberanos, as pessoas não usam uma diplomacia de megafone. O mesmo se passa com Hong Kong e a China. Não vou dizer se esta é a mais grave ameaça ao princípio ‘Um país, dois sistemas’. O principal é que quero expressar e transmitir as preocupações das pessoas de Hong Kong a Pequim e espero uma resposta de Pequim a essas preocupações”, disse. Na China, sê chinês Na segunda-feira, as autoridades de Pequim e Hong Kong concordaram em iniciar a discussão para melhorar o mecanismo de notificação recíproca lançado no ano 2000. CY Leung frisa que o mais importante neste processo é “saber o mais rapidamente possível quando um residente de Hong Kong é detido numa jurisdição fora de Hong Kong”. “Isso aplica-se a governos estrangeiros e deve também aplicar-se à China, porque temos dois sistemas diferentes. O que quero é um acordo semelhante ao que temos com jurisdições estrangeiras. O elemento chave é a notificação. Acho que as pessoas de Hong Kong têm noção de que quando estão fora de Hong Kong, se espera que cumpram as leis do país ou cidade de acolhimento”, afirmou. Dos cinco livreiros que desapareceram entre Outubro e Dezembro do ano passado e só este ano reapareceram sob a custódia das autoridades chinesas, três foram detidos na China, um na Tailândia e outro, Lee Bo, em Hong Kong – a sua saída da cidade nunca foi registada num posto fronteiriço. Na mesma entrevista, CY Leung diz ainda não ter decidido se quer concorrer a um segundo mandato.
Hoje Macau China / ÁsiaBrexit | Japão estuda ajudas até 88.000 milhões de euros [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] governo japonês estuda um pacote de ajudas que poderá alcançar até 10 biliões de ienes (88.000 milhões de euros) para mitigar os efeitos do “Brexit” sobre as empresas e a economia nipónica. A medida foi debatida ontem no seio de uma reunião do Conselho de Política Económica e Fiscal em que participou o primeiro-ministro, Shinzo Abe, o ministro das Finanças, Taro Aso, e o governador do Banco do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda. Segundo adiantou a agência Kyodo, esse pacote seria dotado com um montante de entre 5 e 10 biliões de ienes (entre 44.000 milhões e 88.000 milhões de euros), a ser aprovado após as eleições do Senado, no próximo dia 10 de Julho. Contudo, alguns analistas financeiros ou membros do partido no poder (Liberal Democrata, PLD) insistiram que a verba deve ser muito maior para não comprometer o ritmo de recuperação da terceira economia mundial. Juros baixos O pacote de estímulo contempla mecanismos para mitigar os efeitos da valorização do iene – consequência mais imediata do “Brexit” – e o possível agravamento do ambiente empresarial para as companhias japonesas com operações no Reino Unido. O pacote contempla, de momento, planos de financiamento com taxas de juro muito baixas para as pequenas e médias empresas através da estatal Corporação Financeira do Japão. “Devemos tomar todas as medidas possíveis para prevenir todo o impacto negativo na economia nipónica, especialmente no que se refere às pequenas e médias empresas”, insistiu ontem o primeiro-ministro, após o encontro. Também está a ser estudada a possibilidade de o Banco de Cooperação Internacional do Japão expandir as suas linhas de crédito em divisas estrangeiras para grandes empresas que operem fora do arquipélago. Ao mesmo tempo, segundo as informações aventadas, aprovar-se-ão subsídios para empresas que não levem a cabo despedimentos, estando também em análise a eventual distribuição de vales de desconto para que os turistas que visitam o Japão não sofram com a grave valorização da moeda japonesa. Com mais de 1.300 empresas em solo britânico (40% das quais manufactureiras), o Japão é o segundo maior investidor estrangeiro no Reino Unido, a seguir aos Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaPolícias de Hong Kong e China discutem notificação recíproca [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]No seguimento dos livreiros desaparecidos, CY Leung, escreveu ao Governo central para reflectir a preocupação dos residentes. O resultado foi o início da discussão para melhorar o mecanismo de notificação mútua criado para salvaguardar os direitos dos residentes de ambos os lados da fronteira. Da China garante-se que o Segundo Sistema é respeitado mas Lam Wing-kee, um dos livreiros, disse ontem à polícia ter sido raptado As autoridades de Pequim e Hong Kong concordaram em iniciar a discussão para melhorar o mecanismo de notificação lançado no ano 2000, informa a agência de notícias chinesa Xinhua. De acordo com um comunicado do Ministério da Segurança Pública divulgado ontem, delegados de Hong Kong vão ser convidados para discutir questões relevantes. Na semana passada, o Chefe do Executivo de Hong Kong, CY Leung, escreveu ao Governo central para reflectir a preocupação dos residentes sobre o caso do desaparecimento de cinco livreiros ligados a uma editora que publicava livros proibidos no interior da China, e para propor a revisão do mecanismo de notificação entre as duas partes. Desde Janeiro de 2000, quando o mecanismo de notificação recíproca assinado pelo Ministério da Segurança Pública da China e pelo Governo de Hong Kong entrou em vigor, ambas as partes aumentaram as comunicações sobre os casos de alegados crimes cometidos por residentes dos dois lados da fronteira, refere a Xinhua. De acordo com o comunicado do ministério, um total de 6.172 residentes de Hong Kong colocados sob “medidas coercivas” no interior da China foi reportado à polícia de Hong Kong no final de 2015. “Medidas coercivas” podem incluir intimação pela força, caução, prisão domiciliária, detenção e prisão, de acordo com a Procuradoria Popular Suprema (SPP). No mesmo período, 6.934 residentes do interior da China que foram colocados sob “medidas coercivas” em Hong Kong foram reportados à polícia do interior da China. Acusações de sequestro O comunicado refere também que a polícia do interior da China tem respeitado o princípio “Um país, dois sistemas” e absteve-se de interferir com as actividades de aplicação da lei pelas autoridades de Hong Kong. O mecanismo recíproco desempenha um papel fundamental na salvaguarda dos direitos dos residentes de Hong Kong e do interior da China, acrescenta o comunicado, que refere ainda a necessidade de melhorar o sistema que está em vigor há mais de uma década. A informação surge no mesmo dia em que o livreiro Lam Wing-kee, que regressou a Hong Kong em meados deste mês, prestou declarações à polícia no território. Dias depois do regresso a Hong Kong, Lam Wing-kee deu uma conferência de imprensa na qual disse ter sido sequestrado por “forças especiais” da polícia chinesa ao passar a fronteira para o interior da China, onde ficou detido durante oito meses, período durante o qual fez uma confissão que diz ter sido orquestrada pelas autoridades chinesas. Desaparecimentos misteriosos Lam Wing-kee, de 61 anos, é um dos cinco livreiros que desapareceram em circunstâncias misteriosas, entre Outubro e Dezembro de 2015. Os cinco livreiros trabalhavam na mesma editora de Hong Kong, conhecida por publicar livros sobre a vida privada de líderes chineses e intrigas políticas na cúpula do poder, os quais são proibidos no interior da China. Três dos livreiros – Lam Wing-kee, Cheung Chi-ping e Lui Por – desapareceram quando se encontravam no interior da China. Todos reaparecerem semanas mais tarde na China, sob tutela das autoridades chinesas, e surgiram na televisão estatal a assumir crimes, em confissões que familiares, amigos e associações de defesa dos direitos humanos desconfiam terem sido feitas sob coacção. Gui Minhai – um cidadão com passaporte sueco – foi o primeiro dos cinco livreiros a desaparecer, durante uma visita à Tailândia, e é o único que continua detido. Lee Bo desapareceu em Dezembro a partir do território de Hong Kong, sem que haja qualquer registo na fronteira com a China.
Hoje Macau China / ÁsiaBrexit | Li Keqiang apela ao esforço global [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]A saída do Reino Unido da União Europeia (UE) aumentou as incertezas no mercado global. Segundo o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, o mundo precisa de fazer esforços concertados para obter um método para promover a revitalização da economia global. Li proferiu estas palavras na Reunião Anual dos Novos Campeões, em Tianjin, na segunda-feira de manhã. Para o líder chinês, a Europa é um parceiro importante da China e Pequim continuará a manter a sua posição face à Europa e ao Reino Unido. “Esperamos uma UE unificada e estável, bem como uma Grã-Bretanha estável e próspera”, disse o primeiro-ministro. Num mundo globalizado, todas as economias são altamente interdependentes, e, portanto, precisam de dar as mãos e avançar em conjunto, acrescentou. A Reunião Anual dos Novos Campeões 2016, também conhecida por Fórum de Davos de Verão, realizada entre os dias 26 e 28 de Junho, tem como tema nuclear a “quarta revolução industrial e seu impacto transformacional”. Cerca de 1.700 políticos, empresários, académicos e representantes da imprensa de mais de 90 países participam do evento.
Hoje Macau China / ÁsiaPutin e Xi Jinping estreitam vínculos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, e o seu homólogo russo Vladimir Putin, de visita a Pequim, evidenciaram ontem os pontos de ligação e de cooperação entre os dois países, actualmente envolvidos num clima de tensão com o Ocidente. “A Rússia e a China têm pontos de vista muito próximos ou praticamente idênticos sobre o cenário internacional”, declarou Putin, que está a realizar a quarta visita a Pequim desde que Xi Jinping chegou ao poder em 2013. O líder do Kremlin acrescentou que discutiu com o seu homólogo chinês “o fortalecimento da luta global contra o terrorismo internacional”, a questão do programa nuclear da Coreia do Norte, a situação na Síria e no Mar do Sul da China. “O Presidente Putin e eu concordamos que perante um contexto internacional cada vez mais complexo e em mutação que devemos redobrar os esforços para manter o espírito de parceria e de cooperação estratégica sino-russa”, afirmou Xi Jinping. Moscovo e Pequim partilham interesses geopolíticos comuns, nomeadamente a oposição crescente em relação aos Estados Unidos, e votam juntos muitas vezes no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os dois países são membros permanentes deste órgão que detém poder de veto. Jogada de cinquenta mil milhões Alvo de sanções norte-americanas, mas também por parte da União Europeia (o seu principal comprador de petróleo), devido ao processo de anexação da península da Crimeia e ao envolvimento no conflito no leste da Ucrânia, a Rússia tem procurado novas soluções nos mercados na Ásia, principalmente com a China, com quem assinou em 2014 um importante contrato de gás. Ontem, os dois países assinaram 30 acordos de cooperação, nomeadamente nas áreas do comércio e da energia. Um desses acordos envolve um projecto de uma estrutura petroquímica no leste da Sibéria. Segundo Putin, 58 contratos estão em discussão num valor global de cerca de 50 mil milhões de dólares, incluindo um acordo para a construção de uma linha de comboio de alta velocidade na Rússia. Xi Jinping também garantiu uma maior cooperação entre os meios de comunicação social russos e chineses, de forma “a reforçar a influência” destes órgãos na opinião pública mundial.